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PRIMEIRA PARTE
ASSUNTOS NORMATIVOS

ESTADO-MAIOR

Memorando nº 30.072.2/22 – EMPM

Belo Horizonte, 23 de junho de 2022.

Aos: Comandantes, Diretores e Chefes.

Assunto: Busca pessoal e veicular
Ref.: Decreto-Lei nº 3.689, de 03 de outubro de 1941 – Código de Processo Penal;
Manual Técnico-Profissional 01 (MTP-01) – Intervenção Policial, Processo de
Comunicação e Uso da Força;
Manual Técnico-Profissional 02 (MTP-02) – Abordagem a Pessoas;
Manual Técnico-Profissional 04 (MTP-04) – Abordagem a Veículos;
Circular nº 26/2022-SSP/GAB/CONSEP, do Conselho Nacional de Secretários de
Segurança Pública.

Considerando o posicionamento exarado pela Sexta Turma do Egrégio Superior

Tribunal de Justiça (STJ) no julgamento do Recurso em Habeas Corpus (RHC) n.º 158.580,
ocorrido em 19/04/2022, o qual considerou ilegal a busca pessoal ou veicular, sem mandado
judicial, motivada apenas pela impressão subjetiva da polícia sobre a aparência ou atitude
suspeita do indivíduo.

2. Considerando que no caso julgado pela Sexta Turma do STJ, constante do RHC
nº 158.580, a decisão não possui caráter vinculante, produzindo efeitos exclusivamente no
caso concreto, entre as partes do processo, não impedindo que os órgãos policiais realizem
abordagens quando houver fundada suspeita, no exercício de seus deveres e atribuições
legais, com observância dos preceitos que regem o tema.

3. Considerando a Circular nº 26/2022-SSP/GAB/CONSEP, do Conselho Nacional de

Secretários de Segurança Pública, cujo conteúdo reforça o esclarecimento de que a decisão
prolatada pela Sexta Turma do STJ no RHC nº 158.580 não possui efeito vinculante às
Forças de Segurança e não alterou a forma de trabalho dos agentes de segurança pública em
todo o país.

4. Considerando que a abordagem, revista ou busca pessoal é regida pelo art. 244
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do Código de Processo Penal, o qual estabelece que independente de mandado,
quando houver fundada suspeita.

Art. 244. A busca pessoal independerá de mandado, no caso de

prisão ou quando houver fundada suspeita de que a pessoa
esteja na posse de arma proibida ou de objetos ou papéis que
constituam corpo de delito, ou quando a medida for determinada
no curso de busca domiciliar.

5. Considerando que a doutrina de emprego operacional que aborda o tema em

questão, notadamente, o Manual Técnico-Profissional 01 (MTP-01) – Intervenção Policial,
Processo de Comunicação e Uso da Força, o Manual Técnico-Profissional 02 (MTP-02) –
Abordagem a Pessoas e o Manual Técnico-Profissional 04 (MTP-04) – Abordagem a
Veículos, estão alinhados com o Código de Processo Penal e legislação vigente.

6. Considerando que a atuação da Polícia Militar para preservação da ordem pública

por meio de abordagens é um instrumento fundamental para apreensão de armas, drogas e
objetos ilícitos, a fim de evitar a ocorrência de crimes violentos e letais e o patrimônio dos
cidadãos.

7. Diante do exposto, RECOMENDO:

7.1 Difundir a todos os policiais militares que é legitima a busca pessoal e veicular
realizada com base nos parâmetros do Código de Processo Penal, sendo um instrumento
adequado a ordem constitucional e legal vigentes, além de medida crucial ao
desenvolvimento de ações preventivas e para preservação de direitos individuais e sociais no
contexto da segurança pública.

7.2 Inserir o conteúdo deste memorando como tema de Treinamento Tático para
todas as Unidades da PMMG.

(a) EDUARDO FELISBERTO ALVES, CORONEL PM

CHEFE DO ESTADO-MAIOR