Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Ética: Além das outras normas, os servidores devem respeitar valores éticos e morais, que se
não cumpridas podem acarretar numa imagem negativa do órgão e do serviço. Um dos
fundamentos que precisa ser compreendido é o de que o padrão ético dos servidores públicos
no exercício de sua função pública advém de sua natureza, ou seja, do caráter público e de sua
relação com o público. O servidor deve levar esse padrão para o seu dia a dia, vinte e quatro
horas por dia. Se ele cumprir a lei e for antiético, será considerada uma conduta ilegal, pois a
ética vai além da legalidade.
OBS3: Pode-se dizer que a atual Administração Pública está caminhando no rumo de quebrar
velhos paradigmas consubstanciados em uma burocracia viciosa eivada de corrupção e desvio
de finalidade. Atualmente se está avançando para uma gestão pública comprometida com a
ética e a eficiência.
Ética no Setor Público
Ética Pública: É preciso fixar um padrão que seja ético acima de tudo. A questão da ética
pública está diretamente relacionada aos princípios fundamentais, sendo estes comparados ao
que chamamos no Direito, de “Norma Fundamental”, uma norma hipotética com premissas
ideológicas e que deve reger tudo mais o que estiver relacionado ao comportamento do ser
humano em seu meio social, aliás, podemos invocar a Constituição Federal. Esta ampara os
valores morais da boa conduta, a boa-fé acima de tudo, como princípios básicos e essenciais a
uma vida equilibrada do cidadão na sociedade, lembrando inclusive o tão citado, pelos gregos
antigos, “bem viver”.
Lei nº 8.429/1992 e suas alterações
Dispõe sobre as sanções aplicáveis em virtude da prática de atos de improbidade
administrativa, de que trata o § 4º do art. 37 da Constituição Federal;
Se concentrar:
União – Arts. 20 a 24
Estados – Arts. 25 a 28
Municípios – Arts. 29 a 31
Art. 37 CF/88. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
OBS2: Não se deve confundir o princípio da legalidade com o princípio da reserva de lei.
O princípio da moralidade não se refere a moral comum, mas aquela moral tirada da conduta
interna da Administração Pública. A moralidade comum é o certo e o errado, o correto e o
incorreto, é o senso comum; já a moralidade administrativa é mais rigorosa, é a boa-fé da
administração, é a melhor escolha possível, é uma administração eficiente. Logo, a moral
relacionada ao princípio não é a moral subjetiva, mas a moral jurídica, ligada a outros
princípios da própria Administração como também aos princípios gerais do direito.
Lei nº 8.429/92
Art. 4º Os agentes públicos de qualquer nível ou hierarquia são obrigados a velar pela estrita
observância dos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade e publicidade no trato
dos assuntos que lhes são afetos.
O controle jurisdicional dos atos que violem a moralidade administrativa também pode ocorrer
via promoção da ação popular com a finalidade de invalidar o ato lesivo ou contrário à
moralidade (art. 5°, LXXIII, CF; Lei n° 4.717/65).
O princípio da publicidade também determina que todos os julgamentos realizados pelo Poder
Judiciário sejam públicos.
Embora a publicidade seja a regra, existem algumas informações que, mesmo possuindo um
caráter coletivo, não podem ser prestadas à população em geral. Tais situações podem ser
consideradas como verdadeiras exceções ao princípio da publicidade, permitindo a
manutenção do sigilo. São alguns exemplos: em nome da segurança da sociedade e do estado,
poderá ser negada a publicidade (art. 5º, XXXIII, CF); atos processuais correm em sigilo na
forma da lei, logo, o processo administrativo também pode ser sigiloso (art. 5º, LX, CF).
Lei nº 12.527/11
Regula o acesso a informações previsto no inciso XXXIII do art. 5º, no inciso II do § 3º do art. 37
e no § 2º do art. 216 da Constituição Federal; altera a Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de
1990; revoga a Lei nº 11.111, de 5 de maio de 2005, e dispositivos da Lei nº 8.159, de 8 de
janeiro de 1991; e dá outras providências.
Sob a ótica do agente público, significa afirmar que deve buscar a consecução do melhor
resultado possível.
Sob a ótica da forma de organização, significa afirmar que deve a Administração Pública
atentar para os padrões modernos de gestão ou administração, vencendo o peso burocrático,
atualizando-se e modernizando-se.
Princípio do Devido Processo Legal (art. 5º, LIV, CF) - O devido processo legal ou due process
of law é aquele estabelecido em lei, configurando uma verdadeira garantia para ambas as
partes, onde visualizam um processo administrativo tipificado e determinado, sem supressão
de atos essenciais.
Para toda alegação fática ou apresentação de prova, feito no processo por uma das partes,
gera para o adversário o direito de se manifestar, ocasionando um equilíbrio entre a força
imperativa do Estado e a manutenção do estado de inocência.
Lei nº 9.784/99
Art. 2º A Administração Pública obedecerá dentre outros, aos princípios da legalidade,
finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa,
contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência.
Princípio da Ampla Defesa - Ampla defesa é dar a chance, a oportunidade para a outra parte
envolvida no litígio se defender das alegações realizadas. Deve ser assegurada a ampla
possibilidade de defesa, lançando- se mão dos meios e recursos disponíveis.
Lei nº 9.784/99
Art. 2º A Administração Pública obedecerá dentre outros, aos princípios da legalidade,
finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa,
contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência.
A doutrina mais abalizada costuma fazer uma divisão didática do assunto: determina a ampla
defesa como o gênero, e nomeia a defesa técnica e autotutela como espécies.
Ampla defesa
OBS: Com relação à temática da ampla defesa há um choque de entendimento sumular entre
os dois principais tribunais superiores do país. A Súmula 343 do STJ menciona que “é
obrigatória a presença de advogado em todas as fases do processo administrativo disciplinar”.
Por sua vez, a Súmula Vinculante 5 do STF nos ensina que “a falta de defesa técnica por
advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a Constituição”. Muito embora a
súmula com efeitos vinculantes tenha força cogente nos termos do art. 103-A da CF e parcela
significativa da doutrina administrativista se incline neste sentido, entendo que pela
obrigatoriedade da presença do advogado em processos administrativos disciplinares. Em
artigo intitulado “Sumula vinculante nº 5 do Supremo Tribunal Federal e o sistema processual
administrativo punitivo”, publicado no livro “Processo Administrativo: Temas Polêmicos da Lei
nº 9.784/99”, pela Editora Atlas, apresento um estudo detalhado sobre o caso, concluindo que
a decisão tomada pela Corte Suprema teve mais um fundo político do que jurídico.
Lei nº 9.784/99
Art. 30. São inadmissíveis no processo administrativo as provas obtidas por meios ilícitos.
OBS: No julgamento do MS 14405/DF, o STJ entendeu que apesar dos sigilos de
correspondência e dados telefônicos só poderem ser quebrados nos casos de investigação
criminal ou instrução de processos penais, tais provas podem ser emprestadas para Processo
Administrativo Disciplinar (PAD).
Lei nº 8.112/90
Art. 147. Como medida cautelar e a fim de que o servidor não venha a influir na apuração da
irregularidade, a autoridade instauradora do processo disciplinar poderá determinar o seu
afastamento do exercício do cargo, pelo prazo de até 60 (sessenta) dias, sem prejuízo da
remuneração.
Parágrafo único. O afastamento poderá ser prorrogado por igual prazo, findo o qual cessarão
os seus efeitos, ainda que não concluído o processo.
Art. 93 CF/88. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o
Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios: (...)
X – as decisões administrativas dos tribunais serão motivadas e em sessão pública, sendo as
disciplinares tomadas pelo voto da maioria absoluta de seus membros;
Lei nº 9.784/99
Art. 2º A Administração Pública obedecerá dentre outros, aos princípios da legalidade,
finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa,
contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência.
Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios de:
VII – indicação dos pressupostos de fato e de direito que determinarem a decisão;
Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos
fundamentos jurídicos, quando:
OBS: Não devemos confundir motivação com fundamentação: enquanto a primeira consiste na
exposição dos pressupostos de fato e de direito utilizados pelo administrado, a segunda
consiste na mera indicação da norma legal que embasou a decisão.
OBS2: Segundo a teoria dos motivos determinantes, o motivo que determina a prática do ato
administrativo fica umbilicalmente atrelado ao próprio ato. A teoria existe para que o Poder
Judiciário possa exercer um controle efetivo sobre os limites legais da discricionariedade
administrativa. Desta forma, para aqueles que não concordam com a prática do ato, se
conseguir demostrar que o ato possui motivo falso, ou possui motivo inexistente, ou que o
motivo é juridicamente inadequado para a produção do ato, é possível anular todo o ato.
INTERESSE PÚBLICO
OBS: Tal presunção possui natureza relativa (iuris tantum), sendo considerados válidos até
prova em contrário, cabendo ao particular o ônus do questionamento sobre a ilegalidade.
OBS3: Ambos os princípios possuem conotação relativa (juris tantum), e não absolutas (juris et
de jure). Desta forma, não existe supremacia absoluta do interesse público sobre o privado,
nem indisponibilidade absoluta do interesse público. Exemplos: art. 10, parágrafo único, Lei nº
10.259/01 (Juizados Especiais Federais); art. 23-A, Lei n° 8.987/95 (Concessão de Serviços
Públicos).
Atos Administrativos: elementos e atributos.
Conceito de Atos Administrativos: Diferentemente dos contratos administrativos, os atos
administrativos são unilaterais e dependem apenas da vontade da administração pública ou
dos particulares que estejam exercendo prerrogativas públicas. Além disso, eles têm o condão
de gerar efeitos jurídicos, independentemente de qualquer interpelação. Mas estão sujeitos ao
controle do Poder Judiciário. Eles também possuem como finalidade o interesse público e se
sujeitam ao regime jurídico de direito público.
Atributos:
4. Tipicidade - prevê que o ato administrativo deve estar definido em lei para que se torne
apto para produzir determinados resultados.
Elementos:
Competência
Poder legal conferido ao agente para desempenhar as atribuições. Então, de forma
mais informal, seria o sujeito da realização do ato. Elementos vinculados são aqueles
previstos em lei, então, a competência é um elemento vinculado. Se é a lei que define
a competência, será que esta pode ser transferida? A titularidade da competência é
intransferível, mas o exercício de parte das atribuições pode ser transferido em caráter
temporário. E o meio de realizar essa transferência é por delegação ou por avocação. A
delegação é a atribuição para terceiro, com ou sem hierarquia, do exercício de
atribuição do delegante. Pode ser realizada, exceto se houver vedação legal. Por
exemplo, não pode haver delegação de: ato de competência exclusiva, atos
normativos e recursos administrativos. Já a avocação é atrair para si competência de
subordinado. Logo, existe hierarquia. Além disso, em regra, não pode ser realizado,
exceto se for excepcional, por motivos relevantes e justificados e for temporária.
Finalidade
A finalidade geral do ato administrativo é satisfazer ao interesse público. Já a
finalidade específica, por sua vez, é aquela que a lei elegeu para o ato em específico.
Como não se concebe que o ato não satisfaça ao interesse público ou da finalidade
prevista em lei, é um elemento vinculado.
Forma
A forma é o modo de exteriorização do ato, a maneira de se manifestar no mundo
externo. Por exemplo, o edital é a forma de se tornar pública a realização do concurso
público. Em sentido amplo, também se incluem como forma as exigências
procedimentais para realização do ato. Já que as formalidades estão previstas em lei e
devem ser seguidas, também se considera a forma como elemento vinculado dos atos
administrativos.
Motivo
É a situação de fato e de direito que gera a vontade do agente que pratica o ato. Mas
não o confunda com motivação, já que esta é definida como a exposição desse motivo.
Logo, todo ato deve ter um motivo, mas nem todo ato precisa da exposição dele. Por
exemplo, a exoneração de ocupante de cargo de provimento em comissão não precisa
de motivação, mas precisa de motivo. Vale ressaltar também que a teoria dos motivos
determinantes afirma que uma vez motivado o ato, o motivo se vincula a ele. Então
em caso de inexistente ou falho, o ato é nulo, independentemente de a motivação ser
obrigatória ou não.
Objeto/Conteúdo
Considerando que a finalidade é o resultado mediato desejado para o ato, considera-
se que o objeto é o fim imediato do ato. Assim sendo, representa o resultado prático a
que determinado ato administrativo conduz.
Vícios:
1. Quanto à liberdade de ação - o ato pode ser discricionário ou vinculado. Quando há uma
margem de liberdade, o ato é discricionário. Mas, esta liberdade é limitada, já que os
elementos competência, finalidade e forma são definidos de forma vinculada sem margem
para alteração. Assim, há liberdade apenas nos elementos motivo e objeto. Em contraponto, o
ato vinculado tem todos os elementos do ato administrativo definidos em lei, sem margem de
liberdade.
Extinção:
1. Caducidade - acontece quando o ato está baseado em uma legislação e uma lei
superveniente revoga a lei anterior. Por isso, pela nova lei, aquele ato já não faz mais sentido
no mundo jurídico.
3. Cassação - é a forma de extinção do ato por culpa do beneficiário, já que ele descumpriu
condições que deveria manter.
4. Revogação - é a extinção de ato válido, mas que deixou de ser conveniente e oportuno.
OBS: Súmula 473 do STF: “A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de
vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo
de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos
os casos, a apreciação judicial.”
Agentes públicos: agentes políticos e servidores públicos
Agentes Públicos
Conceito: Os agentes públicos podem ser conceituados como todas as pessoas que possuem
uma vinculação profissional com o Estado, mesmo que em caráter temporário e ainda que sem
o recebimento de remuneração. (Artigo 2º da Lei n. 8.429).
É por meio dos agentes que o Estado exerce suas funções e pratica os atos administrativos que
lhe são competentes. Assim, em caso de dano causado ao particular em decorrência da
atuação estatal, será o Estado quem será responsabilizado, e não o respectivo agente.
Posteriormente, verificando o Poder Público que o agente agiu com dolo ou culpa, poderá
promover a competente ação de ressarcimento.
Exemplo: suponha que um agente público, dirigindo um veículo oficial do órgão público onde
desempenha suas atribuições, deixa de observar a sinalização de trânsito e colide com um
veículo particular. Neste caso, quem responderá perante o particular que teve o automóvel
danificado será o próprio Poder Público. No caso de dolo ou culpa do agente público (caso
tenha havido a intenção ou o agente tenha sido imprudente, negligente ou imperito), terá o
Estrado a faculdade de ajuizar uma ação regressiva contra o servidor que causou prejuízo ao
particular.
Quanto mais íntegros, eficientes e preparados os agentes públicos forem, melhor será o
desempenho da atividade estatal e do bem-estar da coletividade.
AGENTES POLÍTICOS - são aqueles que ocupam os mais altos postos no âmbito dos Poderes da
República, estando ligados às decisões fundamentais do Estado e possuindo grande parte de
suas competências estabelecidas diretamente pela Constituição. Outra peculiaridade desta
classe é o alto nível de autonomia que possuem para tomar as suas decisões. No âmbito do
Poder Executivo, os agentes políticos são os ocupantes dos mais altos cargos da administração
pública, tal como os Chefes do Poder Executivo (Presidente, Governador e Prefeito) e seus
respectivos Ministros e Secretários Estaduais e Municipais. Houve certa dúvida sobre a
questão de os Magistrados pertencerem ou não à classe dos agentes políticos. Coube ao STF
sedimentar o entendimento, considerando todos os magistrados (independente da esfera ou
área de atuação) agentes políticos. No que se refere aos membros dos Tribunais de Contas,
Caso a questão solicite a classificação dos membros dos Tribunais de Contas e mencione
expressamente que deve ser utilizado o entendimento de acordo com o STF, deve-se
responder que estes, indiscutivelmente, são agentes administrativos. Para todas as demais
situações em que a questão não vier “blindada”, deve ser respondido que os membros dos
Tribunais de Contas são classificados como agentes políticos. No caso dos membros do
Ministério Público (Promotores e Procuradores), a corrente majoritária tem entendido que
estes pertencem à classe de agentes políticos, uma vez que, ainda que não se trate o
Ministério Público de um dos Poderes da República, é inegável que sua função é imprescindível
para a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais
indisponíveis, conforme estabelece o artigo 127 da Constituição Federal.
AGENTES POLÍTICOS
Chefes do Poder Executivo e seus ministros e secretários
Parlamentares (Deputados e Senadores)
Magistrados
Membros dos tribunais > Conforme entendimento da doutrina > Para o STF, não são agentes
políticos
Membros do Ministério Público
Cargos isolados – são aqueles que são formados apenas por uma classe,
sendo que o seu ocupante, com o passar do tempo, não possui o direito de progredir na
carreira.
Empregos Públicos = Os empregos públicos são exercidos por pessoas que se sujeitam às
regras da CLT, tal como ocorre com os funcionários da iniciativa privada, mas com a
peculiaridade de estarem exercendo suas atribuições no âmbito da administração Pública. Em
outras palavras, os empregados públicos podem ser entendidos como pessoas que trabalham
nas entidades da administração pública indireta que possuem personalidade jurídica de direito
privado. Tais entidades são as ditas empresas estatais, conceito que abarca as empresas
públicas e as sociedades de economia mista. Como estas pessoas são regidas pela CLT (que é o
regime adotado pelas empresas privadas) podemos chamá-los de empregados. Entretanto,
como está “empresa” é uma entidade da administração pública, deve ela obediência a uma
série de regras previstas para o direito público, tal como a necessidade da realização de
concurso público e a obrigatoriedade da prestação de contas. Logo, nada mais natural do que
a denominação “públicos” para tais agentes.
Função Pública = Que é encontrada pelo critério residual em nosso ordenamento. Assim,
os agentes que não ocuparem um cargo ou um emprego público, mas que desempenharem
atividades em regime de vínculo com o Poder Público, serão classificados como ocupante de
uma função pública.
Exemplo: ao ocupar um cargo público, o servidor passa a desempenhar uma série de funções.
Como consequência, o servidor ocupa um cargo público e desempenha uma função pública.
Situação diferente ocorre com um mesário convocado para trabalhar nas eleições. Nesta
situação, ele não ocupa um cargo ou um emprego público, uma vez que suas atividades serão
realizadas por um prazo determinado de tempo. Mas é inegável que ele desempenha uma
função pública, uma vez que sua atividade é essencial para a manutenção do regime
democrático.
Outro exemplo clássico de ocupantes exclusivos de funções públicas são os agentes
temporários. De acordo com a Constituição, em seu artigo 37, IX, temos a seguinte previsão: A
lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender à necessidade
temporária de excepcional interesse público. Dessa forma, os entes federativos estão
autorizados pela Constituição a contratar em caráter temporário. No entanto, para que isso
seja possível, exige-se que, anteriormente, seja editada uma lei disciplinando todas as regras
que deverão ser observadas pelos futuros contratados. E como as atividades desempenhadas
por tais agentes são executadas apenas por um período determinado, não podem eles ser
classificados como ocupantes de cargos ou empregos públicos. Fazendo uso do critério
residual, é correto afirmar que os agentes temporários ocupam uma função pública.
Importante frisar que os agentes temporários não são regidos por um estatuto (tal como
ocorre com os servidores públicos) ou pelas normas da CLT (tal como ocorre com os
empregados públicos), mas sim por uma lei específica, própria de cada ente federativo. O fato
de não estarem regidos pela CLT é fundamental para determinar qual a justiça competente
para o julgamento dos seus litígios. Neste sentido, o STJ já e manifestou que não compete a
Justiça do Trabalho processar e julgas as causas relativas aos agentes temporários, mas sim à
Justiça Comum.
AGENTES HONORÍFICOS - Podem ser compreendidos como pessoas que são designadas ou
requisitadas para a prestação de um determinado serviço público em razão de características
que lhes são próprias, tal como a honra e a capacidade profissional. A principal característica
desta classe de agentes é a particularidade de não possuírem um vínculo permanente com o
Estado, de forma que eles são requisitados por um determinado período e, como regra, não
recebem remuneração pela sua atuação.
Exemplo: os jurados de um Tribunal do Júri e os mesários das eleições. Em ambas as situações,
a atividade desempenhada é por tempo determinado, de forma que tais agentes não ocupam
um cargo ou um emprego público, mas sim desempenham uma função pública.