Você está na página 1de 4

Disciplina: DIREITO APLICADO À ADMINISTRAÇÃO

Conteúdo: ADMINISTAÇÃO PÚBLICA: Noções Gerais, Conceito, Elementos do


Estado e Poderes do Estado. Princípios Básicos da Administração Pública. Os Art.
37 da CF e 27 da CE.

1) Noções Gerais
O Estado, sociedade politicamente organizada é a criação do homem, objetiva a
atendimento das necessidades comuns e para tanto, necessariamente, há de se
relacionar com o indivíduo com o máximo respeito às suas garantias e direitos.
Esses direitos e garantias individuais são estabelecido na Constituição Federal (Art.
5º). É também na Constituição Federal, que estão expressos os poderes e os
deveres do Estado, bem como a proteção dos indivíduos.

Em regra, ao se falar em administração pública, primeiramente nos vem a idéia de


que a Administração Pública é o complexo de atividades exercido pelos agentes
governamentais em obediência ao comando do Governo ou a suas diretrizes, isto é,
o conjunto de órgãos e entidades que exercem funções administrativas, sob o
mando do Governo.

No entanto, não se pode confundir governo e administração. O Governo é formado


pelo conjunto de Poderes, respectivos órgãos e funções estabelecidos na própria
Constituição (Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário), enquanto a administração
cuida de organizar as funções necessárias aos serviços públicos, bem como por em
prática os objetivos do Governo.

2) Conceito
Segundo o conceito de Hely Lopes Meirelles: a Administração Pública, em sentido
formal, é o conjunto de órgãos instituídos para consecução dos objetivos do
Governo; em sentido material, é o conjunto das funções necessárias aos serviços
públicos em geral; em acepção operacional, é o desempenho perene e sistemático,
legal e técnico, dos serviços próprios do Estado ou por ele assumidos em benefício
da coletividade.

Deste modo, olhando de prisma global, pode-se dizer que a Administração é, todo
o aparelhamento do Estado preordenado à realização de seus serviços, visando à
satisfação das necessidades coletivas. A administração pratica atos atos de
execução, com maior ou menor autonomia funcional, segundo a competência do
órgão e de seus agentes. São os chamados atos administrativos

O mesmo autor complementa dizendo que governo é atividade política e


discricionária, enquanto que a administração é atividade neutra, normalmente
vinculada à lei ou à norma técnica; ou ainda, que governo é conduta independente;
administração é conduta hierarquizada. Efetivamente, a Administração Pública é o
instrumental de que dispõe o Estado para por em prática as alternativas políticas e
sociais preconizadas pelo Governo.

3) Elementos do Estado
Conforme já dito anteriormente, o Estado um grupamento de indivíduos,
estabelecidos ou fixados em um território determinado e submetidos à autoridade de
um poder público soberano, que lhe dá autoridade orgânica. Conseqüentemente,
observa-se que três elementos se unem para o constituir, ou seja, o Estado é
constituído de três elementos originários e indissociáveis, quais sejam: povo,
território e governo. O povo é o elemento humano do Estado; território a sua base
física e; Governo Soberano, o elemento condutor do Estado, que detém e exerce o
poder absoluto de autodeterminação e auto-organização emanado do Povo.

4) Os Poderes do Estado
A Administração Pública é formada por muitas entidades, mas a estruturação
político-constitucional é triparte composta pelos Poderes do Estado. Para a
realização da tarefa administrativa, tem-se o Poder Executivo, Poder Legislativo e
Poder Judiciário, para legislar e desenvolver a atividade jurisdicional.

Nossa Constituição Federal, ao tratar da divisão orgânica do Estado, adotou a


divisão de Poderes, defendida por Aristóteles, antes mesmo de Montesquieu firmar
sua doutrina da divisão de Poderes do Estado.

Cada um desses poderes tem atuação - realizam suas atividades próprias - em


uma área distinta área. A execução das atividades do Poder Executivo, se
resumem em executar as leis e realizar obras e serviços, para o atendimento das
necessidades da população. Por tanto, tem sua atuação voltada ao bem comum da
coletividade. O Poder Legislativo administra a fiscalização da atividade do Executivo
e do Judiciário e, ainda, dar andamento ao processo legislativo, ou seja, faz as leis,
visando a convivência social. O Poder Judiciário é o responsável pela resolução de
todos os conflitos entre os interesses das pessoas, aplicando a lei correta para cada
caso e, ainda, atua no controle dos atos administrativos tanto do Legislativo, quando
do Executivo.

Mas, é importante frisar que cada Poder exerce, preponderantemente, uma


função, e secundariamente, as outras duas. Eles desenvolvem sua atividade típica,
e também atividades atípicas. Todos eles administram, legislam e julgam.

5) Princípios Básicos da Administração

A Constituição Federal dedicou o Capítulo VII a Administração Pública. No caput do


art. 37 da CF, o constituinte estabeleceu que a Administração publica é obrigada a
observar os princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade.

a) Legalidade - é o princípio básico através do qual o administrador público


está, por toda sua vida funcional, sujeito a observar as disposições da lei e e
exigências do bem comum, e deles não pode se afastar ou desviar, sob pena
de praticar ato inválido e expor-se a responsabilidade disciplinar, civil e
criminal, conforme o caso.

b) Moralidade – é o princípio através do qual deve o administrador ter sempre


em vista, o elemento ético de sua conduta ao atuar. Nele encontra-se a
obrigação do Administrador agir honestamente.

c) Impessoalidade e finalidade – é o princípio da finalidade, que obriga o


administrador público a praticar o seu fim legal. E o fim legal é unicamente
aquele que a norma indica expressa ou virtualmente como objetivo do ato, de
forma impessoal. Esse objetivo deve ser certo e sempre inafastável. O
princípio da impessoalidade e finalidade, também visa excluir qualquer
possibilidade de promoção pessoal do administrador público, autoridades ou
servidores públicos, em cima de suas realizações administrativas. O
Administrador é obrigado a praticar o ato objetivando sempre a finalidade
pública.
d) Publicidade – o princípio da publicidade exige que seja divulgado oficialmente
o ato, para que assim o público tenha conhecimento do mesmo e produzam
seus efeitos jurídicos externos e adquiram validade universal, ou seja perante
as partes e terceiros. Desta forma, a publicidade dos atos e contratos
administrativos, visa garantir seus efeitos externos, propiciar seu
conhecimento e controle pelos interessados direto e pelo povo em geral. As
exceções a publicidade dos atos administrativos existe somente nos casos de
segurança nacional, investigações policiais e interesse maior da
administração a ser preservado em processo previamente declarado sigiloso.
O princípio da publicidade a que está sujeita a Administração Pública, não se
restringe a publicação do ato administrativo, mas também propicia o
conhecimento da conduta interna dos agentes públicos. O princípio da
publicidade não exige que seja publicado em órgão oficial todo e qualquer
ato, mas que qualquer interessado tenha acesso a qualquer documento
público e dele possa obter certidão ou cópia autenticada; a publicação em
órgão oficial somente é obrigatória quando do ato concluído ou de
determinadas fases de certos procedimentos administrativos.

6) Os Art. 37 da CF e 27 da CE.
 Todos os alunos devem ler e interpretar os art.´s supra referidos.

Você também pode gostar