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Administração
Fabiano de L ima Tyk alowitz
União Educacional de Cascavel
NOSSO TEMA
Neste nosso primeiro Tema, estudaremos a evolução das escolas da Adminis-
tração e suas bases históricas, no qual você compreenderá que todas elas apre-
sentaram contribuições e ideias que são utilizadas na atualidade.
Vamos entender como foi essa evolução a partir de diferentes enfoques, ou seja,
de acordo a Teoria Administrativa, que no início possuía maior ênfase nas ta-
refas, depois na estrutura, nas pessoas, no ambiente e que hoje possui foco na
tecnologia.
1.1 Administração
Você sabe o que é uma organização e como ela é administrada? Você sabe como
surgiram as organizações? E quanto às diversas Teorias da Administração, sa-
beria dizer de onde vieram? Essas bases históricas são fundamentais para com-
preender a evolução da Administração, enquanto arte ou ciência.
Propósito definido:
trata-se de um
objetivo ou conjunto
de objetivos que
buscamos alcançar.
Estrutura sistemática:
Organização o comportamento dos membros
de uma organização deve seguir
uma estrutura sistemática
Pessoas: formada pela criação de regras e
são as pessoas regulamentos, por exemplo, que
que compõem a identificam alguns membros
organização. como “chefes” ou estabelecem
descrições de cargos de forma
que os membros saibam o que
deverão fazer.
1.1.1 Planejamento
O planejamento se refere à primeira função administrativa, pois serve de base
para as demais. O planejamento é a função administrativa que determina ante-
cipadamente os objetivos que devem ser atingidos e o que devemos fazer para
alcançá-los.
intuitiva, mas passa a atuar de forma profissional e focada, o que facilita o seu
desenvolvimento e sua sustentabilidade.
1.1.2 Organização
O segundo passo do processo de administrar é a organização que consiste em de-
finir a melhor forma de executar o que foi planejado. A eficiência das operações é
muito importante, nesse momento.
1.1.3 Liderança
Uma das funções mais difíceis de definir é a Liderança, devido à sua complexidade
ou, ainda, à sua variedade de conceitos. De toda forma, liderar é usar de habilida-
des técnicas, conceituais e, principalmente, humanas, para que junto das demais
pessoas possamos alcançar o resultado almejado.
Assim, podemos dizer que liderar significa dirigir, influenciar e motivar os empre-
gados a realizar tarefas consideradas essenciais.
1.1.4 Controle
Para saber se o que foi planejado e organizado está gerando os resultados espera-
dos utilizamos o Controle que nada mais é do que medir o sucesso ou o insucesso
de todo o procedimento administrativo. Controlar é imprescindível para garantir
a eficiência e a eficácia da Administração. A função de controle pode ser dividida
em quatro elementos:
Habilidade Conceitual
(Ideias/conceitos/abstrações)
Aquilo que o funcionário realiza denominamos de tarefa, isto é, sua função espe-
cífica na organização. As linhas do método de trabalho da organização são defi-
nidas pelo nível de interação que o funcionário estabelece com a sua tarefa. A
partir das tarefas realizadas, e da eficiência estruturada dos processos, é possível
simplificar o trabalho administrativo, criando um caminho alternativo à visão de
preocupação. Essa eficiência é ideal para uma organização.
Dessa forma, o ambiente, que é tudo aquilo que circunda, funciona como agente
influenciador e influenciável. Sendo genérico e comum o ambiente geral, ou seja,
aquele que afeta direta ou indiretamente toda e qualquer organização e constitui-
-se de: tecnologia, legalidade, política, economia, demografia e cultura.
LEITURA COMPLEMENTAR
Para que você tenha um melhor entendimento sobre o que tratamos neste
tópico, leia o artigo “Influências históricas na Administração Moderna”,
escrito por Júlio Ernesto Colla.
REFERÊNCIAS
CHIAVENATO, I. Introdução à Teoria Geral da Administração. 7. ed.
rev. e atual. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003.
1.2.1 Influências
Estudaremos agora as principais influências que a Teoria da Administração so-
freu ao longo do tempo. Você perceberá que algumas são bastante curiosas.
Acompanhe.
• Suméria
Na civilização da Suméria, há 5.000 anos, foram encontrados os mais antigos
documentos escritos que contêm provas detalhadas das práticas de controle
administrativo. Os sacerdotes da época coletavam e administravam grandes
somas de bens e valores, tendo de prestar contas de sua gestão, isso, por sua
vez, caracterizava uma prática de fiscalização administrativa.
Esses documentos sumérios, que são descrições de seus inventários, foram pos-
teriormente utilizados para fins litúrgicos.
• Egito
Relata-se que no Egito, algumas pirâmides tinham mais de cem homens envol-
vidos em sua construção, e que em virtude de problemas com transporte, alo-
jamento e administração, levaram anos para serem construídas. Temos, nesse
caso, um bom exemplo de planejamento ou falta dele.
• Babilônia
Na Babilônia, sob o reinado de Hamurabi, as cidades ao longo do vale foram
obrigadas a se unirem para manterem a paz e estabelecerem uma legislação,
que abrangia a propriedade pessoal, rural, o comércio, os negócios, a família e o
trabalho. A essas leis foi dado o nome de “Código de Hamurabi”, que vigorou no
período de 2.000 a 1.700 a.C. e representava um pensamento administrativo.
20 FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO GRADUAÇÃO UNIVEL EAD
• Filósofos
A Filosofia influenciou e muito a Administração. Segundo Sócrates, filósofo gre-
go, a Administração tinha a ver com habilidade pessoal, estando separada do
conhecimento técnico e da experiência.
Por outro lado, Platão, discípulo de Sócrates, voltou sua preocupação para os
problemas inerentes ao desenvolvimento social e cultural do povo grego, em
que defendia a forma democrática de governo e de administração.
© Stefanos Kyriazis
Fonte: 123RF.
• se tiver que fazer o mal, o príncipe deve fazê-lo de uma só vez. O bem deve
fazê-lo aos poucos;
© creativehearts
Fonte: 123RF.
Nem sempre é o pior para a sociedade o fato de esse fim não fazer parte da in-
tenção do indivíduo, pois ao buscar seu próprio interesse, frequentemente, ele
tende a promover os interesses da sociedade, de maneira mais eficiente do que
quando realmente tem a intenção de promovê-lo.
nação funcional. Sob o comando de uma só cabeça executiva, o Papa, essa enor-
me organização mundial pôde operar satisfatoriamente.
Fonte: 123RF.
Evolução das escolas de Administração e suas bases históricas | TEMA 1 25
Clausewitz não poderia imaginar que mais de 150 anos depois de escrever seu
“Tratado Sobre a Guerra e Princípios de Guerra”, suas lições de tática e estraté-
gia ultrapassariam as barreiras militares e se constituiriam em uma profunda
reflexão sobre o mundo dos negócios e seu ambiente competitivo. Na verdade,
ele simplesmente se antecipou à Escola de Administração Científica de Taylor.
Dessa forma, a organização militar pela sua unidade de comando e rígida hie-
rarquia de elementos, até hoje influencia as empresas modernas, contribuindo
enormemente para o desenvolvimento das teorias da Administração, ao longo
do tempo.
• Avanços tecnológicos
As estradas de ferro foram consideradas o maior negócio empresarial, nos Esta-
dos Unidos, em meados de 1820, e o desenvolvimento urbano acarretou novas ne-
cessidades de habitação, alimentação, roupa, luz e aquecimento. Novas invenções
marcaram o período de 1860 a 1900, provocando o desenvolvimento tecnológico.
• Gestão do conhecimento
Quando falamos da Era da Informação, temos como recurso mais importante
o capital intelectual, baseado no conhecimento. O capital financeiro continua
com sua importância, mas ele depende do conhecimento e de como aplicá-lo e
rentabilizá-lo de forma adequada.
O conhecimento está na cabeça das pessoas, pois são elas que o aprendem, o
desenvolvem e o aplicam, utilizando-se dos demais recursos organizacionais.
LEITURA COMPLEMENTAR
Você pode aprofundar o seu entendimento e a compreensão sobre como
as teorias administrativas evoluíram em decorrência das necessidades que
surgiram ao longo do tempo, lendo o artigo “Teorias administrativas: a
evolução em decorrência das necessidades”, de Souza Junior et al. (2009).
REFERÊNCIAS
CHIAVENATO, I. Introdução à Teoria Geral da Administração. 7. ed.
rev. e atual. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003.
Fonte: 123RF.
Dessa forma, o modelo industrial, estipulado no século XVIII, sofreu diversas mu-
danças e aprimoramentos que marcaram essa busca constante por novidades, nos
levando a compreender que, a partir de 1850, uma nova onda tecnológica sedi-
mentou a chamada Segunda Revolução Industrial (CHIAVENATO, 2003).
Fonte: 123RF.
Evolução das escolas de Administração e suas bases históricas | TEMA 1 33
Ford foi um homem capaz de associar uma produção altamente eficiente, com
grandes volumes de produção, usando, para tanto, uma produção verticalmente
integrada, associada a altos salários e a baixos preços de venda. Contudo, sua
visão de massificação da produção e de atender ao maior número possível de
usuários, era acompanhada pela baixa qualidade dos carros produzidos, que, em
geral, eram muito simples, sem nenhuma sofisticação tecnológica.
Mesmo assim, foi considerado o “número um” daquela julgada a indústria das
indústrias do século XX, e foi aquele que trouxe a Revolução Industrial ao seu
ápice. Sua empresa combinava a manufatura e a montagem de todas as peças
componentes de um carro, usando uma linha de montagem principal, com inú-
meras sublinhas alimentadoras de menor porte, aplicando o princípio da integra-
ção vertical.
O preço de seu Modelo T que custava 950 dólares, em 1908, foi reduzido para 190
dólares, por volta de 1927. Nesse período, a Ford produziu e vendeu 17 milhões de
automóveis. Henry Ford foi uma personalidade controversa, às vezes paradoxal,
fora de seu tempo, mas extremamente eficaz. Ele cultivava algumas ideias que
parametrizaram suas ações, no decorrer de sua vida. E entendia que deveria ter
uma empresa que, na medida do possível, fosse autossuficiente.
No intuito de obter avanços, de acordo com Chiavenato (2003), Ford adotou três
princípios básicos:
Todos esses fatores, nos remetem e é importante mencionar que a partir do acir-
ramento da competição intercapitalista da difusão dos produtos japoneses e eu-
ropeus no mercado internacional, em sua concorrência com a produção america-
na, acabou revelando a inadequação de uma forma de organização da produção e
do trabalho baseada na produção em massa de produtos estandardizados.
ideia central era a competição. Para ele embora os indivíduos ajam apenas
em proveito próprio, os mercados em que vigora a competição funcionam
espontaneamente por meio de uma mão invisível que os governa, de modo
a garantir a alocação mais eficiente dos recursos de produção, sem que haja
excessos de lucros, motivo pelo qual o princípio da especialização e o prin-
cípio da divisão do trabalho aparecem como referências. Por essa razão, a
intervenção na economia é papel econômico do governo, quando o mercado
não existe ou quando não ocorre competição livre. Em seu livro “A Riqueza
das Nações”, Adam Smith reforçou a importância do planejamento e da or-
ganização dentro das funções da Administração;
• James Mill (1773 – 1836): foi um economista liberal que sugeriu em seu
livro “Elementos de Economia Política”, publicado em 1826, uma série de
medidas relacionadas aos estudos de tempos e movimentos como meio de
obter incremento da produção nas indústrias da época;
• Karl Marx (1818 – 1883): assim como Adam Smith e David Ricardo, Marx
considerava que o valor de toda mercadoria é determinado pela quantidade
de trabalho socialmente necessária para produzi-la. Ele publicou, em 1867,
o livro “O Capital” e, posteriormente, apresentou suas teorias a respeito da
mais-valia com base na teoria do valor-trabalho. Como a força de trabalho é
uma mercadoria cujo valor é determinado pelos meios necessários à subsis-
tência do trabalhador, se este trabalha além de um determinado número de
horas, estará produzindo não apenas o valor correspondente ao de sua for-
ça de trabalho (subsistência), mas, também, um valor a mais, denominado
mais-valia. É dessa fonte que são tirados os possíveis lucros dos capitalistas.
Marx teve uma grande influência, tanto por sua obra, quanto por sua inten-
sa militância política.
© Brandon Bourdages
Fonte: 123RF.
Um exemplo disso ocorreu nos Estados Unidos, em torno de 1820, em que o maior
negócio empresarial foram as estradas de ferro. Foi a partir delas que as ações de
investimento se tornaram populares. As ferrovias permitiram o desbravamento do
território e provocaram o fenômeno da urbanização, que criou novas necessidades
para a população, que se traduziu em um rápido crescimento das empresas volta-
das para o consumo direto.
Perceba que antes de 1850, poucas empresas tinham uma estrutura administrativa
que exigisse delas os serviços de um administrador em tempo integral, pois eram
38 FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO GRADUAÇÃO UNIVEL EAD
Até essa época, os empresários achavam melhor ampliarem sua produção do que
organizar uma rede de distribuição e vendas.
Todos esses fatores completaram as condições propícias para a busca de bases cien-
tíficas, em prol da melhoria da prática empresarial e para o surgimento da teoria
administrativa (CHIAVENATO, 2003).
LEITURA COMPLEMENTAR
A ascensão e queda da produção em massa (Sistema Fordista) e o surgi-
mento e as características do Sistema Toyota e do Sistema Volvo são pon-
tos significativos que merecem estudo. É importante que você compreenda
esses sistemas e entenda o processo de transformação e reestruturação da
indústria no século XX, refletindo sobre os desdobramentos dessas trans-
formações nos tempos atuais. Para ajudá-lo no entendimento sobre esse
assunto, leia o texto: “Fordismo, Toyotismo e Volvismo: os caminhos da
indústria em busca do tempo perdido”, de Thomaz Wood Jr. (1992).
REFERÊNCIAS
CHIAVENATO, I. Introdução à Teoria Geral da Administração. 7. ed.
rev. e atual. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003.
A esse tempo médio eram adicionados os tempos mortos (esperas, tempos des-
tinados à saída do operário da linha para suas necessidades pessoais etc.), para
que resultasse no chamado tempo-padrão. Feito isso, padronizavam-se o méto-
do de trabalho e o tempo destinado à sua execução.
O Gráfico de Gantt é uma tabela de dupla entrada que retrata e mede a atividade
e o tempo necessário para desempenhá-la, permitindo a comparação entre o
desempenho real e o desempenho planejado.
42 FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO GRADUAÇÃO UNIVEL EAD
© Peter Nadolski
Fonte: 123RF.
© Cathy Yeulet
Fonte: 123RF.
1.4.4 Padronização
A organização racional do trabalho se preocupou com a padronização dos mé-
todos e processos de trabalho, além de conceber a padronização de máquinas e
equipamentos, ferramentas e instrumentos de trabalho, matéria-prima e com-
ponentes. O objetivo era reduzir a variabilidade e a diversidade no processo
produtivo e, consequentemente, eliminar o desperdício e aumentar a eficiência.
© kurhan
Fonte: 123RF.
Taylor julgou essa situação como boa para a empresa e para os empregados.
Dessa forma, o operário americano passou a ser um dos operários mais bem
pagos do mundo industrializado, contudo, esse trabalhador de bom salário e
de bom padrão de vida teve de suportar, durante longas décadas, seu trabalho
simples, repetitivo, padronizado, chato e monótono. Para Taylor, considerado
o pai da Administração, o prêmio de produção foi considerado uma excelente
estratégia.
• manter a disciplina;
LEITURA COMPLEMENTAR
Estudamos que Taylor enfatizou a análise e a organização do trabalho em
si. Partindo do pressuposto de que a ideia taylorista acabou extrapolando
o mundo da empresa e adentrou em todos os aspectos da vida do século
XX, sugerimos a você a leitura do texto “Taylor superstar”, de Clemente
Nobrega. Você compreenderá com maior clareza o grau de influência do
taylorismo e refletirá sobre a permanência do pensamento de Taylor na
atualidade.
REFERÊNCIAS
CHIAVENATO, I. Introdução à Teoria Geral da Administração. 7. ed.
rev. e atual. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003.
Em resumo
Ao longo deste Tema, você:
• e, por último, verificamos que, segundo Taylor, a melhor solução eram os in-
centivos salariais e prêmios de produção.
50 FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO GRADUAÇÃO UNIVEL EAD
tema
Dos fundamentos da
Administração ao surgimento da
2
Escola Clássica
OBJETIVO
Compreender os fundamentos da Administração e o
surgimento de sua Escola Clássica.
NOSSO TEMA
O trabalho do administrador consiste em tomar decisões, estabelecer metas,
definir diretrizes e atribuir responsabilidades aos integrantes da organização,
de modo que suas atividades sejam executadas de forma lógica (MAXIMIANO,
2000).
Esses são alguns exemplos de problemas causados por falta ou por má adminis-
tração. Organizações bem administradas desenvolvem consistência, crescimento
e prosperidade, já as mal administradas declinam e, muitas vezes, morrem.
Registre nas linhas abaixo uma ideia ou uma conclusão sobre essa reflexão.
52 FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO GRADUAÇÃO UNIVEL EAD
Recursos
Pessoas
Informações e Conhecimento
Espaço
Tempo
Dinheiro
Instalações
Decisões
Objetivos Planejamento
Resultados esperados Organização
do sistema Execução e direção
Controle
Perceba que tudo aquilo que é feito e se destina a alcançar um objetivo ou resul-
tado, ou pelo menos assim deveria ser, deve estar relacionado com a eficiência
(ação), já aquilo que é alcançado se refere à eficácia (resultado).
Alguns órgãos governamentais têm sido criticados por serem razoavelmente efi-
cazes, mas extremamente ineficientes, isto é, eles realizam o trabalho, mas a um
custo muito alto. A Administração se refere, então, não somente a realizar ativi-
dades (eficácia), mas também a como fazê-las da forma mais eficiente possível.
Planejamento
Definição de objetivos
e recursos
Controle Organização
Verificação dos Disposição dos recursos
resultados em uma estrutura
Direção
Realização dos
planos
Formação do conhecimento
Relatos da experiência prática
Métodos científicos de
observação e análises
Prática
Teoria
Experiência prática
Enfoques, modelos
de administradores
técnicas etc.
e organizações
Disseminação do conhecimento
Educação formal e informal
Contatos pessoais
Livros
Artigos
Treinamento
Fonte: Maximiano (2000, p. 32).
• Experimento
O experimento é o método científico por excelência que consiste, em linhas ge-
rais, na medição das consequências de uma alteração produzida em uma dada
situação. Podemos exemplificar para você entender melhor, assim: o que acon-
teceria com a produtividade de determinados bens se fosse aplicado o método
X de trabalho?
Evolução das escolas de Administração e suas bases históricas | TEMA 1 57
• Levantamento simples
O levantamento simples é feito a partir do uso de questionários, entrevistas,
observação direta e outras técnicas semelhantes de obtenção de informações.
O objetivo é, simplesmente, identificar as características de algum fenômeno
administrativo, entender algo que esteja ocorrendo em um grupo de organiza-
ções ou analisar como está disseminada a frequência de determinada técnica
ou princípio. O levantamento simples estuda um aspecto singular, chamado va-
riável de observação. O levantamento simples é feito apoiado em uma pergunta
básica, também chamada pergunta-chave ou questão de pesquisa.
• Levantamento correlacional
Os levantamentos correlacionais procuram identificar as relações de causa e
efeito entre determinados processos ou variáveis. Por exemplo: entre a produti-
vidade de uma equipe de trabalho e o estilo de chefia de seu gerente ou entre a
satisfação dos empregados e os métodos de trabalho que a organização utiliza.
O levantamento correlacional procura identificar o efeito ou o impacto de um
tipo de variável (variáveis independentes ou causas) sobre outro (variáveis de-
pendentes ou efeitos). A finalidade é verificar se há alguma relação do tipo “se
x, então y”. Os mesmos princípios do levantamento simples se aplicam aqui. A
diferença fundamental está no fato de que o levantamento correlacional usa
pelo menos duas classes de variáveis (ou questões), que são contrastadas entre
si. A pergunta básica do levantamento correlacional, como nos exemplos acima,
deixa evidente a tentativa de associação entre duas questões.
Todos esses fatores nos levam a querer entender o que significa o enfoque sistê-
mico, que ajuda o administrador a ter uma visão mais ampla do processo admi-
nistrativo. O enfoque sistêmico tem como base a ideia de sistema, que consiste
em um todo de forma complexa ou organizada. É um conjunto de partes ou
elementos que formam um todo unitário ou complexo.
58 FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO GRADUAÇÃO UNIVEL EAD
Com a abordagem sistêmica, o administrador tem uma visão integrada das or-
ganizações e do processo administrativo. Ela é uma ferramenta para organizar
sistemas que produzam resultados, conforme menciona Maximiano (2000).
A ideia de sistema vem dos gregos antigos, mas convém ressaltar que o enfo-
que sistêmico não surgiu após os outros. O enfoque sistêmico moderno teve
suas origens na mesma época em que os pioneiros lançaram as fundações
da administração científica, do processo administrativo e da qualidade total
(MAXIMIANO, 2000).
Por meio dessa breve revisão teórica, pudemos ter acesso ao estudo introdutó-
rio da evolução das Teorias da Administração e das características mais mar-
cantes de cada uma delas, tendo como base a Teoria Clássica, pois esta serviu
de fundamento a todos os pensamentos posteriores.
A abordagem desse tema se torna relevante devido à importância que ele tem
para o entendimento das organizações e para a construção do pensamento ad-
ministrativo atual, que exige profissionais ecléticos, flexíveis e adaptáveis.
Evolução das escolas de Administração e suas bases históricas | TEMA 1 59
LEITURA COMPLEMENTAR
Estudamos, até este momento, o papel do administrador e suas funções.
Verificamos a importância dos objetivos e metas, dos recursos utilizados e
das decisões tomadas e como ocorrem as etapas do pensamento adminis-
trativo dentro das organizações.
REFERÊNCIAS
KANITZ, S. Chegamos na era do administrador, finalmente. In: Stephen
Kanitz artigos e comentários. Disponível em: <http://blog.kanitz.com.
br/a-era-do-administrador/>. Acesso em: 22 nov. 2017.
dores não viam nenhuma vantagem em produzir além daquilo que achavam
adequado.
Com o passar dos anos, a questão dos salários ficou em segundo plano, porque
tornou-se evidente que era parte de um contexto muito maior.
Este último ponto nos faz refletir que existe uma divisão quase igual de trabalho
e de responsabilidade entre a administração e os trabalhadores. A administração
cuida de todo o trabalho para o qual esteja mais bem preparada, enquanto no
passado quase todo o trabalho e a maior parte da responsabilidade recaíam sobre
a mão de obra.
• vadiagem sistemática, por parte dos operários, gerada pela ideia dissemi-
nada entre os trabalhadores de que um rendimento maior do homem e da
máquina teria como resultante o desemprego de grande número de operá-
rios. Além dos métodos empíricos ineficientes, utilizados nas empresas, que
faziam o operário desperdiçar grande parte do seu esforço e do seu tempo;
Cooperação entre
Seleção e treinamento
administração e
de pessoal
trabalhadores
Evolução das escolas de Administração e suas bases históricas | TEMA 1 65
Quanto mais especializado fosse um operário, maior seria a sua eficiência. Logo,
a ideia era de que a eficiência aumenta com a especialização. A partir disso, cada
operário passou a ser especializado na execução de uma única tarefa ou de ta-
refas simples elementares, de maneira contínua e repetitiva, tendo na linha de
produção sua principal base de aplicação, observe esses pontos na Figura 3.
Peças Trabalhador
padronizadas especializado
Vale lembrar, que a tarefa constitui a menor unidade possível dentro da divisão
do trabalho em uma organização, e que ela é toda e qualquer atividade executada
por uma pessoa no seu trabalho dentro desta organização.
Por outro lado, cargo é o conjunto de tarefas que são executadas de maneira cí-
clica ou repetitiva. Cada cargo tem uma ou mais pessoas que irão executar suas
tarefas específicas. Observe que desenhar um cargo é, portanto, especificar as
tarefas, os métodos de executá-las e as relações com os demais cargos existentes.
Desse modo, podemos perceber que a Administração Científica definiu que cada
operário ficaria restrito a uma tarefa específica, e que cada uma teria um método
apropriado de ser realizada, pois os cargos e tarefas são desenhados para uma
execução automatizada, em que o trabalhador deve fazer e não pensar ou deci-
dir. De toda forma, a simplificação no desenho dos cargos permitiu as seguin-
Evolução das escolas de Administração e suas bases históricas | TEMA 1 67
Cabe ressaltar, que o tempo médio necessário para um operário realizar uma ta-
refa devidamente racionalizada, denominou-se tempo-padrão e constituía o nível
de eficiência equivalente a 100% e que ultrapassar esse nível proporcionava um
prêmio de produção ou incentivo salarial adicional como acréscimo à remuneração
por peça, que aumentava à medida que a eficiência do operário se elevava.
Por essa razão, o operário americano passou a ser um dos operários mais bem
pagos do mundo industrializado, mas, em contrapartida, esse trabalhador que pos-
suía um bom salário e, em consequência disso, um bom padrão de vida teve de
suportar, por longas décadas, um trabalho considerado simples, repetitivo, padro-
nizado, chato e também monótono.
Registre nas linhas abaixo uma ideia ou uma conclusão sobre essa reflexão.
Com isso, verificamos que apesar de sua maneira pessimista de entender a natu-
reza humana, Taylor se preocupava em criar uma maneira didática, embasada na
intensificação do ritmo de trabalho, visando sempre a maior eficiência o que, por
sua vez, gerou algumas críticas.
LEITURA COMPLEMENTAR
O que foi a Administração Científica e qual a relação entre a Revolução
e os métodos científicos utilizados por Taylor? O artigo “Administração
Científica X Revolução Científica”, de Júlio César S. Santos (2013), apre-
senta um entendimento desses métodos, que foram utilizados por Taylor
e seus contemporâneos, no intuito de nos fazer entender o que ocorreu no
início do século XIX e o resultado da profunda mudança do pensamento
científico ocorrido nos dois séculos anteriores, em que a concepção de um
mundo imóvel foi suplantada pela concepção de que o universo estava em
constante movimento.
REFERÊNCIAS
MAXIMIANO, A. C. A. Teoria Geral da Administração: da escola cientí-
fica à competitividade na economia globalizada. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2000.
Estudaremos alguns dos autores modernos que se dedicaram a esse tema, co-
meçando por Fayol (1841-1925). A Figura 1 apresenta uma síntese desses auto-
res e suas ideias.
Dessa forma, mesmo que a organização seja informal, se for devidamente re-
conhecida e compreendida, poderá oferecer uma grande contribuição para a
sobrevivência da organização formal.
Fayol dedicou seus últimos anos de vida à tarefa de demonstrar que, com pre-
visão científica e métodos adequados de gerência, os resultados satisfatórios
eram inevitáveis.
Sua posição era a de que, sendo a Administração uma ciência como as demais,
seu ensino nas escolas e nas universidades seria plenamente possível e neces-
sário.
Empresa
Função de Administração
Função de Comercial
Planejamento
Função de Técnica
Fonte: Maximiano (2000, p. 56).
• controlar: verificar, para que tudo ocorra de acordo com as regras esta-
belecidas e as ordens que foram dadas.
A ideia básica era a de que as organizações com elevada divisão do trabalho seriam
mais eficientes do que aquelas com pouca divisão.
Seguindo esse raciocínio, precisamos saber que é comum em uma organização li-
near, os órgãos de linha ou órgãos que compõem a organização. Vamos entender
um pouco mais sobre esse assunto.
Esses órgãos de staff fornecem aos órgãos de linha: serviços, conselhos, recomenda-
ções, assessoria e consultoria quando estes não têm condições de prover por si mesmos.
Sendo assim, os órgãos de staff não obedecem ao princípio escalar nem possuem
autoridade de comando em relação aos órgãos de linha. Sua autoridade – chama-
da autoridade staff – é simplesmente de especialista, e não de comando.
Ou seja:
Após analisarmos todos esses fatores, não podemos deixar de mencionar os Prin-
cípios da Administração. Tudo em Administração é questão de medida e de bom
senso e, por essa razão, é tão importante que os conheçamos:
Assim, podemos perceber quanto à apreciação crítica da Teoria Clássica, que esta
pode ser considerada como uma abordagem extremamente simplificada da orga-
nização formal, deixando de lado a organização informal, a ausência de trabalhos
experimentais capazes de dar base científica às suas afirmações e a seus princí-
pios. Por essa razão, trata-se de abordagem incompleta da organização e de sua
visualização, como se esta fosse um sistema fechado.
Contudo, apesar das várias críticas feitas à Teoria Clássica, o fato é que a ela de-
vemos as bases da moderna Teoria Administrativa.
LEITURA COMPLEMENTAR
O pensamento administrativo pode ser conceituado como um enfoque es-
pecífico a um aspecto particular da organização ou uma forma peculiar de
estudá-la, e a organização desses pensamentos é formadora de teorias a
serem estudadas pela Teoria Geral da Administração.
REFERÊNCIAS
ABRAHIM, G. S. Os elementos e princípios da administração na Teoria Clássi-
ca. In: Administradores.com. Disponível em: <http://www.administrado-
res.com.br/artigos/marketing/os-elementos-e-principios-da-administracao-
-na-teoria-classica/21513/>. Acesso em: 24 nov. 2017.
Registre nas linhas abaixo uma ideia ou uma conclusão sobre essa reflexão.
Base da
Características
autoridade
A obediência se deve à “devoção” dos seguidores pelo líder. A
autoridade está na própria pessoa do líder que a demonstra. Ou,
Carisma os seguidores acreditam que ele tem qualidades que o tornam
admirado.
Exemplo: liderança política.
A obediência se deve ao respeito dos seguidores. Orientações que
passam de geração a geração. Os seguidores obedecem porque
Tradição o líder (a figura da autoridade) aparenta ter o direito de comando
segundo usos e costumes.
Exemplo: autoridade na família.
A obediência dos seguidores se deve à crença no direito de dar
ordens que a figura da autoridade tem. Esse direito é estabelecido
por meio de normas aceitas pelos seguidores e tem limites. A
Organização e figura da autoridade somente pode agir dentro dos limites de seu
normas cargo ou bureau. Todas as organizações formais dependem dessa
base de autoridade.
Exemplo: todas as organizações burocráticas.
Fonte: Maximiano (2000, p. 89).
84 FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO GRADUAÇÃO UNIVEL EAD
Etzioni
Tipologias
Alternativas
Blau e Scott
Perrow
Merton
Modelo Mecanicista
Burns e Stalker
e Modelo Orgânico
Esses modelos, que se baseiam no tipo ideal weberiano, formam uma régua que
possibilita avaliar o grau de burocratização das organizações. A contribuição
fundamental para essas ideias foi dos pesquisadores ingleses Burns e Stalker.
Modelos de
Organização
Pós-Burocracias,
Dependentes Ad-Hocracias,
de Pessoas Sistemas Orgânicos,
Sistema 4
• Hierarquia da autoridade
A burocracia estabelece os cargos segundo o princípio de hierarquia, ou seja:
• o ocupante do cargo não pode fazer o que quiser, mas o que a burocracia
impõe que ele faça;
Mesmo que a burocracia seja um modelo que vise a máxima eficiência, algumas
condições imprevistas podem ocorrer, é o que veremos logo abaixo quando tra-
tamos das disfunções da burocracia
LEITURA COMPLEMENTAR
O modelo burocrático é, na atualidade, imprescindível para o atendimento
das necessidades da Administração Pública. Porém, esse modelo significa
o exercício da dominação fundamentado no saber, tornando-o racional.
Diante desse contexto, é preciso repensar o modelo de Estado e rever as
políticas de gestão das pessoas, corrigindo as distorções, desvios, de-
sigualdades e injustiças, com vistas à valorização, à dignificação, à coe-
rência e ao sucesso da ação governamental. Sobre esse assunto, o texto
“As disfunções da burocracia transformam-se na própria ‘burocracia’”,
de Débora Carvalho, traz algumas considerações importantes para o seu
aprofundamento.
REFERÊNCIAS
CARVALHO, D. As disfunções da burocracia transformam-se na própria ‘’bu-
rocracia’’. In: Administradores.com. Disponível em: <http://www.admi-
nistradores.com.br/artigos/economia-e-financas/as-disfuncoes-da-burocra-
cia-transformam-se-na-propria-burocracia/44412/>. Acesso em: 27 nov. 2017.
Em resumo
Neste Tema, você aprendeu que:
• o enfoque sistêmico é um sistema de ideias que pode ser entendido como filo-
sofia ou forma de produzir, de interpretar e utilizar conhecimentos;
NOSSO TEMA
Neste nosso terceiro Tema, trataremos do surgimento da Escola de Relações
Humanas, das teorias sobre motivação, dos tipos de lideranças e do processo
decisório. Você verá o quanto é importante compreender as pessoas, as motiva-
ções delas e como e o que considerar para a tomada de decisão.
A produção média era de cinco relês, a cada seis minutos, por pessoa,
isso antes do início da pesquisa de Hawthorne. Entretanto, a direção da
companhia se preocupava mais em conhecer sobre seus funcionários
do que em aumentar sua produção.
Agora vamos compreender uma a uma as conclusões a que se chegou com a Ex-
periência de Hawthorne, fundamentadas em Chiavenato (2005).
sim como membros de grupos. A Teoria Clássica não identificou que não
são os trabalhadores que definem a sua capacidade máxima de produção,
e sim os grupos com os quais eles interagem. Dessa forma, qualquer des-
vio de comportamento do trabalhador será retaliado simbolicamente pelo
grupo do qual ele participa.
Dentro dessa concepção, a Teoria das Relações Humanas trouxe novas dimen-
sões e novas variáveis. Na comparação entre a Teoria Clássica estritamente for-
mal e a Teoria das Relações Humanas, que considera a organização informal,
são evidenciadas algumas diferenças. No Quadro 2, conheça as principais dife-
renças entre as duas teorias administrativas.
Portanto, você pode perceber que a Teoria Clássica se refere mais ao lado racio-
nal do ser humano, considerando o homem como máquina, enquanto a Teoria
de Relações Humanas considera as emoções e os sentimentos das pessoas.
Esse tipo de homem surgiu depois do homo economicus, ou seja, a evolução dos
tempos trouxe a necessidade de um tipo de homem mais flexível nas empresas.
Um tipo de homem que deve evoluir conforme evoluem as relações entre as pes-
soas nas empresas. A partir disso, considere os seguintes aspectos:
Desse modo, Chiavenato (2005) afirma que o homem social apresenta algumas
características, conforme estão ilustradas na Figura 2, a seguir.
100 FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO GRADUAÇÃO UNIVEL EAD
Relações intergrupais
Motivação
Sentimentos
Organização
Caráter
informal
© johan2011
Comportamento social
LEITURA COMPLEMENTAR
Como parte do entendimento das teorias da administração, convidamos
você a ler o texto “A importância da Experiência de Hawthorne para a ad-
ministração” de Ricardo da Silva Garcia. Observe ao fazer a leitura, como
o investimento no capital humano tem se tornado foco das organizações
que buscam o sucesso profissional.
REFERÊNCIA
CHIAVENATO, I. Teoria Geral da Administração. 5. v. Rio de Janeiro: Cam-
pus, 2005.
Essa satisfação envolve o chamado ciclo motivacional que é composto por algumas
etapas, como podemos perceber na Figura 1.
Equilíbrio
Estímulo ou
incentivo
Satisfação
Necessidade
Tensão
Comportamento
ou Ação
Agora preste atenção: toda frustração pode levar a certas reações generalizadas,
como desorganização de comportamento, agressividade, reações emocionais, alie-
nação e apatia.
Equilíbrio
Estímulo ou
incentivo
Barreira
Necessidade
Tensão
Comportamento
ou Ação
Fonte: Chiavenato (2005 p. 254).
Escola de Relações Humanas; teorias sobre motivação e tipos de liderança; processo decisório | TEMA 3 105
Necessidades
Autorrealização Necessidades
secundárias
Necessidades
de estima
Necessidades sociais
Necessidades de segurança
Necessidades
primárias
Necessidades fisiológicas
Dessa forma, ainda na década de 1950, três teorias específicas foram formula-
das: Teoria da Hierarquia das Necessidades, de Maslow; Teoria de Dois Fatores,
de Herzberg; e Teorias X e Y, de McGregor. São teorias preocupadas e focadas
nas pessoas e na motivação delas.
TEORIA X TEORIA Y
© 6kor3dos
Você pôde perceber as diferenças entre as Teorias X e Y e saiba que não existem
provas comprobatórias dizendo que uma ou outra teoria seja universalmente
válida. Ambas, provavelmente, podem ser apropriadas, dependendo da situa-
ção em que forem aplicadas.
108 FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO GRADUAÇÃO UNIVEL EAD
Registre nas linhas abaixo uma ideia ou uma conclusão sobre essa reflexão.
Temos também outro importante teórico que contribuiu com as teorias moti-
vacionais, Frederick Herzberg, um psicólogo americano que se tornou um dos
nomes mais influentes na gestão empresarial e famoso por ingressar com o en-
riquecimento do trabalho e a Teoria dos Fatores de Motivação (Teoria dos Dois
Fatores). Herzberg publicou, em 1968, o artigo “One More Time: How Do You
Motivate Employees?”
LEITURA COMPLEMENTAR
A discussão sobre o que realmente motiva as pessoas nunca deixou de ser
atual. É comum pensarmos que o dinheiro é o mais importante fator de
motivação, mas estudos, pesquisas e experiências indicam que há outro
elemento mais eficaz para fazer um grupo avançar e ser bem-sucedido.
REFERÊNCIAS
CHIAVENATO, I. Teoria geral da administração. 1. v. Rio de Janeiro:
Campus, 2005.
É possível que haja diferentes padrões de liderança, isso ocorre de acordo com
a situação e para cada um dos membros da equipe, oportunidade em que o líder
age conforme a situação. Para Lacombe e Heilborn (2008), os líderes influen-
ciam as pessoas graças ao poder que exercem sobre a equipe, que pode ser:
• poder legítimo;
• poder de referência; ou
• poder do saber.
116 FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO GRADUAÇÃO UNIVEL EAD
autoridade
controle experiência
Poder
Por outro lado, na liderança liberal, o líder permite liberdade para a tomada de
decisões individuais ou em grupos, participando delas apenas quando solicita-
do pelo grupo. O comportamento do líder é evasivo e sem firmeza. Os grupos
submetidos à liderança liberal não se saem bem quanto à qualidade do traba-
lho, pois há fortes sinais de individualismo, desagregação do grupo, insatisfa-
ção, agressividade e pouco respeito ao líder. O líder é ignorado pelo grupo, pois
a liderança liberal enfatiza somente o grupo.
O administrador tanto poderá mandar cumprir as ordens como sugerir aos co-
laboradores a realização de certas tarefas, ou ainda consultá-los antes de tomar
decisão. O desafio está em saber como aplicar cada estilo, com quem e em que
circunstância, e definir que tarefas serão desenvolvidas.
© luckybusiness
Fonte: 123RF.
Por meio da cooperação se consegue não só uma maior satisfação das necessi-
dades materiais e espirituais do homem, mas também um substancial aumento
da produtividade. Por isso, um programa de relações humanas tem por objeto
fomentar a cooperação eficaz entre os membros de uma comunidade de traba-
lho o que não o impede de receber críticas
veras ocorreram por conta de uma inadequada visualização dos problemas nas
relações industriais.
LEITURA COMPLEMENTAR
O tema sobre liderança apresenta vários modelos, receitas prontas, de-
bates acadêmicos e um arsenal de livros que tratam do assunto. No texto
“7 exemplos de liderança para os empreendedores” de Camila Almeida,
você encontra alguns exemplos e conhece os diferentes tipos e as vanta-
gens e desvantagens dos estilos de liderança na atualidade. Após realizar
essa leitura, faça um comparativo com o tipo de liderança que há em sua
empresa. Esse exercício de análise vai enriquecer muito o seu aprendizado.
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, C. 7 exemplos de liderança para os empreendedores. In: Exame.
com. Disponível em: <https://exame.abril.com.br/pme/7-exemplos-de-lide-
ranca-para-os-empreendedores/>. Acesso em: 04 jan. 2018.
Definir o problema
Pesar os critérios
Gerar alternativas
Além de possuir seis passos para o processo decisório, o modelo de decisão ra-
cional contém seis pressupostos. Acompanhe!
Uma abordagem racional que pode ser utilizada para avaliar alternativas sob
condições de risco é a do método do valor esperado. O valor esperado trata-se
de um conceito que permite aos tomadores de decisão atribuírem um valor mo-
netário às consequências positivas ou negativas que resultariam da seleção de
uma alternativa viável. Se os tomadores de decisão não dispõem de informa-
ções suficientes para selecionar alternativas claras ou calcular seu risco, preci-
sam tomar decisões sob condições de incerteza. Para fazer isto, devem recorrer
à intuição e à criatividade.
124 FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO GRADUAÇÃO UNIVEL EAD
Figura 2 – Quem toma decisões racionais usa a criatividade para combinar ideias de maneiras novas e
fazer associações incomuns entre ideias
© alphaspirit
Fonte: 123RF.
E você sabe como estimular a sua criatividade? Continue seus estudos e veja
alguns métodos de aplicação.
Algumas técnicas podem ser muito úteis na análise necessária para a tomada de
decisão. Vejamos!
• Análise marginal
A análise marginal ou incremental ajuda os tomadores de decisão a otimizarem
lucros ou minimizarem custos. A análise marginal lida mais com o custo adi-
cional do que com o custo médio de determinada decisão.
• Programação linear
Essa técnica utiliza métodos gráficos ou algébricos para otimizar a alocação de
recursos. Ela supõe que pelo menos duas atividades competirão por recursos
escassos e que existe uma relação linear entre o problema e o objetivo.
• Teoria da Fila
Essa técnica é usada para balancear o custo de ter uma fila de espera contra o
custo do serviço para manter essa fila. Como exemplo, podemos citar situações
126 FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO GRADUAÇÃO UNIVEL EAD
Registre nas linhas abaixo uma ideia ou uma conclusão sobre essa reflexão:
Contudo, ainda se pergunta: Como são realmente tomadas as decisões nas or-
ganizações?
© Nophamon Yanyapong
Fonte: 123RF.
Robbins (2003) afirma, ainda, que quando uma pessoa se depara com um pro-
blema complexo, ela reduzirá o problema ao seu nível mais simples e se aco-
modará, irá pelo caminho mais simples e seguro para ela. Assim, evitando a
racionalidade completa, as pessoas operam dentro de uma racionalidade de-
limitada e constroem modelos simplificados para extraírem as características
essenciais do problema e se comportarem racionalmente dentro dos limites do
modelo simples.
Implementando soluções
• Sucesso
(liderança, comunicação e
• Fracasso
apoio político)
• Disponibilidade
Fazendo escolhas
• Representatividade
O modo como os problemas são estruturados irá determinar como eles serão
tratados. Dessa forma, problemas estruturados para enfatizar ganhos positivos
irão encorajar a tomada de decisão conservadora; e os estruturados para enfa-
tizar potencial perda irão encorajar escolhas que buscam o risco.
LEITURA COMPLEMENTAR
Você deve compreender que um grupo de pessoas motivadas é apenas o
primeiro passo da organização rumo ao sucesso. O passo seguinte é ga-
rantir que as decisões tomadas, mais ou menos complexas, sejam cada vez
melhores, com menos probabilidade de erro e direcionadas ao propósito
da organização.
REFERÊNCIAS
MANAGER, J. O processo de tomada de decisão. In: Administradores.
com. Disponível em: <http://www.administradores.com.br/mobile/artigos/
marketing/o-processo-de-tomada-de-decisao/27947/>. Acesso em: 06 jan.
2018.
Em resumo
Neste Tema, você aprendeu que:
• para a maior parte dos operários, os estímulos psicológicos e sociais são mais
importantes do que as condições de ordem material ou econômica;
• para determinar se a decisão deve ser tomada pelos indivíduos ou pelo gru-
po, é preciso fazer uma ponderação entre eficácia e eficiência. Os grupos são
mais eficazes porque geram mais alternativas e produzem decisões de melhor
qualidade. Mas os indivíduos são mais eficientes e consomem menos tempo e
recursos para tomar uma decisão;
NOSSO TEMA
Iniciamos este Tema destacando que, apesar da influência das ciências do com-
portamento sobre a teoria administrativa, até hoje o que os autores clássicos
afirmaram nunca deixou de existir. Nesse sentido, podemos dizer que os prin-
cípios de Administração, a departamentalização, a racionalização do trabalho,
a estruturação linear ou funcional, enfim, a abordagem clássica, nunca foram
totalmente substituídos por outra abordagem, sem que algo da Teoria Clássica
fosse mantido.
De modo geral, a Teoria Neoclássica surge como uma reação à enorme in-
fluência das ciências do comportamento no campo da Administração em
detrimento aos aspectos econômicos e concretos que envolvem o compor-
tamento das organizações. Para isto, a maior parte do material desenvol-
vido pela Teoria Clássica é resgatada pelos autores, que a redimensiona e
a reestrutura conforme as contingências da época atual. À Teoria Clássica
foi atribuída uma configuração mais ampla e flexível.
Assim como quase todos os autores da Teoria Clássica, também é uma preocu-
pação dos neoclássicos o estabelecimento de princípios gerais de Administração
capazes de guiar o administrador no desenvolvimento de suas funções. Portan-
to, esses princípios gerais, apresentados pelos autores de diversos modos, visam
definir a maneira pela qual o administrador deve planejar, organizar, dirigir e
controlar o trabalho de seus subordinados.
ECLETISMO Devido a esse ecletismo, consideramos a Teoria Neoclássica como uma teoria
Reunião de
diferentes correntes Clássica atualizada com os conceitos da Administração moderna e dentro do
de pensamento,
arte etc.
figurino eclético que apresenta a formação do administrador hoje.
Conforme vimos, administrar é uma tarefa complexa e que envolve várias ha-
bilidades e capacidades. Além disso, a Administração pode ser vista como uma
técnica social, vejamos!
Da Teoria Neoclássica às novas tendências da Administração | TEMA 4 137
© Cathy Yeulet
Fonte: 123RF.
Planejamento
Controle Organização
Direção
Para ficar um pouco mais clara a compreensão, vamos conhecer cada uma das fun-
ções que compõem o processo administrativo mais detalhadamente. Acompanhe!
• Planejamento
Planejamento é a definição de metas organizacionais. As organizações não po-
dem trabalhar na base do improviso, apesar de muitas empresas ainda traba-
lharem de forma empírica. O planejamento é a função administrativa que serve
de base para as demais funções. No planejamento, verificamos quais são os ob-
jetivos que devem ser atingidos e como se deve fazer para alcançá-los. Portanto,
são as ações futuras que demonstram detalhes do plano de ações, apresentando
o passo a passo, como, por exemplo, aonde se pretende chegar, o que deve ser
feito, quando, como, quem e qual a melhor forma.
O curto prazo abrange menos de um ano, o médio prazo cobre de um a cinco anos
e o longo prazo é de cinco anos ou mais. O conceito de comprometimento é im-
portante para a classificação dos planos porque quanto mais os planos correntes
afetarem compromissos futuros, mais longo será o prazo para o qual os gerentes
terão de planejar. A amplitude do horizonte do planejamento aumenta a hierar-
quia gerencial e as decisões da alta administração implicam maior comprometi-
mento de recursos do que as decisões de gerentes de níveis mais baixos.
• Controle
O controle é o processo de monitorar e corrigir atividades para garantir que
elas sejam realizadas conforme o planejado (CHIAVENATO, 2005). Sendo as-
sim, o processo de controle consiste em três etapas: a) mensuração do desem-
penho real; b) comparação do desempenho real em relação a um padrão e; c)
tomada de ação gerencial para corrigir desvios ou padrões inadequados. Uma
vez que os padrões são estabelecidos durante o processo de planejamento, o
planejamento antecede o estabelecimento de controles.
Chiavenato (2005) esclarece, ainda, que alguns critérios de controle são fáceis
de quantificar, como: taxa de rotatividade, custos superiores aos previstos, nú-
mero de unidades produzidas por dia ou porcentagem de mercado capturada.
Outros critérios são mais difíceis de quantificar, mas o autor esclarece que é
preferível dispor de medidas subjetivas a não dispor de nenhum padrão.
É você saber que temos alguns princípios gerais da Administração que são apli-
cados ao controle. Sendo assim, conforme Chiavenato (2005), contamos com o
princípio de garantia do objetivo com o qual o controle deve contribuir para o
alcance dos objetivos por meio da verificação das discordâncias com os planos
em tempo suficiente para permitir a ação corretiva.
Outro princípio é o princípio da definição dos padrões, que afirma que o con-
trole deve basear-se em padrões objetivos, precisos e convenientemente esta-
belecidos. Já no princípio de exceção, o administrador deve ter a preocupação
com os desvios importantes e não perder tempo com situações consideradas
normais. O último deles é o princípio de ação e está correlacionado ao custo do
controle, devendo-se observar se vale o investimento de tempo, pessoal e ener-
gia em situações que não se tenha muito valor investido.
• Direção
Após as funções de planejamento e controle, Chiavenato (2005) reitera que a
direção constitui a terceira função administrativa, ou seja, o ato de fazer “as
142 FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO GRADUAÇÃO UNIVEL EAD
coisas andarem”. Como função, a direção relaciona-se com a ação, com o fazer
acontecer e com as pessoas. Nesse aspecto, destaca-se a responsabilidade do se-
tor de Recursos Humanos da empresa de posicionar as pessoas em seus cargos
e em suas funções específicas, de treiná-las, guiá-las e motivá-las a alcançarem
os resultados que delas se esperam.
Em razão disso, como as empresas não existem sem pessoas, a direção cons-
titui uma das mais complexas funções administrativas pelo fato de envolver
orientação, assistência à execução, comunicação, liderança e motivação. Por
isso, enquanto as demais funções administrativas – planejamento, organização
e controle – são impessoais, a direção é um processo interpessoal que determi-
na relações entre indivíduos.
• Organização
Podemos considerar a organização uma função administrativa e parte integrante
do processo administrativo. Nesse sentido, a organização pode ser entendida como
o ato de organizar, estruturar e integrar os recursos e os órgãos incumbidos de
sua administração e estabelecer as relações entre eles e as atribuições de cada um
(CHIAVENATO, 2005).
Para que o planejamento e a organização possam ser eficazes, eles precisam ser
dinamizados e complementados pela orientação a ser dada às pessoas por meio de
uma adequada comunicação e habilidade de liderança e motivação. É fato: todo o
administrador precisa saber comunicar, liderar e motivar (CHIAVENATO, 2005).
Neste tópico aprendemos sobre a Teoria Neoclássica que se caracteriza pelo ressur-
gimento das Teorias Clássica e Científica da Administração, na qual resgata vários
dos assuntos destas, utilizando-se de novas abordagens. Também estudamos sobre
o processo administrativo que é determinado pelo conjunto das funções adminis-
trativas, extremamente importantes ao funcionamento de uma organização.
Da Teoria Neoclássica às novas tendências da Administração | TEMA 4 143
LEITURA COMPLEMENTAR
A administração Neoclássica, na atualidade, teve seu maior expoente o
professor Peter Drucker. No artigo “O legado de Drucker” por meio da
reportagem de Lizandra Magon de Almeida, a HSM buscou ouvir diferentes
especialistas brasileiros da área acadêmica, de consultoria e empresarial
sobre as influências deste grande estudioso da área da Administração.
Para saber mais, acesse a reportagem da HSM Management Update.
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, L. M. O legado de Drucker. In: HSM Management Update, n.
26, nov. 2005. Disponível em: <http://www.miniweb.com.br/atualidade/Tec-
nologia/legado_peterdrucker.pdf>. Acesso em: 07 jan. 2018.
A complexidade como propriedade intrínseca da realidade é ideia que não pode ser
desvinculada do pensamento sistêmico. Segundo Bertalanffy, o principal guru do pen-
samento sistêmico, “a tecnologia e a sociedade tornaram-se tão complexas que as solu-
ções tradicionais não são mais suficientes. É necessário utilizar abordagens de nature-
za holística ou sistêmica, generalistas ou interdisciplinares” Maximiano (2017).
Por julgarmos a TGS tão importante, nos deteremos mais em sua análise.
O sexto nível é o do reino animal, dessa forma, enquanto na vida vegetal os órgãos
sensoriais são pouco desenvolvidos, na esfera do reino animal surgem receptores
especializados em informações (olhos, ouvidos etc.). O sétimo nível tem como ob-
jeto o ser humano, o homem, que possui a qualidade autorreflexiva. Logo, ele não
apenas sabe, mas sabe que sabe, e uma memória altamente desenvolvida, além da
capacidade da fala e a habilidade de absorver e interpretar símbolos o isolam de
seus irmãos mais humildes. O homem está consciente do passado e seu compor-
tamento é profundamente afetado pela época em que vive.
1º nível 4º nível
2º nível 5º nível
3º nível 6º nível
7º nível
8º nível
Fonte: Elaborada pelo autor (2014).
Dois pontos básicos devem aqui ser enfatizados. Em primeiro lugar, só a par-
tir do quarto nível nós temos sistemas abertos, cuja característica principal é
seu inter-relacionamento com o meio exterior, ou seja, o sistema considera o
ambiente e adapta-se conforme as suas alterações, pois até o terceiro nível os
sistemas são fechados (Figura 1).
Ambiente
Sistema
Entrada de insumos
Processamento
Saída de produtos
Entropia
Homeostase
• Processamento (throughput)
O processamento considera o sistema dinâmico e tem processos que interligam
os componentes e transformam os elementos de entrada em resultados. Pode-
mos considerar para o processamento: as pessoas, os materiais, as informa-
ções, bem como as relações entre as partes.
• Entropia
É a tendência que têm os organismos, quaisquer que sejam, à desagregação.
Consideramos que o sistema fechado sofre entropia, pois não interage com o
ambiente, não se renova e, por isso, morre.
• Homeostase
O processo homeostático é oposto ao da entropia. No organismo humano, a
homeostase aparece, automaticamente, sempre que há um distúrbio no siste-
ma. Por exemplo, quando um fator de perturbação (doença) atinge o sistema, o
organismo tende a gerar anticorpos, de forma a reequilibrar o sistema. No en-
tanto, nas organizações, esse processo não apresenta o mesmo caráter: ele não
é automático. Nesse caso, a organização precisa criar dispositivos (ação direta e
consciente por parte dos executivos) que levem ao reequilíbrio.
Ambiente geral
Ambiente específico
Empresa
Perceba que uma das premissas mais importantes do moderno enfoque sistê-
mico é a noção de que a natureza dos sistemas é definida pelo observador (MA-
XIMIANO, 2017). Para o autor, qualquer sistema se organiza em três partes:
entradas, processo e saída. A ideia de sistema é a essência do enfoque sistêmico,
sendo simples, mas de grande influência na formação intelectual do gestor e de
todos os tipos profissionais do mundo moderno. A visão sistêmica consiste na
compreensão do todo a partir de uma análise global das partes e da interação
entre elas, fazendo com que várias forças, internas ou externas, atuem em um
sistema em funcionamento, procurando entender a influência das partes entre
si. Tal fator, possibilita ao gestor a visão da organização como um sistema glo-
bal, gerando ferramentas organizadas e provedoras de resultados.
© Nopporn Suntornpasert
Fonte: 123RF.
Entenda que o exercício da visão sistêmica permite abrir os canais para as decisões
a fim de resolver problemas de natureza intrínseca e complexa que, anteriormente,
não existia dentro de determinada organização ou sistema. Um dos grandes desafios
das empresas é conseguir pensar em seus negócios de uma forma universalista e sis-
têmica. Enfim, a visão sistêmica nada mais é do que perceber o movimento integrado
entre o ambiente, as decisões e o futuro das organizações (MAXIMIANO, 2000).
LEITURA COMPLEMENTAR
A Teoria de Sistemas é uma teoria muito importante, pois é a primeira teoria
a considerar a empresa como um todo, ou seja, o ambiente geral e específi-
co. Essa teoria analisa o processo como um todo, apresentando a visão sis-
têmica. Nela, podemos entender os subsistemas como se fossem os setores
da empresa e compreender a sua interligação. Tal visão deixa de apresentar
a empresa por segmentos, como as teorias, até então, apresentavam.
REFERÊNCIA
LOUZADA, L. Teoria geral dos sistemas na teoria das organizações - Parte I.
In: Administradores.com. Disponível em: <http://www.administradores.
com.br/artigos/negocios/teoria-geral-dos-sistemas-na-teoria-das-organiza-
coes-parte-i/47502/>. Acesso em: 08 jan. 2018.
a. acumulação de recursos;
c. continuação do crescimento;
e. hierarquia flexível;
Continuando nosso estudo, temos também o ambiente, contexto que envolve ex-
ternamente a organização. Como o ambiente é muito vasto e complexo, as organi-
zações não podem absorvê-lo em sua totalidade. A organização precisa explorar
o ambiente que está sujeito a subjetividades, para reduzir a incerteza a seu res-
peito, ou seja, ela precisa mapear seu espaço ambiental, que é feito por pessoas e
não pela organização. Como não se pode mapear o ambiente por inteiro, é feita a
chamada seleção ambiental, na qual apenas uma parte de todas as variáveis am-
bientais é experimentada. As organizações interpretam a sua realidade externa
por meio de informações selecionadas.
© Watchara Rojjanasain
Fonte: 123RF.
Sendo assim, um mesmo ambiente pode ser interpretado de maneira diferente por
empresas distintas, visto que as organizações percebem subjetivamente seus am-
bientes. Logo, ao selecionar e perceber seus ambientes, as organizações procuram
reduzir a dissonância e manter a consonância.
Ambiente geral
Ambiente-tarefa
Empresa
© Buchachon Petthanya
Fonte: 123RF.
Lacombe e Heilborn (2008) ainda esclarecem que existem hoje dois tipos de
tecnologia: a de sustentação (tecnologia que proporciona melhor desempenho
aos produtos já existentes); e a de demolição (tecnologia que apresenta caracte-
rísticas inovadoras que substituem as tecnologias existentes).
Da Teoria Neoclássica às novas tendências da Administração | TEMA 4 161
LEITURA COMPLEMENTAR
Na Teoria Contingencial tudo é relativo e, na atualidade, para a gestão das
empresas, é importante verificar que não existe uma fórmula única de ad-
ministrar, pois temos muitas variáveis que dependem do ambiente, da lei-
tura e da interpretação dele, assim como do tipo de ambiente que estamos
falando e como ocorre essa adaptação. Para ampliar os conhecimentos na
área de gestão, no que diz respeito à Teoria Contingencial, faça a leitura do
artigo “Teoria Contingencial”, de Adenilza Melo.
REFERÊNCIA
CHIAVENATO, I. Novas abordagens na teoria administrativa. Revista
Administração de Empresas, v.19, n.2. São Paulo, maio/jun. 1979. Dis-
ponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S-
0034-75901979000200002#16b>. Acesso em: 09 jan. 2018.
Robbins (2003) cita que a economia e as organizações têm passado por mudan-
ças que estão se tornando cada vez mais flexíveis e suscetíveis a seus ambientes. A
“nova organização” tem o aprimoramento contínuo e a satisfação do cliente como
fatores essenciais.
Fonte: 123RF.
Outro enfoque citado por Robbins (2003), para o qual as empresas estão se vol-
tando, é a responsabilidade social e a sociedade está muito mais exigente quanto a
esse enfoque. As organizações estão sendo cada vez mais avaliadas em função de
sua cidadania como também pelo seu sucesso em obter lucros. Assim, a socieda-
de espera que as empresas contribuam com instituições beneficentes, programas
comunitários e que pratiquem políticas que tragam benefício ao meio ambiente.
Atualmente, a atenção para esse contexto vem crescendo e as organizações estão
reavaliando seus métodos de embalagem, praticando reciclagem e a maioria está
concordando que a responsabilidade social é um bom negócio.
E foi assim que Alvin Toffler afirmou que a história humana pode ser dividida
em “ondas”, e a primeira delas foi a agricultura.
© Nopporn Suntornpasert
Fonte: 123RF.
Toffler considerou essas ondas essencialmente como revoluções, nas quais “mo-
dos de vida” são inteiramente destacados e substituídos por novos. A terceira
onda substituiu cargos industriais de baixa qualificação e, ao mesmo tempo,
criou oportunidades de trabalho para pessoas mais especializadas e qualificadas
(ROBBINS, 2003). Isso sem desconsiderar a diversidade cultural.
Além disso, é importante ter uma gestão de risco e de processos, pois a melho-
ria continua obtém o seu maior grau de qualidade com a gestão destes aspectos.
Nesse caso, os Círculos de Controle da Qualidade podem ser uma boa opção.
168 FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO GRADUAÇÃO UNIVEL EAD
• Benchmarking
Trata-se, portanto, de uma operação que analisa e copia os métodos de outras
empresas ou líderes, podendo ser utilizada a chamada sondagem ambiental.
Benchmarking também pode ser considerado um padrão ou ponto de referên-
cia para a comparação entre produtos, produtividade, serviços e processos, e
indica um referencial de liderança (ROBBINS, 2003).
Não se trata de uma cópia simples, mas a melhor do que já existe no mercado
ou nas empresas, no que se refere à aplicação ao produto, serviço ou processos
Da Teoria Neoclássica às novas tendências da Administração | TEMA 4 169
Registre nas linhas abaixo uma ideia ou uma conclusão sobre essa reflexão.
Por essa razão dizemos que o benchmarking exige uma postura com a qual
“aprende-se a aprender”. Saber fazer e adaptar benchmarking no processo da
organização pode nos permitir vislumbrar oportunidades e também ameaças
competitivas, constituindo um atalho seguro para a excelência com a utilização
de todo um trabalho intelectual acumulado por outras organizações, evitando,
assim, os erros e armadilhas do caminho. Mais do que uma técnica, o ben-
chmarking é um conceito que está modificando significativamente o enfoque
da Administração, e é composto por atributos que determinarão o sucesso ou,
ainda, a sobrevivência das empresas.
• Reengenharia
A reengenharia significa redesenhar totalmente os processos centrais da
organização, ignorando o modo como as coisas têm sido tradicionalmente
feitas. Em razão disso, tem sido citada como a ferramenta favorita para im-
plementar mudanças.
170 FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO GRADUAÇÃO UNIVEL EAD
© rangizzz
Fonte: 123RF.
• Downsizing
Downsizing indica uma redução na empresa, que pode ser diminuição de
funcionários ou de estrutura, mas também uma diminuição na hierarquia da
empresa. É uma expressão usada na língua inglesa, que significa reduzir. Ge-
ralmente o downsizing é uma consequência da reengenharia, no entanto, esta
verifica processos e sua reformulação, enquanto aquele tende à redução de pes-
soas, estrutura, hierarquia e tudo que for possível diminuir para um melhor
resultado (ROBBINS, 2003).
As empresas são organismos complexos que muitas vezes vão de uma hierar-
quia fragmentada para uma que é rígida. Para Morin (1986), a hierarquia é ne-
cessária para alcançar um fim comum. Por isto ela tende a se tornar mais rígida
quanto mais complexa é a organização.
Morgan (2006) diz que à medida que entramos em uma economia baseada no
conhecimento, em que a informação, o conhecimento e o aprendizado são re-
cursos-chave para o desenvolvimento das organizações, a inspiração de um cé-
rebro vivo, capaz de aprender, oferece uma imagem poderosa para a criação
de empresas ideais, perfeitamente adaptadas aos requisitos da era digital. Na
abordagem das organizações encontramos um conjunto de imagens percebidas
dentro do ambiente organizacional, ou seja, a organização pode ser vista como
máquina, como organismo vivo, cérebro, cultura, sistema político, como fluxo e
transformação, prisão psíquica e vista como processo de dominação.
Neste momento temos cidades inteligentes, uma conexão global intensa, inter-
net das coisas, impressão em 3D, Big Data, mudanças climáticas e demográfi-
cas, avanços tecnológicos, escassez de recursos, ou seja, o que alguns autores
chamam de “Mundo 4.0” ou a quarta revolução industrial.
Portanto, passamos por um processo de evolução com o seu início em mais pro-
dutividade, depois eficácia e eficiência, inovação, sustentabilidade, ética, tipos
de lideranças, governança corporativa e disruptura e adaptação constante com
mudanças mais aceleradas.
Conforme Schwab (2016) “As mudanças são tão profundas que, na perspecti-
va da história da humanidade, nunca houve um momento tão potencialmente
promissor ou perigoso”, cada vez mais presente a natecnologia, biotecnologia e
computação quântica. A ruptura da forma de fazer negócio é questão de tempo,
a inteligência artificial e a tomada de decisões mudam no forma de pensar e
executar.
172 FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO GRADUAÇÃO UNIVEL EAD
LEITURA COMPLEMENTAR
Temos muitas teorias que são consideradas tendências, e a questão que
ainda não tem uma resposta definitiva é se as tendências ou as novas
teorias são realmente novas, ou apenas teorias passadas com uma nova
roupagem.
REFERÊNCIA
KANITZ, S. As tendências de Administração da década. Harvard Business Review.
In: Administradores.com. Disponível em: <http://www.administradores.com.br/
mobile/artigos/negocios/as-tendencias-de-administracao-da-decada-harvard-busi-
ness-review/38073/>. Acesso em: 09 jan. 2018.
Em resumo
Neste Tema, você aprendeu:
• Downsizing indica uma redução na empresa, que pode ser diminuição de funcio-
nários ou de estrutura, mas também na hierarquia da empresa;