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Direito Administrativo

Não é um direito codificado, mas segue uma legislação esparsa.


 O Direito Administrativo é constituído por legislação esparsa, não sendo
codificado como o Direito Civil ou do Trabalho.
 Os ramos do direito passam por fases evolutivas, desde legislação esparsa até
codificação.
 Os princípios desempenham um papel crucial na interpretação e preenchimento
de lacunas no Direito Administrativo
Os princípios possuem uma dupla finalidade:
- função hermenêutica (auxiliam na interpretação das normas);
- função integrativa (visa preencher lacunas)

Supraprincípios do Direito Administrativo (Sustentação do DA)


O princípio da supremacia do interesse público sobre o privado destaca que o
interesse coletivo é superior ao individual. O interesse de todos é mais importante do
que o interesse individual. A administração pública é gestora do interesse público e
possui prerrogativas especiais. Exemplo de prerrogativa é a possibilidade de
desapropriação por interesse público. Como todo e qualquer princípio, ele pode ser
relativizado.
A indisponibilidade do interesse público significa que a administração pública não
pode dispor do interesse coletivo como se fosse seu. Aqui verifica-se uma série de
deveres, isso porque a administração pública não é proprietária, mas gestora do interesse
público. Dessa forma, não pode a administração pública dispor de interesse que não é
dela. Esse princípio também pode ser relativizado.

Princípios constitucionais do Direito Administrativo


Art. 37 da CR/88 - Legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.
Princípio da Legalidade – Segundo esse princípio deve a administração pública atuar
conforme a lei e o direito.
O doutrinador Heury Lopes Meireles separou legalidade privada de legalidade
pública:
Legalidade Privada – sobre a ótica do particular. Há uma maior liberdade, pois o povo
é quem cria a lei, ainda que de forma indireta, por meio dos seus representantes. Dessa
forma, pode o particular fazer tudo o que a lei não proíbe.
Legalidade pública – o agente público se enquadra dentro da legalidade pública. Há
um cenário de menor liberdade. O agente público pode fazer apenas o que a lei autoriza.
Nesse cenário, uma omissão legal deve ser entendida como proibição.
Princípio da Impessoalidade – Segundo o referido princípio deve a administração
pública atuar sem a concessão de nenhum privilégio ou prejuízo a determinado
administrado. A administração pública deve ser imparcial, ou seja, atua de maneira
objetiva. Os atos administrativos não devem ser imputados aos agentes públicos, mas ao
órgão ou entidade administrativa.

Princípio da Moralidade – dever de atuação com respeito a ética, probidade, lealdade


e boa-fé. Moralidade aqui surge vinculada a ideia de desvio de poder, sendo portanto,
hipóteses de ilegalidade. Súmula vinculante nº 13 (nepotismo).

Princípio da Publicidade – a lei 9784 explica o que vem a ser o princípio da


publicidade. Art. 2o A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios
da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade,
ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência.
V - divulgação oficial dos atos administrativos, ressalvadas as hipóteses de sigilo
previstas na Constituição;
Observação: a divulgação deve ser feita pelos meios oficiais.
1º exceção: art. 5º CR/88 todos tem direitos de receber dos órgãos públicos informações
de seu interesse particular.... ressalvados aquelas cujo sigilo seja imprescindível à
segurança da sociedade e do Estado.
2ª exceção: proteção a intimidade dos envolvidos
Princípio da transparência. É dever da administração pública prestar informações de
interesse dos cidadãos e não praticar atos sigilosos.
Pelo Principio da Divulgação oficial é dever da administração pública publicar o
conteúdo dos atos.

Princípio da Eficiência – Foi introduzido com a emenda 19/98. Ele obriga a


administração a atingir os melhores resultados, ou seja, mais celeridade, produzindo a
maior quantidade com qualidade.
Há nele o marco da administração gerencial. Ainda que de forma implícita, esse
princípio sempre existiu ainda que não positivado.

PRINCÍPIOS INFRACONSTITCIONAIS
Art. 2º A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade,
finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa,
contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência.
Os princípios em negrito foram tratados como princípios constitucionais.
Além disso, há o princípio da autotutela que consta no art. 53 da lei 9784.
Princípio da finalidade – tdos os atos administrativos devem ser praticados visando
fins de interesse geral previstos em lei. Por este princípio a administração pública deve
agir com o interesse público primário.
Princípio da motivação – Todos os atos devem ser motivados, exceto nomeação e
exoneração em cargo de confiança. Sobre este princípio, a administração pública deve
indicar os pressupostos de fato e de direito que determinaram a decisão. Art. 50 da lei
9784 fala como deve ser a motivação.
O §. 2º do artigo 50 - lei 9784 fala que pode ser utilizado processo mecânico, desde que
não prejudique o direito ou garantia dos interessados.
Pela TEORIA DOS MOTIVOS DETERMINANTES, os fundamentos fáticos indicados
pela administração pública vinculam a validade do ato administrativo. Logo, o ato será
nulo se o fundamento for falso.
Princípio do contraditório e ampla defesa – Instrumento de garantia democrática do
processo administrativo. Direito fundamental com expressa previsão na Constituição
Federal (Art. 55 da CR/88). O contraditório a ampla defesa decorre do devido processo
legal.
O contraditório pode ser formal ou substancial. Se formal, este consagra a ciência a
possibilidade de reação, enquanto o substancial, possibilidade da parte efetivamente
influir na decisão.
Garantir a ampla defesa é possibilitar a parte por todos os meios legais e legítimos a
apresentação de seus argumentos. (Art. 38 da CR/88).
Importante: Súmula vinculante 5 (A falta de defesa técnica por advogado no processo
administrativo disciplinar não ofende a constituição.) A participação do advogado é
dispensável.
Princípio da razoabilidade e proporcionalidade
No exercício da função pública é imprescindível a atuação moderada do agente público.
É um limite imposto dentro do Estado democrático de Direito ao agente público. Logo,
o agente público deve agir com bom senso e coerência.

Princípio da autotutela
A administração pública tem uma prerrogativa que é a autotutela. Em alguns casos, a
administração pública não precisa buscar o Estado. Exemplo: Art. 53
Este princípio autoriza o controle interno feito pela administração pública nos seus
próprios atos. Por este princípio, a administração publica pode anular os seus atos legais
ou revogar seus atos por critérios de conveniência e oportunidade. Não é necessário
recorrer ao poder judiciário.
Conforme dispõe o art. 50, “a administração deve anular”. A anulação é um ato
vinculado. Já a revogação “pode” (uma faculdade) - é um ato discricionário.

Princípio da Segurança Jurídica


Traduz a necessária observância das formalidades essenciais dos direitos dos
administrados.
Este princípio limita a eficácia retroativa de leis e atos normativos.
Com isso, eventuais modificações não podem prejudicar o direito adquirido, o ato
jurídico perfeito e a coisa julgada (direitos fundamentais no art. 5º .
É vedada a aplicação retroativa de nova interpretação.

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