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MATERIAL DE APOIO | DIREITO ADMINISTRATIVO

Sumário
PRINCÍPIOS EXPRESSOS NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL ....................................................................................... 3
Outros Princípios Constitucionais Expressos ................................................................................................. 4

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PRINCÍPIOS EXPRESSOS NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL

L LEGALIDADE

I IMPESSOALIDADE

M MORALIDADE

P PUBLICIDADE

E EFICIÊNCIA

Legalidade: A Administração Pública, diferente do particular que faz tudo o que não é proibido por
lei, só pode agir em conformidade com a lei. Há necessidade de um permissivo legal. Trata-se do princípio
específico mais importante do Direito Administrativo, dele decorrem vários outros, tais como: finalidade,
razoabilidade, isonomia e proporcionalidade. Ressalta-se a tríplice fundamentação constitucional do
postulado da legalidade: art. 37, caput; art. 5º, II; art. 84, IV, da CRFB/1988.

Impessoalidade: A Administração Pública não pode tratar de forma diferenciada (discriminações,


perseguições, privilégios, favoritismos) os seus agentes e administrados, vez que o tratamento precisa ser
impessoal (sem rosto). Ademais, os agentes públicos também não podem se beneficiar dos feitos da
Administração Pública (art. 37, §1º, CRFB/88). Com isso, percebem-se as duas vertentes do princípio da
impessoalidade: a) como determinante da atuação administrativa; b) vedação à promoção pessoal do agente
público. Logo, a ideia de finalidade pública, indiscutivelmente, encontra-se relacionada à impessoalidade,
pois, “Ao agir visando a finalidade pública prevista na lei, a Administração Pública necessariamente imprime
impessoalidade e objetividade na atuação, evitando tomar decisões baseadas em preferência pessoal ou
sentimento de perseguições”.

Moralidade: Os agentes públicos, em sua atuação, devem se pautar nos conceitos de honestidade,
decoro, boa-fé, lealdade, ética e probidade. A moral administrativa não se confunde com a moral comum.
“Enquanto a moral comum é orientada para uma distinção puramente ética, entre o bem e o mal,
distintamente, a moral administrativa é orientada para uma distinção prática entre a boa e a má

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administração” (Diogo de Figueiredo Moreira Neto). Instrumentos da moralidade: Súmula Vinculante n. 13


do STF; Resolução n. 07 do CNJ (antinepotismo); Ação Popular; Ação Civil Pública; Tribunais de Contas;
Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI); LIA – Lei de Improbidade Administrativa (Lei n.º 8429/92).

Publicidade: Os atos administrativos, em regra, são públicos. Trata-se da obrigatoriedade de


divulgação oficial dos atos administrativos, dando livre acesso dos administrados a informações (art. 5º,
incisos XXXIII, XXXIV e LXXII, CRFB/88). Existindo exceções no ordenamento jurídico, ex.: Quando o sigilo seja
imprescindível à segurança da sociedade e do Estado. Subprincípios: Transparência e Divulgação Oficial.
Objetivos: exteriorizar a vontade; tornar exigível o conteúdo do ato; desencadear a produção de efeitos do
ato e permitir o controle de legalidade. Obs.: Nova Lei de Acesso a Informações – Lei n. 12.527/2011.

Eficiência: Princípio inserido na Carta da República de 1988 com a EC 19/98. Traduz a ideia da
obtenção, pela Administração Pública, dos melhores resultados possíveis com o menor dispêndio de
recursos públicos. Administração Gerencial. Premissas: Economicidade; Redução de Desperdícios;
Qualidade; Rapidez; Produtividade e Rendimento Funcional. Importante: “A eficiência seria o modo pelo
qual se exerce a função administrativa. A eficácia diz respeito aos meios e instrumentos empregados pelo
agente. E a efetividade é voltada para os resultados de sua atuação” (José dos Santos Carvalho Filho).

Outros Princípios Constitucionais Expressos


Princípio da Participação (art. 37, §3º);
Princípio da Celeridade Processual (art. 5º, LXXVIII);
Devido Processo Legal (art. 5º, LIV);
Contraditório e Ampla Defesa (art. 5º, LV).

Princípios Implícitos ou Infraconstitucionais Segurança Jurídica: Esse princípio parte das seguintes
premissas: “garantia da estabilidade, ordem, paz social e previsibilidade das atuações estatais”. Art. 2º,
parágrafo único, XIII, da Lei 9784/99: “interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta
o atendimento do fim público a que se dirige, vedada aplicação retroativa de nova interpretação”. Institutos
relacionados: decadência, prescrição, preclusão, usucapião, convalidação, coisa julgada, direito adquirido,
irretroatividade da lei e manutenção de atos praticados por funcionário de fato.

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DICA! A aplicação do princípio da segurança jurídica pode afastar o da mera legalidade.

DICA! Princípio da Proteção à Confiança: aspectos subjetivos da Segurança Jurídica – relacionado à boa-fé.

Finalidade: É dever da Administração Pública atender a fins de interesse geral, vedada a renúncia
total ou parcial de poderes ou competências, salvo autorização em lei (art. 2º, parágrafo único, II, da Lei
9784/99). Esse princípio “proíbe o manejo das prerrogativas da função administrativa para alcançar objetivo
diferente daquele definido na legislação”. Obs.: Desvio de finalidade, desvio de poder, três destinação.

Autotutela: Prerrogativa da Administração Pública de rever seus próprios atos, anulando os ilegais e
revogando os inoportunos e inconvenientes (PODER-DEVER), art. 53, Lei 9784/99 e Súmulas 346 e 473 do
STF.

Motivação: Trata-se da necessidade, como regra, de colocação (exposição) por escrito dos pressupostos de
fato e de direito (fáticos e jurídicos) que levaram a prática do ato. Configura relevante mecanismo de
controle de legalidade e legitimidade (art. 93, X, da CRFB/1988 e art. 50 da Lei 9784/99). Contudo, existem
exceções: ex.: nomeação e exoneração de cargos em comissão.

OBS.: Teoria dos Motivos Determinantes: “O motivo apresentado como fundamento fático da conduta
vincula a validade do ato administrativo”.

DICA! MOTIVO (causa – pressuposto de fato e de direito que determina a prática do ato) não é sinônimo de
MOTIVAÇÃO (colocação por escrito do motivo).

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Razoabilidade: Equidade, coerência e bom senso. “Comportamentos imoderados, abusivos,


irracionais, desequilibrados, inadequados, desmedidos, incoerentes ou desarrazoados não são compatíveis
com o interesse público, pois geram a possibilidade de invalidação judicial ou administrativa do ato deles
resultante. Ex.: “edital de concurso para o provimento do cargo de varredor de ruas que exige dos candidatos
nível superior”.

Proporcionalidade: Trata-se de aspecto da razoabilidade destinado à verificação da justa medida da


reação administrativa ante a situação de fato. Noutros dizeres, configura vedação a exageros no
desempenho da função administrativa. Art. 2º, parágrafo único, VI, da Lei 9784/99: “adequação entre meios
e fins, vedada a imposição de obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente
necessárias ao atendimento do interesse público”.

Princípio da Presunção de Legitimidade: Os atos da Administração Pública gozam de fé pública, ou


seja, são presumidamente verdadeiros, legais e legítimos. Contudo, trata-se de presunção relativa (JURIS
TANTUM) – admite prova em contrário.

Responsabilidade: Art. 37, §6º, CRFB/88 – Responsabilidade Civil do Estado. Atos comissivos –
Responsabilidade Objetiva. Atos omissivos – Responsabilidade Subjetiva. Ação regressiva contra o agente
público – Responsabilidade Subjetiva.

Controle Judicial ou da Sindicabilidade: Por força da CRFB/1988, art. 5º, inciso XXXV, o Poder
Judiciário tem competência para apreciação da legalidade das ações da Administração Pública – Princípio da
inafastabilidade da jurisdição. Todo ato do Poder Público está sujeito a algum tipo de controle.

Boa administração: Segundo Celso Antônio, a eficiência é um desdobramento do dever maior de Boa
Administração. Logo, “impõe o dever de, diante das diversas opções, de ação definidas pela lei para a prática
de atos discricionários, a Administração Pública adotar a melhor opção para a defesa do interesse público”.
Continuidade do Serviço Público: O serviço público, em razão de sua essencialidade, não pode sofrer
interrupções, não pode PARAR. A lei 8987/95, em seu art. 6º, declara que: “§ 1o Serviço adequado é o que
satisfaz as condições de regularidade, continuidade, eficiência, segurança, atualidade, generalidade, cortesia
na sua prestação e modicidade das tarifas. [...] § 3o Não se caracteriza como descontinuidade do serviço a
sua interrupção em situação de emergência ou após prévio aviso, quando: I - motivada por razões de ordem
técnica ou de segurança das instalações; e, II - por inadimplemento do usuário, considerado o interesse da
coletividade”. Importante: Direito de Greve; Restrição à aplicabilidade da Exceção do Contrato Não
Cumprido (exceptio non adimpleti contractus).

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Princípio da Isonomia: Art. 5º, caput, da CRFB/88. Contudo, vale destacar a isonomia
material/substancial “é preciso tratar os iguais igualmente e os desiguais na medida de suas desigualdades”.
Trata-se de “fundamento valorativo de diversos institutos administrativos, como o concurso público e o
dever de licitar”.

DICA! O princípio da impessoalidade é um corolário do princípio da isonomia.

Princípio da Hierarquia: Impõe relações de coordenação e subordinação entre órgãos. Cuidado: entre
a Administração Pública Direta e Indireta não há hierarquia (subordinação) e sim VINCULAÇÃO (controle
finalístico ou supervisão ministerial).

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