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Hely Lopes Meirelles: “É o conjunto harmonico de principios juridicos que regem os orgaos, os agentes e as
atividades publicas tendentes a realizar concreta, direta e imediatamente os fins desejados pelo Estado”.
Em resumo, o Dir. Adm. pertence ao Ramo do Direito Publico (principalmente); direito nao codificado (pois
nao se baseis em uma unica lei); nao contencioso; possui regras que se traduzem em Principios
Constitucionais e Principios Infraconstitucionais; objeto de estudo é a organizacao e estrutura da
Administracao publica.
GVERNO: É uma funcao do Estado, funcao política, diretiva do Estado. Na sua acepção formal, entende-se
governo como o conjunto de poderes e órgãos constitucionais.
ADMINISTRACAO PUBLICA: Sob o aspecto formal, a Administração Pública envolve as pessoas que
realizam a atividade administrativa. Sob o aspecto material trata da “atividade administrativa”, ou seja, o seu
conteúdo. Sob sentido subjetivo trata das pessoas, enquanto o sentido objetivo da atividade desempenhada.
FUNÇÕES DO ESTADO
⁃ Pode ser:
a) típica: função para o qual o poder foi criado e
b) atípica: função estranha àquela para o qual o poder foi criado.
PRINCÍPIOS
⁃ Sao postulados basicos, regras, que orientam/informam o sistema como um todo, a aplicacao das
normas; servem como regras para a aplicacao do direito.
⁃ Funcionam como normas (é norma também) e orientam a interpretacao do direitoe a criaçao das leis;
⁃ O art. 37 da CF traz os cinco (LIMPE) princípios mínimos que a Administração (direta, indireta)
devem obedecer, além destes há inúmeros outros;
⁃ Condicionam a atividade do legislador, podem funcionar como normas constitucionais.
⁃ Devem ser seguidos pela administraçao publica direta e indireta de qualquer dos Poderes, da União,
Estados, DF e Municipios.
Princípio Basilares:
⁃ Deles decorrem todos os outros princípios, tem uma importancia fundamental, sao a base de todos os
outros princípios. Nao estao na constituicao mas a simples organizacao da constituicao, faz com que
esses principios sejam inafastaveis. Sao implícitos, são eles:
⁃ Supremacia do Interesse Publico: Sempre que se vai pensar na aplicaçao da Lei, nos atos da
administraçao; é o princípio que determina privilégios jurídicos e um patamar de superioridade do
interesse público sobre o particular. O interesse publico está disposto na Lei.
⁃
⁃ Indisponibilidade do Interesse Publico: limita a supremacia, o interesse público não pode ser
livremente disposto pelo administrador que, necessariamente, deve atuar nos limites da lei. O
Interesse Publico nao está disponível.
Princípios Constitucionais da Administraçao Publica: são explícitos, estao no caupt do art 37 da CF/88.
LIMPE.
⁃ Legalidade: é um principio generico pois todos os outros tem esse como base, como norte. O
legislador só pode agir mediante autorização legal (só o que a lei autoriza), é a legalidade
estrita ou administrativa. O cidadao, conforme artigo 5, II, da CF pode fazer tudo que a lei
nao proíbe, mas o agir da Adm Publica necessita estar previsto em Lei e deve agir como,
quando e da forma que a lei determinar. O ato administrativo que nao considere esse
principio torna-se nulo de direito, teno em vista o vício insanaval da ilegalidade.
⁃
⁃ Impessoalidade: Não discriminaçao aos destinatarios dos atos da Administraçao, o agir da
adm nao pode beneficiar ou prejudicar o cidadao individualmente considerado; Nã o
discriminaçao em relaçao aos agentes publicos envolvidos; publicidade sem promoçao
pessoal (art 37, 1); pode ser considerado como sinonimo do principio da finalidade.
⁃
⁃ Moralidade: é o mesmo que honestidade, boa fé, incorrupção; conceito bastante aberto;
impõe ao agente publico que pratica o ato um comportamento ético, jurídico, adequado. É de
difícil definiçao pois considera elementos subjetivos para a sua definiçao. OBS.: Sumula
Vincunlante do STF, dispoe sobre o emprego de parentes como ato que fere o principio da
moralidade, considerando ato imoral, o que viola a CF: “A nomeação de cônjuge,
companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, at é o terceiro grau,
inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jur ídica, investido em
cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exerc ício de cargo em comissão ou de
confiança, ou, ainda, de função gratificada na Administração Pública direta e indireta, em
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos munic ípios,
compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal.” Há
duas exceçoes onde pode ocorrer: não alcança o chefe do poder executivo em relaçao a seus
auxiliares diretos, ou seja, o presidente pode nomear parentes para ministros, e o governador
de Estado e prefeitos podem nomear parentes para ser seus secretarios.
⁃ São constitucionais, explícitos mas não estão no caput do art 37 e se aplicam não apenas a
administraçao publica (como o LIMPE) como em demais áreas.
⁃ Contraditório e Ampla Defesa: art 5, LV, CF/88: aos litigantes, em processo judicial
ou administrativo, e aos acudados em geral sao assegurados o contraditório e ampla
defesa, com os meios e recursos a ela inerentes; pode ser desdobrado em defesa
prévia (antes de praticar o ato, de jungar), a defesa técnica (faculdado no meio
administrativo) e o duplo grau de apreciaçao (possibilidade de fazer recurso, em
segunda instancia). Mas nem sempre é necessário que estejam presentes todos esses
desdobramentos. OBS.: De acordo com Sumula Vinculante n 03, o contraditorio e
ampla defesa (abertura de processo administrativo) pode ser dispensado em casos de
apreciaçao de legalidade do ato inicial de concessão de aposentadoria, reforma e
pensão.
⁃
⁃ Segurança Jurídica: Confere estabilidade. Prevista no art, 5, XXXVI, da CF que diz
que a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa
julgada. Confere estabilidade às relaçoes jurídicas, gerando definitividade, podendo
até mesmo covalidar irregularidades. Ex. Em regra, na administ, tem a prescriçao
dos prazos em 5 anos. É a Interpretação da norma administrativa da forma que
melhor garanta o atendimento do fim público a que se dirige, vedada a aplicação
retroativa de nova interpretação. Pode ser dividido em dois aspectos: a) objetivo:
garantia da estabilidade das relações jurídicas; b) subjetivo: proteção à confiança do
administrado, que deposita sua confiança nos atos praticados pelo Poder Público,
que são dotados de presunção de legitimidade e de veracidade.
PODERES ADMINISTRATIVOS:
São podeders da administraçao e que ela tem o dever de fazer/praticar. São chamaos poderes-
deveres. São poderes instrumentais, não sao estruturais (legislativo, executivo e judiciário).
Características:
a) é um dever, é obrigatório;
b) é irrenunciável;
c) cabe responsabilização que pode ser: I) quando o administrador se utiliza dos poderes
além dos limites permitidos por lei (ação) ou II) quando ele não utiliza dos poderes quando
deveria ter se utilizado (omissão). – Legislação: Lei 4898/65 – Abuso de Poder e Lei 8429/92
– Improbidade Administrativa.
d) deve obedecer aos limites das regras de competência, sob pena de inconstitucionalidade.
São seis os poderes: o Poder vinculado, Poder discricionário, Poder hierarquico, Poder disciplinar,
Poder normativo ou regulamentar, e Poder de polícia (que mais cai em concursos).
⁃ PODER VINCULADO:
⁃
⁃ No poder vinculado o adm vai usar quando estiver diante de uma situaçao onde só se cabe uma
unica açao, já existe uma situaçao clara e objetiva. Ex. Quando julga uma aposentadoria (se cumpre
os requisitos ela concede e nao cumpre nao concede, só existe essa atitude a tomar, não cabe fazer o
juizo de incoveniencia ou oportunidade). Assim, o poder administrativo pode ser exercido de
maneira Vinculada: todos os elementos o ato adm estarao definidos em lei, nao restando alternativa
ao administrador; Se ele não pratica o poder ele comete abuso de poder (na modalidade de desvio de
poder).
⁃
⁃ PODER DISCRICIONÁRIO:
⁃
⁃ Aqui há o juizo de coveniencia ou oportunidade, ele pensa, avalia a situaçao para agir, dentro de
limites legais. Não existe uma discricionariedade ilimitada. Exemplo: autorizaçao para porte de arma
(é ato discricionário do adm, fruto do exercio do poder discricionário). Assim, o poder
administrativo pode ser exercido de maneira Discricionaria: em alguns casos sobra para o
administrador certa margem de escolha, o que permite a concretizaçao da melhor maneira de praticá-
lo de acordo com o caso concreto. A Lei dá ao agente publico opçoes de decidir a melhor forma de
atender o interesse publico. Ex.: O concurso publico vale por 1 ano e tem a possibilidade de
prorrogar por mais um ano (LEI), nesse caso é poder discricionario para o administrador decidir se a
prorrogaçao do concurso ou a nao prorrogacao irá atender melhor o interesse público. Para utilizar
essa discricionariedade devem ser considerados os princípios e ter em vista sempre o Interesse
publico. Se ele se desvida dessa finalidade ele comete abuso de poder na modalidade desvio de
poder. Conveniência e oportunidade são os elementos nucleares do poder discricionário. A primeira
indica em que condições vai se conduzir o agente; a segunda diz respeito ao momento em que a
atividade deve ser produzida.
⁃ Se nao ofender a lei ou os princípios, nao pode sofrer controle judicial; Ex.: se o prefeito
escolhe colocar o ponto de onibus em lugar x e um adminstrado procura a justiça por nao
concordar com tal definiçao do ponto, e a justiça nao encontra qualquer vício, ilegalidade do
ato, o judiciario nao pode intervir, anular o ato. O mesmo com recurso ao judiciário para
julgar anulaçao de questao de concurso publico. Assim, o mérito quando adequadamente
utilizado pelo administrador publico nao pode ser tocado pelo judiciário;
⁃ É definido por critérios da chamada oportunidade e conveniencia;
⁃ Pode decorrer de margem expressa ou tácita da lei, inclusive chamados conceitos jurídicos
indeterminados. Esses conceitos deverao ser interpretados pelo administrador de acordo com
os princípios, com o mériro, com a oportunidade e conveniencia, para definir o que ofende e
o que nao ofende o interesse publico. Ex.: proibido ao servidor publico conduta escandalosa.
Mas o que é conduta escandalosa?
⁃ Definiçao de acordo com o Cod. Tributário nacional: Art. 78. Considera-se poder de
polícia: atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito,
interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de
interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à
disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas
dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranqüilidade pública
ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos.
⁃ Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando
desempenhado pelo órgão competente nos limites da lei aplicável, com observância
do processo legal e, tratando-se de atividade que a lei tenha como discricionária,
sem abuso ou desvio de poder.
⁃
⁃ Formas de materializaçao:
⁃ Atos preventivos: impedem a açao do particular, por meio de
fiscalizaçao, definição de regras para o exercício dos direitos, etc.
⁃ Atos repressivos: reprimem atos praticados em contrariedade às
normas, aplicando multas, realizando apreensões.
⁃ Obrigaçao de não fazer: em regra, estipula ao particular condutas
negativas, que ele nao pode praticar. Ex.: proibido estacionar.
⁃ Obrigaçao de fazer: pode se materializar também no sentido de
obrigar/coagir o particular a agir. Ex. Para abrir um restaurante tem
que ter uma cozinha de tamanho X.
⁃
⁃ Discricionariedade: é uma caracteristica do poder de polícia. Geralmente há alguma margem de
escolha dos agentes na atuaçao do poder de polícia, o que permite sua melhor concretizaçao, como
na concessao do porte de arma (autorizaçao). Mas é possível que haja atos de polícia vinculados,
como é o caso das licenças para construir ou da carteira nacional de habilitaçao. Assim em regra o
poder de polícia é discricionário, mas nao é sempre, as vezes é vinculado.
⁃ Taxas: é cabível a cobrança de taxa para servir de contraprestaçao para o poder de polícia, como para
serviços de fiscalização. Exemplo, taxas ambientais referentes a fiscalizaçao ambiental. O poder de
policia entao pode ser remunerado por meio de taxas.
⁃
⁃ Delegacao do poder de polícia: Não pode ser delegado a particulares, mas é possível sua outorga a
entidades de Direito Público da Administração Indireta, como as agências reguladoras (ANA,
ANEEL, ANATEL, etc.), as autarquias corporativas (CFM, CFO, CONFEA, etc.) e o Banco Central.
Eventualmente, particulares podem executar atos de polícia, mas sob o comando direto da
Administração Pública. Ex.: destruição de armas apreendidas. Nesses casos, não há delegação, pois o
particular atua sob as ordens estritas dos agentes públicos. Porém, de acordo com recente
entendimento do STJ, devem ser consideradas as quatro atividades relativas ao poder de polícia:
legislação, consentimento, fiscalização e sanção. Assim, legislação e sanção constituem atividades
típicas da Administração Pública e, portanto, indelegáveis. Consentimento e fiscalização, por outro
lado, não realizam poder coercitivo e, por isso podem ser delegados.
⁃
⁃ São atributos do Poder de Polícia:
⁃ 1- discricionariedade: autonomia de estabelecer o objeto a ser fiscalizado e as
sanções a serem aplicadas;
⁃ 2- autoexecutoriedade: a administração utiliza os próprios meios para colocar em
prática as suas decisões, independentemente de autorização do Poder Judiciário.
⁃ 3- coercibilidade: garante a administração a possibilidade de impor ao particular
suas decisões, independentemente de concordância deste.
→ DACO: Discricionariedade, Autoexecutoriedade, Coercibilidade.