Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
CURSO DE ADMINISTRAÇÃO
São Luís
2009
DENISE RIOS DA LUZ – CPD - 738554
FRANCISCO XAVIER BARBOSA JUNIOR – CPD - 733416
MAYARA SALES LIMA – CPD - 726382
NÚBIA LUIZA CALDAS DOS SANTOS – CPD - 728070
TERESINHA PEREIRA MATOS SOUZA – CPD - 718269
THAYS MAYARA DOS SANTOS BEZERRA – CPD - 716960
São Luís
2009
2
SUMÁRIO
Apresentação .................................................................................................... 05
1. Abordagem Clássica da Administração ....................................................... 06
1.1. A Obra de Taylor ................................................................................ 06
1.1.1. Primeiro Período de Taylor ........................................................ 07
1.1.2. Segundo Período de Taylor ........................................................ 09
1.2. Administração como Ciência .............................................................. 10
1.2.1. Organização Racional do Trabalho - ORT ................................ 10
1.2.2. Análise do Trabalho e Estudo dos Tempos e Movimentos ........ 11
1.2.3. Estudo da Fadiga Humana ......................................................... 11
1.2.4. Divisão do Trabalho e Especialização do Operário ................... 12
1.2.5. Desenho de Cargos e Tarefas ..................................................... 13
1.2.6. Incentivos Salariais e Prêmios de Produção .............................. 13
1.2.7. Conceito de Homo Economicus ................................................. 14
1.2.8. Condições de Trabalho .............................................................. 14
1.2.9. Padronização .............................................................................. 15
1.2.10. Supervisão Funcional ............................................................... 15
1.3. Apreciação Crítica da Administração Científica ................................ 16
1.4. Teoria Clássica da Administração ...................................................... 17
1.4.1. A Obra de Fayol ......................................................................... 18
1.5. As Funções Básicas da Empresa ......................................................... 18
1.6. O Conceito de Administração ............................................................. 19
1.6.1. Proporcionalidade das Funções Administrativas ....................... 19
1.6.2. Diferença entre Administração e Organização .......................... 20
1.7. Princípios da Administração para Fayol ............................................. 21
1.8. Administração como Ciência .............................................................. 21
1.8.1. Divisão do Trabalho e Especialização ....................................... 22
1.8.2. Coordenação .............................................................................. 22
1.8.3. Conceito de Linha & Staff ......................................................... 22
1.9. Apreciação Crítica da Teoria Clássica ................................................ 23
2. Abordagem Neoclássica da Administração ................................................. 25
2.1. Teoria Neoclássica da Administração ................................................. 25
2.1.1. Características da Teoria Neoclássica ........................................ 25
3
2.2. Administração como Técnica Social .................................................. 27
2.3. Eficácia x Eficiência ........................................................................... 28
2.4. Centralização x Descentralização ....................................................... 29
2.5. Funções do Administrador .................................................................. 30
2.6. Decorrências da Teoria Neoclássica: Tipos de Organização .............. 30
2.6.1. Organização Linear .................................................................... 30
2.6.2. Organização Funcional .............................................................. 32
2.6.3. Organização Linha Staff ............................................................ 33
2.6.3.1. Funções de um Órgão de Staff ....................................... 35
2.6.3.2. Diferenças entre Org. Linear, Funcional e Linha-Staff .. 35
2.6.4. Organização Colegiada .............................................................. 36
CONCLUSÃO ................................................................................................. 38
REFERÊNCIAS .............................................................................................. 39
4
APRESENTAÇÃO
5
1. ABORDAGEM CLÁSSICA DA ADMINISTRAÇÃO
A administração sempre fez parte da evolução do homem e foi estudada com mais
ou menos intensidade no decorrer dos séculos. Mas só recentemente passou a ser considerada
uma ciência e obteve grandes avanços, proporcionando maior produção, menores custos e
conseqüentemente maiores lucros.
Influenciada principalmente pelas experiências dos seres humanos em sua
evolução e seu comportamento e por diversos segmentos da sociedade como: a Igreja
Católica, as Organizações Militares, surge então, a primeira abordagem administrativa, a
"Clássica", Administração Científica, cujo principal autor é Frederick Winslow Taylor, e a
Teoria Clássica da Administração, desenvolvida por Henri Fayol.
A história da administração se inicia dentro do século XVIII caminhando aí até os
dias da atualidade, nos conceitos de Frederik Winslow Taylor (1856 – 1915) e Henry Fayol
(1841-1925). Dois grandes personagens, mitos da administração mundial. Taylor pioneiro e
Fayol seguidor e aperfeiçoador das obras de Taylor, que por sua vez passou a estudar formas
para o aperfeiçoamento das técnicas de administrativas tanto nas empresas, quanto na
sociedade, buscando esse aperfeiçoamento na ciência.
Taylor iniciou seus estudos da base "o operário" para o topo "Gerentes, donos e
supervisores", trazendo em sua primeira obra "administração de oficinas" o estudo das
técnicas de trabalho realizado pelo operário, se baseando em dois pontos, o tempo e o
movimento, a partir desses pontos ele vai desenvolver outros vários conceitos que serão bem
aceitos. Em um segundo momento Taylor traz uma segunda obra onde fala de princípios de
administração, fundamentos e características, sem deixar de lado os dois pontos iniciais de
seus estudos.
Fayol seguindo os passos de Taylor dentro de uma ciência deu sua contribuição
com a previsão e métodos adequados de gerência. Fez algo que Taylor também fez só que de
traz para frente, estudou do topo para a base. Deu certo mesmo Taylor defendendo um
pluralismo na organização e Fayol fosse partidário da centralização. Fayol trouxe as funções
básicas das empresas passo a passo, princípios universais e gerais.
6
sociais e empresariais decorrentes da Revolução Industrial. Iniciou sua vida profissional como
operário, em 1878, passando a capataz, contramestre, chefe de oficina e a engenheiro em 1885
quando se formou. Naquela época estava em moda o sistema de pagamento por peça ou por
tarefa. Os patrões procuravam lucrar ao máximo na hora de fixar os preços da tarefa e os
operários viam como alternativa a redução a um terço do ritmo de produção das máquinas,
procurando compensar desta forma o pagamento por peça determinado pelos patrões. Isso
levou Taylor a estudar o problema de produção nos seus mínimos detalhes, pois não podia
decepcionar seus patrões, graças ao seu progresso na companhia, nem decepcionar seus
colegas de trabalho.
A característica do estudo de Taylor é a busca de uma administração científica.
Por isso, é visto como o prenunciador da teoria da administração científica. Taylor via
necessidades de aplicar métodos à administração para assegurar a máxima produção ao
mínimo custo.
Taylor iniciou suas experiências e estudos pelo trabalho do operário e, mais tarde,
generalizou as suas conclusões para Administração Geral. Sua teoria seguiu um caminho
generalizado de baixo para cima e das partes para o todo. Em 1900, começou a revelar ao
público as suas teorias acerca de Administração Científica. Registraram cerca de 50 patentes
de invenções sobre máquinas, ferramentas e processos de trabalho. O primeiro período de
Taylor à época da publicação do seu livro Shop Management (Administração de Oficinas -
1903), onde o autor se preocupa exclusivamente com as técnicas de realização do trabalho do
operário, através do estudo de tempos e movimentos (motion-time study). Taylor começou por
baixo, junto dos operários do nível de execução, efetuando um paciente trabalho de análise
das tarefas de cada operário. Verificou que o operário médio produzia muito menos do que
era potencialmente capaz com os equipamentos disponíveis. Concluiu que se o operário
diligente que é mais predisposto à produtividade perceber que no final acabará ganhando
exatamente a mesma remuneração que seu colega menos interessado e menos produtivo,
acabará se acomodando, perdendo o interesse e não produzindo de acordo com a sua
capacidade. Daí, a necessidade de criar condições de pagar mais àquele que produz mais.
Ao primeiro período pertencem os seguintes princípios aplicados às funções de
supervisão:
7
a) Atribuir a cada trabalhador a tarefa mais elevada possível, de acordo com
suas aptidões pessoais.
b) Solicitar a cada trabalhador, uma produção nunca inferior ao padrão
estabelecido.
c) Atribuir aos trabalhadores tarifas de remuneração por unidade produzida,
tarifas estas que serão satisfatórias para aqueles que alcancem o padrão
estabelecido.
Desenvolveu o estado cronometrado dos tempos e movimentos, decompondo
analiticamente o trabalho dos operários, visando a racionalizá-lo e a simplificá-lo, a fim de
obter maior rendimento com menor esforço e com maior remuneração. Trata-se de decompor
uma operação industrial em seus diversos elementos, componentes, verificando quantos
segundos e fração de segundos dura cada uma e todas as operações. O estudo de tempos e
movimento cria condições para a reestruturação das operações industriais eliminando ao
máximo os movimentos desnecessários e economizando energia e tempo. Observando a
metódica e pacientemente a execução das tarefas a cargo dos operários, Taylor viu a
possibilidade de decompor cada tarefa em uma série ordenada de movimentos simples, cuja
duração podia ser medida. Através de tal sistema, era possível especializar o pessoal em cada
tarefa e selecioná-lo de tal forma admitir ao serviço apenas àqueles agentes capazes de
executar sua tarefa dentro do tempo considerado conveniente e utilizando os demais em outras
tarefas, para as quais revelassem habilidade suficiente. Assim, era possível atribuir a cada
operário, a tarefa mais adequada a suas condições físicas e aptidões, dando-lhe possibilidade
de receber em compensação, um salário bem superior à média.
Entre as numerosas vantagens do controle dos tempos e movimentos, destacam-
se:
a) Eliminar os movimentos inúteis e substituí-los por outros eficazes;
b) Tornar mais eficaz e racional a seleção e treinamento do pessoal;
c) Ter uma base segura para melhorar a eficiência do trabalho e
consequentemente, o rendimento da produção;
d) Distribuir uniformemente o trabalho, para que não haja períodos de falta
ou excesso de trabalho;
e) Ter uma base uniforme para a fixação de salários eqüitativos e para a
concessão de prêmios por aumento de produção;
f) Calcular com mais precisão o custo unitário e, por conseguinte, preço de
venda dos produtos.
8
O ponto de partida da organização racional do trabalho pode ser reduzido aos
seguintes aspectos fundamentais:
a) Ciência em lugar do empirismo e da improvisação: reunir todo o
conhecimento tradicional relativo ao trabalho num corpo sistematizado de
serviços, métodos e processos;
b) Seleção e treinamento dos trabalhadores: selecionar racional e
cientificamente o trabalhador e o seu treinamento e o desenvolvimento;
c) Articular o trabalho com a ciência: cooperar cordialmente com o
trabalhador selecionado e treinado, colocando a sua disposição aqueles
conhecimentos reunidos e sistematizados.
Divisão do trabalho e das responsabilidades:
a) Planejamento a cargo da gerência;
b) Execução a cargo dos operários e de seus supervisores.
O que Taylor procurava era:
a) Eliminação de todo desperdício de esforço humano;
b) Maior insistência em que os operários se adaptem a própria tarefa;
c) Maior cuidado em treinar os operários de maneira que respondam às
exigências de seus respectivos trabalhos;
d) Maior especialização de atividades;
e) Estabelecimento de normas de atuação laboral bem detalhada.
9
1.2. ADMINISTRAÇÃO COMO CIÊNCIA
Ciência Empirismo
Harmonia Discórdia
versus
Cooperação Individualismo
Rendimento Máximo Produção Reduzida
Desenvolvimento de cada homem no sentido de alcançar maior eficiência.
10
1.2.2. ANÁLISE DO TRABALHO E ESTUDO DOS TEMPOS E
MOVIMENTOS
11
a) Diminuição da Produtividade
b) Perda de Tempo
c) Doenças
d) Acidentes
e) Diminuição da Capacidade de Esforço
Com isto a Administração Científica pretendia racionalizar os movimentos,
eliminando aqueles que produzem fadiga e que estejam ou não relacionados com a tarefa
executada pelo trabalhador.1
1
Atualmente nos referimos a esse tipo de estudo como Ergonomia.
12
Tarefa é toda e qualquer atividade executada por alguém no seu trabalho dentro
da organização. A tarefa constitui a menor unidade possível dentro da divisão do trabalho em
uma organização.
Cargo é o conjunto de tarefas executadas de maneira cíclica ou repetitiva. Cada
cargo tem um ou mais ocupantes (pessoas) que executam determinadas tarefas específicas.
Desenhar um cargo é especificar seu conteúdo (tarefas), os métodos de executar
as tarefas e as relações com os demais cargos existentes. O desenho de cargos é a maneira
pela qual um cargo é criado, projetado e combinado com outros cargos para execução das
tarefas maiores. Pela descrição de tarefas e cargos, e pela simplicidade de cargos, o ocupante
pode aprender rapidamente os métodos prescritos, exigindo um mínimo de treinamento,
permitindo um controle e acompanhamento visual por parte do supervisor.
A simplificação no desenho de cargos manuais permite as seguintes vantagens:
Para que o operário colabore com a empresa e trabalhe dentro dos padrões de
tempo previstos, Taylor e seus seguidores desenvolveram planos de incentivos salariais e
prêmios de produção. A idéia básica era a de que a remuneração baseada no tempo
(empregados mensalistas, diaristas ou horistas) não estimulava ninguém a trabalhar mais e
deveria ser substituída por remuneração baseada na produção de cada operário (salário por
peça).
A implantação da Administração Científica levou o operário americano a ser um
dos operários mais bem pagos do mundo industrializado e detentor de elevado padrão de vida
graças aos seus salários. Contudo, esse operário de bom salário e de bom padrão de vida teve
de suportar durante longas décadas o seu trabalho simples, repetitivo, padronizado,
robotizado.
13
1.2.7. CONCEITO DE HOMO ECONOMICUS
1.2.9. PADRONIZAÇÃO
2
Também incluído atualmente no estudo da Ergonomia.
14
A Organização Racional do Trabalho se preocupou com a padronização dos
métodos de trabalho, através da seleção, por métodos científicos, da melhor maneira de
executar uma tarefa. Preocupou-se também com a padronização das máquinas e
equipamentos, ferramentas e instrumentos de trabalho, matérias primas e componentes,
no sentido de reduzir a variabilidade e a diversidade no processo produtivo e,
consequentemente eliminar o desperdício e aumentar a eficiência.
Com a Administração Científica, a padronização passa a ser uma preocupação
constante na obtenção da eficiência. A padronização pode conduzir à simplificação, à medida
que a uniformidade obtida reduza a variabilidade e as exceções que complicam as coisas. 3
3
Hoje temos a ISO, que é um processo formal de padronização das rotinas e processos em empresas de qualquer
ramo de atividade.
15
1.3. APRECIAÇÃO CRÍTICA DA ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA
16
somente estavam essencialmente corretos, como foram bem aceitos pela administração. Com
respeito às questões das relações entre a administração, mão-de-obra e trabalho
individualizado, é provável que Taylor estivesse apenas parcialmente correto, e só foi
parcialmente aceito.
Quanto às seguintes críticas e acusações, estão totalmente falsas: modelo
inadequado de Taylor da motivação do trabalhador, ignorância de fatores sociais,
autoritarismo, tratamento de homens como se fossem máquinas, exploração de trabalhadores,
anti-sindicalismo, e desonestidade pessoal. Varias beiram o ridículo. A acusação de excesso
de especialização parece ser parcial, mas não totalmente justificada.
Considerando que já se passou aproximadamente um século da morte de Taylor e
que nesse período ocorreu uma explosão do conhecimento, o registro do seu pensamento é
notável. O ponto fundamental não é, como se diz freqüentemente, que ele estava certo no
contexto de sua época, mas, que atualmente está ultrapassado, e sim que a maioria dos seus
conceitos ainda são válidos.
17
Fayol expôs sua Teoria de Administração em seu famoso livro “Administration
Industrielle et Générale”, publicado em Paris em 1916. Exatamente como Taylor, Fayol
empregou seus últimos anos de vida à tarefa de demonstrar que, com previsão científica e
métodos adequados de gerência, resultados satisfatórios eram inevitáveis.
Assim como nos Estados Unidos a Taylor Society foi fundada para divulgação e
desenvolvimento de sua obra, na França o ensino e o desenvolvimento da obra de Fayol
deram motivo à fundação do Centro de Estudos Administrativos.
Fayol parte da pressuposição de que toda empresa pode ser dividida em seis
grupos, a saber:
18
3. Comandar: dirigir e orientar o pessoal.
4. Coordenar: ligar, unir, harmonizar os atos e esforços coletivos.
5. Controlar: verificar que tudo ocorra de acordo com as regras estabelecidas e as ordens
dadas.
Níveis Hierárquicos
FUNÇÕES ADMINISTRATIVAS Mais Altos
- Prever
- Organizar
- Comandar
- Coordenar
- Controlar
OUTRAS
FUNÇÕES Mais Baixos
NÃO-ADMINISTRATIVAS
19
Z
1.6.2. DIFERENÇA ENTRE ADMINISTRAÇÃO E ORGANIZAÇÃO
20
V. Unidade de Direção: uma cabeça e um plano para cada grupo com mesmo objetivo.
VI. Subordinação dos interesses individuais aos interesses gerais
VII. Remuneração de Pessoal: justa e garantida satisfação para os empregados e a
organização.
VIII. Centralização: concentração de autoridade no topo de organização.
IX. Cadeia escalar: linha de autoridade do nível mais alto ao mais baixo.
X. Ordem: material e humana. Um lugar para cada coisa.
XI. Eqüidade: amabilidade e justiça = lealdade.
XII. Estabilidade e duração do pessoal: (num cargo) quanto mais tempo, melhor. Rotação
possui efeito negativo.
XIII. Iniciativa: visualizar um plano e assegurar seu sucesso.
XIV. Espírito de equipe: harmonia e união.
Todos os autores da Teoria Clássica são unânimes em afirmar que se deve estudar
e tratar a organização e a Administração cientificamente, substituindo o empirismo e a
improvisação por técnicas científicas - Ciência da Administração, ensino nas escolas e
faculdades. Fayol e Taylor, apesar de não terem se comunicado entre si e tenham partido de
pontos de vista distintos e mesmo opostos, os dois trabalhos possuíam diversas semelhanças
entre si, e constituíram a base da teoria da administração.
1.8.1. DIVISÃO DO TRABALHO E ESPECIALIZAÇÃO
21
b) Horizontalmente: Diferentes tipos de atividades desenvolvidas na
organização.
1.8.2. COORDENAÇÃO
Essa organização linear apresenta uma forma piramidal. Nela ocorre a supervisão
linear, baseada na unidade de comando e que é o oposto à supervisão funcional de Taylor. Na
organização linear os órgãos de linha, ou seja, os órgãos que compõem a organização, seguem
22
rigidamente o princípio escalar (autoridade de comando). Porém, para que os órgãos de linha
possam executar suas atividades especializadas, tornam-se necessários órgãos prestadores de
serviço especializados, como assessoria, recomendações, conselhos, e outros. Esses não
obedecem ao conceito de princípio escalar nem possuem autoridade de comando.
Tais serviços e assessorias não podem ser impostos obrigatoriamente aos órgãos
de linha, mas simplesmente oferecidos. Sua autoridade - chamada de autoridade de staff - é
simplesmente autoridade de especialista e não autoridade de comando.
23
2. ABORDAGEM NEOCLÁSSICA DA ADMINISTRAÇÃO
24
A Teoria Neoclássica da Administração representa o ressurgimento das Teorias
Clássica e Científica de Administração, retomando diversos dos assuntos abordados por essas
teorias, aplicando novos pontos de vista, novas abordagens, ampliando o campo de atuação do
administrador, e consolidando assim essa ciência. Os temas abordados pelas abordagens
clássica e neoclássica ainda são considerados de extrema importância até os dias de hoje,
ressalvando-se a flexibilidade e a volatilidade exigidas pelo meio ambiente e pela tecnologia.
A Teoria Neoclássica caracteriza-se por uma forte ênfase nos aspectos práticos da
administração, pelo pragmatismo e pela busca de resultados concretos e palpáveis, muito
embora não se tenha descurado dos conceitos teóricos da administração. Os autores
neoclássicos buscam desenvolver os seus conceitos de forma prática e utilizável, visando
principalmente à ação administrativa. A teoria só tem valor quando operacionalizada na
prática.
A Teoria Neoclássica é quase como que uma reação à enorme influência das
ciências do comportamento no campo da Administração em detrimento dos aspectos
econômicos e concretos que envolvem o comportamento das organizações. E, para tanto,
retomam grande parte do material desenvolvido pela Teoria Clássica, redimensionando-o e
reestruturando-o de acordo com as contingências da época atual, dando-lhe uma configuração
mais ampla e flexível.
25
soluções administrativas práticas. Os administradores são essenciais a qualquer empresa
dinâmica e bem-sucedida. São homens que devem planejar, dirigir e controlar as operações do
negócio. Os aspectos básicos da administração são comuns a qualquer tipo de
empreendimento humano.
Como quase todos os autores da Teoria Clássica, os Neoclássicos também se
preocupam em estabelecer os princípios gerais de administração capazes de orientar o
administrador no desenvolvimento de suas funções. Esses princípios gerais, apresentados de
forma e conteúdos variados por parte dos autores, procuram definir a maneira pela qual o
administrador deve planejar, organizar, dirigir e controlar o trabalho de seus subordinados.
Os princípios têm um papel na Administração equivalente ao das leis nas ciências
físicas, pois visam demonstrar uma relação de causa-efeito. Enquanto a lei é uma
demonstração de certos fenômenos que, uma vez conhecidos, são inevitáveis sob certas
condições, um princípio é uma proposição geral aplicável a determinados fenômenos para
proporcionar um guia para a ação.
Toda organização existe, não para si mesma, mas para alcançarem objetivos e
produzir resultados. É em função de seus objetivos e resultados que organização deve ser
dimensionada, estruturada e orientada. Um dos melhores produtos da Teoria Neoclássica é a
chamada APO - Administração por Objetivo, que será tratada mais adiante, em seu curso.
Enquanto a Administração Científica punha ênfase nos métodos e na
racionalização do trabalho e a Teoria Clássica punha ênfase nos princípios gerais de
administração, a Teoria Neoclássica considera os meios na busca da eficiência, mas enfatiza
fortemente os fins e resultados, na busca de eficácia. Há um forte deslocamento para os
objetivos e resultados.
As organizações não vivem para si próprias, mas são meios, são órgãos sociais
que visam à realização de uma tarefa social. A sobrevivência - objeto típico da espécie
biológica - não é um objetivo adequado da organização. O objetivo da organização está fora
dela, e é sempre uma contribuição específica para o indivíduo e para a sociedade.
26
Os autores neoclássicos, embora se baseiem fortemente na abordagem clássica,
são amplamente ecléticos, absorvendo conteúdo de quase todas as outras teorias
administrativas, dentre elas a Teoria das Relações Humanas, a Teoria da Burocracia, a Teoria
Estruturalista, a Teoria Behaviorista, a Teoria matemática e a Teoria de Sistemas. Devido a
esse ecletismo é que consideramos a Teoria Neoclássica como uma Teoria Clássica atualizada
com os conceitos da Administração moderna e dentro do figurino eclético que apresenta a
formação do administrador hoje.
27
aplicados e o produto final obtido: é a razão entre o esforço e o resultado, entre a despesa e a
receita, entre o custo e o benefício resultante.
A eficiência se preocupa em fazer corretamente as coisas e da melhor maneira
possível. Daí a ênfase nos métodos e procedimentos internos. A eficácia se preocupa em fazer
as coisas corretas para atender às necessidades da empresa e do ambiente que a circunda.
28
As decisões são mais consistentes com os Administradores nos níveis inferiores estão
objetivos empresariais globais. distanciados dos objetivos globais.
Elimina esforços duplicados e reduz custos As linhas de comunicação mais distanciadas
operacionais com a descentralização. provocam demoras e maior custo
operacional.
Certas funções – como compras – promovem Pelo envolvimento de muitas pessoas, cresce
maior especialização e aumento de a possibilidade de distorções e erros pessoais
habilidades com a centralização. no processo.
A centralização ocorre quando a autoridade é retida e circunscrita nas mãos do
executivo máximo da organização.
Vantagens da Descentralização Desvantagens da Descentralização
As decisões são tomadas mais rapidamente Pode ocorrer falta de informação e
pelos próprios executores da ação. coordenação entre os departamentos
envolvidos.
Tomadores de decisão são os que têm mais Maior custo pela exigência de melhor seleção
informações sobre a situação. e treinamento dos administradores médios.
Maior participação no processo decisorial Riscos da subjetivação: os administradores
promove motivação e moral elevado entre os podem defender mais objetivos
administradores médios. departamentais do que os empresariais.
Proporciona excelente treinamento para os As políticas podem variar por departamento.
administradores médios.
2.5. FUNÇÕES DO ADMINISTRADOR
29
2.6. DECORRÊNCIAS DA TEORIA NEOCLÁSSICA: TIPOS DE
ORGANIZAÇÃO
Organização Linear
31
A organização funcional é o tipo de estrutura organizacional que aplica o
princípio funcional ou princípio da especialização das funções. Muitas organizações da
Antiguidade utilizavam o princípio funcional para diferenciação de atividades ou funções. O
princípio funcional separa, distingue e especializa: é o germe do staff.
Organização Funcional
32
Esfera de aplicação da organização funcional:
A organização funcional deve ser restrita aos seguintes casos:
1. Quando a organização, por ser pequena, tem uma equipe de especialistas
bem entrosada, reportando-se a um dirigente eficaz e orientada para
objetivos comuns muito bem definidos e colocados;
2. Quando, em determinadas circunstâncias e tão-somente, a organização
delega, durante certo período, autoridade funcional a algum órgão
especializado sobre os demais órgãos, a fim de implantar alguma rotina ou
procedimento ou a fim de avaliar e controlar alguma atividade.
33
Desvantagens:
1. Possibilidade de conflito entre os elementos de
linha e da staff;
2. O elemento de Staff não tem autoridade linear
sobre os subordinados e como agente de linha não tem tempo nem
preparação para se especializar;
3. Existência de conflitos que surgem devido ao
elemento de Staff ser um profissional enquanto o de Linha é um homem de
prática;
4. Requer hábil coordenação das orientações ou
sugestões emandadas do Staff;
5. Reduz o espírito de iniciativa dos chefes de
Linha.
S S
S S
L L L L
Gráfico de uma Estrutura Linha-Staff
• Consultoria
Nível
• Institucional
Assessoramento
•
Aconselhamento
• Nível
Intermediário
34
• Prestação de serviços especializados
Nível Operacional
• Execução de serviços especializados
2.6.3.2. DIFERENÇAS ENTRE ORGANIZAÇÃO LINEAR, FUNCIONAL E
LINHA-STAFF:
35
adequada o processo de tomada de decisão, dificultado ainda mais pela diversidade e
complexidade das múltiplas funções desenvolvidas. Assim, na chefia colegiada, não mais
existe um grande chefe tomando as decisões políticas e estratégicas da empresa, mas uma
pluralidade de membros, de diferentes profissões, dividindo as responsabilidades, competindo
a esse grupo o poder decisório maior.
Contudo, essa pluralidade de membros, sejam conselheiros ou diretores, preserva
a unidade de direção, no sentido de que prevalece a vontade da maioria, cabendo ao
executivo-chefe a responsabilidade pela execução, fazendo cumprir a decisão do colegiado ao
longo da empresa.
Outrossim, reconhecendo essa situação, a Lei nº 6.404, de 15-12-76, estabelece
que as sociedades anônimas podem optar pelo sistema de administração em que toda a
gerência da empresa é atribuída a um único órgão colegiado, a diretoria, ou pelo sistema em
dois órgãos colegiados repartem a responsabilidade gerencial, ou seja, o conselho de
administração e a diretoria executiva, sendo o primeiro mais de caráter político, normativo, e
o segundo responsável pela execução das políticas e diretrizes gerais traçadas pelo conselho
de administração. A Lei nº 6.404, citada, estabelece as competências dos órgãos referidos
(arts. 138, 142 e 132), convindo acrescentar que um mesmo executivo preside os dois
colegiados, daí possuir o voto de qualidade.
Respaldadas nessa legislação, as empresas brasileiras de grande porte, públicas ou
privadas, criaram ou mantiveram em suas organizações ou dois órgãos colegiados, o Conselho
de Administração e a Diretoria Executiva. Só que no Brasil, andando na contramão da
história, o conselho de administração, salvo as exceções de sempre, é apenas um oásis em que
se instalam as grandes figuras do passado das empresas, sem nenhuma responsabilidade
efetiva quanto a sua gestão, que fica unicamente por conta da diretoria colegiada. Como,
normalmente, o presidente do conselho exerce a presidência da diretoria, alguns entendem
que basta essa dualidade, com o voto de Minerva que lhe é peculiar, para o conselho atuar.
Todavia, esse papel contemplativo do Conselho de Administração não é o que
prescreve a Lei das S.A. nem é a tônica dos países cêntricos, onde, nas modernas
organizações, está se processando, há alguns poucos anos, uma modificação profunda,
separando-se a figura do Conselho de Administração da figura do Presidente da Diretoria
Executiva. Pelas idéias modernantes, o Conselho de Administração deve traçar políticas e
estratégias para a companhia – como representante que é dos acionistas – e vigiar o
cumprimento do que ficar decidido, questionando o desempenho da Diretoria Executiva
diante dos resultados alcançados pela empresa. Os analistas organizacionais entendiam que os
36
antigos conselhos, com suas atuações permissivas e passivas, tinham a tendência de não
avaliar o desempenho das diretorias executivas com a criatividade suficiente, impondo-se a
mudança.
Portanto, a estrutura colegiada ou tipo comissão, caracteriza-se por:
1. Direção plural ou colegiada: a tomada de
decisões pertence ao grupo;
2. A responsabilidade de execução é impessoal;
3. Poderes restritos dos membros;
4. Situa-se me nível hierárquico superior;
5. As ordens partem de um grupo para cada
empregado, mas cada empregado só tem um chefe imediato;
6. Denominações características: junta,
comissão, conselho, tribunal, diretoria, etc.
São as vantagens da estrutura colegiada:
1. Facilitar a participação de especialistas;
2. Julgamento impessoal;
3. Pontos de vistas mais gerais.
São as desvantagens da estrutura colegiada:
1. Fraque na direção das operações cotidianas;
2. Decisões mais demoradas;
3. Responsabilidades mais diluídas.
CONCLUSÃO
O primeiro mérito de Taylor reside no fato dele ter feito na administração “uma
abordagem científica”. Esta abordagem está baseada em fatos comprovados, não em tradição,
costumes, adivinhação ou opinião pessoal. O estudo do Tempo e Movimento de Taylor, onde
é feita a subdivisão do trabalho nos elementos ou movimentos que o constituem, a fim de
eliminar a ineficiência e o esforço inútil, até nos dias de hoje é uma prática adotada como
37
metodologia administrativa. As ferramentas e procedimentos padronizados também são
utilizados atualmente. A tarefa que Taylor determinou para cada operário, baseada em estudo
de tempos, atualmente é aplicada como o que chamamos de “meta” de trabalho.
Por outro lado, o Trabalho Individualizado pregado por Taylor como forma de
incentivo aos trabalhadores, é um conceito que atualmente não está muito em uso, pelo
contrário, a Teoria Administrativa atual enfatiza o desenvolvimento das tarefas em grupo.
Outro conceito de Taylor que atualmente é questionado é o do incentivo monetário que,
apesar das críticas, ainda é muito utilizado pelas empresas. Taylor via o treinamento dos
funcionários como uma responsabilidade da gerencia, o que, atualmente é um conceito muito
utilizado pelos gerentes. A seleção científica pregada por Taylor como a melhor forma de
contratação de pessoas corretas para as funções a serem desempenhadas, foi um esboço do
que se conhece atualmente na área da Psicologia Industrial e da Administração de Pessoal.
Dessa forma, tanto as teorias desenvolvidas por Taylor, como as de Fayol,
sofreram críticas por serem eminentemente mecanicistas e, até mesmo, motivadas no sentido
da exploração do trabalhador, como se fora uma máquina. Principalmente a partir da
contribuição de psicólogos e sociólogos, iniciada com Elton Mayo e Mary Parker Follet,
surgem outras escolas de Administração, a começar pela Escola de Relações Humanas. A
partir daí, as teorias de Taylor são vistas como distorcidas, do ponto de vista do trabalhador,
considerado uma simples peça no processo de produção e submetido a uma supervisão de
policiamento. Por outro lado, não corresponde à verdade o conceito genérico de que o
trabalhador não tem outros interesses e motivações senão os representados pela recompensa
financeira.
Por fim, a abordagem neoclássica nada mais é do que a redenção da Teoria
Clássica devidamente atualizada e redimensionada aos problemas administrativos atuais e ao
tamanho das organizações de hoje, ou seja, a Teoria Neoclássica é exatamente a Teoria
Clássica colocada no figurino das empresas de hoje, dentro de um ecletismo que aproveita a
contribuição de todas as demais teorias administrativas.
REFERÊNCIAS
38
em:
<http://www.administradores.com.br/artigos/eficiencia_e_eficacia_conceitos_distintos_porem
_interligados/11978/> Acesso em: 10 mai. 2009.
MAXIMIANO, Antônio Cesar. Introdução à Administração. 5ª Edição. São
Paulo: Atlas, 2000.
__________________________. Teoria Geral da Administração: da Escola
Científica à Competitividade na Economia Globalizada. 2ª Ed., São Paulo: Atlas, 2000.
MOTTA, Fernando C. Prestes; VASCONCELOS, Isabella F. Gouveia de. Teoria
Geral da Administração. 3ª Ed., São Paulo: Thomson Learning, 2002.
ROBBINS, Stephen Paul. O Processo Administrativo Integrando Teoria e
Prática. 1ª ed. São Paulo: Atlas, 1978.
39