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SEMANA 09
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RETA FINAL

DELEGADO ALAGOAS

SEMANA 09/12

AVISO IMPORTANTE
O material será disponibilizado com os dados pessoais do participante, em área de acesso restrita. O
compartilhamento indevido de materiais do RETA FINAL – DELEGADO ALAGOAS ensejará a interrupção
imediata do serviço, bem como adoção das medidas cabíveis.

Qual a duração do curso?

O RETA FINAL – DELEGADO ALAGOAS é dividido em 12 semanas.

Qual o principal material da preparação e quando ele é enviado?

O principal material da nossa preparação é o e-book dividido em metas com doutrina e questões
sobre o tema. Este material será disponibilizado na nossa plataforma sempre aos finais de semana para que
vocês possam utilizá-lo ao longo da semana.

Quais materiais serão disponibilizados neste curso?

1- E-book de doutrina e questões - Este e-book é dividido em metas, que correspondem aos
dias da semana em que o aluno deve cumprir. No início de cada meta, disponibilizamos os artigos
relacionados ao tema, ao passo que no final disponibilizamos questões de concursos anteriores para
treinamento (disponibilizado semanalmente);
2- E-book de Súmulas por assunto - Este e-book visa orientar nosso aluno, a partir de um
cronograma, a realizar uma leitura das principais súmulas dos Tribunais Superiores (disponibilizado
integralmente no início do curso);
3- E-book de Lei Seca - Compilamos as principais leis, que possuem grande incidência em
concursos de Delegado de Polícia e que são específicas para o seu concurso. Esse e-book visa, através de um
cronograma elaborado por nossa equipe, organizar o estudo tão importante da lei seca (disponibilizados
semanalmente).
4- E-book de Jurisprudência - Selecionamos os principais julgados mais recentes para facilitar o
seu estudo. Com o cronograma criado pela nossa equipe, você estudará os principais informativos de uma
maneira constante e leve (disponibilizados semanalmente).
5- E-book de questões comentadas autorais – Como forma de consolidação do estudo semanal,
disponibilizaremos questões no formato C e E dos assuntos estudados durante a semana. Essas questões
devem ser feitas preferencialmente aos finais de semana.
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Como eu devo me guiar com este material?

Isto é bem intuitivo. No E-book principal (doutrina e questões), cada meta se refere a um dia
da semana (Meta 1, Segunda-feira; Meta 2, terça-feira, etc). O final de semana deve ser reservado para a
revisão da semana, através da leitura dos artigos indicados no início de cada meta.
Acreditamos que o melhor método de estudo é a partir da edificação de uma base de
conhecimento pautada no tripé doutrina – lei seca – jurisprudência, aliada à constante resolução de questões
objetivas.
Por isso, aconselhamos que se inicie o dia estudando a meta do dia (E-book principal doutrina
e questões). No momento do estudo não tente resumir a matéria, pois nossas metas diárias já suprirão esta
necessidade. O ideal é que tome notas inteligentes em post-its e façam grifos para a revisão. Notas
inteligente são aquelas que sem precisar esgotar o tema faz com que você relembre os principais pontos. A
organização das suas anotações é crucial para sua aprovação.
Atendendo sugestões, explicaremos melhor como vocês devem se guiar com esse material:
Passamos a indicar no Caderno de Doutrina, antes de iniciar a meta, os artigos correspondentes,
além dos dispositivos que reputamos mais relevantes e com maior probabilidade de estar na sua prova.
A leitura desses dispositivos fará parte do ciclo de revisão semanal proposto pelo curso (leitura
realizada aos finais de semana).
Encerrado o estudo da doutrina passe para a resolução dos exercícios e súmulas selecionadas.
Até aqui foi feito o mais importante.
Após tudo isso, se sobrar tempo, é hora de ler a lei seca do caderno de leis. Essa tarefa de
repetição de leitura de artigos não demandará muito tempo por dia e é essencial para a sua aprovação.
Lembramos que os artigos indicados nos cadernos de Lei seca não correspondem à meta
justamente para que vocês sempre leiam mais vezes a letra da lei, independentemente de ter estudado o
tema ou não.
Estamos abertos a críticas e sugestões. Este é um processo coletivo no qual a participação de
vocês é fundamental para que a preparação para a prova seja potencializada. Evite a possibilidade de ter
a sua posse impedida em razão compartilhamento ilegal e indevido do material deste material sem
autorização.
Vamos Juntos!
Equipe Dedicação Delta.

Prezado(a) aluno(a),

Caso possua alguma dúvida jurídica sobre o conteúdo disponibilizado no curso, pedimos que utilize a sua
área do aluno. Há um campo específico para enviar dúvidas.
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Sumário
META 1 ............................................................................................................................................................ 13
DIREITO PENAL: CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA............................................................................................. 13
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................... 13
2. ESPÉCIES DE FALSIDADE .............................................................................................................................. 14
3. COMPETÊNCIA DE JULGAMENTO ................................................................................................................ 15
4. CRIMES EM ESPÉCIE..................................................................................................................................... 18
4.1 Moeda Falsa (Art. 289) ........................................................................................................................................... 18
4.1.1 Conduta Equiparada ........................................................................................................................................ 24
4.1.2 Figura Privilegiada ............................................................................................................................................ 24
4.1.3 Crime Funcional/ figura qualificada ................................................................................................................. 25
4.1.4 Crimes Assimilados ao de Moeda Falsa (Art. 290) ........................................................................................... 27
4.2 Petrechos Para Falsificação De Moeda (Art. 291) .................................................................................................. 30
4.3 Emissão De Título Ao Portador Sem Permissão Legal (Art. 292) ............................................................................ 32
4.4 Da Falsidade De Títulos E Outros Papéis Públicos .................................................................................................. 33
4.4.1 Falsificação de PAPÉIS públicos ....................................................................................................................... 33
4.4.2 Petrechos De Falsificação (Art. 294) ................................................................................................................ 37
4.5 Da Falsidade Documental ....................................................................................................................................... 38
4.5.1 Falsificação do Selo ou Sinal Público (Art. 296) ............................................................................................... 38
4.5.2 Falsificação de Documento Público (Art. 297) ................................................................................................. 40
4.5.3 Falsificação de Documento Particular (Art. 298) ............................................................................................. 50
4.5.4 Falsidade Ideológica (Art. 299) ........................................................................................................................ 54
4.5.5 Falso Reconhecimento de Firma ou Letra (Hipótese Especial de Falsidade Ideológica) (Art. 300) ................. 64
4.5.6 Certidão ou Atestado Ideologicamente Falso (Art. 301) ................................................................................. 65
4.5.7 Falsidade material de atestado ou certidão .................................................................................................... 66
4.5.8 Falsidade de Atestado Médico (Art. 302) ........................................................................................................ 67
4.5.9 Reprodução ou Adulteração de Selo ou Peça Filatélica (Art. 303) .................................................................. 69
5. USO DE DOCUMENTO FALSO (ART. 304) ..................................................................................................... 69
6. SUPRESSÃO DE DOCUMENTO (ART. 305) .................................................................................................... 74
7. DE OUTRAS FALSIDADES .............................................................................................................................. 75
7.1. Falsificação do sinal empregado no contraste de metal precioso ou na fiscalização alfandegária, ou para outros
fins - Art. 306 – Leitura do Código-............................................................................................................................... 75
7.2. Falsa Identidade (Art. 307) .................................................................................................................................... 75
7.3. Uso ou Cessão para Uso de Documento de Identificação Civil de Terceiro (Art. 308) .......................................... 78
7.4. Fraude de lei sobre estrangeiros ........................................................................................................................... 78
7.5. Fraude à Proibição da Propriedade ou da Posse de Certos Bens Por Estrangeiros (Art. 310) .............................. 79
7.6. Adulteração de Sinal Identificador de Veículo Automotor (Art. 311) ................................................................... 79
8. DAS FRAUDES EM CERTAMES DE INTERESSE PÚBLICO ............................................................................... 81
8.1. Fraudes em Certames de Interesse Público (Art. 311-A) ...................................................................................... 82
QUESTÕES PROPOSTAS ................................................................................................................................... 91
META 2 ............................................................................................................................................................ 98
DIREITO PROCESSUAL PENAL: LIBERDADE PROVISÓRIA, FIANÇA E MEDIDAS CAUTELARES REAIS ................ 98
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1. LIBERDADE PROVISÓRIA .............................................................................................................................. 99


1.1 Quanto à Possibilidade de Concessão da Liberdade Provisória ........................................................................... 104
1.1.1 Liberdade Provisória Obrigatória ................................................................................................................... 104
1.1.2 Liberdade Provisória Permitida...................................................................................................................... 105
1.1.3 Liberdade Provisória Proibida ou Vedada ...................................................................................................... 105
1.2 Quanto à sujeição ao cumprimento de obrigações ............................................................................................. 110
1.2.1 Liberdade Provisória com Vinculação ............................................................................................................ 110
1.2.2 Liberdade Provisória sem Vinculação. ........................................................................................................... 111
1.3 Quanto à Fiança.................................................................................................................................................... 112
1.3.1 Liberdade Provisória sem Fiança ................................................................................................................... 112
1.3.2 Liberdade Provisória com Fiança (arts. 322 a art 349, CPP) .......................................................................... 114
2. FIANÇA ....................................................................................................................................................... 116
3. MEDIDAS CAUTELARES REAIS (MEDIDAS ASSECURATÓRIAS) ................................................................... 128
3.1 Conceito ............................................................................................................................................................... 128
3.2 Jurisdicionalidade ................................................................................................................................................. 129
3.3 Pressupostos ........................................................................................................................................................ 129
3.3.1 Fumus boni iuris ............................................................................................................................................. 129
3.3.2 Periculum in mora .......................................................................................................................................... 130
3.4 Contraditório Prévio x Diferido ............................................................................................................................ 130
3.5 Medidas Assecuratórias em Espécie .................................................................................................................... 130
3.5.1 Sequestro ....................................................................................................................................................... 131
3.5.2 Hipoteca Legal (Imóveis) e Arresto (Móveis) ................................................................................................. 144
3.5 Apreensão ............................................................................................................................................................ 149
3.6 Procedimento de Restituição de Coisas Apreendidas .......................................................................................... 152
3.7 Alienação Antecipada (incidência da Lei 12.694/12) ........................................................................................... 153
QUESTÕES PROPOSTAS ................................................................................................................................. 162
META 3 .......................................................................................................................................................... 170
DIREITO CONSTITUCIONAL: ESTADO DE DEFESA, DE SÍTIO E SEGURANÇA PÚBLICA .................................... 170
1. SISTEMA CONSTITUCIONAL DE CRISES ...................................................................................................... 171
2. ESTADO DE DEFESA X ESTADO DE SÍTIO .................................................................................................... 171
3. FORÇAS ARMADAS .................................................................................................................................... 177
4. SEGURANÇA PÚBLICA ................................................................................................................................ 179
4.1. Polícia Federal ..................................................................................................................................................... 180
4.2. Polícia Rodoviária Federal e Polícia Ferroviária Federal ...................................................................................... 181
4.3. Polícia Civil, Polícia Militar e Corpo de Bombeiros .............................................................................................. 181
4.4. Polícias Penais .................................................................................................................................................... 183
4.5. (Im)possibilidade de greve de policiais: .............................................................................................................. 185
5. GUARDAS MUNICIPAIS: ............................................................................................................................. 186
6. PORTE DE ARMA DE FOGO POR POLICIAIS E AGENTES DE TRÂNSITO ...................................................... 189
QUESTÕES PROPOSTAS ................................................................................................................................. 192
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DIREITO ADMINISTRATIVO: AGENTES PÚBLICOS .......................................................................................... 200


1. ABORDAGEM CONSTITUCIONAL E PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS .......................................................... 201
2. AGENTES PÚBLICOS ................................................................................................................................... 201
2.1 Agentes Políticos .................................................................................................................................................. 203
2.2 Particulares em colaboração com o poder público .............................................................................................. 205
2.3 Servidores Públicos (Agentes Administrativos) .................................................................................................... 206
2.3.1 Servidores Temporários: ................................................................................................................................ 207
2.3.2 Celetistas........................................................................................................................................................ 212
2.3.3 Servidores estatutários .................................................................................................................................. 213
3. FORMAS DE PROVIMENTO DE CARGO PÚBLICO ....................................................................................... 216
3.1. Provimento Originário ......................................................................................................................................... 216
3.2. Provimento Derivado .......................................................................................................................................... 216
3.3. Vacância do cargo................................................................................................................................................ 218
3.4. Investidura no cargo ............................................................................................................................................ 219
3.5. Concurso Público ................................................................................................................................................. 222
3.6. Exceções ao concurso público ............................................................................................................................. 223
3.7. Regras Definidas pelo Edital ................................................................................................................................ 223
3.8 Realização de concurso na vigência do certame anterior: ................................................................................... 225
3.9. Nulidade do Concurso ......................................................................................................................................... 225
3.10. Direito Subjetivo à Nomeação ........................................................................................................................... 229
4. ESTABILIDADE ............................................................................................................................................ 230
5. VITALICIEDADE ........................................................................................................................................... 233
6. ACUMULAÇÃO DE CARGOS ....................................................................................................................... 233
7. REMUNERAÇÃO DO SERVIDOR PÚBLICO .................................................................................................. 236
7.1 Irredutibilidade de Remuneração ........................................................................................................................ 236
7.2 Vinculação e Equiparação de Remunerações ....................................................................................................... 237
7.3 Subsídios ............................................................................................................................................................... 238
7.4 Teto Remuneratório ............................................................................................................................................. 238
8. DIREITO DE GREVE ..................................................................................................................................... 241
QUESTÕES PROPOSTAS ................................................................................................................................. 245
META 4 .......................................................................................................................................................... 252
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL: LEI MARIA DA PENHA ................................................................................... 252
1. FINALIDADES DA NORMA .......................................................................................................................... 253
2. PREVISÃO CONSTITUCIONAL E IGUALDADE MATERIAL ............................................................................ 254
3. INTERPRETAÇÃO DA LEI MARIA DA PENHA ............................................................................................... 256
4. VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER......................................................................... 256
5. SUJEITO PASSIVO ....................................................................................................................................... 260
6. SUJEITO ATIVO ........................................................................................................................................... 261
7. ELEMENTO SUBJETIVO .............................................................................................................................. 263
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8. HIPÓTESES DE CONFIGURAÇÃO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA .................................................................... 264


9. FORMAS DE VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER ............................................................................................ 267
10. FORMAS DE PREVENÇÃO NA LEI MARIA DA PENHA ............................................................................... 268
11. DA ASSISTÊNCIA À MULHER EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA FAMILIAR .................................................... 269
12. DO ATENDIMENTO PELA AUTORIDADE POLICIAL ................................................................................... 274
13. MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA ..................................................................................................... 279
13.1. Considerações Iniciais: ...................................................................................................................................... 279
13.2. Legitimidade para conceder as medidas protetivas de urgência: ..................................................................... 281
13.3. Das Medidas Protetivas De Urgência Que Obrigam O Agressor ....................................................................... 284
13.4. Das Medidas Protetivas De Urgência À Ofendida ............................................................................................. 285
13.5. Vias impugnativas.............................................................................................................................................. 286
13.6. Descumprimento das medidas protetivas de urgência ..................................................................................... 286
14. PRISÃO PREVENTIVA ................................................................................................................................ 291
15. RETRATAÇÃO DA REPRESENTAÇÃO NOS CRIMES PRATICADOS NO CONTEXTO DA LEI 11.340/06 ........ 293
16. VEDAÇÕES PREVISTAS NA LEI MARIA DA PENHA .................................................................................... 293
16.1 Vedação à pena de cesta básica, prestação pecuniária ou pagamento isolado da multa ................................. 293
16.2. Vedação às penas restritivas de direito............................................................................................................. 294
16.3. Vedação à aplicação o Princípio da Insignificância............................................................................................ 295
17. AÇÃO PENAL NOS CRIMES DA LEI MARIA DA PENHA .............................................................................. 297
18. COMPETÊNCIA NA LEI MARIA DA PENHA ................................................................................................ 298
19. REPARAÇÃO DE DANOS NO ÂMBITO DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER ..... 302
20. LEI 14.022/2020 ....................................................................................................................................... 304
21. ENTENDIMENTOS JURISPRUDENCIAIS IMPORTANTES ............................................................................ 308
QUESTÕES PROPOSTAS ................................................................................................................................. 315
MEDICINA LEGAL: SEXOLOGIA FORENSE ....................................................................................................... 324
1. CONCEITOS IMPORTANTES........................................................................................................................ 324
2. PERÍCIAS ..................................................................................................................................................... 325
2.1 Perícia da Virgindade e Himenologia.................................................................................................................... 325
2.2 Rotura X Entalhe ................................................................................................................................................... 326
2.3 Presença de Carúnculas Puntiformes ................................................................................................................... 328
2.4 Perícia da Conjunção Carnal ................................................................................................................................. 329
2.4.1 Sinais de Possibilidade X Sinais de Certeza da Conjunção Carnal ................................................................. 330
2.5 Perícia em Ato Libidinoso Diverso da Conjunção Carnal ...................................................................................... 331
2.5.1 Perícia no Coito Oral ...................................................................................................................................... 332
2.5.2 Perícia de Coito Anal ...................................................................................................................................... 332
2.6 Perícia da Gravidez ............................................................................................................................................... 333
2.7 Perícia do Parto .................................................................................................................................................... 334
2.8 Perícia do Aborto .................................................................................................................................................. 335
2.9 PERÍCIA DO INFANTICÍDIO .................................................................................................................................... 339
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2.9.1 Perícia na Criança........................................................................................................................................... 340


3. PROVA DE VIDA EXTRAUTERINA................................................................................................................ 341
4. PARAFILIAS................................................................................................................................................. 344
QUESTÕES PROPOSTAS ................................................................................................................................. 349
META 5 .......................................................................................................................................................... 356
PORTUGUÊS: TEMA 03 .................................................................................................................................. 356
1. CLASSES DE PALAVRAS .............................................................................................................................. 356
1.1 Substantivo ........................................................................................................................................................... 356
1.1.1 Classificação dos substantivos ....................................................................................................................... 357
1.2 Adjetivo ................................................................................................................................................................ 360
1.2.1 Adjetivos e gênero ......................................................................................................................................... 361
1.2.2 Adjetivos e número........................................................................................................................................ 361
1.2.3 Adjetivos e grau ............................................................................................................................................. 361
1.2.4 A locução adjetiva .......................................................................................................................................... 362
1.2.5 O pronome adjetivo ....................................................................................................................................... 362
1.3 Numeral ................................................................................................................................................................ 363
1.4 Artigo .................................................................................................................................................................... 364
1.4.1 Artigos e preposições..................................................................................................................................... 365
1.5 Pronome ............................................................................................................................................................... 366
1.6 Verbo .................................................................................................................................................................... 372
1.6.1 Estrutura do verbo ......................................................................................................................................... 373
1.6.2 Flexões do verbo ............................................................................................................................................ 373
1.7 Advérbio ............................................................................................................................................................... 374
1.7.1 Locução adverbial .......................................................................................................................................... 377
1.8 Preposição ............................................................................................................................................................ 378
1.9 Conjunção ............................................................................................................................................................. 379
1.10 Interjeição .......................................................................................................................................................... 384
1.10.11 Locução Interjetiva .................................................................................................................................... 386
QUESTÕES PROPOSTAS ................................................................................................................................. 387
PORTUGUÊS: TEMA 04 .................................................................................................................................. 399
1. EMPREGO DE TEMPOS E MODOS VERBAIS ............................................................................................... 399
1.1 Tempos verbais .................................................................................................................................................... 399
1.1.1 Pretérito perfeito ........................................................................................................................................... 400
1.1.2 Pretérito imperfeito ....................................................................................................................................... 400
1.1.3 Pretérito mais-que-perfeito ........................................................................................................................... 401
1.1.4 Futuro do presente ........................................................................................................................................ 401
1.1.5 Futuro do pretérito ........................................................................................................................................ 401
1.2 Modos Verbais...................................................................................................................................................... 402
1.2.1 Tempos verbais do modo indicativo .............................................................................................................. 403
1.2.2 Tempos verbais do modo subjuntivo............................................................................................................. 404
1.2.3 Tempos verbais do modo imperativo ............................................................................................................ 404
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SEMANA 09/12

1.3 Formas nominais .................................................................................................................................................. 404


2. FRASES E TIPOS DE FRASES ........................................................................................................................ 405
2.1 Exclamativas ......................................................................................................................................................... 405
2.2 Declarativas .......................................................................................................................................................... 405
2.3 Imperativas ........................................................................................................................................................... 406
2.4 Interrogativas ....................................................................................................................................................... 406
2.5 Optativas .............................................................................................................................................................. 407
3. ORAÇÃO ..................................................................................................................................................... 407
3.1 Termos essenciais da oração ................................................................................................................................ 407
3.1.1 O sujeito ......................................................................................................................................................... 407
3.1.2 O Predicado ................................................................................................................................................... 408
3.2 Termos integrantes da oração ............................................................................................................................. 410
3.2.1 O objeto ......................................................................................................................................................... 410
3.2.2 O complemento nominal ............................................................................................................................... 410
3.2.3 O agente da passiva ....................................................................................................................................... 410
3.3 Termos acessórios da oração ............................................................................................................................... 411
3.3.1 O adjunto adnominal ..................................................................................................................................... 411
3.3.2 O adjunto adverbial ....................................................................................................................................... 411
3.3.3 O aposto......................................................................................................................................................... 411
3.4 Tipos de oração .................................................................................................................................................... 411
3.4.1 Oração absoluta ............................................................................................................................................. 411
3.4.2 Oração coordenada ....................................................................................................................................... 412
3.4.3 Oração subordinada ...................................................................................................................................... 413
QUESTÕES PROPOSTAS ................................................................................................................................. 419
INFORMÁTICA: WORD ................................................................................................................................... 433
1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................................................................... 433
1.1 Requisitos para instalação ................................................................................................................................ 433
1.2 Instalação .......................................................................................................................................................... 435
1.3 Novidades Word 2019 ...................................................................................................................................... 437
2. WORD ..................................................................................................................................................................... 441
2.1 Tarefas básicas .................................................................................................................................................. 441
2.2 Design e ferramentas ........................................................................................................................................ 445
2.3 Principais atalhos .............................................................................................................................................. 455
2.4 Extensões .......................................................................................................................................................... 457
QUESTÕES DE CONCURSOS ........................................................................................................................... 461
Comentadas ............................................................................................................................................................... 461
Exercícios .................................................................................................................................................................... 479
META 6 – REVISÃO SEMANAL........................................................................................................................ 484
Direito Penal: Crimes Contra A Fé Pública.................................................................................................................. 484
Direito Processual Penal: Liberdade Provisória, Fiança E Medidas Cautelares Reais................................................. 485
Direito Constitucional: Estado De Defesa, De Sítio E Segurança Pública ................................................................... 487
Direito Administrativo: Agentes Públicos ................................................................................................................... 488
Legislação Penal Especial: Lei Maria Da Penha .......................................................................................................... 490
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CONTEÚDO PROGRAMÁTICO DA SEMANA 09


META DIA ASSUNTO
1 SEG DIREITO PENAL: Crimes Contra a Fé Pública
DIREITO PROCESSUAL PENAL: Liberdade Provisória, Fiança e Medidas
2 TER
Assecuratórias em Espécie
DIREITO CONSTITUCIONAL: Estado de Defesa e de Sítio e Segurança
3 QUA Pública
DIREITO ADMINISTRATIVO: Agentes Públicos
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL: Lei Maria da Penha
4 QUI
MEDICINA LEGAL: Sexologia
PORTUGUÊS: Tema 03
5 SEX PORTUGUÊS: Tema 04
INFORMÁTICA: Word
6 SÁB REVISÃO SEMANAL
7 DOM QUESTÕES DE TREINAMENTO

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Equipe DD
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META 1

DIREITO PENAL: CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA

CP:
⦁ Art. 7º, I, “b” e § 1º
⦁ Art. 171
⦁ Art. 241 e 242
⦁ Art. 289 a 311-A
⦁ Art. 327
⦁ Art. 337-A

OUTROS DIPLOMAS LEGAIS (importância em razão do princípio da especialidade)


⦁ Art. 348, 349, 350 Código Eleitoral
⦁ Art. 311, 312 Código Penal Militar
⦁ Art. 1°, 1, da Lei n. 8.137/90.
⦁ Art. 171, Lei n° 11.101/05
⦁ Art. 9° da Lei n.7.492/86.
⦁ Art. 66 da Lei 9.605/98
⦁ Art. 45, 68, Lei de Contravenções Penal
ARTIGOS MAIS IMPORTANTES – NÃO DEIXE DE LER!

⦁ Art. 289, CP
⦁ Art. 291, CP
⦁ Art. 293 a 295, CP
⦁ Art. 297 a 299, CP
⦁ Art. 304, CP
⦁ Art. 307, CP

1. INTRODUÇÃO

Segundo ensina o professor Cleber Masson, a fé pública constitui-se em realidade e interesse que a
lei deve proteger, pois sem ela seria impossível a vida em sociedade. De fato, o homem necessita acreditar
na veracidade ou na genuinidade de certos atos, documentos, sinais e símbolos empregados na
multiplicidade das relações diárias.
Portanto, a ofensa à fé pública significa mais do que uma violação à certeza das relações jurídicas e
à convicção geral na autenticidade e valor dos documentos e atos prescritos para as relações coletivas,
acarretando também uma ameaça a interesses jurídicos de várias outras naturezas: (a) interesses

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patrimoniais dos indivíduos; (b) interesse público na segurança das relações jurídicas; privilégio monetário
do Estado; e (d) os meios de prova.
Veja os requisitos que são inerentes a todos os crimes de falso:

1) Dolo: todos os crimes contra a fé pública são dolosos, sendo o dolo consubstanciado na consciência
e vontade de imitar a verdade.

2) Imitação da verdade: A imitação da verdade pode ser realizada por duas formas distintas:
2.1. Alteração da verdade: é a mudança do verdadeiro, ou seja, altera-se o conteúdo do
documento ou moeda verdadeiros;
2.2. Imitação da verdade propriamente dita: o sujeito cria documento ou moeda falsos,
formando-os ou fabricando-os.

A imitação da verdade pode ser produzida pelos seguintes meios:


• Contrafação ou fabricação: consiste em criar materialmente uma coisa semelhante à
verdadeira;
• Alteração: é a transformação da coisa verdadeira, de forma a representar algo diverso da
situação original;
• Supressão: quando se destrói ou oculta algo para que a verdade não apareça;
• Simulação: é a falsidade ideológica, relativa ao conteúdo do documento, pois seu aspecto
exterior ou formal permanece autêntico;
• Uso: é a utilização da coisa falsificada.

3) Dano potencial: os crimes contra a fé pública se satisfazem com a potencialidade de ocorrência do


dano, patrimonial ou não, dispensando a necessidade de prejuízo concreto. E somente há dano
potencial quando o documento falsificado é capaz de iludir ou enganar as pessoas em geral.
• Dano potencial
• Dano patrimonial ou não
• Dano deve ser convincente (não pode ser perceptível a olho nu, sob pena de configurar o
crime de estelionato).

2. ESPÉCIES DE FALSIDADE

Os crimes delineados contra a fé pública comportam três espécies de falsidade

A. Falsidade material (ou falsidade externa): é a que incide materialmente sobre a coisa. Refere-se à
forma, aos elementos exteriores do documento. Nesse caso, a imitação da verdade pode ocorrer

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mediante: contrafação (ex.: cria um documento falso), alteração (ex.: altera um documento
verdadeiro) ou supressão.
B. Falsidade ideológica: refere-se ao conteúdo do documento. Nesse caso, o documento é
materialmente verdadeiro, emitido por órgão competente, mas seu conteúdo é falso. Aqui não há
a contrafação, alteração ou supressão de natureza material, pois a imitação da verdade é viabilizada
somente pela simulação. Ex.: declaração de valor menor na escritura pública de compra e venda de
imóvel.
C. Falsidade pessoal: relaciona-se à qualificação da pessoa, como idade, filiação, nacionalidade,
profissão etc. Exemplo do sujeito que atribui a si mesmo falsa identidade para obter vantagem em
proveito próprio.

FALSIDADE MATERIAL FALSIDADE IDEOLÓGICA FALSIDADE


PESSOAL
Incide sobre a coisa Incide sobre o conteúdo do Incide sobre a qualificação
documento pessoal
Por meio de contrafação, Por meio de simulação Por meio da atribuição de
alteração ou supressão dados falsos

3. COMPETÊNCIA DE JULGAMENTO

Buscando facilitar a identificação da competência para processar e julgar os crimes contra a fé


pública, Renato Brasileiro estabeleceu 4 premissas básicas:

1) Em se tratando de falsificação (falsidade material) – a competência será determinada pelo ente


responsável pela confecção do documento. Ex: documentos ou papéis federais – órgãos federais.
Documentos ou papéis particulares – justiça estadual.

PEGADINHA: Falsificação de CNH é de competência da Justiça Estadual, pois,


embora seja válida em todo o território nacional, é emitida por autoridade estadual.

2) Em caso de uso de documento falso pelo próprio autor da falsificação (falsificação + uso) - a
competência será determinada pela natureza do documento, já que o uso será absorvido pelo crime
de falso (post factum impunível)

1) Em caso de uso de documento falso, que não seja pelo mesmo agente responsável pela falsificação
do documento - é irrelevante a verificação do órgão expedidor desse documento (se federal ou

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estadual) para fins de competência, já que esta será determinada em virtude da pessoa física ou
jurídica prejudicada pelo uso, ou seja, a qual foi apresentado o documento.

Súmula 546-STJ: A competência para processar e julgar o crime de uso de


documento falso é firmada em razão da entidade ou órgão ao qual foi apresentado
o documento público, não importando a qualificação do órgão expedidor

Utilização de formulários falsos da Receita Federal para iludir particular


O fato de os agentes, utilizando-se de formulários falsos da Receita Federal, terem
se passado por Auditores desse órgão com intuito de obter vantagem financeira
ilícita de particulares não atrai, por si só, a competência da Justiça Federal. Isso
porque, em que pese tratar-se de uso de documento público, observa-se que
a falsidade foi empregada, tão somente, em detrimento de particular. Assim
sendo, se se pudesse cogitar de eventual prejuízo sofrido pela União, ele seria
apenas reflexo, na medida em que o prejuízo direto está nitidamente limitado à
esfera individual da vítima, uma vez que as condutas em análise não trazem
prejuízo direto e efetivo a bens, serviços ou interesses da União, de suas entidades
autárquicas ou empresas públicas (art. 109, IV, da CF). STJ. 3ª Seção. CC 141593-RJ,
Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 26/8/2015 (Info 568).

Falsidade de documento emitido pela União para ludibriar particular: Justiça


Estadual
Quando as pessoas enganadas, e efetivamente lesadas, pela eventual prática do
crime de falsificação são os particulares, ainda que a União tenha o interesse na
punição do agente, tal interesse é genérico e reflexo, pois não há ofensa a seus
bens, serviços ou interesses. No caso concreto, houve a falsificação/adulteração de
autenticação mecânica (protocolo) da secretaria da Justiça Federal em
determinado município. Segundo foi apurado, o falso não visava obter vantagem
judicial, mas, tão somente, justificar a prestação de serviços advocatícios ao
particular contratante, que exigiu dos advogados prova do efetivo ingresso da ação
judicial. Inexistindo prejuízo ao Poder Judiciário da União, a eventual prática
delituosa não se amolda às hipóteses de crime de competência federal (art. 109,
IV, da CF). STJ. 3ª Seção. CC 125065-PR, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em
14/11/2012

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2) Em se tratando de crimes de falsificação ou de uso de documento falso cometidos como meio para
a prática de um crime-fim, sendo por este absorvidos - a competência será determinada pelo sujeito
passivo do crime-fim. Ex.: estelionato.

Vamos esquematizar?

A mesma pessoa falsifica e usa o documento Uma pessoa falsifica o documento


(falsificação + uso) Outra pessoa usa o documento falsificado
Responde apenas pelo art. 297 do Código  Falsificador responde pelo art. 297 do CP
Penal, ficando o art. 304 do CP absorvido pelo  Quem usa o documento falsificado
princípio da consunção (pós fato impunível. responde pelo art. 304 do CP.

Competência para julgar a FALSIFICAÇÃO do Competência para julgar o USO do


documento: documento falso:
Definida em razão do órgão expedidor. Definida em razão do órgão a quem é
apresentado.

Atente-se às súmulas pertinentes sobre o tema:

Súmula vinculante 36-STF: Compete à Justiça Federal comum processar e julgar civil
denunciado pelos crimes de falsificação e de uso de documento falso quando se
tratar de falsificação da Caderneta de Inscrição e Registro (CIR) ou de Carteira de
Habilitação de Amador (CHA), ainda que expedidas pela Marinha do Brasil.

Súmula 62, STJ: Compete à Justiça Estadual processar e julgar crime de falsa
anotação na Carteira de Trabalho e Previdência Social, atribuído à empresa privada

Súmula 104-STJ: Compete à Justiça Estadual o processo e julgamento dos crimes de


falsificação e uso de documento falso relativo a estabelecimento particular de
ensino

Súmula 107, STJ: Compete a Justiça Comum Estadual processar e julgar crime de
estelionato praticado mediante falsificação das guias de recolhimento das
contribuições previdenciárias, quando não ocorrente lesão à autarquia federal.

Súmula 200-STJ: O juízo federal competente para processar e julgar acusado de


crime de uso de passaporte falso é o do lugar onde o delito se consumou.

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Usar passaporte estrangeiro falso perante companhia aérea: Justiça estadual. O


uso de passaporte boliviano falso perante empresa privada de aviação é crime de
competência da Justiça Estadual. STF. 1ª Turma. RE 686241 AgR/SP e RE 632534
AgR/SP, Rei. Min. Rosa Weber, julgados em 26/11/2013 (lnfo 730).

Usar passaporte falso junto à polícia federal: Justiça federal


Compete à União executar os serviços de polícia de fronteiras, nos termos do art.
21, XXII, da Constituição Federal. Uma vez verificado que o suposto delito de uso
de documento falso (passaporte) foi praticado em detrimento de serviço prestado
pela Polícia Federal, relativo ao controle de fronteiras, resta inequívoco o interesse
da União em sua aplicação. STJ. 6ª Turma. RHC 31.039/RJ, Rei. Min. Sebastião Reis
Júnior, julgado em 21/02/2013.

4. CRIMES EM ESPÉCIE

4.1 Moeda Falsa (Art. 289)

Falsificar, FABRICANDO-A ou ALTERANDO-A, moeda metálica ou papel-moeda de


curso legal no país ou no estrangeiro:
Pena - reclusão, de três a doze anos, e multa.

a) Bem jurídico tutelado:


A fé pública, no tocante à emissão de moeda de curso legal, sendo que a proteção recai não apenas
sobre o interesse dos particulares, mas também do Estado, enquanto titular do direito de emitir e fazer
circular a moeda.

O STJ denominou o crime de moeda falsa de pluridimensional, uma vez que, além
de proteger preponderantemente a fé pública, de forma mediata assegura o
patrimônio particular e a celeridade das relações empresariais e civis. HC 210764,
5ª T. STJ, 2016.

Já caiu em prova e foi considerada correta a seguinte alternativa: Em crimes de moeda falsa, a
jurisprudência predominante do STF é no sentido de reconhecer como bem penal tutelado não
somente o valor correspondente à expressão monetária contida nas cédulas ou moedas falsas, mas
a fé pública, a qual pode ser definida como bem intangível, que corresponde, exatamente, à
confiança que a população deposita em sua moeda.
b) Conduta:
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O tipo previsto no caput pune o agente que falsificar, fabricando ou alterando, moeda metálica ou
papel-moeda de curso legal no país ou no estrangeiro.
Na fabricação, o agente cria a moeda – como na confecção de notas a partir de papel comum com
aparência de cédula verdadeira, ao passo que, na alteração, o agente somente modifica a moeda
originariamente verdadeira para ostentar valor superior ao real.
Nas palavras de Rogério Sanches1:

“Falsificar significa conferir aparência enganadora, recaindo a conduta sobre


moeda metálica ou papel-moeda (nacional ou estrangeira). Há duas formas de se
praticar o delito: fabricando a moeda (manufaturando, fazendo a cunhagem) ou
alterando (modificando, adulterando). Na primeira, o próprio agente produz (cria)
a moeda, enquanto na segunda, utilizando moeda verdadeira (autêntica), a altera
(por exemplo, diante de uma cédula de R$ 1,00 ou de R$ 10,00, a transforma em
R$ 100,00) ”.

De acordo com a doutrina de FRAGOSO, somente se configura o crime se a alteração for no sentido
de atribuir maior valor à cédula ou à moeda metálica. Assim, se o agente altera somente números ou
símbolos que nada têm a ver com o aumento do valor da moeda, não pratica o crime em apreço. Bem assim,
não ocorre o delito na hipótese em que a alteração faz com que o valor nominal seja diminuído em relação
ao verdadeiro.

Trata-se de tipo misto alternativo, de modo que a falsificação de várias moedas no mesmo contexto
fático não desnatura a unicidade do crime (há crime único), devendo a quantidade de moedas ser valorada
como circunstância judicial negativa quando da fixação da pena-base. No entanto, se houver contextos
fáticos diversos, pode haver continuidade delitiva, por exemplo.

Requisito indispensável: Imitatio veri – Para configurar o delito a cédula falsa deve se assemelhar
com a verdadeira e, assim, ter aptidão de enganar terceiros. Caso contrário não trará ofensa à fé pública, não
configurando o crime do art. 289 do CP. A falsificação grosseira configura crime impossível em relação ao
crime de moeda falsa.
No entanto, pode ocorrer que a falsificação seja grosseira e inapta, de modo geral, para enganar
terceiros, mas, no caso concreto, tenha sido o meio fraudulento utilizado para enganar determinada pessoa.
Neste caso, poderá configurar crime patrimonial (estelionato), nos termos da Súmula n. 73 do STJ.
Súmula 73, STJ: A utilização de papel moeda grosseiramente falsificado configura,
em tese, o crime de estelionato, da competência da Justiça Estadual.

1
Manual de Direito Penal – Parte Especial.
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FALSIFICAÇÃO GROSSEIRA2: caso seja grosseira a falsidade da moeda, de modo que


facilmente se possa identificá-la por análise superficial, o presente crime não se
configura, já que o objeto não é capaz de iludir a fé pública (o que caracteriza crime
impossível, nos termos do artigo 17 do CP) – mostrando-se, portanto, indispensável
a perícia (RF 139/390). No entanto, não é qualquer falsificação grosseira que
ensejará a atipicidade da conduta, pois se tiver o potencial de iludir alguém, será
estelionato, conforme a súmula 73 do STJ: "A utilização de papel-moeda
grosseiramente falsificado configura, em tese, o crime de estelionato, de
competência da Justiça Estadual".

• Se grosseira, mas capaz de enganar alguém: estelionato.


• Se grosseira, mas incapaz de enganar ninguém: crime impossível.
• Da presente decisão, extraímos também a indispensabilidade da perícia, salvo
em situação que se enquadra nas exceções legais, com provas substitutas.

c) Objeto material:
• Moeda metálica ou papel-moeda de curso legal no país ou no estrangeiro.
• Se for moeda fora de circulação, como cruzeiro, por exemplo, não configurará este delito. Mas a
depender da situação, poderia configurar estelionato, por exemplo. (Objeto de questionamento de
prova oral no concurso para Delegado SP/2018)
• Obs: Cheque-viagem não é moeda de curso legal obrigatório, portanto, a sua falsificação não enseja
a tipificação no art. 289.

d) Sujeito ativo:
Trata-se de crime comum, de modo que qualquer pessoa pode ser sujeito ativo do presente delito.
Por sua vez, na figura qualificada do §3º, o sujeito ativo é o funcionário público, diretor, gerente ou fiscal de
banco de emissão (crime próprio).
É possível participação como, por exemplo, na intermediação para que o moedeiro obtenha
adquirentes.

e) Sujeito passivo: a coletividade, bem como, secundariamente, eventual lesado pela conduta do agente.

f) Elemento subjetivo: É o dolo, consistente na vontade consciente de falsificar moeda, fabricando-a ou


alterando-a.

2
https://meusitejuridico.editorajuspodivm.com.br/2019/06/25/certo-ou-errado-utilizacao-de-papel-moeda-
grosseiramente-falsificado-pode-configurar-o-crime-de-estelionato/
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Neste crime, não se exige finalidade especial por parte do agente, nem mesmo intenção lucrativa
ou que pretenda colocar a moeda falsificada em circulação (corrente minoritária entende que haveria este
especial fim de agir, sob pena de não configurar o crime).

ATENÇÃO: O agente deve ter ciência de que a moeda falsificada será posta em circulação, expondo a risco a
fé pública. Dessa forma, é atípica a conduta de falsificar moeda com a intenção de exibir habilidade artística.

g) Consumação e tentativa:
A consumação do crime ocorre no momento e no local da fabricação ou da alteração da moeda,
desde que seja idônea a iludir. Independe de repasse a alguém ou de ser colocada em circulação (crime
formal e de perigo concreto).
A tentativa é possível, mas é de difícil configuração.

HC 210764, 5ª T. STJ (2016) - "O crime de moeda falsa é formal e de perigo abstrato,
tendo em vista que a mera execução da conduta típica presume absolutamente o
perigo ao bem jurídico tutelado, sendo prescindível a obtenção de vantagem ou
prejuízo a terceiros para a consumação" (STJ. 5• T., HC 210764, j. 21/06/2016).

Já caiu em prova e foi considerada INCORRETA a seguinte alternativa: Crime de falsidade material de
documento público se consuma com a efetiva utilização do documento público falsificado e a ocorrência de
prejuízo.

Considerações importantes:
• Se, a partir da falsificação, o agente obtém vantagem indevida, o falso é absorvido pelo
estelionato, quando neste se exaure, em razão do princípio da consunção ou absorção,
conforme Súmula 17 do STJ.
Súmula 17 do STJ: "quando o falso se exaure no estelionato, sem mais
potencialidade lesiva, e por este absorvido.

Caiu em prova 2022! Empresário emitiu notas subfaturadas com a única finalidade
de redução do valor devido a título de ICMS, conduta que perdurou por 7 (sete)
meses. Na hipótese, em relação aos crimes de falso (falsidade ideológica) e ao crime
contra a ordem tributária, aplicam-se os seguintes institutos: Consunção e
continuidade delitiva. (item correto) A súmula 17 do STJ baseia-se no princípio da
consunção e exige, para ser aplicada, que o crime de falsidade (crime meio) fique
completamente exaurido (sem potencialidade lesiva), após ter sido empregado

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para a prática do estelionato (delito-fim). O item ainda fala que o Delito perpetuou-
se por 7 meses caracterizando a continuidade delitiva.

Obs.: Trata-se da posição dominante. No entanto, é importante mencionar, sobretudo em


provas discursivas, que há divergência sobre o tema. Explica Rogério Sanches (Manual de Direito
Penal parte especial. Volume único. 11ª edição. 2019. pg. 385):
"Por fim, devemos lembrar que o crime de estelionato, pela sua natureza, pode vir
acompanhado pelo ato de falsificação de documentos. Nessa hipótese discute-se se
há (ou não) o concurso de delitos, havendo três posicionamentos:
a) de acordo com o STJ, protegendo bens jurídicos diversos, o agente responde pelos
dois crimes (estelionato e falso), em concurso material (art. 69 do CP), considerando
a pluralidade de condutas produzindo vários resultados. Contudo, se o falso se
esgota (se exaure) no estelionato, o delito contra a fé-pública (falso) ficará
absorvido pelo patrimonial (art. 171)"
b) segundo o STF o agente responderá pelos dois delitos, porém em concurso formal,
considerando haver uma conduta (dividida em dois atos) produzindo pluralidade de
resultados. Deve-se notar, contudo, que o Pleno do tribunal, em julgamento de
processo de extradição, também já se manifestou pela possibilidade de absorção do
falso pelo estelionato quando a potencialidade lesiva daquele se exaure neste
último {Ext. 931/PT, rei. Min. Cezar Peluso, OJe 14/10/2005).
c) o crime de falso absorve o estelionato, se o documento for público, já que a pena
do falsum é mais severa (princípio da absorção).

• Se, após falsificá-la, o mesmo agente coloca a moeda em circulação, consistirá em mero
exaurimento (post factum impunível). Neste exemplo, caso inexista prova da autoria da
falsificação, o agente que traz consigo a moeda falsa pode ser condenado pelo delito de
circulação de moeda falsa (art. 289, § 1º).
• Desistência voluntária: o agente responde pelo delito de petrechos para falsificação de moeda
(art. 291).

h) Competência: O crime de moeda falsa, em qualquer das suas modalidades, será de competência da
Justiça Federal, pois ofende interesses da União.

Obs.1: mesmo em caso de moeda estrangeira ou moeda nacional falsificada no estrangeiro,


considerando violar interesse da União e impondo a extraterritorialidade da lei penal brasileira, nos termos
do art. 7º, I, “b” e § 1º, do CPB.

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Obs2.: O STJ já decidiu que, ainda que o crime de moeda falsa seja absorvido pelo peculato, a efetiva
utilização das notas falsificadas atrai o interessa da União e determina a competência da Justiça Federal:
“CONFLITO DE COMPETÊNCIA. TRÁFICO DE ENTORPECENTES. POSSE ILEGAL DE
ARMA DE FOGO DE USO RESTRITO. MOEDA FALSA. INEXISTÊNCIA DE CONEXÃO
ENTRE AS CONDUTAS. INAPLICABILIDADE DA SÚMULA 122/STF. SEPARAÇÃO DOS
PROCESSOS. CONFLITO CONHECIDO. COMPETÊNCIA DO JUÍZO SUSCITADO PARA
PROCESSO E JULGAR OS CRIMES DE TRÁFICO E POSSE DE ARMA DE USO RESTRITO.
(...) 3. Independentemente da análise se o crime de moeda falsa será absorvido
pelo crime de peculato, constata-se que houve a efetiva utilização de notas
falsificadas na prática criminosa, o que, por si só, já revela o interesse da União e
autoriza a manutenção dessa ação penal na Justiça Federal. (...)” (STJ, CC
145.378/MG, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, Terceira Seção, DJe 06/10/2017)

Jurisprudência pertinente sobre o tema:

INSIGNIFICÂNCIA: Na visão dos Tribunais Superiores, é inaplicável o princípio da


bagatela (insignificância) ao crime de falsificação de moeda, ainda que ínfimo o
valor de face, considerando que o alcance da norma jurídica não é evitar prejuízos
patrimoniais (âmbito de proteção dos crimes contra o patrimônio), mas manter a
confiança da população na higidez da moeda.

Recente Juris!!! Atenção: Em regra, não se admite o princípio da insignificância nos crimes contra a fé pública,
salvo quando há circunstâncias excepcionais verificadas.

Excepcionalmente, admite-se o princípio da insignificância nos crimes contra a


fé pública (uso de atestado falso) em casos que o dolo do réu revela, de plano,
"a mínima ofensividade da conduta do agente, a nenhuma periculosidade social
da ação, o reduzidíssimo grau de reprovabilidade do comportamento e a
inexpressividade da lesão jurídica provocada", a demonstrar a atipicidade
material da conduta e afastar a incidência do direito penal, sendo suficientes as
sanções previstas na Lei trabalhista.STJ. 5ª Turma. AgRg no AREsp 1816993/B1,
Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 16/11/2021

ARREPENDIMENTO POSTERIOR: O STJ decidiu que não se aplica a regra do


arrependimento posterior se o agente repara o dano que causou à pessoa que
recebeu a moeda falsa, pois, neste crime, a relevância não está no prejuízo
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patrimonial, mas na fragilização da confiança que deve ser depositada no sistema


monetário.

4.1.1 Conduta Equiparada

§ 1º - Nas mesmas penas incorre quem, por conta própria ou alheia, importa ou
exporta, adquire, vende, troca, cede, empresta, guarda ou introduz na circulação
moeda falsa.

Caiu em prova 2022! O agente que desvia e faz circular moeda verdadeira, cuja circulação não estava ainda
autorizada, incorre nas mesmas penas do delito de moeda falsa. (item correto)

ATENÇÃO! Somente poderá ter sua conduta subsumida ao disposto neste parágrafo o agente que
não concorreu, de qualquer modo, para a falsificação (se concorreu será post factum impunível).

Considerações sobre a figura equiparada:


• Tipo misto alternativo: O § 1° prevê crimes de ação múltipla ou de conteúdo variado, ou seja, ainda
que o agente pratique vários verbos do núcleo do tipo, o crime será um só.
• O dolo é consubstanciado na vontade consciente de praticar uma das condutas típicas previstas, de
modo que o agente deve ter conhecimento efetivo da falsidade da moeda. Caso contrário, como
não há modalidade culposa, sua conduta será atípica. Não é partícipe desse crime aquele que, não
estando em conluio com o passador da moeda, apenas o acompanha, mesmo sabedor da falsidade.
• O crime estará consumado no momento em que o autor praticar o núcleo do tipo. Em relação ao
núcleo verbal “guardar”, temos um crime permanente, razão pela qual a consumação, quanto a ele,
se protrai no tempo.
• Trata-se de crime plurissubsistente, sendo possível a tentativa

CESPE/2018 - A conduta de dolosamente adquirir dólares falsos para colocá-los em circulação por intermédio
de operações cambiais tem a mesma gravidade que a conduta de falsificar papel moeda, sendo, por isso,
punida com as mesmas penas deste crime. Item Correto.

4.1.2 Figura Privilegiada

§ 2°, "Quem, tendo recebido de boa-fé, como verdadeira, moeda falsa ou alterada,
a restitui à circulação, depois de conhecer a falsidade, é punido com detenção, de
seis meses a dois anos, e multa".

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Trata-se do agente que recebe de boa-fé a moeda falsa, acreditando tratar-se de moeda autêntica,
e, após descobrir sua falsidade, a restitui à circulação.
Ex.: comerciante que, tendo recebido inúmeras notas falsas durante o movimento semanal, e,
mesmo tendo percebido sua falsidade, decide repassar as cédulas a outros clientes para não ficar com o
prejuízo.

Considerações importantes:
• A forma privilegiada tem que ser cometida com dolo direto, pois se exige que o agente tenha
certeza plena acerca da falsificação. Não é aceito o dolo eventual.
• O indivíduo precisa estar de boa-fé!
 Caso o sujeito tenha agido de má-fé ab initio, ou seja, tenha ciência da falsificação da
moeda desde o momento em que recebeu, deverá responder pelo § 1°.
 Caso o agente só saiba da falsidade depois de transmitir a moeda, não responderá pelo
delito, nem mesmo caso se recuse a receber de volta ou a indenizar o recebedor após a
descoberta. No máximo, isso deve ser solucionado no campo cível.
 Quem apenas guarda a moeda, sem intenção de restituir à circulação, também não
pratica o crime.
• Momento consumativo - a forma privilegiada estará consumada no momento em que a moeda
falsa é colocada em circulação. Tratando-se de delito plurissubsistente - é possível a tentativa.
• IMPO - Admite suspensão condicional do processo

O STJ entendeu cabível a aplicação das agravantes "contra ascendente, descendente, irmão ou
cônjuge" ou "contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mulher grávida". (HC 211.052-RO, Rei.
Min. Sebastião Reis Júnior, Rei. para acórdão Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 5/6/2014).

4.1.3 Crime Funcional/ figura qualificada

§ 3º - É punido com reclusão, de três a quinze anos, e multa, o funcionário público


ou diretor, gerente, ou fiscal de banco de emissão que fabrica, emite ou autoriza a
fabricação ou emissão:
I - de moeda com título ou peso inferior ao determinado em lei;
II - de papel-moeda em quantidade superior à autorizada.

§ 4º - Nas mesmas penas incorre quem desvia e faz circular moeda, cuja circulação
não estava ainda autorizada.

ANÁLISE DO §3°:

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a) Sujeito ativo: Nesta modalidade o crime é próprio, aparecendo como sujeito ativo (razão do maior
rigorismo na punição) o funcionário público que pratica o fato em violação de dever funcional inerente
ao ofício ou atividade de emissão de moedas.
✓ Funcionário público (art. 327 do CP)
✓ Diretor, gerente, ou fiscal de banco de emissão que fabrica, emite ou autoriza a fabricação ou
emissão

b) Objeto material:
✓ Moeda
✓ Papel moeda

Nota-se que a lei não menciona a moeda metálica. Assim, a produção de moeda metálica em
quantidade superior à autorizada é fato atípico (lacuna legislativa), já que não se admite analogia in malam
partem em sede de Direito Penal.

c) Crime formal - O tipo qualificado estará consumado no momento em que o agente realiza o núcleo do
tipo, não sendo necessária a produção de qualquer resultado ulterior.

ANÁLISE DO §4º
a) Sujeitos:
• Sujeito ativo - pode ser qualquer pessoa (crime comum);
• Sujeito passivo - é o Estado.

b) Objeto material - é a moeda verdadeira: O dispositivo versa sobre moeda verdadeira e fabricada
legitimamente, mas que é colocada em circulação antes da autorização competente.

c) Consumação – Trata-se de crime formal, que se consuma no momento em que o agente coloca a
moeda em circulação, sendo irrelevante que venha a obter qualquer proveito com essa conduta (Se
houver, será mero exaurimento).

d) Tentativa: A tentativa é possível, já que se está diante de crime plurissubsistente (ex.: o sujeito
impedido pela autoridade quando estava prestes a colocar a moeda em circulação).

e) Penas: As penas cominadas a essa figura são as do caput e não as do § 3º, pois o parágrafo subordina-
se ao artigo (Noronha).

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Os 2 parágrafos acima são normas penais em branco, vez que outra lei é que determinará o título
ou o peso e que a quantidade também deve ser autorizada por outra norma.

4.1.4 Crimes Assimilados ao de Moeda Falsa (Art. 290)

Art. 290 - Formar cédula, nota ou bilhete representativo de moeda com fragmentos
de cédulas, notas ou bilhetes verdadeiros; suprimir, em nota, cédula ou bilhete
recolhidos, para o fim de restituí-los à circulação, sinal indicativo de sua inutilização;
restituir à circulação cédula, nota ou bilhete em tais condições, ou já recolhidos
para o fim de inutilização:
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.

Parágrafo único - O máximo da reclusão é elevado a doze anos e multa, se o crime


é cometido por funcionário que trabalha na repartição onde o dinheiro se achava
recolhido, ou nela tem fácil ingresso, em razão do cargo. (Vide Lei nº 7.209, de
11.7.1984)

a) Conduta:
Utilização de meio fraudulento para conseguir o ressurgimento ou a remontagem de cédulas,
bilhetes ou notas já inutilizadas ou fora de circulação. Não há contrafação, mas sim recomposição
fraudulenta de moeda verdadeira.
O tipo alberga três crimes, assim nomeados por Fragoso:

1) Formação de cédulas com fragmentos: FORMAR cédula, nota ou bilhete representativo de moeda
com fragmentos de cédulas, notas ou bilhetes verdadeiros.
• Não se cuida de unir uma cédula rasgada, mas sim de compor outra cédula, com junção de
fragmentos de notas distintas. Ou seja: o agente reúne fragmentos de cédulas, notas ou bilhetes
verdadeiros para formar uma unidade nova, falsificada
• NÃO se inclui a moeda metálica!!!!
• Não se confunde com a alteração de papel-moeda (aposição de dizeres e números de uma cédula
verdadeira em outra, para aumentar o seu valor), que caracteriza o crime de moeda falsa (art.
289). Diferentemente da alteração, a formação implica constituição de moeda inédita, e não
transformação da moeda verdadeira em falsificada.
Nesse sentido, quanto ao recorte e colagem de pedaços de cédula verdadeira em
outra, para o fim de aumentar o valor, o STF entendeu configurado o crime do art.
289 do CP (RTJ 33/506).

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2) Supressão de sinal indicativo ou inutilização: SUPRIMIR, em nota, cédula ou bilhete recolhidos, para
o fim de restituí-los à circulação, sinal indicativo de sua inutilização;
• Aqui, o agente retira o sinal que demonstra sua inutilização, para restituí-la à circulação.
• Tem como objeto material o papel-moeda afastado da circulação (sem curso legal) com sinal
(carimbo, picote) que indique sua inutilização
• A conduta consiste em suprimir esse sinal (raspagem, lavagem, descoloração, entre outros meios)
• Nesta modalidade, há um fim específico de agir, pois o agente deve visar restituí-la para a
circulação.

3) Restituição à circulação: RESTITUIR à circulação cédula, nota ou bilhete em tais condições (com
fragmentos), ou já recolhidos para o fim de inutilização:
• Nas modalidades anteriores há elaboração (formação ou supressão), mediante o uso de fraude.
Nessa há somente restituição à circulação, tanto do material já inutilizado, quanto daquele
recolhido para inutilização.
• Não se confunde com a introdução de moeda falsa em circulação, pois nesse caso a ação tem
por objeto moeda falsificada (fabricada ou alterada). Obs.: Bitencourt entende que a introdução
em circulação de moeda formada com fragmentos não se enquadraria nesse tipo, mas sim no de
moeda falsa (art. 289, § 1º).
• Se a restituição for praticada pelo mesmo agente que formou a moeda ou suprimiu o sinal, haverá
crime único. Nas palavras de Cleber Masson:

“O delito somente pode ser praticado pelo sujeito que não participou da falsificação
do papel-moeda ou da retirada de sinal indicativo da sua inutilização. De fato,
aquele que praticar qualquer das condutas anteriores, e posteriormente restituir à
circulação a cédula, bilhete ou papel-moeda, será responsabilizado unicamente
pelo comportamento inicial, pois a conduta posterior será absorvida, em
homenagem ao princípio da consunção (post factum impunível).”

Tal como no delito de moeda falsa, é indispensável a potencialidade de enganar. Se o objeto


falsificado não tiver a potencialidade de iludir alguém, sendo um elemento grosseiro, não se configura o tipo
penal.
Trata-se de tipo penal misto alternativo, de modo que estará caracterizado um único delito quando
o agente realizar mais de uma conduta no tocante ao mesmo objeto material (cédula, nota ou bilhete).
Exemplo: “A” forma uma cédula com fragmentos de cédulas verdadeiras e, em seguida, a coloca em
circulação.
Contudo, haverá concurso de crimes (tipo misto cumulativo) quando o agente praticar duas ou mais
condutas em relação a objetos diversos. Exemplo: “A” forma uma cédula com fragmentos de cédulas

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verdadeiras, e também suprime sinal indicativo de inutilização de cédula já recolhida, para o fim de restituí-
la à circulação.

Obs.: Diferentemente do que ocorre no caso do art. 289, as condutas de RECEBER, ADQUIRIR OU OCULTAR
moeda nas condições descritas no art. 290 NÃO SÃO EQUIPARADAS AO CRIME PREVISTO NESTE
DISPOSITIVO. Assim, aquele que recebe o papel-moeda fraudado, nas condições apontadas pelo art. 290 do
Código Penal, deve ser responsabilizado por receptação (CP, art. 180) ou favorecimento real (CP, art. 349).

 E se o agente recebe de boa-fé a moeda fraudada nos termos do art. 290 e depois a recoloca em
circulação? Nesse caso existem duas correntes:
⦁ 1ª C (Fragoso e Hungria) - também é receptação
⦁ 2ª C (Bitencourt), é fato atípico, pois na receptação não há interrupção da cadeia criminosa
originada do crime a quo, interrupção essa que se opera no caso em análise com o recebimento
de boa-fé. Logo, aplicar tanto a receptação quanto a figura privilegiada do art. 289, § 2º ao caso
em análise caracterizaria analogia in malam partem, além do que haveria desproporcionalidade
da sanção cominada à receptação.

b) Sujeitos: crime comum tanto em relação ao sujeito ativo quanto ao sujeito passivo
• Na forma fundamental (caput) - crime comum tanto em relação ao sujeito ativo quanto ao sujeito
passivo
• Na forma qualificada – crime próprio

c) Elemento subjetivo: É o dolo.


• No núcleo “suprimir” também se reclama uma especial finalidade (elemento subjetivo específico),
representado pela expressão “para o fim de restituí-los à circulação”.
• Não são admitidas as modalidades culposas.

d) Consumação e tentativa: crime formal. Consuma-se com a formação da moeda, supressão do sinal ou
restituição à circulação. Admite tentativa

e) Competência: competência da justiça federal!

f) Forma qualificada (§ único): crime próprio


Se o agente é funcionário público que trabalha na repartição onde estava recolhido o dinheiro ou
tem fácil acesso a ela. Não é qualquer funcionário público, mas somente aquele cujo cargo facilite o acesso
ao dinheiro. A conduta é mais reprovável, pois além da ofensa à fé pública, há violação dos deveres do cargo.

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Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.


Parágrafo único - O MÁXIMO DA RECLUSÃO é elevado a doze anos e multa, se o
crime é cometido por funcionário que trabalha na repartição onde o dinheiro se
achava recolhido, ou nela tem fácil ingresso, em razão do cargo.

ATENÇÃO: Os crimes assimilados aos de moeda falsa pertencem ao rol dos delitos não transeuntes,
pois deixam vestígios de ordem material. Destarte, a prova da materialidade do fato exige a elaboração de
exame de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado (CPP, art. 158).

4.2 Petrechos Para Falsificação De Moeda (Art. 291)

Art. 291. Fabricar, adquirir, fornecer, a título oneroso ou gratuito, possuir ou


guardar maquinismo, aparelho, instrumento ou qualquer objeto especialmente
destinado à falsificação de moeda:
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.

a) Considerações importantes:

• Trata-se de punição dos atos preparatórios para a falsificação, configurando exceção à regra da não
punibilidade dos atos preparatórios. (crime obstáculo)
• É crime subsidiário em relação ao do art. 289.
• Em regra, é competência da justiça federal!!!

Cuidado! STJ: "Se os petrechos ou instrumentos apreendidos não se prestam


apenas para a contrafação da moeda, já que podem ser utilizados para a prática de
outras fraudes, como, por exemplo, o 'conto do paco' (na ação, um suposto
estelionatário deixa cair um pacote de dinheiro no chão, a vítima devolve e é
chamada para receber uma gratificação pelo ato, porém, o que acontece é um
assalto), a competência para conhecer da ação penal é da Justiça Estadual"
(Conflito de Competência 7.682-0/SP, Rei. Min. Anselmo Santiago).

b) Tipo objetivo: os verbos do tipo são:


⦁ Fabricar
⦁ Adquirir
⦁ Fornecer
⦁ Possuir
⦁ Guardar.

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 Nas hipóteses de “possuir” ou “guardar”, trata-se de crime permanente, admitindo a


prisão em flagrante a qualquer momento.

c) Objeto material (“petrecho” para falsificação de moeda) consiste em: maquinismo, aparelho,
instrumento ou qualquer objeto especialmente destinado à falsificação de moeda.
Segundo ensina Cleber Masson, o termo “especialmente” diz respeito à finalidade precípua do
objeto, sendo certo que o bem pode ser utilizado para outros fins, embora seja prioritariamente empregado
na contrafação de moedas.
Em outras palavras: o aparelho que for encontrado serve para outras finalidades e também pode
servir para a falsificação de moeda. É o caso de uma impressora. Não se pode dizer que se trata de uma
máquina que sirva exclusivamente para falsificar papel-moeda, mas ela pode sim servir para caracterizar este
delito caso fique comprovado que o agente a tinha para essa especial destinação.
É nesse sentido o entendimento do STF. Confira:

Para tipificar o crime do art. 291 do CP, basta que o agente detenha a posse de
petrechos destinados à falsificação de moeda, sendo prescindível que o
maquinário seja de uso exclusivo para esse fim
O art. 291 do Código Penal tipifica, entre outras condutas, a posse ou guarda de
maquinismo, aparelho, instrumento ou qualquer objeto especialmente destinado
à falsificação de moeda. A expressão “especialmente destinado” não diz respeito a
uma característica intrínseca ou inerente do objeto. Se assim fosse, só o maquinário
exclusivamente voltado para a fabricação ou falsificação de moedas
consubstanciaria o crime, o que implicaria a absoluta inviabilidade de sua
consumação (crime impossível), pois nem mesmo o maquinário e insumos
utilizados pela Casa de Moeda são direcionados exclusivamente para a fabricação
de moeda. A dicção legal está relacionada ao uso que o agente pretende dar ao
objeto, ou seja, a consumação depende da análise do elemento subjetivo do tipo
(dolo), de modo que, se o agente detém a posse de impressora, ainda que
manufaturada visando ao uso doméstico, mas com o propósito de a utilizar
precipuamente para contrafação de moeda, incorre no referido crime. STJ. 6ª
Turma. REsp 1758958-SP, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 11/09/2018
(Info 633).

Haverá o crime do art. 291 independentemente de os petrechos serem verdadeiros (ex.: máquinas
subtraídas da Casa da Moeda) ou falsos, desde que sejam eficazes à finalidade pretendida.
Ressalta-se que a prova de que os petrechos são eficazes à falsificação depende de perícia
(subsistindo o crime ainda que se conclua ser o objeto capaz de realizar, em parte, a contrafação).

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 Na hipótese em que o sujeito é surpreendido com os petrechos para falsificação e se constata já haver
ocorrido a contrafação de moeda, haverá concurso de crimes ou incide o princípio da consunção?
R.: Conforme explica Cleber Masson (ob. cit., p. 470), existem duas posições sobre o tema:
∘ 1ª corrente: Masson e Rogério Greco - O agente deve ser responsabilizado pelo crime de
petrechos para falsificação de moeda (art. 291) em concurso material com o delito de moeda
falsa (art. 289 do CP). Tais crimes consumam-se em momentos distintos, não havendo falar em
princípio da consunção.
∘ 2ª corrente: Rogério Sanches e Hungria - Incide o princípio da consunção, resultando na
absorção do crime-meio (art. 291) pelo crime-fim, que é o de moeda falsa (art. 289).

d) Elemento subjetivo: É o dolo, independentemente de qualquer finalidade específica. Não se admite a


modalidade culposa.

e) Consumação e Tentativa:
Cuida-se de crime formal, de consumação antecipada ou de resultado cortado: consuma-se com a
fabricação, aquisição, fornecimento, posse ou guarda dos objetos destinados à falsificação de moeda,
independentemente da sua efetiva utilização pelo agente.
Não admite tentativa!

Já caiu em prova e foi considerada INCORRETA a seguinte alternativa: Aquele que adquire objeto
especialmente destinado à falsificação de moeda, sem, contudo, efetivamente produzir moeda falsa, não
incorre em conduta criminosa, uma vez que praticou ato meramente preparatório.

DICA: Ainda estudaremos os demais crimes, mas tome nota desde já que somente haverá
criminalização referente aos petrechos quando utilizados para a falsificação de moeda falsa (art. 291) e
papéis públicos (art. 294). NÃO existe o crime de "petrechos de falsificação" para documentos públicos e
particulares.

4.3 Emissão De Título Ao Portador Sem Permissão Legal (Art. 292)

Emitir, sem permissão legal, nota, bilhete, ficha, vale ou título que contenha
promessa de pagamento em dinheiro ao portador ou a que falte indicação do nome
da pessoa a quem deva ser pago:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.

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Parágrafo único - Quem recebe ou utiliza como dinheiro qualquer dos documentos
referidos neste artigo incorre na pena de detenção, de quinze dias a três meses, ou
multa.

a) Considerações iniciais:
• Crime de menor potencial ofensivo nas duas modalidades.
• Norma penal em branco, pois a permissão é encontrada em outra lei.

b) Sujeitos do crime:
• Sujeito ativo é qualquer um que emita título ao portador fora dos casos autorizados, bem como
aquele que recebe ou utiliza como dinheiro os referidos documentos (crime comum).
• Sujeito passivo é o Estado, bem assim o particular eventualmente prejudicado, desde que não tenha
conscientemente recebido o título (quem recebe com conhecimento da proibição de emissão do
título é sujeito ativo).

c) Conduta: O núcleo do tipo é “emitir”, ou seja, colocar em circulação a nota, bilhete, ficha, vale ou título
que contenha promessa de pagamento em dinheiro ao portador ou a que falte indicação do nome da
pessoa a quem deva ser pago. O objeto deve ser destinado a circular como dinheiro.

d) Objeto material: bilhete, ficha, vale ou título ao portador, que não contenham indicação em relação a
quem se dirigem. Deve conter a promessa de pagamento em dinheiro. Não pode haver permissão legal.

e) Elemento subjetivo: para Bitencourt, somente dolo direto, não se admitindo dolo eventual, em
nenhuma modalidade, pois o agente deve ter consciência de que se trata de título utilizado em
substituição ao dinheiro e sem permissão legal. Como esse conhecimento deve ser atual, não há que se
falar em dolo eventual. Não é punido na modalidade culposa. Não demanda especial fim de agir.

f) Consumação: com a emissão. É crime formal e unissubsistente. Não admite tentativa.

4.4 Da Falsidade De Títulos E Outros Papéis Públicos

4.4.1 Falsificação de PAPÉIS públicos

Art. 293 - Falsificar, FABRICANDO-OS ou ALTERANDO-OS:


I - Selo destinado a controle tributário, papel selado ou qualquer papel de emissão
legal destinado à arrecadação de tributo;
II - papel de crédito público que não seja moeda de curso legal

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III - vale postal; este inciso foi revogado pelo art. 36 da Lei 6.538/78 que pune, de
forma especial, o crime de falsificação do vale postal.
IV - Cautela de penhor, caderneta de depósito de caixa econômica ou de outro
estabelecimento mantido por entidade de direito público;
V - talão, recibo, guia, alvará ou qualquer outro documento relativo a arrecadação
de rendas públicas ou a depósito ou caução por que o poder público seja
responsável;

a) Tipo objetivo
O núcleo do tipo é falsificar, mediante fabricação ou alteração, algum dos papéis públicos
enumerados nos incisos do caput do artigo 293.
• Fabricando: manufaturando, produzindo a partir de matérias-primas, fazendo a cunhagem de.
• Alterando: modificando, transformando, produzindo a mudança de

b) Objeto material
• Selo destinado a controle tributário, papel selado (papel em que o selo lhe é inerente, adquirido
nas repartições tributárias) ou qualquer papel de emissão legal destinado à arrecadação de tributo.
(Adotando fórmula genérica, a lei determinou que qualquer outro papel de emissão legal, que se
destine a arrecadar tributos, pode ser objeto material do crime);
• Papel de crédito público que não seja moeda de curso legal (Ex.: É o título da dívida pública apólices,
obrigações do Tesouro, emitido pela União, Estados ou Municípios)
• Cautela de penhor (documento com o qual a coisa empenhada em garantia pode ser retirada)
• Caderneta de depósito de caixa econômica ou de outro estabelecimento mantido por entidade de
direito público
 Tratando-se de caderneta de depósito referente a estabelecimento privado, poderá haver
crime do art. 297 ou 298, a depender do caso
• Talão, recibo, guia, alvará ou qualquer outro documento relativo a arrecadação de rendas públicas
ou a depósito ou caução por que o poder público seja responsável;
 O alvará expedido para outros fins (como por exemplo, entrada de menores em
estabelecimentos de diversão, configurará o delito do art. 297 do CP.
• Bilhete (papel impresso que confere ao seu portador o direito de usufruir de meio de transporte
coletivo), passe ou conhecimento de empresa de transporte administrada pela União, por Estado ou
por Município

Como já deixamos a dica, documento falsificado deve ser apto a iludir, pois se grosseira a falsificação, não se
configura o crime em estudo. Mostra-se, portanto, imprescindível a realização do exame pericial nas peças
fabricadas ou adulteradas.

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c) Sujeitos do crime
• Sujeito passivo – Estado
• Sujeito ativo – crime comum
 Se for funcionário público, haverá uma causa de aumento de pena.

d) Consumação e tentativa: crime formal, cuja consumação dispensa a efetiva circulação do papel público
falsificado ou a ocorrência de dano a terceiro.

e) Competência: em regra, da justiça estadual, salvo se ocasionar prejuízo à União, hipótese em que a
competência será da justiça federal.

f) Figuras equiparadas:

§ 1o Incorre na mesma pena quem:


I - Usa, guarda, possui ou detém qualquer dos papéis falsificados a que se refere
este artigo;.
II - Importa, exporta, adquire, vende, troca, cede, empresta, guarda, fornece ou
restitui à circulação selo falsificado destinado a controle tributário;
III - importa, exporta, adquire, vende, expõe à venda, mantém em depósito, guarda,
troca, cede, empresta, fornece, porta ou, de qualquer forma, utiliza em proveito
próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial (CRIME
PRÓPRIO), produto ou mercadoria:
a) em que tenha sido aplicado selo que se destine a controle tributário, falsificado;
b) sem selo oficial, nos casos em que a legislação tributária determina a
obrigatoriedade de sua aplicação. NORMA PENAL EM BRANCO!!!!

• Inciso I – Usa, guarda, possui ou detém qualquer dos papéis falsificados a que se refere este artigo;
Pratica o a figura equiparada prevista no inciso I pessoa diversa do falsário. Por outro lado, se o
agente incidiu em qualquer das modalidades do caput, trata-se de post factum impunível.
Guardar, possuir e deter são crimes permanentes

• Inciso II - Importa, exporta, adquire, vende, troca, cede, empresta, guarda, fornece ou restitui à
circulação selo falsificado destinado a controle tributário;
Refere-se apenas ao selo falsificado destinado a controle tributário

• Inciso III - importa, exporta, adquire, vende, expõe à venda, mantém em depósito, guarda, troca, cede,
empresta, fornece, porta ou, de qualquer forma, utiliza em proveito próprio ou alheio, no exercício de
atividade comercial ou industrial, produto ou mercadoria:
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∘ Crime próprio
∘ Lei penal em branco homogênea (a norma explicativa está contida no §5º)
∘ Crime formal

É dispensável a constituição definitiva do crédito tributário para que esteja consumado o crime
previsto no art. 293, §1º, III, "b", do CP. Isso porque o referido delito possui natureza formal, de modo que
já estará consumado quando o agente importar, exportar, adquirir, vender, expuser à venda, mantiver em
depósito, guardar, trocar, ceder, emprestar, fornecer, portar ou, de qualquer forma, utilizar em proveito
próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, produto ou mercadoria sem selo oficial.
(STJ – Informativo 546 – 2014, sexta turma, DPN).

CESPE/2020 - Caracteriza crime contra a fé pública a venda, no exercício de atividade comercial, de


mercadoria em que tenha sido aplicado selo falsificado que se destina a controle tributário.
Item correto.

§2º - Suprimir, em qualquer desses papéis, quando legítimos, com o fim de torná-
los novamente utilizáveis, carimbo ou sinal indicativo de sua inutilização:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. (Médio potencial ofensivo)

§ 3º - Incorre na mesma pena quem usa, depois de alterado, qualquer dos papéis a
que se refere o parágrafo anterior. (Como você já deve saber, se quem suprimiu o
carimbo ou sinal indicativo de inutilização é aquele que o usa em conduta
subsequente, será punido somente pela primeira prática criminosa).

No §2º, temos papeis públicos legítimos – que não foram falsificados mediante contrafação ou
alteração, mas foram inutilizados.
Exige especial fim de agir, consubstanciado no fim de reutilizar tais papeis, porém, dispensável que
venha a efetivamente ocorrer para a consumação, por tratar-se de crime formal.

Já caiu em prova e foi considerada INCORRETA a seguinte alternativa: Aquele que suprimir sinal legítimo
indicativo de inutilização em papel público, com o fim de torná-lo novamente utilizável, incorrerá nas mesmas
penas previstas para o crime de falsificação de papéis públicos (art. 293, “caput”, do CP).

g) Figura privilegiada
§ 4º - Quem usa ou restitui à circulação, embora recibo de boa-fé, qualquer dos
papéis falsificados ou alterados, a que se referem este artigo e o seu § 2º, depois

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de conhecer a falsidade ou alteração, incorre na pena de detenção, de 6 (seis)


meses a 2 (dois) anos, ou multa. (menor potencial ofensivo)

§ 5o Equipara-se a atividade comercial, para os fins do inciso III do § 1o, qualquer


forma de comércio irregular ou clandestino, inclusive o exercido em vias, praças
ou outros logradouros públicos e em residências. (norma penal explicativa)

h) Princípio da especialidade
• Se qualquer das condutas estabelecidas nos§§ 2° a 4° recair em selo ou outra forma de
franqueamento ou vale postal, o crime será o do art. 37 da Lei no 6.538/76.
• Falsificação ou alteração de nota fiscal, fatura duplicata, nota de venda, ou qualquer outro
documento relativo à operação tributável - crime do art. 1º, III da Lei 8137/90 (crime material)

4.4.2 Petrechos De Falsificação (Art. 294)

Art. Fabricar, adquirir, fornecer, possuir ou guardar objeto especialmente


destinado à falsificação de qualquer dos papéis referidos no artigo anterior:
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. (Médio potencial ofensivo)

a) Conduta: os núcleos verbais são:


⦁ Fabricar
⦁ Adquirir
⦁ Fornecer
⦁ Possuir
⦁ Guardar

Não criminaliza a fabricação, aquisição ou fornecimento de documentos públicos ou privados,


carimbos, títulos, vales postais, bilhetes, talão, guia, selos ou sinais característicos, mas tão somente objetos
destinados a falsificá-los.
Trata-se de crime subsidiário em relação ao de falsificação de papéis públicos. Criminaliza atos que
seriam meramente preparatórios, pois tipifica a mera posse ou guarda do “petrecho”. Assim, o agente que
falsifica não responde pelo crime de petrecho (consunção), mas apenas pela falsificação de papéis públicos.

b) Objeto material - objeto destinado à falsificação de quaisquer dos papéis referidos no art. 293 (deve-se
investigar a destinação subjetiva).
 Se a ação for destinada à falsificação de vale postal, selo ou qualquer outro meio de
franqueamento postal, caracterizará o crime descrito no art. 38 da Lei n.º 6.538/78.
 É indiferente que o agente esteja atuando a título oneroso ou gratuito.
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A comprovação da idoneidade dos objetos à falsificação deve ocorrer por meio de perícia. Ainda que
se conclua não ser o objeto examinado apto à falsificação completa do papel, o crime se configurará, já que
basta a eficácia para a realização parcial.

O artigo 295 traz uma causa de aumento de pena na hipótese de ser praticado por funcionário
público. Aplica-se aos crimes dos arts. 293 e 294.

Art. 295 - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do


cargo, aumenta-se a pena de sexta parte.

4.5 Da Falsidade Documental

4.5.1 Falsificação do Selo ou Sinal Público (Art. 296)

Falsificar, fabricando-os ou alterando-os:


I - SELO público destinado a autenticar atos oficiais da União, de Estado ou de
Município;
II - SELO ou SINAL atribuído por lei a entidade de direito público, ou a autoridade,
ou sinal público de tabelião.

a) Bem jurídico tutelado: fé pública, em especial a genuinidade dos selos e sinais públicos destinados à
autenticação de atos oficiais públicos.
Esse tipo tem reduzido alcance nos dias atuais, haja vista o surgimento de novas formas de avalizar
a autenticidade de atos públicos (publicação no Diário Oficial, por exemplo).

b) Sujeitos:
• Sujeito ativo é qualquer um (crime comum).
• Sujeito passivo, primariamente, é o Estado e a coletividade; secundariamente, pessoa física ou
jurídica lesada.

c) Conduta: é falsificar, fabricando ou alterando.

d) Objeto material: selo ou sinal público (termos similares) - é marca a ser aposta ou estampada em
determinados papéis para atribuir-lhes autenticidade (chancela, carimbo ou sinete, por exemplo). Não
se confundem com o instrumento que os produz

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• Inciso I - São os selos destinados a reconhecer como verdadeiros os atos emanados desses entes.
Não se confunde com o selo destinado ao controle tributário do artigo antecedente.
• Inciso II - Não se incluem as empresas públicas, sociedade de economia mista e os entes de
cooperação, pois são pessoas jurídicas de Direito Privado. A autoridade que o artigo menciona
é aquela que autentica documentos utilizando selos ou sinais.)

Não haverá crime do art. 296:


• Quando a falsificação recair sobre carimbo para reconhecimento de firma em tabelionato. Esse
carimbo não é sinal público (RT571/394).
• Quando a falsificação recair sobre selo público de titularidade de autoridade estrangeira (mas poderá
constituir meio para a prática de outro delito).
• Quando a falsificação recair sobre selos destinados a autenticar atos oficiais do Distrito Federal.
• Não há crime se o selo ou sinal já não possuem utilidade ou se estiverem estragados.

e) Consumação e tentativa:
Trata-se de crime formal, que se consuma com a falsificação, independentemente da obtenção de
vantagem indevida ou da provocação de prejuízo a alguém. Admite tentativa.

Figuras equiparadas
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.
§ 1º - Incorre nas mesmas penas:
I - quem faz uso do selo ou sinal falsificado; desde que não tenha praticado a
falsificação (post factum impunível)
II - quem utiliza indevidamente o selo ou sinal verdadeiro em prejuízo de outrem
ou em proveito próprio ou alheio.
III - quem altera, falsifica ou faz uso indevido de marcas, logotipos, siglas ou
quaisquer outros símbolos utilizados ou identificadores de órgãos ou entidades da
Administração Pública.

Incorre nas mesmas penas do falso quem:


• Usa o selo ou sinal falsificados - falsificador não responde por esse crime; mera detenção é atípica.
• Utiliza-os indevidamente – aqui, o selo ou sinal são verdadeiros, mas sua utilização é indevida. Para
doutrina majoritária, não se exige efetivo prejuízo ou, alternativamente, obtenção de proveito.
• Altera, falsifica ou usa indevidamente símbolos da Administração Pública - tem como objeto
material não apenas sinais ou símbolos destinados à autenticação de documentos, alcançando
quaisquer símbolos, utilizados para quaisquer fim, abrangendo até mesmo os símbolos
meramente identificadores de órgãos ou entidades.

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a) Objeto material:
A abrangência do dispositivo é considerável, já que são considerados quaisquer caracteres aptos a
identificar órgãos ou entidades da Administração Pública. Esses sinais podem ser apostos tanto em papéis
como em outros objetos, como plaquetas destinadas a identificar o patrimônio de entes públicos,
normalmente afixadas em móveis, veículos etc.

b) Tipo subjetivo: dolo, não sendo necessário qualquer fim especial de agir. Não há modalidade culposa.

c) Consumação e tentativa: consuma-se com a falsificação ou com a utilização do selo falso, exigindo-se
efetivo prejuízo ou obtenção de proveito apenas na hipótese do §1º, II (uso indevido de selo ou sinal).
Admite-se tentativa, salvo na modalidade de uso. A realização simultânea de várias condutas caracteriza
crime único (crime de ação múltipla ou de conteúdo variado).

d) Forma majorada (§ 2º): funcionário público que pratica o crime prevalecendo-se do cargo.

§ 2º - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do


cargo, aumenta-se a pena de sexta parte.

4.5.2 Falsificação de Documento Público (Art. 297)

 (Lembrar das regras de competência do início do arquivo)

Art. 297 - FALSIFICAR, no todo ou em parte, documento público, ou alterar


documento público verdadeiro:
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.
§ 1º - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do
cargo, aumenta-se a pena de sexta parte.
§ 2º - Para os efeitos penais, equiparam-se a documento público o emanado de
entidade paraestatal, o título ao portador ou transmissível por endosso, as ações
de sociedade comercial, os livros mercantis e o testamento particular.
§ 3o Nas mesmas penas incorre quem insere ou faz inserir: (Incluído pela Lei nº
9.983, de 2000)
I – na folha de pagamento ou em documento de informações que seja destinado a
fazer prova perante a previdência social, pessoa que não possua a qualidade de
segurado obrigatório;(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

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II – na Carteira de Trabalho e Previdência Social do empregado ou em documento


que deva produzir efeito perante a previdência social, declaração falsa ou diversa
da que deveria ter sido escrita; (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
III – em documento contábil ou em qualquer outro documento relacionado com as
obrigações da empresa perante a previdência social, declaração falsa ou diversa da
que deveria ter constado. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
§ 4o Nas mesmas penas incorre quem omite, nos documentos mencionados no §
3o, nome do segurado e seus dados pessoais, a remuneração, a vigência do
contrato de trabalho ou de prestação de serviços. (Incluído pela Lei nº 9.983, de
2000)

Trata-se de crime de elevado potencial ofensivo, comum, formal, de forma livre, comissivo,
instantâneo, de perigo abstrato, unissubjetivo e plurissubsistente.

a) Bem jurídico tutelado: fé pública, no que tange à autenticidade dos documentos emanados da
Administração Pública (ou equiparados). A fé pública deve ser compreendida como a crença na
legitimidade, veracidade e lealdade para com os documentos que materializam a vida de cada ser
humano. (Presunção de legitimidade/veracidade).

b) Sujeito ativo: crime comum!!! Qualquer pessoa pode praticar!


• Se o agente é funcionário público e comete o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se sexta
parte (1/6) da pena. (§ 1º do art. 297 do CP).

§1º - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo,


aumenta-se a pena de sexta parte.

Já caiu em prova e foi considerada INCORRETA a seguinte alternativa: O crime de falsificação de


documento público (art. 297 do CP) é próprio de funcionário público.

c) Sujeito passivo: Estado e pessoa física ou jurídica prejudicada pela falsificação

d) Elemento subjetivo: Dolo. O delito não exige finalidade especial animando o agente. A finalidade
especial poderá mudar o crime.

e) Conduta: O tipo pune “falsificar, no todo ou em parte” ou “alterar” documento público.

Pune-se aqui a falsidade material, que é aquela que diz respeito à forma do documento.

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A falsificação pode ser total, hipótese em que o documento é inteiramente criado, ou parcial,
adicionando-se, nos espaços em branco da peça escrita, novos (e relevantes) elementos.
Já na conduta alterar, o agente modifica documento público existente (e verdadeiro), substituindo
ou alterando dizeres inerentes à própria essência do documento.
• “Falsificar no todo” - significa dizer que o documento é inteiramente criado;
• “Falsificar em parte” - consiste no fato de que o agente adiciona novos elementos nos espaços
em branco do documento.
• “Alterar” - o agente modifica documento público existente (e verdadeiro), substituindo ou
alterando dizeres da peça.
ATENÇÃO! O uso do documento falsificado pelo agente falsificador é post factum
impunível, em razão do princípio da consunção;

ATENÇÃO: Segundo o STF, Prefeito que, ao sancionar lei aprovada pela Câmara dos Vereadores, inclui
artigo que não constava originalmente do projeto votado pratica o crime de falsificação de documento
público (art. 297, § 1º do CP). Neste caso, o fato de o réu ser prefeito e, logicamente funcionário público, não
pode ser utilizado como circunstância desfavorável apta a aumentar a pena base, mas tão somente como
causa de aumento de pena, sob pena de configurar bis in idem.

f) Consumação e Tentativa:
• Crime Formal - se consuma com a falsificação ou alteração potencialmente lesivas, sendo
irrelevante o efetivo uso do documento para fins de consumação. Porém, ocorrendo o efetivo uso
do documento, temos que diferenciar duas situações:
(1) Quem usa o documento é o próprio falsificador ou terceiro que, de qualquer modo,
concorreu para a falsificação: O agente responderá pelo crime do art. 297, ficando o art. 304
absorvido, pois estes artigos protegem o mesmo bem jurídico. O art. 304 seria um post
factum impunível.
(2) Quem usa o documento é terceiro que não concorreu, de qualquer modo, para a falsificação:
O falsificador responde pelo art. 297 e quem usa pelo art. 304, ambos do CP.

• Admite a tentativa.

Note que este capítulo não prevê o crime autônomo de petrechos para falsificação. Este delito é previsto nos
Capítulos I (moeda falsa) e II (falsidade de títulos e outros papéis públicos), mas não no Capítulo III (falsidade
documental), razão pela qual as condutas pertinentes aos petrechos de falsificação devem ser consideradas
meros atos preparatórios (impuníveis) quando relacionadas aos delitos de falsidade documental.

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g) Objeto material: É preciso seja o documento público.


No âmbito penal, documento público é o escrito elaborado por pessoa determinada e representativo
de uma declaração de vontade ou da existência de fato, direito ou obrigação, dotado de relevância jurídica
e com eficácia probatória.
Podem ser objetivo material do delito em questão o documento público falsificado ou o documento
público verdadeiro alterado.

• Características:
✓ Forma escrita (independentemente no idioma)
✓ Elaborado por pessoa determinada (escrito anônimo não é considerado documento)
✓ Conteúdo revestido de relevância jurídica e eficácia probatória

OBS.1: Não constitui documento o escrito indecifrável ou aquele que somente seu autor pode
entender!
OBS.2: Petição inicial não é considerada documento para fins penais. STJ. 6ª Turma. HC 222613-
TO
OBS.3: Papel assinado em branco não é documento para fins penais, em razão da ausência de
conteúdo. Torna-se documento a partir do momento em que é preenchido.
OBS.4: Fotocópia sem autenticação não tem eficácia probatória e, portanto, não pode ser
considerada documento para fins penais. No entanto, se autenticada por oficial público ou
conferida em cartório, será considerada documento.

• Espécies de documento público:


(1) Documento formal e substancialmente público: emanado de agente público no exercício de
suas funções e seu conteúdo diz respeito a questões inerentes ao interesse público (Ex.: atos
legislativos, executivos e judiciários);
(2) Documento formalmente público, mas substancialmente privado: aqui, o interesse é de
natureza privada, mas o documento é emanado de entes públicos (atos praticados por
escrivães, tabeliães etc. ).

• Documentos públicos por equiparação: São documentos particulares que o legislador optou por
colocar no mesmo patamar dos documentos públicos para fins de aplicação da pena:

FIGURA EQUIPARADA (CAI MUITO)


§2º - Para os efeitos penais, EQUIPARAM-SE a documento público o emanado de
entidade paraestatal, o título ao portador ou transmissível por endosso (cheque,
nota promissória, letra de cambio etc.), as ações de sociedade comercial (S/A ou

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sociedade comandita por ações), os livros mercantis (obrigatórios ou não) e o


TESTAMENTO PARTICULAR (não abrange o codicilo).

✓ Documento emanado de entidade paraestatal: As entidades paraestatais são as pessoas jurídicas


de direito privado que atuam em colaboração com o Estado, sem fins lucrativos. (Entidades do 3º
Setor).
✓ Título ao portador ou transmissível por endosso: É imprescindível que sejam passíveis de
transmissão por endosso. Ex. Cheque.
Obs.: Nota promissória após o vencimento, ou um cheque após o prazo de
apresentação, quando sua transferência já não se pode fazer por endosso, senão
mediante cessão civil, deixam de ser equiparados a documentos públicos

✓ Ações de sociedade comercial: Estas ações podem ser preferenciais ou não (ações em geral).
✓ Livros mercantis: Aqui, abrangem-se os livros obrigatórios ou facultativos destinados a registrar as
atividades empresariais.
✓ Testamento particular (ou hológrafo): Neste caso, não estão abrangidos os codicilos.

Considerações importantes:
• Os documentos escritos a lápis, ainda que emanados do funcionário no exercício de suas funções,
não serão considerados públicos, tendo em vista a insegurança em relação à manutenção da
integridade
• Parte da doutrina (Bittencourt) entende que a cópia reprográfica, ainda que autenticada, não
constitui documento público. Sanches discorda, pois se trata de documento autenticado por oficial
público ou cartório.
• O documento particular em que houver reconhecimento de firma ou autenticação não será, por
esse motivo, considerado público, mas, no que tange aos atos do tabelião, sim.
• Para Damásio, o telegrama, transmitido por funcionário público, no exercício de suas funções,
quando diz respeito a assunto de conteúdo público, constitui documento público.

 A falsificação do cartão de crédito ou débito configura a falsificação de documento público ou


particular?
R.: O cartão de crédito NÃO é documento público, sequer por equiparação. A Lei nº 12.737 equiparou o
cartão de crédito e débito a documento particular.

Logo, ainda que praticada antes da Lei nº 12.737/2012, a conduta de falsificar, no


todo ou em parte, cartão de crédito ou débito é considerada como crime de
falsificação de documento particular (art. 298 do CP). STJ. 6ª Turma. REsp 1578479-

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SC, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, Rel. para acórdão Min. Rogerio Schietti
Cruz, julgado em 2/8/2016 (Info 591).

 A substituição de fotografia em documento público configura o crime do art. 297 ou falsa identidade?
R.: Embora haja entendimento em sentido contrário, prevalece configurar o crime de falsidade material
do art. 297, vez que a foto é parte integrante do documento.

Obs.: A falsidade deve ser apta a iludir (a falsidade grosseira pode ser instrumento para o estelionato). Para
saber se a falsidade é grosseira ou não, é imprescindível a perícia. No caso de substituição de fotografias
em carteira de identidade a perícia é DISPENSÁVEL.

Vale relembrar:
Para o STJ, nos termos de sua súmula 17, quando o falso é utilizado como meio para a prática de
estelionato e se exaure neste sem mais potencialidade lesiva, é por este absorvido. Hipótese em que o crime-
meio é de gravidade igual (caso seja falsificação de documento particular) ou mais grave (caso seja
falsificação de documento público) que o crime-fim, mas é por este absorvido.
Contudo, para o STF o agente deve responder em concurso formal pelos dois delitos, justificando que
há violação a bens jurídicos diversos (no entanto, já aplicou a súmula 17 do STJ também, de modo que o
entendimento sumulado prevalece, mas é bom saber).
Essa discussão não se repete quando a falsificação de documento ocorre subsequentemente à
prática de outro crime (responde pelos dois crimes). Ou seja: se o agente falsifica um documento público
para acobertar a prática de outro crime, responderá por ambos os crimes, não incidindo o princípio da
consunção!

Já caiu em prova e foi considerada INCORRETA a seguinte alternativa: Há sempre concurso entre os crimes
de falsificação de documento público e estelionato, segundo entendimento do sumulado do Superior
Tribunal de Justiça.

Vamos para uma discursiva?


Caiu na prova Delegado – MG 2011

→ Quais as posições doutrinárias e jurisprudenciais com relação à falsificação de documento utilizado,


efetivamente para prática de crime de estelionato?

Há quatro posicionamentos acerca da temática. A primeira delas entende que a falsidade documental
absorve o estelionato. Segundo essa posição, a falsificação é crime formal, independentemente de qualquer

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resultado. Contudo, se este resultado advier (obtenção de vantagem econômica, por exemplo), não subsistirá
outro crime, mas mero exaurimento da falsidade documental.
A segunda corrente é no sentido de que há concurso material de crimes, nos termos do art.69 CP. Isto
porque, em decorrência de ofensa a bens jurídicos diversos, não se verificaria o fenômeno da absorção.
Ademais, o crime de falso estaria consumado em momento anterior ao da prática do estelionato. E, se já
estava consumado, não poderia sofrer nenhuma alteração posterior no plano da tipicidade.
Uma terceira posição defende que há concurso formal de crimes, sustentando que, a despeito de bens
jurídicos diversos, a conduta seria uma só, ainda que desdobrada em diversos atos, aplicando-se o art.70,
caput, 1º parte, do Código Penal.
Por fim, há a corrente que o estelionato absorve a falsidade documental, consagrada na súmula 17 do
STJ, que aduz que quando o falso se exaure no estelionato, sem mais potencialidade lesiva, é por este
absorvido. Segundo os defensores dessa corrente, conflito aparente de leis é solucionado pelo princípio da
consunção, prevalecendo essa corrente majoritariamente.
Deste modo, o crime fim (estelionato) absorve o crime meio (falsidade documental), desde que este
se esgote naquele, isto é, desde que a fé pública, o patrimônio ou outro bem jurídico qualquer não possa ser
atacados pelo documento falsificado e utilizado por alguém como meio fraudulento para obtenção de
vantagem ilícita em prejuízo alheio.
Por fim, é importante ressaltar que com o advento da lei nº 13.964/19 (pacote anticrime), o crime
de estelionato passou a ser de ação penal pública condicionada á representação, em regra, de forma que a
respectiva persecução penal da infração dependerá da vontade da vítima. O crime de falsificação de
documentos, por sua vez, é sempre de ação penal pública condicionada.

4.5.2.1 Falsificação de documento previdenciário

§ 3o Nas mesmas penas incorre quem INSERE ou FAZ INSERIR: (Incluído pela Lei nº
9.983, de 2000)
I – Na folha de pagamento ou em documento de informações que seja destinado a
fazer prova perante a previdência social, pessoa que não possua a qualidade de
segurado obrigatório
II – Na Carteira de Trabalho e Previdência Social do empregado ou em documento
que deva produzir efeito perante a previdência social, declaração falsa ou diversa
da que deveria ter sido escrita;
III – em documento contábil ou em qualquer outro documento relacionado com as
obrigações da empresa perante a previdência social, declaração falsa ou diversa da
que deveria ter constado.

§ 4o Nas mesmas penas incorre quem OMITE, nos documentos mencionados no §


3o, nome do segurado e seus dados pessoais, a remuneração, a vigência do
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contrato de trabalho ou de prestação de serviços. (Incluído pela Lei nº 9.983, de


2000)

Nota-se que aqui, bem como no §4º, tratam de exceções em que a falsidade, na verdade, não é
material, mas sim ideológica, tendo em vista que o documento é verdadeiro, mas as informações inseridas
não. No entanto, em PROVA OBJETIVA, siga a letra da lei e considere tratar-se de crime de falsidade material!

Já caiu em prova e foi considerada INCORRETA a seguinte assertiva: Aquele que faz inserir na Carteira de
Trabalho e Previdência Social do empregado declaração falsa ou diversa da que deveria ter constado estará
sujeito às penas cominadas ao crime de falsidade ideológica.

a) Sujeitos do delito
Tratando-se de autor funcionário público, não incidirá a causa de aumento do §1º, tendo em vista
sua posição topográfica, de modo que se aplica apenas ao caput.
O sujeito passivo desse crime é, primeiramente, o Estado, representado pela Previdência Social, e,
secundariamente, o segurado e seus dependentes que vierem ser prejudicados.:

b) Conduta do §3º
O tipo objetivo consiste em INSERIR (introduzir, colocar) ou FAZER INSERIR (estimular, incentivar que
outrem introduza ou coloque). Ou seja: prevê infrações comissivas
• Pessoa que não seja segurado obrigatório em folha de pagamento ou outro documento destinado
a fazer prova perante a previdência social (§ 3º, I)
 São segurados obrigatórios, na forma do art. 11 da Lei n.º 8.213/90, o empregado, o
empregado doméstico, o contribuinte individual, o trabalhador avulso e o segurado especial.

• Declaração falsa ou diversa da que deveria constar em CTPS ou documento que deva produzir
efeitos perante a previdência social (§ 3º, II)

• Declaração falsa ou diversa da que deveria constar em ou ainda em documento contábil ou


qualquer outro relacionado às obrigações da empresa perante a previdência social (§ 3º, III).

 A inserção deve ser juridicamente relevante e ter potencialidade para prejudicar


direitos.

c) Conduta do §4º
• O tipo objetivo é OMITIR, em qualquer dos documentos mencionados no § 3º. Trata-se, portanto, de
uma infração omissiva.

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✓ A remuneração
✓ A vigência do contrato de trabalho ou de prestação de serviços.
✓ Nome do segurado e seus dados pessoais
 Nesta hipótese, só haverá crime se houver a omissão concomitante do nome dos
segurados e de seus dados pessoais

 A omissão empregada pelo agente deve ser juridicamente relevante e ter


potencialidade para prejudicar direitos, não bastando a mera omissão!

STJ (Inf. 539): A simples omissão de anotação na Carteira de Trabalho e Previdência


Social (CTPS) não configura, por si só, o crime de falsificação de documento público
(art. 297, § 4º, do CP). Isso porque é imprescindível que a conduta do agente
preencha não apenas a tipicidade formal, mas antes e principalmente a tipicidade
material, ou seja, deve ser demonstrado o dolo de falso e a efetiva possibilidade
de vulneração da fé pública. (REsp 1.252.635-SP, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze,
julgado em 24/4/2014)

ATENÇÃO! Se a omissão ou falsidade ocorre para sonegar contribuição previdenciária, tipifica-se o


art. 337-A, que absorve o delito de falso (HC 114051).

Sonegação de contribuição previdenciária


Art. 337-A. Suprimir ou reduzir contribuição social previdenciária e qualquer
acessório, mediante as seguintes condutas:
I – omitir de folha de pagamento da empresa ou de documento de informações
previsto pela legislação previdenciária segurados empregado, empresário,
trabalhador avulso ou trabalhador autônomo ou a este equiparado que lhe prestem
serviços;
II – deixar de lançar mensalmente nos títulos próprios da contabilidade da empresa
as quantias descontadas dos segurados ou as devidas pelo empregador ou pelo
tomador de serviços;
III – omitir, total ou parcialmente, receitas ou lucros auferidos, remunerações pagas
ou creditadas e demais fatos geradores de contribuições sociais previdenciárias

Fique atento à jurisprudência sobre o tema:

De quem é a competência para julgar o crime de omissão de anotação de vínculo


empregatício na CTPS (art. 297, § 4º, do CP)?

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- STJ: Justiça FEDERAL. O sujeito passivo primário do crime omissivo do art. 297, §
4.º, do Diploma Penal, é o Estado, e, eventualmente, de forma secundária, o
particular, terceiro prejudicado, com a omissão das informações, referentes ao
vínculo empregatício e a seus consectários da CTPS. Cuida-se, portanto de delito
que ofende de forma direta os interesses da União, atraindo a competência da
Justiça Federal, nos termos do art. 109, IV, da CF/88. Nesse sentido: STJ. 3ª Seção.
CC 145567/PR , Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 27/04/2016.

- 1ª Turma do STF: Justiça ESTADUAL. Nesse sentido: 1ª Turma. Ag.Reg. na Pet


5084, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 24/11/2015 .

É típica a conduta de uso de documento falso, consistente em passaporte expedido


pela República do Uruguai, apresentado à Polícia Federal por ocasião de
abordagem realizada em aeroporto, mediante
tentativa de saída irregular do país e burla ao controle aeroportuário de
fronteiras. 2. O art. 297 do Código Penal não distingue procedência do documento,
se emitido por autoridade nacional ou estrangeira.(…) (REsp 1568954/SP, Rel.
Ministro NEFI CORDEIRO, SEXTA TURMA, julgado em 18/10/2016, DJe 07/11/2016)

4.5.2.2 Princípio da Especialidade e Falsificação de Documento Público:

Na legislação penal extravagante há tipos especiais de falsidade de documento público.

A. Art. 348 do Código Eleitoral - Para fins eleitorais: esta especializante faz com que a norma especial
derrogue a norma geral.

Art. 348. Falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar documento


público verdadeiro, para fins eleitorais: Pena - reclusão de dois a seis anos e
pagamento de 15 a 30 dias-multa.
§ 1º Se o agente é funcionário público e comete o crime prevalecendo-se do cargo,
a pena é agravada.
§ 2º Para os efeitos penais, equipara-se a documento público o emanado de
entidade paraestatal inclusive Fundação do Estado.

B. Art. 311 do Código Penal Militar

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Art. 311. Falsificar, no todo ou em parte, documento público ou particular, ou


alterar documento verdadeiro, desde que o fato atente contra a administração ou
o serviço militar:
Pena - sendo documento público, reclusão, de dois a seis anos; sendo documento
particular, reclusão, até cinco anos.

Exemplo: falsificar carteira de reservista para tomar posse em concurso público – não atenta contra
a administração militar (a competência não é da Justiça Militar).
Exemplo: Falsificar documento público para ser dispensado do serviço militar – é da competência da
Justiça Militar.

4.5.3 Falsificação de Documento Particular (Art. 298)

Art. 298 - FALSIFICAR, no todo ou em parte, documento particular ou ALTERAR


documento particular verdadeiro:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.

Trata-se de crime de médio potencial ofensivo, comum, formal, de forma livre, comissivo,
instantâneo, de perigo abstrato, unissubjetivo e plurissubsistente.
Segundo Rogério Sanches, as condutas nucleares típicas são idênticas às do art. 297, aplicando-se
aqui os mesmos comentários dispensados àquele dispositivo. A diferença reside no objeto material (lá - art.
297 -, documento público; aqui -art. 298 -, particular).

a) Sujeito do delito:
• Sujeito ativo: crime comum – pode ser praticado por qualquer pessoa
• Sujeito passivo: Estado e pessoa física ou jurídica prejudicada pela falsificação

b) Objeto jurídico: Fé pública

c) Elemento subjetivo: Dolo

d) Consumação e Tentativa: crime forma. Admite tentativa

e) Objeto material: documento particular


O conceito de documento particular deve ser feito por exclusão, sendo todo aquele que não seja
público ou equiparado a público.
Para a configuração do delito, é preciso que o documento tenha algum interesse jurídico. Se for
totalmente irrelevante para o direito, é objeto absolutamente impróprio.
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CESPE/2018 - Nos crimes de falsidade documental, considera-se documento particular todo aquele não
compreendido como público, ou a este equiparado, e que, em razão de sua natureza ou relevância, seja
objeto da tutela penal — como cartão de crédito, por exemplo. Item Correto.

Observações importantes:
• Documentos públicos nulos – em razão da inobservância das formalidades legais, são considerados
documentos particulares para fins penais.
• O fato de o documento particular ser destinado à autoridade pública não o transforma em público
(RTESP 57/358).
• O fato de o documento particular ser registrado em cartório não o transforma em documento
público, pois o registro serve apenas para dar publicidade ao documento. Cópia autenticada de
documento particular é documento particular.
• O cheque só deve ser considerado como documento particular quando já tiver sido apresentado
ao banco e recusado por falta de fundos, visto não ser mais transmissível por endosso.
• Notas fiscais e livros caixas são considerados documentos particulares. Somente seriam
considerados documentos públicos aqueles cuja elaboração, de alguma forma, competisse aos
funcionários públicos.

LEMBRANDO: Fotocópias sem autenticação, documentos impressos sem assinatura ou documento


anônimos não podem ser considerados documentos particulares para fins penais.

Não há necessidade que o documento saia da esfera de poder do falsário. Mas, por óbvio, para que
seja iniciada a ação penal, deve ter sido encontrado com o agente ou exibido por ele.
Segundo Hungria, caso após intentar a falsificação ou alteração, o falsário suprime o objeto material
do delito, extingue-se a punibilidade pelo arrependimento eficaz, até porque, terá desaparecido o objeto do
crime, impossibilitando que se faça prova de forma indireta.

Fique atento à jurisprudência sobre o tema:

O contrato social de uma sociedade empresária é documento particular. Assim,


caso seja falsificado, haverá o crime de falsificação de documento particular (e não
de documento público). Não se pode condenar o réu pelo crime de uso de
documento falso quando ele próprio foi quem fez a falsificação do documento. A
pessoa deverá ser condenada apenas pela falsidade, e o uso do documento falso
configura mero exaurimento do crime de falso. STF. 1ª Turma. AP 530/MS, rel. orig.
Min. Rosa Weber, red.p/ o acórdão Min. Roberto Barroso, julgado em 9/9/2014
(Info 758)

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F) Falsificação de cartão
 Despenca em prova!!!

Parágrafo único. Para fins do disposto no caput, equipara-se a documento


particular o CARTÃO DE CRÉDITO ou DÉBITO.

A Lei 12.737/12 acrescentou parágrafo ao art. 298 do CP, equiparando a documento particular o
cartão de crédito ou débito.
A jurisprudência já caminhava neste sentido. Portanto, a referida lei apenas positivou o
entendimento da jurisprudência.

Inf. 591, STJ- 2016:


A Lei nº 12.737/2012 acrescentou o parágrafo único ao art. 298 do CP prevendo o
seguinte: Art. 298. Falsificar, no todo ou em parte, documento particular ou alterar
documento particular verdadeiro: (...) Parágrafo único. Para fins do disposto no
caput, equipara-se a documento particular o cartão de crédito ou débito. Ocorre
que mesmo antes da edição da Lei nº 12.737/2012 a jurisprudência do STJ já
considerava que cartão bancário poderia se amoldar ao conceito de "documento".
Assim, a inserção do parágrafo único no art. 298 do Código Penal apenas confirmou
que cartão de crédito/débito é considerado documento, sendo a Lei nº
12.737/2012 considerada como lei interpretativa exemplificativa. Logo, ainda que
praticada antes da Lei nº 12.737/2012, a conduta de falsificar, no todo ou em parte,
cartão de crédito ou débito é considerada como crime de falsificação de documento
particular (art. 298 do CP). STJ. 6ª Turma.

Nucci lembra que, enquanto a nota promissória e o cheque são títulos de crédito igualados a
documento público, pois podem circular no comércio, gerando maiores danos a terceiros, o cartão de crédito
e débito é equiparado a documento particular, cuja pena é menor. Aduz ainda que a diferença é consistente,
pois o cartão não circula.

Relembrando:
• Clonagem de cartão + saques na conta bancária da vítima por meio do caixa eletrônico: furto
mediante fraude.
• Clonagem de cartão + saques na conta bancária da vítima ou compras em lojas por meio de
atendimento no balcão por funcionário: estelionato.

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Além disso, prevalece que, em se exaurindo o falso na conduta do furto ou do estelionato, aquele será
consumido por um destes, em razão da consunção (súmula 17 do STJ, que, embora o STF tenha decisões em
sentido contrário, também a aplica).

f) Princípio da especialidade:

• Artigo 349 do Código Eleitoral:

Art. 349. Falsificar, no todo ou em parte, documento particular ou alterar


documento particular verdadeiro, para fins eleitorais:
Pena - reclusão até cinco anos e pagamento de 3 a 10 dias-multa.

• Artigo 311 do CPM:

Art. 311. Falsificar, no todo ou em parte, documento público ou particular, ou


alterar documento verdadeiro, desde que o fato atente contra a administração ou
o serviço militar:
Pena - sendo documento público, reclusão, de dois a seis anos; sendo documento
particular, reclusão, até cinco anos.

• Lei 12.663/12 – Lei da Copa.


A “Lei da Copa dispõe sobre as medidas relativas à Copa das Confederações FIFA 2013, à Copa do
Mundo FIFA 2014 e à Jornada Mundial da Juventude -2013, que serão realizadas no Brasil): o art. 30 da Lei
12.663/12 pune com detenção de 3 meses a 1 ano ou multa reproduzir, imitar, falsificar ou modificar
indevidamente quaisquer Símbolos Oficiais de titularidade da FIFA.
Trata-se de lei penal temporária (art. 3° do CP), com vigência até 31 de dezembro de 2014,
dependendo o início do processo de expressa representação da FIFA.

Art. 30. Reproduzir, imitar, falsificar ou modificar indevidamente quaisquer


Símbolos Oficiais de titularidade da FIFA: Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1
(um) ano ou multa.
Art. 34. Nos crimes previstos neste Capítulo, somente se procede mediante
representação da FIFA.
Art. 36. Os tipos penais previstos neste Capítulo terão vigência até o dia 31 de
dezembro de 2014. (Crime temporário)

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4.5.4 Falsidade Ideológica (Art. 299)

Art. 299 - OMITIR, em documento público ou particular, declaração que dele devia
constar, ou nele INSERIR ou FAZER INSERIR declaração falsa ou diversa da que devia
ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade
sobre fato juridicamente relevante:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é público, e reclusão
de um a três anos, e multa, de quinhentos mil réis a cinco contos de réis, se o
documento é particular.
Parágrafo único - Se o agente é funcionário público, e comete o crime
prevalecendo-se do cargo, ou se a falsificação ou alteração é de assentamento de
registro civil, aumenta-se a pena de sexta parte.

LEMBRE-SE:
FALSIDADE MATERIAL - ALTERA-SE A FORMA DO DOCUMENTO;
FALSIDADE IDEOLÓGICA - ALTERA-SE O CONTEÚDO DO DOCUMENTO

a) Falsidade Material x Falsidade Ideológica


Na falsidade material, o documento é perceptivamente falso, ou seja, ao menos para as autoridades
é possível identificar, por vias externas, que não é verdadeiro.
Já na falsidade ideológica, não há modificação na estrutura do documento, pois ele é elaborado,
preenchido e assinado por quem estava autorizado a fazê-lo, mas somente falsidade quanto ao conteúdo,
que não corresponde à realidade.
Obs.: Por não haver alteração estrutural, não há espaço para prova pericial, posto que o crime de
falsidade ideológica não deixa vestígios materiais! (já caiu em prova!)

Nas palavras de Cleber Masson:

“Na falsidade ideológica, o documento é formalmente verdadeiro, mas seu


conteúdo, a ideia nele lançada, é divergente da realidade Não há contrafação ou
alteração de qualquer espécie. O sujeito tem autorização para criar o documento,
mas falsifica seu conteúdo. Daí a razão de o crime de falsidade ideológica ser
também conhecido como falso ideal, falso moral ou falso intelectual. O ponto
marcante da falsidade ideológica repousa no conteúdo falso lançado pela pessoa
legitimada para a elaboração do documento. Logo, se vem a ser adulterada a
assinatura do responsável pela emissão do documento, ou então efetuada
assinatura falsa, ou finalmente rasurado ou modificado de qualquer modo seu
conteúdo, estará caracterizada a falsidade material”.
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Esquematizando...
FALSIDADE MATERIAL FALSIDADE IDEOLÓGICA
Previsão: art. 297 e 298 do CP. Previsão: art. 299 do CP.
Envolve a forma do documento (sua parte Envolve o conteúdo do documento (juízo
exterior – a ideia que ele carrega). inverídico).
O documento apresenta defeitos extrínsecos Não há rasuras ou supressão de palavras.
(rasuras, novos dizeres, supressão de A pessoa que elabora o documento possui
palavras) legitimidade para isso.
É imprescindível a perícia. Em regra, não há necessidade de perícia.

Atenção! Se o agente, além de falsificar ou alterar a forma, ainda insere nele informações falsas,
não responderá por falsidade ideológica, mas apenas pelo falso material, por força do princípio da
consunção.

b) Bem jurídico tutelado: fé pública, especialmente a confiabilidade dos documentos públicos ou


particulares.

c) Sujeitos:
• Sujeito passivo é, primariamente, o Estado e, de forma secundária, a pessoa lesada.
• Sujeito ativo é qualquer um, mas, se for funcionário público, no exercício de suas funções e delas se
prevalecer, estará caracterizada a majorante do parágrafo único.

Parágrafo único - Se o agente é funcionário público, e comete o crime


prevalecendo-se do cargo, ou se a falsificação ou alteração é de
assentamento de registro civil, aumenta-se a pena de sexta parte.

d) Elemento subjetivo: O crime é punido a título de dolo, porém com dolo específico (especial).
Só haverá crime quando o agente o faz “com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar
a verdade sobre o fato juridicamente relevante”.
Portanto, não há crime quando o particular presta declaração perante o funcionário público
desconhecendo a sua falsidade. No entanto, se o funcionário público, percebendo a falsidade, der
continuidade à elaboração do documento, será responsabilizado pelo delito, na forma do art. 13, §2º, “a” do
CP.
Acusada, movida por vaidade feminina, foi absolvida pelo fato de haver promovido
novo registro de nascimento, buscando parecer mais jovem do que o namorado
com quem ia casar-se (RT 447/367) (Não houve o elemento subjetivo do tipo).

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Caiu em prova 2021! A falta do dolo específico consistente no fim de prejudicar direito, criar obrigação ou
alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante acarreta a atipicidade do delito de Falsidade
Ideológica. (item correto).

(Adaptada): Maria, com 55 anos de idade, declara, por pura vaidade, num documento público perante uma
repartição pública estadual que tem 47 anos de idade. Desse modo, tal afirmativa é falsa, e, apesar disso, tal
assertiva não provocou nenhuma consequência. Considerando o caso descrito: Maria não cometeu crime
algum. (Item correto).

e) Conduta: as condutas são:


• OMITIR (não dizer, não mencionar) – crime omissivo puro
• INSERIR (introduzir diretamente)
• FAZER INSERIR (estimular, incentivar que outrem introduza ou coloque, fornecer informação a
terceira pessoa, responsável pela elaboração do documento)

OBS.1: Nas modalidades omitir e inserir há a falsidade imediata (a própria pessoa que confecciona o
documento comete o falso). Na modalidade fazer inserir, o agente faz com que terceiro as introduza.

OBS.2: Particular somente pode praticar falsidade ideológica em documento público em três
hipóteses:
1) Faz funcionário público de boa-fé inserir declaração falsa em documento público – nesse caso, o
particular irá praticar o crime pelo núcleo “fazer inserir”;
2) Elabora documento público por equiparação, de sua alçada, com declaração falsa.
3) Concurso de pessoas com o funcionário público

OBS.3: As condutas recaem sobre declaração falsa ou diversa da que deveria ser escrita. Ou seja, é
possível haver falsidade ideológica mesmo constando do documento conteúdo verdadeiro. É o que ocorre
quando o agente insere ou faz inserir uma declaração verdadeira, porém diversa da que deveria constar.

f) Objeto Material: documento público (pena mais alta) ou particular.


Prevalece que, em regra, inexiste o crime quando a falsa ideia recai sobre documento (público ou
particular) cujo conteúdo está sujeito à fiscalização da autoridade, como, por exemplo, na falsa declaração
em requerimento de atestado de residência (RT525/349), declaração de pobreza para obter justiça gratuita,
declaração cadastral em geral como em hotéis, por ex., dentre outros.

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É atípica a mera declaração falsa de estado de pobreza realizada com o intuito de


obter os benefícios da justiça gratuita. A conduta de firmar ou usar declaração de
pobreza falsa em juízo, com a finalidade de obter os benefícios da gratuidade de
justiça, não é crime, pois aludida manifestação não pode ser considerada
documento para fins penais, já que é passível de comprovação posterior, seja por
provocação da parte contrária seja por aferição, de ofício, pelo magistrado da
causa. STJ. 6ª Turma. HC 261074-MS, Rel. Min. Marilza Maynard (Desembargadora
convocada do TJ-SE), julgado em 5/8/2014 (Info 546).

CESPE/2020: Para que o crime de falsidade ideológica se configure, é necessário que o objeto da conduta
seja a inserção de declarações falsas em documentos públicos, não se configurando esse tipo penal no caso
de documentos particulares. Item incorreto.
CESPE/2020 (Adaptada): A conduta de quem faz declaração falsa de estado de pobreza para fins de obtenção
dos benefícios da justiça gratuita em ação judicial é considerada atípica. Item correto

Considerações importantes:
• Nos termos do art. 130 da lei n° 7.210/84 (LEP), constitui o crime de falsidade ideológica declarar ou
atestar falsamente prestação de serviço para fim de instruir pedido de remição de pena.
• Contrato com “laranjas”: A inserção, no contrato social da empresa, de nomes fictícios ou de pessoas
que, de fato, não tomam parte na sociedade, constitui crime de falsidade ideológica (em documento
particular)
• Simulação em negócio jurídico (art. 167, §1º, CC) pode configurar crime de falsidade ideológica.
• Petição de advogado: não é considerado documento para fins penais. São alegações que devem ser
verificadas e comprovadas.
• Documento sem assinatura: inofensivo à fé pública, não há o crime.

 Como caracterizar a conduta do agente que abusa do papel em branco assinado?


R.: Somente haverá falsidade ideológica (art. 299) quando o papel tiver sido confiado ao agente para
ulterior preenchimento. Assim, se o agente, tendo autorização para preencher o documento, o faz inserindo
informações falsas ou diversas do que havia sido acordado com o signatário, haverá crime do art. 299.
Por outro lado, se o agente se tiver se apossado de forma ilegítima (à revelia do signatário) do papel
que preencheu, o crime será de falsidade material (art. 297 ou 298). O mesmo acontece se o agente tiver
recebido o documento de forma legítima, mas, posteriormente, tiver o signatário revogado a autorização
para o preenchimento.

Adquiriu de forma legítima, tendo autorização Haverá crime de falsidade ideológica.


para preencher e preencheu em

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desconformidade com a realidade

Adquiriu de forma ilegítima, não tendo Haverá crime de falsidade material


autorização para preencher
Adquiriu de forma legítima, mas a autorização Haverá crime de falsidade material
para preencher fora, posteriormente, revogada:

Em se tratando de nota promissória emitida sem alguns de seus requisitos essenciais, é permitido ao
portador de boa-fé do título preencher os espaços em branco. Vide Súmula 387 do STF.

Súmula 387, STF: A cambial emitida ou aceita com omissões, ou em branco, pode
ser completada pelo credor de boa-fé antes da cobrança ou do protesto.

ATENÇÃO: Como a falsidade ideológica afeta o documento tão somente em sua ideação e não a
sua autenticidade ou inalterabilidade, os tribunais superiores entendem que é desnecessária a realização
de perícia.

h) Consumação e tentativa
Trata-se de crime formal, que se consuma com a omissão ou com a inserção de declaração falsa ou
diversa da que deveria constar. Dispensa-se, portanto, o efetivo uso do documento falso, bem como a
obtenção de vantagem ou ocorrência do prejuízo.
Na modalidade omissiva não cabe tentativa!

Já caiu em prova e foi considerada incorreta a seguinte alternativa: O momento consumativo da falsidade
ideológica se dá com a efetiva concretização de prejuízo material para o Estado ou para o particular.

Caiu na prova Delegado Amazonas 2022! Quanto ao crime de falsidade ideológica, assinale a
afirmativa correta. O elemento “devia constar” é elemento normativo do tipo, que pode converter-se em lei
penal em branco se o dever for legal. (item correto)

Fique atento à jurisprudência sobre o tema:


A empresa ostensiva, ou seja, a importadora aparente, que não indica o
verdadeiro importador das mercadorias pratica o delito tipificado no art. 299 do
Código Penal (falsidade ideológica). Ademais, considera-se como local da infração
a sede fiscal da pessoa jurídica responsável pela inserção, na Declaração de
Importação, de seu nome como importadora ostensiva, sabedora de que o real

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importador é outro. STJ. 3ª Seção. AgRg no CC 175.542/PR, Rel. Joel Ilan Paciornik,
julgado em 24/02/2021

Na falsidade ideológica, o termo inicial da contagem do prazo da prescrição da


pretensão punitiva é o momento da consumação do delito (e não o momento da
eventual reiteração de seus efeitos). STJ. 3ª Seção. RvCr 5.233-DF, Rel. Min.
Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 13/05/2020 (Info 672).

A conduta prevista no revogado art. 125, XIII, da Lei nº 6.815/80, subsume-se


agora ao art. 299 do Código Penal (falsidade ideológica)
O art. 125, XIII, da Lei nº 6.815/80 (Estatuto do Estrangeiro) previa o seguinte crime:
Art. 125 (...) XIII - fazer declaração falsa em processo de transformação de visto, de
registro, de alteração de assentamentos, de naturalização, ou para a obtenção de
passaporte para estrangeiro, laissez-passer, ou, quando exigido, visto de saída:
Pena: reclusão de 1 (um) a 5 (cinco) anos e, se o infrator for estrangeiro, expulsão.
A Lei nº 13.445/2017 (Lei de Migração), revogou integralmente o Estatuto do
Estrangeiro (Lei nº 6.815/80), inclusive o art. 125, XIII. A Lei nº 13.445/2017 não
repetiu, em seu texto, um crime semelhante ao que era previsto no art. 125, XIII,
do Estatuto do Estrangeiro. Apesar disso, não houve abolitio criminis neste caso,
considerando que esta conduta continua sendo crime. A conduta de fazer
declaração falsa em processo de transformação de visto, de registro, de alteração
de assentamentos, de naturalização, ou para a obtenção de passaporte para
estrangeiro, laissez-passer ou, quando exigido, visto de saída, configura agora o
crime do art. 299 do Código Penal (falsidade ideológica). Desse modo, não houve
abolitio criminis, mas sim continuidade normativo-típica. O princípio da
continuidade normativa ocorre quando uma norma penal é revogada, mas a
mesma conduta continua sendo crime no tipo penal revogador, ou seja, a infração
penal continua tipificada em outro dispositivo, ainda que topologicamente ou
normativamente diverso do originário. STJ. 5ª Turma. AgRg no AREsp 1422129-SP,
Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 05/11/2019 (Info 660).

STJ: Não é típica a conduta de inserir, em currículo Lattes, dado que não condiz
com a realidade. Não é típica a conduta de inserir, em currículo Lattes, dado que
não condiz com a realidade. Isso não configura falsidade ideológica (art. 299 do CP)
porque: 1) currículo Lattes não é considerado documento por ser eletrônico e não
ter assinatura digital; 2) currículo Lattes é passível de averiguação e, portanto, não
é objeto material de falsidade ideológica. Quando o documento é passível de
averiguação, o STJ entende que não há crime de falsidade ideológica mesmo que o
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agente tenha nele inserido informações falsas. STJ. 6ª Turma. RHC 81451-RJ, Rel.
Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 22/8/2017 (Info 610).

Obs.: Cuidado com esse julgado acima, pois em 2019 e 2020 alguns Ministros que
atuam na política brasileira passaram por esse “desconforto” de terem seus
currículos lattes desmentidos pela imprensa! Pode ser objeto de prova!

Necessidade de prova de que o Prefeito que assinou documentos do Município


tinha ciência inequívoca de que a declaração era falsa
Prefeito que assina documentos previdenciários com conteúdo parcialmente falso
não deve ser condenado por falsidade ideológica se não foram produzidas provas
de que ele tinha ciência inequívoca do conteúdo inverídico da declaração. Neste
caso, ele deverá ser absolvido, nos termos do art. 386, III, do CPP, por ausência de
dolo, o que exclui o crime. STF. 1ª Turma. AP 931/AL, Rel. Min. Roberto Barroso,
julgado em 6/6/2017 (Info 868).

Candidato que deixa de contabilizar despesas em sua prestação de contas no TRE.


Determinado Parlamentar Federal, quando foi candidato ao Senado, ao entregar a
prestação de contas ao TRE, deixou de contabilizar despesas com banners e
cartazes no valor de R$ 15 mil. O STF considerou que havia indícios suficientes para
receber a denúncia contra ele formulada e iniciar um processo penal para apurar a
prática do crime de falsidade ideológica (art. 299 do CP). STF. 1ª Turma. Inq
3767/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 28/10/2014 (Info 765).

g) Causas de aumento de pena Majorante de pena – aumento de pena em 1/6


• Funcionário público prevalecendo-se do cargo
• Falsificação ou alteração recair sobre assentamento de registro civil

Parágrafo único - Se o agente é funcionário público, e comete o crime


prevalecendo-se do cargo, ou se a falsificação ou alteração é de assentamento de
registro civil, aumenta-se a pena de sexta parte.

Cuidado para não confundir!

FUNCIONÁRIO PÚBLICO PREVALECENDO-SE DO CARGO


Art. 297 – falsificação de Art. 298 – Falsificação de Art. 299 – Falsidade
documento público documento particular Ideológica

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Configura causa de NÃO é causa de aumento de pena Configura causa de aumento


aumento de pena (§1º). de pena (parágrafo único)
Pode ser valorada como
circunstância judicial desfavorável,
em razão da maior reprovabilidade
do comportamento do agente.

h) Prazo prescricional
• Regra: Na falsidade ideológica, o termo inicial da contagem do prazo da prescrição da pretensão
punitiva é o momento da consumação do delito (e não o momento da eventual reiteração de seus
efeitos)

A falsidade ideológica é crime formal e instantâneo, cujos efeitos podem se


protrair no tempo. A despeito dos efeitos que possam, ou não, gerar, a falsidade
ideológica se consuma no momento em que é praticada a conduta. Diante desse
contexto, o termo inicial da contagem do prazo da prescrição da pretensão
punitiva é o momento da consumação do delito (e não o da eventual reiteração
de seus efeitos). Caso concreto: em 2010, foi incluído um sócio “laranja” no
contrato social da empresa. Ele não iria ser sócio realmente, sendo isso uma
falsidade ideológica. Logo, considera-se que aí foi praticado o crime. Não se pode
afirmar que esse crime (essa conduta) teria sido reiterado quando, por ocasião da
alteração contratual ocorrida em 2019, deixou-se de regularizar o nome do sócio
verdadeiramente titular da empresa, mantendo-se o nome do “laranja”. Isso
porque não há como se entender que constitui novo crime a omissão em corrigir
informação falsa por ele inserida em documento público, quando teve
oportunidade para tanto. Logo, o termo inicial da contagem da prescrição foi 2010.
STJ. 3ª Seção. RvCr 5233-DF, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em
13/05/2020 (Info 672).

• Exceção: crime de falsificação ou alteração de assentamento do registro civil


No crime de falsificação ou alteração de assentamento do registro civil (forma majorada do delito),
o prazo prescricional terá início com a data em que o fato se tornou conhecido (art. 111, IV, CP), e não com
a data da sua realização/consumação.
O conhecimento exigido pela lei refere-se à ciência – ainda que informal - por parte da autoridade
pública responsável por apurar, processar e punir o delito, incluindo o Delegado de polícia, membro do MP
e do Poder Judiciário.
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Art. 111 - A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, começa a


correr:
IV - Nos de bigamia e nos de falsificação ou alteração de assentamento do registro
civil, da data em que o fato se tornou conhecido

i) Princípio da especialidade:

▪ Simulação fraudulenta: Duplicata simulada (art. 172, CP) e fraude à execução (art. 179, CP)

Duplicata simulada
Art. 172 - Emitir fatura, duplicata ou nota de venda que não corresponda à
mercadoria vendida, em quantidade ou qualidade, ou ao serviço prestado.
Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrerá aquele que falsificar ou adulterar a
escrituração do Livro de Registro de Duplicatas.

Fraude à execução
Art. 179 - Fraudar execução, alienando, desviando, destruindo ou danificando bens,
ou simulando dívidas:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
Parágrafo único - Somente se procede mediante queixa

▪ Promover a inscrição de nascimento inexistente (art. 241, CP) e Registrar filho alheio como próprio
(art. 242, CP);

Registro de nascimento inexistente


Art. 241 - Promover no registro civil a inscrição de nascimento inexistente: Pena -
reclusão, de dois a seis anos. Parto suposto.

Supressão ou alteração de direito inerente ao estado civil de recém-nascido


Art. 242 - Dar parto alheio como próprio; registrar como seu o filho de outrem;
ocultar recém-nascido ou substituí-lo, suprimindo ou alterado direito inerente ao
estado civil:
Pena - reclusão, de dois a seis anos.

▪ Declaração falsa com a finalidade de suprimir ou reduzir tributo: art. 1º, I e II da Lei 8137/90) – o falso
fica absorvido pelo princípio da consunção. Ex.: a indicação de endereço falso com o intuito de pagar
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IPVA com alíquota menor configura crime contra a ordem tributária – e não crime de falsidade
ideológica.

Art. 1° Constitui crime contra a ordem tributária suprimir ou reduzir tributo, ou


contribuição social e qualquer acessório, mediante as seguintes condutas:
I - Omitir informação, ou prestar declaração falsa às autoridades fazendárias;
II - Fraudar a fiscalização tributária, inserindo elementos inexatos, ou omitindo
operação de qualquer natureza, em documento ou livro exigido pela lei fiscal;

▪ Falsidade ideológica na lei de crimes contra o sistema financeiro nacional: Art. 9º e 10º, Lei 7.492/86

Art. 9º Fraudar a fiscalização ou o investidor, inserindo ou fazendo inserir, em


documento comprobatório de investimento em títulos ou valores mobiliários,
declaração falsa ou diversa da que dele deveria constar:
Pena - Reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa.

Art. 10. Fazer inserir elemento falso ou omitir elemento exigido pela legislação, em
demonstrativos contábeis de instituição financeira, seguradora ou instituição
integrante do sistema de distribuição de títulos de valores mobiliários:
Pena - Reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa.

▪ Falsidade ideológica para fins eleitorais: art. 350 do Código Eleitoral

Art. 350. Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia
constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser
escrita, para fins eleitorais:
Pena - reclusão até cinco anos e pagamento de 5 a 15 dias-multa, se o documento
é público, e reclusão até três anos e pagamento de 3 a 10 dias-multa se o
documento é particular.
Parágrafo único. Se o agente da falsidade documental é funcionário público e
comete o crime prevalecendo-se do cargo ou se a falsificação ou alteração é de
assentamentos de registro civil, a pena é agravada.

▪ Falsidade ideológica no âmbito militar: art. 312, CPM

Art. 312. Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia
constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser
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escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre
fato juridicamente relevante, desde que o fato atente contra a administração ou o
serviço militar:
Pena - reclusão, até cinco anos, se o documento é público; reclusão, até três anos,
se o documento é particular.

▪ Falsidade ideológica em autorização ou licenciamento ambiental - art. 66 da Lei 9.605/98 (Rogério


Sanches, Manual de Direito Penal Parte Especial, 2016).

Art. 66. Fazer o funcionário público afirmação falsa ou enganosa, omitir a verdade,
sonegar informações ou dados técnico-científicos em procedimentos de
autorização ou de licenciamento ambiental:
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa

4.5.5 Falso Reconhecimento de Firma ou Letra (Hipótese Especial de Falsidade Ideológica) (Art. 300)

Reconhecer, como verdadeira, no exercício de função pública, firma ou letra que o


não seja:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é público; e de um a
três anos, e multa, se o documento é particular.

a) Tipo objetivo e objeto material


O verbo nuclear é “reconhecer”, no sentido de afirmar, declarar, autenticar como verdadeira firma
(assinatura) ou letra que não o sejam.
Portanto, o objeto material do delito é a firma ou letra falsa. Se forem verdadeiras, resta
descaracterizado o crime.

b) Sujeito ativo
Trata-se de crime próprio, que só pode ser praticado por quem exerça função pública, com poderes
para reconhecer firmas ou letras (tabelião de notas, oficial do Registro Civil, os cônsules etc.).
Se o agente pratica o ato fora do exercício de sua função, ou se não tem legítima atribuição para o
reconhecimento, não se consuma o crime do art. 300, por deficiência do elemento material.

 No exercício da função pública é diferente de em razão da função pública!!!!!

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Segundo ensina Cleber Masson, o fato será atípico em relação ao tabelião que se omitir no dever
funcional de fiscalizar os atos praticados por seus funcionários, ensejando o reconhecimento de firma falsa,
sem prejuízo, contudo, da responsabilidade civil e administrativa.

Em caso de falsa perícia, quando o perito, com atribuição para realizar exames grafológicos ou
grafotécnicos em documentos, atestar firma ou letra falsa como sendo verdadeiras, haverá o crime de falsa
perícia (art. 342, CP).

c) Elemento subjetivo:
É dolo, inclusive dolo eventual, na hipótese de o funcionário atestar a veracidade da firma/letra,
mesmo havendo dúvida quanto à autenticidade.

4.5.6 Certidão ou Atestado Ideologicamente Falso (Art. 301)

(FORMA ESPECIAL DA FALSIDADE IDEOLÓGICA)

ATESTAR ou CERTIFICAR falsamente, em razão de função pública, fato ou


circunstância que habilite alguém a obter cargo público, isenção de ônus ou de
serviço de caráter público, ou qualquer outra vantagem:
Pena - detenção, de dois meses a um ano. (Menor potencial ofensivo)

a) Sujeito ativo
É crime próprio, que só pode ser cometido por funcionário público autorizado a emitir e atestados e
certidões.
Ao contrário do delito anterior, não se exige que o agente esteja no exercício da função; basta que
cometa uma das condutas típicas em razão dela, ou seja,, em razão das facilidades proporcionadas pela
posição funcional.

b) Objeto material
Não se confunde com falsidade ideológica, que se refere a documento de forma genérica. Aqui, a
conduta recai sobre determinadas espécies de atestados ou certidões.
• Atestado é um documento que traz em si o testemunho de um fato ou circunstância de que o
funcionário tomou conhecimento.
• Certidão (ou certificado) é o documento pelo qual o funcionário, no exercício de suas atribuições
oficiais, afirma a verdade sobre fato ou circunstância contida em documento público.

c) Conduta

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O funcionário público atesta ou certifica falsamente determinado fato ou circunstância. Ou seja: aqui,
o documento é formalmente verdadeiro, elaborado por quem de direito, mas seu conteúdo é inverídico.
Conforme a doutrina, para a caracterização do crime que, é indispensável que a certidão ou atestado
sejam idôneos e habilitem pessoa interessada a:
• Obter cargo público (ex.: emitir certidão de antecedentes criminais com conteúdo negativo),
• Isenção de ônus ou de serviço de caráter público (ex.: certidão isentando a pessoa da atividade de
jurado)
• Qualquer outra vantagem.
A expressão “qualquer outra vantagem” deve ser interpretada de forma restritiva, como se faz com
a interpretação analógica, para que não sejam retiradas condutas mais graves do âmbito de incidência do
299, sob o pretexto de se enquadrarem no presente dispositivo em razão do termo aberto. Portanto,
“qualquer outra vantagem” deve ser compreendida como vantagem de natureza pública, em consonância
com as hipóteses expressamente elencadas na lei
Se o fato ou circunstância a que se refere o documento não constituir condição, pressuposto ou
requisito da vantagem pretendida, não haverá adequação do fato ao delito.

(Adaptada) - O dentista, funcionário público, que, no exercício de sua função pública, emite atestado falso,
em favor do amigo, certificando consulta inexistente, para abono de falta no trabalho, pratica o crime de
certidão ou atestado ideologicamente falso (art. 301, do CP). Item correto.

4.5.7 Falsidade material de atestado ou certidão

§ 1º - FALSIFICAR, no todo ou em parte, atestado ou certidão, ou ALTERAR o teor


de certidão ou de atestado verdadeiro, para prova de fato ou circunstância que
habilite alguém a obter cargo público, isenção de ônus ou de serviço de caráter
público, ou qualquer outra vantagem:
Pena - detenção, de três meses a dois anos. (Menor potencial ofensivo)

a) Sujeito ativo – crime comum


Diferentemente do caput, que só pode ser praticado por funcionário público, a doutrina e
Jurisprudência entendem que o §1º trata de crime comum, pois pode ser praticado por qualquer pessoa.

b) Consumação – crime formal


Assim como o caput, é crime formal, consumando-se com a falsificação ou alteração,
independentemente do uso ou qualquer consequência ulterior.

c) Intuito de lucro – PPL + multa

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§ 2º - Se o crime é praticado com o fim de lucro, aplica-se, além da pena privativa


de liberdade, a de multa.

Já caiu em prova e foi considerada CORRETA a seguinte assertiva: Constitui crime de certidão ou atestado
ideologicamente falso (art. 301 CP), atestar ou certificar falsamente, em razão de função pública, fato ou
circunstância que habilite alguém a obter cargo público, isenção de ônus ou de serviço de caráter público, ou
qualquer outra vantagem, sendo que se o crime é praticado com o fim de lucro, aplica- se, além da pena
privativa de liberdade, a de multa.

4.5.8 Falsidade de Atestado Médico (Art. 302)

Dar o MÉDICO, no exercício da sua profissão, atestado falso:


Pena - detenção, de um mês a um ano. (Menor potencial ofensivo)

a) Sujeito ativo
É crime próprio, que restringe sua aplicação ao médico.
Assim, dentistas, veterinários, enfermeiros etc., caso forneçam atestados falsos no exercício da
profissão, incorrerão nas penas previstas para o delito do art. 299 (falsidade ideológica), que são bem mais
gravosas, razão pela qual há muitas críticas na doutrina em relação ao crime do art. 302, por haver um
desarrazoado privilégio ao médico, violando a proporcionalidade.
• Se o médico é funcionário público e fornece certidão que habilite alguém a obter cargo público,
isenção de ônus ou serviço público - o crime é do art. 301.
• Quem usa o atestado, comete o crime do art. 304 (uso de documento falso), com a pena deste art.
302.

Obs.: Se o médico for funcionário público, e solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou
indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou
aceitar promessa de tal vantagem, para emitir o atestado falso, estará configurado o crime de corrupção
passiva (CP, art. 317).

b) Elemento subjetivo: Dolo, não exigindo especial finalidade.


Atestar o médico fato ou circunstância, na dúvida, pode caracterizar o dolo eventual.

c) Conduta e objeto material


O núcleo do tipo é “dar”, no sentido de fornecer/ entregar, documento em que se atesta fato médico
relevante e não correspondente com a realidade.

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Segundo a doutrina majoritária, a falsidade deve versar sobre fato relevante (como a existência ou
não de alguma enfermidade ou condição especial de saúde do indivíduo, por exemplo), e não sobre opinião
ou prognóstico do profissional. Assim, a mera opinião emitida pelo profissional, mesmo que equivocada,
não configurará o crime.
Obs.: Atestado falso de óbito, sem exame do cadáver, importa no presente crime!

Importante ressaltar que atestado médico falso e atestado ideologicamente falso não se
confundem, o que pode ser verificado conforme o quadro comparativo abaixo (retirado do livro do Cleber
Masson):

FALSIDADE DE ATESTADO MÉDICO ATESTADO IDEOLOGICAMENTE FALSO


Art. 302 do CP Art. 301 do CP
Pena: detenção, de um mês a um ano. Pena: detenção, de dois meses a um ano.
Sujeito ativo: somente pode ser cometido pelo Sujeito ativo: somente pode ser cometido pelo
médico. Sua área de especialização é irrelevante. funcionário público autorizado a emitir atestados
ou certidões.
O agente deve dar o falso atestado “no exercício da Não se exige seja a conduta realizada no exercício
sua profissão”, isto é, a afirmação há de relacionar- da função pública. Basta a prática do fato “em razão
se com o estado de saúde do solicitante. da função pública”, isto é, valendo-se das
facilidades proporcionadas pela posição funcional.
Objeto material: é o atestado médico falso. Objeto material: é o atestado ou a certidão
ideologicamente falsos.
Núcleo do tipo: fornecer, entregar, produzir Núcleo do tipo: afirmar a ocorrência de fato ou
documento em que se atesta fato médico relevante situação de que o funcionário público tenha ciência
e não correspondente com a realidade. direta e pessoal. Afirmar a existência ou inexistência
de determinado documento ou registro junto ao
órgão público.
Consumação: consuma-se no momento em que o Consumação: consuma-se no momento em que o
médico entrega o falso atestado, sujeito conclui a certidão ou atestado
independentemente da sua utilização posterior ideologicamente falso, e o entrega a outrem,
pelo solicitante independentemente da sua efetiva utilização pelo
seu destinatário ou da causação de prejuízo a
alguém.

Obs.: Se o crime é cometido com o fim de lucro, como, por exemplo, consulta médica mais cara em
troca do atestado falso, aplica-se também multa. (§único)

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4.5.9 Reprodução ou Adulteração de Selo ou Peça Filatélica (Art. 303)

Reproduzir ou alterar selo ou peça filatélica que tenha valor para coleção, salvo
quando a reprodução ou a alteração está visivelmente anotada na face ou no verso
do selo ou peça:
Pena - detenção, de um a três anos, e multa.

É imprescindível que o objeto tenha valor para coleção, sob pena de incidir no art. 293, I.

ATENÇÃO! O crime em comento agora está previsto na lei 6.538/78. Manteve-se o preceito
primário, entretanto, reduzindo-se a pena máxima para 2 (dois) anos, tornando a infração de menor
potencial ofensivo.

Figura equiparada:
Parágrafo único - Na mesma pena incorre quem, para fins de comércio, faz uso do
selo ou peça filatélica.

O uso pelo próprio agente falsificador constituirá post factum impunível. Não admite a tentativa, por
se tratar de crime unissubsistente.
Também não se configura o ilícito se, não tendo sido feita a anotação visível a respeito da reprodução
ou alteração, o vendedor anuncia que se trata de selo reproduzido ou alterado. A essência do delito é a
fraude, que não ocorre em tal caso.

5. USO DE DOCUMENTO FALSO (ART. 304)

Fazer uso de qualquer dos papéis falsificados ou alterados, a que se referem os arts.
297 a 302:
Pena - a cominada à falsificação ou à alteração.

a) Considerações iniciais:
Conforme a doutrina, trata-se de “tipo remetido” ou “crime remetido”, que é aquele que indica
outros tipos para ser integralmente compreendido.
Trata-se de norma penal em branco homogênea homovitelinea, já que o complemento advém de
lei penal.

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Trata-se de norma penal em branco invertida (ao revés ou ao avesso) - o preceito secundário do
tipo penal está incompleto, pois não há pena específica para o crime do art. 304 do CP, mas sim a aplicação
daquela "cominada à falsificação ou à alteração".

b) Bem jurídico tutelado: Tutela-se a fé pública, punindo-se o uso de documentação falsa.

c) Sujeitos:
• Sujeito passivo - é o Estado. A pessoa eventualmente lesada será vítima mediata ou indireta

• Sujeito ativo - O crime é comum, razão pela qual o sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, desde
que não seja a responsável pela falsificação do documento.

 Se quem usa o documento é o próprio falsificador, o crime do art. 304 ficará absorvido
(princípio da consunção) pela contrafação anterior.

Já caiu em prova e foi considerada INCORRETA a seguinte alternativa: Aquele que falsifica documento público
e em seguida o utiliza responde pela falsificação e pelo uso, em concurso material.

d) Elemento subjetivo: dolo, não exigindo finalidade específica.


É imprescindível que a pessoa tenha consciência da falsidade do documento, de modo que não
haverá rime se o agente usar o documento falso ignorando sua origem ilícita.

e) Objeto material: quaisquer papéis falsificados ou alterados previstos nos artigos 297 a 302:
• Documento público – art. 297
• Documento particular – art. 298
• Documento público ou particular ideologicamente falso – art. 299
• Documento contendo falso reconhecimento de firma ou letra – art. 300
• Certidão ou atestado ideologicamente falso – art. 301
• Certidão ou atestado materialmente falso – art. 301 §1º
• Atestado médico falso – art. 302

Lembrando... Como nos demais casos envolvendo crimes de falso, o documento deve:
 Referir-se a fato juridicamente relevante
 Ser apto a iludir – falso grosseiro é meio ineficaz para ludibriar a fé pública, configurando crime
impossível
Necessidade de perícia: De acordo com a doutrina, a prova da falsidade e da sua capacidade de iludir – sob
pena de configurar crime impossível, em regra, depende de perícia, podendo ser substituída, quando não se

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pôs em dúvida a falsificação; quando há inequívoca certeza da falsidade ou quando é reconhecida a


falsificação pelo réu, sendo o documento trazido para os autos.
Também nesse sentido, já decidiu o STJ que “é possível a condenação pelo crime de uso de documento falso
(art. 304 do CP) com fundamento em documentos e testemunhos constantes do processo, acompanhados
da confissão do acusado, sendo desnecessária a prova pericial para a comprovação da materialidade do
crime, especialmente se a defesa não requereu, no momento oportuno, a realização do referido exame”.

f) Tipo objetivo:
A conduta típica consiste em fazer uso de qualquer dos papéis falsificados ou alterados, a que se
referem os arts. 297 a 302.
O núcleo verbal é “fazer uso de” – isso significa utilizar (valer-se, empregar) o documento como se
verdadeiro fosse. Portanto, em regra, não há crime se a pessoa apenas possui ou porta o documento falso,
pois a lei não criminalizou os verbos “portar” e “possuir”.
Exceção em que basta “portar” para que se configure, dispensando a apresentação do documento:
Carteira Nacional de Habilitação, tendo em vista ser de porte obrigatório, por expressa previsão do Código
Nacional de Trânsito, devendo o motorista exibi-la quando solicitado.

Obs.: Para a tipicidade do crime, a doutrina majoritária defende ser indispensável que o documento
falso seja utilizado em sua destinação específica. Para NORONHA, para a caracterização do crime, basta que
o escrito saia da esfera de disponibilidade do agente, ainda que empregado em finalidade diversa daquela a
que se destinava.

 Para configurar crime, há necessidade de apresentação espontânea do documento falso ou a


apresentação do documento deve se dar por exigência da autoridade?
R.: De acordo com a doutrina majoritária e o entendimento dos Tribunais Superiores, a apresentação
de documento falso por exigência de autoridade (ex.: blitz) também configura do crime, sendo irrelevante
que o agente tenha feito uso espontâneo do documento ou o tenha apresentado em face da exigência da
autoridade. Argumenta-se que esta - a exigência da autoridade - é a forma normal de utilização do
documento.

5ª T. STJ: "O delito previsto no art. 304 do Código Penal consuma-se mesmo quando
a carteira de habilitação falsificada é exibida ao policial por exigência deste, e não
por iniciativa do agente" (HC 240201, j. 25/03/2014).

Já caiu em prova e foi considerada INCORRETA a seguinte alternativa: Não há crime de uso de documento
falso na conduta do motorista que, somente depois de lhe ter sido exigida pelo agente, exibe Carteira
Nacional de Habilitação falsa em barreira policial.

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Além disso, os Tribunais Superiores entendem que o uso de documento falso e a atribuição a si
mesmo de falsa identidade são condutas típicas mesmo em alegada situação de autodefesa, vez que há
limites para o exercício desta e as condutas mencionadas ofendem a fé pública. (HC 111.706/SP, rei. Min.
Cármen Lúcia, DJe 17/12/2012).

Caiu em prova Cespe 2021! Suponha que, em determinado estabelecimento prisional, um visitante
de preso estivesse sob suspeita de estar cometendo um crime e, ao ter sido abordado, tenha atribuído a si
falsa identidade perante a autoridade policial. Nessa situação, se a falsa atribuição tiver ocorrido como
autodefesa, a conduta será atípica penalmente. (item incorreto) Súmula 522/STJ: A conduta de atribuir-
se falsa identidade perante autoridade policial é típica, ainda que em situação de alegada autodefesa.

g) Consumação e Tentativa:
Dada a sua natureza de delito formal, o crime se consuma com a simples utilização de documento
comprovadamente falso, independentemente da obtenção de qualquer vantagem ulterior. (Inf. 553 do STJ).
A admissibilidade da tentativa é objeto de divergência doutrinária:
• 1ª C – Masson: Admite a tentativa quando a conduta for plurissubsistente
• 2ª C – Hungria: Não admite a tentativa, tendo em vista a impossibilidade de fracionamento da
conduta, tratando-se de crime unissubsistente.

h) Concurso de crimes
• Uso de vários documentos distintos no mesmo contexto fático – crime único (só há a violação da fé
pública uma vez)
• Uso de documento falso em contextos diversos – concurso material ou continuidade delitiva – se
presentes os requisitos do art. 71 do CP

i) Competência:
Súmulas que tratam da competência para processo e julgamento deste crime:

Súmula 104 do STJ: Compete a Justiça Estadual o processo e julgamento dos crimes
de falsificação e uso de documento falso relativo a estabelecimento particular de
ensino.

Súmula 200 do STJ: O Juízo Federal competente para processar e julgar acusado de
crime de uso de passaporte falso é o do lugar onde o delito se consumou.

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Súmula 546 do STJ: A competência para processar e julgar o crime de uso de


documento falso é firmada em razão da entidade ou órgão ao qual foi apresentado
o documento público, não importando a qualificação do órgão expedidor.

Súmula Vinculante 36: Compete à Justiça Federal comum processar e julgar civil
denunciado pelos crimes de falsificação e de uso de documento falso quando se
tratar de falsificação da Caderneta de Inscrição e Registro (CIR) ou de Carteira de
Habilitação de Amador (CHA), ainda que expedidas pela Marinha do Brasil.

j) Distinção de crimes:
• Uso de documento falso na Lei de crimes contra a Ordem Tributária – art. 1°, IV, da Lei dos Crimes
Tributários (Lei n.8.137/90).

Art. 1° Constitui crime contra a ordem tributária suprimir ou reduzir tributo, ou


contribuição social e qualquer acessório, mediante as seguintes condutas: IV -
Elaborar, distribuir, fornecer, emitir ou utilizar documento que saiba ou deva saber
falso ou inexato;

• Uso de documento falso na Lei de crimes contra o Sistema Financeiro Nacional – art. 14, Lei 7492/86
Art. 14. Apresentar, em liquidação extrajudicial, ou em falência de instituição
financeira, declaração de crédito ou reclamação falsa, ou juntar a elas título falso
ou simulado:
Pena - Reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, e multa.

• Uso de documento falso na Lei de Falências - art. 175 da Lei 11.101/05

Art. 175. Apresentar, em falência, recuperação judicial ou recuperação


extrajudicial, relação de créditos, habilitação de créditos ou reclamação falsas, ou
juntar a elas título falso ou simulado: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos,
e multa.

• Uso de documento falso no CPM – Art. 315

Art. 315. Fazer uso de qualquer dos documentos falsificados ou alterados por
outrem, a que se referem os artigos anteriores: Pena - a cominada à falsificação ou
à alteração.

• Uso de documento falso para fins eleitorais - art. 353 do Código Eleitoral
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Art. 353. Fazer uso de qualquer dos documentos falsificados ou alterados, a que se
referem os artigos. 348 a 352:
Pena - a cominada à falsificação ou à alteração.

6. SUPRESSÃO DE DOCUMENTO (ART. 305)

Destruir, suprimir ou ocultar, em benefício próprio ou de outrem, ou em prejuízo


alheio, documento público ou particular VERDADEIRO, de que não podia dispor:
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa, se o documento é público, e reclusão,
de um a cinco anos, e multa, se o documento é particular.

Qualquer pessoa pode praticar o crime em comento, inclusive o proprietário do documento, desde
que dele não pudesse dispor.
Se o documento é falso, não há crime.
Além disso, conforme a doutrina majoritária, se o documento for passível de substituição, como
traslados, certidões ou cópias autenticadas, o crime não se caracteriza, podendo, no entanto, configurar
outro delito (como, por exemplo, furto).

a) Elemento subjetivo: dolo + especial finalidade (em benefício próprio ou de outrem, ou em prejuízo
alheio).

b) Consumação: com a destruição, supressão ou a ocultação, ainda que a finalidade não tenha sido
alcançada. Trata-se de um crime formal.

c) Especialidade: o agente que, após receber carga dos autos, na qualidade de advogado da parte,
retira folha dos autos de processo cível, substituindo-a por outra contendo requerimento diverso do original,
por exemplo, comete o crime do art. 356 do CP (sonegação de papel ou objeto de valor probatório), e não
do art. 305 do mesmo diploma legal.
Diferença entre supressão do documento, dano e furto (Nucci):
Depende do intuito do agente. Se for para fazer o documento desaparecer para não servir da prova
de algum fato relevante juridicamente, trata-se de delito contra a fé pública (art. 305); caso seja somente
para causar um prejuízo para a vítima, é delito contra o patrimônio na forma de “dano” (art. 163); se for
subtraído para ocultação, por ser valioso em si mesmo (como um documento histórico), trata-se de delito
contra o patrimônio na modalidade “furto” (art. 155).
Na modalidade ocultar, trata-se de delito permanente.

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CAPÍTULO IV

7. DE OUTRAS FALSIDADES

7.1. Falsificação do sinal empregado no contraste de metal precioso ou na fiscalização alfandegária, ou


para outros fins - Art. 306 – Leitura do Código-

Art. 306 - Falsificar, fabricando-o ou alterando-o, marca ou sinal empregado pelo


poder público no contraste de metal precioso ou na fiscalização alfandegária, ou
usar marca ou sinal dessa natureza, falsificado por outrem:
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.

Parágrafo único - Se a marca ou sinal falsificado é o que usa a autoridade pública


para o fim de fiscalização sanitária, ou para autenticar ou encerrar determinados
objetos, ou comprovar o cumprimento de formalidade legal:
Pena - reclusão ou detenção, de um a três anos, e multa.

7.2. Falsa Identidade (Art. 307)

ATRIBUIR-SE ou ATRIBUIR A TERCEIRO falsa identidade para obter vantagem, em


proveito próprio ou alheio, ou para causar dano a outrem:
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa, se o fato não constitui
elemento de crime mais grave. (Menor potencial ofensivo e de subsidiariedade
expressa).

Trata-se de infração de menor potencial ofensivo, sendo da competência do JECRIM (Lei nº 9.099).
Só será aplicado o delito do art. 307 se o fato não constituir crime mais grave.

a) Bem jurídico tutelado: fé pública (não a documental, mas sim a pessoal), no tocante à identidade
individual, pessoal, própria ou de terceiro.8

b) Sujeitos:
• Sujeito ativo - Qualquer pessoa pode praticar o delito em estudo.
• Sujeito passivo - será o Estado e, secundariamente, eventual lesado pela ação criminosa.

c) Objeto Material: Identidade - O que se entende por identidade?

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Identidade é o conjunto de caracteres peculiares de uma pessoa, que permite identificá-la e


distingui-la das demais, individualizando-a, como seu estado civil (idade, filiação, matrimônio, nacionalidade,
entre outros aspectos) e seu estado pessoal (profissão ou qualidade pessoa).

d) Elemento subjetivo: dolo + especial fim de agir.


O agente deve atribuir-se uma falsa identidade com o intuito de obter uma vantagem – que pode ser
própria ou alheia – ou com o intuito de causar dano a terceiro. Essa vantagem ou esse dano pode ser de
cunho material ou moral.
Ex.: vantagem moral alheia - dizendo ser o irmão condenado, o agente vai preso no lugar do familiar,
tendo como objetivo deixá-lo em liberdade.

e) Conduta
Segundo Rogério Sanches, a conduta delituosa consiste em atribuir-se (imputar-se) ou atribuir a
terceiro, falsa identidade para obter vantagem, em proveito próprio ou alheio, ou para causar dano a outrem.
Assim, haverá o crime quando o agente, por escrito ou verbalmente:
1. Se faz passar por terceira pessoa, existente ou fictícia;
2. faz com que terceiro se passe por outro indivíduo, real ou não.
Veja que, diferentemente do delito de uso de documento falso, aqui não há apresentação de
documento falso. A falsa identidade se caracteriza pela a atribuição a si mesmo ou a outrem de
elementos/características que gerem erro na correta identificação do agente ou da terceira pessoa. Ex: Ao
ser parado no trânsito pela polícia o agente diz nome diverso do seu.
É crime comissivo, de modo que não pratica este crime o agente que se silencia acerca da qualidade
equivocada que lhe atribuem.
Como já mencionamos, segundo o STJ, “a conduta de atribuir-se falsa identidade perante
autoridade policial é típica, ainda que em situação de alegada autodefesa”. É o teor da Súmula 522.
O entendimento do STF também é o mesmo.
“O princípio constitucional da autodefesa (art. 5º, inciso LXIII, da CF/88) não
alcança aquele que atribui falsa identidade perante autoridade policial com o
intento de ocultar maus antecedentes, sendo, portanto, típica a conduta praticada
pelo agente (art. 307 do CP). O tema possui densidade constitucional e extrapola
os limites subjetivos das partes. STF. Plenário. RE 640139 RG, Rel. Min. Dias Toffoli,
julgado em 22/09/2011”.

Além disso, é um delito subsidiário, que fica absorvido se a intenção do agente é praticar estelionato,
violação sexual mediante fraude, simulação de casamento etc, já que, nesses casos, a identificação mentirosa
constitui o meio para a prática de crime mais grave.

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Conforme mencionado acima, para a doutrina majoritária, a substituição de fotografia em


documento público, não caracteriza falsa identidade, mas falso material, haja vista que a foto é parte
integrante do documento – mas há quem entenda ser falsa identidade.

f) Consumação e Tentativa
• Crime formal - a consumação ocorre no momento em que o agente praticar o núcleo do tipo,
independentemente de alcançar a finalidade especial (obtenção de vantagem ou causação de dano
a outrem).
• A tentativa será possível na modalidade plurissubsistente - atribuição de falsa identidade realizada
por escrito).

i) Especialidade:
1. Código Penal x Lei de Contravenções Penais: o art. 45 da LCP pune com prisão simples de 1 (um) a
3 (três) meses (ou multa) fingir-se funcionário público. O art. 46 da mesma lei pune com multa usar,
publicamente, de uniforme, ou distintivo de função pública que não exercer; usar, indevidamente,
de sinal, distintivo ou denominação cujo emprego seja regulado por lei – na LCP não se exige
finalidade específica, são subsidiários. Ademais, se for usurpação de função pública, o crime será o
do 328 do CP.
2. Art. 307 do CP x art. 68 da LCP (Nucci): Quando houver a recusa ao fornecimento de dados
identificadores ou o fornecimento de dados inverídicos, sem a finalidade de obter vantagem ou
prejudicar alguém, trata-se de contravenção penal. Entretanto, havendo tal intuito e sendo conduta
comissiva (“atribuir-se”), passa a ser o crime do art. 307, até mesmo porque o art. 68, parágrafo
único, da Lei das Contravenções Penais menciona, expressamente, ser tipo subsidiário (“se o fato
não constitui infração penal mais grave”).

Cuidado para não confundir o uso de documento falso com o crime de falsa identidade!!! Vamos
esquematizar?

ART. 307 — FALSA IDENTIDADE ART. 304 — USO DE DOCUMENTO FALSO


Consiste na simples atribuição de falsa Aqui há obrigatoriamente o uso de documento
identidade, sem a utilização de documento falso.
falso.
Ex.: ao ser parado em uma blitz, o agente Ex.: ao ser parado em uma blitz, o agente, João
afirma que seu nome é Pedro Silva, quando, Lima, afirma que seu nome é Pedro Silva e
na verdade, ele é João Lima. apresenta o RG falsificado com este nome.

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7.3. Uso ou Cessão para Uso de Documento de Identificação Civil de Terceiro (Art. 308)

USAR, como próprio, passaporte, título de eleitor, caderneta de reservista ou


qualquer documento de identidade alheia ou CEDER a outrem, para que dele se
utilize, documento dessa natureza, próprio ou de terceiro:
Pena - detenção, de quatro meses a dois anos, e multa, se o fato não constitui
elemento de crime mais grave. (Menor potencial ofensivo e de subsidiariedade
expressa).

Note que o tipo pune tanto quem usa, como quem cede.
Qualquer documento de identidade alheia carteira de identidade, carteira de trabalho, CNH etc.
Ao contrário do delito antecedente, não se exige nenhuma finalidade especial.
7.4. Fraude de lei sobre estrangeiros

Art. 309 - Usar o estrangeiro, para ENTRAR ou PERMANECER no território nacional,


NOME que não é o seu:
Pena - detenção, de um a três anos, e multa. (Médio potencial ofensivo)

Crime próprio, que só pode ser praticado por estrangeiro, inclusive o apátrida (sem pátria).
Objeto jurídico: fé pública, especialmente voltada ao interesse do Estado no controle da imigração.
O tipo restringe a ação delituosa ao fato do estrangeiro usar NOME que não é seu, ou seja, deve
haver identificação nominal, não englobando estado civil, profissão, nacionalidade etc).
O tipo não exige utilização de documento falso, podendo o agente utilizá-lo ou não.
De acordo com o ensinamento de MIRABETE, a expressão território nacional deve ser tomada no seu
sentido jurídico, incluindo, portanto, o mar territorial e o espaço aéreo correspondente à coluna atmosférica.
Consumação: se dá no momento em que o nome é usado, independentemente de conseguir entrar
ou permanecer no território nacional.

Parágrafo único - Atribuir a estrangeiro FALSA QUALIDADE para promover-lhe a


ENTRADA em território nacional:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Este é crime praticado por terceiro que atribui falsa qualidade ao estrangeiro, enquanto o caput é o
crime do próprio estrangeiro.
Nessa hipótese, trata-se de crime comum, podendo ser praticado por qualquer pessoa, inclusive
funcionário do serviço de imigração.
Ademais, o tipo menciona falsa QUALIDADE, permitindo, ao contrário do caput que a falsidade da
informação recaia sobre elementos diversos do nome.
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Além disso, nesta figura, somente a ENTRADA é que está vedada, ou seja, se o sujeito atribuir falsa
qualidade para o estrangeiro permaneça no território nacional não haverá crime.

7.5. Fraude à Proibição da Propriedade ou da Posse de Certos Bens Por Estrangeiros (Art. 310)

Prestar-se a figurar como proprietário ou possuidor de ação, título ou valor


pertencente a estrangeiro, nos casos em que a este é vedada por lei a propriedade
ou a posse de tais bens:
Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa. (Médio potencial ofensivo)

Norma penal em branco.


A doutrina menciona que justifica o crime em comento pelo fato que de certas atividades são
vedadas a estrangeiros, como, por exemplo, serviços jornalísticos e radiodifusão, exploração de jazidas,
recursos minerais, potenciais de energia.
Trata-se de crime permanente, perdurando a conduta ilícita enquanto o agente figurar como
proprietário ou possuidor dos bens do estrangeiro.

7.6. Adulteração de Sinal Identificador de Veículo Automotor (Art. 311)

Adulterar ou remarcar número de chassi ou qualquer sinal identificador de veículo


automotor, de seu componente ou equipamento:
Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa.

a) Bem jurídico:
O tipo penal tem por objetivo proteger a autenticidade dos sinais que identificam os veículos
automotores (esse é um dos aspectos relacionados com a “fé pública”).

b) Conduta
A redação do artigo menciona adulterar ou remarcar.
Assim, o agente - adultera (modifica) ou - remarca (coloca uma nova marca) o número de chassi
(numeração que fica sobre a estrutura de aço da carroceria) ou - qualquer sinal identificador do veículo
automotor (ex: placas), - sinal identificador de um componente do veículo. Lembrando que essa alteração
deve ser passível de iludir a vítima.

c) Consumação
Consuma-se o crime com a efetiva remarcação ou alteração (crime material), independentemente
da produção de qualquer resultado ulterior. Não exige a finalidade de ocultar a origem criminosa.

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d) Considerações importantes:
• Em atenção ao princípio da legalidade, a doutrina majoritária entende que se o sujeito raspar o chassi
do veículo não haverá este crime, tendo em vista que o tipo exige alteração ou remarcação. Não
consta “suprimir”.
• O STJ entende que a substituição de placa de um veículo pela de outro configura o crime, pois se
trata de um sinal indicador do veículo que foi alterado.
• A pessoa que recebe o veículo já adulterado, sabendo dessa circunstância, não pratica o crime do
art. 311, mas sim o do art. 180 (receptação). Se recepta o veículo e, em seguida, promove a
adulteração, será responsabilizada por ambos os delitos em concurso material.

Segundo a jurisprudência atual do STJ e do STF, é típica a conduta de adulterar a placa de veículo
automotor mediante a colocação de fita adesiva. A caracterização do crime previsto no art. 311 do CP
prescinde de finalidade específica do agente (dispensa). Além disso, a colocação de fita adesiva pode ser
um meio idôneo de enganar a fiscalização de trânsito, sendo, portanto, crime possível. STJ 6ª Turma. AgRg
nos EDcl no REsp 1329449/SP, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 18/09/2012. STF 2ª Turma. RHC
116371/DF, rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 13/8/2013.

 O Código Penal prevê o crime de adulteração de sinal identificador de veículo automotor. O que se
entende por veículo automotor?
R.: O conceito é extraído do CTB: “todo veículo a motor de propulsão que circule por seus próprios
meios, e que serve normalmente para o transporte viário de pessoas e coisas, ou para a tração viária de
veículos utilizados para o transporte de pessoas e coisas.”
Nesse sentido, estão EXCLUÍDOS do conceito e, portanto, o tipo penal em apreço:
✓ Veículos de tração humana ou propulsão animal
✓ Reboque o Semirreboque

É nesse sentido o recente entendimento do STJ:


Adulterar placa de veículo reboque ou semirreboque não configura o crime do
art. 311 do CP
O Código Penal prevê o crime de adulteração de sinal identificador de veículo
automotor: Art. 311. Adulterar ou remarcar número de chassi ou qualquer sinal
identificador de veículo automotor, de seu componente ou equipamento: (...) A
conduta de adulterar placa de veículo reboque ou semirreboque é formalmente
atípica. O reboque e o semirreboque são veículos, no entanto, não são veículos
automotores. Isso porque veículo automotor é aquele que pode circular por seus
próprios meios. O reboque e o semirreboque não conseguem circular por seus

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próprios meios. Precisam ser “puxados” por um veículo automotor. STJ. 6ª Turma.
RHC 98058-MG, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 24/09/2019 (Info 657).

e) Causa de aumento de pena (§1º)


§ 1º - Se o agente comete o crime no exercício da função pública ou em razão dela,
a pena é aumentada de um terço.

• O conceito de funcionário público está no art. 327 do Código Penal.


• Ademais, deve existir nexo entre o crime e a atividade pública exercida pelo agente, que atua "no
exercício da função pública ou em razão dela"

f) Figura Equiparada (§2º)

§ 2º - Incorre nas mesmas penas o funcionário público que contribui para o


licenciamento ou registro do veículo remarcado ou adulterado, fornecendo
indevidamente material ou informação oficial.

• Crime próprio - o funcionário público presta auxílio àquele que adulterou ou remarcou o número do
chassi ou outro sinal identificador do veículo.

• Crime de forma vinculada - a contribuição prestada pelo funcionário público ocorre por meio do
fornecimento indevido de material ou informação oficial que é necessário para o licenciamento ou
registro do veículo remarcado ou adulterado.

• Elemento subjetivo - o agente público deve ter ciência de que o veículo teve sinais identificadores
adulterados ou remarcados, bem como que a informação ou material fornecido é útil para o
respectivo licenciamento ou registro.

• Consumação - o crime estará consumado com o simples fornecimento indevido pelo agente,
independentemente de registro ou licença do órgão de trânsito (delito formal).

CAPÍTULO V

8. DAS FRAUDES EM CERTAMES DE INTERESSE PÚBLICO

(Incluído pela Lei 12.550. de 2011)

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A doutrina faz forte crítica em relação à inserção do presente capítulo dentro de crimes contra a fé
pública, entendendo, boa parte dos autores, que deveria ter sido inserido no título “dos crimes contra a
administração pública, por tutelar, na verdade, a credibilidade (lisura, transparência, legalidade, moralidade,
isonomia e segurança) dos certames de interesse público.

8.1. Fraudes em Certames de Interesse Público (Art. 311-A)

Utilizar ou divulgar, indevidamente, com o fim de beneficiar a si ou a outrem, ou


de comprometer a credibilidade do certame, conteúdo sigiloso de:
I - concurso público;
II - avaliação ou exame públicos; Ex: exame escrito no processo de habilitação de
motorista.
III - processo seletivo para ingresso no ensino superior; Ex: ENEM
IV - exame ou processo seletivo previstos em lei; Ex: OAB
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. (Médio potencial ofensivo)

Trata-se de crime comum, podendo praticá-lo qualquer pessoa que participa do certame, seja como
candidato, seja como integrante, direto ou indireto, da estrutura organizadora.
Segundo Rogério Sanches, é punida a conduta de quem utiliza (emprega, aplica) ou divulga (efeito
de tornar público, propagar), indevidamente (sem justo motivo), com o fim de beneficiar a si ou a outrem,
ou de comprometer a credibilidade do certame, conteúdo sigiloso (abrangendo não apenas as perguntas e
respostas, mas também outros dados secretos que, se utilizados indevidamente, geram desigualdade na
disputa) de:
a. Concurso público (instrumento de acesso a cargos e empregos públicos);
b. Avaliação ou exame públicos (qualquer espécie de avaliação do conhecimento promovida pela
Administração Pública ou entidade conveniada, abrangendo, por exemplo, o exame escrito no
processo de habilitação de motorista);
c. Processo seletivo para ingresso no ensino superior (englobando vestibulares e demais formas de
avaliação seletiva para ingresso no ensino superior, como, por exemplo, a prova do ENEM);
d. Exame ou processo seletivo previstos em lei (compreendendo, por. exemplo, o exame da OAB,
previsto na Lei 8.906/94).

Especialidade: a violação de sigilo funcional envolvendo certames de interesse público não


caracteriza o crime do art. 325, mas sim o do art. 311-A do CP.
No entanto, conforme a doutrina majoritária, quem, não sendo integrante na estrutura responsável
pela organização do certame e tampouco concorrente ou participante deste, recebe informação ou, de
qualquer forma, vem a ter conhecimento do conteúdo sigiloso em razão da divulgação feita pelo agente,
ainda que saiba de sua origem ilícita, NÃO PRATICA O TIPO PENAL EM COMENTO, a menos que tenha
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concorrido de algum modo para a sua prática. Também não incorre neste crime quem propala por ouvir
dizer, sem que tenha contribuído de alguma forma para o seu vazamento.
Abrangência: qualquer dado sigiloso que, caso utilizados indevidamente, gera desigualdade na
disputa (ex.: número de questões e matérias que serão cobradas, nomes de examinadores etc), não apenas
as perguntas e respostas.
No então, estão excluídas do campo de incidência do tipo as avaliações ordinárias de desempenho
dos alunos e demais provas periódicas em instituições de ensino, ainda que públicas.

Dizer direito - Divulgação antecipada do resultado do concurso para poucas pessoas: “Se o Presidente da
Comissão, antes da publicação do resultado no Diário Oficial, divulga a classificação final do certame e a
relação de aprovados para outras pessoas, comete ele o crime do art. 311-A do CP? Penso que não. Em
primeiro lugar, porque com o encerramento da fase de correção das provas e a remessa do resultado, pela
Instituição organizadora ao órgão contratante, não há mais sigilo dessa informação. A publicação no Diário
Oficial é tão somente uma formalidade destinada a garantir a ampla publicidade, mas que não tem o condão
de fazer com que, antes de sua efetivação, as informações sejam tidas como sigilosas pelo simples fato de
não terem sido veiculadas na Imprensa Oficial. Ademais, como um segundo aspecto a ser considerado, deve-
se mencionar que faltaria ao agente o elemento subjetivo especial considerando que ele não agiu com o fim
de beneficiar a si ou a outrem, ou de comprometer a credibilidade do certame”.

Antes da Lei 12.550 de 2011, que incluiu o presente capítulo no Código Penal, a "cola eletrônica"
(utilização de aparelho transmissor e receptor em prova), uma das formas mais corriqueiras de fraudar os
certames de interesse público, era considerada atípica pelos Tribunais Superiores, vez que a conduta
embora fosse próxima de estelionato, não preenchia todos os elementos do tipo, de modo que, em face do
princípio da reserva legal e da proibição de aplicação da analogia in malam partem, não poderia ser punido
o agente.
Embora haja divergência, a doutrina majoritária entende que, com o artigo em questão, o problema
está plenamente sanado, vez que é impossível obter as respostas às perguntas se estas não forem divulgadas
a terceiros, que não fazem parte do certame, em momento inadequado. A cola “tradicional” também está
inclusa aqui.

§1o Nas mesmas penas incorre quem permite ou facilita, por qualquer meio, o
acesso de pessoas não autorizadas às informações mencionadas no caput.
§ 2o Se da ação ou omissão resulta dano à administração pública:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.
§ 3o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o fato é cometido por funcionário
público. Nesse caso, porém, apesar do silêncio da lei, não basta ser servidor
público, mas deve o agente valer-se da sua condição profissional, o que não

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significa dizer que o conteúdo sigiloso do certame deva estar entre as suas
atribuições.

JURISPRUDÊNCIA RELACIONADA AOS CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA

A conduta prevista no revogado art. 125, XIII, da Lei nº 6.815/80, subsume-se


agora ao art. 299 do Código Penal (falsidade ideológica)
O art. 125, XIII, da Lei nº 6.815/80 (Estatuto do Estrangeiro) previa o seguinte crime:
Art. 125 (...) XIII - fazer declaração falsa em processo de transformação de visto, de
registro, de alteração de assentamentos, de naturalização, ou para a obtenção de
passaporte para estrangeiro, laissez-passer, ou, quando exigido, visto de
saída:Pena: reclusão de 1 (um) a 5 (cinco) anos e, se o infrator for estrangeiro,
expulsão. A Lei nº 13.445/2017 (Lei de Migração), revogou integralmente o Estatuto
do Estrangeiro (Lei nº 6.815/80), inclusive o art. 125, XIII. A Lei nº 13.445/2017 não
repetiu, em seu texto, um crime semelhante ao que era previsto no art. 125, XIII,
do Estatuto do Estrangeiro. Apesar disso, não houve abolitio criminis neste caso,
considerando que esta conduta continua sendo crime. A conduta de fazer
declaração falsa em processo de transformação de visto, de registro, de alteração
de assentamentos, de naturalização, ou para a obtenção de passaporte para
estrangeiro, laissez-passer ou, quando exigido, visto de saída, configura agora o
crime do art. 299 do Código Penal (falsidade ideológica). Desse modo, não houve
abolitio criminis, mas sim continuidade normativo-típica. O princípio da
continuidade normativa ocorre quando uma norma penal é revogada, mas a
mesma conduta continua sendo crime no tipo penal revogador, ou seja, a infração
penal continua tipificada em outro dispositivo, ainda que topologicamente ou
normativamente diverso do originário. STJ. 5ª Turma. AgRg no AREsp 1422129-SP,
Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 05/11/2019 (Info 660).

Adulterar placa de veículo reboque ou semirreboque não configura o crime do


art. 311 do CP
O Código Penal prevê o crime de adulteração de sinal identificador de veículo
automotor: Art. 311. Adulterar ou remarcar número de chassi ou qualquer sinal
identificador de veículo automotor, de seu componente ou equipamento: (...) A
conduta de adulterar placa de veículo reboque ou semirreboque é formalmente
atípica. O reboque e o semirreboque são veículos, no entanto, não são veículos
automotores. Isso porque veículo automotor é aquele que pode circular por seus
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próprios meios. O reboque e o semirreboque não conseguem circular por seus


próprios meios. Precisam ser “puxados” por um veículo automotor. STJ. 6ª Turma.
RHC 98058-MG, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 24/09/2019 (Info 657).

Para tipificar o crime do art. 291 do CP, basta que o agente detenha a posse de
petrechos destinados à falsificação de moeda, sendo prescindível que o
maquinário seja de uso exclusivo para esse fim
O art. 291 do Código Penal tipifica, entre outras condutas, a posse ou guarda de
maquinismo, aparelho, instrumento ou qualquer objeto especialmente destinado
à falsificação de moeda. A expressão “especialmente destinado” não diz respeito a
uma característica intrínseca ou inerente do objeto. Se assim fosse, só o maquinário
exclusivamente voltado para a fabricação ou falsificação de moedas
consubstanciaria o crime, o que implicaria a absoluta inviabilidade de sua
consumação (crime impossível), pois nem mesmo o maquinário e insumos
utilizados pela Casa de Moeda são direcionados exclusivamente para a fabricação
de moeda. A dicção legal está relacionada ao uso que o agente pretende dar ao
objeto, ou seja, a consumação depende da análise do elemento subjetivo do tipo
(dolo), de modo que, se o agente detém a posse de impressora, ainda que
manufaturada visando ao uso doméstico, mas com o propósito de a utilizar
precipuamente para contrafação de moeda, incorre no referido crime. STJ. 6ª
Turma. REsp 1758958-SP, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 11/09/2018
(Info 633).

Clonagem de cartão de crédito ou débito antes da entrada em vigor da Lei nº


12.737/2012
A Lei nº 12.737/2012 acrescentou o parágrafo único ao art. 298 do CP prevendo o
seguinte: Art. 298. Falsificar, no todo ou em parte, documento particular ou alterar
documento particular verdadeiro: (...) Parágrafo único. Para fins do disposto no
caput, equipara-se a documento particular o cartão de crédito ou débito. Ocorre
que mesmo antes da edição da Lei nº 12.737/2012 a jurisprudência do STJ já
considerava que cartão bancário poderia se amoldar ao conceito de "documento".
Assim, a inserção do parágrafo único no art. 298 do Código Penal apenas confirmou
que cartão de crédito/débito é considerado documento, sendo a Lei nº
12.737/2012 considerada como lei interpretativa exemplificativa. Logo, ainda que
praticada antes da Lei nº 12.737/2012, a conduta de falsificar, no todo ou em parte,
cartão de crédito ou débito é considerada como crime de falsificação de documento
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particular (art. 298 do CP). STJ. 6ª Turma. REsp 1578479-SC, Rel. Min. Maria Thereza
de Assis Moura, Rel. para acórdão Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 2/8/2016
(Info 591).

Competência para julgar o crime do art. 297, § 4º, do CP


De quem é a competência para julgar o crime de omissão de anotação de vínculo
empregatício na CTPS (art. 297, § 4º, do CP)? * STJ: Justiça FEDERAL. O sujeito
passivo primário do crime omissivo do art. 297, § 4.º, do Diploma Penal, é o Estado,
e, eventualmente, de forma secundária, o particular, terceiro prejudicado, com a
omissão das informações, referentes ao vínculo empregatício e a seus consectários
da CTPS. Cuida-se, portanto de delito que ofende de forma direta os interesses da
União, atraindo a competência da Justiça Federal, nos termos do art. 109, IV, da
CF/88. Nesse sentido: STJ. 3ª Seção. CC 145567/PR , Rel. Min. Joel Ilan Paciornik,
julgado em 27/04/2016. * 1ª Turma do STF: Justiça ESTADUAL. Nesse sentido: 1ª
Turma. Ag.Reg. na Pet 5084, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 24/11/2015 .

Falsa identidade (art. 307 do CP) é crime mesmo em situação de autodefesa


Súmula 522-STJ: A conduta de atribuir-se falsa identidade perante autoridade
policial é típica, ainda que em situação de alegada autodefesa. Aprovada em
25/03/2015, DJe 06/04/2015. Importante.

Colocar fita na placa: crime do art. 311 do CP


A norma contida no art. 311 do Código Penal busca resguardar a autenticidade dos
sinais identificadores dos veículos automotores, sendo, pois, típica, a simples
conduta de alterar, com fita adesiva, a placa do automóvel, ainda que não
caracterizada a finalidade específica de fraudar a fé pública. Assim, a conduta de
colocar uma fita adesiva ou isolante para alterar o número ou as letras da placa do
carro e, assim, evitar multas, pedágio, rodízio etc., configura o delito do art. 311 do
CP. STF. 2ª Turma. RHC 116371/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em
13/8/2013 (Info 715). STJ. 5ª Turma. AgRg no REsp 1327888/SP, Rel. Min. Jorge
Mussi, julgado em 03/03/2015.

Desnecessidade de prova pericial para condenação por uso de documento falso


(art. 304)

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É possível a condenação pelo crime de uso de documento falso (art. 304 do CP) com
fundamento em documentos e testemunhos constantes do processo,
acompanhados da confissão do acusado, sendo desnecessária a prova pericial para
a comprovação da materialidade do crime, especialmente se a defesa não
requereu, no momento oportuno, a realização do referido exame. O crime de uso
de documento falso se consuma com a simples utilização de documento
comprovadamente falso, dada a sua natureza de delito formal. STJ. 5ª Turma. HC
307586-SE, Rel. Min. Walter de Almeida Guilherme (Desembargador convocado do
TJ/SP), julgado em 25/11/2014 (Info 553).

Inaplicabilidade do arrependimento posterior ao crime de moeda falsa


Imagine que o réu tenha utilizado uma nota de R$ 100 falsificada para pagar uma
dívida. Após alguns dias, descobriu-se que a cédula era falsa e, antes que houvesse
denúncia, o agente ressarciu o credor por seus prejuízos. O réu praticou o crime de
moeda falsa. É possível aplicar a ele o benefício do arrependimento posterior (art.
16 do CP)? NÃO. Não se aplica o instituto do arrependimento posterior ao crime de
moeda falsa. No crime de moeda falsa — cuja consumação se dá com a falsificação
da moeda, sendo irrelevante eventual dano patrimonial imposto a terceiros —, a
vítima é a coletividade como um todo, e o bem jurídico tutelado é a fé pública, que
não é passível de reparação. Desse modo, os crimes contra a fé pública,
semelhantes aos demais crimes não patrimoniais em geral, são incompatíveis com
o instituto do arrependimento posterior, dada a impossibilidade material de haver
reparação do dano causado ou a restituição da coisa subtraída. STJ. 6ª Turma. REsp
1242294-PR, Rel. originário Min. Sebastião Reis Júnior, Rel. para acórdão Min.
Rogerio Schietti Cruz, julgado em 18/11/2014 (Info 554).

Candidato que deixa de contabilizar despesas em sua prestação de contas no TRE


Determinado Parlamentar Federal, quando foi candidato ao Senado, ao entregar a
prestação de contas ao TRE, deixou de contabilizar despesas com banners e
cartazes no valor de R$ 15 mil. O STF considerou que havia indícios suficientes para
receber a denúncia contra ele formulada e iniciar um processo penal para apurar a
prática do crime de falsidade ideológica (art. 299 do CP). STF. 1ª Turma. Inq
3767/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 28/10/2014 (Info 765).

Falsidade de contrato social para ocultar o verdadeiro sócio


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O contrato social de uma sociedade empresária é documento particular. Assim,


caso seja falsificado, haverá o crime de falsificação de documento particular (e não
de documento público). Não se pode condenar o réu pelo crime de uso de
documento falso quando ele próprio foi quem fez a falsificação do documento. A
pessoa deverá ser condenada apenas pela falsidade, e o uso do documento falso
configura mero exaurimento do crime de falso. STF. 1ª Turma. AP 530/MS, rel. orig.
Min. Rosa Weber, red.p/ o acórdão Min. Roberto Barroso, julgado em 9/9/2014
(Info 758).

Art. 293 do CP e desnecessidade de constituição definitiva do crédito tributário


É dispensável a constituição definitiva do crédito tributário para que esteja
consumado o crime previsto no art. 293, § 1º, III, "b", do CP. Isso porque o referido
delito possui natureza FORMAL, de modo que já estará consumado quando o
agente importar, exportar, adquirir, vender, expuser à venda, mantiver em
depósito, guardar, trocar, ceder, emprestar, fornecer, portar ou, de qualquer
forma, utilizar em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial
ou industrial, produto ou mercadoria sem selo oficial. Por ser um crime formal, não
incide na hipótese, a Súmula Vinculante 24 do STF, que tem a seguinte redação:
“Não se tipifica crime MATERIAL contra a ordem tributária, previsto no art. 1º,
incisos I a IV, da Lei nº 8.137/90, antes do lançamento definitivo do tributo.” STJ. 6ª
Turma. REsp 1332401-ES, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em
19/8/2014 (Info 546).

Falsa declaração de hipossuficiência não configura falsidade ideológica (art. 299)


É atípica a mera declaração falsa de estado de pobreza realizada com o intuito de
obter os benefícios da justiça gratuita. A conduta de firmar ou usar declaração de
pobreza falsa em juízo, com a finalidade de obter os benefícios da gratuidade de
justiça, não é crime, pois aludida manifestação não pode ser considerada
documento para fins penais, já que é passível de comprovação posterior, seja por
provocação da parte contrária seja por aferição, de ofício, pelo magistrado da
causa. STJ. 6ª Turma. HC 261074-MS, Rel. Min. Marilza Maynard (Desembargadora
convocada do TJ-SE), julgado em 5/8/2014 (Info 546).

Moeda falsa e aplicação das agravantes do art. 61, II, “e” e “h” do CP

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Nos casos de prática do crime de introdução de moeda falsa em circulação (art.


289, § 1º, do CP), se a nota falsificada é repassada para “ascendente, descendente,
irmão ou cônjuge” ou para “criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou
mulher grávida”, incidirão as agravantes previstas nas alíneas "e" e "h" do inciso II
do art. 61 do CP. Isso o sujeito passivo desse delito não é apenas o Estado, mas
também a pessoa lesada com a introdução da moeda falsa. STJ. 6ª Turma. HC
211052-RO, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, Rel. para acórdão Min. Rogerio Schietti
Cruz, julgado em 5/6/2014 (Info 546).

Art. 297, § 4º do CP e necessidade de ser demonstrado o dolo de falso


A simples omissão de anotação na Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS)
não configura, por si só, o crime de falsificação de documento público (art. 297, §
4º, do CP). Isso porque é imprescindível que a conduta do agente preencha não
apenas a tipicidade formal, mas antes e principalmente a tipicidade material, ou
seja, deve ser demonstrado o dolo de falso e a efetiva possibilidade de vulneração
da fé pública. STJ. 5ª Turma. REsp 1252635-SP, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze,
julgado em 24/4/2014 (Info 539).

Advogado que substitui folha da petição inicial


Se determinado advogado altera clandestinamente a petição inicial que havia
protocolizado, substituindo uma folha por outra, tal conduta NÃO configura os
crimes dos arts. 298 e 356 do CP, considerando que a petição inicial não pode ser
considerada documento para fins penais. STJ. 6ª Turma. HC 222613-TO, Rel. Min.
Vasco Della Giustina (Des. convocado do TJ-RS), julgado em 24/4/2012.

Competência para julgar uso de documento falso


Súmula 546-STJ: A competência para processar e julgar o crime de uso de
documento falso é firmada em razão da entidade ou órgão ao qual foi apresentado
o documento público, não importando a qualificação do órgão expedidor. STJ. 3ª
Seção. Aprovada em 14/10/2015, DJe 19/10/2015.

Artigos relacionados para leitura:


Código Penal: Arts. 289 ao 311-A.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

- Direito Penal – Parte Especial – Volume 2 – 12ª edição – Cleber Masson;


- Manual de Direito Penal – Parte especial – 11ª edição – Rogério Sanches Cunha.
- Curso de Direito Penal – Parte especial – Vol. 3 – Arts. 213 a 361 do Código Penal – 3ª edição – Guilherme
de Souza Nucci.
- Site Dizer o Direito – www.dizerodireito.com.br

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QUESTÕES PROPOSTAS

1 - 2022 - FGV - PC-AM - FGV - 2022 - PC-AM - Delegado de Polícia - Edital nº 01


Quanto ao crime de falsidade ideológica, assinale a afirmativa correta.

A-O elemento “devia constar” é elemento normativo do tipo, que pode converter-se em lei penal em branco
se o dever for legal.
B-Não é possível a configuração do delito na modalidade crime omissivo.
C-Na inserção indireta, a terceira pessoa deve ter conhecimento de que confecciona o documento de
maneira falsa.
D-No caso de concurso de pessoas, é possível que um agente responda por inserir e, outro, por fazer inserir.
E-O delito é despido de especial de agir, bastando a declaração de conteúdo falso.

2 - 2022 - FGV - PC-AM - FGV - 2022 - PC-AM - Delegado de Polícia - Edital nº 01


O princípio da insignificância é admitido na doutrina e na jurisprudência em relação ao delito de

A-descaminho.
B-uso de documento falso.
C-supressão de documento.
D-roubo simples.
E-contrabando.

3 - 2021 - CESPE / CEBRASPE - Polícia Federal - CESPE / CEBRASPE - 2021 - Polícia Federal - Delegado de
Polícia Federal
Com relação aos crimes contra a fé pública, julgue o item que se segue.
O indivíduo foragido do sistema carcerário que utiliza carteira de identidade falsa perante a autoridade
policial para evitar ser preso pratica o crime de falsa identidade.

Certo
Errado

4 - 2021 - CESPE / CEBRASPE - Polícia Federal - CESPE / CEBRASPE - 2021 - Polícia Federal - Delegado de
Polícia Federal
Com relação aos crimes contra a fé pública, julgue o item que se segue.
O crime de moeda falsa é incompatível com o instituto do arrependimento posterior.

Certo
Errado
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5 - 2021 - CESPE / CEBRASPE - Polícia Federal - CESPE / CEBRASPE - 2021 - Polícia Federal - Delegado de
Polícia Federal
No que concerne aos crimes previstos na parte especial do Código Penal, julgue o item subsequente.
Em se tratando do crime de falsidade ideológica, o prazo prescricional se reinicia com a eventual reiteração
de seus efeitos.

Certo
Errado

6 - 2019 - Instituto Acesso - PC-ES - Delegado de Polícia


No dia 09/07/2017, Henrique foi parado em uma fiscalização da Operação Lei Seca. Após solicitar a Carteira
Nacional de Habilitação (CNH) de Henrique, o policial militar que participava da operação suspeitou do
documento apresentado. Procedeu então à verificação na base de dados do DETRAN e confirmou a suspeita,
não encontrando o número de registro que constava na CNH, embora as demais informações (nome e CPF),
a respeito de Henrique, estivessem corretas. Questionado pelo policial, Henrique confessou que havia
adquirido o documento com Marcos, seu vizinho, que atuava como despachante, tendo pago R$ 2.000,00
pelo documento. Afirmou ainda que sequer havia feito prova no DETRAN. Acrescente-se que, durante a
instrução criminal, ficou comprovado que, de fato, Henrique obteve o documento de Marcos, sendo este o
autor da contrafação. Além disso, foi verificado por meio de perícia judicial que, no estado em que se
encontra o documento, e em face de sua aparência, pode iludir terceiros como se documento idôneo fosse.
Logo, pode-se afirmar que a conduta de Henrique se amolda ao crime de

a)falsificação de documento público, previsto no caput do art. 297 do Código Penal.


b)uso de documento falso, previsto no art. 304 do Código Penal.
c)falsa identidade, previsto no art. 307 do Código Penal.
d)falsidade ideológica, previsto no caput art. 299 do Código Penal.
e)falsificação de documento particular, previsto no caput do art. 298 do Código Penal.

7 - 2019 - Instituto Acesso - PC-ES - Delegado de Polícia


Marque a alternativa correta do ponto de vista legal.
a)No crime de estupro, aumenta-se a pena de metade se resultar a gravidez da vítima.
b)Luiz, delegado de polícia civil, lotado em uma determinada delegacia de polícia, deixou, por indulgência,
de responsabilizar o inspetor Amâncio após tomar conhecimento de que este teria praticado uma
determinada infração. Nesse contexto, pode-se afirmar que o delegado praticou, em tese, o crime de
condescendência criminosa.
c)No crime de incêndio, aumenta-se a pena em dois terços se o delito for praticado em galeria de mineração.

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d)Aquele que dolosamente retém documento de identidade de terceira pessoa responde pelo delito de
supressão de documento.
e)No crime de Falsa Identidade, o agente não apresenta nenhum documento de identidade para se
identificar.

8 - 2018 - CESPE - Polícia Federal - Delegado de Polícia


Julgue o item seguinte, relativos a institutos complementares do direito empresarial, teoria geral dos títulos
de crédito, responsabilidade dos sócios, falência e recuperação empresarial.

Os livros comerciais, os títulos ao portador e os transmissíveis por endosso equiparam-se, para fins penais, a
documento público, sendo a sua falsificação tipificada como crime.

( ) Certo ( ) Errado

9 - 2018 - FUNDATEC - PC-RS - Delegado de Polícia


De acordo com a lei, a doutrina e a jurisprudência dos Tribunais Superiores, analise as situações hipotéticas
a seguir:

I. Larapius foi preso em flagrante pela prática de um crime de roubo. Ao ser apresentado na Delegacia de
Polícia para ser autuado, atribui-se identidade falsa. Nessa hipótese, de acordo com o entendimento do
Superior Tribunal de justiça, estará cometendo o crime de falsa identidade.
II. Isolda, ao chegar no edifício aonde reside, chamou de “Matusalém” o porteiro Agostinho, 72 anos de idade,
porque ele demorou para abrir o portão. Isolda praticou o crime de injúria qualificada, art. 140, parágrafo 3º
do Código Penal e agravada pelo fato de ter sido praticada contra idoso.
III. Padarício, visando obter vantagem econômica para si, adulterou a balança de pesagem de produtos de
sua padaria. Alguns meses depois, fiscais estiveram no estabelecimento comercial e constataram a fraude.
Nesse caso, o Delegado de Polícia deverá indiciar Padarício pelo crime de estelionato.
IV. Na farmácia de Malaquias, durante fiscalização, foi constatado que havia medicamentos em depósito,
para venda, de procedência ignorada. Nesse caso, Malaquias poderia ser enquadrado em crime contra a
saúde pública, porém de acordo com o Superior Tribunal de Justiça, a pena prevista para esse crime, reclusão
de dez a quinze anos e multa, seria desproporcional e, portanto, não poderia ser aplicada.

Quais estão corretas?

a)Apenas I.
b)Apenas II.
c)Apenas I e IV.
d)Apenas I, II e III.
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e)I, II, III e IV.

10 - 2017 - IBADE - PC-AC - Delegado de Polícia


O crime de falsidade de atestado médico:

a)resta caracterizado quando uma pessoa adultera um atestado verdadeiro, a fim de ampliar seus dias de
afastamento do trabalho.
b)exige, em sua forma simples, especial fim de agir
c)além de exigir uma falsidade material, é classificado como crime comum.
d)é uma forma de falsidade ideológica, tipificado de forma autônoma devido à especialidade.
e)está arrolado entre os crimes contra a saúde pública.

11 - 2017 - CESPE - PC-GO - Delegado de Polícia


Durante a instrução de determinado processo judicial, foi comprovada falsificação da escrituração em um
dos livros comerciais de uma sociedade limitada, em decorrência da criação do chamado “caixa dois”. A
sentença proferida condenou pelo crime apenas o sócio com poderes de gerência.
A respeito dessa situação hipotética, assinale a opção correta.

a)A conduta praticada pelo sócio constitui crime falimentar.


b)Na situação, configura-se crime de falsificação de documento público.
c)Sendo o diário e o livro de registro de atas de assembleia livros obrigatórios da sociedade citada, a referida
falsificação pode ter ocorrido em qualquer um deles.
d)Em decorrência da condenação criminal, o sócio-gerente deverá ser excluído definitivamente da sociedade.
e)O nome do condenado não pode ser excluído da firma social, que deve conter o nome de todos os sócios,
seguido da palavra “limitada”.

12 - 2016 - FUNCAB - PC-PA - Delegado de Polícia


Etevaldo, depois de ingressar na posse de uma carteira de habilitação pertencente a outrem, aproveitando-
se de sua semelhança fisionômica para com o titular do documento, adultera o nome ali constante,
substituindo-o pelo seu. Considerando que a adulteração não era perceptível ictu oculi e que o autor
pretendia utilizar o documento para conduzir irregularmente veículo automotor, é correto afirmar que
Etevaldo cometeu crime de:

a)falsificação de documento publico.


b)uso de documento de identidade alheia.
c)falsa identidade.
d)uso de documento falso, na forma tentada.
e)falsidade ideológica documento publico.
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13 - 2014 - NUCEPE - PC-PI - Delegado de Polícia


No que se refere aos crimes contra a fé pública, assinale a alternativa INCORRETA.

a)Para caracterização do crime de uso de documento falso, é necessário que o documento falso seja
efetivamente utilizado em sua destinação específica.
b)A falsidade é material quando o vício incide sobre o aspecto físico do documento, a sua forma.
c)O crime de moeda falsa não prevê qualquer modalidade culposa.
d)No crime de falsificação de documento público, se o agente é funcionário público e se prevalece do cargo
para cometê-lo, sua pena será aumentada em um sexto.
e)A denominada “cola eletrônica” consistente na utilização de conteúdo sigiloso em certames de interesse
público não pode ser considerada crime.

14 - 2014 - Aroeira - PC-TO - Delegado de Polícia


A falsificação de cartão de crédito ou de débito da Caixa Econômica Federal configura o crime de:

a)falsificação de papéis públicos.


b)falsificação de documento público.
c)falsificação de documento particular.
d)falsidade ideológica.

15 - 2014 - VUNESP - PC-SP - Delegado de Polícia


“X”, valendo-se de um documento de identidade falsificado, consegue abrir uma conta corrente no Banco do
Brasil com a finalidade de lavar dinheiro. O bem jurídico tutelado no crime praticado por “X” é(são)
a)o patrimônio.
b)a administração da justiça.
c)a administração pública.
d)a fé pública.
e)as finanças públicas.

16 - 2013 - CESPE - DPF - Delegado de Polícia


Com relação aos crimes previstos no CP, julgue o item que se segue.

A falsa atribuição de identidade só é caracterizada como delito de falsa identidade se feita oralmente, com o
poder de ludibriar; quando formulada por escrito, constitui crime de falsificação de documento público.

( ) Certo ( ) Errado

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17 - 2013 - CESPE - Polícia Federal - Delegado de Polícia


Com relação aos crimes previstos no CP, julgue o item que se segue.

A falsa atribuição de identidade só é caracterizada como delito de falsa identidade se feita oralmente, com o
poder de ludibriar; quando formulada por escrito, constitui crime de falsificação de documento público.

( ) Certo ( ) Errado

18 - 2013 - COPS-UEL - PC-PR - Delegado de Polícia


Assinale a alternativa que apresenta, corretamente, afirmações quanto ao crime de falsidade ideológica
tipificado no Art. 299 do Código Penal.

a)Na conduta de fazer inserir, mesmo que o funcionário público tenha conhecimento da inverdade declarada,
este não responde pelo crime.
b)Trata-se de um crime material, estando o crime consumado no momento em que a falsidade produz
prejuízo a terceiro.
c)Promover a inscrição de nascimento inexistente aumenta a pena da sexta parte nos moldes do Parágrafo
Único do Art. 299 do Código Penal, por se tratar de assento de registro civil.
d)No crime de falsidade ideológica de documento público, as condutas de omitir ou inserir demandam a
participação de funcionário público na condição de sujeito ativo.
e)Se o sujeito ativo for funcionário público, a pena é aumentada da sexta parte, mesmo que este não se tenha
prevalecido de seu cargo.

19 - 2013 - FUNCAB - PC-ES - Delegado de Polícia


Túlio, em razão de seu casamento com Maria, declarou no cartório de registro de pessoas naturais que era
divorciado, sendo o matrimônio com Maria consumado. Entretanto, Túlio era casado com Claudia, mas
estavam separados de fato há muitos anos. Serviram como testemunhas Joana e Paulo, primos de Túlio, que
tinham conhecimento do casamento e da separação de fato deste com Claudia. Assim pode-se afirmar:

I. Houve o crime de falsidade ideológica praticado por Túlio, mas que restará absorvido pelo princípio da
especialidade.
II. Trata-se de crime próprio, sendo coautores Joana e Paulo, primos de Túlio.
III. A anulação do casamento de Túlio com Claudia pelo motivo da bigamia, tornaria inexistente o crime de
bigamia.
IV. O objeto material desse crime é Claudia.

Indique a opção que contempla a(s) assertiva(s) correta(s).

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a)I, II, III e IV.


b)I, II e III, apenas.
c)II, apenas.
d)III, apenas.
e)IV, apenas.

20 - 2012 - FUNCAB - PC-RJ - Delegado de Polícia


Entre as hipóteses a seguir consignadas, assinale aquela que corresponde a crime de falsidade ideológica
(art. 299 do CP).

a)Rildo, desempregado, tencionando trabalhar como motorista, após obter um espelho de Carteira Nacional
de Habilitação não preenchido, embora verdadeiro, nele consigna seus dados pessoais e imprime sua foto,
passando-se por pessoa habilitada para conduzir veículo automotor, sem de fato o ser.
b)Aderbal, de forma fraudulenta, consigna, na Carteira de Trabalho e Previdência Social de um empregado
de sua empresa, salário inferior ao efetivamente recebido por ele, visando a reduzir seus gastos para como
INSS.
c)Magnólia, com intenção de integrar à sua família o filho de outrem, registra a criança em seu nome, como
se sua mãe fosse, valendo-se, para tanto, da desatenção do funcionário do Cartório de Registro Civil das
Pessoas Naturais, que deixa de exigir a documentação pertinente ao ato.
d)Tibúrcio, funcionário público do instituto responsável por manter atualizados os registros de antecedentes
criminais em determinado Estado-Membro, aproveitando-se de sua atribuição funcional, entra com sua
senha no sistema informatizado do órgão e inclui, fraudulentamente, na folha de antecedentes de seu
vizinho, crime por ele não praticado, em vingança por conta de uma rixa antiga.
e)A fim de auxiliar uma amiga a contratar financiamento para aquisição de eletrodomésticos, Alberico, sócio-
gerente em uma empresa têxtil, valendo-se de sua posição, assina declaração afirmando que tal pessoa
trabalha de forma remunerada naquele estabelecimento empresarial, o que não condiz coma realidade.

Respostas3

3
1: A 2: A 3: E 4: C 5: E 6: B 7: E 8: C 9: C 10: D 11: B 12: A 13: E 14: C 15: D 16: E 17: E 18: D 19: C 20: E
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META 2

DIREITO PROCESSUAL PENAL: LIBERDADE PROVISÓRIA, FIANÇA E MEDIDAS CAUTELARES REAIS

TODOS OS ARTIGOS RELACIONADOS AO TEMA

CF/88:
⦁ Art. 5º, XLII, XLIII e XLIV
⦁ Art. 5º, LVII
⦁ Art. 5º, LXII
⦁ Art. 5º, LXVI

CPP:
⦁ Art. 282 e 283
⦁ Art. 310 a 320
⦁ Art. 321 a 350

Lei de Drogas:
⦁ Art. 60 e 60-A
⦁ Art. 62, caput e §1-B
⦁ Art. 63, I, II e §1º
⦁ Art. 63-A e 63-B

Lei de Lavagem de Capitais:


⦁ Art. 4º, caput, §§1º e 3º
⦁ Art. 4º-A, caput, §§ 1º, 2º, 5º e 10º
⦁ Art. 4º-B

Outros Dispositivos:
⦁ Art. 69, §único, Lei 9099/95
⦁ Art. 24-A, Lei 13.340/06
⦁ Art. 79, CDC

ARTIGOS MAIS IMPORTANTES – NÃO DEIXE DE LER!

⦁ Art. 5º, XLII, XLIII e XLIV


⦁ Art. 24-A, Lei 13.340/06

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Artigos mais importantes do CPP:


⦁ Art. 92 e 93
⦁ Art. 95, 101, 105 e 107
⦁ Art. 110, §2º e 111
⦁ Art. 254
⦁ Art. 310, III e §§1º e 2º (importantíssimo!)
⦁ Art. 319, VIII
⦁ Art. 321 a 324 (importantíssimos!)
⦁ Art. 328 e 332
⦁ Art. 337 a 341 (importantíssimos!)
⦁ Art. 343, 344 e 350
⦁ Art. 383 e 384

1. LIBERDADE PROVISÓRIA

a) Previsão Legal:

Art. 5º, LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir
a liberdade provisória, com ou sem fiança;

CPP. Art. 310. Ao receber o auto de prisão em flagrante, o juiz deverá


fundamentadamente:
I - relaxar a prisão ilegal; ou
II - converter a prisão em flagrante em preventiva, quando presentes os requisitos
constantes do art. 312 deste Código, e se revelarem inadequadas ou insuficientes
as medidas cautelares diversas da prisão; ou
III - conceder liberdade provisória, com ou sem fiança
§ 1º Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, que o agente praticou o
fato em qualquer das condições constantes dos incisos I, II ou III do caput do art.
23 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), poderá,
fundamentadamente, conceder ao acusado liberdade provisória, mediante termo
de comparecimento obrigatório a todos os atos processuais, sob pena de
revogação.
§ 2º Se o juiz verificar que o agente é reincidente ou que integra organização
criminosa armada ou milícia, ou que porta arma de fogo de uso restrito, deverá
denegar a liberdade provisória, com ou sem medidas cautelares. (Incluído pela
Lei nº 13.964, de 2019)

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§ 3º A autoridade que deu causa, sem motivação idônea, à não realização da


audiência de custódia no prazo estabelecido no caput deste artigo responderá
administrativa, civil e penalmente pela omissão. (Incluído pela Lei nº 13.964, de
2019)
§ 4º Transcorridas 24 (vinte e quatro) horas após o decurso do prazo estabelecido
no caput deste artigo, a não realização de audiência de custódia sem motivação
idônea ensejará também a ilegalidade da prisão, a ser relaxada pela autoridade
competente, sem prejuízo da possibilidade de imediata decretação de prisão
preventiva. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)

b) Conceito:

Segundo Noberto Avena, “a liberdade provisória consiste no instituto por meio do qual, em
determinadas situações, concede-se ao indivíduo o direito de aguardar em liberdade o final do processo”.
Nesse sentido, pode-se conceituar a liberdade provisória como sendo uma medida de contracautela
concedida ao acusado diante de uma prisão em flagrante, desde que preenchidos determinados
pressupostos, sujeitando o indivíduo ao comparecimento aos demais atos do processo e/ou medidas
cautelares pessoais diversas da prisão, cujo descumprimento poderá ensejar a prisão preventiva.
Em relação ao tema, devemos fazer algumas considerações pertinentes (sobretudo para provas
discursivas):

Consideração 1:

Sempre se entendeu (e grande parte da doutrina ainda entende) que a liberdade provisória estaria
vinculada a um título flagrancial. Tanto é que o artigo 310 do CPP permite três possibilidades ao juiz quando
se depara com uma situação flagrancial:
i. Relaxamento da prisão, quando for ilegal;
ii. Conversão da prisão em flagrante em preventiva, quando presentes os requisitos e pressupostos
dos artigos 312 e 313 do CPP, sendo necessária a representação da autoridade policial ou
requerimento do Ministério Público;
iii. Concessão da liberdade provisória com ou sem fiança (ou qualquer outra tutela cautelar), quando
ausentes os requisitos da prisão preventiva.

Isso significa que a liberdade provisória com natureza jurídica de contracautela só caberia em face
de prisão em flagrante, jamais em face de uma preventiva. Assim, caso o juiz vislumbrasse a possibilidade de
substituir a prisão preventiva por medidas cautelares pessoais diversas da prisão, em razão da ausência de
fundamentos para manutenção da preventiva, não deverá ser chamada de “liberdade provisória”,
justamente por conta da dicção legal que diz somente caber diante do flagrante.
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SEMANA 09/12

Esse é o entendimento parte da doutrina. Veja:

 Pacelli: “A liberdade provisória passa a ser apenas a explicitação de


diferentes maneiras da restituição da liberdade daquele que tenha sido preso em
flagrante”.
 Noberto Avena: “Entendemos que a liberdade provisória, mesmo com as
alterações da Lei 12.403/2011, persiste como um benefício que apenas pode ser
concedido ao indivíduo preso em flagrante. Isto porque não vislumbramos no art.
321 do CPP uma regra desvinculada da prisão em flagrante, mas sim uma norma
que complementa o art. 310, III, do CPP. Perceba-se que o dispositivo refere-se a
conceder liberdade. Ora, concede-se liberdade a quem não a tem. E se não a tem,
é porque, na situação tratada no art. 321, está pressupondo o legislador hipótese
em que esteja preso em flagrante o indivíduo.”

No entanto, para uma prova discursiva, é essencial conhecer o que diz outra parte da doutrina,
segundo a qual a liberdade provisória pode ter duas naturezas jurídicas distintas:

• 1ª: natureza jurídica de contracautela - quando relacionado à prisão em flagrante, tendo em vista que
traduz o benefício que assegura ao flagrado o direito de responder ao processo em liberdade, nos
termos do art. 310, III, CPP.
• 2ª: natureza jurídica de medida cautelar autônoma - utilizada como instrumento para a imposição de
medidas cautelares diversas da prisão, de modo que se considera em liberdade provisória o indivíduo
enquanto cumprir tais medidas, mesmo que, por ocasião da respectiva aplicação, não tivesse sido
preso em flagrante.

Nesse sentido, Renato Brasileiro (2020):

“Com a entrada em vigor da Lei nº 12.403/11, a liberdade provisória deixa de


funcionar tão somente como medida de contracautela substitutiva da prisão em
flagrante. Isso porque, apesar de o legislador não se valer dessa expressão no art.
319 do CPP, fica evidente que a liberdade provisória agora também pode ser
adotada como providência cautelar autônoma, com a imposição de uma ou mais
das medidas cautelares diversas da prisão ali elencadas. Veja-se que tais medidas
cautelares são alternativas à prisão, podendo ser impostas mesmo se o acusado
estiver em liberdade desde o início da persecução penal, como condição para que
assim permaneça. Essa liberdade provisória, aliás, pode ser convertida em prisão
preventiva, ex vi do art. 312, §1º, em caso de descumprimento de qualquer das
obrigações impostas ao acusado.
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Em síntese, por força das mudanças produzidas no CPP pela Lei nº 12.403/11, a
liberdade provisória deixa de ser tratada apenas como medida de contracautela,
substitutiva apenas da prisão em flagrante, e passa a ser dotada também de feição
cautelar, desempenhando o mesmo papel que é atribuído à prisão cautelar, porém
com menor grau de sacrifício da liberdade de locomoção do agente. Sua aplicação
pode se dar de duas formas:
a) poderá o juiz tanto condicionar a manutenção da liberdade do acusado ao
cumprimento de uma das medidas elencadas no art. 319, sob pena de decretar a
prisão preventiva, quer originalmente (art. 311/c/c art. 312), quer como sanção
processual, justificada pela verificada insuficiência da medida menos gravosa para
proteção do interesse ameaçado, decorrente do descumprimento da providência
cautelar alternativa (CPP, art. 282, § 4º);
b) poderá o juiz substituir a situação de prisão em flagrante, ou mesmo a prisão
preventiva ou temporária, por uma das medidas menos gravosas arroladas no art.
319, que funcionarão como alternativas para obviar a providência extrema,
somente justificada ante a constatação de que essa medida seja igualmente eficaz
e idônea para alcançar os mesmos fins, porém com menor custo para a esfera de
liberdade do indivíduo”.

Consideração 2:

Liberdade Provisória é direito fundamental. Ou seja: consiste num direito subjetivo e, portanto, se
não forem verificados os pressupostos da prisão preventiva ou temporária, o juiz ou delegado de polícia têm
que conceder a liberdade provisória.

Consideração 3:

A liberdade provisória poderá ou não estar vinculada ao cumprimento de condições. Uma vez
deferida, nada impede que venha a ser revogada, por exemplo, pelo não cumprimento das condições
estabelecidas.
No caso de descumprimento das obrigações impostas, conforme previsão legal, cabe ao juiz decidir
sobre a imposição de outras medidas cautelares ou, se for o caso, a decretação da prisão preventiva.

A revogação da liberdade provisória pode ensejar:


a) a decretação da prisão preventiva;
b) a aplicação de outras medidas cautelares.

c) Relaxamento da Prisão x Revogação da Prisão x Liberdade Provisória


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RELAXAMENTO DE PRISÃO REVOGAÇÃO DA PRISÃO LIBERDADE PROVISÓRIA


Prisão ilegal Prisão legal Prisão legal
Cabível em qualquer hipótese de Cabível em prisão preventiva e Só cabível em prisão em
prisão ilegal. prisão temporária. Não se usa flagrante.
essa terminologia para prisão em
flagrante, pois quando for prisão
ilegal haverá o relaxamento da
prisão e, quando a prisão for
legal, poderá conceder a
liberdade provisória.
O agente não se sujeita à Acarreta a restituição de O agente se sujeita à vinculação,
vinculação, sendo concedida a liberdade plena. Todavia, não sendo hipótese de liberdade
liberdade plena. presentes o fumus comissi delicti plena, estando sujeito ao
Obs.: Na hipótese do relaxamento e o periculum libertatis, é possível cumprimento de determinadas
da prisão em flagrante, estando a imposição de medidas condições.
presentes o fumus comissi delicti cautelares diversas da prisão.
e o periculum libertatis, é possível
a imposição de medidas
cautelares, inclusive a própria
prisão preventiva ou temporária.

d) Espécies de Liberdade Provisória

1. Quanto à possibilidade de concessão da liberdade provisória:


1.1. Liberdade provisória obrigatória;
1.2. Liberdade provisória permitida;
1.3. Liberdade provisória proibida.

2. Quanto à sujeição ao cumprimento de obrigações:


2.1. Liberdade provisória com vinculação;
2.2. Liberdade provisória sem vinculação.

3. Quanto à fiança:
3.1. Liberdade provisória sem fiança (CPP, art. 310, § único, e art. 350);
3.2. Liberdade provisória com fiança (CPP, art. 322 a art. 349).

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1.1 Quanto à Possibilidade de Concessão da Liberdade Provisória

1.1.1 Liberdade Provisória Obrigatória

A liberdade provisória consiste num direito incondicional do acusado, não lhe podendo ser negado
em hipótese alguma.
Antes das alterações produzidas pela Lei nº 12.403/11, a primeira espécie de liberdade provisória
obrigatória era aquela em que o preso se livrava solto (redação pretérita do art. 321 do CPP).
Atualmente, parte da doutrina aponta algumas hipóteses previstas no ordenamento jurídico que
configuram a liberdade obrigatória. Vejamos algumas:

1) Infração de menor potencial ofensivo, mediante termo de comparecimento (art. 69, §único, Lei
9.099/95)

Art. 69. A autoridade policial que tomar conhecimento da ocorrência lavrará termo
circunstanciado e o encaminhará imediatamente ao Juizado, com o autor do fato e
a vítima, providenciando-se as requisições dos exames periciais necessários.

Parágrafo único. Ao autor do fato que, após a lavratura do termo, for


imediatamente encaminhado ao juizado ou assumir o compromisso de a ele
comparecer, não se imporá prisão em flagrante, nem se exigirá fiança. Em caso de
violência doméstica, o juiz poderá determinar, como medida de cautela, seu
afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a vítima.

2) Porte de drogas para consumo (art. 28 c/c art. 48, §2º, Lei 11.343/06)

Art. 48. § 2º Tratando-se da conduta prevista no art. 28 desta Lei, não se imporá
prisão em flagrante, devendo o autor do fato ser imediatamente encaminhado ao
juízo competente ou, na falta deste, assumir o compromisso de a ele comparecer,
lavrando-se termo circunstanciado e providenciando-se as requisições dos exames
e perícias necessários.

3) Infrações cometidas na condução de veículo automotor mediante socorro a vítima (art. 301,
Lei 9.503/97)

Art. 301. Ao condutor de veículo, nos casos de acidentes de trânsito de que resulte
vítima, não se imporá a prisão em flagrante, nem se exigirá fiança, se prestar
pronto e integral socorro àquela.
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4) Crimes de ação penal privada ou condicionada a representação, ausente manifestação de


interesse da vítima

1.1.2 Liberdade Provisória Permitida

Ocorre nas hipóteses em que, apesar de regulares a prisão em flagrante e a lavratura do respectivo
auto, o magistrado constata ser possível conceder ao flagrado o direito de responder ao processo em
liberdade.
Esta liberdade, nos casos previstos, poderá estar condicionada ao cumprimento de obrigações
processuais impostas por lei. Ainda, poderá o juiz, conforme a hipótese, impor a prestação de fiança e de
outras medidas cautelares diversas da prisão.
A presença destas condicionantes situa a liberdade provisória no âmbito das chamadas liberdades
provisórias vinculadas (que estudaremos adiante).
Para Noberto Avena, “apesar da nomenclatura utilizada nesta classificação (liberdade permitida),
não significa que seja a sua concessão uma mera faculdade do juiz. A permissividade, pois, refere-se à
possibilidade que assiste ao magistrado para decidir, a partir do seu livre convencimento e com a devida
motivação, sobre a presença dos requisitos legais que autorizam a concessão da benesse [ou seja, se houve
ou não a situação que ensejaria a liberdade provisória]. Todavia, encontrando-se eles presentes, o
deferimento da liberdade provisória se impõe, não havendo discricionariedade judicial em concedê-la ou não
nesta hipótese.”

1.1.3 Liberdade Provisória Proibida ou Vedada

Inúmeras leis em abstrato vedam a liberdade provisória, ora com e sem fiança, ora apenas com
fiança. Vejamos:

Crime de racismo A prática do racismo, previsto na Lei nº 7.716/89, constitui crime


inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão (CF, art. 5º,
LXII, c/c art. 323, I, do CPP)
Tráfico, Tortura, Terrorismo e A lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou
Crimes hediondos anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e
drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos,
por eles respondendo os mandantes, os executores e os que,
podendo evitá-los, se omitirem (CF, art. 5º, XLIII, c/c art. 323, II, do
CPP)

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A ação de grupos armados contra A ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem
a ordem constitucional e o Estado constitucional e o Estado Democrático, com moldura na Lei nº
Democrático 7.170/83, que define os crimes contra a segurança nacional, a
ordem política e social, constitui crime inafiançável e imprescritível
(CF, art. 5º, XLIV, c/c art. 323, III, do CPP).
Crimes hediondos e equiparados O art. 2º, inciso II, da Lei nº 8.072/90, em sua redação original,
vedava a concessão de liberdade provisória, com ou sem fiança, aos
crimes hediondos e equiparados. Posteriormente, a lei dos crimes
hediondos foi alterada pela Lei nº 11.464/07, passando a vedar tão
somente a concessão de liberdade provisória com fiança (art. 2º,
inciso II, da Lei nº 8.072/90).
Tortura O art. 1º, § 6º, da Lei nº 9.455/97, veda a concessão de liberdade
provisória com fiança ao crime de tortura.
Lavagem de capitais O art. 3º da Lei nº 9.613/98, em sua redação original, vedava a
concessão de liberdade provisória com e sem fiança aos crimes de
lavagem de capitais. Ocorre que a Lei nº 12.683/12 revogou o art.
3º da Lei nº 9.13/98. Logo, referido delito passa a admitir, em tese,
a concessão de liberdade provisória, com ou sem fiança, cumulada
ou não com as medidas cautelares diversas da prisão (v.g.,
suspensão do exercício de atividade de natureza econômica ou
financeira)
Crimes do Estatuto do Os arts. 14, parágrafo único, art. 15, parágrafo único, e art. 21, todos
Desarmamento da Lei nº 10.826/03, vedavam a concessão de liberdade provisória
em relação a certos crimes previstos no Estatuto do Desarmamento.
Crimes da Lei de Drogas O art. 44, caput, da Lei nº 11.343/06 veda a concessão de liberdade
provisória, com ou sem fiança, aos crimes previstos nos arts. 33,
caput, e § 1º, e 34 a 37 da referida lei.
Reincidente ou membro de Pacote Anticrime (Lei 13.964/19): Art. 310. [...] § 2º Se o juiz verificar
organização criminosa armada ou que o agente é reincidente ou que integra organização criminosa
milícia ou aquele que porta arma armada ou milícia, ou que porta arma de fogo de uso restrito, deverá
de fogo de uso restrito (Lei denegar a liberdade provisória, com ou sem medidas cautelares.
13.964/19)

A par disso, o STF vem reconhecendo a INCONSTITUCIONALIDADE DA VEDAÇÃO EM ABSTRATO DA


CONCESSÃO DA LIBERDADE PROVISÓRIA. Trata-se da chamada prisão “ex lege”, já declarada inconstitucional
pela Corte, por constituir verdadeira antecipação da pena.

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Habeas corpus. 2. Paciente preso em flagrante por infração ao art. 33, caput, c/c
40, III, da Lei 11.343/2006. 3. Liberdade provisória. Vedação expressa (Lei n.
11.343/2006, art. 44). 4. Constrição cautelar mantida somente com base na
proibição legal. 5. Necessidade de análise dos requisitos do art. 312 do CPP.
Fundamentação inidônea. 6. Ordem concedida, parcialmente, nos termos da
liminar anteriormente deferida. (HC 104339, Relator(a): Min. GILMAR MENDES,
Tribunal Pleno, julgado em 10/05/2012, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-239 DIVULG
05-12-2012 PUBLIC 06-12-2012)

Alguns dos principais argumentos:


✓ Ao afastar a concessão de liberdade provisória de forma genérica, a norma retira do juiz a
oportunidade de, no caso concreto, analisar os pressupostos da necessidade ou não da prisão
cautelar;
✓ Proibir a liberdade provisória, representa uma antecipação de pena, o que é vedado pela CF,
ferindo a presunção de não culpabilidade.
✓ A referida proibição estabelece um tipo de regime de prisão preventiva obrigatório, na medida
em que torna a prisão uma regra e a liberdade uma exceção, contudo, a CF/88, ao contrário, prevê
que a liberdade é a regra e a necessidade da prisão precisa ser devidamente fundamentada;
✓ Cabe ao magistrado e, não ao legislador, verificar se estão configuradas ou não, em cada caso,
hipóteses que justifiquem a prisão cautelar;
✓ A proibição da liberdade provisória em abstrato viola o princípio da individualização da pena.

Logo, toda a restrição à liberdade deve desempenhar um papel cautelar e provisório. Veja algumas
decisões do STF nesse sentido:

➢ Liberdade provisória e tráfico de drogas: É inconstitucional o art. 44 da Lei 11.343/06 na parte em que
proíbe a liberdade provisória para os crimes de tráfico de drogas. Assim, é permitida a liberdade
provisória para o tráfico de drogas, desde que ausentes os requisitos do art. 312 do CPP.

Para o STF, regra prevista no art. 44 da Lei de Drogas é incompatível com inúmeros princípios
constitucionais, como o princípio da presunção de inocência e do devido processo legal. Segundo o Min.
Gilmar Mendes, o empecilho apriorístico de concessão de liberdade provisória estabelecido pela Lei é
incompatível com estes postulados.

É inconstitucional o art. 44 da Lei 11.343/2006 na parte em que proíbe a liberdade


provisória para os crimes de tráfico de drogas. Assim, é permitida a liberdade
provisória para o tráfico de drogas, desde que ausentes os requisitos do art. 312 do
CPP. STF. Plenário. HC 104339/SP, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 10/5/2012.
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A decisão foi reafirmada pelo Plenário Virtual do STF no RE 1038925, de 2017, com
repercussão geral reconhecida: É inconstitucional a expressão e liberdade
provisória, constante do caput do artigo 44 da Lei 11.343/2006. STF. Plenário. RE
1038925 RG, Rel. Gilmar Mendes, julgado em 18/08/2017 (repercussão geral –
Tema 959)

➢ Liberdade provisória e Lei de Crimes Hediondos: O fato em si da inafiançabilidade dos crimes hediondos
e dos que lhe sejam equiparados não tem a antecipada força de impedir a concessão judicial da
liberdade provisória, à luz do princípio tácito ou implícito da individualização da prisão (não somente da
pena), que deve ser sopesado pelo juiz.

A inafiançabilidade da prisão, mesmo em flagrante (inciso XLIII do art. 5.º da CF), quer apenas
significar que a lei infraconstitucional não pode prever como condição suficiente para a concessão da
liberdade provisória o mero pagamento de uma fiança. A prisão em flagrante não pré-exclui o benefício da
liberdade provisória, mas, tão só, a fiança como ferramenta da sua obtenção. A inafiançabilidade de um crime
não implica, necessariamente, vedação do benefício à liberdade provisória, mas apenas sua obtenção pelo
simples dispêndio de recursos financeiros ou bens materiais. Tudo vai depender da concreta aferição judicial
da periculosidade do agente, atento o juiz aos vetores do art. 312 do Código de Processo Penal.
Assim, de acordo com a jurisprudência e a doutrina majoritária, o fato de determinados crimes serem
INAFIANÇÁVEIS, não significa que a eles é VEDADA a liberdade provisória. O que é vedado é a liberdade
provisória COM FIANÇA, porém, a LIBERDADE PROVISÓRIA SEM FIANÇA continua sendo PERMITIDA (veremos
mais adianta a liberdade provisória com fiança e sem fiança).

 ATENÇÃO: Liberdade Provisória e a Lei 13.964/19

O §2º do Art. 310 do CPP traz vedação absoluta à liberdade provisória quando o agente for
reincidente ou integrante de organização criminosa armada ou milícia, ou portar arma de fogo de uso
restrito. Trata-se de dispositivo de suposta inconstitucionalidade, que certamente será objeto de discussão
no âmbito do STF.
Vejamos, então, em quais hipóteses se impõe ao juiz das garantias essa suposta obrigação de denegar
a liberdade provisória:

a) Agente reincidente:
Observado o lapso temporal de 5 (cinco) anos constante do art. 64, I, do CP, reincidente é o agente
que comete novo crime, depois de transitar em julgado a sentença que, no País ou no estrangeiro, o tenha
condenado por crime anterior (CP, art. 63).
De acordo com a súmula 636 do STJ, “a folha de antecedentes criminais é documento suficiente a
comprovar os maus antecedentes e a reincidência”.
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Note ainda que, aqui, o legislador não faz diferença, de modo que qualquer reincidência – seja
genérica ou específica – seria suficiente para afastar a concessão da liberdade provisória.

b) Integrante de organização criminosa armada ou milícia:


Esta organização criminosa deverá ser ARMADA (certamente será pegadinha de prova!). Como o
dispositivo não faz qualquer ressalva quanto à arma em questão, somos levados a acreditar que a expressão
armada abrange tanto a organização que faz uso de armas próprias (instrumentos concebidos com a
finalidade de ataque ou defesa), como impróprias (não tem esta finalidade, mas podem ser usadas para
tanto, como, por exemplo, armas brancas).
Além disso, basta que seja INTEGRANTE de organização criminosa armada, não sendo necessário
ostentar nenhuma posição de superioridade ou chefia (outra pegadinha de prova!).
A despeito de o legislador ter feito referência apenas ao termo “milícia”, e não “milícia privada”,
somos levados a acreditar que está se referindo ao crime do art. 288-A do CP.

Constituição de milícia privada


Art. 288-A. Constituir, organizar, integrar, manter ou custear organização
paramilitar, milícia particular, grupo ou esquadrão com a finalidade de praticar
qualquer dos crimes previstos neste Código:
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos.

c) Agente que porta arma de fogo de uso restrito:


De acordo com o Decreto n. 9.845/19 (art. 2º, II), considera-se arma de fogo de uso restrito as armas
de fogo automáticas, semiautomáticas ou de repetição que sejam: (i) não portáteis; (ii) de porte, cujo calibre
nominal, com a utilização de munição comum, atinja, na saída do cano de prova, energia cinética superior a
mil e duzentas libras-pé ou mil seiscentos e vinte joules; ou (iii) portáteis de alma raiada, cujo calibre nominal,
com a utilização de munição comum, atinja, na saída do cano de prova, energia cinética superior a mil e
duzentas libras-pé ou mil seiscentos e vinte joules.

Cuidado com a pegadinha! A norma proíbe a liberdade provisória em relação à arma de fogo de
uso RESTRITO! Não fala em arma de fogo de USO PROIBIDO (hipótese, por sua vez, que configura crime
hediondo).

Para a doutrina, tal dispositivo também deverá ser declarado inconstitucional pela jurisprudência,
justamente por se tratar de uma cominação abstrata da vedação à liberdade provisória, conforme
amplamente explicado no tópico anterior. Nas palavras do professor Renato Brasileiro:

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“Por tais motivos, somos levados a acreditar que, por ocasião da realização da
audiência de custódia, ao juiz das garantias não será dado vedar a liberdade
provisória do reincidente, do integrante de organização criminosa armada ou
milícia, ou que porta arma de fogo de uso restrito, por meio de mera referência em
abstrato ao art. 310, §2º, do CPP. Pelo contrário. Se o magistrado concluir que a
prisão preventiva do flagranteado revela-se necessária, a ele se impõe o dever de
fundamentar, com especial atenção às novas regras do art. 315, §2º, do CPP, a
necessidade da segregação cautelar, apontando a imprescindibilidade da medida
extrema com amparo em fatos existentes nos autos. (...)

Considerando-se, pois, que agentes reincidentes, que integram organizações


criminosas armadas ou milícias, ou que portam arma de fogo de uso restrito,
importam em inequívoco risco à ordem pública lato sensu, dada a elevada
probabilidade de reiteração delituosa, deverá o juiz das garantias se valer de uma
dessas situações fáticas para justificar a situação de perigo gerada pelo estado de
liberdade do imputado (CPP, art. 312, caput, in fine, com redação dada pela Lei n.
13.964/19), convertendo, então, a prisão em flagrante em prisão preventiva ou
temporária, a depender do caso concreto.”

1.2 Quanto à sujeição ao cumprimento de obrigações

1.2.1 Liberdade Provisória com Vinculação

Nesta espécie de liberdade provisória, o acusado é posto em liberdade, porém fica vinculado a certos
deveres processuais. A depender do caso, pode ser concedida com ou sem fiança. Vejamos as hipóteses de
liberdade provisória com vinculação:

a) Liberdade provisória do art. 350, caput, do CPP:

Art. 350. Nos casos em que couber fiança, o juiz, verificando a situação econômica
do preso, poderá conceder-lhe liberdade provisória, sujeitando-o às obrigações
constantes dos arts. 327 e 328 deste Código e a outras medidas cautelares, se for o
caso.

Nesse caso, temos um crime afiançável, porém, por se tratar de acusado pobre, o juiz concede a ele
liberdade provisória sem fiança, sujeitando-o ao cumprimento de determinadas obrigações:
• Comparecer perante a autoridade, todas as vezes que for intimado para atos do inquérito e da
instrução criminal e para o julgamento;
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• O acusado afiançado não poderá, sob pena de quebramento da fiança, mudar de residência, sem
prévia permissão da autoridade processante;
• O acusado afiançado não poderá ausentar-se por mais de 8 (oito) dias de sua residência, sem
comunicar àquela autoridade o lugar onde será encontrado.

b) Liberdade provisória com fiança: o acusado fica sujeito, além das obrigações acima referidas, a outras
previstas nos artigos 327 e 328 do CPP.

Art. 327. A fiança tomada por termo obrigará o afiançado a comparecer perante a
autoridade, todas as vezes que for intimado para atos do inquérito e da instrução
criminal e para o julgamento. Quando o réu não comparecer, a fiança será havida
como quebrada.

Art. 328. O réu afiançado não poderá, sob pena de quebramento da fiança, mudar
de residência, sem prévia permissão da autoridade processante, ou ausentar-se por
mais de 8 (oito) dias de sua residência, sem comunicar àquela autoridade o lugar
onde será encontrado.

c) Liberdade provisória sem fiança do art. 310, §1º do CPP:

Diferentemente do que dispõe o art. 321 do CPP, o art. 310, parágrafo único não prevê a
possibilidade de serem impostas medidas cautelares diversas da prisão, nos quais se inclui a fiança (art. 319,
VIII).
Dessa forma, se o agente tiver praticado o crime acobertado por uma das excludentes de ilicitude,
deve ser concedida sua liberdade provisória, vinculada somente à condição de que compareça a todos os
atos processuais, sob pena de revogação.

§ 1º Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, que o agente praticou o


fato em qualquer das condições constantes dos incisos I, II ou III do caput do art.
23 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), poderá,
fundamentadamente, conceder ao acusado liberdade provisória, mediante termo
de comparecimento obrigatório a todos os atos processuais, sob pena de
revogação. (Renumerado do parágrafo único pela Lei nº 13.964, de 2019)

1.2.2 Liberdade Provisória sem Vinculação.

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A expressão “livrar-se” solto refere-se à modalidade de prisão que não tem força para segurar o
indiciado no cárcere (em caso de prisão em flagrante), por se tratar de uma infração penal de pouca
importância.
Nesse sentido, após a lavratura do auto de prisão em flagrante, o delegado de polícia deveria
determinar a soltura do indiciado, sem necessidade de se recorrer ao juiz e sem qualquer dever processual.
Em outras palavras: tratava-se de uma espécie de liberdade provisória obrigatória e sem vinculação.
As hipóteses desta espécie de liberdade provisória eram previstas na antiga redação do art. 321 do
CPP, no entanto, com a reforma promovida em 2011, os incisos do art. 321 foram expressamente revogados,
motivo pelo qual tal espécie de liberdade provisória não mais subsiste no ordenamento jurídico.

Art. 309. Se o réu se livrar solto, deverá ser posto em liberdade, depois de lavrado
o auto de prisão em flagrante.

Art. 321. Ressalvado o disposto no art. 323, III e IV, o réu livrar-se-á solto,
independentemente de fiança: [REVOGADO]
I - no caso de infração, a que não for, isolada, cumulativa ou alternativamente,
cominada pena privativa de liberdade;
II - quando o máximo da pena privativa de liberdade, isolada, cumulativa ou
alternativamente cominada, não exceder a três meses.

1.3 Quanto à Fiança

 Obs.: O assunto “fiança” será pormenorizado no próximo tópico.

1.3.1 Liberdade Provisória sem Fiança

Será possível conceder a liberdade provisória sem fiança nas seguintes hipóteses:

a) Agente praticar o crime acobertado por uma excludente de ilicitude

Se o agente tiver praticado o crime acobertado por uma das excludentes de ilicitude, deve ser
concedida sua liberdade provisória sem necessidade de arbitrar fiança. Nesse caso, a concessão da liberdade
provisória não exige certeza, bastando a existência de indícios suficientes dos requisitos da justificante.
Por meio de interpretação extensiva, também há de se admitir a concessão dessa liberdade
provisória nas hipóteses de exclusão da ilicitude previstas na Parte Especial do Código Penal (v.g., art. 128,
incisos I e II; art. 142, incisos I, II e III; art. 146, § 3º, incisos I e II; art. 150, § 3º, incisos I e II, etc.) ou na
Legislação Especial. E parcela da doutrina ainda estende tal possibilidade para as causas excludentes de
culpabilidade e punibilidade.
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Ressalta-se que a liberdade provisória em razão das causas justificantes somente poderá ser
concedida pelo juiz, de ofício ou por provocação, exigindo-se oitiva prévia do MP.

§ 1º Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, que o agente praticou o


fato em qualquer das condições constantes dos incisos I, II ou III do caput do art. 23
do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), poderá,
fundamentadamente, conceder ao acusado liberdade provisória, mediante termo
de comparecimento obrigatório a todos os atos processuais, sob pena de
revogação. (Renumerado do parágrafo único pela Lei nº 13.964, de 2019)

b) Liberdade provisória sem fiança por motivo de pobreza (art. 350, CPP)

Art. 350. Nos casos em que couber fiança, o juiz, verificando a situação econômica
do preso, poderá conceder-lhe liberdade provisória, sujeitando-o às obrigações
constantes dos arts. 327 e 328 deste Código e a outras medidas cautelares, se for o
caso.
Parágrafo único. Se o beneficiado descumprir, sem motivo justo, qualquer das
obrigações ou medidas impostas, aplicar-se-á o disposto no § 4o do art. 282 deste
Código.

Malgrado o art. 350, CPP, preconiza que a liberdade provisória sem fiança só possa ser fixada pelo
juiz, parcela da doutrina entende que esse dispositivo seria inconstitucional, pois violaria o princípio da
isonomia e o princípio pro homine (no entanto, para uma prova objetiva, deve-se seguir a letra fria da lei!).

Atenção a jurisprudência:

Afigura-se irrazoável manter o réu preso cautelarmente apenas em razão do não


pagamento de fiança, mormente porque já reconhecida a possibilidade de
concessão da liberdade provisória. Paciente assistido pela Defensoria Pública,
portanto presumidamente pobre, sem condições de custear o pagamento.
STJ. 6ª Turma. HC 582.581, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 09/02/2021.

c) Crimes inafiançáveis

Embora os crimes inafiançáveis não admitam a concessão da liberdade provisória com fiança, a
jurisprudência e doutrina majoritária entendem ser possível, diante do caso concreto, admitir a liberdade
provisória sem fiança.

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Crítica: A liberdade provisória com proibição de fiança é fruto de delírio legislativo, fundamentado
na CF, que previu a inafiançabilidade de vários crimes. Trata-se de incoerência da própria CF, pois
aparentemente ela desejava vedar a colocação do acusado em liberdade, todavia ela mesma prevê que
ninguém pode ser preso sem ordem escrita e fundamentada da autoridade competente. Ademais, permitir
a liberdade provisória sem fiança apenas para alguns crimes considerados de maior gravidade, faz com que
eles tenham tratamento mais brando do que os demais delitos (menos graves), já que para estes pode ser
imposta a liberdade com fiança.

Art. 323. Não será concedida fiança:


I - nos crimes de racismo;
II - nos crimes de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, terrorismo
e nos definidos como crimes hediondos;
III - nos crimes cometidos por grupos armados, civis ou militares, contra a ordem
constitucional e o Estado Democrático;

Art. 324. Não será, igualmente, concedida fiança:


I - aos que, no mesmo processo, tiverem quebrado fiança anteriormente concedida
ou infringido, sem motivo justo, qualquer das obrigações a que se referem os arts.
327 e 328 deste Código;
II - em caso de prisão civil ou militar;
III - (revogado);
IV - quando presentes os motivos que autorizam a decretação da prisão preventiva
(art. 312).

1.3.2 Liberdade Provisória com Fiança (arts. 322 a art 349, CPP)

Cabível após a prisão em flagrante, quando inadequada ou incabível a preventiva, com a imposição
de qualquer outra medida que o juiz julgar necessária, por ele entender ser desnecessária a fiança. (ex.:
crimes de tráfico).

ATENÇÃO: Como o objetivo da lei foi revitalizar a fiança, o juiz concede a liberdade provisória com
ou sem fiança, mas se for dar sem fiança, que aplique uma das medidas cautelares diversas da prisão.

Diante de tais classificações, podemos chegar às seguintes hipóteses sobre a Liberdade Provisória:

(1) Liberdade provisória com vinculação (e com fiança): São os casos onde a liberdade provisória é
concedida com fiança e o acusado fica vinculado a determinadas condições.

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(2) Liberdade provisória com vinculação (e sem fiança): São os casos onde a liberdade provisória é
concedida sem fiança, mas o acusado fica vinculado a comparecer aos atos processuais bem como
outras medidas cautelares que o juiz entender adequadas, caso em que, descumpridas, poderá ser
decretada a preventiva, com base no descumprimento das cautelares (art. 282, §4º CPP). Ex.: Infrações
de menor potencial ofensivo, desde que o acusado se comprometa a comparecer ao JECRIM (art. 69,
parágrafo único da Lei 9.099/95).

Lei 9.099/95 Art. 69, Parágrafo único. Ao autor do fato que, após a lavratura do
termo, for imediatamente encaminhado ao juizado ou assumir o compromisso de
a ele comparecer, não se imporá prisão em flagrante, nem se exigirá fiança. Em
caso de violência doméstica, o juiz poderá determinar, como medida de cautela,
seu afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a vítima.

(3) Liberdade provisória sem vinculação (e sem fiança): Crimes que não preveem pena privativa de
liberdade isolada, cumulativa ou alternativamente, pois nestes casos, o réu não estará vinculado ao
processo e a ele não poderão ser impostas medidas cautelares diversas da prisão, por conta do art. 283,
§1º do CPP. Era a hipótese em que o réu se “livrava solto”.

Art. 283, § 1o As medidas cautelares previstas neste Título não se aplicam à infração
a que não for isolada, cumulativa ou alternativamente cominada pena privativa de
liberdade.

Renato Brasileiro não concorda com essa hipótese, visto que não há previsão neste sentido. A única
previsão que há é de liberdade provisória sem fiança ou outra medida cautelar é no caso de presença de
excludentes de ilicitude. Para Pacelli isso não é mais hipótese de “liberdade provisória”.

Obs.: Não existe liberdade provisória com fiança e sem vinculação! Isso porque, se o indivíduo afiançado não
comparecer perante a autoridade todas as vezes que for intimado para atos do inquérito e da instrução
criminal e para o julgamento, a fiança será tida como QUEBRADA!

ATENÇÃO! (Im)possibilidade de dispensa de fiança pelo Delegado de Polícia ao conduzido pobre

Por força do princípio constitucional da isonomia e do princípio pro homine, a situação econômica do
conduzido pobre não pode funcionar como óbice para fins de concessão de liberdade provisória, sob pena
de criminalização do vulnerável pela sua hipossuficiência socioeconômica. Essa grave circunstância
consagra a desigualdade de tratamento entre o pobre e o não pobre. Aquele, ao revés da liberdade paga,
deverá aguardar encarcerado o provimento judicial, exclusivamente, pelo fator da sua condição vulnerante,

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de acordo com a interpretação puramente literal do art. 325, §1º, inc. I do CPP. Como é cediço no mundo
jurídico, a interpretação gramatical é a mais pedestre para extrair o conteúdo, significado e o alcance da
norma. Simplesmente é um ponto de partida para descobrir a vontade da norma. Dessa forma, muito
embora, o artigo expressamente não franqueie ao Delegado de Polícia a prerrogativa de dispensar a fiança
do conduzido miserável, essa posição não se sustenta consoante uma interpretação sistemática e
prospectiva do diploma processual. Nesse horizonte há força normativa suficiente para viabilizar a dispensa
da fiança concedida pelo Delegado de Polícia. Primeiramente, o dispositivo remete o intérprete ao art. 350
do diploma processual, o qual estabelece a previsão de dispensa da fiança pelo Magistrado. Dessa forma é
perfeitamente viável a utilização de analogia para estender a possibilidade de concessão de posição jurídica
da vantagem ao indiciado pobre pelo Delegado. O art. 3° do CPP assevera que a lei processual penal admitirá
a aplicação da analogia. Ainda que não fosse a analogia a melhor técnica, com a reforma pela Lei nº 12.403/11
a atribuição para se arbitrar fiança está disposta no art. 322 do CPP, que faz alusão ao Delegado de Polícia e
ao Magistrado, e não o art. 350, do CPP. Esta aparente antinomia é resolvida com a leitura do art. 350 do CPP
como a sede legal da forma ou instrumento vinculante da liberdade provisória, quando faz alusão aos arts.
327 e 328, ambos do CPP, qual seja a assunção do compromisso de comparecer aos atos do inquérito ou
processo. A referência no art. 327 do CPP a "inquérito" e "instrução criminal", denuncia serem seus
presidentes os responsáveis pela decisão da liberdade provisória por dispensa e vinculada, respectivamente
ao compromisso assumido perante o Delegado de Polícia e o Juiz. De mais a mais, respeitável doutrina
processual já se manifestou no sentido de declarar a inconstitucionalidade por omissão do art. 350 do CPP.
Nesse sentido as lições do professor Gustavo Grandinetti: “a conclusão, portanto, é de que a restrição do art.
350 do Código, que exclui o Delegado de Polícia como autoridade competente para isentar a prestação de
fiança (...) é inconstitucional. Não é o que está na norma que viola a constituição, mas o seu silêncio: a
omissão quanto à possibilidade de o Delegado conceder a isenção da fiança. Portanto, a hipótese aponta
para a adição do que foi omitido, para que a norma se torne conforme a Constituição.” (Processo Penal e
Constituição).

Entretanto, majoritariamente entende-se que a norma é direcionada ao juiz, sendo VEDADO ao Delegado
a dispensa da fiança.

2. FIANÇA

a) Conceito:

Fiança é uma caução em dinheiro ou outros bens (garantia real), prestada em favor do indiciado ou
réu para que ele possa responder ao inquérito ou ao processo em liberdade, devendo, em contrapartida,
cumprir determinadas obrigações processuais, sob pena de a fiança ser considerada quebrada e ele ser preso
cautelarmente.

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b) Natureza jurídica:

Trata-se de uma espécie de medida cautelar (art. 319, VIII, do CPP).

Observação:
Há doutrina que sustenta a natureza híbrida da fiança, visto que, além de medida cautelar, pode ser
vista sob a perspectiva de contracautela, sendo esta a modalidade que o Delegado de Polícia poderia
conceder à luz do art. 322, CPP.
Contudo, diante da ordem constitucional atual, na qual prevalece a presunção de não culpabilidade,
e consequente excepcionalidade da restrição da liberdade, há críticas doutrinárias sob essa última natureza
da fiança.

A fiança pode ser fixada isoladamente ou em conjunto com outras medidas cautelares previstas no
art. 319 do CPP, a fim de que seja evitada a prisão preventiva.

Art. 319, VIII- fiança, nas infrações que a admitem, para assegurar o
comparecimento a atos do processo, evitar a obstrução do seu andamento ou em
caso de resistência injustificada à ordem judicial.

c) Finalidades:

1ª) Conveniência da instrução criminal;


2ª) Fiel aplicação da lei penal.

Isso fica claro quando observarmos as hipóteses previstas no inciso VIII, que são:
 assegurar o comparecimento,
 evitar a obstrução do processo e
 resistência injustificada.

Segundo já decidiu o STJ, “o instituto da fiança tem por finalidade a garantia do


juízo, assegurando a presença do acusado durante a persecução criminal e o bom
andamento do feito. Interpretando sistematicamente a lei, identifica-se uma
finalidade secundária na medida, que consiste em assegurar o juízo também para
o cumprimento de futuras obrigações financeiras.” (STJ. 6ª Turma. RHC 42.049/SP,
Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 17/12/2013).

d) Momento de concessão:

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A fiança pode ser concedida durante o inquérito policial ou no curso do processo criminal, enquanto
não tiver transitado em julgado a sentença condenatória (art. 334).
Ao contrário do que ocorria antes da Lei n.º 12.403/2011, atualmente, a fiança não é concedida
apenas nos casos em que o agente foi preso em flagrante. Assim, hoje em dia é possível o arbitramento de
fiança como forma de substituir a prisão preventiva ou até para evitar que esta seja decretada.
Dessa forma, é plenamente possível que a fiança seja imposta para um indiciado ou réu que esteja
em liberdade. Ex.: o MP requer a prisão preventiva do acusado sob o argumento de que há indícios de ele
pretende fugir (risco à aplicação da lei penal); o juiz, analisando as circunstâncias, entende que os elementos
apontados são frágeis e que é possível desestimular eventual fuga impondo uma fiança alta; com isso, evita-
se a decretação da prisão, por ser esta medida extrema e excepcional.

 A fiança pode ser concedida sem prévia oitiva do MP?


R.: SIM. A fiança pode ser arbitrada independentemente de audiência prévia do Ministério Público.
Após a eventual concessão, este terá vista do processo a fim de requerer o que julgar conveniente (art. 333
do CPP).

e) Legitimidade para concessão:

DELEGADO DE POLÍCIA JUIZ


Em até 24 horas após a prisão em flagrante. A qualquer momento (durante o IP ou no curso do
processo), mesmo que não se trate de prisão em
flagrante.
Desde que a pena máxima prevista seja de até 4 Não importa a pena prevista.
anos.

Assim, se a pessoa for presa em flagrante e o crime tiver pena máxima de 4 anos, o próprio Delegado
poderá arbitrar fiança e o flagranteado será solto. Vale mencionar que não importa se o crime é punido com
detenção ou reclusão.
Exceção: O Delegado de Polícia NÃO pode conceder a fiança na hipótese de flagrante do crime de
descumprimento das medidas protetivas da Lei Maria da Penha, ainda que a pena cominada seja inferior a
4 anos, por expressa vedação legal (art. 24-A).

Art. 24-A. Descumprir decisão judicial que defere medidas protetivas de urgência
previstas nesta Lei:
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos.
§ 1º A configuração do crime independe da competência civil ou criminal do juiz
que deferiu as medidas.

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§ 2º Na hipótese de prisão em flagrante, apenas a autoridade judicial poderá


conceder fiança.
§ 3º O disposto neste artigo não exclui a aplicação de outras sanções cabíveis.

Por outro lado, se o crime tiver pena superior a 4 anos, o flagranteado deverá requerer a concessão
da fiança ao juiz, que decidirá o pedido em até 48 horas (art. 322, §único).
Para saber se poderá ou não conceder a fiança, o Delegado de Polícia deverá levar em consideração
a existência de concurso de crimes, causas de aumento e de diminuição, lado outro, não são valoradas
eventuais agravantes e atenuantes. Ex.: Se o agente tiver praticado dois crimes em concurso material (ambos
com pena máxima de 4 anos), a autoridade policial não poderá conceder a fiança.

f) Valor:

Valor a ser arbitrado Pena máxima for


I - de 1 a 100 salários mínimos de até 4 anos; I - de até 4 anos;
II - de 10 a 200 salários mínimos. II - superior a quatro anos.

Para calcular o valor da fiança segundo esses patamares de pena, a autoridade deverá levar em
consideração eventual concurso de crimes, causas de aumento e de diminuição. Ex.: o agente tiver praticado
dois crimes em concurso (ambos com pena máxima de 4 anos), o valor a ser arbitrado será de 10 a 200
salários mínimos.
Contudo, dependendo da situação econômica do preso (se rico ou pobre), a autoridade poderá:
a) Dispensar a fiança;
b) Reduzir em até 2/3 os valores da tabela acima;
c) Aumentar em até mil vezes os valores da tabela acima.

Atenção! Tanto o magistrado como o Delegado podem reduzir ou aumentar os valores da fiança.
Contudo, a dispensa só pode ser realizada pela autoridade judiciária.

Há diversas críticas em relação a essa restrição (conforme pontuado acima), notadamente à luz do
princípio da isonomia. Isso porque, a pessoa sem condições financeiras iria ao cárcere e teria que aguardar
um posicionamento jurisdicional nas próximas 24 horas. Logo, isso implicaria na penalização da pobreza.
Em decorrência disso, alguns autores sustentam a inconstitucionalidade da restrição por ofensa a isonomia
material, pois o agente que é mais vulnerável e hipossuficiente, ao invés de receber um tratamento mais
benevolente, receberia um tratamento mais rigoroso.

Quais os critérios que devem ser levados em consideração no momento da fixação do valor?

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Art. 326. Para determinar o valor da fiança, a autoridade terá em consideração a


natureza da infração, as condições pessoais de fortuna e vida pregressa do acusado,
as circunstâncias indicativas de sua periculosidade, bem como a importância
provável das custas do processo, até final julgamento.

Logo, temos que, para determinar o valor da fiança, a autoridade levará em consideração:
 a natureza da infração;
 as condições pessoais de fortuna do indiciado/acusado (condições econômicas);
 a sua vida pregressa;
 as circunstâncias indicativas de sua periculosidade;
 o valor provável das custas do processo, até final julgamento.

Atenção (crítica para uma prova discursiva)

A maioria da doutrina entende que esse artigo merece uma filtragem constitucional, pois não se
pode levar em consideração:
1) A vida pregressa: seria a aplicação do direito penal do autor.
2) As custas processuais: ofenderia a presunção de inocência, pois seria uma projeção de uma
eventual condenação.
3) A periculosidade: igualmente ofenderia a presunção de inocência (art. 5º, LVII, CRFB/88).

Conclusão: Deveria ser levado em conta a gravidade da infração e a capacidade financeira do ofendido.
Contudo, ressalta-se que essa interpretação NÃO é abraçada pelos Tribunais Superiores.

Prova objetiva: No caso de uma alternativa que assevere a literalidade do art. 326 deve-se considera-la
correta. Do mesmo modo, uma alternativa que diga serem critérios de fixação da fiança a condição do
imputado e a gravidade da infração penal, também deverá ser considerada correta.
Prova discursiva: Trazer a crítica doutrinária acima.

Sobre o tema, destaca-se a jurisprudência recente:

Concessão de liberdade provisória sem fiança a flagranteado assistido pela


Defensoria Pública. 1. Afigura-se irrazoável manter o réu preso cautelarmente
apenas em razão do não pagamento de fiança, mormente porque já reconhecida a
possibilidade de concessão da liberdade provisória. Paciente assistido pela
Defensoria Pública, portanto presumidamente pobre, sem condições de custear o

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pagamento. 2. Agravo regimental improvido. (AgRg no HC 582.581/GO, Rel.


Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, SEXTA TURMA, julgado em 09/02/2021, DJe
18/02/2021)

Por fim, atenção a previsão específica do CDC sobre a matéria:

Art. 79. O valor da fiança, nas infrações de que trata este Código, será fixado pelo
juiz, ou pela autoridade que presidir o inquérito, entre cem e duzentas mil vezes o
valor do Bônus do Tesouro Nacional - BTN, ou índice equivalente que venha
substituí-lo.
Parágrafo único - Se assim recomendar a situação econômica do indiciado ou réu,
a fiança poderá ser:
a) reduzida até a metade de seu valor mínimo;
b) aumentada pelo Juiz até vinte vezes.

g) Crimes inafiançáveis:

O art. 323 do CPP prevê alguns crimes que NÃO admitem fiança:
. Racismo;
. Tortura;
. Tráfico de drogas;
. Terrorismo;
. Crimes hediondos;
. Crimes cometidos por ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o
Estado Democrático.

Cabe destacar que os Tribunais Superiores estendem o caráter inafiançável ao crime de injúria racial.

Cumpre registrar, porém, que o STJ, no emblemático AgRg no AREsp 686.965/DF,


Rel. Ministro Ericson Maranho (Desembargador Convocado do TJ/SP), Sexta Turma,
julgado em 18/08/2015, DJe 31/08/2015, na esteira da doutrina de Guilherme de
Souza Nucci, entendeu que a injúria racial é “um delito no cenário do racismo,
portanto, imprescritível, inafiançável e sujeito à pena de reclusão.”, entendimento
esse repetido no AgRg no AREsp 734.236/DF, Rel. Ministro Nefi Cordeiro, Sexta
Turma, julgado em 27/02/2018, DJe 08/03/2018.

h) Inadmissibilidade da fiança:

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O art. 324 do CPP prevê algumas situações nas quais NÃO se pode conceder fiança:
. Se o réu, no mesmo processo, tiver quebrado fiança anteriormente concedida ou infringido, sem
motivo justo, qualquer das obrigações impostas no arts. 327 e 328 do CPP;
. Em caso de prisão civil ou militar;
. Se estiverem presentes os motivos que autorizam a decretação da prisão preventiva, segundo o art.
312.

i) Obrigações:

O indiciado/réu que recebeu o benefício deverá assinar um termo de fiança se comprometendo a


assumir as seguintes obrigações:
i. Comparecer perante a autoridade (policial ou judiciária) todas as vezes que for intimado para atos
do inquérito e da instrução criminal e para o julgamento;
ii. Não mudar de residência sem prévia permissão da autoridade processante;
iii. Não se ausentar por mais de 8 dias de sua residência sem comunicar à autoridade processante o
lugar onde será encontrado.

Se o indiciado/réu descumprir as obrigações fixadas, a fiança será considerada quebrada.

j) Quebra da fiança:

Se o indiciado/acusado descumpre determinados deveres impostos pelo CPP ou pela autoridade


judiciária, ele demonstra que não está merecendo a confiança (fidúcia) que lhe foi conferida. Ocorrendo isso,
o magistrado considera que a confiança foi quebrada.

• Consequências
i. perda de metade do valor dado em fiança;
ii. imposição de outras medidas cautelares (art. 319) ou até mesmo a decretação da prisão preventiva
do indiciado/réu se o juiz entender que somente a segregação é suficiente para o caso concreto;
iii. impossibilidade de ser concedida nova fiança ao indiciado/réu neste mesmo processo.

• Hipóteses

Art. 327 - A fiança tomada por termo obrigará o afiançado a comparecer perante a
autoridade, todas as vezes que for intimado para atos do inquérito e da instrução
criminal e para o julgamento. Quando o réu não comparecer, a fiança será havida
como quebrada.

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Art. 328 - O réu afiançado não poderá, sob pena de quebramento da fiança, mudar
de residência, sem prévia permissão da autoridade processante, ou ausentar-se por
mais de 8 (oito) dias de sua residência, sem comunicar àquela autoridade o lugar
onde será encontrado.

Art. 341. Julgar-se-á quebrada a fiança quando o acusado:


I - regularmente intimado para ato do processo, deixar de comparecer, sem motivo
justo
II - deliberadamente praticar ato de obstrução ao andamento do processo;
III - descumprir medida cautelar imposta cumulativamente com a fiança;
IV - resistir injustificadamente a ordem judicial;
V - praticar nova infração penal dolosa.

• Recurso cabível contra a decisão que decretou o quebramento da fiança: recurso em sentido estrito
(art. 581, VII, do CPP).
Segundo o § 3º do art. 584 do CPP, esse RESE terá efeito suspensivo unicamente quanto à perda da
metade do valor da fiança. Em suma, enquanto não for julgado o RESE, não se pode determinar a perda desse
valor, mas as outras consequências do quebramento não ficarão obstadas pelo simples fato de ter sido
interposto o recurso.
Se a decisão que julgar quebrada a fiança for proferida no bojo da sentença penal condenatória, o
réu terá que impugnar o quebramento por meio de apelação.
Se o Tribunal, ao julgar o recurso, reformar a decisão de quebramento, a fiança voltará a subsistir em
todos os seus efeitos e o réu será colocado em liberdade (se houver sido preso em razão do quebramento).

k) Perda da fiança:

Se o acusado for condenado e não se apresentar para o início do cumprimento da pena


definitivamente imposta, haverá a perda da totalidade do valor da fiança (art. 344).
Vale ressaltar que a perda ocorre mesmo que a pena imposta tenha sido restritiva de direitos ou de
multa. Não compareceu para cumprimento da pena (qualquer que seja ela), haverá a perda do valor integral
da fiança.

É possível ao magistrado a fixação de outras condições para o sursis, além daquelas


obrigatórias previstas nos incisos do § 1º do art. 89 da Lei 9.099/95, desde que
adequadas ao fato e à situação pessoal do acusado. Essa liberdade de fixação de
outras condições (art. 89, § 2º da lei 9.099/95) permite ao magistrado que imponha
o perdimento do valor da fiança como forma equivalente à prestação pecuniária.
STJ. 6ª Turma. RHC 53172/PR, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 17/12/2015
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l) Cassação da fiança:

A cassação consiste na anulação ou cancelamento da fiança concedida indevidamente ou que


atualmente não é mais possível. Quando a fiança é cassada, diz-se que ela foi julgada inidônea ou sem efeito.
A cassação somente pode ser determinada pela autoridade judiciária.

• Hipóteses:
i. percebeu-se que houve um equívoco e que a fiança não era cabível naquele caso (art. 338). Ex.:
concedida fiança para réu acusado de tráfico de drogas;
ii. houve uma inovação na classificação do delito e este passou a ser um crime inafiançável. Ex.:
autoridade policial indiciou o réu por determinado delito e o Promotor de Justiça o denunciou por
outro mais grave e inafiançável;
iii. houve um aditamento da denúncia, fazendo com que a concessão da fiança passasse a ser inviável.
Ex.: réu foi denunciado por homicídio simples; posteriormente, o MP adita a denúncia para incluir
uma qualificadora, passando a ser um caso de crime hediondo.

• Consequências:
i. devolução do valor da fiança a quem prestou;
ii. possibilidade de o juiz decretar outras medidas cautelares que se façam necessárias, dentre elas a
prisão preventiva.

• Recurso cabível contra a decisão que decretou o quebramento da fiança: recurso em sentido estrito
(art. 581, V, do CPP).

Art. 581. Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão, despacho ou sentença:


V - que conceder, negar, arbitrar, cassar ou julgar inidônea a fiança, indeferir
requerimento de prisão preventiva ou revogá-la, conceder liberdade provisória ou
relaxar a prisão em flagrante;

m) Reforço da fiança:

Reforço da fiança é o aumento do valor caucionado ou do valor dos bens oferecidos em garantia.

• Hipóteses (art. 340):


i. a autoridade tomar, por engano, fiança insuficiente;

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ii. houver depreciação material ou perecimento dos bens hipotecados ou caucionados, ou depreciação
dos metais ou pedras preciosas;
iii. for inovada a classificação do delito.

• Consequências do não cumprimento: se o réu não reforçar a fiança quando exigido, a fiança outrora
concedida ficará sem efeito e o juiz poderá decretar outras medidas cautelares, até mesmo a sua
prisão preventiva.

• Recurso: recurso em sentido estrito (art. 581, V, do CPP).

n) Destinação

Art. 337. Se a fiança for declarada sem efeito ou passar em julgado sentença que
houver absolvido o acusado ou declarada extinta a ação penal, o valor que a
constituir, atualizado, será restituído sem desconto, salvo o disposto no parágrafo
único do art. 336 deste Código.”

Após o trânsito em julgado da decisão, deve ser dada a destinação da fiança, a qual irá depender da
espécie de sentença prolatada:

ESPÉCIE DE SENTENÇA DESTINAÇÃO DA FIANÇA


Sentença absolutória. O valor da fiança será devolvido sem qualquer
desconto (art. 337).
Sentença foi condenatória e o réu apresentou-se O valor da fiança será devolvido, sendo, contudo,
para cumprir a pena imposta. descontado o valor das custas, da multa, da
prestação pecuniária e da reparação do dano (art.
336).
Sentença foi condenatória, mas o réu não se O valor da fiança será perdido em sua totalidade
apresentou para cumprir a pena imposta. (art. 344).
Sentença foi condenatória em crime de lavagem de O valor da fiança será perdido em sua totalidade
dinheiro (tenha ou não se apresentado para cumprir (art. 7º, I, da Lei 9.613/98).
a pena).
Sentença de extinção da punibilidade. O valor da fiança será devolvido sem qualquer
desconto (art. 337).
Sentença de extinção da punibilidade pela O valor da fiança será devolvido, sendo, contudo,
prescrição da pretensão executória. descontado o valor das custas, da multa, da

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prestação pecuniária e da reparação do dano (art.


336, parágrafo único).

Assim, em caso de condenação, os valores e bens oferecidos na fiança poderão ser utilizados para
pagamento de:
 custas processuais;
 prestação pecuniária;
 multa;
 indenização do dano.

O restante do valor das fianças quebradas ou perdidas será destinado ao Fundo Penitenciário
Nacional (FUNPEN), nos termos do art. 2º, VI, da LC 79/94.

o) Execução:

Nos casos em que a fiança tiver sido prestada por meio de hipoteca, a execução será promovida no
juízo cível pelo órgão do Ministério Público (art. 348).
Se a fiança consistir em pedras, objetos ou metais preciosos, o juiz determinará a venda por leiloeiro
ou corretor (art. 349).

Atenção!

(1) Enunciado 20 da I Jornada de Direito Penal e Processo Penal CJF/STJ: Em caso de hipossuficiência, o não
pagamento da fiança não pode ser motivo legítimo a impedir a concessão da liberdade provisória.

(2) HC 568.693-STJ:
STJ mandou soltar presos que tiverem liberdade provisória condicionada à fiança4
Para reduzir a propagação do coronavírus, a 3ª Seção do Superior Tribunal de Justiça, por
unanimidade, concedeu, nesta quarta-feira (14/10), Habeas Corpus coletivo para soltar todos os presos que
tiverem a liberdade provisória condicionada ao pagamento da fiança.
A Defensoria Pública do Espírito Santo impetrou HC coletivo em favor de todos aqueles a quem foi
concedida liberdade provisória condicionada ao pagamento da fiança no estado. Segundo a entidade, o
combate ao coronavírus exige a soltura de tais detentos.
O relator do caso, ministro Sebastião Reis Jr., afirmou que, diante da Resolução 62/2020 do Conselho
Nacional de Justiça (que sugere a reavaliação de prisões provisórias de idosos ou integrantes do grupo de
risco da Covid-19), não é proporcional manter pessoas presas somente pelo não pagamento de fiança.

4
Fonte: Conjur
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O magistrado destacou que a Organização das Nações Unidas e a Comissão Interamericana de


Direitos Humanos recomendam a adoção de medidas alternativas à prisão para reduzir a propagação do
coronavírus.
Além disso, Reis Jr. lembrou que o Supremo Tribunal Federal, no julgamento da ADPF 347, concluiu
que o sistema prisional brasileiro se encontra em um estado de coisas inconstitucional. Assim, disse o
ministro, é necessário dar imediato cumprimento às recomendações apresentadas no âmbito nacional e
internacional, que preconizam a máxima excepcionalidade das novas ordens de prisão preventiva, inclusive
com a fixação de medidas alternativas à prisão, como medida de contenção da pandemia mundialmente
causada pelo coronavírus (Covid-19).
"O Judiciário não pode se portar como um Poder alheio aos anseios da sociedade, sabe-se do grande
impacto financeiro que a pandemia já tem gerado no cenário econômico brasileiro, aumentando a taxa de
desemprego e diminuindo ou, até mesmo, extirpando a renda do cidadão brasileiro, o que torna a decisão
de condicionar a liberdade provisória ao pagamento de fiança ainda mais irrazoável", apontou o ministro.
Por entender que o quadro do Espírito Santo é semelhante ao dos demais estados, o relator estendeu
os efeitos do HC coletivo a presos de todo o país.

No mesmo sentido:

Afigura-se irrazoável manter o réu preso cautelarmente apenas em razão do não


pagamento de fiança, mormente porque já reconhecida a possibilidade de
concessão da liberdade provisória. Paciente assistido pela Defensoria Pública,
portanto presumidamente pobre, sem condições de custear o pagamento. STJ. 6ª
Turma. HC 582.581, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 09/02/2021.

CAIU EM PROVA:

(Delegado do Estado do Rio de Janeiro 2022): Rosmênio ingressou no estacionamento de um grande


supermercado com a intenção de subtrair um automóvel. De posse do material necessário, abriu um veículo,
fez ligação direta, mas foi impedido de sair do local pela ação dos seguranças. Levado à delegacia de polícia
da circunscrição, a autoridade policial o autuou no crime de furto qualificado tentado, cuja pena privativa de
liberdade é de 2 a 8 anos de reclusão.
Considerando-se o instituto da fiança, é correto afirmar que, nessa situação hipotética, é admissível a
concessão de fiança pela autoridade policial, por se tratar de crime tentado – item considerado correto.

(Delegado do Estado do Rio de Janeiro 2022): Para que haja a possibilidade de quebramento da fiança na
hipótese de nova infração penal dolosa, é necessário o trânsito em julgado do crime posteriormente
verificado, perdendo o acusado o valor integralmente recolhido da caução processual – item considerado
incorreto.
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(Delegado do Estado do Rio Grande do Norte 2021): Mendel foi preso em flagrante pela prática do crime de
furto, punível com pena de reclusão de 1 a 4 anos e multa, constando de sua folha de antecedentes criminais
diversos outros processos pela prática de delitos da mesma natureza. Após Mendel ser apresentado à
autoridade policial, o delegado de polícia poderá deixar de arbitrar fiança, caso presentes requisitos que
autorizem a decretação da prisão preventiva – item considerado correto.

(Delegado Federal 2021): José, réu primário, foi preso em flagrante acusado de ter praticado crime doloso
punível com reclusão de no máximo quatro anos. Na audiência de custódia, o juiz decretou a prisão
preventiva de ofício. No entanto, a defesa de José solicitou, em seguida, a reconsideração da decisão, com
base no argumento de que a conduta do preso era atípica. O juiz acatou a tese e relaxou a prisão. Devido à
pena prevista para o crime praticado por José, delegados ficam vedados a arbitrar a fiança – item considerado
incorreto.

3. MEDIDAS CAUTELARES REAIS (MEDIDAS ASSECURATÓRIAS)

3.1 Conceito

São medidas cautelares de natureza patrimonial que visam resguardar o patrimônio lícito ou ilícito
do acusado para que possa suportar os efeitos da condenação.
Segundo Renato Brasileiro, as medidas cautelares reais têm como objetivo assegurar o confisco como
efeito da condenação, garantir a futura indenização ou reparação à vítima, o pagamento das despesas
processuais ou das penas pecuniárias ao Estado, sendo úteis, ademais, para fins de se evitar que o acusado
se locuplete indevidamente da prática delituosa.
A sentença condenatória transitada em julgado possui dois efeitos básicos e automáticos em relação
ao patrimônio:
1) Tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo delito; e
2) Confisco do produto direito ou indireto de determinado delito.

CP, art. 91: São efeitos da condenação:


I - tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime;
II - a perda em favor da União, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-
fé [confisco]:
a) dos instrumentos do crime, desde que consistam em coisas cujo fabrico,
alienação, uso, porte ou detenção constitua fato ilícito;
b) do produto do crime [direto] ou de qualquer bem ou valor que constitua
proveito [indireto] auferido pelo agente coma prática do fato criminoso”.

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Os dois efeitos genéricos da condenação pressupõem o trânsito em julgado. Como sabido, o trânsito
em julgado poderá ocorrer somente após um longo período de tempo, de modo que há o risco dos bens
desaparecem. É desse contexto que advém o objetivo das medidas assecuratórias conforme descrito no
conceito.
Não obstante a importância das medidas cautelares pessoais (prisão preventiva, prisão temporária e
medidas cautelares diversas da prisão), atualmente há uma mudança de mentalidade para que também seja
dada importância para as cautelares patrimoniais. Elas promovem a “asfixia econômica” de determinados
crimes em razão da possibilidade de controle das organizações criminosas de dentro dos presídios e a rápida
substituição de seus administradores.

O art. 4º, §16º, da Lei 12.850/13 (Lei de Organizações Criminosas) determina que nenhuma medida cautelar
real/assecuratória será determinada apenas com base nas declarações do colaborador:
Art. 4º. § 16. Nenhuma das seguintes medidas será decretada ou proferida com fundamento apenas nas
declarações do colaborador:
I - medidas cautelares reais ou pessoais;

3.2 Jurisdicionalidade

As medidas assecuratórias estão submetidas à cláusula de reserva de jurisdição. Isso porque, trata-
se de um núcleo de direitos e garantias que só pode sofrer restrição mediante autorização judicial. Diante
disso, Ministério Público, Delegado de Polícia e CPI NÃO poderão decretar medidas assecuratórias.

(...) Incompetência da Comissão Parlamentar de Inquérito para expedir decreto de


indisponibilidade de bens de particular, que não é medida de instrução - a cujo
âmbito se restringem os poderes de autoridade judicial a elas conferidos no art. 58,
§ 3º - mas de provimento cautelar de eventual sentença futura, que só pode caber
ao Juiz competente para proferi-la. (...). (STF, Pleno, MS 23.466/DF, Rel. Min.
Sepúlveda Pertence, j. 04/05/20000, DJ 06/04/2001).

3.3 Pressupostos

3.3.1 Fumus boni iuris

Não é possível decretar uma medida cautelar patrimonial se inexistir um mínimo de indícios de que
houve uma prática delituosa.

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CPP, art. 126: Para a decretação do sequestro, bastará a existência de indícios


veementes da proveniência ilícita dos bens.

3.3.2 Periculum in mora

Segundo a doutrina, apesar da redação do CPP, também é necessário demonstrar o “periculum in


mora”. O perigo está presente quando houver um risco de dilapidação do patrimônio do indivíduo.

3.4 Contraditório Prévio x Diferido

Apesar de a doutrina majoritária entender pela necessidade do contraditório prévio, esta não é a
posição dos Tribunais Superiores, que dispensam o contraditório acerca das medidas cautelares de natureza
real.

(...) A manifestação prévia da defesa não ocorre na medida cautelar patrimonial de


sequestro, a qual é determinada inaldita altera pars, em prol da integridade
patrimonial e contra a sua eventual dissipação; sendo o contraditório postergado,
podendo a defesa insurgir-se em oposição a determinação judicial, dispondo dos
meios recursais legais previstos para tanto. Recurso ordinário em mandado de
segurança a que se nega provimento. (STJ, 6ª Turma, RMS 30.172/MT, Rel. Min.
Maria Thereza de Assis Moura, DJe 11/12/2012).

Sequestro é uma medida cautelar, de natureza patrimonial, cabível no processo


penal, por meio da qual o juiz determina a retenção dos bens adquiridos pelo
investigado ou acusado com os proventos (lucros) do crime. Não acarreta nulidade
o deferimento de medida cautelar patrimonial de sequestro sem anterior
intimação da defesa. Na hipótese de sequestro, o contraditório será diferido em
prol da integridade do patrimônio e contra a sua eventual dissipação. Nesse caso,
não se caracteriza qualquer cerceamento à defesa, que tem a oportunidade de
impugnar a determinação judicial, utilizando os instrumentos processuais previstos
na lei para tanto.
STJ. 6ª Turma. RMS 30172-MT, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em
4/12/2012 (Info 513).

3.5 Medidas Assecuratórias em Espécie

São três medidas assecuratórias previstas pelo Código de Processo Penal, quais sejam:
1) Sequestro
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2) Arresto
3) Hipoteca Legal

3.5.1 Sequestro

a) Previsões legais:

Art. 125. Caberá o sequestro dos bens imóveis, adquiridos pelo indiciado com os
proventos da infração, ainda que já tenham sido transferidos a terceiros.

Art. 126. Para a decretação do sequestro, bastará a existência de indícios


veementes da proveniência ilícita dos bens.

Art. 132. Proceder-se-á ao sequestro dos bens móveis se, verificadas as condições
previstas no art. 126, não for cabível a medida regulada no Capítulo Xl do Título Vll
deste Livro.

b) Natureza jurídica do sequestro: tutela cautelar de natureza satisfativa.

c) Conceito:

É uma medida cautelar de natureza patrimonial fundada precipuamente no interesse público


consubstanciado no confisco (CP, art. 91, II, “b”). Secundariamente, há o interesse do ofendido na reparação
do dano causado pelo delito.
Para entender a natureza dos bens sobre os quais recai o sequestro, é importante destacar a
diferença entre produto direto e indireto do crime. Nesse contexto, explica Gustavo Baradó:

“O produto direto, ou simplesmente, produto da infração, "corresponde o


resultado útil imediato da operação delinquencial", como, por exemplo, o veículo
furtado ou um dinheiro roubado. Já o produto indireto, também chamado de
"provento da infração ou proveito do crime", “corresponde o resultado útil
mediato da operação delinquencial", isto é, o benefício obtido pelo delinquente,
decorrente da utilização ou transformação econômica do produto direto do crime.
Continuando no exemplo anterior, seria o numerário obtido com a venda do veículo
furtado, bem assim o imóvel comprado com o dinheiro roubado.”

Assim, o sequestro terá como objeto os bens móveis ou imóveis adquiridos pelo agente com o
provento obtido pela infração penal.
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 Provento do crime consiste no lucro auferido pelo produto direto do crime.


 Pode recair sobre bens móveis ou imóveis.

A única diferença entre os bens móveis ou imóveis é que o sequestro de bens móveis tem um
requisito negativo, qual seja, não ser cabível a apreensão da coisa sequestrada (os bens móveis que são
produto direto do crime serão objeto de apreensão, e não de sequestro). Em outras palavras: na hipótese de
se tratar de bem móvel, sendo ele o produto direto da infração, a medida assecuratória a ser utilizada será
a busca e apreensão, prevista no art. 240, § 1º, b, do CPP.

Bem móvel que é produto direto do crime → Busca e apreensão


Bem móvel que é produto indireto do crime (provento do crime) → Sequestro de bens

Ressalta-se que, em regra, o sequestro recairá sobre o patrimônio ilícito do indivíduo. Tanto é que a
própria lei elenca que, para incidir a medida de sequestro, basta a existência de indícios veementes de que
os bens tenham sido adquiridos com a prática criminosa (referibilidade).

Referibilidade das medidas cautelares reais

A referibilidade indica que, para a decretação da medida cautelar de natureza patrimonial, é necessário
demonstrar que os bens são produtos ilícitos.

Especificamente quanto ao crime de lavagem de capitais, o art. 4º, I, da Lei 9.613/98, deixa entrever que
essa referibilidade é dupla, porquanto alcança tanto o proveito da lavagem de capitais quanto da infração
antecedente.

Todavia, excepcionalmente, o sequestro poderá recair sobre o patrimônio lícito quando os bens não
forem encontrados ou estiverem localizados no exterior:

CP, art. 91: “(...). § 1º: Poderá ser decretada a perda de bens ou valores equivalentes
ao produto ou proveito do crime quando estes não forem encontrados ou quando
se localizarem no exterior.
§ 2º: Na hipótese do § 1º, as medidas assecuratórias previstas na legislação
processual poderão abranger bens ou valores equivalentes do investigado ou
acusado para posterior decretação de perda” (Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012).

Nas palavras do professor Renato Brasileiro (2020):

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“O sequestro pode ser compreendido como uma medida cautelar de natureza


patrimonial, fundada, precipuamente, no interesse público consubstanciado no
ulterior perdimento de bens como efeito da condenação (confisco), e,
secundariamente, no interesse privado do ofendido na reparação do dano causado
pela infração penal, que recai sobre bens ou valores adquiridos pelo investigado ou
acusado com os proventos da infração, podendo incidir sobre bens móveis e
imóveis, ainda que em poder de terceiros, valendo ressaltar que, na hipótese de o
produto ou proveito do crime não ser encontrado ou se localizar no exterior,
também poderá recair sobre bens ou valores equivalentes de origem lícita (CP, art.
91, §§ 1º e 2º, com redação dada pela Lei nº 12.694/12).

Cuida-se de medida assecuratória da competência do juízo penal, que visa


assegurar a indisponibilidade de bens móveis ou imóveis adquiridos com o
proveito extraído da infração penal. Portanto, em se tratando de bens móveis ou
imóveis adquiridos pelo agente com o proveito obtido pela infração penal, a
medida assecuratória a ser utilizada será o sequestro”

d) Titularidade dos bens:

O sequestro pode ter como objeto bens que estejam sob a titularidade do próprio autor da infração ou
bens que estejam sob a titularidade de terceiros, inclusive aqueles que tiverem adquirido os bens do autor do
delito a título oneroso.
 No caso de os bens estarem sob a titularidade de terceiro, este pode apresentar embargos à medida
de sequestro, alegando que o bem fora adquirido de boa fé e a título oneroso.

Art. 130. O sequestro poderá ainda ser embargado:


II - pelo terceiro, a quem houverem os bens sido transferidos a título oneroso, sob
o fundamento de tê-los adquirido de boa-fé.

e) Legitimados:

i. Juiz de oficio;
ii. Requerimento do MP;
iii. Requerimento do ofendido;
iv. Representação do delegado de polícia.

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Art. 127. O juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou do ofendido, ou


mediante representação da autoridade policial, poderá ordenar o sequestro, em
qualquer fase do processo ou ainda antes de oferecida a denúncia ou queixa.

Atenção em provas discursivas!

Embora a letra da lei preveja que o juiz pode decretar o sequestro de bens de ofício durante a fase
do processo, a doutrina majoritária entende que tal postura NÃO é mais possível em razão da
incompatibilidade com toda a sistemática adotada pelo Pacote Anticrime (art. 3º-A, art. 282, §§2º e 4º,
e art. 311, CPP), operando-se uma revogação tácita acerca da expressão “juiz, de ofício”.
Dessa forma, por conta de forçosa interpretação sistemática, o sequestro de bens somente
poderia ser possível a partir do requerimento do MP, da vítima (representante legal ou herdeiros) ou
mediante representação da autoridade policial, tendo em vista que a atuação oficiosa do juiz configuraria
manifesta violação ao sistema acusatório.

Logo, esse deve ser o posicionamento adotado numa questão discursiva. Contudo, em se tratando de
questão objetiva que traga a letra fria da lei, o ideal é assinalar como verdadeira a questão que diz que o
magistrado pode, de ofício, decretar o sequestro de bens, em razão da leitura simples do art. 127 do CPP.

f) Impugnação:

A defesa é feita por meio de embargos, que podem ser opostos pelo próprio autor da prática, pelo
terceiro que tiver adquirido bens daquele ou por outros terceiros que sejam atingidos.

Art. 130. O seqüestro poderá ainda ser embargado:


I - pelo acusado, sob o fundamento de não terem os bens sido adquiridos com os
proventos da infração;
II - pelo terceiro, a quem houverem os bens sido transferidos a título oneroso, sob
o fundamento de tê-los adquirido de boa-fé.
Parágrafo único. Não poderá ser pronunciada decisão nesses embargos antes de
passar em julgado a sentença condenatória.

Obs.: Embora o acusado possa interpor embargos em face do sequestro, ele não pode pleitear a
extensão do sequestro aos demais corréus. Confira:

Ilegitimidade do corréu para ajuizar medida cautelar de sequestro de bens dos


demais corréus. João, Pedro e Tiago foram denunciados pela prática de sonegação
fiscal (art. 1º, I, da Lei nº 8.137/90). O Ministério Público requereu ao juiz e foi
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autorizado o sequestro dos bens somente do réu João, com base no Decreto-Lei
3.240/41: Art. 1º Ficam sujeitos a sequestro os bens de pessoa indiciada por crime
de que resulta prejuízo para a fazenda pública, ou por crime definido no Livro II,
Títulos V, VI e VII da Consolidação das Leis Penais desde que dele resulte
locupletamento ilícito para o indiciado. João, inconformado pelo fato de que
apenas os seus bens foram atingidos pela decisão, impetrou mandado de segurança
pedindo que os bens dos outros réus (Pedro e Tiago) também fossem sequestrados.
Alegou que a medida constritiva deveria ter recaído sobre os bens de todos os
acusados, sob pena de ofensa aos princípios da isonomia e da proporcionalidade.
O mandado de segurança terá êxito? NÃO. O corréu — partícipe ou coautor — que
teve seus bens sequestrados no âmbito de denúncia por crime de que resulta
prejuízo para a Fazenda Pública (DL 3.240/41) não tem legitimidade para postular
a extensão da constrição aos demais corréus, mesmo que o Ministério Público
tenha pedido a medida cautelar de sequestro de bens somente em relação
àquele. STJ. 6ª Turma. RMS 48619-RS, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura,
julgado em 15/9/2015 (Info 570).

g) Levantamento/Cancelamento:

Art. 131. O sequestro será levantado:


I - se a ação penal não for intentada no prazo de sessenta dias, contado da data em
que ficar concluída a diligência;
II - se o terceiro, a quem tiverem sido transferidos os bens, prestar caução que
assegure a aplicação do disposto no art. 74, II, b, segunda parte, do Código Penal;
III - se for julgada extinta a punibilidade ou absolvido o réu, por sentença transitada
em julgado.

Levantamento do sequestro é a perda da eficácia da medida constritiva. O CPP elenca algumas


possibilidades de levantamento:

(1) Não ajuizamento da ação penal em 60 dias (se anterior ao processo)


• Decretado o sequestro na fase investigatória, a denúncia ou queixa deverá ser oferecida dentro
do prazo de 60 dias a contar da conclusão da diligência, sob pena de levantamento do sequestro
(Cuidado: o prazo não é contado do deferimento da medida)
• De acordo com a jurisprudência, o prazo de sessenta dias pode ser relativizado com base no
princípio na proporcionalidade.

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(...) Realizada a constrição dos bens em 22.8.2003, o oferecimento da denúncia


depois de transcorrido mais de sete anos do bloqueio, sem previsão para o término
do processo, configura constrangimento ilegal a determinar a concessão de habeas
corpus de ofício para liberação dos bens apreendidos. (…) Habeas corpus concedido
de ofício para determinar a liberação dos bens apreendidos, mediante a nomeação
de seu legítimo proprietário como depositário. (STJ, 6ª Turma, REsp 865.163/CE,
Rel. Min. Og Fernandes, DJe 01/07/2011).

(2) Caução prestada por terceiro - A caução poderá ser prestada por qualquer meio (não necessariamente
dinheiro).

(3) Sentença absolutória e de extinção de punibilidade


Pela leitura do dispositivo, o levantamento só seria cabível quando a sentença absolutória ou a
decisão declaratória da extinção da punibilidade transitasse em julgado.
Todavia, para a doutrina, condicionar o levantamento do sequestro ao trânsito em julgado da
sentença penal condenatória carece de razoabilidade. Fundamentos:
∘ Os recursos não são dotados de efeito suspensivo - A apelação contra sentença absolutória e o RESE
contra a extinção da punibilidade não são dotados de efeito suspensivo, o que significa dizer que tais
decisões produzem efeitos de imediato, pouco importando a interposição de recurso.
∘ A cognição sumária não pode prevalecer sobre a cognição exauriente - Ora, não faz sentido decretar
uma cautelar com base em um juízo de cognição sumária, e não a levantar diante de uma decisão de
caráter exauriente (decisão que absolve ou extingue a punibilidade).
∘ A acessoriedade deve seguir o principal - Se o sequestro é uma medida cautelar, traz consigo a nota
da acessoriedade, devendo seguir, portanto, a sorte do principal. Logo, se o acusado foi absolvido ou
se foi declarada extinta a punibilidade, a medida cautelar deve ser levantada de imediato,
independentemente do trânsito em julgado dessa decisão (esse mesmo raciocínio se aplica às
hipóteses de arquivamento do inquérito policial ou rejeição da peça acusatória).

(4) Procedência dos embargos - Para além das três hipóteses apontadas pelo CPP, a doutrina costuma citar
a procedência dos embargos como mais uma forma de levantamento do sequestro.

Na hipótese de não levantamento do sequestro no curso do processo penal, sobrevindo sentença


condenatória, a medida cautelar será absorvida por essa decisão. Portanto, por ocasião da sentença
condenatória, incumbe ao magistrado fazer menção ao destino a ser dado aos bens sequestrados (art. 387,
§1º, CPP).

Sequestro e a Lei 13.964/19:

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Antes da L. 13.964/19 Depois da L. 13.964/19


Art. 133. Transitada em julgado a sentença Art. 133. Transitada em julgado a sentença
condenatória, o juiz, de ofício ou a requerimento do condenatória, o juiz, de ofício ou a requerimento do
interessado, determinará a avaliação e a venda dos interessado ou do Ministério Público, determinará a
bens em leilão público. avaliação e a venda dos bens em leilão público cujo
perdimento tenha sido decretado.
Parágrafo único. Do dinheiro apurado, será § 1º Do dinheiro apurado, será recolhido aos cofres
recolhido ao Tesouro Nacional o que não couber ao públicos o que não couber ao lesado ou a terceiro
lesado ou a terceiro de boa-fé. de boa-fé.
§ 2º O valor apurado deverá ser recolhido ao Fundo
Penitenciário Nacional, exceto se houver previsão
diversa em lei especial.

Considerações importantes sobre a avaliação e leilão dos bens:


• Exige o trânsito em julgado da sentença condenatória;
• Pode ser de ofício ou mediante requerimento do interessado ou do MP;
• Não é mais preciso esperar 90 dias para promover a alienação, seguindo, portanto, o
regramento do art. 122.

A novidade aqui fica por conta de que o valor apurado com o leilão dos bens apreendidos deverá ser
recolhido ao Fundo Penitenciário Nacional, exceto previsão diversa em lei especial, o que impõe a aplicação
dos recursos na melhoria do sistema penitenciário. Antes da reforma, o dinheiro apurado era recolhido ao
Tesouro Nacional.
Assim, os bens cuja perda fora decretada em favor da União, na forma do art. 91, II, “a” e “b”, do
Código Penal, devem ser leiloados, após o trânsito em julgado da sentença condenatória e, deduzidos os
valores pertencentes ao lesado ou ao terceiro de boa-fé, o saldo deverá ser direcionado ao Fundo
Penitenciário Nacional. Ressalva-se, é claro, a possibilidade de alienação antecipada, ou seja, antes do
trânsito em julgado, desde que preenchidos os requisitos do art. 144-A do CPP.

Art. 144-A. O juiz determinará a alienação antecipada para preservação do valor


dos bens sempre que estiverem sujeitos a qualquer grau de deterioração ou
depreciação, ou quando houver dificuldade para sua
manutenção. (Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012)
§ 1o O leilão far-se-á preferencialmente por meio eletrônico.
§ 2o Os bens deverão ser vendidos pelo valor fixado na avaliação judicial ou por
valor maior. Não alcançado o valor estipulado pela administração judicial, será
realizado novo leilão, em até 10 (dez) dias contados da realização do primeiro,

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podendo os bens ser alienados por valor não inferior a 80% (oitenta por cento) do
estipulado na avaliação judicial.
§ 3o O produto da alienação ficará depositado em conta vinculada ao juízo até a
decisão final do processo, procedendo-se à sua conversão em renda para a União,
Estado ou Distrito Federal, no caso de condenação, ou, no caso de absolvição, à sua
devolução ao acusado.
§ 4o Quando a indisponibilidade recair sobre dinheiro, inclusive moeda
estrangeira, títulos, valores mobiliários ou cheques emitidos como ordem de
pagamento, o juízo determinará a conversão do numerário apreendido em moeda
nacional corrente e o depósito das correspondentes quantias em conta
judicial.
§ 5o No caso da alienação de veículos, embarcações ou aeronaves, o juiz ordenará
à autoridade de trânsito ou ao equivalente órgão de registro e controle a expedição
de certificado de registro e licenciamento em favor do arrematante, ficando este
livre do pagamento de multas, encargos e tributos anteriores, sem prejuízo de
execução fiscal em relação ao antigo proprietário.
§ 6o O valor dos títulos da dívida pública, das ações das sociedades e dos títulos de
crédito negociáveis em bolsa será o da cotação oficial do dia, provada por certidão
ou publicação no órgão oficial.

h) Utilização provisória dos bens sequestrados (inserido pela Lei 13.964/19)

Art. 133-A. O juiz poderá autorizar, constatado o interesse público, a utilização de


bem sequestrado, apreendido ou sujeito a qualquer medida assecuratória pelos
órgãos de segurança pública previstos no art. 144 da Constituição Federal, do
sistema prisional, do sistema socioeducativo, da Força Nacional de Segurança
Pública e do Instituto Geral de Perícia, para o desempenho de suas
atividades. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
§ 1º O órgão de segurança pública participante das ações de investigação ou
repressão da infração penal que ensejou a constrição do bem terá prioridade na
sua utilização. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
§ 2º Fora das hipóteses anteriores, demonstrado o interesse público, o juiz poderá
autorizar o uso do bem pelos demais órgãos públicos. (Incluído pela Lei nº
13.964, de 2019) (Vigência)
§ 3º Se o bem a que se refere o caput deste artigo for veículo, embarcação ou
aeronave, o juiz ordenará à autoridade de trânsito ou ao órgão de registro e
controle a expedição de certificado provisório de registro e licenciamento em favor
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do órgão público beneficiário, o qual estará isento do pagamento de multas,


encargos e tributos anteriores à disponibilização do bem para a sua utilização, que
deverão ser cobrados de seu responsável. (Incluído pela Lei nº 13.964, de
2019) (Vigência)
§ 4º Transitada em julgado a sentença penal condenatória com a decretação de
perdimento dos bens, ressalvado o direito do lesado ou terceiro de boa-fé, o juiz
poderá determinar a transferência definitiva da propriedade ao órgão público
beneficiário ao qual foi custodiado o bem. (Incluído pela Lei nº 13.964, de
2019) (Vigência)

Na sistemática adotada pelo art. 133-A do CPP, a utilização de bens sequestrados, apreendidos ou
sujeitos a qualquer medida assecuratória pode ser definida como uma espécie de medida cautelar em que
determinado bem constrito poderá ser utilizado por determinado órgão público, mediante prévia
autorização judicial.
Segundo leciona Renato Brasileiro, “a inclusão do art. 133-A ao Código de Processo Penal pelo Pacote
Anticrime tem como objetivos precípuos emprestar finalidade social, útil e tempestiva a bens que sofreram
algum tipo de constrição patrimonial ou que foram apreendidos, bem como evitar a obsolescência e a ação
corrosiva do tempo sobre esses objetos, suprindo, ademais, uma patente deficiência técnica do aparato
estatal em administrar os bens que estão sob sua custódia em virtude de determinada medida
assecuratória.”.
Ressalta-se que a previsão da utilização provisória dos bens sequestrados já estava prevista na Lei de
Drogas. Inclusive, já existiam precedentes no sentido de que, mesmo quando não se tratasse de crimes
previstos na Lei nº 11.343/06, seria possível o deferimento da utilização de bens apreendidos aos órgãos
públicos.

PENAL E PROCESSO PENAL. RECURSO ESPECIAL. VIOLAÇÃO DO ART. 619 DO CPP.


INEXISTÊNCIA. NOMEAÇÃO COMO DEPOSITÁRIO DO BEM APREENDIDO.
DEFICIÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO. SÚMULA 284/STF. ORIGEM LÍCITA DOS BENS.
IMPOSSIBILIDADE DE REEXAME DE MATÉRIA FÁTICO-PROBATÓRIA. SÚMULA 7/STJ.
UTILIZAÇÃO, POR ÓRGÃO PÚBLICO, DE BEM APREENDIDO. POSSIBILIDADE.
ANALOGIA. (...) 4. Observada, de um lado, a inexistência, no Código de Processo
Penal, de norma condizente à utilização de bens apreendidos por órgãos públicos
e verificada, de outro lado, a existência, no ordenamento jurídico, de norma neste
sentido - art. 61 da Lei n.11.343/2006 -, é possível o preenchimento da lacuna por
meio da analogia, sobretudo se presente o interesse público em evitar a
deterioração do bem. Ademais, a existência, no projeto do novo Código de Processo
Penal (PL n. 8.045/2010), de seção específica a tratar do tema, sob o título "Da
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utilização dos bens por órgãos públicos", demonstra a efetiva ocorrência de lacuna
no Código atualmente em vigor, bem como a clara intenção de supri-la. 5. Recurso
especial parcialmente conhecido e, nessa extensão, improvido. (REsp
1420960/MG, Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, SEXTA TURMA, julgado em
24/02/2015, DJe 02/03/2015)

Passamos à algumas considerações:

• Momento: Após a constrição dos bens (em fase processual ou pré-processual), será possível a
utilização provisória dos bens antes do trânsito em julgado.
 Depois de transitada em julgado a respectiva sentença penal condenatória, é possível que os
bens sejam transferidos definitivamente ao órgão público beneficiário ao qual foi custodiado
o bem.

• Requisitos: Depende de autorização judicial e constatação do interesse público.

• Objeto: Bens constritos em razão de qualquer medida cautelar.

Nas palavras do professor Renato Brasileiro:

De maneira extremamente abrangente, o art. 133-A, caput, do CPP, incluído pela


Lei n. 13.964/19 aponta que serão objeto da medida de utilização os bens
sequestrados, apreendidos ou sujeitos a qualquer medida assecuratória. Destarte,
a cautelar em questão poderá recair sobre bens móveis ou imóveis, produto do
crime (v.g., veículo obtido como pagamento pela venda de mercadoria furtada),
qualquer outro bem ou valor que constitua proveito auferido pelo agente com a
prática delituosa (v.g.: veículo adquirido com o dinheiro obtido com a venda de
armas), e até mesmo sobre os instrumentos utilizados para o cometimento dos
crimes.

Atente-se que a Lei de Drogas prevê somente a possibilidade de a medida incidir sobre os bens que
tenham sido utilizados na prática criminosa, nada dispondo acerca dos bens auferidos em razão dela (produto
ou proveito). Já a nova redação do art. 133-A, ao dispor que a medida se estende a todos os bens sujeitos às
medidas assecuratórias, não faz semelhante restrição.
Dúvida pode surgir em relação à adoção do mesmo procedimento quando se tratarem de bens
relacionados ao tráfico de drogas, seja em razão da lei especial não prever determinação no mesmo sentido,
seja em razão do art. 243, §único, da CF, dispor que todos os bens apreendidos em decorrência do tráfico
ilícito de entorpecentes deverão reverter ao fundo especial com destinação específica, no caso, o FUNAD.
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Crítica: Parte da doutrina já começa a criticar o dispositivo alegando que o mesmo traz para dentro
da polícia uma lógica empresarial.

Referido artigo possui o viés de, constatado o interesse público, permitir ao juiz
autorizar o uso do bem sequestrado, apreendido ou sujeito a qualquer medida
assecuratória pelos órgãos de segurança pública, a fim de auxiliar em suas
atividades de prevenção e repressão a infrações penais. Em seus parágrafos, dá
prioridade de posse aos órgãos que realizaram a constrição do bem, bem como
permite a sua transferência definitiva, quando transitada a sentença penal
condenatória, com a decretação de perdimento. À primeira vista, tal medida parece
ensejar um fortalecimento aos órgãos de segurança pública, os quais teriam um
acréscimo de armas, veículos e outros subsídios que, por vezes, poderiam ser de
boa qualidade, para atuarem no combate ao crime; por outro lado, uma história
parecida já ocorreu na América do Norte, e os resultados não foram aqueles que se
esperavam previamente à implantação do projeto. (O uso do bem apreendido e a
lógica empresarial na polícia. Andrey Henrique Andreolla. Boletim - 317 - Esp. Pac.
Anticrime. IBDCRIM)

Atenção! Importante ressaltar o Decreto 3240/41, sujeita a sequestro os bens de pessoas indiciadas
por crimes de que resulta prejuízo para a Fazenda Pública. In casu não se aplica o CPP e sim o decreto
específico, inclusive há julgado do STJ afirmando o assunto.

AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. PROCESSO PENAL. CAUTELAR DE


SEQUESTRO DE BENS. DECRETO-LEI Nº 3.240/41. NÃO REVOGAÇÃO PELO CPP
SISTEMÁTICA PRÓPRIA. CRIME DE QUE RESULTA PREJUÍZO PARA A FAZENDA
PÚBLICA. CABIMENTO. RECURSO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. De acordo com
reiterados precedentes deste Superior Tribunal de Justiça, o Decreto-lei nº
3.240/41 não foi revogado pelo Código de Processo Penal, tendo sistemática
própria o sequestro de bens de pessoas indiciadas ou denunciadas por crime de
que resulta prejuízo para a Fazenda Pública, sendo certo, outrossim, que o art. 4º
do mencionado diploma dispõe que o sequestro pode recair sobre todo o
patrimônio dos acusados e compreender os bens em poder de terceiros, contanto
que estes os tenham adquirido com dolo ou culpa grave. 2. Agravo regimental a
que se nega provimento. AgRg no REsp 1530872 / BA AGRAVO REGIMENTAL NO
RECURSO ESPECIAL 2015/0109500-5.

Segundo o Decreto:
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Art. 1º Ficam sujeitos a sequestro os bens de pessoa indiciada por crime de que
resulta prejuízo para a fazenda pública, ou por crime definido no Livro II, Títulos V,
VI e VII da Consolidação das Leis Penais desde que dele resulte locupletamento
ilícito para o indiciado.

Art. 2º O sequestro é decretado pela autoridade judiciária, sem audiência da parte,


a requerimento do ministério público fundado em representação da autoridade
incumbida do processo administrativo ou do inquérito policial.
§ 1º A ação penal terá início dentro de noventa dias contados da decretação do
sequestro.
§ 2º O sequestro só pode ser embargado por terceiros.

Art. 3º Para a decretação do sequestro é necessário que haja indícios veementes


da responsabilidade, os quais serão comunicados ao juiz em segredo, por escrito
ou por declarações orais reduzidas a termo, e com indicação dos bens que devam
ser objeto da medida.

Art. 4º O sequestro pode recair sobre todos os bens do indiciado, e compreender


os bens em poder de terceiros desde que estes os tenham adquirido dolosamente,
ou com culpa grave.
Os bens doados após a prática do crime serão sempre compreendidos no
sequestro.
§ 1º Quanto se tratar de bens móveis, a autoridade judiciária nomeará depositário,
que assinará termo de compromisso de bem e fielmente desempenhar o cargo e
de assumir todas as responsabilidades a este inerentes.
§ 2º Tratando-se de imóveis:
1) o juiz determinará, ex-officio, a averbação do sequestro no registro de imóveis;
2) o ministério público promoverá a hipoteca legal em favor da fazenda pública.

Art. 5º Incumbe ao depositário, além dos demais atos relativo ao cargo:


1) informar à autoridade judiciária da existência de bens ainda não compreendidos
no sequestro;
2) fornecer, à custa dos bens arrecadados, pensão módica, arbitrada pela
autoridade judiciária, para a manutenção do indiciado e das pessoas que vivem a
suas expensas;
3) prestar mensalmente contas da administração.

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Art. 6º Cessa o sequestro, ou a hipoteca:


1) se a ação penal não é iniciada, ou reiniciada, no prazo do artigo 2º, parágrafo
único;
2) se, por sentença, transitada em julgado, é julgada extinta a ação ou o réu
absolvido.

Art. 7º A cessação do sequestro, ou da hipoteca, não excluem:


1) tratando-se de pessoa que exerça, ou tenha exercido função pública, à
incorporação, à fazenda pública, dos bens que foram julgados de aquisição
ilegítima;
2) o direito, para a fazenda pública, de pleitear a reparação do dano de acordo com
a lei civil.

Art. 8º Transitada em julgado, a sentença condenatória importa a perda, em favor


da fazenda pública, dos bens que forem produto, ou adquiridos com o produto do
crime, ressalvado o direito de terceiro de boa-fé.

Art. 9º Se do crime resulta, para a fazenda pública, prejuízo que não seja coberto
na forma do artigo anterior, promover-se-á, no juízo competente, a execução da
sentença condenatória, a qual recairá sobre tantos bens quantos bastem para
ressarci-lo.

Art. 10. Esta lei aplica-se aos processos criminais já iniciados na data da sua
publicação.

Comentários sobre o decreto:


. O decreto está em perfeita vigência, pois trata de matéria específica não abordada pelo processo
penal. Coexistem simultaneamente.
. O sequestro e a hipoteca legal previstos no Decreto 3240/41, recaem sobre crimes que resulte
prejuízo à Fazenda Pública e têm como pressuposto a instrumentalidade hipotética.
. Tem como pressuposto específico a existência de um crime que tenha resultado prejuízo para a
Fazenda pública, locupletamento do acusado e indícios veemente de responsabilidade -
notadamente os crimes contra ordem tributária. Inclusive, incide em face de bens de pessoa jurídica
em crimes contra a ordem tributária.
. Recai sobre TODO e qualquer bem do acusado (lícito e ilícito) pela prática de crime contra a Fazenda
Pública (moveis, imóveis, semoventes, ações, direitos autorais, marca, patente, ações cotas sociais).

CAIU EM PROVA:
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(Delegado do Estado do Amazonas 2022): Dentre as medidas cautelares disponíveis para a tutela processual
penal, existe o denominado sequestro especial de bens. Além dos indícios veementes da responsabilidade,
os quais serão comunicados ao juiz em segredo, por escrito ou por declarações orais reduzidas a termo,
constituem requisitos da medida cautelar ter sido praticado crime contra a Administração Pública,
demonstração do enriquecimento ilícito dos agentes infratores e a indicação dos bens – item considerado
correto.

(Delegado do Estado do Amazonas 2022 - Adaptada): Indícios veementes da proveniência ilícita dos bens,
demonstração do nexo causal, a fumaça e a probabilidade de que os bens tenham sido adquiridos com os
proventos do crime constituem exigência para a realização do sequestro criminal do Art. 126 do CPP – item
considerado correto.

(Delegado do Estado do Rio Grande do Norte 2021): Em 28/11/2020, foi aberto inquérito policial para
investigar a prática do crime de comércio ilegal de armas por parte de Flávio. No curso da investigação, foram
obtidos indícios veementes de que Flávio adquiriu um imóvel com o dinheiro proveniente do crime,
posteriormente alienado a seu sogro. Sendo esse o único bem que constava em nome do investigado antes
da alienação, o seu sequestro poderá ser requerido pela autoridade policial ao juiz, mesmo antes do
oferecimento da denúncia – item considerado correto.

3.5.2 Hipoteca Legal (Imóveis) e Arresto (Móveis)

a) Conceito

São medidas assecuratórias fundadas no interesse privado que têm por finalidade assegurar a
reparação civil do dano causado pelo delito, em favor do ofendido ou de seus sucessores.
Assim, ao contrário do sequestro, que visa garantir não só a reparação do dano, como também o
confisco, a especialização e inscrição da hipoteca legal se destinam apenas a assegurar a indenização ao
ofendido pelos danos causados pelo delito e o pagamento das despesas judiciais. A inscrição da hipoteca
legal não tem, portanto, qualquer finalidade de confisco.

b) Natureza dos bens atingidos: Bens adquiridos licitamente.

Recaem sobre bens lícitos do patrimônio do agente do crime, objetivando garantir que o acusado
não se desfaça desses bens, inviabilizando a reparação do dano causado pelo delito.
Pelo fato de recair sobre os bens imóveis obtidos licitamente pelo acusado, a especialização e
inscrição da hipoteca legal deve ser utilizada como medida subsidiária à busca e apreensão e ao sequestro

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de bens, visto que a reparação do dano pode ocorrer com a simples restituição do próprio produto direto do
crime, apreendido durante as investigações, ou com o valor apurado com o leilão dos bens sequestrados.
Em outras palavras: a especialização e inscrição da hipoteca legal deve funcionar, portanto, como
medida de ultima ratio, isto é, deve ser empregada apenas quando as demais medidas assecuratórias se
revelarem insuficientes para garantir a reparação do dano causado pelo delito.

c) Pressupostos:
• Indícios de autoria ou prova da materialidade do fato a ser indenizado;
• Demonstração do periculum in mora.

d) Titularidade dos bens atingidos: Os bens a serem constritos deverão encontrar-se sob a titularidade do
réu no momento da averbação da hipoteca no registro imobiliário ou da determinação judicial do arresto.

ATENÇÃO! NÃO se admitem estas medidas em relação a bens em nome de terceiros.

Vamos aprofundar um pouco?

Apenas o sequestro pode atingir bens de terceiros. A inscrição da hipoteca legal e o arresto terão finalidade
idêntica à da penhora civil: assegurar patrimônio LÍCITO do acusado para o pagamento de danos do crime e
despesas processuais. A inscrição de hipoteca legal e o arresto somente podem atingir bens do acusado, e
não bens que se discute a titularidade.
Porém, é plenamente possível que a constrição recaia sobre imóveis de pessoa jurídica da qual o acusado
figure como sócio proprietário, sobretudo nas hipóteses em que ficar caracterizada confusão patrimonial dos
bens particulares do suposto autor do delito e do ente de ficção.
Nessa linha, em caso concreto envolvendo a prática de crimes contra o sistema financeiro nacional e de
lavagem de capitais, concluiu o STJ que, evidenciando-se que dois dos acusados são sócios de uma empresa
(um deles majoritário e controlador), sendo seus patrimônios pessoais confundidos com o da pessoa jurídica,
de cunho familiar (cujo objetivo é justamente o de administrar os bens da família), é possível o arresto de
seus bens a fim de garantir o pagamento de obrigações pecuniárias em caso de eventual condenação de
ambos, posto que, nessa hipótese, não está o Magistrado ferindo o princípio da pessoalidade da
responsabilidade penal, mas tão-somente resguardando o patrimônio dos acusados para futura execução5.

e) Fase de postulação (art. 134): a hipoteca legal pode ser requerida em qualquer fase do processo.

5
Renato Brasileiro de Lima. Manual de Processo Penal. Volume Único. 2020. Pg. 1267
145
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Portanto, diversamente do sequestro, que pode ser decretado durante o curso das investigações e
na fase judicial (art. 127, CPP), a especialização da hipoteca só pode ser requerida pelo interessado no curso
do processo penal

Art. 134. A hipoteca legal sobre os imóveis do indiciado poderá ser requerida pelo
ofendido em qualquer fase do processo, desde que haja certeza da infração e
indícios suficientes da autoria.

Obs.: Arresto Prévio x Arresto Subsidiário

(1) Arresto Prévio:


Como existe a possibilidade de demora no início do processo penal, inviabilizando o requerimento
de especialização de hipoteca legal, o art. 136 do CPP permite que o arresto do imóvel seja decretado pelo
juiz de início. Esse arresto prévio a que se refere o art. 136 também tem natureza cautelar (para alguns, é
uma medida pré-cautelar) e funciona como providência liminar a ser decretada pelo juízo penal antecedendo
a inscrição da hipoteca legal.
De todo modo, levando a efeito esse arresto prévio, na hipótese de o processo de inscrição da
hipoteca legal não ser promovido em até 15 dias, dar-se-á a revogação da medida, nos termos do art. 136,
do CPP.

Art. 136. O arresto do imóvel poderá ser decretado de início, revogando-se, porém,
se no prazo de 15 (quinze) dias não for promovido o processo de inscrição da
hipoteca legal.

(2) Arresto Subsidiário:


De acordo com o art. 137, se o responsável não possuir bens imóveis ou os possuir de valor
insuficiente, poderão ser arrestados bens móveis suscetíveis de penhora, nos termos em que é facultada a
inscrição da hipoteca legal de imóveis.

Art. 137. Se o responsável não possuir bens imóveis ou os possuir de valor


insuficiente, poderão ser arrestados bens móveis suscetíveis de penhora, nos
termos em que é facultada a hipoteca legal dos imóveis. (Redação dada pela Lei nº
11.435, de 2006).
§ 1o Se esses bens forem coisas fungíveis e facilmente deterioráveis, proceder-se-
á na forma do § 5o do art. 120.
§ 2o Das rendas dos bens móveis poderão ser fornecidos recursos arbitrados pelo
juiz, para a manutenção do indiciado e de sua família.
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Arresto prévio não se confunde com arresto subsidiário.


O arresto prévio funciona como modalidade pré-cautelar incidente apenas sobre bem imóvel, cujo
objetivo é assegurar a eficácia de ulterior procedimento de inscrição da hipoteca legal. Em sentido diverso,
a medida de arresto é necessária para garantir o pagamento de multa em eventual condenação, pois, caso o
sentenciado esteja insolvente, a pena pecuniária deixaria de cumprir sua função. Ademais, o arresto
subsidiário, ao contrário do arresto prévio, recai apenas sobre bens móveis de origem lícita pertencentes ao
acusado.
Em síntese, pode-se dizer que o arresto prévio do art. 136 tende a ser substituído pelo registro da
hipoteca legal, ao passo que o arresto subsidiário de bens móveis será convertido em penhora na fase de
execução.
É importante ressaltar o caráter subsidiário do arresto em relação à hipoteca legal: o art. 137 do
CPP é categórico ao dizer que os bens móveis só poderão ser arrestados se o acusado não possuir bens
imóveis ou os possuir de valor insuficiente.
Ademais, somente poderão ser arrestados bens móveis suscetíveis de penhora. Nesse ponto,
especial atenção deve ser dispensada a uma aparente contradição entre o disposto no art. 137 do CPP e o
quanto previsto no art. 3º, VI da Lei 8.009/90. Este último prevê que a impenhorabilidade do bem de família
não é oponível em se tratando de execução de sentença penal condenatória a ressarcimento, indenização
ou perdimento de bens. Logo, em se tratando de medidas cautelares patrimoniais que visam assegurar o
ressarcimento do prejuízo causado pelo delito, tais medidas podem recair exclusivamente sobre o bem de
família.
REGISTRO DA HIPOTECA LEGAL ARRESTO SUBSIDIÁRIO
Bens imóveis. Bens móveis.
Medida cautelar primária. Medida subsidiária.
Pode recair sobre bens de família. Não pode recair sobre bens de família6

f) Pressupostos

Considerando que o arresto é medida subsidiária à hipoteca, é certo concluir que se submete aos
mesmos pressupostos, quais sejam a certeza da infração penal e indícios suficientes de autoria, além do
fumus boni iuris e periculum in mora.
Atenção! Para que seja autorizada a decretação da medida de arresto, NÃO é necessário que fique
demonstrado que o réu está praticando atos concretos de desfazimento de bens. Porém, é imperiosa a

6
Lei n. 8.009/90, art. 3º: “A impenhorabilidade é oponível em qualquer processo de execução civil, fiscal,
previdenciária, trabalhista ou de outra natureza, salvo se movido: (...) VI - por ter sido adquirido com produto de crime
ou para execução de sentença penal condenatória a ressarcimento, indenização ou perdimento de bens.
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demonstração da plausibilidade do direito e do perigo na demora.

A indisponibilidade dos bens não traz prejuízos desarrazoados ao réu, pois ele terá
seus bens desbloqueados, se absolvido ao fim do processo. Assim, é possível o
arresto prévio de bens de acusados por suposta prática de crime único de
corrupção passiva em concurso de agentes. STF. 1ª Turma. Pet 7.069/DF, Rel. Min.
Marco Aurélio, red p/o acordão Min. Luís Roberto Barroso, julgado em 13/3/2019
(Info 933).

g) Legitimados

Considerando que o objetivo precípuo da inscrição da hipoteca legal é assegurar que o acusado tenha
patrimônio disponível para que possa responder pelo prejuízo causado pela infração penal, é evidente que a
legitimidade para requerer a inscrição da hipoteca legal recai sobre o ofendido, sobre seu representante
legal – no caso de incapaz – ou sobre seus herdeiros, no caso de morte.
Sobre a legitimidade para o requerimento da inscrição da hipoteca legal, especial atenção deve ser
dispensada ao art. 142 do CPP, que prevê que cabe ao MP promover a especialização de hipoteca legal ou o
arresto de bens móveis se houver interesse da Fazenda Pública, ou se o ofendido for pobre e o requerer.

Art. 142. Caberá ao Ministério Público promover as medidas estabelecidas nos


arts. 134 e 137, se houver interesse da Fazenda Pública, ou se o ofendido for pobre
e o requerer.

Por força da CF/88, passou a ser vedado ao MP a representação judicial e a consultoria jurídica de
entidades públicas (art. 129, IX). Logo, a primeira parte do art. 142 do CPP não foi recepcionada pela
Constituição Federal, porquanto não se admite que o Parquet atue defendendo os interesses da Fazenda
Pública (a legitimidade é da própria Fazenda).
Quanto à possibilidade de requerimento pelo MP como substituto processual em favor de vítima
pobre, o preceito deve ser interpretado nos mesmos moldes do art. 68 do CPP - inconstitucionalidade
progressiva (se existir Defensoria Pública na comarca, não terá legitimidade o MP).
Por fim, cabe ressaltar que, ao contrário do sequestro que, pela letra fria da lei, pode ser decretado
de ofício pelo juiz durante o curso do processo, a inscrição da hipoteca legal só pode ser levada a efeito
perante requerimento do interessado. Outra diferença é que a inscrição da hipoteca NÃO pode ser levada a
efeito a pedido da autoridade policial, até porque só pode ser feita no curso do processo.

h) Defesa: NÃO existe previsão legal. O réu só pode falar no procedimento quando da intimação sobre os
valores estimados pela perícia. Se atingidos bens de terceiros, estes podem valer-se dos embargos de
terceiros do CPC.
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i) Levantamento/Cancelamento

Hipóteses:
• Absolvição e extinção da punibilidade transitadas em julgados;
• Superveniência de caução;
• Não adoção pela vítima de providências a liquidação e execução cível dentro de 90 dias após o
trânsito da condenação.

j) Decisão: Há previsão quanto a intimação para manifestação sobre as avaliações da perícia, de modo que
a decisão não ocorre inaudita.

k) Reparação da vítima

Como a inscrição da hipoteca no registro de imóveis não tem aptidão para, de per si, satisfazer o
prejuízo causado pela infração penal, caberá ao ofendido tomar as iniciativas perante o juízo cível para
promover a execução do valor mínimo para reparação do dano já fixado no próprio decreto condenatório,
sem prejuízo da liquidação para apuração do dano efetivamente sofrido.
Nesse sentido, caberá à vítima, após transitada em julgado a condenação criminal, intentar pedido
de liquidação e ação de execução na esfera cível. Descumprida a obrigação de reparar o dano pelo executado,
servirão os bens que lhe foram hipotecados e arrestados de garantia ao ressarcimento do ofendido.

Art. 143. Passando em julgado a sentença condenatória, serão os autos de hipoteca


ou arresto remetidos ao juiz do cível (art. 63). (Redação dada pela Lei nº 11.435, de
2006).

Logo, se observa uma última distinção em relação ao sequestro, pois, enquanto todo o procedimento
do sequestro se dá perante o juízo penal, a inscrição da hipoteca legal tem início perante o juízo criminal,
mas se encerra no juízo cível, nos termos do art. 143.

3.5 Apreensão

É possível a apreensão de quaisquer objetos que guardem relação com o fato delituoso, pouco
importando sua origem lícita ou ilícita.
A lei enumera como coisas que podem ser apreendidas: as achadas ou obtidas por meios criminosos;
instrumentos de falsificação ou de contrafação e objetos falsificados ou contrafeitos; armas de munições,
instrumentos utilizados na prática de crimes ou destinados a fins criminosos, dentre outros.
Vejamos:
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Art. 240. A busca será domiciliar ou pessoal.


§ 1o Proceder-se-á à busca domiciliar, quando fundadas razões a autorizarem,
para:
b) apreender coisas achadas ou obtidas por meios criminosos;
c) apreender instrumentos de falsificação ou de contrafação e objetos falsificados
ou contrafeitos;
d) apreender armas e munições, instrumentos utilizados na prática de crime ou
destinados a fim delituoso;
e) descobrir objetos necessários à prova de infração ou à defesa do réu;
f) apreender cartas, abertas ou não, destinadas ao acusado ou em seu poder,
quando haja suspeita de que o conhecimento do seu conteúdo possa ser útil à
elucidação do fato;
g) apreender pessoas vítimas de crimes;
h) colher qualquer elemento de convicção.

Para que a apreensão seja considerada lícita, há de se ficar atento para os requisitos de cada
modalidade:

a) A busca pessoal independe de prévia autorização judicial quando realizada sobre o indivíduo que
está sendo preso, quando houver fundada suspeita de que a pessoa esteja na posse de arma proibida ou
objetos ou papéis que constituam o corpo de delito, assim como na hipótese de cumprimento de mandado
de busca e domiciliar.

Art. 244. A busca pessoal independerá de mandado, no caso de prisão ou quando


houver fundada suspeita de que a pessoa esteja na posse de arma proibida ou de
objetos ou papéis que constituam corpo de delito, ou quando a medida for
determinada no curso de busca domiciliar.

Cabe destacar jurisprudência sobre o tema:

A busca em veículo é equiparada à busca pessoal e não precisa de mandado judicial


para a sua realização. STF. 2ª Turma. RHC 117767/DF, Rel. Min. Teori Zavascki,
julgado em 11/10/2016 (Info 843).

b) A busca domiciliar depende de decisão judicial.

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Nota-se que NÃO podem ser apreendidas as coisas e valores adquiridos com os proventos da infração
penal (produtos indiretos):
• Mediante sucessiva especificação (jóias feitas a partir do ouro subtraído);
• Mediante alienação (dinheiro correspondente à venda da coisa furtada).
Diversamente do que se dá com o produto direto do crime (carro furtado), que pode ser apreendido,
o produto indireto da infração é passível de sequestro.

Além disso, por força de lei, NÃO será possível a restituição dos objetos apreendidos nas seguintes
hipóteses:
i. Enquanto interessarem à persecução penal;
ii. Instrumentos do crime, desde que consistam em coisas cujo fabrico, alienação, uso, porte ou
detenção constitua fato ilícito;
iii. Qualquer bem ou valor que constitua proveito auferido pelo agente com a prática do fato
criminoso.

Se a posse do instrumento utilizado para a prática do delito não constituir fato ilícito, nada impede
que o bem seja restituído, desde que não mais interesse à persecução penal (ex.: computador utilizado para
a prática de determinado ilícito).
Ademais, salvo se pertencerem ao lesado ou a terceiro de boa-fé, não poderá ser restituído, mesmo
depois de transitar em julgado a sentença final, o produto do crime ou qualquer valor que constitua proveito
auferido pelo agente com a prática do fato delituoso. Como se percebe, a vedação à restituição guarda
relação com o produto direto e indireto da infração.

Art. 119. As coisas a que se referem os arts. 74 e 100 do Código Penal não poderão
ser restituídas, mesmo depois de transitar em julgado a sentença final, salvo se
pertencerem ao lesado ou a terceiro de boa-fé.

Produto direto do crime é o resultado imediato da operação delinquencial. Produto indireto da


infração configura o resultado mediato do delito, ou seja, trata-se do proveito obtido pelo criminoso como
resultado da utilização econômica do produto direto da infração (ex.: dinheiro obtido com a venda do bem
furtado).
De modo a se evitar que o agente venha a se locupletar indevidamente da renda obtida com a prática
delituosa, e levando-se em consideração que tais bens serão objeto de ulterior confisco, não se afigura
possível a restituição do produto direto ou indireto da infração penal.
Convém destacar que há certas coisas aparentemente ilícitas que podem ser vendidas em leilão,
como algumas armas que interessam a colecionadores; outras, todavia, como drogas, devem ser incineradas.
Apreendidos instrumentos do crime cuja posse constitua fato ilícito, a consequência também será
sua perda em favor da União. Com o trânsito em julgado de sentença penal condenatória, essa perda será
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automática. A restituição não será possível sequer na hipótese de arquivamento do inquérito policial,
extinção da punibilidade ou prolação de decreto absolutório.

3.6 Procedimento de Restituição de Coisas Apreendidas

Se a coisa apreendida não mais interessar ao processo, poderá ser restituída inclusive durante o curso
das investigações, desde que não haja dúvidas em relação ao direito do interessado. Nessa hipótese, o que
se tem é um simples pedido, que pode ser formulado perante a autoridade policial, durante as
investigações, ou perante o juiz, no curso do processo penal. Esse pedido tem por objeto os instrumentos do
crime, o produto do crime e as coisas destinadas à prova que tenham sido apreendidas no curso do inquérito
ou da ação penal. Quando se tratar de instrumentos e produtos do crime, que constituem o efeito
confisco previsto no art. 91 do Código Penal, por não serem restituídos a ninguém, podem ser submetidos à
alienação logo após o trânsito em julgado da sentença condenatória, sem a necessidade de aguardar 90 dias
para que isso ocorra (mudança promovida pelo Pacote Anticrime).
Art. 122. Sem prejuízo do disposto nos arts. 120 e 133, decorrido o prazo de 90 dias,
após transitar em julgado a sentença condenatória, o juiz decretará, se for caso, a
perda, em favor da União, das coisas apreendidas (art. 74, II, a e b do Código Penal)
e ordenará que sejam vendidas em leilão público.
Parágrafo único. Do dinheiro apurado será recolhido ao Tesouro Nacional o que não
couber ao lesado ou a terceiro de boa-fé.
Art. 122. Sem prejuízo do disposto no art. 120, as coisas apreendidas serão alienadas
nos termos do disposto no art. 133 deste Código. (Redação dada pela Lei nº
13.964, de 2019) (Vigência)

Por outro lado, em se tratando de bens apreendidos que podem ser restituídos a quem de direito, o
CPP impõe a necessidade de aguardar 90 dias do trânsito em julgado da sentença penal condenatória para
que sejam alienados.

Art. 123. Fora dos casos previstos nos artigos anteriores, se dentro no prazo de 90
dias, a contar da data em que transitar em julgado a sentença final, condenatória
ou absolutória, os objetos apreendidos não forem reclamados ou não pertencerem
ao réu, serão vendidos em leilão, depositando-se o saldo à disposição do juízo de
ausentes.

Em havendo dúvida quanto ao direito do reclamante, a devolução das coisas apreendidas deve ser
solucionada por meio de um procedimento incidental próprio perante o juízo competente, chamado de
“restituição de coisas apreendidas” (art. 118 a 124).

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Diversamente do pedido de restituição, esse incidente consiste em verdadeiro procedimento


instaurado perante autoridade jurisdicional, com ampla atividade instrutória, cujo objetivo é determinar
quem é o verdadeiro dono da coisa.
Esse incidente será necessário em 2 hipóteses:
(1) Quando houver dúvida quanto ao direito do reclamante (hipótese em que o incidente só poderá ser
decidido pelo juízo criminal, não mais pela autoridade policial);
(2) Quando as coisas forem apreendidas em poder de terceiro.
Em ambas as hipóteses, será sempre ouvido o MP.

Art. 120, §3o Sobre o pedido de restituição será sempre ouvido o Ministério
Público.

Conforme entendimento dos Tribunais Superiores, devido à simplicidade, não é possível sua
utilização quando a complexidade da questão demandar ampla dilação probatória. Nesse caso, deve o juízo
criminal se abster de decidir o processo incidental, remetendo as partes ao juízo cível.

Atenção! Ao contrário do CPP, a restituição de bens apreendidos na Lei de Drogas e Lei de Lavagem de
Capitais exige o comparecimento pessoal do acusado.

3.7 Alienação Antecipada (incidência da Lei 12.694/12)

Art. 4o-A. A alienação antecipada para preservação de valor de bens sob constrição
será decretada pelo juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou por
solicitação da parte interessada, mediante petição autônoma, que será autuada em
apartado e cujos autos terão tramitação em separado em relação ao processo
principal. (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
§ 5o Mediante ordem da autoridade judicial, o valor do depósito, após o trânsito
em julgado da sentença proferida na ação penal, será: (Incluído pela Lei nº 12.683,
de 2012)
I - em caso de sentença condenatória, nos processos de competência da Justiça
Federal e da Justiça do Distrito Federal, incorporado definitivamente ao patrimônio
da União, e, nos processos de competência da Justiça Estadual, incorporado ao
patrimônio do Estado respectivo; (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
II - em caso de sentença absolutória extintiva de punibilidade, colocado à disposição
do réu pela instituição financeira, acrescido da remuneração da conta judicial.
(Incluído pela Lei 12.683, 2012)

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§ 10. Sobrevindo o trânsito em julgado de sentença penal condenatória, o juiz


decretará, em favor, conforme o caso, da União ou do Estado: (Incluído pela Lei nº
12.683, de 2012)
I - a perda dos valores depositados na conta remunerada e da fiança; (Incluído pela
Lei nº 12.683, de 2012)
II - a perda dos bens não alienados antecipadamente e daqueles aos quais não foi
dada destinação prévia; e (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
III - a perda dos bens não reclamados no prazo de 90 (noventa) dias após o trânsito
em julgado da sentença condenatória, ressalvado o direito de lesado ou terceiro de
boa-fé. (Incluído pela Lei 12.683)

A alienação antecipada consiste na venda antecipada de bens, direitos ou valores constritos em razão
de medida cautelar patrimonial ou que tenham sido apreendidos, desde haja risco de perda do valor
econômico pelo decurso do tempo.

a) Momento adequado: Não há previsão legal. Segundo a doutrina, a alienação antecipada só é cabível na
fase judicial.

b) Pressupostos
• Bem sujeito a grau de deterioração ou depreciação (risco de perda do valor econômico do bem);
• Dificuldade para a manutenção do bem conscrito.

c) Legitimidade
• Acusado;
• Juiz (de ofício) → lembrar da divergência acerca da compatibilidade com o sistema acusatório!
• Acusação (MP/querelante);
• Terceiro interessado;
• Ofendido.

Qual é o regramento da alienação antecipada?

➢ 1ª Fase: redação originária do Código de Processo Penal

O tratamento dado pelo CPP, em sua redação originária, foi muito acanhado, tendo em vista que, na
época em que foi editado, os processos penais não eram tão demorados e o tipo de criminalidade existente
não exigia respostas incisivas a respeito do produto e do proveito dos delitos. Por essas razões, havia apenas

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um dispositivo autorizando a alienação antecipada somente em caso de coisas facilmente deterioráveis (art.
120, § 5º).

➢ 2ª Fase: Lei 11.343/06 (processos da Lei de Drogas)

Atenta à nova realidade, a Lei de Drogas permitiu a alienação antecipada de veículos, embarcações,
aeronaves e quaisquer outros meios de transporte, os maquinários, utensílios, instrumentos e objetos de
qualquer natureza, utilizados para a prática dos crimes definidos naquela Lei.

 Por se tratar de alteração legislativa promovida em 2019, é imprescindível a leitura muito atenta dos
dispositivos a seguir, pois certamente serão objeto de prova objetiva!

Art. 61. A apreensão de veículos, embarcações, aeronaves e quaisquer outros


meios de transporte e dos maquinários, utensílios, instrumentos e objetos de
qualquer natureza utilizados para a prática dos crimes definidos nesta Lei será
imediatamente comunicada pela autoridade de polícia judiciária responsável pela
investigação ao juízo competente. (Redação dada pela Lei nº 13.840, de 2019)
§ 1º O juiz, no prazo de 30 (trinta) dias contado da comunicação de que trata
o caput , determinará a alienação dos bens apreendidos, excetuadas as armas,
que serão recolhidas na forma da legislação específica. (Incluído pela Lei nº
13.840, de 2019)
§ 2º A alienação será realizada em autos apartados, dos quais constará a
exposição sucinta do nexo de instrumentalidade entre o delito e os bens
apreendidos, a descrição e especificação dos objetos, as informações sobre quem
os tiver sob custódia e o local em que se encontrem. (Incluído pela Lei nº
13.840, de 2019)
§ 3º O juiz determinará a avaliação dos bens apreendidos, que será realizada por
oficial de justiça, no prazo de 5 (cinco) dias a contar da autuação, ou, caso sejam
necessários conhecimentos especializados, por avaliador nomeado pelo juiz, em
prazo não superior a 10 (dez) dias. (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
§ 4º Feita a avaliação, o juiz intimará o órgão gestor do Funad, o Ministério Público
e o interessado para se manifestarem no prazo de 5 (cinco) dias e, dirimidas
eventuais divergências, homologará o valor atribuído aos bens. (Incluído pela
Lei nº 13.840, de 2019)
§ 5º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
§ 6º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.886, de 2019)
§ 7º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.886, de 2019)
§ 8º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.886, de 2019)
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§ 9º O Ministério Público deve fiscalizar o cumprimento da regra estipulada no § 1º


deste artigo. (Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019)
§ 10. Aplica-se a todos os tipos de bens confiscados a regra estabelecida no § 1º
deste artigo. (Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019)
§ 11. Os bens móveis e imóveis devem ser vendidos por meio de hasta pública,
preferencialmente por meio eletrônico, assegurada a venda pelo maior lance, por
preço não inferior a 50% (cinquenta por cento) do valor da avaliação
judicial. (Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019)
§ 12. O juiz ordenará às secretarias de fazenda e aos órgãos de registro e controle
que efetuem as averbações necessárias, tão logo tenha conhecimento da
apreensão. (Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019)
§ 13. Na alienação de veículos, embarcações ou aeronaves, a autoridade de trânsito
ou o órgão congênere competente para o registro, bem como as secretarias de
fazenda, devem proceder à regularização dos bens no prazo de 30 (trinta) dias,
ficando o arrematante isento do pagamento de multas, encargos e tributos
anteriores, sem prejuízo de execução fiscal em relação ao antigo
proprietário. (Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019)
§ 14. Eventuais multas, encargos ou tributos pendentes de pagamento não podem
ser cobrados do arrematante ou do órgão público alienante como condição para
regularização dos bens. (Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019)
§ 15. Na hipótese de que trata o § 13 deste artigo, a autoridade de trânsito ou o
órgão congênere competente para o registro poderá emitir novos identificadores
dos bens. (Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019)
Art. 62. Comprovado o interesse público na utilização de quaisquer dos bens de
que trata o art. 61, os órgãos de polícia judiciária, militar e rodoviária poderão
deles fazer uso, sob sua responsabilidade e com o objetivo de sua conservação,
mediante autorização judicial, ouvido o Ministério Público e garantida a prévia
avaliação dos respectivos bens. (Redação dada pela Lei nº 13.840, de 2019)
§ 1º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.886, de 2019)
§ 1º-A. O juízo deve cientificar o órgão gestor do Funad para que, em 10 (dez) dias,
avalie a existência do interesse público mencionado no caput deste artigo e indique
o órgão que deve receber o bem. (Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019)
§ 1º-B. Têm prioridade, para os fins do § 1º-A deste artigo, os órgãos de segurança
pública que participaram das ações de investigação ou repressão ao crime que deu
causa à medida. (Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019)
§ 2º A autorização judicial de uso de bens deverá conter a descrição do bem e a
respectiva avaliação e indicar o órgão responsável por sua utilização. (Redação
dada pela Lei nº 13.840, de 2019)
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§ 3º O órgão responsável pela utilização do bem deverá enviar ao juiz


periodicamente, ou a qualquer momento quando por este solicitado, informações
sobre seu estado de conservação. (Redação dada pela Lei nº 13.840, de 2019)
§ 4º Quando a autorização judicial recair sobre veículos, embarcações ou
aeronaves, o juiz ordenará à autoridade ou ao órgão de registro e controle a
expedição de certificado provisório de registro e licenciamento em favor do órgão
ao qual tenha deferido o uso ou custódia, ficando este livre do pagamento de
multas, encargos e tributos anteriores à decisão de utilização do bem até o trânsito
em julgado da decisão que decretar o seu perdimento em favor da União. (Redação
dada pela Lei nº 13.840, de 2019)
§ 5º Na hipótese de levantamento, se houver indicação de que os bens utilizados
na forma deste artigo sofreram depreciação superior àquela esperada em razão do
transcurso do tempo e do uso, poderá o interessado requerer nova avaliação
judicial. (Redação dada pela Lei nº 13.840, de 2019)
§ 6º Constatada a depreciação de que trata o § 5º, o ente federado ou a entidade
que utilizou o bem indenizará o detentor ou proprietário dos bens. (Redação dada
pela Lei nº 13.840, de 2019)
Art. 62-A. O depósito, em dinheiro, de valores referentes ao produto da alienação
ou a numerários apreendidos ou que tenham sido convertidos deve ser efetuado
na Caixa Econômica Federal, por meio de documento de arrecadação destinado a
essa finalidade. (Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019)
§ 1º Os depósitos a que se refere o caput deste artigo devem ser transferidos, pela
Caixa Econômica Federal, para a conta única do Tesouro Nacional,
independentemente de qualquer formalidade, no prazo de 24 (vinte e quatro)
horas, contado do momento da realização do depósito, onde ficarão à disposição
do Funad. (Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019)
§ 2º Na hipótese de absolvição do acusado em decisão judicial, o valor do depósito
será devolvido a ele pela Caixa Econômica Federal no prazo de até 3 (três) dias úteis,
acrescido de juros, na forma estabelecida pelo § 4º do art. 39 da Lei nº 9.250, de 26
de dezembro de 1995. (Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019)
§ 3º Na hipótese de decretação do seu perdimento em favor da União, o valor do
depósito será transformado em pagamento definitivo, respeitados os direitos de
eventuais lesados e de terceiros de boa-fé. (Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019)
§ 4º Os valores devolvidos pela Caixa Econômica Federal, por decisão judicial,
devem ser efetuados como anulação de receita do Funad no exercício em que
ocorrer a devolução. (Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019)
§ 5º A Caixa Econômica Federal deve manter o controle dos valores depositados ou
devolvidos. (Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019)
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➢ 3ª Fase: Lei 12.683/12 (processos da Lei de Lavagem)

Prosseguiu na tendência de ampliar a possibilidade de alienação antecipada, afirmando que isso irá
ocorrer sempre que os bens que foram objeto de medidas assecuratórias, nos processos de lavagem de
dinheiro, estiverem sujeitos a qualquer grau de deterioração ou depreciação, ou quando houver dificuldade
para sua manutenção (art. 4º, § 1º da Lei 9.613/98). Essa Lei falhou, no entanto, ao prever que essa
possibilidade de alienação antecipada seria aplicável apenas aos processos que envolvessem lavagem de
dinheiro.

Forma de impugnação contra a decisão que decreta a medida assecuratória


prevista no art. 4º da Lei de Lavagem de Dinheiro. É possível a interposição de
apelação, com fundamento no art. 593, II, do CPP, contra decisão que tenha
determinado medida assecuratória prevista no art. 4º, caput, da Lei nº 9.613/98
(Lei de lavagem de Dinheiro), a despeito da possibilidade de postulação direta ao
juiz constritor objetivando a liberação total ou parcial dos bens, direitos ou valores
constritos (art. 4º, §§ 2º e 3º, da mesma Lei). O indivíduo que sofreu os efeitos da
medida assecuratória prevista no art. 4º da Lei nº 9.613/98 tem a possibilidade de
postular diretamente ao juiz a liberação total ou parcial dos bens, direitos ou
valores constritos. No entanto, isso não proíbe que ele decida não ingressar com
esse pedido perante o juízo de 1º instância e queira, desde logo, interpor apelação
contra a decisão proferida, na forma do art. 593, II, do CPP. STJ. 5ª Turma. REsp
1585781-RS, Rel. Min. Felix Fischer, julgado em 28/6/2016 (Info 587).

Segundo o art. 4º da Lei nº 9.613/98, havendo indícios suficientes de infração penal, o juiz poderá
decretar medidas assecuratórias de bens, direitos ou valores do investigado ou acusado, ou existentes em
nome de interpostas pessoas, que sejam instrumento, produto ou proveito dos crimes previstos nesta Lei
ou das infrações penais antecedentes.
O § 4º do art. 4º complementa o caput ao dizer que a medida assecuratória pode recair sobre bens,
direitos ou valores com duas possíveis finalidades:
i. Para reparação do dano decorrente da infração penal (seja o antecedente ou a própria lavagem); ou
ii. Para pagamento de prestação pecuniária, multa e custas.

De acordo com o STJ, a medida assecuratória de indisponibilidade de bens, prevista no art. 4º, § 4º,
da Lei nº 9.613/98, pode atingir bens de origem lícita ou ilícita, adquiridos antes ou depois da infração
penal, bem como de pessoa jurídica ou familiar não denunciado, quando houver confusão patrimonial.
STJ. Corte Especial. Inq 1.190-DF, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, julgado em 15/09/2021 (Info 710).
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➢ 4ª Fase: Lei 12.694/12 (alterou o CPP acrescentando o art. 144-A)

Possibilita a alienação antecipada de todos os bens apreendidos sempre que:


• Estiverem sujeitos a qualquer grau de deterioração ou depreciação; ou
• Quando houver dificuldade para sua manutenção.

Essa regra trazida pela Lei 12.694/12 vale para todos os procedimentos penais.
Vejamos qual é o procedimento da alienação antecipada previsto agora de forma ampla no CPP por
força da Lei n. 12.694/2012.

Art. 144-A. O juiz determinará a alienação antecipada para preservação do valor


dos bens sempre que estiverem sujeitos a qualquer grau de deterioração ou
depreciação, ou quando houver dificuldade para sua manutenção.

Qual a forma pela qual os bens serão alienados antecipadamente?


Por intermédio de leilão, realizado preferencialmente por meio eletrônico.

Qual o valor pelo qual os bens deverão ser vendidos?


Os bens deverão ser vendidos pelo valor fixado na avaliação judicial ou por valor maior. Não
alcançado o valor estipulado pela administração judicial, será realizado novo leilão, em até 10 (dez) dias
contados da realização do primeiro, podendo os bens ser alienados por valor não inferior a 80% (oitenta por
cento) do estipulado na avaliação judicial.
Desse modo, na primeira tentativa de alienação, os bens são vendidos pelo preço mínimo da avaliação
judicial. Se não conseguir nenhuma proposta nesse valor na primeira vez, deverá ser realizado um segundo
leilão. Nesse segundo leilão, os bens podem ser vendidos pelo preço mínimo de 80% da avaliação judicial.

O que acontece com o recurso arrecadado com a alienação antecipada?


A quantia apurada com a alienação antecipada fica depositada em conta judicial, até o final da ação
penal. Se o réu for absolvido, os recursos serão devolvidos a ele. Em caso de condenação, o réu será privado
definitivamente dessa quantia, cujo destino irá variar de acordo com o crime cometido:
• Se o crime é de competência da Justiça Federal, o valor deverá ser convertido em renda para a União;
• Se o crime é de competência da Justiça Estadual, o valor deverá ser convertido em renda para o
Estado/DF;
• Na hipótese de tráfico de drogas, a quantia arrecadada será destinada ao Fundo Nacional Antidrogas
(art. 62, § 9º, da Lei n. 11.343/2006).

E se os bens a serem alienados forem veículos, embarcações ou aeronaves?


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O juiz ordenará à autoridade de trânsito ou ao equivalente órgão de registro e controle a expedição


de certificado de registro e licenciamento em favor do arrematante, ficando este livre do pagamento de
multas, encargos e tributos anteriores, sem prejuízo de execução fiscal em relação ao antigo proprietário.

E se os bens apreendidos forem dinheiro (inclusive moeda estrangeira), títulos, valores mobiliários
ou cheques?
O juízo determinará a conversão do numerário apreendido em moeda nacional corrente e o depósito
das correspondentes quantias em conta judicial.
O valor dos títulos da dívida pública, das ações das sociedades e dos títulos de crédito negociáveis
em bolsa será o da cotação oficial do dia, provada por certidão ou publicação no órgão oficial.

A alienação antecipada é inconstitucional por violar o princípio do devido processo legal, o


princípio da presunção de inocência e o direito de propriedade?
R.: NÃO. O devido processo legal não é afrontado, considerando que a constrição sobre os bens da
pessoa não é feita de forma arbitrária, sendo, ao contrário, prevista na lei que traz os balizamentos para que
ela possa ocorrer.
Não há violação ao princípio da presunção de inocência, considerando que este não é absoluto e não
impede a decretação de medidas cautelares contra o réu desde que se revelem necessárias e proporcionais
no caso concreto. Nesse mesmo sentido, não é inconstitucional a prisão preventiva, o arresto, o sequestro,
a busca e apreensão etc.
O direito de propriedade, que também não é absoluto, não é vilipendiado porque o réu somente irá
perder efetivamente o valor econômico do bem se houver o trânsito em julgado da condenação.

Jurisprudência selecionada sobre o tema de medidas cautelares:

É possível a fixação de astreintes em desfavor de terceiros, não participantes do


processo, pela demora ou não cumprimento de ordem emanada do Juízo
Criminal. As normas do processo civil aplicam-se de forma subsidiária ao processo
penal (art. 3º do CPP). O poder geral de cautela do processo civil também pode ser
aplicado, em regra, ao processo penal. O emprego de cautelares inominadas só é
proibido no processo penal se atingir a liberdade de ir e vir do indivíduo. Diante da
finalidade da multa cominatória, que é conferir efetividade à decisão judicial, é
possível sua aplicação em demandas penais. Assim, o terceiro pode perfeitamente
figurar como destinatário da multa. Vale ressaltar que essa multa não se confunde
com a multa por litigância de má-fé. A multa por litigância de má-fé não é admitida
no processo penal. STJ. 3ª Seção. REsp 1568445-PR, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz,
Rel. Acd. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 24/06/2020 (Info 677).

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Para o bloqueio de ativos financeiros de sociedades empresárias é necessário a


existência de indícios veementes de que tenha sido usada na conduta criminosa.
STJ. 6ª Turma. RMS 61.084-RJ, Rel. Min. Rogério Schietti, Rel. Acd. Min. Olindo
Menezes (Desembargador Convocado do TRF 1ª Região), julgado em 14/09/2021.

A readequação do bloqueio de valores não constitui reformatio in pejus,


disciplinada no art. 617 do Código de Processo Penal. STJ. 5ª Turma. AgRg no
REsp 1.954.056-PR, Rel. Min. Jesuíno Rissato (Desembargador Convocado do
TJDFT), julgado em 13/12/2021.

É possível ao juízo criminal efetivar o bloqueio via Bacen-Jud ou a inscrição em


dívida ativa dos valores arbitrados a título de astreintes. Por derivar do poder
geral de cautela, cabe ao magistrado, diante do caso concreto, avaliar qual a melhor
medida coativa ao cumprimento da determinação judicial, não havendo
impedimento ao emprego do sistema Bacen-Jud. STJ. 3ª Seção. REsp 1568445-PR,
Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, Rel. Acd. Min. Ribeiro Dantas, julgado em
24/06/2020 (Info 677)

É possível que o juiz determine, como medida cautelar, a suspensão do exercício


de atividade econômica ou financeira da pessoa jurídica. A suspensão do exercício
de atividade econômica ou financeira de pessoa jurídica tem amparo legal no art.
319, VI, do CPP e está intimamente ligada à possibilidade de reiteração delitiva e à
existência de indícios de crimes de natureza financeira. Não há necessidade de que
a pessoa jurídica tenha sido denunciada por crime para que lhe sejam impostas
medidas cautelares tendentes a recuperar o proveito do crime, a ressarcir o dano
por ele causado ou mesmo a prevenir a continuação do cometimento de delitos,
quando houver fortes evidências, como no caso dos autos, de que a pessoa jurídica
é utilizada como instrumento do crime. A imposição de medida cautelar de
suspensão de atividade comercial de empresa somente demanda a existência de
fortes indícios da existência de crime, sendo desnecessária prévia sentença
condenatória transitada em julgado. STJ. 5ª Turma. RMS 60818/SP, Rel. Min.
Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 20/08/2019.

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QUESTÕES PROPOSTAS

1 - 2022 - FGV - PC-AM - FGV - 2022 - PC-AM - Delegado de Polícia - Edital nº 01


Dentre as medidas cautelares disponíveis para a tutela processual penal, existe o denominado sequestro
especial de bens. Além dos indícios veementes da responsabilidade, os quais serão comunicados ao juiz em
segredo, por escrito ou por declarações orais reduzidas a termo, constituem requisitos da medida cautelar

A-ter sido praticado crime contra a Administração Pública, demonstração do enriquecimento ilícito dos
agentes infratores e a indicação dos bens.
B-ter sido praticado crime contra o patrimônio, demonstração do enriquecimento ilícito dos agentes
infratores e a indicação dos bens.
C-ter sido praticado crime contra a Administração Pública, demonstração do enriquecimento sem causa dos
agentes infratores e a indicação dos bens.
D-ter sido praticado crime contra o patrimônio, demonstração do enriquecimento ilícito dos agentes
infratores e a indicação de valores.
E-ter sido praticado crime contra a administração pública, demonstração do enriquecimento sem causa dos
agentes infratores e a indicação de valores.

2 - 2022 - FGV - PC-AM - FGV - 2022 - PC-AM - Delegado de Polícia - Edital nº 01


Assinale a opção que apresenta uma exigência para a realização do sequestro criminal do Art. 126 do CPP.

A-Indícios veementes da proveniência ilícita dos bens, demonstração do nexo causal, a fumaça e a
probabilidade de que os bens tenham sido adquiridos com os proventos do crime.
B-Indícios suficientes da proveniência ilícita dos bens, demonstração do nexo causal, a fumaça e a
probabilidade de que os bens tenham sido adquiridos com os proventos do crime.
C-Fundadas razões da proveniência ilícita dos bens, demonstração do nexo causal, a fumaça e a probabilidade
de que os bens tenham sido adquiridos com os proventos do crime.
D-Indícios suficientes da proveniência ilícita dos bens, demonstração do nexo causal, a fumaça e a
possibilidade de que os bens tenham sido adquiridos com os proventos do crime.
E-Fundadas razões da proveniência ilícita dos bens, demonstração do nexo causal, a fumaça e a possibilidade
de que os bens tenham sido adquiridos com os proventos do crime.

3 - 2022 - CESPE / CEBRASPE - PC-RJ - CESPE / CEBRASPE - 2022 - PC-RJ - Delegado de Polícia
Rosmênio ingressou no estacionamento de um grande supermercado com a intenção de subtrair um
automóvel. De posse do material necessário, abriu um veículo, fez ligação direta, mas foi impedido de sair
do local pela ação dos seguranças. Levado à delegacia de polícia da circunscrição, a autoridade policial o
autuou no crime de furto qualificado tentado, cuja pena privativa de liberdade é de 2 a 8 anos de reclusão.
Considerando-se o instituto da fiança, é correto afirmar que, nessa situação hipotética,
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A-a autoridade judicial somente poderá conceder fiança nos crimes patrimoniais sem violência e grave
ameaça.
B-é admissível a concessão de fiança pela autoridade policial, por se tratar de crime tentado.
C-é inadmissível a concessão de fiança pela autoridade judicial, dada a gravidade do crime.
D-a fiança nos crimes patrimoniais exige que o investigado ou acusado indenize o lesado, antes de ser
colocado em liberdade.
E-a autoridade policial não poderá conceder fiança, por se tratar de crime qualificado, ainda que tentado.

4 - 2022 - CESPE / CEBRASPE - PC-RJ - CESPE / CEBRASPE - 2022 - PC-RJ - Delegado de Polícia
Em relação à prisão domiciliar, medidas cautelares, fiança e execução penal, assinale a opção correta.

A-A medida cautelar de suspensão do exercício de função pública para os que pratiquem crimes no exercício
da referida função ou atividade de natureza econômica ou financeira que guarde relação com crimes de
caráter econômico ou financeiro não pode ser reconhecida porque é incompatível com o direito
constitucional do livre exercício do trabalho.
B-A medida cautelar de internação provisória do acusado só poderá ser deferida se o crime for praticado
mediante violência ou grave ameaça e desde que os peritos concluam ser o acusado inimputável ou semi-
imputável, com risco de reiteração do crime.
C-É cabível a substituição da prisão preventiva pela prisão domiciliar aos acusados primários e de bons
antecedentes e que sejam responsáveis pelos cuidados de filho de até seis anos de idade incompletos, desde
que utilizem aparelho de monitoração eletrônica a distância.
D-É cabível a substituição da execução da prisão em regime aberto pelo recolhimento em residência
particular quando o condenado tiver mais de 80 anos de idade.
E-Para que haja a possibilidade de quebramento da fiança na hipótese de nova infração penal dolosa, é
necessário o trânsito em julgado do crime posteriormente verificado, perdendo o acusado o valor
integralmente recolhido da caução processual.

5 - 2021 - FGV - PC-RN - FGV - 2021 - PC-RN - Delegado de Polícia Civil Substituto
Em 28/11/2020, foi aberto inquérito policial para investigar a prática do crime de comércio ilegal de armas
por parte de Flávio. No curso da investigação, foram obtidos indícios veementes de que Flávio adquiriu um
imóvel com o dinheiro proveniente do crime, posteriormente alienado a seu sogro. Sendo esse o único bem
que constava em nome do investigado antes da alienação, o seu sequestro:

A-não poderá ser requerido pela autoridade policial ao juiz, pois o bem já se encontra em nome de terceiro;
B-poderá ser requerido pela autoridade policial ao juiz, mesmo antes do oferecimento da denúncia;
C-não poderá ser requerido pela autoridade policial ao juiz, por se tratar de bem imóvel;

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D-poderá ser requerido pela autoridade policial ao juiz, sem a possibilidade de oposição de embargos de
terceiro;
E-não poderá ser requerido pela autoridade policial ao juiz, dado não haver condenação a demonstrar a
prova efetiva da proveniência ilícita do bem.

6 - 2021 - FGV - PC-RN - FGV - 2021 - PC-RN - Delegado de Polícia Civil Substituto
Mendel foi preso em flagrante pela prática do crime de furto, punível com pena de reclusão de 1 a 4 anos e
multa, constando de sua folha de antecedentes criminais diversos outros processos pela prática de delitos
da mesma natureza. Após Mendel ser apresentado à autoridade policial, o delegado de polícia:

A-poderá conceder liberdade provisória com ou sem fiança;


B-poderá arbitrar fiança, cumulada com outras medidas cautelares alternativas;
C-poderá arbitrar fiança e deixar de lavrar o auto de prisão em flagrante, diante da pena máxima em abstrato
do delito;
D-poderá deixar de arbitrar fiança, caso presentes requisitos que autorizem a decretação da prisão
preventiva;
E-não poderá arbitrar fiança, em razão da pena máxima cominada ao delito.

7 - 2021 - CESPE / CEBRASPE - Polícia Federal - CESPE / CEBRASPE - 2021 - Polícia Federal - Delegado de
Polícia Federal
José, réu primário, foi preso em flagrante acusado de ter praticado crime doloso punível com reclusão de
no máximo quatro anos. Na audiência de custódia, o juiz decretou a prisão preventiva de ofício. No entanto,
a defesa de José solicitou, em seguida, a reconsideração da decisão, com base no argumento de que a
conduta do preso era atípica. O juiz acatou a tese e relaxou a prisão.
Considerando essa situação hipotética, julgue o item subsequente.

Devido à pena prevista para o crime praticado por José, delegados ficam vedados a arbitrar a fiança.

Certo
Errado

8 - 2021 - CESPE / CEBRASPE - Polícia Federal - CESPE / CEBRASPE - 2021 - Polícia Federal - Delegado de
Polícia Federal
José, réu primário, foi preso em flagrante acusado de ter praticado crime doloso punível com reclusão de no
máximo quatro anos. Na audiência de custódia, o juiz decretou a prisão preventiva de ofício. No entanto, a
defesa de José solicitou, em seguida, a reconsideração da decisão, com base no argumento de que a conduta
do preso era atípica. O juiz acatou a tese e relaxou a prisão.
Considerando essa situação hipotética, julgue o item subsequente.
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SEMANA 09/12

A decisão do juiz, que relaxou a prisão por entender que a conduta de José havia sido atípica, não faz coisa
julgada.

Certo
Errado

9 - 2018 - CESPE / CEBRASPE - Polícia Federal - CESPE - 2018 - Polícia Federal - Delegado de Polícia Federal
Acerca de prisão, de liberdade provisória e de fiança, julgue o próximo item de acordo com o entendimento
do STF e a atual sistemática do Código de Processo Penal.
A inafiançabilidade nos casos de crimes hediondos não impede a concessão judicial de liberdade provisória,
impedindo apenas a concessão de fiança como instrumento de obtenção dessa liberdade.

Certo
Errado

10 - 2018 - CESPE / CEBRASPE - Polícia Federal - CESPE - 2018 - Polícia Federal - Delegado de Polícia Federal
Acerca de prisão, de liberdade provisória e de fiança, julgue o próximo item de acordo com o entendimento
do STF e a atual sistemática do Código de Processo Penal.
Situação hipotética: Um cidadão foi preso em flagrante pela prática do crime de corrupção ativa. A
autoridade policial, no prazo legal do IP, remeteu os autos ao competente juízo, quando foi decretada a
prisão preventiva do indiciado. Assertiva: Nessa situação, estão preenchidos os requisitos legais para a
concessão da fiança, razão por que ela poderá ser concedida como contracautela da prisão anteriormente
decretada.

Certo
Errado

11 - 2018 - FUMARC - PC-MG - FUMARC - 2018 - PC-MG - Delegado de Polícia Substituto


Sobre o regime jurídico da liberdade provisória, é CORRETO afirmar:

A-A cassação da fiança poderá ocorrer com a inovação da classificação do delito tido, inicialmente, como
afiançável.
B-Não poderá haver reforço da fiança mediante inovação da classificação do delito.
C-O pagamento da fiança poderá ser dispensado pela autoridade policial, em face da situação econômica do
preso.
D-O quebramento injustificado da fiança importará na perda da totalidade do seu valor.

12 - 2018 - FUNDATEC - PC-RS - FUNDATEC - 2018 - PC-RS - Delegado de Polícia - Bloco II


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SEMANA 09/12

Acerca da prisão, medidas cautelares e liberdade, é correto afirmar que:

A-É cabível medida cautelar diversa da prisão a crime cuja pena cominada seja de multa.
B-A prisão temporária será decretada pelo Juiz, de ofício, em face da representação da autoridade policial ou
de requerimento do Ministério Público, e terá o prazo de 5 (cinco) dias, prorrogável por igual período em
caso de extrema e comprovada necessidade.
C-Ausentes os requisitos da prisão preventiva, é cabível liberdade provisória para o crime de tráfico de
drogas.
D-É constitucional a expressão "e liberdade provisória", constante do caput do artigo 44 da Lei nº
11.343/2006, conforme entendimento do Supremo Tribunal Federal.
E-A autoridade policial somente poderá conceder fiança nos casos de infração cuja pena privativa de
liberdade máxima seja inferior a 4 (quatro) anos.

13 - 2018 - CESPE / CEBRASPE - PC-MA - CESPE - 2018 - PC-MA - Delegado de Polícia Civil
Em inquérito policial para apurar a prática de crime de furto, a autoridade policial reuniu provas suficientes
de que o indiciado teria adquirido imóveis e veículos — todos registrados em seu nome — com recurso
proveniente do crime.
Nessa situação, a autoridade policial poderá

A-representar à autoridade judiciária competente, requerendo o sequestro dos referidos bens.


B-enviar ofício ao juízo ou ao MP para que sejam decretadas as medidas cabíveis, visto que a lei não lhe
assegura competência para promover a restrição dos direitos de propriedade do indiciado.
C-realizar a busca e apreensão dos citados bens, independentemente de autorização judicial.
D-proceder à busca e apreensão dos referidos bens, desde que mediante anuência do MP.
E-determinar, de ofício, o arresto ou a hipoteca legal, em decisão fundamentada, e proceder à apreensão
dos citados bens.

14 - 2017 - FAPEMS - PC-MS - FAPEMS - 2017 - PC-MS - Delegado de Polícia


Dentre as atribuições da autoridade policial, está a análise sobre a concessão ou não de fiança e o respectivo
valor nos casos expressos em lei. Dessa forma, consoante às disposições do Código de Processo Penal vigente,
assinale a alternativa correta.

A-A autoridade policial, para determinar o valor da fiança, terá em consideração a natureza da infração, as
condições pessoais de fortuna e vida pregressa do acusado e as circunstâncias indicativas de sua
culpabilidade.
B-A autoridade policial somente poderá conceder fiança nos casos de infração cuja pena privativa de
liberdade não seja superior a 4 (quatro) anos.

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C-A autoridade policial poderá dispensar a fiança, a depender da situação econômica do réu ou reduzi-la até
o máximo de 1/3 (um terço).
D-Caso a autoridade policial retarde a concessão da fiança, o preso, ou alguém por ele, poderá prestá-la
mediante simples petição, perante o juiz competente, que decidirá em 48 (quarenta e oito) horas.
E-O valor da fiança que será fixado pela autoridade policial será nos limites de 1 (um) a 200 (duzentos)
salários- mínimos.

15 - 2017 - FCC - PC-AP - FCC - 2017 - PC-AP - Delegado de Polícia


O regime da fiança no Código de Processo Penal, dispõe que

A-o descumprimento de medida cautelar diversa da prisão aplicada cumulativamente com a fiança pode
gerar o quebramento da fiança.
B-é vedada a aplicação da fiança em crimes cometidos com violência ou grave ameaça contra a pessoa.
C-a situação econômica da pessoa presa é irrelevante para a fixação do valor da fiança, que deve ter relação
com a gravidade do crime e os antecedentes criminais.
D-a fiança será prestada em dinheiro, sendo vedada a prestação por meio de pedras preciosas.
E-a concessão de fiança é ato exclusivo da autoridade judicial, visto que implica em decisão sobre a liberdade
da pessoa.

16 - 2017 - CESPE / CEBRASPE - PC-GO - CESPE - 2017 - PC-GO - Delegado de Polícia Substituto
Será cabível a concessão de liberdade provisória ao indivíduo que for preso em flagrante devido ao
cometimento do crime de I estelionato; II latrocínio; III estupro de vulnerável. Assinale a opção correta.

A-Apenas os itens I e III estão certos.


B-Apenas os itens II e III estão certos.
C-Todos os itens estão certos.
D-Apenas o item I está certo.
E-Apenas os itens I e II estão certos.

17 - 2017 - CESPE / CEBRASPE - PC-GO - CESPE - 2017 - PC-GO - Delegado de Polícia Substituto
Pedro, Joaquim e Sandra foram presos em flagrante delito. Pedro, por ter ofendido a integridade corporal de
Lucas, do que resultou debilidade permanente de um de seus membros; Joaquim, por ter subtraído a bicicleta
de Lúcio, de vinte e cinco anos de idade, no período matutino — Lúcio a havia deixado em frente a uma
padaria; e Sandra, por ter subtraído o carro de Tomás mediante grave ameaça. Considerando-se os crimes
cometidos pelos presos, a autoridade policial poderá conceder fiança a

A-Joaquim somente.
B-Pedro somente.
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SEMANA 09/12

C-Pedro, Joaquim e Sandra.


D-Pedro e Sandra somente.
E-Joaquim e Sandra somente.

18 - 2016 - CESPE / CEBRASPE - PC-GO


No que tange ao procedimento criminal e seus princípios e ao instituto da liberdade provisória, assinale a
opção correta.

A-O descumprimento de medida cautelar imposta ao acusado para não manter contato com pessoa
determinada é motivo suficiente para o juiz determinar a substituição da medida por prisão preventiva, já
que a aplicação de outra medida representaria ofensa ao poder imperativo do Estado além de ser
incompatível com o instituto das medidas cautelares.
B-Concedida ao acusado a liberdade provisória mediante fiança, será inaplicável a sua cumulação com outra
medida cautelar tal como a proibição de ausentar-se da comarca ou o monitoramento eletrônico.
C-Compete ao juiz e não ao delegado a concessão de liberdade provisória, mediante pagamento de fiança, a
acusado de crime hediondo ou tráfico ilícito de entorpecente.
D-Caso, após sentença condenatória, advenha a prescrição da pretensão punitiva e seja declarada extinta a
punibilidade por essa razão, os valores recolhidos a título de fiança serão integralmente restituídos àquele
que a prestou.
E-Ofenderá o princípio constitucional da ampla defesa e do contraditório a defesa que, firmada por advogado
dativo, se apresentar deficiente e resultar em prejuízo comprovado para o acusado.

19 - 2016 - CESPE / CEBRASPE - PC-GO


Será cabível a concessão de liberdade provisória ao indivíduo que for preso em flagrante devido ao
cometimento do crime de
I estelionato; II latrocínio; III estupro de vulnerável.
Assinale a opção correta.

A-Apenas os itens I e III estão certos.


B-Apenas os itens II e III estão certos.
C-Todos os itens estão certos.
D-Apenas o item I está certo.
E-Apenas os itens I e II estão certos.

20 - 2016 - CESPE / CEBRASPE - PC-PE - CESPE - 2016 - PC-PE - Delegado de Polícia


Acerca das alterações processuais assinaladas pela Lei n.º 12.403/2011, do instituto da fiança, do
procedimento no âmbito dos juizados especiais criminais e das normas processuais pertinentes à citação e
intimação, assinale a opção correta.
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A-Se o acusado, citado por edital, não comparecer nem constituir advogado, será decretada a revelia e o
processo prosseguirá com a nomeação de defensor dativo.
B-Em homenagem ao princípio da ampla defesa, será sempre pessoal a intimação do defensor dativo ou
constituído pelo acusado.
C-O arbitramento de fiança, tanto na esfera policial quanto na concedida pelo competente juízo, independe
de prévia manifestação do representante do MP.
D-Nos procedimentos previstos na Lei n.º 9.099/1995, em se tratando de ação penal pública condicionada à
representação e não havendo conciliação na audiência preliminar, caso o ofendido se manifeste pelo não
oferecimento de representação, o processo será julgado extinto de imediato, operando-se a decadência do
direito de ação.
E-No caso de prisão em flagrante, a autoridade policial somente poderá conceder fiança se a infração penal
for punida com detenção e prisão simples; nas demais situações, a fiança deverá ser requerida ao
competente juízo.

Respostas7

7
1: A 2: A 3: B 4: B 5: B 6: D 7: E 8: C 9: C 10: E 11: A 12: C 13: A 14: D 15: A 16: C 17: A 18: E 19: C 20: C
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SEMANA 09/12

META 3

DIREITO CONSTITUCIONAL: ESTADO DE DEFESA, DE SÍTIO E SEGURANÇA PÚBLICA

TODOS OS ARTIGOS RELACIONADOS AO TEMA

CF/88
⦁ Art. 21, V
⦁ Art. 49, IV
⦁ Art. 53, §8º
⦁ Art. 57, §6º, I
⦁ Art. 60, §1º
⦁ Art. 84, IX
⦁ Art. 90, I
⦁ Art. 91, II
⦁ Art. 136 a 139
⦁ Art. 140 a 144

Lei 10.446/02

Decreto nº 73.332/73. (Apenas para a Polícia Federal)

ARTIGOS MAIS IMPORTANTES – NÃO DEIXE DE LER!

CF/88
⦁ Art. 53, §8º
⦁ Art. 60, §1º
⦁ Art. 84, IX
⦁ Art. 136, §§1º, 2º, 4º e 6º
⦁ Art. 137, 138 e 139
⦁ Art. 144 (importantíssimo!!!)

Lei 10.446/02
⦁ Importante a leitura completa!

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SEMANA 09/12

1. SISTEMA CONSTITUCIONAL DE CRISES

Segundo Pedro Lenza, caracteriza-se como o equilíbrio da ordem constitucional, não havendo
preponderância de um grupo sobre o outro, mas, em realidade, o equilíbrio entre os grupos de poder. Se
ocorrer disputas pelo poder, tal competição extrapola os limites constitucionais, dando ensejo ao surgimento
do sistema constitucional das crises, definido como o conjunto ordenado de normas constitucionais que,
informadas pelos princípios da necessidade e da temporariedade, têm por objeto as situações de crises e por
finalidade a manutenção ou o restabelecimento da normalidade constitucional. Os aludidos princípios
determinam que: a) os meios de resposta tenham sua executoriedade restrita e vinculada a cada
anormalidade em particular e, ainda, ao lugar e tempo específicos; b) o poder de fiscalização política dos atos
de exceção seja atribuído ao poder legislativo; c) haja possibilidade de controle judicial, que deverá ser
realizado a tempore e a posteriori.

2. ESTADO DE DEFESA X ESTADO DE SÍTIO

Art. 136. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e o


Conselho de Defesa Nacional, decretar estado de defesa para preservar ou
prontamente restabelecer, em locais restritos e determinados, a ordem pública ou
a paz social ameaçadas por grave e iminente instabilidade institucional ou atingidas
por calamidades de grandes proporções na natureza.
§ 1º O decreto que instituir o estado de defesa determinará o tempo de sua
duração, especificará as áreas a serem abrangidas e indicará, nos termos e limites
da lei, as medidas coercitivas a vigorarem, dentre as seguintes:
I - restrições aos direitos de:
a) reunião, ainda que exercida no seio das associações;
b) sigilo de correspondência;
c) sigilo de comunicação telegráfica e telefônica;
II - ocupação e uso temporário de bens e serviços públicos, na hipótese de
calamidade pública, respondendo a União pelos danos e custos decorrentes.
§ 2º O tempo de duração do estado de defesa não será superior a trinta dias,
podendo ser prorrogado uma vez, por igual período, se persistirem as razões que
justificaram a sua decretação.
§ 3º Na vigência do estado de defesa:
I - a prisão por crime contra o Estado, determinada pelo executor da medida, será
por este comunicada imediatamente ao juiz competente, que a relaxará, se não for
legal, facultado ao preso requerer exame de corpo de delito à autoridade policial;
II - a comunicação será acompanhada de declaração, pela autoridade, do estado
físico e mental do detido no momento de sua autuação;
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SEMANA 09/12

III - a prisão ou detenção de qualquer pessoa não poderá ser superior a dez dias,
salvo quando autorizada pelo Poder Judiciário;
IV - é vedada a incomunicabilidade do preso.
§ 4º Decretado o estado de defesa ou sua prorrogação, o Presidente da República,
dentro de vinte e quatro horas, submeterá o ato com a respectiva justificação ao
Congresso Nacional, que decidirá por maioria absoluta.
§ 5º Se o Congresso Nacional estiver em recesso, será convocado,
extraordinariamente, no prazo de cinco dias.
§ 6º O Congresso Nacional apreciará o decreto dentro de dez dias contados de seu
recebimento, devendo continuar funcionando enquanto vigorar o estado de
defesa.
§ 7º Rejeitado o decreto, cessa imediatamente o estado de defesa.

Art. 137. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e o


Conselho de Defesa Nacional, solicitar ao Congresso Nacional autorização para
decretar o estado de sítio nos casos de:
I - comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de fatos que comprovem
a ineficácia de medida tomada durante o estado de defesa;
II - declaração de estado de guerra ou resposta a agressão armada estrangeira.
Parágrafo único. O Presidente da República, ao solicitar autorização para decretar
o estado de sítio ou sua prorrogação, relatará os motivos determinantes do pedido,
devendo o Congresso Nacional decidir por maioria absoluta.
Art. 138. O decreto do estado de sítio indicará sua duração, as normas necessárias
a sua execução e as garantias constitucionais que ficarão suspensas, e, depois de
publicado, o Presidente da República designará o executor das medidas específicas
e as áreas abrangidas.
§ 1º O estado de sítio, no caso do art. 137, I, não poderá ser decretado por mais de
trinta dias, nem prorrogado, de cada vez, por prazo superior; no do inciso II, poderá
ser decretado por todo o tempo que perdurar a guerra ou a agressão armada
estrangeira.
§ 2º Solicitada autorização para decretar o estado de sítio durante o recesso
parlamentar, o Presidente do Senado Federal, de imediato, convocará
extraordinariamente o Congresso Nacional para se reunir dentro de cinco dias, a
fim de apreciar o ato.
§ 3º O Congresso Nacional permanecerá em funcionamento até o término das
medidas coercitivas.
Art. 139. Na vigência do estado de sítio decretado com fundamento no art. 137, I,
só poderão ser tomadas contra as pessoas as seguintes medidas:
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I - obrigação de permanência em localidade determinada;


II - detenção em edifício não destinado a acusados ou condenados por crimes
comuns;
III - restrições relativas à inviolabilidade da correspondência, ao sigilo das
comunicações, à prestação de informações e à liberdade de imprensa, radiodifusão
e televisão, na forma da lei;
IV - suspensão da liberdade de reunião;
V - busca e apreensão em domicílio;
VI - intervenção nas empresas de serviços públicos;
VII - requisição de bens.
Parágrafo único. Não se inclui nas restrições do inciso III a difusão de
pronunciamentos de parlamentares efetuados em suas Casas Legislativas, desde
que liberada pela respectiva Mesa.

Art. 140. A Mesa do Congresso Nacional, ouvidos os líderes partidários, designará


Comissão composta de cinco de seus membros para acompanhar e fiscalizar a
execução das medidas referentes ao estado de defesa e ao estado de sítio.
Art. 141. Cessado o estado de defesa ou o estado de sítio, cessarão também seus
efeitos, sem prejuízo da responsabilidade pelos ilícitos cometidos por seus
executores ou agentes.
Parágrafo único. Logo que cesse o estado de defesa ou o estado de sítio, as medidas
aplicadas em sua vigência serão relatadas pelo Presidente da República, em
mensagem ao Congresso Nacional, com especificação e justificação das
providências adotadas, com relação nominal dos atingidos e indicação das
restrições aplicadas.

Estado de Defesa Estado de Sítio Estado de Sítio

Previsão Art. 136, caput Art. 137, I Art. 137, II

Hipóteses Ordem pública ou paz - Comoção Nacional; - Declaração de guerra;


social ameaçada por: - Ineficácia do Estado de - Resposta à agressão
- Grave e iminente Defesa. armada estrangeira.
instabilidade
institucional;
- Calamidade natural

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SEMANA 09/12

Quem decreta Presidente da República Presidente da República Presidente da República


(art. 84, IX, CF/88) (art. 84, IX, CF/88) (art. 84, IX, CF/88)

Órgãos de consulta do Conselho da República Conselho da República Conselho da República


Presidente (art. 90, I, CF/88) e de (art. 90, I, CF/88) e de (art. 90, I, CF/88) e de
Defesa Nacional (art. Defesa Nacional (art. Defesa Nacional (art.
92, II, CF/88), em oitiva 92, II, CF/88), em oitiva 92, II, CF/88), em oitiva
prévia e não vinculativa. prévia e não vinculativa. prévia e não vinculativa.

Procedimento Presidente verifica a Presidente verifica a Presidente verifica a


hipótese legal, solicita hipótese legal, solicita hipótese legal, solicita
pareceres dos pareceres dos pareceres dos
Conselhos da República Conselhos da República Conselhos da República
(art. 89) e de Defesa (art. 89) e de Defesa (art. 89) e de Defesa
Nacional (art. 91). Com Nacional (art. 91). Nacional (art. 91).
os pareceres, decidirá Presidente verifica a Presidente verifica a
se decreta ou não o hipótese legal, solicita hipótese legal, solicita
Estado de Defesa. pareceres dos pareceres dos
Conselhos da República Conselhos da República
(art. 89) e de Defesa (art. 89) e de Defesa
Nacional (art. 91). Nacional (art. 91).

Prazo Máximo de 30 dias, Máximo de 30 dias, O tempo necessário da


prorrogado por mais 30 prorrogado por mais 30 guerra ou para repelir a
dias, somente uma vez. dias, de cada vez (o agressão armada
quanto for necessário) estrangeira.

Áreas Abrangidas Âmbito regional. Locais Âmbito nacional. Após o Âmbito nacional. Após o
restritos e Decreto, o Presidente Decreto, o Presidente
determinados (art. especificará as medidas especificará as medidas
136). específicas e as áreas específicas e as áreas
abrangidas (art. 138, abrangidas (art. 138,
caput) caput)

Restrições a direitos e Poderão ser Poderão ser Poderão ser atingidos,


garantias individuais restringidos os direitos restringidos do art. 5º, em tese, todas as
do art. 5º, XII (sigilo de XI (inviolabilidade garantias

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SEMANA 09/12

correspondência e de domiciliar), XII (sigilo de constitucionais, desde


comunicações correspondência e de que presentes três
telegráficas e comunicações requisitos
telefônicas), XVI (direito telegráficas e constitucionais:
de reunião) e LXI telefônicas), XVI (direito a) Necessidade de
(exigibilidade de prisão de reunião), XXV efetivação da medida e
somente em flagrante (direito de propriedade) temporariedade;
delito ou por ordem da LXI (exigibilidade de b) Tenham sido objeto
autoridade judicial prisão somente em de deliberação por
competente). flagrante delito ou por parte do Congresso
É possível ocupação e ordem da autoridade Nacional no momento
uso temporário de bens judicial competente) e de autorização da
e serviço públicos, na também o art. 220 medida;
hipótese de calamidade (liberdade de c) Devem estar
pública manifestação do expressamente
pensamento, a criação, previstos no Decreto
a expressão e a presidencial.
informação)

Controle político sobre Posterior. Decretado o Prévio. O controle do Prévio. O controle do


a decretação Estado de Defesa ou sua Congresso Nacional é Congresso Nacional é
prorrogação,o prévio, vez que há prévio, vez que há
Presidente da necessidade de necessidade de
República, dentro de 24 autorização para que o autorização para que o
horas, submeterá o ato Presidente o decrete. Presidente o decrete.
com a respectiva Concomitante e Concomitante e
justificativa ao sucessivo de forma sucessivo de forma
Congresso Nacional, idêntica ao do estado de idêntica ao do estado de
que somente aprovará a defesa. defesa.
decretação por maioria
absoluta de ambas as
Casas Legislativas
editando o respectivo
Decreto Legislativo.
Concomitante (art. 140)
e sucessivo (art. 141)

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Atividade Parlamentar O Congresso Nacional Idem. Ademais, no Idem. Ademais, no


permanecerá em Estado de Sítio, não se Estado de Sítio, não se
funcionamento até o incluirá a possibilidade incluirá a possibilidade
término das medidas de restrição à liberdade de restrição à liberdade
coercitivas. Em hipótese de informação, a de informação, a
alguma permite-se o difusão de difusão de
constrangimento do pronunciamentos de pronunciamentos de
Poder Legislativo, sob parlamentares parlamentares
pena de crime de efetuados em suas efetuados em suas
responsabilidade (art. Casas Legislativas, Casas Legislativas,
85, III) desde que liberada pela desde que liberada pela
respectiva mesa. respectiva mesa.

Responsabilidade Cessado o Estado de Cessado o Estado de Cessado o Estado de


Defesa ou o Estado de Defesa ou o Estado de Defesa ou o Estado de
Sítio, cessarão também Sítio, cessarão também Sítio, cessarão também
seus efeitos, sem seus efeitos, sem seus efeitos, sem
prejuízo da prejuízo da prejuízo da
responsabilidade pelos responsabilidade pelos responsabilidade pelos
ilícitos cometidos por ilícitos cometidos por ilícitos cometidos por
seus executores ou seus executores ou seus executores ou
agentes. agentes. agentes.

Prestação de contas Cessada a situação Cessada a situação Cessada a situação


excepcional, as medidas excepcional, as medidas excepcional, as medidas
aplicadas em sua aplicadas em sua aplicadas em sua
vigência serão relatadas vigência serão relatadas vigência serão relatadas
pelo Presidente da pelo Presidente da pelo Presidente da
República, em República, em República, em
mensagem ao mensagem ao mensagem ao
Congresso Nacional, Congresso Nacional, Congresso Nacional,
com especificação e com especificação e com especificação e
justificação das justificação das justificação das
providências adotadas, providências adotadas, providências adotadas,
com relação nominal com relação nominal com relação nominal
dos atingidos, bem dos atingidos, bem dos atingidos, bem

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como a indicação das como a indicação das como a indicação das


restrições aplicadas. restrições aplicadas. restrições aplicadas.

Convocação Presidente do SF (art. Presidente do SF (art. Presidente do SF (art.


Extraordinária do 57, §6º, I) 57, §6º, I) 57, §6º, I)
Congresso Nacional

3. FORÇAS ARMADAS

São constituídas por:


• Marinha;
• Exército;
• Aeronáutica.
São instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e disciplina.
Sua autoridade máxima é o Presidente da República.
Destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais, da lei e da ordem.
Não caberá habeas corpus em relação a punições disciplinares militares, exceto em caso de
ilegalidade. Nesse sentido, STF: A legalidade da imposição de punição constritiva da liberdade, em
procedimento administrativo castrense, pode ser discutida por meio de habeas corpus (RHC 88543/SP).
O PRECEITO DO ARTIGO 142, § 2º, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL NÃO OBSTA A IMPETRAÇÃO DE
HABEAS CORPUS, SE VERIFICADA NO ATO ADMINISTRATIVO A OCORRÊNCIA DE TRANSGRESSÕES A
PRESSUPOSTOS DE LEGALIDADE, EXCLUÍDAS AS QUESTÕES RELACIONADAS COM O MÉRITO. (RE
468.168/RJ)
É proibida a sindicalização e greve aos militares e a todos os servidores que atuem diretamente na
área da segurança pública, conforme entendimento do STF (ARE 654432).

Art. 142, CF. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela
Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com
base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da
República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais
e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.
§ 1º Lei complementar estabelecerá as normas gerais a serem adotadas na
organização, no preparo e no emprego das Forças Armadas.
§ 2º Não caberá habeas corpus em relação a punições disciplinares militares.
§ 3º Os membros das Forças Armadas são denominados militares, aplicando-se-
lhes, além das que vierem a ser fixadas em lei, as seguintes disposições:

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I - as patentes, com prerrogativas, direitos e deveres a elas inerentes, são


conferidas pelo Presidente da República e asseguradas em plenitude aos oficiais da
ativa, da reserva ou reformados, sendo-lhes privativos os títulos e postos militares
e, juntamente com os demais membros, o uso dos uniformes das Forças Armadas;
II - o militar em atividade que tomar posse em cargo ou emprego público civil
permanente, ressalvada a hipótese prevista no art. 37, inciso XVI, alínea "c", será
transferido para a reserva, nos termos da lei;
III - o militar da ativa que, de acordo com a lei, tomar posse em cargo, emprego ou
função pública civil temporária, não eletiva, ainda que da administração indireta,
ressalvada a hipótese prevista no art. 37, inciso XVI, alínea "c", ficará agregado ao
respectivo quadro e somente poderá, enquanto permanecer nessa situação, ser
promovido por antiguidade, contando-se-lhe o tempo de serviço apenas para
aquela promoção e transferência para a reserva, sendo depois de dois anos de
afastamento, contínuos ou não, transferido para a reserva, nos termos da lei;
IV - ao militar são proibidas a sindicalização e a greve;
V - o militar, enquanto em serviço ativo, não pode estar filiado a partidos políticos;
VI - o oficial só perderá o posto e a patente se for julgado indigno do oficialato ou
com ele incompatível, por decisão de tribunal militar de caráter permanente, em
tempo de paz, ou de tribunal especial, em tempo de guerra;
VII - o oficial condenado na justiça comum ou militar a pena privativa de liberdade
superior a dois anos, por sentença transitada em julgado, será submetido ao
julgamento previsto no inciso anterior;
VIII - aplica-se aos militares o disposto no art. 7º, incisos VIII, XII, XVII, XVIII, XIX e
XXV, e no art. 37, incisos XI, XIII, XIV e XV, bem como, na forma da lei e com
prevalência da atividade militar, no art. 37, inciso XVI, alínea "c";
IX - aplica-se aos militares e a seus pensionistas o disposto no art. 40, §§ 4º,5º e 6º;
X - a lei disporá sobre o ingresso nas Forças Armadas, os limites de idade, a
estabilidade e outras condições de transferência do militar para a inatividade, os
direitos, os deveres, a remuneração, as prerrogativas e outras situações especiais
dos militares, consideradas as peculiaridades de suas atividades, inclusive aquelas
cumpridas por força de compromissos internacionais e de guerra.

Art. 143. O serviço militar é obrigatório nos termos da lei.


§ 1º Às Forças Armadas compete, na forma da lei, atribuir serviço alternativo aos
que, em tempo de paz, após alistados, alegarem imperativo de consciência,
entendendo-se como tal o decorrente de crença religiosa e de convicção filosófica
ou política, para se eximirem de atividades de caráter essencialmente militar.

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§ 2º - As mulheres e os eclesiásticos ficam isentos do serviço militar obrigatório em


tempo de paz, sujeitos, porém, a outros encargos que a lei lhes atribuir.

4. SEGURANÇA PÚBLICA

Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos,


é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e
do patrimônio, através dos seguintes órgãos:
I - polícia federal;
II - polícia rodoviária federal;
III - polícia ferroviária federal;
IV - polícias civis;
V - polícias militares e corpos de bombeiros militares.
VI - polícias penais federal, estaduais e distrital. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 104, de 2019)

Órgãos que compõem a segurança pública – ART. 144, CF


∘ Polícia federal;
∘ Polícia rodoviária federal;
∘ Polícia ferroviária federal;
∘ Polícias civis;
∘ Polícias militares
∘ Corpos de bombeiros militares.
∘ Polícias penais (EC 104/2019).

CUIDADO! O rol de órgãos encarregados do exercício da segurança pública está previsto no art. 144,
I a V, da CF/88, sendo um rol taxativo. Esse modelo federal deve ser observado pelos Estados-membros e
pelo Distrito Federal.
Dessa forma, não é possível que os Estados-membros criem órgão de segurança pública diverso
daqueles que estão previstos no art. 144 da CF/88

Não é possível que os Estados-membros criem órgão de segurança pública diverso


daqueles que estão previstos no art. 144 da CF/88. Os Estados-membros e o Distrito
Federal devem seguir o modelo federal. O art. 144 da Constituição aponta os órgãos
incumbidos do exercício da segurança pública, sendo esse rol taxativo. Assim, a
Constituição Estadual não pode prever a criação de Polícia Científica como órgão
integrante da segurança pública. Vale ressaltar que nada impede que a Polícia
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Científica, criada pelo Estado-membro para ser o órgão responsável pelas perícias,
continue a existir e a desempenhar suas funções, sem estar, necessariamente,
vinculada à Polícia Civil. No entanto, deve-se afastar qualquer interpretação que
lhe outorgue caráter de órgão de segurança pública. STF. Plenário. ADI 2575/PR,
Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 24/6/2020 (Info 983).

Nada impede, no entanto, que a Polícia Científica, órgão responsável pelas perícias, continue a existir
e a desempenhar suas funções, sem estar, necessariamente, vinculada à Polícia Civil. No entanto, ela (Polícia
Científica) não pode ser considerada juridicamente órgão de segurança pública. Assim, por exemplo, os
integrantes dessa “Polícia Científica” não têm, em tese, direito a porte de arma como policiais, não gozam da
aposentadoria especial de policial etc.

Aproveita-se o ponto para recordar o artigo 42 da Constituição Federal, que também foi
recentemente alterado.

Art. 42 Os membros das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares,


instituições organizadas com base na hierarquia e disciplina, são militares dos
Estados, do Distrito Federal e dos Territórios. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 18, de 1998)
§ 1º Aplicam-se aos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios, além
do que vier a ser fixado em lei, as disposições do art. 14, § 8º; do art. 40, § 9º; e do
art. 142, §§ 2º e 3º, cabendo a lei estadual específica dispor sobre as matérias do
art. 142, § 3º, inciso X, sendo as patentes dos oficiais conferidas pelos respectivos
governadores. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)
§ 2º Aos pensionistas dos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios
aplica-se o que for fixado em lei específica do respectivo ente estatal. (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
§ 3º Aplica-se aos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios o
disposto no art. 37, inciso XVI, com prevalência da atividade militar. (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 101, de 2019)

O art. 37, inciso XVI, da CF/88 trata da cumulação de cargos públicos.

4.1. Polícia Federal

§ 1º A polícia federal, instituída por lei como órgão permanente, organizado e


mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se a: (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
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I - apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento de


bens, serviços e interesses da União ou de suas entidades autárquicas e empresas
públicas, assim como outras infrações cuja prática tenha repercussão interestadual
ou internacional e exija repressão uniforme, segundo se dispuser em lei;
II - prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o
contrabando e o descaminho, sem prejuízo da ação fazendária e de outros órgãos
públicos nas respectivas áreas de competência;
III - exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras; (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
IV - exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária da União.

Características:
✓ Órgão permanente
✓ Organizada e mantida pela União
✓ Estruturada em carreira

Atribuições
✓ Polícia ostensiva – polícia marítima
✓ Polícia ostensiva – polícia aeroportuária (policiamento ostensivo do espaço aéreo)
✓ Polícia ostensiva – polícia de fronteira
✓ Polícia judiciária – exercida com exclusividade no plano federal.

4.2. Polícia Rodoviária Federal e Polícia Ferroviária Federal

§ 2º A polícia rodoviária federal, órgão permanente, organizado e mantido pela


União e estruturado em carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento
ostensivo das rodovias federais. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19,
de 1998)

§ 3º A polícia ferroviária federal, órgão permanente, organizado e mantido pela


União e estruturado em carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento
ostensivo das ferrovias federais. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19,
de 1998)

4.3. Polícia Civil, Polícia Militar e Corpo de Bombeiros

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§ 4º Às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira, incumbem,


ressalvada a competência da União, as funções de polícia judiciária e a apuração de
infrações penais, exceto as militares.
§ 5º Às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a preservação da ordem
pública; aos corpos de bombeiros militares, além das atribuições definidas em lei,
incumbe a execução de atividades de defesa civil.

Relembrando a repartição de competências...


• União tem competência privativa para estabelecer normas gerais de organização, efetivos, material
bélico, garantias, convocação e mobilização das polícias militares e corpos de bombeiros militares.
• Há competência legislativa concorrente entre União, Estados e Distrito federal para estabelecer
normas sobre organização, garantias, direitos e deveres das polícias civis.

Obs.: Chefe da polícia civil:


A CF/88 prevê que as polícias civis serão “dirigidas por delegados de polícia de carreira”. Esse
parâmetro estabelecido pela CF/88 deverá ser seguido pelas Constituições Estaduais por força do princípio
da simetria. Em outras palavras: a Constituição Estadual não pode prever que o chefe da Polícia Civil seja
alguém que não integre a carreira, ou seja, que não seja delegado.
Ademais, a Constituição Estadual também não pode estipular um requisito a mais para a chefia da
polícia civil (ex.: que seja integrante da classe final da carreira), sob pena de violação ao princípio da simetria.

É inconstitucional dispositivo de CE que exija que o Superintendente da Polícia Civil


seja um delegado de polícia integrante da classe final da carreira. STF. Plenário. ADI
3077/SE, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 16/11/2016 (Info 847).

Consoante dispõe o artigo 144, § 4º, da Constituição Federal, as polícias civis são
dirigidas por delegados de carreira, não cabendo a inobservância da citada
qualificação, nem a exigência de que se encontrem no último nível da organização
policial. STF. Plenário. ADI 3038, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 11/12/2014.

CUIDADO. EXISTE JULGADO EM SENTIDO CONTRÁRIO:


Ementa: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. EMENDA CONSTITUCIONAL
ESTADUAL. ESCOLHA DO DELEGADO-CHEFE DA POLÍCIA CIVIL. VÍCIO DE INICIATIVA.
1. Não é materialmente inconstitucional a exigência de que o Chefe da Polícia Civil
seja delegado de carreira da classe mais elevada, conforme nova orientação do STF.
Precedente: ADI 3.062, Rel. Min. Gilmar Mendes. 2. Todavia, a instituição de
requisitos para a nomeação do Delegado-Chefe da Polícia Civil é matéria de
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iniciativa privativa do Poder Executivo (CRFB/1988, art. 61, § 1º, II, c e e), e, desta
forma, não pode ser tratada por Emenda Constitucional de iniciativa parlamentar.
Precedentes. 3. Pedido julgado procedente, para declarar a inconstitucionalidade
formal da EC nº 86/2013, do Estado de Rondônia, por vício de iniciativa.
(ADI 5075, Relator(a): Min. ROBERTO BARROSO, Tribunal Pleno, julgado em
19/08/2015, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-175 DIVULG 04-09-2015 PUBLIC 08-09-
2015)

Veja a jurisprudência pertinente sobre o tema:

▪ É constitucional lei estadual que conceda dois assentos gratuitos a policiais militares devidamente
fardados nos transportes coletivos intermunicipais

A segurança pública é de competência comum dos Estados-membros (art. 144 da


CF/88), sendo também sua competência remanescente a prerrogativa de legislar
sobre transporte intermunicipal (art. 25, § 1º). A concessão de dois assentos a
policiais militares devidamente fardados nos transportes coletivos intermunicipais
vai ao encontro da melhoria das condições de segurança pública nesse meio de
locomoção, em benefício de toda a Sociedade, questão flagrantemente de
competência dos Estados-membros (art. 144 da CF/88) e afasta qualquer alegação
de desrespeito ao princípio da igualdade, uma vez que o discrímen adotado é
legítimo e razoável, pois destinado àqueles que exercem atividade de polícia
ostensiva e visam à preservação da ordem pública. Essa lei estadual não representa
indevida interferência no contrato de concessão firmado com a concessionária,
uma vez que não há alteração na equação do equilíbrio financeiro-econômico do
contrato administrativo. STF. Plenário.ADI 1052, Rel. Luiz Fux, Rel. p/ Acórdão:
Alexandre de Moraes, julgado em 24/08/2020 (Info 991).

4.4. Polícias Penais 8

§ 5º-A. Às polícias penais, vinculadas ao órgão administrador do sistema penal da


unidade federativa a que pertencem, cabe a segurança dos estabelecimentos
penais. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 104, de 2019)

A Polícia Penal é...


✓ Um órgão de segurança pública,

8 Explicação retirada do site do Dizer o Direito.


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✓ Vinculado ao órgão que administra o sistema penal da União ou do Estado/DF


✓ Sendo responsável pela segurança dos estabelecimentos penais.

A Polícia Penal pode ser:


✓ Federal;
✓ Estadual; ou
✓ Distrital.

Forma de preenchimento do cargo: O preenchimento do quadro de servidores das polícias penais


será feito de dois modos, à luz do art. 4º da EC 104/2019.
✓ Pela transformação dos atuais cargos de agentes penitenciários (ou outro nome que seja dado
pelo Estado) em Policiais Penais; e
✓ Por meio de concurso público.

Art. 4º O preenchimento do quadro de servidores das polícias penais será feito,


exclusivamente, por meio de concurso público e por meio da transformação dos
cargos isolados, dos cargos de carreira dos atuais agentes penitenciários e dos
cargos públicos equivalentes.

Assim como já ocorre com a Polícia Civil, Polícia Militar e com o Corpo de Bombeiros, a Polícia Penal
Distrital é organizada e mantida pela União, conforme prevê expressamente o inciso XIV do art. 21 da CF/88:

Art. 21. Compete à União:


XIV - organizar e manter a polícia civil, a polícia penal, a polícia militar e o corpo de
bombeiros militar do Distrito Federal, bem como prestar assistência financeira ao
Distrito Federal para a execução de serviços públicos, por meio de fundo próprio;

O Governo do Distrito Federal poderá também se valer da Polícia Penal, conforme disposto em lei
federal. É o que estabelece o § 4º do art. 32 da CF/88. Vale ressaltar, ainda, que as Polícias Penais estaduais
e a Polícia Penal distrital estão subordinadas aos Governadores dos Estados e do Distrito Federal:
Art. 32. § 4º Lei federal disporá sobre a utilização, pelo Governo do Distrito Federal,
da polícia civil, da polícia penal, da polícia militar e do corpo de bombeiros militar.

Art. 144. § 6º As polícias militares e os corpos de bombeiros militares, forças


auxiliares e reserva do Exército subordinam-se, juntamente com as polícias civis
e as polícias penais estaduais e distrital, aos Governadores dos Estados, do
Distrito Federal e dos Territórios. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
104, de 2019)
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CUIDADO PARA NÃO CONFUNDIR: A Polícia Penal distrital é organizada e mantida pela União. A
despeito disso, a Polícia Penal distrital:
∘ Está subordinada ao Governador do Distrito Federal; e
∘ Pode ser utilizada pelo Governo do Distrito Federal, na forma da lei federal.

4.5. (Im)possibilidade de greve de policiais:

O exercício do direito de greve, sob qualquer forma ou modalidade, é vedado aos policiais civis e a
todos os servidores públicos que atuem diretamente na área de segurança pública. Isso porque a atividade
policial é considerada o “braço armado” do Estado, responsável pela garantia da segurança interna, ordem
pública e paz social, motivo pelo qual o interesse público e a manutenção da segurança deem prevalecer
sobre o direito individual de greve.
Veja a brilhante explicação constante do julgado abaixo:

Ementa: CONSTITUCIONAL. GARANTIA DA SEGURANÇA INTERNA, ORDEM PÚBLICA


E PAZ SOCIAL. INTERPRETAÇÃO TELEOLÓGICA DOS ART. 9º, § 1º, ART. 37, VII, E ART.
144, DA CF. VEDAÇÃO ABSOLUTA AO EXERCÍCIO DO DIREITO DE GREVE AOS
SERVIDORES PÚBLICOS INTEGRANTES DAS CARREIRAS DE SEGURANÇA PÚBLICA.
1.A atividade policial é carreira de Estado imprescindível a manutenção da
normalidade democrática, sendo impossível sua complementação ou substituição
pela atividade privada. A carreira policial é o braço armado do Estado, responsável
pela garantia da segurança interna, ordem pública e paz social. E o Estado não faz
greve. O Estado em greve é anárquico. A Constituição Federal não permite.
2.Aparente colisão de direitos. Prevalência do interesse público e social na
manutenção da segurança interna, da ordem pública e da paz social sobre o
interesse individual de determinada categoria de servidores públicos.
Impossibilidade absoluta do exercício do direito de greve às carreiras policiais.
Interpretação teleológica do texto constitucional, em especial dos artigos 9º, § 1º,
37, VII e 144. 3.Recurso provido, com afirmação de tese de repercussão geral: “1 -
O exercício do direito de greve, sob qualquer forma ou modalidade, é vedado aos
policiais civis e a todos os servidores públicos que atuem diretamente na área de
segurança pública. 2 - É obrigatória a participação do Poder Público em mediação
instaurada pelos órgãos classistas das carreiras de segurança pública, nos termos
do art. 165 do Código de Processo Civil, para vocalização dos interesses da
categoria.

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(ARE 654432, Relator(a): Min. EDSON FACHIN, Relator(a) p/ Acórdão: Min.


ALEXANDRE DE MORAES, Tribunal Pleno, julgado em 05/04/2017, PROCESSO
ELETRÔNICO DJe-114 DIVULG 08-06-2018 PUBLIC 11-06-2018)

É obrigatória a participação do Poder Público em mediação instaurada pelos


órgãos classistas das carreiras de segurança pública, nos termos do art. 165 do
CPC, para vocalização dos interesses da categoria.
STF. Plenário. ARE 654432/GO, Rel. orig. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min.
Alexandre de Moraes, julgado em 5/4/2017 (repercussão geral) (Info 860).

5. GUARDAS MUNICIPAIS:

§ 8º Os Municípios poderão constituir guardas municipais destinadas à proteção de


seus bens, serviços e instalações, conforme dispuser a lei.

a) Considerações importantes sobre os guardas municipais:


• Guardas Municipais não são órgãos de Segurança Pública– não estão elencadas no rol do art. 144,
caput da CF.
• Destinados à proteção de seus bens, serviços e instalações (incolumidade do patrimônio
municipal).
• Às guardas municipais não podem ser conferidas atribuições que configurem atividades típicas
dos órgãos de segurança pública. No entanto, pode desempenhar atividades que não são típicas,
a exemplo da fiscalização de trânsito. Confira:

As guardas municipais podem realizar a fiscalização de trânsito?


SIM. As guardas municipais, desde que autorizadas por lei municipal, têm
competência para fiscalizar o trânsito, lavrar auto de infração de trânsito e impor
multas.
—> O STF definiu a tese de que é constitucional a atribuição às guardas municipais
do exercício do poder de polícia de trânsito, inclusive para a imposição de sanções
administrativas legalmente previstas (ex: multas de trânsito).
STF. Plenário. RE 658570/MG, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o acórdão Min.
Roberto Barroso, julgado em 6/8/2015 (repercussão geral) (Info 793).

DIREITO ADMINISTRATIVO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO. PODER DE POLÍCIA.


IMPOSIÇÃO DE MULTA DE TRÂNSITO. GUARDA MUNICIPAL.
CONSTITUCIONALIDADE. 1. Poder de polícia não se confunde com segurança
pública. O exercício do primeiro não é prerrogativa exclusiva das entidades
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policiais, a quem a Constituição outorgou, com exclusividade, no art. 144, apenas


as funções de promoção da segurança pública. 2. A fiscalização do trânsito, com
aplicação das sanções administrativas legalmente previstas, embora possa se dar
ostensivamente, constitui mero exercício de poder de polícia, não havendo,
portanto, óbice ao seu exercício por entidades não policiais. 3. O Código de Trânsito
Brasileiro, observando os parâmetros constitucionais, estabeleceu a competência
comum dos entes da federação para o exercício da fiscalização de trânsito. 4.
Dentro de sua esfera de atuação, delimitada pelo CTB, os Municípios podem
determinar que o poder de polícia que lhe compete seja exercido pela guarda
municipal. 5. O art. 144, §8º, da CF, não impede que a guarda municipal exerça
funções adicionais à de proteção dos bens, serviços e instalações do Município. Até
mesmo instituições policiais podem cumular funções típicas de segurança pública
com exercício de poder de polícia. Entendimento que não foi alterado pelo advento
da EC nº 82/2014. 6. Desprovimento do recurso extraordinário e fixação, em
repercussão geral, da seguinte tese: é constitucional a atribuição às guardas
municipais do exercício de poder de polícia de trânsito, inclusive para imposição de
sanções administrativas legalmente previstas.
(RE 658570, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Relator(a) p/ Acórdão: Min.
ROBERTO BARROSO, Tribunal Pleno, julgado em 06/08/2015, ACÓRDÃO
ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-195 DIVULG 29-09-2015 PUBLIC
30-09-2015)

b) Direito à aposentadoria especial

Aposentadoria especial é aquela cujos requisitos e critérios exigidos do beneficiário são mais
favoráveis que os estabelecidos normalmente para as demais pessoas. A CF/88 prevê que os servidores que
exerçam atividades de risco têm direito à aposentadoria especial, segundo requisitos e condições previstas
em lei complementar (art. 40, § 4º, II, “b”).
Diante da ausência de legislação específica, não cabe ao Poder Judiciário garantir aposentadoria
especial (art. 40, § 4º, II, da CF/88) às guardas municipais.
A aposentadoria especial não pode ser estendida aos guardas civis, uma vez que suas atividades
precípuas não são inequivocamente perigosas e, ainda, pelo fato de não integrarem o conjunto de órgãos
de segurança pública relacionados no art. 144, I a V, da CF/88.
Como a expressão "atividades de risco" possui caráter aberto e tendo em vista a relativa liberdade
de conformação do legislador, somente há omissão inconstitucional nos casos em que a periculosidade é
inequivocamente inerente ao ofício.
A eventual exposição à situações de risco a que podem estar sujeitos os guardas municipais e, de
resto, diversas outras categorias, não garante direito subjetivo constitucional à aposentadoria especial.
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DELEGADO ALAGOAS

SEMANA 09/12

A percepção de gratificações ou adicionais de periculosidade, assim como o porte de arma de fogo,


não são suficientes para reconhecer o direito à aposentadoria especial, em razão da autonomia entre o
vínculo funcional e o previdenciário.

STF. Plenário. MI 6515/DF, MI 6770/DF, MI 6773/DF, MI 6780/DF, MI 6874/DF, Rel.


Min. Roberto Barroso, julgados em 20/6/2018 (Info 907).

Ementa: Direito administrativo. Agravo interno em mandado de injunção. Guarda


municipal. Alegada atividade de risco. Aposentadoria especial. 1. Diante do caráter
aberto da expressão atividades de risco (art. 40, § 4º, II, da Constituição) e da
relativa liberdade de conformação do legislador, somente há omissão
inconstitucional nos casos em que a periculosidade é inequivocamente inerente ao
ofício. 2. A eventual exposição a situações de risco a que podem estar sujeitos os
guardas municipais e, de resto, diversas outras categorias, não garante direito
subjetivo constitucional à aposentadoria especial. 3. A percepção de gratificações
ou adicionais de periculosidade, assim como o porte de arma de fogo, não são
suficientes para reconhecer o direito à aposentadoria especial, em razão da
autonomia entre o vínculo funcional e o previdenciário. 4. Agravo provido para
denegação da ordem. (MI 6770 AgR, Relator(a): Min. ALEXANDRE DE MORAES,
Relator(a) p/ Acórdão: Min. ROBERTO BARROSO, Tribunal Pleno, julgado em
20/06/2018, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-251 DIVULG 23-11-2018 PUBLIC 26-11-
2018)

c) Prisão em flagrante pelas guardas municipais

 É válida a prisão em flagrante efetuada por guarda municipal?


R.: SIM. Conforme prevê o art. 301 do CPP, qualquer pessoa pode prender quem esteja em flagrante
delito. Desse modo, não existe óbice à prisão em flagrante realizada por guardas municipais, não havendo,
portanto, que se falar em prova ilícita.

HABEAS CORPUS. IMPETRADO EM SUBSTITUIÇÃO A RECURSO PRÓPRIO. TRÁFICO


ILÍCITO DE ENTORPECENTES. ALEGADA INCOMPETÊNCIA DOS GUARDAS
MUNICIPAIS PARA EFETUAR PRISÃO EM FLAGRANTE. PERMISSIVO DO ART. 301 DO
CPP. INOCORRÊNCIA. ALEGAÇÃO DE TER SIDO VÍTIMA DE TORTURA. MATÉRIA NÃO
EXAMINADA PELO TRIBUNAL A QUO. SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA. PRISÃO
PREVENTIVA. FUNDAMENTAÇÃO. RISCO DE REITERAÇÃO. QUANTIDADE E
QUALIDADE DA DROGA. NECESSIDADE DE GARANTIR A ORDEM PÚBLICA.
AUSÊNCIA DE CONSTRANGIMENTO ILEGAL. HABEAS CORPUS NÃO CONHECIDO.
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DELEGADO ALAGOAS

SEMANA 09/12

1. O Superior Tribunal de Justiça, seguindo entendimento firmado pelo Supremo


Tribunal Federal, passou a não admitir o conhecimento de habeas corpus
substitutivo de recurso previsto para a espécie. No entanto, deve-se analisar o
pedido formulado na inicial, tendo em vista a possibilidade de se conceder a ordem
de ofício, em razão da existência de eventual coação ilegal. 2. Nos termos do artigo
301 do Código de Processo Penal, qualquer pessoa pode prender quem esteja em
flagrante delito, de modo que inexiste óbice à realização do referido procedimento
por guardas municipais, não havendo, portanto, que se falar em prova ilícita no
caso em tela. Precedentes.
3. A alegação de que o paciente sofreu tortura por parte dos guardas municipais
não foi enfrentada pela Corte a quo, o que impede o conhecimento da questão
diretamente por este Tribunal, sob pena de indevida supressão de instância.
Outrossim, o habeas corpus não é o meio adequado para a análise de tal alegação
por exigir, necessariamente, uma avaliação do conteúdo fático-probatório,
procedimento incompatível com a via estreita do writ, ação constitucional de rito
célere e de cognição sumária.
4. A privação antecipada da liberdade do cidadão acusado de crime reveste-se de
caráter excepcional em nosso ordenamento jurídico, e a medida deve estar
embasada em decisão judicial fundamentada (art. 93, IX, da CF), que demonstre a
existência da prova da materialidade do crime e a presença de indícios suficientes
da autoria, bem como a ocorrência de um ou mais pressupostos do artigo 312 do
Código de Processo Penal. Exige-se, ainda, na linha perfilhada pela jurisprudência
dominante deste Superior Tribunal de Justiça e do Supremo Tribunal Federal, que
a decisão esteja pautada em motivação concreta, vedadas considerações abstratas
sobre a gravidade do crime.
5. No presente caso, a segregação cautelar foi decretada pelo Tribunal estadual, em
razão da periculosidade do paciente, evidenciada (i) pelo efetivo risco de voltar a
cometer delitos, porquanto o réu possui registro criminal recente e (ii) pela
quantidade de entorpecente apreendido (147,23g de maconha, 21,51g de crack e
104,82g de cocaína). Prisão preventiva justificada, nos termos do art. 312 do Código
de Processo Penal, para a garantia da ordem pública. Precedentes.
6. Habeas corpus não conhecido.
(HC 421.954/SP, Rel. Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA, QUINTA TURMA,
julgado em 22/03/2018, DJe 02/04/2018)

6. PORTE DE ARMA DE FOGO POR POLICIAIS E AGENTES DE TRÂNSITO

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SEMANA 09/12

O porte de arma de fogo a que têm direito os policiais civis não se estende aos policiais
aposentados. Isso porque, de acordo com o art. 33 do Decreto 5.123/2004, que regulamentou o art. 6º da
Lei 10.826/2003, o porte de arma de fogo está condicionado ao efetivo exercício das funções institucionais
por parte dos policiais, motivo pelo qual não se estende aos aposentados.

POLICIAL CIVIL APOSENTADO. INEXISTÊNCIA DE DIREITO AO PORTE DE ARMA.


INTELIGÊNCIA DO ARTIGO 36 DO DECRETO FEDERAL 5.123/2004. AUSÊNCIA DE
PROVAS DE QUE O PACIENTE ESTARIA AUTORIZADO A PORTAR ARMAMENTO FORA
DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL. COAÇÃO ILEGAL NÃO EVIDENCIADA. 1. De
acordo com o artigo 33 do Decreto Federal 5.123/2004, que regulamentou o artigo
6º da Lei 10.826/2003, o porte de arma de fogo está condicionado ao efetivo
exercício das funções institucionais por parte dos policiais, motivo pelo qual não se
estende aos aposentados. 2. Habeas corpus não conhecido. (HC 267.058/SP, Rel.
Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, julgado em 04/12/2014, DJe 15/12/2014)

ATENÇÃO: o tema acima mudou com a edição do novo regulamento do Estatuto do


Desarmamento.
O Decreto nº 9.847/2019 permite que os integrantes das policiais, guardas municipais, ABIN etc.
continuem a ter o porte de arma mesmo depois de aposentados.
Deve-se fazer, contudo, uma explicação.
O policial, guarda municipal etc, quando se aposenta, perde direito ao porte de arma que tinha
quando era da ativa. Isso porque o porte como policial da ativa está condicionado ao efetivo exercício das
funções institucionais. Logo, ao se aposentar ele perde automaticamente o porte e terá que devolver a
arma da corporação.
No entanto, o art. 30 do Decreto nº 9.847/2019 permite que o aposentado conserve a autorização
de porte de porte de arma de fogo de sua propriedade (arma de fogo particular — a funcional deve ser
devolvida), desde que cumpridos alguns requisitos, como se submeter a testes de avaliação psicológica,
realizados de 10 em 10 anos.

Lei distrital não pode conferir porte de arma nem determinar o exercício de atividades
de segurança pública a agentes e inspetores de trânsito

A Constituição Federal, nos incisos do art. 144, estabelece quais são os órgãos
de segurança pública. Esse rol é taxativo e de observância obrigatória pelo
legislador infraconstitucional. Como consequência, os Estados-membros não
podem atribuir o exercício de atividades de segurança pública a órgãos diversos
daqueles previstos na Constituição Federal. Assim, a lei distrital, ao estabelecer que
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SEMANA 09/12

os agentes de trânsito exercem atividades de segurança pública, possui vício de


inconstitucionalidade material porque violou o rol taxativo dos órgãos
encarregados da segurança pública previsto no art. 144 da CF/88. Compete aos
órgãos e agentes de trânsito estaduais, distritais e municipais o exercício da
“segurança viária”, que compreende a educação, engenharia e fiscalização de
trânsito, além de outras atividades previstas em lei, que assegurem ao cidadão o
direito à mobilidade urbana eficiente (art. 144, § 10, da CF/88). As atividades de
segurança viária não se confundem com “segurança pública”. Compete à União,
nos termos do art. 21, VI; e 22, I, da Constituição, a definição dos requisitos para a
concessão do porte de arma de fogo e dos possíveis titulares de tal direito, inclusive
no que se refere a servidores públicos estaduais ou municipais, em prol da
uniformidade da regulamentação do tema no país, questão afeta a políticas
de segurança pública de âmbito nacional.Desse modo, é inconstitucional a lei
distrital que disponha sobre porte de arma de fogo, criando hipóteses não previstas
na legislação federal de regência, notadamente a Lei federal nº 10.826/2003
(Estatuto do Desarmamento). STF. Plenário. ADI 3996, Rel. Luiz Fux, julgado em
15/04/2020 (Info 987 – clipping).

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SEMANA 09/12

QUESTÕES PROPOSTAS

01 -2021 INSTITUTO AOCP PC-PA INSTITUTO AOCP - 2021 - PC-PA - Delegado de Polícia Civil
Segundo o artigo 136 da Constituição Federal, o Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da
República e o Conselho de Defesa Nacional, decretar estado de defesa para preservar ou prontamente
restabelecer, em locais restritos e determinados, a ordem pública ou a paz social ameaçadas por grave e
iminente instabilidade institucional ou atingidas por calamidades de grandes proporções na natureza. A
respeito do estado de defesa, assinale a alternativa correta.
A-Na vigência do estado de defesa, a prisão por crime contra o Estado, determinada pelo executor da medida,
será por este comunicada ao juiz competente no prazo de 30 dias, que a relaxará, se não for legal, facultado
ao preso requerer exame de corpo de delito à autoridade policial.
B-Na vigência do estado de defesa, a comunicação feita ao Juiz será acompanhada de declaração, pela
autoridade, do estado físico e mental do detido no momento de sua autuação.
C-O tempo de duração do estado de defesa não será superior a sessenta dias, podendo ser prorrogado uma
vez, por igual período, se persistirem as razões que justificaram a sua decretação.
D-Na vigência do estado de defesa, a prisão ou detenção de qualquer pessoa não poderá ser superior a trinta
dias, salvo quando autorizada pelo Poder Judiciário.
E-Decretado o estado de defesa ou sua prorrogação, o Presidente da República, dentro de quarenta e oito
horas, submeterá o ato com a respectiva justificação ao Congresso Nacional, que decidirá por maioria
absoluta.

02 - 2019 - Instituto Acesso - PC-ES - Delegado de Polícia


A segurança pública é dever do Estado, devendo ser exercida para a preservação da ordem pública e da
incolumidade das pessoas e do patrimônio, através das polícias federal, rodoviária federal, ferroviária
federal, civis, militares e corpos de bombeiros militares.

É INCORRETO afirmar que

a) a segurança viária compreende a educação, engenharia e fiscalização de trânsito, além de outras


atividades previstas em lei, que assegurem ao cidadão o direito à mobilidade urbana eficiente.
b)às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a preservação da ordem pública.
c) as polícias militares e corpos de bombeiros militares, forças auxiliares e reserva do Exército subordinam-
se, juntamente com as polícias civis, aos Governadores dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios.
d) a polícia ferroviária federal se destina ao patrulhamento ostensivo das ferrovias federais.
e)cabe às polícias civis apurar infrações penais contra a ordem política e social cuja prática tenha repercussão
interestadual ou internacional e exija repressão uniforme.

03 - 2018 - CESPE - PC-SE - Delegado de Polícia


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SEMANA 09/12

Conforme disposições constitucionais a respeito da organização da segurança pública, julgue o item a seguir.

As polícias militares, os corpos de bombeiros militares e as polícias civis subordinam-se aos governadores
dos estados, do Distrito Federal e dos territórios.

( ) Certo ( ) Errado

04 - 2018 - CESPE - PC-SE - Delegado de Polícia


Conforme disposições constitucionais a respeito da organização da segurança pública, julgue o item a seguir.

A segurança pública, exercida para preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do
patrimônio, é responsabilidade de todos.

( ) Certo ( ) Errado

05 - 2018 - CESPE / CEBRASPE - PC-SE - Delegado de Polícia


Conforme disposições constitucionais a respeito da organização da segurança pública, julgue o item a seguir.

Incumbem às polícias civis a função de polícia judiciária e a apuração de infrações penais contra a ordem
política e social, excetuadas as infrações de natureza militar

( ) Certo ( ) Errado

06 - 2018 - CESPE / CEBRASPE - PC-SE - Delegado de Polícia


Conforme disposições constitucionais a respeito da organização da segurança pública, julgue o item a seguir.

O poder constituinte originário, ao tratar da segurança pública no ordenamento constitucional vigente, fez
menção expressa à segurança viária, atividade exercida para a preservação da ordem pública, da
incolumidade das pessoas e de seu patrimônio nas vias públicas

( ) Certo ( ) Errado

07 - 2018 - CESPE / CEBRASPE - Polícia Federal - Delegado de Polícia


Acerca da disciplina constitucional da segurança pública, do Poder Judiciário, do MP e das atribuições da PF,
julgue o seguinte item.

A PF tem competência para apurar infrações penais que causem prejuízos aos interesses da União,
ressalvadas aquelas que atinjam órgãos da administração pública indireta no âmbito federal.
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( ) Certo ( ) Errado

08 - 2018 - CESPE / CEBRASPE - Polícia Federal - Delegado de Polícia


Acerca da disciplina constitucional da segurança pública, do Poder Judiciário, do MP e das atribuições da PF,
julgue o seguinte item.

A vedação absoluta ao direito de greve dos integrantes das carreiras da segurança pública é compatível com
o princípio da isonomia, segundo o STF.

( ) Certo ( ) Errado

09 - 2018 - UEG - PC-GO - Delegado de Polícia


A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da
ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio. Esse é o teor do artigo 144 da Constituição
que, dentre outras coisas, dispõe que

a)às polícias civis incumbem a apuração de infrações penais contra a ordem política e social ou em
detrimento de bens, serviços e interesses da União ou de suas entidades autárquicas e empresas públicas
nas localidades onde não exista delegacia de Polícia Federal.
b)incumbem às polícias civis, ressalvada a competência da União, as funções de polícia judiciária e a apuração
de infrações penais, inclusive as militares.
c)os servidores policiais integrantes dos órgãos de segurança pública serão remunerados exclusivamente por
subsídio.
d)os municípios com mais de duzentos mil habitantes deverão constituir guardas municipais destinadas à
proteção de seus bens, serviços e instalações.
e)as polícias civis dos estados e do Distrito Federal são instituições organizadas com base na hierarquia e na
disciplina.

10 - 2018 - UEG - PC-GO - Delegado de Polícia


O Delegado de Polícia, ainda segundo a Constituição (CRFB) e o Supremo Tribunal Federal (STF),

a)não pode possuir nenhuma tatuagem no corpo nem alegar-se adventista do sétimo dia, para recusar o
plantão de sexta para sábado, pois no Brasil o Estado é laico.
b)pode questionar a condução de investigações penais pelo Ministério Público, cuja atribuição limita-se à
propositura da ação penal pública.
c)está subordinado ao governador do Estado, e o respectivo concurso pode exigir altura mínima para
ingresso.
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SEMANA 09/12

d)pode instaurar procedimento investigatório a partir de delação anônima, independentemente de prévia


averiguação sumária.
e)pode interromper manifestações voltadas à descriminalização das drogas, como a chamada “marcha da
maconha”, pois esse tipo de evento extrapola os direitos à livre manifestação do pensamento e de reunião,
além de configurar apologia ao crime.

11 - 2018 - UEG - PC-GO - Delegado de Polícia


O Delegado de Polícia, segundo a Constituição (CRFB) e o Supremo Tribunal Federal (STF),

a)tem a função institucional de exercer o controle externo da atividade policial.


b)ainda que figure na primeira classe da carreira, pode chefiar a Polícia Civil do Estado, se escolhido pelo
governador.
c)pode exercer regularmente o direito de greve, pois a vedação constitucional restringe-se aos militares.
d)pode ser substituído por subtenente ou sargento da polícia militar nos municípios em que não houver
servidor de carreira para o desempenho das funções de polícia.
e)exerce as funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais, inclusive as militares.

12 - 2018 - VUNESP - PC-SP - Delegado de Polícia


Suponha que o Presidente da República, depois de ouvir o Conselho da República e o Conselho de Defesa
Nacional, decretou estado de defesa para restabelecer a paz social ameaçada por grave e iminente
instabilidade institucional no local X.
Nesse caso, é certo assinalar que

a)o estado de defesa poderá ser instituído pelo prazo máximo de 45 dias, prorrogado uma única vez por mais
45 dias.
b)o decreto poderá restringir tanto o sigilo de comunicação telegráfica como telefônica.
c)o decreto que instituir o estado de defesa poderá se dar por prazo indeterminado em casos de grave
violação da ordem pública.
d)na vigência do estado de defesa a prisão ou detenção de qualquer pessoa não poderá ser superior a 30
dias, salvo quando autorizada pelo Poder Judiciário.
e)o direito de reunião poderá ser restringido, excetuando-se naquelas exercidas no seio das associações.

13 - 2018 - FUMARC - PC-MG - Delegado de Polícia


Sobre o regime constitucional atribuído à polícia civil e aos policiais civis, é CORRETO afirmar:

a)Às polícias civis, dirigidas por delegados de carreira, incumbem, sem exceção, as funções de polícia
judiciária e a apuração de infrações penais.

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b)Não é possível a acumulação remunerada do cargo de policial civil com o cargo de professor, ainda que
haja compatibilidade de horários.
c)Não se garante aos policiais civis o direito à livre associação sindical, em virtude da natureza de suas
atividades.
d)Os policiais civis são remunerados por subsídio fixado em parcela única, por meio de lei de iniciativa
privativa do Governador do Estado, vedado o acréscimo de qualquer outra espécie remuneratória.

14 - 2018 - FUNDATEC - PC-RS - Delegado de Polícia


Reza a Constituição que a segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida
para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio. Assinale a alternativa
correta em relação às atribuições dos órgãos da segurança pública.
a)Celso Antônio Bandeira de Mello define o poder de polícia quanto ao seu exercício, promovendo uma
bipartição do conceito e definindo o poder de polícia em sentido amplo e em sentido estrito. Em sentido
amplo, refere-se ao complexo de atos legislativos, judiciais e executivos que tutelam a liberdade e a
propriedade dos indivíduos, ajustando-as aos interesses da coletividade. Em sentido estrito, por sua vez,
relaciona-se exclusivamente com as intervenções dos três Poderes que pretendem evitar atividades
particulares conflitantes com os interesses coletivos, sendo elas, as autorizações, as licenças e os
regulamentos.
b)As Polícias Civis são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e
na disciplina, sob a autoridade suprema do Governador do respectivo Estado, e destinam-se à defesa da
Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.
c)Conforme dispositivo da CF/88, os municípios poderão constituir guardas municipais destinadas à proteção
de seus bens, serviços e instalações, conforme dispuser a lei. Destarte, é constitucional a atribuição às
guardas municipais do exercício de poder de polícia de trânsito, inclusive para imposição de sanções
administrativas legalmente previstas.
d)O conceito jurídico de ordem pública se confunde com incolumidade das pessoas e do patrimônio (Art. 144
da CF/1988). Sem embargo, a ordem pública se constitui em bem jurídico que pode resultar mais ou menos
fragilizado pelo modo personalizado com que se dá a concreta violação da integridade das pessoas ou do
patrimônio de terceiros, tanto quanto da saúde pública (nas hipóteses de tráfico de entorpecentes e drogas
afins).
e)Os Estados-membros podem criar órgão de segurança pública diverso dos previstos na CF/88.

15 - 2018 - VUNESP - PC-BA - Delegado de Polícia


Assinale a alternativa que corretamente trata do sistema constitucional de crises.

a)Na hipótese extrema do estado de defesa, quando medidas enérgicas devem ser tomadas para preservar
a ordem pública, o preso pode ficar, excepcionalmente, incomunicável.

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b)O Estado de Sítio pode ser defensivo, tendo como pressuposto material a ocorrência de uma comoção
grave, cuja repercussão é nacional e que não pode ser debelada com os instrumentos normais de segurança.
c)Logo que cesse o Estado de Defesa ou o Estado de Sítio, as medidas aplicadas em sua vigência pelo
Presidente da República serão relatadas em mensagem ao Supremo Tribunal Federal, pois cumpre ao
Judiciário o controle de legalidade dos atos praticados.
d)Cessado o Estado de Sítio, cessam imediatamente seus efeitos, de modo que os atos coercitivos
autorizados em decreto, executados pelos delegados do Presidente da República, são imunes ao controle
judicial.
e)Os pareceres emitidos pelos Conselhos da República e de Defesa Nacional não são vinculantes, cabendo a
decretação do estado de defesa ao Presidente da República, que expedirá decreto estabelecendo a duração
da medida.

16 - 2018 - CESPE - PC-MA - Delegado de Polícia


Conforme a CF, às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira, cabe

a)exercer as funções de polícia marítima, aérea e de fronteiras.


b)patrulhar ostensivamente as ferrovias federais.
c)apurar as infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento de bens, serviços e interesses
da União.
d)exercer as funções de polícia judiciária e apurar as infrações penais, excetuadas as de natureza militar.
e)responder pelo policiamento ostensivo, pela preservação da ordem pública e pela defesa civil.

17 - 2017 - FCC - PC-AP - Delegado de Polícia


Lei municipal atribuiu à Guarda Municipal as funções de Polícia Judiciária e a apuração de infrações penais,
com exceção das militares e daquelas sujeitas à competência da União. Contra a referida lei foi ajuizada ação
direta de inconstitucionalidade perante o Tribunal de Justiça do Estado, que foi julgada procedente, por
maioria absoluta dos membros do Tribunal, sob o fundamento de que a Constituição Federal atribui à polícia
civil dos Estados as funções disciplinadas na lei municipal. Nessa situação, a lei municipal

I. não poderia ter sido declarada inconstitucional com fundamento em norma da Constituição Federal, uma
vez que ao Tribunal de Justiça compete exercer o controle de constitucionalidade apenas em face da
Constituição do Estado.
II. não poderia ter sido declarada inconstitucional, uma vez que não foi atingido o quórum de 2/3 dos
membros do Tribunal, quórum esse também exigido para a aprovação de súmulas vinculantes pelo Supremo
Tribunal Federal.
III. é incompatível com a Constituição Federal por violar competência atribuída à polícia civil do Estado.

Está correto o que se afirma em


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SEMANA 09/12

a)I, II e III.
b)I e III, apenas.
c)II e III, apenas.
d)III, apenas.
e)I, apenas.

18 - 2017 - FCC - PC-AP - Delegado de Polícia


Ao disciplinar a Defesa do Estado e das Instituições Democráticas, a Constituição Federal prescreve que

a)o estado de sítio e o estado de defesa podem ser decretados pelo Presidente da República, desde que
previamente autorizados pelo Congresso Nacional, por maioria absoluta dos membros de cada Casa
Legislativa.
b)o estado de sítio pode ser decretado para preservar ou prontamente restabelecer, em locais restritos e
determinados, a ordem pública ou a paz social ameaçadas por grave e iminente instabilidade institucional ou
atingidas por calamidades de grandes proporções na natureza.
c)o decreto que instituir o estado de defesa deve, dentre outros requisitos, especificar as medidas coercitivas
que vigorarão no período de sua vigência, dentre as quais são admissíveis restrições aos direitos de sigilo de
correspondência, de sigilo de comunicação telegráfica e telefônica e de reunião.
d)o estado de sítio é uma limitação circunstancial ao poder constituinte reformador, uma vez que a
Constituição Federal não pode ser emendada durante sua vigência, ao contrário do estado de defesa, que
não impede a aprovação de emendas constitucionais no período.
e)o decreto que instituir o estado de sítio deve indicar as garantias constitucionais que ficarão suspensas no
período de sua vigência, sendo vedado, contudo, o estabelecimento de restrições relativas à liberdade de
imprensa, radiodifusão e televisão.

19 - 2017 - FAPEMS - PC-MS - Delegado de Polícia


Sobre a segurança pública, à luz da Constituição da República em vigor e dos entendimentos do Supremo
Tribunal Federal (STF), assinale a alternativa correta.

a)No entendimento atual do STF, é constitucional a exigência de dispositivo de Constituição Estadual que
exija que o Superintendente da Polícia Civil seja um delegado de polícia integrante da classe final da carreira.
b)Conforme já pronunciou o STF, é dever do Estado manter em seus presídios os padrões mínimos de
humanidade previstos no ordenamento jurídico, sendo de sua responsabilidade, nos termos do artigo 37, §
6°, da Constituição da República, a obrigação de ressarcir os danos, inclusive morais, comprovadamente
causados aos detentos em decorrência da falta ou insuficiência das condições legais de encarceramento.

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c)O Distrito Federal tem por peculiaridade que a sua polícia civil e sua polícia militar sejam organizadas e
mantidas pela União, nos termos da Constituição da República, e não sejam subordinadas ao Governador do
Distrito Federal.
d)O Estado-membro responsável pela unidade prisional é que deverá pagar a indenização por danos morais
ao preso se os padrões mínimos de humanidade previstos no ordenamento jurídico forem descumpridos.
Esse pagamento, conforme o STF, pode se dar em pecúnia ou por meio de remição da pena.
e)O exercício do direito de greve, sob qualquer forma ou modalidade, é vedado aos policiais civis, embora
possa ser permitido de forma lícita em situações excepcionais a outros servidores públicos que atuem
diretamente na área de segurança pública.

20 - 2015 - FUNIVERSA - PC-DF - Delegado de Polícia


Com relação à defesa do Estado e das instituições democráticas, é correto afirmar que
a)a polícia federal se destina a apurar quaisquer infrações que tenham repercussão interestadual ou
internacional.
b)a polícia civil pode ser dirigida por qualquer servidor integrante com carreira de delegado, agente, perito
ou escrivão.
c)compete à polícia federal apurar infrações penais cometidas contra a União, suas fundações, autarquias,
empresas públicas e sociedades de economia mista.
d)a CF prevê a polícia federal, a polícia rodoviária federal, a polícia ferroviária federal e a polícia aeroportuária
federal como órgãos permanentes, estruturados em carreira, organizados e mantidos pela União.
e)a polícia civil do Distrito Federal, a polícia militar do Distrito Federal e o corpo de bombeiros militar do
Distrito Federal são organizados e mantidos pela União, mas estão subordinados ao governador do Distrito
Federal.

Respostas9

9
01: B 02: E 03: C 04: C 05: E 06: E 07: E 08: C 09: C 10: C 11: B 12: B 13: D 14: C 15: E
16: D 17: D 18: C 19: B 20: E
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DIREITO ADMINISTRATIVO: AGENTES PÚBLICOS

TODOS OS ARTIGOS RELACIONADOS AO TEMA

CF/88
⦁ Art. 37 a 42
⦁ Art. 95, § único, I
⦁ Art. 128, §5º
⦁ Art. 169

Outros Diplomas Legais


⦁ Lei 8112/90
⦁ Art. 2º da Lei nº 8.429/92
⦁ Art. 327, CP

ARTIGOS MAIS IMPORTANTES – NÃO DEIXE DE LER!

CF/88
⦁ Art. 37, inc. I, II, V, VII, IX, XI, XIV, XVI, XVII
⦁ Art. 37, §§ 4º, 6º, 7º, 1º, 13º e 15º
⦁ Art. 38
⦁ Art. 39, §§ 1º, 4º, 9º
⦁ Art. 40 (leitura completa, tendo em vista a recente alteração legislativa)
⦁ Art. 41, todos os parágrafos (muito importante)
⦁ Art. 169, §3º

Lei 8112/90
⦁ Art. 5º
⦁ Art. 8º a 12º
⦁ Art. 15, 18 e 19
⦁ Art. 20 a 22
⦁ Art. 24 a 32
⦁ Art. 33 a 36
⦁ Art. 61, 68
⦁ Art. 73 a 76
⦁ Art. 77, 78, 81, 86 e 94
⦁ Art. 97
⦁ Art. 102 a 107

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⦁ Art. 116 a 118


⦁ Art. 121 a 126-A
⦁ Art. 127, 130, 131, 132
⦁ Art. 136 a 139
⦁ Art. 145, 147, 148 e 149
⦁ Art. 153 a 166
⦁ Art. 183 e 186

CP
⦁ Art. 327

1. ABORDAGEM CONSTITUCIONAL E PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS

A CF/88 trata da Administração Pública nos arts. 37 a 42. No material, serão tratados os principais
pontos da matéria, o que NÃO dispensa a leitura dos dispositivos Constitucionais.
Os princípios constitucionais explícitos são vetores de observância obrigatória pela União, Estados,
DF e Municípios. São eles:
• Legalidade;
• Impessoalidade;
• Moralidade;
• Publicidade;
• Eficiência.

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao
seguinte.
(...)
§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos
públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não
podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal
de autoridades ou servidores públicos.

2. AGENTES PÚBLICOS

a) Conceito de agentes públicos lato sensu:

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É expressão ampla que abrange os sujeitos que exercem funções públicas. Assim, qualquer pessoa
que age em nome do Estado é agente público, independentemente de vínculo jurídico, ainda que atue sem
remuneração e transitoriamente (CARVALHO, 2017, p. 769).

Art. 2º da Lei nº 8.429/92: Para os efeitos desta Lei, consideram-se agente público
o agente político, o servidor público e todo aquele que exerce, ainda que
transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação,
contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo,
emprego ou função nas entidades referidas no art. 1º desta Lei.

Art. 327 do Código Penal: Considera-se funcionário público, para os efeitos penais,
quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou
função pública.

b) Agentes Públicos de Fato x Agentes Públicos de Direito

▪ Agente público de direito – É aquele que exerce a função pública com vínculo jurídico, formal,
válido com o Estado. Há investidura regular nos cargos, empregos e funções públicas.

▪ Agentes públicos de fato – É aquele que exerce a função pública sem vínculo jurídico, formal,
válido estabelecido com o Estado, buscando atender o interesse público. Inexiste investidura
prévia em cargo, emprego ou função pública.

Obs.: O agente público de fato não se confunde com usurpador de função pública.
Isso porque o usurpador exerce a função pública de má fé, inclusive incorrendo no
crime de exercício irregular da função pública (art. 328, CP), ao passo que o agente
público de fato exerce a função pública para satisfazer o interesse público.

Os agentes públicos de fato podem se dividir em:


(1) Agente de fato putativo – É aquele que exerce a função pública numa situação de normalidade. Não
percebe a proibição, e mesmo sem vínculo, exerce a função pública de boa-fé.

Ex.: Servidor que se aposenta, mas permanece exercendo a função pública se em um determinado
dia ele agride um particular na repartição seus atos seriam convalidados e o Estado responderia.

(2) Agente de fato necessário – É aquele que exerce a função pública em situações excepcionais, como
emergências e calamidades públicas, em colaboração com o Poder Público, como se fossem agentes
de direito.
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Ex: particular que organiza o trânsito quando todos os sinais da via queimam.

Os agentes públicos de direito se dividem em:


(1) Agente político
(2) Particulares em colaboração com o Estado
(3) Servidores Públicos

2.1 Agentes Políticos

Agentes públicos que atuam no exercício da função política de Estado. São servidores estatutários,
que NÃO possuem vínculo contratual com o Estado. Seriam os detentores de mandato eletivo, secretários
e Ministros de Estado.

- Quanto aos Membros dos Tribunais de Contas, o STF já se manifestou no sentido de enquadrá-los
como AGENTES ADMINISTRATIVOS, e não como agentes políticos, razão pela qual incidiria a Súmula
Vinculante 13 STF (vedação ao nepotismo).

- Quanto aos membros da magistratura e do Ministério Público, Maria Sylvia Zanella di Pietro
ressalta: “É necessário reconhecer, contudo, que atualmente há uma tendência a considerar os
membros da Magistratura e do Ministério Público como agentes políticos. Com relação aos
primeiros, é válido esse entendimento desde que se tenha presente o sentido em que sua função é
considerada política; não significa que participem do Governo ou que suas decisões sejam políticas,
baseadas em critérios de oportunidade e conveniência, e sim que correspondem ao exercício de uma
parcela da soberania do Estado, consistente na função de dizer o direito em última instância. Nesse
sentido, o STF, no RE 228.977/SP, em que foi relator o Ministro Néri da Silveira, referiu-se aos
magistrados como “Agentes políticos, investidos para o exercício de atribuições constitucionais,
sendo dotados de plena liberdade funcional no desempenho de suas funções, com prerrogativas
próprias e legislação específica” (DJ de 12-4-02). Quanto ao vínculo com o poder público, é de
natureza estatutária, regido pela Lei Orgânica da Magistratura.”

De acordo com Rafael Carvalho, adotamos o conceito restritivo de agentes políticos que possuem as
seguintes características:
a) o acesso ao cargo político ocorre por meio de eleição (ex.: chefes do Executivo) ou pela nomeação por
agentes eleitos para ocuparem cargos em comissão (ex.: Ministros e Secretários estaduais e municipais);
b) a função política possui caráter transitório, tendo em vista o princípio republicano, e será exercida por
prazo determinado (mandato); e

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c) as decisões políticas fundamentais de Estado, caracterizadoras da função política, envolvem,


primordialmente, a alocação de recursos orçamentários e o atendimento prioritário de determinados
direitos fundamentais.
A partir do conceito restritivo e das características principais dos agentes políticos, verifica-se que essa
categoria de agentes abrange apenas os chefes do Executivo (Presidente, Governadores e Prefeitos), os
seus auxiliares (Ministros, Secretários estaduais e Secretários municipais) e os membros do Poder
Legislativo (Senadores, Deputados e vereadores), excluindo-se desse conceito, por exemplo, os membros
do Poder Judiciário e os membros do Ministério Público.

A discussão em torno do conceito de agente político possui relevância prática, cabendo mencionar dois
casos exemplificativos:
a) o STF assentou a inaplicabilidade da sua Súmula Vinculante 13, que veda o nepotismo na Administração
Pública, aos agentes políticos; e
b) controvérsias sobre a aplicabilidade da Lei 8.429/92 a determinados agentes políticos, que cometem
atos de improbidade caracterizados como crimes de responsabilidade (contudo, esta não tem mais
relevância a partir das alterações promovidas com o advento da Lei 14.230/21).

Referência: págs. 684/685 da obra: Curso de Direito Administrativo, da Editora Gen.

- Havia discussão se agentes políticos que praticam atos de improbidade devem ser responsabilizados
com base na lei de improbidade administrativa ou com base nas leis específicas regulamentadoras
dos crimes de responsabilidade. No entanto, em 2018 o STF pacificou o entendimento no sentido de
que os agentes politicos se submetem sim ao duplo regime sancionatório. Veja a jurisprudência:

Os agentes políticos, com exceção do Presidente da República, encontram-se


sujeitos a duplo regime sancionatório, de modo que se submetem tanto à
responsabilização civil pelos atos de improbidade administrativa quanto à
responsabilização político-administrativa por crimes de responsabilidade. O foro
especial por prerrogativa de função previsto na Constituição Federal em relação às
infrações penais comuns não é extensível às ações de improbidade administrativa.
STF. Plenário. Pet 3240 AgR/DF, rel. Min. Teori Zavascki, red. p/ o ac. Min. Roberto
Barroso, julgado em 10/5/2018 (Info 901).
Fonte: Dizer o Direito

- Com o advento da Lei 14.230/21 houve a consolidação legal expressa do entendimento firmado
outrora pelo STF, na medida em que os agentes políticos passaram a constar expressamente na
previsão da Lei de Improbidade Administrativa:

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Art. 2º Para os efeitos desta Lei, consideram-se agente público o agente político, o
servidor público e todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem
remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra
forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades
referidas no art. 1º desta Lei.

- Conforme entendimento tradicional do STF, os agentes políticos não se submeteriam à SV 13, que
trata do nepotismo. Assim, seria possível ao Governador, por exemplo, nomear seu irmão Secretário
de Estado.

- No entanto, tem crescido no STF uma interpretação no sentido de que, embora os agentes políticos
não se submetam à vedação ao nepotismo, é necessário analisar, se o agente nomeado possui a
qualificação técnica necessária ao seu desempenho e se não há nada que desabone sua conduta.

→ De acordo com o STF, a proposta de Súmula Vinculante nº 56 do STF, a ser analisada pelo
Plenário, tem a seguinte redação sugerida: “nenhuma autoridade pode nomear para cargo em
comissão, designar para função de confiança, nem contratar cônjuge, companheiro ou parente
seu, até terceiro grau, inclusive, nem servidores podem ser nomeados, designados ou
contratados para cargos ou funções que guardem relação funcional de subordinação direta
entre si, ou que sejam incompatíveis com a qualificação profissional do pretendente”.

2.2 Particulares em colaboração com o poder público

Todos aqueles que, sem perder a qualidade de particulares, atuam em nome do Estado, mesmo em
caráter temporário ou ocasional. Dividem-se em:

(1) Designados: Todos aqueles que atuam em virtude de convocação efetivada pelo Poder Público. Ex.:
mesários e jurados.
→ Segundo Hely Lopes, são chamados agentes honoríficos.

(2) Voluntários: Atuam voluntariamente em repartições, escolas, hospitais públicos.

(3) Delegados: Atuam na prestação do serviço público mediante delegação do Estado. Ex.: titulares
de serventias de cartórios, concessionários e permissionários de serviços públicos.

(4) Credenciados: Atuam em nome do Estado em virtude de convênios celebrados com o Poder
Público. Ex.: médicos privados em convênio com o SUS.

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2.3 Servidores Públicos (Agentes Administrativos)

Possuem vínculo com o Estado, no exercício da função administrativa, podendo ser:

(1) Servidores Temporários


(2) Servidores Celetistas
(3) Servidores Estatutários

Classificação de Maria Sylvia Di Pietro

1) Agentes Políticos: são pessoas que exercem atividades típicas de governo e exercem mandatos, para
qual foram eleitos, NÃO incluem nessa classificação os membros dos Tribunais de Contas, Juízes,
membros do Ministério Público, os Advogados da Advocacia Geral da União, etc.
2) Militares: são pessoas físicas que prestem serviço às Forças Armadas.
3) Servidores: em sentido amplo, são as pessoas físicas que prestam serviço ao Estado e às entidades da
Administração indireta, com vínculo empregatício e mediante remuneração paga pelos cofres públicos,
compreendem:
- Servidores estatutários;
- Empregados públicos;
- Servidores temporários-contratados por tempo determinado para atender à necessidade temporária
de excepcional interesse público (art.37, IX, da CF/88).
Obs.: Eles exercem funções, sem estarem vinculados a cargo ou empregos. É a mesma classificação feita por
Hely Lopes Meirelles em relação ao agente administrativo.
4) Particulares em colaboração: são pessoas físicas que prestam serviços ao Estado, sem vínculo
empregatício, com ou sem remuneração.
- Delegação do Poder Público: exercem funções e suas remunerações são pagas pelos terceiros usuários
do serviço. Ex.: empregados de empresas concessionárias e permissionárias de serviços públicos, os que
exercem serviços notariais e de registro (art.236 da CF/88) os leiloeiros, tradutores e interpretes públicos.
- Requisição, nomeação ou designação: exercem funções relevantes para o Estado, também não tem
vínculo empregatício e, em geral, não recebem remuneração. Ex.: jurados, convocados para o serviço militar
ou eleitoral, os comissários de menores, os integrantes das comissões, grupos de trabalhos.
- Gestores de negócio: são pessoas físicas que assumem espontaneamente determinada função pública
em momento de emergência e urgência, como epidemia, incêndio, enchente.

Cargo x Emprego x Função

a) Cargo: É o local inserido numa PJ de Direito Público e ocupado por servidores estatutários.

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b) Emprego público: É o local inserido numa PJ de Direito Privado da Administração Indireta que vai ser
ocupado pelo servidor celetista (empregado público).
Exceção: Emprego público dentro de PJ de Direito Público (Lei 9.962/00).
c) Função pública: É a própria atividade administrativa, ou seja, é a atividade que vai ser executada por um
agente público, seja qual for o regime deste agente público. Constitui o conjunto de atribuições conferidas
por lei aos agentes públicos.

Obs.: Ocupante de cargo público e emprego público exercem função pública, mas há exercício de função
pública sem investidura formal em cargo ou emprego público.
Ex.1: servidores temporários
Ex.2: particulares em colaboração com o Estado.
Ex.3: agentes públicos de fato.

De acordo com Rafael Carvalho:


“Considera-se cargo público o local situado na organização interna da Administração direta e das
entidades administrativas de direito público, provido por servidor público estatutário, com denominação,
direitos, deveres e sistemas de remuneração previstos em lei.
O emprego público, por sua vez, indica o vínculo contratual estabelecido entre os servidores
celetistas e as entidades administrativas de direito privado, ressalvados os empregos públicos das pessoas
públicas federais previstos na Lei 9.962/2000.
A função pública, por sua vez, compreende o conjunto de atribuições conferidas por lei aos agentes
públicos. O art. 37, V, da CRFB, por exemplo, refere-se às funções de confiança. As atribuições ou atividades
dos agentes públicos são funções administrativas.
Todos os ocupantes de cargos e empregos públicos exercem, necessariamente, funções
administrativas. Todavia, admite-se, excepcionalmente, o exercício de função pública independentemente
da investidura em cargos ou empregos, tal como ocorre, por exemplo, nos casos dos servidores temporários
(art. 37, IX, da CRFB) e dos particulares em colaboração (ex.: jurados, mesários eleitorais)” pg. 696, Livro
“Curso de Direito Administrativo” da Editora Gen.

2.3.1 Servidores Temporários:

Contratados para atendimento, em caráter excepcional, de necessidades NÃO permanentes dos


órgãos públicos, devendo cumprir os seguintes requisitos:

• SERVIÇO TEMPORÁRIO, definido por lei específica, que deve delimitar suas características, limite
máximo de duração e o regime dos servidores;

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Lei de contratação temporária não pode prever hipóteses genéricas nem a


prorrogação indefinida dos contratos: São inconstitucionais, por violarem o art. 37,
IX, da CF/88, a autorização legislativa genérica para contratação temporária e a
permissão de prorrogação indefinida do prazo de contratações temporárias. STF.
Plenário. ADI 3662/MT, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 23/3/2017 (Info 858).

O STF, em 2014 decidiu que os servidores temporários podem ser contratados tanto para o
desempenho de atividades de caráter eventual, temporário ou excepcional, como também para o
desempenho de atividades de caráter regular e permanente, desde que indispensáveis ao atendimento de
necessidade temporária de excepcional interesse público. Assim, a natureza da atividade a ser
desempenhada (se permanente ou eventual) não será o fator determinante para se definir se é possível ou
não a contratação de servidores temporários.

Ex.: Contração temporária de médicos (exemplo da Min. Cármem Lúcia)


 Em regra - A atividade de um médico em um Estado possui natureza permanente (regular),
considerando que é dever do ente estadual prestar saúde à população (art. 196 da CF/88).
Devem, portanto, ser selecionados por concurso público.
 Exceção – É possível a contratação temporária de médicos diante de uma epidemia que
esteja ocorrendo em determinada região do Estado, criando a necessidade de médicos
especialistas no tratamento daquela moléstia específica para buscar erradicar o surto.

• INTERESSE PÚBLICO, devidamente justificado pela autoridade pública responsável pela contratação;
• EXCEPCIONALIDADE DA CONTRATAÇÃO, sendo o prazo de duração do contrato determinado pela
lei específica que regulamenta as contratações na esfera de cada ente federativo e deve ser definido
no contrato celebrado com o ente estatal.

Considerações importantes:
 Possui assento constitucional previsto no art. 37, IV, CF/88

IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender


a necessidade temporária de excepcional interesse público;

 A contratação SEMPRE depende de lei específica que a regulamente.


 Há dispensa do concurso público, bastando a realização de um processo seletivo simplificado em
respeito aos princípios constitucionais da impessoalidade e moralidade.
 Esses servidores exercem função pública e possuem um regime especial de direito administrativo,
que decorre da lei específica que justifica e ampara a sua contratação, sendo de competência a
Justiça Comum para julgar.
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REGIME ESPECIAL

Aplica-se aos agentes públicos contratados por tempo determinado (temporários), com fundamento
no art. 37, IX, da CRFB. Sendo norma de eficácia limitada, fica a cargo do legislador estabelecer os casos de
contratação por prazo determinado. Em razão da autonomia federativa, compete a cada ente federado
legislar sobre a matéria.
Os agentes temporários são contratados pela Administração Pública para exercer funções públicas
em caráter temporário e excepcional, mas NÃO ocupam cargos ou empregos públicos.
NÃO se exige a realização de concurso público. Requisitos:
- Existência de lei regulamentadora com a previsão dos casos de contratação temporária;
- Prazo determinado de contratação (a legislação deve estipular os prazos);
- Necessidade temporária (NÃO é possível utilizar a contratação para o exercício de funções
burocráticas ordinárias e permanentes);
- Excepcional interesse público (a contratação deve ser precedida de motivação que demonstre de
maneira irrefutável o excepcional interesse público);
- Pluralidade normativa, já que cada ente federado pode legislar autonomamente sobre as hipóteses
de contratação temporária e estabelecer os respectivos procedimentos.
A competência para processo e julgamento é da Justiça Comum, tendo em vista o caráter jurídico
administrativo do agente, conforme entendeu o STF (embora o tema suscite divergências doutrinárias).
O plenário do STF declarou inconstitucionalidade de leis estaduais e municipais que tratavam da
contratação temporária de servidores com hipóteses abrangentes e genéricas de contratações temporárias
de concursos públicos e sem especificação da contingência fática que evidencie situação de emergência.

Fique de olho na jurisprudência sobre o tema!

Info 719, STJ - A norma de edital que impede a participação de candidato em


processo seletivo simplificado em razão de anterior rescisão de contrato por
conveniência administrativa fere o princípio da razoabilidade.
(...) 4. Não se desconhece a jurisprudência do STJ, no sentido de que o princípio da
vinculação ao edital demanda que as regras nele previstas sejam respeitadas,
especialmente quando a seleção tem por objeto o desempenho de funções públicas
consideradas sensíveis. Contudo, tais regras devem ser razoáveis e racionalmente
justificáveis. In casu, a Administração Pública não apresentou justificativa para a tal
previsão editalícia. Limitou-se a afirmar que o ato de exclusão a aplicou literalmente
e que, em razão do princípio da vinculação ao edital, o ato coator seria legal. 5.
Impedir que o candidato participe do processo seletivo simplificado porque, há
alguns anos, seu contrato foi rescindido por conveniência administrativa, equivale
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a impedir, hoje, sua participação na seleção por mera conveniência administrativa,


o que viola o princípio da isonomia e da impessoalidade. A participação de
determinado candidato em concurso ou seleção pública não se insere no âmbito
da discricionariedade do gestor. (RMS 67.040/ES, Rel. Ministro HERMAN
BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 23/11/2021, DJe 17/12/2021).

Info. 869, STF - É constitucional a quarentena para recontratação de servidores


temporários prevista no art. 9º, III, da Lei 8.745/93.
No âmbito da administração pública federal, é vedada a contratação temporária do
mesmo servidor antes de decorridos 24 meses do encerramento do contrato
anterior. Tal regra está prevista no art. 9º, III, da Lei nº 8.745/93: Art. 9º O pessoal
contratado nos termos desta Lei não poderá: III - ser novamente contratado, com
fundamento nesta Lei, antes de decorridos 24 (vinte e quatro) meses do
encerramento de seu contrato anterior, salvo nas hipóteses dos incisos I e IX do art.
2º desta Lei, mediante prévia autorização, conforme determina o art. 5º desta Lei.
O STF, ao analisar um caso concreto envolvendo a contratação temporária de
professores, decidiu que essa regra é constitucional e fixou a seguinte tese: “É
compatível com a Constituição Federal a previsão legal que exija o transcurso de 24
(vinte e quatro) meses, contados do término do contrato, antes de nova admissão
de professor temporário anteriormente contratado.” STF. Plenário. RE 635648/CE,
Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 14/6/2017 (repercussão geral) (Info 869).

Info 829, STF - Lei que autoriza contratação temporária para projetos educacionais
ordinários é inconstitucional.
A LC 22/2000, do Estado do Ceará, autoriza a contratação de professores, por
tempo determinado, para atender necessidade temporária de excepcional
interesse público nas escolas estaduais. O art. 3º da referida Lei prevê diversas
hipóteses nas quais é possível a referida contratação. O STF afirmou que, em tese,
é possível a contratação temporária por excepcional interesse público (art. 37, IX,
da CF/88) mesmo para atividades permanentes da Administração (como é o caso
de professores). No entanto, o legislador tem o ônus de especificar, em cada
circunstância, os traços de emergencialidade que a justificam. (...) A alínea "f"
previa que poderia haver a contratação temporária para suprir "outros
afastamentos que repercutam em carência de natureza temporária". O STF
entendeu que esta situação é extremamente genérica, de forma que não cumpre o
art. 37, IX, da CF/88. O parágrafo único do art. 3º autoriza a contratação temporária
para que a Administração Pública pudesse implementar "projetos educacionais,
com vista à erradicação do analfabetismo, correção do fluxo escolar e qualificação
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da população cearense". O STF entendeu que esta previsão também é


inconstitucional porque estes são objetivos corriqueiros (normais, ordinários) da
política educacional. Desse modo, esse tipo de ação não pode ser implementado
por meio de contratos episódicos (temporários), já que não constitui contingência
especial a ser atendida. STF. Plenário. ADI 3721/CE, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado
em 9/6/2016 (Info 829).

O STF decidiu recentemente que servidores temporários não possuem direito a 13º salário e férias,
salvo se previsto em lei ou houver desvirtuamento da contratação:

RECURSO EXTRAORDINÁRIO. REPERCUSSÃO GERAL. CONSTITUCIONAL.


ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA. DIREITO A
DÉCIMO TERCEIRO SALÁRIO E FÉRIAS REMUNERADAS, ACRESCIDAS DO TERÇO
CONSTITUCIONAL.
1. A contratação de servidores públicos por tempo determinado, para atender a
necessidade temporária de excepcional interesse público, prevista no art. 37, IX, da
Constituição, submete-se ao regime jurídico-administrativo, e não à Consolidação
das Leis do Trabalho.
2. O direito a décimo terceiro salário e a férias remuneradas, acrescidas do terço
constitucional, não decorre automaticamente da contratação temporária,
demandando previsão legal ou contratual expressa a respeito.
3. No caso concreto, o vínculo do servidor temporário perdurou de 10 de dezembro
de 2003 a 23 de março de 2009.
4. Trata-se de notório desvirtuamento da finalidade da contratação temporária,
que tem por consequência o reconhecimento do direito ao 13º salário e às férias
remuneradas, acrescidas do terço.
5. Recurso extraordinário a que se nega provimento. Tese de repercussão geral:
"Servidores temporários não fazem jus a décimo terceiro salário e férias
remuneradas acrescidas do terço constitucional, salvo (I) expressa previsão legal
e/ou contratual em sentido contrário, ou (II) comprovado desvirtuamento da
contratação temporária pela Administração Pública, em razão de sucessivas e
reiteradas renovações e/ou prorrogações”.
(RE 1066677, Relator(a): MARCO AURÉLIO, Relator(a) p/ Acórdão: ALEXANDRE DE
MORAES, Tribunal Pleno, julgado em 22/05/2020, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-165
DIVULG 30-06-2020 PUBLIC 01-07-2020)

ATENÇÃO ÀS DISPOSIÇÕES DA EC 106/20!

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Art. 37, CF/88. (...)


IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender
a necessidade temporária de excepcional interesse público; (Vide Emenda
constitucional nº 106, de 2020)
Art. 2º Com o propósito exclusivo de enfrentamento do contexto da calamidade e
de seus efeitos sociais e econômicos, no seu período de duração, o Poder Executivo
federal, no âmbito de suas competências, poderá adotar processos simplificados de
contratação de pessoal, em caráter temporário e emergencial, e de obras, serviços
e compras que assegurem, quando possível, competição e igualdade de condições
a todos os concorrentes, dispensada a observância do § 1º do art. 169 da
Constituição Federal na contratação de que trata o inciso IX do caput do art. 37 da
Constituição Federal, limitada a dispensa às situações de que trata o referido inciso,
sem prejuízo da tutela dos órgãos de controle.

2.3.2 Celetistas

Salvo em casos excepcionais, esse tipo de contratação se limita aos entes de direito privado
(empresas estatais e fundações de direito privado).
Aprovados em concurso, assinam contrato de emprego.
Submetem-se a um regime jurídico híbrido. Isso porque, apesar de eminentemente privado, o
regime celetista não será pautado exclusivamente na CLT.
Os empregados públicos são agentes públicos e, por isso, devem observância aos princípios e regras
constitucionais relativas aos agentes públicos em geral, tais como:
⦁ Devem se submeter a concurso público;
⦁ Possuem vínculo permanente com o Estado, a prazo indeterminado;
⦁ Proibidos de acumular seus empregos com outros cargos ou empregos públicos, salvo permissivo
constitucional;
⦁ Podem ser responsabilizados por improbidade administrativa;
⦁ Seus atos de submetem a controle judicial pelos remédios constitucionais;
⦁ Salários submetidos ao limite constitucional aplicado aos servidores públicos em geral.

Obs.1: A Súmula 390, II do TST determina que não é garantida a estabilidade prevista no art. 41 da CF/88
aos empregados públicos, mesmo entendimento da doutrina majoritária, já que a estabilidade, segundo CF,
só poderá ser adquirida pelos detentores de cargo efetivo. O STF já se posicionou no sentido de que, não
havendo garantia da estabilidade, é prescindível a justificativa para dispensa dos empregados das empresas
estatais, a exceção da ECT que, segundo STF, goza de regime de Fazenda Pública, com todas as prerrogativas
e limitações inerentes ao regime jurídico administrativo.

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A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) tem o dever jurídico de motivar,


em ato formal, a demissão de seus empregados. STF. Plenário. RE 589998 ED/PI,
Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 10/10/2018 (repercussão geral) (Info 919).

Obs.2: Cabe à Justiça Comum (estadual ou federal) julgar ações contra concurso público realizado por
órgãos e entidades da Administração Pública para contratação de empregados celetistas.

Compete à Justiça comum processar e julgar controvérsias relacionadas à fase pré-


contratual de seleção e de admissão de pessoal e eventual nulidade do certame em
face da Administração Pública, direta e indireta, nas hipóteses em que adotado o
regime celetista de contratação de pessoal. STF. Plenário. RE 960429/RN, Rel. Min.
Gilmar Mendes, julgado em 4 e 5/3/2020 (repercussão geral – Tema 992) (Info 968).

Características:
a) Unicidade normativa: a União detém competência privativa para legislar sobre direito do trabalho,
logo, lei estadual que proibiu dispensa sem justa causa de empresa estatal estadual é
inconstitucional, pela falta de competência do Estado para legislar sobre direito do trabalho.
b) Vínculo contratual: os empregados públicos assinam contrato de trabalho.
c) Competência para processo e julgamento da justiça do trabalho.

2.3.3 Servidores estatutários

Possuem vínculo permanente com a Administração, decorrente da Lei, de natureza profissional e


prazo indeterminado.
De acordo com Mazza, o regime de cargo público é mais vantajoso e protetivo para o agente do que
o de emprego público, uma vez que tal regime foi concebido para a garantia de maior estabilidade no
exercício das funções públicas, a fim de proteger o servidor contra influências partidárias e pressões políticas
provocadas pela constante alternância na cúpula diretiva do Estado.

a) Evolução Histórica:
- A CF/88, quando publicada, instituiu a exigência de regime jurídico único para ingresso de pessoal
nas entidades da Administração direta, autárquica e fundacional, não se admitindo a contratação de
empregados pela CLT e a nomeação para assumir cargos estatutários ao mesmo tempo. Com isso, a
maioria dos entes federativos optou pelo regime estatutário, mas alguns Municípios optaram pelo
celetista.
- Com a EC 19/98, foi abolida a exigência de regime jurídico único da Administração Direta, autárquica
e fundacional, passando a se admitir a convivência de ambos os regimes jurídicos (estatutário +
celetista).
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- Todavia, foi movida a ADI 2135, para declarar a inconstitucionalidade da EC 19/98, sob alegação de
incompatibilidade formal com a CF, sendo posteriormente concedida medida cautelar para
suspender a nova redação do art. 39 CF. Com isso, passou a ser admitido apenas um regime de
servidores nos entes da Administração direta, autárquica e fundacional.
- Com isso, é obrigatório o regime jurídico único, o qual proíbe que, somente no âmbito da mesma
esfera de governo haja multiplicidade de regimes, podendo o ente optar entre o celetista ou
estatutário. E todos os servidores que ingressaram antes da ADI 2135 mantêm o seu vínculo
inalterado.
- Recentemente, em 03/09/2020, a Relatora considerou inconstitucional emenda que extinguia RJU
para servidores públicos. VAMOS ACOMPANHAR O JULGAMENTO: Segundo a ministra Cármen
Lúcia, houve violação da exigência de aprovação em dois turnos por 3/5 dos votos da Câmara e no
Senado Federal para alterar a Constituição. A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal,
votou pela declaração de inconstitucionalidade de dispositivo da Emenda Constitucional (EC)
19/1998 que suprimia da Constituição Federal a obrigação de que os entes federados instituíssem o
Regime Jurídico Único (RJU) e planos de carreira para servidores da administração pública direta, das
autarquias e das fundações públicas. Relatora da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 2135, a
ministra, única a votar na sessão, considera que houve violação da regra constitucional que exige
aprovação em dois turnos por 3/5 dos votos dos parlamentares na Câmara e no Senado Federal para
alterar a Constituição. O texto está suspenso por liminar deferida pelo STF desde agosto de 2007.
Fonte: site STF
- O regime estatutário prevalece ao celetista, por garantir maior segurança e conforto aos servidores.

PANORAMA DO REGIME JURÍDICO ÚNICO:

1º Momento – Promulgação da CRFB: Pela redação originária, a CRFB exigiu a instituição de


regime jurídico único, e doutrina e lei entenderam ser o regime estatutário, embora a CF NÃO
tenha definido qual seria o regime de pessoal;
2º Momento – Reforma Administrativa – EC 19/98: Fim da obrigatoriedade do regime jurídico
único, sendo lícita a adoção do regime celetista em alguns casos.
- A doutrina e o STF sempre entenderam que, apesar do silêncio da lei, a escolha do regime não
representava um “cheque em branco” para o poder público, devendo ser adotado,
necessariamente, o regime estatutário para as atividades típicas do Estado (atividades-fim), uma
vez que seria fundamental a estabilidade dos agentes públicos, em razão da atividade. Para
atividades instrumentais (atividades-meio) das pessoas públicas, haveria liberdade para a
escolha do regime.
3º Momento – Decisão liminar do STF – ADIn 2.135/DF – INF. 474 STF – Retorno da
obrigatoriedade do regime jurídico único, em liminar concedida.

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Considerações quanto à decisão do STF:


. A declaração de inconstitucionalidade se referiu apenas ao art. 39 da CRFB e considerou
vício formal no processo de votação da PEC, inexistindo análise da questão de fundo
(NÃO se afirmou a impossibilidade material de extinção do RJU);
. Trata-se de decisão cautelar do STF com efeitos ex nunc. Logo, até o julgamento do
mérito da ação, agentes públicos celetistas contratados durante a EC 19/98 continuam
regidos pela CLT.

b) Considerações importantes sobre o Regime Estatutário:


. É o regime jurídico aplicável aos servidores que ocupam cargos públicos inseridos nas Pessoas
Jurídicas de Direito Público.
. Assim, os servidores Estatutários possuem vínculo permanente com a Administração, decorrente da
Lei, de natureza profissional e prazo indeterminado.

STF: NÃO há direito adquirido a regime jurídico. Logo, os direitos instituídos pelo
estatuto dos servidores público NÃO se incorporam ao patrimônio jurídico desses
agentes.

. O servidor inserido no cargo efetivo é o estatutário.

O que é cargo efetivo? É o cargo ocupado pelo servidor estatutário mediante


concurso público que confere aos ocupantes a garantia da estabilidade no serviço,
se preenchidos os requisitos constitucionais.
Obs.1: Provimento de cargo efetivo sempre depende de realização de concurso
público de provas ou provas e títulos. Não há exceção.
Obs.2: O cargo efetivo confere ao titular a garantia da estabilidade no serviço.
Trata-se de uma garantia de permanência no exercício e, uma vez adquirida, o
servidor estável só perderá o cargo em decorrência das hipóteses taxativamente
elencadas no texto constitucional.
Analisaremos a estabilidade de forma mais aprofundada adiante.

c) Características do regime estatutário:


 Pluralidade normativa: Cada ente federativo possui autonomia para disciplinar normas
estatutárias que regem os seus respectivos servidores, sendo a iniciativa das leis do chefe do
executivo;

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 Vínculo legal: NÃO há contrato de trabalho, mas termo de posse. A ausência de vínculo
contratual, segundo o STJ, demonstra a inexistência do direito à inalterabilidade da situação
funcional, por predominar o interesse público na relação estatutária.
 Competência para processo e julgamento: Justiça comum.

ATENÇÃO: Função de Confiança X Cargo em Comissão

1. Função de Confiança: É uma função sem cargo, função isolada dentro do serviço público,
somente podendo ser exercida por quem já esteja investido em cargo efetivo;
2. Cargo em Comissão: É o cargo comissionado, podendo ser exercido também por servidores de
cargo efetivo.
- Cada entidade deverá estabelecer, por lei, um percentual mínimo de cargos em comissão que
necessariamente serão preenchidos por servidores efetivos.
- É possível atribuir cargo em comissão ao servidor ocupante de outro cargo em comissão, desde
que de forma interina, caso em que o sujeito receberá apenas a maior remuneração.
- STF (Info 851): Os servidores ocupantes de cargo exclusivamente em comissão não se submetem
à regra da aposentadoria compulsória prevista no art. 40, § 1º, II, da CF, a qual atinge apenas os
ocupantes de cargo de provimento efetivo, inexistindo, também, qualquer idade limite para fins
de nomeação a cargo em comissão. Ressalvados impedimentos de ordem infraconstitucional, não
há óbice constitucional a que o servidor efetivo, aposentado compulsoriamente, permaneça no
cargo comissionado que já desempenhava ou a que seja nomeado para cargo de livre nomeação
e exoneração, uma vez que não se trata de continuidade ou criação de vínculo efetivo com a
Administração.

3. FORMAS DE PROVIMENTO DE CARGO PÚBLICO

3.1. Provimento Originário

• Ocorre quando o indivíduo passa a ocupar o cargo público sem que existisse qualquer vínculo
anterior com o Estado.
• A única forma de provimento originário é a NOMEAÇÃO em concurso Público: consiste em ato
administrativo que materializa o provimento originário.

3.2. Provimento Derivado

• Ocorre quando o indivíduo passa a ocupar determinado cargo público em virtude do fato de ter um
vínculo anterior com a Administração Pública. O preenchimento do cargo decorre de vínculo anterior
entre o servidor e o Poder Público.
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• Formas de provimento derivado:


(1) Promoção: Deslocamento do servidor de um cargo público de classe inferior para ingressar em
outro cargo de classe mais elevada, dentro da mesma carreira.

(2) Readaptação: Deslocamento do servidor de um cargo para outro cargo com o intuito de
compatibilizar o exercício da função pública com a limitação sofrida na capacidade física ou
psíquica do servidor público, verificada por perícia.

(3) Reversão: Retorno do servidor público aposentado ao cargo, à ativa.

(4) Aproveitamento: É o retorno do servidor público estável colocado em disponibilidade para cargo
com atribuições, vencimentos e responsabilidades compatíveis com o cargo anteriormente
ocupado.

(5) Reintegração: É o retorno do servidor demitido quando comprovada a ilegalidade da sua


demissão no âmbito de um processo judicial ou administrativo.

(6) Recondução: É o retorno do servidor estável ao cargo de origem tendo em vista a sua inabilitação
(inapto ou não obteve a estabilidade) em estágio probatório de outro cargo ou a reintegração de
um outro servidor a esse mesmo cargo.
→ A recondução permite o retorno ao cargo de origem. E se o cargo de origem estiver
ocupado? R.: o servidor público reconduzido deverá ser aproveitado em outro cargo com
atribuição e remuneração compatíveis.
→ De acordo com Rafael Carvalho, “entendemos que a recondução, no caso de inabilitação
em estágio probatório relacionado ao outro cargo, depende da permanência do vínculo
funcional do servidor com o cargo de origem. Ou seja: apenas será reconduzido o servidor
ao seu cargo anterior se permanecer vinculado a este. Se, por exemplo, o servidor for
exonerado a pedido do cargo de origem, não poderá ele retornar (recondução)
posteriormente. Dessa forma, o servidor deve requerer, em princípio, licença não
remunerada do cargo original para ser investido no novo cargo. Não há óbice para
acumulação dos dois cargos, pois se trata de acumulação não remunerada.” Livro “Curso
de Direito Administrativo” da Editora Gen.

 A remoção e a redistribuição NÃO são formas de provimento derivado. Há apenas o


deslocamento do servidor público, sem alterar a titularidade do cargo.

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CAIU EM PROVA:

(Delegado de PCMG 2021): O provimento originário de um cargo público efetivo ou vitalício se materializa
pelo ato de nomeação do candidato aprovado em concurso público de provas ou de títulos, nos moldes
previstos no artigo 37, II, da CR/88.
No que se refere ao provimento derivado, relacione cada espécie com o respectivo conceito e, em seguida,
assinale a alternativa que informa a sequência CORRETA.
(1) Promoção na carreira
(2) Recondução
(3) Readaptação
(4) Reversão
(5) Aproveitamento
( ) Forma de provimento pela qual o servidor sai do seu cargo e ingressa em outro situado em classe mais
elevada, dentro da mesma carreira.
( ) Forma de provimento pela qual o servidor estável retorna ao cargo anteriormente ocupado.
( ) Forma de provimento mediante a qual o servidor estável passa a ocupar um cargo de atribuições e
responsabilidades compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou mental.
( ) Forma de provimento pela qual o servidor que havia sido colocado em disponibilidade retorna a um cargo
de atribuições e vencimentos compatíveis ao anteriormente ocupado.
( ) Forma de provimento pela qual o servidor aposentado retorna à atividade.
A sequência CORRETA, de cima para baixo, é: 1, 2, 3, 5, 4.

3.3. Vacância do cargo

Vacância é o fato administrativo que demonstra a ausência de ocupação de determinado cargo.


Quais são as hipóteses de vacância?
1) Exoneração
2) Demissão
3) Promoção
4) Readaptação
5) Aposentadoria
6) Posse em outro cargo inacumulável
7) Falecimento

Obs.1: O desligamento dos empregados públicos é feito por dispensa. Não é exoneração. Essa dispensa
precisa ser motivada.

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Obs.2: O desligamento dos servidores estatutários ocorre por exoneração ou demissão.


▪ Exoneração – desligamento do servidor público estatutário que NÃO configura penalidade;
▪ Demissão – constitui uma penalidade que rompe o vínculo funcional do servidor público que
cometeu um ilícito administrativo grave.

3.4. Investidura no cargo

É um ato administrativo complexo – nomeação + posse – que completa a relação estatutária entre
Estado e servidor público.
É imprescindível a previsão legal de todos os requisitos necessários à investidura no cargo e no
emprego, sendo VEDADA a criação de novos requisitos por mera previsão no edital do concurso.

STF e STJ exigem a comprovação do requisito temporal de três anos de atividade


jurídica para ingresso no momento da inscrição no certame, e não da data da posse.

Requisitos para investidura no cargo:

É imprescindível a previsão legal de todos os requisitos necessários à investidura no cargo e no


emprego, sendo VEDADA a criação de novos requisitos por mera previsão no edital do concurso.

1) Ampla Acessibilidade
• Devem ser acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos previstos em lei e aos estrangeiros,
na forma da legislação aplicável, em atenção ao princípio da isonomia.
• Quanto ao acesso aos cargos públicos por estrangeiros, a CF limita às hipóteses definidas em lei
específica, sendo norma de eficácia limitada, dependendo de regulamentação para produzir efeitos,
não sendo autoaplicável.

Obs.1: Limite de idade


A Lei 8.112/90 estipula idade mínima de 18 anos para ingresso nos cargos públicos federais.

Súmula 683 STF: O limite de idade para a inscrição em concurso público só se


legitima em face do art. 7º, XXX da CF quando possa ser justificado pela natureza
das atribuições do cargo a ser preenchido → Essa súmula deve ser ampliada para
os casos em relação a sexo, altura mínima e outras restrições.
STF: Somente a lei pode estabelecer os limites e requisitos para acesso aos cargos
públicos, não devendo ser substituída por mera regulamentação editalícia →
Mesmo diante de situações que justifiquem restrições de ingresso, estas regras
devem ser estipuladas por meio de lei, não sendo suficiente a disposição no edital.
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Obs.2: Atividade jurídica


A EC 45/2004 prevê a obrigatoriedade de atividade jurídica de 03 anos para que seja possível o
ingresso na magistratura e no MP. Para essas duas carreiras, a exigência não depende de Lei. Por sua vez,
para as demais carreiras, é necessária a previsão legal, desde que justificada em razão das atribuições
inerentes ao cargo.
STF: Os 03 anos de atividade jurídica contam-se da data da conclusão do curso de
Direito sendo imprescindível a conclusão do curso de bacharelado em Direito
(colação de grau) para se começar a computar a atividade jurídica.
STF: A Administração Pública pode exigir o requisito da comprovação de atividade
jurídica na data de inscrição definitiva do concurso e não somente na posse do
exercício do cargo.
Para a magistratura, a conclusão do curso de pós-graduação na área jurídica NÃO pode ser considerada
como tempo de atividade jurídica (mas para o MP se considera). Para as demais carreiras, cabe ao edital do
concurso ou à Lei da carreira definir como será feita a análise do requisito.

2) Nacionalidade Brasileira

Obs.: A CF prevê alguns casos que só podem ser preenchidos por brasileiros natos (art. 13, §3º).

3) Gozo dos Direitos Políticos

4) Nível de escolaridade exigido para o cargo

O edital deve especificar claramente a escolaridade mínima exigida para exercer as atividades
naquele cargo público, dando ampla publicidade a esta informação.

5) Aptidão física e mental para o exercício das funções do cargo

• STJ: Aptidão Física

A exigência de teste de aptidão física é legítima quando prevista em lei, guardar


relação de pertinência com as atividades a serem desenvolvidas, estiver pautada
em critérios objetivos e for passível de recurso. Em concurso público, o teste de
capacidade física somente pode ser exigido se:
a) houver previsão na lei que criou o cargo (não pode ser previsto apenas no edital
do certame);
b) tiver relação (razoabilidade) com as funções do cargo;
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c) estiver pautado em critérios objetivos;


d) for passível de recurso.
STJ. 1ª Turma. AgInt nos EDcl no RMS 56.200/PE, Rel. Min. Regina Helena Costa,
julgado em 07/08/2018.

A candidata que esteja gestante no dia do teste físico possui o direito de fazer a
prova em uma nova data no futuro.
É constitucional a remarcação do teste de aptidão física de candidata que esteja
grávida à época de sua realização, independentemente da previsão expressa em
edital do concurso público. STF. Plenário. RE 1058333/PR, Rel. Min. Luiz Fux, julgado
em 21/11/2018 (repercussão geral).

• STJ: Exame Psicotécnico

Para a realização do exame devem estar preenchidos os seguintes requisitos:


✓ Se houver lei em sentido material que expressamente autorize (vide SUM 686 STF: Só por lei
se pode sujeitar a exame psicotécnico a habilitação de candidato a cargo público).
✓ Previsão em edital;
✓ Grau mínimo de objetividade e publicidade dos critérios que nortearão a avaliação
psicológica.

Constatada a ilegalidade do exame psicotécnico, o candidato deve ser submetido a


nova avaliação, pautada por critérios objetivos e assegurada a ampla defesa.
É válida a realização do exame psicotécnico em concursos públicos desde que
cumpridos os seguintes requisitos:
a) o exame precisa estar previsto em lei e no edital;
b) deverão ser adotados critérios objetivos no teste;
c) o resultado deve ser público com a possibilidade de o candidato prejudicado
apresentar recurso.
Se exame psicotécnico não adotou critérios objetivos ou não permitia a
possibilidade de recurso, a providência correta não será a simples aprovação do
candidato outrora reprovado, mas sim a realização de nova avaliação pautada por
critérios objetivos e assegurada a ampla defesa.
É incabível a providência de se determinar a posse candidato no cargo, pois não se
pode suplantar a fase do concurso relativa ao exame psicotécnico, para garantir
judicialmente a nomeação do candidato. Nessa hipótese, deve ser realizado novo
exame, compatível com as deficiências do candidato, bem como que atenda aos

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critérios de objetividade, cientificidade e possibilidade de recurso. STJ. 2ª Turma.


AgInt no RMS 51809/RS, Rel. Min. Francisco Falcão, julgado em 01/03/2018.

3.5. Concurso Público

• É o processo administrativo pelo qual a Administração Pública seleciona o melhor candidato para
integrar os cargos e empregos públicos, buscando assegurar a impessoalidade, moralidade e
isonomia no acesso a cargos públicos.

• NÃO se admite no Brasil a escolha de candidatos unicamente com base em concurso de títulos
(violação à impessoalidade e isonomia).

• NÃO se admite qualquer espécie de provimento derivado que permita ao servidor assumir cargo em
outra carreira que não aquele em que foi regularmente investido por concurso → vide SUM 685 STF
e S.V 43.

→ A isso se dá o nome de ascensão funcional e é considerada prática inconstitucional pelo STF.


→ A promoção do servidor por ascensão funcional constitui uma forma de “provimento derivado
vertical”, ou seja, a pessoa assume um outro cargo (provimento) em virtude de já ocupar um
anterior (ou seja, derivado do primeiro), subindo no nível funcional para um cargo melhor
(vertical). Porém, a CF/88 afirma que a pessoa somente pode assumir um cargo público após
aprovação em concurso público (art. 37, II), salvo as hipóteses excepcionais previstas no texto
constitucional. Desse modo, a ascensão viola o princípio do concurso público.

Súmula 685, STF - É inconstitucional toda modalidade de provimento que propicie


ao servidor investir-se, sem prévia aprovação em concurso público destinado ao
seu provimento, em cargo que não integra a carreira na qual anteriormente
investido.

Súmula Vinculante 43-STF: É inconstitucional toda modalidade de provimento que


propicie ao servidor investir-se, sem prévia aprovação em concurso público
destinado ao seu provimento, em cargo que não integra a carreira na qual
anteriormente investido

• NÃO se admitem os concursos internos, pelos quais antigos servidores assumem cargos em nova
carreira que não guardam conformidade com a carreira na qual o servidor ingressou mediante
concurso.

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3.6. Exceções ao concurso público

• Cargos em comissão;
• Servidores temporários;
• Cargos Eletivos;
• Ex-combatentes – desde que tenham participado efetivamente da II GM, conforme art. 53, I ADCT;
• Agentes comunitários de saúde e de combate às endemias – processo seletivo simplificado;
• Nomeação direta para Ministro de Tribunais de contas, STF, STJ e demais Tribunais Superiores;
• Dirigentes das Empresas Estatais – por serem detentores de cargo em comissão, NÃO dependem de
concurso para a sua nomeação;
• Empresas estatais – a doutrina admite a contratação direta, sem necessidade de concurso, em
situações excepcionais, para a contratação de profissionais qualificados em determinados ramos de
atividade de interesse da entidade;
• OAB.

3.7. Regras Definidas pelo Edital

• Prazo de vigência: O prazo de validade do concurso é de até 02 anos, admitindo-se uma única
prorrogação, por igual período. O prazo inicia a partir da publicação da homologação do resultado final
do concurso público. Trata-se de um prazo DECADENCIAL.

→ Cabe ao Administrador definir se há interesse na prorrogação, com base nos critérios de


oportunidade e conveniência (discricionário), devendo eventual prorrogação ocorrer antes do
término de vigência originário, sob pena de se tornar impossível. Ou seja, a prorrogação insere-
se na discricionariedade, mas a possibilidade de prorrogação deve constar expressamente da lei
ou edital, sob pena de o certame ser improrrogável.
→ Não há óbice à investidura do candidato após o prazo de validade do concurso, por força de
decisão judicial, se a propositura da ação, com o objetivo de discutir essa questão, tenha ocorrido
durante o prazo de validade. Segundo o STJ, o término do prazo de validade do concurso NÃO
enseja a perda do objeto da ação ajuizada com a finalidade de sanar ilegalidade consistente na
quebra da ordem classificatória, sob pena de o candidato lesado ser punido pela demora na
prestação jurisdicional.

• Alteração de disposições editalícias: O edital é ato administrativo discricionário expedido pela


Administração, devendo se adequar à Lei e os princípios constitucionais aplicados à atuação do Estado.

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→ O edital NÃO pode estipular regras e requisitos de ingresso que extrapolem as reais necessidades
daquele cargo ou emprego, sob pena de violar a isonomia, impessoalidade e moralidade
administrativa.
→ Princípio de vinculação ao instrumento convocatório: Uma vez publicado o edital, seus termos
vinculam aqueles que pretendem participar do certame, assim como a própria Administração.

STF: Veda a modificação editalícia que não seja embasada em alteração legislativa
e, ainda assim, restringe a modificação do edital enquanto não concluído e
homologado o certame (impossibilidade de alteração do edital no curso do
processo de seleção).

STF: Somente a lei pode estabelecer os limites e requisitos para acesso aos cargos
públicos, não devendo ser substituída por mera regulamentação editalícia -
Mesmo diante de situações que justifiquem restrições de ingresso, estas regras
devem ser estipuladas por meio de lei, não sendo suficiente a disposição no edital.

STF (RE 611874): Nos termos do artigo 5º, inciso VIII, da Constituição Federal, é
possível a realização de etapas de concurso público em datas e horários distintos
dos previstos em edital, por candidato que invoca escusa de consciência por
motivos de crença religiosa, desde que presente a razoabilidade da alteração, a
preservação da igualdade entre todos os candidatos e que não acarreta ônus
desproporcional à administração pública, que deverá decidir de maneira
fundamentada.

• Controle Judicial: Por ser ato discricionário, o instrumento convocatório e concurso público não se
sujeitam a controle jurisdicional amplo, sendo possível a análise do Judiciário quanto à regularidade
do certame e adequação dos princípios constitucionais.

→ O Judiciário NÃO pode substituir a Banca Examinadora, definindo critérios de seleção,


reavaliando provas e notas atribuídas a candidatos, sob pena de adentrar no mérito da
atuação discricionária da Administração.
→ O edital NÃO pode definir critérios de escolha e requisitos de admissão que extrapolem a
razoabilidade e isonomia. Nesses casos, o STF admite o controle das regras do concurso, seja
na elaboração de questões ou na avaliação das respostas do candidato.

Tese de Repercussão Geral (Tema 485): Não compete ao Poder Judiciário substituir
a banca examinadora para reexaminar o conteúdo das questões e os critérios de
correção utilizados, salvo ocorrência de ilegalidade ou de inconstitucionalidade.
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Provas discursivas: O controle judicial não pode reexaminar a conveniência e oportunidade dos critérios
adotados na valoração das respostas pela Banca. No entanto, isso não afasta o controle judicial, inclusive
com perícia. O Judiciário NÃO pode substituir a banca para atribuir a nota que entende correta, mas apenas
decidir pela desproporcionalidade ou ilegalidade da nota, caso em que, após invalidar a atuação da banca,
deverá o Judiciário oportunizar nova correção pelos examinadores, com atribuição de nova nota à questão.

3.8 Realização de concurso na vigência do certame anterior:

É admitida a realização de novo processo seletivo, desde que respeitada a ordem de preferência aos
candidatos aprovados no concurso anterior.

3.9. Nulidade do Concurso

Caso o concurso possua alguma irregularidade, sua invalidação induz à invalidação da nomeação
efetiva ou da contratação feita.

• A anulação da nomeação deve respeitar o devido processo legal em que se observe o contraditório
e ampla defesa.
• A nulidade do ato de nomeação dos servidores NÃO pode justificar o não pagamento das
remunerações pelos serviços prestados efetivamente pelo agente, sob pena de enriquecimento sem
causa do poder público.

Obs.: STF - Se há anulação de concurso público para a contratação de empregados, além da remuneração
pelos dias trabalhados, o agente faz jus ao saldo do FGTS.

 Teoria do funcionário de fato ou teoria da aparência:


- Pela Teoria da Aparência, os atos praticados pelo agente regularmente investido, por estar revestido
de legalidade aparente, devem ser mantidos para evitar prejuízo a terceiros, embora NÃO permita a
regularização do particular como servidor público, sendo mantida a nulidade da nomeação.

 Teoria do fato consumado


- Doutrina e jurisprudência NÃO admitem a aplicação da TEORIA DO FATO CONSUMADO, sendo
impossível convalidar procedimento irregular. Assim, o particular deverá ser afastado das suas
funções e ser declarada a nulidade da nomeação baseada no concurso irregularmente conduzido.

Fique atento à jurisprudência sobre o tema:

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◇ Em regra, não se aplica a teoria do fato consumado a candidato que assumiu o cargo por força de
decisão precária posteriormente revertida.

Não é compatível com o regime constitucional de acesso aos cargos públicos a


manutenção no cargo, sob fundamento de fato consumado, de candidato não
aprovado que nele tomou posse em decorrência de execução provisória de medida
liminar ou outro provimento judicial de natureza precária, supervenientemente
revogado ou modificado. Igualmente incabível, em casos tais, invocar o princípio da
segurança jurídica ou o da proteção da confiança legítima. A posse ou o exercício
em cargo público por força de decisão judicial de caráter provisório não implica a
manutenção, em definitivo, do candidato que não atende a exigência de prévia
aprovação em concurso público (art. 37, II, da CF/88), valor constitucional que
prepondera sobre o interesse individual do candidato, que não pode invocar, na
hipótese, o princípio da proteção da confiança legítima, pois conhece a
precariedade da medida judicial. Em suma, não se aplica a teoria do fato
consumado para candidatos que assumiram o cargo público por força de decisão
judicial provisória posteriormente revista. STF. Plenário. RE 608482/RN, Rel. Min.
Teori Zavascki, julgado em 7/8/2014 (repercussão geral) (Info 753). O STJ possui o
mesmo entendimento: STJ. 1ª Turma. AgRg no AREsp 474423/RS, Rel. Min.
Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 04/04/2017. Obs: a situação será diferente
se o servidor se aposentou antes do fim do processo: STJ. 1ª Seção. MS 20.558-DF,
Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 22/2/2017 (Info 600).

◇ Em casos excepcionais, em que a restauração da estrita legalidade ocasionaria mais danos sociais
que a manutenção da situação consolidada pelo decurso do tempo, a jurisprudência do STJ é firme
no sentido de admitir a aplicação da teoria do fato consumado.

Em regra, o STJ acompanha o entendimento do STF e decide que é inaplicável a


teoria do fato consumado aos concursos públicos, não sendo possível o
aproveitamento do tempo de serviço prestado pelo servidor que tomou posse por
força de decisão judicial precária, para efeito de estabilidade. Contudo, em alguns
casos, o STJ afirma que há a solidificação de situações fáticas ocasionada em razão
do excessivo decurso de tempo entre a liminar concedida e os dias atuais, de
maneira que, a reversão desse quadro implicaria inexoravelmente em danos
desnecessários e irreparáveis ao servidor. Em outras palavras, o STJ entende que
existem situações excepcionais nas quais a solução padronizada ocasionaria mais
danos sociais do que a manutenção da situação consolidada, impondo-se o
distinguishing, e possibilitando a contagem do tempo de serviço prestado por força
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de decisão liminar, em necessária flexibilização da regra. Caso concreto:


determinado indivíduo prestou concurso para o cargo de Policial Rodoviário
Federal e foi aprovado nas provas teóricas, tendo sido, contudo, reprovado em um
dos testes práticos. O candidato propôs mandado de segurança questionando esse
teste. O juiz concedeu a liminar determinando a nomeação e posse, o que ocorreu
em 1999. Em sentença, o magistrado confirmou a liminar e julgou procedente o
pedido do autor. Anos mais tarde, o TRF, ao julgar a apelação, entendeu que a
exigência do teste prático realizado não continha nenhum vício. Em virtude disso,
reformou a sentença. O servidor, contudo, continuou cautelarmente no cargo até
2020, quando houve o trânsito em julgado da decisão contrária ao seu pleito. O STJ
assegurou a manutenção definitiva do impetrante no cargo. STJ. 1ª Turma. AREsp
883574-MS, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 20/02/2020 (Info
666). STJ. 2ª Turma. AgInt no REsp 1569719/SP, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em
08/10/2019.

Jurisprudência sobre Concurso Público:

Não é legítima a cláusula de edital de concurso público que restrinja a


participação de candidato pelo simples fato de responder a inquérito ou a ação
penal, salvo se essa restrição for instituída por lei e se mostrar
constitucionalmente adequada.
Sem previsão constitucionalmente adequada e instituída por lei, não é legítima a
cláusula de edital de concurso público que restrinja a participação de candidato
pelo simples fato de responder a inquérito ou a ação penal. STF. Plenário. RE
560900/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 5 e 6/2/2020 (repercussão geral
– Tema 22)

Candidato só pode ser excluído de concurso público por não se enquadrar na cota
para negros se houver contraditório e ampla defesa.
A exclusão do candidato, que concorre à vaga reservada em concurso público, pelo
critério da heteroidentificação, seja pela constatação de fraude, seja pela aferição
do fenótipo ou por qualquer outro fundamento, exige o franqueamento do
contraditório e da ampla defesa. STJ. 2ª Turma. RMS 62040-MG, Rel. Min. Herman
Benjamin, julgado em 17/12/2019 (Info 666).

É inconstitucional dispositivo legal que preveja a possibilidade de o indivíduo


aprovado no concurso tomar posse e entrar em exercício, de imediato, na classe
final da carreira.
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É inconstitucional lei que preveja a possibilidade de o indivíduo aprovado no


concurso público ingressar imediatamente no último padrão da classe mais elevada
da carreira. Essa disposição afronta os princípios da igualdade e da impessoalidade,
os quais regem o concurso público. Por essa razão, o STF declarou a
inconstitucionalidade do § 1º do art. 18 da Lei nº 8.691/93. STF. Plenário. ADI
1240/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 28/2/2019 (Info 932).

É constitucional a remarcação de curso de formação para o cargo de agente


penitenciário feminino de candidata que esteja lactante à época de sua
realização, independentemente da previsão expressa em edital do concurso
público. RMS 52.622-MG, Rel. Min. Gurgel de Faria, por unanimidade, julgado em
26/03/2019, DJe 29/03/2019

A limitação de idade, sexo e altura para o ingresso na carreira militar é válida


desde que haja previsão em lei específica e no edital do concurso público.
É razoável, dada a natureza e as peculiaridades do cargo, exigir-se altura mínima
para o ingresso em carreira militar, devendo esse requisito, contudo, encontrar
previsão legal e não apenas editalícia. A jurisprudência dos Tribunais Superiores é
pacífica no sentido de que é constitucional a exigência de altura mínima para o
ingresso em carreiras militares, desde que haja previsão legal específica. Somente
lei formal pode impor condições para o preenchimento de cargos, empregos ou
funções públicas. STF. 2ª Turma. ARE 1073375 AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes,
julgado em 23/03/2018.

Editais de concurso público não podem estabelecer restrição a pessoas com


tatuagem, salvo situações excepcionais em razão de conteúdo que viole valores
constitucionais.
Não fere direitos dos candidatos a disposição do edital do certame que prevê
limites mínimo e máximo de idade para o ingresso na carreira militar, em razão da
atividade peculiar nela exercida, desde que tal limitação esteja prevista em
legislação específica.
STJ. 1ª Turma. AgInt no RMS 51864/SE, Rel. Min. Regina Helena Costa, julgado em
21/03/2017.

É possível cobrar questões sobre jurisprudência no concurso mesmo que o edital


não preveja que irá exigir dos candidatos conhecimentos acerca dos
entendimentos dos Tribunais Superiores. STJ. 1ª Turma. AgInt no RMS 50769/BA,
Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 01/03/2018.
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CAIU EM PROVA:

(Delegado de PCPR 2021): Sobre concursos públicos, é correto afirmar que é legítima a cláusula de edital de
concurso público que restrinja a participação de candidato pelo fato de responder a inquérito ou ação penal,
desde que tal previsão possua fundamento em lei ou decreto (item considerado incorreto).

3.10. Direito Subjetivo à Nomeação

A aprovação do candidato em concurso público não acarreta, em princípio, direito à nomeação e à


posse, mas apenas expectativa de direito ao candidato. No entanto, o candidato possui direito, e não apenas
expectativa, quando, dentro do prazo de validade do concurso, houver inobservância pela administração, da
ordem de classificação.
Outrossim, se a Administração durante o prazo de validade do concurso, efetua contratações
precárias para o exercício das mesmas funções que justificaram a realização do certame, há o direito à
nomeação dos candidatos aprovados em concurso.
Conclusão: o direito subjetivo à nomeação do candidato aprovado em concurso público exsurge nas
seguintes hipóteses (Tema 784 RG):

1. Quando a aprovação ocorrer dentro do número de vagas do edital;

2. Quando houver preterição na nomeação por não observância da ordem de classificação;

Súmula 15 do STF: Dentro do prazo de validade do concurso, o candidato aprovado


tem direito à nomeação, quando o cargo for preenchido sem observância da
classificação.

3. Quando surgirem novas vagas, ou for aberto novo concurso durante a validade do certame anterior,
via de regra não haverá direito à nomeação, salvo se for comprovada a inequívoca necessidade de
nomeação ou se ocorrer a preterição de candidatos de forma arbitrária e imotivada por parte da
administração nos termos acima.

Surgimento de novas vagas + necessidade do provimento + inexistência de restrição


orçamentária = direito subjetivo à nomeação.
O candidato aprovado em concurso público fora do número de vagas tem direito
subjetivo à nomeação caso surjam novas vagas durante o prazo de validade do
certame, haja manifestação inequívoca da administração sobre a necessidade de

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seu provimento e não tenha restrição orçamentária. STJ. 1ª Seção. MS 22.813-DF,


Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 13/06/2018 (Info 630).

STF: O surgimento de novas vagas ou a abertura de novo concurso para o mesmo


cargo, durante o prazo de validade do certame anterior, não gera automaticamente
o direito à nomeação dos candidatos aprovados fora das vagas previstas no edital,
ressalvadas as hipóteses de preterição arbitrária e imotivada por parte da
administração, caracterizada por comportamento tácito ou expresso do Poder
Público capaz de revelar a inequívoca necessidade de nomeação do aprovado
durante o período de validade do certame, a ser demonstrada de forma cabal pelo
candidato.

STJ: O candidato aprovado fora do número de vagas, mas que entrou nas vagas por desistência de outros na
sua frente, tem direito subjetivo à nomeação (RMS 55667, 2015).

Obs.: Esse julgado do STJ é anterior à fixação da tese em RG pelo STF. Contudo, parece-
nos que continuam válidos porque se encaixam nas exceções estabelecidas pelo próprio
Supremo.

STF: Diante de demonstração de situações excepcionais, nas quais, por motivo de necessidade pública
superveniente, devidamente comprovada e justificada, a Administração poderá deixar de nomear candidatos
aprovados em concurso público, ainda que dentro do número de vagas, sob pena de priorizar o direito do
aprovado em detrimento do interesse geral (RE 598099).
Logo, são requisitos para não nomear:
• Superveniência: Os fatos ensejadores de uma situação excepcional devem necessariamente ser
posteriores à publicação do edital;
• Imprevisibilidade: a situação deve ser determinada por circunstâncias extraordinárias, imprevisíveis
à época da publicação do edital;
• Necessidade: A administração só pode adotar tal medida quando não existirem outros meios menos
gravosos para lidar com situação excepcional e imprevisível.

4. ESTABILIDADE

A EFETIVIDADE é atributo do cargo público, definido por lei no momento de sua criação, sendo
requisito indispensável para a aquisição da estabilidade. Os cargos públicos estatutários podem ser:
• Cargos Efetivos: aprovados por concurso e passíveis da aquisição da estabilidade;
• Cargos em Comissão: NÃO adquirem estabilidade, pois são cargos de livre nomeação e exoneração.

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A ESTABILIDADE é prerrogativa constitucional atribuída aos servidores públicos detentores de cargo


em provimento efetivo, de permanência no serviço público, só perdendo o cargo nas hipóteses definidas na
CF.
Logo, a estabilidade NÃO poderá ser adquirida pelos agentes detentores de empregos públicos, sob
regime da CLT, pois a estabilidade é prevista apenas para cargos públicos e não para empregos públicos (art.
41 CF).
Durante o estágio probatório, o servidor não é protegido contra a extinção do cargo. Assim, em caso
de extinção ou declaração de desnecessidade do cargo, o servidor NÃO será colocado em disponibilidade
remunerada, pois esse direito é exclusivo do servidor estável, mas será exonerado, NÃO podendo ser
aproveitado em outro cargo.

Estabilidade x Estágio Probatório: O estágio probatório é fase na qual o servidor


público está sendo avaliado dentro da execução da atividade pública, para verificar
se possui aptidão para o exercício daquelas funções para as quais foi designado. A
partir de 2010, a jurisprudência entendeu que o prazo necessário à aquisição da
estabilidade foi definido como sendo o prazo de estágio probatório (03 anos).

A aquisição da estabilidade pressupõe o efetivo exercício da função pelo período de 03 anos. Logo,
na hipótese de afastamento do cargo, a exemplo da licença, o prazo de avaliação deve ser prorrogado pelo
mesmo período do afastamento.

Obs.: O texto originário previa que a estabilidade seria adquirida com 02 anos de efetivo exercício no cargo.
A EC 19/98 ampliou o prazo para a aquisição de estabilidade de 02 para 03 anos e acrescentou a aprovação
em avaliação especial de desempenho realizada por comissão designada para esse fim. Logo, os requisitos
passaram a ser: (i) 03 anos de efetivo exercício em cargo efetivo, e (ii) aprovação em avaliação especial de
desempenho, por comissão especialmente constituída.

STF: Reconheceu a estabilidade de determinado servidor que exerceu as suas


funções por mais de três anos, mas não foi submetido à avaliação especial de
desempenho.

A estabilidade possui pertinência com o serviço, e não com o cargo. Logo, o STJ já asseverou que “a
estabilidade diz respeito ao serviço público, e não ao cargo”, razão pela qual o servidor estável, ao ser
investido em novo cargo, NÃO fica dispensado de cumprir novo estágio probatório, SALVO se o cargo estiver
inserido na mesma carreira e submetido ao mesmo estatuto funcional.

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Doutrina e jurisprudência entendem que a avaliação pode ser expressa ou tácita, pois se passados
03 anos de exercício e a avaliação não for realizada pelo Poder Público, presume-se que o servidor foi avaliado
e aprovado.
Regra de estabilização: A estabilidade poderá ser adquirida pelos agentes que, mesmo sem
aprovação em concurso público, tenham ingressado no serviço público, ao menos 05 anos antes da
promulgação da CF/88, situação que NÃO se aplica a ocupantes de cargos, empregos de confiança ou em
comissão. De acordo com o STF, a estabilização não se aplica aos servidores das Fundações Públicas de Direito
Privado.
O servidor em estágio probatório, uma vez que ainda NÃO adquiriu a estabilidade, NÃO possui a
garantia de permanência no serviço. Todavia, a perda do cargo depende necessariamente do respeito ao
princípio do contraditório e ampla defesa, conforme súmula 21 do STF.

Obs.1: Empregos Públicos - O empregado de empresa estatal, ainda que admitido por aprovação em
concurso público, não goza da garantia de estabilidade prevista no art. 41 da CF/88.

STF: Já se manifestou no sentido de que, não havendo a garantia da estabilidade, é


prescindível a justificativa para a dispensa desses empregados. No entanto, existe
jurisprudência do STF que entende necessária a motivação, por se tratar de ato
administrativo.

Para empregados contratados para prestação de serviços na Administração Direta e autárquica, o


TST editou Súmula 390, no sentido de que a estabilidade os alcança (aplicável para os que ingressaram no
serviço público até a EC 19/98).

Obs.2: Dispensa do servidor estável - Os servidores estáveis só perderão o cargo nas seguintes hipóteses:
a) Em virtude de sentença judicial transitada em julgado;
b) Mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa;
c) Mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma da lei complementar,
assegurada a ampla defesa.
d) Exoneração para corte de gastos (hipótese do art. 169 CF).
Em caso de necessidade de redução das despesas com pessoal, a CF dispõe a seguinte gradação:
- Redução em pelo menos 20% das despesas em cargos comissionados e funções de
confiança;
- Exoneração dos servidores públicos NÃO estáveis;
- Exoneração dos servidores estáveis: Nesse caso, o cargo do servidor estável será extinto,
sendo vedada ao ente estatal a criação de cargo, emprego ou função com atribuições
iguais ou assemelhadas pelo prazo de 04 anos. Ademais, o servidor estável passa a

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receber uma indenização correspondente a um mês de remuneração para cada ano de


serviço público prestado.

Exoneração x Demissão
1) Exoneração: Perda do cargo sem caráter de penalidade;
2) Demissão: Perda do cargo com caráter punitivo, decorrente de infração
praticada pelo agente.

5. VITALICIEDADE

Prerrogativa conferida em função dos cargos que exercem e grau de responsabilidade. É garantida a
permanência no serviço público, somente sendo possível a perda do cargo por sentença judicial transitada
em julgado. Aplica-se ao MP, magistratura e Ministros e conselheiros dos Tribunais de Contas.
Alcance da vitaliciedade:
⦁ Ministros e Conselheiros dos Tribunais de Contas;
⦁ Magistrados;
⦁ Membros do MP.

A maioria dos ocupantes de cargos vitalícios só adquirem a vitaliciedade após estágio de


vitaliciamento de 2 anos. Porém, a vitaliciedade será concedida automaticamente a determinado servidores
a partir da investidura no cargo, a exemplo de advogado investido magistrado pelo quinto.
A vitaliciedade, no entanto, NÃO garante a permanência eterna no cargo. Não impede a extinção do
cargo, hipótese em que o servidor ficará em disponibilidade remunerada (S. 11 do STF) e o servidor vitalício
se sujeita à aposentadoria compulsória.

6. ACUMULAÇÃO DE CARGOS

Segundo a CF/88, em princípio NÃO é possível acumular cargos ou empregos públicos que qualquer
ente da Administração direta ou indireta da U, E, M, DF, abrangendo os servidores estatutários, celetistas e
temporários.
A CF veda a acumulação remunerada, razão pela qual, em princípio, NÃO há vedação para a
acumulação não remunerada de cargos, empregos e funções, desde que haja compatibilidade dos horários.
STF/STJ: NÃO é possível a acumulação de três fontes remuneratórias.
Requisitos constitucionais para a acumulação:
i. Compatibilidade de horários;
ii. Obediência ao teto remuneratório (em relação a cada cargo separadamente);
iii. Permissão apenas nos casos expressos na CF/88.

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• COMPATIBILIDADE DE HORÁRIOS:
→ Para que a acumulação de cargos ou empregos seja lícita, deve haver a demonstração da
compatibilidade de horários.
→ STF: Reconheceu a ilicitude na acumulação de cargos quando ambos estiverem submetidos ao
regime de 40 horas semanais e um deles exija dedicação exclusiva.

Fique atento à jurisprudência sobre o tema:

É possível a acumulação de cargos mesmo que a jornada semanal ultrapasse 60h.


A acumulação de cargos públicos de profissionais da área de saúde, prevista no art.
37, XVI, da CF/88, não se sujeita ao limite de 60 horas semanais previsto em norma
infraconstitucional, pois inexiste tal requisito na Constituição Federal. O único
requisito estabelecido para a acumulação é a compatibilidade de horários no
exercício das funções, cujo cumprimento deverá ser aferido pela administração
pública. STF. Plenário. ARE 1246685, Rel. Min. Min. Dias Toffoli, julgado em
19/03/2020. (Tema 1081 Repercussão Geral) STF. 1ª Turma. RE 1176440/DF, Rel.
Min. Alexandre de Moraes, julgado em 9/4/2019 (Info 937). STF. 2ª Turma. RMS
34257 AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 29/06/2018. STJ. 1ª Seção.
REsp 1767955/RJ, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 27/03/2019 (Info 646).

A acumulação de cargos públicos de profissionais da área de saúde, prevista no


art. 37, XVI, da CF/88, não se sujeita ao limite de 60 horas semanais previsto em
norma infraconstitucional, pois inexiste tal requisito na Constituição Federal. O
único requisito estabelecido para a acumulação é a compatibilidade de horários no
exercício das funções, cujo cumprimento deverá ser aferido pela administração
pública.
STF. 1ª Turma. RE 1094802 AgR, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em
11/5/2018. STF. 2ª Turma. RMS 34257 AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado
em 29/06/2018. STJ. 2ª Turma. REsp 1746784-PE, Rel. Min. Og Fernandes, julgado
em 23/08/2018 (Info 632).

• OBSERVÂNCIA DO TETO REMUNERATÓRIO:


→ O limite do teto deverá ser considerado separadamente para cada um dos vínculos.
→ A jurisprudência entende que, nos casos de acumulação, os cargos devem ser considerados
isoladamente para efeitos do teto. Assim, a remuneração de cada cargo não pode ser superior ao
teto, sendo possível que a soma dos dois ultrapasse esse limite.

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Se a pessoa acumular licitamente dois cargos públicos ela poderá receber acima do
teto. Nos casos autorizados constitucionalmente de acumulação de cargos,
empregos e funções, a incidência do art. 37, XI, da Constituição Federal pressupõe
consideração de cada um dos vínculos formalizados, afastada a observância do teto
remuneratório quanto ao somatório dos ganhos do agente público. Ex: se
determinado Ministro do STF for também professor da UnB, ele irá receber seu
subsídio integral como Ministro e mais a remuneração decorrente do magistério.
Nesse caso, o teto seria considerado especificamente para cada cargo, sendo
permitido que ele receba acima do limite previsto no art. 37, XI da CF se
considerarmos seus ganhos globais. STF. Plenário. RE 612975/MT e RE 602043/MT,
Rel. Min. Marco Aurélio, julgados em 26 e 27/4/2017 (repercussão geral) (Info 862).

• PERMISSÕES CONSTITUCIONAIS:
 Art. 37, inciso XVI;
 Art. 38, III - vereador;
 art. 95, § único, I (magistrados);
 art. 128, § 5º, II, “d” (promotor).

Exceções à vedação ao acúmulo de cargos prevista no art. 37, XVI da CF/88:


a) 02 cargos de professor;
b) 01 cargo de professor com outro técnico ou científico;
c) 02 cargos ou empregos privativos de profissionais da saúde, com profissões regulamentadas;
d) 01 cargo de magistrado ou membro de MP + 01 cargo de professor;
e) 01 cargo efetivo + 01 cargo de vereador, se houver compatibilidade.

Jurisprudência sobre o tema:

(1) Definição de cargo científico - Cargo científico "é o conjunto de atribuições cuja
execução tem por finalidade a investigação coordenada e sistematizada de fatos,
predominantemente de especulação, visando a ampliar o conhecimento humano."
(STJ. 5ª Turma. RMS 28.644/AP, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 06/12/2011).
(2) Definição de cargo técnico - Cargo técnico "é aquele que requer conhecimento
específico na área de atuação do profissional, com habilitação específica de grau
universitário ou profissionalizante de 2º grau" (STJ, RMS42.392/AC - 10/02/2015).
(3) Não podem ser considerados cargos técnicos aqueles que impliquem a prática de
atividades meramente burocráticas, de caráter repetitivo e que não exijam formação
específica. Nesse sentido, atividades de agente administrativo, descritas como

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atividades de nível médio, não se enquadram no conceito constitucional (STF. 1ª Info


747/2014).

Obs.: É possível acumular a aposentadoria do regime próprio de previdência com remuneração de cargo
efetivo nas seguintes hipóteses (deve respeitar o limite de remuneração):
• Proventos de aposentadoria + remuneração de cargo em comissão;
• Proventos de aposentadoria + remuneração de cargo eletivo;
• Proventos de aposentadoria + remuneração de cargo efetivo de cargo acumulável.

7. REMUNERAÇÃO DO SERVIDOR PÚBLICO

Remuneração ou vencimentos = vencimento + vantagens pecuniárias.


Vencimento: somatório da parcela fixa e das vantagens pecuniárias.
Subsídios: parcela única, fixada em lei, sendo vedada a percepção de vantagens pecuniárias.

O vencimento ou remuneração configuram verbas de caráter alimentar, razão pela qual não se
admite arresto, sequestro ou penhora.
A remuneração do servidor deve ser definida mediante lei específica, sendo igualmente necessária
para revisão ou alteração do valor remuneratório das carreiras em geral. A iniciativa para a edição de lei é de
cada um dos poderes do Estado, para os seus agentes.
→ No entanto, pode ser fixado, por meio de decreto legislativo, desde que respeitada a limitação do
art. 37, XI (teto remuneratório), a remuneração do:
• Presidente da República e do Vice-Presidente;
• Ministros de Estado;
• Senadores;
• Deputados Federais.

A remuneração do servidor NÃO pode ser inferior ao salário mínimo, mas o vencimento básico
pode ser, desde que a remuneração total não o seja.

Súmula Vinculante 16: Os artigos 7º, IV, e 39, § 3º (redação da EC 19/98), da


Constituição, referem-se ao total da remuneração percebida pelo servidor público.

7.1 Irredutibilidade de Remuneração

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A remuneração do servidor público é irredutível. No entanto, a irredutibilidade é nominal, não


havendo garantia da irredutibilidade real, não assegurando a remuneração dos servidores das perdas
decorrentes dos aumentos inflacionários (STF).
Em razão do caráter indenizatório, segundo JSCF, se a nomeação vier a ser anulada, o vencimento se
converte em indenização pelo trabalho executado, de modo que o servidor não precisa devolver tais
parcelas.
O art. 37, X da CF define o direito à revisão geral anual dos vencimentos pagos aos servidores
estatais, devendo ser feita na mesma data e sem distinção de índices → norma de eficácia limitada, pois exige
lei específica, bem como a revisão necessita, ainda, estar prevista na LDO, nos moldes da CF e LRF. Assim, a
ausência de lei a fixar a revisão geral anual dos vencimentos do servidor configura inconstitucionalidade por
omissão.

STF: Entendeu que, não sendo concedida a revisão, por meio de lei, NÃO compete
ao Poder Judiciário condenar o poder público ao pagamento de indenização. Isso
porque a determinação para que se indenize o servidor público seria verdadeira
revisão imposta no exercício da jurisdição, sem regulamentação legal.

STF: O não encaminhamento de projeto de lei de revisão anual dos vencimentos


dos servidores públicos, previsto no inciso X do art. 37 da CF/88, não gera direito
subjetivo a indenização. Deve o Poder Executivo, no entanto, se pronunciar, de
forma fundamentada, acerca das razões pelas quais não propôs a revisão. (STF.
Plenário. RE 565089 /SP, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Roberto
Barroso, julgado em 25/9/2019 - repercussão geral – Tema 19 - Info 953).

7.2 Vinculação e Equiparação de Remunerações

As diferenças de vencimentos para servidores públicos serão embasadas por critérios objetivos, não
sendo possível a discriminação de determinada carreira em benefício de outras.
NÃO se admite a equiparação ou vinculação de espécies remuneratórias entre carreiras no serviço
público.

Súmula Vinculante 42: É inconstitucional a vinculação do reajuste de vencimentos


de servidores estaduais ou municipais a índices federais de correção monetária.

REVISÃO DA REMUNERAÇÃO – REQUISITOS:

i. A efetivação depende de lei, a ser elaborada por cada ente federado;

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ii. A revisão geral deve ser anual;


iii. Não pode haver distinção de índices.

O reajuste da remuneração dos servidores estaduais e municipais não pode ser vinculado a índices
oficiais federais de correção monetária, conforme SUM 681 STF, a fim de evitar os reajustes
automáticos, para se considerar a realidade orçamentária dos Estados e Municípios.

7.3 Subsídios

É a forma de pagamento feito em parcela única, não aceitando nenhum acréscimo patrimonial, a
fim de tornar mais clara a retribuição de determinados cargos.
É VEDADO aos que recebem subsídio o acréscimo fixado de qualquer gratificação, adicional, abono,
prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória.
Salvo as carreiras em que é obrigatório o subsídio, o Poder Público pode optar pelo pagamento em
subsídio ou remuneração.
O regime de subsídio é obrigatório para:
• Membros de poder;
• Detentor de mandato eletivo;
• Ministros e Secretários Estaduais e Municipais;
• Integrantes da AGU, Procuradores do Estado e Defensores Públicos;
• Ministros do TCU e servidores públicos policiais.

Facultativo para os demais agentes organizados em carreira.


Em qualquer hipótese, a instituição do subsídio depende de lei, NÃO decorre diretamente da
Constituição, de modo que, sem a lei regulamentadora, é inviável a renumeração por subsídio.

7.4 Teto Remuneratório

O STF pronunciou-se no sentido de que os Juízes estaduais NÃO se submetem à regra do subteto,
mas ao teto de remuneração (o de Ministro do STF), posto que devem ser aplicadas as mesmas regras dos
Juízes Federais, por não existir tratamento diferenciado entre eles. (interpretação conforme a Constituição).
Fica facultado aos Estados e ao DF fixar, mediante emenda às Constituições e Lei Orgânica, como
limite único, o subsídio mensal dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a 90,25% dos Ministros
do STF, NÃO se aplicando aos subsídios dos Deputados Estaduais e Distritais e Vereadores.
Empresas estatais igualmente se submetem ao teto remuneratório, salvo quando NÃO recebem
qualquer forma de auxílio do poder público.

Atenção a jurisprudência sobre o tema:


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A EC 41/2003 alterou o inciso XI do art. 37 e permitiu que os Estados, DF e


Municípios instituíssem subtetos diferentes da União; essa previsão não viola o
princípio da isonomia.
Ação direta de inconstitucionalidade. 2. Legitimidade ativa da ADEPOL. 3. Art. 1° da
Emenda Constitucional n. 41, de 19' de dezembro de 2003, que alterou o art. 37,
XI, da CF/88. 4. Trecho “o subsídio mensal do Governador no âmbito do Poder
Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do Poder
Legislativo”. 5. A possibilidade da instituição de subtetos após a vigência da EC
41/03 encoraja os entes federativos a proceder de forma particular quanto à
limitação da remuneração do serviço público, buscando soluções compatíveis com
as respectivas realidades financeiras. 6. Ausência de violação aos princípios da
isonomia e da razoabilidade. 7. Ação conhecida e não provida.
(ADI 3855, Relator(a): GILMAR MENDES, Tribunal Pleno, julgado em 29/11/2021,
PROCESSO ELETRÔNICO DJe-239 DIVULG 02-12-2021 PUBLIC 03-12-2021).

O teto aplicável aos servidores municipais é, em regra, o subsídio do prefeito, não


podendo se aplicar o modelo facultativo do § 12 do art. 37 da CF aos servidores
municipais.
Em atenção ao autogoverno dos entes federativos, a Emenda Constitucional
47/2005 permitiu a fixação de subteto salarial estadual ou distrital, desde que com
edição de emendas às respectivas Constituições estaduais ou à Lei Orgânica do
Distrito Federal (CF, § 12, art. 37), pelo que é facultado ao Estado-membro: (a) a
definição de um teto por Poder; ou (b) a definição de um subteto único,
correspondente ao subsídio dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, para
todo e qualquer servidor de qualquer poder, ficando de fora desse subteto apenas
o subsídio dos Deputados. Precedente: ADI 4900, Rel. Min. TEORI ZAVASCKI, Rel. p/
acórdão Min. ROBERTO BARROSO, Tribunal Pleno, julgado em 11/2/2015, DJe de
17/4/2015. 2. A regulamentação editada com fundamento nesse dispositivo
constitucional, por estar direcionado apenas aos servidores estaduais, esfera
federativa na qual existem as alternativas de fixação de teto por poder ou de forma
única, não pode inovar no tratamento do teto no âmbito municipal, pois o art. 37,
XI, da CF, já estabelece um teto único para os servidores municipais, que, assim,
não são abrangidos pela fixação de teto único diverso. Precedente: ADI 6221-MC,
Rel. Min. EDSON FACHIN, Rel. p/ acórdão Min. ALEXANDRE DE MORAES, Tribunal
Pleno, julgado em 20/12/2019, DJe de 30/4/2020. 3. Ação Direta julgada
procedente.

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(ADI 6811, Relator(a): ALEXANDRE DE MORAES, Tribunal Pleno, julgado em


23/08/2021, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-183 DIVULG 14-09-2021 PUBLIC 15-09-
2021).

Teto remuneratório de Procuradores Municipais é o subsídio de Desembargador


de TJ. A expressão "Procuradores", contida na parte final do inciso XI do art. 37 da
Constituição da República, compreende os procuradores municipais, uma vez que
estes se inserem nas funções essenciais à Justiça, estando, portanto, submetidos
ao teto de 90,25% (noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento) do
subsídio mensal, em espécie, dos ministros do STF.
STF. Plenário. RE 663696/MG, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 28/2/2019 (Info 932).

Os substitutos interinos dos cartórios extrajudiciais devem receber limitado ao


teto do funcionalismo público (art. 37, XI, da CF/88).
Incide o teto remuneratório constitucional aos substitutos interinos de serventias
extrajudiciais. STF. 2ª Turma. MS 29039/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em
13/11/2018 (Info 923).

NÃO SE SUBMETEM AO TETO REMUNERATÓRIO:

a) Verbas de natureza indenizatória: NÃO possuem natureza de acréscimo patrimonial, mas de


reparação ou devolução de valores gastos pelo servidor. ex: valores de diárias.
b) Direitos Sociais: Ex: férias, 13º salário, adicional noturno, etc.
c) Abono de Permanência: destina-se ao servidor que tenha completado as exigências para
aposentadoria voluntária integral.
d) Remuneração da atividade de magistério: É orientação jurisprudencial e doutrinária.

A EC 47/2005 admite a fixação, mediante emendas às Constituições Estaduais e Lei Orgânica Distrital,
de um subteto uniforme para os Estados e DF, em que o limite único seria o subsídio mensal dos
Desembargadores do respectivo TJ. No entanto, o referido subteto NÃO se aplicaria a Deputados Estaduais,
Distritais e Senadores.
O teto só será aplicado às empresas estatais e suas subsidiárias que sejam dependentes. As não
dependentes estão excluídas do teto.
A EC 41/2003 determinou a aplicação imediata do teto, devendo ser efetivada a redução das
remunerações acima do novo limite. Para Rafael Oliveira é norma inconstitucional, pois o Poder Constituinte
Derivado é limitado e NÃO pode contrariar o direito fundamental à irredutibilidade das remunerações e o
direito adquirido, considerados cláusulas pétreas.

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CAIU EM PROVA:

(Delegado de PCAM 2022): O Estado Beta editou lei estadual prevendo que a remuneração do grau máximo
da carreira de Delegado de Polícia Civil estadual corresponderá a 90,25% (noventa inteiros e vinte e cinco
centésimos por cento) da remuneração dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, escalonados conforme
as respectivas classes, sendo a diferença entre uma e outra de 5% (cinco por cento).

Consoante jurisprudência do Supremo Tribunal Federal sobre o tema, a citada lei é inconstitucional, porque
vincula ou referencia espécies remuneratórias devidas a cargos e carreiras distintos, especialmente quando
pretende a vinculação entre servidores de Poderes e níveis federativos diferentes (item considerado correto).

8. DIREITO DE GREVE

Os militares NÃO têm direito à greve nem à sindicalização, por expressa vedação constitucional.
Para os servidores civis, o direito de greve está garantido e será exercido, nos termos estabelecidos
em lei especial. O STF entende que o direito de greve dos servidores público é norma de eficácia limitada à
edição de lei específica que o regulamente. Como atualmente inexiste norma infraconstitucional, o STF, ao
julgar Mandado de Injunção referente à matéria, determinou que enquanto não houver lei específica para
regulamentar a greve dos servidores, será usada a Lei Geral de Greve (Lei 7.783/89) para possibilitar o
exercício deste direito.
A greve pode ser utilizada, inclusive, por servidores em estágio probatório, pois a ausência ao
trabalho NÃO se configura imotivada em caso de greve, mas ocorrida de forma deliberada.
Competência:
✓ Se a greve for realizada por empregados públicos: Justiça do Trabalho;
✓ Se realizada por servidores estatutários: Justiça Comum;
✓ Greve de servidores públicos civis, se movimento nacional ou abarcar mais de um ente
federativo: STJ.

STF (RE 846854): A justiça comum, federal ou estadual, é competente para julgar a
abusividade de greve de servidores públicos celetistas da Administração pública
direta, autarquias e fundações públicas.

Sindicalização: Salvo os militares, aos servidores públicos civis é assegurado o direito à greve e à
sindicalização, norma de eficácia plena. O direito à sindicalização é uma faculdade do servidor.
Os vencimentos dos servidores públicos não podem ser objeto de convenção coletiva (vide SUM 679
STF).

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Desconto Obrigatório dos Dias de Paralisação (TEMA 531 RG):

Tese de Repercussão Geral: A administração pública deve proceder ao desconto dos dias de
paralisação decorrentes do exercício do direito de greve pelos servidores públicos, em
virtude da suspensão do vínculo funcional que dela decorre, permitida a compensação em
caso de acordo. O desconto será, contudo, incabível se ficar demonstrado que a greve foi
provocada por conduta ilícita do Poder Público.

- NÃO há necessidade de processo administrativo prévio para realizar descontos na


remuneração do servidor, em razão de dias parados decorrentes de greve.
- Caso não haja o desconto dos dias paralisados, isso representará: enriquecimento sem causa
dos servidores que não trabalharam; violação ao princípio da indisponibilidade do interesse
público; e violação ao princípio da legalidade.
- É possível a realização de um acordo para a compensação dos dias paralisados para que não
haja desconto na remuneração. Esse acordo deve ser firmado com base no juízo de
conveniência e oportunidade da Administração Pública, não sendo um direito dos servidores
grevistas.
- STJ (RMS 49399): NÃO se mostra razoável a possibilidade de desconto em parcela única sobre
a remuneração do servidor público dos dias parados e não compensados provenientes do
exercício do direito de greve. Deve-se destacar que a remuneração possui natureza alimentar
e o referido desconto em parcela única causaria, nessa hipótese, um dano desarrazoado ao
servidor.

Inconstitucionalidade da Greve de Policiais (TEMA 541 RG):

Tese de Repercussão Geral: I- O exercício do direito de greve, sob qualquer forma ou


modalidade, é vedado aos policiais civis e a todos os servidores públicos que atuem
diretamente na área de segurança pública. II- É obrigatória a participação do Poder Público
em mediação instaurada pelos órgãos classistas das carreiras de segurança pública, nos
termos do art. 165 do CPC, para vocalização dos interesses da categoria.

- O STF afirmou expressamente que, ao decidir que os policiais civis não possuem direito de
greve, não estava aplicando o art. 142, § 3º, IV, da CF/88 por analogia a eles. A greve é proibida
por força dos princípios constitucionais que regem os órgãos de segurança pública.
- A carreira policial, disciplinada pelo art. 144 da CF/88, tem como função exercer a segurança
pública, garantindo a “preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do
patrimônio. Diante da relevância de suas funções e considerando que se trata de uma atividade

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que não pode ser exercida pela iniciativa privada, considera-se que a atividade policial é uma
"carreira de Estado".
- A greve não é um direito absoluto e, neste caso, deverá ser feito um balanceamento entre o
direito de greve e o direito de toda a sociedade à segurança pública e à manutenção da ordem
pública e paz social. Neste caso, há a prevalência do interesse público e do interesse social
sobre o interesse individual de uma categoria. Por essa razão, em nome da segurança pública,
os policiais não podem fazer greve. Importante destacar que a ponderação de interesses aqui
não envolve direito de greve X continuidade do serviço público. A greve dos policiais é proibida
não por causa do princípio da continuidade do serviço público (o que seria muito pouco), mas
sim por conta do direito de toda a sociedade à garantia da segurança pública, à garantia da
ordem pública e da paz social (art. 5º, caput).
- O STF estabeleceu, como alternativa, a possibilidade de o sindicato dos policiais acionar o
Poder Judiciário para que seja feita mediação com o Poder Público, nos termos do art. 165 do
CPC. Nesse caso, é obrigatória a participação do Poder Público na mediação instaurada pelos
órgãos classistas das carreiras de segurança pública, para vocalização dos interesses da
categoria.

CAIU EM PROVA:

(Delegado de PCMS 2021): Sobre o direito de greve dos servidores públicos o STJ entende que se o servidor
exerce o direito de greve de forma lícita, em obediência ao ordenamento, embora não tenha direito à
remuneração pelos dias parados ante a não prestação dos serviços, o corte da remuneração não pode ocorrer
durante o exercício desse direito, sob pena de se considerar coerção indevida do poder público (item
considerado correto).

(Delegado PCPR 2021): O direito de greve dos servidores públicos vem recebendo novos contornos na
jurisprudência das Cortes Superiores. Sobre o tema, considere as seguintes afirmativas:
1. Conquanto seja proscrito o direito de greve dos servidores militares, é lícito o seu exercício por parte de
policiais civis.
2. É ilícita a realização de greve por parte dos servidores pertencentes às carreiras da polícia penal.
3. A Administração Pública deve proceder ao desconto dos dias de paralisação decorrentes do exercício do
direito de greve pelos servidores públicos, exceto se ficar demonstrado que a greve foi provocada por
conduta ilícita do Poder Público.
4. A Justiça do Trabalho é competente para julgar a abusividade de greve de servidores públicos celetistas da
Administração Pública direta, bem como de autarquias e fundações públicas.
Foram consideradas corretas apenas as afirmativas 2 e 3.

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Referências Bibliográficas:
Rafael Carvalho Resende Oliveira. Curso de Direito Administrativo
Matheus Carvalho: Manual de Direito Administrativo
Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino. Direito Administrativo descomplicado.

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QUESTÕES PROPOSTAS

01 – 2018 – CESPE - Polícia Federal - Delegado de Polícia


No que se refere aos servidores públicos e aos atos administrativos, julgue o item que se segue.
Havendo compatibilidade de horários, é possível a acumulação remunerada do cargo de delegado de polícia
federal com um cargo público de professor.

Certo ( ) Errado ( )

02 – 2018 – CESPE - Polícia Federal - Delegado de Polícia


João, servidor público responsável pelo setor financeiro de uma autarquia federal, sem observar as
formalidades legais necessárias, facilitou a incorporação, ao patrimônio particular de entidade privada sem
fins lucrativos, de valores a ela repassados mediante a celebração de parceria.
Nessa situação hipotética, conforme a legislação e a doutrina a respeito de improbidade administrativa e
regime disciplinar do servidor público federal,a pena disciplinar máxima a que João estará sujeito é a
suspensão por noventa dias.

Certo ( ) Errado ( )

03 – 2018 – UEG - PC-GO - Delegado de Polícia


Para efeito de responsabilização do servidor público, tem-se o seguinte:

a) considera-se servidor público, para fins criminais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração,
exerce cargo, emprego ou função pública.
b) em caso de dano causado pelo servidor ao Estado, a apuração de responsabilidade ocorrerá
exclusivamente pelo Poder Judiciário.
c) segundo a jurisprudência sumulada do Supremo Tribunal Federal, a ausência de acompanhamento por
advogado no processo administrativo disciplinar é motivo de nulidade.
d) a responsabilidade penal do servidor pode ser apurada tanto pela própria Administração Pública quanto
pelo Poder Judiciário.
e) a decisão criminal que declara a existência do fato ou seu autor não vincula a decisão na órbita
administrativa.

04 – 2018 – FUMARC - PC-MG - Delegado de Polícia


Sobre as hipóteses de perda do cargo do servidor estável previstas no artigo 41, §1º da CR/88, a INCORRETA:

a) Excesso de despesa com pessoal

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b) Procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla


defesa.
c) Processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa.
d) Sentença judicial transitada em julgado.

05 – 2018 – NUCEPE - PC-PI - Delegado de Polícia


Em relação ao provimento do cargo público, marque a alternativa CORRETA.

a) A exoneração de cargo efetivo somente poderá ser feito a pedido do servidor.


b) A nomeação é a reinvestidura do servidor estável no cargo anteriormente ocupado, ou no cargo resultante
de sua transformação, quando invalidada a sua demissão por decisão administrativa ou judicial, com
ressarcimento de todas as vantagens.
c) A recondução é o retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado e pode decorrer de
inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo.
d) O retorno à atividade de servidor em disponibilidade far-se-á mediante aproveitamento obrigatório em
cargo de atribuições e vencimentos incompatíveis com o anteriormente ocupado.
e) A nomeação é forma de provimento derivado em cargo público.

06 – 2018 – NUCEPE - PC-PI - Delegado de Polícia


Sem qualquer prejuízo, poderá o servidor ausentar-se do serviço:

a) por 2 (dois) dias, para doação de sangue.


b) pelo período comprovadamente necessário para alistamento ou recadastramento eleitoral, limitado, em
qualquer caso, a 4 (quatro) dias.
c) por 10 (dez) dias consecutivos pelo falecimento de cônjuge.
d) por 8 (oito) dias consecutivos em razão de casamento.
e) por 05 (cinco) dias pelo falecimento dos pais.

07 – 2018 – VUNESP - PC-BA - Delegado de Polícia


Servidores da Secretaria da Fazenda pretendem a ascensão do cargo de Técnico, posteriormente
reestruturado para Analista Tributário, para o cargo de Agente Fiscal, sob o argumento de que ambos os
cargos pertencem à mesma carreira. Tal pretensão é

a) constitucional, porque constitui mera transposição de servidor concursado de um cargo para outro dentro
da mesma pessoa jurídica de direito público.
b) inconstitucional, porque tal alteração é de competência privativa do chefe do poder executivo e somente
pode ocorrer por remoção ou permuta.

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c) constitucional, porque os dois cargos possuem natureza e complexidade semelhantes, e os servidores já


foram previamente aprovados em concurso público.
d) inconstitucional, por constituir modalidade de provimento derivado, que propicia ao servidor a
investidura, sem prévia aprovação em concurso público destinado ao seu provimento, em cargo que não
integra a carreira na qual foi anteriormente investido.
e) constitucional, porque a Constituição Federal somente prevê a necessidade de concurso público para
ingresso na administração pública e não para transposição, transformação ou ascensão funcional.

08 – 2018 – CESPE - PC-MA - Delegado de Polícia


Pela suposta prática de falta funcional, foi instaurado procedimento administrativo disciplinar contra Luiz,
servidor público estadual. Luiz respondeu, relativamente aos mesmos fatos, a ação penal ajuizada pelo MP
local.
À luz da disciplina da responsabilização dos servidores públicos, é correto afirmar que, nessa situação
hipotética,

a) eventual sentença absolutória criminal fundamentada no fato de a conduta do servidor público não
constituir infração penal não impede a aplicação de penalidade em âmbito administrativo, com base na
chamada falta residual.
b) em razão da independência entre as instâncias administrativa e penal, eventual sentença absolutória
criminal não repercutirá na esfera administrativa.
c) eventual sentença absolutória criminal fundamentada na falta de provas implicará absolvição na esfera
administrativa.
d) em razão da possível influência da sentença criminal na instância administrativa, o procedimento
administrativo disciplinar deverá permanecer suspenso até o término da ação penal.
e) eventual sentença extintiva da punibilidade do crime, independentemente de seu fundamento, implicará
no arquivamento do procedimento administrativo disciplinar.

09 – 2017 – FAPEMS - PC-MS - Delegado de Polícia


À luz da legislação em vigor e da jurisprudência dos tribunais superiores, acerca do serviço público e dos
contratos administrativos, assinale a alternativa correta.

a) Aplica-se aos contratos administrativos o instituto da exceptio non adimpleti contractus tal qual aplicável
no Direito Civil.
b) Diante de situação motivada por razões de ordem técnica, ainda que não emergencial, é possível a
interrupção do serviço público, dispensado, neste caso, o prévio aviso.
c) A divulgação da suspensão no fornecimento de serviço de energia elétrica por meio de emissoras de rádio,
dias antes da interrupção, satisfaz a exigência de aviso prévio.

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SEMANA 09/12

d) O exercício do direito de greve exercido por policiais civis é hipótese cabível de descontinuidade da
execução de serviço público por eles executado.
e) Reversão é o instituto por meio do qual a Administração Pública poderá por fim a uma delegação de serviço
público por ela transferido a outrem, por razões de interesse público.

10 – 2017 – FAPEMS - PC-MS - Delegado de Polícia


A Lei n° 8.429/1992, que dispõe sobre as sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos de
enriquecimento ilícito no exercício de mandato, cargo, emprego ou função na administração pública direta,
indireta ou fundacional, apregoa, mais especificamente, no artigo 2°, que: "Reputa-se agente público, para
os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição,
nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo,
emprego ou função nas entidades mencionadas no artigo 1°". Destarte, quanto aos agentes públicos, assinale
a alternativa correta.

a) O servidor público efetivo adquirirá estabilidade após três após de efetivo exercício, independentemente
de aprovação em avaliação de desempenho.
b) O candidato aprovado em concurso público para provimento de cargo efetivo, preterido na ordem de
nomeação, tem direito subjetivo à nomeação.
c) Os cargos públicos são acessíveis aos brasileiros e aos estrangeiros, na forma da lei complementar.
d) Delegados de Polícia são agentes políticos.
e) As funções de confiança destinam-se apenas às atribuições de direção e chefia.

11 – 2016– FUNCAB - PC-PA - Delegado de Polícia


Madalena estava estudando para o concurso público de fiscal de rendas há três anos, quando saiu o edital
deste concurso para o preenchimento de dez vagas. Segundo informação do órgão tributário noticiado na
mídia haveria quarenta cargos vagos para esta função. Realizada a prova objetiva, fase única deste certame,
a candidata obteve a décima segunda colocação. Conforme o entendimento dos tribunais superiores,
responda a opção em que o candidato terá direito subjetivo à nomeação.

a) Quando o candidato for aprovado para determinado cargo, mesmo fora do número de vagas previstas no
edital, e houver cargos vagos além dos previstos no edital do certame.
b) Quando o candidato for aprovado dentro do número de vagas previsto no edital, não havendo exceção a
esta regra, nem mesmo por fato superveniente, imprevisível e grave.
c) Quando surgirem novas vagas, ou for aberto novo concurso durante a validade do certame anterior, e
ocorrer à preterição de candidatos aprovados fora das vagas de forma motivada por parte da administração.
d) Não há hipótese em que o candidato aprovado em concurso público tenha direito subjetivo à nomeação,
já que a nomeação de aprovados em concurso público é dotada da discricionariedade administrativa, sendo
a aprovação mera expectativa de direito à nomeação.
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e) Quando houver preterição na nomeação por não observância da ordem de classificação.

12 – 2016 – CESPE - PC-PE - Delegado de Polícia


Assinale a opção correta a respeito de servidor público, agente público, empregado público e das normas do
regime estatutário e legislação correlata.

a) O processo administrativo disciplinar somente pode ser instaurado por autoridade detentora de poder de
polícia.
b) Nomeação, promoção e ascensão funcional são formas válidas de provimento de cargo público.
c) Empregado público é o agente estatal, integrante da administração indireta, que se submete ao regime
estatutário.
d) A vacância de cargo público pode decorrer da exoneração de ofício de servidor, quando não satisfeitas as
condições do estágio probatório.
e) Para os efeitos de configuração de ato de improbidade administrativa, não se considera agente público o
empregado de empresa incorporada ao patrimônio público municipal que não seja servidor público.

13 – 2015 – FUNIVERSA - PC-DF - Delegado de Polícia


Acerca da Lei n.º 8.112/1990 e da sua interpretação judicial, assinale a alternativa correta.

a) De acordo com o Supremo Tribunal Federal (STF), se um candidato tomar posse em cargo público,
ancorado em uma medida liminar, transitando-se em julgado a sentença que reformou a liminar, a anulação
do ato de nomeação não será mais possível devido à teoria do fato consumado.
b) Uma pessoa com mais de setenta anos de idade não pode ser investida em cargo público efetivo ou em
comissão.
c) A remoção de servidor público federal, a pedido, por motivo de saúde de dependente, é ato administrativo
vinculado, não sendo possível negar-lhe o pedido, por motivos de conveniência e oportunidade, caso estejam
preenchidos todos os requisitos legais.
d) A reintegração é a reinvestidura do servidor público, ainda que não estável, no cargo anteriormente
ocupado, ou no cargo resultante de sua transformação, quando invalidada a sua demissão por decisão
administrativa ou judicial, com ressarcimento de todas as vantagens.
e) A licença para tratar de assuntos particulares admite uma única prorrogação.

14 – 2015 – FUNIVERSA - PC-DF - Delegado de Polícia


A respeito do processo administrativo disciplinar dos servidores públicos federais, assinale a alternativa
correta.

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a) Conforme o STJ, para que haja aplicação dos prazos prescricionais do Código Penal (CP) nas infrações
administrativas também descritas como crime, é desnecessária a prévia instauração de inquérito ou ação
penal pelos mesmos fatos.
b) Suponha-se que Pedro já fosse estável quando foi aprovado em novo concurso público e que tenha iniciado
novo período de estágio probatório. Nesse caso, durante o período do estágio probatório, Pedro poderá
figurar validamente, desde que atendidos outros requisitos legais, como membro de processo administrativo
disciplinar.
c) Suponha-se que João, servidor público, tenha participado de sindicância, emitindo juízo de valor sobre a
necessidade de abertura de processo administrativo disciplinar. Nessa situação, conforme entendimento do
STJ, João poderá integrar validamente a respectiva comissão de processo administrativo disciplinar.
d) Conforme entendimento do STF, diante do caráter contributivo do regime próprio de previdência dos
servidores públicos, é inconstitucional a penalidade de cassação de aposentadoria.
e) A aplicação da sanção administrativa de demissão, por infração administrativa de revelação de segredo do
qual se apropriou em razão do cargo, impede nova investidura em cargo público pelo prazo de cinco anos.

15 – 2015 – VUNESP - PC-CE - Delegado de Polícia


Considerando o regime jurídico dos servidores públicos civis, a que alude a Lei no 8.112/1990, assinale a
alternativa correta.

a) A reintegração é a reinvestidura do servidor estável no cargo anteriormente ocupado, ou no cargo


resultante de sua transformação, quando invalidada a sua demissão por decisão administrativa ou judicial,
com ressarcimento de todas as vantagens.
b) O servidor que deva ter exercício em outro município em razão de ter sido removido, redistribuído,
requisitado, cedido ou posto em exercício provisório terá, no mínimo, 15 e, no máximo, 30 dias de prazo,
contados da publicação do ato, para a retomada do efetivo desempenho das atribuições do cargo, incluído
nesse prazo o tempo necessário para o deslocamento à nova sede.
c) É possível a remoção para acompanhar pai ou filho também servidor público civil ou militar, de qualquer
dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, que foi deslocado no interesse da
Administração.
d) É de 30 dias o prazo para o servidor empossado em cargo público entrar em exercício, contados da data
da posse.
e) O servidor em débito com o erário, que for demitido, exonerado ou que tiver sua aposentadoria ou
disponibilidade cassada, terá o prazo de 90 dias para quitar o débito.

Respostas10

10
01:C 02:E 03:A 04:A 05:C 06:D 07:D 08:A 09:C 10:B 11:E 12:D 13:C 14:B 15:A
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META 4

LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL: LEI MARIA DA PENHA

TODOS OS ARTIGOS RELACIONADOS AO TEMA


⦁ Lei 11.340/06
⦁ Lei 14.022/2020
⦁ Art. 226, §8º, CF/88
⦁ Art. 88, Lei 9099/95 (inaplicabilidade da Lei 9099/95 à Maria da Penha)

CPP
⦁ Art. 312 e 313, III
⦁ Art. 322
⦁ Art. 581, V

CP
⦁ Art. 44, §2º
⦁ Art. 45, §1º e 2º
⦁ Art. 129, §9º
⦁ Art. 138 a 140 (os crimes contra a honra configuram violência moral contra a mulher)
⦁ Art. 330

ARTIGOS MAIS IMPORTANTES – NÃO DEIXE DE LER!

Lei 11.340/06
⦁ Art. 5º e Art. 7º
⦁ Art. 8º, §4º
⦁ Art. 9º, §4º a §8º
⦁ Art. 10-A (importantíssimo)
⦁ Art. 11, 12 e 12-C (importantíssimos)
⦁ Art. 14-A
⦁ Art. 16 e 17 (importantíssimos)
⦁ Art. 18 e 19
⦁ Art. 20
⦁ Art. 22, VI e VII
⦁ Art. 24-A (importantíssimo)
⦁ Art. 38-A

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⦁ Art. 41

CPP
⦁ Art. 312 e 313, III, CPP
⦁ Art. 322, CPP

SÚMULAS RELACIONADAS AO TEMA


Súmula 600-STJ: Para a configuração da violência doméstica e familiar prevista no artigo 5º
da Lei nº 11.340/2006 (Lei Maria da Penha) não se exige a coabitação entre autor e vítima.
Súmula 588-STJ: A prática de crime ou contravenção penal contra a mulher com violência ou
grave ameaça no ambiente doméstico impossibilita a substituição da pena privativa de
liberdade por restritiva de direitos.
Súmula 589-STJ: É inaplicável o princípio da insignificância nos crimes ou contravenções
penais praticados contra a mulher no âmbito das relações domésticas.
Súmula 536-STJ: A suspensão condicional do processo e a transação penal não se aplicam na
hipótese de delitos sujeitos ao rito da Lei Maria da Penha.
Súmula 542-STJ: A ação penal relativa ao crime de lesão corporal resultante de violência
doméstica contra a mulher é pública incondicionada.

1. FINALIDADES DA NORMA

Art. 1o Esta Lei cria mecanismos para coibir e prevenir a violência doméstica e
familiar contra a mulher, nos termos do § 8o do art. 226 da Constituição Federal,
da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Violência contra a Mulher,
da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a
Mulher e de outros tratados internacionais ratificados pela República Federativa do
Brasil; dispõe sobre a criação dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra
a Mulher; e estabelece medidas de assistência e proteção às mulheres em situação
de violência doméstica e familiar.

A Lei Maria da Penha possui natureza multidisciplinar, pois, além do caráter penal material e
procedimental, cria mecanismos de proteção à mulher também de natureza civil, e trata até mesmo temas
afetos às políticas públicas. Ou seja, cuida-se de diploma direcionado à proteção da mulher frente a diversas
áreas do direito.
São quatro as finalidades da lei:
✓ Prevenir e coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher.
✓ Estabelecimento de medidas de assistência

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✓ Estabelecimento de medidas de proteção


✓ Criação de Juizados Especiais de violência doméstica e familiar contra a mulher

Cuidado! O juizado mencionado, não se confunde com os Juizados Especiais Criminais


criados pela Lei nº 9.099 de 95. Ademais, a Lei Maria da Penha, ao teor do art. 41, disciplina
a vedação da incidência da Lei dos Juizados no caso de aplicação da Lei Maria da Penha.

Os arts. 2° e 3° da Lei nº 11.340/06 enumeram direitos e garantias fundamentais inerentes à pessoa


humana que devem ser assegurados a toda e qualquer mulher, independentemente de classe, raça, etnia,
orientação sexual, renda, cultura, nível educacional, idade e religião: oportunidades e facilidades para viver
sem violência, preservar sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual e social, além de
condições para o efetivo exercício dos direitos à vida, à segurança, à saúde, à alimentação, à educação, à
cultura, à moradia, ao acesso à justiça, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade,
ao respeito e à convivência familiar e comunitária.

Art. 2º Toda mulher, independentemente de classe, raça, etnia, orientação sexual,


renda, cultura, nível educacional, idade e religião, goza dos direitos fundamentais
inerentes à pessoa humana, sendo-lhe asseguradas as oportunidades e facilidades
para viver sem violência, preservar sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento
moral, intelectual e social.
Art. 3º Serão asseguradas às mulheres as condições para o exercício efetivo dos
direitos à vida, à segurança, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, à
moradia, ao acesso à justiça, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à
liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária.
§ 1º O poder público desenvolverá políticas que visem garantir os direitos humanos
das mulheres no âmbito das relações domésticas e familiares no sentido de
resguardá-las de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência,
crueldade e opressão.
§ 2º Cabe à família, à sociedade e ao poder público criar as condições necessárias
para o efetivo exercício dos direitos enunciados no caput.

2. PREVISÃO CONSTITUCIONAL E IGUALDADE MATERIAL

Art. 226 – A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado.


§ 8º O Estado assegurará a assistência à família na pessoa de cada um dos que a
integram, criando mecanismos para coibir a violência no âmbito de suas relações.

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A Lei nº 11.340/06 foi criada, não apenas para atender ao disposto no art. 226, §8°, da Constituição
Federal, que considerou ser dever do Estado assegurar a igualdade substancial nas relações domésticas, em
razão da necessidade de proteção específica e da continuada relação de submissão experimentada pelas
mulheres, mas também para dar cumprimento a diversos tratados internacionais ratificados pela República
Federativa do Brasil.
Nesse sentido, é dever do Estado, por meio de prestações positivas (ações afirmativas), extirpar a
desigualdade histórica que existe entre homens e mulheres, construindo uma igualdade para além da
meramente formal, estabelecida no art.5º, I, da CRFB, ou seja, uma igualdade materialmente perceptível no
âmbito das relações sociais.
Explica o professor Renato Brasileiro (2020):

Com o objetivo de compensar desigualdades históricas entre os gêneros masculino


e feminino, e de modo a estimular a inserção e inclusão desse grupo socialmente
vulnerável nos espaços sociais, promovendo-se, assim, a tão desejada isonomia
constitucional entre homens e mulheres (CF, art. 5°, I), esta Convenção passou a
prever a possibilidade de adoção de ações afirmativas (" discriminação positiva").
Afinal, a promoção da igualdade entre os sexos passa não apenas pelo combate à
discriminação contra a mulher, mas também pela adoção de políticas
compensatórias capazes de acelerar a igualdade de gênero.

Ressalta-se que esses programas de ação afirmativa não se colocam em rota de colisão com o
princípio da igualdade, potencializando, pelo contrário, expectativas compensatórias e de inserção social de
parcelas historicamente marginalizadas. Não violam o princípio da igualdade, pois há uma discriminação
positiva e não negativa
Inf. 654 do STF - Não há violação do princípio constitucional da igualdade no fato
de a Lei n. 11.340/06 ser voltada apenas à proteção das mulheres.

CAIU EM PROVA – DELTA/MG 2021

A Lei Maria da Penha (Lei 11.340/2006) determina que casos de violência doméstica e intrafamiliar que sejam
tipificados como crime, devem ser apurados através de inquérito policial e remetidos ao Ministério Público.
Nesse sentido, diploma situações de violência doméstica, proíbe a aplicação de penas pecuniárias aos
agressores, amplia a pena aplicável, dentre outras medidas de tutela das mulheres em situação de violência,
assim como de seus dependentes. Sobre a Lei Maria da Penha, é CORRETO afirmar:

A) É considerado constitucional o tratamento diferenciado entre os gêneros – mulher e homem –, no que diz
respeito à necessária proteção ante as peculiaridades física e moral da mulher e a cultura brasileira.
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B) O conceito de “família”, tutelável pelo Direito constitucional brasileiro, adstringe-se à união entre homem
e mulher, celebrada pelo casamento civil.
C) Sob a perspectiva de uma interpretação conforme a Constituição, sem redução de texto, a Lei Maria da
Penha pode ser considerada adequada ao modelo constitucional, se a proteção por ela trazida destinar-se,
igualmente, aos homens do núcleo familiar.
D) Trata-se de legislação inconstitucional, uma vez que trata com distinção as mulheres, colocando-as em
situação privilegiada perante os homens.

Gabarito: letra A

3. INTERPRETAÇÃO DA LEI MARIA DA PENHA

Art. 4o - Na interpretação desta Lei, serão considerados os fins sociais a que ela se
destina e, especialmente, as condições peculiares das mulheres em situação de
violência doméstica e familiar.

Cuida o dispositivo da famigerada “interpretação teleológica”, aquela que parte das finalidades da
norma.
Segundo o art. 4º, a interpretação da Lei deve levar em conta os fins sociais a que se destina, ou seja,
deve tutelar a mulher que se encontra em uma situação de vulnerabilidade no âmbito de uma relação
doméstica, familiar ou íntima de afeto. É nesse sentido que os dispositivos da lei devem ser interpretados,
em favor da pessoa que mereceu maior proteção do legislador.

4. VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER

O conceito de violência doméstica e familiar contra a mulher é extraído do art. 5º, conjugado com o
art. 7º, ambos da Lei 11.340/06.

Art. 5º Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar contra a
mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão,
sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial: (Vide
Lei complementar nº 150, de 2015)
I - no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço de convívio
permanente de pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente
agregadas;

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II - no âmbito da família, compreendida como a comunidade formada por


indivíduos que são ou se consideram aparentados, unidos por laços naturais, por
afinidade ou por vontade expressa;
III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha
convivido com a ofendida, independentemente de coabitação.
Parágrafo único. As relações pessoais enunciadas neste artigo independem de
orientação sexual.

Art. 7º São formas de violência doméstica e familiar contra a mulher, entre outras:
I – A violência física, entendida como qualquer conduta que ofenda sua integridade
ou saúde corporal;
II - a violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cause dano
emocional e diminuição da autoestima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno
desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos,
crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação,
isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem,
violação de sua intimidade, ridicularização, exploração e limitação do direito de ir
e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica e à
autodeterminação; (Redação dada pela Lei nº 13.772, de 2018)
III - a violência sexual, entendida como qualquer conduta que a constranja a
presenciar, a manter ou a participar de relação sexual não desejada, mediante
intimidação, ameaça, coação ou uso da força; que a induza a comercializar ou a
utilizar, de qualquer modo, a sua sexualidade, que a impeça de usar qualquer
método contraceptivo ou que a force ao matrimônio, à gravidez, ao aborto ou à
prostituição, mediante coação, chantagem, suborno ou manipulação; ou que limite
ou anule o exercício de seus direitos sexuais e reprodutivos;
IV - Aviolência patrimonial, entendida como qualquer conduta que configure
retenção, subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos de
trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos,
incluindo os destinados a satisfazer suas necessidades;
V - Aviolência moral, entendida como qualquer conduta que configure calúnia,
difamação ou injúria.

De forma genérica, são exigidos três requisitos para a configuração de violência doméstica:
1) A vítima deve ser mulher. (Aqui é importante ser cuidadoso, uma vez que há jurisprudência do
STJ reconhecendo o direito de transexuais à alteração do registro civil, mesmo sem realizar a
cirurgia de redesignação sexual, logo a este seria extensível a proteção da Lei Maria da penha.)

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2) Deve ocorrer uma das hipóteses do artigo 5º da referida lei:


2.1. A violência deve ter ocorrido âmbito da unidade doméstica, compreendida como o
espaço de convívio permanente de pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive
as esporadicamente agregadas;
2.2. Noâmbito da família, compreendida como a comunidade formada por indivíduos
que são ou se consideram aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade ou
por vontade expressa
2.3. Em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido
com a ofendida, independentemente de coabitação.
Atenção à súmula 600 do STJ, segundo a qual a configuração da violência familiar não exige a
coabitação entre autor e vítima. Tal entendimento visa estender o grau de proteção da norma de modo a
abarcar um conjunto de relações fluídas, percebidas em grande parte na sociedade brasileira.

Súmula 600 do STJ: “Para configuração da violência doméstica e familiar prevista


no artigo 5º da lei 11.340/2006, lei Maria da Penha, não se exige a coabitação entre
autor e vítima”.

3) Produção de forma de violência prevista nos incisos do art. 7º, Lei 11.340/06:
a. Violência física
b. Violência patrimonial
c. Violência sexual
d. Violência moral.
e. Violência psicológica **

** Obs.: A Lei nº 13.772/2018 promoveu uma pequena mudança na Lei nº 11.340/2006 para deixar
expresso que a violação da intimidade da mulher é uma forma de violência doméstica, classificada como
violência psicológica.
CESPE/2021 - Os casos conhecidos como revanche pornô — divulgação de fotos íntimas como forma de
vingança — são contemplados como violência moral na Lei Maria da Penha. ITEM INCORRETO. Trata-se de
uma espécie de violência psicológica contra a mulher.

Considerações importantes:
(1) Não há necessidade de habitualidade. O art. 5º, caput refere-se apenas à ação ou omissão.
(2) É indispensável que ocorra uma violência de gênero, tal qual expresso no caput do art.5º. Ausente
esta violência de gênero, não se aplica a Lei Maria da Penha. Segundo Renato Brasileiro:

“O objetivo da Lei Maria da Penha não foi o de conferir uma proteção


indiscriminada a toda e qualquer mulher, mas apenas àquelas que efetivamente se
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encontrarem em uma situação de vulnerabilidade em razão de gênero. É


indispensável, portanto, que a vítima esteja em uma situação de hipossuficiência
física ou econômica, enfim, que a infração tenha como motivação a opressão à
mulher”.

(3) Para o STJ há presunção legal da hipossuficiência da mulher vítima de violência doméstica:

Apesar de haver decisões em sentido contrário, prevalece o entendimento de que


a hipossuficiência e a vulnerabilidade, necessárias à caracterização da violência
doméstica e familiar contra a mulher, são presumidas pela Lei nº 11.340/2006. A
mulher possui na Lei Maria da Penha uma proteção decorrente de direito
convencional de proteção ao gênero (tratados internacionais), que o Brasil
incorporou em seu ordenamento, proteção essa que não depende da
demonstração de concreta fragilidade, física, emocional ou financeira. Ex:
agressão feita por um homem contra a sua namorada, uma Procuradora da AGU,
que possuía autonomia financeira e ganhava mais que ele. STJ. 5ª Turma. AgRg no
AREsp 620.058/DF, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 14/03/2017. STJ. 6ª Turma.
AgRg nos EDcl no REsp 1720536/SP, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em
04/09/2018. STJ. 5ª Turma. AgRg no RHC 92.825, Rel. Min. Reynaldo Soares da
Fonseca; Julg. 21/08/2018.

O fato de a vítima ser figura pública renomada não afasta a competência do Juizado
de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher para processar e julgar o delito.
Isso porque a situação de vulnerabilidade e de hipossuficiência da mulher,
envolvida em relacionamento íntimo de afeto, revela-se ipso facto, sendo
irrelevante a sua condição pessoal para a aplicação da Lei Maria da Penha. Trata-se
de uma presunção da Lei. STJ. 5ª Turma. REsp 1416580-RJ, Rel. Min. Laurita Vaz,
julgado em 1º/4/2014 (Info 539).

APROFUNDANDO PARA AS PROVAS DISCURSIVAS...


Em provas subjetivas, além de apresentar o entendimento do STJ, é importante demonstrar conhecimento
acerca dos entendimentos doutrinários sobre o tema. Para parte da doutrina, somente haveria presunção
absoluta de vulnerabilidade da mulher quando o sujeito ativo fosse homem. Em sendo uma mulher, essa
presunção de vulnerabilidade deveria ser relativa, a ser demonstrada no caso concreto. Confira a explicação
do professor Renato Brasileiro:
“A nosso ver, não há como se afastar a aplicação da Lei Maria da Penha às hipóteses de violência doméstica
e familiar perpetrada por um homem contra a mulher. Nesse caso, parece haver verdadeira presunção
absoluta de vulnerabilidade. Em tais situações, a desigualdade entre os gêneros feminino e masculino que
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justifica o tratamento desigual contemplado pela Lei Maria da Penha pode ser facilmente constatada, seja
pela maior força física do homem, seja pela posição de superioridade que geralmente ocupa no seio familiar
e social. Todavia, quando esta mesma violência é perpetrada por uma mulher contra outra no seio de uma
relação doméstica, familiar ou íntima de afeto, não há falar em presunção absoluta de vulnerabilidade do
gênero feminino. Cuida-se, na verdade, de presunção relativa. A título de exemplo, possamos pensar numa
violência física praticada por uma irmã contra a outra. Como o sujeito ativo de tal crime não se apresenta
supostamente mais forte, ameaçador e dominante que a vítima, não há nenhum critério razoável capaz de
justificar a aplicação dos ditames gravosos da Lei nº 11.340/06. Afinal, o objetivo da Lei Maria da Penha não
foi o de conferir uma proteção indiscriminada a toda e qualquer mulher, mas apenas àquelas que
efetivamente se encontrarem em uma situação de vulnerabilidade.”

5. SUJEITO PASSIVO

Exclusivamente a mulher (violência de gênero), independentemente da orientação sexual, sendo


perfeitamente possível que o agressor e a vítima sejam do sexo feminino (vide parágrafo único do art.5º
supracitado).
Ensina o Professor Renato Brasileiro de Lima:
“Para a caracterização da violência doméstica e familiar contra a mulher, não é
necessário que a violência seja perpetrada por pessoas de sexos distintos. O
agressor tanto pode ser um homem (união heterossexual) como outra mulher
(união homoafetiva)”.

Ressalta-se que, para a doutrina majoritária e os Tribunais Superiores, é possível que os transgêneros
e transexuais sejam vítimas no contexto da violência doméstica e familiar contra a mulher.

APROFUNDANDO PARA PROVAS DISCURSIVAS...


Aplica-se a Lei Maria da Penha aos transexuais?
Há duas correntes sobre o tema.
1ª Corrente: não seria possível, pois seria uma analogia in malan partem.
2ª Corrente: É possível conferir a proteção da Lei Maria da Penha, mesmo sem realizar a cirurgia de
transgenitalização. (Prevalece!) Vejam:

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A Lei Maria da Penha não distingue orientação sexual e identidade de gênero das vítimas mulheres. O fato
de a ofendida ser transexual feminina não afasta a proteção legal, tampouco a competência do Juizado de
Violência Doméstica e Familiar.11
EMENTA: PENAL E PROCESSUAL PENAL. RECURSO DO MINISTÉRIO PÚBLICO CONTRA DECISÃO DO JUIZADO
DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA. DECLINAÇÃO DA COMPETÊNCIA PARA VARA CRIMINAL COMUM. INADMISSÃO
DA TUTELA DA LEI MARIA DA PENHA. AGRESSÃO DE TRANSEXUAL FEMININO NÃO SUBMETIDA A CIRURGIA
DE REDESIGNAÇÃO SEXUAL (CRS). PENDÊNCIA DE RESOLUÇÃO DE AÇÃO CÍVEL PARA RETIFICAÇÃO DE
PRENOME NO REGISTRO PÚBLICO. IRRELEVÂNCIA. CONCEITO EXTENSIVO DE VIOLÊNCIA BASEADA NO
GÊNERO FEMININO. DECISÃO REFORMADA.
1. O Ministério Público recorre contra decisão de primeiro grau que deferiu medidas protetivas de urgência
em favor de transexual mulher agredida pelo companheiro, mas declinou da competência para a Vara
Criminal Comum, por entender ser inaplicável a Lei Maria da Penha porque não houve alteração do
patronímico averbada no registro civil.
2. O gênero feminino decorre da liberdade de autodeterminação individual, sendo apresentado socialmente
pelo nome que adota, pela forma como se comporta, se veste e se identifica como pessoa. A alteração do
registro de identidade ou a cirurgia de transgenitalização são apenas opções disponíveis para que exerça de
forma plena e sem constrangimentos essa liberdade de escolha. Não se trata de condicionantes para que
seja considerada mulher.
3. Não há analogia in malam partem ao se considerar mulher a vítima transexual feminina, considerando que
o gênero é um construto primordialmente social e não apenas biológico. Identificando-se e sendo
identificada como mulher, a vítima passa a carregar consigo estereótipos seculares de submissão e
vulnerabilidade, os quais sobressaem no relacionamento com seu agressor e justificam a aplicação da Lei
Maria da Penha à hipótese.
4. Recurso provido, determinando-se prosseguimento do feito no Juizado de Violência Doméstica e Familiar
contra a Mulher, com aplicação da Lei Maria da Penha. (Acórdão 1089057, Relator Des. GEORGE LOPES, 1ª
Turma Criminal, data de julgamento: 5/4/2018, publicado no DJe: 20/4/2018.)

Obs.: O homem, vítima de violência doméstica, não tem direito às medidas protetivas da Lei Maria da Penha,
já que não pode figurar como sujeito passivo na Lei nº 11.340/06. Todavia, a vítima do sexo masculino poderá
requerer a decretação de medidas cautelares diversas da prisão, especialmente aquelas arroladas nos incisos
II e III do art. 319 do Código de Processo Penal.

6. SUJEITO ATIVO

Pode ser tanto o homem quanto a mulher (art. 5º, parágrafo único, Lei 11.340/06).

11
https://www.tjdft.jus.br/consultas/jurisprudencia/jurisprudencia-em-temas/lei-maria-da-penha-na-visao-do-tjdft/sujeitos-e-
requisitos/sujeitos/transexual-feminina-como-sujeito-
passivo#:~:text=A%20Lei%20Maria%20da%20Penha,de%20Viol%C3%AAncia%20Dom%C3%A9stica%20e%20Familiar.
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Logo, a violência doméstica baseada em razão de gênero havida entre companheiras se submete à
Lei Maria da Penha, não sendo o fato de se tratar de relação homoafetiva suficiente para afastar sua
aplicação. Também é possível que em um conflito percebido mãe e filha, irmãs, ou mesmo sogra e nota esteja
sujeito à aplicação da Lei 11.340/06.

Violência praticada por filha contra a mãe


Aplica-se a Lei Maria da Penha. O agressor também pode ser mulher. STJ. 5ª Turma.
HC 277561/AL, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 06/11/2014.

Constatada situação de vulnerabilidade, aplica-se a Lei Maria da Penha no caso


de violência do neto praticada contra a avó
A Lei Maria da Penha objetiva proteger a mulher da violência doméstica e familiar
que, cometida no âmbito da unidade doméstica, da família ou em qualquer relação
íntima de afeto, cause-lhe morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico, e
dano moral ou patrimonial. Estão no âmbito de abrangência do delito de violência
doméstica e podem integrar o polo passivo da ação delituosa as esposas, as
companheiras ou amantes, bem como a mãe, as filhas, as netas do agressor e
também a sogra, a avó ou qualquer outra parente que mantém vínculo familiar ou
afetivo com ele. STJ. 5ª Turma. AgRg no AREsp 1626825-GO, Rel. Min. Felix Fischer,
julgado em 05/05/2020 (Info 671).

Atenção: o homem pode ser vítima de violência doméstica e familiar, porém sem a possibilidade de
aplicação da Lei Maria da Penha. Aplica-se, portanto, o Código Penal (art.129, §9º, CP), hipótese em que a
violência doméstica sofrida pelo sujeito do sexo masculino qualifica o crime de lesão corporal. Vejam :

Não se aplica a Lei Maria da Penha. O sujeito passivo (vítima) não pode ser do sexo
masculino. STJ. 5ª Turma. RHC 51481/SC, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em
21/10/2014.

Lesão corporal contra irmão configura o § 9º do art. 129 do CP não importando


onde a agressão tenha ocorrido
Não é inepta a denúncia que se fundamenta no art. 129, § 9º, do CP – lesão corporal
leve –, qualificada pela violência doméstica, tão somente em razão de o crime não
ter ocorrido no ambiente familiar. Ex: João agrediu fisicamente seu irmão na sede
da empresa onde trabalham, causando-lhe lesão corporal leve. O agente deverá
responder pelo art. 129, § 9º do CP. Sendo a lesão corporal praticada contra
ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou companheiro, deverá incidir a
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qualificadora do § 9º não importando onde a agressão tenha ocorrido. STJ. 5ª


Turma. RHC 50026-PA, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 3/8/2017
(Info 609)

Vamos esquematizar?

SUJEITO ATIVO SUJEITO PASSIVO

Homem ou mulher; Há uma exigência de uma qualidade


especial: ser mulher.

7. ELEMENTO SUBJETIVO

Para a doutrina amplamente majoritária: Apenas crimes dolosos podem atrair a aplicação da Lei
Maria da Penha.
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Deve-se frisar que, no que tange à modalidade de culpa consciente, aplica-se a incidência da Lei nº
11.340/06. Isso porque, na culpa consciente, existe vontade e nítido liame subjetivo entre o agente e o
resultado, na medida em que o sujeito reconhece que ultrapassa os limites do risco autorizado, ou seja, ele
tem ciência de que está lesando um dever de cuidado por meio de sua conduta. Isso é: Quando atua com
culpa consciente, o agente prevê a ocorrência do resultado penalmente relevante, em que pese acreditar,
firmemente, que não irá se verificar.
Já no tocante à culpa inconsciente, a doutrina entende não ser possível aplicar a Lei Maria da Penha
para os crimes culposos (nos casos em que a culpa é inconsciente, o agente não possui conhecimento de que
infringe um dever de cuidado, tampouco prevê a ocorrência do resultado danoso, razão pela qual sua
ação/omissão não poderá ter qualquer base no gênero, implicando o afastamento do artigo 5º da Lei Maria
da Penha.)
Vejamos o julgamento do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, assim ementado:
Ementa: CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. DESCLASSIFICAÇÃO PARA LESÃO
CORPORAL CULPOSA. ART. 129, § 6º, DO CÓDIGO PENAL. NÃO INCIDÊNCIA DA LEI
MARIA DA PENHA. CONFLITO PROCEDENTE. Já que houve a desclassificação para o
delito de lesão corporal culposa, impõe-se a procedência do conflito, fixando a
competência do juízo da 1ª Vara Judicial da Comarca de Estrela para o
processamento do inquérito policial e de eventual ação penal. CONFLITO DE
COMPETENCIA PROCEDENTE. (Conflito de Jurisdição Nº 70051245728, Segunda
Câmara, Criminal, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Lizete Andreis Sebben, Julgado
em 08/11/2012).

Cuidado! Apesar de o Supremo não ter enfrentado diretamente a questão por ocasião do julgamento
da ADI 4.424/DF (Rei. Min. Marco Aurélio, j. 09/02/ 2012), o Plenário do Supremo concluiu que o crime de
lesão corporal praticada contra a mulher em âmbito doméstico será de ação penal pública incondicionada,
mesmo que de natureza leve ou culposa. Logo, por via oblíqua as infrações penais culposas também se
sujeitam à incidência da Lei Maria da Penha.

8. HIPÓTESES DE CONFIGURAÇÃO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA

Art. 5o Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar contra a
mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão,
sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial:

A ação ou omissão da qual resulta a violência doméstica não precisa ser necessariamente uma
infração penal, ações que não são típicas, ou são praticadas no bojo de alguma excludente de ilicitude ou
culpabilidade, podem ser consideradas violência doméstica, mesmo não sendo punidas criminalmente.

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I - No âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço de convívio permanente de pessoas,


com ou sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente agregadas;

A lei é clara no sentido de que não se exige o vínculo familiar para a caracterização do âmbito de
unidade doméstica, sendo necessário apenas que o espaço seja de convivência permanente incluindo-se as
pessoas agregadas esporadicamente.
Nesse sentido, é possível aplicar a Lei Maria da Penha em relações de amigos que moram juntos, ou,
ainda, em violência perpetrada contra empregada doméstica, desde que presentes os demais requisitos,
sobretudo a situação de vulnerabilidade.

II - No âmbito da família, compreendida como a comunidade formada por indivíduos que são ou se
consideram aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade ou por vontade expressa;

Nesta hipótese, sim, o determinante é a existência de vínculo familiar, de origem biológica ou não. A
violência não precisa ser praticada no âmbito da unidade doméstica, podendo ocorrer dentro ou fora do
espaço habitado pelos familiares.
Lembrando que não basta a relação de parentesco, sendo imprescindível a presença dos requisitos:
motivação de gênero e situação de vulnerabilidade.
Obs.: Vinculo de natureza familiar é jurídico. Logo, pode ser um vínculo conjugal, vinculo de
parentesco ou um vínculo por vontade expressa (adoção).

III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido com a ofendida,
independentemente de coabitação.

*Atenção: STJ CC 100654. A Lei n.º 11.340/2006, denominada Lei Maria da Penha, em seu art. 5.º,
inc. III, caracteriza como violência doméstica aquela em que o agressor conviva ou tenha convivido com a
ofendida, independentemente de coabitação.
Contudo, necessário se faz salientar que a aplicabilidade da mencionada legislação a relações
íntimas de afeto como o namoro deve ser analisada em face do caso concreto. Não se pode ampliar o termo
- relação íntima de afeto - para abarcar um relacionamento passageiro, fugaz ou esporádico. Em miúdos, o
STJ afasta a aplicação da Lei para as relações de afeto que sejam meras “ficadas” eventuais entre pessoas
que não tem efetiva conexão afetiva.

STJ: “(...) LEI MARIA DA PENHA. VIOLÊNCIA PRATICADA EM DESFAVOR DE


EXNAMORADA. (...) a aplicabilidade da mencionada legislação a relações íntimas
de afeto como o namoro deve ser analisada em face do caso concreto. Não se
pode ampliar o termo - relação íntima de afeto - para abarcar um relacionamento
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passageiro, fugaz ou esporádico. In casu, verifica-se nexo de causalidade entre a


conduta criminosa e a relação de intimidade existente entre agressor e vítima, que
estaria sendo ameaçada de morte após romper namoro de quase dois anos,
situação apta a atrair a incidência da Lei n.º 11.340/2006. (...)”. (STJ, 3ª Seção, CC
100.654/MG, Rel. Min. Laurita Vaz, DJe 13/05/2009).

Violência praticada por companheiro da mãe ("padrasto") contra a enteada.


Aplica-se a Lei Maria da Penha. Obs.: a agressão foi motivada por discussão
envolvendo o relacionamento amoroso que o agressor possuía com a mãe da vítima
(relação íntima de afeto). STJ. 5ª Turma. RHC 42092/RJ, Rel. Min. Jorge Mussi,
julgado em 25/03/2014.

STJ: “(...) AMEAÇA. SOGRA E NORA. (...) A incidência da Lei n.º 11.340/2006 reclama
situação de violência praticada contra a mulher, em contexto caracterizado por
relação de poder e submissão, praticada por homem ou mulher sobre mulher em
situação de vulnerabilidade. Precedentes. No caso não se revela a presença dos
requisitos cumulativos para a incidência da Lei n.º 11.340/06, a relação íntima de
afeto, a motivação de gênero e a situação de vulnerabilidade. Concessão da
ordem. Ordem não conhecida. Habeas corpus concedido de oficio, para declarar
competente para processar e julgar o feito o Juizado Especial Criminal da Comarca
de Santa Maria/RS”. (STJ, 5ª Turma, HC 175.816/RS, Rel. Min. Marco Aurélio Belizze,
j. 20/06/2013, DJe 28/06/2013).

Vamos esquematizar?
ÂMBITO DA UNIDADE ÂMBITO DA FAMÍLIA. QUALQUER RELAÇÃO ÍNTIMA DE
DOMÉSTICA AFETO

Espaço de convívio permanente Indivíduos que são ou se Em qualquer relação íntima de


de pessoas, COM OU SEM consideram aparentados, afeto, na qual o agressor conviva
VÍNCULO FAMILIAR, inclusive as unidos por laços naturais, por ou tenha convivido com a
esporadicamente agregadas. afinidade ou por vontade ofendida, INDEPENDENTEMENTE
expressa DE COABITAÇÃO.
Não se exige o vínculo familiar. Aqui importam os laços, pouco Aqui, o importante é que haja um
Leva em conta apenas o aspecto importando o lugar, pouco relacionamento entre duas
espacial. importando se há coabitação. pessoas, seja baseado na amizade
ou em qualquer outro
sentimento, desde que não seja
uma relação passageira.

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9. FORMAS DE VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER

O conceito de violência doméstica e familiar é divorciado do conceito de violência existente na esfera


penal (emprego de força física obre o corpo da vítima). O termo “violência”, na Lei Maria da Penha, abarca:
a violência física, a violência psicológica, a violência sexual, a violência patrimonial e a violência moral.
As violências, como já exposto anteriormente, devem ser praticadas a título de dolo. Lembrando que
há entendimento admitindo também na prática do crime culposo consciente.
Note que o art. 7° faz uso da expressão "entre outras", portanto não se trata de um rol taxativo,
mas sim exemplificativo. Logo, é perfeitamente possível o reconhecimento de outras formas de violência
doméstica e familiar contra a mulher. Tem-se aí verdadeira hipótese de interpretação analógica.

• Violência física– Entendida como qualquer conduta que ofenda sua integridade ou saúde corporal

• Violência psicológica – a violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cause
dano emocional e diminuição da autoestima, lhe prejudique o pleno desenvolvimento, ou que
vise degradar ou controlar suas ações de maneira geral
Lei 13.772/2018: acrescenta um novo crime ao Código Penal - Crime de registro não
autorizado da intimidade sexual (art. 216-B).12
Promoveu ainda uma pequena mudança na Lei nº 11.340/2006 (Lei Maria da Penha) para
deixar expresso que a violação da intimidade da mulher é uma forma de violência
doméstica, classificada como violência psicológica.

• Violência sexual- entendida como qualquer conduta que a constranja a presenciar, a manter ou
a participar de relação sexual não desejada, mediante intimidação, ameaça, coação ou uso da
força; que a induza a comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua sexualidade, que a
impeça de usar qualquer método contraceptivo ou que a force ao matrimônio, à gravidez, ao
aborto ou à prostituição, mediante coação, chantagem, suborno ou manipulação; ou que limite
ou anule o exercício de seus direitos sexuais e reprodutivos;

• Violência patrimonial - a violência patrimonial, entendida como qualquer conduta que configure
retenção, subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho,
documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos, incluindo os destinados a
satisfazer suas necessidades

12https://www.dizerodireito.com.br/2018/12/lei-137722018-crime-de-registro-nao.html

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APROFUNDANDO PARA PROVAS DISCURSIVAS...


Há divergência doutrinária se há a aplicação das escusas absolutórias, das imunidades absoluta
e relativa previstas no CP nos casos de violência patrimonial no âmbito doméstico e familiar.
1ª posição –Maria Berenice:NÃO. Defendem a inaplicabilidade das escusas absolutórias por ser
uma medida de política criminal incompatível com a mens legis da Lei Maria da Penha. Permitir
a incidência das imunidades é enfraquecer a proteção (que deveria ser mais intensa) à mulher
vítima de violência patrimonial no seio das relações domesticas, familiares e intimas de afeto.
2ª posição- Nucci e Renato Brasileiro:SIM.Diante do silêncio da Lei, o ideal é concluir pela
aplicação das escusas absolutórias no caso de crimes patrimoniais perpetrados no contexto da
violência doméstica e familiar contra a mulher. Estender a vedação expressa presente no
estatuto do idoso constitui verdadeira analogia in malam partem, colocando-se em rota de
colisão com o princípio da legalidade.

• Violência moral - entendida como qualquer conduta que configure calúnia, difamação ou
injúria.

Já caiu em prova e foi considerada correta a seguinte alternativa: A violência moral, entendida como
qualquer conduta que configure calúnia, difamação ou injúria, é uma das formas de violência doméstica e
familiar contra a mulher, estabelecida na Lei n. 11.340/2006

Logo, é importante perceber que as agressões da qual a lei protege não são necessariamente físicas,
podendo ser objeto do procedimento previsto na Lei 11.340 atos de disposição ilegítima de patrimônio e
crimes contra a honra, caso presentes das hipóteses já estudadas no art. 5°.

10. FORMAS DE PREVENÇÃO NA LEI MARIA DA PENHA

Art. 8o A política pública que visa coibir a violência doméstica e familiar contra a
mulher far-se-á por meio de um conjunto articulado de ações da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios e de ações não-governamentais,
tendo por diretrizes:
I - a integração operacional do Poder Judiciário, do Ministério Público e da
Defensoria Pública com as áreas de segurança pública, assistência social, saúde,
educação, trabalho e habitação;
II - a promoção de estudos e pesquisas, estatísticas e outras informações
relevantes, com a perspectiva de gênero e de raça ou etnia, concernentes às causas,
às consequências e à frequência da violência doméstica e familiar contra a mulher,

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para a sistematização de dados, a serem unificados nacionalmente, e a avaliação


periódica dos resultados das medidas adotadas;
III - o respeito, nos meios de comunicação social, dos valores éticos e sociais da
pessoa e da família, de forma a coibir os papéis estereotipados que legitimem ou
exacerbem a violência doméstica e familiar, de acordo com o estabelecido no inciso
III do art. 1o, no inciso IV do art. 3o e no inciso IV do art. 221 da Constituição Federal;
Já tem MP instaurando ACP contra programas de TV que violam este dispositivo.
IV - a implementação de atendimento policial especializado para as mulheres, em
particular nas Delegacias de Atendimento à Mulher;
V - a promoção e a realização de campanhas educativas de prevenção da violência
doméstica e familiar contra a mulher, voltadas ao público escolar e à sociedade em
geral, e a difusão desta Lei e dos instrumentos de proteção aos direitos humanos
das mulheres;
VI - a celebração de convênios, protocolos, ajustes, termos ou outros instrumentos
de promoção de parceria entre órgãos governamentais ou entre estes e entidades
não-governamentais, tendo por objetivo a implementação de programas de
erradicação da violência doméstica e familiar contra a mulher;
VII - a capacitação permanente das Polícias Civil e Militar, da Guarda Municipal,
do Corpo de Bombeiros e dos profissionais pertencentes aos órgãos e às áreas
enunciados no inciso I quanto às questões de gênero e de raça ou etnia;
VIII - a promoção de programas educacionais que disseminem valores éticos de
irrestrito respeito à dignidade da pessoa humana com a perspectiva de gênero e de
raça ou etnia;
IX - o destaque, nos currículos escolares de todos os níveis de ensino, para os
conteúdos relativos aos direitos humanos, à equidade de gênero e de raça ou etnia
e ao problema da violência doméstica e familiar contra a mulher.

Merece destaque o inciso IV, que trata da implementação de Delegacias especializadas no


atendimento à mulher vítima de violência doméstica e familiar. Em alguns locais chamada de DEAM. A vítima
deve ser encaminhada a esta Delegacia especializada para que lá seja adequadamente atendida e para que
lá sejam tomadas todas as providências em relação a essa espécie de delito.

11. DA ASSISTÊNCIA À MULHER EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA FAMILIAR

Art. 9° A assistência à mulher em situação de violência doméstica e familiar será


prestada de forma articulada e conforme os princípios e as diretrizes previstos na
Lei Orgânica da Assistência Social, no Sistema Único de Saúde, no Sistema Único de

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Segurança Pública, entre outras normas e políticas públicas de proteção, e


emergencialmente quando for o caso.

§ 1º O juiz determinará, por prazo certo, a inclusão da mulher em situação de


violência doméstica e familiar no cadastro de programas assistenciais do governo
federal, estadual e municipal.

§ 2º O juiz assegurará à mulher em situação de violência doméstica e familiar, para


preservar sua integridade física e psicológica:
I - Acesso prioritário à remoção quando servidora pública, integrante da
administração direta ou indireta;
II - Manutenção do vínculo trabalhista, quando necessário o afastamento do local
de trabalho, por até seis meses.
III - encaminhamento à assistência judiciária, quando for o caso, inclusive para eventual
ajuizamento da ação de separação judicial, de divórcio, de anulação de casamento ou
de dissolução de união estável perante o juízo competente. (Incluído pela Lei nº 13.894,
de 2019)

§ 3º A assistência à mulher em situação de violência doméstica e familiar


compreenderá o acesso aos benefícios decorrentes do desenvolvimento científico
e tecnológico, incluindo os serviços de contracepção de emergência, a profilaxia
das Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) e da Síndrome da Imunodeficiência
Adquirida (AIDS) e outros procedimentos médicos necessários e cabíveis nos casos
de violência sexual.

§ 4º Aquele que, por ação ou omissão, causar lesão, violência física, sexual ou
psicológica e dano moral ou patrimonial a mulher fica obrigado a ressarcir todos os
danos causados, inclusive ressarcir ao Sistema Único de Saúde (SUS), de acordo
com a tabela SUS, os custos relativos aos serviços de saúde prestados para o total
tratamento das vítimas em situação de violência doméstica e familiar, recolhidos
os recursos assim arrecadados ao Fundo de Saúde do ente federado responsável
pelas unidades de saúde que prestarem os serviços. (Vide Lei nº 13.871, de
2019) (Vigência)

§ 5º Os dispositivos de segurança destinados ao uso em caso de perigo iminente e


disponibilizados para o monitoramento das vítimas de violência doméstica ou
familiar amparadas por medidas protetivas terão seus custos ressarcidos pelo
agressor. (Vide Lei nº 13.871, de 2019) (Vigência)
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§ 6º O ressarcimento de que tratam os §§ 4º e 5º deste artigo não poderá


importar ônus de qualquer natureza ao patrimônio da mulher e dos seus
dependentes, nem configurar atenuante ou ensejar possibilidade de substituição da
pena aplicada. (Vide Lei nº 13.871, de 2019) (Vigência)

§ 7º A mulher em situação de violência doméstica e familiar tem prioridade para


matricular seus dependentes em instituição de educação básica mais próxima de
seu domicílio, ou transferi-los para essa instituição, mediante a apresentação dos
documentos comprobatórios do registro da ocorrência policial ou do processo de
violência doméstica e familiar em curso. (Incluído pela Lei nº 13.882, de 2019)

§ 8º Serão sigilosos os dados da ofendida e de seus dependentes matriculados ou


transferidos conforme o disposto no §4º** deste artigo, e o acesso às informações
será reservado ao juiz, ao Ministério Público e aos órgãos competentes do poder
público. (Incluído pela Lei nº 13.882, de 2019)

**Obs.: o §8º faz referência ao §4º porque o projeto de lei que o


inseriu transitou de forma concomitante ao projeto de lei que
alterou os §§4º, 5º e 6º (Lei 13.871/2019), não havendo um ajuste
na numeração dos parágrafos. Onde se lê §4º, devemos ler §7º.

Ao tratar sobre a assistência à mulher em condição de violência doméstica o legislador possibilitou a


decretação judicial de diversas ações e programas de auxilio por prazo determinado para a vítima, dentre as
quais:
• Possibilidade de remoção prioritária da servidora pública, integrante da administração direta e
indireta.
• Manutenção do vínculo trabalhista pelo prazo de até seis meses quando necessário o afastamento
da vítima de seu local de trabalho.
Obs.: Segundo o STJ, o INSS deverá arcar com a subsistência das mulheres que precisaram se afastar
do trabalho para se proteger de violência doméstica. Para o colegiado, tais situações ofendem a integridade
física ou psicológica da vítima, o que justifica o direito ao “auxílio-doença”:

A medida de afastamento do local de trabalho, prevista no art. 9º, § 2º, da Lei é


de competência do Juiz da Vara de Violência Doméstica, sendo caso de
interrupção do contrato de trabalho, devendo a empresa arcar com os 15
primeiros dias e o INSS com o restante

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O art. 9º, § 2º da Lei Maria da Penha prevê que: O juiz assegurará à mulher em
situação de violência doméstica e familiar, para preservar sua integridade física e
psicológica, manutenção do vínculo trabalhista, quando necessário o afastamento
do local de trabalho, por até seis meses. A competência para determinar essa
medida é do Juiz da Vara de Violência Doméstica ou do Juiz do Trabalho? Juiz da
Vara de Violência Doméstica. O juiz da vara especializada em Violência Doméstica
(ou, caso não haja na localidade, o juízo criminal) tem competência para apreciar
pedido de imposição de medida protetiva de manutenção de vínculo trabalhista,
por até seis meses, em razão de afastamento do trabalho de ofendida decorrente
de violência doméstica e familiar. Isso porque o motivo do afastamento não advém
da relação de trabalho, mas sim da situação emergencial que visa garantir a
integridade física, psicológica e patrimonial da mulher. Qual é a natureza jurídica
desse afastamento? Sobre quem recai o ônus do pagamento? A natureza jurídica
do afastamento por até seis meses em razão de violência doméstica e familiar é de
interrupção do contrato de trabalho, incidindo, analogicamente, o auxílio-doença,
devendo a empresa se responsabilizar pelo pagamento dos quinze primeiros dias,
ficando o restante do período a cargo do INSS. STJ. 6ª Turma. REsp 1757775-SP, Rel.
Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 20/08/2019 (Info 655).

• Encaminhamento à assistência judiciária, quando for o caso, inclusive para eventual ajuizamento
da ação de separação judicial, de divórcio, de anulação de casamento ou de dissolução de união
estável perante o juízo competente.

NOVIDADE LEGISLATIVA:
A Lei nº 13.894/2019 acrescentou um novo inciso ao § 2º do art. 9º prevendo que, se a vítima e o
agressor forem casados ou viverem em união estável, a mulher deverá ser encaminhada à
assistência judiciária para que possa ter a oportunidade de, assim desejando, desvincular-se
formalmente do marido/companheiro agressor por meio da ação judicial própria.

Atenção aos parágrafos 4º ao 8º: são novidades legislativas:


O autor de violência doméstica praticada contra mulher terá que ressarcir os custos relacionados com os
serviços de saúde prestados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) às vítimas de violência doméstica e familiar
e com os dispositivos de segurança utilizados pelas vítimas para evitar nova violência.

NOVIDADE LEGISLATIVA:

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A Lei nº 13.894/2019 acrescentou o § 4º e §5º e 6º do art. 9º prevendo que o autor de violência


doméstica praticada contra mulher terá que ressarcir os custos relacionados com:
• os serviços de saúde prestados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) às vítimas de violência
doméstica e familiar: Quando se fala em ressarcir todos os danos causados, isso significa que o
agressor tem o dever, inclusive, de pagar ao Sistema Único de Saúde (SUS) as despesas que foram
realizadas com os serviços de saúde prestados para o total tratamento da vítima em situação de
violência doméstica e familiar. Ex: custos com cirurgia, com medicamentos, com atendimento de
psicóloga etc. Assim, mesmo o SUS sendo um serviço oferecido gratuitamente à população, o
agressor tem o dever de ressarcir os gastos que o poder público teve com isso.

• com os dispositivos de segurança utilizados pelas vítimas para evitar nova violência: como por
exemplo: “Botão do Pânico”13; tornozeleira eletrônica com dispositivo de aproximação que fica com
a mulher.

Observações importantes sobre o ressarcimento previsto no §6º:


- O ressarcimento não poderá importar ônus de qualquer natureza ao patrimônio da mulher e dos
seus dependentes;
- O fato de o agressor ter feito o ressarcimento não configura atenuante(art. 65, III, b, CP);
- O ressarcimento não enseja possibilidade de substituição da pena aplicada(art. 17 desta lei e Súmula
588 STJ).

CESPE/2021 - Acerca do enfrentamento ao preconceito e da promoção da igualdade, julgue o próximo item.


O ressarcimento de custos pelo agressor, conforme previsto na Lei Maria da Penha, não pode resultar em
ônus ao patrimônio da mulher e dos seus dependentes. ITEM CORRETO.

• Prioridade para matricular seus dependentes em instituição de educação básica mais próxima de
seu domicílio, ou transferi-los para essa instituição, mediante a apresentação dos documentos
comprobatórios do registro da ocorrência policial.
NOVIDADE LEGISLATIVA: A Lei nº 13.882/2019 amplia esse rol de assistência e prevê que a mulher
vítima da violência doméstica terá prioridade para matricular ou para transferir seus filhos ou outros
dependentes para escolas próximas de seu domicílio. E se não houver vaga na escola próxima, ainda
assim, o dependente da vítima terá direito de ser matriculado como um excedente, ou seja, mesmo fora
do número de vagas. É nesse sentido a previsão da medida protetiva de urgência constante do art. 23,
V:

13http://www.tjes.jus.br/botao-do-panico-dispositivo-de-seguranca-que-ajuda-a-proteger-mulheres-vitimas-de-violencia-

domestica-completa-6-anos/
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Art. 23. Poderá o juiz, quando necessário, sem prejuízo de outras medidas: V – “determinar a matrícula
dos dependentes da ofendida em instituição de educação básica mais próxima do seu domicílio, ou a
transferência deles para essa instituição, independentemente da existência de vaga.”

Obs: A informação de que o aluno foi transferido ou matriculado por conta de violência doméstica
sofrida por sua mãe deverá ficar em sigilo, sendo de conhecimento apenas do juiz, do MP e dos órgãos
competentes do poder público (ex: diretora da escola).

12. DO ATENDIMENTO PELA AUTORIDADE POLICIAL

Art. 10. Na hipótese da iminência ou da prática de violência doméstica e familiar


contra a mulher, a autoridade policial que tomar conhecimento da ocorrência
adotará, de imediato, as providências legais cabíveis.
Parágrafo único. Aplica-se o disposto no caput deste artigo ao descumprimento de
medida protetiva de urgência deferida.
Art. 10-A. É direito da mulher em situação de violência doméstica e familiar o
atendimento policial e pericial especializado, ininterrupto e prestado por
servidores - preferencialmente do sexo feminino - previamente capacitados.

Trata-se de tema rotineiramente abordado em prova de carreiras policiais, uma vez que é direito da
mulher ser atendida de forma especializada, ininterrupta e preferencialmente, por servidoras do sexo
feminino. Como se depreende do texto legal, não há uma necessidade absoluta de que o atendimento seja
realizado por Mulher.

§ 1º A inquirição de mulher em situação de violência doméstica e familiar ou de


testemunha de violência doméstica, quando se tratar de crime contra a mulher,
obedecerá às seguintes diretrizes: (Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017)
I - salvaguarda da integridade física, psíquica e emocional da depoente, considerada
a sua condição peculiar de pessoa em situação de violência doméstica e
familiar; (Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017)
II - garantia de que, em nenhuma hipótese, a mulher em situação de violência
doméstica e familiar, familiares e testemunhas terão contato direto com
investigados ou suspeitos e pessoas a eles relacionadas; (Incluído pela Lei nº
13.505, de 2017)
III - não revitimização da depoente, evitando sucessivas inquirições sobre o mesmo
fato nos âmbitos criminal, cível e administrativo, bem como questionamentos
sobre a vida privada. (Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017)
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§ 2º Na inquirição de mulher em situação de violência doméstica e familiar ou de


testemunha de delitos de que trata esta Lei, adotar-se-á, preferencialmente, o
seguinte procedimento: (Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017)
I - a inquirição será feita em recinto especialmente projetado para esse fim, o qual
conterá os equipamentos próprios e adequados à idade da mulher em situação de
violência doméstica e familiar ou testemunha e ao tipo e à gravidade da violência
sofrida; (Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017)
II - quando for o caso, a inquirição será intermediada por profissional especializado
em violência doméstica e familiar designado pela autoridade judiciária ou
policial; (Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017)
III - o depoimento será registrado em meio eletrônico ou magnético, devendo a
degravação e a mídia integrar o inquérito. (Incluído pela Lei nº 13.505, de
2017)

Em linhas gerais, busca-se por meio do estabelecimento de diretrizes especiais à polícia judiciária
evitar a vitimização secundária, bem como a heterovitimização, impedindo que a vítima seja objeto de
sucessivas inquirições e procedimentos que possam potencializar as sequelas das violências sofridas.
Os arts. 11 e 12 da Lei Maria da Penha tratam das providências que devem ser tomadas pela
autoridade policial que tenha atuação na Delegacia especializada no atendimento à mulher vítima de
violência doméstica e familiar contra a mulher, ou da Delegacia de Polícia comum, nos locais em que não
houver a Delegacia especializada.
Algumas providências são de caráter obrigatório, como, por exemplo, a oitiva da vítima, lavratura do
boletim de ocorrência, atermação da representação e a verificação se o agressor possui registro de porte ou
posse de arma de fogo; outras, no entanto, têm sua realização condicionada à discricionariedade da
autoridade policial, que deve determinar sua realização de acordo com as peculiaridades do caso concreto.

 Artigos importantíssimos de alta incidência nas provas de delegado de


polícia!

Art. 11. No atendimento à mulher em situação de violência doméstica e familiar, a


autoridade policial deverá, entre outras providências:

 Trata-se de rol exemplificativo, pois o caput fala “entre outras”.

I - Garantir proteção policial, quando necessário, comunicando de imediato ao


Ministério Público e ao Poder Judiciário;

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II - Encaminhar a ofendida ao hospital ou posto de saúde e ao Instituto Médico


Legal;

O encaminhamento ao hospital ou posto de saúde e ao Instituto Médico


Legal decorre da necessidade de realização de perícia, para que se forme
o conjunto probatório ligado à prova de existência da infração penal, nos
moldes do art. 158 do Código de Processo Penal ("Quando a infração
deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou
indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado")

III - fornece transporte para a ofendida e seus dependentes para abrigo ou local
seguro, quando houver risco de vida;

IV - Se necessário, acompanhar a ofendida para assegurar a retirada de seus


pertences do local da ocorrência ou do domicílio familiar;

V - Informar à ofendida os direitos a ela conferidos nesta Lei e os serviços


disponíveis, inclusive os de assistência judiciária para o eventual ajuizamento
perante o juízo competente da ação de separação judicial, de divórcio, de anulação
de casamento ou de dissolução de união estável. (Redação dada pela Lei nº
13.894, de 2019)

Art. 12. Em todos os casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, feito
o registro da ocorrência, deverá a autoridade policial adotar, de imediato, os
seguintes procedimentos, sem prejuízo daqueles previstos no Código de Processo
Penal:

I - Ouvir a ofendida, lavrar o boletim de ocorrência e tomar a representação a


termo, se apresentada;
II - Colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e de suas
circunstâncias;
III - remeter, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, expediente apartado ao juiz
com o pedido da ofendida, para a concessão de medidas protetivas de urgência;
IV - Determinar que se proceda ao exame de corpo de delito da ofendida e
requisitar outros exames periciais necessários;
V - Ouvir o agressor e as testemunhas;

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VI - Ordenar a identificação do agressor e fazer juntar aos autos sua folha de


antecedentes criminais, indicando a existência de mandado de prisão ou registro
de outras ocorrências policiais contra ele;
VI-A - verificar se o agressor possui registro de porte ou posse de arma de fogo e,
na hipótese de existência, juntar aos autos essa informação, bem como notificar
a ocorrência à instituição responsável pela concessão do registro ou da emissão
do porte, nos termos da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003 (Estatuto do
Desarmamento); (Incluído pela Lei nº13.880, de 2019)
VII - remeter, no prazo legal, os autos do inquérito policial ao juiz e ao Ministério
Público.

§ 1º O pedido da ofendida será tomado a termo pela autoridade policial e deverá


conter:
I - Qualificação da ofendida e do agressor;
II - nome e idade dos dependentes;
III - descrição sucinta do fato e das medidas protetivas solicitadas pela ofendida.
IV - Informação sobre a condição de a ofendida ser pessoa com deficiência e se da
violência sofrida resultou deficiência ou agravamento de deficiência
preexistente. (Incluído pela Lei nº 13.836, de 2019)
§ 2º A autoridade policial deverá anexar ao documento referido no § 1º o boletim
de ocorrência e cópia de todos os documentos disponíveis em posse da ofendida.
§ 3º Serão admitidos como meios de prova os laudos ou prontuários médicos
fornecidos por hospitais e postos de saúde.

Aqui é importante ficar atento, pois se trata de dispositivo diretamente voltado à autoridade policial,
em especial para o dever de remessa dos autos para o magistrado no prazo de 48 horas, bem como para a
inovação legislativa que orienta a verificação do registro de posse ou porte de arma de fogo por parte do
agressor.
Note que a autoridade policial não tem legitimidade para aplicar diretamente a medida protetiva ou
representar por ela. O delegado apenas encaminha ao juiz, em 48 horas, quando há pedido da ofendida!Não
há que se falar em representação pelos procedimentos legais.
O inciso VI determina que a autoridade policial deve fazer juntar aos autos do procedimento
investigatório a folha de antecedentes criminais do agressor, indicando a existência de mandado de prisão
ou registro de outras ocorrências policiais contra ele. Nessa toada, é igualmente importante que o delegado
verifique se há, no banco de dados criado pela Lei n. 13.829/19 (que inseriu o art. 38-A na Lei), eventual
registro de medida protetiva de urgência anteriormente determinada em detrimento do agressor.

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Art. 38-A. O juiz competente providenciará o registro da medida protetiva de


urgência. Parágrafo único. As medidas protetivas de urgência serão registradas em
banco de dados mantido e regulamentado pelo Conselho Nacional de Justiça,
garantido o acesso do Ministério Público, da Defensoria Pública e dos órgãos de
segurança pública e da assistência social, com vistas à fiscalização e à efetividade
das medidas protetivas".

A consulta em questão é de fundamental importância, não apenas para fins de verificação de


eventual tipificação do crime do art. 24-A (descumprimento das medidas protetivas), mas também no sentido
de evidenciar a necessidade de representação ao juiz pleiteando a decretação da prisão preventiva do
agressor (Lei n. 11.340/06, art. 20).
De forma semelhante com o que ocorre na lei 9.099/95, há possibilidade de utilização de laudos e
boletins de atendimentos médicos fornecidos fora do Instituto Médico Legal. Essa possibilidade consiste em
uma espécie de mitigação da obrigatoriedade do exame de corpo de delito, porquanto laudos ou prontuários
médicos fornecidos por hospitais e postos de saúde poderiam ser utilizados para embasar a denúncia e, até
mesmo, eventual condenação. Nas palavras de Renato Brasileiro:

“Ora, se a própria Lei Maria da Penha faz referência a tais documentos como
verdadeiros meios de prova, ou seja, a um instrumento por meio do qual as fontes
de prova são introduzidas no processo, é evidente que, nos mesmos moldes do que
ocorre no âmbito dos Juizados Especiais Criminais (Lei nº 9.099/95, art. 77, § 1 °),
os laudos ou prontuários médicos também podem ser utilizados na sentença
condenatória para a formação do convencimento do juiz acerca da materialidade
de uma violência doméstica e familiar contra a mulher, e não apenas para fins de
oferecimento da peça acusatória ou decretação de medidas cautelares”

Já caiu em prova e foi considerada correta a seguinte assertiva: “Para configurar a materialidade do delito
de lesão corporal culposa no âmbito de violência doméstica e familiar contra a mulher, é prescindível o exame
de corpo de delito do art. 158 do CPP, se existentes outros elementos de prova, tais como laudos ou
prontuários médicos fornecidos por hospitais e postos de saúde.

Outra inovação ocorreu no §1º, inciso IV. A Lei 13.836/2019 estabeleceu que uma das providências
do Delegado de Polícia é informar à autoridade judicial caso a mulher vítima da violência seja pessoa com
deficiência.

 Por questões didáticas, analisaremos o art. 12-C juntamente com


o estudo acerca das medidas protetivas de urgência, no tópico
abaixo
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13. MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA

13.1. Considerações Iniciais:

Art. 18. Recebido o expediente com o pedido da ofendida, caberá ao juiz, no prazo
de 48 (quarenta e oito) horas:
I - conhecer do expediente e do pedido e decidir sobre as medidas protetivas de
urgência;
II - determinar o encaminhamento da ofendida ao órgão de assistência judiciária,
quando for o caso;
II - determinar o encaminhamento da ofendida ao órgão de assistência judiciária,
quando for o caso, inclusive para o ajuizamento da ação de separação judicial, de
divórcio, de anulação de casamento ou de dissolução de união estável perante o
juízo competente; (Redação dada pela Lei nº 13.894, de 2019)
III - comunicar ao Ministério Público para que adote as providências cabíveis.
IV - determinar a apreensão imediata de arma de fogo sob a posse do agressor.
(Incluído pela Lei nº 13.880, de 2019)

Art. 19. As medidas protetivas de urgência poderão ser concedidas pelo juiz, a
requerimento do Ministério Público ou a pedido da ofendida.
§ 1o As medidas protetivas de urgência poderão ser concedidas de imediato,
independentemente de audiência das partes e de manifestação do Ministério
Público, devendo este ser prontamente comunicado.
§ 2o As medidas protetivas de urgência serão aplicadas isolada ou
cumulativamente, e poderão ser substituídas a qualquer tempo por outras de
maior eficácia, sempre que os direitos reconhecidos nesta Lei forem ameaçados ou
violados.
§ 3o Poderá o juiz, a requerimento do Ministério Público ou a pedido da ofendida,
conceder novas medidas protetivas de urgência ou rever aquelas já concedidas, se
entender necessário à proteção da ofendida, de seus familiares e de seu
patrimônio, ouvido o Ministério Público.

a) Conceito e Natureza jurídica


As medidas protetivas de urgência são medidas adotadas para proteger a mulher em situação de
vulnerabilidade. Possuem natureza de medidas cautelares, razão pela qual se submetem, em regra, à clausula
de reserva de jurisdição, devendo, portanto, apresentar os seguintes pressupostos:

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• Fumus comissi delicti;


• Periculum libertatis.

Obs.: Medidas cautelares situacionais: As medidas protetivas de urgência, por possuírem natureza cautelar,
dependem da manutenção da situação fática de perigo que legitimaram a sua decretação. Assim,
desaparecido o suporte fático legitimador da medida, deve o magistrado revogar a constrição. Nesse sentido,
é possível dizer que a decisão que decreta a medida sujeita-se à clausula rebus sic stantibus, estando sempre
sujeita à nova verificação de seu cabimento à luz do seu suporte fático legitimador.

Explica o professor Renato Brasileiro (2020):


“Assim, urna vez decretada qualquer das medidas protetivas de urgência , ou até mesmo a prisão preventiva
do agressor, mudanças do estado de fato subjacente ao momento de sua decretação ou mesmo o surgimento
de novas provas que alterem o convencimento judicial sobre o fumus comissi delicti ou o periculum libertatis
podem levar à necessidade de: 1) revogação da medida; 2) substituição da medida por outra , mais gravosa
ou mais benéfica; 3) reforço da medida, por acréscimo de outra em cumulação; 4) atenuação da medida,
pela revogação de uma das medidas anteriormente imposta cumulativamente com outra.”

b) Momento:
As medidas cautelares poderão ser requeridas e deferidas durante a investigação preliminar e
também após a instauração do processo penal.

c) Possibilidade de aplicação de mais de uma medida protetiva concomitantemente:


As medidas protetivas de urgência poderão ser aplicadas isolada ou cumulativamente. Ex:
determinação para que o agressor se afaste do lar (inciso II do art. 22) e não se aproxime da vítima (inciso III
do mesmo artigo).
Além disso, as medidas protetivas de urgência poderão ser aplicadas em conjunto com as medidas
cautelares do CPP. Ex: determinação para que o agressor se afaste do lar (inciso II do art. 22 da LMP) e que
compareça periodicamente em juízo (inciso I do art. 319 do CPP).

d) Novidades Legislativas:
▪ Inciso II - Encaminhamento da ofendida ao órgão de assistência judiciária:
⦁ Uma dessas medidas protetivas de urgência que a vítima poderá pedir é justamente a
assistência judiciária (art. 18, II, da Lei nº 11.340/2006).
⦁ A Lei nº 13.894/2019 alterou esse inciso II do art. 18 para deixar claro que essa assistência
judiciária abrange o direito de ajuizar ações de separação judicial, de divórcio, de anulação
de casamento ou de dissolução de união estável.

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▪ Inciso IV – Apreensão imediata da arma de fogo em posse do agressor


⦁ Lei nº 13.880/2019 inseriu o inciso IV ao artigo 18, estabelecendo que o juiz, ao receber os
autos pela autoridade policial, constatando que o suposto agressor possui registro de porte
ou posse de arma de fogo, deverá determinar, como medida cautelar, a apreensão desta
arma.

13.2. Legitimidade para conceder as medidas protetivas de urgência:

As medidas protetivas de urgência, em regra, são concedidas pela autoridade judicial (Juiz ou
Desembargador), após requerimento do Ministério Público ou da ofendida – cujo pedido é formulado
perante a autoridade policial.
Note, portanto, que as medidas protetivas de urgências não podem ser objeto de representação
pela autoridade policial. Como vimos na análise do art. 12, §1º, o que o delegado de polícia pode fazer é
apenas tomar a termo a declaração da ofendida pela concessão das medidas protetivas, ou seja, somente
pode transcrever esse pedido e encaminhá-lo ao Poder Judiciário.
Ressalta-se que, até a edição da Lei nº 13.827/2019, a regra que exigia cláusula de reserva de
jurisdição não possuía exceções. A referida Lei, no entanto, inovou e trouxe uma hipótese em que uma das
medidas protetivas de urgência poderia ser concedida pelo Delegado de polícia, ou até mesmo pelo policial,
em determinadas situações.
O art. 12-C, inserido pela Lei nº 13.827/2019 e posteriormente atualizado pela Lei 14.188/2021,
permite que a medida protetiva de AFASTAMENTO DO LAR seja concedida pelo Delegado de Polícia, se o
Município não for sede de comarca ou até mesmo pelo policial, caso também não haja Delegado de Polícia
no momento, devendo o juiz ser comunicado no prazo máximo de 24 horas.

 Cuidado para não confundir com o prazo de 48 horas previsto no


art. 12, III e art. 18!

Art. 12-C. Verificada a existência de risco atual ou iminente à vida ou à integridade


física ou psicológica da mulher em situação de violência doméstica e familiar, ou
de seus dependentes, o agressor será imediatamente afastado do lar, domicílio ou
local de convivência com a ofendida: (Redação dada pela Lei nº 14.188, de 2021)
I - Pela autoridade judicial;
II - Pelo delegado de polícia, quando o Município não for sede de comarca; ou
III - Pelo policial,quando o Município não for sede de comarca e não houver
delegado disponível no momento da denúncia. (Incluído pela Lei nº 13.827,
de 2019)

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§ 1º Nas hipóteses dos incisos II e III do caput deste artigo, o juiz será comunicado
no prazo máximo de 24 (vinte e quatro) horas e decidirá, em igual prazo, sobre a
manutenção ou a revogação da medida aplicada, devendo dar ciência ao Ministério
Público concomitantemente. (Incluído pela Lei nº 13.827, de 2019)
§ 2º Nos casos de risco à integridade física da ofendida ou à efetividade da medida
protetiva de urgência, não será concedida liberdade provisória ao preso.
(Incluído pela Lei nº 13.827, de 2019)

Explicação via dizer o direito:


Verificada a existência de...
∘ Risco atual ou iminente à vida ou à integridade física ou psicológica da mulher em situação
de violência doméstica e familiar,
∘ Ou de seus dependentes,
∘ O agressor deverá ser imediatamente afastado do lar, domicílio ou local de convivência com
a ofendida.

Quem determina esse afastamento?


∘ 1º) em primeiro lugar, a autoridade judicial.
∘ 2º) se o Município não for sede de comarca: o Delegado de Polícia poderá determinar essa
medida.
∘ 3º) se o Município não for sede de comarca e não houver Delegado disponível no momento:
o próprio policial (civil ou militar) poderá ordenar o afastamento.

Se a medida for concedida por Delegado ou por policial (situações 2 e 3), o Juiz será comunicado no
prazo máximo de 24 horas e decidirá, em igual prazo, sobre a manutenção ou a revogação da medida
aplicada, devendo dar ciência ao Ministério Público concomitantemente!
Obs.: Há ADI pendente de julgamento sobre as inovações da lei 13.827 de 2019, com relação à
hipótese de afastamento do lar por parte da autoridade policial, devemos ficar atentos quanto a seu
julgamento, entretanto, em virtude de ausência de decisão cautelar, por conta da presunção de
constitucionalidade das leis, ainda vigora o dispositivo.

CONCLUSÃO: Em regra, as medidas protetivas de urgência somente podem ser concedidas pela
autoridade judiciária, por se tratar de medida submetida à cláusula de reserva de jurisdição, após o
requerimento do MP ou da ofendida. No entanto, em havendo risco à vida ou integridade física ou
psicológica da ofendida ou de seus dependentes, poderá o Delegado de Polícia ou o próprio policial
determinarem o AFASTAMENTO IMEDIATO DO LAR, nas hipóteses previstas em lei!

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PEGADINHA DE PROVA:
* REGRA: O delegado tem 48 horas para enviar a representação da vítima ao juiz (art. 12, III), e o juiz
também possui 48 horas para tomar as devidas providências (art. 18, caput)
* EXCEÇÃO: em relação à medida protetiva de afastamento do lar concedida pelo Delegado de Polícia ou
pelo Policial, nas hipóteses previstas em lei, tal medida deve ser comunicadas ao juiz em 24 horas, tendo
este o mesmo prazo de 24 horas para decidir sobre ela. (Art. 12-C, §1º).

As medidas protetivas podem ser concedidas de ofício pelo juiz?


• 1ª C – NÃO! Em observância ao Sistema Acusatório, que inclusive foi reforçado com o advento do
Pacote Anticrime,não pode o juiz, de ofício, decretar as medidas protetivas de urgência.Isso porque
é vedado, ao magistrado, decretar qualquer medida cautelar de ofício, e como a medida protetiva
de urgência tem natureza de medida cautelar, o juiz também não poderia aplicá-la sem prévio
requerimento das partes.
➢ Obs.: há quem defenda que, nas hipóteses de afastamento imediato do lar (art. 12-C, inc.
I) ou decretação da prisão preventiva, o juiz poderia agir de ofício, tendo em vista que há
autorização expressa na Lei nesse sentido, devendo-se invocar, para tanto, o princípio da
especialidade. (Tema extremamente controverso que será analisado adiante)

• 2ª C – SIM! Apesar de o dispositivo não prever expressamente, seria possível que as medidas
protetivas fossem concedidas pelo Juiz de ofício. Isso porque o juiz, ao conceder medidas protetivas
de urgência de ofício, não estaria promovendo a persecução penal contra o acusado, mas apenas
tomando medidas que visam a beneficiar a vítima de violência doméstica. Inclusive, o
próprioparágrafo primeiro determina que as medidas devem ser concedidas de imediato,
independentemente de audiência das partes e de manifestação do Ministério Público, confirmando
a possibilidade de o Juiz poder concedê-las de ofício.

CUIDADO! Embora o art. 19, §1º autorize o juiz a apreciar as medidas protetivas sem a prévia oitiva do MP,
o mesmo não ocorre nas hipóteses de alteração ou reforço das medidas já concedidas, em que se exigirá a
prévia oitiva do MP, à luz do art. 19, §3º.

CONCESSÃO DAS MEDIDAS PROTETIVAS CONCESSÃO DE NOVAS MEDIDAS PROTETIVAS


DE URGÊNCIA OU REVISÃO
Art. 19, §1º Art. 19, §3º
Dispensam prévia oitiva do MP Exigem prévia oitiva do MP

§ 1o - As medidas protetivas de urgência § 3o - Poderá o juiz, a requerimento do Ministério


poderão ser concedidas de imediato, Público ou a pedido da ofendida, conceder novas

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independentemente de audiência das medidas protetivas de urgência ou rever aquelas já


partes e de manifestação do Ministério concedidas, se entender necessário à proteção da
Público, devendo este ser prontamente ofendida, de seus familiares e de seu patrimônio,
comunicado ouvido o Ministério Público.

13.3. Das Medidas Protetivas De Urgência Que Obrigam O Agressor

Art. 22. Constatada a prática de violência doméstica e familiar contra a mulher, nos
termos desta Lei, o juiz poderá aplicar, de imediato, ao agressor, em conjunto ou
separadamente, as seguintes medidas protetivas de urgência, entre outras:
I - suspensão da posse ou restrição do porte de armas, com comunicação ao órgão
competente, nos termos da Lei no 10.826, de 22 de dezembro de 2003;
II - afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a ofendida;
III - proibição de determinadas condutas, entre as quais:
a) aproximação da ofendida, de seus familiares e das testemunhas, fixando o limite
mínimo de distância entre estes e o agressor;
b) contato com a ofendida, seus familiares e testemunhas por qualquer meio de
comunicação;
c) freqüentação de determinados lugares a fim de preservar a integridade física e
psicológica da ofendida;
IV - restrição ou suspensão de visitas aos dependentes menores, ouvida a equipe
de atendimento multidisciplinar ou serviço similar;
V - prestação de alimentos provisionais ou provisórios.
VI – comparecimento do agressor a programas de recuperação e reeducação;
e (Incluído pela Lei nº 13.984, de 2020)
VII – acompanhamento psicossocial do agressor, por meio de atendimento
individual e/ou em grupo de apoio. (Incluído pela Lei nº 13.984, de 2020)

Decisão que fixa alimentos em razão da prática de violência doméstica pode ser
executada sob o rito da prisão civil.
A decisão proferida em processo penal que fixa alimentos provisórios ou
provisionais em favor da companheira e da filha, em razão da prática de violência
doméstica, constitui título hábil para imediata cobrança e, em caso de

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inadimplemento, passível de decretação de prisão civil. STJ. 3ª Turma. RHC 100446-


MG, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 27/11/2018 (Info 640).

A Lei 13.984/2020 acrescentou duas novas medidas protetivas de urgência a serem cumpridas pelo
agressor (frequentar centro de educação e de reabilitação e ter acompanhamento psicossocial).Isso é
possível porque o rol das medidas protetivas previsto na Lei Marida da Penha é meramente exemplificativo,
podendo ser concedidas outras providências que não estejam ali elencadas.
Ressalta-se que, mesmo antes da Lei nº 13.984/2020, tais medidas já poderiam ser determinadas.
Trata-se daquilo que a doutrina denominou de princípio da atipicidade das medidas protetivas de
urgência(LIMA, Renato Brasileiro de. Legislação criminal especial comentada. 4ª ed., Salvador: Juspodivm,
2016, p. 931).

13.4. Das Medidas Protetivas De Urgência À Ofendida

Art. 23. Poderá o juiz, quando necessário, sem prejuízo de outras medidas:
I - encaminhar a ofendida e seus dependentes a programa oficial ou comunitário
de proteção ou de atendimento;
II - determinar a recondução da ofendida e a de seus dependentes ao respectivo
domicílio, após afastamento do agressor;
III - determinar o afastamento da ofendida do lar, sem prejuízo dos direitos
relativos a bens, guarda dos filhos e alimentos;
IV - determinar a separação de corpos.
V - determinar a matrícula dos dependentes da ofendida em instituição de
educação básica mais próxima do seu domicílio, ou a transferência deles para essa
instituição, independentemente da existência de vaga. (Incluído pela Lei nº
13.882, de 2019)

Art. 24. Para a proteção patrimonial dos bens da sociedade conjugal ou daqueles
de propriedade particular da mulher, o juiz poderá determinar, liminarmente, as
seguintes medidas, entre outras:
I - restituição de bens indevidamente subtraídos pelo agressor à ofendida;
II - proibição temporária para a celebração de atos e contratos de compra, venda e
locação de propriedade em comum, salvo expressa autorização judicial;
III - suspensão das procurações conferidas pela ofendida ao agressor;
IV - prestação de caução provisória, mediante depósito judicial, por perdas e danos
materiais decorrentes da prática de violência doméstica e familiar contra a
ofendida.

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A Lei 13.882/2019 a garante a matrícula dos dependentes da mulher vítima de violência doméstica e
familiar em instituição de educação básica mais próxima de seu domicílio. Mesmo se não houver vaga na
escola próxima, ainda assim, o dependente da vítima terá direito de ser matriculado como um excedente, ou
seja, mesmo fora do número de vagas (já explicado acima).

13.5. Vias impugnativas

a) Indeferimento ou revogação de medida já imposta: RESE, através de interpretação ontológica e


evolutiva do art. 581, V do CPP, posto que são medidas constritivas da liberdade.
b) Deferimento: Habeas corpus ao Tribunal de Justiça, câmara criminal. Além de ser uma restrição
libertária, há risco ao direito ambulatorial na medida em que eventual descumprimento da Medida
protetiva de urgência posta pode acarretar a decretação da prisão preventiva ou a detenção
cominada pelo art. 24-A.

Cabe habeas corpus para apurar eventual ilegalidade na fixação de medida


protetiva de urgência consistente na proibição de aproximar-se de vítima de
violência doméstica e familiar. STJ. 5ª Turma. HC 298499-AL, Rel. Min. Reynaldo
Soares da Fonseca, julgado em 1º/12/2015 (Info 574).

13.6. Descumprimento das medidas protetivas de urgência

Quais as consequências caso o indivíduo descumpra a decisão judicial que impôs a medida
protetiva de urgência?
• É possível a execução da multa imposta;
• É possível a decretação de sua prisão preventiva (art. 313, III, do CPP) – caso presentes também os
indícios do art. 312, CPP (analisaremos adiante)
• O agente responderá pelo crime do art. 24-A da Lei nº 11.340/2006:

Art. 24-A. Descumprir decisão judicial que defere medidas protetivas de urgência
previstas nesta Lei:
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos
§ 1º A configuração do crime independe da competência civil ou criminal do juiz
que deferiu as medidas.
§ 2º Na hipótese de prisão em flagrante, apenas a autoridade judicial poderá
conceder fiança.
§ 3º O disposto neste artigo não exclui a aplicação de outras sanções cabíveis.

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A conduta de descumprir medida protetiva de urgência


prevista na Lei Maria da Penha configura crime?
Antes da Lei nº 13.641/2018: Depois da Lei nº 13.641/2018 (atualmente):
NÃO SIM
Antes da alteração, o STJ entendia que o Foi inserido novo tipo penal na Lei Maria da
descumprimento de medida protetiva de Penha prevendo como crime essa conduta:
urgência prevista na Lei Maria da Penha (art. Art. 24-A. Descumprir decisão judicial que
22 da Lei 11.340/2006) não configurava defere medidas protetivas de urgência
infração penal. previstas nesta Lei:
O agente não respondia nem mesmo por Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois)
crime de desobediência (art. 330 do CP). anos.

O art. 24-A, inserido pela Lei 13.641/2018, é o único delito tipificado na Lei nº 11.340/2006.14
Em verdade, trata-se de um delito de desobediência, em que o agressor, ao descumprir a medida
restritiva imposta pelo juízo a título de medida protetiva, está violando a administração da justiça por conta
de seu desprezo à decisão judicial.
Portanto, é sujeito ativo do delito, o agressor destinatário da medida. Já o sujeito passivo é a administração
da justiça e, secundariamente, a vítima.

a) Sujeito ativo: Comete este delito a pessoa que descumpre a medida protetiva de urgência imposta
com base na Lei Maria da Penha.

• Homem ou mulher: Aqui cabe uma interessante observação: ao contrário do que muitos
imaginam, o autor da violência doméstica não precisa ser necessariamente um homem. Assim,
existem casos de violência doméstica praticados por mulheres. Ex: filha contra mãe (STJ HC
277.561/AL).A exigência é de que a vítima seja mulher, mas o agressor pode ser homem ou
mulher.Isso significa que o sujeito ativo do crime do art. 24-A da Lei Maria da Penha pode ser
homem ou mulher. É o caso, por exemplo, da nora que agride a sogra. Se o juiz impuser que a
nora não se aproxime da sogra e a nora descumprir essa ordem, responderá prelo crime do
art. 24-A.
• Partícipes: O indivíduo poderá responder por este delito, na qualidade de partícipe, mesmo
sem ser o autor da violência doméstica.Ex: o juiz determina que João mantenha distância
mínima de 500 metros de Maria (sua ex-esposa) e não tente nenhum contato com ela por
qualquer meio de comunicação (art. 22, III, “a” e “b”). O irmão de João, mesmo sabendo dessa
proibição, envia para Maria, pelo seu número do whatsapp, um áudio do agressor no qual ele
tenta a reconciliação com a vítima.

14 Dizer o Direito
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b) Sujeito passivo: O sujeito passivo é o Estado. Em relação à vítima mediata ou secundária, há


divergência: uns defendem que a vítima secundária é a mulher vítima da violência doméstica,
enquanto outros entendem que é o juiz que expediu a ordem.

c) Tipo objetivo:
• Descumprir: consiste em desobedecer, ou seja, não atender, não cumprir a decisão judicial.
• Ação ou omissão: vale ressaltar que esse crime poderá ser praticado mediante conduta
comissiva (ex: aproximar-se da vítima mesmo havendo uma proibição) ou omissiva (ex: não
pagar os alimentos provisórios fixados pelo juiz como medida protetiva).
• Decisão judicial: deve-se entender em sentido amplo, abrangendo tanto decisões
interlocutórias como eventualmente uma sentença ou acórdão no qual seja fixada a medida
protetiva. A decisão pode ser de 1ª instância ou de Tribunal (colegiada ou monocrática). Obs.:
O fato de a medida em questão ter sido decretada por um juízo cível não afasta a tipificação
do delito do delito. É nesse sentido, aliás, o teor do art. 24-A, §1°:
"A configuração do crime independe da competência civil ou criminal do juiz que
deferiu as medidas".

• Medidas protetivas de urgência previstas na Lei Maria da Penha:As medidas protetivas de


urgência estão previstas nos arts. 22 a 24 da Lei nº 11.340/2006.Esse rol é exemplificativo e o
juiz poderá aplicar outras medidas não expressamente listadas na Lei Maria da Penha.Vale
ressaltar, no entanto, que o crime do art. 24-A somente se verifica se o agente descumprir uma
medida protetiva prevista na Lei nº 11.340/2006. Se o sujeito descumprir medida protetiva
atípica, ou seja, não prevista expressamente na Lei Maria da Penha, não haverá o crime do art.
24-A.
• Reserva de jurisdição:Importante esclarecer que apenas o juiz (ou Tribunal) pode impor as
medidas protetivas de urgência. A autoridade policial ou o membro do Ministério Público não
gozam dessa possibilidade.
• Desobediência:O art. 24-A é um tipo especial de desobediência (art. 330 do CP).

Obs.1: Não se exige violência ou grave ameaça: O crime do art. 24-A pode se consumar mesmo que
o sujeito ativo não tenha agido com violência ou grave ameaça. Ex: o juiz determinou que João, acusado de
violência doméstica, não se aproxime menos que 500m da ex-mulher. O autor do fato, arrependido, procura
a vítima chorando e com um buquê de rosas. Ele terá cometido o crime do art. 24-A. Se houver violência ou
grave ameaça, o agente poderá responder pelo delito do art. 24-A em concurso com outros delitos. Ex: se, o
agente, que estava proibido de se aproximar da ex-mulher, procura-a e a ameaça de morte, ele responderá
pelo delito do art. 24-A da Lei nº 11.340/2006 em concurso com o art. 147 do Código Penal.

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Obs.2: Inexigibilidade de conduta diversa: Uma das medidas protetivas de urgência previstas na Lei
é a “prestação de alimentos provisionais ou provisórios” à mulher (art. 22, V). Se o agente não cumpre essa
medida em virtude de impossibilidade econômica, não poderá ser punido pelo crime do art. 24-A,
considerando que se trata de hipótese de inexigibilidade de conduta diversa, que consiste em causa
excludente de culpabilidade.

d) Tipo subjetivo: O crime é punido a título de dolo.


O dolo, no caso, consiste na vontade livre e consciente de descumprir decisão judicial que defere
medida protetiva de urgência baseada na Lei Maria da Penha. Obviamente, para que haja o crime, é
indispensável que o agente saiba da existência da decisão judicial deferindo a medida protetiva.
Não há crime se o sujeito age com culpa. Ex: vai a uma festa de aniversário de amigos em comum e
ali encontra a ex-mulher sendo que havia uma ordem de não aproximação.

e) Consumação e tentativa:
A medida protetiva pode consistir em uma ordem para que o agente faça alguma coisa ou para que
não faça (não adote determinado comportamento). Desse modo, o crime se consuma no momento em que
o agente faz a conduta proibida na decisão judicial (ex: entra em contato com a ex-mulher, mesmo isso tendo
sido proibido) ou, então, no instante em que termina o prazo que havia sido fixado para que o sujeito
adotasse determinado comportamento (ex: juiz fixou o prazo de 24h para que o agressor deixasse a casa;
após isso, sem cumprimento, o crime já terá se consumado).
A tentativa, em tese, é possível na modalidade comissiva. Ex: o ex-marido, mesmo estando proibido
de entrar em contato com a ex-mulher, envia-lhe uma carta, que é interceptada pela sogra.

f) Considerações gerais sobre o crime do art. 24-A:

✓ Trata-se de crime próprio, pois exige característica especial do agente.


✓ Formal, pois se consuma independentemente da existência de um resultado material bastando
a conduta de desrespeitar a medida protetiva.
✓ Doloso, pois não está presente a tipicidade especifica exigida pelos crimes culposos.
✓ Instantâneo, pois se aperfeiçoa de imediato.
✓ Plurissubsistente, pois sua conduta é fracionável, admitindo-se a tentativa
✓ Ação penal: A ação penal é pública incondicionada.

Observações importantes:
• § 1º: A configuração do crime independe da competência civil ou criminal do juiz que deferiu as
medidas: As medidas protetivas de urgência da Lei nº 11.340/2006 não são exclusivas do processo

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penal. Isso significa que podem ser aplicadas em processos cíveis, independentemente da existência
de inquérito policial ou processo criminal contra o suposto agressor.

• § 2º Na hipótese de prisão em flagrante, apenas a autoridade judicial poderá conceder fiança: A


Lei nº 13.641/2018, ao incluir esse § 2º, criou uma exceção à regra do art. 322 do CPP. Isso porque o
§ 2º proíbe que o Delegado de Polícia conceda fiança para o crime do art. 24-A, a despeito desse
delito ter pena máxima de 2 anos.

CUIDADO! Veda-se a concessão de fiança pela autoridade policial somente no delito do art. 24-A! Caso seja
praticado outro delito, com pena máxima de 4 anos, ainda que no âmbito da Lei Maria da Penha, será
possível a concessão da fiança, nos moldes do art. 322 do CPP! Em outras palavras: o mero fato de o crime
ter sido praticado no âmbito da violência doméstica e familiar contra a mulher, por si só, não afasta a
concessão da fiança!

Renato Brasileiro explica:


“(...)Se o art. 322 do CPP dispõe que a autoridade policial poderá conceder fiança às infrações penais cuja
pena máxima não seja superior a 4 (quatro) anos, não se pode estabelecer qualquer outro requisito para a
concessão do referido benefício, sob pena de indevida violação ao princípio da legalidade. De mais a mais, o
simples fato de um crime estar sujeito à decretação da prisão preventiva não é óbice à concessão da fiança
pela autoridade policial.”

• § 3º O disposto neste artigo não exclui a aplicação de outras sanções cabíveis: descumprimento de
medida protetiva pode ensejar: a execução da multa eventualmente imposta E a decretação da
prisão preventiva do autor. O que este § 3º explicita é que tais consequências continuam
acontecendo mesmo agora com a existência de um tipo penal específico para essa conduta.

• Lei nº 9.099/95 para o crime do art. 24-A da Lei Maria da Penha


A pena máxima do art. 24-A não ultrapassa dois anos, razão pela qual parte da doutrina entende que
se trata de infração de menor potencial ofensivo (art. 61 da Lei nº 9.099/95) 15. Diante disso, indaga-se a
possibilidade da transação penal, da suspensão condicional do processo e dos demais benefícios da Lei nº
9.099/95 para o autor do crime do art. 24-A da Lei nº 11.340/2006.
A jurisprudência é extremamente refratária à aplicação de qualquer medida despenalizadora em se
tratando de delitos que envolvam violência doméstica. Nesse sentido, a título de exemplo, as súmulas 536,
542 e 588, todas do STJ:

15Renato Brasileiro discorda e afirma que, a despeito de a pena máxima cominada não ser superior a 2 anos, o art. 24-A é
crime comum, de competência do juízo comum, aplicando-se o procedimento comum sumário.
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Súmula 536-STJ: A suspensão condicional do processo e a transação penal não se


aplicam na hipótese de delitos sujeitos ao rito da Lei Maria da Penha.

NÃO CONFUNDA: Em se tratando de crimes praticados com violência doméstica e familiar contra a mulher
NÃO SE APLICA A SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO, ENTRETANTO É POSSÍVEL A CONCESSÃO DA
SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA (Código Penal).

14. PRISÃO PREVENTIVA

Art. 20. Em qualquer fase do inquérito policial ou da instrução criminal, caberá a


prisão preventiva do agressor, decretada pelo juiz, de ofício, a requerimento do
Ministério Público ou mediante representação da autoridade policial.

A prisão preventiva na Lei Maria da Penha é um tema bastante controvertido na doutrina. Isso porque
a Lei prevê a possibilidade de decretação da cautelar, pelo juiz, de ofício, em qualquer fase da persecução
penal, o que, para a doutrina amplamente majoritária, violaria do Sistema Acusatório. Na realidade, antes
mesmo do advento do Pacote Anticrime, que veio para reforçar a imparcialidade do juiz, já havia acirrada
discussão sobre o tema.
Após o advento do Pacote Anticrime, como proceder?
⦁ Prova objetiva – sugerimos marcar a assertiva que contempla a letra da lei, ou seja, que
admite a possibilidade de o juiz decretar a prisão preventiva, seja em fase de inquérito
policial ou instrução penal.
⦁ Prova discursiva – é imprescindível trazer os dois posicionamentos sobre o tema, no sentido
de que, para uma primeira corrente,é possível a decretação de ofício pelo juiz, em razão do
princípio da especialidade, enquanto para uma segunda corrente, é inviável tal decretação,
sob pena de violar o Sistema Acusatório.

Obs.: Prisão preventiva em razão do descumprimento das medidas protetivas de urgência


Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a decretação da
prisão preventiva: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
III - se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, criança,
adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para garantir a execução
das medidas protetivas de urgência; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de
2011).

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A possibilidade de decretação da prisão preventiva em face do descumprimento injustificado das


medidas protetivas de urgência decretadas decorre da necessidade de emprestar, a estas, força coercitiva.
Se tais medidas não surtirem efeito almejado, a prisão preventiva pode ser decretada como soldado de
reserva, a fim de se evitar a reiteração de violência doméstica e familiar contra a mulher.
Ressalta-se que não basta o mero descumprimento das medidas protetivas de urgência, sendo
imprescindível, ainda, preencher os requisitos previstos no art. 312, CPP. Nas palavras de Renato Brasileiro
(2020):

“Como a redação do inciso IIII do art. 313 não faz distinção quanto à natureza da
pena do crime doloso, deve-se entender que, independentemente da espécie de
pena cominada ao delito (reclusão ou detenção) e do quantum de pena a ele
cominado, a prisão preventiva pode ser adotada como medida de ultima ratio no
sentido de compelir o agente à observância das medidas protetivas de urgência
previstas na Lei Maria da Penha, mas desde que presente um dos fundamentos
que autorizam a prisão preventiva (CPP, art. 312)”

No mesmo sentido, o STJ:

STJ: “(...) Muito embora o art. 313, IV, do Código de Processo Penal, com a redação
dada pela Lei nº 11.340/2006, admita a decretação da prisão preventiva nos crimes
dolosos que envolvam violência doméstica e familiar contra a mulher, para garantir
a execução de medidas protetivas de urgência, a adoção dessa providência é
condicionada ao preenchimento dos requisitos previstos no art. 312 daquele
diploma. É imprescindível que se demonstre, com explícita e concreta
fundamentação, a necessidade da imposição da custódia para garantia da ordem
pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal ou para
assegurar a aplicação da lei penal, sem o que não se mostra razoável a privação da
liberdade, ainda que haja descumprimento de medida protetiva de urgência,
notadamente em se tratando de delitos punidos com pena de detenção”. (STJ, 6ª
Turma, HC 100.512/MT, Rel. Min. Paulo Gallotti, DJe 23/06/2008).

ATENÇÃO! Segundo a jurisprudência do STJ, NÃO É POSSÍVELa decretação de prisão preventiva do


autor de contravenção penal, mesmo que tenha praticado o fato no âmbito de violência doméstica, mesmo
que ele tenha descumprido medida protetiva imposta (STJ. 6º turma. HC437.535).
O sentido da vedação à cautelar pessoal nesta hipótese é simples: a redação do art. 313 III do código
de Processo Penal fala em CRIME, não abarcando a contravenção penal, logo, em respeito ao princípio da
legalidade não há possibilidade de aplicar a prisão preventiva nessa hipótese.

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15. RETRATAÇÃO DA REPRESENTAÇÃO NOS CRIMES PRATICADOS NO CONTEXTO DA LEI 11.340/06

Art. 16. Nas ações penais públicas condicionadas à representação da ofendida de


que trata esta Lei, só será admitida a renúncia à representação perante o juiz, em
audiência especialmente designada com tal finalidade, antes do recebimento da
denúncia e ouvido o Ministério Público.

Percebe-se aqui que há uma exceção à regra geral trazida pelo Código de Processo Penal, podendo
haver retratação da representação após oferecimento da denúncia.

CÓDIGO DE PROCESSO PENAL LEI 11.340/06

A retratação poderá ocorrer até o A retratação poderá ocorrer o


oferecimento da denúncia (art. 25) recebimento da denúncia (art. 16)

Atenção! Se a mulher vítima de crime de ação pública condicionada comparecer ao cartório da vara
e manifestar interesse em se retratar da representação, ainda assim o juiz deverá designar audiência para
que ela confirme essa intenção e seja ouvido o MP, nos termos do art. 16.

A Lei Maria da Penha autoriza, em seu art. 16, que, se o crime for de ação pública
condicionada (ex: ameaça), a vítima possa se retratar da representação que havia
oferecido, desde que faça isso em audiência especialmente designada, ouvido o
MP. Veja: Art. 16. Nas ações penais públicas condicionadas à representação da
ofendida de que trata esta Lei, só será admitida a renúncia à representação perante
o juiz, em audiência especialmente designada com tal finalidade, antes do
recebimento da denúncia e ouvido o Ministério Público. Não atende ao disposto
neste art. 16 a retratação da suposta ofendida ocorrida em cartório de Vara, sem a
designação de audiência específica necessária para a confirmação do ato. Em
outras palavras, se a vítima comparece ao cartório e manifesta interesse em se
retratar, ainda assim o juiz deverá designar a audiência para ouvir a ofendida e o
MP, não podendo rejeitar a denúncia sem cumprir esse procedimento. STJ. 5ª
Turma. HC 138143-MG, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 03/09/2019 (Info 656).

16. VEDAÇÕES PREVISTAS NA LEI MARIA DA PENHA

16.1 Vedação à pena de cesta básica, prestação pecuniária ou pagamento isolado da multa

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Art. 17. É vedada a aplicação, nos casos de violência doméstica e familiar contra a
mulher, de penas de cesta básica ou outras de prestação pecuniária, bem como a
substituição de pena que implique o pagamento isolado de multa.

Esse dispositivo proíbe que o juiz aplique as seguintes penas restritivas de direitos à pessoa que
praticou violência doméstica e familiar contra a mulher:
• Pena de "cesta básica";
• Quaisquer espécies de prestação pecuniária (art. 45, §§ 1º e 2º);
• Pagamento isolado de multa (art. 44, § 2º do CP).

Tal vedação se presta a não atribuição de um caráter meramente patrimonial à punição do agressor,
o que de certa forma incentivaria um processo discriminatório em que agressores abastados financeiramente
se eximiriam de sua responsabilidade com o mero pagamento de indenizações e prestações pecuniárias.

16.2. Vedação às penas restritivas de direito16

Alguns doutrinadores começaram a sustentar a tese de que o art. 17, ao proibir apenas esses tipos
de penas, teria, a contrario sensu, permitido que fossem aplicadas outras espécies de penas restritivas de
direitos.

Essa interpretação foi aceita pela jurisprudência? É possível a aplicação de penas restritivas de
direito para os crimes cometidos contra a mulher com violência ou grave ameaça no ambiente doméstico?
R.: NÃO. A jurisprudência entende que não cabe a substituição da pena privativa de liberdade por
restritiva de direitos nos crimes cometidos contra a mulher com violência ou grave ameaça no ambiente
doméstico. O STJ editou a súmula 588 para espelhar essa sua posição consolidada:

Súmula 588 – A prática de crime ou contravenção penal contra a mulher com


violência ou grave ameaça no ambiente doméstico impossibilita a substituição da
pena privativa de liberdade por restritiva de direitos. (Dje 18/09/2017)

STF concorda com o teor da súmula 588 do STJ?


R.: Em parte. Em caso de CRIMES praticados contra a mulher com violência ou grave ameaça no
ambiente doméstico: o STF possui o mesmo entendimento do STJ e afirma que não cabe a substituição por
penas restritivas de direitos. Nesse sentido:

16 Explicação via Dizer o Direito


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Não é possível a substituição de pena privativa de liberdade por restritiva de


direitos ao condenado pela prática do crime de lesão corporal praticado em
ambiente doméstico (art. 129, § 9º do CP). A substituição da pena privativa de
liberdade por restritiva de direitos pressupõe, entre outras coisas, que o crime não
tenha sido cometido com violência ou grave ameaça (art. 44, I, do CP). STF. 2ª
Turma. HC 129446/MS, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 20/10/2015 (Info 804).

Por outro lado, em caso de CONTRAVENÇÕES PENAIS praticadas contra a mulher com violência ou
grave ameaça no ambiente doméstico há uma discordância. Ex: imagine que o marido pratica vias de fato
(art. 21 da Lei de Contravenções Penais) contra a sua esposa; ele poderá ser beneficiado com pena restritiva
de direitos?
• STJ e 1ª Turma do STF:NÃO. Não é possível a substituição da pena privativa de liberdade por
restritiva de direitos tanto no caso de crime como contravenção penal praticados contra a
mulher com violência ou grave ameaça no ambiente doméstico. É o teor da Súmula 588-STJ. A
1ª Turma do STF também comunga do mesmo entendimento: HC 137888/MS, Rel. Min. Rosa
Weber, julgado em 31/10/2017.
• 2ª Turma STF:SIM. Afirma que é possível a conversão da pena privativa de liberdade por
restritiva de direito, nos moldes previstos no art. 17 da Lei Maria da Penha, aos condenados pela
prática de contravenção penal. Isso porque a contravenção penal não está na proibição contida
no inciso I do art. 44 do CP, que fala apenas em crime. Logo, não existe proibição no
ordenamento jurídico para a aplicação de pena restritiva de direitos em caso de contravenções.
Nesse sentido: STF. 2ª Turma. HC 131160, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 18/10/2016.
Relembre o que diz o inciso I do Código Penal:

DICA! Em concursos, se o enunciado não estiver fazendo qualquer distinção, fiquem com
a posição exposta na súmula e que também é adotada pela 1ª Turma do STF.

16.3. Vedação à aplicação o Princípio da Insignificância

Não se aplica o princípio da insignificância nos crimes ou contravenções penais praticados contra a
mulher no âmbito das relações domésticas. Os delitos praticados com violência contra a mulher, devido à
expressiva ofensividade, periculosidade social, reprovabilidade do comportamento e lesão jurídica causada,
perdem a característica da bagatela e devem submeter-se ao direito penal.
Assim, o STJ e o STF não admitem a aplicação dos princípios da insignificância aos crimes e
contravenções praticados com violência ou grave ameaça contra a mulher, no âmbito das relações
domésticas, dada a relevância penal da conduta.

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Não se aplica o princípio da insignificância aos delitos praticados em situação de


violência doméstica. Os delitos praticados com violência contra a mulher, devido à
expressiva ofensividade, periculosidade social, reprovabilidade do comportamento
e lesão jurídica causada, perdem a característica da bagatela e devem submeter-se
ao direito penal. O STJ e o STF não admitem a aplicação dos princípios da
insignificância e da bagatela imprópria aos crimes e contravenções praticados com
violência ou grave ameaça contra a mulher, no âmbito das relações domésticas,
dada a relevância penal da conduta. Vale ressaltar que o fato de o casal ter se
reconciliado não significa atipicidade material da conduta ou desnecessidade de
pena. STJ. 5ª Turma. HC 333.195/MS, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em
12/04/2016. STJ. 6ª Turma. AgRg no HC 318849/MS, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior,
julgado em 27/10/2015. STF. 2ª Turma. RHC 133043/MT, Rel. Min. Cármen Lúcia,
julgado em 10/5/2016 (Info 825).

Súmula 589-STJ: É inaplicável o princípio da insignificância nos crimes ou


contravenções penais praticados contra a mulher no âmbito das relações
domésticas

Obs.: Princípio da Insignificância x Princípio da Bagatela Imprópria


Aplica-se o princípio da bagatela imprópria à infração que nasce relevante para o Direito penal, ou
seja, é uma infração típica, antijurídica e culpável, mas, em momento posterior, verifica-se que a aplicação
de qualquer pena, ao caso concreto, seria totalmente desnecessária.
Nesse sentido, surgiu uma tese defensiva afirmando que, se o casal se reconciliasse durante o curso
do processo criminal, o juiz poderia absolver o réu com base no chamado “princípio da bagatela imprópria”.
No entanto, essa tese NÃO É ACEITA pelos Tribunais Superiores? Assim como ocorre com o princípio
da insignificância, também não se admite a aplicação do princípio da bagatela imprópria para os crimes ou
contravenções penais praticados contra mulher no âmbito das relações domésticas, tendo em vista a
relevância do bem jurídico tutelado

O fato de o casal ter se reconciliado ou de a vítima ter perdoado não importará na


absolvição do réu. Nesse sentido: O princípio da bagatela imprópria não tem
aplicação aos delitos praticados com violência à pessoa, no âmbito das relações
domésticas, dada a relevância penal da conduta, não implicando a reconciliação do
casal em desnecessidade da pena. STJ. 6ª Turma. AgRg no REsp 1463975/MS, Rel.
Min. Nefi Cordeiro, julgado em 09/08/2016.

No mesmo sentido: STJ. 6ª Turma. AgInt no HC 369.673/MS, Rel. Min. Rogerio


Schietti Cruz, julgado em 14/02/2017.
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CAIU EM PROVA – DELTA/PR 2021:


Sobre Lei nº 11.340/2006, a qual cria os mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a
mulher, assinale a alternativa correta.

A) O crime de lesão corporal leve, praticado contra a mulher no âmbito das relações domésticas e familiares,
deve ser processado mediante ação penal pública condicionada à representação.
B) Presentes os requisitos, é possível a realização de transação penal nos crimes que envolvem violência
doméstica e familiar contra a mulher.
C) Não é possível a aplicação do princípio da insignificância nos delitos praticados com violência ou grave
ameaça no âmbito das relações domésticas e familiares contra a mulher.
D) O sujeito passivo da violência doméstica objeto da Lei Maria da Penha é apenas a mulher, e o sujeito ativo
é apenas o homem.
E) O descumprimento de medida protetiva de urgência configura o crime de desobediência em face da
inexistência de outras sanções previstas no ordenamento jurídico para a hipótese.

Gabarito: Letra C

17. AÇÃO PENAL NOS CRIMES DA LEI MARIA DA PENHA

Inicialmente, cumpre salientar que não são todos os crimes praticados no contexto de violência
doméstica e familiar contra a mulher que são de ação penal pública incondicionada. Veja: a regra prevista
pelo Código Penal é que os crimes serão de ação penal pública incondicionada, inclusive quando não houver
previsão expressa nesse sentido. Ou seja: quando o Código não falar nada, o crime será de ação penal pública
incondicionada (essa regra vale para todos os crimes!). Assim, para que o crime seja de ação penal privada
ou pública condicionada, deve haver disposição expressa nesse sentido.
Ocorre que havia divergência doutrinária sobre o crime de LESÃO CORPORAL LEVE e LESÃO
CORPORAL CULPOSA no âmbito da Lei Maria da Penha. Isso porque, por um lado, a Lei 9099/95 afirma que
os crimes de lesão corporal culposa e leve são de ação penal pública condicionada à representação (art. 88),
enquanto, por outro lado, o art. 41 da Lei Maria da Penha expressamente afasta a incidência da Lei 9099/95
aos crimes cometidos no âmbito da Violência Doméstica e familiar contra a mulher.
Assim surgiu a seguinte divergência: aplica-se o disposto na Lei 9099/95, que prevê a ação penal
pública condicionada à representação para as lesões corporais leves e culposas, ou se aplica o disposto na
Lei 11.340/06, que veda a aplicação da Lei 9099/95 aos crimes da Lei?
A doutrina e jurisprudência dominantes são no sentido de que deve prevalecer o art. 41 da Lei Maria
da Penha, em razão do princípio da especialidade. Assim, embora a regra geral seja de que as lesões
corporais leves e culposas dependam de representação,SE OCORREREM NO ÂMBITO DA LEI MARIA DA
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PENHA, SERÃO CRIMES DE AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA. Não porque a Lei 11.340/06 dispõe
dessa forma, mas sim porque veda a aplicação da Lei 9099/95.
Portanto, o queremos dizer é:
∘ Se o crime praticado no âmbito de violência doméstica e familiar contra a mulher estiver
previsto no CÓDIGO PENAL como um crime condicionado à representação, como é o caso
da ameaça, assim será. As ameaças no contexto de violência doméstica precisarão de
representação da ofendida pois esta é a regra geral do Código Penal - e a Lei Maria da Penha
não afasta a incidência do Código Penal.
∘ Por outro lado, se o crime praticado no âmbito de violência doméstica e familiar contra a
mulher estiver previsto NA LEI DE JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS como um crime
condicionado à representação, como é o caso da lesão corporal leve e culposa, essa regra
não será aplicada aos crimes praticados no contexto de violência doméstica pois a própria
Lei Maria da Penha afasta a incidência da lei 9099/95.

Art. 41. Aos crimes praticados com violência doméstica e familiar contra a mulher,
independentemente da pena prevista, não se aplica a Lei no 9.099, de 1995.

Informativo 654 do STF - Aos crimes praticados com violência doméstica e familiar
contra a mulher não se aplica a Lei dos Juizados Especiais (Lei n. 9.099/95), mesmo
que a pena seja menor que 2 anos.

Súmula 542, STJ: a ação penal relativa ao crime de lesão corporal resultante de
violência doméstica contra a mulher é pública incondicionada.

Veja a explicação do professor Renato Brasileiro sobre o tema (2020, Pg. 1281):

"Lado outro, o art. 41 da Lei nº 9.099/95 dispõe que, aos crimes praticados com
violência doméstica e familiar contra a mulher, independentemente da pena
prevista, não se aplica a Lei nº 9.099/95. Ora, se a Lei dos Juizados não é aplicável
às situações de violência doméstica e familiar contra a mulher, e se é a Lei nº
9.099/95 que dispõe que os crimes de lesão corporal leve e de lesão corporal
culposa são de ação penal pública condicionada à representação (art. 88), conclui-
se que, se acaso praticados no contexto de violência doméstica e familiar contra a
mulher, tais delitos seriam de ação penal pública incondicionada.".

18. COMPETÊNCIA NA LEI MARIA DA PENHA

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Art. 13. Ao processo, ao julgamento e à execução das causas cíveis e criminais


decorrentes da prática de violência doméstica e familiar contra a mulher aplicar-
se-ão as normas dos Códigos de Processo Penal e Processo Civil e da legislação
específica relativa à criança, ao adolescente e ao idoso que não conflitarem com o
estabelecido nesta Lei.

Art. 14. Os Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, órgãos da


Justiça Ordinária com competência cível e criminal, poderão ser criados pela União,
no Distrito Federal e nos Territórios, e pelos Estados, para o processo, o julgamento
e a execução das causas decorrentes da prática de violência doméstica e familiar
contra a mulher.
Parágrafo único. Os atos processuais poderão realizar-se em horário noturno,
conforme dispuserem as normas de organização judiciária.
Art. 14-A. A ofendida tem a opção de propor ação de divórcio ou de dissolução de
união estável no Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a
Mulher. (Incluído pela Lei nº 13.894, de 2019)
§ 1º Exclui-se da competência dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar
contra a Mulher a pretensão relacionada à partilha de bens. (Incluído pela Lei nº
13.894, de 2019)
§ 2º Iniciada a situação de violência doméstica e familiar após o ajuizamento da
ação de divórcio ou de dissolução de união estável, a ação terá preferência no juízo
onde estiver. (Incluído pela Lei nº 13.894, de 2019)

a) Ato infracional:
Ato infracional continua a ser da competência do juizado da infância e da juventude, mesmo
quando cometido contra a mulher no âmbito familiar.

b) Execução penal:
Embora, o artigo 13 aluda à execução, a competência para tanto continua sendo regida pelo artigo
65 da Lei 7210/84 (lei de execuções penais). Não se aplica ao pé da letra o artigo 13 da lei 11.340, sendo a
competência da execução penal regida pelo referido art. 65 da LEP.

LEP. Art. 65. A execução penal competirá ao Juiz indicado na lei local de
organização judiciária e, na sua ausência, ao da sentença.

c) Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a mulher

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Conforme já mencionado, o Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher não se


confunde com os Juizados Especiais Criminais (cuja aplicação, inclusive, é expressamente vedada pela Lei
Maria da Penha).
O Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher é um órgão fracionário do Poder
Judiciário que teve a sua criação autorizada por esta lei. Cabe aos Tribunais de Justiça dos Estados a criação
desse órgão dentro das suas estruturas, de acordo com as normas de organização judiciária da cada Estado.
Ressalta-se que sua criação é facultativa, estando inserida no âmbito da autonomia política de cada ente
federativo.
O Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher tem competência mista, ou seja, cível
e criminal. Ao mesmo tempo em que se julga o delito praticado em situação de violência doméstica e familiar
contra a mulher, praticam-se atos de natureza cível, como a separação judicial, entre outros.
Ademais, nos locais em que ainda não tiverem sido estruturados os Juizados de Violência Doméstica
e Familiar contra a Mulher, as varas criminais acumularão as competências cível e criminal para as causas
decorrentes de violência doméstica e familiar contra a mulher.

STJ HC 158/615: (…) configurada a conduta praticada como violência doméstica


contra a mulher, independentemente de sua classificação como crime ou
contravenção, deve ser fixada a competência da Vara Criminal para apreciar e julgar
o feito, enquanto não forem estruturados os Juizados de Violência Doméstica e
Familiar contra a mulher.

Inf. 550 do STJ - Juizado da Violência Doméstica possui competência para executar
alimentos por ele fixados. O Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a
Mulher tem competência para julgar a execução de alimentos que tenham sido
fixados a título de medida protetiva de urgência fundada na Lei Maria da Penha em
favor de filho do casal em conflito.

Inf. 572 do STJ - Competência para julgar ação de divórcio advinda de violência
suportada por mulher no âmbito familiar e doméstico. A extinção de medida
protetiva de urgência diante da homologação de acordo entre as partes não afasta
a competência da Vara Especializada de Violência Doméstica ou Familiar contra a
Mulher para julgar ação de divórcio fundada na mesma situação de agressividade
vivenciada pela vítima e que fora distribuída por dependência à medida extinta.

Inf. 617 do STJ -A Vara Especializada da Violência Doméstica ou Familiar Contra a


Mulher possui competência para o julgamento de pedido incidental de natureza
civil, relacionado à autorização para viagem ao exterior e guarda unilateral do
infante, na hipótese em que a causa de pedir de tal pretensão consistir na prática
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de violência doméstica e familiar contra a genitora. STJ. 3ª Turma. REsp 1.550.166-


DF, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 21/11/2017

Obs.: Quem julga o crime de estupro de vulnerável praticado por pai contra filha de 4 anos: vara
criminal “comum” ou vara de violência doméstica e familiar contra a mulher?

Se o fator determinante que ensejou a prática do crime foi a tenra idade da vítima fica afastada a
vara de violência doméstica e familiar? Ex: estupro de vulnerável praticado por pai contra a filha, de 4 anos.

• SIM. Posição da 5ª Turma do STJ: Se o fato de a vítima ser do sexo feminino não foi determinante
para a caracterização do crime de estupro de vulnerável, mas sim a tenra idade da ofendida, que
residia sobre o mesmo teto do réu, que com ela manteve relações sexuais, não há que se falar
em competência do Juizado Especial de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher. STJ. 5ª
Turma. AgRg no AREsp 1020280/DF, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 23/08/2018.

• NÃO. Julgado recente da 6ª Turma do STJ: A idade da vítima é irrelevante para afastar a
competência da vara especializada em violência doméstica e familiar contra a mulher e as
normas protetivas da Lei Maria da Penha. STJ. 6ª Turma. RHC 121813-RJ, Rel. Min. Rogerio
Schietti Cruz, julgado em 20/10/2020 (Info 682).

d) Crimes dolosos contra a vida praticados no contexto da violência doméstica e familiar contra a
mulher
Em um primeiro momento cumpre recordarmos que o Tribunal do júri é composto por duas fases,
uma primeira chamada de Iudicium Accusationis, a segunda conhecida como Iudicium Causae.
Na primeira fase temos a participação apenas do Juiz Sumariante, que pode pronunciar,
impronunciar, absolver sumariamente ou desclassificar. Apenas na segunda fase é que entra a atuação do
Júri sendo composto pelo Juiz Presidente e por mais 25 jurados, 7 dos quais irão compor o Conselho de
sentença.
Em alguns Estados essa primeira fase do Tribunal do Júri vem tramitando nos Juizados de violência
doméstica e familiar contra a Mulher, enquanto que, em outros, a primeira fase tramita nas varas privativas
do júri. Isso é possível, dependendo da Lei de Organização judiciária local, pois o que a Constituição Federal
obriga é o Julgamento propriamente dito do crime doloso contra a vida pelo Tribunal do Júri.
Nesse sentido, contemplamos que a Constituição Federal exige é que o julgamento ocorra no
Tribunal do Júri, de forma que nada impede que a Lei de Organização Judiciária delegue a primeira fase a
outro juízo, como por exemplo, ao Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher.

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STF - A Lei de Organização Judiciária poderá prever que a 1° fase do procedimento


do júri seja realizada na Vara de Violência Doméstica em caso de crimes dolosos
contra a vida praticados no contexto de violência doméstica. Não haverá usurpação
da competência constitucional do júri. Apenas o julgamento propriamente dito é
que, obrigatoriamente, deverá ser feito no Tribunal do Júri. STF. 2a Turma. HC
102150/SC, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 27/5/2014.

Obs.: Em caso de ameaça por redes sociais ou pelo Whatsapp, o juízo competente para deferir as medidas
protetivas é aquele no qual a mulher tomou conhecimento das intimidações

Em caso de ameaça proferida contra a mulher por meio de redes sociais (ex:
Facebook) ou por aplicativos como o WhatsApp, o juízo competente para deferir as
medidas protetivas é aquele onde a vítima tomou conhecimento das intimidações,
por ser este o local de consumação do crime previsto pelo art. 147 do Código Penal.
O art. 147 do CP é crime formal, de modo que se consuma no momento em que a
vítima toma conhecimento da ameaça. Segundo o art. 70, primeira parte, do CPP,
"a competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar a
infração". Ex: o ex-marido, residente em Curitiba, ameaçou a vítima por meio de
mensagens no Facebook e no Whatsapp. Quando a vítima recebeu as mensagens
já estava morando em Naviraí (MS). Diante disso, a competência para julgar as
medidas protetivas em favor da mulher é o juízo da comarca de Naviraí (MS). STJ.
3ª Seção. CC 156.284/PR, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 28/02/2018.

19. REPARAÇÃO DE DANOS NO ÂMBITO DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER

A sentença penal condenatória, depois de transitada em julgado, produz diversos efeitos. Um deles
é que a condenação gera a obrigação do réu de reparar o dano causado. Inclusive, à luz do CPC (art. 515), a
sentença condenatória constitui-se em título executivo judicial:

CP. Art. 91. São efeitos da condenação:


I — Tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime;

CPC. Art. 515. São títulos executivos judiciais, cujo cumprimento dar-se-á de acordo
com os artigos previstos neste Título: VI - a sentença penal condenatória transitada
em julgado;

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Assim, a vítima (ou seus sucessores), na posse da sentença que condenou o réu, após o seu trânsito
em julgado, dispõe de um título que poderá ser executado no juízo cível para cobrar o ressarcimento pelos
prejuízos sofridos em decorrência do crime.
O art. 387, IV, do CPP prevê que o juiz, ao condenar o réu, já estabeleça na sentença um valor mínimo
que o condenado estará obrigado a pagar a título de reparação dos danos causados. Veja:

Art. 387.O juiz, ao proferir sentença condenatória: IV — fixará valor mínimo para
reparação dos danos causados pela infração, considerando os prejuízos sofridos
pelo ofendido; (Redação dada pela Lei nº 11.719/2008)

Acerca da fixação desse valor mínimo, atente-se à algumas considerações:


✓ Para que seja fixado o valor da reparação deverá haver pedido expresso e formal do MP ou do
ofendido;
✓ Não é necessário que o MP ou o ofendido, ao fazer o pedido, apontem o valor líquido e certo
pretendido;
✓ A reparação dos danos abrange tanto os danos materiais como os danos morais:
a) Danos materiais - o juiz somente poderá fixar a indenização se existirem provas nos autos
que demonstrem os prejuízos sofridos pela vítima em decorrência do crime.
b) Danos morais - Nos casos de violência contra a mulher praticados no âmbito doméstico e
familiar, o valor mínimo a ser fixado a título de danos morais independe de instrução
probatória. (O dano moral é in re ipsa)

Veja a jurisprudência sobre o tema:

Nos casos de violência contra a mulher praticados no âmbito doméstico e familiar,


é possível a fixação de valor mínimo indenizatório a título de dano moral, desde
que haja pedido expresso da acusação ou da parte ofendida, ainda que não
especificada a quantia, e independentemente de instrução probatória. STJ. 3ª
Seção. REsp 1.643.051-MS, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 28/02/2018
(Info 621).

A posterior reconciliação entre a vítima e o agressor não é fundamento suficiente


para afastar a necessidade de fixação do valor mínimo previsto no art. 387, inciso
IV, do CPP, seja porque não há previsão legal nesse sentido, seja porque compete
à própria vítima decidir se irá promover a execução ou não do título executivo,
sendo vedado ao Poder Judiciário omitir-se na aplicação da legislação processual
penal que determina a fixação do valor mínimo em favor da ofendida. CPP/Art. 387.
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O juiz, ao proferir sentença condenatória:(...) IV - fixará valor mínimo para


reparação dos danos causados pela infração, considerando os prejuízos sofridos
pelo ofendido; STJ. 6ª Turma. REsp 1819504-MS, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em
10/09/2019 (Info 657).

20. LEI 14.022/2020

Vimos que, embora a Lei Maria da Penha não possa ser aplicada aos homens, ainda que em situação
de vulnerabilidade, é possível aplicar a eles as medidas protetivas de urgência.
Nesse sentido, e considerando que, durante a pandemia do Covid-19, verificou-se que o
confinamento social gerou um aumento no número de casos de violência doméstica e familiar contra as
mulheres, crianças, adolescentes, idosos e pessoas com deficiência, foi editada a Lei nº 14.022/2020, que
prevê medidas para enfrentamento da violência doméstica e familiar contra essas pessoas durante o período
de pandemia.
Por se tratar de um tema extremamente recente, aconselhamos a leitura detalhada da lei!
Veja, abaixo, um resumo das mudanças efetuadas17.

1) Serviços de atendimento a essas pessoas são considerados essenciais


O art. 3º da Lei nº 13.979/2020 prevê, em seus incisos, nove medidas para enfrentamento do
coronavírus. Ex: isolamento, quarentena, restrição excepcional e temporária da locomoção interestadual ou
intermunicipal, requisição de bens e serviços, entre outros.
O § 8º do art. 3º faz, contudo, uma ressalva e afirma que essas medidas previstas nos incisos, quando
adotadas, deverão resguardar o exercício e o funcionamento de serviços públicos e atividades essenciais.
A Lei nº 14.022/2020 acrescenta um novo parágrafo ao art. 3º da Lei nº 13.979/2020 afirmando que
são essenciais os serviços e atividades voltados ao atendimento de:
⦁ Mulheres em situação de violência doméstica e familiar;
⦁ Crianças e adolescentes vítimas de crimes previstos no ECA ou no CP;
⦁ Pessoas idosas vítimas de crimes previstos no Estatuto do Idoso ou no CP;
⦁ Pessoas com deficiência vítimas de crimes previstos no Estatuto da Pessoa com Deficiência ou no CP.

Veja o dispositivo inserido:

Art. 3º, § 7º-C Os serviços públicos e atividades essenciais, cujo funcionamento


deverá ser resguardado quando adotadas as medidas previstas neste artigo,
incluem os relacionados ao atendimento a mulheres em situação de violência
doméstica e familiar, nos termos da Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006, a

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Dizer o Direito
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crianças, a adolescentes, a pessoas idosas e a pessoas com deficiência vítimas de


crimes tipificados na Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do
Adolescente), na Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003 (Estatuto do Idoso), na
Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015 (Estatuto da Pessoa com Deficiência), e no
Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal).

Para garantir que esse serviço essencial seja mantido, foi acrescentado o art. 5º-A à Lei nº
13.979/2020 prevendo que:
⦁ Os prazos processuais, a apreciação de matérias, o atendimento às partes e a concessão de medidas
protetivas devem continuar normalmente;
⦁ O registro de ocorrências relacionadas com essas infrações penais poderá ser feito por telefone ou
meio eletrônico.

Art. 5º-A Enquanto perdurar o estado de emergência de saúde internacional


decorrente do coronavírus responsável pelo surto de 2019:
I - os prazos processuais, a apreciação de matérias, o atendimento às partes e a
concessão de medidas protetivas que tenham relação com atos de violência
doméstica e familiar cometidos contra mulheres, crianças, adolescentes, pessoas
idosas e pessoas com deficiência serão mantidos, sem suspensão;
II - o registro da ocorrência de violência doméstica e familiar contra a mulher e de
crimes cometidos contra criança, adolescente, pessoa idosa ou pessoa com
deficiência poderá ser realizado por meio eletrônico ou por meio de número de
telefone de emergência designado para tal fim pelos órgãos de segurança pública;
Parágrafo único. Os processos de que trata o inciso I do caput deste artigo serão
considerados de natureza urgente.

2) Poder público deverá adotar medidas para garantir o atendimento presencial


A Lei nº 14.022/2020 prevê que o poder público deverá adotar as medidas necessárias para que,
mesmo durante a pandemia, seja mantido o atendimento presencial de mulheres, idosos, crianças ou
adolescentes em situação de violência.
Se for necessário, poderá haver a adaptação dos procedimentos estabelecidos na Lei Maria da Penha
(Lei nº 11.340/2006) às circunstâncias emergenciais do período de pandemia. A adaptação dos
procedimentos deverá assegurar a continuidade do funcionamento habitual dos órgãos do poder público
descritos na Lei nº 11.340/2006, no âmbito de sua competência, com o objetivo de garantir a manutenção
dos mecanismos de prevenção e repressão à violência doméstica e familiar contra a mulher e à violência
contra idosos, crianças ou adolescentes.
Se, por razões de segurança sanitária, não for possível manter o atendimento presencial a todas as
demandas relacionadas à violência doméstica e familiar contra a mulher e à violência contra idosos, crianças
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ou adolescentes, o poder público deverá, obrigatoriamente, garantir o atendimento presencial para


situações que possam envolver, efetiva ou potencialmente, os ilícitos previstos:
I - No Código Penal, na modalidade consumada ou tentada:
a) feminicídio (art. 121, § 2º, VI);
b) lesão corporal de natureza grave (art. 129, § 1º);
c) lesão corporal dolosa de natureza gravíssima (art. 129, § 2º);
d) lesão corporal seguida de morte (art. 129, § 3º);
e) ameaça praticada com uso de arma de fogo (art. 147);
f) estupro (art. 213);
g) estupro de vulnerável (art. 217-A);
h) corrupção de menores (art. 218);
i) satisfação de lascívia mediante presença de criança ou adolescente (art. 218-A);
II - na Lei nº 11.340/2006 (Lei Maria da Penha): o crime de descumprimento de medidas
protetivas de urgência (art. 24-A);
III - no ECA;
IV - no Estatuto do Idoso.

3) Realização prioritária do exame de corpo de delito


Mesmo durante a vigência da Lei nº 13.979/2020, ou mesmo durante o estado de emergência de
caráter humanitário e sanitário em território nacional, deverá ser garantida a realização prioritária do exame
de corpo de delito quando se tratar de crime que envolva:
I - Violência doméstica e familiar contra a mulher;
II - Violência contra criança, adolescente, idoso ou pessoa com deficiência.

Nos casos de crimes de natureza sexual, se houver a adoção de medidas pelo poder público que
restrinjam a circulação de pessoas, os órgãos de segurança deverão estabelecer equipes móveis para
realização do exame de corpo de delito no local em que se encontrar a vítima.

4) Disponibilização de canais de comunicação


Os órgãos de segurança pública deverão disponibilizar canais de comunicação que garantam
interação simultânea, inclusive com possibilidade de compartilhamento de documentos, desde que gratuitos
e passíveis de utilização em dispositivos eletrônicos, como celulares e computadores, para atendimento
virtual de situações que envolvam violência contra a mulher, o idoso, a criança ou o adolescente, facultado
aos órgãos integrantes do Sistema de Justiça - Poder Judiciário, Ministério Público e Defensoria Pública, e aos
demais órgãos do Poder Executivo, a adoção dessa medida.
Vale ressaltar que a disponibilização de canais de atendimento virtuais não exclui a obrigação do
poder público de manter o atendimento presencial de mulheres em situação de violência doméstica e
familiar e de casos de suspeita ou confirmação de violência praticada contra idosos, crianças ou adolescentes.
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Nos casos de violência doméstica e familiar, a ofendida poderá solicitar quaisquer medidas protetivas de
urgência à autoridade competente por meio dos dispositivos de comunicação de atendimento on-line.

5)Concessão das medidas protetivas de urgência de forma eletrônica


A Lei prevê que, se as circunstâncias do fato justificarem, a autoridade competente poderá conceder
qualquer uma das medidas protetivas de urgência previstas Lei Maria da Penha, de forma eletrônica.
A autoridade poderá considerar provas coletadas eletronicamente ou por audiovisual, em momento
anterior à lavratura do boletim de ocorrência e a colheita de provas que exija a presença física da ofendida.É
possível ainda que o Poder Judiciário faça a intimação da ofendida e do ofensor da decisão judicial por meio
eletrônico.
Após a concessão da medida de urgência de forma eletrônica, a autoridade competente,
independentemente da autorização da ofendida, deverá:
⦁ I - se for autoridade judicial, comunicar à unidade de polícia judiciária competente para
que proceda à abertura de investigação criminal para apuração dos fatos;
⦁ II - se for delegado de polícia, comunicar imediatamente ao Ministério Público e ao Poder
Judiciário da medida concedida e instaurar imediatamente inquérito policial, determinando
todas as diligências cabíveis para a averiguação dos fatos;
⦁ III - se for policial, comunicar imediatamente ao Ministério Público, ao Poder Judiciário e à
unidade de polícia judiciária competente da medida concedida, realizar o registro de boletim
de ocorrência e encaminhar os autos imediatamente à autoridade policial competente para
a adoção das medidas cabíveis.

6) Prorrogação automática das medidas protetivas


As medidas protetivas deferidas em favor da mulher serão automaticamente prorrogadas e vigorarão
durante a vigência da Lei nº 13.979/2020, ou durante a declaração de estado de emergência.
O juiz competente providenciará a intimação do ofensor, que poderá ser realizada por meios
eletrônicos, cientificando-o da prorrogação da medida protetiva.
Obviamente, essas medidas poderão ser revistas ou cessadas pelo Poder Judiciário caso se entenda
necessário.

7) Denúncia recebidas deverão ser repassadas para os órgãos competentes


As denúncias de violência recebidas na esfera federal pela Central de Atendimento à Mulher - Ligue
180 e pelo serviço de proteção de crianças e adolescentes com foco em violência sexual - Disque 100 devem
ser repassadas, com as informações de urgência, para os órgãos competentes.
O prazo máximo para o envio dessas informações é de 48 horas, salvo impedimento técnico.

8) Autoridade de segurança pública deverá assegurar atendimento ágil

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Em todos os casos, a autoridade de segurança pública deve assegurar o atendimento ágil a todas as
demandas apresentadas e que signifiquem risco de vida e a integridade da mulher, do idoso, da criança e do
adolescente, com atuação focada na proteção integral.

9) Realização de campanhas informativas


O poder público promoverá campanha informativa sobre prevenção à violência e acesso a
mecanismos de denúncia durante a vigência da Lei nº 13.979/2020, ou durante a vigência do estado de
emergência decorrente da Covid-19.

10) Vigência
A Lei nº 14.022/2020 entrou em vigor na data de sua publicação (08/07/2020).

21. ENTENDIMENTOS JURISPRUDENCIAIS IMPORTANTES

Não cabe o arbitramento de aluguel em desfavor da coproprietária vítima de


violência doméstica, que, em razão de medida protetiva de urgência decretada
judicialmente, detém o uso e gozo exclusivo do imóvel de cotitularidade do
agressor

Em regra, a utilização ou a fruição da coisa comum indivisa com exclusividade por


um dos coproprietários, impedindo o exercício de quaisquer dos atributos da
propriedade pelos demais consortes, enseja o pagamento de indenização àqueles
que foram privados do regular domínio sobre o bem, tal como o percebimento de
aluguéis. É o que prevê o art. 1.319 do Código Civil. Contudo, impor à vítima de
violência doméstica e familiar obrigação pecuniária consistente em locativo pelo
uso exclusivo e integral do bem comum constituiria proteção insuficiente aos
direitos constitucionais da dignidade humana e da igualdade, além de ir contra um
dos objetivos fundamentais do Estado brasileiro de promoção do bem de todos sem
preconceito de sexo, sobretudo porque serviria de desestímulo a que a mulher
buscasse o amparo do Estado para rechaçar a violência contra ela praticada, como
assegura a Constituição Federal em seu art. 226, § 8º, a revelar a
desproporcionalidade da pretensão indenizatória em tais casos.
A imposição judicial de uma medida protetiva de urgência - que procure cessar a
prática de violência doméstica e familiar contra a mulher e implique o afastamento
do agressor do seu lar - constitui motivo legítimo a que se limite o domínio deste
sobre o imóvel utilizado como moradia conjuntamente com a vítima, não se
evidenciando, assim, eventual enriquecimento sem causa, que legitime o
arbitramento de aluguel como forma de indenização pela privação do direito de
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propriedade do agressor.
STJ. 3ª Turma. REsp 1966556-SP, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em
08/02/2022 (Info 724).

A reconciliação entre a vítima e o agressor, no âmbito da violência doméstica e


familiar contra a mulher, não é fundamento suficiente para afastar a necessidade
de fixação do valor mínimo para reparação dos danos causados pela infração
penal
A posterior reconciliação entre a vítima e o agressor não é fundamento suficiente
para afastar a necessidade de fixação do valor mínimo previsto no art. 387, inciso
IV, do CPP, seja porque não há previsão legal nesse sentido, seja porque compete
à própria vítima decidir se irá promover a execução ou não do título executivo,
sendo vedado ao Poder Judiciário omitir-se na aplicação da legislação processual
penal que determina a fixação do valor mínimo em favor da ofendida. CPP/Art. 387.
O juiz, ao proferir sentença condenatória:(...) IV - fixará valor mínimo para
reparação dos danos causados pela infração, considerando os prejuízos sofridos
pelo ofendido; STJ. 6ª Turma. REsp 1819504-MS, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em
10/09/2019 (Info 657).

Se a mulher vítima de crime de ação pública condicionada comparece ao cartório


da vara e manifesta interesse em se retratar da representação, ainda assim o juiz
deverá designar audiência para que ela confirme essa intenção e seja ouvido o
MP, nos termos do art. 16
A Lei Maria da Penha autoriza, em seu art. 16, que, se o crime for de ação pública
condicionada (ex: ameaça), a vítima possa se retratar da representação que havia
oferecido, desde que faça isso em audiência especialmente designada, ouvido o
MP. Veja: Art. 16. Nas ações penais públicas condicionadas à representação da
ofendida de que trata esta Lei, só será admitida a renúncia à representação perante
o juiz, em audiência especialmente designada com tal finalidade, antes do
recebimento da denúncia e ouvido o Ministério Público. Não atende ao disposto
neste art. 16 a retratação da suposta ofendida ocorrida em cartório de Vara, sem a
designação de audiência específica necessária para a confirmação do ato. Em
outras palavras, se a vítima comparece ao cartório e manifesta interesse em se
retratar, ainda assim o juiz deverá designar a audiência para ouvir a ofendida e o
MP, não podendo rejeitar a denúncia sem cumprir esse procedimento. STJ. 5ª
Turma. HC 138143-MG, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 03/09/2019 (Info 656).

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A medida de afastamento do local de trabalho, prevista no art. 9º, § 2º, da Lei é


de competência do Juiz da Vara de Violência Doméstica, sendo caso de
interrupção do contrato de trabalho, devendo a empresa arcar com os 15
primeiros dias e o INSS com o restante
O art. 9º, § 2º da Lei Maria da Penha prevê que: O juiz assegurará à mulher em
situação de violência doméstica e familiar, para preservar sua integridade física e
psicológica, manutenção do vínculo trabalhista, quando necessário o afastamento
do local de trabalho, por até seis meses. A competência para determinar essa
medida é do Juiz da Vara de Violência Doméstica ou do Juiz do Trabalho? Juiz da
Vara de Violência Doméstica. O juiz da vara especializada em Violência Doméstica
(ou, caso não haja na localidade, o juízo criminal) tem competência para apreciar
pedido de imposição de medida protetiva de manutenção de vínculo trabalhista,
por até seis meses, em razão de afastamento do trabalho de ofendida decorrente
de violência doméstica e familiar. Isso porque o motivo do afastamento não advém
da relação de trabalho, mas sim da situação emergencial que visa garantir a
integridade física, psicológica e patrimonial da mulher. Qual é a natureza jurídica
desse afastamento? Sobre quem recai o ônus do pagamento? A natureza jurídica
do afastamento por até seis meses em razão de violência doméstica e familiar é de
interrupção do contrato de trabalho, incidindo, analogicamente, o auxílio-doença,
devendo a empresa se responsabilizar pelo pagamento dos quinze primeiros dias,
ficando o restante do período a cargo do INSS. STJ. 6ª Turma. REsp 1757775-SP, Rel.
Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 20/08/2019 (Info 655).

Decisão que fixa alimentos em razão da prática de violência doméstica pode ser
executada sob o rito da prisão civil
A decisão proferida em processo penal que fixa alimentos provisórios ou
provisionais em favor da companheira e da filha, em razão da prática de violência
doméstica, constitui título hábil para imediata cobrança e, em caso de
inadimplemento, passível de decretação de prisão civil. STJ. 3ª Turma. RHC 100446-
MG, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 27/11/2018 (Info 640).

Fixação do valor mínimo para reparação dos danos prevista no art. 387, IV, do
CPP
Nos casos de violência contra a mulher praticados no âmbito doméstico e familiar,
é possível a fixação de valor mínimo indenizatório a título de dano moral, desde
que haja pedido expresso da acusação ou da parte ofendida, ainda que não
especificada a quantia, e independentemente de instrução probatória. CPP/Art.
387. O juiz, ao proferir sentença condenatória: IV - fixará valor mínimo para
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reparação dos danos causados pela infração, considerando os prejuízos sofridos


pelo ofendido. STJ. 3ª Seção. REsp 1643051-MS, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz,
julgado em 28/02/2018 (recurso repetitivo) (Info 621).

Impossibilidade de pena restritiva de direitos em caso de contravenção penal


envolvendo violência doméstica contra a mulher
Cabe substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos em caso
de contravenção penal envolvendo violência doméstica contra a mulher? NÃO.
Posição majoritária do STF e Súmula 588 do STJ. SIM. Existe um precedente da 2ª
Turma do STF (HC 131160, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 18/10/2016). STF.
1ª Turma. HC 137888/MS, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 31/10/2017 (Info 884).

Não se aplica o princípio da insignificância aos delitos praticados em violência


doméstica
Não se aplica o princípio da insignificância aos delitos praticados em situação de
violência doméstica. Os delitos praticados com violência contra a mulher, devido à
expressiva ofensividade, periculosidade social, reprovabilidade do comportamento
e lesão jurídica causada, perdem a característica da bagatela e devem submeter-se
ao direito penal. O STJ e o STF não admitem a aplicação dos princípios da
insignificância e da bagatela imprópria aos crimes e contravenções praticados com
violência ou grave ameaça contra a mulher, no âmbito das relações domésticas,
dada a relevância penal da conduta. Vale ressaltar que o fato de o casal ter se
reconciliado não significa atipicidade material da conduta ou desnecessidade de
pena. STJ. 5ª Turma. HC 333.195/MS, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em
12/04/2016. STJ. 6ª Turma. AgRg no HC 318849/MS, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior,
julgado em 27/10/2015. STF. 2ª Turma. RHC 133043/MT, Rel. Min. Cármen Lúcia,
julgado em 10/5/2016 (Info 825).

Cabimento de HC para questionar a legalidade de medida protetiva da Lei Maria


da Penha
Cabe habeas corpus para apurar eventual ilegalidade na fixação de medida
protetiva de urgência consistente na proibição de aproximar-se de vítima de
violência doméstica e familiar. STJ. 5ª Turma. HC 298499-AL, Rel. Min. Reynaldo
Soares da Fonseca, julgado em 1º/12/2015 (Info 574).

Impossibilidade de penas restritivas de direito


Não é possível a substituição de pena privativa de liberdade por restritiva de
direitos ao condenado pela prática do crime de lesão corporal praticado em
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ambiente doméstico (art. 129, § 9º do CP). STF. 2ª Turma. HC 129446/MS, Rel. Min.
Teori Zavascki, julgado em 20/10/2015 (Info 804).

Não é possível aplicar a suspensão condicional do processo nos crimes praticados


com violência doméstica e familiar contra a mulher
Súmula 536-STJ: A suspensão condicional do processo e a transação penal não se
aplicam na hipótese de delitos sujeitos ao rito da Lei Maria da Penha.

Violência praticada por filha contra a mãe


Aplica-se a Lei Maria da Penha. O agressor também pode ser mulher. STJ. 5ª Turma.
HC 277561/AL, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 06/11/2014.

Violência praticada por filho contra pai idoso


Não se aplica a Lei Maria da Penha. O sujeito passivo (vítima) não pode ser do sexo
masculino. STJ. 5ª Turma. RHC 51481/SC, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em
21/10/2014.

➢ Súmulas Importantes:
Súmula 536, STJ - A suspensão condicional do processo e a transação penal
não se aplicam na hipótese de delitos sujeitos ao rito da Lei Maria da Penha.

Súmula 542, STJ - A ação penal relativa ao crime de lesão corporal resultante de
violência doméstica contra a mulher é pública incondicionada.

Súmula 588, STJ - A prática de crime ou contravenção penal contra a mulher


com violência ou grave ameaça no ambiente doméstico impossibilita a substituição
da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos.

Súmula 589, STJ - É inaplicável o princípio da insignificância nos crimes ou


contravenções penais praticados contra a mulher no âmbito das relações
domésticas.

Súmula 600, STJ - Para a configuração da violência doméstica e familiar prevista no


artigo 5º da Lei n. 11.340/2006 (Lei Maria da Penha) não se exige a coabitação entre
autor e vítima.
Jurisprudência em Teses:
EDIÇÃO N. 41: VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA MULHER
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1) A Lei n. 11.340/2006, denominada Lei Maria da Penha, objetiva proteger a mulher


da violência doméstica e familiar que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual
ou psicológico, e dano moral ou patrimonial, desde que o crime seja cometido no
âmbito da unidade doméstica, da família ou em qualquer relação íntima de afeto.

2) A Lei Maria da Penha atribuiu às uniões homoafetivas o caráter de entidade


familiar, ao prever, no seu artigo 5º, parágrafo único, que as relações pessoais
mencionadas naquele dispositivo independem de orientação sexual.

3) O sujeito passivo da violência doméstica objeto da Lei Maria da Penha é a mulher,


já o sujeito ativo pode ser tanto o homem quanto a mulher, desde que fique
caracterizado o vínculo de relação doméstica, familiar ou de afetividade, além da
convivência, com ou sem coabitação.

4) A violência doméstica abrange qualquer relação íntima de afeto, dispensada a


coabitação.

5) Para a aplicação da Lei n. 11.340/2006, há necessidade de demonstração da


situação de vulnerabilidade ou hipossuficiência da mulher, numa perspectiva de
gênero.

6) A vulnerabilidade, hipossuficiência ou fragilidade da mulher têm-se como


presumidas nas circunstâncias descritas na Lei n. 11.340/2006.

7) A agressão do namorado contra a namorada, mesmo cessado o relacionamento,


mas que ocorra em decorrência dele, está inserida na hipótese do art. 5º, III, da Lei
n. 11.340/06, caracterizando a violência doméstica.

8) Os Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher têm competência


cumulativa para o julgamento e a execução das causas decorrentes da prática de
violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos do art. 14 da Lei n.
11.340/2006.

9) O descumprimento de medida protetiva de urgência não configura o crime de


desobediência, em face da existência de outras sanções previstas no ordenamento
jurídico para a hipótese.

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10) Não é possível a aplicação dos princípios da insignificância e da bagatela


imprópria nos delitos praticados com violência ou grave ameaça no âmbito das
relações domésticas e familiares.

11) O crime de lesão corporal, ainda que leve ou culposo, praticado contra a mulher
no âmbito das relações domésticas e familiares, deve ser processado mediante ação
penal pública incondicionada.

12) É cabível a decretação de prisão preventiva para garantir a execução de medidas


de urgência nas hipóteses em que o delito envolver violência doméstica.

13) Nos crimes praticados no âmbito doméstico e familiar, a palavra da vítima tem
especial relevância para fundamentar o recebimento da denúncia ou a condenação,
pois normalmente são cometidos sem testemunhas.

14) A suspensão condicional do processo e a transação penal não se aplicam na


hipótese de delitos sujeitos ao rito da Lei Maria da Penha. (Súmula n. 536/STJ)

15) É inviável a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos


nos casos de violência doméstica, uma vez que não preenchidos os requisitos do art.
44 do CP.

16) O habeas corpus não constitui meio idôneo para se pleitear a revogação de
medidas protetivas previstas no art. 22 da Lei n. 11.340/2006 que não implicam
constrangimento ao direito de ir e vir do paciente.

17) A audiência de retratação prevista no art. 16 da Lei n. 11.340/06 apenas será


designada no caso de manifestação expressa ou tácita da vítima e desde que ocorrida
antes do recebimento da denúncia.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Leis Penais Especiais, Volume Único, Gabriel Habib
Legislação Criminal Especial Comentada. Renato Brasileiro de Lima
Vade Mecum ou Buscador de Jurisprudência do Dizer o Direito, Márcio André Lopes Cavalcante

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QUESTÕES PROPOSTAS

1 - 2021 - FUMARC - PC-MG - FUMARC - 2021 - PC-MG - Delegado de Polícia Substituto


A Lei Maria da Penha (Lei 11.340/2006) determina que casos de violência doméstica e intrafamiliar que sejam
tipificados como crime, devem ser apurados através de inquérito policial e remetidos ao Ministério Público.
Nesse sentido, diploma situações de violência doméstica, proíbe a aplicação de penas pecuniárias aos
agressores, amplia a pena aplicável, dentre outras medidas de tutela das mulheres em situação de violência,
assim como de seus dependentes. Sobre a Lei Maria da Penha, é CORRETO afirmar:

A-É considerado constitucional o tratamento diferenciado entre os gêneros – mulher e homem –, no que diz
respeito à necessária proteção ante as peculiaridades física e moral da mulher e a cultura brasileira.
B-O conceito de “família”, tutelável pelo Direito constitucional brasileiro, adstringe-se à união entre homem
e mulher, celebrada pelo casamento civil.
C-Sob a perspectiva de uma interpretação conforme a Constituição, sem redução de texto, a Lei Maria da
Penha pode ser considerada adequada ao modelo constitucional, se a proteção por ela trazida destinar-se,
igualmente, aos homens do núcleo familiar.
D-Trata-se de legislação inconstitucional, uma vez que trata com distinção as mulheres, colocando-as em
situação privilegiada perante os homens;

2 - 2021 - NC-UFPR - PC-PR - NC-UFPR - 2021 - PC-PR - Delegado de Polícia


Sobre Lei nº 11.340/2006, a qual cria os mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a
mulher, assinale a alternativa correta.

A-O crime de lesão corporal leve, praticado contra a mulher no âmbito das relações domésticas e familiares,
deve ser processado mediante ação penal pública condicionada à representação.
B-Presentes os requisitos, é possível a realização de transação penal nos crimes que envolvem violência
doméstica e familiar contra a mulher.
C-Não é possível a aplicação do princípio da insignificância nos delitos praticados com violência ou grave
ameaça no âmbito das relações domésticas e familiares contra a mulher.
D-O sujeito passivo da violência doméstica objeto da Lei Maria da Penha é apenas a mulher, e o sujeito ativo
é apenas o homem.
E-O descumprimento de medida protetiva de urgência configura o crime de desobediência em face da
inexistência de outras sanções previstas no ordenamento jurídico para a hipótese.

3 - 2021 - FGV - PC-RN - FGV - 2021 - PC-RN - Delegado de Polícia Civil Substituto
Noeli compareceu à delegacia de polícia para registrar boletim de ocorrência contra seu companheiro Erson
pelo crime de ameaça. Após chegar em casa, Noeli ouve pedido de desculpa de seu companheiro e apelos

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para que desista da representação. Considerando o disposto na legislação aplicável, quanto à possibilidade
de retratação da representação apresentada, Noeli:

A-não poderá desistir da representação, por tratar-se de ação pública;


B-poderá se retratar perante a autoridade policial até o oferecimento da denúncia;
C-poderá se retratar perante o juiz, em audiência especial, até o recebimento da denúncia;
D-poderá se retratar perante o juiz ou a autoridade policial até a sentença;
E-não poderá se retratar após o oferecimento da denúncia, ainda que na presença do juiz e acompanhada
de advogado.

4 - 2020 - CESPE / CEBRASPE - PC-SE - CESPE / CEBRASPE - 2020 - PC-SE - Delegado de Polícia - Curso de
Instrução
No que se refere ao atendimento policial a grupos vulneráveis, julgue o item a seguir.
A violência doméstica e familiar pode ser caracterizada tanto por ação quanto por omissão.

Certo
Errado

5- 2020 - CESPE / CEBRASPE - PC-SE - CESPE / CEBRASPE - 2020 - PC-SE - Delegado de Polícia - Curso de
Instrução
No que se refere ao atendimento policial a grupos vulneráveis, julgue o item a seguir.
Se uma mulher comparecer a uma delegacia de polícia relatando ter sofrido violência doméstica, para que
um inquérito policial possa ser instaurado, será necessário que haja o consentimento da vítima, na hipótese
de aplicação da Lei n.º 9.099/1995.

Certo
Errado

6- 2020 - CESPE / CEBRASPE - PC-SE - CESPE / CEBRASPE - 2020 - PC-SE - Delegado de Polícia - Curso de
Instrução
No que se refere ao atendimento policial a grupos vulneráveis, julgue o item a seguir.
A conduta de um namorado que ameaça divulgar fotos de sua namorada nua caso ela termine o
relacionamento com ele pode ser enquadrada na Lei Maria da Penha.

Certo
Errado

7 - 2018 - UEG - PC-GO - UEG - 2018 - PC-GO - Delegado de Polícia


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Preenchidos os requisitos legais para concessão da benesse, é possível aplicar ao crime de lesão corporal de
natureza leve praticado em situação de violência doméstica e familiar contra a mulher a

A-transação penal.
B-suspensão condicional da pena.
C-suspensão condicional do processo.
D-absolvição, com base no princípio da insignificância.
E-substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos.

8 - 2018 - VUNESP - PC-SP - VUNESP - 2018 - PC-SP - Delegado de Polícia


Nos termos da Lei no 11.340/2006 (Lei Maria da Penha):

A-a mulher vítima será inquirida sempre com intermediação de profissional do sexo feminino especializado
em violência doméstica e familiar designado pela autoridade judiciária ou policial.
B-é direito da mulher em situação de violência doméstica e familiar o atendimento pericial especializado,
ininterrupto e prestado por servidores exclusivamente do sexo feminino.
C-é direito da mulher em situação de violência doméstica e familiar o atendimento policial e pericial
especializado, ininterrupto e prestado por servidores, preferencialmente do sexo feminino e previamente
capacitados.
D-é direito da mulher em situação de violência doméstica e familiar o atendimento policial especializado,
ininterrupto e prestado por servidores exclusivamente do sexo feminino.
E-a mulher vítima será inquirida sempre com intermediação de profissional especializado em violência
doméstica e familiar designado pela autoridade judiciária ou policial.

9 - 2018 - NUCEPE - PC-PI - NUCEPE - 2018 - PC-PI - Delegado de Polícia Civil


A Lei nº 11.340/2006 cria mecanismos para coibir e prevenir a violência doméstica e familiar contra a mulher.
São consideradas violência contra a mulher não só a física, mas também, psicológica, moral e sexual. E em
todos os casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, feito o registro da ocorrência, deverá a
autoridade policial adotar, de imediato, os seguintes procedimentos, sem prejuízo daqueles previstos no
Código de Processo Penal, EXCETO:

A-colher nome e idade dos dependentes e encaminhá-los a uma Casa de Abrigo;


B-ouvir a ofendida, lavrar o boletim de ocorrência e tomar a representação a termo, se apresentada;
C-colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e de suas circunstâncias;
D-remeter, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, expediente apartado ao juiz com o pedido da ofendida,
para a concessão de medidas protetivas de urgência;
E-determinar que se proceda ao exame de corpo de delito da ofendida e requisitar outros exames periciais
necessários, ouvir o agressor e as testemunhas.
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10 - 2018 - FUNDATEC - PC-RS - FUNDATEC - 2018 - PC-RS - Delegado de Polícia - Bloco II


Em relação à Lei nº 11.340/2006, assinale a alternativa INCORRETA.

A-É direito da mulher em situação de violência doméstica e familiar o atendimento policial e pericial
especializado, ininterrupto e prestado por servidores – preferencialmente do sexo feminino – previamente
capacitados.
B-Deverá a autoridade policial remeter, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, expediente apartado ao juiz
com o pedido da ofendida, para a concessão de medidas protetivas de urgência.
C-Será adotado, preferencialmente, o procedimento de coleta de depoimento registrado em meio eletrônico
ou magnético, devendo a degravação e a mídia integrar o inquérito.
D-Será observada, como diretriz, a realização de sucessivas inquirições sobre o mesmo fato nos âmbitos
criminal, cível e administrativo, bem como questionamentos sobre a vida privada, desde que em recinto
especialmente projetado para esse fim, o qual conterá os equipamentos próprios e adequados à idade da
mulher em situação de violência doméstica e familiar ou testemunha e ao tipo e à gravidade da violência
sofrida.
E-Serão admitidos como meios de prova, os laudos ou prontuários médicos fornecidos por hospitais e postos
de saúde.

11 - 2018 - FUNDATEC - PC-RS - FUNDATEC - 2018 - PC-RS - Delegado de Polícia - Bloco II


De acordo com a Lei Maria da Penha e o entendimento sobre o tema pelos Tribunais Superiores, analise as
assertivas que seguem e assinale V, se verdadeiras, ou F, se falsas.
( ) Maria foi agredida com socos por seu namorado, sem que tenham ocorrido lesões corporais,
caracterizando vias de fato. Nesse caso, deverá representar contra o agressor para a instauração de inquérito
policial.
( ) Mesmo que se trate de namoro duradouro, Maria não poderá receber medidas protetivas previstas na
Lei nº 11.340/2013 em decorrência das agressões sofridas, ainda que medidas cautelares diversas da prisão
constantes no Art. 319, do CPP, possam ser deferidas em seu favor.
( ) Quando um irmão agride uma irmã, na morada comum, tendo se valido de sua autoridade para subjugar
a vítima, é possível o deferimento de medidas protetivas em favor da agredida.
( ) O delito de estupro contra mulher maior de 18 anos é processado mediante ação penal privada.
( ) O delito de injúria (Art. 140, caput, CP) praticado contra mulher no contexto de violência de gênero é
processado mediante ação pública incondicionada.

A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é:

A-V – F – V – F – V.
B-V – V – F – F – V.
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C-F – F – V – V – F.
D-F – V – F – V – F.
E-F – F – V – F – F.

12 - 2018 - FUNDATEC - PC-RS - FUNDATEC - 2018 - PC-RS - Delegado de Polícia - Bloco II


Assinale a alternativa correta a partir do texto da Lei nº 11.340/2006, além dos entendimentos que
prevalecem na doutrina e na jurisprudência dos Tribunais Superiores.

A-Mari Orrana, 35 anos, chegou em casa e ficou chocada ao perceber que o seu cônjuge, Crakeison, 32 anos,
havia subtraído os eletrodomésticos pertencentes a ela, provavelmente, para entregar a algum traficante.
No caso, é possível aplicar-se a regra de imunidade absoluta, prevista no artigo 181, inciso I, do Código Penal.
B-Maríndia foi vítima da contravenção penal de vias de fato, praticada pelo namorado Lacaio. Nessa hipótese,
é possível aplicar penas restritivas de direito ao caso, porque o artigo 44, inciso I, do Código Penal, ao tratar
das penas restritivas de direito, disse não serem cabíveis tais penas aos crimes praticados com violência ou
grave ameaça à pessoa. Portanto, a proibição não deve ser estendida às contravenções penais, sob pena de
analogia in malam partem.
C-O Supremo Tribunal Federal afastou a aplicação do princípio da insignificância às infrações penais
praticadas contra a mulher, no âmbito das relações domésticas, limitando-se a fazê-lo sob o aspecto da
insignificância própria, mantendo a possibilidade de aplicação da insignificância imprópria a tais casos.
D-A Lei Maria da Penha elevou à condição de infração penal toda e qualquer forma de violência contra a
mulher, no âmbito doméstico ou da família, independentemente de coabitação.
E-A regra de imunidade absoluta, prevista no artigo 181, inciso I, do Código Penal, não é passível de ser
estendida ao companheiro ou a relações homoafetivas.

13 - 2018 - VUNESP - PC-BA - VUNESP - 2018 - PC-BA - Delegado de Polícia


A retratação da representação, de acordo com o art. 25 do CPP e do art. 16 da Lei no 11.340/06 (Lei Maria
da Penha), respectivamente,

A-é admitida até o recebimento da denúncia; não é admitida.


B-é admitida até o recebimento da denúncia; só será admitida perante o juiz, antes do recebimento da
denúncia.
C-é inadmitida; só será admitida perante o juiz, antes do recebimento da denúncia.
D-é inadmitida depois de oferecida a denúncia; não é admitida.
E-é inadmitida depois de oferecida a denúncia; só será admitida perante o juiz, antes do recebimento da
denúncia.

14 - 2017 - IBADE - PC-AC - IBADE - 2017 - PC-AC - Delegado de Polícia Civil

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SEMANA 09/12

Em todos os casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, feito o registro da ocorrência, deverá a
autoridade policial adotar, de imediato, os seguintes procedimentos, sem prejuízo de outros previstos no
Código de Processo Penal:

I. ouvir a ofendida, lavrar o boletim de ocorrência e tomar a representação a termo, se apresentada.


II. determinar que se proceda ao exame de corpo de delito da ofendida e requisitar outros exames periciais
necessários.
III. remeter, no prazo de 72 (setenta e duas) horas, expediente apartado ao juiz com o pedido da ofendida,
para a concessão de medidas protetivas de urgência.
IV. ouvir o agressor e as testemunhas. Caso entenda desnecessária a oitiva do agressor, poderá o Delegado
dispensá-lo ouvindo apenas a vítima e as testemunhas.

Está correto o que se afirma apenas em:

A-II e III.
B-II e IV.
C-I e III.
D-I e II.
E-III e IV.

15 - 2017 - CESPE / CEBRASPE - PC-GO - CESPE - 2017 - PC-GO - Delegado de Polícia Substituto
Júlio, durante discussão familiar com sua mulher no local onde ambos residem, sem justo motivo, agrediu-a,
causando-lhe lesão corporal leve. Nessa situação hipotética, conforme a Lei n.º 11.340/2006 e o
entendimento do STJ,

A-a ofendida poderá renunciar à representação, desde que o faça perante o juiz.
B-a ação penal proposta pelo Ministério Público será pública incondicionada.
C-a autoridade policial, independentemente de haver necessidade, deverá acompanhar a vítima para
assegurar a retirada de seus pertences do domicílio familiar.
D-Júlio poderá ser beneficiado com a suspensão condicional do processo, se presentes todos os requisitos
que autorizam o referido ato.
E-Júlio poderá receber proposta de transação penal do Ministério Público, se houver anuência da vítima

16 - 2016 - CESPE / CEBRASPE - PC-GO


Júlio, durante discussão familiar com sua mulher no local onde ambos residem, sem justo motivo, agrediu-a,
causando-lhe lesão corporal leve.
Nessa situação hipotética, conforme a Lei n.º 11.340/2006 e o entendimento do STJ,

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A-a ofendida poderá renunciar à representação, desde que o faça perante o juiz.
B-a ação penal proposta pelo Ministério Público será pública incondicionada.
C-a autoridade policial, independentemente de haver necessidade, deverá acompanhar a vítima para
assegurar a retirada de seus pertences do domicílio familiar.
D-Júlio poderá ser beneficiado com a suspensão condicional do processo, se presentes todos os requisitos
que autorizam o referido ato.
E-Júlio poderá receber proposta de transação penal do Ministério Público, se houver anuência da vítima.

17 - 2016 - FUNCAB - PC-PA - FUNCAB - 2016 - PC-PA - Delegado de Policia Civil - Reaplicação
Adamastor, em ação baseada no gênero, praticou vias de fato contra sua sogra Carmelita, com quem
coabitava, razão pela qual foram deferidas pelo juízo competente medidas protetivas que obrigaram o
agressor a afastar-se do lar e a manter certa distância em relação à ofendida. Adamastor, no entanto,
manifestou sua irresignação judicialmente, pleiteando a revogação das medidas com esteio nos seguintes
argumentos: (I) a Lei n° 11.340 não se aplicaria às relações de parentesco por afinidade; (II) igualmente, o
diploma não teria incidência sobre as contravenções penais, por força de seu art. 41; e (III) a Lei n° 11.340
seria inconstitucional, por criar situação de desigualdade entre os gêneros masculino e feminino. Assim, com
esteio na jurisprudência dominante nos tribunais superiores, a irresignação de Adamastor:

A-não merece prosperar.


B-merece prosperar, com esteio no terceiro argumento.
C-merece prosperas com esteio nos dois primeiros argumentos.
D-merece prosperar, com esteio no primeiro argumento.
E-merece prosperas com esteio no segundo argumento.

18 - 2016 - FUNCAB - PC-PA - FUNCAB - 2016 - PC-PA - Delegado de Policia Civil - Reaplicação
Analise as afirmativas a seguir.
I. Em razão da decisão do STF a ação penal no crime de lesão corporal, ainda que leve, no âmbito da violência
doméstica contra a mulher, é pública incondicionada, não sendo possível a retratação em sede policial. Não
obstante, nos demais crimes de ação penal pública condicionada, como a ameaça no âmbito da violência
doméstica, é admissível a renúncia ou retratação da representação pela mulher perante a autoridade policial.
II. No atendimento à mulher em situação de violência doméstica a autoridade policial deverá garantir à vítima
proteção policial quando necessário, bem como fornecer transporte para a ofendida para abrigo ou local
seguro.
III. Por força da inviolabilidade constitucional do domicílio e dos demais princípios que asseguram um
processo penal garantista, a autoridade policial não poderá acompanhar a ofendida para assegurar a retirada
de seus pertences do domicílio familiar.

Está correto apenas o que se afirma em:


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A-ll e lll.
B-ll.
C-l.
D-lll.
E-l e ll.

19 - 2014 - ACAFE - PC-SC - ACAFE - 2014 - PC-SC - Delegado de Polícia


Analise as afirmações a seguir e assinale a alternativa correta, observando-se configurar violência doméstica
e familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão,
sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial, que tenha lugar:

l no âmbito da família, compreendida como a comunidade formada por indivíduos que são ou se consideram
aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade ou por vontade expressa.
ll em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido com a ofendida, desde
que com ela tenha coabitado.
lll no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço de convívio permanente de pessoas, com
ou sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente agregadas.
lV no âmbito do trabalho, desde que a ofendida seja empregada doméstica e a violência seja perpetrada na
residência onde presta seus serviços.

A-Apenas I, II e IV estão corretas.


B-Apenas II e III estão corretas.
C-Apenas I, III e IV estão corretas.
D-Apenas III e IV estão corretas.
E-Todas as afirmações estão corretas.

20 - 2013 - CESPE / CEBRASPE - PC-BA - CESPE - 2013 - PC-BA - Delegado de Polícia


Considerando o que dispõe a legislação atual acerca de discriminação, julgue o item que se segue.
A violência psicológica, uma das espécies de violência contra a mulher previstas na Lei Maria da Penha,
resulta de conduta que cause, entre outros problemas, dano emocional e diminuição da autoestima da
vítima.

Certo
Errado

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Respostas18

18
1: A 2: C 3: C 4: C 5: E 6: C 7: B 8: C 9: A 10: D 11: E 12: A 13: E 14: D 15: B 16: B 17: A 18: B 19: C 20: C
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MEDICINA LEGAL: SEXOLOGIA FORENSE

1. CONCEITOS IMPORTANTES

 SEXOLOGIA FORENSE: é a parte da Medicina Legal que estuda as questões médico-biológicas e as


perícias ligadas aos delitos contra a dignidade e a liberdade sexual.
 ATOS LIBIDINOSOS: As modalidades com que os atos libidinosos se apresentam variam
extremamente na forma e na intensidade, podendo ir desde o concreto ajuntamento sexual até a
mais distante contemplação lasciva.
 TRANSTORNOS DA SEXUALIDADE: Transtornos da sexualidade são distúrbios qualitativos ou
quantitativos do instinto sexual.
 DISFUNÇÕES SEXUAIS: As disfunções sexuais caracterizam-se por uma perturbação no desejo sexual
e alterações psicofisiológicas que compõem o ciclo de resposta sexual, causando sofrimento
acentuado e dificuldade interpessoal.

As disfunções sexuais são subclassificadas em:

 Transtorno de desejo sexual hipoativo → Tem como característica essencial a deficiência ou


ausência de fantasias sexuais e do desejo de ter atividade sexual, com acentuado sofrimento ou
dificuldade interpessoal. É a FRIGIDEZ ou ANAFRODISIA.
 Transtorno de aversão sexual → A característica básica é a aversão e esquiva ativa do contato genital
com o parceiro, com acentuado sofrimento ou dificuldade interpessoal. Em alguns casos severos da
perturbação, a repulsa chega a ser generalizada, englobando quaisquer estímulos sexuais, até os
mais mínimos, como beijos e toques.
 Transtorno de excitação sexual → A característica fundamental é a incapacidade persistente ou
recorrente de adquirir ou manter uma resposta de excitação adequada, de lubrificação, e turgência
genital, até a conclusão da atividade sexual, com acentuado sofrimento ou dificuldade interpessoal.
É a IMPOTENTIA COEUNDI masculina
 Transtorno orgástico → Atraso ou ausência, persistente ou recorrente, do orgasmo, após uma fase
normal de excitação sexual, com acentuado sofrimento ou dificuldade interpessoal. É classificada
para ambos os sexos.
 Ejaculação precoce → Orgasmo e ejaculação mediante estimulação mínima antes, durante ou logo
após a penetração, e sem que o indivíduo deseje, com acentuado sofrimento ou dificuldade
interpessoal
 Dispaurenia → O transtorno caracteriza-se principalmente por dor genital associada ao intercurso
sexual, com acentuado sofrimento ou dificuldade interpessoal. Embora a dor seja mais

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freqüentemente referida durante o coito, também pode ocorrer antes ou depois dele. A dispaurenia
não é exclusividade das mulheres.
 Vaginismo → Contração involuntária, recorrente ou persistente, dos músculos do períneo,
adjacentes ao terço inferior da vagina, quando é tentada a penetração vaginal com pênis, dedo,
tampão ou especulo, com acentuado sofrimento ou dificuldade interpessoal. Na forma mais grave,
a contração chega mesmo a impedir a penetração, o que pode configurar uma forma de IMPOTÊNCIA
COEUNDI feminina. Em algumas mulheres, até a simples previsão da penetração pode antecipar o
fenômeno.
 Transtornos de identidade de gênero: Identidade de gênero é a convicção íntima de que se é do
gênero masculino ou feminino.

2. PERÍCIAS

2.1 Perícia da Virgindade e Himenologia

Materialmente, a única prova de virgindade é a integridade himenal, ou melhor, a integridade de um


hímen não complacente. Assim, o elemento fundamental nessas perícias é, de fato, o hímen, que, se roto,
destautoriza a afirmação pericial de virgindade.
Conceito de hímen: O hímen é a membrana que circunda o orifício de entrada da vagina. É variável
em forma e tamanho e tem uma abertura única (o óstio himenal), que pode existir em número maior ou
até mesmo não existir.
O hímen é formado por:
(a) Uma face VAGINAL ou INTERNA
(b) Uma face VULVAR ou EXTERNA.

Na anatomia do hímen, são reconhecidos:


(a) A borda de inserção (que se relaciona com as paredes vaginais)
(b) A borda livre (que delimita o óstio)

 A orla situada entre as bordas livre e de inserção e o óstio

Espécies de hímen:
1) Hímen único ou múltiplo

2) Perfurado ou imperfurado
 Perfurado é o que tem perfurações
 Imperfurado é o que não tem perfurações

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3) Comissurado ou acomissurado
 Comissurado é o hímen que forma ângulos
 Acomissurado é o hímen que não forma ângulos

4) Complacente ou não complacente


 Hímen complacente (ou tolerante) → é aquele que possui uma abertura suficientemente grande para
permitir a entrada do pênis sem se romper
 Hímen não complacente → é aquele com abertura normal e que se rompe durante a conjunção
carnal.

5) Com roturas, entalhes ou chanfraduras


 Hímen com 2 entalhes: Não sangram e não cicatrizam
 Chanfraduras são pregas na borda livre da orla. São múltiplas e pouco profundas.

6) Com roturas recentes ou cicatrizadas


 Hímen com rotura recente → conjunção carnal recente
 Sanguinolento, com equimose (equimótico), dolorido.
 Hímen com rotura cicatrizada → conjunção carnal antiga

7) Com carúnculas mirtiformes

2.2 Rotura X Entalhe

A borda do hímen pode ser regular, irregular ou picotada, nesse último caso assemelhando-se a
rupturas incompletas (sinônimo de entalhe), devendo o legista fazer a diferenciação:

a) Roturas: são de etiologia traumática.


Características:
✓ Localizam-se preferencialmente nas partes mais delgadas do hímen.
✓ Costumam ser profundas
✓ Geralmente atingem a borda de inserção
✓ Podem ter as bordas irregulares, e mais espessas
✓ Bordas recobertas por tecido cicatricial esbranquiçado
✓ Tendem a apresentar ângulos agudos
✓ Dispõe-se ao acaso, sem simetria
✓ Permitem, quase sempre, a coaptação (ligamento) forçada de suas bordas

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b) Entalhes: São de natureza congênita. São irregularidades estruturais, por vezes, muito
semelhantes às roturas. Eles aparecem como pequenas reentrâncias na borda livre da orla, que resultam
não de trauma, mas de falhas na formatura do hímen.
Características:
✓ Localizam-se indiferentemente em partes delgadas ou espessas
✓ Não costumam ser profundos e não atingem a borda de inserção
✓ Bordas regulares sem espessamento
✓ Bordas revestidas por epitélio igual ao que reveste o restante do hímen
✓ Possuem ângulos rombos
✓ Geralmente de forma simétrica
✓ Geralmente não há coaptação.

RUPTURA ENTALHE
Se estendem até as borda (Completos) Não se estendem até as bordas
(incompletos)
As bordas se coaptam (se encaixam) As bordas não se coaptam

As bordas apresentam cicatriz As bordas são do mesmo tecido do hímen


Sob luz ultravioleta, apresenta-se pálida Apresenta-se mais vermelha
São assimétricos São geralmente simétricos
Ângulo em forma de V Ângulo arredondado

Métodos para identificar a localização das roturas na Orla:


O Relógio de Lacassagne e os Quadrantes de Oscar freire indicam o local onde o Hímen está rompido:

• Método Cronométrico de Lacassagne (Relógio de de Lacassagne)

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Adota como referência os marcos horários do marcador do relógio analógico, representado sobre a
figura do hímen. Em outras palavras: Representaram o hímen de acordo com um relógio e classificaram a
rotura de acordo com os ponteiros do relógio.

• Método Goniométrico de Oscar Freire (Quadrantes de Oscar Freire)


Oscar freire representou o hímen de acordo com quadrantes: partindo do centro do hímen, divide-o
em graus angulares.
Modernamente, existe uma tendência a preferir o critério que se refere apenas ao quadrante em
que está situada a rotura.
Estando a mulher em posição ginecológica, ao se dividir o hímen em quadrantes, São reconhecidos
4 quadrantes: dois superiores e dois inferiores:

1) Anterior direito
2) Anterior esquerdo
3) Posterior direito
4) Posterior esquerdo

⍟ Quando a relação se der na posição tradicional, a ruptura ocorrerá nos quadrantes inferiores.

DPC-PA/2016 - Os “Quadrantes de Oscar Freire" são utilizados para designara posição:


a)Da vítima em relação ao atirador de uma arma de fogo
b)Do atirador de uma arma de fogo em relação a vítima.
c)Da lesão provocada pela ruptura da caixa craniana atingida por projétil de arma de fogo.
d)Da lesão provocada pela ruptura do hímen.
e)Da lesão de entrada provocada per projétil de arma de fogo no tórax da vítima.

Gabarito: Letra D

2.3 Presença de Carúnculas Puntiformes

Se ocorre parto transvaginal, completa-se a fragmentação dos retalhos preexistentes, deles restando
apenas pequenas cristas ou tubérculos distribuídos ao longo da linha de implantação himenal, conhecidas
como CARÚNCLAS MIRTIFORMES
Após um parto, as rupturas aumentam, restando apenas fragmentos de hímen, os quais são
chamados de CARÚNCULAS MIRTIFORMES. Logo, as carúnculas mirtiformes indicam que a vítima já pariu.

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2.4 Perícia da Conjunção Carnal

A conjunção carnal é um determinado tipo de ato libidinoso dentre os demais. Conjunção carnal é o
coito vaginal, isto é, a relação de contato do pênis com a vagina, com ou sem ejaculação. Na mulher que não
teve conjunção carnal, o exame do hímen adquire importância.

▪ No caso de vítima virgem → a perícia de coito vaginal se fundamenta no estudo da integridade


himenal.
▪ No caso de mulheres de vida sexual pregressa ou hímen complacente → a perícia se baseia em
exames perigenitais e exames genitais:
➢ Exames perigenitais: No exame perigenital, é possível observar sinais que falem em favor da
ocorrência de conjunção carnal, mormente se praticada com violência. Equimoses e
escoriações são alguns deles. Lesões de natureza traumática nos lábios maiores e menores,
nas comissuras labiais anterior e posterior, no clitóris, no prepúcio do clitóris e na fossa
vestibular aumentam as chances de ter havido a conjunção carnal com violência.
➢ Exame genital: é no exame genital em si que se podem perceber vestígios mais substanciais
da conjunção carnal recente:
 Presença de gravidez,
 Presença de esperma na cavidade vaginal,
 Presença de fosfatase ácida ou de glicoproteína P30 (de procedência do líquido
prostático) ou
 Contaminação venérea profunda.
 Rotura não cicatrizada do hímen (indica conjunção carnal recente)

⍟ NEM SEMPRE O HÍMEN SE ROMPE COM A CONJUNÇÃO CARNAL.


– O hímen pode ter uma elasticidade tal que não se rompa com a penetração do pênis. Quando isso ocorre,
o hímen é chamado complacente. Para fins periciais, não fornece subsídios para o diagnóstico da virgindade.

– Hímen integro - Pode ter havido conjunção carnal se for um hímen complacente. O hímen complacente é
aquele que possui uma abertura suficientemente grande para permitir a passagem do pênis sem se romper.

⍟ HÍMEN NÃO COMPLACENTE ÍNTEGRO:


– Himens não complacentes também podem não romper, por exemplo quando estiver muito lubrificada, ou
o pênis for muito pequeno. Outras vezes, a presença de muitos entalhes aumenta o orifício e não há ruptura
com a penetração.

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– Se o hímen não complacente estiver íntegro, indica que não teve conjunção carnal, mas pode ter sido
estuprada (através de outros atos libidinosos).

2.4.1 Sinais de Possibilidade X Sinais de Certeza da Conjunção Carnal

Existem duas classes de sinais que a perícia procura identificar para constatar a ocorrência de
conjunção carnal: Os sinais que indicam possibilidade, e os sinais de certeza, que levam ao diagnóstico.

a) Sinais de possibilidade (duvidosos, que não levam ao diagnóstico):

▪ Lesões nos lábios menores e maiores da vulva


▪ Equimoses, pontos hemorrágicos, escoriações
▪ Presença de pelos, dor
▪ Manchas de sêmen na roupa etc.

b) Sinais que caracterizam a conjunção carnal (sinais certos)

▪ Ruptura do hímen, no caso de mulher virgem, caracterizada por:


 Sangramento evidente nos 3 primeiros dias
 Secreção na região das rupturas: duram de 6 a 12 dias
 Equimoses locais: duram até 6 dias
 Cicatrizam em aproximadamente 20 dias
▪ Presença de espermatozoide no fundo do saco vaginal: confirma a conjunção, independentemente
de haver ruptura himenal. Gera diagnóstico de conjunção carnal, pouco importando o tipo de hímen.
▪ Esperma no canal vaginal
▪ Líquido prostático, com ou sem espermatozoides, na cavidade vaginal
▪ Presença de doenças venéreas
▪ Gravidez: Confirmatório, mesmo com hímen integro.
▪ Presença de fosfatase ácida: presença, na vagina, de enzima que só existe no líquido espermático,
mesmo nos vasectomizados.

⍟ Agressor vasectomizado: estes indivíduos continuam a ejacular, somente não liberam


espermatozoides. Havendo ejaculação, estará presente o líquido seminal. São substâncias presentes nesse
líquido a glicoproteína P30 e a fosfatase ácida.

▪ Presença de glicoproteína P30 - é confirmatório de conjunção carnal.

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c) Os testes utilizados para identificar se há ou não esperma são:

▪ Reação de Florence (iodatada) – cristais acastanhados/castanho-avermelhado


▪ Baechhi – após a reação de Florence, surgem cristais com tonalidades mais escuras.
▪ Método de Barbério (solução de ácido pícrico) - Consiste na utilização de ácido pícrico sobre a
mancha, pois forma cristais amarelos ao reagir com a espermina. – cristais amarelados.
▪ SORO ANTI-ESPERMA OU DE CORIN-STOCKIS - consiste na obtenção de imagens microscópicas de
espermatozoides coloridos, com o uso de reagentes como a solução de eritrosina amoniacal.

DPC-GO/2017
Em relação aos aspectos médico-legais dos crimes contra a liberdade sexual, assinale a opção correta.
a)A presença de escoriação em cotovelo e de esperma na cavidade vaginal são suficientes para caracterizar
o estupro.
b)Equimoses da margem do ânus, hemorragias por esgarçamento das paredes anorretais e edemas das
regiões circunvizinhas são características de coito anal violento.
c)Em crianças com mudanças de comportamento, a presença de eritemas confirma o diagnóstico de abuso
sexual.
d)A vasectomia feita no indivíduo antes de ele cometer um crime de estupro impede a obtenção de dados
objetivos desse crime.
e)A integridade do hímen invalida o diagnóstico de conjunção carnal.

Gabarito: Letra B

DPC-RJ/2012
Na perícia de conjunção carnal, a maioria das lesões encontradas nas vítimas de crimes sexuais é de caráter
inespecífico, o que torna necessária a realização de métodos complementares para a elucidação dos
vestígios, entre os quais NÃO se inclui:
a)Pesquisa direta de espermatozoides
b)Dosagem de fosfatase ácida prostática.
c)Pesquisa de antígeno prostático específico.
d)Exame de confronto genético.
e)Dosagem de prostaglandina F2-alfa.

Gabarito: Letra E

2.5 Perícia em Ato Libidinoso Diverso da Conjunção Carnal

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Ato libidinoso é todo ato praticado com a finalidade de satisfazer com ou sem ejaculação o apetite
sexual. Pode ser coito anal, oral, apalpadas...
Por isso, é possível haver estupro mesmo sem restar demonstrada a conjunção carnal.

2.5.1 Perícia no Coito Oral

É preciso realizar o exame da secreção bucal o mais precocemente possível. As lesões são raras,
dificultando a constatação, tanto nos lábios como na cavidade bucal.
O diagnóstico de certeza é feito através de provas biológicas que identifiquem o sêmen na boca e
das possíveis manifestações tardias de doenças sexualmente transmissíveis na mucosa bucal. Pode-se
também realizar a pesquisa de glicoproteína P30 ou PSA na secreção oral.

2.5.2 Perícia de Coito Anal

O orifício anal é diferente do vaginal, permanece fechado por conta da ação do esfíncter anal. O
esfíncter é composto tanto por músculos cuja contração não controlamos (esfíncter interno), como músculos
que controlamos (esfíncter externo). Quando relaxado, o orifício anal assume seu diâmetro original. Por
outro lado, se contraído, faz com que a pele da região anal fique pregueada.
Quando ocorre o coito anal é possível perceber sinais dele resultantes, como:
Nos casos de coito anal, podem ser encontrados lesões anais e perianais (períneo é a região entre o
ânus e a vagina):

• Equimoses e escoriações.
• Fístula retovaginal – ruptura dos tecidos entre o reto e a vagina
• Rágade: As linhas de força da pele do ânus estão dispostas no sentido radiado, fazendo com que
qualquer lesão nesse local assuma a forma de fenda ou triângulo (chamada de RÁGADE).
 Se mais recentes – radiadas e sangrantes
 Se mais antigas – triangulares e esbranquiçadas
• Efrações da mucosa.
• Comprometimento dos planos anatômicos mais profundos.
• Pode ocorrer hipotonia ou laceração da musculatura esfincteriana.

⍟ Também pode-se chegar ao diagnóstico do coito anal pela comprovação da fosfatase ácida e da
glicoproteína P30 ou PSA, que se mostram em forma de traços na secreção retal, mesmo quando os autores
são vasectomizados.

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2.6 Perícia da Gravidez

Gravidez é o intervalo de tempo decorrido entre o momento de fecundação, com a fixação do óvulo
na parede uterina, e a expulsão do feto através do parto.

• Início da gravidez – a gravidez se inicia com a nidação


• Final da gravidez – com o rompimento do saco amniótica

Qualquer manobra feita dentro desse intervado → aborto – (mesmo que o feto morra despois que
nasceu, desde que haja nexo de causalidade com as manobras abortivas)
Qualquer manobra feita após esse intervalo → homicídio ou infanticídio.

A) SINAIS DE PROBABILIDADE DE GRAVIDEZ (INDÍCIOS)

• Amenorréia – Ausência de menstruação. É só indício, pois disfunções hormonais, perturbações


emocionais, desnutrição e obesidade, por exemplo, também podem causa-la
• Modificações no tamanho do útero (ventre) – O útero tem consistência diminuída pelo tamanho do
líquido dos tecidos (EMBEBIÇÃO GRAVÍDICA)
• Modificações pigmentares (hiperpigmentação)– Principalmente nos mamilos, abdômen e rosto. Na
face chama-se CLOASMO GRAVÍDICO.
• Sinais nas mamas
 Aumento do volume das mamas
 Ingurgitamento mamário
 PIGMENTAÇÃO AREOLAR (REDE DE HALLER): rede venosa subcutânea torna-se mais visível
com cerca de 8 semanas após a última menstruação
 SALIÊNCIA DOS TUBÉRCULOS DE MONTGOMERY: pequenas projeções da pele ao redor da
papila mamária.
 Dá saída a pequena quantidade de líquido leitoso (colostro)
• Enjoos e vômitos

B) SINAIS DE CERTEZA DA GRAVIDEZ:

• Batimentos cardíacos fetais


• Movimentos fetais perceptíveis
• Ultrassonografia
• Dosagem de gonadofrina coriônica – Hormônio produzido pela placenta.

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• Sinal de Piscacek - é a deformação irregular produzida pelo feto no interior da matriz, provocadora
de assimetria uterina.

C) Anomalias DA GRAVIDEZ:

• Superfecundação → De dois óvulos da mesma ovulação, na mesma relação ou de relações diferentes.


No primeiro são gêmeos. No segundo caso são filhos de pais diferentes.
• Superfetação → Fecundação de óvulos de ovulações diferentes, resultando em gêmeos com evolução
e nascimento
• Gravidez extrauterina desigual. Implantação do embrião fora do útero.
 Gravidez equitópica → é aquela que ocorre fora do lugar correto (útero).
 Gravidez tubária → é aquela em que o embrião é implantado na trompa.

D) Etapas do parto

Quando se inicia o parto? Ou seja, a partir de que momento tentar matar o fato se torna
homicídio/infanticídio e não aborto?
Existem diversas correntes:
 1ª corrente - Rotura do saco amniótico
 2ª corrente - Dilatação do orifício do colo uterino (a gravidez já acabou)
 3ª corrente - O parto começa quando o tampão mucoso que fica na entrada do útero sai – eliminação
do tampão mucoso no colo uterino (corrente mais fraca)

⍟ Atenção: enquanto a placenta tiver dentro da mãe, o parto ainda não vai ter acabado. A enfermeira
pode deixar a criança no berçário, que, se a placenta não tiver sido eliminada, o parto ainda não acabou.

Para maioria dos autores, o parto só termina com a DEQUITAÇÃO OU SECUNDAMENTO. (Período
em que a placenta é eliminada).

2.7 Perícia do Parto

Também de suma importância para direito, podendo esclarecer crimes como aborto, infanticídio (o
puerpério), sonegação e substituição de recém-nascidos, atribuição de parto alheio ou próprio...

A) Sinais de parto recente


• Vulva inchada
• Lesões vaginais e perineais, se parto vaginal

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• Mamas (hipertrofia dos tubérculos de MONTGOMERY) turgidas, com aureola pigmentada e secreção
de colostro nos 2 primeiros dias,
• Leite a partir do 3 dia, encerrando-se ao 20º, caso não haja amamentação
• Flacidez e relaxamento do abdômen, com pigmentação da linha alba
• Estrias gravídicas
• Carúnculas mirtiformes – São os restos do hímen, se parto vaginal
• Colo do útero semiaberto
• Lóquio – Secreção que escoa dos genitais

B) Sinais de parto antigo


• Pigmentação da aréola
• Pigmentação da linha alba
• Carúnculas mirtiformes
• Cicatrizes do períneo
• Orifício do colo do útero em fenda. (Na mulher que não pariu (nulipara) ou que fez cesária, o colo do
útero é circular)

C) Sinais de Parto vaginal:


• Carúnculas mirtiformes (cicatrizes no hímen)
• Colo do útero dilacerado - Orifício do colo do útero homogêneo, circular, normal indica a ausência de
parto vaginal

2.8 Perícia do Aborto

O aborto é a interrupção da gravidez. INDEPENDE DA EXPULSÃO DO FETO.


O exame pericial, nos casos de abortamento, consiste no diagnóstico de gravidez pregressa. Em caso
de óbito, a autópsia permitirá o exame dos genitais internos e dos pulmões, pois frequentemente detectam-
se células de placenta no tecido pulmonar.

a) Espécies de aborto:

Constituem crime:

 Aborto honorífico - provocado para resguardar a honra da mulher que engravidou. Pratica-se o
aborto como forma de esconder a gravidez.
 Aborto estético - provocado com vistas a preservar a beleza do corpo da mulher. Seriam os casos de
modelos etc.

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 Aborto miserável ou econômico-social – Provocado por não haver condições econômicas e sociais
para a criança viver com dignidade, evitando-se assim o seu nascimento. É também criminalizado em
nosso país.
 Aborto eugênico, eugenésico ou piedoso – visa evitar que nasça uma criança com graves defeitos
genéticos. A legislação brasileira não permite expressamente essa prática. Atenção para o caso do
anencéfalo, que é atípico.
 Aborto criminoso - pressupõe conduta dolosa humana que determina a supressão do nascituro.

Não constituem crime:

• Aborto natural ou espontâneo - ocorrido de forma espontânea. O próprio organismo da mãe rejeita
(expulsa) o ser em desenvolvimento. Aborto acidental - provocado por fatalidades (quedas, choques
etc.).
• Aborto permitido ou legal - quando a lei admite o aborto voluntariamente provocado (não há crime).
◇ Aborto terapêutico ou necessário (art. 128, I) – Risco de vida da gestante - se o médico não
fizer o aborto, a gestante morre! Não tem outra escolha.

Art. 146 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, ou depois de


lhe haver reduzido, por qualquer outro meio, a capacidade de resistência, a não
fazer o que a lei permite, ou a fazer o que ela não manda:

§ 3º - Não se compreendem na disposição deste artigo:


I - A intervenção médica ou cirúrgica, sem o consentimento do paciente ou de seu
representante legal, se justificada por iminente perigo de vida;

◇ Aborto sentimental, humanitário ou ético. (128, II) – gravidez resultante de estupro - O


médico só pode atuar com o consentimento da gestante

Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por médico: (Vide ADPF 54)

Aborto necessário
I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante;

Aborto no caso de gravidez resultante de estupro


II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da
gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal.

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#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA - inf. 661 do STF - Interrupção de gravidez de feto


anencéfalo. É inconstitucional a interpretação segundo a qual a interrupção da
gravidez de feto anencéfalo seria conduta tipificada nos arts. 124, 126 e 128, I
(aborto necessário) e II (aborto sentimental), do CP. A interrupção da gravidez de
feto anencéfalo é atípica. Não se exige autorização judicial para que o médico
realize a interrupção de gravidez de feto anencéfalo.

#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA - Inf. 849 do STF - Interrupção da gravidez no


primeiro trimestre da gestação - A interrupção da gravidez no primeiro trimestre
da gestação provocada pela própria gestante (art. 124) ou com o seu
consentimento (art. 126) não é crime. É preciso conferir interpretação conforme a
Constituição aos arts. 124 a 126 do Código Penal – que tipificam o crime de aborto
– para excluir do seu âmbito de incidência a interrupção voluntária da gestação
efetivada no primeiro trimestre. A criminalização, nessa hipótese, viola diversos
direitos fundamentais da mulher, bem como o princípio da proporcionalidade

b) Aspectos médico legais:

No caso de aborto, os peritos têm que atestar (ou verificar):

• Se havia gravidez (os sinais da gravidez apresentados acima servem tanto para gestante viva como
gestante morta)
• Se houve aborto
• Se foi provocado
• Em que época se deu a interrupção
• Que lesões ocorreram além do aborto
• Pesquisa de doença mental da mulher para saber a sua capacidade para consentir
• Estudo do prontuário hospitalar

Perícia da placenta: Havendo dúvidas quanto à ocorrência do crime, o exame da


placenta pode identificar alterações que justifiquem a morte intrauterina do feto.

DPC-SP/2014
Mulher de 23 anos de idade, sexualmente ativa, procura serviço médico devido a fortes e lancinantes dores
abdomino-pélvicas há 1 hora. O exame clínico, associado a exames laboratoriais e de imagem, revela
gestação ectópica com embrião fixado e viável em tuba uterina esquerda. A paciente evade-se do local e 3

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SEMANA 09/12

meses após retorna, agora com franco quadro de hemorragia interna, evoluindo com choque hemodinâmico
e parada cardiorrespiratória. Os médicos revertem a parada e, analisando o histórico, determinam que a
causa do sangramento provém da ruptura da tuba uterina, que é imediatamente retirada cirurgicamente.
Essa condição configura, do ponto de vista médico-legal, um aborto
a)Social
b)Eugênico.
c)Terapêutico.
d)Econômico.
e)Piedoso.

Gabarito: Letra C

DPC-PR/2013
Esclareça-se inicialmente que os termos abortamento e aborto, embora intrinsecamente relacionados, não
são sinônimos. Abortamento é o ato de abortar e aborto é o produto expelido. Ressalte-se ainda que esse
conceito, em Medicina Legal, difere do da Obstetrícia. Conceitua-se como abortamento, em obstetrícia, a
interrupção da gravidez com idade igual ou inferior a 20-22 semanas completas, levando-se em conta,
respectivamente, a data da última menstruação ou da ovulação da mulher. Quando não for possível
estabelecer com precisão a idade da gestação, considerar-se-ão aborto os produtos de concepção que
pesarem 500 g ou menos. Já a definição médico-legal do aborto consiste em interrupção criminosa da
gestação, não importando a idade em que isso venha a ocorrer. Quanto ao tema do aborto sob a ótica
médico-legal, assinale a alternativa correta.
a)Para a comprovação do aborto, não é necessário que a perícia médica demonstre a presença de gestação
prévia da mãe, bastando o exame dos restos fetais ou ovulares e a verificação de que houve um parto de um
nativivo.
b)O aborto sentimental ou piedoso ocorre em casos de risco de vida iminente para a mãe em que a única
modalidade terapêutica é a interrupção da gestação.
c)A perícia de constatação de aborto deve ser realizada em fetos enviados ao IML e consiste em autópsia
para avaliar a causa de morte fetal.
d)No caso de aborto terapêutico, é permitido ao médico realizá-lo mesmo sem o consentimento da mãe,
bastando que outro médico concorde que é a única modalidade terapêutica possível para salvar a vida da
gestante.
e)O exame fetal é parte importante da comprovação da materialidade do crime de aborto, pois é através
dele que se verificam os elementos comprobatórios de gestação como a docimasia de Galeno.

Gabarito: Letra D

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DPC-GO/2008
A interrupção voluntária da gravidez, em virtude de má formação do feto, caracteriza o aborto
a)Sentimental.
b)Terapêutico
c)Eugênico.
d)Social.

Gabarito: Letra C

2.9 PERÍCIA DO INFANTICÍDIO

Art. 123, do Código Penal. Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio
filho, durante o parto ou logo após.

• Durante o parto - período que vai desde a rotura das membranas até a expulsão do feto da
placenta
• Logo após o parto, sob a influência do estado puerperal - tem um sentido mais psicológico do que
cronológico. É um estado e não um tempo definido. O estado puerperal é justificado pelo trauma
psicológico e pelas condições do processo fisiológico do parto (angústia, inflamação, dores,
sangramento e extenuação), cujo resultado traria o estado confusional capaz de levar a mãe ao
gesto criminoso.

Para ser infanticídio:

 O feto tem que ter nascido vivo!


 Tem que saber qual foi a causa da morte: tem que ser morte violenta! A morte natural não caracteriza
infanticídio!
 A mãe tem que ser responsável pela morte
 É preciso estimar o tempo de vida da vítima, pois a lei exige que o infanticídio ocorra “logo após o
parto”

Logo, devemos diferenciar, de início, puerpério de estado puerperal:


Puerpério – é o período que se inicia com a expulsão do feto e eliminação da placenta, estendendo-
se por 6 a 8 semanas.
Estado puerperal – é um período mais um estado psicológico do que um período cronológico. É uma
alteração temporária da puérpera anteriormente sadia, que diminui sua capacidade de entendimento e
libera seus instintos.

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DELEGADO ALAGOAS

SEMANA 09/12

Como as alterações psíquicas do estado puerperal não mais existem por ocasião da perícia
psiquiátrica, em decorrência do seu caráter fugidio, torna-se difícil o diagnóstico diante de uma mulher que
se encontra dentro dos padrões da normalidade mental. Vejamos que perícias podem ser realizadas:

∘ 1ª etapa - Determinar se o produto da concepção nasceu com vida. Deve-se determinar a viabilidade
de vida extrauterina, sob pena de crime impossível. Assim, se o feto já estava morto no útero da mãe
e ocorre “aborto”, o fato será atípico por absoluta impropriedade do objeto. O exame a ser realizado
será a docimásia (prova baseada na possível respiração ou nos seus efeitos).
∘ 2ª etapa - Se a mulher agiu sob influência de „estado puerperal‟. Não havendo estado puerperal, o
crime será de homicídio. E a comprovação do parto pregresso (diagnóstico do puerpério ou do parto
recente ou antigo da autora).

2.9.1 Perícia na Criança

► PROVA DE FETO NASCENTE


O ser nascente poderá ser morto durante o parto, ou seja, antes de ter respirado. Mostrando ao
exame pericial as lesões causadoras da morte com as características das produzidas em vida, como a
coagulação do sangue, o afluxo leucocitário, a bossa sero-sanguinolenta etc.
As lesões encontram-se na parte que primeiro apontar na vagina, geralmente na cabeça, e têm as
características de lesões vitais, como processo inflamatório, sangue coagulado, etc.

⍟ PERCEBA QUE PODE HAVER NASCIMENTO COM VIDA MESMO SEM O FETO TER RESPIRADO. Aqui
não tem indicação da docimasia hidrostática pulmonar de Galeno, nem de outras provas respiratórias, por
isso o perito usará as docimasias circulatórias, já que, embora o ser nascente não tenha respirado, o
sangue, entretanto, circulava nas artérias.

► PROVA DE FETO NASCIDO


Conforme ensina a doutrina, o infante nascido é o que acabou de nascer, respirou, mas não recebeu
nenhum cuidado especial.
Aquele que, tendo sido expulso do álveo materno, não recebeu nenhuma assistência, especialmente
quanto à higiene corporal, ou ao tratamento do cordão umbilical. É por isso que o corpo apresenta-se, total
ou parcialmente, recoberto por sangue materno ou fetal, o que se reveste de fundamental importância para
a afirmação pericial de que o crime ocorreu logo após o parto.
O infante nascido apresenta cordão umbilical úmido, brilhante e da cor azulada, podendo estar ligado
ou não à placenta.
Pode apresentar bossa ou TUMOR DO PARTO, que é a saliência violácea do couro cabeludo,
consequência da compressão da cabeça pelo colo do útero. Desaparece em 3 dias.

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► PROVA DE RECÉM NASCIDO


O conceito médico-legal de recém-nascido abrange um período que vai desde os primeiros cuidados
de higienização corporal, com consequente remoção do sangue materno ou fetal, e de tratamento do cordão
umbilical até o 7º dia do nascimento.

O recém-nascido apresenta tumor do parto em regressão, induto sebáceo nas dobras da pele e
cordão umbilical achatado, seco.

3. PROVA DE VIDA EXTRAUTERINA

Para a comprovação do nascimento com vida, ou seja, de que o ser humano respirou, utiliza-se
obrigatoriamente um conjunto de provas denominadas docimasias, além das provas ocasionais (presença de
corpo estranho nas vias respiratórias, presença de substancias alimentares no tubo digestivo...)
As docimásias baseiam-se na possível existência de sinais de vida, manifestados principalmente nas
funções RESPIRATÓRIAS, DIGESTIVAS E CIRCULATÓRIAS (não são apenas respiratórias).
O laudo pericial deve obrigatoriamente esclarecer qual a docimasias pulmonar ou respiratória
empregada para a afirmação conclusiva de que a vítima nasceu com vida, pois a não obediência a esta
metodização desprove a perícia médico-legal da necessária fundamentação para comprovar a materialidade
do infanticídio.
Vejamos cada uma delas:

• Baseia-se na densidade do pulmão que respirou e do que não respirou.


 Quando o bloco flutuar → significa que o pulmão que respirou.
 Quando o bloco não flutuar (afundar) → Indica que o pulmão que
não respirou

DOCIMÁSIA • Só tem valor até 24h após a morte, porque começa a putrefação e os
HIDROSTÁTICA gases (fase gasosa) podem atrapalhar e dar um resultado falso positivo.
PULMONAR DE GALENO

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• Tem 4 fases: 1° testa o bloco todo, 2° testa so os pulmões, 3° testa cada


pulmão separado do outro e 4° testa pedacinhos de pulmão. Se
borbulhar → nasceu com vida.

DOCIMÁSIA HISTOLÓGICA • Consiste no exame microscópico dos pulmões


DE BALTHAZARD –
LEBRUNN • É o método mais confiável, podendo ser repetidas quantas vezes quiser.

Os campos pleuropulmonares de quem respirou apresentam-se aos raios X


com tonalidade escurecida. Os pulmões de quem não respirou, bem como os
DOCIMÁSIA dos portadores de graus variáveis de atelectasia, ou pneumonia, mostram
RADIOLÓGICA DE opacidade aos raios de Roentgen, em forma de punho ou triangular, o que
BORDAS diminui o valor prático da prova

DOCIMÁSIA SIÁLICA DE Consiste na pesquisa de saliva no estômago do feto. A reação positiva é um


DINITZ-SOUZA indicativo de que existiu vida extrauterina

DOCIMÁSIA • Faz a mesma coisa que Galeno, mas em vez de colocar o pulmão dentro
HIDROSTÁTICA d’água, ele coloca o estomago e o intestino.
GASTRINTESTINAL DE  Se o conjunto afundar → feto nasceu morto
BRESLAU  Se o flutuar → feto nasceu com vida

• Válida até 24h: Tem o mesmo problema que Galeno, porque na fase
de putrefação o organismo está cheio de gases e pode dar um resultado
falso positivo.

• Tem indicação em recém-nascido espostejado, do qual só se tem o


abdômen. Verifica ar no tubo digestivo. Consiste na imersão em água do
aparelho GASTRINTESTINAL separado em vários segmentos por prévias
ligaduras da cárdia, do piloro, da porção terminal do intestino delgado e
do reto, observando-se se sobrenadam, ou não, todos ou alguns
É praticada em infante espostejado do qual só se tem a cabeça. Baseia-se
na existência de ar no ouvido médio, aí levado através das trompas de

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DOCIMÁSIA AURICULAR Eustáquio, nos primeiros movimentos respiratórios e de deglutição do


DE WREDEN-WENDT- infante nascido vivo
GÉLÉ

DOCIMÁSIA DO NERVO Quando houver apenas o crânio, sem sinal de putrefação, deve-se examinar,
ÓPTICO DE MIRTO macroscópica e microscopicamente, a mielinização do nervo óptico, que se
inicia após as primeiras 12 horas do nascimento, completando-se em torno
do quarto ou quinto dia

DOCIMÁSIA Corta-se o pulmão, previamente lavado em formalina, goteja-se glicerina


sobre os fragmentos colocados numa placa de Petri e observa-se os com
EPIMICROSCÓPICA objetiva de imersão: se houve respiração autônoma, os alvéolos pulmonares
PNEUMOARQUITETÔNICA mostram-se regularmente distribuídos e arredondados, com refringência
DE HILÁRIO VEIGA DE contrastada em fundo negro; em caso contrário, visualiza-se um fundo negro
CARVALHO sem imagens. No pulmão putrefeito, as cavidades cheias de gás de
putrefação são grandes, disformes e de distribuição irregular

DOCIMÁSIA Complementam a docimásia pulmonar de Galeno nos casos duvidosos ou


HIDROSTÁTICAS DE quando apenas a 4.ª fase se positivou. Elas são feitas por aspiração e por
ICARD imersão em água quente; espreme o pulmão com duas lâminas.

DOCIMÁSIA TÁCTIL DE No pulmão que respirou sentem-se pela palpação, um crepitar


NERO ROJAS característico e a sensação esponjosa, e, no que não respirou, uma
consistência carnosa.

DOCIMÁSIA PLÊURICA DE Na cavidade pleural normalmente existe pressão negativa; ela não pode ser
PLACZEK encontrada no infante que não respirou

DOCIMÁSIA PNEUMO- Segundo esse autor, é possível concluir se houve ou não respiração
HEPÁTICA DE PUCCINOTTI autônoma pela determinação da quantidade de sangue encontrada no
fígado e no pulmão. Este, se respirou, mostra peso específico menor que o
do fígado

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• Realiza a docimasias do diafragma


DOCIMÁSIA  Se ele não respirou → o pulmão está murcho e a cúpula
DIAFRAGMÁTICA DE diafragmática está elevada
PLOQUET  Quando ele já respirou → o pulmão já empurrou o diafragma para
baixo e a cúpula diafragmática está mais horizontalizada.

DOCIMÁSIA ÓPTICA OU A inspeção direta do pulmão registra aspecto hepatizado do órgão, quando
VISUAL DE BOUCHUT o feto não respirou, e superfície em mosaico, se ocorreu respiração
autônoma

DOCIMÁSIA HEMATO- Consiste na colheita de sangue no fígado e no pulmão, determinando-se,


PNEUMO-HEPÁTICA DE cuidadosamente, as taxas de hemoglobina; se forem idênticas, obviamente
SEVERI não houve respiração. Em contrapartida, taxa de hemoglobina mais alta no
sangue do pulmão fala a favor de respiração autônoma

Obs.: RESPIRAÇAO PARCIAL


Seria uma forma de respiração muito graça realizada pelo recém-nato, capaz de expandir apenas
poucos lóbulos pulmonares, ficando a maioria com o primitivo aspecto fetal.

4. PARAFILIAS

Segundo França, Transtornos da sexualidade “são distúrbios qualitativos ou quantitativos do instinto


sexual, fantasias ou comportamento recorrente e intenso que ocorrem de forma inabitual, também
chamados de parafilias, podendo existir como sintoma em perturbação psíquica, como intervenção de
fatores orgânicos glandulares e simplesmente como questão de preferência sexual”.
Sobre as parafilias, não há consenso doutrinário quanto às espécies. O Código Internacional de
Doenças (CID), atualmente na décima atualização da tabela, CID 10 – F66, apresenta os transtornos
psicológicos e comportamentais associados ao desenvolvimento sexual e à orientação.
A seguir, serão explicados vários dos tipos de distúrbios sexuais.

 Erotismo/satiríase: é o excesso de instinto sexual no homem.


 Ninfomania/uteromania: é o excesso de instinto sexual na mulher.
 Lubricidade senil: pessoa de idade avançada que possua desejo sexual exagerado, obsessivo. Pode
conduzir ao estupro, atos obscenos e prodigalidade.

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OBS.: esses transtornos não se confundem com o priapismo (ereção permanente patológica sem
prazer sexual; é doença do corpo e não da mente) e com o dom-juanismo (tendência a proceder de maneira
sedutora e libertina, de modo que a pessoa tem relacionamentos inconsistentes visando à conquista
 Anafrodisia: redução do instinto sexual no homem. Em regra, a causa desse transtorno é psicológica.
Em raros casos pode ser de origem hormonal.
 Frigidez: redução do instinto sexual na mulher. Em regra, a causa desse transtorno é psicológica. Em
raros (menos raros que nos homens) pode ser de origem hormonal. A mulher tem alterações
hormonais mais intensas.
A frigidez, em casos extremos, pode levar à androfobia, que é o horror ao sexo masculino. A
androfobia não tem relação com o homossexualismo, pois a mulher não tem interesse e mulheres nem em
homens.
 Impotência coeundi: incapacidade do homem em manter relação sexual. Na maioria dos casos, a
causa é psicológica.
 Apopulia: incapacidade da mulher em manter relação sexual. Na maioria dos casos, a causa é
psicológica.
 Esterilidade: impotência generandi (esterilidade masculina) e impotência concipiendi (esterilidade
feminina).
 Gerontofobia ou cronoinversão: é a predileção obsessiva dos jovens por pessoas de idade
avançada. Nesta doença não interessa a pessoa, apenas a idade.
 Pedofilia: é a predileção para a prática sexual com crianças. Pode ser hétero ou homossexual.
 Hebefilia: variação da pedofilia. É a predileção pela prática sexual com adolescentes do sexo
masculino entre 10 e 16 anos. Pode ser hetero ou homossexual.
 Zoofilia/bestialismo/zoolagnia/zooerastia: é a prática de atos libidinosos com animais.
 Necrofilia: compulsão pela prática sexual com cadáveres. Um dos mais sérios distúrbios sexuais.
 Cromoinversão: atração sexual obsessiva por pessoas de cor diferente (da própria pessoa). Só é
considerada patológica se obsessiva.
 Narcisismo: culto exagerado ao próprio corpo. Mais comum nas mulheres. Nos homens é chamado
de metrossexualidade (homem que gasta mais de 30% do seu tempo e dinheiro com sua aparência
e estilo de vida).
 Erotomania: ausência de desejo carnal. É o “amor platônico”. Não há interesse físico na pessoa. É
um amor apenas contemplativo.
 Autoerotismo ou aloerotismo: ápice sexual atingido sem presença de parceiro, de modo
contemplativo.
 Erotografia ou erotografomania: desvio caracterizado pelo gosto de escrever assuntos de caráter
puramente erótico.
 Exibicionismo: desvio caracterizado por prazer incontrolável na exposição da genitália.
 Mixoscopia ou Voyerismo: prazer obtido na contemplação do ato sexual praticado por terceiros.

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 Fetichismo: excitação anormal e predileção exagerada por certas partes do corpo do parceiro ou
ainda por seus objetos ou pertences
 Topo-inversão: prazer sexual pela prática de coito eclópico ou atos eróticos diversos da conjunção
carnal.
 Edipismo: tendência ao incesto (relações sexuais com parentes muito próximos).
 Pigmalionismo: excitação por estátua. Modalidade rara menos severa da necrofilia.
 Frotteurismo: distúrbio do comportamento sexual caracterizado pela necessidade de tocar ou
esfregar-se em outras pessoas (geralmente em locais públicos, com grande concentração de
pessoas).
 Pluralismo: prática sexual com 3 ou mais parceiros ao mesmo tempo.
 Vampirismo: prazer sexual obtido pela ingestão de sangue do parceiro (geralmente do fluxo
menstrual).
 Riparofilia: atração sexual por pessoas com péssimos hábitos de higiene, pessoas sujas
 Urolagnia: prazer sexual em contemplar o parceiro no ato da micção (fazer xixi).
 Coprofilia: prazer sexual ligado ao ato da defecação ou contato direto com as fezes
 Coprolalia: Desejo sexual de ouvir ou ler dizeres eróticos ou obscenos antes da prática sexual, sem
os quais não consegue se excitar
 Sadismo: excesso de crueldade e prazer obtido pelo sofrimento imposto ao parceiro. Termo
derivado das obras de Alphonse François de Sade (1740-1814), que descrevem tais práticas.
 Masoquismo: prazer sexual obtido pelo próprio sofrimento físico ou moral. Deriva das obras de
Leopold Von Sacher Masoch (1835-1895).
 Sadomasoquismo: prazer sexual em que o indivíduo obtém ao simultaneamente provocar
sofrimento no parceiro e experimentar dor
 Flagelatismo ou flagelação: forma de sadismo em que o prazer sexual é obtido por meio de
chicotadas
 Onanismo: Impulso obsessivo em ficar excitando os órgãos genitais
 Satiríase: Ereção quase contínua, com ejaculações repedidas
 Erotomania: É a fixação maníaca de alta morbidez, em que o indivíduo se fixa em alguém fora do
campo de seu relacionamento (amor platônico)
 Dolismo: Atração sexual por bonecos e manequins

DPC-CE/2015

Com relação ao crime sexual, sexualidade anômala e criminosa, é correto afirmar:


a)A sexualidade anômala engloba diferentes distúrbios caracterizados por degeneração psicopatológica,
sempre envolvendo uma alteração de personalidade, mas sem qualquer tipo de associação com distúrbios
orgânicos ou glandulares

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SEMANA 09/12

b)A violência sexual sádica é a expressão de uma explosão de agressão totalmente instintiva e impulsiva, não
sendo premeditada
c)O comportamento sexual anômalo é muito mais frequente em mulheres, na faixa dos 15 aos 25 anos,
associado à baixa escolaridade e a distúrbios psiquiátricos primários.
d)O onanismo é a forma de excitação sexual em objetos que ligam o indivíduo à pessoa desejada ou amada,
muitas vezes de forma patológica, em geral peças de roupas ou determinadas partes do corpo.
e)O abuso sexual é a prática de ato sexual com pessoa incapaz de opor resistência ou pessoa inconsciente,
sendo as crianças e os adolescentes as maiores vítimas.

Gabarito: Letra E

Comentários:
Letra a - A sexualidade anômala engloba diferentes distúrbios caracterizados por degeneração
psicopatológica, sempre envolvendo uma alteração de personalidade, mas sem qualquer tipo de associação
com distúrbios orgânicos ou glandulares.
Letra b - Não é a expressão de uma explosão de agressão totalmente instintiva e impulsiva. Trata-se, de fato,
de um assalto premeditado em atenção à alguma fantasia erótica.
Letra c – A faixa etária trazida pela assertiva não tem fundamento
Letra d - O onanismo é a forma de prazer sexual tendo como principal fonte a automasturbação; já quando
o indivíduo tem prazer com peças íntimas ou com determinadas partes do corpo do parceiro (a)fala-se em
fetichismo.

DPC-GO/2013
Grande sucesso mundial de vendas, o livro Cinquenta tons de cinza aborda temas relacionados à sexualidade
(masoquismo, sadismo, dominação). A sensação de prazer ao se assistir ato sexual praticado por terceiros é
denominada
a)Fetichismo
b)Mixoscopia
c)Vampirismo
d)Felação

Gabarito: Letra B

DPC-GO/2013
Em uma tentativa de diminuir o assédio sexual que as mulheres vinham sofrendo em ônibus e vagões de
trens, as autoridades criaram os “vagões rosas”, para uso exclusivo de mulheres. A perversão sexual em que
o indivíduo se realiza pelo contato em aglomerações ou multidões chama-se:

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a)Edipismo
b)Froteurismo
c)Pigmalianismo
d)Troilismo

Gabarito: Letra B

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QUESTÕES PROPOSTAS

01 – 2017 – IBADE - PC-AC - Delegado de Polícia


Uma pessoa vai até a Delegacia de Polícia relatar que um indivíduo do sexo masculino reiteradamente é visto
à noite, num cemitério, praticando atos sexuais com cadáveres femininos retirados dos túmulos. Com base
nas informações acima, pode-se afirmar que se está diante de um caso de:

a) necrofilia.
b) anafrodisia.
c) autoerotismo
d) sadismo.
e) frigidez.

02 – 2017 – IBADE - PC-AC - Delegado de Polícia


Durante investigação que durou um mês, policiais civis descobriram um extenso esquema que envolvia
diversos médicos da cidade. Tais médicos mantinham clínicas clandestinas com precárias condições de
higiene, em que praticavam aborto. Algumas mulheres acabaram morrendo em decorrência desta prática
ilegal. No curso da investigação, o Delegado de Polícia fez diversas requisições de exames para o perito
legista, com a finalidade de buscar elementos de informação para o inquérito policial. Com base nas
informações acima, assinale a alternativa correta.

a) É inviável a realização de exames complementares para a pesquisa de substâncias abortivas, se o perito


não estiver de posse do nome do produto a ser pesquisado.
b) O exame para diagnóstico do aborto recente em mulher morta tem como objetivo, dentre outros, a análise
de aspectos internos e externos do cadáver.
c) O perito legista irá responder aos quesitos do exame mediante a apresentação do atestado, que deverá
ser entregue no prazo de quinze dias.
d) É inviável a realização de exame de DNA para confronto entre restos fetais e um cadáver do sexo feminino.
e) é inviável a realização de exame cadavérico na mulher morta para a pesquisa de materiais ou lesões.

03 – 2017 – CESPE - PC-GO - Delegado de Polícia


Em relação aos aspectos médico-legais dos crimes contra a liberdade sexual, assinale a opção correta.

a) A presença de escoriação em cotovelo e de esperma na cavidade vaginal são suficientes para caracterizar
o estupro.
b) Equimoses da margem do ânus, hemorragias por esgarçamento das paredes anorretais e edemas das
regiões circunvizinhas são características de coito anal violento.

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c) Em crianças com mudanças de comportamento, a presença de eritemas confirma o diagnóstico de abuso


sexual.
d) A vasectomia feita no indivíduo antes de ele cometer um crime de estupro impede a obtenção de dados
objetivos desse crime.
e) A integridade do hímen invalida o diagnóstico de conjunção carnal.

04 – 2016 – FUNCAB - PC-PA - Delegado de Polícia


Os “Quadrantes de Oscar Freire" são utilizados para designara posição:

a) da vítima em relação ao atirador de uma arma de fogo.


b) do atirador de uma arma de fogo em relação a vítima.
c) da lesão provocada pela ruptura da caixa craniana atingida por projétil de arma de fogo.
d) da lesão provocada pela ruptura do hímen.
e) da lesão de entrada provocada per projétil de arma de fogo no tórax da vítima.

05- 2016 – FUNCAB - PC-PA - Delegado de Polícia


No que diz respeito às espécies de docimásias, pode-se afirmar que a de Vreden, Wendt e Gelé é:

a) bacteriana.
b) auricular.
c) siálica.
d) do nervo óptico.
e) úrica.

06 – 2016 – CESPE - PC-PE - Delegado de Polícia


Sexologia forense é o ramo da medicina legal que trata dos exames referentes aos crimes contra a liberdade
sexual, além de tratar de aspectos relacionados à reprodução. Acerca do exame médico-legal e dos crimes
nessa área, assinale a opção correta.

a) Para a configuração do infanticídio, são necessários dois aspectos: o estado puerperal e a mãe matar o
próprio filho.
b) O crime de aborto configura-se com a expulsão prematura do feto, independentemente de sua viabilidade
e das causas da eliminação.
c) O crime de abandono de recém-nascidos, que consiste na ausência de cuidados mínimos necessários à
manutenção das condições de sobrevivência ou exposição à vulnerabilidade, só estará caracterizado se for
cometido pela mãe.
d) Para se determinar um estupro, é necessário que respostas aos quesitos sobre a ocorrência de conjunção
carnal ou ato libidinoso sejam afirmativas: essas ocorrências sempre deixam vestígios.
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e) Para a resposta ao quesito sobre virgindade da paciente, a integridade do hímen pode não ser necessária,
desde que outros elementos indiquem que a periciada nunca manteve relação sexual.

07 – 2015 – VUNESP - PC-CE - Delegado de Polícia


Com relação ao crime sexual, sexualidade anômala e criminosa, é correto afirmar:

a) a sexualidade anômala engloba diferentes distúrbios caracterizados por degeneração psicopatológica,


sempre envolvendo uma alteração de personalidade, mas sem qualquer tipo de associação com distúrbios
orgânicos ou glandulares.
b) a violência sexual sádica é a expressão de uma explosão de agressão totalmente instintiva e impulsiva, não
sendo premeditada.
c) o comportamento sexual anômalo é muito mais frequente em mulheres, na faixa dos 15 aos 25 anos,
associado à baixa escolaridade e a distúrbios psiquiátricos primários.
d) o onanismo é a forma de excitação sexual em objetos que ligam o indivíduo à pessoa desejada ou amada,
muitas vezes de forma patológica, em geral peças de roupas ou determinadas partes do corpo.
e) o abuso sexual é a prática de ato sexual com pessoa incapaz de opor resistência ou pessoa inconsciente,
sendo as crianças e os adolescentes as maiores vítimas.

08 – 2014 – VUNESP - PC-SP - Delegado de Polícia


Mulher de 23 anos de idade, sexualmente ativa, procura serviço médico devido a fortes e lancinantes dores
abdomino- pélvicas há 1 hora. O exame clínico, associado a exames laboratoriais e de imagem, revela
gestação ectópica com embrião fixado e viável em tuba uterina esquerda. A paciente evade-se do local e 3
meses após retorna, agora com franco quadro de hemorragia interna, evoluindo com choque hemodinâmico
e parada cardiorrespiratória. Os médicos revertem a parada e, analisando o histórico, determinam que a
causa do sangramento provém da ruptura da tuba uterina, que é imediatamente retirada cirurgicamente.
Essa condição configura, do ponto de vista médico-legal, um aborto

a) social.
b) eugênico.
c) terapêutico.
d) econômico.
e) piedoso.

09 – 2013 – CESPE - PC-BA - Delegado de Polícia


Com relação à sexologia forense, julgue o item abaixo.

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Considere que uma autoridade policial tenha sido informada da ocorrência de suposto estupro de uma
mulher gravemente enferma internada em instituição hospitalar. Nessa situação hipotética, a autoridade
policial deve solicitar perícia imediata, com deslocamento de médico-legista para o local de internação.

Certo ( ) Errado ( )

10 – 2013 - COPS-UEL - PC-PR - Delegado de Polícia


Esclareça-se inicialmente que os termos abortamento e aborto, embora intrinsecamente relacionados, não
são sinônimos. Abortamento é o ato de abortar e aborto é o produto expelido. Ressalte-se ainda que esse
conceito, em Medicina Legal, difere do da Obstetrícia. Conceitua-se como abortamento, em obstetrícia, a
interrupção da gravidez com idade igual ou inferior a 20-22 semanas completas, levando-se em conta,
respectivamente, a data da última menstruação ou da ovulação da mulher. Quando não for possível
estabelecer com precisão a idade da gestação, considerar-se-ão aborto os produtos de concepção que
pesarem 500 g ou menos. Já a definição médico-legal do aborto consiste em interrupção criminosa da
gestação, não importando a idade em que isso venha a ocorrer.

Quanto ao tema do aborto sob a ótica médico-legal, assinale a alternativa correta.

a) Para a comprovação do aborto, não é necessário que a perícia médica demonstre a presença de gestação
prévia da mãe, bastando o exame dos restos fetais ou ovulares e a verificação de que houve um parto de um
nativivo.
b) O aborto sentimental ou piedoso ocorre em casos de risco de vida iminente para a mãe em que a única
modalidade terapêutica é a interrupção da gestação.
c) A perícia de constatação de aborto deve ser realizada em fetos enviados ao IML e consiste em autópsia
para avaliar a causa de morte fetal.
d) No caso de aborto terapêutico, é permitido ao médico realizá-lo mesmo sem o consentimento da mãe,
bastando que outro médico concorde que é a única modalidade terapêutica possível para salvar a vida da
gestante.
e) O exame fetal é parte importante da comprovação da materialidade do crime de aborto, pois é através
dele que se verificam os elementos comprobatórios de gestação como a docimasia de Galeno.

11 – 2013 – UEG - PC-GO - Delegado de Polícia


Em uma tentativa de diminuir o assédio sexual que as mulheres vinham sofrendo em ônibus e vagões de
trens, as autoridades criaram os “vagões rosas”, para uso exclusivo de mulheres. A perversão sexual em que
o indivíduo se realiza pelo contato em aglomerações ou multidões chama-se

a) edipismo
b) froteurismo
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c) pigmalianismo
d) troilismo

12 – 2013 – UEG - PC-GO - Delegado de Polícia


Grande sucesso mundial de vendas, o livro Cinquenta tons de cinza aborda temas relacionados à sexualidade
(masoquismo, sadismo, dominação). A sensação de prazer ao se assistir ato sexual praticado por terceiros é
denominada

a) fetichismo
b) mixoscopia
c) vampirismo
d) felação

13 – 2012 – CESPE - PC-AL - Delegado de Polícia


Em relação à perícia médico-legal, julgue os itens que se seguem.

Não existe a possibilidade de ocorrência de estupro em pessoa do sexo feminino com hímen íntegro, isto é,
virgem.
Certo ( ) Errado ( )

14 – 2012 – FUNCAB - PC-RJ - Delegado de Polícia


Na perícia de conjunção carnal, a maioria das lesões encontradas nas vítimas de crimes sexuais é de caráter
inespecífico, o que torna necessária a realização de métodos complementares para a elucidação dos
vestígios, entre os quais NÃO se inclui:

a) pesquisa direta de espermatozoides.


b) dosagem de fosfatase ácida prostática.
c) pesquisa de antígeno prostático específico.
d) exame de confronto genético.
e) dosagem de prostaglandina F2-alfa.

15 – 2011 – FUMARC - PC-MG - Delegado de Polícia


Representa uma docimásia extrapulmonar:

a) Siálica de Souza-Dinitz.
b) Hidrostática de Galeno.
c) Táctil de Nero Rojas.
d) Visual de Bouchut.
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16 – 2011 – FUMARC - PC-MG - Delegado de Polícia


Retalhos de hímen roto pelo parto vaginal, os quais se retraem constituindo verdadeiros tubérculos em sua
implantação, correspondem a

a) entalhes himenais.
b) hímenscribriformes.
c) carúnculas mirtiformes.
d) chanfraduras vulvo-himenais.

17 – 2009 – CEPERJ - PC-RJ - Delegado de Polícia


Uma mulher foi submetida a coito anal mediante violência e, após a feitura do registro de ocorrência na
Delegacia Policial, recebeu guia policial para realização de exame pericial no IML. No que é pertinente ao
aludido exame está incorreta a assertiva:

a) No exame efetuado a pericianda pode ser colocada em atitude genupeitoral ou em decúbito lateral
b) O exame positivo pode denotar equimose, rágade, escoriação, edema, sangue, esperma e exulceração.
c) Este coito reiterativo pode evidenciar lesão cicatricial de forma triangular com base na margem do ânus.
d) Não há diagnóstico de coito anal pela fosfatase ácida e glicoproteína P30 no suspeito vasectomizado.
e) Deverá ser recolhido material para comprovar a presença de espermatozóide através de exame
laboratorial.

18 – 2009 – CESPE - PC-PB - Delegado de Polícia


Assinale a opção correta em relação ao exame genital do cadáver, quando no hímen for observada ruptura
recente e no ânus for observada rágade.

a) Não se tem elemento para estabelecer ocorrência de conjunção carnal.


b) Não se tem elemento compatível com ato libidinoso diverso de conjunção carnal.
c) Atualmente, os elementos descritos podem ser compatíveis com crime de sedução.
d) Os elementos descritos dão a certeza de tratar-se de cadáver adulto.
e) A ruptura himenal recente só pode ocorrer em cadáver feminino e a rágade, em cadáver de ambos os
sexos.

19 – 2012 – UEG - PC-GO - Delegado de Polícia


A interrupção voluntária da gravidez, em virtude de má formação do feto, caracteriza o aborto
a) sentimental.
b) terapêutico.
c) eugênico.
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d) social.

20 – 2012 – UEG - PC-GO - Delegado de Polícia


Na classificação médico-legal, a pedofilia é considerada

a) uma perversão sexual.


b) um transtorno da identidade sexual.
c) um transtorno da preferência sexual.
d) uma tendência abusiva de atos sexuais.

Respostas19

19
01:A 02:B 03:B 04:D 05:B 06:A 07:E 08:C 09:C 10:D 11:B 12:B 13:E 14:E 15:A 16:C 17:D
18:E 19:C 20:A
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META 5

PORTUGUÊS: TEMA 03

TEMAS DO DIA
LÍNGUA PORTUGUESA
Classes de palavras: substantivo, adjetivo, numeral, artigo, pronome, verbo, advérbio, preposição,
conjunção e interjeição, emprego e sentido que imprimem às relações que estabelecem.

1. CLASSES DE PALAVRAS

A classificação (ou classe) das palavras é um método de divisão dos vocábulos, trazendo à tona o
papel que assumem em uma frase. São dez as classes de palavras: substantivo, adjetivo, numeral, artigo,
pronome, verbo, advérbio, preposição, conjunção e interjeição.
A principal diferença entre essas classes é a forma como se flexionam (ou seja, mudam) com o intuito
de se adequarem ao contexto pretendido.

1.1 Substantivo

São as palavras com a função de nomear algo (“coisas”). Podem ser precedidas de artigo ou não. É a
palavra variável que nomeia qualidades, sentimentos, sensações, ação, seres, estados, coisas reais e
imaginais. Suas classificações são: primitivo, derivado, concreto, abstrato, simples, composto, comum, próprio
e coletivo.

Definição: substantivo é uma palavra virável que tem a função de nomear uma qualidade, um sentimento,
uma sensação, uma ação, estados, lugares e seres em geral. Nomeia coisas reais e imagináveis.

De acordo com Rodrigo Bezerra (2021, p. 187):

Aqui, a palavra “ser” precisa ser entendida não só como aquilo que possui uma
existência concreta (pedra, homem, carro, lua), mas também como aquilo que
possui uma existência imaginária (Saci, fada, Minotauro), abstrata (fé, alegria,
tristeza), ou mesmo de comprovação discutível (anjo, alma, inferno).

Ainda segundo o autor, para os substantivos é preciso observar duas características fundamentais.

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1. O substantivo é uma classe de palavras que geralmente vem acompanhada de outras palavras, as
quais a determinam. Daí dizemos que um substantivo frequentemente se encontra acompanhado
de determinantes. Funcionam como determinantes os artigos, os adjetivos, os pronomes adjetivos e
os numerais. Logo, quase todas as palavras na língua portuguesa podem ser usadas como
substantivos.

2. O substantivo é a classe morfológica que “privativamente” exerce as funções sintáticas de: sujeito,
objeto direto, objeto indireto, complemento nominal, agente da passiva, aposto e vocativo. Logo,
palavras que exercem tais funções são substantivos ou substantivadas.

DICA!
Os substantivos sofrem flexão de gênero (masculino e feminino), número (singular e plural) e grau
(aumentativo e diminutivo).

Podem ser classificados nas categorias listadas abaixo, sendo as mais comuns: substantivos
concretos, abstratos, próprios, comuns, simples, compostos, primitivos, derivados e coletivos.

1.1.1 Classificação dos substantivos

a) Substantivo Comum

Designa os seres de uma espécie de forma genérica.

Exemplos: cidade, menina, país, cachorro, planta.

b) Substantivo Próprio

Ao contrário do substantivo comum, designa um ser específico, determinado. Sempre deve ser
escrito com letra maiúscula. São substantivos próprios os nomes de cidades, países, ruas, pessoas, estados,
enfim.

Exemplos: Pernambuco, Maria, João, Recife, Rua João Pessoa, etc.

c) Substantivo Concreto

Designa seres que existem no mundo real ou na imaginação, mas que são de conhecimento coletivo,
já que é palpável, conhecido.

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Exemplos: mesa, livro, lápis, anjo, fada, vento, colher, bruxa, noite, alma, espírito, etc.

d) Substantivo Abstrato

Diferente dos substantivos concretos, o substantivo abstrato designa ações verbais, sensações,
existência de qualidades ou sentimentos humanos. Assim, representa conceitos que não têm a forma
concreta.

Exemplos: pensamento, ataque, altura, saudade, alegria, beleza, bondade, etc.

e) Substantivo Primitivo

São aquele que dão origem a outras palavras. Seus radicais são provenientes das línguas-mães e não
apresentam afixos. Por isso, podem dar origem a outros termos, chamados de derivados.

Exemplos: pedra, vidro, laranja, café, bom, chave, porta, rosa, flor, dente, gato, fogo, leite, livro, etc.

f) Substantivo Derivado

Se originam de outras palavras (conhecidas como primitivas).

Exemplos: pedreiro, vidraçaria, laranjada, livraria, etc.

SUBSTANTIVOS PRIMITIVOS x SUBSTANTIVOS DERIVADOS

LIVRO – LIVRARIA
CHAVE – CHAVEIRO
FLOR – FLORICULTURA
ROSA – ROSEIRA
PORTA – PORTEIRO
CAFÉ – CAFEZAL
BOM – BONDADE
LEITE – LEITEIRO
FORMIGA – FORMIGUEIRO
SONHO – SONHADOR

g) Substantivo Simples

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Se caracterizam por serem formados por só uma palavra.

Exemplos: papel, lápis, cheiro, casa, etc.

h) Substantivo Composto

Se caracteriza por ser formado por mais de uma palavra (junção de palavras) ou radical.

Exemplos: guarda-chuva, segunda-feira, couve-flor, guarda-roupa, paraquedas, girassol, passatempo,

e) Substantivo Coletivo

Caracteriza o substantivo que, no singular, representa quantidade, conjunto, agregação de vários


elementos da mesma espécie.

Alguns exemplos:

ALCATEIA – LOBOS
ARQUIPÉLAGO – ILHAS
CÁFILA – CAMELOS
CARDUME – PEIXES
CONSTELAÇÃO – ESTRELAS
CORO – VOZES
DISCOTECA – DISCOS
ELENCO - ARTISTAS
ENXAME – ABELHAS
EXÉRCITO – SOLDADOS
FAUNA – ANIMAIS
FLORA – PLANTAS
JÚRI – JURADOS
PINACOTECA – QUADROS

f) Substantivo Biforme

São aqueles que possuem flexão de gênero, ou seja, possuem duas formas distintas: uma para o
feminino e outra para o masculino. O radical da palavra não é modificado.

• MENINO – MENINA
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• ALUNO – ALUNA

g) Substantivo Heterônimo

Apresentam duas formas, uma para o masculino, outra para o feminino. Os radicais, nesse caso, são
diferentes.

• HOMEM – MULHER
• BOI – VACA

1.2 Adjetivo

Sempre expressa uma qualidade ou característica do ser. Se relaciona com o substantivo,


concordando com este em gênero, grau e número. Assim, adjetivo é uma palavra variável, que expressa
qualidades, origem ou estado. Essas palavras variam em gênero (feminino e masculino), número (singular e
plural) e grau (comparativo e superlativo).

• A mulher era muito inteligente;


• Seu namorado não é francês?
• O livro tem uma bela capa;
• José estava triste.

É a classe de palavras variáveis que alteram a noção do substantivo atribuindo-lhe qualidades,


características, aspectos gerais ou específicos, estados, modos de ser. Resumidamente, o adjetivo é a
classe que nomeia as qualidades e os estados atribuídos ao substantivo. (BEZERRA, 2021, p. 224)

Ainda, os adjetivos possuem subclasses, a partir de critérios morfológicos e semânticos. Vejamos:

a) ADJETIVOS PRIMITIVOS: constituídos por um radical que não possui acréscimo de afixos (sufixo e/ou
prefixo) derivacionais. Exemplos: belo, feio, bonito, etc.

b) ADJETIVOS DERIVADOS: se formam a partir de outros radicais, a partir do acréscimo de afixos


derivacionais; assim, são palavras que derivam de substantivos ou verbos. Exemplos: amarelado,
famoso, articulado, visível, decoroso, etc.

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c) ADJETIVOS PÁTRIOS: se referem a continentes, países, regiões, continentes, estados, povos, raças
etc. São também conhecidos como adjetivos gentílicos. Exemplos: Pernambuco – pernambucano;
Congo – congolês.

d) ADJETIVOS SIMPLES: são aqueles que apresentam um único radical. Exemplos: bonito, baiano,
fluminense.

e) ADJETIVOS COMPOSTOS: são aqueles formados por mais de um radical. Exemplos: castanho-claro;
surdo-mudo; luso-brasileira, etc.

1.2.1 Adjetivos e gênero

• Adjetivos Uniformes – há uma forma para os dois gêneros (feminino e masculino). Exemplos: garota
inteligente; menino feliz.

• Adjetivos Biformes - a forma, nesses casos, varia conforme o gênero (masculino e feminino).
Exemplos: mulher bonita; rainha esperta.

1.2.2 Adjetivos e número

Seguindo o exemplo da formação dos substantivos, os adjetivos podem estar no singular ou no plural,
concordando com o número do substantivo respectivo. Exemplos: professoras nordestinas; estudantes
alegres.

ATENÇÃO!
- Todos os adjetivos são flexionados em número;
- Concordam com o número do substantivo que determinam;
- Seguem os mesmos padrões de formação de número dos substantivos.

1.2.3 Adjetivos e grau

Quanto ao grau, são duas as classificações dos adjetivos:

• COMPARATIVO: comparar qualidades.


• SUPERLATIVO: intensificar qualidades.

a) Grau comparativo

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➔ Comparativo de Igualdade – A professora de Direito Penal é tão boa quanto a de Criminologia.


➔ Comparativo de Superioridade – Pedro é mais simpático do que Joana.
➔ Comparativo de Inferioridade - João é menos inteligente do que Pablo.

b) Grau superlativo

➔ Superlativo Absoluto: refere-se a um substantivo somente, sendo classificado em:

• Analítico – O livro é muito interessante. A flor é muito linda. Esta casa é muito barata.

• Sintético - Marcos é inteligentíssimo. A flor é lindíssima.

➔ Superlativo Relativo: refere-se a um conjunto, ou seja, destaca algo dentro de um grupo:

• Superioridade - A menina é a mais inteligente da turma.


• Inferioridade - O garoto é o menos esperto do grupo de amigos.

1.2.4 A locução adjetiva

A locução adjetiva é o conjunto de duas ou mais palavras que possuem valor de adjetivo. São duas
palavras que se juntam para indicar uma características, mas não são adjetivos. É possível substituir a
locução adjetiva por um adjetivo sinônimo.

Exemplos:

- Cara de gato → felina


- Dia de sol → dia ensolarado
- Carne de boi → carne bovina
- Faixa de idade → faixa etária
- Rosto de anjo → rosto angelical
- Peixe do mar → peixe marítimo

1.2.5 O pronome adjetivo

Os pronomes adjetivos são aqueles em que o pronome exerce a função de adjetivo. Surgem
acompanhados do substantivo, modificando-os.

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Pronomes adjetivos acompanham, determinam e modificam os substantivos, ou seja, atribuem


particularidades e características ao substantivo, como se adjetivos fossem.

Exemplos: “Este livro é excelente!”

- O pronome adjetivo este está determinando o substantivo comum livro, ao qual se refere.

1.3 Numeral

Numeral é a classe gramatical de palavra variável (flexionadas em número e gênero) que tem a
função de atribuir quantidades aos seres, lugares, objetos, etc. Assim, expressam uma quantidade exata de
serem ou a posição que ocupam em uma sequência ou série.

a) CARDINAIS: os numerais cardinais são a forma básica dos números que indicam uma quantidade.
Ex.: um, dois, três, quatro, cinco, seis...

Alguns números cardinais variam em número, como: milhão-milhões, bilhão-bilhões, trilhão-


trilhões...

b) ORDINAIS: os numerais ordinais indicam a ordem de uma sequência, representando sucessão.


Ex.: primeiro, segundo, terceiro, quarto...

Assim, representa a ordem de sucessão e uma série, seja de seres, coisas ou objetos. Alguns
numerais ordinais possuem o valor de adjetivo. Também variam em gênero (masculino-feminino) e número
(singular e plural), como: segundo-segunda.

c) FRACIONÁRIOS: indicam proporções numéricas, isto é, representam parte de um todo. Ex.:


metade, um quarto, um oitado, um terço...

d) COLETIVOS: são os numerais que fazem referência a um conjunto de termos. Ex.: dezena, dúzia,
centena, semestre...

ATENÇÃO!
Os números coletivos sofrem a flexão de número (singular e plural).

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e) MULTIPLICATIVOS: associam um conjunto, atribuindo a eles uma característica e determinando


o aumento de sua quantidade por meio de múltiplos. Ex.: dobro, triplo, quádruplo, quíntuplo,
etc.

Dessa forma, de acordo com sua função, os numerais podem apresentar valor de substantivo ou
adjetivo. A depender do caso, então, podem ser:

Numerais substantivos: caracterizados pelos numerais multiplicativos. Podem substituir outros


substantivos.

Exemplo: Ela fez o dobro do esforço.

Numerais adjetivos: são os numerais cardinais, ordinais, coletivos e fracionários. Modificam o


substantivo e desempenham na frase uma função própria do adjetivo.

Exemplo: Esta roupa é de segunda mão (indica qualidade).

1.4 Artigo

É a classe das palavras que servem para determinar ou indeterminar os substantivos, antecedendo-
os. O artigo substantiva qualquer classe gramatical e atribui ao substantivo especificação de gênero e/ou
número. Em alguns casos, apenas cumprem expressar se a palavra é feminina ou masculina.

Quanto aos artigos, são classificados em definidos ou indefinidos. Podem ser contraídos com
algumas preposições.

Exemplos: o, a, os, as, um, uma, uns, umas.

Os artigos devem concordar em gênero (masculino e feminino) e número (singular e plural) com o
substantivo. Como acontece em:

• A dança – As danças;
• O menino – Os meninos.

Assim, os artigos podem se combinar com preposições, apresentando diversas combinações.

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ao/aos (a + o/os); à/às (a + a/as); do/dos (de + o/os); na/nas (em + a/as); no/nos (em + o/os); num/nuns
(em + um/uns); numa/numas (em + um/uns); dum/duns (de + um/uns); duma/dumas (de + uma/umas)

• ARTIGOS DEFINIDOS: O, A, OS AS

São variáveis em gênero e número. Possuem a função de acompanhar um ser específico de modo
objetivo. Determinam o substantivo comum ao isolar o mesmo dos demais.

o MASCULINO – O, OS (PLURAL)
o FEMININO – A, AS (PLURAL)

ATENÇÃO!
- O artigo definido não pode ser utilizado em vocativos, exclamações e datas;
- Não é utilizado antes de pronomes de tratamento (Vossa Alteza, Vossa Majestade, Vossa Excelência,
Vossa Senhora, etc);
- É utilizado antes de nomes próprios de países, rios, oceanos e montanhas. Ex. A Inglaterra; O Tigre (rio);
O Everest.

• ARTIGOS INDEFINIDOS: UM, UMA, UNS, UMAS

Determinam a palavra que acompanham (pessoa, objeto ou lugar) de maneira vaga, indeterminada.

o MASCULINO - UM, UNS (PLURAL)


o FEMININO - UMA, UMAS (PLURAL)

Sobre o artigo indefinido “UM”, possui o poder de dar sentido de ÊNFASE. Sendo assim, reforça alguma ideia
exposta na frase. Por exemplo:

- Este corte de cabelo está com um acabamento perfeito.

Já quando aparece antes de numeral, o artigo indefinido pode traz a ideia de aproximação.

- Ela recebeu uns 50 reais pelo produto vendido.

1.4.1 Artigos e preposições

É possível que os artigos combinem com preposições.

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o a/aos (a + o/os) Ex.: O missal foi entregue aos presentes.


o do/dos (de + o/os) Ex.: Esta era a casa dos nossos amigos.
o na/nas (em + a/as) Ex.: A carteira está na gaveta.
o num/nuns (em + um/uns) Ex.: Semana que vem estarei num evento.

ATENÇÃO!
Os artigos definidos conseguem transformar qualquer tipo de palavra em substantivo e, para isso, não
importa a sua classe gramatical. Os artigos concordam em gênero (masculino e feminino) e número
(singular e plural) com o substantivo.

1.5 Pronome

O pronome é a palavra que substitui o nome ou o grupo nominal, evitando sua repetição. Assim, é a
classe de palavras que acompanha ou substitui o substantivo.

São seis os tipos de pronomes:

a) PESSOAL

1º pessoa: o ser que se manifesta (fala) no processo comunicativo; pode ser o enunciador, o locutor ou
o emissor.
2º pessoa: o ser que recebe a mensagem e decodifica-a; sendo o receptor ou o interlocutor.
3º pessoa: o ser sobre o qual se fala no processo comunicativo.

o Reto – eu, tu, ele, ela, nós, vós, eles, elas;


o Oblíquo - me, mim, comigo, te, ti, contigo, se, si, consigo;

Os pronome ainda se subdividem em pronomes pessoais do caso reto e em pronomes oblíquos átonos e
tônicos.

⇒ CASO RETO: pronomes pessoais que sempre exercem função de sujeito da oração (nunca exercem função
de complemento).

1º pessoa do singular: EU
2º pessoa do singular: TU
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3º pessoa do singular: ELE/ELA


1º pessoa do plural: NÓS
2º pessoa do plural: VÓS
3º pessoa do plural: ELES/ELAS

Os pronomes retos jamais exercem função de objeto, sempre de sujeito!

⇒ OBLÍQUOS ÁTONOS: exercem função de complemento. São diferentes dos tônicos. Não se prendem ao
verbo pela colocação pronominal (próclise, mesóclise e ênclise).

1º pessoa do singular: ME
2º pessoa do singular: TE
3º pessoa do singular: SE/O/A/LHE
1º pessoa do plural: NOS
2º pessoa do plural: VOS
3º pessoa do plural: SE/OS/AS/LHES

⇒ OBLÍQUOS TÔNICOS: são utilizados como complementos, mas não podem ser confundidos com sujeito.

1º pessoa do singular: MIM


2º pessoa do singular: TI
3º pessoa do singular: SI/ELE/ELA
1º pessoa do plural: NOS
2º pessoa do plural: VOS
3º pessoa do plural: SI/ELE/ELA

PRONOMES PESSOAIS DE TRATAMENTO:

PRONOME ABREVIATURAS UTILIZAÇÃO

Singular Plural

Senhor(es) e Senhora(s) sr. e sra. srs. e sras. Tratamento formal.

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PRONOME ABREVIATURAS UTILIZAÇÃO

Você(s) v. v. Tratamento informal.

Príncipes e princesas, duques e


Vossa(s) Alteza(s) V.A. VV. AA.
duquesas.

V. Emas., V.
V. Ema., V. Em.a
Vossa(s) Eminência(s) Em.as ou V. Cardeais.
ou V. Em.a
Em.as

Altas autoridades: Presidente da


V. Ex.as ou V.
Vossa(s) Excelência(s) V. Ex.a ou V. Ex.a República, ministros, deputados,
Ex.as
embaixadores.

Vossa Excelentíssima
V. Ex.a Rev.ma V. Ex.as Rev.mas Bispos e arcebispos.
Reverendíssima

V. Mag.a. ou V. V. Mag.as ou V.
Vossa(s) Magnificência(s) Reitores de universidades.
Mag.a Mag.as

Reis e rainhas, imperadores e


Vossa(s)Majestade(s) V. M. VV. MM.
imperatrizes.

Sacerdotes e outras autoridades


Vossa Reverência V. Rev.a V. Rev.as
religiosas do mesmo nível.

V. Revma., V. V. Revma., V.
Vossa(s) Sacerdotes e outras autoridades
Rev.ma ou V. Rev.mas ou
Reverendíssima(s) religiosas do mesmo nível.
Rev.ma Rev.mas

Vossa Santidade V. S. - Papa.

Oficiais, funcionários graduados e


Vossa(s) Senhoria(s) V. S.a ou V.S.a V. S.as ou V.S.as
tratamento comercial.

Seguem os títulos ou qualidades das pessoas, como idade, cargo ocupado, profissão, gênero, etc.
Podem ser sintetizados em:

b) POSSESSIVO

Indicam posse em relação às pessoas do discurso. Concordam em gênero e número com a coisa possuída.

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Número Pessoa Pronomes Possessivos


Singular Primeira meu, minha, meus, minhas
Segunda teu, tua, teus, tuas
Terceira seu, sua, seus, suas
Plural Primeira nosso, nossa, nossos, nossas
Segunda vosso, vossa, vossos, vossas
Terceira seu, sua, seus, suas

c) DEMONSTRATIVO

Apontam a relação de distância (de lugar ou de tempo) entre o nome ao qual se referem e as pessoas do
discurso. Indicam, assim, a posição daquilo a que se referem.

o ESTE/ESTA: junto de quem fala;


o ESSE/ESSA: perto a quem se fala;
o AQUELE/AQUELA: longe de quem fala.

PRIMEIRA PESSOA Este, estes, esta, estas, isto


SEGUNDA PESSOA Esse, esses, essa, essas, isso
TERCEIRA PESSOA Aquele, aqueles, aquela, aquelas, aquilo

• ESTE, ESTA

o Tempo: presente;
o Espaço: perto do falante;
o Texto: anuncia o que ainda será mencionado.

Exemplos:
Este livro (aqui);
Esta mesa (aqui);
Estes livros (aqui);
Estas mesas (aqui).

• ESSE, ESSA

o Tempo: passado recente;


o Espaço: perto do ouvinte;

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o Texto: retoma algo anteriormente mencionado.

Exemplos:
Esse livro ai (com você);
Essa mesa ai (com você);
Esses livros ai (com você);
Essas mesas ai (com você).

• AQUELE, AQUELA

o Tempo: passado ou futuro distante;


o Espaço: longe do falante;
o Texto: antecedente mais distante.

Exemplos:
Aquele livro (ali, lá)
Aquela mesa (ali, lá)
Aqueles livros (ali, lá)
Aquelas mesas (ali, lá)

ATENÇÃO! SÃO INVARIÁVEIS: ISTO, ISSO E AQUILO. Os demais são VARIÁVEIS.

d) INDEFINIDO

Os pronomes indefinidos se referem à terceira pessoa do discurso, atribuindo-lhe um sentido vago e


indeterminado.

PRONOMES INDEFINIDOS

VARIÁVEIS INVARIÁVEIS

algum, nenhum, todo, outro, muito, pouco, certo, vários, alguém, ninguém, tudo, outrem, nada,
tanto, quanto, qualquer. quem, cada, algo.

Exemplos:
- Ninguém apareceu ontem.
- Todos estão aguardando o resultado.

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- Algumas alunas passaram no concurso.

e) INTERROGATIVO

São utilizados na formulação de perguntas diretas ou indiretas, referindo-se à terceira pessoa do


discurso.

Classificação Pronomes Interrogativos

Variáveis qual, quais, quanto, quantos, quanta, quantas.

Invariáveis quem, que.

Exemplos:
- Quanto custa a entrada?
- Quais livros você irá comprar?
- Quem estava com ela no show?

f) RELATIVO

O pronome relativo substitui um termo da oração anterior e estabelece relação entre duas orações.
Assim, substitui um nome já mencionado (antecedente) com o qual se relaciona.

Exemplo: Nós conhecemos o professor. O professor foi promovido. Nós conhecemos o professor que foi
promovido.

O que, no exemplo exposto, está substituindo o termo professor (relacionando a segunda oração com a
primeira).

PRONOMES RELATIVOS

Invariáveis Variáveis

que o qual, os quais, a qual, as quais

quem cujo, cujos, cuja, cujas

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quando quanto, quantos, quantas

como

onde

1. QUE, O QUAL, OS QUAIS, A QUAL, AS QUAIS

• Os temas sobre os quais falamos irão cair na prova.

2. QUEM, CUJO, CUJOS, CUJA, CUJAS

• Ele é meu professor, a quem muito admiro.

3. QUANDO, QUANTO, QUANTOS, QUANTAS

• Farei tantos comentários quanto forem necessários.

4. COMO

• Não gosto da maneira como ele dirige o curso.

5. ONDE

6. O lugar onde comprei esta bolsa já não funciona mais.

1.6 Verbo

É o nome dado à classe gramatical que designa uma AÇÃO. São categorias de flexão dos verbos:
NÚMERO, PESSOA, MODO E TEMPO.
Os verbos podem indicar ação, estado, fenômeno da natureza, ocorrência e desejo. A estrutura de
composição dos verbos aparece da seguinte forma:

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Radical, vogal temática e desinências (modo-temporal e número-pessoal).

1.6.1 Estrutura do verbo

Morfologicamente, o verbo apresenta os seguintes elementos:

1. RADICAL: sua base, contendo o sentido que o verbo carrega. Para identificar essa parte, é
necessário retirar as terminações –ar, –er ou –ir do infinitivo. Cantar, escrever, dividir.

• escrever: escrev = radical


• trabalhar: trabalh = radical
• cantar: cant = radical

2. VOGAL TEMÁTICA: é a vogal que se junta ao radical. Tem como função indicar a qual conjugação
o verbo pertence. Assim, se junta ao radical, preparando-o para receber as desinências. Nos
verbos, distinguem-se três vogais temáticas: A, E e I. Falar, comer, partir, começa, aprende.

Exemplo: partir (part - radical); i (vogal temática); r (desinência do infinitivo)

3. DESINÊNCIAS VERBAIS: morfemas que, com os verbos, indicam sua flexão em número (singular
e plural), em pessoa (1ª, 2ª ou 3ª pessoa gramatical), em modo (indicativo, subjuntivo e
imperativo) e tempo (passado, presente e futuro). Podem ser de dois tipos:

a) DESINÊNCIA MODO-TEMPORAL: começávamos


b) DESINÊNCIA NÚMERO-PESSOAL: aprenderíamos

1.6.2 Flexões do verbo

O verbo é a classe gramatical com mais flexões, sendo elas: número, pessoa, modo e tempo.

a) Número: o verbo varia em singular e plural para concordar com o sujeito.


– O carro está sujo. (singular)
– Os carros estão sujos. (plural)

b) Pessoa: o verbo varia em primeira, segunda e terceira pessoa do discurso; assim, indica o emissor, o
receptor e o referente.

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SINGULAR
1ª pessoa – Eu como.
2ª pessoa – Tu comes.
3ª pessoa – Ele(a) come.
PLURAL
1ª pessoa – Nós comemos.
2ª pessoa – Vós comeis.
3ª pessoa – Eles(as) comem.

c) Modo: o verbo se conjuga no indicativo, no subjuntivo e no imperativo.


1.6.3 Classificação dos verbos

a) Regulares: apresentam o mesmo radical em todos os tempos e modos. As desinências seguem um


paradigma nas três conjugações (-ar, -er, -ir).

• eu vendo, tu vendes, ele vende…

b) Irregulares: o radical e/ou as desinências se alteram; logo, não seguem o paradigma da conjugação.

• Querer: radical quer-


• eu quis, tu quiseste, ele quis…

c) Anômalos: possuem mais de um radical diferente. É o caso dos verbos ser e ir (somente eles).

• eu sou, tu és… eu fui…eu era… (que) eu seja… (se) eu fosse…

1.7 Advérbio

Os advérbios podem expressar ideias tempo, intensidade, lugar, modo, afirmação, negação ou
dúvida. Assim, a função do advérbio é a de modificar o verbo, adjetivo ou até mesmo outro advérbio. Pode,
nessa lógica, modificar o seu sentido. Suas palavras são invariáveis e, sendo assim, não podem ser flexionadas
em gênero (masculino/feminino), número (singular/plural) ou grau (aumentativo/ diminutivo).
Os advérbios aparecem no início, meio ou no fim das orações como adjunto adverbial.

ATENÇÃO!

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Há exceção apenas em relação aos advérbios de intensidade, que são modificados quanto ao grau.

a) ADVÉRBIO DE LUGAR

São palavras que apontam uma localização, posição ou direção.

• O restaurante está dentro da galeria.


• Estou morando longe da orla.

Aqui; antes; dentro; ali; adiante; fora; acolá; atrás; além; lá; detrás; aquém; cá; acima; onde; perto; aí; abaixo;
aonde; longe; debaixo; algures (em algum lugar), alhures (em outro lugar), nenhures (em nenhum lugar), etc.

b) ADVÉRBIO DE TEMPO

Servem para indicar o período temporal da ação.

• Costumo acordar cedo.


• É tarde demais para ir ao cinema.

Hoje; logo; primeiro; ontem; tarde; outrora; amanhã; cedo; dantes; depois; ainda; antigamente; atualmente;
antes; doravante; nunca; então; ora; jamais; agora; sempre; já; enfim; de tempos em tempos; etc.

c) ADVÉRBIO DE MODO

Explica de que maneira a ação foi realizada.

• Estudei para a prova às pressas;


• Liguei para ele às escondidas.

Bem; mal; melhor; pior; assim; aliás; depressa; devagar; como; sobretudo; quase; assim; ao léu; às claras; às
pressas; à toa; à vontade; às escondidas; aos poucos; desse jeito; desse modo; etc.

d) ADVÉRBIO DE INTENSIDADE

Exemplificam a potência de determinada ação ou qualidade.

• Ele gosta muito de caminhar;

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• A aluna era bastante pontual.

Muito; pouco; mais; menos; demais; demasiado; quanto; quão; tanto; tão; assaz; tudo; nada; todo; bastante;
quase; etc.

e) ADVÉRBIO DE DÚVIDA

Tem a função de demonstrar incerteza.

• Talvez ela não passe na prova;


• Provavelmente irei estudar mais no sábado.

Acaso; porventura; possivelmente; eventualmente; provavelmente; quiçá; talvez, por certo, quem sabe; etc.

f) ADVÉRBIO DE AFIRMAÇÃO

Afirmam, completam ou atestam alguma situação.

• Sua resposta foi avaliada negativamente;


• Matheus certamente terá um futuro brilhante.

Sim; certo; certamente; realmente; decerto; efetivamente; decididamente; efetivamente; realmente; sem
dúvida; etc.

g) ADVÉRBIO DE NEGAÇÃO

Intensifica o sentido de negação atribuído a algo.

• Nunca conheci Porto Alegre;


• Ele jamais aceitaria o empréstimo.

Não; nem; nunca; jamais; de jeito nenhum; de maneira alguma; de modo algum; tampouco.

CLASSIFICAÇÃO EXEMPLOS

Advérbios demonstrativos Aqui, então, agora, aí, etc.

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Advérbios relativos Onde, como, quando, etc.

Advérbios interrogativos Quando?, onde?, como?

CLASSIFICAÇÃO EXEMPLOS

Advérbios de
Sim, certamente, efetivamente, realmente, etc.
afirmação

Advérbios de dúvida Acaso, porventura, possivelmente, provavelmente, quiçá, talvez, etc.

Advérbios de Assaz, bastante, bem, demais, mais, menos, muito, pouco, quanto, quão, quase,
intensidade tanto, tão, etc.

Abaixo, acima, adiante, aí, além, ali, aquém, aqui, atrás, através, cá, defronte,
Advérbios de lugar
dentro, detrás, fora, junto, lá, longe, onde, perto, etc.

Assim, bem, debalde, depressa, devagar, mal, melhor, pior; e quase todos
Advérbios de modo
terminados em -mente: fielmente, levemente, etc.

Advérbios de
Não, tampouco (=também não)
negação

Agora, ainda, amanhã, anteontem, antes, breve, cedo, depois, então, hoje, já,
Advérbios de tempo
jamais, logo, nunca, ontem, outrora, sempre, tarde, etc.

1.7.1 Locução adverbial

Ocorre quando duas ou mais palavras atuam como advérbio, transformando o sentido do verbo,
adjetivo ou advérbio.
Alguns exemplos:

• Preposição + substantivo: de novo


• Preposição + adjetivo: em breve
• Preposição + advérbio: por ali

- Você pode me ajudar com a prova de novo? (de novo = novamente)


- Em breve estarei aprovada. (em breve = brevemente)

• LOCUÇÃO ADVERBIAL DE TEMPO: em breve, logo mais, à tarde, à noite, pela manhã, por vezes, de
tempos em tempos etc.

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• LOCUÇÃO ADVERBIAL DE LUGAR: em cima, por perto, ao lado, à direita, à esquerda, para dentro,
para fora etc.
• LOCUÇÃO ADVERBIAL DE AFIRMAÇÃO: por certo, sem dúvida, com certeza, na verdade, de fato etc.
• LOCUÇÃO ADVERBIAL DE NEGAÇÃO: de forma alguma, de modo algum, de maneira nenhuma etc.
• LOCUÇÃO ADVERBIAL DE MODO: às pressas, ao contrário, em silêncio, de cor, às claras, à toa, em
geral etc.
• LOCUÇÃO ADVERBIAL DE QUANTIDADE: de muito, de pouco, de todo, em excesso etc.

ATENÇÃO! As locuções adverbiais são formadas por duas ou mais palavras. Assim, “de novo”, “de repente”
e “com certeza” são escritas separadamente.

1.8 Preposição

São palavras variáveis que conectam dois ou mais termos da oração. Nessa ligação, um termo fica
subordinado ao outro. A palavra que precisa da utilização da preposição é chamada de antecedente ou
regente; a palavra introduzida é consequente ou regida. As preposições são: preposições essenciais,
preposições acidentais e locuções prepositivas.

• Entreguei o documento a ele.


• A biblioteca é aberta após as 18h.
• Isto é para Camila.

a) Preposições essenciais são palavras que funcionam apenas como preposição.

A, em, de, até, com, após, ante, contra, desde, entre, para, por, perante, sem, sob, sobre, trás.

b) Preposições acidentais apresentam uma conjunção com função de preposição ou quando duas ou
mais palavras funcionam como preposição.

Mas, afora, como, conforme, consoante, durante, exceto, feito, fora, mediante, menos, salvo, segundo,
senão, tirante, visto, etc.

c) Locuções prepositivas: duas duas ou mais palavras sendo a última com o valor de uma preposição.

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Abaixo de, acima de, a fim de, acerca de, além de, ao invés de antes de, ao lado de, a par de, apesar de,
atrás de, a respeito de, através de, de acordo com, debaixo de, de cima de, dentro de, depois de, diante
de, em frente de, em lugar de, em vez de, graças a, perto de, por causa de, por entre, etc.

1.9 Conjunção

É a palavra responsável por ligar dois termos ou duas orações de mesmo valor gramatical. As
conjunções são classificadas em coordenativas (aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas e
explicativas) e subordinativas (integrantes, causais, comparativas, concessivas, condicionais, conformativas,
consecutivas, temporais, finais e proporcionais).

ATENÇÃO! As conjunções são invariáveis, não sendo flexionadas em gênero e número.

a) CONJUNÇÕES COORDENATIVAS OU COORDENADAS: estabelecem uma ligação entre as orações


coordenadas que não dependem sintaticamente das outras.

• Conjunções aditivas - expressam soma;


• Conjunções adversativas - expressam oposição;
• Conjunções alternativas - expressam alternância;
• Conjunções conclusivas - expressam conclusão;
• Conjunções explicativas - expressam explicação.

TIPOS CONJUNÇÕES EXEMPLOS

Gosta de MPB, mas também de


ADITIVAS e, mas ainda, mas também, nem...
rock.

contudo, entretanto, mas, não obstante, no Acordou cedo, no entanto chegou


ADVERSATIVAS
entanto, porém, todavia... atrasada.

ALTERNATIVAS já…, já…, ou, ou…, ou…, ora…, ora…, quer…, quer… Não queria ir ou fingia não querer.

assim, então, logo, pois (depois do verbo), por Estudo todos os dias, logo sou
CONCLUSIVAS
conseguinte, por isso, portanto... muito regrada.

Passei no concurso porque sou


EXPLICATIVAS pois (antes do verbo), porquanto, porque, que...
uma boa estudante.

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b) CONJUNÇÕES SUBORDINATIVAS: termos que ligam duas orações sintaticamente dependentes.


Dividem-se em: causais, concessivas, condicionais, comparativas, finais, proporcionais,
temporais, comparativas, consecutivas e integrantes.

TIPOS CONJUNÇÕES EXEMPLOS

Porque, pois, porquanto, como (no sentido de porque),


Estava bem porque tomei
CAUSAIS pois que, por isso que, á que, uma vez que, visto que,
o remédio.
visto como, que

Embora, conquanto, ainda que, mesmo que, posto que, Embora ficasse nervosa,
CONCESSIVAS
bem que, se bem que, apesar de que, nem que, que. sempre parecia serena.

Se, caso, quando, conquanto que, salvo se, sem que, Se tivesse aqui, não a
CONDICIONAIS
dado que, desde que, a menos que, a não ser que. reconheceria.

Conforme o jornal
Conforme, como (no sentido de conforme), segundo,
CONFORMATIVAS informou, amanhã será
consoante.
um dia chuvoso.

É tarde para que estude


FINAIS Para que, a fim de que, porque (no sentido de que), que.
agora.

À medida que, ao passo que, à proporção que, enquanto,


quanto mais... (no sentido de mais), quanto mais... (no
Não gostava de
sentido de tanto mais), quanto mais... (no sentido de
PROPORCIONAIS Maria, quanto mais de
menos), quanto menos... (no sentido de menos), quanto
Carla.
menos... (no sentido de tanto menos), quanto menos (no
sentido de mais), quanto menos (tanto mais).

Quando, antes que, depois que, até que, logo que, Terminou o noivado assim
TEMPORAIS sempre que, assim que, desde que, todas as vezes que, que soube do
cada vez que, apenas, mal, que (desde que). acontecimento.

Que, do que (usado depois de mais, menos, maior, As ideias


COMPARATIVAS menor, melhor, pior) chegavam como uma
Qual (usado depois de tal) tartaruga.

Que (precedido de tão, tal, tanto), De modo que, De Ela é tão chata que eu não
CONSECUTIVAS
maneira que a tolero.

INTEGRANTES que e se. A verdade é que te amo.

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c) LOCUÇÃO CONJUNTIVA: quando duas ou mais palavras exercem a função de conjunção. A maior
parte das locuções conjuntivas terminam em que.

EXEMPLOS DE LOCUÇÕES CONJUNTIVAS: visto que; dado que; posto que; sem que; até que; antes que; já
que; desde que; ainda que; por mais que; à medida que; à proporção que; logo que; a fim de que; se bem
que; contanto que.

DICA! Da mesma forma que as conjunções, as locuções conjuntivas também são classificadas em
coordenativas (aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas, explicativas) e subordinativas (adverbiais:
causais, comparativas, concessivas, condicionais, conformativas, consecutivas, finais, proporcionais,
temporais).

1. Locuções conjuntivas coordenativas

TIPOS DE LOCUÇÕES CONJUNTIVAS EXEMPLOS DE LOCUÇÕES CONJUNTIVAS

bem como;
como também;
não só... mas também;
Aditivas não só... como também;
(transmitem uma ideia de adição) não só... mas ainda;
não somente… mas também;
não somente… como também;
não somente… mas ainda.

no entanto;
não obstante;
Adversativas
ainda assim;
(transmitem uma ideia de oposição)
apesar disso;
mesmo assim.

ou...ou;
já…já;
Alternativas
ora...ora;
(transmitem uma ideia de alternância)
quer...quer;
seja...seja.

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TIPOS DE LOCUÇÕES CONJUNTIVAS EXEMPLOS DE LOCUÇÕES CONJUNTIVAS

por isso;
por conseguinte;
Conclusivas
por consequência;
(transmitem uma ideia de conclusão)
de modo que;
desse modo.

já que;
visto que;
dado que;
Explicativas uma vez que;
(transmitem uma ideia de explicação) isto é;
ou seja;
na verdade;
a saber.

2. Locuções conjuntivas subordinativas

EXEMPLOS DE LOCUÇÕES
TIPOS DE LOCUÇÕES CONJUNTIVAS
CONJUNTIVAS

visto que;
uma vez que
Adverbiais causais
já que;
(apresentam a causa do acontecimento principal)
pois que;
desde que.

assim como;
Adverbiais comparativas
tanto como.
(apresentam uma comparação com o acontecimento principal)

Adverbiais concessivas ainda que;


(apresentam uma ideia de contraste e contradição do mesmo que;
acontecimento principal) se bem que;

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EXEMPLOS DE LOCUÇÕES
TIPOS DE LOCUÇÕES CONJUNTIVAS
CONJUNTIVAS

posto que;
apesar de que.

salvo se;
desde que;
Adverbiais condicionais
dado que;
(apresentam uma condição para a realização ou não do
exceto se;
acontecimento principal)
contando que;
uma vez que.

Adverbiais conformativas de acordo com que;


(apresentam uma ideia de conformidade em relação ao em consonância com que.
acontecimento principal)

tanto que;
tão que;
tal que;
tamanho que;
Adverbiais consecutivas
de forma que;
(apresentam a consequência do acontecimento principal)
de modo que;
de sorte que;
de tal forma que;
de tal maneira que.

a fim de que;
Adverbiais finais
para que.
(apresentam o fim ou finalidade do acontecimento principal)

à proporção que;
Adverbiais proporcionais
à medida que;
(apresentam uma ideia de proporcionalidade com o
ao passo que.
acontecimento principal)

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EXEMPLOS DE LOCUÇÕES
TIPOS DE LOCUÇÕES CONJUNTIVAS
CONJUNTIVAS

agora que;
logo que;
desde que;
Adverbiais temporais assim que;
(apresentam uma circunstância de tempo ao acontecimento tanto que;
principal) antes que;
primeiro que;
depois que;
até que.

A diferença entre conjunção e locução conjuntiva aparece na sua formação. Palavra simples: conjunção; o
conjunto de duas ou três palavras: locução.

1.10 Interjeição

Serve para exprimir, de modo enérgico, um sentimento, uma emoção, uma ordem, etc. Demonstra
espanto, dor, animação, alívio, advertência, desejo, alegria, silêncio, impaciência, aplauso, etc.
É uma palavra invariável que possui como função transmitir emoções. O valor de cada interjeição irá
depender conforme o contexto e a atitude do falante.

• Ah! Não consegui passar no concurso – Desapontamento.


• Ah! Que bela história – Admiração.

INTERJEIÇÕES DE
Oh!, Ah!, Oba!, Viva!, Opa!, Eta!, Eita!, Eh!,…
ALEGRIA

INTERJEIÇÕES DE
Vamos!, Força!, Coragem!, Ânimo!, Adiante!, Avante!, Eia!, Força!,…
ESTÍMULO

INTERJEIÇÕES DE
Apoiado!, Boa!, Bravo!, Parabéns!, Ótimo!, Isso!,…
APROVAÇÃO

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INTERJEIÇÕES DE
Oh!, Tomara!,...
DESEJO

INTERJEIÇÕES DE
Ai!, Ui!, Ah!, Oh!,…
DOR

INTERJEIÇÕES DE
Nossa!, Cruz!, Caramba!, Opa!, Virgem!, Vixe!, Oh!, Puxa!, Quê!, Ué!,...
SURPRESA

INTERJEIÇÕES DE
Diabo!, Puxa!, Pô!, Raios!, Ora!,...
IMPACIÊNCIA

INTERJEIÇÕES DE
Psiu!, Silêncio!, Shh!, Basta!, Chega!,…
SILÊNCIO

INTERJEIÇÕES DE
Uf!, Ufa! Ah!, Puxa!,…
ALÍVIO

INTERJEIÇÕES DE
Credo!, Cruzes!, Uh!, Ui!, Oh!, Jesus!, Ai!,…
MEDO

INTERJEIÇÕES DE
Cuidado!, Atenção!, Olha!, Alerta!, Sentido!, Fogo!, Calma!,…
ADVERTÊNCIA

INTERJEIÇÕES DE
Claro!, Tá!, Hã-hã!, Certo!, Ótimo!, Perfeito!,…
CONCORDÂNCIA

INTERJEIÇÕES DE
Credo!, Francamente!, Xi!, Chega!, Basta!, Ora!, Droga!, Porcaria!, Bah!,…
DESAPROVAÇÃO

INTERJEIÇÕES DE
Hum!, Epa!, Ora!, Qual!, Ué!,…
INCREDULIDADE

INTERJEIÇÕES DE
Socorro!, Aqui!, Piedade!, Ajuda!, Acuda!,…
SOCORRO

INTERJEIÇÕES DE
Olá!, Alô!, Ei!, Tchau!, Adeus!, Até!, Inté!, Salve!, Ave!, Viva!,…
CUMPRIMENTOS

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INTERJEIÇÕES DE
Rua!, Xô!, Fora!, Passa!, Sai!, Arreda!,…
AFASTAMENTO

INTERJEIÇÕES DE
Obrigado!, Grato!, Valeu!,…
AGRADECIMENTO

INTERJEIÇÕES DE
Perdão!, Opa!, Desculpa!,…
DESCULPA

1.10.11 Locução Interjetiva

São duas ou mais palavras que, juntas, desempenham o papel de interjeição.

Puxa vida! Quem me dera! Cruz credo! Virgem Maria! Virgem Santa! Valha-me Deus! Muito bem! Minha
nossa!

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QUESTÕES PROPOSTAS

1 - 2022 - FGV - PC-RJ - FGV - 2022 - PC-RJ - Investigador Policial de 3ª Classe

Todas as frases abaixo mostram locuções adverbiais sublinhadas; a frase em que a locução destacada foi
substituída de forma adequada é:

A-Nenhum banco morre de repente / repentinamente;


B-As mudanças nunca ocorrem sem inconvenientes, até mesmo do pior para o melhor / complexamente;
C-Repreende o amigo em segredo e elogia-o em público / descaradamente;
D-Um homem muito lido nunca cita com precisão / necessariamente;
E-O sol se põe de novo a cada noite / repetidamente.

2 - 2022 - FGV - PC-RJ - FGV - 2022 - PC-RJ - Investigador Policial de 3ª Classe

“O grande mal do Brasil tem sido o crime sem castigo. O que reduz a criminalidade é a certeza da punição.”

Todas as frases abaixo são construídas por dois segmentos, com algum tipo de pontuação entre eles; a
substituição adequada dessa pontuação por uma conjunção, de modo a preservar o sentido da frase, é:

A-Deus fez o campo. O homem fez a cidade / portanto;


B-A natureza não se engana nunca; somos nós que nos enganamos / no entanto;
C-A felicidade consiste em ser feliz. Não consiste em fazer crer aos demais que o somos / pois;
D-Sucesso é conseguir o que você quer. Felicidade é gostar do que você conseguiu / embora;
E-Milhares de velas podem ser acesas de uma única vela e a vida da vela não será encurtada. Felicidade nunca
diminui ao ser compartilhada / assim como.

3 - 2022 - FGV - PC-RJ - FGV - 2022 - PC-RJ - Investigador Policial de 3ª Classe

Um antigo ministro brasileiro declarou certa vez: “O grande mal do Brasil tem sido o crime sem castigo. O
que reduz a criminalidade é a certeza da punição”.

Nessa frase, a locução “sem castigo” pode ser adequadamente substituída por “impune”; a frase abaixo em
que uma substituição de uma locução por um adjetivo foi feita de forma adequada é:

A-O melhor equipamento de segurança já inventado foi um espelho retrovisor com um carro de polícia
refletido nele / seguro;
B-Cadeia é castigo e não colônia de férias / festiva;
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C-Não é permitido fazer em nome de outro o que não podemos fazer em nosso nome / alheio;
D-Um diamante é um pedaço de carvão que se saiu bem sob pressão / carbonizado;
E-A noite é a mãe dos pensamentos / pensativa.

4 - 2022 - FGV - PC-RJ - FGV - 2022 - PC-RJ - Investigador Policial de 3ª Classe

“Uma investigação complexa da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) que durou 16 meses resultou na prisão
do homem apontado como o maior traficante de cocaína da capital, Wesley do Espírito Santo, vulgo
Macarrão, de 42 anos. Além disso, rendeu também a desarticulação de uma quadrilha especializada em
abastecer o DF com uma das drogas mais caras, a escama de peixe, variedade mais valiosa e refinada, em
2013. O Correio revelou, com exclusividade, como funcionava o esquema criminoso comandado pelo
traficante, condenado à pena mais alta da história de Brasília e executado enquanto trabalhava, em
Taguatinga. Na reportagem deste domingo (31/10), a atuação de cada um dos envolvidos é detalhada”
(Adaptado. Correio Braziliense, 2/12/2021).

“Uma investigação complexa da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) que durou 16 meses resultou na prisão
do homem apontado como o maior traficante de cocaína da capital, Wesley do Espírito Santo, vulgo
Macarrão, de 42 anos.”

Nesse segmento do texto 3, o adjetivo sublinhado tem a função de:

A-valorizar, indiretamente, o trabalho da polícia;


B-justificar o pouco tempo dedicado à investigação;
C-mostrar o preparo intelectual dos agentes policiais;
D-indicar uma opinião do jornal sobre a prisão realizada;
E-informar a população sobre o trabalho diário da polícia.

5 - 2022 - FGV - PC-RJ - FGV - 2022 - PC-RJ - Investigador Policial de 3ª Classe

“Investigação é o ato ou efeito de investigar, busca, pesquisa. Ou seja, investigação criminal pode ser definida
como a atividade preliminar de produzir e colher elementos de convicção acerca da materialidade, de autoria
ou participação referente a um fato tido como criminoso” (Jus.com.br).
“Investigação é o ato ou efeito de investigar, busca, pesquisa. Ou seja, investigação criminal pode ser definida
como a atividade preliminar de produzir e colher elementos de convicção...”; esse segmento do texto 1 traz
dois infinitivos sublinhados.

A substituição adequada desses verbos pelos substantivos cognatos a eles correspondentes é:

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A-atividade preliminar de produção e colhida de elementos;


B-atividade preliminar de produção e coleta de elementos;
C-atividade preliminar de produto e coleta de elementos;
D-atividade preliminar de produto e colheita de elementos;
E-atividade preliminar de produção e colheita de elementos.

6 - 2022 - FGV - PC-RJ - FGV - 2022 - PC-RJ - Investigador Policial de 3ª Classe

“Investigação é o ato ou efeito de investigar, busca, pesquisa. Ou seja, investigação criminal pode ser definida
como a atividade preliminar de produzir e colher elementos de convicção acerca da materialidade, de autoria
ou participação referente a um fato tido como criminoso” (Jus.com.br).

“Investigação é o ato ou efeito de investigar, busca, pesquisa. Ou seja, investigação criminal pode ser definida
como a atividade preliminar de produzir e colher elementos de convicção...”.

Nesse segmento do texto 1, há três ocorrências da preposição DE, sem que nenhuma delas seja solicitada
por um termo anterior.

A frase abaixo em que a preposição DE tem valor gramatical, ou seja, é uma exigência de um termo anterior,
é:

A-Não pedi a empresário nenhum que chegasse com malas DE dólares em minha casa;
B-Ninguém quer ser mulher DE malandro. O Brasil não precisa sofrer gol para depois marcar;
C-Tenho certeza DE que, no Brasil, mais jovens fumaram maconha do que gente comeu carne;
D-Os gerentes do banco, como diz o ditado, estão mais perdidos que cachorro em dia DE mudança;
E-Beijar a boca DE uma mulher bonita é fácil.

7 - 2021 - FGV - PC-RJ - FGV - 2021 - PC-RJ - Inspetor de Polícia Civil

Todas as frases abaixo se iniciam por um termo preposicionado; a frase modificada, de forma a suprimir esse
termo, que altera o sentido da frase original é:

A-Neste jornal há notícias apavorantes / Este jornal publica notícias apavorantes;


B-Em sua irritação, disse coisas inconvenientes / Sua irritação levou-o a dizer coisas inconvenientes;
C-Em suas cartas, revela-se toda a sua generosidade / Suas cartas comprovam toda a sua generosidade;
D-Numa gruta, achamos abrigo durante a tempestade / A gruta protegeu-nos durante a tempestade;
E-Nesta região, há cinco povoados importantes / Esta região compõe-se de cinco povoados importantes.

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8- 2021 - FGV - PC-RJ - FGV - 2021 - PC-RJ - Inspetor de Polícia Civil

Em todas as frases abaixo há uma expressão formada pelo advérbio não + forma verbal; a frase abaixo em
que a expressão destacada foi substituída por um só verbo de significado equivalente e adequado ao
contexto é:

A-Não aceitou o convite / Declinou do convite;


B-Não aceitou a minha ajuda / Ignorou a minha ajuda;
C-Não cumpriu o que manda a lei / Desprezou o que manda a lei;
D-Não aceitou as acusações / Combateu as acusações;
E-Não se entregou até o final da luta / Dedicou-se até o final da luta.

9 - 2021 - FGV - PC-RJ - FGV - 2021 - PC-RJ - Inspetor de Polícia Civil

Em todas as opções abaixo há uma sequência de adjetivos que expressam uma mesma ideia; a opção em que
esses adjetivos partem do menos para o mais intenso é:

A-amigo / companheiro / parceiro;


B-afastado / distante / remoto;
C-colérico / irado / raivoso;
D-sentimental / sensível / afetivo;
E-delicado / gentil / educado.

Texto para questões 10 e 11:

Violência no Brasil
A violência doméstica é um crime contra a infância. A violência urbana é um crime contra a adolescência,
que atinge principalmente meninos negros”, diferencia Florence Bauer, representante do Unicef no Brasil.
“Embora sejam fenômenos complementares e simultâneos, é crucial entendê-los, também, em suas
diferenças para desenhar políticas públicas efetivas de prevenção e resposta às violências”, acrescenta ela.
(Jornal Estado de Minas, 23 out. 2021, p. 9)

10 - 2021 - FUMARC - PC-MG - FUMARC - 2021 - PC-MG - Escrivão de Polícia I

Para a ocorrência de crase no sintagma: “e resposta às violências”?, a justificativa está INCORRETA em:

A-Antecede uma locução adverbial.


B-O termo regente pede a preposição “a”.
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C-O termo regido admite o artigo definido “a”


D-Precede uma palavra feminina.

11 - 2021 - FUMARC - PC-MG - FUMARC - 2021 - PC-MG - Escrivão de Polícia I

Na oração “Embora sejam fenômenos complementares e simultâneos, [...]”, a conjunção “embora” introduz,
no período, uma articulação

A-causal.
B-concessiva.
C-condicional.
D-proporcional.

12 - 2021 - CESPE / CEBRASPE - PC-AL Provas: CESPE / CEBRASPE - 2021 - PC-AL - Escrivão de Polícia - Prova
Anulada

O século XIX constituiu-se em marco fundamental para o desenvolvimento das instituições de


segurança pública, com as polícias buscando maior legitimidade e profissionalização. Como referência
ocidental, a Polícia Metropolitana da Inglaterra, fundada em 1829, mudou paradigmas, dando
preponderância ao papel preventivo de suas ações e foco à proteção da comunidade.
O consenso, em detrimento do poder de coerção, e a prevenção, em detrimento da repressão,
reforçaram a proximidade da polícia com a sociedade, com atenção integral ao cidadão. O modelo inglês
retirou as polícias do isolamento, apresentando-as à comunidade como importante parceira da segurança
pública e elemento fundamental para a redução da violência. Com isso, surgiu o conceito de uma organização
policial moderna, estatal e pública, em oposição ao controle e à subordinação política da polícia.
No Brasil, as primeiras iniciativas de implantação da polícia comunitária ocorreram com a
Constituição Federal de 1988 e a necessidade de uma nova concepção para as atividades policiais. Foram
adotadas estratégias de fortalecimento das relações das forças policiais com a comunidade, com destaque
para a conscientização sobre a importância do trabalho policial e sobre o valor da participação do cidadão
para a construção de um sistema que busca a melhoria da qualidade de vida de todos.
Brasil. Ministério da Justiça e Segurança Pública. Secretaria Nacional de Segurança Pública
(SENASP). Diretriz Nacional de Polícia Comunitária. Brasília – DF, 2019. p. 11-12 (com adaptações)

Com relação às ideias e aos aspectos linguísticos do texto anterior, julgue o item que se segue.

Sem prejuízo da correção gramatical do texto e das informações nele veiculadas, o trecho “relações das
forças policiais com a comunidade” (terceiro parágrafo) poderia ser substituído por relações entre as forças
policiais e a comunidade.
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Certo
Errado

Texto para as questões 13 e 14:

13 - 2021 - IDECAN - PC-CE - IDECAN - 2021 - PC-CE - Inspetor de Polícia Civil

Na grade dos cursos há, por exemplo, determinação para que os aspirantes tenham acesso a um módulo de
14 horas de aulas sobre diversidade étnico-racial. (linhas 28 a 30)
Assinale a alternativa em que o termo sublinhado no período acima esteja corretamente flexionado no plural.

A-étnicos-raciais
B-étnico-raciais
C-étnicorraciais
D-etnicorraciais
E-étnicos-racial

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14 - 2021 - IDECAN - PC-CE - IDECAN - 2021 - PC-CE - Inspetor de Polícia Civil

“A formação profissional está eivada de crenças, valores e preconceitos de um sistema de representação


sobre o que é polícia, o que é criminoso, o que é mulher, o que é o menor e o que é o negro”, aponta. (linhas
22 e 23)
Pela sequência sublinhada no período acima, os termos polícia, criminoso, mulher, menor e negro são,
respectivamente,

A-adjetivo, adjetivo, adjetivo, substantivo, substantivo.


B-adjetivo, adjetivo, adjetivo, adjetivo, adjetivo.
C-substantivo, substantivo, substantivo, adjetivo, adjetivo.
D-substantivo, substantivo, substantivo, substantivo, substantivo.
E-substantivo, adjetivo, substantivo, adjetivo, substantivo.

Texto para questões 15 e 16:

15 - 2021 - IDECAN - PC-CE - IDECAN - 2021 - PC-CE - Escrivão de Polícia Civil

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Um grupo de pesquisadores sugere que a presença de metano nas quantidades observadas nas plumas de
água que são ejetadas da lua de Saturno não pode ser explicada por qualquer mecanismo conhecido, salvo
vida. (linhas 1 a 3)

A palavra sublinhada no período acima se classifica como

A-adjetivo.
B-substantivo.
C-partícula expletiva.
D-verbo.
E--palavra denotativa.

16 - 2021 - IDECAN - PC-CE - IDECAN - 2021 - PC-CE - Escrivão de Polícia Civil

Assinale a alternativa em que o termo indicado desempenhe, no texto, papel adjetivo.

A-Vênus (linha 5)
B-publicado (linha 8)
C-achados (linha 8)
D-metano (linha 9)
E-muitas (linha 12)

17 - 2021 - CESPE / CEBRASPE - PC-DF - CESPE / CEBRASPE - 2021 - PC-DF - Escrivão de Polícia da Carreira
de Polícia Civil do Distrito Federal

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No que se refere aos sentidos e aos aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o próximo item.
No trecho “e previa o combate a crimes pequenos e a prevenção do vandalismo” (ℓ. 7 a 9), o “a”, em ambas
as ocorrências, classifica-se como preposição e seu emprego deve-se à presença da palavra “combate”.

Certo
Errado

18 - 2019 - INSTITUTO AOCP - PC-ES Provas: INSTITUTO AOCP - 2019 - PC-ES - Investigador

Dicas de Segurança: Em casa

• Em sua residência, ao atender um chamado, certifique-se de quem se trata, antes mesmo de atendê-lo. Em
caso de suspeita, chame a Polícia.

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• À noite, ao chegar em casa, observe se há pessoas suspeitas próximas à residência. Caso haja suspeita, não
estacione; ligue para a polícia e aguarde a sua chegada.
• Não mantenha muito dinheiro em casa e nem armas e joias de muito valor.
• Quando for tirar cópias de suas chaves, escolha chaveiros que trabalhem longe de sua casa. Dê preferência
a profissionais estabelecidos e que tenham seus telefones no catálogo telefônico.
• Evite deixar seus filhos em casa de colegas e amigos sem a presença de um adulto responsável.
• Cuidado com pessoas estranhas que podem usar crianças e empregadas para obter informações sobre sua
rotina diária.
• Cheque sempre as referências de empregados domésticos (saiba o endereço de sua residência).
• Utilize trancas e fechaduras de qualidade para evitar acesso inoportuno. O uso de fechaduras auxiliares
dificulta o trabalho dos ladrões.
• Não deixe luzes acesas durante o dia. Isso significa que não há ninguém em casa.
• Quando possível, deixe alguma pessoa de sua confiança vigiando sua casa. Utilize, se necessário, seu
vizinho, solicitando-lhe que recolha suas correspondências e receba seus jornais quando inevitável.
• Ao viajar, suspenda a entrega de jornais e revistas.
• Não coloque cadeados do lado de fora do portão. Isso costuma ser um sinal de que o morador está viajando.
• Cheque a identidade de entregadores, técnicos de telefone ou de aparelhos elétricos.
• Insista com seus filhos: eles devem informar sempre onde estarão, se vão se atrasar ou se forem para a
casa de algum amigo. É muito importante dispor de todos os telefones onde é possível localizá-los.
• Verifique se as portas e janelas estão devidamente trancadas e jamais avise a estranhos que você não vai
estar em casa.

Adaptado de https:<//sesp.es.gov.br/em-casa>. Acesso em: 30/jan./2019.

Assinale a alternativa em que a palavra seja formada por prefixação.

A-Entregadores.
B-Estranhos.
C-Fechaduras.
D-Inoportuna.
E-Chaveiro.

Texto para questões 19 e 20:

Projetos e Ações: Papo de Responsa

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SEMANA 09/12

O Programa Papo de Responsa foi criado por policiais civis do Rio de Janeiro. Em 2013, a Polícia Civil
do Espírito Santo, por meio de policiais da Academia de Polícia (Acadepol) capixaba, conheceu o programa e,
em parceria com a polícia carioca, trouxe para o Estado.
O ‘Papo de Responsa’ é um programa de educação não formal que – por meio da palavra e de
atividades lúdicas – discute temas diversos como prevenção ao uso de drogas e a crimes na internet, bullying,
direitos humanos, cultura da paz e segurança pública, aproximando os policiais da comunidade e,
principalmente, dos adolescentes.
O projeto funciona em três etapas e as temáticas são repassadas pelo órgão que convida o Papo de
Responsa, como escolas, igrejas e associações, dependendo da demanda da comunidade. No primeiro ciclo,
denominado de “Papo é um Papo”, a equipe introduz o tema e inicia o processo de aproximação com os
alunos. Já na segunda etapa, os alunos são os protagonistas e produzem materiais, como músicas, poesias,
vídeos e colagens de fotos, mostrando a percepção deles sobre a problemática abordada. No último
processo, o “Papo no Chão”, os alunos e os policiais civis formam uma roda de conversa no chão e trocam
ideias relacionadas a frases, questões e músicas direcionadas sempre no tema proposto pela instituição. Por
fim, acontece um bate-papo com familiares dos alunos, para que os policiais entendam a percepção deles e
também como os adolescentes reagiram diante das novas informações.
Disponível em . Acesso em: 30/ jan./2019.

19- 2019 - INSTITUTO AOCP - PC-ES Provas: INSTITUTO AOCP - 2019 - PC-ES - Escrivão de Polícia

Dentre os processos existentes para formar novas palavras, verifica-se que o substantivo “responsa” é
formado por

A-derivação prefixal.
B-derivação parassintética.
C-redução.
D-hibridismo.
E-composição por aglutinação.

20 - 2019 - INSTITUTO AOCP - PC-ES Provas: INSTITUTO AOCP - 2019 - PC-ES - Escrivão de Polícia

No excerto “[...] aproximando os policiais da comunidade e, principalmente, dos adolescentes.”, a preposição


“da”, na expressão em destaque, indica

A-posse.
B-modo.
C-meio.
D-alvo.
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SEMANA 09/12

E-tempo.

Respostas20

20
1: A 2: E 3: C 4: A 5: B 6: C 7: E 8: A 9: B 10: A 11: B 12: C 13: B 14: D 15: E 16: E 17: E 18: D 19: C 20: D
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SEMANA 09/12

PORTUGUÊS: TEMA 04

TEMAS DO DIA
LÍNGUA PORTUGUESA
Emprego de tempos e modos verbais. Frases e tipos de frases. Oração: termos essenciais da oração, termos
integrantes da oração, termos acessórios da oração, coordenação e subordinação.

1. EMPREGO DE TEMPOS E MODOS VERBAIS

1.1 Tempos verbais

Uma das funções do verbo é a de indicar um processo localizado no tempo. Esse tempo é divido em:
presente, pretérito e futuro. Os tempos verbais indicam quando ocorre a ação, estado ou fenômeno
expressado pelo verbo.
Assim, os tempos verbais são recursos da gramática que esclarecem o momento da fala de alguém.
Trazem o passado, presente e futuro por meio da flexão de verbo. Desse modo, o interlocutor irá indicar se
algo já ocorreu, acontece no momento em que se fala ou ainda vai ocorrer.

LEMBRANDO QUE O VERBO PODE SE FLEXIONAR DE QUATRO MANEIRAS: PESSOA, NÚMERO, TEMPO E
MODO.
O VERBO É A CLASSE QUE POSSUI MAIS VARIAÇÕES DE FORMA OU ACIDENTES GRAMATICAIS.
AO CONJUNTO DE FLEXÕES DE UM VERBO DÁ-SE O NOME DE “CONJUGAÇÃO”.

Sobres os tempos verbais, tem-se:

a) TEMPO PRESENTE: fato que ocorre no momento da fala, assim como ações regulares ou situações
permanentes. Assim, o tempo presente aparece para fatos cotidianos.

Ex.: Estou ligando para ela.


Eu gosto de suco de abacaxi.
Na Escócia faz muito frio.
A menina é muito inteligente.
Ele trabalha no centro da cidade.

b) TEMPO PASSADO ou PRETÉRITO: fato que ocorreu antes do momento da fala. Já passou, ou seja,
não faz parte nem do presente nem do futuro.

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SEMANA 09/12

Ex.: Perdi a carteira na semana passada.


Choveu muito!
Fiz uma caminhada muito longa!

É subdividido em: pretérito perfeito, pretérito imperfeito e pretérito mais-que-perfeito.

Vejamos as subdivisões abaixo:

1.1.1 Pretérito perfeito

Fato passado totalmente concluído. É concluso e pontual. Ação completa no passado. Ação não
repetida.

Expressões comuns: ontem, anteontem, semana passada, no mês passado, no ano passado, etc.

Exemplos:

o No ano passado, eu era mais magro.


o Quando nós tínhamos uma casa no campo, costumávamos passar todos os finais de semana.
o Ele estudou todo o assunto hoje.

ATENÇÃO!
As conjunções dos verbos SER e IR no pretérito perfeito do indicativo são iguais.

SER IR
eu fui eu fui
tu foste tu foste
ele foi ele foi
nós fomos nós fomos
vós fostes vós fostes
eles foram eles foram

1.1.2 Pretérito imperfeito

O processo passado não foi totalmente concluído, pois revela o fato em sua duração. É um fato
inconcluso, contínuo, inespecífico.

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Exemplos:

o Ele conversava bastante durante a aula.

1.1.3 Pretérito mais-que-perfeito

Indica um processo passado anterior a outro também passado. Assim, pontua um fato mais remoto no
passado.

Exemplos:

o Quando eu cheguei da festa, ele já havia indo embora.


o Quando a mãe chegou em casa, as crianças já tinham feito o dever de casa.

c) TEMPO FUTURO: fato que irá ocorrer depois do ato da fala.

Ex.: Em cerca de meia hora a novela vai começar.


Daqui a quinze minutos o almoço estará pronto.

Já o tempo futuro é subdividido em:

1.1.4 Futuro do presente

Indica um fato posterior ao momento em que se fala. É aquilo que está por vir e traz uma expectativa,
torcida, desejo.

• Comerá (contextos formais)


• Vai comer (uso aceito, em contextos formais ou não)
• Irá comer (uma ênfase da última forma)

Exemplos:

o Quando ele voltar de viagem, contarei tudo o que aconteceu.

1.1.5 Futuro do pretérito

Indica um processo futuro tomado em relação a um fato passado. É uma projeção do futuro.

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SEMANA 09/12

• Jura que comparecerá. (Futuro do presente)


• Jurou que compareceria. (Futuro do pretérito)

Exemplos:

o Se eu já tivesse as apostilas, estudaria amanhã mesmo.

1.2 Modos Verbais

Nas palavras de Rodrigo Bezerra (2021, p. 310):

As flexões de modo dizem respeito às formas assumidas pelo verbo para indicarem
certos estados de espírito em relação ao fato ou estado expressos por ele, ou seja,
mostram a atitude (certeza, dúvida, ordem, etc.) da pessoa que fala em relação ao
fato anunciado. Em português, três são os modos verbais: indicativo, subjuntivo e
imperativo. Esses modos compõem as chamadas “formas finitas do verbo”, em
oposição ao infinitivo, o qual com o gerúndio e o particípio compõem as “formas
infinitas do verbo” ou “formas nominais do verbo”.

Assim, inicialmente estudaremos os modos do verbo, sendo eles Indicativo, Subjuntivo e Imperativo.

a) MODO INDICATIVO: enuncia um fato ou um estado, em orações independentes ou dependentes,


declarativas, interrogativas ou exclamativas, afirmando ou negando. Apresenta ações verbais reais
ou verossímeis no fato que se enuncia.

Os tempos do indicativo são: presente, pretérito (perfeito, imperfeito e pretérito mais-que-perfeito),


futuro (do presente e do pretérito).

b) MODO SUBJUNTIVO: é o modo próprio da incerteza, da possibilidade, da dúvida, da futuridade, da


vontade, do desejo, da esperança.

Os tempos do subjetivo são: presente, futuro e pretérito imperfeito.

c) MODO IMPERATIVO: ordens, mando, preceitos e proibição.

Se subdividem em IMPERATIVO AFIRMATIVO e IMPERATIVO NEGATIVO.

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MODO USO EXEMPLO


Ações verbais tidas como
Indicativo Maria sempre estuda.
reais ou verossímeis
Ações verbais consideradas
Subjuntivo Talvez Maria estude amanhã.
suposições ou hipóteses
Pedidos, ordens ou sugestões
Imperativo Estude agora, Maria.
a outra(s) pessoa(s)

Os tempos verbais (presente, pretérito e futuro), em conjunto com os modos verbais (indicativo,
subjuntivo e imperativo), indicam a forma como ocorrem as ações, estados ou fenômenos expressados pelo
verbo. O morfema DESINÊNCIA MODO TEMPORAL é responsável por marcar o tempo e o modo de um
verbo.

INDICATIVO:
- PRESENTE
- PRETÉRITO PERFEITO
- PRETÉRITO IMPERFEITO
- PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO
1.2.1 Tempos verbais do modo indicativo
- FUTURO DO PRESENTE
- FUTURO DO PRETÉRITO
Os tempos verbais do modo indicativo expressam
acontecimentos certos.

a) Tempos simples do modo indicativo


SUBJUNTIVO:
- PRESENTE
• Presente do indicativo: Eu durmo.
- PRETÉRITO IMPERFEITO
• Pretérito imperfeito do indicativo: Eu dormia.
- FUTURO
• Pretérito perfeito do indicativo: Eu dormi.
• Pretérito mais-que-perfeito do indicativo: Eu dormira.
IMPERATIVO:
• Futuro do presente do indicativo: Eu dormirei.
AFIRMATIVO E NEGATIVO
• Futuro do pretérito do indicativo: Eu dormiria.

b) Tempos compostos do modo indicativo

• Pretérito perfeito composto do indicativo: Eu tenho dormido.


• Pretérito mais-que-perfeito composto do indicativo: Eu tinha dormido.
• Futuro do presente composto do indicativo: Eu terei dormido.

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• Futuro do pretérito composto do indicativo: Eu teria dormido.

1.2.2 Tempos verbais do modo subjuntivo

São acontecimentos possíveis, que dependem de outros.

a) Tempos simples do modo subjuntivo

• Presente do subjuntivo: Talvez eu durma.


• Pretérito imperfeito do subjuntivo: Seria melhor se eu dormisse.
• Futuro do subjuntivo: Quando eu dormir, ficarei mais calma.

b) Tempos compostos do modo subjuntivo

• Pretérito perfeito composto do subjuntivo: Ele acredita que eu tenha dormido.


• Pretérito mais-que-perfeito composto do subjuntivo: Ele acreditou que eu tivesse dormido.
• Futuro composto do subjuntivo: Quando eu tiver dormido, descansarei mais.

PRETÉRITO PERFEITO X PRETÉRITO IMPERFEITO:


A distinção diferença não é de tempo, mas diz respeito ao ponto de vista acerca do passado.

Quando era criança, brinquei naquele parque. (Perfeito)


X
Quando criança, brincava naquele parque. (Imperfeito)

1.2.3 Tempos verbais do modo imperativo

O modo imperativo se divide em imperativo afirmativo e imperativo negativo. A ação expressa pelo
verbo é uma ordem, pedido, conselho, convite ou súplica.

• Imperativo afirmativo: Durma agora!


• Imperativo negativo: Não durma agora!

1.3 Formas nominais

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As formas nominais, mesmo não sendo parte de nenhum tempo ou modo, são consideradas
essenciais para a conjugação verbal. As formas nominais são: infinitivo pessoal, infinitivo impessoal,
particípio e gerúndio. Podem ser simples ou compostas.

• Infinitivo pessoal: O motivo da minha fadiga é não dormir direito.


• Infinitivo pessoal composto: Ter dormido de manhã me deixou mais disposto durante o dia.
• Infinitivo impessoal: Vou dormir em breve.
• Infinitivo impessoal composto: Gostei muito de ter dormido oito horas completas.
• Particípio: Tendo dormido à tarde, pude me sentir com mais energia.
• Gerúndio: Estarei dormindo no quarto novo.
• Gerúndio composto: Tendo dormido sem interrupções, já estava mais calma.

2. FRASES E TIPOS DE FRASES

As frases são a construção de sentido completo, que faz a comunicação entre duas ou mais pessoas.
Podem se formar por uma ou mais palavras, com ou sem verbo, ou por uma ou mais orações. As frases podem
ser afirmativas, negativas, interrogativas, exclamativas ou imperativas.

2.1 Exclamativas

São utilizadas sempre que o emissor quer manifestar algum tipo de emoção. São acompanhadas do
ponto de exclamação (!).

• Nossa, que calor!


• Finalmente!
• Que dia lindo!
• Que susto!

2.2 Declarativas

Esse tipo de frase representa a constatação de um fato pelo emissor. São finalizadas com ponto final
(.). Se subdividem em afirmativas ou negativas. A intenção dessas frases é a de passar alguma informação.

a) Declarativas afirmativas:

• Ele se formou.

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• Gosto de filme de suspense.

b) Declarativas negativas:

• Ele não sabe alemão.


• O menino não come carne.

2.3 Imperativas

Demonstram ordens, conselhos e pedidos. Geralmente levam em sua formação ponto final ou ponto
de exclamação. Também podem ser afirmativas ou negativas.

a) Imperativas afirmativas:

• Vá embora!
• Calem-se!
• Pare de chorar.

b) Imperativas negativas:

• Não me ligue!
• Não pode fumar aqui.

2.4 Interrogativas

Ocorrem quando o emissor faz uma pergunta na mensagem. Se dividem em diretas ou indiretas.

a) INTERROGATIVAS DIRETAS: são sinalizadas com ponto de interrogação.

• Quer um pedaço de bolo?


• Vamos passear?

b) INTERROGATIVAS INDIRETAS: levam ponto final.

• Gostaria de saber se você aceita um pedaço de bolo.


• Quero te perguntar se você deseja dar um passeio.

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2.5 Optativas

São frases que expressam um desejo, sendo sinalizadas com ponto de exclamação ou ponto final.

• Desejo um feliz aniversário para você!


• Vá em paz.
• Seja feliz.
• Boa viagem!
• Seja bem-vindo.

3. ORAÇÃO

Pode ser compreendida como um enunciado que tem o seu sentido completo ou reduzido. As orações
são formadas por SUJEITO e PREDICADO, ou seja, toda oração terá, necessariamente, um verbo.

ATENÇÃO!
NÃO CONFUNDIR ORAÇÃO E FRASE.
A distinção entre as duas é a seguinte: a oração nem sempre apresenta sentido completo, mas sempre
apresenta verbo. Já a frase sempre apresenta sentido completo e nem sempre terá um verbo.
- Oração: Luana, você está falando sério?
- Frase: Sério?

3.1 Termos essenciais da oração

São o SUJEITO (o ser); PREDICADO (o que se fala do sujeito).

Alguns exemplos:

• Júlia mora no interior do Nordeste. (Júlia – sujeito; mora no interior do Nordeste – predicado).
• O vereador foi homenageado pela Câmara. (Vereador – sujeito; foi homenageado pela Câmara –
predicado).
• Pedro e João são amigos de infância. (Pedro e João – sujeito; são amigos de infância – predicado).

3.1.1 O sujeito

CLASSIFICAÇÕES DO SUJEITO:

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Sujeito determinado simples: quando apresentar apenas um núcleo, ou seja, quando for composto por uma
única palavra.
Ex.: A mãe levantou-se cansada.

Sujeito determinado composto: possui mais de um núcleo.


Ex.: A música e o café me movem.

Sujeito determinado implícito: é identificado por meio da desinência verbal ou por referência em outra
oração, mesmo não aparecendo na oração de forma explícita.
Ex.: Fiz dieta por vários meses. (sujeito implícito: eu)

Sujeito indeterminado: quando não é possível o definir. Pode ocorrer em:


a) Verbos na 3.ª pessoa do plural, sem qualquer referência anterior;
b) Verbos na 3.ª pessoa do singular, com a partícula se, indeterminadora do sujeito;
Verbos conjugados no infinitivo impessoal.

Sujeito é o ser sobre o qual se declara alguma coisa.


Predicado é aquilo que se declara sobre o sujeito.

O SUJEITO PODE SER DETERMINADO (SIMPLES, COMPOSTO, OCULTO), INDETERMINADO OU INEXISTENTE.

OBS.: o sujeito oculto (também conhecido como sujeito elíptico, desinencial ou implícito) ocorre quando o
sujeito não está explícito na oração, mas pode ser identificado por desinência verbal.

Ex.: Fui ao shopping (eu fui - subentendido). Comemos uma torta de maçã (nós).

Já no sujeito inexistente a oração sem sujeito é percebida quando o predicado aparece como um
verbo impessoal. Nesses casos não há relação entre sujeito e verbo.

Exemplo: Fez muito calor em Recife.

Na oração: o que não é sujeito é predicado.

3.1.2 O Predicado

É a parte da oração que faz referência ao que acontece com o sujeito. O predicado pode ser verbal,
nominal ou verbo-nominal.

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• PREDICADO VERBAL → verbo


• PREDICADO NOMINAL → nome
• PREDICADO VERBO-NOMINAL → verbo e nome

a) PREDICADO VERBAL
Sujeito + Verbo de ação

• Possui como núcleo um verbo significativo.

Ex.: O mundo parou de repente.

- Sujeito simples: o mundo;


- Predicado: parou de repente;
- Tipo de predicado: verbal (a palavra mais relevante do predicado, ou seja, seu núcleo, é um verbo
significativo).

b) PREDICADO NOMINAL

Sujeito + Verbo de ligação + Predicativo

• Possui verbo de estado, ou seja, os chamados VERBOS DE LIGAÇÃO;


• Ser - estar - ficar - continuar - andar - viver.
• É aquele cujo núcleo é o PREDICATIVO DO SUJEITO.

Ex.: Ele estava feliz.

c) PREDICADO VERBO-NOMINAL

Sujeito + Verbo de ação + Predicativo


Tem como núcleo um verbo e um nome. Apresenta verbo significativo e predicativo.

Ex.: O vento sopra forte.

- Sopra: ação de soprar;


- Forte: estado do sujeito.

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3.2 Termos integrantes da oração

São o OBJETO (complementa o verbo); COMPLEMENTO NOMINAL (complementa substantivos, adjetivos ou


advérbios); AGENTE DA PASSIVA (pratica a ação indicada pelo verbo na voz passiva).

3.2.1 O objeto

O objeto direto e o indireto são termos integrantes da oração que completam o sentido dos verbos
transitivos.

OBJETO DIRETO: termo da oração que completa a significação do verbo transitivo direto sem
preposição obrigatória.

Os pronomes o, a, os, as, funcionam como objeto direto e os pronomes lhe, lhes, como objeto indireto. Já os
pronomes me, te, se, nos, vos, podem assumir a função de objeto direto ou objeto indireto.

3.2.2 O complemento nominal

Tem preposição obrigatória; nunca indica posse; possui valor passivo (é sobre ele que recai a ação);
completa o sentido de: adjetivos, advérbios, substantivos abstratos.
É a expressão formada por PREPOSIÇÃO + nome que complementa o sentido.

• A crítica ao jornal causou polêmica.


• A batalha contra os estudantes terminou.

3.2.3 O agente da passiva

Esse termo indica quem ou o que executa a ação de um verbo na voz passiva e vem sempre depois
de preposição.

• Amanda leu o livro (voz ativa).


• O livro foi lido por Amanda (voz passiva).

VOZ PASSIVA: SUJEITO PACIENTE + VERBO AUXILIAR + VERBO PRINCIPAL NO PARTICÍPIO + AGENTE DA
PASSIVA.

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3.3 Termos acessórios da oração

São o ADJUNTO ADNOMINAL (caracteriza ou determina um substantivo); ADJUNTO ADVERBIAL


(busca expressar determinada circunstância); APOSTO (explica um termo ou uma expressão).

3.3.1 O adjunto adnominal

Pode ou não ser preposicionado. Refere-se a substantivos abstratos ou concretos. Caracteriza,


define, indefine, restringe o substantivo. É representado por adjetivos, artigos, numerais, pronomes
adjetivos e locuções adjetivas.

3.3.2 O adjunto adverbial

É um termo acessório da oração que, obrigatoriamente, exprime valor circunstancial, podendo


modificar um verbo, um adjetivo, ou um advérbio. Pode aparecer preposicionado ou não.
O adjunto adverbial pode ser formado por advérbio, locução adverbial ou oração subordinada
adverbial.

3.3.3 O aposto

Aposto é uma palavra ou expressão que explica, esclarece ou resume outro termo da oração. Assim,
é o substantivo ou locução substantiva que, sem auxílio de preposição, modifica ou explica algo já designado.

Ex.: Brasil, o País do Futebol, é onde eu moro.

ATENÇÃO!
O aposto pode aparecer antes ou depois do termo ao qual se refere; assim, podendo ser, ou não,
destacado por sinais de pontuação como vírgula, dois-pontos ou travessão.

3.4 Tipos de oração

As orações podem ser: absolutas, coordenadas ou subordinadas.

3.4.1 Oração absoluta

Ocorre quando há apenas uma oração, ou seja, o período é simples. É o período que apresenta um
verbo em sua estrutura.

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• O aluno chegou cedo.


• Joaquim disse a verdade.
• Eu gosto de sorvete.

Quando houver locução verbal, também é chamado de período simples.

3.4.2 Oração coordenada

Orações coordenadas são orações do período composto que se comportam de forma independente;
sendo assim, não dependem sintaticamente de outras. São divididas em sindéticas ou assindéticas. As
sindéticas são introduzidas por conjunções.

São diferentes das orações subordinadas, já que NÃO dependem de uma oração principal para fazerem
sentido.

a) ORAÇÕES COORDENADAS SINDÉTICAS: são ligadas por meio de CONJUNÇÃO.

Assim, são orações coordenadas entre si, ligadas através de uma conjunção coordenativa. Vai trazer
a esse tipo de oração uma classificação: aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas e explicativas.

ADITIVAS – Comprou o livro e leu.


ADVERSATIVAS – Ele estudou, mas não obteve êxito.
ALTERNATIVAS – Ou cozinha, ou lava os pratos.
CONCLUSIVAS – Já larguei do trabalho, logo posso descansar.
EXPLICATIVAS – José não foi à escola, pois ia ao médico.

• Não saímos de casa (oração coordenada assindética) porque choveu muito (oração coordenada
sindética explicativa).
• Estamos cansadas (oração coordenada assindética) pois dormimos pouco (oração coordenada
sindética explicativa).

b) ORAÇÕES COORDENADAS ASSINDÉTICAS: não são ligadas por conectivos. Logo, estão apenas
justapostas.

• Ele entrou, sentou-se.


• Ele entrou. Sentou-se.
• Vim, vi, venci.

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• Eles partiram, eu fiquei.

3.4.3 Oração subordinada

Uma oração é subordinada a outra pois depende da oração principal para ter sentido. Elas podem ser:
substantivas, adjetivas ou adverbiais.

a) ORAÇÃO SUBORDINADA SUBSTANTIVA

Como o próprio nome já informa, desempenham o papel de substantivo na frase. Sintaticamente, podem
exercer as funções de sujeito, predicado, complemento nominal, objeto direto, objeto indireto e aposto.
Assim, as orações subordinadas substantivas são classificadas em 6 tipos: subjetiva, predicativa, completiva
nominal, objetiva direta, objetiva indireta e apositiva.

1. ORAÇÃO SUBORDINADA SUBSTANTIVA SUBJETIVA: possuem valor de sujeito da oração principal.


São introduzidas pelas conjunções integrantes QUE ou SE.

- O verbo da oração principal está sempre na terceira pessoa do singular;


- Não ocorre sujeito dentro dos limites da oração principal (o sujeito já é a própria oração subordinada).

• Interessa-me (oração principal) que você compareça à reunião (oração subordinada substantiva
subjetiva).
• Nem imagino/se comprou outro carro.
• Não sei/se o garoto é bonito.
• Eu quero/que você me devolva o dinheiro.
• O problema é/que não passei no vestibular.

2. ORAÇÃO SUBORDINADA SUBSTANTIVA PREDICATIVA: exercem o valor de predicativo do sujeito.

- A oração subordinada substantiva predicativa se liga ao sujeito da oração principal; através do verbo de
ligação (verbo ser, geralmente).
• O problema é/que o prazo já se esgotou.
• Minha esperança é que/você estude bastante.
• O importante era/que estivesse presente.

3. ORAÇÃO SUBORDINADA SUBSTANTIVA COMPLETIVA NOMINAL: tendo o valor de complemento


nominal, completam o sentido do nome da oração principal. É sempre iniciada por uma preposição.

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Assim, exerce a função de complemento nominal de um substantivo, adjetivo ou advérbio contido


na oração principal.

- Sempre se liga a um nome da oração principal; através de preposição (a, de, com, por, para, em, etc.).

• Chego à conclusão de que o contrato é ilegal.


• Tenho necessidade de que você volte mais cedo.
• Sentimos orgulho de seu comportamento.

4. ORAÇÃO SUBORDINADA SUBSTANTIVA OBJETIVA DIRETA: apresentam o valor de objeto direto do


verbo da oração principal.

- Sempre se liga a um verbo da oração principal sem preposição;


- Indica o alvo sobre o qual recai a ação desse verbo.

• Eles não permitem que as mulheres vivam em paz.


• Decidimos que você será o síndico do condomínio.
• Todos decidiram que você continue na liderança.

5. ORAÇÃO SUBORDINADA SUBSTANTIVA OBJETIVA INDIRETA: possuem o valor de objeto indireto do


verbo da oração principal. São iniciadas por preposição.

- Liga-se ao verbo da oração principal, com preposição;


- Indica o alvo ou o destinatário do processo verbal.

• Ninguém desconfiava de que o plano fracassasse.

DICA!
Importante sempre fazer as perguntas "de que?"; "de quem?"; "a que?"; "a quem?"; "em quem?".

6. ORAÇÃO SUBORDINADA SUBSTANTIVA APOSITIVA: como o próprio nome demonstra, possuem


valor de aposto de qualquer termo da oração principal.

- Possui valor de um aposto para um termo oração principal;


- Na maioria dos casos aparece depois de dois pontos.

• Todos têm o mesmo objetivo: passar no concurso.

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• No final da discussão com a namorada ele fez uma promessa: que deveriam romper o
relacionamento.

b) ORAÇÃO SUBORDINADA ADJETIVA

Exercem a função de adjunto adnominal. Se dividem em EXPLICATIVAS e RESTRITIVAS.

ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS EXPLICATIVAS: possuem vírgula, demonstram um caráter


semântico generalizados, assemelham-se a um aposto explicativo; podem ser removidas sem grandes
prejuízos semânticos.
As explicativas têm o papel de modificar um termo, generalizando-o ou tecendo um comentário adicional
sobre ele. São sempre separadas por pontuação.

• A lua, que não é uma estrela, influencia nas ondas do mar.


• João, aluno exemplar, irá passar no concurso.

ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS RESTRITIVAS: não possuem vírgula; têm um caráter semântico
especificador; não podem ser removidas da oração sem causar problemas semânticos. As restritivas limitam
uma parte do conjunto, restringindo o sentido do termo antecedente. Não vêm separadas por pontuação.

• As pessoas que malham diariamente tendem a viver mais.


• O professor liberou os alunos que estavam doentes.

c) ORAÇÃO SUBORDINADA ADVERBIAL

Funcionam como adjunto adverbial da oração principal. Assim, é caracterizada pela circunstância (tempo,
modo, causa, etc.), como se fosse um advérbio. São classificadas em nove tipos: causais, comparativas,
concessivas, condicionais, conformativas, consecutivas, finais, proporcionais e temporais.

1. Oração subordinada adverbial causal

- Trazem a ideia de causa ou motivo.

• A aula foi suspensa porque faltou energia.


• Ela faltou porque estava doente.
• Como não acordei cedo, me atrasei para o trabalho.

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• Já que os alunos não compareceram, vamos para casa.

Porque, que, como, pois que, porquanto, visto que, uma vez que, já que, etc.

2. Oração subordinada adverbial comparativa

- Refletem comparação.

• A luz é mais veloz do que o som.


• Ela é meiga como uma flor.
• Assistir filme no cinema é melhor do que na televisão.
• As crianças são mais inocentes do que os adultos.

Como, assim como, tal como, tanto como, tanto quanto, como se, do que, quanto, tal, qual, tal qual, que
nem, que (combinado com menos ou mais).

3. Oração subordinada adverbial concessiva

- Expressa oposição à oração principal, mas não a impede de ocorrer.

• Vou ao mercado mesmo que chova.


• Nada seria resolvido, ainda que eu argumentasse.
• Por mais que se peça consciência, os alunos continuam conversando na aula.

Embora, conquanto, por mais que, posto que, ainda que, apesar de que, se bem que, mesmo que, em que
pese, etc.

4. Oração subordinada adverbial condicional

- Traz uma condição da qual a oração principal depende para ocorrer ou não.

• Conto tudo desde que me prometam segredo.


• Se você vier, nós ficaremos felizes.
• A menos que me peçam desculpas, não conversarei com vocês.
• Se fizer sol domingo, iremos ao parque.

Se, caso, contanto que, salvo se, a não ser que, desde que, a menos que, sem que, etc.
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5. Oração subordinada adverbial conformativa

- Estabelece uma relação de adequação ou conformidade com o processo expresso pelo verbo da oração
principal.

• Tudo ocorreu como estava previsto.


• A menina age conforme pensa.
• Segundo disse o Presidente, a greve acabou.
• Como você viu, ela ainda está se arrumando.

Conforme, segundo, como, consoante, de acordo, etc.

6. Oração subordinada adverbial consecutiva

- Exprimem consequência.

• Falaram tão mal do filme que ele nem entrou em cartaz.


• Gritou tanto que acordou os vizinhos.
• Comeu tanto que passou mal.

Tão, tal, tanto, tamanho, etc.

7. Oração subordinada adverbial final

- Exprimem finalidade. Logo, indica a finalidade para a qual se destina o processo do verbo da oração
principal.

• Saí, a fim de evitar mais uma briga.


• Estudei muito para passar no teste.
• Com a finalidade de conseguir um aumento, desenvolvi o projeto com maestria.

A fim de que, para que, que, porque, etc.

8. Oração subordinada adverbial temporal

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- Exprimem circunstância de tempo. Demarca em que tempo ocorreu o processo expresso pelo verbo da
oração principal.

• Todos fugiam para a cidade vizinha quando soava o alarme.


• Enquanto estivermos juntos, estarei feliz.
• Assim que ela chegar, irei ao médico.
• Antes que ele me ligue, farei o pagamento.

Enquanto, quando, desde que, sempre que, assim que, agora que, antes que, depois que, logo que, etc.

9. Oração subordinada adverbial proporcional

- Exprimem proporção com o processo expresso pelo verbo da oração principal.

• À medida que a prova se aproxima a pressão aumenta.


• Ao passo que as pessoas entravam na sala ele ficava mais agitado.
• O desemprego aumenta à medida que a crise econômica cresce.
• Quanto mais o tempo passa, mais amadurecemos.

À proporção que, à medida que, ao passo que, tanto mais, tanto menos, quanto mais, quanto menos, etc.

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QUESTÕES PROPOSTAS

1 - 2022 - FGV - PC-RJ - FGV - 2022 - PC-RJ - Investigador Policial de 3ª Classe

“Um investigador de crimes cibernéticos é um agente da lei especializado na avaliação de casos envolvendo
crimes de computador. Esse pessoal pode trabalhar para agências policiais e empresas privadas e também
pode ser conhecido como técnico em computação forense. O trabalho nesse campo requer treinamento em
tecnologia da informação e aplicação da lei, para que as pessoas tenham as ferramentas para localizar
evidências, bem como as habilidades para protegê-las e garantir que sejam utilizáveis em tribunal.
Quando membros do público denunciam crimes cibernéticos, um investigador de crimes cibernéticos
participa da investigação. Isso pode incluir qualquer coisa, desde testar a rede de um banco para determinar
como e quando ocorreu um vazamento de dados até avaliar um computador individual que pode ter sido
usado em um crime. Os investigadores de crimes cibernéticos podem recuperar e reconstruir dados se forem
danificados ou destruídos, acidental ou intencionalmente. Eles também podem explorar redes de
computadores, computadores individuais e discos rígidos para identificar evidências de atividade criminosa”
(Netinbag.com).

“Um investigador de crimes cibernéticos é um agente da lei especializado na avaliação de casos envolvendo
crimes de computador. Esse pessoal pode trabalhar para agências policiais e empresas privadas e também
pode ser conhecido como técnico em computação forense.”

Nesse segmento do texto 5, o trecho sublinhado não está bem estruturado já que não deveria estar ligado
por E ao trecho anterior, por não tratar de assunto a ele relacionado.
O mesmo acontece em:

A-Quem diz que o futebol não tem lógica não entende de futebol e não sabe o que é lógica;
B-O mundo é um livro e aquele que viaja lê apenas uma página;
C-Camping é o modo que a natureza tem de promover o negócio hoteleiro e o turista é alguém que viaja para
ver coisas diferentes;
D-Você é um ser espiritual imerso em uma experiência humana e não um ser humano em busca de uma
experiência espiritual;
E-A vida espiritual nos remove do mundo cotidiano e nos leva a um aprofundamento nesse mundo.

2 - 2022 - FGV - PC-RJ - FGV - 2022 - PC-RJ - Investigador Policial de 3ª Classe

“O primeiro passo para delimitar os aspectos gerais do que seria o inquérito policial pode partir do próprio
vernáculo, inquérito, que pode ser entendido como ‘ato ou efeito de inquirir; conjunto de atos ou diligências
com o que se visa a apurar alguma coisa’, ao passo que o verbo inquirir, do qual o substantivo deriva, pode
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ser definido como ‘procurar informações acerca de; indagar; investigar; pesquisar’, ou ainda, ‘fazer
indagações, investigações, pesquisas, perquirições, de natureza filosófica ou científica; investigar, indagar,
pesquisar, esquadrinhar’.
Assim, sob um ponto de vista geral, podemos entender o inquérito como o conjunto de atos e diligências
que, por meio de investigação, pesquisa e perquirição, busca apurar as causas de algo” (Jusbrasil.com.br).
Observe a seguinte frase do texto 4: “...fazer indagações, investigações, pesquisas, perquirições, de natureza
filosófica ou científica”.
Nessa frase, o segmento destacado corresponde a uma explicitação de termos anteriores (indagações,
investigações, pesquisas, perquirições).
Partindo da frase “O deputado apresentou um projeto de lei”, as opções abaixo mostram explicitação de
componentes da frase inicial.
A opção em que o processo de explicitação está corretamente identificado é:

A-O deputado do PSDB apresentou um projeto de lei / acréscimo de um complemento nominal;


B-O deputado José Freitas apresentou um projeto de lei / aposição de um nome próprio;
C-O deputado apresentou um novo projeto de lei / adverbialização;
D-O deputado apresentou de repente um projeto de lei / complemento de objeto direto;
E-O deputado apresentou um projeto de lei, que será bastante útil / oração coordenada.

3- 2022 - FGV - PC-RJ - FGV - 2022 - PC-RJ - Investigador Policial de 3ª Classe

“Investigação é o ato ou efeito de investigar, busca, pesquisa. Ou seja, investigação criminal pode ser definida
como a atividade preliminar de produzir e colher elementos de convicção acerca da materialidade, de autoria
ou participação referente a um fato tido como criminoso” (Jus.com.br).
“Investigação é o ato ou efeito de investigar, busca, pesquisa”.

Para que esse período inicial do texto 1 mostre construção uniforme e adequada, sua estruturação deveria
ser:

A-Investigação é o ato ou efeito de investigar, buscar, pesquisar;


B-Investigação é o ato ou efeito de investigação, busca, pesquisa;
C-Investigação é o ato ou efeito de investigar, buscar e de pesquisa;
D-Investigar é o ato ou efeito de investigar, de busca e de pesquisa;
E-Investigação é o ato ou efeito de investigação, de busca e de pesquisa.

4 - 2021 - FUMARC - PC-MG - FUMARC - 2021 - PC-MG - Escrivão de Polícia I

O período que contém sujeito simples é:


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A-Alguém ouviu o chamado dele ontem à tarde.


B-Desviaram muitos recursos para a pavimentação das estradas.
C-Faz muito frio em Petrópolis.
D-Havia pouca gente no enterro do soldado.

5 - 2021 - FUMARC - PC-MG - FUMARC - 2021 - PC-MG - Escrivão de Polícia I

Indique a frase que contém ERRO de Regência Verbal.

A-Aspiro a sucesso e saúde


B-O engenheiro obedeceu às normas estabelecidas.
C-O policial visou ao alvo e atirou.
D-Prefiro o amor à guerra.

6 - 2021 - CESPE / CEBRASPE - PC-SE Provas: CESPE / CEBRASPE - 2021 - PC-SE - Agente de Polícia Judiciária

A palavra stalking, em inglês, significa perseguição, e é o termo utilizado pelo legislador na tipificação de
um crime que engloba condutas que atentem contra a liberdade, a intimidade e a dignidade. Entende-se o
stalking, ou o crime de perseguição, como um delito que exige uma perseguição reiterada pelo autor, não
consentida pela vítima, que lhe cause medo, angústia e sentimentos afins, além de repercutir diretamente
na sua vida de maneiras diversas.
Embora, em tese, qualquer pessoa possa figurar como vítima desse crime, sabe-se que a mulher é o
principal alvo nessa espécie delitiva — não é à toa que a criminalização da referida conduta era, havia tempos,
uma das prioridades da bancada feminina da Câmara dos Deputados. Tanto é assim que são utilizadas como
exemplo do que seria o stalking as situações em que a mulher é perseguida por um ex-companheiro que não
se conforma com o término da relação ou em que alguém possui um sentimento de posse em relação à
mulher e não desiste de persegui-la.
Tal conduta abrange desde a violência psicológica, que pode causar danos imensuráveis à saúde da vítima,
além de problemas no seu próprio cotidiano, no trabalho, na convivência profissional e familiar, até outras
formas de violência, que podem culminar em resultados nefastos e irreparáveis. A tipificação do stalking,
portanto, é um avanço significativo no combate à violência contra a mulher.
Internet: <diplomatique.org.br> (com adaptações).

No que se refere aos sentidos e aos aspectos linguísticos do texto apresentado, julgue o item a seguir.
Feitos os devidos ajustes de maiúsculas e minúsculas, o travessão empregado no segundo parágrafo poderia
ser corretamente substituído por ponto final.

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DELEGADO ALAGOAS

SEMANA 09/12

Certo
Errado

7 - 2021 - CESPE / CEBRASPE - PC-AL Provas: CESPE / CEBRASPE - 2021 - PC-AL - Escrivão de Polícia - Prova
Anulada

Tudo o que vem do povo tem uma lógica, uma razão, uma função. Ele nada faz sem motivo, e o que
produz está geralmente ligado ao comportamento do grupo ou a uma norma social ou de cunho psíquico e
religioso, um traço que vem de tempos longínquos, lá do fundo de nossas raízes, perdidas na noite dos
tempos, quando estávamos em formação. Pastoril, Quilombo, Reisado, Coco-de-Roda, literatura de cordel,
festas, tradições, superstições, contos, mitos, lendas não aparecem por acaso. São elementos da memória
popular, que engloba sentimentos e reações diante da história e das transformações.
Quais as origens do folclore alagoano, quais os componentes culturais que o forjaram? Théo Brandão,
com a autoridade de quem estudou a vida inteira e deixou uma obra irrepreensível sobre o assunto, diz que
são muitas as contribuições na formatação do nosso folclore. E que não é fácil nem simples demarcar a que
grupo pertence uma de suas variantes ou estabelecer com precisão a fronteira de determinada manifestação
folclórica. Afirma que há dúvidas em alguns casos e em outros é inteiramente impossível chegar a uma
conclusão única e definitiva. Cita como exemplo concreto dessas incertezas o caso da dança existente em
várias unidades nordestinas, que aparece ora como Coco, ora como Pagode, ora como Samba.
Instituto Arnon de Mello. Alagoas popular: folguedos e danças de nossa gente. Maceió: IAM, 2013, p. 24
(com adaptações).

Julgue o item seguinte, referentes às ideias, aos sentidos e às construções linguísticas do texto apresentado.

Em “Ele nada faz sem motivo”, o termo “sem motivo” exerce a função de complemento da forma verbal
“faz”.

Certo
Errado

8 - 2021 - CESPE / CEBRASPE - PC-AL Provas: CESPE / CEBRASPE - 2021 - PC-AL - Escrivão de Polícia - Prova
Anulada

O século XIX constituiu-se em marco fundamental para o desenvolvimento das instituições de segurança
pública, com as polícias buscando maior legitimidade e profissionalização. Como referência ocidental, a
Polícia Metropolitana da Inglaterra, fundada em 1829, mudou paradigmas, dando preponderância ao papel
preventivo de suas ações e foco à proteção da comunidade.

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RETA FINAL

DELEGADO ALAGOAS

SEMANA 09/12

O consenso, em detrimento do poder de coerção, e a prevenção, em detrimento da repressão, reforçaram a


proximidade da polícia com a sociedade, com atenção integral ao cidadão. O modelo inglês retirou as polícias
do isolamento, apresentando-as à comunidade como importante parceira da segurança pública e elemento
fundamental para a redução da violência. Com isso, surgiu o conceito de uma organização policial moderna,
estatal e pública, em oposição ao controle e à subordinação política da polícia.
No Brasil, as primeiras iniciativas de implantação da polícia comunitária ocorreram com a Constituição
Federal de 1988 e a necessidade de uma nova concepção para as atividades policiais. Foram adotadas
estratégias de fortalecimento das relações das forças policiais com a comunidade, com destaque para a
conscientização sobre a importância do trabalho policial e sobre o valor da participação do cidadão para a
construção de um sistema que busca a melhoria da qualidade de vida de todos.
Brasil. Ministério da Justiça e Segurança Pública. Secretaria Nacional de Segurança Pública (SENASP).
Diretriz Nacional de Polícia Comunitária. Brasília – DF, 2019. p. 11-12 (com adaptações)

Com relação às ideias e aos aspectos linguísticos do texto anterior, julgue o item que se segue.

A substituição da forma verbal “busca” (último período do texto) por busque alteraria o sentido original do
texto, mas não prejudicaria sua correção gramatical.

Certo
Errado

9 - 2021 - NC-UFPR - PC-PR - NC-UFPR - 2021 - PC-PR - Investigador de Polícia / Papiloscopista

Assinale a alternativa corretamente pontuada.

A-Durante parte do ano passado, o historiador Licínio Nunes de Miranda percorreu diariamente os
corredores com 15 mil túmulos no cemitério São João Batista no centro de Fortaleza, buscando um jazigo
específico. O de Francisco José do Nascimento – um abolicionista conhecido como Dragão do Mar.
B-Durante parte do ano passado, o historiador Licínio Nunes de Miranda percorreu diariamente os
corredores com 15 mil túmulos no cemitério São João Batista, no centro de Fortaleza: buscando um jazigo
específico; o de Francisco José do Nascimento, um abolicionista conhecido como Dragão do Mar.
C-Durante parte do ano passado, o historiador Licínio Nunes de Miranda percorreu diariamente os
corredores com 15 mil túmulos no cemitério São João Batista, no centro de Fortaleza, buscando um jazigo
específico: o de Francisco José do Nascimento, um abolicionista conhecido como Dragão do Mar.
D-Durante parte do ano passado, o historiador Licínio Nunes de Miranda percorreu diariamente os
corredores com 15 mil túmulos no cemitério São João Batista no centro de Fortaleza; buscando um jazigo
específico: o de Francisco José do Nascimento, um abolicionista conhecido como Dragão do Mar.

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DELEGADO ALAGOAS

SEMANA 09/12

E-Durante parte do ano passado, o historiador Licínio Nunes de Miranda percorreu diariamente os corredores
com 15 mil túmulos no cemitério São João Batista, no centro de Fortaleza; buscando um jazigo específico, o
de Francisco José do Nascimento – um abolicionista conhecido como Dragão do Mar.

10 - 2021 - NC-UFPR - PC-PR - NC-UFPR - 2021 - PC-PR - Investigador de Polícia / Papiloscopista

O texto a seguir é referência para a questão.

A sociedade de consumo tem por base a premissa de satisfazer os desejos humanos de uma forma
que nenhuma sociedade do passado pôde realizar ou sonhar. A promessa de satisfação, no entanto, só
permanecerá sedutora enquanto o desejo continuar irrealizado; o que é mais importante, enquanto
__________ uma suspeita de que o desejo não foi plena e totalmente satisfeito. Estabelecer alvos fáceis,
garantir a facilidade de acesso a bens adequados aos alvos, assim como a crença na existência de limites
objetivos aos desejos “legítimos” e “realistas” – isso seria como a morte anunciada da sociedade de consumo,
da indústria de consumo e dos mercados de consumo. A não satisfação dos desejos e a crença firme e eterna
de que cada ato visando a __________ deixa muito a desejar e pode ser aperfeiçoado são os volantes da
economia que tem por alvo o consumidor.
A sociedade de consumo consegue tornar permanente a insatisfação. Uma forma de causar esse
efeito é depreciar e desvalorizar os produtos de consumo logo depois de terem sido alçados ao universo dos
desejos do consumidor. Uma outra forma, ainda mais eficaz, no entanto, se esconde da ribalta: o método de
satisfazer toda necessidade/desejo/vontade de uma forma que não pode deixar de provocar novas
necessidades/desejos/vontades. O que começa como necessidade deve terminar como compulsão ou vício.
E é isso que ocorre, já que o impulso de buscar nas lojas, e só nelas, soluções para os problemas e alívio para
as dores e a ansiedade é apenas um aspecto do comportamento que não apenas recebe a permissão de se
condensar num hábito, mas é avidamente estimulado a fazê-lo. [...]
Para que a busca de realização possa continuar e novas promessas possam __________ atraentes e
cativantes, as promessas já feitas precisam ser quebradas, e as esperanças de realizá-las, frustradas. Um mar
de hipocrisia se estendendo das crenças populares às realidades da vida dos consumidores é condição sine
qua non para que uma sociedade de consumidores funcione apropriadamente. Toda promessa deve ser
enganosa, ou pelo menos exagerada, para que a busca continue. Sem a repetida frustração dos desejos, a
demanda pelo consumo se esvaziaria rapidamente, e a economia voltada para o consumidor perderia o gás.
É o excesso da soma total de promessas que neutraliza a frustração provocada pelo excesso de cada uma
delas, impedindo que a acumulação de experiências frustrantes solape a confiança na eficácia final dessa
busca.
Por essa razão, o consumismo é uma economia do logro, do excesso e do lixo; logro, excesso e lixo
não sinalizam seu mau funcionamento, mas constituem uma garantia de saúde e o único regime sob o qual
uma sociedade de consumidores pode assegurar sua sobrevivência. A pilha de expectativas malogradas tem
um paralelo nas crescentes montanhas de ofertas descartadas das quais se esperava (pois prometiam) que
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DELEGADO ALAGOAS

SEMANA 09/12

__________ os desejos dos consumidores. A taxa de mortalidade das expectativas é elevada, e, numa
sociedade de consumo funcionando adequadamente, espera-se que cresça continuamente. A expectativa
de vida das esperanças é minúscula, e só uma taxa de fecundidade extraordinariamente elevada pode salvá-
Ias da diluição e da extinção. Para que as expectativas se mantenham vivas e novas esperanças preencham
o vazio deixado por aquelas já desacreditadas e descartadas, o caminho da loja à lata de lixo deve ser curto,
e a passagem, rápida.
(BAUMAN, Zygmunt. Vida líquida. Rio de Janeiro: Zahar, 2007. p. 106-108. Adaptado.)

Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas, conforme a norma padrão escrita da Língua
Portuguesa e na ordem em que aparecem no texto.

A-há – satisfazer-lhes – mostrarem-se – satisfazer - se - iam.


B- houver – satisfazê-los – mostrar-se – satisfizessem.
C-haver – satisfazê-los – mostrar-se – satisfazeriam.
D-haver – satisfazê-los – mostrarem-se – satisfizessem.
E- houver – satisfazer-lhes – mostrarem-se – satisfazeriam.

Texto para questões 11 e 12:

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11 - 2021 - IDECAN - PC-CE - IDECAN - 2021 - PC-CE - Inspetor de Polícia Civil

Assinale a alternativa em que o termo indicado desempenhe função sintática idêntica à de ilegais (linha 9).

A-policial (linha 4)
B-devido à pandemia (linha 5)
C-dado pela corporação (linha 12)
D-pesquisadora da UFRJ (linha 16)
E-editada em 2014 (linhas 27 e 28)

12 - 2021 - IDECAN - PC-CE - IDECAN - 2021 - PC-CE - Inspetor de Polícia Civil

O segmento Sobre o fato de negros serem as maiores vítimas da violência (linha 14) desempenha o papel
sintático de

A-complemento nominal.
B-objeto indireto.
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SEMANA 09/12

C-adjunto adverbial.
D-adjunto adnominal.
E-objeto direto.

Texto para questões 13 a 17:

13 - 2021 - IDECAN - PC-CE - IDECAN - 2021 - PC-CE - Escrivão de Polícia Civil

O resultado lembra muito as conclusões dos pesquisadores liderados por Jane Greaves, da Universidade de
Cardiff, no Reino Unido, que detectaram fosfina nas nuvens de Vênus. (linhas 4 e 5)

Assinale a alternativa em que, alterando-se o verbo sublinhado no período acima, tenha-se mantido a
correção gramatical. Não leve em conta alterações de sentido.

A-O resultado almeja às conclusões dos pesquisadores...


B-O resultado imiscui às conclusões dos pesquisadores...
C-O resultado esquece das conclusões dos pesquisadores...
D-O resultado anui às conclusões dos pesquisadores...
E-O resultado alude as conclusões dos pesquisadores...

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SEMANA 09/12

14 - 2021 - IDECAN - PC-CE - IDECAN - 2021 - PC-CE - Escrivão de Polícia Civil

Na Terra, fumarolas no fundo do oceano são o lar de muitas formas de vida metanogênicas: elas consomem
hidrogênio e despejam metano. (linhas 11 e 12)

O segmento sublinhado, em relação ao trecho anterior do período, tem a função de

A-explicação.
B-explicitação.
C-exemplificação.
D-enumeração.
E-especificação.

15 - 2021 - IDECAN - PC-CE - IDECAN - 2021 - PC-CE - Escrivão de Polícia Civil

Assinale a alternativa em que o termo indicado desempenhe, no texto, papel adjetivo.

A-Vênus (linha 5)
B-publicado (linha 8)
C-achados (linha 8)
D-metano (linha 9)
E-muitas (linha 12)

16 - 2021 - IDECAN - PC-CE - IDECAN - 2021 - PC-CE - Escrivão de Polícia Civil

Assinale a alternativa em que o termo indicado desempenhe, no texto, função sintática igual à de Cassini
(linha 9)

A-de Saturno (linha 2)


B-Jane Greaves (linha 4)
C-Nature Astronomy (linha 8)
D-saturnina (linha 12)
E-de Ferrière e Mazevet (linha 16)

17 - 2021 - IDECAN - PC-CE - IDECAN - 2021 - PC-CE - Escrivão de Polícia Civil

Acerca da estrutura do texto e seus recursos de linguagem, analise as afirmativas a seguir:

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I. Embora com teor científico, o autor do texto emprega um tom de linguagem mais próximo do coloquial,
certamente para tornar o texto mais acessível a um leitor de jornal, não especialista no assunto.
II. Em função do assunto, foi necessário que o texto tivesse assumido um tom mais didático, com acréscimo
de apostos e elementos explicativos.
III. O texto apresenta tipologia textual predominantemente narrativa.

Assinale

A-se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas.


B-se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas.
C-se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas.
D-se todas as afirmativas estiverem corretas.
E-se nenhuma afirmativa estiver correta.

Texto para questões 18 e 19:

429
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SEMANA 09/12

18 - 2021 - CESPE / CEBRASPE - PC-DF - CESPE / CEBRASPE - 2021 - PC-DF - Escrivão de Polícia da Carreira
de Polícia Civil do Distrito Federal

Julgue o item seguinte, relativos aos sentidos e a aspectos linguísticos do texto precedente.
Os sentidos e a correção gramatical do texto seriam preservados se as locuções verbais “tinha levado” (ℓ.27)
e “tinha pensado” (ℓ.28) fossem substituídas pelas formas verbais levara e pensara, respectivamente.
Certo
Errado

430
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SEMANA 09/12

19 - 2021 - CESPE / CEBRASPE - PC-DF - CESPE / CEBRASPE - 2021 - PC-DF - Escrivão de Polícia da Carreira
de Polícia Civil do Distrito Federal

Julgue o item seguinte, relativos aos sentidos e a aspectos linguísticos do texto precedente.
No trecho “Se por acaso alguém tinha pensado em comprar um novo fio dental” (ℓ. 27 e 28), a partícula “Se”
introduz uma oração interrogativa indireta.

Certo
Errado

20 - 2021 - CESPE / CEBRASPE - PC-DF - CESPE / CEBRASPE - 2021 - PC-DF - Escrivão de Polícia da Carreira
de Polícia Civil do Distrito Federal

Considerando os sentidos e os aspectos linguísticos do texto apresentado, julgue o próximo item.


O termo “pelo gênero” (ℓ. 6 e 7) veicula o agente da ação de matar.

Certo
Errado

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SEMANA 09/12

Respostas21

21
1: C 2: B 3: A 4: A 5: C 6: C 7: E 8: C 9: C 10: B 11: A 12: C 13: D 14: A 15: E 16: C 17: A 18: C 19: C 20: E
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SEMANA 09/12

INFORMÁTICA: WORD

1. INTRODUÇÃO

O Word é um programa de processamento de texto, projetado para ajudar as pessoas a criar documentos de
qualidade profissional. Com ferramentas de formatação de documento, o Word ajuda a organizar e escrever
os documentos com eficiência, além de incluir ferramentas de edição e revisão. A versão mais recente do
Word foi lançada no Microsoft Office 2021. Antes dela a Microsoft desenvolveu, desde 1983, muitas outras
versões.

Microsoft Office
Desde 1995, o Word faz parte de uma suíte (pacotE) de aplicativos conhecida como Microsoft Office. Este
pacote de aplicativos foi desenvolvido inicialmente pensando nas atividades de um escritório e contém
diversos programas capazes de processar textos, criar planilhas e base de dados, realizar apresentações
gráficas, gerenciar tarefas, e-mails e contatos.

Com o Word é possível criar e formatar vários tipos de textos, como cartas, ofícios, memorandos e outros
tipos de documentos voltados para a área dos concursos.
Em nossa aula teremos orientações e destaques baseados na versão 2019 da suíte Microsoft Office. Porém,
sempre que necessário iremos fazer comparações com as versões anteriores.

1.1 Requisitos para instalação

Componente Requisito

Computador e processador 1,6 GHz ou mais rápido, dois núcleos

Memória 4 GB de RAM; 2 GB de RAM (32 bits)

Disco rígido 4 GB de espaço em disco disponível

Resolução de tela de 1.280 x 768 (a versão de 32


Monitor bits requer aceleração de hardware para 4K e
superior)
A aceleração de hardware gráfico requer o DirectX
9 ou posterior, com WDDM 2.0 ou posterior para
Placa de vídeo
Windows 10 (ou WDDM 1.3 ou posterior para
Windows 10 Fall Creators UpdatE).

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SEMANA 09/12

Windows 11, Windows 10, Windows Server 2022,


Sistema operacional Windows Server 2019, Windows 10 LTSC 2019 ou
Windows 10 LTSC 2021.
A versão atual dos navegadores Microsoft Edge,
Navegador
Internet Explorer, Chrome ou Firefox.
Alguns recursos também podem exigir a instalação
Versão do .NET
do .NET 3.5 ou 4.6 e posterior.

1.1.1 Outros detalhes

Os aplicativos da Web exigem a mesma resolução mínima que o sistema operacional em que estão sendo
executados.
A resolução mínima leva em conta o zoom, as configurações DPI e o dimensionamento de texto configurados
em 100%. Se não estiverem configurados em 100%, a resolução mínima deve ser dimensionada de acordo
com isso. Por exemplo, se você define a configuração “Escala e layout” da exibição do Windows em seu
Surface Book, que tem uma exibição física de 3000x2000, para 200%, então o Office teria uma resolução de
tela lógica de 1500x1000, atendendo ao requisito mínimo de 1280x768.
A funcionalidade de Internet requer uma conexão com a Internet. Pode haver cobrança de taxas.
É necessário um dispositivo habilitado para toque para usar qualquer funcionalidade multitoque, mas todos
os recursos e funcionalidades estão sempre disponíveis usando um teclado, mouse ou outro dispositivo de
entrada padrão acessível. Observe que os novos recursos de toque são otimizados para uso com o Windows
10.
A funcionalidade e os elementos gráficos do produto variam de acordo com a configuração do seu sistema.
Alguns recursos podem exigir hardware adicional ou avançado ou conexão a um servidor.
Os recursos de gerenciamento de arquivos em nuvem exigem OneDrive, OneDrive for Business ou
SharePoint.
É necessário ter uma conta Microsoft ou uma conta organizacional para atribuição de licenças.

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SEMANA 09/12

1.2 Instalação

A versão de 64 bits é instalada por padrão, a menos que o Office detecte que você já tem instalada uma
versão de 32 bits do Office (ou de um aplicativo autônomo do Office, como o Project ou Visio). Nesse caso, a
versão de 32 bits do Office será instalada.
A instalação é iniciada a partir do momento que executamos o arquivo.

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SEMANA 09/12

A instalação estará concluída quando for exibida a frase, "Pronto! O Office está instalado" e uma animação
será reproduzida para mostrar onde localizar aplicativos do Office no computador.

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SEMANA 09/12

Ao abrir qualquer aplicativo do Office será exibido o contrato de licença para ser aceito. Após isso o Office
será ativado e estará pronto para uso.

1.3 Novidades Word 2019

O Word 2019 oferece novas maneiras de trabalhar com documentos, como recursos aprimorados de caneta
digital, navegação de página semelhante a um livro, Ferramentas de Aprendizagem e tradução.

1.3.1 Ver as alterações de outras pessoas em tempo real

Trabalhando em conjunto com outra pessoa, é possível ver a presença dessa pessoa e as alterações que ela
está fazendo.

1.3.2 Quebrando as barreiras de idioma

É possível traduzir palavras, frases ou parágrafos para outro idioma com o Microsoft Translator. Essa função
está disponível na guia Revisão na Faixa de Opções.

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SEMANA 09/12

1.3.3 Melhorando a experiência de leitura


Ajustando o espaçamento do texto, a largura da coluna e a cor da página, é possível melhorar a leitura e dar
um descanso aos olhos. Ou ainda ouvir enquanto o Word lê o documento em voz alta, realçando o texto
conforme ele é lido.

1.3.4 Desenhar e escrever com uma caneta digital

O conjunto personalizável e portátil de canetas (e lápis!) permite escrever no documento de forma natural.
É possível realçar algo importante, desenhar, converter tinta em uma forma ou fazer cálculos.

1.3.5 Usar sintaxe LaTeX nas equações

O Word agora dá suporte à sintaxe matemática LaTeX para criar e editar equações matemáticas.

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SEMANA 09/12

Adicionar ícones e SVGs

É possível adicionar ícones ou outros elementos gráficos vetoriais escaláveis (SVGs) aos documentos. Alterar
as cores, aplicar efeitos e altera-los para atender às necessidades.

1.3.6 Obter todos os ângulos com imagens 3D

É possível inserir facilmente um modelo 3D e rodá-lo até 360 graus. Os leitores também poderão girá-lo.

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SEMANA 09/12

1.3.7 Corrigir problemas de acessibilidade com um clique

O Verificador de Acessibilidade está melhor do que nunca, com suporte atualizado para normas
internacionais e recomendações práticas para tornar os documentos mais acessíveis para pessoas com
deficiências.

1.3.8 Indicação de áudio

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SEMANA 09/12

Os efeitos sonoros podem melhorar a produtividade no Microsoft Office, fornecendo indicações sonoras.
Ative as indicações de áudio para receber orientação enquanto trabalha. Elas estão disponíveis em Opções >
Facilidade de Acesso. Não precisa de suplementos.

1.3.9 Exibir uma página por vez, lado a lado

Em vez de rolar continuamente, é possível percorrer as páginas como um livro com o modo de exibição Lado
a Lado. Em uma tela touch, o dedo pode ser usado para percorrer as páginas do documento. Não tem uma
tela touch? A barra de rolagem horizontal ou a roda do mouse oferecem navegação no estilo de livro.

2. WORD

Ao criar um documento no Word, é possível optar por começar com um documento em branco ou deixar
que um modelo faça a maior parte do trabalho. A partir daí, as etapas básicas de criação e compartilhamento
de documentos são as mesmas. Além disso, as ferramentas poderosas de edição e revisão do Word podem
ajudar a trabalhar com outras pessoas para deixar o documento singular.
Agora vamos avançar nossa aula para as tarefas básicas do Word e em seguida o design com as ferramentas.

2.1 Tarefas básicas

2.1.1 Iniciar um documento

Existem duas formas de iniciar um documento no Word. A partir de um “Documento em branco” onde todo
o conteúdo, as configurações, os formatos e estilos serão definidos pelo usuário. Geralmente, é mais fácil

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criar um novo documento usando um modelo do que começar com uma página em branco. Os modelos do
Word estão prontos para serem usados com temas e estilos predefinidos.

2.1.2 Abrir um documento

Ao iniciar o Word temos três ícones na lateral esquerda, Página Inicial, Novo e Abrir. Por padrão o Word
abrirá na Página Inicial. Observe a imagem, no lado direito vemos uma lista dos documentos usados
recentemente. Caso o documento que desejamos abrir não esteja nessa lista, é possível procurar nas opções
que vemos ao centro da imagem: (OneDrive – Pessoal e em outros locais: Este PC, Adicionar um Local,
Procurar).

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Ao abrir um documento criado em versões anteriores do Word, a mensagem Modo de Compatibilidade


aparecerá na barra de título da janela do documento. É possível trabalhar no modo de compatibilidade ou
atualizar o documento para usar os recursos da versão mais recente.
Vejamos uma questão sobre esse tópico.

(INSTITUTO AOCP / UFBA) Utilizando-se a suíte de escritório Microsoft Office 2013 (Microsoft Excel 2013,
Microsoft Word 2013 e Microsoft Power Point 2013), instalação padrão em português, julgue, como CERTO
ou ERRADO, o item a seguir.
É possível, pelo próprio Word 2013, converter um arquivo de versões anteriores do Word para que possam
ser utilizados os recursos novos da versão 2013.
Gabarito: certo.
Comentário: Quando abrimos um arquivo de versões anteriores do Word, notamos o seguinte texto ao lado
do nome do arquivo “[Modo de Compatibilidade]”, como podemos observar na imagem abaixo.

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Para que seja possível utilizar os recursos disponíveis em versões mais recentes, é necessário converter esse
arquivo. Esse processo é realizado na guia Arquivo Informações Converter (Modo de CompatibilidadE).
Podemos observar essa opção na imagem abaixo.

2.1.3 Salvar um documento

❖ Para salvar um documento pela primeira vez, devemos seguir os seguintes passos:
1 - Na guia Arquivo, clique em Salvar como.
2 - Navegue até o local em que você gostaria de salvar seu documento.
3 - Clique em Salvar.
❖ Para salvar um documento à medida que continua a trabalhar nele, clique em Salvar na Barra de
Ferramentas de Acesso Rápido.

2.1.4 Controlar alterações

Quando estiver trabalhando em um documento com outras pessoas ou você mesmo estiver editando um
documento, ative a opção Controlar Alterações para ver cada mudança. O Word marca todas as adições,
exclusões, movimentações e mudanças de formatação.

1 - Abra o documento a ser revisado.


2 - Clique em Revisão e no botão Controlar Alterações, selecione Controlar Alterações.

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2.1.5 Imprimir o documento

É possível ver a aparência de documento quando for impresso, definir as opções de impressão e imprimir o
arquivo.
1 - Na guia Arquivo, clique em Imprimir.

2 - Siga este procedimento:


▪ Em Imprimir, na caixa Cópias, digite o número de cópias desejadas.
▪ Em Impressora, verifique se a impressora desejada está selecionada.
▪ Em Configurações, as configurações padrão da impressora estão selecionadas para você. Para alterar uma
delas, apenas clique na configuração que você deseja alterar e selecione uma nova configuração.
3 - Quando você estiver satisfeito com as configurações, clique em Imprimir.

2.2 Design e ferramentas

O design do Word sofreu uma grande alteração da versão 2003 para a versão 2007, para acompanhar o novo
layout do Windows 7. Desde então manteve-se o mesmo princípio de dividir os menus em guias, como
podemos observar na imagem abaixo.

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As guias do Word 2019 são: “Arquivo”; “Página Inicial”; “Inserir”; “Desenhar”; “Design”; “Layout”;
“Referências”; “Correspondências”; “Revisão”; “Exibir” e “Ajuda”. Cada guia traz conjuntos de ferramentas,
dividas em grupos, que podem ser utilizadas na formatação do texto que está sendo produzido.
Na imagem acima também podemos observar a barra de títulos da janela. Esta barra fica localizada na parte
superior central da janela e é composta pelo nome do arquivo - nome do programa. Por padrão, todo novo
documento do Word é nomeado de “Documento” e este nome pode ser alterado pelo usuário ao salva-lo.
Nas imagens abaixo, visualizamos a parte inferior da janela, onde fica localizada a barra de status do Word.
Na primeira imagem temos informações como: qual página do documento está sendo visualizada e quantas
páginas o arquivo possui no total; quantas palavras foram inseridas; o idioma utilizado no documento para
correção ortográfica; o ícone para gravação de nova macro; e as recomendações de acessibilidade. Na
segunda imagem temos a configuração das formas de exibição do documento (modo de leitura, layout de
impressão e layout da weB), onde podemos alterar a forma como o documento é exibido na tela; e barra de
zoom, onde é possível manipular a distância afastando ou aproximando o arquivo na tela, sem alterar o
conteúdo ou a forma de impressão.

Guias e Grupos de Ferramentas

Nas guias temos os conjuntos de ferramentas, dividas em grupos que vamos descrever a seguir.

2.2.1 Página Inicial

O primeiro grupo da guia Página Inicial é “Área de Transferência” como podemos ver na imagem abaixo.

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Nele encontramos as funções: “Colar” (Atalho = Ctrl+V), “Recortar” (Atalho = Ctrl+X), “Copiar” (Atalho =
Ctrl+C) e “Pincel de Formatação”. Estas funções servem para copiar, colar e/ou recortar partes ou o todo de
um texto. O pincel de formatação copia a formatação de um texto para que seja utilizada em outro texto.

Área de Transferência
A Área de Transferência do Microsoft Office permite que você copie até 24 itens de documentos ou
de outros aplicativos e os cole em outro aplicativo do Office.

O próximo grupo da guia Página Inicial é “Fonte”. Nele encontramos funções para: formatar o tipo de fonte
(1) (Atalho = Ctrl+Shift+F); alterar o tamanho da fonte (2) (Atalho = Ctrl+Shift+P); alterar o tamanho da fonte
usando os botões de aumentar e reduzir fonte (3) (Atalho = Ctrl+> e Ctrl+<); configurar as palavras como
maiúsculas e minúsculas (4); limpar toda formatação realizada (5), retornando o texto à formatação padrão
do Word; colocar o texto em destaque com negrito (6) (Atalho = Ctrl+N); colocar o texto em destaque com
inclinação com itálico (7) (Atalho = Ctrl+I); colocar o texto em destaque com sublinhado (8) (Atalho = Ctrl+S);
aplicar tachado ao texto (9), riscando as palavras; colocar o texto em subscrito (10) (Atalho = Ctrl+=); colocar
o texto em sobrescrito (11) (Atalho = Ctrl+Shift++); aplicar um efeito visual ao texto selecionado - efeitos de
texto (12); dar uma cor de realce ao texto (13), como um marca texto; alterar a cor da fonte (14).

Vejamos uma questão sobre esse tópico.

(CESGRANRIO - Técnico Científico (BASA)/Medicina do Trabalho) Considere a Figura a seguir extraída do MS


Word 2016 em português:

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O número ao lado da palavra Arial significa a(o)


A) quantidade de letras
B) quantidade de linhas
C) versão do texto
D) número de páginas
E) tamanho da letra
Gabarito: alternativa E.
Comentário: O número ao lado da palavra Arial indica o tamanho da letra.

Seguindo nos grupos de ferramentas da guia Página Inicial temos o “Parágrafo”. Na primeira linha deste
grupo encontramos as seguintes funções: “Marcadores (1)”, “Numeração (2)”, “Lista de Vários Níveis (3)”,
“Diminuir Recuo (4)”, “Aumentar Recuo (5)”, “Classificar (6)” que organiza o texto criando uma ordem por
exemplo, crescente ou decrescente, “Mostrar Tudo (7)” (Atalho = Ctrl+*) que apresenta marcas ocultas de
parágrafo como por exemplo onde foi pressionado Enter, onde temos novos parágrafos, onde foi criado um
recuo, onde foi feito um espaçamento com a barra de espaço (essas marcas não são imprimíveis).
Na segunda linha temos: “Alinha à Esquerda (8)” (Atalho = Ctrl+Q), “Centralizar (9)” (Atalho = Ctrl+E), “Alinha
à Direita (10)” (Atalho = Ctrl+G), “Justificar (11)” (Atalho = Ctrl+J), “Espaçamento de Linha e Parágrafo (12)”,
“Sombreamento (13)” e “Bordas (14)”.

O próximo grupo é o “Estilos”. Neste grupo temos os estilos que são configurações salvas relacionadas a
formatação do texto nos grupos “Fonte” e “Parágrafo”. Para aplica-las basta selecionar o texto e clicar no
estilo desejado que todo o texto selecionado será formatado de acordo com aquele estilo. Existem estilos
que vem pré-configurados e além desses o usuário pode criar suas configurações.

Vejamos uma questão sobre esse tópico.

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(CESPE / Polícia Federal) Em cada item a seguir, é apresentada uma situação hipotética, seguida de uma
assertiva a ser julgada, com relação à edição de textos, planilhas e apresentações.
Ao editar um documento utilizando o Microsoft Word 2016, um usuário verificou que estava gastando muito
tempo para atualizar manualmente o índice, com títulos e subtítulos e os respectivos números de páginas;
isso porque, entre outros fatores, a inserção de novos textos ocorre ao longo de todo o documento, e não
apenas ao seu final, o que muda os números das páginas em que se localizam os títulos a serem inseridos no
índice. Nessa situação, para resolver o problema, o usuário pode utilizar a ferramenta do Word que permite
criar índices automaticamente por meio do uso de estilos, tais como título 1 e título 2.
Gabarito: certo.
Comentário: Essa questão causou muita discussão pois abre espaço para as duas respostas, pelo descuido
do elaborador ao usar o termo: ÍNDICE. A banca considera como gabarito a opção CERTO e isso pode nos dá
um norte em relação ao uso dos termos ÍNDICE e SUMÁRIO. Primeiro vou explicar a partir da visão da banca.
Nas versões do Word 2010, 2013 e 2016, para inserir um sumário, você precisa configurar as divisões (título,
subtítulo, ênfase, citação...) do seu texto com Estilos de Título. Observe as opções na imagem abaixo:

Após fazer estas edições, basta ir até a guia “Referências”, nas ferramentas “Sumário”, selecionar a opção
“Sumário”.
O CESPE considerou que ÍNDICE e SUMÁRIO possuem a mesma função. Entretanto, existe uma pequena
diferença entre os dois termos, relacionada a tradução do aplicativo Word. No site do suporte da Microsoft
para o Office, podemos verificar que o termo SUMÁRIO é usado na tradução para Português do Brasil e o
termo ÍNDICE é usado para a tradução em Português de Portugal. Porém, como eu disse no início deste
comentário, isso nos dá um norte em relação ao padrão seguido pelo CESPE. Vou deixar os links para que
você possa verificar: Suporte em Português do Brasil e Suporte em Português de Portugal.

O último grupo da guia Página Inicial é “Editando”. Nele são encontrados três comandos: Localizar; Substituir;
e Selecionar. Essas funções são exatamente para o que os comandos sugerem. Localizar uma palavra ou um
trecho no texto, substituir uma ou mais palavras e selecionar partes ou o texto como um todo (Atalho =
Ctrl+U).

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2.2.2 Inserir

A próxima guia é “Inserir” e ela pode ser visualizada com seus grupos de ferramentas nas imagens abaixo.

Nessa guia temos os grupos de ferramentas: “Páginas”, “Tabelas”, “Ilustrações”, “Suplementos”, “Mídia”,
“Links”, “Comentários”, “Cabeçalho e Rodapé”, “Texto” e “Símbolos”.
Com essas ferramentas é possível inserir: páginas em branco, quebras de páginas, tabelas de todos os
tamanhos, imagens, formas geométricas, gráficos, links com referências, comentários, cabeçalhos e rodapés,
caixas de texto, equações e símbolos.
Vejamos uma questão sobre esse tópico.

(CESGRANRIO - Técnico Júnior (TRANSPETRO)/Administração e Controle Júnior) A Figura abaixo reproduz,


de forma ampliada, um botão representativo de um recurso do MS Word 2016, em português.

Qual é o papel do recurso representado?


A) Cria um hiperlink para uma área do próprio documento.
B) Abre o navegador Edge para acesso à internet.
C) Encontra e insere imagens de várias fontes on-line no documento.
D) Localiza e insere vídeos de fontes on-line no documento.
E) Insere imagens arquivadas no computador.
Gabarito: alternativa C.
Comentário: Na guia “Inserir”, no grupo “Ilustrações” temos a ferramenta Imagens.
Ao selecionar a ferramenta temos duas opções: Inserir Imagem De
• Este Dispositivo...

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• Imagens Online...

Note que a imagem da questão é a mesma de Imagens Online.

2.2.3 Desenhar

A guia a seguir é “Desenhar”, ela possui quatro grupos de ferramentas: “Ferramentas”, “Canetas”,
“Converter”, e “Inserir” como podemos ver na imagem abaixo.

2.2.4 Design

A guia seguinte é “Design”, como podemos visualizar nas imagens abaixo.


Nessa guia temos os grupos de ferramentas relacionados a formatação do documento. São temas, cores,
fontes e efeitos pré-configurados e que podem ser alterados, inclusive o modelo padrão do Word.

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2.2.5 Layout

A guia “Layout” vem logo a seguir para definir o layout da página. Os grupos de ferramentas que fazem parte
desta guia são: “Configurar Página”, “Parágrafo” e “Organizar”. A partir destas ferramentas é possível alterar
as margens da página, a orientação (se retrato ou paisagem), o tamanho, se existirão divisões em colunas,
qual será o recuo para todo o documento, o espaçamento e o alinhamento.
As imagens abaixo mostram a guia Layout e seus grupos de ferramentas.

2.2.6 Referências

Na guia “Referências” encontramos os grupos: “Sumário”, “Notas de Rodapé”, “Pesquisar” “Citações e


Bibliografia”, “Legendas” e “Índice”. Esta guia é muito utilizada por usuário que criam trabalhos acadêmicos.
As imagens abaixo mostram a guia Referências e seus grupos de ferramentas.

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2.2.7 Correspondências

Na guia “Correspondências” encontramos os seguintes grupos de ferramentas: “Criar”, “Iniciar Mala Direta”,
“Gravar e Inserir Campos”, “Visualizar Resultados” e “Concluir”.
Como o próprio nome correlaciona, esta guia está ligada a criação de documentos para o envio de
correspondências.
Nas imagens abaixo podemos ver a guia Correspondências e seus grupos de ferramentas.

2.2.8 Revisão

A guia “Revisão”, como observamos nas imagens abaixo, traz os seguintes grupos de ferramentas: “Revisão
de Texto”, “Fala”, “Acessibilidade” “Idioma”, “Comentários”, “Controle”, “Alterações”, “Comparar”,
“Proteger” e “Tinta”.
A partir destas ferramentas é possível realizar a correção ortográfica do texto de acordo com o idioma
selecionado, ter acesso a um dicionário de sinônimos, contar palavras, traduzir o documento para um idioma
selecionado, criar comentários em partes do texto com balões de link e controlar as sugestões apresentadas
pelos comentários. Também é possível analisar (aceitar, rejeitar e comparar) alterações sugeridas quando a
produção do texto é compartilhada e proteger o documento para não sofrer edições.

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Vejamos uma questão sobre esse tópico.

(FCC / SABESP) Um Técnico recebeu um documento produzido no Microsoft Word 2013, em português, para
revisar. Ele desejava que cada uma de suas mudanças no texto ficasse registrada de modo visível para que a
pessoa que enviou o arquivo pudesse ou não aceitar tais modificações. Para tanto, antes de começar a
modificar o documento, ele realizou corretamente operações que ativaram essa condição (considerando que
não estava ativadA) do seguinte modo: ele clicou
A) na guia Revisão, no recurso Mostrar Marcações e selecionou Formatação.
B) em Mostrar Marcações, no recurso Revisões e selecionou Controlar Alterações.
C) em Marcações, no recurso Revisões e selecionou Comentários.
D) na guia Revisão, no recurso Mostrar Marcações e selecionou Comentários.
E) na guia Revisão, no recurso Controlar Alterações e selecionou Controlar Alterações.
Gabarito: alternativa E.
Comentário: Essa é uma função muito importante quando se está corrigindo um documento ou ajudando
em sua produção. Ela pode ser acessada a partir da aba Revisão, na opção Controlar Alterações Controlar
Alterações.

2.2.9 Exibir

A penúltima guia é “Exibir” traz grupos de ferramentas utilizados para configurar a tela do Word. Esses grupos
são: “Modos de Exibição”, “Avançada”, “Movimentação de Páginas”, “Mostrar”, “Zoom”, “Janela”,
“Macros” e “SharePoint”. Todos eles têm ferramentas que ativam ou desativam módulos na tela do
aplicativo.
As imagens abaixo mostram a guia Exibir e seus grupos de ferramentas.

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2.2.10 Ajuda

A última guia é “Ajuda”, ela traz um único grupo de ferramentas que como o próprio nome indica ajuda o
usuário com questões sobre o aplicativo Word.

2.3 Principais atalhos

Seguindo um padrão adotado pela Microsoft, seus aplicativos também possuem atalhos para facilitar o uso
por parte dos usuários. A tabela abaixo mostra os principais atalhos que frequentemente são cobrados em
provas de concurso.

Para Pressione

Vá para "Diga-me o que você deseja fazer" Alt+G

Novo documento Ctrl+O

Abrir Ctrl+A

Salvar Ctrl+B

Fechar Ctrl+W

Recortar Ctrl+X

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Copiar Ctrl+C

Colar Ctrl+V

Selecionar tudo Ctrl+T

Negrito Ctrl+N

Itálico Ctrl+I

Sublinhado Ctrl+S

Subscrito Ctrl+=

Sobrescrito Ctrl+Shift++

Diminuir o tamanho da fonte Ctrl+Shift+<

Aumentar o tamanho da fonte Ctrl+Shift+>

Centralizar texto Ctrl+E

Alinhar texto à esquerda Ctrl+Q

Alinhar texto à direita Ctrl+G

Cancelar Esc

Desfazer Ctrl+Z

Refazer Ctrl+R

Imprimir um documento Ctrl+P

Verificar Ortografia e Gramática (guia Revisão) F7

Abrir o painel Navegação (pesquisa no documento) Ctrl+L

Substituir texto, uma formatação específica e itens especiais Ctrl+U

Ir para a primeira página para o início da primeira linha. Ctrl+Home

Ir para a última página para o fim da última linha. Ctrl+End

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Observe que destaquei alguns atalhos em vermelho para que você possa testar o funcionamento deles em
seu computador.
Vejamos uma questão sobre esse tópico.

(FCC / TRT - 2ª REGIÃO (SP)) Um Analista selecionou o título de um texto digitado no Microsoft Word 2013,
em português, e pressionou simultaneamente a combinação de teclas Ctrl + Shift + C. Em seguida, selecionou
um fragmento do texto em outro local da página e pressionou simultaneamente a combinação de teclas Ctrl
+ Shift + V. Estas ações do Analista
A) substituíram o fragmento de texto pelo título.
B) colocaram o título centralizado e o fragmento de texto justificado na página.
C) copiaram somente a formatação do título para o fragmento de texto.
D) colocaram o título em negrito e o fragmento do texto sublinhado.
E) incluíram o título no sumário do documento e o associaram ao fragmento de texto.
Gabarito: alternativa C.
Comentário: Conforme vimos no trecho acima da aula, ao utilizar a combinação das teclas Ctrl+Shif+C e
Ctrl+Shift+V, respectivamente teremos a cópia e cola da formatação de um texto.

2.4 Extensões

O Word possui suporte para muitas extensões. Para verifica-las basta abrir um documento e acessar a opção
“Salvar como”, como podemos visualizar na imagem após a planilha.
Entre as principais extensões do Word, temos algumas que são nativas e outras que foram agregadas com o
lançamento das versões. Abaixo listamos essas extensões, o nome do formato e a descrição.

Extensão Nome do formato Descrição

Formato de arquivo baseado em XML padrão para o


.docx Documento do Word Word 2019, Word 2016, Word 2013, Word 2010 e o
Office Word 2007.
Formato de documento apresentado a usuários do Word
Documento Habilitado para
.docm e que contém macros22 incorporadas que podem ser
Macro do Word
utilizados com o documento de arquivo.

.doc Documento do Word 97–2003 Formato de arquivo binário para Word 97–Word 2003.

Portable Document Format (PDF), é um formato de


.pdf PDF
arquivo eletrônico baseado em PostScript desenvolvido

22
Uma macro é uma série de comandos e instruções que você agrupa como um único comando para realizar uma
tarefa automaticamente.
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pela Adobe Systems. Preserva a formatação de


documento e permite o compartilhamento de arquivos.
XML Paper Specification é um formato de documento
criado pela Microsoft querendo ser algo fácil de ser
.xps Documentos XPS
compartilhado, lido nos mais diferentes lugares e
principalmente, competir com o PDF.
No formato de arquivo .rtf, os documentos criados em
diferentes sistemas operacionais e com diferentes
.rtf Formato Rich Text
aplicativos de software podem ser transferidos entre
estes sistemas operacionais e aplicativos.
Quando os usuários salvam um documento como um
.txt Texto sem Formatação
arquivo .txt, o documento perde toda a formatação.
Formato de arquivo para salvar arquivos do Word 2016
e do Word 2013 para que eles possam ser abertos em
.odt Texto OpenDocument
aplicativos de documento que usam o formato
OpenDocument.

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Vejamos uma questão sobre esse tópico.

(FGV / AL-RO) O MS Word 2010 BR está programado para abrir arquivos gravados sob diferentes
formatos. Assinale a extensão que corresponde a um tipo de arquivo que não pode ser aberto nessa
versão.
A) .CSV
B) .HTM
C) .PDF
D) .RTF

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E) .TXT
Gabarito: alternativa C.
Comentário: Na aula eu inseri uma imagem com todas as extensões (formatos / tipos) suportados
pelo Word 2019. Nesta versão, essa questão estaria incorreta, já que todos os formatos apresentados
nas alternativas são aceitos pelo Word.
O Word 2010 consegue salvar arquivos em PDF, entretanto ele não tem suporte para visualizar esses
arquivos. Essa função foi acrescentada a partir do Word 2013.

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QUESTÕES DE CONCURSOS

Comentadas

1 - (INSTITUTO AOCP / UFPB)


O Microsoft Word versão 2016 é uma ferramenta de texto que pode ser utilizada por meio de teclas de
atalho. Considerando o exposto, relacione as teclas de atalho com sua respectiva finalidade e assinale a
alternativa com a sequência correta.
Obs.: O caractere + foi utilizado somente para interpretação.
1. CTRL + P
2. CTRL + T
3. CTRL + C
4. CTRL + V
5. CTRL + X
6. CTRL + Z

( ) Selecionar Tudo.
( ) Copiar para Área de Transferência.
( ) Colar da Área de Transferência.
( ) Desfazer uma Ação.
( ) Abrir o Gerenciador de Impressão.
( ) Recortar para Área de Transferência.

A) 2 – 4 – 6 – 1 – 3 – 5.
B) 2 – 3 – 4 – 6 – 1 – 5.
C) 6 – 5 – 3 – 4 – 2 – 1.
D) 1 – 2 – 3 – 4 – 5 – 6.
E) 6 – 5 – 4 – 3 – 2 – 1.

Gabarito: alternativa B.
Comentário: Vamos ver os atalhos que são referentes a cada finalidade:
Selecionar Tudo CTRL+T
Copiar para Área de Transferência CTRL+C
Colar da Área de Transferência CTRL+V
Desfazer uma Ação CTRL+Z
Abrir o Gerenciador de Impressão CTRL+P
Recortar para Área de Transferência CTRL+X.

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2 - (INSTITUTO AOCP / UFPB)


No Microsoft Word 2016, é possível gerenciar quebras de seções em um documento. Sobre esse recurso,
assinale a alternativa correta.
A) Existe apenas um tipo de quebra de seção, a chamada “Próxima Página”, que inicia a nova seção na página
seguinte.
B) Não é possível ter várias seções diferentes dentro de uma mesma página do documento.
C) Iniciar uma nova seção em um documento é praticamente iniciar um documento novo dentro de um
mesmo documento. Com isso, é possível determinar diferentes formatações de texto dentro de um mesmo
documento.
D) Inserir seções dentro de um documento é somente uma maneira de organizar o documento para o
usuário, mas não serve para alterar o documento em diferentes layouts.
E) Ao excluir uma quebra de seção, todo texto que estiver antes da quebra perderá sua formatação.

Gabarito: alternativa C.
Comentário: As quebras de seção são usadas para dividir e formatar documentos de todos os tamanhos. Por
exemplo, você pode dividir seções em capítulos e adicionar formatação, como colunas, cabeçalhos e rodapés,
bordas de página, a cada um.

3 -(VUNESP / MPE-SP)
Observe o texto e as respectivas marcas de parágrafos e formatações presentes em um documento do MS-
Word 2010, em sua configuração original.

Após selecionar todo o texto, o usuário executou o comando de conversão de texto em tabela. Assinale a
alternativa que contém as palavras que permanecerão juntas em uma mesma célula na nova tabela.
A) impostos a recuperar.
B) fornecedores obrigações.
C) acordos comerciais.
D) financiamentos estoques.
E) recebíveis fornecedores.
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Gabarito: alternativa B.
Comentário: Para responder essa questão
precisamos entender o que são e como funcionam
as marcas de formatação. As marcas de formatação
são um conjunto de símbolos que fornecem uma
representação visual de uma formatação específica
em um documento.
* Caracteres de tabulação
Exibir caracteres de tabulação como setas.
* Espaços
Exibir espaços entre palavras como pontos.
* Marcas de parágrafo
Exibir as extremidades dos parágrafos com o símbolo de parágrafo.
* Texto oculto
Exibir um sublinhado pontilhado sob o texto formatado como oculto.
* Hifens opcionais
Exibir hifens que indicam onde deseja dividir uma palavra no final de uma linha. Hifens opcionais não são
impressos a menos que uma palavra realmente seja dividida no final de uma linha. Quando uma palavra é
dividida no final da linha, o hífen opcional é impresso como um hífen normal.
* Âncoras de objeto
Exibir âncoras de objeto, que indicam que um objeto pertence a um parágrafo específico.
* Quebras opcionais
Controle onde uma palavra ou frase é dividida se estiver no final de uma linha. Se você usa o Word com um
idioma do Leste Asiático, esta opção impede a quebra incorreta do texto. Essa opção estará disponível se um
idioma do Leste Asiático estiver habilitado para edição de texto.
Dessa forma, quando criamos uma tabela selecionando as palavras do texto, apenas as palavras que estão
com espaços entre si estarão na mesma célula. As outras palavras que estão separadas por TAB estarão em
células diferentes.

4 - (VUNESP / UFABC)
Assinale a alternativa que indica a(s) tecla(s) que foi(foram) pressionada(s) entre as palavras “antes” e
“depois” no Microsoft Word 2010, em sua configuração padrão, com as marcas de parágrafo ativadas.

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A) Seta para a direita


B) TAB
C) Espaço em branco
D) ENTER
E) SHIFT+CTRL

Gabarito: alternativa B.
Comentário: Segunda questão sobre as marcas de formatação. Esse é um ponto de destaque que pode nos
remeter a um padrão para as provas aplicadas em 2019 pela VUNESP. Na questão 1 eu inseri a imagem abaixo
e expliquei o que cada marca significava.

Na imagem temos duas marcas que significam respectivamente “Caracteres de tabulação” (TAB) e “Marcas
de Parágrafo” (ENTER). Como a pergunta só quer saber sobre o espaço entre as palavras, a alternativa correta
é a letra B.

5 - (INSTITUTO AOCP / ITEP - RN)


Considere um documento de texto sendo escrito no Microsoft Word 2010 (versão padrão em português do
Brasil). Em dado momento, o cursor do mouse está posicionado em uma palavra específica de um parágrafo.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de teclas de atalho para realizar os seguintes passos,
consecutivamente:
1. Justificar parágrafo.
2. Deixar palavra sublinhada.
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3. Salvar documento.
4. Imprimir Documento.
A) CTRL + J, CTRL + S, CTRL + B, CTRL + P, e, por fim, a tecla ENTER.
B) CTRL + J, CTRL + U, CTRL + S, CTRL + P, e, por fim, a tecla ENTER.
C) CTRL + P, CTRL + U, CTRL + S, CTRL + I, e, por fim, a tecla ENTER.
D) CTRL + P, CTRL + S, CTRL + B, CTRL + I, e, por fim, a tecla ENTER.
E) CTRL + J, CTRL + U, CTRL + B, CTRL + P, e, por fim, a tecla ENTER.

Gabarito: alternativa A.
Comentário: Vamos ver os atalhos que são referentes a cada finalidade:
Justificar parágrafo CTRL + J
Deixar palavra sublinhada CTRL + S
Salvar documento CTRL + B
Imprimir Documento CTRL + P

6 - (CESPE / IFF)
Na edição de um documento no Microsoft Word 2010, é possível realizar o recuo da primeira linha de um
parágrafo, afastando-a ou aproximando-a em relação à margem da página, por meio do(A)
A) ferramenta Barra de rolagem.
B) ferramenta Régua.
C) comando Sombreamento.
D) comando Subscrito.
E) ferramenta Zoom.

Gabarito: alternativa B.
Comentário: A régua que fica acima da margem superior da página nos dá a opção de ajustar o recuo tanto
da primeira linha do parágrafo, como da linha abaixo dela.

7 - (CESPE / STM)
Julgue o seguinte item, relativo a noções de informática.
No processador de textos Word do ambiente Microsoft Office 2010, é possível incluir um índice no
documento que estiver sendo editado; para tanto, é necessário selecionar o título ou parte do texto que se
deseje incluir como palavra do índice, por meio da opção Marcar Entrada.

Gabarito: certo.

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Comentário: De acordo com o site do Suporte Office23, um índice lista os termos e tópicos que são abordados
num documento, juntamente com as páginas em que aparecem. Para criar um índice, marque as entradas
do índice fornecendo o nome da entrada principal e a referência cruzada no documento e, em seguida, crie
o índice. Essas opções estão disponíveis na guia Referências, no grupo de ferramentas Índice, como pode ser
observado abaixo.

8 - (CESPE / STM)
Com relação a noções de informática, julgue o item a seguir.
Em um documento em edição no processador de textos Word do ambiente Microsoft Office 2010, um duplo
clique sobre uma palavra irá selecioná-la, e um clique triplo irá selecionar o parágrafo inteiro.

Gabarito: certo.
Comentário: Cada clique no mouse leva a uma ação.
• 1 clique, posiciona o marcador.
• 2 cliques, seleciona a palavra.
• 3 cliques, seleciona o parágrafo todo.

9 - (CESPE / PC-MA)
Ao produzir um texto utilizando o programa Microsoft Word 2016, um usuário realizou, de modo sucessivo,
os seguintes procedimentos:

• selecionou parte do texto e, logo em seguida, acionou o atalho formado pelas teclas e
• digitou algumas palavras;

• acionou o atalho formado pelas teclas e ;


• digitou mais algumas palavras.

Caso, a seguir, o usuário pretenda inserir, novamente, por meio do atalho formado pelas teclas e
, o texto selecionado no início do procedimento descrito,

23
https://support.office.com/pt-pt/article/criar-e-atualizar-um-%C3%ADndice-remissivo-cc502c71-a605-41fd-9a02-
cda9d14bf073
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A) será exibida uma caixa de diálogo contendo a parte do texto inicialmente selecionada para a área de
transferência.
B) aparecerá uma mensagem de erro, pois o Word 2016 não possibilita a execução reiterada de
procedimentos.
C) o texto selecionado no primeiro procedimento será inserido a partir do ponto em que o cursor estiver
posicionado.
D) o documento não sofrerá alteração, pois não há texto na área de transferência em virtude de o usuário já

ter acionado o atalho formado pelas teclas e anteriormente.

E) nada ocorrerá, pois o trecho selecionado mediante as teclas e já foi usado; nesse caso, o

usuário deverá selecionar o texto novamente e acionar o atalho formado pelas teclas e .

Gabarito: alternativa C.
Comentário: A diferença entre as funções dos atalhos Ctrl+X (recortar) e Ctrl+C (copiar) está no que acontece
com o texto. Quando o texto é copiado, ele permanece no mesmo local e é criada, como o próprio nome
sugere, uma cópia. Quanto o texto é recortado, ele é retirado do local e armazenado na Área de
Transferência. Um texto recortado pode ser colado quantas vezes o usuário julgar necessário, mesmo em
editores diferentes (por exemplo: recortar em um aplicativo Microsoft Office e colar em um aplicativo
BROffice. Entretanto, arquivos recortados só podem ser colados uma única vez.

10 - (CESGRANRIO - Técnico Júnior (TRANSPETRO)/Administração e Controle Júnior)


Considere o texto abaixo.
Curiosidades sobre o Carnaval
Na Bahia, os primeiros afoxés surgiram na virada do século XIX para o XX com o objetivo de relembrar as
tradições culturais africanas. Por volta do mesmo período, o frevo passou a ser praticado no Recife, e o
maracatu ganhou as ruas de Olinda.
Ao longo do século XX, o carnaval popularizou-se e conheceu uma diversidade de formas de realização.
Por volta da década de 1910, os corsos surgiram, com os carros conversíveis desfilando pela avenida
Central, atual avenida Rio Branco. Tal prática durou até por volta da década de 1930.
Disponível em: <http://brasilescola.uol.com.br/carnaval/historia- -do-carnaval-no-brasil.htm>. Acesso
em: 23 mar. 2018. Adaptado.

O trecho acima, digitado no MS Word 2016 em português, pode ter sua formatação modificada para
ressaltar as palavras afoxés, frevo, maracatu e corso.
Para que sejam escritas em letras maiúsculas, o autor do texto, depois de selecionar a palavra que será
modificada, pode

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A) clicar no botão e escolher a opção “Colocar Cada Palavra em Maiúscula”

B) clicar no botão escolher a opção “Maiúscula”

C) clicar no botão (Ctrl + Shift + >) e escolher a opção “Colocar Cada Palavra em Maiúscula”

D) clicar no botão (Ctrl + Shift + <) e escolher a opção “Maiúscula”


E) clicar no botão Letra Capitular.

Gabarito: alternativa B.
Comentário: Vou inserir uma imagem para nos ajudar a resolver essa questão.

Note que a opção Maiúsculas no menu acima, todas as letras das palavras selecionadas serão exibidas em
maiúsculas.

11 - (CESGRANRIO - Técnico Júnior (TRANSPETRO)/Suprimento de Bens e Serviços)


Ao fazer um texto sobre Machado de Assis, um estudante deparou-se com um nome não conhecido por ele:
Guiomar. Resolveu, então, fazer uma busca com recursos do próprio MS Word 2016 em Português.
Para fazer tal busca, ele pode, inicialmente, executar os seguintes procedimentos:
A) inserir >> link >> inserir link
B) referência >> Pesquisa Inteligente >> selecionar Guiomar
C) inserir >> inserir citação
D) referência >> Pesquisador
E) selecionar Guiomar >> inserir >> Pesquisa Inteligente

Gabarito: alternativa D.
Comentário: De acordo com o Suporte Office,
"O Pesquisador do Word ajuda você a encontrar tópicos e incorporar conteúdo e fontes confiáveis ao trabalho
de pesquisa em apenas algumas etapas. Explore e pesquise o material relacionado ao seu conteúdo e
adicione-o com citações no documento sem sair do Word.
Observação: O Pesquisador do Word só está disponível para quem tem uma assinatura do Office 365 e nos
seguintes idiomas: alemão, espanhol, francês, inglês, italiano e japonês."

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12 - (CESGRANRIO - Técnico (PETROBRAS)/Administração e Controle Júnior)


O parágrafo que se segue é cópia do preâmbulo da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988,
que foi entregue a um assistente administrativo digitalizada no MS Word 2016.
Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia Nacional Constituinte para instituir um
Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a
segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma
sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem
interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a
seguinte CONSTATAÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL.
O assistente administrativo – não autorizado a alterar o texto – mas percebendo que a palavra
CONSTATAÇÃO foi escrita no lugar de CONSTITUIÇÃO, deseja inserir um comentário informando sobre o erro
cometido.

Para inserir esse comentário, o assistente pode usar a combinação de teclas


A) Ctrl + T
B) Ctrl + A
C) Ctrl + K
D) Alt + Ctrl + A
E) Alt + Ctrl + S

Gabarito: alternativa D.
Comentário: Vamos entender o funcionamento de cada um dos atalhos das alternativas:
A) Ctrl + T => Seleciona tudo.
B) Ctrl + A => Abrir.
C) Ctrl + K => Adiciona um hiperlink.
Função disponível na guia Inserir, grupo de ferramentas Links.

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D) Alt + Ctrl + A => Adiciona um comentário.


Função disponível na guia Inserir, grupo de ferramentas Comentários.

E) Alt + Ctrl + S => Divide a tela do documento.


Função disponível na guia Exibir, grupo de ferramentas Janela.

13 - (CESGRANRIO - Técnico Júnior (TRANSPETRO)/Suprimento de Bens e Serviços)


O texto abaixo é um trecho adaptado da fábula A Cigarra e a Formiga, que estava sendo digitado para uma
apresentação com crianças.

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Era uma vez uma cigarra que vivia saltitando e cantando pelo bosque, sem se preocupar com o futuro.
Esbarrando numa formiguinha, que carregava uma folha pesada, perguntou:
- Ei, formiguinha, para que todo esse trabalho? O verão é para gente aproveitar! O verão é para gente se
divertir!
- Não, não, não! Nós, formigas, não temos tempo para diversão. É preciso trabalhar agora para guardar
comida para o inverno.
Durante o verão, a cigarra continuou se divertindo e passeando por todo o bosque. Quando tinha fome, era
só pegar uma folha e comer.
O digitador estava sem seus óculos para perto e resolveu valer-se do recurso de leitura em voz alta
proporcionado pelo Word 2016, em português, que estava utilizando.
Para isso, selecionou o texto que desejava escutar e clicou no seguinte ícone:

A)

B)

C)

D)

E)

Gabarito: alternativa C.
Comentário: Na guia Revisão temos o grupo Fala, que possui uma única ferramenta. Podemos observa-la na
imagem abaixo.

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14 - (CESGRANRIO - Técnico (PETROBRAS)/Administração e Controle Júnior)

Um usuário do MS Word 2016 em português, ao digitar um texto, clicou no ícone .


Tal ícone deve ser acionado quando se deseja
A) digitar em duas colunas
B) fazer uma quebra de página
C) fazer uma referência cruzada
D) criar um link para acesso à página da Web
E) alinhar o parágrafo pela direita

Gabarito: alternativa C.
Comentário: Na guia Referências, no grupo Legendas, temos a ferramenta: Referência Cruzada.

15 - (CESGRANRIO - Técnico (PETROBRAS)/Comercialização e Logística Júnior)


Quando um usuário do MS Word 2016 em português quer empilhar todas as janelas abertas, de modo que
possa vê-las todas de uma só vez, ele clica no ícone

A)

B)

C)

D)

E)
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Gabarito: alternativa D.
Comentário: A) ERRADA. Esse ícone é conhecido como várias páginas e será usado pelo usuário para aplicar
o zoom ao documento para exibir várias páginas na janela.
B) ERRADA. Esse ícone é conhecido como nova janela e será usado pelo usuário para abrir uma segunda
janela de documento para que o usuário possa trabalhar em diferentes locais ao mesmo tempo.
C) ERRADA. Esse ícone é conhecido como dividir e será usado para dividir em duas seções do documento ao
mesmo tempo.
D) CERTA. Esse ícone é conhecido como organizar tudo e será usado pelo usuário para empilhar as janelas
abertas para que o usuário possa vê-las todas de uma só vez.
E) ERRADA, Esse ícone é conhecido como alternar janelas e será usuário para alternar rapidamente para outra
janela aberta.

16 - (FCC / SABESP)
Considere o trecho de texto a seguir.
Para as categorias de consumo existem tabelas com os valores estabelecidos para o consumo de até 10 m3,
de 11 a 20 m3, de 21 a 50 m3 e acima de 50 m3, exceto para as tarifas residencial social e residencial favelas
que possuem 5 faixas de consumo, isto é, até 10 m3, de 11 a 20 m3, de 21 a 30 m3, 31 a 50 m3 e acima de
50 m3.
(Disponível em: http://site.sabesp.com.br/site/interna/Default.aspx?secaoId=183)
No Microsoft Word 2010, em português, o número 3 presente em m3, após ser selecionado, pode ser
colocado em sobrescrito a partir da janela de formatação de fonte que aparecerá pressionando-se
A) Ctrl + D.
B) Ctrl + F.
C) Ctrl + P.
D) Ctrl + L.
E) Ctrl + U.

Gabarito: alternativa A.
Comentário: Para acessar a tela de formatação da fonte, o atalho correto é Ctrl+D.

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Os atalhos presentes nas outras alternativas possuem as seguintes funções:


Ctrl + F - não possui função definida.
Ctrl + P - Imprimir.
Ctrl + L - Localizar.
Ctrl + U - Localizar e Substituir.

17 - (FCC / SABESP)
Um Técnico escreveu um grande texto usando o Microsoft Word 2013, em português, mas equivocadamente
escreveu tudo em letras maiúsculas. Mantendo o texto selecionado, ele deseja corrigir isso e colocar somente
a primeira letra de cada sentença em maiúscula. Nesse caso,
A) ele deve redigitar todo o texto porque não há uma opção para isso no Word.
B) ele pode usar o botão Maiúsculas e Minúsculas na aba Página Inicial e selecionar a opção desejada.
C) ele pode usar o botão Inverter letras da Sentença na aba Layout da Página e selecionar a opção desejada.
D) a opção Inverter Palavras da Sentença na aba Página Inicial poderia ter funcionado com sucesso, se ele
ainda não tivesse salvo o documento.
E) o botão Maiúsculas e Minúsculas na aba Layout da Página teria sido uma solução positiva, se ele não
tivesse salvo o documento.

Gabarito: alternativa B.
Comentário: O Word possui muitas funções. Entre elas, temos a possibilidade de alterar as letras de um texto
entre maiúsculas e minúsculas sem a necessidade de redigitar todo o texto. Essa função está disponível na
aba Página Inicial, grupo Fonte, como pode ser observado na imagem abaixo.

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18 - (FCC / TRT - 6ª Região (PE))


Durante a edição de uma monografia no MS-Word 2010, o usuário do aplicativo clicou sobre o ícone para
mostrar as marcas de parágrafos e outros símbolos de formatação e obteve a apresentação do seguinte
trecho de texto:

A linha pontilhada abaixo do texto indica


A) Citação.
B) Citação interna.
C) Índice remissivo.
D) Referência cruzada.
E) Texto oculto.

Gabarito: alternativa E.
Comentário: Para resolver essa questão, primeiro deve ser observado que o trecho de texto está com as
marcas de formatação ativadas. Com isso, ao serem mostradas as marcas, elas são apresentadas da seguinte
forma:

19 - (FGV / AL-RO)
Maria trabalhou na edição de vários textos sigilosos no Word, e ao encerrar precisa garantir que o clipboard
do Windows não contenha trechos desses textos.
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Assinale a opção que não deveria ser utilizada por Maria para obter essa garantia.
A) Abrir uma página inofensiva no browser e acionar a tecla PrintScreen.
B) Copiar um texto inofensivo com Ctrl+C.
C) Executar o comando echo “X” | clip no prompt de comando.
D) Fechar o documento no Word.
E) Reiniciar o Windows.

Gabarito: alternativa D.
Comentário: O termo em inglês clipboard significa Área de Transferência em português. Quando utilizamos
os atalhos de copiar e colar, as imagens ou textos são armazenados na área de transferência.
Vamos analisar as alternativas, para entender as ações que podem ser tomadas.
A) ao abrir qualquer página e pressionar a tecla PrintScreen, o conteúdo do clipboard será imediatamente
substituído.
B) ao copiar qualquer texto “inofensivo”, o conteúdo do clipboard será imediatamente substituído.
C) o comando echo, fará com que a letra X seja copiada para o clipboard.
D) o conteúdo do clipboard será mantido. NOSSA RESPOSTA!!! Observe que algumas vezes quando os
aplicativos da suíte Office são fechados, é exibida uma mensagem perguntando se deseja manter o item
copiado na Área de Transferência.
E) todo o conteúdo do clipboard será apagado.

20 - (FGV / MPE-AL)
Considere o símbolo a seguir extraído de uma tabela do MS-Word 2016 no modo “Mostrar Tudo”.

Esse símbolo indica


A) o final do conteúdo de uma célula ou final de linha da tabela.
B) o ponto de inserção do texto na célula.
C) uma célula com conteúdo oculto.
D) uma célula que não pode ser preenchida.
E) uma célula vazia.

Gabarito: alternativa A.
Comentário: As marcas de parágrafo, ou marcas de formatação, são exibidas a partir da ativação da
ferramenta Mostrar Tudo (Ctrl+*). Abaixo temos uma tabela com os símbolos das marcas de formatação.
A partir dessa tabela, chegamos a nossa resposta, que o símbolo ¤ marca o fim da célula de uma tabela.

Nome Símbolo Atalho Uso

Espaço · Barra de espaço Entre·palavras

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Espaço inquebrável ° Ctrl + ⇧ Shift + Espaço 32°m, 5°kg, R$°10

Quebra de parágrafo ¶ ↵ Enter Para quebrar parágrafo.¶

Para quebrar linha num↵


Quebra de linha ↵ ⇧ Shift + ↵ Enter
lugar específico.
→Para criar recuo de
Tabulação → Tab ↹
parágrafo.
Marca onde uma palavra deve
Hífen opcional ¬ Ctrl + – ser hife¬nizada caso fique no
fim de uma linha.
···Quebra de Insere uma quebra de página.
Quebra de página Ctrl + ↵ Enter
página··· ···Quebra de página···

Caractere de tabela ¤ Não tem Marca o fim da célula¤

:::::Quebra de Layout > Quebras > Insere uma quebra de seção.


Quebra de seção
seção:::: Quebra de seção :::::Quebra de seção:::::
Quando os caracteres ocultos
Página Inicial > Fonte >
Texto oculto Texto oculto estão desativados, o texto
Oculto
some.

21 - (CESPE / TRE-TO)
Em documentos do Microsoft Word, para a configuração de margens, orientação de página e divisão do texto
em colunas, assim como para a configuração de recuo e espaçamento de parágrafos, utilizam-se opções
disponibilizadas na guia
A) Design.
B) Layout da Página.
C) Página Inicial.
D) Arquivo.
E) Exibição.

Gabarito: alternativa B.
Comentário: Conforme vimos na aula, a guia “Layout” vem logo a seguir para definir o layout da página. Os
grupos de ferramentas que fazem parte desta guia são: “Configurar Página”, “Parágrafo” e “Organizar”. A
partir destas ferramentas é possível alterar as margens da página, a orientação (se retrato ou paisagem), o
tamanho, se existirão divisões em colunas, qual será o recuo para todo o documento, o espaçamento e o
alinhamento.

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22 - (INSTITUTO AOCP / SUSIPE-PA)


Considerando o aplicativo de escritório Microsoft Word (Versão 2013, Instalação padrão em português) a
tecla de atalho Ctrl+E tem qual função?
Obs.: o caractere + serve apenas para interpretação.
A) Elimina o texto até o final da palavra.
B) Elimina o texto até o início da palavra.
C) Centraliza o texto.
D) Deixa o parágrafo selecionado.
E) Diminui o tamanho da fonte em 1 ponto.

Gabarito: alternativa C.
Comentário: Conforme vimos na aula, na Lista de Atalhos, para centralizar um texto, devemos utilizar a
combinação das teclas Ctrl+E.
Para

Pressione
Centralizar texto

Ctrl+E

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Exercícios

1 - VUNESP - Assistente Administrativo (Pref Jundiaí)/2022


Usando o Microsoft Word 2016, em sua configuração original, um usuário criou um e imprimiu um
documento de 10 páginas, contendo um rodapé com a numeração das páginas. No entanto, após a
impressão, o usuário notou um erro e teve que alterar um conteúdo nas páginas 3, 5 e 6, e também no
rodapé. Depois de serem feitas as correções, o usuário precisou imprimir novamente o documento.
Considerando que o rodapé não tem nenhuma configuração especial na primeira página, tampouco é
diferente nas páginas pares e ímpares, assinale a alternativa que indica o conteúdo a ser informado no campo
Páginas, destacado a seguir na janela Imprimir, para imprimir as páginas que foram alteradas.

A) Deixar o campo vazio.


B) 3-5-6
C) 3,5,6
D) 3,5-6
E) 3-6

2 - VUNESP - Engenheiro (Pref Jundiaí)/Civil/2022 (e mais 1 concurso)


No MS-Word 2016, em sua configuração padrão, a separação do texto em partes (páginas/seções) definida
como ‘Marca o ponto em que uma página termina e outra página começa’ é chamada de Quebra
A) de Coluna.
B) Contínua.
C) de Página.
D) de Página Par.

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E) Automática de Texto.

3 - CEBRASPE (CESPE) - Analista em Desenvolvimento Regional (CODEVASF)/Administração/2021 (e mais


14 concursos)
A respeito de noções de informática, julgue o item a seguir.
No Microsoft Word, é possível inserir uma quebra de página, no documento em edição, a partir de recurso
disponibilizado na aba Design.

4 - CEBRASPE (CESPE) - Supervisor de Coleta e Qualidade (IBGE)/2021


No MS Word, para criar um documento novo a partir de um documento existente, deve-se selecionar, no
menu Arquivo, a opção
A) Imprimir.
B) Salvar como.
C) Salvar.
D) Compartilhar.
E) Salvar como PDF.

5 - CEBRASPE (CESPE) - Supervisor de Coleta e Qualidade (IBGE)/2021


No MS Word, é possível, em um documento em edição, atribuir ao texto e a títulos das partes, capítulos ou
itens, uma configuração padrão, como numeração, tamanho e tipo da fonte. Essa função está disponível na
opção da guia Página Inicial do Word
A) Fonte.
B) Numeração.
C) Layout da página.
D) Estilos.
E) Parágrafo.

6 - FGV - Aluno-Oficial (PM SP)/2021


Um recurso extremamente importante nos editores de texto é o comando de localização. No MS Word, o
comando Localização avançada permite várias opções de busca, como no quadro a seguir.

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SEMANA 09/12

Assinale o texto de busca que localizaria as ocorrências das palavras “avisar” e “avizar”, mas não localizaria
as palavras “aviar” e “avistar”.
A) avi*ar
B) Avis-zar
C) vi[s ou z]ar
D) avi?ar
E) Avi#sz#ar

7 - CEBRASPE (CESPE) - Analista (APEX)/Processos Jurídicos/2021 (e mais 2 concursos)


No MS Word, para seguir fazendo alterações, em um documento existente, sem modificar o arquivo original,
deve-se clicar o menu
A) Salvar arquivo a cada alteração realizada.
B) Salvar como e informar outro nome de arquivo e, em seguida, fazer alterações nessa nova versão.
C) Salvar após terem sido realizadas as alterações no documento original.
D) Exportar arquivo para ser criado outro formato e não alterar o original.

8 - Instituto AOCP - Analista do Ministério Público (MPE RS)/Direito Classe A/2021


Um colega de seu departamento comentou com você que uma planilha do MS-Excel pode ser “embedada”,
ou seja, inserida, dentro de um documento do MS-Word. Dessa forma, assinale a alternativa que apresenta
corretamente uma característica de uma tabela embedada em um documento do MSWord.
A) A tabela é copiada por meio das teclas (CTRL+C) do MS-Excel e colada (CTRL+V) no MS-Word.
B) Há a transformação da tabela do MS-Excel em um objeto de imagem para ser fixada no documento MS-
Word.
C) A tabela do MS-Excel fica gravada em um arquivo separado do “.xlsx” para ser inserida no MS-Word e
editável em PDF.
D) Os valores da tabela do MS-Excel embedada no MS-Word são atualizados automaticamente quando os
dados são alterados na mesma tabela no MS-Excel.
E) Uma tabela embedada em texto é um objeto gráfico totalmente convertido para que se torne um objeto
MS-Word, mantendo as características do MS-Excel.

9 - Instituto AOCP - Perito (ITEP RN)/Criminal/Área Geral/2021 (e mais 5 concursos)


Um colega de trabalho lhe pediu ajuda no MSWord para criar, armazenar e reutilizar partes de conteúdo.
Sendo assim, assinale a alternativa que apresenta o nome do recurso que oferece blocos reutilizáveis de
texto.
A) Selecionar blocos.
B) Galeria de partes rápidas.
C) Painel de seleção.
D) Propriedades do documento.
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SEMANA 09/12

E) Reusar arquivo.

10 - CEBRASPE (CESPE) - Soldado (CBM AL)/2021


Acerca do Microsoft Office, julgue o item seguinte.
Embora se possa criar, no Word 2016, um sumário com entradas que indiquem os números das páginas dos
títulos em um documento, não é possível que esses números sejam atualizados de forma automática caso o
usuário faça alterações de conteúdo que afetem a paginação do texto.

11 - CEBRASPE (CESPE) - Agente Penitenciário (SERIS AL)/2021


No Word 2016, é possível inserir fórmulas que permitam, similarmente ao Excel 2016, somar números que
aparecem em linhas de uma tabela, usando-se, por exemplo, a seguinte fórmula.
=SOMA(ESQUERDA)

12 - CEBRASPE (CESPE) - Analista Administrativo de Procuradoria (PGE PE)/Calculista/2019


Com relação a sistemas operacionais e ferramentas de edição de texto e planilhas, julgue o item a seguir.
Na edição de um documento no Microsoft Word, a inserção de recuos nos parágrafos deve ser feita por meio
da barra de espaço do teclado, uma vez que nem sempre a régua está visível e os comandos de recuo só
funcionam para tabelas.

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SEMANA 09/12

Respostas24

24
1: A 2: C 3: E 4: B 5: D 6: D 7: B 8: D 9: B 10: E 11: C 12: E
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SEMANA 09/12

META 6 – REVISÃO SEMANAL

Direito Penal: Crimes Contra A Fé Pública

CP:
⦁ Art. 7º, I, “b” e § 1º
⦁ Art. 171
⦁ Art. 241 e 242
⦁ Art. 289 a 311-A
⦁ Art. 327
⦁ Art. 337-A

OUTROS DIPLOMAS LEGAIS (importância em razão do princípio da especialidade)


⦁ Art. 348, 349, 350 Código Eleitoral
⦁ Art. 311, 312 Código Penal Militar
⦁ Art. 1°, 1, da Lei n. 8.137/90.
⦁ Art. 171, Lei n° 11.101/05
⦁ Art. 9° da Lei n.7.492/86.
⦁ Art. 66 da Lei 9.605/98
⦁ Art. 45, 68, Lei de Contravenções Penal
ARTIGOS MAIS IMPORTANTES – NÃO DEIXE DE LER!

⦁ Art. 289, CP
⦁ Art. 291, CP
⦁ Art. 293 a 295, CP
⦁ Art. 297 a 299, CP
⦁ Art. 304, CP
⦁ Art. 307, CP

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Direito Processual Penal: Liberdade Provisória, Fiança E Medidas Cautelares Reais

TODOS OS ARTIGOS RELACIONADOS AO TEMA

CF/88:
⦁ Art. 5º, XLII, XLIII e XLIV
⦁ Art. 5º, LVII
⦁ Art. 5º, LXII
⦁ Art. 5º, LXVI

CPP:
⦁ Art. 282 e 283
⦁ Art. 310 a 320
⦁ Art. 321 a 350

Lei de Drogas:
⦁ Art. 60 e 60-A
⦁ Art. 62, caput e §1-B
⦁ Art. 63, I, II e §1º
⦁ Art. 63-A e 63-B

Lei de Lavagem de Capitais:


⦁ Art. 4º, caput, §§1º e 3º
⦁ Art. 4º-A, caput, §§ 1º, 2º, 5º e 10º
⦁ Art. 4º-B

Outros Dispositivos:
⦁ Art. 69, §único, Lei 9099/95
⦁ Art. 24-A, Lei 13.340/06
⦁ Art. 79, CDC

ARTIGOS MAIS IMPORTANTES – NÃO DEIXE DE LER!

⦁ Art. 5º, XLII, XLIII e XLIV


⦁ Art. 24-A, Lei 13.340/06

Artigos mais importantes do CPP:


⦁ Art. 92 e 93

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SEMANA 09/12

⦁ Art. 95, 101, 105 e 107


⦁ Art. 110, §2º e 111
⦁ Art. 254
⦁ Art. 310, III e §§1º e 2º (importantíssimo!)
⦁ Art. 319, VIII
⦁ Art. 321 a 324 (importantíssimos!)
⦁ Art. 328 e 332
⦁ Art. 337 a 341 (importantíssimos!)
⦁ Art. 343, 344 e 350
⦁ Art. 383 e 384

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SEMANA 09/12

Direito Constitucional: Estado De Defesa, De Sítio E Segurança Pública

TODOS OS ARTIGOS RELACIONADOS AO TEMA

CF/88
⦁ Art. 21, V
⦁ Art. 49, IV
⦁ Art. 53, §8º
⦁ Art. 57, §6º, I
⦁ Art. 60, §1º
⦁ Art. 84, IX
⦁ Art. 90, I
⦁ Art. 91, II
⦁ Art. 136 a 139
⦁ Art. 140 a 144

Lei 10.446/02

Decreto nº 73.332/73. (Apenas para a Polícia Federal)

ARTIGOS MAIS IMPORTANTES – NÃO DEIXE DE LER!

CF/88
⦁ Art. 53, §8º
⦁ Art. 60, §1º
⦁ Art. 84, IX
⦁ Art. 136, §§1º, 2º, 4º e 6º
⦁ Art. 137, 138 e 139
⦁ Art. 144 (importantíssimo!!!)

Lei 10.446/02
⦁ Importante a leitura completa!

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SEMANA 09/12

Direito Administrativo: Agentes Públicos

TODOS OS ARTIGOS RELACIONADOS AO TEMA

CF/88
⦁ Art. 37 a 42
⦁ Art. 95, § único, I
⦁ Art. 128, §5º
⦁ Art. 169

Outros Diplomas Legais


⦁ Lei 8112/90
⦁ Art. 2º da Lei nº 8.429/92
⦁ Art. 327, CP

ARTIGOS MAIS IMPORTANTES – NÃO DEIXE DE LER!

CF/88
⦁ Art. 37, inc. I, II, V, VII, IX, XI, XIV, XVI, XVII
⦁ Art. 37, §§ 4º, 6º, 7º, 1º, 13º e 15º
⦁ Art. 38
⦁ Art. 39, §§ 1º, 4º, 9º
⦁ Art. 40 (leitura completa, tendo em vista a recente alteração legislativa)
⦁ Art. 41, todos os parágrafos (muito importante)
⦁ Art. 169, §3º

Lei 8112/90
⦁ Art. 5º
⦁ Art. 8º a 12º
⦁ Art. 15, 18 e 19
⦁ Art. 20 a 22
⦁ Art. 24 a 32
⦁ Art. 33 a 36
⦁ Art. 61, 68
⦁ Art. 73 a 76
⦁ Art. 77, 78, 81, 86 e 94
⦁ Art. 97
⦁ Art. 102 a 107

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SEMANA 09/12

⦁ Art. 116 a 118


⦁ Art. 121 a 126-A
⦁ Art. 127, 130, 131, 132
⦁ Art. 136 a 139
⦁ Art. 145, 147, 148 e 149
⦁ Art. 153 a 166
⦁ Art. 183 e 186

CP
⦁ Art. 327

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SEMANA 09/12

Legislação Penal Especial: Lei Maria Da Penha

TODOS OS ARTIGOS RELACIONADOS AO TEMA


⦁ Lei 11.340/06
⦁ Lei 14.022/2020
⦁ Art. 226, §8º, CF/88
⦁ Art. 88, Lei 9099/95 (inaplicabilidade da Lei 9099/95 à Maria da Penha)

CPP
⦁ Art. 312 e 313, III
⦁ Art. 322
⦁ Art. 581, V

CP
⦁ Art. 44, §2º
⦁ Art. 45, §1º e 2º
⦁ Art. 129, §9º
⦁ Art. 138 a 140 (os crimes contra a honra configuram violência moral contra a mulher)
⦁ Art. 330

ARTIGOS MAIS IMPORTANTES – NÃO DEIXE DE LER!

Lei 11.340/06
⦁ Art. 5º e Art. 7º
⦁ Art. 8º, §4º
⦁ Art. 9º, §4º a §8º
⦁ Art. 10-A (importantíssimo)
⦁ Art. 11, 12 e 12-C (importantíssimos)
⦁ Art. 14-A
⦁ Art. 16 e 17 (importantíssimos)
⦁ Art. 18 e 19
⦁ Art. 20
⦁ Art. 22, VI e VII
⦁ Art. 24-A (importantíssimo)
⦁ Art. 38-A
⦁ Art. 41

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RETA FINAL

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SEMANA 09/12

CPP
⦁ Art. 312 e 313, III, CPP
⦁ Art. 322, CPP

SÚMULAS RELACIONADAS AO TEMA


Súmula 600-STJ: Para a configuração da violência doméstica e familiar prevista no artigo 5º
da Lei nº 11.340/2006 (Lei Maria da Penha) não se exige a coabitação entre autor e vítima.
Súmula 588-STJ: A prática de crime ou contravenção penal contra a mulher com violência ou
grave ameaça no ambiente doméstico impossibilita a substituição da pena privativa de
liberdade por restritiva de direitos.
Súmula 589-STJ: É inaplicável o princípio da insignificância nos crimes ou contravenções
penais praticados contra a mulher no âmbito das relações domésticas.
Súmula 536-STJ: A suspensão condicional do processo e a transação penal não se aplicam na
hipótese de delitos sujeitos ao rito da Lei Maria da Penha.
Súmula 542-STJ: A ação penal relativa ao crime de lesão corporal resultante de violência
doméstica contra a mulher é pública incondicionada.

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