Você está na página 1de 20

APOSTILA

INTRODUÇÃO A
ADMINISTRAÇÃO
PROFESSORA: ROSA MARIA
BARBOSA FREITAS
PRO

PROFESSORA: ROSA MARIA BARBOSA FREITAS


MESC. GOVERNO, ESTADO E POLITICAS PÚBLICAS. ESP. EM ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA; ESP.
DOCÊNCIA NO ENSINO SUPERIOR; ESP. EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA; ESP.
EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS NA DIVERSIDADE E INCLUSÃO SOCIAL.

1
Aula 01: ADMINISTRAÇÃO: CONCEITOS E IMPORTÂNCIA

Objetivos:
Ao final dessa aula você terá subsídios para
- Conhecer os aspectos que conceituam a palavra administração;
- Entender a diferença entre empresa e organização;
- Saber porque a Administração é um elemento importante na melhoria das organizações.
1.1 A Administração e as Organizações

Você já parou para pensar como as mudanças que ocorreram nos últimos tempos impactaram
diretamente em sua vida? A cada dia surgem mais informações sobre tudo o que já existe. A Era da
Informação está trazendo novos desafios para as organizações e especialmente para sua
administração. Encontrar pessoas que saibam diferenciar aquilo que é urgente do que prioritário, a
constante necessidade de inovação e renovação, e a busca de flexibilidade e agilidade para
promover transformações é um grande desafio da moderna gestão.
Chiavenato (2003) afirma que as organizações são constituídas por pessoas e por recursos físicos,
materiais, financeiros, tecnológicos, dentre outros. Na sociedade moderna, as pessoas nascem,
crescem, aprendem, se divertem e morrem dentro das organizações. Mas afinal, o que é uma
organização?
Segundo Maximiniano (1992) A palavra organização pode expressar dois sentidos. Vamos conhecê-
los?
O primeiro caracteriza organização como uma função administrativa e parte
do processo administrativo: preparar os materiais para o desenvolvimento
de uma tarefa é um exemplo.
O segundo, refere-se a organização como uma entidade social, a
combinação de esforços individuais que tem por finalidade alcançar
propósitos coletivos, independente do tipo, tamanho ou objetivo, seja com
ou sem fins lucrativos. Uma igreja,
escola, sindicatos e academias, são
exemplos de organização. Todo ser humano está ligado a uma
organização desde o seu nascimento. São tão comuns
que às vezes nem percebemos que elas existem.
A administração é a condução racional dos recursos de uma
organização, imprescindível para existência e sobrevivência
dela, tratando do planejamento, direção e controle de todas as atividades. Sem ela as organizações
jamais teriam condições de existir.

2
E por que será que as organizações são necessárias? Simples! Elas servem à sociedade, realizam
objetivos, preservam o conhecimento, proporcionam carreiras, lutam com os atuais desafios da
diversidade da força de trabalho e produzem sinergia...

1.1.1 Empresa: Um Tipo de Organização Diferente

Você aprendeu que existem dois conceitos diferentes para a palavra administração: um referente a
estrutura e o outro aos processos. Além disso, elas podem existir nos mais variados tipos. A
empresas são tipos de organização que se diferenciam de outras, como por exemplo, igrejas e
escolas, vamos saber o porquê?
Chiavenato (2003) afirma que uma empresa é orientada para o lucro e dirigida por uma filosofia de
negócios devendo justificar sua existência atendendo uma necessidade da sociedade. Para tal, é
necessário manter a vitalidade econômica. Produzem bens e serviços e às vezes assumem riscos
que não são ingredientes de seu negócio.
Essa vitalidade que Chiavenato se refere é o que dá força e energia para que as empresas
sobrevivam em meio a acirrada concorrência. Em muitos casos, as empresas precisam arriscar, seja
para não perder seu cliente, para aumentar seu mix de produtos ou agregar valor aos serviços
prestados.

1.2 Administração e seus Conceitos

Após ter conhecido o significado da palavra organização e entender porque as empresas se diferem
de outras organizações, vamos conhecer o significado da palavra administração.
A palavra administração vem do latim ad (direção, tendência para) e minister (subordinação ou
obediência). Segundo Chiavenato (2003) significa aquele que realiza uma função sob o comando de
outrem, isto é, aquele que presta um serviço a outro. Quando algo é administrado existem dois papéis:
o de quem faz a gestão e o de quem faz a execução.
Administração é a tomada de decisões a partir dos recursos disponíveis. Sua tarefa básica é alcançar
objetivos por meio das pessoas, de maneira eficiente e eficaz.
Você sabia que existe uma grande diferença entre essas duas palavras?
- Eficiência: Determina o quanto uma organização usa corretamente seus recursos. Quanto mais
alto o grau de produtividade na utilização de seus recursos, mais eficiente é a organização.
-

E
Vamos exemplificar? Suponhamos que você seja aluno de um curso Técnico em Administração e
f
tenha que organizar um seminário com a temática Gestão de Pessoas, para obter nota em um
i
3
c
á
determinado componente curricular. A meta é reunir 100 participantes. O coordenador do curso
afirma que a instituição dispõe de um recurso de R$ 7.000,00 para serem investidos no evento.

Situação 01: Seu grupo se reuniu, fez um plano de trabalho e decidiu contratar um gestor de uma
grande empresa, localizada em outro estado. Na negociação com o palestrante, o grupo assume as
despesas com transporte, hospedagem e alimentação. O valor cobrado pela prestação do serviço,
mais custos com material da palestra (bloco de anotação e canetas) teve um custo total de
R$ 6.895,00. A palestra foi realizada com o êxito esperado e com o número de participantes previstos.
Parabéns! O seu grupo foi eficaz.
Situação 02: Seu grupo se reuniu, fez um plano de trabalho e decidiu contratar um grande
palestrante de uma empresa local. O valor economizado com transporte, hospedagem e alimentação,
permitiu que fossem confeccionadas pastas personalizadas para o evento, além de canetas e blocos
de anotação. Foi possível ainda oferecer um lanche para os participantes. O valor gasto para
realização do evento foi de R$5.000,00. A palestra foi realizada com o êxito esperado e com o número
de participantes previstos. Parabéns! O seu grupo além de ser eficaz, foi muito eficiente porque
conseguiu fazer mais, ampliando melhor os recursos disponíveis. Viu só como é possível ser um
bom administrador?
As principais funções administrativas são fixar os objetivos, analisar, conhecer e solucionar os
problemas, organizar e alocar recursos sejam eles financeiros, tecnológicos ou humanos, liderar,
tomar decisões baseada em informações e motivar as pessoas. O bom desempenho do profissional
de administração dependerá da forma como ele consegue realizar todas essas funções.
Você percebeu que administrar não é algo muito fácil. O desafio do bom administrador é gerenciar
uma organização levando em consideração as informações fornecidas por outros profissionais, bem
como as de suas decisões. Na próxima aula você entenderá como todas essas teorias
administrativas foram criadas. Então, mãos a obra! Vamos continuar nosso estudo?

1.3 Teria Geral da Administração

Chamada de TGA, a Teoria Geral da Administração estuda a gestão das organizações e sua relação
com as variáveis: tarefa, estrutura, pessoas, tecnologia, ambiente e competitividade. Cada uma das
teorias administrativas que surgiram ao longo dos tempos tratam de alguma dessas variáveis. Vamos
conhecê-la? Observe a figura abaixo:

LINHA DO TEMPO DA TEORIA GERAL DA ADMINISTRAÇÃO


4
FOCO ABORDAGENS/TEORIA CARACTERISTICAS
S
TAREFAS

Administração Científica Racionalização do trabalho no nível operacional


ESTRUTURA

Teoria Clássica Organização Formal


Teoria Neoclássica Princípios gerais de administração
Teoria da Burocracia Organização formal e burocrática
Teoria Estruturalista Abordagem Múltiplas

Teoria das Relações Humanas


PESSOAS

Organização Informal
Teoria do Comportamento Estilos de Administração
Organizacional Estilos de Administração
Teoria do Desenvolvimento
Organizazicional
AMBIENTE

Teoria Estruturalista Análise interorganizacional e ambiental


Teoria da Contingência Análise ambiental
TECNOLOGIA

Teoria da Contingência Administração da Tecnologia


COMPETITIVIDADE

Caos e complexidade
Aprendizagem organizacional
Novas Abordagens Capital intelectual

Fonte: Livro Teoria Geral da Administração, autor Idalberto Chiavenato.

Chiavenato (2003) afirma que a TGA surgiu no momento em que as organizações alcançaram certo
tamanho e complexidade. Formada por idéias e hipóteses, trata da Administração como sendo
ciência, técnica e arte. A medida que as organizações evoluem e a Administração se defronta com
novas situações que surgem no decorrer do tempo, as teorias administrativas também evoluem e
precisam adaptar ou até mudar sua abordagem. Todas essas teorias serão aprofundadas no próximo
módulo. Então, relaxe um pouquinho e depois, continue sua leitura...

1.4 Administração na sociedade moderna

5
Quem tem a idéia de que a Administração é apenas um conjunto de normas que existem para
disciplinar o cotidiano das organizações se engana. A Administração é um fundamental em meio à
competitividade do mundo empresarial. Imagine você, se todas as empresas tivessem a mesma
estratégia para atingir seus objetivos. Como elas poderiam lidar com a concorrência? Qual o critério
seria utilizado pelo cliente para definir entre a empresa A ou a empresa B? As organizações não
podem funcionar sem uma boa gestão. A administração não é um fim e sim um meio.
Saber relacionar-se com os outros, realizar previsões, tomar decisões baseadas em informações,
são algumas das características um bom Administrador deve ter.
Nos próximos anos, a tendência é que não existam estruturas organizacionais burocráticas. O
sucesso terá relação com a capacidade que as organizações terão de ler e interpretar a realidade
externa e saber como ela poderá influenciar nos processos internos, além de conseguir identificar
oportunidades ao seu redor para responder com agilidade e eficiência ao mercado.
Além disso, a necessidade de formar pessoas de competências diversas e especializadas para
execução das mais diversas atividades, que promovam a comunicação lateral, ou seja, em todos os
seus níveis. E então? Será que você está preparado para ser esse profissional multifuncional?
Viu quantos conceitos trabalhamos nessa aula... o que é administração, organização, empresa,
TGA!!! É importante que você tenha aprendido sobre eles, porque poderemos utilizá-los em outras
aulas. Realize os exercícios propostos e continue seus estudos.

Aula 02: INFLUÊNCIAS E CONTRIBUIÇÕES DA ADMINISTRAÇÃO

Objetivos
Ao final dessa aula você perceberá porque a Administração é uma preocupação desde antiguidade
até os dias atuais além de conhecer os antecedentes históricos que contribuíram para sua
consolidação enquanto ciência.

2.1 Os Primórdios da Administração


Na aula anterior você conheceu alguns conceitos que caracterizam a administração. Pôde perceber
como ela evoluiu ao longo do tempo e a sua importância para as organizações. Conheça agora as
influências que ela sofreu antes de se formar como teoria.

2.1.1 Influência dos Filósofos


Quem nunca ouviu falar sobre Sócrates, Platão, Aristóteles... Observe cada uma das imagens para
conhecer os filósofos e suas contribuições para o surgimento do pensamento administrativo:

6
Sócrates (470 a.C. – 399 a.C.), citado por Chiavenato (2003, p.30) afirmou que “a
administração é uma habilidade pessoal separada do conhecimento técnico e da
experiência. [...] sobre qualquer coisa que um homem possa presidir, ele será, se
souber do que precisa e ser for capaz de provê-lo”.
Essa afirmação nos leva a acreditar que independente do empreendimento,
administrar é algo intrínseco. Nem sempre basta conhecer apenas teorias. É necessário planejar e
organizar os recursos.
Fonte: filosofiaevertigem.files.wordpress.com/2009/03/socrates.jpg
Acesso em: 10/11/2009

Platão, filósofo grego (429 a.C – 347 a.C), citado por Chiavenato (2003, p.30), discípulo
de Sócrates, em sua obra intitulada “A República”, é possível encontrar conceitos
relativos à democracia e administração dos negócios públicos. Analisou problemas
políticos e sociais decorrentes do desenvolvimento social e cultural do povo grego.
Sua escola teve como princípio primordial a ética. Imagine como esses conceitos
foram fundamentais na construção do pensamento administrativo. A ética, independente da esfera,
refere-se a conduta do homem. Quanto a democracia, surgem os primeiros esforços ao se falar em
governo popular.

Fonte: www.admpga.hpg.ig.com.br/page20.html
Acesso em: 11/11/2009

Aristóteles, discípulo de Platão (384 a.C – 322 a.C), citado por Chiavenato (2003, p.30),
em seu livro “Política”, define três tipos de administração pública: Monarquia ou
governo de um só; Aristocracia ou governo de uma elite; Democracia ou governo do
povo. Esses conceitos são utilizados até os dias de hoje, em todo o mundo.

Fonte:http://4.bp.blogspot.com/_EAsyge0vvCY/SMs3kC1-
QDI/AAAAAAAAbCI/m32XjUb8HLo/s400/aristoteles2.jpg
Acesso: 11/11/2009

Alguns filósofos da Idade Moderna também deram suas contribuições para a Administração. Francis
Bacon – fundador da Lógica Moderna, René Descartes – fundador do Método Cartesiano, Thomas
Hobbes - filósofo político, Jean-Jacques Rousseu – desenvolveu a teoria do Contrato Social.
Por último, temos Karl Marx e Friedrich Engels que propõe uma teoria econômica para o estado.
Você estará conhecendo-a no decorrer dessa aula. Pronto para continuar?

2.1.2 A Influência da Igreja Católica

7
Quando você pensa na estrutura da Igreja Católica, o que vem a sua mente? Inicialmente o Papa –
como autoridade maior. Em seguida e em ordem descendente temos os cardeais, patriarcas,
arcebispos, bispos, padres e diáconos, cada qual com sua responsabilidade. Durante muitos anos a
Igreja Católica permaneceu como uma das instituições mais organizadas e estáveis de todo o mundo.
Segundo Chiavenato (2003, pág. 31) por séculos as normas administrativas e a organização pública
ficaram a cargo da Igreja Católica, e não dos Estados (Roma, Atenas, etc.). Considerada uma
estrutura altamente hierarquizada, a organização eclesiástica serviu de modelo para diversas
organizações.
Vamos pensar nos dias de hoje. Se você começar a conversar com seus colegas, muito
provavelmente encontrará alguns deles que trabalham em uma organização onde as decisões são
centralizadas nas mãos de quem tem mais poder. Provavelmente, quem detém esse poder está no
topo da organização.

2.1.3 A Influência da Organização Militar


Resultam da organização militar daquela época, alguns princípios utilizados ainda hoje nas
organizações. Vamos conhecê-los?
- Organização linear: significa dizer que entre os subordinados e superiores existem linhas diretas e
únicas de autoridade e de responsabilidade;
- Princípio da unidade de comando: cada subordinado pode ter apenas um superior;
- Escala hierárquica: escalas de comando com graus de autoridade e responsabilidade;
Decorrentes destes princípios surgem ainda a centralização do comando e a descentralização da
execução, o que forma um modelo bastante utilizado em outras organizações.
A organização militar propôs o princípio de direção, relacionado ao soldado (na empresa, ao
funcionário) e a sua consciência sobre os seus afazeres.
Nessa época surgiu ainda o pensamento estratégico. É fácil de entender! A guerra era vista como
um jogo, uma continuação da política por outros meios. Disciplina e planejamento eram itens básicos
para enfrentar uma batalha, também são fundamentais dentro das organizações.
Dica: Assista o filme “A Arte da Guerra”. Apesar de ser um tratado puramente militar, os conselhos
e ensinamentos de Sun Tzu são perfeitamente adaptáveis ao mundo das empresas e dos negócios.
O filme é fonte de ensinamentos na área estratégica.

Muito bem! Agora vamos saber por que o século XVIII foi marcado por um grande salto tecnológico.

2.1.4 A Influência da Revolução Industrial


Das ferramentas para máquinas... da energia humana para energia motriz. A produção artesanal,
pelo trabalho fabril. O impacto foi tão grande na sociedade que recebeu o nome de Revolução! A
8
Revolução Industrial mudou o cenário econômico, político e social da época, através de uma nova
concepção de trabalho e consumo.
“A Revolução Industrial, ocorrida no século XVIII, é resultado de dois eventos importantes – o
surgimento das fábricas e a invenção das máquinas a vapor por James Watt em 1776 - que
revolucionaram a produção e a aplicação dos conhecimentos administrativos”. (Maximiano, 2000, p.
147).
Não sei se você consegue imaginar, mas, as transformações dessa época foram maiores do que
todas as mudanças ocorridas no milênio anterior. Nos transportes, as rodas propulsoras deram lugar
às hélices, a locomotiva a vapor foi aperfeiçoada e surgiram as primeiras estradas de ferro. Na
comunicação, surge o selo postal, o telefone, o telégrafo elétrico. Puxa!!! Você viu como as coisas
se tornaram muito mais fáceis depois da Revolução Industrial?
Após todas essas mudanças, é claro que a forma de produção também teria que ser diferente. As
pequenas oficinas foram se fundindo e integrando outras maiores que aos poucos se tornaram
grandes fábricas. O artesanato em família deu lugar a grande concorrência entre operários que
passaram a ter jornadas de trabalho de 12 a 13 horas por dia, em condições precárias. O número de
acidentes aumentou. Os conflitos entre a classe operária e os proprietários de indústria eram
eminentes.
O crescimento das cidades e aumento da necessidade de administração pública, aplicação de
técnicas científicas no modo de produção, surgimento do operário especializado e muitas outras
situações de progresso fizeram nascer a organização e a empresa moderna.

2.1.5 Influência dos Economistas Liberais


Chegou a hora de conhecermos um pouquinho alguns economistas e as teorias que foram centradas
na explicação dos fenômenos industriais. Preparado?
As teorias econômicas desenvolvidas a partir do século XVII foram baseadas na experiência do dia-
a-dia e nas tradições do comércio da época. Ao término do século XVIII, os economistas clássicos
liberais conseguem a aceitação de suas teorias.
O liberalismo surge num período onde o capitalismo estava em pleno desenvolvimento. As idéias
liberais baseiam-se no individualismo, jogo das leis econômicas naturais e na livre concorrência. Para
os economistas dessa época, não deveria haver intervenção do Estado na economia. Ele deveria
apenas dar condições para que o mercado seguisse de forma natural seu curso.
Adam Smith (1723-1790) é o fundador da economia clássica. Para ele, citado por Chiavenato (2003,
pág. 36), a única função do Estado seria de assegurar que o mercado não sofreria intervenções.
Para Smith, a “mão invisível” do mercado era capaz de se auto-regular, sendo um elemento
independente, eficiente e eficaz.

9
Você deve estar se perguntando o que é essa “mão invisível”, certo? Smith acreditava que embora
os indivíduos agissem em proveito próprio, os mercados em que vigora a competição funcionam
espontaneamente. Acreditava ainda que era necessário acabar com o mercantilismo, os altos
impostos e o protecionismo com o fim de estimular o comércio internacional.

No livro “A Riqueza das Nações”, de Adam Smith, publicado em 1976 é possível encontrar
referências sobre o princípio da especialização (para execução das tarefas) e o princípio
da divisão trabalho. Adam Smith reforçou a importância do planejamento.

Karl Marx (1818-1883) e Friedrich Engel (1820-1895) são os criadores do socialismo científico e no
materialismo histórico. Vamos conhecer os conceitos?
Socialismo Científico: defende uma ação mais prática e direta contra o capitalismo através da
organização da revolucionária classe proletária.
Materialismo Histórico: afirma que os fatos econômicos representam um papel determinante nos
fenômenos históricos, políticos e sociais na vida do cidadão.
Chiavenato (2003, pág. 37) diz que em 1848 Engel e Marx publicaram o “Manifesto Comunista”
apresentando uma análise dos diversos regimes econômicos e sócias da sociedade capitalista. O
capitalismo é um modo de produção transitório e sujeito a crises econômicas. O Estado é um órgão
que está a serviço da classe dominante. Cabe a classe operária lutar por sua conquista e implantar
a ditadura do proletariado. Quanto mais pressão a classe proletária fazia, menos graves eram as
desigualdades e mais rápido dava-se o crescimento tecnológico. Surgem nessa época as primeiras
idéias a respeito da racionalização do trabalho.

2.1.6 Influência dos Pioneiros e Empreendedores


Até o ano de 1850 a maioria das empresas era familiar e não demandavam de uma estrutura
administrativa. Todo esse cenário de evoluções tecnológicas contribuiu para mudanças nas
empresas apresentando condições para a consolidação da teoria administrativa. Surgem os
primeiros impérios administrativos e com eles, a figura do administrador profissional.
Conforme Chiavenato (2003, pág. 39). Em 1880, a Westinghouse e a General Eletric eram líderes
do ramo de bens duráveis. Criaram organizações próprias de venda dando início ao que conhecemos
hoje por Marketing. Desenvolveram a organização do tipo funcional, com departamento de produção,
vendas, técnico e financeiro. Dirigir as empresas não era apenas uma habilidade pessoal. Na virada
do século XX muitas começaram a cair. Nasce a preocupação com os meios de redução de custos.
Todos esses fatores contribuíram para o surgimento das bases científicas da gestão empresarial e
das Teorias Administrativas.

10
2.2 E as Contribuições da Administração?
A Administração é uma das maiores inovações ocorridas em todo o mundo. Não é possível que exista
um gestor que nunca tenha ouvido falar sobre as teorias do pensamento administrativo. Segundo
Stuart Crainer, a Administração se tornou a arte e a ciência dos dias atuais, e é imperativo a todos
que governam ou que lideram, conhecerem suas idéias ou teorias. (CRAINER, 2000.p.13).
Administradores podem trabalhar em todos os tipos e tamanhos de organização: igrejas, hospitais,
escolas, empresas, dentre outras. Independente de serem chamados de padre, líderes ou gerentes,
eles são administradores e respondem pelo sucesso ou fracasso do empreendimento. O objetivo da
administração é o de transformar recursos em resultados do negócio.
Chegamos ao final de mais uma aula. Você conheceu como alguns acontecimentos históricos,
movimentos e antigas organizações contribuíram para a consolidação da Administração como teoria.
Na próxima aula conhecerá o quê e como algumas escolas enxergavam essa teoria, além das
contribuições de cada época. Então descanse um pouquinho e mãos a obra nos estudos.

Aula 03: AS CORRENTES DA ADMINISTRAÇÃO

Objetivos:
Ao final dessa aula você conhecerá as diferentes abordagens existentes na Administração e o foco
de cada uma delas.

3.1 As diferentes Correntes da Administração


Estamos iniciando nossa terceira aula. Até o momento, você conheceu alguns conceitos que
caracterizam a Administração e as influências que ela recebeu até se tornar teoria. É claro que toda
essa teoria não foi criada de uma hora para outra. Houveram a contribuição de vários autores que a
partir do cenário vivenciado em sua época, enxergaram a Administração de maneira diferente. Todas
as teorias são válidas e devem ser analisadas sob várias perspectivas. E qual será o significado da
palavra corrente nesse contexto? Observe a definições ao lado, segundo o Dicionário Houaiss (2003,
pág. 175):

Corrente: convergência, união, junção.

As correntes administrativas podem ser consideradas como um conjunto de idéias, pensamentos e


doutrinas de determinadas épocas que contribuíram para o surgimento do pensamento
administrativo. Podemos chamá-las de abordagens. Conheça agora as várias abordagens do
passado até os dias de hoje:

11
3.1.1 Abordagem Clássica da Administração
O período clássico compreendido entre meados do século XIX até o início da década de 50 tem suas
origens ainda nas consequências da revolução industrial: as empresas não paravam de crescer e
havia necessidade de melhorar o rendimento dos recursos. Foi nessa época que dois engenheiros
desenvolveram os primeiros referenciais a respeito da Administração. De um lado um norte
americano chamado Frederick Winslow Taylor que iniciou a chamada Administração Científica e do
outro, um europeu chamado Henri Fayol que defendeu a Teoria Clássica da Administração. Suas
teorias, apesar de partirem de pontos de vistas diferentes, se complementam ao longo da história e
dominaram as quatro primeiras décadas do século XX no cenário das organizações.

3.1.1.1 Administração Científica


Segundo Chiavenato (2003, pag. 54) a Escola da Administração Científica tem sua ênfase nas
tarefas e defendia a aplicação de métodos científicos para analisar a realização de um trabalho de
modo a encontrar a forma mais eficiente de conduzi-lo. Taylor – pai da Administração Científica
descobriu que as empresas da época possuíam um grande potencial não utilizado. Taylor acreditou
que a organização e a Administração deveriam ser tratadas cientificamente e que o que planejamento
deveria dar lugar aos métodos de improviso para realização de qualquer atividade.
Foi a partir desses pressupostos que Taylor fez uma análise completa do trabalho no nível dos
operários, incluindo os tempos e movimentos necessários a execução de uma tarefa. A esse método
foi dado o nome de Organização Racional do Trabalho – ORT. O estudo de Taylor tentou mostrar
que o trabalhador poderia fazer mais em menos tempo, sem aumentar o custo de produção. A ORT
foi apenas o início. Toda a preocupação em analisar, racionalizar e indicar regras de conduta, fez
com que Taylor e outros engenheiros da época definissem alguns princípios que poderiam ser
aplicados a qualquer situação como o planejamento, preparo dos trabalhadores, controle e execução.
Puxa! Quantos conceitos você conheceu até agora. A partir dessa abordagem as indústrias
começaram sua luta pela produtividade.

Saiba mais: pesquise sobre os fundamentos da Organização Racional do Trabalho, você precisará
conhecê-los para realizar os exercícios dessa aula.
3.1.1.2 A Teoria Clássica da Administração
Estudaremos agora os fundamentos da Teoria Clássica da Administração. O personagem maior
dessa história foi Henri Fayol (1841-1925). Diferente da Administração Científica, a Teoria Clássica
deu ênfase na estrutura que a organização deveria possuir para alcançar a eficiência. A Teoria
Clássica da Administração partiu de uma abordagem universal da empresa.
Fayol, em sua teoria, define algumas funções básicas que a empresa deveria ter: técnicas,
comerciais, financeiras, segurança, contábeis e administrativas que quando trabalhadas em conjunto,
12
formam o que hoje conhecemos por Administração. Se fizermos um paralelo com os dias atuais, o
que Fayol chamou de Administração, hoje conhecemos por áreas ou mesmo departamentos de uma
empresa, certo? Nessa época, apresentou ainda as funções do administrador como sendo cinco
específicas: prever, organizar, comandar, coordenar e controlar.
Fayol definiu ainda 14 Princípios Gerais de Administração:

1. Divisão do trabalho; 2. Autoridade e responsabilidade; 3. Disciplina; 4. Unidade de comando; 5.


Unidade de direção; 6. Subordinação dos interesses individuais aos gerais; 7. Remuneração do
pessoal; 8. Centralização; 9. Cadeia escalar; 10. Ordem; 11. Equidade12. Estabilidade do pessoal;
13. Iniciativa14. Espírito de equipe.
A Abordagem Clássica foi muito criticada por esse enfoque de dizer ao administrador o que fazer e
como fazer, através de esquemas lógicos. Apesar de ter sido vista como uma abordagem incompleta,
mecanicista e fechada, ainda é a abordagem mais usada para apresentar conceitos iniciais em
administração. Encerramos aqui a nossa primeira abordagem. Vamos conhecer uma teoria que
surgiu da necessidade de humanizar a administração.

3.1.2 Abordagem Humanística da Organização


O que vem a sua mente quando lê a expressão “humanizar a administração”? As teorias existentes
até então se preocuparam com o homem apenas enquanto ser que faz parte do processo produtivo,
dentro de uma organização formal. Uma nova abordagem enfatizou a importância dos
relacionamentos de trabalho informal e a satisfação do trabalhador.
Elton Mayo fundador da Escola Humanística, conduziu uma experiência chamada de Hawthorne em
uma fábrica da Western Eletric Company, situada em Chicago. Essa experiência foi uma abordagem
contrária aos pressupostos da Abordagem Clássica da Administração. Estudos de Hawthorne foram
uma série de experimentos conduzidos com o objetivo de investigar como as condições físicas
poderiam inferir na produtividade e eficiência dos trabalhadores. A pesquisa realizada por Mayo e
seu grupo teve quatro fases. Chiavenato (2003, pag. 105) mostrou que as pesquisas de Hawthorne
apresentaram os seguintes resultados: o nível de produção é resultante da interação social, o
comportamento do indivíduo se apóia totalmente no grupo e está condicionado a recompensas e
sanções sociais.
Os resultados apresentados pelas pesquisas de Hawthorne, trouxeram para a abordagem
humanística um enfoque nos aspectos informais da organização. Decorrentes desta abordagem as
teorias que tratam da motivação humana, liderança e comunicação.
Você viu como as relações humanas são importantes dentro do seu ambiente profissional? Vale
apena dar uma parada e refletir sobre a maneira como tem tratado as pessoas que convivem ao seu
redor... Muito mais do que um bom técnico, você precisa ser uma boa pessoa.
13
3.1.3 Abordagem Neoclássica da Administração
A Teoria Neoclássica aborda conceitos da Teoria Clássica adequados para as organizações dos dias
de hoje. Conforme Chiavenato (2003, pág. 152) nessa abordagem são destacados os instrumentos
disponíveis na Administração para que ela seja praticável. Os neoclássicos definem critérios para o
encontro de uma solução, ressaltam a importância do planejamento como forma de alcançar
objetivos e resultados.
A Teoria Neoclássica também enfatizou aspectos comuns a qualquer tipo de organização, como por
exemplo, eficiência e eficácia – conceitos que estudamos na primeira aula. A centralização versus a
descentralização.
As funções do administrador resumem-se ao que conhecemos por processo administrativo:
planejamento, organização, direção e controle; além de ser o foco da Teoria Neoclássica, é a base
para a moderna administração. Esse processo será mais detalhado em nossa próxima aula. Vamos
conhecer agora uma outra abordagem que apresentou um modelo burocrático da organização?

3.1.4. Abordagem Estruturalista da Organização


Burocracia? Quando ouvimos essa palavra logo nos vem a mente algo difícil de ser feito, lento... Max
Weber, sociólogo, advogado e historiador social alemão, foi o precursor dessa teoria, defendendo
como as estruturas burocráticas poderiam eliminar a variabilidade de resultados numa organização.
“As regras e regulamentos padronizariam o comportamento e a autoridade residiria mais nas
posições do que nos indivíduos” (BATEMAN; SNELL, 1998, p.54).
De acordo com Weber, a burocracia tem basicamente as seguintes características: formalidade nos
relacionamentos entre posições especializadas numa organização, padronização do comportamento,
nível hierárquico definindo o relacionamento entre os cargos;
De um lado temos processos racionais, uniformes, confiáveis e contínuos na organização. Por outro
lado, em estruturas burocráticas, encontramos um excesso de formalidade, lentidão nos processos
de decisão, flexibilidade organizacional limitada, administração autoritária devido ao acúmulo de
poder e pouca importância nos relacionamentos interpessoais.
E quais foram as contribuições da teoria estruturalista? Podemos dizer que apesar de todas as suas
limitações, a Teoria da Burocracia tem um foco mais descritivo do que normativo, preocupando-se
em analisar a organização e deixar com que o administrador encontre uma forma de lidar com cada
situação.

3.1.5 Abordagens Contemporâneas

3.1.5.1 Administração Quântica


14
A administração quântica enfatiza a aplicação de análise quantitativa e métodos matemáticos
específicos para análise de problemas.
Essa abordagem da administração pode se tornar uma grande área de negócios dentro das
organizações, visto que pode ser medida em função dos objetivos estratégicos.

3.1.5.2 Comportamento Organizacional


Muito mais do que produtividade do trabalhador, as organizações são constituídas levando em
consideração vários fatores, tais como, saúde e bem estar, eficácia organizacional, chegando até
condições sociais e econômicas. O objeto de estudo sobre o aspecto comportamental das
organizações está baseado no entendimento de como os indivíduos são influenciados por esse
contexto. Podemos citar as Teoria X e Teoria Y de McGregor, onde de um lado temos a metódica
(como fazer) inferindo no comportamento do profissional, essa seria a Teoria X e do outro, a Teoria
Y que mostra um estilo de administração mais dinâmico. Outro conceito chave para entendimento
dessa teoria é que a eficácia é medida através dos processos individuais, grupais e organizacionais.

3.1.5.3 Teoria de Sistemas


“Sistema é um conjunto ou combinações de coisas ou partes formando um todo unitário”
(CHIAVENATO, 2003, p. 475). Essa teoria estuda trata a organização como um sistema aberto que
interage com elementos externos como economia, política, cultura dentre outros, influenciam nos
processos internos dessa e qualquer outro tipo de organização.

3.1.5.4 Abordagem Contingencial


Você já ouviu falar em plano de contingência? Conforme o Dicionário Houaiss (2003, pág. 167),
contingência significa casualidade, contratempo, fatalidade, imprevisto, ou seja, aquilo que não está
previsto na normalidade de alguma situação.
Segundo a abordagem contingencial, sendo a organização um sistema aberto, o que nela ocorre
depende e resulta do que ocorre no meio ambiente. Segundo Assunção (2003) nada é fixo, tudo é
relativo. O que a autora afirma é que as organizações não podem ser geridas como se fossem uma
receita de bolo. Existem uma relação de causa e efeito entre as condições administrativas. A
vantagem da abordagem contingencial é que ela está muito próxima da realidade das organizações,
podendo contribuir de forma mais eficaz com o desenvolvimento de soluções práticas para problemas
decorrentes de mudanças ambientais, como por exemplo, a globalização.

Nesta aula você conheceu as principais abordagens da Teoria da Administração e o que focava cada
uma delas. Pôde perceber a evolução ao longo do tempo e como a contribuição de cada época desde
Taylor até as abordagens contemporâneas proporcionaram a consolidação do pensamento
15
administrativo. Todas se completam e de alguma forma ou de outra, surgem como desdobramentos
ou críticas uma das outras. Espero que tenha gostado. Realize os exercícios propostos e vamos
rumo a nossa próxima aula.

Aula 04: AS FUNÇÕES DO ADMINISTRADOR

Objetivos:
Ao final dessa aula você conhecerá as quatro funções básicas do administrador e a importância da
manutenção de cada uma delas para o bom desempenho desta profissão. Pronto para essa viajem?
Então aperte os cintos e vamos lá!!!

4.1 As Funções de um Administrador e seu Papel na Organização


Estamos iniciando nossa quarta aula. Além de conceitos, você teve a oportunidade de conhecer um
pouquinho a história da Administração e sua trajetória até se tornar uma teoria. Puxa! Percebeu
quantas informações chegaram até você? É importante fazer uma leitura de tudo o que foi estudado
até o momento para não se perder no meio do caminho... Vamos conhecer agora aquilo que é
conhecido hoje por “funções do administrador”. Observe a história abaixo:
Quando num belo sábado de sol, João, descansando em casa, sua mãe bate na porta do seu quarto
e diz:
- “João! Acorda! Viu a sujeira que você deixou meu carro? Levanta de pressa e vai lavar!”
João furioso logo responde:
- Minha??? A Aninha também estava comigo ontem à noite. Inclusive foi ela quem escolheu o lugar
que iríamos e ainda pediu para buscarmos as amigas dela.
Sua mãe, na maior tranqüilidade responde:
- Não quero saber. Quem pediu o carro emprestado foi você. Além disso, é sua função lavar o carro
todo o final de semana!

Situações corriqueiras como essa acontecem na rua, em casa, no trabalho e em qualquer outro lugar.
Quando alguém lhe disser que algo é sua função, significada que é sua responsabilidade, seu papel
realizá-la. Em todas as organizações existe alguém responsável por quatro atividades básicas e vitais
dentro dela. Essas atividades são o que chamamos de planejamento, organização, direção e
controle. E esse alguém, responsável por realizá-las, é quem nos chamamos de Administrador!
Vamos conhecer cada uma delas?

4.1.1 Planejar

16
Vamos começar com o planejamento! Antes de realizar qualquer atividade seja uma viajem, a
programação de um dia de trabalho, onde você estará daqui 10 anos... Parece tanto tempo, não é?
De fato é! Difícil é quando os 10 anos se passam e você olha para traz com aquele sentimento de
que não fez nada. O seu dia de trabalho acaba e você está com uma sensação que deveria ter
realizado tanta coisa e que ele foi curto para isso. Para realizar qualquer tipo de atividade, planejar
é fundamental.
Planejamento é a tarefa de traçar as linhas gerais do que deve ser feito e dos métodos de fazê-lo, a
fim de atingir os objetivos da empresa. (CHIAVENTATO, 2003, p.87).
O ato de planejar requer que você saiba aonde quer chegar, quais resultados deseja alcançar e
escolher a melhor maneira para chegar lá. O planejamento permite que você alcance seus objetivos
com uma maior rapidez.
Dentro de uma organização, o planejamento inclui, além dos objetivos, as diretrizes, o plano de
trabalho, metas, métodos e ferramentas para realização do que foi traçado

4.1.1.2 Níveis de Planejamento


O planejamento pode ser realizado nos três níveis da organização: nível estratégico, nível tático e
nível operacional. Vamos conhecer cada um deles? Observe os conceitos abaixo:

- Planejamento estratégico: esse tipo de planejamento ocorre no topo da organização. É no nível


estratégico que as decisões são tomadas a respeito dos objetivos e estratégias de longo prazo. A
responsabilidade de executar o plano estratégico é da alta administração. Você deve estar se
perguntando: “O que é alta administração?”. Esse conceito refere-se aos altos gestores e executivos
da organização.
Para Kotler (2008) o planejamento estratégico é o processo de desenvolvimento que mantêm um
equilíbrio entre os objetivos e recursos da empresa e as mudanças de oportunidades de mercado.
- Planejamento Tático: a palavra “tática” é um elemento que está dentro de uma estratégia. A
estratégia pode ser definida como um conjunto de ações ou os caminhos percorridos para que você
consiga alcançar seus objetivos. As “diretrizes estratégicas são os grandes caminhos adotados para
melhor interagir com o ambiente, dada a missão a ser cumprida” MOSIMANN (1999, pág. 48)
Esse tipo de planejamento faz um desdobramento dos objetivos e ações que são tomadas no
planejamento estratégico, buscando meios para atingi-los. Normalmente são de curto ou médio prazo
e sua função é otimizar parte do que é planejado estrategicamente. Além disso, o planejamento tático
faz a mediação entre os planejamentos estratégico e operacional.
- Planejamento Operacional: a própria palavra já diz: é quem operacionaliza aquilo que é
desdobrado no planejamento tático. O foco desse planejamento está em como fazer, ou seja, nos
métodos operacionais e alocação de recursos necessários.
17
Muito bem! Você conheceu a primeira função de um Administrador. Mas... Será que planejar é algo
realmente simples? Significa colocar um monte de idéias num papel e tentar cumpri-las? É claro que
o planejamento envolve muito mais do que isso. Para planejar é preciso de saber sobre missão,
visão, metas, diretrizes e um monte de outras informações que você estará estudando nas próximas
aulas. Conheça agora mais uma função do administrador.

4.1.2 Organizar
Pois bem! Você se lembra do João, a personagem da historinha inicial dessa aula? Vamos retomá-
la. Uma vez que não teve jeito do João fugir de sua responsabilidade de lavar o carro que havia
pedido emprestado a sua mãe, restava agora ele preparar os materiais necessários para obter o
maior resultado possível. Ah! E ainda convenceu que sua irmã o ajudasse. A essa atividade damos
o nome de organização. Você se lembra que durante a primeira aula conhecemos dois conceitos
para organização? Um referente a um sistema ou uma estrutura e o outro como função administrativa.
A organização nada mais é do que a forma como recursos humanos e materiais necessários na
execução de um plano serão obtidos. Você sabe o que são recursos humanos e recursos materiais?
Vou tentar explicar. Recursos Humanos é o mesmo que pessoas. As pessoas que foram designadas
para executar uma determinada tarefa devem ter consciência dos métodos, materiais e
procedimentos necessários para executá-la. É função do Administrador atrair para a organização
pessoas com o maior potencial possível para exercer o cargo a qual foi designada. Já os recursos
materiais são todas as ferramentas, máquinas e equipamentos necessários a execução do trabalho.
Até a forma como tudo isso está disponibilizado – o que podemos chamar de layout do local, interfere
na execução das atividades. Logo, "organizar é o processo de dispor qualquer conjunto de recursos
em uma estrutura que facilite a realização de objetivos. O processo de organizar tem como resultado
o ordenamento das partes de um todo, ou a divisão de um todo em partes ordenadas." (MAXIMIANO,
2002, pág. 111). Muito bem! Vamos agora conhecer mais uma função?

4.1.3 Dirigir
Depois que o Administrador planejou aquilo que é necessário realizar e organizou as ferramentas
que serão utilizadas na execução, ele precisará garantir a execução do plano por meio das pessoas.
É isso mesmo! Podemos dizer que dirigir é o mesmo que liderar. James Hunter (2004, p. 15) traz o
conceito de liderança como sendo “a habilidade de influenciar pessoas para que trabalhem
entusiasticamente visando atingir os objetivos identificados como sendo para o bem comum”.
Quando existem duas ou mais pessoas reunidas com objetivos comuns, existe a possibilidade de
exercer a liderança. Já o autor Maximiano ao invés de liderar, define o terceiro passo como executar,

18
"o processo de execução consiste em realizar as atividades planejadas que envolvem dispêndio de
energia física e intelectual" (MAXIMIANO, p. 119, 2002).
Veja que no primeiro conceito, liderança aparecendo como sendo uma habilidade. Você conhece o
significado da palavra habilidade? Segundo o Dicionário Houaiss (pág. 354) habilidade é uma
capacidade, uma competência. De acordo com esse conceito, a habilidade pode ser desenvolvida
ao longo do tempo. Vamos retornar a história principal. Se João designou que sua irmã ficasse
responsável por ajudá-lo a lavar o carro de sua mãe, era necessário que ele garantisse que realmente
ela o fizesse. João separou todas as ferramentas necessárias, ensinou como fazer o trabalho e
acompanhou de perto aquilo que era realizado. É claro que muitas vezes o Administrador não poderá
acompanhar de perto o que seu colaborador faz, porém, ele pode designar pessoas para ajudá-lo
nessa atividade. É por isso que existem os gerentes de área que respondem pelo o que acontece no
setor.
Conheça agora mais uma função do Administrador.

4.1.4 Controlar
Controlar... essa palavrinha às vezes soa de uma forma muito negativa para a maioria das pessoas.
O fato é que ninguém gosta de ser controlado. E se substituirmos essa palavra controle por
acompanhamento? Você não acha que ela fica mais leve? Então! Existem várias formas de se
realizar o controle de uma atividade: através de relatórios de produção, gráficos, comparativo de
metas, índices de redução de custos, uma infinidade de situações. O controle é uma forma de
assegurar que tudo ocorre dentro de padrões normais, de acordo com aquilo que foi planejado.
A mãe de João verificou tudo o que ele e sua irmã realizavam e de longe exclamava “A roda do carro
ainda está cheio de barro!!!”... Imagine qual foi o resultado final: um carro brilhante, pronto para uma
próxima aventura!

Você conheceu as funções de um Administrador e pôde perceber que elas se inter-relacionam.


Dentro de uma organização elas não podem ser trabalhadas de forma isolada. Esse é o papel do
verdadeiro Administrador. Garantir que todas elas promovam aquilo que a organização tem como
missão, filosofia e objetivos.
Chegamos ao final de nossa aula. Aqui você teve a oportunidade de conhecer desde a história da
Administração e sua importância do passado até os dias atuais. Não se esqueça que saber
administrar inclui muito mais do que princípios e técnicas. Saber administrar inclui ter um bom
relacionamento com seu próximo.
Realize os objetivos propostos e seja bem vindo ao mundo da Administração!!!

Referências Bibliográficas
19
ASSUNÇÃO, Profa. Ms. Maria Aparecida de. Modelos de gestão no contexto da globalização.
UNIEURO, Cadernos de Administração Nº 3, Brasília, 2003.

Aula 01:
BATEMAN, Thomas S.; SNELL, Scott A. Administração: construindo vantagem competitiva.
Editora Atlas, 1998. ADMINISTRAÇÃO:
CHIAVENATO, Idalberto, Introdução a Teoria Geral da Administração, 7ªCONCEITOS E
edição. Editora Campus,
2003.
IMPORTÂNCIA
CRAINER, Stuart. Os revolucionários da administração. São Paulo, Editora Futura, 2000.

HOUAISS, Antônio; VILLAR, Sales de Mauro; FRANCO, Mello de Manoel Francisco. Dicionário
Houaiss: sinônimos e antônimos. Editora Objetiva, 2003.

HUNTER, James C. O monge e o executivo: uma história sobre a essência da liderança. Editora
Sextante, Rio de Janeiro, 2004.

KOTLER, P. Administração de Marketing: análise, planejamento, implementação e controle. 2ª


edição. São Paulo: Atlas, 2008.

MAXIMIANO, Antonio Amaru. Teoria Geral da Administração: da revolução urbana à revolução


digital. Ed. Atlas, 2002.

MOSIMANN, Clara Pellegrinello; FISCH, Silvia. Controladoria: seu papél na Administração de


Empresas. Ed. Atlas, 1992.

Glossário
- Mercantilismo: O mercantilismo foi um conjunto de teorias e práticas econômicas adotadas e
desenvolvidas pelos governos europeus durante a fase do capitalismo comercial, na Idade Moderna.
- Protecionismo: teoria que propõe um conjunto de medidas econômicas que favorecem as
atividades internas em detrimento da concorrência estrangeira. O oposto desta doutrina é o livre-
comércio.
- Proletário: artesão, operário, trabalhador.

20

Você também pode gostar