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Os princípios constitucionais da administração pública estão explicitados no art. 37, como se observa
abaixo:
É reconhecido pela doutrina majoritária, outros princípios explícitos do art. 37, caput, de igual
importância, porém, voltados mais para o direito administrativo, que também iremos menciona-los.
princípio da finalidade;
princípio da razoabilidade;
princípio da proporcionalidade;
princípio da responsabilidade do Estado: art. 37, § 6.º.
1. PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
O princípio da legalidade surgiu com o Estado de Direito, opondo-se a toda e qualquer forma de
poder autoritário, antidemocrático. Previsto no art. 4.º da Declaração dos Direitos do Homem e do
Cidadão, está contemplado, além da indicação expressa no art. 37, caput, nos arts. 5.º, II, e 84, IV, da
CF/88:
Art. 5.º , II: “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa
senão em virtude de lei”.
Mencionado princípio deve ser lido de forma diferente para o particular e para a Administração.
O particular pode fazer tudo o que a lei não proíbe, vigorando o princípio da autonomia da vontade,
lembrando a possibilidade de ponderação desse valor com o da dignidade da pessoa humana e,
assim, a aplicação horizontal dos direitos fundamentais nas relações entre particulares, consoante
estudado.
Por sua vez, a Administração só poderá fazer o que a lei permitir. Deve andar nos “trilhos da
lei”, corroborando a máxima do direito inglês: rule of law, not of men. Trata-se do princípio da
legalidade estrita, que, por seu turno, não é absoluto, na medida em que a doutrina identifica
algumas restrições, destacando-se:
medidas provisórias;
estado de defesa;
estado de sítio.
A Administração deve atuar segundo a lei e nunca contra ou além da lei. Por esse motivo, os atos
ilegais poderão ser invalidados de ofício, em verdadeiro exercício de autotutela administrativa, ou
pelo Judiciário. Confinar a atuação governamental aos parâmetros da lei, editada pelos
representantes do povo, é trazer segurança e estabilidade, evitando, ainda, qualquer tipo de
favoritismo por parte do administrador. Nos dizeres de Celso Antônio Bandeira de Mello, “o
princípio da legalidade é o antídoto natural do poder monocrático ou oligárquico, pois tem como raiz
a ideia de soberania popular, de exaltação da cidadania”
2. PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE
Se todos são iguais perante a lei (art. 5.º, caput), necessariamente o serão perante a
Administração, que deverá atuar sem favoritismo ou perseguição, tratando a todos de modo igual
ou, quando necessário, fazendo a discriminação necessária para se chegar à igualdade real ou
material.
O Estado de Direito;
O Princípio democrático;
O princípio Republicano;
Os Direitos Fundamentais;
Finalmente, confirmando a impessoalidade, o art. 37, § 1.º, estabelece que a publicidade dos
atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo,
informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que
caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.
3. PRINCÍPIO DA MORALIDADE
O princípio da moralidade diverge entre a doutrina, uma vez que muitos acreditam que ele
deve ser visto como uma simples parte do princípio da legalidade, ao passo que outros o consideram
autônomo.
Muitos são os doutrinadores que veem o conceito de moral administrativa como “vago” e
“impreciso”. O princípio da moralidade, previsto no art. 37 da Constituição Federal de 88, diz:
Observa-se, assim, que todo e qualquer ato praticado na Administração Pública deverá ser
regido pelo princípio da moralidade.
4. PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE
Completando o princípio da publicidade, o art. 5.º, XXXIII, garante a todos o direito a receber
dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que
serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja
imprescindível à segurança da sociedade e do Estado, matéria essa regulamentada pela Lei n.
12.527/2011.
5. PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA
Esse princípio convém ressaltar que, apesar de pouco ser estudado pela doutrina brasileira,
é um dos princípios que merece bastante cuidado e atenção, por se tratar de um importante
instrumento para que se possa exigir a qualidade dos produtos e serviços oriundos do Estado.
Esse princípio, possui o fundamento de que nenhuma garantia constitucional goza de valor
supremo e absoluto, de modo a aniquilar outra garantia de valor e grau equivalente.
Trata-se de princípio extremamente importante, em especial na situação de colisão entre
valores constitucionalizados.
Como parâmetro, podemos destacar a necessidade de preenchimento de 3 importantes
elementos:
necessidade: por alguns denominada exigibilidade, a adoção da medida que possa restringir
direitos só se legitima se indispensável para o caso concreto e não se puder substituí-la por
outra menos gravosa;
adequação: também chamado de pertinência ou idoneidade, quer significar que o meio
escolhido deve atingir o objetivo perquirido;
proporcionalidade em sentido estrito: sendo a medida necessária e adequada, deve-se
investigar se o ato praticado, em termos de realização do objetivo pretendido, supera a
restrição a outros valores constitucionalizados. Podemos falar em máxima efetividade e
mínima restrição.
7. PRINCÍPIO DA FINALIDADE
Logo, é na finalidade da lei que reside o critério norteador de sua correta aplicação, pois é
em nome de um dado objetivo que se confere competência aos agentes da Administração. É preciso
examinar à luz das circunstâncias do caso concreto se o ato em exame atendeu ou concorreu para o
atendimento do específico interesse público almejado pela previsão normativa genérica.