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O Direito Administrativo é portanto sub-ramo do direito público interno, uma vez que
disciplina as relações jurídicas em que predominam os interesses do Estado
(público) e porque em pelo menos um dos pólos da relação disciplinada por ele está
a Administração Pública.
2. CONCEITUAÇÃO
2.1. Critérios para Conceituação
A definição de qualquer coisa deve sempre se apoiar num CRITÉRIO, ou seja, num
referencial obrigatório para a estrutura conceitual. Para definir o Direito
Administrativo, os estudiosos têm escolhido os mais variados critérios.
Vejamos:
a) Critério Legalista - O Direito Administrativo é o ramo da ciência jurídica que
estuda as Leis Administrativas.(Sinônimo perfeito de direito positivo)
CRITICA: É um conceito incompleto uma vez que o Direito Administrativo não é só
um amontoado de leis, englobando também conceitos doutrinários, jurisprudência e
usos e costumes.
b) Critério do Poder Executivo - O Direito Administrativo é o conjunto de normas
jurídicas que regulam o Poder Executivo.
CRÍTICA: É um conceito insuficiente uma vez que não somente o Poder Executivo
edita atos administrativos, mas também os outros poderes, quando, por exemplo,
abrem uma sindicância, nomeiam um funcionário ou concedem férias, O Estado
pratica ainda atos regidos pelo Direito Privado (compra e venda, locação) e atos
materiais (dirigir caminhões, varrer ruas) que não pertencem a este ramo do Direito.
c) Critério das Relações Jurídicas - O Direito Administrativo é o ramo da Ciência
Jurídica que estuda as relações entre administrados e poder administrante, entre
Estado e administrados.
CRÍTICA: Esta definição também pode ser aplicada a outros ramos do Direito
Público, além de reduzir seu objeto.
d) Critério dos Serviços Públicos - O Direito Administrativo é o conjunto de regras
jurídicas relativas aos serviços públicos.
CRÍTICA: O Direito Administrativo é mais do que serviço público e a própria
expressão que o define é vaga e de difícil entendimento.
e) Critério Teleológico ou Finalístico - O Direito Administrativo é o sistema de
princípios que regulam a atividade do Estado para o cumprimento de seus fins.
CRÍTICA: É criticável por trazer à baila a discussão dos fins do Estado.
f) Critério da Hierarquia Orgânica - O Direito Administrativo é o ramo que estuda os
órgãos inferiores do Estado enquanto o Constitucional, estuda os superiores.
CRÍTICA: o cargo de Presidente da República, o mais alto da hierarquia, objeto de
estudo do Direito Administrativo, não é órgão inferior do Estado.
g) Critério Negativista ou Residual - Direito Administrativo é o regulador de toda
atividade estatal que não seja legislativa e judicial.
CRÍTICA: As definições devem definir o que a coisa é, e não o que não é.
h) Outros Critérios
Além de todos estes conceitos estribados nos mais variados critérios de natureza
unidimensional, ainda se nos apresentam outros conceitos oriundos da junção de
dois ou mais destes, ou seja, embasados em critérios bidimensionais ou
pluridimensionais, objetivando atingir sempre, na visão de seus autores, uma
definição mais precisa do que seja Direito Administrativo. Todavia, não podemos
afirmar que o produto destes arranjos, seja, em sua essência, melhores ou piores do
que os antes arrolados uma vez, que se conjugarmos referenciais inadequados, não
conseguiremos, por certo, tornar mais preciso ou correto o conceito resultante.
Esta interação reside no fato de todas terem o mesmo objeto, a sociedade, embora,
encaradas em cada qual, sob ótica diversa. Fornecem assim, todos dados e
subsídios importantes ao direito administrativo para o seu aperfeiçoamento e
ajustamento, cada vez maior, aos fins buscados pelo Estado, seja através de
premissas seja através de elementos técnicos.