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Direito Administrativo: Conceito e Histórico.........................................................2

Relações do direito administrativo com outros ramos do direito.........................7

Princípios do direito administrativo....................................................................10

Atos administrativos...........................................................................................16

Administração pública........................................................................................19

Princípios da administração pública..................................................................21

Bens públicos.....................................................................................................24

Órgãos e agentes públicos................................................................................26

Administração direita e indireta..........................................................................28

Autarquias / Fundações.....................................................................................29

Concessão e permissão de serviço público.......................................................30

Controle da administração pública.....................................................................31

Poder vinculado / Poder discricionário / Poder hierárquico...............................33

Poder disciplinar / Poder regulamentar / Poder de polícia.................................34

Os poderes e deveres do administrador público...............................................35

Referências Bibliográficas.................................................................................36

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DIREITO ADMINISTRATIVO: CONCEITO E HISTÓRICO

Direito administrativo é um ramo autônomo, dentro do direito


público interno, que basicamente se concentra no estudo da Administração
Pública e da atividade de seus integrantes. Tal disciplina tem por objeto
os órgãos, entidades, agentes e atividades públicos, e a sua meta é a
sistematização dos fins desejados pelo Estado, ou seja, o interesse público,
regrado pelo princípio da legalidade. Tudo que se refere ao instituto da
Administração Pública e à relação jurídica entre ela e os administrados e seus
servidores é regrado e estudado pelo Direito Administrativo.

O Direito Administrativo integra o ramo do direito público, cuja principal


característica é a desigualdade jurídica entre as partes envolvidas. De um lado,
a Administração Pública defende os interesses coletivos; de outro, o particular.
Havendo conflito entre tais interesses, haverá de prevalecer o da coletividade,
representado pela Administração Pública. No Direito Público, a Administração
Pública se encontrará sempre em um patamar superior ao do particular,
diferentemente do que é visto no Direito Privado.

No Brasil, diferentemente, por exemplo, do direito civil, do direito penal e


do direito do trabalho, não há um código específico para o direito
administrativo, sendo logo considerado como direito não codificado. Seu estudo
é feito através da Constituição Federal e das inúmeras leis esparsas
pertinentes, tanto em âmbito federal como estadual, distrital e municipal.

A nível federal, alguns exemplos dessas leis são:

 Decreto-Lei nº 200 de 1967, que trata da Organização Administrativa;


 Lei nº 8.112 de 1990, que trata dos servidores públicos civis da União,
autarquias e fundações públicas federais. É o Regime jurídico dos
servidores públicos;
 Lei n° 8.457 de 1992, que trata da Justiça Militar da União;
 Lei Complementar n° 73 de 1992, que trata da Advocacia-Geral da
União (AGU);
 Lei n° 8.625 de 1993, a Lei Orgânica do Ministério Público;
 Lei nº 8.666 de 1993, que trata das licitações;
 Lei nº 9.897 de 1995, que trata dos serviços públicos;
 Lei n° 9.266 de 1996, que trata da organização da Polícia Federal;
 Lei nº 9.784 de 1999, que trata do processo administrativo

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O direito administrativo é regido por alguns princípios, como mostra o artigo 37
da Constituição Federal. Os objetivos desses princípios são de controlar as
atividades administrativas em todos os integrantes da Federação brasileira.

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da


União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos
princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.

§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos


órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação
social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que
caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.

§ 2º A não-observância do disposto nos incisos II e III implicará a nulidade


do ato e a punição da autoridade responsável, nos termos da lei.

§ 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário na administração


pública direta e indireta, regulando especialmente:

I - as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos em geral,


asseguradas a manutenção de serviços de atendimento ao usuário e a
avaliação periódica, externa e interna, da qualidade dos serviços;

II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a informações


sobre atos de governo, observado o disposto no art. 5º, X e XXXIII;

III - a disciplina da representação contra o exercício negligente ou abusivo


de cargo, emprego ou função na administração pública.

§ 4º Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos


direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o
ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da
ação penal cabível.

Princípios:

Legalidade: Este principio diz que todos os atos da administração pública


devem ser feitos de acordo com a lei. Ou seja, em nenhum momento o
administrador público pode se desviar do que a lei diz.

Porém há três casos em que o Principio da Legalidade pode não ser aplicado:
Estado de Defesa, Estado de Sítio e Medidas provisórias

Impessoalidade: O principio da impessoalidade possui três aspectos que o


caracterizam:

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1) Dever de isonomia por parte da administração pública: Diz que a
administração pública deve tratar a todos os seus administrados de maneira
igualitária, não fazendo entre eles nenhum tipo de distinção

2) Dever de conformidade aos interesses públicos: A lei deve ser cumprida com
o objetivo de atender aos interesses da coletividade.

3) Vedação à promoção pessoal de agentes públicos: Qualquer obra ou ato da


administração pública nunca devem ser feitos com o objetivo de promover um
único agente ou terceiros.

Moralidade: Todos os atos da administração pública devem ter cunho moral.


Ou seja, deve ser bem visto pela coletividade. Além disso, a moralidade é
requisito para que um ato administrativo seja considerado válido. Ou seja um
ato imoral é um ato inválido.

Publicidade: Diz que todos os atos da administração pública devem ser


publicados em imprensa oficial. A publicidade é requisito para que o ato tenha
eficácia. Logo se um ato feito não for publicado para que todos vejam, ele não
terá eficácia nenhuma.

Eficiência: Todos os serviços da administração pública devem ser feitos de


maneira eficiente.

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da


União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos
princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência
e, também, ao seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de
1998)

Um tema bastante cobrado em concurso público: os princípios norteadores da


Administração Pública.

Um recurso que, sem dúvida, ajuda os candidatos: LIMPE. São princípios da


Administração Pública, seja direta ou indireta: Legalidade, Impessoalidade,
Moralidade, Publicidade e Eficiência.

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Legalidade: A Legalidade está no alicerce do Estado de Direito, no
princípio da autonomia da vontade. Baseia-se no pressuposto de que
tudo o que não é proibido, é permitido por lei.

Impessoalidade: A imagem de Administrador público não deve ser


identificada quando a Administração Pública estiver atuando. Deve
tratar todos igualmente.

Moralidade: O administrador deve trabalhar com bases éticas na


administração, lembrando que não pode ser limitada na distinção de
bem ou mal.

Publicidade: Na Publicidade, o gerenciamento deve ser feito de forma


legal, não oculta.

Eficiência: O administrador tem o dever de fazer uma boa gestão.


Com esse princípio, o administrador obtém a resposta do interesse
público e o Estado possui maior eficácia na elaboração de suas ações.

Os princípios formam uma base dentro do direito administrativo, Segundo José


Cretella Junior appud Maria Sylvia Zanella de Pietro, “princípios de uma ciência
são as proposições básicas, fundamentais, típicas que condicionam todas as
estruturações subsequentes. Princípios, neste sentido são os alicerces da
ciência” (200,p.62).

Helly Lopes Meirelles leciona que “a legalidade, como princípio de


administração significa que o administrador público está, em toda sua atividade
funcional, sujeito aos mandamentos da lei, e as exigências do bem comum, e
deles não se pode afastar ou desviar, sob pena de praticar ato inválido e expor-
se a responsabilidade disciplinar, civil e criminal, conforme o caso”. (1998,
p.67).

Os atos do administrador não são necessariamente deste e sim da


administração, devendo todas as realizações serem atribuídas ao ente estatal
que o promove. Desta feita, entende-se que os atos não são necessariamente
do agente, mas sim da administração, sendo desta todo o crédito. Na carta
Magna, no artigo 37 é cristalina lição, veja-se:

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§ 1º - A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos
órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação
social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que
caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.

Importante:

Em função deste principio, é o que exige os concursos públicos, para cargo ou


carreira publica.

O direito administrativo é o ramo do direito que disciplina o funcionamento do


aparelho do Estado, da máquina administrativa.

Para entendermos o direito é necessária a constatação de que a convivência


em sociedade requer um conjunto de normas que condicionem o
comportamento de cada elemento componente da mesma. Quem estabelece
tais normas é justamente o Estado criado e organizado por um grupo de
representantes populares chamado de poder constituinte.

Brandão Cavalcanti, em meados do Século XX, com a colaboração de


diferentes autores alienígenas, assim definia:

“O direito administrativo é o conjunto de princípios e normas jurídicas que


presidem ao funcionamento das atividades do Estado, à organização e ao
funcionamento dos serviços públicos, e às relações de administração com os
indivíduos”.

E sintetizava dizendo que o direito administrativo era:

“o conjunto de princípios e normas jurídicas que presidem à organização e ao


funcionamento dos serviços públicos”.

Direito Administrativo é o ramo do Direito Público que engloba, sobretudo, a


regulação jurídica do poder administrativo – ou executivo – do Estado.
Portanto, é a área do Direito que dá forma e função a essa ponta da tripartição
dos poderes e tem por objeto ad Administração Pública.

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RELAÇÕES DO DIREITO ADMINISTRATIVO COM

OUTROS RAMOS DO DIREITO

O Direito Administrativo é uma das áreas do Direito mais clássicas. E engloba,


sobretudo, a regulação jurídica do poder administrativo – ou executivo – do
Estado. Portanto, é o que dá forma e função a essa ponta da tripartição dos
poderes.

Afinal, como dispõe o art. 2º da Constituição Federal de 1988, “são Poderes da


União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o
Judiciário”. E envolve, assim, a fontes, os conceitos, os princípios e as funções
da Administração Pública e seus entes, a fim de que também sejam cumpridos
os interesses sociais a dever do Estado.

Direito Administrativo é o ramo do direito público que tem por objeto órgãos,
agentes e pessoas jurídicas administrativas que integram a Administração
Pública, a atividade jurídica não contenciosa que exerce e os bens de que
utiliza para a consecução de seus fins, de natureza pública.

Podemos mencionar como fontes do Direito Administrativo:

 normas;
 jurisprudência;
 doutrina;
 costumes.

A relação de maior intimidade do Direito Administrativo é com o Direito


Constitucional.

E não poderia ser de outra maneira. É o Direito Constitucional que alinhava as


bases e os parâmetros do Direito Administrativo; este é, na verdade, o lado
dinâmico daquele.

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Na Constituição se encontram os princípios da Administração Pública (art. 37),
as normas sobre servidores públicos (arts. 39 a 41) e as competências do
Poder Executivo (arts. 84 e 85).

São mencionados, ainda, na Lei Maior os institutos da desapropriação (art. 5º,


XXIV, 182, § 4º, III, 184 e 243), das concessões e permissões de serviços
públicos (art. 175), dos contratos administrativos e licitações (arts. 37, XXI e 22,
XXVII) e da responsabilidade extracontratual do Estado (art. 37, § 6º), entre
outros".

O Direito se coloca, então, como um conjunto de regras impostas ou


acordadas, com o objetivo de disciplinar o convívio entre as pessoas. O fato de
ser o convívio social fundamental para a existência humana nos leva a concluir,
também, que nenhuma sociedade poderia existir sem a adoção de regras de
Direito. Contudo, o inverso também é verdadeiro: onde houver o Direito, existirá
sociedade.

O Direito Administrativo faz parte do bloco monolítico do Direito que, como já


se sabe, é dividido em dois ramos principais (público e privado) com objetivos
didáticos, para facilitar a sua compreensão e estudo.

Em razão de tratarem do Estado, o Direito Administrativo e o Direito


Constitucional possuem muito em comum. No entanto, o Direito Constitucional
trata da estrutura estatal e da instituição política do governo. O Direito
Administrativo tem como objetivo regular a organização interna dos órgãos da
Administração Pública, seu pessoal, serviços e funcionamento que satisfaça as
finalidades constitucionalmente determinadas. O Direito Constitucional
estabelece a estrutura estática do Estado e o Direito Administrativo a sua
dinâmica. Enquanto O Direito Constitucional dá os lineamentos gerais do
Estado, institui os seus principais órgãos e define os direitos e as garantias
fundamentais dos indivíduos, o Direito Administrativo disciplina os serviços
públicos e as relações entre a Administração e os cidadãos de acordo com os
princípios constitucionais.

O Direito Administrativo tem com o Direito Tributário e com o Direito Financeiro


uma relação de fundamental importância. Basta admitirmos que a tributação é
realizada a partir de relações jurídicas em virtude das quais o Estado irá
arrecadar os seus recursos indispensáveis ao funcionamento da estrutura
pública e o segundo disciplinará como os mesmos serão empregados, tudo
conforme a Constituição e as Leis. É daí que afirmamos que o Direito Tributário
nasce da necessidade de se fornecer recursos para o funcionamento da
máquina administrativa e de se criar mecanismos que protejam os cidadãos da
ânsia arrecadadora do Poder Público.

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O Direito Administrativo é bastante distinto do Direito Penal. De qualquer forma,
a lei penal, como nos casos de crimes contra a Administração Pública,
subordina a definição do delito à conceituação de atos e fatos administrativos.
Também a Administração Pública possui prerrogativas de Direito Penal, como
nos casos de caracterização de infrações que dependem das normas penais
em branco.

A relação do Direito Administrativo com o Direito Processual é bastante


próxima. Nos aspectos dos processos civil e penal a relação se dá na própria
regulamentação das respectivas jurisdições. Nos processos administrativos são
utilizados princípios característicos de processo comum.

O Direito do Trabalho muito se aproxima do Direito Administrativo em razão do


fato das relações dos empregadores com os empregados passaram do setor
privado para o domínio público em virtude de sua regulamentação e
fiscalização pelo Estado. Hoje em dia, especialmente, há lei que permite a
contratação pelo Poder Público de empregados públicos sem deixar de
existirem os servidores ocupantes de cargos públicos.

As relações do Direito Administrativo com o Direito Eleitoral se dão em virtude


da proximidade do primeiro com diferentes pontos da organização da votação e
apuração dos pleitos, no próprio funcionamento dos partidos políticos, na
disciplina da propaganda partidária, dentre outros.

As relações entre o Direito Civil e o Direito Administrativo são muito próximas,


principalmente no que se refere aos contratos e obrigações do Poder Público
com os particulares. Isto sem se falar também nos bens públicos, nas pessoas
públicas e na responsabilidade civil do Estado, todos tratados pelo Código Civil.

A relação do Estado com a economia particular teria dado surgimento ao direito


econômico, segundo BASTOS. Tanto o direito financeiro, quanto o tributário e o
econômico seriam especificações ou especializações do próprio direito
administrativo. Isto porque seriam direitos que se destacaram do próprio direito
administrativo.

O Direito Administrativo se relaciona também com as Ciências Sociais.


Sociologia, Economia Política, Ciência das Finanças e Estatística são elas. Por
tratarem todas elas da sociedade, seu campo é um só.

O direito administrativo se relaciona com todos os demais ramos do direito,


com intensidade maior à medida que se aproxima do objeto de tratamento dos
assuntos que envolvem o interesse público e o bem comum,
fundamentalmente.

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PRINCÍPIOS DO DIREITO ADMINISTRATIVO

Princípio da legalidade

Como o próprio nome sugere, esse princípio diz respeito à obediência à lei.
Encontramos muitas variantes dele expressas na nossa Constituição.

Assim, o mais importante é o dito princípio genérico, que vale para todos. É
encontrado no inciso II, do artigo 5º da CF/88, que diz que “ninguém será
obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”. Ou
seja o popular, poderá fazer tudo que não seja proibido pela lei.

Outra variante desse princípio, prevista na CF/88, é o que orienta o Direito


Penal, e está no mesmo art. 5º, em seu inciso XXXIX. Nesse ponto, o
constituinte estabeleceu que determinada conduta somente será considerada
criminosa, se prevista em lei.

Por outro giro, no Direito Tributário, a CF/88, em seu art. 150, I, também
estabeleceu a observância obrigatória a esse mesmo princípio. Aqui diz que
somente poderá ser cobrado ou majorado tributo através de lei.

No Direito Administrativo, esse princípio determina que, em qualquer atividade,


a Administração Pública está estritamente vinculada à lei. Assim, se não
houver previsão legal, nada pode ser feito.

Princípio da Impessoalidade

Qualquer agente público, seja ele eleito, concursado, indicado, etc., está
ocupando seu posto para servir aos interesses do povo.

Assim, seus atos obrigatoriamente deverão ter como finalidade o interesse


público, e não próprio ou de um conjunto pequeno de pessoas amigas. Ou
seja, deve ser impessoal.

Se o administrador decide construir ou asfaltar uma determinada rua, deve


fazê-lo para beneficiar o conjunto da população, não porque a rua passa em
frente a um terreno seu ou de algum correligionário. Nesta situação, teríamos
um ato pessoal.

Art. 37, § 1º, da CF/88, que representa a garantia de observância desse


princípio:

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“A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos
públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dele
não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção
pessoal de autoridades ou servidores públicos.”

Observem também o que diz a Lei 9.784/99, em seu art. 2º, parágrafo único,
inc. III, que determina que, nos processos administrativo, serão observados os
critérios de objetividade no atendimento do interesse público, vedada a
promoção pessoal de agentes ou autoridades.

Princípio da Moralidade

Os romanos já diziam que “non omne quod licet honestum est” (nem tudo o que
é legal é honesto).

Obedecendo a esse princípio, deve o administrador, além de seguir o que a lei


determina, pautar sua conduta na moral comum, fazendo o que for melhor e
mais útil ao interesse público.

Nossa Carta Magna faz menção em diversas oportunidade a esse princípio.


Uma delas, prevista no art. 5º, LXXIII, trata da ação popular contra ato lesivo à
moralidade administrativa. Em outra, o constituinte determinou a punição mais
rigorosa da imoralidade qualificada pela improbidade (art. 37, § 4º). Há ainda o
art. 14, § 9º, onde se visa proteger a probidade e moralidade no exercício de
mandato, e o art. 85, V, que considera a improbidade administrativa como
crime de responsabilidade.

Princípio da Publicidade

É este mais um vetor da Administração Pública, e diz respeito à obrigação de


dar publicidade, levar ao conhecimento de todos os seus atos, contratos ou
instrumentos jurídicos como um todo. Isso dá transparência e confere a
possibilidade de qualquer pessoa questionar e controlar toda a atividade
administrativa que, repito, deve representar o interesse público, por isso não se
justificam de regra, o sigilo.

Claro que em determinado casos pode ser relativizado esse princípio, quando o
interesse público ou segurança o justificarem.

Com a publicação, presume-se o conhecimento dos interessados em relação


aos atos praticados e inicia-se o prazo para interposição de recurso, e também
os prazos de decadência e prescrição.

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Princípio da Eficiência

Este princípio foi o último introduzido na CF/88, pela EC nº 19/98, chamada


emenda da reforma administrativa, que deu nova redação ao art. 37 e outros.

Também revela dois aspectos distintos, um em relação à atuação do agente


público, outro em relação à organização, estrutura, disciplina da Administração
Pública.

A Administração Pública deve estar atenta às suas estruturas e organizações,


evitando a manutenção de órgão/entidade sub utilizados, ou que não atendam
Às necessidades da população.

Perceba o que prevê a Lei nº 9.784/99, em seu art. 2º, “caput”:

“ Art. 2º. A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da


legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade,
ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência.”

Estes princípios estudados até aqui são os cincos básicos da Administração (l.
I. M. P. E), Expressos na Constituição Federal, em seu art. 37, caput:

“Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da


União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos
princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e
eficiência...”

Como a Administração Pública deve obediência ao princípio da legalidade,


presume-se que todos seus atos estejam de acordo com a lei. Essa presunção
admite prova em contrário, a ser produzida por quem alega. É chamada então
de relativa, ou “juris tantum” (lembre-se da diferença com a presunção absoluta
“juris et de jures”, que não admite prova em contrário).

Com esse atributo, é possível a execução direta, imediata, das decisões


administrativas, inclusive podendo criar obrigações ao particular,
independentemente de sua concordância e executadas por seus próprios
meios.

Princípio da Continuidade

O Estado deve prestar serviço públicos para atender Às necessidades da


coletividade. Essa prestação não pode para, pois os desejos do povo são
contínuos.

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Por esse princípio, há limitações ao direito de greve dos servidores públicos
(art. 37, VII, CF/88) dos militares (art. 142, § 3º, IV, CF/88) e à existência de
substitutos que preencham funções públicas temporariamente vagas.

Princípio da Hierarquia

Os órgãos da Administração Pública devem ser estruturados de forma tal que


haja uma relação de coordenação e subordinação entre eles, cada um titular de
atribuições definidas na lei.

Princípio da Autotutela

Cuidar de si mesma: isso que deve fazer a Administração Pública. Como deve
obediência ao princípio da legalidade sempre que um ato ilegal for identificado,
deve ser anulado pela própria Administração. Cabe também a revogação
daqueles atos que não sejam mais convenientes ou oportunos seguindo
critérios de mérito. É o poder-dever de rever seus atos, respeitando sempre o
direito de terceiros de boa-fé.

Princípio da Razoabilidade

Este é mais um princípio voltado especialmente para o controle dos atos


administrativos, em especial aqueles ditos discricionários, onde a lei dá duas
ou mais opções válidas ao administrador. Se este toma alguma decisão
destituída de razoabilidade ou coerência, será ilegítima, ainda que dentro da
lei.

Princípio da proporcionalidade

O princípio da proporcionalidade pode ser visto no art. 2º, parágrafo


único, VI, VIII e IX, da Lei nº 9.784/99, considerado apenas como um aspecto
do princípio da razoabilidade:

“Art. 2º (...) Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados,


entre outros, os critérios de:

VI - adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações,


restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente necessárias ao
atendimento do interesse público;

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VIII – observância das formalidades essenciais à garantia dos direitos dos
administrados;

IX - adoção de formas simples, suficientes para propiciar adequado grau de


certeza, segurança e respeito aos direitos dos administrados.”

Princípio da Motivação

Cada decisão tomada pela Administração Pública deve estar fundamentada


pelas razões de fato e direito que levaram a ela.

“Art. 2º(...) Parágrafo Único. Nos processos administrativos serão observados,


entre outros, os critérios de:

VII – indicação dos pressupostos de fato e direito que determinarem a decisão.”

Princípio da Igualdade

Já que todos são iguais perante a lei por disposição expressa


da Constituição (Art. 5º), perante a Administrativo Pública todos também devem
receber o mesmo tratamento impessoal, igualitário, isonômico.

Naturalmente, esse princípio não é absoluto.

Cabe à Administração Pública o regramento para a fruição de serviços


públicos, o que não fere este princípio. O que está vedada é a existência de
privilégios ou favorecimentos de uns em detrimento de outros.

Princípio da Segurança Jurídica

Também chamado por alguns de princípio da estabilidade das relações


jurídicas, revela a importância de ser ter certa imutabilidade ou certeza de
permanência dessas relações jurídicas, visando impedir ou reduzir as
possibilidades de alteração dos atos administrativo, sem a devida
fundamentação.

Esse mesmo princípio também é base das previsões sobre decadência e


prescrição, do prazo da validade de Medidas Provisória (art. 62, CF/88), do
prazo para a Administração Pública rever seus próprios atos etc., ou seja, tudo
para dar um mínimo de garantia aos administrados.

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Princípio do Devido Processo Legal

Com base constitucional, todo processo, inclusive o administrativo, deve


obediência ao devido processo legal (“due process of law”), de onde provém
também os princípios contraditório e da ampla defesa. É particularmente
importante esse princípio na esfera judicial, mas a Constituição é clara ao exigi-
lo também no âmbito da Administração Pública:

“art. 5º (...) LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o
devido processo legal; LV - aos litigantes, em processo judicial ou
administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e
ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;”

Legalidade: Este principio diz que todos os atos da administração pública


devem ser feitos de acordo com a lei. Ou seja, em nenhum momento o
administrador público pode se desviar do que a lei diz. Porém há três casos em
que o Principio da Legalidade pode não ser aplicado: Estado de Defesa,
Estado de Sítio e Medidas provisórias

Impessoalidade: O principio da impessoalidade possui três aspectos que o


caracterizam: 1) Dever de isonomia por parte da administração pública: Diz que
a administração pública deve tratar a todos os seus administrados de maneira
igualitária, não fazendo entre eles nenhum tipo de distinção; 2) Dever de
conformidade aos interesses públicos: A lei deve ser cumprida com o objetivo
de atender aos interesses da coletividade. 3) Vedação à promoção pessoal de
agentes públicos: Qualquer obra ou ato da administração pública nunca devem
ser feitos com o objetivo de promover um único agente ou terceiros.

Moralidade: Todos os atos da administração pública devem ter cunho moral.


Ou seja, deve ser bem visto pela coletividade. Além disso, a moralidade é
requisito para que um ato administrativo seja considerado válido. Ou seja um
ato imoral é um ato inválido.

Publicidade: Diz que todos os atos da administração pública devem ser


publicados em imprensa oficial. A publicidade é requisito para que o ato tenha
eficácia. Logo se um ato feito não for publicado para que todos vejam, ele não
terá eficácia nenhuma.

Eficiência: Todos os serviços da administração pública devem ser feitos de


maneira eficiente.

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ATOS ADMINISTRATIVOS

Ato administrativo é toda manifestação unilateral de vontade da administração


pública que, agindo nesta qualidade, tenha por fim imediato resguardar,
adquirir, modificar, extinguir e declarar direitos ou impor obrigações aos
administrados ou a si própria. Somente o agente público competente pode
praticá-lo, sendo prerrogativa exclusiva deste.

Na Administração pública brasileira, um ato administrativo é o ato jurídico que


concretiza o exercício da função administrativa do Estado. Como todo ato
jurídico, constitui, modifica, suspende, revoga situações jurídicas. Em geral, os
autores adotam o conceito restrito de ato administrativo, restringindo o uso do
conceito aos atos jurídicos individuais e concretos que realizam a função
administrativa do Estado. O ato administrativo é a forma jurídica básica
estudada pelo direito administrativo.

Dizem respeito aos requisitos para a validade de um ato administrativo:

Competência

Conjunto de poderes que a lei confere aos agentes públicos para que exerçam
suas funções com eficiência e assim assegurem o interesse público. A
competência é um poder-dever, é uma série de poderes, que o ordenamento
outorga aos agentes públicos para que eles possam cumprir a contento seu
dever de atingir da melhor forma possível o interesse público. Nenhum ato será
válido se não for executado por autoridade legalmente competente. É requisito
de ordem pública, ou seja, não pode ser derrogado pelos interessados nem
pela administração. Pode, no entanto, ser delegada (transferência de funções
de um sujeito, normalmente para outro hierarquicamente inferior) e avocada
(órgão superior atrai para si a competência para cumprir determinado ato
atribuído a outro inferior). Se a competência for, legalmente, exclusiva de certo
órgão ou agente, não poderá ser delegada ou avocada.

Características da competência:

A mais importante de todas as característica desse requisito é a


irrenunciabilidade, que tem caráter relativo, e o que a relativiza são os institutos
da delegação e avocação.

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Inderrogabilidade

A competência não pode ser derrogada, isto é, a modificação de seu conteúdo


ou titularidade não pode ser operada por mero acordo de vontades entre
particulares e/ou agentes públicos. Trata-se de uma característica de caráter
absoluto.

Improrrogabilidade

Veda-se aos agentes públicos que atuem além da lei, ou seja, além das
competências previstas em lei. Tem caráter relativo, pois se refere ao exercício
da competência (passível de transferência através delegação e avocação) e
não à sua titularidade.

Imprescritibilidade

As competências devem ser exercidas a qualquer tempo. O agente público é


obrigado a exercer suas competências a qualquer tempo, salvo nas hipóteses a
que a lei estabelece prazos da administração.

Finalidade

Deve sempre ser o interesse público. É o objetivo que a administração


pretende alcançar com a prática do ato administrativo, sendo aquela que a lei
institui explícita ou implicitamente, não sendo cabível que o administrador a
substitua por outra. A finalidade deve ser sempre o interesse público e a
finalidade específica prevista em lei para aquele ato da administração. É nulo
qualquer ato praticado visando exclusivamente ao interesse privado, no entanto
é válido o ato visando ao interesse privado (desde que, cumulativamente, ele
vise também ao interesse público).

Forma

É o revestimento exteriorizador do ato administrativo. Todo ato administrativo é,


em princípio, formal. Em sentido amplo, a forma é o procedimento previsto em
lei para a prática do ato administrativo. Em sentido estrito, refere-se ao
conjunto de requisitos formais que devem estar presentes no ato
administrativo.

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Motivo

É a situação de direito ou de fato que autoriza ou determina a realização do ato


administrativo, podendo ser expresso em lei (atos vinculados) ou advir do
critério do administrador (ato discricionário). Difere da motivação, que é a
exposição dos motivos.

Objeto ou conteúdo

É o efeito jurídico imediato que o ato deve produzir. Por exemplo, o ato
administrativo de demissão produz o desligamento do servidor público.

Os atos administrativos podem ser classificados em discricionários ou


vinculados. Os atos discricionários são atos realizados mediante critérios de
oportunidade, conveniência, justiça e equidade, implicando maior liberdade de
atuação da Administração. Em análise, sob o ângulo dos requisitos do ato
administrativo, competência, finalidade e forma sempre vinculam o
administrador, mesmo nos atos discricionários.

Assim, apenas motivo e objeto tornam-se mais abertos para a livre decisão do
administrador no caso de um ato discricionário.

Os atos administrativos vinculados, ao seu turno, possuem todos os seus


requisitos definidos em lei, de modo que não está presente nesses atos o
conceito de mérito. Nos atos vinculados, o administrador não tem liberdade de
atuação e está rigidamente atrelado ao que dispõe a lei.

A doutrina jurídica brasileira frisa a diferença entre discricionariedade e


arbitrariedade. Mesmo nos atos discricionários, a liberdade de decisão da
Administração Pública fica limitada pelas balizas da legislação. Se a apreciação
subjetiva do administrador não se ativer aos limites permitidos em lei, tornar-se-
á um juízo arbitrário e passível de questionamento.

Procedimento Administrativo - É a sucessão ordenada de operações que


propiciam a formação de um ato final objetivado pela administração pública.
Constitui-se de atos intermediários, preparatórios e autônomos, porém, sempre
interligados, de maneira tal que a sua conjugação dá conteúdo e forma ao ato
principal.

18
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

A administração se define através de um âmbito institucional-legal, baseada na


Constituição, leis e regulamentos. Originou-se na França, no fim do século
XVIII, mas só se consagrou como ramo autônomo do direito com o
desenvolvimento do Estado de Direito. Teve como base os conceitos
de serviço público, autoridade, poder público e especialidade de jurisdição.

Os princípios norteadores da administração pública e do próprio direito


administrativo foram os da separação das autoridades administrativas e
judiciária; da legalidade; da responsabilidade do poder público; e, decisões
executórias dos atos jurídicos, emitidos unilateralmente.

O gestor público tem como função gerir, administrar de forma ética, técnica e
transparente a coisa pública, seja esta órgãos, departamentos ou políticas
públicas visando o bem comum da comunidade a que se destina e em
consonância com as normas legais e administrativas vigentes.

Entre o pessoal da administração pública há diferenças importantes


relativamente ao direito pertinaz ao exercício da função, diferenças estas que
variam em razão do regime jurídico no qual se insere o agente público; chama-
se regime estatutário o do exercente de cargo público, e as bases deste regime
são as mesmas do regime jurídico-administrativo comum. O servidor público -
denominação concedida ao ocupante de cargo público, logo submetido a
regime estatutário - se distingue do empregado público, que, apesar de
também ser espécie do gênero agente público, é regido pela legislação
contratual trabalhista (no Brasil, por exemplo, o empregado público mantém
suas relações jurídicas com base na Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT)
- daí o neologismo celetista).

A administração no Brasil aconteceu de três formas, sendo a primeira na época


do Império; a administração pública patrimonialista onde o Estado nomeava
pessoas de confiança e altos-oficiais para exercer cargos políticos.

Esta fase é seguida, após a instalação da república, pelo nepotismo e


grande corrupção no serviço público, indo até a Constituição de 1934. Já
na Era Vargas, houve a administração pública burocrática, com a finalidade
combater a corrupção e o nepotismo, orientando-se pelos princípios da
profissionalização, da ideia de carreira, da hierarquia funcional, da
impessoalidade, do formalismo, características do poder racional legal.
Atualmente, há uma transição para a administração pública gerencial, a qual
busca a otimização e expansão dos serviços públicos, visando a redução dos
custos e o aumento da efetividade e eficiência dos serviços prestados aos

19
cidadãos. Nos termos da Constituição brasileira de 1988, a administração
pública deve seguir os princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência.

Aspectos objetivo e subjetivo:

Para alguns doutrinadores brasileiros, a administração pública é conceituada


com base em dois aspectos: objetivo (também chamado material ou funcional)
e subjetivo (também chamado formal ou orgânico).

Sentido objetivo, material ou funcional (de atividade): a administração pública é


a atividade concreta e imediata que o Estado desenvolve para a consecução
dos interesses coletivos, sob regime jurídico de direito público. Neste sentido, a
administração pública compreende atividades de intervenção, de fomento,
o serviço público e o poder de polícia.

Sentido subjetivo, formal ou orgânico (de pessoa): a administração pública é o


conjunto de órgãos, pessoas jurídicas e agentes, aos quais a lei atribui o
exercício da função administrativa do Estado.

Neste sentido, a administração pública pode ser direta, quando composta pelos
entes federados (União, Estados, Municípios e DF), ou indireta, quando
composta por entidades autárquicas, fundacionais, sociedades de economia
mista e empresas públicas.

O sentido subjetivo do termo foi o preferido do legislador brasileiro, como se


observa no Decreto-lei nº 200/67 e na Constituição de 1988.

Segundo Hely Lopes Meireles, há 12 princípios básicos que regem a


Administração Pública:

 Legalidade;
 Impessoalidade ou Finalidade;
 Moralidade;
 Publicidade;
 Eficiência;
 Proporcionalidade;
 Razoabilidade;
 Ampla Defesa;
 Segurança Jurídica;
 Supremacia do Interesse Público;
 Contraditório;
 Motivação.

20
PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Princípio da Legalidade

A Legalidade está no alicerce do Estado de Direito, no princípio da autonomia


da vontade. É um dos mais importantes para a Administração Pública. Baseia-
se no Art. 5º da CF, que diz que "ninguém será obrigado a fazer ou deixar de
fazer alguma coisa senão em virtude de lei", pressuposto de que tudo o que
não é proibido, é permitido por lei. Mas o administrador público deve fazer as
coisas sob a regência da lei imposta. Portanto, só pode fazer o que a lei lhe
autoriza. Ele não pode se distanciar dessa realidade, caso contrário será
julgado de acordo com seus atos.

Princípio da Impessoalidade

A imagem de administrador público não deve ser identificada quando a


Administração Pública estiver atuando. Outro fator é que o administrador não
pode fazer sua própria promoção, tendo em vista seu cargo, pois esse atua em
nome do interesse público. E mais, ao representante público é proibido o
privilégio de pessoas específicas. Todos devem ser tratados de forma igual.

Princípio da Moralidade

Esse princípio tem a junção de Legalidade com Finalidade, resultando em


Moralidade. Ou seja, o administrador deve trabalhar com bases éticas na
administração, lembrando que não pode ser limitada na distinção de bem ou
mal. Não se deve visar apenas esses dois aspectos, adicionando a ideia de
que o fim é sempre será o bem comum. A legalidade e finalidade devem andar
juntas na conduta de qualquer servidor público, para o alcance da moralidade.

Princípio da Publicidade

Na Publicidade, o gerenciamento deve ser feito de forma legal, não oculta. A


publicação dos assuntos é importante para a fiscalização, o que contribui para
ambos os lados, tanto para o administrador quanto para o público. Porém, a
publicidade não pode ser usada de forma errada, para a propaganda pessoal,
e, sim, para haver um verdadeiro controle social.

21
Princípio da Eficiência

O administrador tem o dever de fazer uma boa gestão. É o que esse princípio
afirma. O representante deve trazer as melhores saídas, sob a legalidade da
lei, bem como mais efetiva. Com esse princípio, o administrador obtém a
resposta do interesse público e o Estado possui maior eficácia na elaboração
de suas ações. Esse princípio anteriormente não estava previsto na
Constituição e foi inserido após a Emenda Constitucional nº 19/98, relativo a
Reforma Administrativa do Estado.

Todos os Poderes devem observar os princípios da Administração Pública, no


exercício de atividades administrativas e em todas as esferas de governo,
União, Estados, Distrito Federal e Municípios, tanto na administração direta
quanto na indireta, conforme artigo 37, caput, da CF/88, quando diz,
“Administração Pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerão aos princípios da
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência”.

A lista de princípios pode ser ampliada com outros princípios que norteiam a
Administração Pública Direta, Indireta e Fundacional. O art. 2º da Lei
Federal 9.784/99, que trata sobre o processo administrativo no âmbito da
Administração Pública Federal, diz que “a Administração Pública obedecerá,
dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação,
razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório,
segurança jurídica, interesse público e eficiência”.

Art. 2o A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da


legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade,
ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência.

Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre


outros, os critérios de:

I - atuação conforme a lei e o Direito;

II - atendimento a fins de interesse geral, vedada a renúncia total ou parcial de


poderes ou competências, salvo autorização em lei;

III - objetividade no atendimento do interesse público, vedada a promoção


pessoal de agentes ou autoridades;

IV - atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé;

22
V - divulgação oficial dos atos administrativos, ressalvadas as hipóteses de
sigilo previstas na Constituição;

VI - adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações,


restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente necessárias ao
atendimento do interesse público;

VII - indicação dos pressupostos de fato e de direito que determinarem a


decisão;

VIII – observância das formalidades essenciais à garantia dos direitos dos


administrados;

IX - adoção de formas simples, suficientes para propiciar adequado grau de


certeza, segurança e respeito aos direitos dos administrados;

X - garantia dos direitos à comunicação, à apresentação de alegações finais, à


produção de provas e à interposição de recursos, nos processos de que
possam resultar sanções e nas situações de litígio;

XI - proibição de cobrança de despesas processuais, ressalvadas as previstas


em lei;

XII - impulsão, de ofício, do processo administrativo, sem prejuízo da atuação


dos interessados;

XIII - interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o


atendimento do fim público a que se dirige, vedada aplicação retroativa de nova
interpretação.

Art. 3o O administrado tem os seguintes direitos perante a Administração, sem


prejuízo de outros que lhe sejam assegurados:

I - ser tratado com respeito pelas autoridades e servidores, que deverão facilitar
o exercício de seus direitos e o cumprimento de suas obrigações;

II - ter ciência da tramitação dos processos administrativos em que tenha a


condição de interessado, ter vista dos autos, obter cópias de documentos neles
contidos e conhecer as decisões proferidas;

III - formular alegações e apresentar documentos antes da decisão, os quais


serão objeto de consideração pelo órgão competente;

IV - fazer-se assistir, facultativamente, por advogado, salvo quando obrigatória


a representação, por força de lei.

23
BENS PÚBLICOS

Tais bens podem ser de qualquer espécie, móveis, imóveis, e até incorpóreos,
como direitos de crédito e ações. A doutrina divide os bens públicos entre
aqueles de Domínio Público, quando forem destinados ao uso de toda a
coletividade, como as praças, as estradas, os rios e praias, ou de Domínio
Privado do Estado, quando consistirem em propriedade privada da
Administração Direta e Indireta.

Bem público Bem pertencente a algum Estado.

Os bens públicos podem ser classificados utilizando-se diversos critérios.


Quanto a sua titularidade, podem eles ser divididos
entre Federais, Estaduais e Municipais, de acordo com a entidade a que
estejam vinculados.

Quanto ao seu regime jurídico, pode-se dividi-los entre bens de Domínio


Público, que são aqueles voltados ao atendimento da população em geral,
sendo inalienáveis, e de Domínio Privado do Estado, que consistem na
propriedade privada dos entes da Administração Pública, que tem total domínio
sobre o bem e podem dispor dele como julgar adequado, inclusive podendo se
desfazer do bem por alienação.

Quanto a sua finalidade, podem ser os bens de uso comum do povo, quando a
própria natureza do bem ou a lei estatuam ser este bem de uso coletivo, bens
de uso especial, quando são destinados a serem utilizados pela administração
pública, e os dominicais, que não possuem finalidade específica, consistindo
em propriedade privada da administração pública.

O Código Civil Brasileiro divide os bens públicos em três categorias, cada qual
com suas regras próprias:

I - bens de uso comum do povo: são aqueles que toda população pode usar,
como estradas, ruas, praças, rios e mares. Embora os bens desta categoria
pertençam a uma entidade estatal, esta entidade não pode aliená-los nem
dispor deles de qualquer maneira, tal como faria com uma propriedade privada.
O ente titular destes bens deve garantir a finalidade de uso coletivo, não
24
cabendo nenhum tipo de restrição à circulação de pessoas ou cobrança de
taxa para uso destes bens. O estabelecimento de pedágio, por exemplo,
desconfigura o caráter de bem de uso comum do povo da rodovia e a torna
bem de uso especial.

II - bens de uso especial: são aqueles que o estado usa para realizar seus
serviços, como os prédios aonde funcionam universidades públicas, os
edifícios dos hospitais públicos, as viaturas de polícia, etc. Estes bens não são
de livre acesso por qualquer um da população, como ocorre nos bens de uso
comum do povo, havendo restrições quanto a quem pode acessar aquele
ambiente, muitas vezes restringindo o seu uso apenas a agentes públicos, ou
então há a exigência de pagamento de taxa, como ocorre nas rodovias com
pedágio. Por possuírem finalidade pública definitiva, estes bens também são
inalienáveis.

III - bens dominicais: são aqueles sobre os quais a administração pública


possui total direito de propriedade, podendo usá-los e dispor deles como
desejar, tendo inclusive o poder de aliená-los.

Na regra geral, os bens públicos são impenhoráveis, imprescritíveis, e é


proibida a sua oneração.

Impenhorabilidade dos bens públicos: A impenhorabilidade destes bens


decorre da previsão constitucional contida no art. 100 da Constituição Federal
Brasileira, que proíbe a penhora para pagamento de dívidas da Administração
Pública.

Imprescritibilidade dos bens públicos: Os bens públicos são imprescritíveis,


não perece o direito do estado sobre eles, portanto os bens públicos não são
sucessíveis de aquisição por usucapião.

Não-oneração: Não podem os bens públicos ser onerados como garantia por
penhor, anticrese ou hipoteca

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ÓRGÃOS E AGENTES PÚBLICOS

Órgão público é um conjunto de competências criado pelo Estado para


representar sua opinião em determinadas matérias. É importante saber que os
órgãos públicos não possuem personalidade jurídica ou capacidade
processual, dessa maneira respondem pelos seus atos o ente federativo
(União, Distrito Federal, Estado ou Município) que o criou.

Os órgãos públicos são resultado da desconcentração da função


administrativa, que é a distribuição de competências da entidade entre núcleos
menores e subordinados de atuação.

São diversos os critérios adotados pela doutrina brasileira para classificar os


órgãos públicos:

Quanto à Esfera de ação

Centrais: aqueles cujas atribuições são exercidas em todo o território nacional,


estadual ou municipal, conforme o ente político do poder executivo a que
estiver ligado. São os Ministérios, as Secretarias de Estado e as de Município,
respectivamente.

Locais: são aqueles cuja atuação se dá numa parte específica do território. É o


caso das Delegacias Regionais da Receita Federal e das Delegacias de
Polícia.

Quanto à Posição Estatal

a) Independentes: Têm suas competências definidas pelo texto constitucional e


são representativos dos três poderes do Estado. São considerados o mais alto
escalão do governo, sem qualquer subordinação hierárquica ou funcional e
sujeitos apenas ao controle constitucional de um sobre o outro. Entram nessa
categoria as Casas Legislativas, a Chefia do Executivo (tendo seus agentes
inseridos por meio de eleições) e os Tribunais.

b) Autônomos: estão localizados na cúpula da administração e gozam de


autonomia administrativa, técnica e financeira, estando subordinados
diretamente à chefia dos órgãos independentes. São exemplos: os Ministérios,
o Serviço Nacional de Informações e o Ministério Público.

26
c) Superiores: são órgãos de direção, controle e comando, porém sujeitos à
subordinação e ao controle hierárquico de suas chefias. Além disso, não
possuem autonomia administrativa nem financeira. É o caso das
coordenadorias, gabinetes e departamentos.

d) Subalternos: exercem atribuições de mera execução e possuem reduzido


poder decisório. Eles encontram-se subordinados hierarquicamente aos órgãos
superiores de decisão. São exemplos as seções de expediente, de material, de
portaria etc.

Quanto à Estrutura

A classificação quanto à estrutura leva em consideração, a partir do órgão


analisado, se existe ou não um processo de desconcentração, se há
ramificações que levam a órgãos subordinados ao órgão analisado.

a) Simples ou Unitários: são constituídos por um único centro de atribuições,


sem subdivisões internas, independentemente do número de cargos. É o caso
do Gabinete da Presidência da República.

b) Compostos: são aqueles que reúnem em sua estrutura diversos outros


órgãos, como é o caso dos Ministérios, que possuem várias ramificações até
chegar aos órgãos unitários, onde não há mais divisões.

Quanto à Composição ou Atuação Funcional

a) Singulares: são aqueles cujas decisões são atribuições de um único agente.


Assim, ainda que possuam agentes auxiliares, um deles é o titular, o
responsável pelas principais decisões a serem tomadas. Temos como exemplo
a Presidência da República

b) Colegiados: a atuação e as decisões dos órgãos colegiados acontecem


mediante obrigatória manifestação conjunta de seus membros. O Tribunal de
Impostos e Taxas é um exemplo.

Agentes públicos são todos aqueles que, a qualquer título, executam uma
função pública como prepostos do Estado.

São integrantes dos órgãos públicos, cuja vontade é imputada à pessoa


jurídica.

27
ADMINISTRAÇÃO DIREITA E INDIRETA

A Administração Pública é dividida em administração direta e indireta. A


administração direta é composta pelos órgãos diretamente ligados aos entes
da federação: União, estados, Distrito Federal e municípios. A administração
indireta é feita por órgãos descentralizados e autônomos, mas sujeitos ao
controle do Estado.

A Administração Direta corresponde à prestação dos serviços públicos


diretamente pelo próprio Estado e seus órgãos.

Indireto é o serviço prestado por pessoa jurídica criada pelo poder público para
exercer tal atividade.

Assim, quando a União, os Estados-membros, Distrito Federal e Municípios,


prestam serviços públicos por seus próprios meios, diz que há atuação da
Administração Direita. Se cria autarquias, fundações, sociedades de economia
mista ou empresas públicas e lhes repassa serviços públicos, haverá
Administração Indireta.

Segundo o inciso XIX do art. 37 da CF/88, alterado pela EC nº 19/98, somente


compõem a administração Pública Indireta as autarquias, fundações,
sociedades de economia mista e empresas públicas, e nenhuma outra
entidade, valendo essa regra para todos os entes da federação. No âmbito
federal, essa enumeração já era vista no Decreto-Lei 200/67, recepcionado
pela CF/88.

Chama-se centralizada a atividade exercida diretamente pelos entes estatais,


ou seja, pela Administração Direita. Descentralizada, por sua vez, á a atividade
delegada (por contrato), ou outorgada (por lei), para as entidades da
Administração Indireta.

Quando o Estado cria pessoas jurídicas de direito público (autarquias ou


fundações públicas), estas acabam por ter quase todas as características da
Administração Direta. Algumas características próprias da Administração
Direta, como a imunidade tributária, possibilidade de rescisão ou alteração de
contratos administrativos, impenhorabilidade de seus bens, sujeição ao
princípio da legalidade, licitação, concursos públicos etc., também fazer parte
das características da autarquias e fundações públicas.

Os serviços públicos prestados pela Administração Pública direta e indireta


envolvem as mais diversas áreas de interesse coletivo, como saúde, educação,
transporte, previdência, segurança pública e desenvolvimento econômico.

28
AUTARQUIAS / FUNDAÇÕES

As autarquias são o que chamamos de pessoas jurídicas de direito público. De


direito público significa que apenas o Estado pode criá-las (o Zezinho das
Couves não pode criar uma autarquia). Elas não exercem atividades industriais
ou comerciais, mas apenas aquelas relacionadas ao interesse da sociedade.
Tradicionalmente são definidas como entidades criadas por leis específicas
para a realização de atividades especializadas de forma descentralizada.
As fundações são pessoas jurídicas de direito privado (ainda quando sejam
estabelecidas pelo governo). As fundações públicas, assim como as privadas,
visam objetivos não-econômicos. Elas não visam lucro. São constituídas
visando algo diferente do mero retorno financeiro direto, como a educação, a
saúde, o amparo ao trabalhador etc. Assim, a Fundacentro (ligado ao Ministério
do Trabalho) visa difundir conhecimento sobre segurança e saúde no trabalho
e meio ambiente; o IBGE (Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística) visa compreender e apoiar o desenvolvimento do Brasil através da
coleta de informações estatísticas; a Funai (Fundação Nacional do Índio) visa o
amparo das populações indígenas, etc. Nenhuma delas objetiva dar lucro.

A descentralização pode ser feita de várias formas, dentre estas destaca-se a


descentralização por serviços, que se verifica quando o poder público (União,
Estados, Municípios ou Distrito Federal) cria uma pessoa jurídica de direito
público ou privado e a ela atribui à titularidade e a execução de determinado
serviço público, surgindo às entidades da Administração Indireta.

São consideradas entidades da Administração Indireta no direito moderno a


Autarquia, a Empresa Pública, a Sociedade de Economia Mista e as
Fundações Públicas.

A fundação instituída pelo Poder Público caracteriza-se por ser um patrimônio,


total ou parcialmente público, a que a lei atribui personalidade jurídica de direito
público ou privado, para consecução de fins públicos; quando tem
personalidade pública, o seu regime jurídico é idêntico ao das autarquias,
sendo por isso mesmo, chamada de autarquia fundacional, em oposição a
autarquia corporativa. As fundações de direito privado regem-se pelo Direito
Civil em tudo o que não for derrogado pelo direito público.

29
CONCESSÃO E PERMISSÃO DE SERVIÇO PÚBLICO

É um ato administrativo por meio do qual a administração pública possibilita ao


particular a realização de alguma atividade de predominante interesse deste,
ou a utilização de um bem público.

Alguns doutrinadores entendem que a autorização de serviço público encontra


guarida no Art. 21, incisos XI e XII. A maioria entende incabível, em face do
art. 175 da CF: Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob
regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação
de serviços públicos.

Permissão

É ato administrativo discricionário e precário mediante o qual é consentida ao


particular alguma conduta em que exista interesse predominante da
coletividade.

Lei 8.987/95, Art. 2º, IV - permissão de serviço público: a delegação, a título


precário, mediante licitação, da prestação de serviços públicos, feita pelo poder
concedente à pessoa física ou jurídica que demonstre capacidade para seu
desempenho, por sua conta e risco.

Concessão

É o contrato entre a Administração Pública e uma empresa particular, pelo qual


o governo transfere ao segundo a execução de um serviço público, para que
este o exerça em seu próprio nome e por sua conta e risco, mediante tarifa
paga pelo usuário, em regime de monopólio ou não.

Lei 8.987/95, Art. 2º, II - concessão de serviço público: a delegação de sua


prestação, feita pelo poder concedente, mediante licitação, na modalidade
de concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstre
capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco e por prazo
determinado.

Contrato administrativo (art. 4º, Lei 8.987/95)

30
CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

No Brasil, qualquer atuação administrativa está condicionada


aos princípios expressos no art. 37 da Constituição brasileira. O controle da
administração pública é regulamentado através de diversos atos normativos,
que trazem regras, modalidades e instrumentos para a organização desse
controle.

Controle da Administração Pública

Orientação e correção que um Poder, órgão ou autoridade exerce sobre a


conduta funcional de outro.

O controle judiciário ou judicial é o exercido pelos órgãos do Poder Judiciário


sobre os atos administrativos exercidos pelos Poderes Executivo, Legislativo e
do próprio Judiciário – quando este realiza atividade administrativa, sendo
exercido, por via de regra, posteriormente.

Os atos administrativos podem ser anulados mediante o exercício do controle


judicial, mas nunca revogados. A anulação ocorrerá nos casos em que a
ilegalidade for constatada no ato administrativo, podendo a anulação ser feita
pela própria Administração pública ou pelo Poder Judiciário, e terá efeitos
retroativos, desfazendo as relações resultantes do ato. Entretanto, a regra de o
ato nulo não gerar efeitos há que ser excepcionada para com os terceiros de
boa-fé que tenham sido atingidos pelos efeitos do ato anulado. Em relação a
esses, em face da presunção de legitimidade que norteia toda a atividade
administrativa, devem ser preservados os efeitos já produzidos na vigência do
ato posteriormente anulado.

O controle judicial da administração pública pode ser feito pelos seguintes


meios:

 Habeas corpus;
 Habeas data;
 Mandado de segurança individual;
 Mandado de segurança coletivo;
 Ação popular;
 Ação civil pública.

31
Formas de Controle:

Controle interno: é aquele exercido pela entidade ou órgão que é o


responsável pela atividade controlada, no âmbito de sua própria estrutura.
Todo superior hierárquico poderá exercer controle administrativo nos atos de
seus subalternos, sendo, por isso, responsável por todos os atos praticados em
seu setor por servidores sob seu comando.

Controle externo: é o que se realiza por órgão estranho à Administração


responsável pelo ato controlado.

Controle externo popular: refere-se à existência de mecanismos que


possibilitem a verificação da regularidade da atuação da administração por
parte dos administrados, impedindo a prática de atos ilegítimos, lesivos tanto
ao indivíduo como à coletividade.

Controle prévio ou preventivo (a priori): é exercido antes do início ou da


conclusão do ato administrativo, sendo um requisito para
sua eficácia e validade.

Controle concomitante: é exercido durante o ato, acompanhando a sua


realização, com o intento de verificar a regularidade de sua formação.

Controle subsequente ou corretivo (a posteriori): é exercido após a


conclusão do ato, tendo como intenção, corrigir eventuais defeitos, declarar
sua nulidade ou dar-lhe eficácia, a exemplo da homologação
na licitação. O controle judicial dos atos administrativos, por via de regra é um
controle subsequente.

Controle de legalidade ou legitimidade: é o que objetiva verificar unicamente


a conformação do ato ou do procedimento administrativo com as normas legais
que o regem.

Controle de mérito: tem como objetivo a verificação da eficiência, da


oportunidade, da conveniência e do resultado do ato controlado.

Controle hierárquico: é aquele que resulta automaticamente do


escalonamento vertical dos órgãos do Poder Executivo, em que os inferiores
estão subordinados aos superiores.

Controle finalístico: é o controle exercido pela Administração direta sobre as


pessoas jurídicas integrantes da Administração indireta.

32
PODER VINCULADO / PODER DISCRICIONÁRIO / PODER HIERÁRQUICO

Poder vinculado

Parte da doutrina entende que não é um poder, mas sim a mera observância
dos ditames legais. Entendem que é um tipo de ato administrativo.

Trata-se do dever da Administração de obedecer a lei em uma situação


concreta em que ela só possui esta opção (a Administração fica inteiramente
presa ao enunciado da lei). Só há um único comportamento possível, e ele é o
que a lei determina. O administrador não tem liberdade de atuação, apenas
deve seguir o que a lei prescreve.

Poder discricionário

Para os que defendem ser poder, é este exercido em situação em que é


possível juízo de conveniência e oportunidade. Há mais de um comportamento
possível. A escolha do ato se dá com base em juízo de valor, observando
a conveniência e a oportunidade. O administrador certa liberdade de
atuação (mas dentro da lei).

Poder hierárquico (ou decorrente de hierarquia)

É utilizado pela Administração para que ela possa organizar, estruturar,


estabelecer relações de coordenação e subordinação entre seus órgãos e seus
servidores (distribuir competências internamente).

Há 4 espécies de poderes da Administração Pública. São eles:

 Poder normativo (ou regulamentar)


 Poder hierárquico
 Poder disciplinar
 Poder de polícia

Vamos estudar um pouco mais sobre os Poderes da Administração Pública

Os poderes da Administração Pública são instrumentos que o Estado tem para


preservar o interesse público.

33
PODER DISCIPLINAR / PODER REGULAMENTAR / PODER DE POLÍCIA

Poder disciplinar

O poder disciplinar serve para apurar infrações e aplicar sanções, aos agentes
públicos pela lei, aos contratados, pela lei e pelo contrato e, segundo parte da
doutrina, aos particulares submetidos à disciplina da Administração.

O poder disciplinar é discricionário (em geral) de forma limitada. Outorga-se à


Administração a possibilidade de avaliar, no momento da aplicação da pena,
qual será a sanção correta (pela definição da infração), assegurado o
contraditório e a ampla defesa, e qual será a quantificação da sanção.

Poder Regulamentar

Poder de editar regulamentos. O poder regulamentar do empregador exerce-se


mediante ordens genéricas de serviço, por instruções e, sobretudo, pelo
regulamento da empresa. O empregador, por muito tempo, pôde exercer este
poder arbitrariamente no seu exclusivo interesse. Era livre para fixar o
conteúdo do regulamento. Dois procedimentos limitam atualmente o poder
regulamentar do chefe da empresa:

a) a intervenção da autoridade pública na sua elaboração;

b) a atuação do caráter unilateral do regulamento por meio dos órgãos de


representação do pessoal.

Poder de polícia

O poder de polícia objetiva condicionar/limitar/restringir/disciplinar o exercício


dos direitos e atividades de particulares para a preservação do interesse
público. Assim, visa garantir o bem estar coletivo, buscando assegurar que não
sejam os direitos individuais ameaçados pelo seu exercício ilimitado, de modo
que assegura a liberdade individual limitando-a.

O poder de polícia é exercido para todos e sobre todos, limitando de forma


indistinta os direitos de todos os administrados. Contudo, o poder de polícia
não pode retirar/estirpar/aniquilar o uso/gozo dos bens/direitos/atividades.

34
OS PODERES E DEVERES DO ADMINISTRADOR PÚBLICO

A Administração Pública na figura de seus agentes só pode agir naquilo que for
regulado, isto é, o agente público só pode agir segundo o que a lei determinar e
dentro dos limites que ela impor. Aqui o agente não tem a liberdade de escolha,
sendo-lhe imposto o cumprimento do mandamento legal.

Diferentemente do Poder Vinculado, o Poder Discricionário disposto em lei ao


agente público dentro de limites a ele impostos, autoriza e proporciona a
liberdade do agente realizar escolhas ou emitir juízos de valor de acordo com a
conveniência, oportunidade e conteúdo da matéria permitida em lei.

Com poder hierárquico, a organização administrativa entre seus agentes e


órgãos estabelecidos. Tem como característica a existência de graus de
subordinação e a distribuição de funções. Esse poder proporciona a
possibilidade de se “dar ordens” e a obrigatoriedade de “obedecer” as ordens
autorizadas em lei. Também autoriza atos de fiscalização e revisão de atos
realizados pelos agentes subordinados. Impõe a possibilidade de aplicação de
sanções, delegação e avocação de competências.

Tem poder conferido à Administração de sancionar seus agentes e particulares


que venham a atuar ilicitamente e juridicamente vinculados à Administração
Pública.

É conferido à Administração o poder de regular suas ações através de


Decretos e demais regulamentos respeitando os mandamentos constitucionais
e legais em vigor.

Ela pode agir de forma preventiva visando se precaver de danos ao interesse


público; repressiva, buscando cessar a situação danosa; e finalizatório que visa
coibir o dano.

Seus atributos são discricionariedade, auto-executoriedade e coercibilidade.


Seu embasamento legal se encontra no art. 78 do Código Tributário Nacional:

Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que,


limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato
ou abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança,
à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao
exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização
do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos
direitos individuais ou coletivos.

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