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SEMANA 09
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RETA FINAL
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AVISO IMPORTANTE
O material será disponibilizado com os dados pessoais do participante, em área de acesso restrita. O
compartilhamento indevido de materiais do RETA FINAL – DELEGADO ALAGOAS ensejará a interrupção
imediata do serviço, bem como adoção das medidas cabíveis.
O principal material da nossa preparação é o e-book dividido em metas com doutrina e questões
sobre o tema. Este material será disponibilizado na nossa plataforma sempre aos finais de semana para que
vocês possam utilizá-lo ao longo da semana.
1- E-book de doutrina e questões - Este e-book é dividido em metas, que correspondem aos
dias da semana em que o aluno deve cumprir. No início de cada meta, disponibilizamos os artigos
relacionados ao tema, ao passo que no final disponibilizamos questões de concursos anteriores para
treinamento (disponibilizado semanalmente);
2- E-book de Súmulas por assunto - Este e-book visa orientar nosso aluno, a partir de um
cronograma, a realizar uma leitura das principais súmulas dos Tribunais Superiores (disponibilizado
integralmente no início do curso);
3- E-book de Lei Seca - Compilamos as principais leis, que possuem grande incidência em
concursos de Delegado de Polícia e que são específicas para o seu concurso. Esse e-book visa, através de um
cronograma elaborado por nossa equipe, organizar o estudo tão importante da lei seca (disponibilizados
semanalmente).
4- E-book de Jurisprudência - Selecionamos os principais julgados mais recentes para facilitar o
seu estudo. Com o cronograma criado pela nossa equipe, você estudará os principais informativos de uma
maneira constante e leve (disponibilizados semanalmente).
5- E-book de questões comentadas autorais – Como forma de consolidação do estudo semanal,
disponibilizaremos questões no formato C e E dos assuntos estudados durante a semana. Essas questões
devem ser feitas preferencialmente aos finais de semana.
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Isto é bem intuitivo. No E-book principal (doutrina e questões), cada meta se refere a um dia
da semana (Meta 1, Segunda-feira; Meta 2, terça-feira, etc). O final de semana deve ser reservado para a
revisão da semana, através da leitura dos artigos indicados no início de cada meta.
Acreditamos que o melhor método de estudo é a partir da edificação de uma base de
conhecimento pautada no tripé doutrina – lei seca – jurisprudência, aliada à constante resolução de questões
objetivas.
Por isso, aconselhamos que se inicie o dia estudando a meta do dia (E-book principal doutrina
e questões). No momento do estudo não tente resumir a matéria, pois nossas metas diárias já suprirão esta
necessidade. O ideal é que tome notas inteligentes em post-its e façam grifos para a revisão. Notas
inteligente são aquelas que sem precisar esgotar o tema faz com que você relembre os principais pontos. A
organização das suas anotações é crucial para sua aprovação.
Atendendo sugestões, explicaremos melhor como vocês devem se guiar com esse material:
Passamos a indicar no Caderno de Doutrina, antes de iniciar a meta, os artigos correspondentes,
além dos dispositivos que reputamos mais relevantes e com maior probabilidade de estar na sua prova.
A leitura desses dispositivos fará parte do ciclo de revisão semanal proposto pelo curso (leitura
realizada aos finais de semana).
Encerrado o estudo da doutrina passe para a resolução dos exercícios e súmulas selecionadas.
Até aqui foi feito o mais importante.
Após tudo isso, se sobrar tempo, é hora de ler a lei seca do caderno de leis. Essa tarefa de
repetição de leitura de artigos não demandará muito tempo por dia e é essencial para a sua aprovação.
Lembramos que os artigos indicados nos cadernos de Lei seca não correspondem à meta
justamente para que vocês sempre leiam mais vezes a letra da lei, independentemente de ter estudado o
tema ou não.
Estamos abertos a críticas e sugestões. Este é um processo coletivo no qual a participação de
vocês é fundamental para que a preparação para a prova seja potencializada. Evite a possibilidade de ter
a sua posse impedida em razão compartilhamento ilegal e indevido do material deste material sem
autorização.
Vamos Juntos!
Equipe Dedicação Delta.
Prezado(a) aluno(a),
Caso possua alguma dúvida jurídica sobre o conteúdo disponibilizado no curso, pedimos que utilize a sua
área do aluno. Há um campo específico para enviar dúvidas.
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Sumário
META 1 ............................................................................................................................................................ 13
DIREITO PENAL: CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA............................................................................................. 13
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................... 13
2. ESPÉCIES DE FALSIDADE .............................................................................................................................. 14
3. COMPETÊNCIA DE JULGAMENTO ................................................................................................................ 15
4. CRIMES EM ESPÉCIE..................................................................................................................................... 18
4.1 Moeda Falsa (Art. 289) ........................................................................................................................................... 18
4.1.1 Conduta Equiparada ........................................................................................................................................ 24
4.1.2 Figura Privilegiada ............................................................................................................................................ 24
4.1.3 Crime Funcional/ figura qualificada ................................................................................................................. 25
4.1.4 Crimes Assimilados ao de Moeda Falsa (Art. 290) ........................................................................................... 27
4.2 Petrechos Para Falsificação De Moeda (Art. 291) .................................................................................................. 30
4.3 Emissão De Título Ao Portador Sem Permissão Legal (Art. 292) ............................................................................ 32
4.4 Da Falsidade De Títulos E Outros Papéis Públicos .................................................................................................. 33
4.4.1 Falsificação de PAPÉIS públicos ....................................................................................................................... 33
4.4.2 Petrechos De Falsificação (Art. 294) ................................................................................................................ 37
4.5 Da Falsidade Documental ....................................................................................................................................... 38
4.5.1 Falsificação do Selo ou Sinal Público (Art. 296) ............................................................................................... 38
4.5.2 Falsificação de Documento Público (Art. 297) ................................................................................................. 40
4.5.3 Falsificação de Documento Particular (Art. 298) ............................................................................................. 50
4.5.4 Falsidade Ideológica (Art. 299) ........................................................................................................................ 54
4.5.5 Falso Reconhecimento de Firma ou Letra (Hipótese Especial de Falsidade Ideológica) (Art. 300) ................. 64
4.5.6 Certidão ou Atestado Ideologicamente Falso (Art. 301) ................................................................................. 65
4.5.7 Falsidade material de atestado ou certidão .................................................................................................... 66
4.5.8 Falsidade de Atestado Médico (Art. 302) ........................................................................................................ 67
4.5.9 Reprodução ou Adulteração de Selo ou Peça Filatélica (Art. 303) .................................................................. 69
5. USO DE DOCUMENTO FALSO (ART. 304) ..................................................................................................... 69
6. SUPRESSÃO DE DOCUMENTO (ART. 305) .................................................................................................... 74
7. DE OUTRAS FALSIDADES .............................................................................................................................. 75
7.1. Falsificação do sinal empregado no contraste de metal precioso ou na fiscalização alfandegária, ou para outros
fins - Art. 306 – Leitura do Código-............................................................................................................................... 75
7.2. Falsa Identidade (Art. 307) .................................................................................................................................... 75
7.3. Uso ou Cessão para Uso de Documento de Identificação Civil de Terceiro (Art. 308) .......................................... 78
7.4. Fraude de lei sobre estrangeiros ........................................................................................................................... 78
7.5. Fraude à Proibição da Propriedade ou da Posse de Certos Bens Por Estrangeiros (Art. 310) .............................. 79
7.6. Adulteração de Sinal Identificador de Veículo Automotor (Art. 311) ................................................................... 79
8. DAS FRAUDES EM CERTAMES DE INTERESSE PÚBLICO ............................................................................... 81
8.1. Fraudes em Certames de Interesse Público (Art. 311-A) ...................................................................................... 82
QUESTÕES PROPOSTAS ................................................................................................................................... 91
META 2 ............................................................................................................................................................ 98
DIREITO PROCESSUAL PENAL: LIBERDADE PROVISÓRIA, FIANÇA E MEDIDAS CAUTELARES REAIS ................ 98
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ATENÇÃO
Equipe DD
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META 1
CP:
⦁ Art. 7º, I, “b” e § 1º
⦁ Art. 171
⦁ Art. 241 e 242
⦁ Art. 289 a 311-A
⦁ Art. 327
⦁ Art. 337-A
⦁ Art. 289, CP
⦁ Art. 291, CP
⦁ Art. 293 a 295, CP
⦁ Art. 297 a 299, CP
⦁ Art. 304, CP
⦁ Art. 307, CP
1. INTRODUÇÃO
Segundo ensina o professor Cleber Masson, a fé pública constitui-se em realidade e interesse que a
lei deve proteger, pois sem ela seria impossível a vida em sociedade. De fato, o homem necessita acreditar
na veracidade ou na genuinidade de certos atos, documentos, sinais e símbolos empregados na
multiplicidade das relações diárias.
Portanto, a ofensa à fé pública significa mais do que uma violação à certeza das relações jurídicas e
à convicção geral na autenticidade e valor dos documentos e atos prescritos para as relações coletivas,
acarretando também uma ameaça a interesses jurídicos de várias outras naturezas: (a) interesses
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patrimoniais dos indivíduos; (b) interesse público na segurança das relações jurídicas; privilégio monetário
do Estado; e (d) os meios de prova.
Veja os requisitos que são inerentes a todos os crimes de falso:
1) Dolo: todos os crimes contra a fé pública são dolosos, sendo o dolo consubstanciado na consciência
e vontade de imitar a verdade.
2) Imitação da verdade: A imitação da verdade pode ser realizada por duas formas distintas:
2.1. Alteração da verdade: é a mudança do verdadeiro, ou seja, altera-se o conteúdo do
documento ou moeda verdadeiros;
2.2. Imitação da verdade propriamente dita: o sujeito cria documento ou moeda falsos,
formando-os ou fabricando-os.
2. ESPÉCIES DE FALSIDADE
A. Falsidade material (ou falsidade externa): é a que incide materialmente sobre a coisa. Refere-se à
forma, aos elementos exteriores do documento. Nesse caso, a imitação da verdade pode ocorrer
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mediante: contrafação (ex.: cria um documento falso), alteração (ex.: altera um documento
verdadeiro) ou supressão.
B. Falsidade ideológica: refere-se ao conteúdo do documento. Nesse caso, o documento é
materialmente verdadeiro, emitido por órgão competente, mas seu conteúdo é falso. Aqui não há
a contrafação, alteração ou supressão de natureza material, pois a imitação da verdade é viabilizada
somente pela simulação. Ex.: declaração de valor menor na escritura pública de compra e venda de
imóvel.
C. Falsidade pessoal: relaciona-se à qualificação da pessoa, como idade, filiação, nacionalidade,
profissão etc. Exemplo do sujeito que atribui a si mesmo falsa identidade para obter vantagem em
proveito próprio.
3. COMPETÊNCIA DE JULGAMENTO
2) Em caso de uso de documento falso pelo próprio autor da falsificação (falsificação + uso) - a
competência será determinada pela natureza do documento, já que o uso será absorvido pelo crime
de falso (post factum impunível)
1) Em caso de uso de documento falso, que não seja pelo mesmo agente responsável pela falsificação
do documento - é irrelevante a verificação do órgão expedidor desse documento (se federal ou
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estadual) para fins de competência, já que esta será determinada em virtude da pessoa física ou
jurídica prejudicada pelo uso, ou seja, a qual foi apresentado o documento.
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2) Em se tratando de crimes de falsificação ou de uso de documento falso cometidos como meio para
a prática de um crime-fim, sendo por este absorvidos - a competência será determinada pelo sujeito
passivo do crime-fim. Ex.: estelionato.
Vamos esquematizar?
Súmula vinculante 36-STF: Compete à Justiça Federal comum processar e julgar civil
denunciado pelos crimes de falsificação e de uso de documento falso quando se
tratar de falsificação da Caderneta de Inscrição e Registro (CIR) ou de Carteira de
Habilitação de Amador (CHA), ainda que expedidas pela Marinha do Brasil.
Súmula 62, STJ: Compete à Justiça Estadual processar e julgar crime de falsa
anotação na Carteira de Trabalho e Previdência Social, atribuído à empresa privada
Súmula 107, STJ: Compete a Justiça Comum Estadual processar e julgar crime de
estelionato praticado mediante falsificação das guias de recolhimento das
contribuições previdenciárias, quando não ocorrente lesão à autarquia federal.
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4. CRIMES EM ESPÉCIE
O STJ denominou o crime de moeda falsa de pluridimensional, uma vez que, além
de proteger preponderantemente a fé pública, de forma mediata assegura o
patrimônio particular e a celeridade das relações empresariais e civis. HC 210764,
5ª T. STJ, 2016.
Já caiu em prova e foi considerada correta a seguinte alternativa: Em crimes de moeda falsa, a
jurisprudência predominante do STF é no sentido de reconhecer como bem penal tutelado não
somente o valor correspondente à expressão monetária contida nas cédulas ou moedas falsas, mas
a fé pública, a qual pode ser definida como bem intangível, que corresponde, exatamente, à
confiança que a população deposita em sua moeda.
b) Conduta:
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O tipo previsto no caput pune o agente que falsificar, fabricando ou alterando, moeda metálica ou
papel-moeda de curso legal no país ou no estrangeiro.
Na fabricação, o agente cria a moeda – como na confecção de notas a partir de papel comum com
aparência de cédula verdadeira, ao passo que, na alteração, o agente somente modifica a moeda
originariamente verdadeira para ostentar valor superior ao real.
Nas palavras de Rogério Sanches1:
De acordo com a doutrina de FRAGOSO, somente se configura o crime se a alteração for no sentido
de atribuir maior valor à cédula ou à moeda metálica. Assim, se o agente altera somente números ou
símbolos que nada têm a ver com o aumento do valor da moeda, não pratica o crime em apreço. Bem assim,
não ocorre o delito na hipótese em que a alteração faz com que o valor nominal seja diminuído em relação
ao verdadeiro.
Trata-se de tipo misto alternativo, de modo que a falsificação de várias moedas no mesmo contexto
fático não desnatura a unicidade do crime (há crime único), devendo a quantidade de moedas ser valorada
como circunstância judicial negativa quando da fixação da pena-base. No entanto, se houver contextos
fáticos diversos, pode haver continuidade delitiva, por exemplo.
Requisito indispensável: Imitatio veri – Para configurar o delito a cédula falsa deve se assemelhar
com a verdadeira e, assim, ter aptidão de enganar terceiros. Caso contrário não trará ofensa à fé pública, não
configurando o crime do art. 289 do CP. A falsificação grosseira configura crime impossível em relação ao
crime de moeda falsa.
No entanto, pode ocorrer que a falsificação seja grosseira e inapta, de modo geral, para enganar
terceiros, mas, no caso concreto, tenha sido o meio fraudulento utilizado para enganar determinada pessoa.
Neste caso, poderá configurar crime patrimonial (estelionato), nos termos da Súmula n. 73 do STJ.
Súmula 73, STJ: A utilização de papel moeda grosseiramente falsificado configura,
em tese, o crime de estelionato, da competência da Justiça Estadual.
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Manual de Direito Penal – Parte Especial.
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c) Objeto material:
• Moeda metálica ou papel-moeda de curso legal no país ou no estrangeiro.
• Se for moeda fora de circulação, como cruzeiro, por exemplo, não configurará este delito. Mas a
depender da situação, poderia configurar estelionato, por exemplo. (Objeto de questionamento de
prova oral no concurso para Delegado SP/2018)
• Obs: Cheque-viagem não é moeda de curso legal obrigatório, portanto, a sua falsificação não enseja
a tipificação no art. 289.
d) Sujeito ativo:
Trata-se de crime comum, de modo que qualquer pessoa pode ser sujeito ativo do presente delito.
Por sua vez, na figura qualificada do §3º, o sujeito ativo é o funcionário público, diretor, gerente ou fiscal de
banco de emissão (crime próprio).
É possível participação como, por exemplo, na intermediação para que o moedeiro obtenha
adquirentes.
e) Sujeito passivo: a coletividade, bem como, secundariamente, eventual lesado pela conduta do agente.
2
https://meusitejuridico.editorajuspodivm.com.br/2019/06/25/certo-ou-errado-utilizacao-de-papel-moeda-
grosseiramente-falsificado-pode-configurar-o-crime-de-estelionato/
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Neste crime, não se exige finalidade especial por parte do agente, nem mesmo intenção lucrativa
ou que pretenda colocar a moeda falsificada em circulação (corrente minoritária entende que haveria este
especial fim de agir, sob pena de não configurar o crime).
ATENÇÃO: O agente deve ter ciência de que a moeda falsificada será posta em circulação, expondo a risco a
fé pública. Dessa forma, é atípica a conduta de falsificar moeda com a intenção de exibir habilidade artística.
g) Consumação e tentativa:
A consumação do crime ocorre no momento e no local da fabricação ou da alteração da moeda,
desde que seja idônea a iludir. Independe de repasse a alguém ou de ser colocada em circulação (crime
formal e de perigo concreto).
A tentativa é possível, mas é de difícil configuração.
HC 210764, 5ª T. STJ (2016) - "O crime de moeda falsa é formal e de perigo abstrato,
tendo em vista que a mera execução da conduta típica presume absolutamente o
perigo ao bem jurídico tutelado, sendo prescindível a obtenção de vantagem ou
prejuízo a terceiros para a consumação" (STJ. 5• T., HC 210764, j. 21/06/2016).
Já caiu em prova e foi considerada INCORRETA a seguinte alternativa: Crime de falsidade material de
documento público se consuma com a efetiva utilização do documento público falsificado e a ocorrência de
prejuízo.
Considerações importantes:
• Se, a partir da falsificação, o agente obtém vantagem indevida, o falso é absorvido pelo
estelionato, quando neste se exaure, em razão do princípio da consunção ou absorção,
conforme Súmula 17 do STJ.
Súmula 17 do STJ: "quando o falso se exaure no estelionato, sem mais
potencialidade lesiva, e por este absorvido.
Caiu em prova 2022! Empresário emitiu notas subfaturadas com a única finalidade
de redução do valor devido a título de ICMS, conduta que perdurou por 7 (sete)
meses. Na hipótese, em relação aos crimes de falso (falsidade ideológica) e ao crime
contra a ordem tributária, aplicam-se os seguintes institutos: Consunção e
continuidade delitiva. (item correto) A súmula 17 do STJ baseia-se no princípio da
consunção e exige, para ser aplicada, que o crime de falsidade (crime meio) fique
completamente exaurido (sem potencialidade lesiva), após ter sido empregado
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para a prática do estelionato (delito-fim). O item ainda fala que o Delito perpetuou-
se por 7 meses caracterizando a continuidade delitiva.
• Se, após falsificá-la, o mesmo agente coloca a moeda em circulação, consistirá em mero
exaurimento (post factum impunível). Neste exemplo, caso inexista prova da autoria da
falsificação, o agente que traz consigo a moeda falsa pode ser condenado pelo delito de
circulação de moeda falsa (art. 289, § 1º).
• Desistência voluntária: o agente responde pelo delito de petrechos para falsificação de moeda
(art. 291).
h) Competência: O crime de moeda falsa, em qualquer das suas modalidades, será de competência da
Justiça Federal, pois ofende interesses da União.
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Obs2.: O STJ já decidiu que, ainda que o crime de moeda falsa seja absorvido pelo peculato, a efetiva
utilização das notas falsificadas atrai o interessa da União e determina a competência da Justiça Federal:
“CONFLITO DE COMPETÊNCIA. TRÁFICO DE ENTORPECENTES. POSSE ILEGAL DE
ARMA DE FOGO DE USO RESTRITO. MOEDA FALSA. INEXISTÊNCIA DE CONEXÃO
ENTRE AS CONDUTAS. INAPLICABILIDADE DA SÚMULA 122/STF. SEPARAÇÃO DOS
PROCESSOS. CONFLITO CONHECIDO. COMPETÊNCIA DO JUÍZO SUSCITADO PARA
PROCESSO E JULGAR OS CRIMES DE TRÁFICO E POSSE DE ARMA DE USO RESTRITO.
(...) 3. Independentemente da análise se o crime de moeda falsa será absorvido
pelo crime de peculato, constata-se que houve a efetiva utilização de notas
falsificadas na prática criminosa, o que, por si só, já revela o interesse da União e
autoriza a manutenção dessa ação penal na Justiça Federal. (...)” (STJ, CC
145.378/MG, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, Terceira Seção, DJe 06/10/2017)
Recente Juris!!! Atenção: Em regra, não se admite o princípio da insignificância nos crimes contra a fé pública,
salvo quando há circunstâncias excepcionais verificadas.
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§ 1º - Nas mesmas penas incorre quem, por conta própria ou alheia, importa ou
exporta, adquire, vende, troca, cede, empresta, guarda ou introduz na circulação
moeda falsa.
Caiu em prova 2022! O agente que desvia e faz circular moeda verdadeira, cuja circulação não estava ainda
autorizada, incorre nas mesmas penas do delito de moeda falsa. (item correto)
ATENÇÃO! Somente poderá ter sua conduta subsumida ao disposto neste parágrafo o agente que
não concorreu, de qualquer modo, para a falsificação (se concorreu será post factum impunível).
CESPE/2018 - A conduta de dolosamente adquirir dólares falsos para colocá-los em circulação por intermédio
de operações cambiais tem a mesma gravidade que a conduta de falsificar papel moeda, sendo, por isso,
punida com as mesmas penas deste crime. Item Correto.
§ 2°, "Quem, tendo recebido de boa-fé, como verdadeira, moeda falsa ou alterada,
a restitui à circulação, depois de conhecer a falsidade, é punido com detenção, de
seis meses a dois anos, e multa".
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Trata-se do agente que recebe de boa-fé a moeda falsa, acreditando tratar-se de moeda autêntica,
e, após descobrir sua falsidade, a restitui à circulação.
Ex.: comerciante que, tendo recebido inúmeras notas falsas durante o movimento semanal, e,
mesmo tendo percebido sua falsidade, decide repassar as cédulas a outros clientes para não ficar com o
prejuízo.
Considerações importantes:
• A forma privilegiada tem que ser cometida com dolo direto, pois se exige que o agente tenha
certeza plena acerca da falsificação. Não é aceito o dolo eventual.
• O indivíduo precisa estar de boa-fé!
Caso o sujeito tenha agido de má-fé ab initio, ou seja, tenha ciência da falsificação da
moeda desde o momento em que recebeu, deverá responder pelo § 1°.
Caso o agente só saiba da falsidade depois de transmitir a moeda, não responderá pelo
delito, nem mesmo caso se recuse a receber de volta ou a indenizar o recebedor após a
descoberta. No máximo, isso deve ser solucionado no campo cível.
Quem apenas guarda a moeda, sem intenção de restituir à circulação, também não
pratica o crime.
• Momento consumativo - a forma privilegiada estará consumada no momento em que a moeda
falsa é colocada em circulação. Tratando-se de delito plurissubsistente - é possível a tentativa.
• IMPO - Admite suspensão condicional do processo
O STJ entendeu cabível a aplicação das agravantes "contra ascendente, descendente, irmão ou
cônjuge" ou "contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mulher grávida". (HC 211.052-RO, Rei.
Min. Sebastião Reis Júnior, Rei. para acórdão Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 5/6/2014).
§ 4º - Nas mesmas penas incorre quem desvia e faz circular moeda, cuja circulação
não estava ainda autorizada.
ANÁLISE DO §3°:
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a) Sujeito ativo: Nesta modalidade o crime é próprio, aparecendo como sujeito ativo (razão do maior
rigorismo na punição) o funcionário público que pratica o fato em violação de dever funcional inerente
ao ofício ou atividade de emissão de moedas.
✓ Funcionário público (art. 327 do CP)
✓ Diretor, gerente, ou fiscal de banco de emissão que fabrica, emite ou autoriza a fabricação ou
emissão
b) Objeto material:
✓ Moeda
✓ Papel moeda
Nota-se que a lei não menciona a moeda metálica. Assim, a produção de moeda metálica em
quantidade superior à autorizada é fato atípico (lacuna legislativa), já que não se admite analogia in malam
partem em sede de Direito Penal.
c) Crime formal - O tipo qualificado estará consumado no momento em que o agente realiza o núcleo do
tipo, não sendo necessária a produção de qualquer resultado ulterior.
ANÁLISE DO §4º
a) Sujeitos:
• Sujeito ativo - pode ser qualquer pessoa (crime comum);
• Sujeito passivo - é o Estado.
b) Objeto material - é a moeda verdadeira: O dispositivo versa sobre moeda verdadeira e fabricada
legitimamente, mas que é colocada em circulação antes da autorização competente.
c) Consumação – Trata-se de crime formal, que se consuma no momento em que o agente coloca a
moeda em circulação, sendo irrelevante que venha a obter qualquer proveito com essa conduta (Se
houver, será mero exaurimento).
d) Tentativa: A tentativa é possível, já que se está diante de crime plurissubsistente (ex.: o sujeito
impedido pela autoridade quando estava prestes a colocar a moeda em circulação).
e) Penas: As penas cominadas a essa figura são as do caput e não as do § 3º, pois o parágrafo subordina-
se ao artigo (Noronha).
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Os 2 parágrafos acima são normas penais em branco, vez que outra lei é que determinará o título
ou o peso e que a quantidade também deve ser autorizada por outra norma.
Art. 290 - Formar cédula, nota ou bilhete representativo de moeda com fragmentos
de cédulas, notas ou bilhetes verdadeiros; suprimir, em nota, cédula ou bilhete
recolhidos, para o fim de restituí-los à circulação, sinal indicativo de sua inutilização;
restituir à circulação cédula, nota ou bilhete em tais condições, ou já recolhidos
para o fim de inutilização:
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.
a) Conduta:
Utilização de meio fraudulento para conseguir o ressurgimento ou a remontagem de cédulas,
bilhetes ou notas já inutilizadas ou fora de circulação. Não há contrafação, mas sim recomposição
fraudulenta de moeda verdadeira.
O tipo alberga três crimes, assim nomeados por Fragoso:
1) Formação de cédulas com fragmentos: FORMAR cédula, nota ou bilhete representativo de moeda
com fragmentos de cédulas, notas ou bilhetes verdadeiros.
• Não se cuida de unir uma cédula rasgada, mas sim de compor outra cédula, com junção de
fragmentos de notas distintas. Ou seja: o agente reúne fragmentos de cédulas, notas ou bilhetes
verdadeiros para formar uma unidade nova, falsificada
• NÃO se inclui a moeda metálica!!!!
• Não se confunde com a alteração de papel-moeda (aposição de dizeres e números de uma cédula
verdadeira em outra, para aumentar o seu valor), que caracteriza o crime de moeda falsa (art.
289). Diferentemente da alteração, a formação implica constituição de moeda inédita, e não
transformação da moeda verdadeira em falsificada.
Nesse sentido, quanto ao recorte e colagem de pedaços de cédula verdadeira em
outra, para o fim de aumentar o valor, o STF entendeu configurado o crime do art.
289 do CP (RTJ 33/506).
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2) Supressão de sinal indicativo ou inutilização: SUPRIMIR, em nota, cédula ou bilhete recolhidos, para
o fim de restituí-los à circulação, sinal indicativo de sua inutilização;
• Aqui, o agente retira o sinal que demonstra sua inutilização, para restituí-la à circulação.
• Tem como objeto material o papel-moeda afastado da circulação (sem curso legal) com sinal
(carimbo, picote) que indique sua inutilização
• A conduta consiste em suprimir esse sinal (raspagem, lavagem, descoloração, entre outros meios)
• Nesta modalidade, há um fim específico de agir, pois o agente deve visar restituí-la para a
circulação.
3) Restituição à circulação: RESTITUIR à circulação cédula, nota ou bilhete em tais condições (com
fragmentos), ou já recolhidos para o fim de inutilização:
• Nas modalidades anteriores há elaboração (formação ou supressão), mediante o uso de fraude.
Nessa há somente restituição à circulação, tanto do material já inutilizado, quanto daquele
recolhido para inutilização.
• Não se confunde com a introdução de moeda falsa em circulação, pois nesse caso a ação tem
por objeto moeda falsificada (fabricada ou alterada). Obs.: Bitencourt entende que a introdução
em circulação de moeda formada com fragmentos não se enquadraria nesse tipo, mas sim no de
moeda falsa (art. 289, § 1º).
• Se a restituição for praticada pelo mesmo agente que formou a moeda ou suprimiu o sinal, haverá
crime único. Nas palavras de Cleber Masson:
“O delito somente pode ser praticado pelo sujeito que não participou da falsificação
do papel-moeda ou da retirada de sinal indicativo da sua inutilização. De fato,
aquele que praticar qualquer das condutas anteriores, e posteriormente restituir à
circulação a cédula, bilhete ou papel-moeda, será responsabilizado unicamente
pelo comportamento inicial, pois a conduta posterior será absorvida, em
homenagem ao princípio da consunção (post factum impunível).”
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verdadeiras, e também suprime sinal indicativo de inutilização de cédula já recolhida, para o fim de restituí-
la à circulação.
Obs.: Diferentemente do que ocorre no caso do art. 289, as condutas de RECEBER, ADQUIRIR OU OCULTAR
moeda nas condições descritas no art. 290 NÃO SÃO EQUIPARADAS AO CRIME PREVISTO NESTE
DISPOSITIVO. Assim, aquele que recebe o papel-moeda fraudado, nas condições apontadas pelo art. 290 do
Código Penal, deve ser responsabilizado por receptação (CP, art. 180) ou favorecimento real (CP, art. 349).
E se o agente recebe de boa-fé a moeda fraudada nos termos do art. 290 e depois a recoloca em
circulação? Nesse caso existem duas correntes:
⦁ 1ª C (Fragoso e Hungria) - também é receptação
⦁ 2ª C (Bitencourt), é fato atípico, pois na receptação não há interrupção da cadeia criminosa
originada do crime a quo, interrupção essa que se opera no caso em análise com o recebimento
de boa-fé. Logo, aplicar tanto a receptação quanto a figura privilegiada do art. 289, § 2º ao caso
em análise caracterizaria analogia in malam partem, além do que haveria desproporcionalidade
da sanção cominada à receptação.
b) Sujeitos: crime comum tanto em relação ao sujeito ativo quanto ao sujeito passivo
• Na forma fundamental (caput) - crime comum tanto em relação ao sujeito ativo quanto ao sujeito
passivo
• Na forma qualificada – crime próprio
d) Consumação e tentativa: crime formal. Consuma-se com a formação da moeda, supressão do sinal ou
restituição à circulação. Admite tentativa
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ATENÇÃO: Os crimes assimilados aos de moeda falsa pertencem ao rol dos delitos não transeuntes,
pois deixam vestígios de ordem material. Destarte, a prova da materialidade do fato exige a elaboração de
exame de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado (CPP, art. 158).
a) Considerações importantes:
• Trata-se de punição dos atos preparatórios para a falsificação, configurando exceção à regra da não
punibilidade dos atos preparatórios. (crime obstáculo)
• É crime subsidiário em relação ao do art. 289.
• Em regra, é competência da justiça federal!!!
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c) Objeto material (“petrecho” para falsificação de moeda) consiste em: maquinismo, aparelho,
instrumento ou qualquer objeto especialmente destinado à falsificação de moeda.
Segundo ensina Cleber Masson, o termo “especialmente” diz respeito à finalidade precípua do
objeto, sendo certo que o bem pode ser utilizado para outros fins, embora seja prioritariamente empregado
na contrafação de moedas.
Em outras palavras: o aparelho que for encontrado serve para outras finalidades e também pode
servir para a falsificação de moeda. É o caso de uma impressora. Não se pode dizer que se trata de uma
máquina que sirva exclusivamente para falsificar papel-moeda, mas ela pode sim servir para caracterizar este
delito caso fique comprovado que o agente a tinha para essa especial destinação.
É nesse sentido o entendimento do STF. Confira:
Para tipificar o crime do art. 291 do CP, basta que o agente detenha a posse de
petrechos destinados à falsificação de moeda, sendo prescindível que o
maquinário seja de uso exclusivo para esse fim
O art. 291 do Código Penal tipifica, entre outras condutas, a posse ou guarda de
maquinismo, aparelho, instrumento ou qualquer objeto especialmente destinado
à falsificação de moeda. A expressão “especialmente destinado” não diz respeito a
uma característica intrínseca ou inerente do objeto. Se assim fosse, só o maquinário
exclusivamente voltado para a fabricação ou falsificação de moedas
consubstanciaria o crime, o que implicaria a absoluta inviabilidade de sua
consumação (crime impossível), pois nem mesmo o maquinário e insumos
utilizados pela Casa de Moeda são direcionados exclusivamente para a fabricação
de moeda. A dicção legal está relacionada ao uso que o agente pretende dar ao
objeto, ou seja, a consumação depende da análise do elemento subjetivo do tipo
(dolo), de modo que, se o agente detém a posse de impressora, ainda que
manufaturada visando ao uso doméstico, mas com o propósito de a utilizar
precipuamente para contrafação de moeda, incorre no referido crime. STJ. 6ª
Turma. REsp 1758958-SP, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 11/09/2018
(Info 633).
Haverá o crime do art. 291 independentemente de os petrechos serem verdadeiros (ex.: máquinas
subtraídas da Casa da Moeda) ou falsos, desde que sejam eficazes à finalidade pretendida.
Ressalta-se que a prova de que os petrechos são eficazes à falsificação depende de perícia
(subsistindo o crime ainda que se conclua ser o objeto capaz de realizar, em parte, a contrafação).
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Na hipótese em que o sujeito é surpreendido com os petrechos para falsificação e se constata já haver
ocorrido a contrafação de moeda, haverá concurso de crimes ou incide o princípio da consunção?
R.: Conforme explica Cleber Masson (ob. cit., p. 470), existem duas posições sobre o tema:
∘ 1ª corrente: Masson e Rogério Greco - O agente deve ser responsabilizado pelo crime de
petrechos para falsificação de moeda (art. 291) em concurso material com o delito de moeda
falsa (art. 289 do CP). Tais crimes consumam-se em momentos distintos, não havendo falar em
princípio da consunção.
∘ 2ª corrente: Rogério Sanches e Hungria - Incide o princípio da consunção, resultando na
absorção do crime-meio (art. 291) pelo crime-fim, que é o de moeda falsa (art. 289).
e) Consumação e Tentativa:
Cuida-se de crime formal, de consumação antecipada ou de resultado cortado: consuma-se com a
fabricação, aquisição, fornecimento, posse ou guarda dos objetos destinados à falsificação de moeda,
independentemente da sua efetiva utilização pelo agente.
Não admite tentativa!
Já caiu em prova e foi considerada INCORRETA a seguinte alternativa: Aquele que adquire objeto
especialmente destinado à falsificação de moeda, sem, contudo, efetivamente produzir moeda falsa, não
incorre em conduta criminosa, uma vez que praticou ato meramente preparatório.
DICA: Ainda estudaremos os demais crimes, mas tome nota desde já que somente haverá
criminalização referente aos petrechos quando utilizados para a falsificação de moeda falsa (art. 291) e
papéis públicos (art. 294). NÃO existe o crime de "petrechos de falsificação" para documentos públicos e
particulares.
Emitir, sem permissão legal, nota, bilhete, ficha, vale ou título que contenha
promessa de pagamento em dinheiro ao portador ou a que falte indicação do nome
da pessoa a quem deva ser pago:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
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Parágrafo único - Quem recebe ou utiliza como dinheiro qualquer dos documentos
referidos neste artigo incorre na pena de detenção, de quinze dias a três meses, ou
multa.
a) Considerações iniciais:
• Crime de menor potencial ofensivo nas duas modalidades.
• Norma penal em branco, pois a permissão é encontrada em outra lei.
b) Sujeitos do crime:
• Sujeito ativo é qualquer um que emita título ao portador fora dos casos autorizados, bem como
aquele que recebe ou utiliza como dinheiro os referidos documentos (crime comum).
• Sujeito passivo é o Estado, bem assim o particular eventualmente prejudicado, desde que não tenha
conscientemente recebido o título (quem recebe com conhecimento da proibição de emissão do
título é sujeito ativo).
c) Conduta: O núcleo do tipo é “emitir”, ou seja, colocar em circulação a nota, bilhete, ficha, vale ou título
que contenha promessa de pagamento em dinheiro ao portador ou a que falte indicação do nome da
pessoa a quem deva ser pago. O objeto deve ser destinado a circular como dinheiro.
d) Objeto material: bilhete, ficha, vale ou título ao portador, que não contenham indicação em relação a
quem se dirigem. Deve conter a promessa de pagamento em dinheiro. Não pode haver permissão legal.
e) Elemento subjetivo: para Bitencourt, somente dolo direto, não se admitindo dolo eventual, em
nenhuma modalidade, pois o agente deve ter consciência de que se trata de título utilizado em
substituição ao dinheiro e sem permissão legal. Como esse conhecimento deve ser atual, não há que se
falar em dolo eventual. Não é punido na modalidade culposa. Não demanda especial fim de agir.
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III - vale postal; este inciso foi revogado pelo art. 36 da Lei 6.538/78 que pune, de
forma especial, o crime de falsificação do vale postal.
IV - Cautela de penhor, caderneta de depósito de caixa econômica ou de outro
estabelecimento mantido por entidade de direito público;
V - talão, recibo, guia, alvará ou qualquer outro documento relativo a arrecadação
de rendas públicas ou a depósito ou caução por que o poder público seja
responsável;
a) Tipo objetivo
O núcleo do tipo é falsificar, mediante fabricação ou alteração, algum dos papéis públicos
enumerados nos incisos do caput do artigo 293.
• Fabricando: manufaturando, produzindo a partir de matérias-primas, fazendo a cunhagem de.
• Alterando: modificando, transformando, produzindo a mudança de
b) Objeto material
• Selo destinado a controle tributário, papel selado (papel em que o selo lhe é inerente, adquirido
nas repartições tributárias) ou qualquer papel de emissão legal destinado à arrecadação de tributo.
(Adotando fórmula genérica, a lei determinou que qualquer outro papel de emissão legal, que se
destine a arrecadar tributos, pode ser objeto material do crime);
• Papel de crédito público que não seja moeda de curso legal (Ex.: É o título da dívida pública apólices,
obrigações do Tesouro, emitido pela União, Estados ou Municípios)
• Cautela de penhor (documento com o qual a coisa empenhada em garantia pode ser retirada)
• Caderneta de depósito de caixa econômica ou de outro estabelecimento mantido por entidade de
direito público
Tratando-se de caderneta de depósito referente a estabelecimento privado, poderá haver
crime do art. 297 ou 298, a depender do caso
• Talão, recibo, guia, alvará ou qualquer outro documento relativo a arrecadação de rendas públicas
ou a depósito ou caução por que o poder público seja responsável;
O alvará expedido para outros fins (como por exemplo, entrada de menores em
estabelecimentos de diversão, configurará o delito do art. 297 do CP.
• Bilhete (papel impresso que confere ao seu portador o direito de usufruir de meio de transporte
coletivo), passe ou conhecimento de empresa de transporte administrada pela União, por Estado ou
por Município
Como já deixamos a dica, documento falsificado deve ser apto a iludir, pois se grosseira a falsificação, não se
configura o crime em estudo. Mostra-se, portanto, imprescindível a realização do exame pericial nas peças
fabricadas ou adulteradas.
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c) Sujeitos do crime
• Sujeito passivo – Estado
• Sujeito ativo – crime comum
Se for funcionário público, haverá uma causa de aumento de pena.
d) Consumação e tentativa: crime formal, cuja consumação dispensa a efetiva circulação do papel público
falsificado ou a ocorrência de dano a terceiro.
e) Competência: em regra, da justiça estadual, salvo se ocasionar prejuízo à União, hipótese em que a
competência será da justiça federal.
f) Figuras equiparadas:
• Inciso I – Usa, guarda, possui ou detém qualquer dos papéis falsificados a que se refere este artigo;
Pratica o a figura equiparada prevista no inciso I pessoa diversa do falsário. Por outro lado, se o
agente incidiu em qualquer das modalidades do caput, trata-se de post factum impunível.
Guardar, possuir e deter são crimes permanentes
• Inciso II - Importa, exporta, adquire, vende, troca, cede, empresta, guarda, fornece ou restitui à
circulação selo falsificado destinado a controle tributário;
Refere-se apenas ao selo falsificado destinado a controle tributário
• Inciso III - importa, exporta, adquire, vende, expõe à venda, mantém em depósito, guarda, troca, cede,
empresta, fornece, porta ou, de qualquer forma, utiliza em proveito próprio ou alheio, no exercício de
atividade comercial ou industrial, produto ou mercadoria:
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∘ Crime próprio
∘ Lei penal em branco homogênea (a norma explicativa está contida no §5º)
∘ Crime formal
É dispensável a constituição definitiva do crédito tributário para que esteja consumado o crime
previsto no art. 293, §1º, III, "b", do CP. Isso porque o referido delito possui natureza formal, de modo que
já estará consumado quando o agente importar, exportar, adquirir, vender, expuser à venda, mantiver em
depósito, guardar, trocar, ceder, emprestar, fornecer, portar ou, de qualquer forma, utilizar em proveito
próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, produto ou mercadoria sem selo oficial.
(STJ – Informativo 546 – 2014, sexta turma, DPN).
§2º - Suprimir, em qualquer desses papéis, quando legítimos, com o fim de torná-
los novamente utilizáveis, carimbo ou sinal indicativo de sua inutilização:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. (Médio potencial ofensivo)
§ 3º - Incorre na mesma pena quem usa, depois de alterado, qualquer dos papéis a
que se refere o parágrafo anterior. (Como você já deve saber, se quem suprimiu o
carimbo ou sinal indicativo de inutilização é aquele que o usa em conduta
subsequente, será punido somente pela primeira prática criminosa).
No §2º, temos papeis públicos legítimos – que não foram falsificados mediante contrafação ou
alteração, mas foram inutilizados.
Exige especial fim de agir, consubstanciado no fim de reutilizar tais papeis, porém, dispensável que
venha a efetivamente ocorrer para a consumação, por tratar-se de crime formal.
Já caiu em prova e foi considerada INCORRETA a seguinte alternativa: Aquele que suprimir sinal legítimo
indicativo de inutilização em papel público, com o fim de torná-lo novamente utilizável, incorrerá nas mesmas
penas previstas para o crime de falsificação de papéis públicos (art. 293, “caput”, do CP).
g) Figura privilegiada
§ 4º - Quem usa ou restitui à circulação, embora recibo de boa-fé, qualquer dos
papéis falsificados ou alterados, a que se referem este artigo e o seu § 2º, depois
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h) Princípio da especialidade
• Se qualquer das condutas estabelecidas nos§§ 2° a 4° recair em selo ou outra forma de
franqueamento ou vale postal, o crime será o do art. 37 da Lei no 6.538/76.
• Falsificação ou alteração de nota fiscal, fatura duplicata, nota de venda, ou qualquer outro
documento relativo à operação tributável - crime do art. 1º, III da Lei 8137/90 (crime material)
b) Objeto material - objeto destinado à falsificação de quaisquer dos papéis referidos no art. 293 (deve-se
investigar a destinação subjetiva).
Se a ação for destinada à falsificação de vale postal, selo ou qualquer outro meio de
franqueamento postal, caracterizará o crime descrito no art. 38 da Lei n.º 6.538/78.
É indiferente que o agente esteja atuando a título oneroso ou gratuito.
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A comprovação da idoneidade dos objetos à falsificação deve ocorrer por meio de perícia. Ainda que
se conclua não ser o objeto examinado apto à falsificação completa do papel, o crime se configurará, já que
basta a eficácia para a realização parcial.
O artigo 295 traz uma causa de aumento de pena na hipótese de ser praticado por funcionário
público. Aplica-se aos crimes dos arts. 293 e 294.
a) Bem jurídico tutelado: fé pública, em especial a genuinidade dos selos e sinais públicos destinados à
autenticação de atos oficiais públicos.
Esse tipo tem reduzido alcance nos dias atuais, haja vista o surgimento de novas formas de avalizar
a autenticidade de atos públicos (publicação no Diário Oficial, por exemplo).
b) Sujeitos:
• Sujeito ativo é qualquer um (crime comum).
• Sujeito passivo, primariamente, é o Estado e a coletividade; secundariamente, pessoa física ou
jurídica lesada.
d) Objeto material: selo ou sinal público (termos similares) - é marca a ser aposta ou estampada em
determinados papéis para atribuir-lhes autenticidade (chancela, carimbo ou sinete, por exemplo). Não
se confundem com o instrumento que os produz
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• Inciso I - São os selos destinados a reconhecer como verdadeiros os atos emanados desses entes.
Não se confunde com o selo destinado ao controle tributário do artigo antecedente.
• Inciso II - Não se incluem as empresas públicas, sociedade de economia mista e os entes de
cooperação, pois são pessoas jurídicas de Direito Privado. A autoridade que o artigo menciona
é aquela que autentica documentos utilizando selos ou sinais.)
e) Consumação e tentativa:
Trata-se de crime formal, que se consuma com a falsificação, independentemente da obtenção de
vantagem indevida ou da provocação de prejuízo a alguém. Admite tentativa.
Figuras equiparadas
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.
§ 1º - Incorre nas mesmas penas:
I - quem faz uso do selo ou sinal falsificado; desde que não tenha praticado a
falsificação (post factum impunível)
II - quem utiliza indevidamente o selo ou sinal verdadeiro em prejuízo de outrem
ou em proveito próprio ou alheio.
III - quem altera, falsifica ou faz uso indevido de marcas, logotipos, siglas ou
quaisquer outros símbolos utilizados ou identificadores de órgãos ou entidades da
Administração Pública.
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a) Objeto material:
A abrangência do dispositivo é considerável, já que são considerados quaisquer caracteres aptos a
identificar órgãos ou entidades da Administração Pública. Esses sinais podem ser apostos tanto em papéis
como em outros objetos, como plaquetas destinadas a identificar o patrimônio de entes públicos,
normalmente afixadas em móveis, veículos etc.
b) Tipo subjetivo: dolo, não sendo necessário qualquer fim especial de agir. Não há modalidade culposa.
c) Consumação e tentativa: consuma-se com a falsificação ou com a utilização do selo falso, exigindo-se
efetivo prejuízo ou obtenção de proveito apenas na hipótese do §1º, II (uso indevido de selo ou sinal).
Admite-se tentativa, salvo na modalidade de uso. A realização simultânea de várias condutas caracteriza
crime único (crime de ação múltipla ou de conteúdo variado).
d) Forma majorada (§ 2º): funcionário público que pratica o crime prevalecendo-se do cargo.
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Trata-se de crime de elevado potencial ofensivo, comum, formal, de forma livre, comissivo,
instantâneo, de perigo abstrato, unissubjetivo e plurissubsistente.
a) Bem jurídico tutelado: fé pública, no que tange à autenticidade dos documentos emanados da
Administração Pública (ou equiparados). A fé pública deve ser compreendida como a crença na
legitimidade, veracidade e lealdade para com os documentos que materializam a vida de cada ser
humano. (Presunção de legitimidade/veracidade).
d) Elemento subjetivo: Dolo. O delito não exige finalidade especial animando o agente. A finalidade
especial poderá mudar o crime.
Pune-se aqui a falsidade material, que é aquela que diz respeito à forma do documento.
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A falsificação pode ser total, hipótese em que o documento é inteiramente criado, ou parcial,
adicionando-se, nos espaços em branco da peça escrita, novos (e relevantes) elementos.
Já na conduta alterar, o agente modifica documento público existente (e verdadeiro), substituindo
ou alterando dizeres inerentes à própria essência do documento.
• “Falsificar no todo” - significa dizer que o documento é inteiramente criado;
• “Falsificar em parte” - consiste no fato de que o agente adiciona novos elementos nos espaços
em branco do documento.
• “Alterar” - o agente modifica documento público existente (e verdadeiro), substituindo ou
alterando dizeres da peça.
ATENÇÃO! O uso do documento falsificado pelo agente falsificador é post factum
impunível, em razão do princípio da consunção;
ATENÇÃO: Segundo o STF, Prefeito que, ao sancionar lei aprovada pela Câmara dos Vereadores, inclui
artigo que não constava originalmente do projeto votado pratica o crime de falsificação de documento
público (art. 297, § 1º do CP). Neste caso, o fato de o réu ser prefeito e, logicamente funcionário público, não
pode ser utilizado como circunstância desfavorável apta a aumentar a pena base, mas tão somente como
causa de aumento de pena, sob pena de configurar bis in idem.
f) Consumação e Tentativa:
• Crime Formal - se consuma com a falsificação ou alteração potencialmente lesivas, sendo
irrelevante o efetivo uso do documento para fins de consumação. Porém, ocorrendo o efetivo uso
do documento, temos que diferenciar duas situações:
(1) Quem usa o documento é o próprio falsificador ou terceiro que, de qualquer modo,
concorreu para a falsificação: O agente responderá pelo crime do art. 297, ficando o art. 304
absorvido, pois estes artigos protegem o mesmo bem jurídico. O art. 304 seria um post
factum impunível.
(2) Quem usa o documento é terceiro que não concorreu, de qualquer modo, para a falsificação:
O falsificador responde pelo art. 297 e quem usa pelo art. 304, ambos do CP.
• Admite a tentativa.
Note que este capítulo não prevê o crime autônomo de petrechos para falsificação. Este delito é previsto nos
Capítulos I (moeda falsa) e II (falsidade de títulos e outros papéis públicos), mas não no Capítulo III (falsidade
documental), razão pela qual as condutas pertinentes aos petrechos de falsificação devem ser consideradas
meros atos preparatórios (impuníveis) quando relacionadas aos delitos de falsidade documental.
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• Características:
✓ Forma escrita (independentemente no idioma)
✓ Elaborado por pessoa determinada (escrito anônimo não é considerado documento)
✓ Conteúdo revestido de relevância jurídica e eficácia probatória
OBS.1: Não constitui documento o escrito indecifrável ou aquele que somente seu autor pode
entender!
OBS.2: Petição inicial não é considerada documento para fins penais. STJ. 6ª Turma. HC 222613-
TO
OBS.3: Papel assinado em branco não é documento para fins penais, em razão da ausência de
conteúdo. Torna-se documento a partir do momento em que é preenchido.
OBS.4: Fotocópia sem autenticação não tem eficácia probatória e, portanto, não pode ser
considerada documento para fins penais. No entanto, se autenticada por oficial público ou
conferida em cartório, será considerada documento.
• Documentos públicos por equiparação: São documentos particulares que o legislador optou por
colocar no mesmo patamar dos documentos públicos para fins de aplicação da pena:
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✓ Ações de sociedade comercial: Estas ações podem ser preferenciais ou não (ações em geral).
✓ Livros mercantis: Aqui, abrangem-se os livros obrigatórios ou facultativos destinados a registrar as
atividades empresariais.
✓ Testamento particular (ou hológrafo): Neste caso, não estão abrangidos os codicilos.
Considerações importantes:
• Os documentos escritos a lápis, ainda que emanados do funcionário no exercício de suas funções,
não serão considerados públicos, tendo em vista a insegurança em relação à manutenção da
integridade
• Parte da doutrina (Bittencourt) entende que a cópia reprográfica, ainda que autenticada, não
constitui documento público. Sanches discorda, pois se trata de documento autenticado por oficial
público ou cartório.
• O documento particular em que houver reconhecimento de firma ou autenticação não será, por
esse motivo, considerado público, mas, no que tange aos atos do tabelião, sim.
• Para Damásio, o telegrama, transmitido por funcionário público, no exercício de suas funções,
quando diz respeito a assunto de conteúdo público, constitui documento público.
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SC, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, Rel. para acórdão Min. Rogerio Schietti
Cruz, julgado em 2/8/2016 (Info 591).
A substituição de fotografia em documento público configura o crime do art. 297 ou falsa identidade?
R.: Embora haja entendimento em sentido contrário, prevalece configurar o crime de falsidade material
do art. 297, vez que a foto é parte integrante do documento.
Obs.: A falsidade deve ser apta a iludir (a falsidade grosseira pode ser instrumento para o estelionato). Para
saber se a falsidade é grosseira ou não, é imprescindível a perícia. No caso de substituição de fotografias
em carteira de identidade a perícia é DISPENSÁVEL.
Vale relembrar:
Para o STJ, nos termos de sua súmula 17, quando o falso é utilizado como meio para a prática de
estelionato e se exaure neste sem mais potencialidade lesiva, é por este absorvido. Hipótese em que o crime-
meio é de gravidade igual (caso seja falsificação de documento particular) ou mais grave (caso seja
falsificação de documento público) que o crime-fim, mas é por este absorvido.
Contudo, para o STF o agente deve responder em concurso formal pelos dois delitos, justificando que
há violação a bens jurídicos diversos (no entanto, já aplicou a súmula 17 do STJ também, de modo que o
entendimento sumulado prevalece, mas é bom saber).
Essa discussão não se repete quando a falsificação de documento ocorre subsequentemente à
prática de outro crime (responde pelos dois crimes). Ou seja: se o agente falsifica um documento público
para acobertar a prática de outro crime, responderá por ambos os crimes, não incidindo o princípio da
consunção!
Já caiu em prova e foi considerada INCORRETA a seguinte alternativa: Há sempre concurso entre os crimes
de falsificação de documento público e estelionato, segundo entendimento do sumulado do Superior
Tribunal de Justiça.
Há quatro posicionamentos acerca da temática. A primeira delas entende que a falsidade documental
absorve o estelionato. Segundo essa posição, a falsificação é crime formal, independentemente de qualquer
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resultado. Contudo, se este resultado advier (obtenção de vantagem econômica, por exemplo), não subsistirá
outro crime, mas mero exaurimento da falsidade documental.
A segunda corrente é no sentido de que há concurso material de crimes, nos termos do art.69 CP. Isto
porque, em decorrência de ofensa a bens jurídicos diversos, não se verificaria o fenômeno da absorção.
Ademais, o crime de falso estaria consumado em momento anterior ao da prática do estelionato. E, se já
estava consumado, não poderia sofrer nenhuma alteração posterior no plano da tipicidade.
Uma terceira posição defende que há concurso formal de crimes, sustentando que, a despeito de bens
jurídicos diversos, a conduta seria uma só, ainda que desdobrada em diversos atos, aplicando-se o art.70,
caput, 1º parte, do Código Penal.
Por fim, há a corrente que o estelionato absorve a falsidade documental, consagrada na súmula 17 do
STJ, que aduz que quando o falso se exaure no estelionato, sem mais potencialidade lesiva, é por este
absorvido. Segundo os defensores dessa corrente, conflito aparente de leis é solucionado pelo princípio da
consunção, prevalecendo essa corrente majoritariamente.
Deste modo, o crime fim (estelionato) absorve o crime meio (falsidade documental), desde que este
se esgote naquele, isto é, desde que a fé pública, o patrimônio ou outro bem jurídico qualquer não possa ser
atacados pelo documento falsificado e utilizado por alguém como meio fraudulento para obtenção de
vantagem ilícita em prejuízo alheio.
Por fim, é importante ressaltar que com o advento da lei nº 13.964/19 (pacote anticrime), o crime
de estelionato passou a ser de ação penal pública condicionada á representação, em regra, de forma que a
respectiva persecução penal da infração dependerá da vontade da vítima. O crime de falsificação de
documentos, por sua vez, é sempre de ação penal pública condicionada.
§ 3o Nas mesmas penas incorre quem INSERE ou FAZ INSERIR: (Incluído pela Lei nº
9.983, de 2000)
I – Na folha de pagamento ou em documento de informações que seja destinado a
fazer prova perante a previdência social, pessoa que não possua a qualidade de
segurado obrigatório
II – Na Carteira de Trabalho e Previdência Social do empregado ou em documento
que deva produzir efeito perante a previdência social, declaração falsa ou diversa
da que deveria ter sido escrita;
III – em documento contábil ou em qualquer outro documento relacionado com as
obrigações da empresa perante a previdência social, declaração falsa ou diversa da
que deveria ter constado.
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Nota-se que aqui, bem como no §4º, tratam de exceções em que a falsidade, na verdade, não é
material, mas sim ideológica, tendo em vista que o documento é verdadeiro, mas as informações inseridas
não. No entanto, em PROVA OBJETIVA, siga a letra da lei e considere tratar-se de crime de falsidade material!
Já caiu em prova e foi considerada INCORRETA a seguinte assertiva: Aquele que faz inserir na Carteira de
Trabalho e Previdência Social do empregado declaração falsa ou diversa da que deveria ter constado estará
sujeito às penas cominadas ao crime de falsidade ideológica.
a) Sujeitos do delito
Tratando-se de autor funcionário público, não incidirá a causa de aumento do §1º, tendo em vista
sua posição topográfica, de modo que se aplica apenas ao caput.
O sujeito passivo desse crime é, primeiramente, o Estado, representado pela Previdência Social, e,
secundariamente, o segurado e seus dependentes que vierem ser prejudicados.:
b) Conduta do §3º
O tipo objetivo consiste em INSERIR (introduzir, colocar) ou FAZER INSERIR (estimular, incentivar que
outrem introduza ou coloque). Ou seja: prevê infrações comissivas
• Pessoa que não seja segurado obrigatório em folha de pagamento ou outro documento destinado
a fazer prova perante a previdência social (§ 3º, I)
São segurados obrigatórios, na forma do art. 11 da Lei n.º 8.213/90, o empregado, o
empregado doméstico, o contribuinte individual, o trabalhador avulso e o segurado especial.
• Declaração falsa ou diversa da que deveria constar em CTPS ou documento que deva produzir
efeitos perante a previdência social (§ 3º, II)
c) Conduta do §4º
• O tipo objetivo é OMITIR, em qualquer dos documentos mencionados no § 3º. Trata-se, portanto, de
uma infração omissiva.
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✓ A remuneração
✓ A vigência do contrato de trabalho ou de prestação de serviços.
✓ Nome do segurado e seus dados pessoais
Nesta hipótese, só haverá crime se houver a omissão concomitante do nome dos
segurados e de seus dados pessoais
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- STJ: Justiça FEDERAL. O sujeito passivo primário do crime omissivo do art. 297, §
4.º, do Diploma Penal, é o Estado, e, eventualmente, de forma secundária, o
particular, terceiro prejudicado, com a omissão das informações, referentes ao
vínculo empregatício e a seus consectários da CTPS. Cuida-se, portanto de delito
que ofende de forma direta os interesses da União, atraindo a competência da
Justiça Federal, nos termos do art. 109, IV, da CF/88. Nesse sentido: STJ. 3ª Seção.
CC 145567/PR , Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 27/04/2016.
A. Art. 348 do Código Eleitoral - Para fins eleitorais: esta especializante faz com que a norma especial
derrogue a norma geral.
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Exemplo: falsificar carteira de reservista para tomar posse em concurso público – não atenta contra
a administração militar (a competência não é da Justiça Militar).
Exemplo: Falsificar documento público para ser dispensado do serviço militar – é da competência da
Justiça Militar.
Trata-se de crime de médio potencial ofensivo, comum, formal, de forma livre, comissivo,
instantâneo, de perigo abstrato, unissubjetivo e plurissubsistente.
Segundo Rogério Sanches, as condutas nucleares típicas são idênticas às do art. 297, aplicando-se
aqui os mesmos comentários dispensados àquele dispositivo. A diferença reside no objeto material (lá - art.
297 -, documento público; aqui -art. 298 -, particular).
a) Sujeito do delito:
• Sujeito ativo: crime comum – pode ser praticado por qualquer pessoa
• Sujeito passivo: Estado e pessoa física ou jurídica prejudicada pela falsificação
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CESPE/2018 - Nos crimes de falsidade documental, considera-se documento particular todo aquele não
compreendido como público, ou a este equiparado, e que, em razão de sua natureza ou relevância, seja
objeto da tutela penal — como cartão de crédito, por exemplo. Item Correto.
Observações importantes:
• Documentos públicos nulos – em razão da inobservância das formalidades legais, são considerados
documentos particulares para fins penais.
• O fato de o documento particular ser destinado à autoridade pública não o transforma em público
(RTESP 57/358).
• O fato de o documento particular ser registrado em cartório não o transforma em documento
público, pois o registro serve apenas para dar publicidade ao documento. Cópia autenticada de
documento particular é documento particular.
• O cheque só deve ser considerado como documento particular quando já tiver sido apresentado
ao banco e recusado por falta de fundos, visto não ser mais transmissível por endosso.
• Notas fiscais e livros caixas são considerados documentos particulares. Somente seriam
considerados documentos públicos aqueles cuja elaboração, de alguma forma, competisse aos
funcionários públicos.
Não há necessidade que o documento saia da esfera de poder do falsário. Mas, por óbvio, para que
seja iniciada a ação penal, deve ter sido encontrado com o agente ou exibido por ele.
Segundo Hungria, caso após intentar a falsificação ou alteração, o falsário suprime o objeto material
do delito, extingue-se a punibilidade pelo arrependimento eficaz, até porque, terá desaparecido o objeto do
crime, impossibilitando que se faça prova de forma indireta.
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F) Falsificação de cartão
Despenca em prova!!!
A Lei 12.737/12 acrescentou parágrafo ao art. 298 do CP, equiparando a documento particular o
cartão de crédito ou débito.
A jurisprudência já caminhava neste sentido. Portanto, a referida lei apenas positivou o
entendimento da jurisprudência.
Nucci lembra que, enquanto a nota promissória e o cheque são títulos de crédito igualados a
documento público, pois podem circular no comércio, gerando maiores danos a terceiros, o cartão de crédito
e débito é equiparado a documento particular, cuja pena é menor. Aduz ainda que a diferença é consistente,
pois o cartão não circula.
Relembrando:
• Clonagem de cartão + saques na conta bancária da vítima por meio do caixa eletrônico: furto
mediante fraude.
• Clonagem de cartão + saques na conta bancária da vítima ou compras em lojas por meio de
atendimento no balcão por funcionário: estelionato.
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Além disso, prevalece que, em se exaurindo o falso na conduta do furto ou do estelionato, aquele será
consumido por um destes, em razão da consunção (súmula 17 do STJ, que, embora o STF tenha decisões em
sentido contrário, também a aplica).
f) Princípio da especialidade:
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Art. 299 - OMITIR, em documento público ou particular, declaração que dele devia
constar, ou nele INSERIR ou FAZER INSERIR declaração falsa ou diversa da que devia
ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade
sobre fato juridicamente relevante:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é público, e reclusão
de um a três anos, e multa, de quinhentos mil réis a cinco contos de réis, se o
documento é particular.
Parágrafo único - Se o agente é funcionário público, e comete o crime
prevalecendo-se do cargo, ou se a falsificação ou alteração é de assentamento de
registro civil, aumenta-se a pena de sexta parte.
LEMBRE-SE:
FALSIDADE MATERIAL - ALTERA-SE A FORMA DO DOCUMENTO;
FALSIDADE IDEOLÓGICA - ALTERA-SE O CONTEÚDO DO DOCUMENTO
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Esquematizando...
FALSIDADE MATERIAL FALSIDADE IDEOLÓGICA
Previsão: art. 297 e 298 do CP. Previsão: art. 299 do CP.
Envolve a forma do documento (sua parte Envolve o conteúdo do documento (juízo
exterior – a ideia que ele carrega). inverídico).
O documento apresenta defeitos extrínsecos Não há rasuras ou supressão de palavras.
(rasuras, novos dizeres, supressão de A pessoa que elabora o documento possui
palavras) legitimidade para isso.
É imprescindível a perícia. Em regra, não há necessidade de perícia.
Atenção! Se o agente, além de falsificar ou alterar a forma, ainda insere nele informações falsas,
não responderá por falsidade ideológica, mas apenas pelo falso material, por força do princípio da
consunção.
c) Sujeitos:
• Sujeito passivo é, primariamente, o Estado e, de forma secundária, a pessoa lesada.
• Sujeito ativo é qualquer um, mas, se for funcionário público, no exercício de suas funções e delas se
prevalecer, estará caracterizada a majorante do parágrafo único.
d) Elemento subjetivo: O crime é punido a título de dolo, porém com dolo específico (especial).
Só haverá crime quando o agente o faz “com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar
a verdade sobre o fato juridicamente relevante”.
Portanto, não há crime quando o particular presta declaração perante o funcionário público
desconhecendo a sua falsidade. No entanto, se o funcionário público, percebendo a falsidade, der
continuidade à elaboração do documento, será responsabilizado pelo delito, na forma do art. 13, §2º, “a” do
CP.
Acusada, movida por vaidade feminina, foi absolvida pelo fato de haver promovido
novo registro de nascimento, buscando parecer mais jovem do que o namorado
com quem ia casar-se (RT 447/367) (Não houve o elemento subjetivo do tipo).
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Caiu em prova 2021! A falta do dolo específico consistente no fim de prejudicar direito, criar obrigação ou
alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante acarreta a atipicidade do delito de Falsidade
Ideológica. (item correto).
(Adaptada): Maria, com 55 anos de idade, declara, por pura vaidade, num documento público perante uma
repartição pública estadual que tem 47 anos de idade. Desse modo, tal afirmativa é falsa, e, apesar disso, tal
assertiva não provocou nenhuma consequência. Considerando o caso descrito: Maria não cometeu crime
algum. (Item correto).
OBS.1: Nas modalidades omitir e inserir há a falsidade imediata (a própria pessoa que confecciona o
documento comete o falso). Na modalidade fazer inserir, o agente faz com que terceiro as introduza.
OBS.2: Particular somente pode praticar falsidade ideológica em documento público em três
hipóteses:
1) Faz funcionário público de boa-fé inserir declaração falsa em documento público – nesse caso, o
particular irá praticar o crime pelo núcleo “fazer inserir”;
2) Elabora documento público por equiparação, de sua alçada, com declaração falsa.
3) Concurso de pessoas com o funcionário público
OBS.3: As condutas recaem sobre declaração falsa ou diversa da que deveria ser escrita. Ou seja, é
possível haver falsidade ideológica mesmo constando do documento conteúdo verdadeiro. É o que ocorre
quando o agente insere ou faz inserir uma declaração verdadeira, porém diversa da que deveria constar.
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CESPE/2020: Para que o crime de falsidade ideológica se configure, é necessário que o objeto da conduta
seja a inserção de declarações falsas em documentos públicos, não se configurando esse tipo penal no caso
de documentos particulares. Item incorreto.
CESPE/2020 (Adaptada): A conduta de quem faz declaração falsa de estado de pobreza para fins de obtenção
dos benefícios da justiça gratuita em ação judicial é considerada atípica. Item correto
Considerações importantes:
• Nos termos do art. 130 da lei n° 7.210/84 (LEP), constitui o crime de falsidade ideológica declarar ou
atestar falsamente prestação de serviço para fim de instruir pedido de remição de pena.
• Contrato com “laranjas”: A inserção, no contrato social da empresa, de nomes fictícios ou de pessoas
que, de fato, não tomam parte na sociedade, constitui crime de falsidade ideológica (em documento
particular)
• Simulação em negócio jurídico (art. 167, §1º, CC) pode configurar crime de falsidade ideológica.
• Petição de advogado: não é considerado documento para fins penais. São alegações que devem ser
verificadas e comprovadas.
• Documento sem assinatura: inofensivo à fé pública, não há o crime.
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Em se tratando de nota promissória emitida sem alguns de seus requisitos essenciais, é permitido ao
portador de boa-fé do título preencher os espaços em branco. Vide Súmula 387 do STF.
Súmula 387, STF: A cambial emitida ou aceita com omissões, ou em branco, pode
ser completada pelo credor de boa-fé antes da cobrança ou do protesto.
ATENÇÃO: Como a falsidade ideológica afeta o documento tão somente em sua ideação e não a
sua autenticidade ou inalterabilidade, os tribunais superiores entendem que é desnecessária a realização
de perícia.
h) Consumação e tentativa
Trata-se de crime formal, que se consuma com a omissão ou com a inserção de declaração falsa ou
diversa da que deveria constar. Dispensa-se, portanto, o efetivo uso do documento falso, bem como a
obtenção de vantagem ou ocorrência do prejuízo.
Na modalidade omissiva não cabe tentativa!
Já caiu em prova e foi considerada incorreta a seguinte alternativa: O momento consumativo da falsidade
ideológica se dá com a efetiva concretização de prejuízo material para o Estado ou para o particular.
Caiu na prova Delegado Amazonas 2022! Quanto ao crime de falsidade ideológica, assinale a
afirmativa correta. O elemento “devia constar” é elemento normativo do tipo, que pode converter-se em lei
penal em branco se o dever for legal. (item correto)
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importador é outro. STJ. 3ª Seção. AgRg no CC 175.542/PR, Rel. Joel Ilan Paciornik,
julgado em 24/02/2021
STJ: Não é típica a conduta de inserir, em currículo Lattes, dado que não condiz
com a realidade. Não é típica a conduta de inserir, em currículo Lattes, dado que
não condiz com a realidade. Isso não configura falsidade ideológica (art. 299 do CP)
porque: 1) currículo Lattes não é considerado documento por ser eletrônico e não
ter assinatura digital; 2) currículo Lattes é passível de averiguação e, portanto, não
é objeto material de falsidade ideológica. Quando o documento é passível de
averiguação, o STJ entende que não há crime de falsidade ideológica mesmo que o
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agente tenha nele inserido informações falsas. STJ. 6ª Turma. RHC 81451-RJ, Rel.
Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 22/8/2017 (Info 610).
Obs.: Cuidado com esse julgado acima, pois em 2019 e 2020 alguns Ministros que
atuam na política brasileira passaram por esse “desconforto” de terem seus
currículos lattes desmentidos pela imprensa! Pode ser objeto de prova!
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h) Prazo prescricional
• Regra: Na falsidade ideológica, o termo inicial da contagem do prazo da prescrição da pretensão
punitiva é o momento da consumação do delito (e não o momento da eventual reiteração de seus
efeitos)
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i) Princípio da especialidade:
▪ Simulação fraudulenta: Duplicata simulada (art. 172, CP) e fraude à execução (art. 179, CP)
Duplicata simulada
Art. 172 - Emitir fatura, duplicata ou nota de venda que não corresponda à
mercadoria vendida, em quantidade ou qualidade, ou ao serviço prestado.
Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrerá aquele que falsificar ou adulterar a
escrituração do Livro de Registro de Duplicatas.
Fraude à execução
Art. 179 - Fraudar execução, alienando, desviando, destruindo ou danificando bens,
ou simulando dívidas:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
Parágrafo único - Somente se procede mediante queixa
▪ Promover a inscrição de nascimento inexistente (art. 241, CP) e Registrar filho alheio como próprio
(art. 242, CP);
▪ Declaração falsa com a finalidade de suprimir ou reduzir tributo: art. 1º, I e II da Lei 8137/90) – o falso
fica absorvido pelo princípio da consunção. Ex.: a indicação de endereço falso com o intuito de pagar
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IPVA com alíquota menor configura crime contra a ordem tributária – e não crime de falsidade
ideológica.
▪ Falsidade ideológica na lei de crimes contra o sistema financeiro nacional: Art. 9º e 10º, Lei 7.492/86
Art. 10. Fazer inserir elemento falso ou omitir elemento exigido pela legislação, em
demonstrativos contábeis de instituição financeira, seguradora ou instituição
integrante do sistema de distribuição de títulos de valores mobiliários:
Pena - Reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa.
Art. 350. Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia
constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser
escrita, para fins eleitorais:
Pena - reclusão até cinco anos e pagamento de 5 a 15 dias-multa, se o documento
é público, e reclusão até três anos e pagamento de 3 a 10 dias-multa se o
documento é particular.
Parágrafo único. Se o agente da falsidade documental é funcionário público e
comete o crime prevalecendo-se do cargo ou se a falsificação ou alteração é de
assentamentos de registro civil, a pena é agravada.
Art. 312. Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia
constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser
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escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre
fato juridicamente relevante, desde que o fato atente contra a administração ou o
serviço militar:
Pena - reclusão, até cinco anos, se o documento é público; reclusão, até três anos,
se o documento é particular.
Art. 66. Fazer o funcionário público afirmação falsa ou enganosa, omitir a verdade,
sonegar informações ou dados técnico-científicos em procedimentos de
autorização ou de licenciamento ambiental:
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa
4.5.5 Falso Reconhecimento de Firma ou Letra (Hipótese Especial de Falsidade Ideológica) (Art. 300)
b) Sujeito ativo
Trata-se de crime próprio, que só pode ser praticado por quem exerça função pública, com poderes
para reconhecer firmas ou letras (tabelião de notas, oficial do Registro Civil, os cônsules etc.).
Se o agente pratica o ato fora do exercício de sua função, ou se não tem legítima atribuição para o
reconhecimento, não se consuma o crime do art. 300, por deficiência do elemento material.
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Segundo ensina Cleber Masson, o fato será atípico em relação ao tabelião que se omitir no dever
funcional de fiscalizar os atos praticados por seus funcionários, ensejando o reconhecimento de firma falsa,
sem prejuízo, contudo, da responsabilidade civil e administrativa.
Em caso de falsa perícia, quando o perito, com atribuição para realizar exames grafológicos ou
grafotécnicos em documentos, atestar firma ou letra falsa como sendo verdadeiras, haverá o crime de falsa
perícia (art. 342, CP).
c) Elemento subjetivo:
É dolo, inclusive dolo eventual, na hipótese de o funcionário atestar a veracidade da firma/letra,
mesmo havendo dúvida quanto à autenticidade.
a) Sujeito ativo
É crime próprio, que só pode ser cometido por funcionário público autorizado a emitir e atestados e
certidões.
Ao contrário do delito anterior, não se exige que o agente esteja no exercício da função; basta que
cometa uma das condutas típicas em razão dela, ou seja,, em razão das facilidades proporcionadas pela
posição funcional.
b) Objeto material
Não se confunde com falsidade ideológica, que se refere a documento de forma genérica. Aqui, a
conduta recai sobre determinadas espécies de atestados ou certidões.
• Atestado é um documento que traz em si o testemunho de um fato ou circunstância de que o
funcionário tomou conhecimento.
• Certidão (ou certificado) é o documento pelo qual o funcionário, no exercício de suas atribuições
oficiais, afirma a verdade sobre fato ou circunstância contida em documento público.
c) Conduta
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O funcionário público atesta ou certifica falsamente determinado fato ou circunstância. Ou seja: aqui,
o documento é formalmente verdadeiro, elaborado por quem de direito, mas seu conteúdo é inverídico.
Conforme a doutrina, para a caracterização do crime que, é indispensável que a certidão ou atestado
sejam idôneos e habilitem pessoa interessada a:
• Obter cargo público (ex.: emitir certidão de antecedentes criminais com conteúdo negativo),
• Isenção de ônus ou de serviço de caráter público (ex.: certidão isentando a pessoa da atividade de
jurado)
• Qualquer outra vantagem.
A expressão “qualquer outra vantagem” deve ser interpretada de forma restritiva, como se faz com
a interpretação analógica, para que não sejam retiradas condutas mais graves do âmbito de incidência do
299, sob o pretexto de se enquadrarem no presente dispositivo em razão do termo aberto. Portanto,
“qualquer outra vantagem” deve ser compreendida como vantagem de natureza pública, em consonância
com as hipóteses expressamente elencadas na lei
Se o fato ou circunstância a que se refere o documento não constituir condição, pressuposto ou
requisito da vantagem pretendida, não haverá adequação do fato ao delito.
(Adaptada) - O dentista, funcionário público, que, no exercício de sua função pública, emite atestado falso,
em favor do amigo, certificando consulta inexistente, para abono de falta no trabalho, pratica o crime de
certidão ou atestado ideologicamente falso (art. 301, do CP). Item correto.
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Já caiu em prova e foi considerada CORRETA a seguinte assertiva: Constitui crime de certidão ou atestado
ideologicamente falso (art. 301 CP), atestar ou certificar falsamente, em razão de função pública, fato ou
circunstância que habilite alguém a obter cargo público, isenção de ônus ou de serviço de caráter público, ou
qualquer outra vantagem, sendo que se o crime é praticado com o fim de lucro, aplica- se, além da pena
privativa de liberdade, a de multa.
a) Sujeito ativo
É crime próprio, que restringe sua aplicação ao médico.
Assim, dentistas, veterinários, enfermeiros etc., caso forneçam atestados falsos no exercício da
profissão, incorrerão nas penas previstas para o delito do art. 299 (falsidade ideológica), que são bem mais
gravosas, razão pela qual há muitas críticas na doutrina em relação ao crime do art. 302, por haver um
desarrazoado privilégio ao médico, violando a proporcionalidade.
• Se o médico é funcionário público e fornece certidão que habilite alguém a obter cargo público,
isenção de ônus ou serviço público - o crime é do art. 301.
• Quem usa o atestado, comete o crime do art. 304 (uso de documento falso), com a pena deste art.
302.
Obs.: Se o médico for funcionário público, e solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou
indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou
aceitar promessa de tal vantagem, para emitir o atestado falso, estará configurado o crime de corrupção
passiva (CP, art. 317).
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Segundo a doutrina majoritária, a falsidade deve versar sobre fato relevante (como a existência ou
não de alguma enfermidade ou condição especial de saúde do indivíduo, por exemplo), e não sobre opinião
ou prognóstico do profissional. Assim, a mera opinião emitida pelo profissional, mesmo que equivocada,
não configurará o crime.
Obs.: Atestado falso de óbito, sem exame do cadáver, importa no presente crime!
Importante ressaltar que atestado médico falso e atestado ideologicamente falso não se
confundem, o que pode ser verificado conforme o quadro comparativo abaixo (retirado do livro do Cleber
Masson):
Obs.: Se o crime é cometido com o fim de lucro, como, por exemplo, consulta médica mais cara em
troca do atestado falso, aplica-se também multa. (§único)
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Reproduzir ou alterar selo ou peça filatélica que tenha valor para coleção, salvo
quando a reprodução ou a alteração está visivelmente anotada na face ou no verso
do selo ou peça:
Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
É imprescindível que o objeto tenha valor para coleção, sob pena de incidir no art. 293, I.
ATENÇÃO! O crime em comento agora está previsto na lei 6.538/78. Manteve-se o preceito
primário, entretanto, reduzindo-se a pena máxima para 2 (dois) anos, tornando a infração de menor
potencial ofensivo.
Figura equiparada:
Parágrafo único - Na mesma pena incorre quem, para fins de comércio, faz uso do
selo ou peça filatélica.
O uso pelo próprio agente falsificador constituirá post factum impunível. Não admite a tentativa, por
se tratar de crime unissubsistente.
Também não se configura o ilícito se, não tendo sido feita a anotação visível a respeito da reprodução
ou alteração, o vendedor anuncia que se trata de selo reproduzido ou alterado. A essência do delito é a
fraude, que não ocorre em tal caso.
Fazer uso de qualquer dos papéis falsificados ou alterados, a que se referem os arts.
297 a 302:
Pena - a cominada à falsificação ou à alteração.
a) Considerações iniciais:
Conforme a doutrina, trata-se de “tipo remetido” ou “crime remetido”, que é aquele que indica
outros tipos para ser integralmente compreendido.
Trata-se de norma penal em branco homogênea homovitelinea, já que o complemento advém de
lei penal.
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Trata-se de norma penal em branco invertida (ao revés ou ao avesso) - o preceito secundário do
tipo penal está incompleto, pois não há pena específica para o crime do art. 304 do CP, mas sim a aplicação
daquela "cominada à falsificação ou à alteração".
c) Sujeitos:
• Sujeito passivo - é o Estado. A pessoa eventualmente lesada será vítima mediata ou indireta
• Sujeito ativo - O crime é comum, razão pela qual o sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, desde
que não seja a responsável pela falsificação do documento.
Se quem usa o documento é o próprio falsificador, o crime do art. 304 ficará absorvido
(princípio da consunção) pela contrafação anterior.
Já caiu em prova e foi considerada INCORRETA a seguinte alternativa: Aquele que falsifica documento público
e em seguida o utiliza responde pela falsificação e pelo uso, em concurso material.
e) Objeto material: quaisquer papéis falsificados ou alterados previstos nos artigos 297 a 302:
• Documento público – art. 297
• Documento particular – art. 298
• Documento público ou particular ideologicamente falso – art. 299
• Documento contendo falso reconhecimento de firma ou letra – art. 300
• Certidão ou atestado ideologicamente falso – art. 301
• Certidão ou atestado materialmente falso – art. 301 §1º
• Atestado médico falso – art. 302
Lembrando... Como nos demais casos envolvendo crimes de falso, o documento deve:
Referir-se a fato juridicamente relevante
Ser apto a iludir – falso grosseiro é meio ineficaz para ludibriar a fé pública, configurando crime
impossível
Necessidade de perícia: De acordo com a doutrina, a prova da falsidade e da sua capacidade de iludir – sob
pena de configurar crime impossível, em regra, depende de perícia, podendo ser substituída, quando não se
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f) Tipo objetivo:
A conduta típica consiste em fazer uso de qualquer dos papéis falsificados ou alterados, a que se
referem os arts. 297 a 302.
O núcleo verbal é “fazer uso de” – isso significa utilizar (valer-se, empregar) o documento como se
verdadeiro fosse. Portanto, em regra, não há crime se a pessoa apenas possui ou porta o documento falso,
pois a lei não criminalizou os verbos “portar” e “possuir”.
Exceção em que basta “portar” para que se configure, dispensando a apresentação do documento:
Carteira Nacional de Habilitação, tendo em vista ser de porte obrigatório, por expressa previsão do Código
Nacional de Trânsito, devendo o motorista exibi-la quando solicitado.
Obs.: Para a tipicidade do crime, a doutrina majoritária defende ser indispensável que o documento
falso seja utilizado em sua destinação específica. Para NORONHA, para a caracterização do crime, basta que
o escrito saia da esfera de disponibilidade do agente, ainda que empregado em finalidade diversa daquela a
que se destinava.
5ª T. STJ: "O delito previsto no art. 304 do Código Penal consuma-se mesmo quando
a carteira de habilitação falsificada é exibida ao policial por exigência deste, e não
por iniciativa do agente" (HC 240201, j. 25/03/2014).
Já caiu em prova e foi considerada INCORRETA a seguinte alternativa: Não há crime de uso de documento
falso na conduta do motorista que, somente depois de lhe ter sido exigida pelo agente, exibe Carteira
Nacional de Habilitação falsa em barreira policial.
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Além disso, os Tribunais Superiores entendem que o uso de documento falso e a atribuição a si
mesmo de falsa identidade são condutas típicas mesmo em alegada situação de autodefesa, vez que há
limites para o exercício desta e as condutas mencionadas ofendem a fé pública. (HC 111.706/SP, rei. Min.
Cármen Lúcia, DJe 17/12/2012).
Caiu em prova Cespe 2021! Suponha que, em determinado estabelecimento prisional, um visitante
de preso estivesse sob suspeita de estar cometendo um crime e, ao ter sido abordado, tenha atribuído a si
falsa identidade perante a autoridade policial. Nessa situação, se a falsa atribuição tiver ocorrido como
autodefesa, a conduta será atípica penalmente. (item incorreto) Súmula 522/STJ: A conduta de atribuir-
se falsa identidade perante autoridade policial é típica, ainda que em situação de alegada autodefesa.
g) Consumação e Tentativa:
Dada a sua natureza de delito formal, o crime se consuma com a simples utilização de documento
comprovadamente falso, independentemente da obtenção de qualquer vantagem ulterior. (Inf. 553 do STJ).
A admissibilidade da tentativa é objeto de divergência doutrinária:
• 1ª C – Masson: Admite a tentativa quando a conduta for plurissubsistente
• 2ª C – Hungria: Não admite a tentativa, tendo em vista a impossibilidade de fracionamento da
conduta, tratando-se de crime unissubsistente.
h) Concurso de crimes
• Uso de vários documentos distintos no mesmo contexto fático – crime único (só há a violação da fé
pública uma vez)
• Uso de documento falso em contextos diversos – concurso material ou continuidade delitiva – se
presentes os requisitos do art. 71 do CP
i) Competência:
Súmulas que tratam da competência para processo e julgamento deste crime:
Súmula 104 do STJ: Compete a Justiça Estadual o processo e julgamento dos crimes
de falsificação e uso de documento falso relativo a estabelecimento particular de
ensino.
Súmula 200 do STJ: O Juízo Federal competente para processar e julgar acusado de
crime de uso de passaporte falso é o do lugar onde o delito se consumou.
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Súmula Vinculante 36: Compete à Justiça Federal comum processar e julgar civil
denunciado pelos crimes de falsificação e de uso de documento falso quando se
tratar de falsificação da Caderneta de Inscrição e Registro (CIR) ou de Carteira de
Habilitação de Amador (CHA), ainda que expedidas pela Marinha do Brasil.
j) Distinção de crimes:
• Uso de documento falso na Lei de crimes contra a Ordem Tributária – art. 1°, IV, da Lei dos Crimes
Tributários (Lei n.8.137/90).
• Uso de documento falso na Lei de crimes contra o Sistema Financeiro Nacional – art. 14, Lei 7492/86
Art. 14. Apresentar, em liquidação extrajudicial, ou em falência de instituição
financeira, declaração de crédito ou reclamação falsa, ou juntar a elas título falso
ou simulado:
Pena - Reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, e multa.
Art. 315. Fazer uso de qualquer dos documentos falsificados ou alterados por
outrem, a que se referem os artigos anteriores: Pena - a cominada à falsificação ou
à alteração.
• Uso de documento falso para fins eleitorais - art. 353 do Código Eleitoral
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Art. 353. Fazer uso de qualquer dos documentos falsificados ou alterados, a que se
referem os artigos. 348 a 352:
Pena - a cominada à falsificação ou à alteração.
Qualquer pessoa pode praticar o crime em comento, inclusive o proprietário do documento, desde
que dele não pudesse dispor.
Se o documento é falso, não há crime.
Além disso, conforme a doutrina majoritária, se o documento for passível de substituição, como
traslados, certidões ou cópias autenticadas, o crime não se caracteriza, podendo, no entanto, configurar
outro delito (como, por exemplo, furto).
a) Elemento subjetivo: dolo + especial finalidade (em benefício próprio ou de outrem, ou em prejuízo
alheio).
b) Consumação: com a destruição, supressão ou a ocultação, ainda que a finalidade não tenha sido
alcançada. Trata-se de um crime formal.
c) Especialidade: o agente que, após receber carga dos autos, na qualidade de advogado da parte,
retira folha dos autos de processo cível, substituindo-a por outra contendo requerimento diverso do original,
por exemplo, comete o crime do art. 356 do CP (sonegação de papel ou objeto de valor probatório), e não
do art. 305 do mesmo diploma legal.
Diferença entre supressão do documento, dano e furto (Nucci):
Depende do intuito do agente. Se for para fazer o documento desaparecer para não servir da prova
de algum fato relevante juridicamente, trata-se de delito contra a fé pública (art. 305); caso seja somente
para causar um prejuízo para a vítima, é delito contra o patrimônio na forma de “dano” (art. 163); se for
subtraído para ocultação, por ser valioso em si mesmo (como um documento histórico), trata-se de delito
contra o patrimônio na modalidade “furto” (art. 155).
Na modalidade ocultar, trata-se de delito permanente.
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CAPÍTULO IV
7. DE OUTRAS FALSIDADES
Trata-se de infração de menor potencial ofensivo, sendo da competência do JECRIM (Lei nº 9.099).
Só será aplicado o delito do art. 307 se o fato não constituir crime mais grave.
a) Bem jurídico tutelado: fé pública (não a documental, mas sim a pessoal), no tocante à identidade
individual, pessoal, própria ou de terceiro.8
b) Sujeitos:
• Sujeito ativo - Qualquer pessoa pode praticar o delito em estudo.
• Sujeito passivo - será o Estado e, secundariamente, eventual lesado pela ação criminosa.
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e) Conduta
Segundo Rogério Sanches, a conduta delituosa consiste em atribuir-se (imputar-se) ou atribuir a
terceiro, falsa identidade para obter vantagem, em proveito próprio ou alheio, ou para causar dano a outrem.
Assim, haverá o crime quando o agente, por escrito ou verbalmente:
1. Se faz passar por terceira pessoa, existente ou fictícia;
2. faz com que terceiro se passe por outro indivíduo, real ou não.
Veja que, diferentemente do delito de uso de documento falso, aqui não há apresentação de
documento falso. A falsa identidade se caracteriza pela a atribuição a si mesmo ou a outrem de
elementos/características que gerem erro na correta identificação do agente ou da terceira pessoa. Ex: Ao
ser parado no trânsito pela polícia o agente diz nome diverso do seu.
É crime comissivo, de modo que não pratica este crime o agente que se silencia acerca da qualidade
equivocada que lhe atribuem.
Como já mencionamos, segundo o STJ, “a conduta de atribuir-se falsa identidade perante
autoridade policial é típica, ainda que em situação de alegada autodefesa”. É o teor da Súmula 522.
O entendimento do STF também é o mesmo.
“O princípio constitucional da autodefesa (art. 5º, inciso LXIII, da CF/88) não
alcança aquele que atribui falsa identidade perante autoridade policial com o
intento de ocultar maus antecedentes, sendo, portanto, típica a conduta praticada
pelo agente (art. 307 do CP). O tema possui densidade constitucional e extrapola
os limites subjetivos das partes. STF. Plenário. RE 640139 RG, Rel. Min. Dias Toffoli,
julgado em 22/09/2011”.
Além disso, é um delito subsidiário, que fica absorvido se a intenção do agente é praticar estelionato,
violação sexual mediante fraude, simulação de casamento etc, já que, nesses casos, a identificação mentirosa
constitui o meio para a prática de crime mais grave.
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f) Consumação e Tentativa
• Crime formal - a consumação ocorre no momento em que o agente praticar o núcleo do tipo,
independentemente de alcançar a finalidade especial (obtenção de vantagem ou causação de dano
a outrem).
• A tentativa será possível na modalidade plurissubsistente - atribuição de falsa identidade realizada
por escrito).
i) Especialidade:
1. Código Penal x Lei de Contravenções Penais: o art. 45 da LCP pune com prisão simples de 1 (um) a
3 (três) meses (ou multa) fingir-se funcionário público. O art. 46 da mesma lei pune com multa usar,
publicamente, de uniforme, ou distintivo de função pública que não exercer; usar, indevidamente,
de sinal, distintivo ou denominação cujo emprego seja regulado por lei – na LCP não se exige
finalidade específica, são subsidiários. Ademais, se for usurpação de função pública, o crime será o
do 328 do CP.
2. Art. 307 do CP x art. 68 da LCP (Nucci): Quando houver a recusa ao fornecimento de dados
identificadores ou o fornecimento de dados inverídicos, sem a finalidade de obter vantagem ou
prejudicar alguém, trata-se de contravenção penal. Entretanto, havendo tal intuito e sendo conduta
comissiva (“atribuir-se”), passa a ser o crime do art. 307, até mesmo porque o art. 68, parágrafo
único, da Lei das Contravenções Penais menciona, expressamente, ser tipo subsidiário (“se o fato
não constitui infração penal mais grave”).
Cuidado para não confundir o uso de documento falso com o crime de falsa identidade!!! Vamos
esquematizar?
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7.3. Uso ou Cessão para Uso de Documento de Identificação Civil de Terceiro (Art. 308)
Note que o tipo pune tanto quem usa, como quem cede.
Qualquer documento de identidade alheia carteira de identidade, carteira de trabalho, CNH etc.
Ao contrário do delito antecedente, não se exige nenhuma finalidade especial.
7.4. Fraude de lei sobre estrangeiros
Crime próprio, que só pode ser praticado por estrangeiro, inclusive o apátrida (sem pátria).
Objeto jurídico: fé pública, especialmente voltada ao interesse do Estado no controle da imigração.
O tipo restringe a ação delituosa ao fato do estrangeiro usar NOME que não é seu, ou seja, deve
haver identificação nominal, não englobando estado civil, profissão, nacionalidade etc).
O tipo não exige utilização de documento falso, podendo o agente utilizá-lo ou não.
De acordo com o ensinamento de MIRABETE, a expressão território nacional deve ser tomada no seu
sentido jurídico, incluindo, portanto, o mar territorial e o espaço aéreo correspondente à coluna atmosférica.
Consumação: se dá no momento em que o nome é usado, independentemente de conseguir entrar
ou permanecer no território nacional.
Este é crime praticado por terceiro que atribui falsa qualidade ao estrangeiro, enquanto o caput é o
crime do próprio estrangeiro.
Nessa hipótese, trata-se de crime comum, podendo ser praticado por qualquer pessoa, inclusive
funcionário do serviço de imigração.
Ademais, o tipo menciona falsa QUALIDADE, permitindo, ao contrário do caput que a falsidade da
informação recaia sobre elementos diversos do nome.
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Além disso, nesta figura, somente a ENTRADA é que está vedada, ou seja, se o sujeito atribuir falsa
qualidade para o estrangeiro permaneça no território nacional não haverá crime.
7.5. Fraude à Proibição da Propriedade ou da Posse de Certos Bens Por Estrangeiros (Art. 310)
a) Bem jurídico:
O tipo penal tem por objetivo proteger a autenticidade dos sinais que identificam os veículos
automotores (esse é um dos aspectos relacionados com a “fé pública”).
b) Conduta
A redação do artigo menciona adulterar ou remarcar.
Assim, o agente - adultera (modifica) ou - remarca (coloca uma nova marca) o número de chassi
(numeração que fica sobre a estrutura de aço da carroceria) ou - qualquer sinal identificador do veículo
automotor (ex: placas), - sinal identificador de um componente do veículo. Lembrando que essa alteração
deve ser passível de iludir a vítima.
c) Consumação
Consuma-se o crime com a efetiva remarcação ou alteração (crime material), independentemente
da produção de qualquer resultado ulterior. Não exige a finalidade de ocultar a origem criminosa.
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d) Considerações importantes:
• Em atenção ao princípio da legalidade, a doutrina majoritária entende que se o sujeito raspar o chassi
do veículo não haverá este crime, tendo em vista que o tipo exige alteração ou remarcação. Não
consta “suprimir”.
• O STJ entende que a substituição de placa de um veículo pela de outro configura o crime, pois se
trata de um sinal indicador do veículo que foi alterado.
• A pessoa que recebe o veículo já adulterado, sabendo dessa circunstância, não pratica o crime do
art. 311, mas sim o do art. 180 (receptação). Se recepta o veículo e, em seguida, promove a
adulteração, será responsabilizada por ambos os delitos em concurso material.
Segundo a jurisprudência atual do STJ e do STF, é típica a conduta de adulterar a placa de veículo
automotor mediante a colocação de fita adesiva. A caracterização do crime previsto no art. 311 do CP
prescinde de finalidade específica do agente (dispensa). Além disso, a colocação de fita adesiva pode ser
um meio idôneo de enganar a fiscalização de trânsito, sendo, portanto, crime possível. STJ 6ª Turma. AgRg
nos EDcl no REsp 1329449/SP, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 18/09/2012. STF 2ª Turma. RHC
116371/DF, rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 13/8/2013.
O Código Penal prevê o crime de adulteração de sinal identificador de veículo automotor. O que se
entende por veículo automotor?
R.: O conceito é extraído do CTB: “todo veículo a motor de propulsão que circule por seus próprios
meios, e que serve normalmente para o transporte viário de pessoas e coisas, ou para a tração viária de
veículos utilizados para o transporte de pessoas e coisas.”
Nesse sentido, estão EXCLUÍDOS do conceito e, portanto, o tipo penal em apreço:
✓ Veículos de tração humana ou propulsão animal
✓ Reboque o Semirreboque
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próprios meios. Precisam ser “puxados” por um veículo automotor. STJ. 6ª Turma.
RHC 98058-MG, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 24/09/2019 (Info 657).
• Crime próprio - o funcionário público presta auxílio àquele que adulterou ou remarcou o número do
chassi ou outro sinal identificador do veículo.
• Crime de forma vinculada - a contribuição prestada pelo funcionário público ocorre por meio do
fornecimento indevido de material ou informação oficial que é necessário para o licenciamento ou
registro do veículo remarcado ou adulterado.
• Elemento subjetivo - o agente público deve ter ciência de que o veículo teve sinais identificadores
adulterados ou remarcados, bem como que a informação ou material fornecido é útil para o
respectivo licenciamento ou registro.
• Consumação - o crime estará consumado com o simples fornecimento indevido pelo agente,
independentemente de registro ou licença do órgão de trânsito (delito formal).
CAPÍTULO V
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A doutrina faz forte crítica em relação à inserção do presente capítulo dentro de crimes contra a fé
pública, entendendo, boa parte dos autores, que deveria ter sido inserido no título “dos crimes contra a
administração pública, por tutelar, na verdade, a credibilidade (lisura, transparência, legalidade, moralidade,
isonomia e segurança) dos certames de interesse público.
Trata-se de crime comum, podendo praticá-lo qualquer pessoa que participa do certame, seja como
candidato, seja como integrante, direto ou indireto, da estrutura organizadora.
Segundo Rogério Sanches, é punida a conduta de quem utiliza (emprega, aplica) ou divulga (efeito
de tornar público, propagar), indevidamente (sem justo motivo), com o fim de beneficiar a si ou a outrem,
ou de comprometer a credibilidade do certame, conteúdo sigiloso (abrangendo não apenas as perguntas e
respostas, mas também outros dados secretos que, se utilizados indevidamente, geram desigualdade na
disputa) de:
a. Concurso público (instrumento de acesso a cargos e empregos públicos);
b. Avaliação ou exame públicos (qualquer espécie de avaliação do conhecimento promovida pela
Administração Pública ou entidade conveniada, abrangendo, por exemplo, o exame escrito no
processo de habilitação de motorista);
c. Processo seletivo para ingresso no ensino superior (englobando vestibulares e demais formas de
avaliação seletiva para ingresso no ensino superior, como, por exemplo, a prova do ENEM);
d. Exame ou processo seletivo previstos em lei (compreendendo, por. exemplo, o exame da OAB,
previsto na Lei 8.906/94).
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concorrido de algum modo para a sua prática. Também não incorre neste crime quem propala por ouvir
dizer, sem que tenha contribuído de alguma forma para o seu vazamento.
Abrangência: qualquer dado sigiloso que, caso utilizados indevidamente, gera desigualdade na
disputa (ex.: número de questões e matérias que serão cobradas, nomes de examinadores etc), não apenas
as perguntas e respostas.
No então, estão excluídas do campo de incidência do tipo as avaliações ordinárias de desempenho
dos alunos e demais provas periódicas em instituições de ensino, ainda que públicas.
Dizer direito - Divulgação antecipada do resultado do concurso para poucas pessoas: “Se o Presidente da
Comissão, antes da publicação do resultado no Diário Oficial, divulga a classificação final do certame e a
relação de aprovados para outras pessoas, comete ele o crime do art. 311-A do CP? Penso que não. Em
primeiro lugar, porque com o encerramento da fase de correção das provas e a remessa do resultado, pela
Instituição organizadora ao órgão contratante, não há mais sigilo dessa informação. A publicação no Diário
Oficial é tão somente uma formalidade destinada a garantir a ampla publicidade, mas que não tem o condão
de fazer com que, antes de sua efetivação, as informações sejam tidas como sigilosas pelo simples fato de
não terem sido veiculadas na Imprensa Oficial. Ademais, como um segundo aspecto a ser considerado, deve-
se mencionar que faltaria ao agente o elemento subjetivo especial considerando que ele não agiu com o fim
de beneficiar a si ou a outrem, ou de comprometer a credibilidade do certame”.
Antes da Lei 12.550 de 2011, que incluiu o presente capítulo no Código Penal, a "cola eletrônica"
(utilização de aparelho transmissor e receptor em prova), uma das formas mais corriqueiras de fraudar os
certames de interesse público, era considerada atípica pelos Tribunais Superiores, vez que a conduta
embora fosse próxima de estelionato, não preenchia todos os elementos do tipo, de modo que, em face do
princípio da reserva legal e da proibição de aplicação da analogia in malam partem, não poderia ser punido
o agente.
Embora haja divergência, a doutrina majoritária entende que, com o artigo em questão, o problema
está plenamente sanado, vez que é impossível obter as respostas às perguntas se estas não forem divulgadas
a terceiros, que não fazem parte do certame, em momento inadequado. A cola “tradicional” também está
inclusa aqui.
§1o Nas mesmas penas incorre quem permite ou facilita, por qualquer meio, o
acesso de pessoas não autorizadas às informações mencionadas no caput.
§ 2o Se da ação ou omissão resulta dano à administração pública:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.
§ 3o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o fato é cometido por funcionário
público. Nesse caso, porém, apesar do silêncio da lei, não basta ser servidor
público, mas deve o agente valer-se da sua condição profissional, o que não
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significa dizer que o conteúdo sigiloso do certame deva estar entre as suas
atribuições.
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Para tipificar o crime do art. 291 do CP, basta que o agente detenha a posse de
petrechos destinados à falsificação de moeda, sendo prescindível que o
maquinário seja de uso exclusivo para esse fim
O art. 291 do Código Penal tipifica, entre outras condutas, a posse ou guarda de
maquinismo, aparelho, instrumento ou qualquer objeto especialmente destinado
à falsificação de moeda. A expressão “especialmente destinado” não diz respeito a
uma característica intrínseca ou inerente do objeto. Se assim fosse, só o maquinário
exclusivamente voltado para a fabricação ou falsificação de moedas
consubstanciaria o crime, o que implicaria a absoluta inviabilidade de sua
consumação (crime impossível), pois nem mesmo o maquinário e insumos
utilizados pela Casa de Moeda são direcionados exclusivamente para a fabricação
de moeda. A dicção legal está relacionada ao uso que o agente pretende dar ao
objeto, ou seja, a consumação depende da análise do elemento subjetivo do tipo
(dolo), de modo que, se o agente detém a posse de impressora, ainda que
manufaturada visando ao uso doméstico, mas com o propósito de a utilizar
precipuamente para contrafação de moeda, incorre no referido crime. STJ. 6ª
Turma. REsp 1758958-SP, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 11/09/2018
(Info 633).
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particular (art. 298 do CP). STJ. 6ª Turma. REsp 1578479-SC, Rel. Min. Maria Thereza
de Assis Moura, Rel. para acórdão Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 2/8/2016
(Info 591).
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É possível a condenação pelo crime de uso de documento falso (art. 304 do CP) com
fundamento em documentos e testemunhos constantes do processo,
acompanhados da confissão do acusado, sendo desnecessária a prova pericial para
a comprovação da materialidade do crime, especialmente se a defesa não
requereu, no momento oportuno, a realização do referido exame. O crime de uso
de documento falso se consuma com a simples utilização de documento
comprovadamente falso, dada a sua natureza de delito formal. STJ. 5ª Turma. HC
307586-SE, Rel. Min. Walter de Almeida Guilherme (Desembargador convocado do
TJ/SP), julgado em 25/11/2014 (Info 553).
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Moeda falsa e aplicação das agravantes do art. 61, II, “e” e “h” do CP
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
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QUESTÕES PROPOSTAS
A-O elemento “devia constar” é elemento normativo do tipo, que pode converter-se em lei penal em branco
se o dever for legal.
B-Não é possível a configuração do delito na modalidade crime omissivo.
C-Na inserção indireta, a terceira pessoa deve ter conhecimento de que confecciona o documento de
maneira falsa.
D-No caso de concurso de pessoas, é possível que um agente responda por inserir e, outro, por fazer inserir.
E-O delito é despido de especial de agir, bastando a declaração de conteúdo falso.
A-descaminho.
B-uso de documento falso.
C-supressão de documento.
D-roubo simples.
E-contrabando.
3 - 2021 - CESPE / CEBRASPE - Polícia Federal - CESPE / CEBRASPE - 2021 - Polícia Federal - Delegado de
Polícia Federal
Com relação aos crimes contra a fé pública, julgue o item que se segue.
O indivíduo foragido do sistema carcerário que utiliza carteira de identidade falsa perante a autoridade
policial para evitar ser preso pratica o crime de falsa identidade.
Certo
Errado
4 - 2021 - CESPE / CEBRASPE - Polícia Federal - CESPE / CEBRASPE - 2021 - Polícia Federal - Delegado de
Polícia Federal
Com relação aos crimes contra a fé pública, julgue o item que se segue.
O crime de moeda falsa é incompatível com o instituto do arrependimento posterior.
Certo
Errado
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5 - 2021 - CESPE / CEBRASPE - Polícia Federal - CESPE / CEBRASPE - 2021 - Polícia Federal - Delegado de
Polícia Federal
No que concerne aos crimes previstos na parte especial do Código Penal, julgue o item subsequente.
Em se tratando do crime de falsidade ideológica, o prazo prescricional se reinicia com a eventual reiteração
de seus efeitos.
Certo
Errado
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d)Aquele que dolosamente retém documento de identidade de terceira pessoa responde pelo delito de
supressão de documento.
e)No crime de Falsa Identidade, o agente não apresenta nenhum documento de identidade para se
identificar.
Os livros comerciais, os títulos ao portador e os transmissíveis por endosso equiparam-se, para fins penais, a
documento público, sendo a sua falsificação tipificada como crime.
( ) Certo ( ) Errado
I. Larapius foi preso em flagrante pela prática de um crime de roubo. Ao ser apresentado na Delegacia de
Polícia para ser autuado, atribui-se identidade falsa. Nessa hipótese, de acordo com o entendimento do
Superior Tribunal de justiça, estará cometendo o crime de falsa identidade.
II. Isolda, ao chegar no edifício aonde reside, chamou de “Matusalém” o porteiro Agostinho, 72 anos de idade,
porque ele demorou para abrir o portão. Isolda praticou o crime de injúria qualificada, art. 140, parágrafo 3º
do Código Penal e agravada pelo fato de ter sido praticada contra idoso.
III. Padarício, visando obter vantagem econômica para si, adulterou a balança de pesagem de produtos de
sua padaria. Alguns meses depois, fiscais estiveram no estabelecimento comercial e constataram a fraude.
Nesse caso, o Delegado de Polícia deverá indiciar Padarício pelo crime de estelionato.
IV. Na farmácia de Malaquias, durante fiscalização, foi constatado que havia medicamentos em depósito,
para venda, de procedência ignorada. Nesse caso, Malaquias poderia ser enquadrado em crime contra a
saúde pública, porém de acordo com o Superior Tribunal de Justiça, a pena prevista para esse crime, reclusão
de dez a quinze anos e multa, seria desproporcional e, portanto, não poderia ser aplicada.
a)Apenas I.
b)Apenas II.
c)Apenas I e IV.
d)Apenas I, II e III.
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a)resta caracterizado quando uma pessoa adultera um atestado verdadeiro, a fim de ampliar seus dias de
afastamento do trabalho.
b)exige, em sua forma simples, especial fim de agir
c)além de exigir uma falsidade material, é classificado como crime comum.
d)é uma forma de falsidade ideológica, tipificado de forma autônoma devido à especialidade.
e)está arrolado entre os crimes contra a saúde pública.
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a)Para caracterização do crime de uso de documento falso, é necessário que o documento falso seja
efetivamente utilizado em sua destinação específica.
b)A falsidade é material quando o vício incide sobre o aspecto físico do documento, a sua forma.
c)O crime de moeda falsa não prevê qualquer modalidade culposa.
d)No crime de falsificação de documento público, se o agente é funcionário público e se prevalece do cargo
para cometê-lo, sua pena será aumentada em um sexto.
e)A denominada “cola eletrônica” consistente na utilização de conteúdo sigiloso em certames de interesse
público não pode ser considerada crime.
A falsa atribuição de identidade só é caracterizada como delito de falsa identidade se feita oralmente, com o
poder de ludibriar; quando formulada por escrito, constitui crime de falsificação de documento público.
( ) Certo ( ) Errado
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A falsa atribuição de identidade só é caracterizada como delito de falsa identidade se feita oralmente, com o
poder de ludibriar; quando formulada por escrito, constitui crime de falsificação de documento público.
( ) Certo ( ) Errado
a)Na conduta de fazer inserir, mesmo que o funcionário público tenha conhecimento da inverdade declarada,
este não responde pelo crime.
b)Trata-se de um crime material, estando o crime consumado no momento em que a falsidade produz
prejuízo a terceiro.
c)Promover a inscrição de nascimento inexistente aumenta a pena da sexta parte nos moldes do Parágrafo
Único do Art. 299 do Código Penal, por se tratar de assento de registro civil.
d)No crime de falsidade ideológica de documento público, as condutas de omitir ou inserir demandam a
participação de funcionário público na condição de sujeito ativo.
e)Se o sujeito ativo for funcionário público, a pena é aumentada da sexta parte, mesmo que este não se tenha
prevalecido de seu cargo.
I. Houve o crime de falsidade ideológica praticado por Túlio, mas que restará absorvido pelo princípio da
especialidade.
II. Trata-se de crime próprio, sendo coautores Joana e Paulo, primos de Túlio.
III. A anulação do casamento de Túlio com Claudia pelo motivo da bigamia, tornaria inexistente o crime de
bigamia.
IV. O objeto material desse crime é Claudia.
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a)Rildo, desempregado, tencionando trabalhar como motorista, após obter um espelho de Carteira Nacional
de Habilitação não preenchido, embora verdadeiro, nele consigna seus dados pessoais e imprime sua foto,
passando-se por pessoa habilitada para conduzir veículo automotor, sem de fato o ser.
b)Aderbal, de forma fraudulenta, consigna, na Carteira de Trabalho e Previdência Social de um empregado
de sua empresa, salário inferior ao efetivamente recebido por ele, visando a reduzir seus gastos para como
INSS.
c)Magnólia, com intenção de integrar à sua família o filho de outrem, registra a criança em seu nome, como
se sua mãe fosse, valendo-se, para tanto, da desatenção do funcionário do Cartório de Registro Civil das
Pessoas Naturais, que deixa de exigir a documentação pertinente ao ato.
d)Tibúrcio, funcionário público do instituto responsável por manter atualizados os registros de antecedentes
criminais em determinado Estado-Membro, aproveitando-se de sua atribuição funcional, entra com sua
senha no sistema informatizado do órgão e inclui, fraudulentamente, na folha de antecedentes de seu
vizinho, crime por ele não praticado, em vingança por conta de uma rixa antiga.
e)A fim de auxiliar uma amiga a contratar financiamento para aquisição de eletrodomésticos, Alberico, sócio-
gerente em uma empresa têxtil, valendo-se de sua posição, assina declaração afirmando que tal pessoa
trabalha de forma remunerada naquele estabelecimento empresarial, o que não condiz coma realidade.
Respostas3
3
1: A 2: A 3: E 4: C 5: E 6: B 7: E 8: C 9: C 10: D 11: B 12: A 13: E 14: C 15: D 16: E 17: E 18: D 19: C 20: E
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META 2
CF/88:
⦁ Art. 5º, XLII, XLIII e XLIV
⦁ Art. 5º, LVII
⦁ Art. 5º, LXII
⦁ Art. 5º, LXVI
CPP:
⦁ Art. 282 e 283
⦁ Art. 310 a 320
⦁ Art. 321 a 350
Lei de Drogas:
⦁ Art. 60 e 60-A
⦁ Art. 62, caput e §1-B
⦁ Art. 63, I, II e §1º
⦁ Art. 63-A e 63-B
Outros Dispositivos:
⦁ Art. 69, §único, Lei 9099/95
⦁ Art. 24-A, Lei 13.340/06
⦁ Art. 79, CDC
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1. LIBERDADE PROVISÓRIA
a) Previsão Legal:
Art. 5º, LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir
a liberdade provisória, com ou sem fiança;
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b) Conceito:
Segundo Noberto Avena, “a liberdade provisória consiste no instituto por meio do qual, em
determinadas situações, concede-se ao indivíduo o direito de aguardar em liberdade o final do processo”.
Nesse sentido, pode-se conceituar a liberdade provisória como sendo uma medida de contracautela
concedida ao acusado diante de uma prisão em flagrante, desde que preenchidos determinados
pressupostos, sujeitando o indivíduo ao comparecimento aos demais atos do processo e/ou medidas
cautelares pessoais diversas da prisão, cujo descumprimento poderá ensejar a prisão preventiva.
Em relação ao tema, devemos fazer algumas considerações pertinentes (sobretudo para provas
discursivas):
Consideração 1:
Sempre se entendeu (e grande parte da doutrina ainda entende) que a liberdade provisória estaria
vinculada a um título flagrancial. Tanto é que o artigo 310 do CPP permite três possibilidades ao juiz quando
se depara com uma situação flagrancial:
i. Relaxamento da prisão, quando for ilegal;
ii. Conversão da prisão em flagrante em preventiva, quando presentes os requisitos e pressupostos
dos artigos 312 e 313 do CPP, sendo necessária a representação da autoridade policial ou
requerimento do Ministério Público;
iii. Concessão da liberdade provisória com ou sem fiança (ou qualquer outra tutela cautelar), quando
ausentes os requisitos da prisão preventiva.
Isso significa que a liberdade provisória com natureza jurídica de contracautela só caberia em face
de prisão em flagrante, jamais em face de uma preventiva. Assim, caso o juiz vislumbrasse a possibilidade de
substituir a prisão preventiva por medidas cautelares pessoais diversas da prisão, em razão da ausência de
fundamentos para manutenção da preventiva, não deverá ser chamada de “liberdade provisória”,
justamente por conta da dicção legal que diz somente caber diante do flagrante.
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No entanto, para uma prova discursiva, é essencial conhecer o que diz outra parte da doutrina,
segundo a qual a liberdade provisória pode ter duas naturezas jurídicas distintas:
• 1ª: natureza jurídica de contracautela - quando relacionado à prisão em flagrante, tendo em vista que
traduz o benefício que assegura ao flagrado o direito de responder ao processo em liberdade, nos
termos do art. 310, III, CPP.
• 2ª: natureza jurídica de medida cautelar autônoma - utilizada como instrumento para a imposição de
medidas cautelares diversas da prisão, de modo que se considera em liberdade provisória o indivíduo
enquanto cumprir tais medidas, mesmo que, por ocasião da respectiva aplicação, não tivesse sido
preso em flagrante.
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Em síntese, por força das mudanças produzidas no CPP pela Lei nº 12.403/11, a
liberdade provisória deixa de ser tratada apenas como medida de contracautela,
substitutiva apenas da prisão em flagrante, e passa a ser dotada também de feição
cautelar, desempenhando o mesmo papel que é atribuído à prisão cautelar, porém
com menor grau de sacrifício da liberdade de locomoção do agente. Sua aplicação
pode se dar de duas formas:
a) poderá o juiz tanto condicionar a manutenção da liberdade do acusado ao
cumprimento de uma das medidas elencadas no art. 319, sob pena de decretar a
prisão preventiva, quer originalmente (art. 311/c/c art. 312), quer como sanção
processual, justificada pela verificada insuficiência da medida menos gravosa para
proteção do interesse ameaçado, decorrente do descumprimento da providência
cautelar alternativa (CPP, art. 282, § 4º);
b) poderá o juiz substituir a situação de prisão em flagrante, ou mesmo a prisão
preventiva ou temporária, por uma das medidas menos gravosas arroladas no art.
319, que funcionarão como alternativas para obviar a providência extrema,
somente justificada ante a constatação de que essa medida seja igualmente eficaz
e idônea para alcançar os mesmos fins, porém com menor custo para a esfera de
liberdade do indivíduo”.
Consideração 2:
Liberdade Provisória é direito fundamental. Ou seja: consiste num direito subjetivo e, portanto, se
não forem verificados os pressupostos da prisão preventiva ou temporária, o juiz ou delegado de polícia têm
que conceder a liberdade provisória.
Consideração 3:
A liberdade provisória poderá ou não estar vinculada ao cumprimento de condições. Uma vez
deferida, nada impede que venha a ser revogada, por exemplo, pelo não cumprimento das condições
estabelecidas.
No caso de descumprimento das obrigações impostas, conforme previsão legal, cabe ao juiz decidir
sobre a imposição de outras medidas cautelares ou, se for o caso, a decretação da prisão preventiva.
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3. Quanto à fiança:
3.1. Liberdade provisória sem fiança (CPP, art. 310, § único, e art. 350);
3.2. Liberdade provisória com fiança (CPP, art. 322 a art. 349).
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A liberdade provisória consiste num direito incondicional do acusado, não lhe podendo ser negado
em hipótese alguma.
Antes das alterações produzidas pela Lei nº 12.403/11, a primeira espécie de liberdade provisória
obrigatória era aquela em que o preso se livrava solto (redação pretérita do art. 321 do CPP).
Atualmente, parte da doutrina aponta algumas hipóteses previstas no ordenamento jurídico que
configuram a liberdade obrigatória. Vejamos algumas:
1) Infração de menor potencial ofensivo, mediante termo de comparecimento (art. 69, §único, Lei
9.099/95)
Art. 69. A autoridade policial que tomar conhecimento da ocorrência lavrará termo
circunstanciado e o encaminhará imediatamente ao Juizado, com o autor do fato e
a vítima, providenciando-se as requisições dos exames periciais necessários.
2) Porte de drogas para consumo (art. 28 c/c art. 48, §2º, Lei 11.343/06)
Art. 48. § 2º Tratando-se da conduta prevista no art. 28 desta Lei, não se imporá
prisão em flagrante, devendo o autor do fato ser imediatamente encaminhado ao
juízo competente ou, na falta deste, assumir o compromisso de a ele comparecer,
lavrando-se termo circunstanciado e providenciando-se as requisições dos exames
e perícias necessários.
3) Infrações cometidas na condução de veículo automotor mediante socorro a vítima (art. 301,
Lei 9.503/97)
Art. 301. Ao condutor de veículo, nos casos de acidentes de trânsito de que resulte
vítima, não se imporá a prisão em flagrante, nem se exigirá fiança, se prestar
pronto e integral socorro àquela.
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Ocorre nas hipóteses em que, apesar de regulares a prisão em flagrante e a lavratura do respectivo
auto, o magistrado constata ser possível conceder ao flagrado o direito de responder ao processo em
liberdade.
Esta liberdade, nos casos previstos, poderá estar condicionada ao cumprimento de obrigações
processuais impostas por lei. Ainda, poderá o juiz, conforme a hipótese, impor a prestação de fiança e de
outras medidas cautelares diversas da prisão.
A presença destas condicionantes situa a liberdade provisória no âmbito das chamadas liberdades
provisórias vinculadas (que estudaremos adiante).
Para Noberto Avena, “apesar da nomenclatura utilizada nesta classificação (liberdade permitida),
não significa que seja a sua concessão uma mera faculdade do juiz. A permissividade, pois, refere-se à
possibilidade que assiste ao magistrado para decidir, a partir do seu livre convencimento e com a devida
motivação, sobre a presença dos requisitos legais que autorizam a concessão da benesse [ou seja, se houve
ou não a situação que ensejaria a liberdade provisória]. Todavia, encontrando-se eles presentes, o
deferimento da liberdade provisória se impõe, não havendo discricionariedade judicial em concedê-la ou não
nesta hipótese.”
Inúmeras leis em abstrato vedam a liberdade provisória, ora com e sem fiança, ora apenas com
fiança. Vejamos:
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A ação de grupos armados contra A ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem
a ordem constitucional e o Estado constitucional e o Estado Democrático, com moldura na Lei nº
Democrático 7.170/83, que define os crimes contra a segurança nacional, a
ordem política e social, constitui crime inafiançável e imprescritível
(CF, art. 5º, XLIV, c/c art. 323, III, do CPP).
Crimes hediondos e equiparados O art. 2º, inciso II, da Lei nº 8.072/90, em sua redação original,
vedava a concessão de liberdade provisória, com ou sem fiança, aos
crimes hediondos e equiparados. Posteriormente, a lei dos crimes
hediondos foi alterada pela Lei nº 11.464/07, passando a vedar tão
somente a concessão de liberdade provisória com fiança (art. 2º,
inciso II, da Lei nº 8.072/90).
Tortura O art. 1º, § 6º, da Lei nº 9.455/97, veda a concessão de liberdade
provisória com fiança ao crime de tortura.
Lavagem de capitais O art. 3º da Lei nº 9.613/98, em sua redação original, vedava a
concessão de liberdade provisória com e sem fiança aos crimes de
lavagem de capitais. Ocorre que a Lei nº 12.683/12 revogou o art.
3º da Lei nº 9.13/98. Logo, referido delito passa a admitir, em tese,
a concessão de liberdade provisória, com ou sem fiança, cumulada
ou não com as medidas cautelares diversas da prisão (v.g.,
suspensão do exercício de atividade de natureza econômica ou
financeira)
Crimes do Estatuto do Os arts. 14, parágrafo único, art. 15, parágrafo único, e art. 21, todos
Desarmamento da Lei nº 10.826/03, vedavam a concessão de liberdade provisória
em relação a certos crimes previstos no Estatuto do Desarmamento.
Crimes da Lei de Drogas O art. 44, caput, da Lei nº 11.343/06 veda a concessão de liberdade
provisória, com ou sem fiança, aos crimes previstos nos arts. 33,
caput, e § 1º, e 34 a 37 da referida lei.
Reincidente ou membro de Pacote Anticrime (Lei 13.964/19): Art. 310. [...] § 2º Se o juiz verificar
organização criminosa armada ou que o agente é reincidente ou que integra organização criminosa
milícia ou aquele que porta arma armada ou milícia, ou que porta arma de fogo de uso restrito, deverá
de fogo de uso restrito (Lei denegar a liberdade provisória, com ou sem medidas cautelares.
13.964/19)
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Habeas corpus. 2. Paciente preso em flagrante por infração ao art. 33, caput, c/c
40, III, da Lei 11.343/2006. 3. Liberdade provisória. Vedação expressa (Lei n.
11.343/2006, art. 44). 4. Constrição cautelar mantida somente com base na
proibição legal. 5. Necessidade de análise dos requisitos do art. 312 do CPP.
Fundamentação inidônea. 6. Ordem concedida, parcialmente, nos termos da
liminar anteriormente deferida. (HC 104339, Relator(a): Min. GILMAR MENDES,
Tribunal Pleno, julgado em 10/05/2012, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-239 DIVULG
05-12-2012 PUBLIC 06-12-2012)
Logo, toda a restrição à liberdade deve desempenhar um papel cautelar e provisório. Veja algumas
decisões do STF nesse sentido:
➢ Liberdade provisória e tráfico de drogas: É inconstitucional o art. 44 da Lei 11.343/06 na parte em que
proíbe a liberdade provisória para os crimes de tráfico de drogas. Assim, é permitida a liberdade
provisória para o tráfico de drogas, desde que ausentes os requisitos do art. 312 do CPP.
Para o STF, regra prevista no art. 44 da Lei de Drogas é incompatível com inúmeros princípios
constitucionais, como o princípio da presunção de inocência e do devido processo legal. Segundo o Min.
Gilmar Mendes, o empecilho apriorístico de concessão de liberdade provisória estabelecido pela Lei é
incompatível com estes postulados.
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A decisão foi reafirmada pelo Plenário Virtual do STF no RE 1038925, de 2017, com
repercussão geral reconhecida: É inconstitucional a expressão e liberdade
provisória, constante do caput do artigo 44 da Lei 11.343/2006. STF. Plenário. RE
1038925 RG, Rel. Gilmar Mendes, julgado em 18/08/2017 (repercussão geral –
Tema 959)
➢ Liberdade provisória e Lei de Crimes Hediondos: O fato em si da inafiançabilidade dos crimes hediondos
e dos que lhe sejam equiparados não tem a antecipada força de impedir a concessão judicial da
liberdade provisória, à luz do princípio tácito ou implícito da individualização da prisão (não somente da
pena), que deve ser sopesado pelo juiz.
A inafiançabilidade da prisão, mesmo em flagrante (inciso XLIII do art. 5.º da CF), quer apenas
significar que a lei infraconstitucional não pode prever como condição suficiente para a concessão da
liberdade provisória o mero pagamento de uma fiança. A prisão em flagrante não pré-exclui o benefício da
liberdade provisória, mas, tão só, a fiança como ferramenta da sua obtenção. A inafiançabilidade de um crime
não implica, necessariamente, vedação do benefício à liberdade provisória, mas apenas sua obtenção pelo
simples dispêndio de recursos financeiros ou bens materiais. Tudo vai depender da concreta aferição judicial
da periculosidade do agente, atento o juiz aos vetores do art. 312 do Código de Processo Penal.
Assim, de acordo com a jurisprudência e a doutrina majoritária, o fato de determinados crimes serem
INAFIANÇÁVEIS, não significa que a eles é VEDADA a liberdade provisória. O que é vedado é a liberdade
provisória COM FIANÇA, porém, a LIBERDADE PROVISÓRIA SEM FIANÇA continua sendo PERMITIDA (veremos
mais adianta a liberdade provisória com fiança e sem fiança).
O §2º do Art. 310 do CPP traz vedação absoluta à liberdade provisória quando o agente for
reincidente ou integrante de organização criminosa armada ou milícia, ou portar arma de fogo de uso
restrito. Trata-se de dispositivo de suposta inconstitucionalidade, que certamente será objeto de discussão
no âmbito do STF.
Vejamos, então, em quais hipóteses se impõe ao juiz das garantias essa suposta obrigação de denegar
a liberdade provisória:
a) Agente reincidente:
Observado o lapso temporal de 5 (cinco) anos constante do art. 64, I, do CP, reincidente é o agente
que comete novo crime, depois de transitar em julgado a sentença que, no País ou no estrangeiro, o tenha
condenado por crime anterior (CP, art. 63).
De acordo com a súmula 636 do STJ, “a folha de antecedentes criminais é documento suficiente a
comprovar os maus antecedentes e a reincidência”.
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Note ainda que, aqui, o legislador não faz diferença, de modo que qualquer reincidência – seja
genérica ou específica – seria suficiente para afastar a concessão da liberdade provisória.
Cuidado com a pegadinha! A norma proíbe a liberdade provisória em relação à arma de fogo de
uso RESTRITO! Não fala em arma de fogo de USO PROIBIDO (hipótese, por sua vez, que configura crime
hediondo).
Para a doutrina, tal dispositivo também deverá ser declarado inconstitucional pela jurisprudência,
justamente por se tratar de uma cominação abstrata da vedação à liberdade provisória, conforme
amplamente explicado no tópico anterior. Nas palavras do professor Renato Brasileiro:
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“Por tais motivos, somos levados a acreditar que, por ocasião da realização da
audiência de custódia, ao juiz das garantias não será dado vedar a liberdade
provisória do reincidente, do integrante de organização criminosa armada ou
milícia, ou que porta arma de fogo de uso restrito, por meio de mera referência em
abstrato ao art. 310, §2º, do CPP. Pelo contrário. Se o magistrado concluir que a
prisão preventiva do flagranteado revela-se necessária, a ele se impõe o dever de
fundamentar, com especial atenção às novas regras do art. 315, §2º, do CPP, a
necessidade da segregação cautelar, apontando a imprescindibilidade da medida
extrema com amparo em fatos existentes nos autos. (...)
Nesta espécie de liberdade provisória, o acusado é posto em liberdade, porém fica vinculado a certos
deveres processuais. A depender do caso, pode ser concedida com ou sem fiança. Vejamos as hipóteses de
liberdade provisória com vinculação:
Art. 350. Nos casos em que couber fiança, o juiz, verificando a situação econômica
do preso, poderá conceder-lhe liberdade provisória, sujeitando-o às obrigações
constantes dos arts. 327 e 328 deste Código e a outras medidas cautelares, se for o
caso.
Nesse caso, temos um crime afiançável, porém, por se tratar de acusado pobre, o juiz concede a ele
liberdade provisória sem fiança, sujeitando-o ao cumprimento de determinadas obrigações:
• Comparecer perante a autoridade, todas as vezes que for intimado para atos do inquérito e da
instrução criminal e para o julgamento;
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• O acusado afiançado não poderá, sob pena de quebramento da fiança, mudar de residência, sem
prévia permissão da autoridade processante;
• O acusado afiançado não poderá ausentar-se por mais de 8 (oito) dias de sua residência, sem
comunicar àquela autoridade o lugar onde será encontrado.
b) Liberdade provisória com fiança: o acusado fica sujeito, além das obrigações acima referidas, a outras
previstas nos artigos 327 e 328 do CPP.
Art. 327. A fiança tomada por termo obrigará o afiançado a comparecer perante a
autoridade, todas as vezes que for intimado para atos do inquérito e da instrução
criminal e para o julgamento. Quando o réu não comparecer, a fiança será havida
como quebrada.
Art. 328. O réu afiançado não poderá, sob pena de quebramento da fiança, mudar
de residência, sem prévia permissão da autoridade processante, ou ausentar-se por
mais de 8 (oito) dias de sua residência, sem comunicar àquela autoridade o lugar
onde será encontrado.
Diferentemente do que dispõe o art. 321 do CPP, o art. 310, parágrafo único não prevê a
possibilidade de serem impostas medidas cautelares diversas da prisão, nos quais se inclui a fiança (art. 319,
VIII).
Dessa forma, se o agente tiver praticado o crime acobertado por uma das excludentes de ilicitude,
deve ser concedida sua liberdade provisória, vinculada somente à condição de que compareça a todos os
atos processuais, sob pena de revogação.
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A expressão “livrar-se” solto refere-se à modalidade de prisão que não tem força para segurar o
indiciado no cárcere (em caso de prisão em flagrante), por se tratar de uma infração penal de pouca
importância.
Nesse sentido, após a lavratura do auto de prisão em flagrante, o delegado de polícia deveria
determinar a soltura do indiciado, sem necessidade de se recorrer ao juiz e sem qualquer dever processual.
Em outras palavras: tratava-se de uma espécie de liberdade provisória obrigatória e sem vinculação.
As hipóteses desta espécie de liberdade provisória eram previstas na antiga redação do art. 321 do
CPP, no entanto, com a reforma promovida em 2011, os incisos do art. 321 foram expressamente revogados,
motivo pelo qual tal espécie de liberdade provisória não mais subsiste no ordenamento jurídico.
Art. 309. Se o réu se livrar solto, deverá ser posto em liberdade, depois de lavrado
o auto de prisão em flagrante.
Art. 321. Ressalvado o disposto no art. 323, III e IV, o réu livrar-se-á solto,
independentemente de fiança: [REVOGADO]
I - no caso de infração, a que não for, isolada, cumulativa ou alternativamente,
cominada pena privativa de liberdade;
II - quando o máximo da pena privativa de liberdade, isolada, cumulativa ou
alternativamente cominada, não exceder a três meses.
Será possível conceder a liberdade provisória sem fiança nas seguintes hipóteses:
Se o agente tiver praticado o crime acobertado por uma das excludentes de ilicitude, deve ser
concedida sua liberdade provisória sem necessidade de arbitrar fiança. Nesse caso, a concessão da liberdade
provisória não exige certeza, bastando a existência de indícios suficientes dos requisitos da justificante.
Por meio de interpretação extensiva, também há de se admitir a concessão dessa liberdade
provisória nas hipóteses de exclusão da ilicitude previstas na Parte Especial do Código Penal (v.g., art. 128,
incisos I e II; art. 142, incisos I, II e III; art. 146, § 3º, incisos I e II; art. 150, § 3º, incisos I e II, etc.) ou na
Legislação Especial. E parcela da doutrina ainda estende tal possibilidade para as causas excludentes de
culpabilidade e punibilidade.
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Ressalta-se que a liberdade provisória em razão das causas justificantes somente poderá ser
concedida pelo juiz, de ofício ou por provocação, exigindo-se oitiva prévia do MP.
b) Liberdade provisória sem fiança por motivo de pobreza (art. 350, CPP)
Art. 350. Nos casos em que couber fiança, o juiz, verificando a situação econômica
do preso, poderá conceder-lhe liberdade provisória, sujeitando-o às obrigações
constantes dos arts. 327 e 328 deste Código e a outras medidas cautelares, se for o
caso.
Parágrafo único. Se o beneficiado descumprir, sem motivo justo, qualquer das
obrigações ou medidas impostas, aplicar-se-á o disposto no § 4o do art. 282 deste
Código.
Malgrado o art. 350, CPP, preconiza que a liberdade provisória sem fiança só possa ser fixada pelo
juiz, parcela da doutrina entende que esse dispositivo seria inconstitucional, pois violaria o princípio da
isonomia e o princípio pro homine (no entanto, para uma prova objetiva, deve-se seguir a letra fria da lei!).
Atenção a jurisprudência:
c) Crimes inafiançáveis
Embora os crimes inafiançáveis não admitam a concessão da liberdade provisória com fiança, a
jurisprudência e doutrina majoritária entendem ser possível, diante do caso concreto, admitir a liberdade
provisória sem fiança.
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Crítica: A liberdade provisória com proibição de fiança é fruto de delírio legislativo, fundamentado
na CF, que previu a inafiançabilidade de vários crimes. Trata-se de incoerência da própria CF, pois
aparentemente ela desejava vedar a colocação do acusado em liberdade, todavia ela mesma prevê que
ninguém pode ser preso sem ordem escrita e fundamentada da autoridade competente. Ademais, permitir
a liberdade provisória sem fiança apenas para alguns crimes considerados de maior gravidade, faz com que
eles tenham tratamento mais brando do que os demais delitos (menos graves), já que para estes pode ser
imposta a liberdade com fiança.
1.3.2 Liberdade Provisória com Fiança (arts. 322 a art 349, CPP)
Cabível após a prisão em flagrante, quando inadequada ou incabível a preventiva, com a imposição
de qualquer outra medida que o juiz julgar necessária, por ele entender ser desnecessária a fiança. (ex.:
crimes de tráfico).
ATENÇÃO: Como o objetivo da lei foi revitalizar a fiança, o juiz concede a liberdade provisória com
ou sem fiança, mas se for dar sem fiança, que aplique uma das medidas cautelares diversas da prisão.
Diante de tais classificações, podemos chegar às seguintes hipóteses sobre a Liberdade Provisória:
(1) Liberdade provisória com vinculação (e com fiança): São os casos onde a liberdade provisória é
concedida com fiança e o acusado fica vinculado a determinadas condições.
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(2) Liberdade provisória com vinculação (e sem fiança): São os casos onde a liberdade provisória é
concedida sem fiança, mas o acusado fica vinculado a comparecer aos atos processuais bem como
outras medidas cautelares que o juiz entender adequadas, caso em que, descumpridas, poderá ser
decretada a preventiva, com base no descumprimento das cautelares (art. 282, §4º CPP). Ex.: Infrações
de menor potencial ofensivo, desde que o acusado se comprometa a comparecer ao JECRIM (art. 69,
parágrafo único da Lei 9.099/95).
Lei 9.099/95 Art. 69, Parágrafo único. Ao autor do fato que, após a lavratura do
termo, for imediatamente encaminhado ao juizado ou assumir o compromisso de
a ele comparecer, não se imporá prisão em flagrante, nem se exigirá fiança. Em
caso de violência doméstica, o juiz poderá determinar, como medida de cautela,
seu afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a vítima.
(3) Liberdade provisória sem vinculação (e sem fiança): Crimes que não preveem pena privativa de
liberdade isolada, cumulativa ou alternativamente, pois nestes casos, o réu não estará vinculado ao
processo e a ele não poderão ser impostas medidas cautelares diversas da prisão, por conta do art. 283,
§1º do CPP. Era a hipótese em que o réu se “livrava solto”.
Art. 283, § 1o As medidas cautelares previstas neste Título não se aplicam à infração
a que não for isolada, cumulativa ou alternativamente cominada pena privativa de
liberdade.
Renato Brasileiro não concorda com essa hipótese, visto que não há previsão neste sentido. A única
previsão que há é de liberdade provisória sem fiança ou outra medida cautelar é no caso de presença de
excludentes de ilicitude. Para Pacelli isso não é mais hipótese de “liberdade provisória”.
Obs.: Não existe liberdade provisória com fiança e sem vinculação! Isso porque, se o indivíduo afiançado não
comparecer perante a autoridade todas as vezes que for intimado para atos do inquérito e da instrução
criminal e para o julgamento, a fiança será tida como QUEBRADA!
Por força do princípio constitucional da isonomia e do princípio pro homine, a situação econômica do
conduzido pobre não pode funcionar como óbice para fins de concessão de liberdade provisória, sob pena
de criminalização do vulnerável pela sua hipossuficiência socioeconômica. Essa grave circunstância
consagra a desigualdade de tratamento entre o pobre e o não pobre. Aquele, ao revés da liberdade paga,
deverá aguardar encarcerado o provimento judicial, exclusivamente, pelo fator da sua condição vulnerante,
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de acordo com a interpretação puramente literal do art. 325, §1º, inc. I do CPP. Como é cediço no mundo
jurídico, a interpretação gramatical é a mais pedestre para extrair o conteúdo, significado e o alcance da
norma. Simplesmente é um ponto de partida para descobrir a vontade da norma. Dessa forma, muito
embora, o artigo expressamente não franqueie ao Delegado de Polícia a prerrogativa de dispensar a fiança
do conduzido miserável, essa posição não se sustenta consoante uma interpretação sistemática e
prospectiva do diploma processual. Nesse horizonte há força normativa suficiente para viabilizar a dispensa
da fiança concedida pelo Delegado de Polícia. Primeiramente, o dispositivo remete o intérprete ao art. 350
do diploma processual, o qual estabelece a previsão de dispensa da fiança pelo Magistrado. Dessa forma é
perfeitamente viável a utilização de analogia para estender a possibilidade de concessão de posição jurídica
da vantagem ao indiciado pobre pelo Delegado. O art. 3° do CPP assevera que a lei processual penal admitirá
a aplicação da analogia. Ainda que não fosse a analogia a melhor técnica, com a reforma pela Lei nº 12.403/11
a atribuição para se arbitrar fiança está disposta no art. 322 do CPP, que faz alusão ao Delegado de Polícia e
ao Magistrado, e não o art. 350, do CPP. Esta aparente antinomia é resolvida com a leitura do art. 350 do CPP
como a sede legal da forma ou instrumento vinculante da liberdade provisória, quando faz alusão aos arts.
327 e 328, ambos do CPP, qual seja a assunção do compromisso de comparecer aos atos do inquérito ou
processo. A referência no art. 327 do CPP a "inquérito" e "instrução criminal", denuncia serem seus
presidentes os responsáveis pela decisão da liberdade provisória por dispensa e vinculada, respectivamente
ao compromisso assumido perante o Delegado de Polícia e o Juiz. De mais a mais, respeitável doutrina
processual já se manifestou no sentido de declarar a inconstitucionalidade por omissão do art. 350 do CPP.
Nesse sentido as lições do professor Gustavo Grandinetti: “a conclusão, portanto, é de que a restrição do art.
350 do Código, que exclui o Delegado de Polícia como autoridade competente para isentar a prestação de
fiança (...) é inconstitucional. Não é o que está na norma que viola a constituição, mas o seu silêncio: a
omissão quanto à possibilidade de o Delegado conceder a isenção da fiança. Portanto, a hipótese aponta
para a adição do que foi omitido, para que a norma se torne conforme a Constituição.” (Processo Penal e
Constituição).
Entretanto, majoritariamente entende-se que a norma é direcionada ao juiz, sendo VEDADO ao Delegado
a dispensa da fiança.
2. FIANÇA
a) Conceito:
Fiança é uma caução em dinheiro ou outros bens (garantia real), prestada em favor do indiciado ou
réu para que ele possa responder ao inquérito ou ao processo em liberdade, devendo, em contrapartida,
cumprir determinadas obrigações processuais, sob pena de a fiança ser considerada quebrada e ele ser preso
cautelarmente.
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b) Natureza jurídica:
Observação:
Há doutrina que sustenta a natureza híbrida da fiança, visto que, além de medida cautelar, pode ser
vista sob a perspectiva de contracautela, sendo esta a modalidade que o Delegado de Polícia poderia
conceder à luz do art. 322, CPP.
Contudo, diante da ordem constitucional atual, na qual prevalece a presunção de não culpabilidade,
e consequente excepcionalidade da restrição da liberdade, há críticas doutrinárias sob essa última natureza
da fiança.
A fiança pode ser fixada isoladamente ou em conjunto com outras medidas cautelares previstas no
art. 319 do CPP, a fim de que seja evitada a prisão preventiva.
Art. 319, VIII- fiança, nas infrações que a admitem, para assegurar o
comparecimento a atos do processo, evitar a obstrução do seu andamento ou em
caso de resistência injustificada à ordem judicial.
c) Finalidades:
Isso fica claro quando observarmos as hipóteses previstas no inciso VIII, que são:
assegurar o comparecimento,
evitar a obstrução do processo e
resistência injustificada.
d) Momento de concessão:
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A fiança pode ser concedida durante o inquérito policial ou no curso do processo criminal, enquanto
não tiver transitado em julgado a sentença condenatória (art. 334).
Ao contrário do que ocorria antes da Lei n.º 12.403/2011, atualmente, a fiança não é concedida
apenas nos casos em que o agente foi preso em flagrante. Assim, hoje em dia é possível o arbitramento de
fiança como forma de substituir a prisão preventiva ou até para evitar que esta seja decretada.
Dessa forma, é plenamente possível que a fiança seja imposta para um indiciado ou réu que esteja
em liberdade. Ex.: o MP requer a prisão preventiva do acusado sob o argumento de que há indícios de ele
pretende fugir (risco à aplicação da lei penal); o juiz, analisando as circunstâncias, entende que os elementos
apontados são frágeis e que é possível desestimular eventual fuga impondo uma fiança alta; com isso, evita-
se a decretação da prisão, por ser esta medida extrema e excepcional.
Assim, se a pessoa for presa em flagrante e o crime tiver pena máxima de 4 anos, o próprio Delegado
poderá arbitrar fiança e o flagranteado será solto. Vale mencionar que não importa se o crime é punido com
detenção ou reclusão.
Exceção: O Delegado de Polícia NÃO pode conceder a fiança na hipótese de flagrante do crime de
descumprimento das medidas protetivas da Lei Maria da Penha, ainda que a pena cominada seja inferior a
4 anos, por expressa vedação legal (art. 24-A).
Art. 24-A. Descumprir decisão judicial que defere medidas protetivas de urgência
previstas nesta Lei:
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos.
§ 1º A configuração do crime independe da competência civil ou criminal do juiz
que deferiu as medidas.
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Por outro lado, se o crime tiver pena superior a 4 anos, o flagranteado deverá requerer a concessão
da fiança ao juiz, que decidirá o pedido em até 48 horas (art. 322, §único).
Para saber se poderá ou não conceder a fiança, o Delegado de Polícia deverá levar em consideração
a existência de concurso de crimes, causas de aumento e de diminuição, lado outro, não são valoradas
eventuais agravantes e atenuantes. Ex.: Se o agente tiver praticado dois crimes em concurso material (ambos
com pena máxima de 4 anos), a autoridade policial não poderá conceder a fiança.
f) Valor:
Para calcular o valor da fiança segundo esses patamares de pena, a autoridade deverá levar em
consideração eventual concurso de crimes, causas de aumento e de diminuição. Ex.: o agente tiver praticado
dois crimes em concurso (ambos com pena máxima de 4 anos), o valor a ser arbitrado será de 10 a 200
salários mínimos.
Contudo, dependendo da situação econômica do preso (se rico ou pobre), a autoridade poderá:
a) Dispensar a fiança;
b) Reduzir em até 2/3 os valores da tabela acima;
c) Aumentar em até mil vezes os valores da tabela acima.
Atenção! Tanto o magistrado como o Delegado podem reduzir ou aumentar os valores da fiança.
Contudo, a dispensa só pode ser realizada pela autoridade judiciária.
Há diversas críticas em relação a essa restrição (conforme pontuado acima), notadamente à luz do
princípio da isonomia. Isso porque, a pessoa sem condições financeiras iria ao cárcere e teria que aguardar
um posicionamento jurisdicional nas próximas 24 horas. Logo, isso implicaria na penalização da pobreza.
Em decorrência disso, alguns autores sustentam a inconstitucionalidade da restrição por ofensa a isonomia
material, pois o agente que é mais vulnerável e hipossuficiente, ao invés de receber um tratamento mais
benevolente, receberia um tratamento mais rigoroso.
Quais os critérios que devem ser levados em consideração no momento da fixação do valor?
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Logo, temos que, para determinar o valor da fiança, a autoridade levará em consideração:
a natureza da infração;
as condições pessoais de fortuna do indiciado/acusado (condições econômicas);
a sua vida pregressa;
as circunstâncias indicativas de sua periculosidade;
o valor provável das custas do processo, até final julgamento.
A maioria da doutrina entende que esse artigo merece uma filtragem constitucional, pois não se
pode levar em consideração:
1) A vida pregressa: seria a aplicação do direito penal do autor.
2) As custas processuais: ofenderia a presunção de inocência, pois seria uma projeção de uma
eventual condenação.
3) A periculosidade: igualmente ofenderia a presunção de inocência (art. 5º, LVII, CRFB/88).
Conclusão: Deveria ser levado em conta a gravidade da infração e a capacidade financeira do ofendido.
Contudo, ressalta-se que essa interpretação NÃO é abraçada pelos Tribunais Superiores.
Prova objetiva: No caso de uma alternativa que assevere a literalidade do art. 326 deve-se considera-la
correta. Do mesmo modo, uma alternativa que diga serem critérios de fixação da fiança a condição do
imputado e a gravidade da infração penal, também deverá ser considerada correta.
Prova discursiva: Trazer a crítica doutrinária acima.
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Art. 79. O valor da fiança, nas infrações de que trata este Código, será fixado pelo
juiz, ou pela autoridade que presidir o inquérito, entre cem e duzentas mil vezes o
valor do Bônus do Tesouro Nacional - BTN, ou índice equivalente que venha
substituí-lo.
Parágrafo único - Se assim recomendar a situação econômica do indiciado ou réu,
a fiança poderá ser:
a) reduzida até a metade de seu valor mínimo;
b) aumentada pelo Juiz até vinte vezes.
g) Crimes inafiançáveis:
O art. 323 do CPP prevê alguns crimes que NÃO admitem fiança:
. Racismo;
. Tortura;
. Tráfico de drogas;
. Terrorismo;
. Crimes hediondos;
. Crimes cometidos por ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o
Estado Democrático.
Cabe destacar que os Tribunais Superiores estendem o caráter inafiançável ao crime de injúria racial.
h) Inadmissibilidade da fiança:
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O art. 324 do CPP prevê algumas situações nas quais NÃO se pode conceder fiança:
. Se o réu, no mesmo processo, tiver quebrado fiança anteriormente concedida ou infringido, sem
motivo justo, qualquer das obrigações impostas no arts. 327 e 328 do CPP;
. Em caso de prisão civil ou militar;
. Se estiverem presentes os motivos que autorizam a decretação da prisão preventiva, segundo o art.
312.
i) Obrigações:
j) Quebra da fiança:
• Consequências
i. perda de metade do valor dado em fiança;
ii. imposição de outras medidas cautelares (art. 319) ou até mesmo a decretação da prisão preventiva
do indiciado/réu se o juiz entender que somente a segregação é suficiente para o caso concreto;
iii. impossibilidade de ser concedida nova fiança ao indiciado/réu neste mesmo processo.
• Hipóteses
Art. 327 - A fiança tomada por termo obrigará o afiançado a comparecer perante a
autoridade, todas as vezes que for intimado para atos do inquérito e da instrução
criminal e para o julgamento. Quando o réu não comparecer, a fiança será havida
como quebrada.
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Art. 328 - O réu afiançado não poderá, sob pena de quebramento da fiança, mudar
de residência, sem prévia permissão da autoridade processante, ou ausentar-se por
mais de 8 (oito) dias de sua residência, sem comunicar àquela autoridade o lugar
onde será encontrado.
• Recurso cabível contra a decisão que decretou o quebramento da fiança: recurso em sentido estrito
(art. 581, VII, do CPP).
Segundo o § 3º do art. 584 do CPP, esse RESE terá efeito suspensivo unicamente quanto à perda da
metade do valor da fiança. Em suma, enquanto não for julgado o RESE, não se pode determinar a perda desse
valor, mas as outras consequências do quebramento não ficarão obstadas pelo simples fato de ter sido
interposto o recurso.
Se a decisão que julgar quebrada a fiança for proferida no bojo da sentença penal condenatória, o
réu terá que impugnar o quebramento por meio de apelação.
Se o Tribunal, ao julgar o recurso, reformar a decisão de quebramento, a fiança voltará a subsistir em
todos os seus efeitos e o réu será colocado em liberdade (se houver sido preso em razão do quebramento).
k) Perda da fiança:
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l) Cassação da fiança:
• Hipóteses:
i. percebeu-se que houve um equívoco e que a fiança não era cabível naquele caso (art. 338). Ex.:
concedida fiança para réu acusado de tráfico de drogas;
ii. houve uma inovação na classificação do delito e este passou a ser um crime inafiançável. Ex.:
autoridade policial indiciou o réu por determinado delito e o Promotor de Justiça o denunciou por
outro mais grave e inafiançável;
iii. houve um aditamento da denúncia, fazendo com que a concessão da fiança passasse a ser inviável.
Ex.: réu foi denunciado por homicídio simples; posteriormente, o MP adita a denúncia para incluir
uma qualificadora, passando a ser um caso de crime hediondo.
• Consequências:
i. devolução do valor da fiança a quem prestou;
ii. possibilidade de o juiz decretar outras medidas cautelares que se façam necessárias, dentre elas a
prisão preventiva.
• Recurso cabível contra a decisão que decretou o quebramento da fiança: recurso em sentido estrito
(art. 581, V, do CPP).
m) Reforço da fiança:
Reforço da fiança é o aumento do valor caucionado ou do valor dos bens oferecidos em garantia.
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ii. houver depreciação material ou perecimento dos bens hipotecados ou caucionados, ou depreciação
dos metais ou pedras preciosas;
iii. for inovada a classificação do delito.
• Consequências do não cumprimento: se o réu não reforçar a fiança quando exigido, a fiança outrora
concedida ficará sem efeito e o juiz poderá decretar outras medidas cautelares, até mesmo a sua
prisão preventiva.
n) Destinação
Art. 337. Se a fiança for declarada sem efeito ou passar em julgado sentença que
houver absolvido o acusado ou declarada extinta a ação penal, o valor que a
constituir, atualizado, será restituído sem desconto, salvo o disposto no parágrafo
único do art. 336 deste Código.”
Após o trânsito em julgado da decisão, deve ser dada a destinação da fiança, a qual irá depender da
espécie de sentença prolatada:
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Assim, em caso de condenação, os valores e bens oferecidos na fiança poderão ser utilizados para
pagamento de:
custas processuais;
prestação pecuniária;
multa;
indenização do dano.
O restante do valor das fianças quebradas ou perdidas será destinado ao Fundo Penitenciário
Nacional (FUNPEN), nos termos do art. 2º, VI, da LC 79/94.
o) Execução:
Nos casos em que a fiança tiver sido prestada por meio de hipoteca, a execução será promovida no
juízo cível pelo órgão do Ministério Público (art. 348).
Se a fiança consistir em pedras, objetos ou metais preciosos, o juiz determinará a venda por leiloeiro
ou corretor (art. 349).
Atenção!
(1) Enunciado 20 da I Jornada de Direito Penal e Processo Penal CJF/STJ: Em caso de hipossuficiência, o não
pagamento da fiança não pode ser motivo legítimo a impedir a concessão da liberdade provisória.
(2) HC 568.693-STJ:
STJ mandou soltar presos que tiverem liberdade provisória condicionada à fiança4
Para reduzir a propagação do coronavírus, a 3ª Seção do Superior Tribunal de Justiça, por
unanimidade, concedeu, nesta quarta-feira (14/10), Habeas Corpus coletivo para soltar todos os presos que
tiverem a liberdade provisória condicionada ao pagamento da fiança.
A Defensoria Pública do Espírito Santo impetrou HC coletivo em favor de todos aqueles a quem foi
concedida liberdade provisória condicionada ao pagamento da fiança no estado. Segundo a entidade, o
combate ao coronavírus exige a soltura de tais detentos.
O relator do caso, ministro Sebastião Reis Jr., afirmou que, diante da Resolução 62/2020 do Conselho
Nacional de Justiça (que sugere a reavaliação de prisões provisórias de idosos ou integrantes do grupo de
risco da Covid-19), não é proporcional manter pessoas presas somente pelo não pagamento de fiança.
4
Fonte: Conjur
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No mesmo sentido:
CAIU EM PROVA:
(Delegado do Estado do Rio de Janeiro 2022): Para que haja a possibilidade de quebramento da fiança na
hipótese de nova infração penal dolosa, é necessário o trânsito em julgado do crime posteriormente
verificado, perdendo o acusado o valor integralmente recolhido da caução processual – item considerado
incorreto.
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(Delegado do Estado do Rio Grande do Norte 2021): Mendel foi preso em flagrante pela prática do crime de
furto, punível com pena de reclusão de 1 a 4 anos e multa, constando de sua folha de antecedentes criminais
diversos outros processos pela prática de delitos da mesma natureza. Após Mendel ser apresentado à
autoridade policial, o delegado de polícia poderá deixar de arbitrar fiança, caso presentes requisitos que
autorizem a decretação da prisão preventiva – item considerado correto.
(Delegado Federal 2021): José, réu primário, foi preso em flagrante acusado de ter praticado crime doloso
punível com reclusão de no máximo quatro anos. Na audiência de custódia, o juiz decretou a prisão
preventiva de ofício. No entanto, a defesa de José solicitou, em seguida, a reconsideração da decisão, com
base no argumento de que a conduta do preso era atípica. O juiz acatou a tese e relaxou a prisão. Devido à
pena prevista para o crime praticado por José, delegados ficam vedados a arbitrar a fiança – item considerado
incorreto.
3.1 Conceito
São medidas cautelares de natureza patrimonial que visam resguardar o patrimônio lícito ou ilícito
do acusado para que possa suportar os efeitos da condenação.
Segundo Renato Brasileiro, as medidas cautelares reais têm como objetivo assegurar o confisco como
efeito da condenação, garantir a futura indenização ou reparação à vítima, o pagamento das despesas
processuais ou das penas pecuniárias ao Estado, sendo úteis, ademais, para fins de se evitar que o acusado
se locuplete indevidamente da prática delituosa.
A sentença condenatória transitada em julgado possui dois efeitos básicos e automáticos em relação
ao patrimônio:
1) Tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo delito; e
2) Confisco do produto direito ou indireto de determinado delito.
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Os dois efeitos genéricos da condenação pressupõem o trânsito em julgado. Como sabido, o trânsito
em julgado poderá ocorrer somente após um longo período de tempo, de modo que há o risco dos bens
desaparecem. É desse contexto que advém o objetivo das medidas assecuratórias conforme descrito no
conceito.
Não obstante a importância das medidas cautelares pessoais (prisão preventiva, prisão temporária e
medidas cautelares diversas da prisão), atualmente há uma mudança de mentalidade para que também seja
dada importância para as cautelares patrimoniais. Elas promovem a “asfixia econômica” de determinados
crimes em razão da possibilidade de controle das organizações criminosas de dentro dos presídios e a rápida
substituição de seus administradores.
O art. 4º, §16º, da Lei 12.850/13 (Lei de Organizações Criminosas) determina que nenhuma medida cautelar
real/assecuratória será determinada apenas com base nas declarações do colaborador:
Art. 4º. § 16. Nenhuma das seguintes medidas será decretada ou proferida com fundamento apenas nas
declarações do colaborador:
I - medidas cautelares reais ou pessoais;
3.2 Jurisdicionalidade
As medidas assecuratórias estão submetidas à cláusula de reserva de jurisdição. Isso porque, trata-
se de um núcleo de direitos e garantias que só pode sofrer restrição mediante autorização judicial. Diante
disso, Ministério Público, Delegado de Polícia e CPI NÃO poderão decretar medidas assecuratórias.
3.3 Pressupostos
Não é possível decretar uma medida cautelar patrimonial se inexistir um mínimo de indícios de que
houve uma prática delituosa.
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Apesar de a doutrina majoritária entender pela necessidade do contraditório prévio, esta não é a
posição dos Tribunais Superiores, que dispensam o contraditório acerca das medidas cautelares de natureza
real.
São três medidas assecuratórias previstas pelo Código de Processo Penal, quais sejam:
1) Sequestro
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2) Arresto
3) Hipoteca Legal
3.5.1 Sequestro
a) Previsões legais:
Art. 125. Caberá o sequestro dos bens imóveis, adquiridos pelo indiciado com os
proventos da infração, ainda que já tenham sido transferidos a terceiros.
Art. 132. Proceder-se-á ao sequestro dos bens móveis se, verificadas as condições
previstas no art. 126, não for cabível a medida regulada no Capítulo Xl do Título Vll
deste Livro.
c) Conceito:
Assim, o sequestro terá como objeto os bens móveis ou imóveis adquiridos pelo agente com o
provento obtido pela infração penal.
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A única diferença entre os bens móveis ou imóveis é que o sequestro de bens móveis tem um
requisito negativo, qual seja, não ser cabível a apreensão da coisa sequestrada (os bens móveis que são
produto direto do crime serão objeto de apreensão, e não de sequestro). Em outras palavras: na hipótese de
se tratar de bem móvel, sendo ele o produto direto da infração, a medida assecuratória a ser utilizada será
a busca e apreensão, prevista no art. 240, § 1º, b, do CPP.
Ressalta-se que, em regra, o sequestro recairá sobre o patrimônio ilícito do indivíduo. Tanto é que a
própria lei elenca que, para incidir a medida de sequestro, basta a existência de indícios veementes de que
os bens tenham sido adquiridos com a prática criminosa (referibilidade).
A referibilidade indica que, para a decretação da medida cautelar de natureza patrimonial, é necessário
demonstrar que os bens são produtos ilícitos.
Especificamente quanto ao crime de lavagem de capitais, o art. 4º, I, da Lei 9.613/98, deixa entrever que
essa referibilidade é dupla, porquanto alcança tanto o proveito da lavagem de capitais quanto da infração
antecedente.
Todavia, excepcionalmente, o sequestro poderá recair sobre o patrimônio lícito quando os bens não
forem encontrados ou estiverem localizados no exterior:
CP, art. 91: “(...). § 1º: Poderá ser decretada a perda de bens ou valores equivalentes
ao produto ou proveito do crime quando estes não forem encontrados ou quando
se localizarem no exterior.
§ 2º: Na hipótese do § 1º, as medidas assecuratórias previstas na legislação
processual poderão abranger bens ou valores equivalentes do investigado ou
acusado para posterior decretação de perda” (Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012).
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O sequestro pode ter como objeto bens que estejam sob a titularidade do próprio autor da infração ou
bens que estejam sob a titularidade de terceiros, inclusive aqueles que tiverem adquirido os bens do autor do
delito a título oneroso.
No caso de os bens estarem sob a titularidade de terceiro, este pode apresentar embargos à medida
de sequestro, alegando que o bem fora adquirido de boa fé e a título oneroso.
e) Legitimados:
i. Juiz de oficio;
ii. Requerimento do MP;
iii. Requerimento do ofendido;
iv. Representação do delegado de polícia.
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Embora a letra da lei preveja que o juiz pode decretar o sequestro de bens de ofício durante a fase
do processo, a doutrina majoritária entende que tal postura NÃO é mais possível em razão da
incompatibilidade com toda a sistemática adotada pelo Pacote Anticrime (art. 3º-A, art. 282, §§2º e 4º,
e art. 311, CPP), operando-se uma revogação tácita acerca da expressão “juiz, de ofício”.
Dessa forma, por conta de forçosa interpretação sistemática, o sequestro de bens somente
poderia ser possível a partir do requerimento do MP, da vítima (representante legal ou herdeiros) ou
mediante representação da autoridade policial, tendo em vista que a atuação oficiosa do juiz configuraria
manifesta violação ao sistema acusatório.
Logo, esse deve ser o posicionamento adotado numa questão discursiva. Contudo, em se tratando de
questão objetiva que traga a letra fria da lei, o ideal é assinalar como verdadeira a questão que diz que o
magistrado pode, de ofício, decretar o sequestro de bens, em razão da leitura simples do art. 127 do CPP.
f) Impugnação:
A defesa é feita por meio de embargos, que podem ser opostos pelo próprio autor da prática, pelo
terceiro que tiver adquirido bens daquele ou por outros terceiros que sejam atingidos.
Obs.: Embora o acusado possa interpor embargos em face do sequestro, ele não pode pleitear a
extensão do sequestro aos demais corréus. Confira:
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autorizado o sequestro dos bens somente do réu João, com base no Decreto-Lei
3.240/41: Art. 1º Ficam sujeitos a sequestro os bens de pessoa indiciada por crime
de que resulta prejuízo para a fazenda pública, ou por crime definido no Livro II,
Títulos V, VI e VII da Consolidação das Leis Penais desde que dele resulte
locupletamento ilícito para o indiciado. João, inconformado pelo fato de que
apenas os seus bens foram atingidos pela decisão, impetrou mandado de segurança
pedindo que os bens dos outros réus (Pedro e Tiago) também fossem sequestrados.
Alegou que a medida constritiva deveria ter recaído sobre os bens de todos os
acusados, sob pena de ofensa aos princípios da isonomia e da proporcionalidade.
O mandado de segurança terá êxito? NÃO. O corréu — partícipe ou coautor — que
teve seus bens sequestrados no âmbito de denúncia por crime de que resulta
prejuízo para a Fazenda Pública (DL 3.240/41) não tem legitimidade para postular
a extensão da constrição aos demais corréus, mesmo que o Ministério Público
tenha pedido a medida cautelar de sequestro de bens somente em relação
àquele. STJ. 6ª Turma. RMS 48619-RS, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura,
julgado em 15/9/2015 (Info 570).
g) Levantamento/Cancelamento:
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(2) Caução prestada por terceiro - A caução poderá ser prestada por qualquer meio (não necessariamente
dinheiro).
(4) Procedência dos embargos - Para além das três hipóteses apontadas pelo CPP, a doutrina costuma citar
a procedência dos embargos como mais uma forma de levantamento do sequestro.
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A novidade aqui fica por conta de que o valor apurado com o leilão dos bens apreendidos deverá ser
recolhido ao Fundo Penitenciário Nacional, exceto previsão diversa em lei especial, o que impõe a aplicação
dos recursos na melhoria do sistema penitenciário. Antes da reforma, o dinheiro apurado era recolhido ao
Tesouro Nacional.
Assim, os bens cuja perda fora decretada em favor da União, na forma do art. 91, II, “a” e “b”, do
Código Penal, devem ser leiloados, após o trânsito em julgado da sentença condenatória e, deduzidos os
valores pertencentes ao lesado ou ao terceiro de boa-fé, o saldo deverá ser direcionado ao Fundo
Penitenciário Nacional. Ressalva-se, é claro, a possibilidade de alienação antecipada, ou seja, antes do
trânsito em julgado, desde que preenchidos os requisitos do art. 144-A do CPP.
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podendo os bens ser alienados por valor não inferior a 80% (oitenta por cento) do
estipulado na avaliação judicial.
§ 3o O produto da alienação ficará depositado em conta vinculada ao juízo até a
decisão final do processo, procedendo-se à sua conversão em renda para a União,
Estado ou Distrito Federal, no caso de condenação, ou, no caso de absolvição, à sua
devolução ao acusado.
§ 4o Quando a indisponibilidade recair sobre dinheiro, inclusive moeda
estrangeira, títulos, valores mobiliários ou cheques emitidos como ordem de
pagamento, o juízo determinará a conversão do numerário apreendido em moeda
nacional corrente e o depósito das correspondentes quantias em conta
judicial.
§ 5o No caso da alienação de veículos, embarcações ou aeronaves, o juiz ordenará
à autoridade de trânsito ou ao equivalente órgão de registro e controle a expedição
de certificado de registro e licenciamento em favor do arrematante, ficando este
livre do pagamento de multas, encargos e tributos anteriores, sem prejuízo de
execução fiscal em relação ao antigo proprietário.
§ 6o O valor dos títulos da dívida pública, das ações das sociedades e dos títulos de
crédito negociáveis em bolsa será o da cotação oficial do dia, provada por certidão
ou publicação no órgão oficial.
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Na sistemática adotada pelo art. 133-A do CPP, a utilização de bens sequestrados, apreendidos ou
sujeitos a qualquer medida assecuratória pode ser definida como uma espécie de medida cautelar em que
determinado bem constrito poderá ser utilizado por determinado órgão público, mediante prévia
autorização judicial.
Segundo leciona Renato Brasileiro, “a inclusão do art. 133-A ao Código de Processo Penal pelo Pacote
Anticrime tem como objetivos precípuos emprestar finalidade social, útil e tempestiva a bens que sofreram
algum tipo de constrição patrimonial ou que foram apreendidos, bem como evitar a obsolescência e a ação
corrosiva do tempo sobre esses objetos, suprindo, ademais, uma patente deficiência técnica do aparato
estatal em administrar os bens que estão sob sua custódia em virtude de determinada medida
assecuratória.”.
Ressalta-se que a previsão da utilização provisória dos bens sequestrados já estava prevista na Lei de
Drogas. Inclusive, já existiam precedentes no sentido de que, mesmo quando não se tratasse de crimes
previstos na Lei nº 11.343/06, seria possível o deferimento da utilização de bens apreendidos aos órgãos
públicos.
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utilização dos bens por órgãos públicos", demonstra a efetiva ocorrência de lacuna
no Código atualmente em vigor, bem como a clara intenção de supri-la. 5. Recurso
especial parcialmente conhecido e, nessa extensão, improvido. (REsp
1420960/MG, Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, SEXTA TURMA, julgado em
24/02/2015, DJe 02/03/2015)
• Momento: Após a constrição dos bens (em fase processual ou pré-processual), será possível a
utilização provisória dos bens antes do trânsito em julgado.
Depois de transitada em julgado a respectiva sentença penal condenatória, é possível que os
bens sejam transferidos definitivamente ao órgão público beneficiário ao qual foi custodiado
o bem.
Atente-se que a Lei de Drogas prevê somente a possibilidade de a medida incidir sobre os bens que
tenham sido utilizados na prática criminosa, nada dispondo acerca dos bens auferidos em razão dela (produto
ou proveito). Já a nova redação do art. 133-A, ao dispor que a medida se estende a todos os bens sujeitos às
medidas assecuratórias, não faz semelhante restrição.
Dúvida pode surgir em relação à adoção do mesmo procedimento quando se tratarem de bens
relacionados ao tráfico de drogas, seja em razão da lei especial não prever determinação no mesmo sentido,
seja em razão do art. 243, §único, da CF, dispor que todos os bens apreendidos em decorrência do tráfico
ilícito de entorpecentes deverão reverter ao fundo especial com destinação específica, no caso, o FUNAD.
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Crítica: Parte da doutrina já começa a criticar o dispositivo alegando que o mesmo traz para dentro
da polícia uma lógica empresarial.
Referido artigo possui o viés de, constatado o interesse público, permitir ao juiz
autorizar o uso do bem sequestrado, apreendido ou sujeito a qualquer medida
assecuratória pelos órgãos de segurança pública, a fim de auxiliar em suas
atividades de prevenção e repressão a infrações penais. Em seus parágrafos, dá
prioridade de posse aos órgãos que realizaram a constrição do bem, bem como
permite a sua transferência definitiva, quando transitada a sentença penal
condenatória, com a decretação de perdimento. À primeira vista, tal medida parece
ensejar um fortalecimento aos órgãos de segurança pública, os quais teriam um
acréscimo de armas, veículos e outros subsídios que, por vezes, poderiam ser de
boa qualidade, para atuarem no combate ao crime; por outro lado, uma história
parecida já ocorreu na América do Norte, e os resultados não foram aqueles que se
esperavam previamente à implantação do projeto. (O uso do bem apreendido e a
lógica empresarial na polícia. Andrey Henrique Andreolla. Boletim - 317 - Esp. Pac.
Anticrime. IBDCRIM)
Atenção! Importante ressaltar o Decreto 3240/41, sujeita a sequestro os bens de pessoas indiciadas
por crimes de que resulta prejuízo para a Fazenda Pública. In casu não se aplica o CPP e sim o decreto
específico, inclusive há julgado do STJ afirmando o assunto.
Segundo o Decreto:
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Art. 1º Ficam sujeitos a sequestro os bens de pessoa indiciada por crime de que
resulta prejuízo para a fazenda pública, ou por crime definido no Livro II, Títulos V,
VI e VII da Consolidação das Leis Penais desde que dele resulte locupletamento
ilícito para o indiciado.
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Art. 9º Se do crime resulta, para a fazenda pública, prejuízo que não seja coberto
na forma do artigo anterior, promover-se-á, no juízo competente, a execução da
sentença condenatória, a qual recairá sobre tantos bens quantos bastem para
ressarci-lo.
Art. 10. Esta lei aplica-se aos processos criminais já iniciados na data da sua
publicação.
CAIU EM PROVA:
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(Delegado do Estado do Amazonas 2022): Dentre as medidas cautelares disponíveis para a tutela processual
penal, existe o denominado sequestro especial de bens. Além dos indícios veementes da responsabilidade,
os quais serão comunicados ao juiz em segredo, por escrito ou por declarações orais reduzidas a termo,
constituem requisitos da medida cautelar ter sido praticado crime contra a Administração Pública,
demonstração do enriquecimento ilícito dos agentes infratores e a indicação dos bens – item considerado
correto.
(Delegado do Estado do Amazonas 2022 - Adaptada): Indícios veementes da proveniência ilícita dos bens,
demonstração do nexo causal, a fumaça e a probabilidade de que os bens tenham sido adquiridos com os
proventos do crime constituem exigência para a realização do sequestro criminal do Art. 126 do CPP – item
considerado correto.
(Delegado do Estado do Rio Grande do Norte 2021): Em 28/11/2020, foi aberto inquérito policial para
investigar a prática do crime de comércio ilegal de armas por parte de Flávio. No curso da investigação, foram
obtidos indícios veementes de que Flávio adquiriu um imóvel com o dinheiro proveniente do crime,
posteriormente alienado a seu sogro. Sendo esse o único bem que constava em nome do investigado antes
da alienação, o seu sequestro poderá ser requerido pela autoridade policial ao juiz, mesmo antes do
oferecimento da denúncia – item considerado correto.
a) Conceito
São medidas assecuratórias fundadas no interesse privado que têm por finalidade assegurar a
reparação civil do dano causado pelo delito, em favor do ofendido ou de seus sucessores.
Assim, ao contrário do sequestro, que visa garantir não só a reparação do dano, como também o
confisco, a especialização e inscrição da hipoteca legal se destinam apenas a assegurar a indenização ao
ofendido pelos danos causados pelo delito e o pagamento das despesas judiciais. A inscrição da hipoteca
legal não tem, portanto, qualquer finalidade de confisco.
Recaem sobre bens lícitos do patrimônio do agente do crime, objetivando garantir que o acusado
não se desfaça desses bens, inviabilizando a reparação do dano causado pelo delito.
Pelo fato de recair sobre os bens imóveis obtidos licitamente pelo acusado, a especialização e
inscrição da hipoteca legal deve ser utilizada como medida subsidiária à busca e apreensão e ao sequestro
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de bens, visto que a reparação do dano pode ocorrer com a simples restituição do próprio produto direto do
crime, apreendido durante as investigações, ou com o valor apurado com o leilão dos bens sequestrados.
Em outras palavras: a especialização e inscrição da hipoteca legal deve funcionar, portanto, como
medida de ultima ratio, isto é, deve ser empregada apenas quando as demais medidas assecuratórias se
revelarem insuficientes para garantir a reparação do dano causado pelo delito.
c) Pressupostos:
• Indícios de autoria ou prova da materialidade do fato a ser indenizado;
• Demonstração do periculum in mora.
d) Titularidade dos bens atingidos: Os bens a serem constritos deverão encontrar-se sob a titularidade do
réu no momento da averbação da hipoteca no registro imobiliário ou da determinação judicial do arresto.
Apenas o sequestro pode atingir bens de terceiros. A inscrição da hipoteca legal e o arresto terão finalidade
idêntica à da penhora civil: assegurar patrimônio LÍCITO do acusado para o pagamento de danos do crime e
despesas processuais. A inscrição de hipoteca legal e o arresto somente podem atingir bens do acusado, e
não bens que se discute a titularidade.
Porém, é plenamente possível que a constrição recaia sobre imóveis de pessoa jurídica da qual o acusado
figure como sócio proprietário, sobretudo nas hipóteses em que ficar caracterizada confusão patrimonial dos
bens particulares do suposto autor do delito e do ente de ficção.
Nessa linha, em caso concreto envolvendo a prática de crimes contra o sistema financeiro nacional e de
lavagem de capitais, concluiu o STJ que, evidenciando-se que dois dos acusados são sócios de uma empresa
(um deles majoritário e controlador), sendo seus patrimônios pessoais confundidos com o da pessoa jurídica,
de cunho familiar (cujo objetivo é justamente o de administrar os bens da família), é possível o arresto de
seus bens a fim de garantir o pagamento de obrigações pecuniárias em caso de eventual condenação de
ambos, posto que, nessa hipótese, não está o Magistrado ferindo o princípio da pessoalidade da
responsabilidade penal, mas tão-somente resguardando o patrimônio dos acusados para futura execução5.
e) Fase de postulação (art. 134): a hipoteca legal pode ser requerida em qualquer fase do processo.
5
Renato Brasileiro de Lima. Manual de Processo Penal. Volume Único. 2020. Pg. 1267
145
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Portanto, diversamente do sequestro, que pode ser decretado durante o curso das investigações e
na fase judicial (art. 127, CPP), a especialização da hipoteca só pode ser requerida pelo interessado no curso
do processo penal
Art. 134. A hipoteca legal sobre os imóveis do indiciado poderá ser requerida pelo
ofendido em qualquer fase do processo, desde que haja certeza da infração e
indícios suficientes da autoria.
Art. 136. O arresto do imóvel poderá ser decretado de início, revogando-se, porém,
se no prazo de 15 (quinze) dias não for promovido o processo de inscrição da
hipoteca legal.
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f) Pressupostos
Considerando que o arresto é medida subsidiária à hipoteca, é certo concluir que se submete aos
mesmos pressupostos, quais sejam a certeza da infração penal e indícios suficientes de autoria, além do
fumus boni iuris e periculum in mora.
Atenção! Para que seja autorizada a decretação da medida de arresto, NÃO é necessário que fique
demonstrado que o réu está praticando atos concretos de desfazimento de bens. Porém, é imperiosa a
6
Lei n. 8.009/90, art. 3º: “A impenhorabilidade é oponível em qualquer processo de execução civil, fiscal,
previdenciária, trabalhista ou de outra natureza, salvo se movido: (...) VI - por ter sido adquirido com produto de crime
ou para execução de sentença penal condenatória a ressarcimento, indenização ou perdimento de bens.
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A indisponibilidade dos bens não traz prejuízos desarrazoados ao réu, pois ele terá
seus bens desbloqueados, se absolvido ao fim do processo. Assim, é possível o
arresto prévio de bens de acusados por suposta prática de crime único de
corrupção passiva em concurso de agentes. STF. 1ª Turma. Pet 7.069/DF, Rel. Min.
Marco Aurélio, red p/o acordão Min. Luís Roberto Barroso, julgado em 13/3/2019
(Info 933).
g) Legitimados
Considerando que o objetivo precípuo da inscrição da hipoteca legal é assegurar que o acusado tenha
patrimônio disponível para que possa responder pelo prejuízo causado pela infração penal, é evidente que a
legitimidade para requerer a inscrição da hipoteca legal recai sobre o ofendido, sobre seu representante
legal – no caso de incapaz – ou sobre seus herdeiros, no caso de morte.
Sobre a legitimidade para o requerimento da inscrição da hipoteca legal, especial atenção deve ser
dispensada ao art. 142 do CPP, que prevê que cabe ao MP promover a especialização de hipoteca legal ou o
arresto de bens móveis se houver interesse da Fazenda Pública, ou se o ofendido for pobre e o requerer.
Por força da CF/88, passou a ser vedado ao MP a representação judicial e a consultoria jurídica de
entidades públicas (art. 129, IX). Logo, a primeira parte do art. 142 do CPP não foi recepcionada pela
Constituição Federal, porquanto não se admite que o Parquet atue defendendo os interesses da Fazenda
Pública (a legitimidade é da própria Fazenda).
Quanto à possibilidade de requerimento pelo MP como substituto processual em favor de vítima
pobre, o preceito deve ser interpretado nos mesmos moldes do art. 68 do CPP - inconstitucionalidade
progressiva (se existir Defensoria Pública na comarca, não terá legitimidade o MP).
Por fim, cabe ressaltar que, ao contrário do sequestro que, pela letra fria da lei, pode ser decretado
de ofício pelo juiz durante o curso do processo, a inscrição da hipoteca legal só pode ser levada a efeito
perante requerimento do interessado. Outra diferença é que a inscrição da hipoteca NÃO pode ser levada a
efeito a pedido da autoridade policial, até porque só pode ser feita no curso do processo.
h) Defesa: NÃO existe previsão legal. O réu só pode falar no procedimento quando da intimação sobre os
valores estimados pela perícia. Se atingidos bens de terceiros, estes podem valer-se dos embargos de
terceiros do CPC.
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i) Levantamento/Cancelamento
Hipóteses:
• Absolvição e extinção da punibilidade transitadas em julgados;
• Superveniência de caução;
• Não adoção pela vítima de providências a liquidação e execução cível dentro de 90 dias após o
trânsito da condenação.
j) Decisão: Há previsão quanto a intimação para manifestação sobre as avaliações da perícia, de modo que
a decisão não ocorre inaudita.
k) Reparação da vítima
Como a inscrição da hipoteca no registro de imóveis não tem aptidão para, de per si, satisfazer o
prejuízo causado pela infração penal, caberá ao ofendido tomar as iniciativas perante o juízo cível para
promover a execução do valor mínimo para reparação do dano já fixado no próprio decreto condenatório,
sem prejuízo da liquidação para apuração do dano efetivamente sofrido.
Nesse sentido, caberá à vítima, após transitada em julgado a condenação criminal, intentar pedido
de liquidação e ação de execução na esfera cível. Descumprida a obrigação de reparar o dano pelo executado,
servirão os bens que lhe foram hipotecados e arrestados de garantia ao ressarcimento do ofendido.
Logo, se observa uma última distinção em relação ao sequestro, pois, enquanto todo o procedimento
do sequestro se dá perante o juízo penal, a inscrição da hipoteca legal tem início perante o juízo criminal,
mas se encerra no juízo cível, nos termos do art. 143.
3.5 Apreensão
É possível a apreensão de quaisquer objetos que guardem relação com o fato delituoso, pouco
importando sua origem lícita ou ilícita.
A lei enumera como coisas que podem ser apreendidas: as achadas ou obtidas por meios criminosos;
instrumentos de falsificação ou de contrafação e objetos falsificados ou contrafeitos; armas de munições,
instrumentos utilizados na prática de crimes ou destinados a fins criminosos, dentre outros.
Vejamos:
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Para que a apreensão seja considerada lícita, há de se ficar atento para os requisitos de cada
modalidade:
a) A busca pessoal independe de prévia autorização judicial quando realizada sobre o indivíduo que
está sendo preso, quando houver fundada suspeita de que a pessoa esteja na posse de arma proibida ou
objetos ou papéis que constituam o corpo de delito, assim como na hipótese de cumprimento de mandado
de busca e domiciliar.
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Nota-se que NÃO podem ser apreendidas as coisas e valores adquiridos com os proventos da infração
penal (produtos indiretos):
• Mediante sucessiva especificação (jóias feitas a partir do ouro subtraído);
• Mediante alienação (dinheiro correspondente à venda da coisa furtada).
Diversamente do que se dá com o produto direto do crime (carro furtado), que pode ser apreendido,
o produto indireto da infração é passível de sequestro.
Além disso, por força de lei, NÃO será possível a restituição dos objetos apreendidos nas seguintes
hipóteses:
i. Enquanto interessarem à persecução penal;
ii. Instrumentos do crime, desde que consistam em coisas cujo fabrico, alienação, uso, porte ou
detenção constitua fato ilícito;
iii. Qualquer bem ou valor que constitua proveito auferido pelo agente com a prática do fato
criminoso.
Se a posse do instrumento utilizado para a prática do delito não constituir fato ilícito, nada impede
que o bem seja restituído, desde que não mais interesse à persecução penal (ex.: computador utilizado para
a prática de determinado ilícito).
Ademais, salvo se pertencerem ao lesado ou a terceiro de boa-fé, não poderá ser restituído, mesmo
depois de transitar em julgado a sentença final, o produto do crime ou qualquer valor que constitua proveito
auferido pelo agente com a prática do fato delituoso. Como se percebe, a vedação à restituição guarda
relação com o produto direto e indireto da infração.
Art. 119. As coisas a que se referem os arts. 74 e 100 do Código Penal não poderão
ser restituídas, mesmo depois de transitar em julgado a sentença final, salvo se
pertencerem ao lesado ou a terceiro de boa-fé.
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automática. A restituição não será possível sequer na hipótese de arquivamento do inquérito policial,
extinção da punibilidade ou prolação de decreto absolutório.
Se a coisa apreendida não mais interessar ao processo, poderá ser restituída inclusive durante o curso
das investigações, desde que não haja dúvidas em relação ao direito do interessado. Nessa hipótese, o que
se tem é um simples pedido, que pode ser formulado perante a autoridade policial, durante as
investigações, ou perante o juiz, no curso do processo penal. Esse pedido tem por objeto os instrumentos do
crime, o produto do crime e as coisas destinadas à prova que tenham sido apreendidas no curso do inquérito
ou da ação penal. Quando se tratar de instrumentos e produtos do crime, que constituem o efeito
confisco previsto no art. 91 do Código Penal, por não serem restituídos a ninguém, podem ser submetidos à
alienação logo após o trânsito em julgado da sentença condenatória, sem a necessidade de aguardar 90 dias
para que isso ocorra (mudança promovida pelo Pacote Anticrime).
Art. 122. Sem prejuízo do disposto nos arts. 120 e 133, decorrido o prazo de 90 dias,
após transitar em julgado a sentença condenatória, o juiz decretará, se for caso, a
perda, em favor da União, das coisas apreendidas (art. 74, II, a e b do Código Penal)
e ordenará que sejam vendidas em leilão público.
Parágrafo único. Do dinheiro apurado será recolhido ao Tesouro Nacional o que não
couber ao lesado ou a terceiro de boa-fé.
Art. 122. Sem prejuízo do disposto no art. 120, as coisas apreendidas serão alienadas
nos termos do disposto no art. 133 deste Código. (Redação dada pela Lei nº
13.964, de 2019) (Vigência)
Por outro lado, em se tratando de bens apreendidos que podem ser restituídos a quem de direito, o
CPP impõe a necessidade de aguardar 90 dias do trânsito em julgado da sentença penal condenatória para
que sejam alienados.
Art. 123. Fora dos casos previstos nos artigos anteriores, se dentro no prazo de 90
dias, a contar da data em que transitar em julgado a sentença final, condenatória
ou absolutória, os objetos apreendidos não forem reclamados ou não pertencerem
ao réu, serão vendidos em leilão, depositando-se o saldo à disposição do juízo de
ausentes.
Em havendo dúvida quanto ao direito do reclamante, a devolução das coisas apreendidas deve ser
solucionada por meio de um procedimento incidental próprio perante o juízo competente, chamado de
“restituição de coisas apreendidas” (art. 118 a 124).
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Art. 120, §3o Sobre o pedido de restituição será sempre ouvido o Ministério
Público.
Conforme entendimento dos Tribunais Superiores, devido à simplicidade, não é possível sua
utilização quando a complexidade da questão demandar ampla dilação probatória. Nesse caso, deve o juízo
criminal se abster de decidir o processo incidental, remetendo as partes ao juízo cível.
Atenção! Ao contrário do CPP, a restituição de bens apreendidos na Lei de Drogas e Lei de Lavagem de
Capitais exige o comparecimento pessoal do acusado.
Art. 4o-A. A alienação antecipada para preservação de valor de bens sob constrição
será decretada pelo juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou por
solicitação da parte interessada, mediante petição autônoma, que será autuada em
apartado e cujos autos terão tramitação em separado em relação ao processo
principal. (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
§ 5o Mediante ordem da autoridade judicial, o valor do depósito, após o trânsito
em julgado da sentença proferida na ação penal, será: (Incluído pela Lei nº 12.683,
de 2012)
I - em caso de sentença condenatória, nos processos de competência da Justiça
Federal e da Justiça do Distrito Federal, incorporado definitivamente ao patrimônio
da União, e, nos processos de competência da Justiça Estadual, incorporado ao
patrimônio do Estado respectivo; (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
II - em caso de sentença absolutória extintiva de punibilidade, colocado à disposição
do réu pela instituição financeira, acrescido da remuneração da conta judicial.
(Incluído pela Lei 12.683, 2012)
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A alienação antecipada consiste na venda antecipada de bens, direitos ou valores constritos em razão
de medida cautelar patrimonial ou que tenham sido apreendidos, desde haja risco de perda do valor
econômico pelo decurso do tempo.
a) Momento adequado: Não há previsão legal. Segundo a doutrina, a alienação antecipada só é cabível na
fase judicial.
b) Pressupostos
• Bem sujeito a grau de deterioração ou depreciação (risco de perda do valor econômico do bem);
• Dificuldade para a manutenção do bem conscrito.
c) Legitimidade
• Acusado;
• Juiz (de ofício) → lembrar da divergência acerca da compatibilidade com o sistema acusatório!
• Acusação (MP/querelante);
• Terceiro interessado;
• Ofendido.
O tratamento dado pelo CPP, em sua redação originária, foi muito acanhado, tendo em vista que, na
época em que foi editado, os processos penais não eram tão demorados e o tipo de criminalidade existente
não exigia respostas incisivas a respeito do produto e do proveito dos delitos. Por essas razões, havia apenas
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um dispositivo autorizando a alienação antecipada somente em caso de coisas facilmente deterioráveis (art.
120, § 5º).
Atenta à nova realidade, a Lei de Drogas permitiu a alienação antecipada de veículos, embarcações,
aeronaves e quaisquer outros meios de transporte, os maquinários, utensílios, instrumentos e objetos de
qualquer natureza, utilizados para a prática dos crimes definidos naquela Lei.
Por se tratar de alteração legislativa promovida em 2019, é imprescindível a leitura muito atenta dos
dispositivos a seguir, pois certamente serão objeto de prova objetiva!
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Prosseguiu na tendência de ampliar a possibilidade de alienação antecipada, afirmando que isso irá
ocorrer sempre que os bens que foram objeto de medidas assecuratórias, nos processos de lavagem de
dinheiro, estiverem sujeitos a qualquer grau de deterioração ou depreciação, ou quando houver dificuldade
para sua manutenção (art. 4º, § 1º da Lei 9.613/98). Essa Lei falhou, no entanto, ao prever que essa
possibilidade de alienação antecipada seria aplicável apenas aos processos que envolvessem lavagem de
dinheiro.
Segundo o art. 4º da Lei nº 9.613/98, havendo indícios suficientes de infração penal, o juiz poderá
decretar medidas assecuratórias de bens, direitos ou valores do investigado ou acusado, ou existentes em
nome de interpostas pessoas, que sejam instrumento, produto ou proveito dos crimes previstos nesta Lei
ou das infrações penais antecedentes.
O § 4º do art. 4º complementa o caput ao dizer que a medida assecuratória pode recair sobre bens,
direitos ou valores com duas possíveis finalidades:
i. Para reparação do dano decorrente da infração penal (seja o antecedente ou a própria lavagem); ou
ii. Para pagamento de prestação pecuniária, multa e custas.
De acordo com o STJ, a medida assecuratória de indisponibilidade de bens, prevista no art. 4º, § 4º,
da Lei nº 9.613/98, pode atingir bens de origem lícita ou ilícita, adquiridos antes ou depois da infração
penal, bem como de pessoa jurídica ou familiar não denunciado, quando houver confusão patrimonial.
STJ. Corte Especial. Inq 1.190-DF, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, julgado em 15/09/2021 (Info 710).
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Essa regra trazida pela Lei 12.694/12 vale para todos os procedimentos penais.
Vejamos qual é o procedimento da alienação antecipada previsto agora de forma ampla no CPP por
força da Lei n. 12.694/2012.
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E se os bens apreendidos forem dinheiro (inclusive moeda estrangeira), títulos, valores mobiliários
ou cheques?
O juízo determinará a conversão do numerário apreendido em moeda nacional corrente e o depósito
das correspondentes quantias em conta judicial.
O valor dos títulos da dívida pública, das ações das sociedades e dos títulos de crédito negociáveis
em bolsa será o da cotação oficial do dia, provada por certidão ou publicação no órgão oficial.
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QUESTÕES PROPOSTAS
A-ter sido praticado crime contra a Administração Pública, demonstração do enriquecimento ilícito dos
agentes infratores e a indicação dos bens.
B-ter sido praticado crime contra o patrimônio, demonstração do enriquecimento ilícito dos agentes
infratores e a indicação dos bens.
C-ter sido praticado crime contra a Administração Pública, demonstração do enriquecimento sem causa dos
agentes infratores e a indicação dos bens.
D-ter sido praticado crime contra o patrimônio, demonstração do enriquecimento ilícito dos agentes
infratores e a indicação de valores.
E-ter sido praticado crime contra a administração pública, demonstração do enriquecimento sem causa dos
agentes infratores e a indicação de valores.
A-Indícios veementes da proveniência ilícita dos bens, demonstração do nexo causal, a fumaça e a
probabilidade de que os bens tenham sido adquiridos com os proventos do crime.
B-Indícios suficientes da proveniência ilícita dos bens, demonstração do nexo causal, a fumaça e a
probabilidade de que os bens tenham sido adquiridos com os proventos do crime.
C-Fundadas razões da proveniência ilícita dos bens, demonstração do nexo causal, a fumaça e a probabilidade
de que os bens tenham sido adquiridos com os proventos do crime.
D-Indícios suficientes da proveniência ilícita dos bens, demonstração do nexo causal, a fumaça e a
possibilidade de que os bens tenham sido adquiridos com os proventos do crime.
E-Fundadas razões da proveniência ilícita dos bens, demonstração do nexo causal, a fumaça e a possibilidade
de que os bens tenham sido adquiridos com os proventos do crime.
3 - 2022 - CESPE / CEBRASPE - PC-RJ - CESPE / CEBRASPE - 2022 - PC-RJ - Delegado de Polícia
Rosmênio ingressou no estacionamento de um grande supermercado com a intenção de subtrair um
automóvel. De posse do material necessário, abriu um veículo, fez ligação direta, mas foi impedido de sair
do local pela ação dos seguranças. Levado à delegacia de polícia da circunscrição, a autoridade policial o
autuou no crime de furto qualificado tentado, cuja pena privativa de liberdade é de 2 a 8 anos de reclusão.
Considerando-se o instituto da fiança, é correto afirmar que, nessa situação hipotética,
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A-a autoridade judicial somente poderá conceder fiança nos crimes patrimoniais sem violência e grave
ameaça.
B-é admissível a concessão de fiança pela autoridade policial, por se tratar de crime tentado.
C-é inadmissível a concessão de fiança pela autoridade judicial, dada a gravidade do crime.
D-a fiança nos crimes patrimoniais exige que o investigado ou acusado indenize o lesado, antes de ser
colocado em liberdade.
E-a autoridade policial não poderá conceder fiança, por se tratar de crime qualificado, ainda que tentado.
4 - 2022 - CESPE / CEBRASPE - PC-RJ - CESPE / CEBRASPE - 2022 - PC-RJ - Delegado de Polícia
Em relação à prisão domiciliar, medidas cautelares, fiança e execução penal, assinale a opção correta.
A-A medida cautelar de suspensão do exercício de função pública para os que pratiquem crimes no exercício
da referida função ou atividade de natureza econômica ou financeira que guarde relação com crimes de
caráter econômico ou financeiro não pode ser reconhecida porque é incompatível com o direito
constitucional do livre exercício do trabalho.
B-A medida cautelar de internação provisória do acusado só poderá ser deferida se o crime for praticado
mediante violência ou grave ameaça e desde que os peritos concluam ser o acusado inimputável ou semi-
imputável, com risco de reiteração do crime.
C-É cabível a substituição da prisão preventiva pela prisão domiciliar aos acusados primários e de bons
antecedentes e que sejam responsáveis pelos cuidados de filho de até seis anos de idade incompletos, desde
que utilizem aparelho de monitoração eletrônica a distância.
D-É cabível a substituição da execução da prisão em regime aberto pelo recolhimento em residência
particular quando o condenado tiver mais de 80 anos de idade.
E-Para que haja a possibilidade de quebramento da fiança na hipótese de nova infração penal dolosa, é
necessário o trânsito em julgado do crime posteriormente verificado, perdendo o acusado o valor
integralmente recolhido da caução processual.
5 - 2021 - FGV - PC-RN - FGV - 2021 - PC-RN - Delegado de Polícia Civil Substituto
Em 28/11/2020, foi aberto inquérito policial para investigar a prática do crime de comércio ilegal de armas
por parte de Flávio. No curso da investigação, foram obtidos indícios veementes de que Flávio adquiriu um
imóvel com o dinheiro proveniente do crime, posteriormente alienado a seu sogro. Sendo esse o único bem
que constava em nome do investigado antes da alienação, o seu sequestro:
A-não poderá ser requerido pela autoridade policial ao juiz, pois o bem já se encontra em nome de terceiro;
B-poderá ser requerido pela autoridade policial ao juiz, mesmo antes do oferecimento da denúncia;
C-não poderá ser requerido pela autoridade policial ao juiz, por se tratar de bem imóvel;
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D-poderá ser requerido pela autoridade policial ao juiz, sem a possibilidade de oposição de embargos de
terceiro;
E-não poderá ser requerido pela autoridade policial ao juiz, dado não haver condenação a demonstrar a
prova efetiva da proveniência ilícita do bem.
6 - 2021 - FGV - PC-RN - FGV - 2021 - PC-RN - Delegado de Polícia Civil Substituto
Mendel foi preso em flagrante pela prática do crime de furto, punível com pena de reclusão de 1 a 4 anos e
multa, constando de sua folha de antecedentes criminais diversos outros processos pela prática de delitos
da mesma natureza. Após Mendel ser apresentado à autoridade policial, o delegado de polícia:
7 - 2021 - CESPE / CEBRASPE - Polícia Federal - CESPE / CEBRASPE - 2021 - Polícia Federal - Delegado de
Polícia Federal
José, réu primário, foi preso em flagrante acusado de ter praticado crime doloso punível com reclusão de
no máximo quatro anos. Na audiência de custódia, o juiz decretou a prisão preventiva de ofício. No entanto,
a defesa de José solicitou, em seguida, a reconsideração da decisão, com base no argumento de que a
conduta do preso era atípica. O juiz acatou a tese e relaxou a prisão.
Considerando essa situação hipotética, julgue o item subsequente.
Devido à pena prevista para o crime praticado por José, delegados ficam vedados a arbitrar a fiança.
Certo
Errado
8 - 2021 - CESPE / CEBRASPE - Polícia Federal - CESPE / CEBRASPE - 2021 - Polícia Federal - Delegado de
Polícia Federal
José, réu primário, foi preso em flagrante acusado de ter praticado crime doloso punível com reclusão de no
máximo quatro anos. Na audiência de custódia, o juiz decretou a prisão preventiva de ofício. No entanto, a
defesa de José solicitou, em seguida, a reconsideração da decisão, com base no argumento de que a conduta
do preso era atípica. O juiz acatou a tese e relaxou a prisão.
Considerando essa situação hipotética, julgue o item subsequente.
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ANDRESSA AGUIAR PASSOS HOMEM 01936276631 ANDRESSA AGUIAR PASSOS HOMEM 01936276631 ANDRESSA
RETA FINAL
DELEGADO ALAGOAS
SEMANA 09/12
A decisão do juiz, que relaxou a prisão por entender que a conduta de José havia sido atípica, não faz coisa
julgada.
Certo
Errado
9 - 2018 - CESPE / CEBRASPE - Polícia Federal - CESPE - 2018 - Polícia Federal - Delegado de Polícia Federal
Acerca de prisão, de liberdade provisória e de fiança, julgue o próximo item de acordo com o entendimento
do STF e a atual sistemática do Código de Processo Penal.
A inafiançabilidade nos casos de crimes hediondos não impede a concessão judicial de liberdade provisória,
impedindo apenas a concessão de fiança como instrumento de obtenção dessa liberdade.
Certo
Errado
10 - 2018 - CESPE / CEBRASPE - Polícia Federal - CESPE - 2018 - Polícia Federal - Delegado de Polícia Federal
Acerca de prisão, de liberdade provisória e de fiança, julgue o próximo item de acordo com o entendimento
do STF e a atual sistemática do Código de Processo Penal.
Situação hipotética: Um cidadão foi preso em flagrante pela prática do crime de corrupção ativa. A
autoridade policial, no prazo legal do IP, remeteu os autos ao competente juízo, quando foi decretada a
prisão preventiva do indiciado. Assertiva: Nessa situação, estão preenchidos os requisitos legais para a
concessão da fiança, razão por que ela poderá ser concedida como contracautela da prisão anteriormente
decretada.
Certo
Errado
A-A cassação da fiança poderá ocorrer com a inovação da classificação do delito tido, inicialmente, como
afiançável.
B-Não poderá haver reforço da fiança mediante inovação da classificação do delito.
C-O pagamento da fiança poderá ser dispensado pela autoridade policial, em face da situação econômica do
preso.
D-O quebramento injustificado da fiança importará na perda da totalidade do seu valor.
DELEGADO ALAGOAS
SEMANA 09/12
A-É cabível medida cautelar diversa da prisão a crime cuja pena cominada seja de multa.
B-A prisão temporária será decretada pelo Juiz, de ofício, em face da representação da autoridade policial ou
de requerimento do Ministério Público, e terá o prazo de 5 (cinco) dias, prorrogável por igual período em
caso de extrema e comprovada necessidade.
C-Ausentes os requisitos da prisão preventiva, é cabível liberdade provisória para o crime de tráfico de
drogas.
D-É constitucional a expressão "e liberdade provisória", constante do caput do artigo 44 da Lei nº
11.343/2006, conforme entendimento do Supremo Tribunal Federal.
E-A autoridade policial somente poderá conceder fiança nos casos de infração cuja pena privativa de
liberdade máxima seja inferior a 4 (quatro) anos.
13 - 2018 - CESPE / CEBRASPE - PC-MA - CESPE - 2018 - PC-MA - Delegado de Polícia Civil
Em inquérito policial para apurar a prática de crime de furto, a autoridade policial reuniu provas suficientes
de que o indiciado teria adquirido imóveis e veículos — todos registrados em seu nome — com recurso
proveniente do crime.
Nessa situação, a autoridade policial poderá
A-A autoridade policial, para determinar o valor da fiança, terá em consideração a natureza da infração, as
condições pessoais de fortuna e vida pregressa do acusado e as circunstâncias indicativas de sua
culpabilidade.
B-A autoridade policial somente poderá conceder fiança nos casos de infração cuja pena privativa de
liberdade não seja superior a 4 (quatro) anos.
166
ANDRESSA AGUIAR PASSOS HOMEM 01936276631 ANDRESSA AGUIAR PASSOS HOMEM 01936276631 ANDRESSA
RETA FINAL
DELEGADO ALAGOAS
SEMANA 09/12
C-A autoridade policial poderá dispensar a fiança, a depender da situação econômica do réu ou reduzi-la até
o máximo de 1/3 (um terço).
D-Caso a autoridade policial retarde a concessão da fiança, o preso, ou alguém por ele, poderá prestá-la
mediante simples petição, perante o juiz competente, que decidirá em 48 (quarenta e oito) horas.
E-O valor da fiança que será fixado pela autoridade policial será nos limites de 1 (um) a 200 (duzentos)
salários- mínimos.
A-o descumprimento de medida cautelar diversa da prisão aplicada cumulativamente com a fiança pode
gerar o quebramento da fiança.
B-é vedada a aplicação da fiança em crimes cometidos com violência ou grave ameaça contra a pessoa.
C-a situação econômica da pessoa presa é irrelevante para a fixação do valor da fiança, que deve ter relação
com a gravidade do crime e os antecedentes criminais.
D-a fiança será prestada em dinheiro, sendo vedada a prestação por meio de pedras preciosas.
E-a concessão de fiança é ato exclusivo da autoridade judicial, visto que implica em decisão sobre a liberdade
da pessoa.
16 - 2017 - CESPE / CEBRASPE - PC-GO - CESPE - 2017 - PC-GO - Delegado de Polícia Substituto
Será cabível a concessão de liberdade provisória ao indivíduo que for preso em flagrante devido ao
cometimento do crime de I estelionato; II latrocínio; III estupro de vulnerável. Assinale a opção correta.
17 - 2017 - CESPE / CEBRASPE - PC-GO - CESPE - 2017 - PC-GO - Delegado de Polícia Substituto
Pedro, Joaquim e Sandra foram presos em flagrante delito. Pedro, por ter ofendido a integridade corporal de
Lucas, do que resultou debilidade permanente de um de seus membros; Joaquim, por ter subtraído a bicicleta
de Lúcio, de vinte e cinco anos de idade, no período matutino — Lúcio a havia deixado em frente a uma
padaria; e Sandra, por ter subtraído o carro de Tomás mediante grave ameaça. Considerando-se os crimes
cometidos pelos presos, a autoridade policial poderá conceder fiança a
A-Joaquim somente.
B-Pedro somente.
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ANDRESSA AGUIAR PASSOS HOMEM 01936276631 ANDRESSA AGUIAR PASSOS HOMEM 01936276631 ANDRESSA
RETA FINAL
DELEGADO ALAGOAS
SEMANA 09/12
A-O descumprimento de medida cautelar imposta ao acusado para não manter contato com pessoa
determinada é motivo suficiente para o juiz determinar a substituição da medida por prisão preventiva, já
que a aplicação de outra medida representaria ofensa ao poder imperativo do Estado além de ser
incompatível com o instituto das medidas cautelares.
B-Concedida ao acusado a liberdade provisória mediante fiança, será inaplicável a sua cumulação com outra
medida cautelar tal como a proibição de ausentar-se da comarca ou o monitoramento eletrônico.
C-Compete ao juiz e não ao delegado a concessão de liberdade provisória, mediante pagamento de fiança, a
acusado de crime hediondo ou tráfico ilícito de entorpecente.
D-Caso, após sentença condenatória, advenha a prescrição da pretensão punitiva e seja declarada extinta a
punibilidade por essa razão, os valores recolhidos a título de fiança serão integralmente restituídos àquele
que a prestou.
E-Ofenderá o princípio constitucional da ampla defesa e do contraditório a defesa que, firmada por advogado
dativo, se apresentar deficiente e resultar em prejuízo comprovado para o acusado.
DELEGADO ALAGOAS
SEMANA 09/12
A-Se o acusado, citado por edital, não comparecer nem constituir advogado, será decretada a revelia e o
processo prosseguirá com a nomeação de defensor dativo.
B-Em homenagem ao princípio da ampla defesa, será sempre pessoal a intimação do defensor dativo ou
constituído pelo acusado.
C-O arbitramento de fiança, tanto na esfera policial quanto na concedida pelo competente juízo, independe
de prévia manifestação do representante do MP.
D-Nos procedimentos previstos na Lei n.º 9.099/1995, em se tratando de ação penal pública condicionada à
representação e não havendo conciliação na audiência preliminar, caso o ofendido se manifeste pelo não
oferecimento de representação, o processo será julgado extinto de imediato, operando-se a decadência do
direito de ação.
E-No caso de prisão em flagrante, a autoridade policial somente poderá conceder fiança se a infração penal
for punida com detenção e prisão simples; nas demais situações, a fiança deverá ser requerida ao
competente juízo.
Respostas7
7
1: A 2: A 3: B 4: B 5: B 6: D 7: E 8: C 9: C 10: E 11: A 12: C 13: A 14: D 15: A 16: C 17: A 18: E 19: C 20: C
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RETA FINAL
DELEGADO ALAGOAS
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META 3
CF/88
⦁ Art. 21, V
⦁ Art. 49, IV
⦁ Art. 53, §8º
⦁ Art. 57, §6º, I
⦁ Art. 60, §1º
⦁ Art. 84, IX
⦁ Art. 90, I
⦁ Art. 91, II
⦁ Art. 136 a 139
⦁ Art. 140 a 144
Lei 10.446/02
CF/88
⦁ Art. 53, §8º
⦁ Art. 60, §1º
⦁ Art. 84, IX
⦁ Art. 136, §§1º, 2º, 4º e 6º
⦁ Art. 137, 138 e 139
⦁ Art. 144 (importantíssimo!!!)
Lei 10.446/02
⦁ Importante a leitura completa!
170
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RETA FINAL
DELEGADO ALAGOAS
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Segundo Pedro Lenza, caracteriza-se como o equilíbrio da ordem constitucional, não havendo
preponderância de um grupo sobre o outro, mas, em realidade, o equilíbrio entre os grupos de poder. Se
ocorrer disputas pelo poder, tal competição extrapola os limites constitucionais, dando ensejo ao surgimento
do sistema constitucional das crises, definido como o conjunto ordenado de normas constitucionais que,
informadas pelos princípios da necessidade e da temporariedade, têm por objeto as situações de crises e por
finalidade a manutenção ou o restabelecimento da normalidade constitucional. Os aludidos princípios
determinam que: a) os meios de resposta tenham sua executoriedade restrita e vinculada a cada
anormalidade em particular e, ainda, ao lugar e tempo específicos; b) o poder de fiscalização política dos atos
de exceção seja atribuído ao poder legislativo; c) haja possibilidade de controle judicial, que deverá ser
realizado a tempore e a posteriori.
DELEGADO ALAGOAS
SEMANA 09/12
III - a prisão ou detenção de qualquer pessoa não poderá ser superior a dez dias,
salvo quando autorizada pelo Poder Judiciário;
IV - é vedada a incomunicabilidade do preso.
§ 4º Decretado o estado de defesa ou sua prorrogação, o Presidente da República,
dentro de vinte e quatro horas, submeterá o ato com a respectiva justificação ao
Congresso Nacional, que decidirá por maioria absoluta.
§ 5º Se o Congresso Nacional estiver em recesso, será convocado,
extraordinariamente, no prazo de cinco dias.
§ 6º O Congresso Nacional apreciará o decreto dentro de dez dias contados de seu
recebimento, devendo continuar funcionando enquanto vigorar o estado de
defesa.
§ 7º Rejeitado o decreto, cessa imediatamente o estado de defesa.
DELEGADO ALAGOAS
SEMANA 09/12
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RETA FINAL
DELEGADO ALAGOAS
SEMANA 09/12
Áreas Abrangidas Âmbito regional. Locais Âmbito nacional. Após o Âmbito nacional. Após o
restritos e Decreto, o Presidente Decreto, o Presidente
determinados (art. especificará as medidas especificará as medidas
136). específicas e as áreas específicas e as áreas
abrangidas (art. 138, abrangidas (art. 138,
caput) caput)
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SEMANA 09/12
3. FORÇAS ARMADAS
Art. 142, CF. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela
Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com
base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da
República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais
e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.
§ 1º Lei complementar estabelecerá as normas gerais a serem adotadas na
organização, no preparo e no emprego das Forças Armadas.
§ 2º Não caberá habeas corpus em relação a punições disciplinares militares.
§ 3º Os membros das Forças Armadas são denominados militares, aplicando-se-
lhes, além das que vierem a ser fixadas em lei, as seguintes disposições:
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RETA FINAL
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SEMANA 09/12
4. SEGURANÇA PÚBLICA
CUIDADO! O rol de órgãos encarregados do exercício da segurança pública está previsto no art. 144,
I a V, da CF/88, sendo um rol taxativo. Esse modelo federal deve ser observado pelos Estados-membros e
pelo Distrito Federal.
Dessa forma, não é possível que os Estados-membros criem órgão de segurança pública diverso
daqueles que estão previstos no art. 144 da CF/88
DELEGADO ALAGOAS
SEMANA 09/12
Científica, criada pelo Estado-membro para ser o órgão responsável pelas perícias,
continue a existir e a desempenhar suas funções, sem estar, necessariamente,
vinculada à Polícia Civil. No entanto, deve-se afastar qualquer interpretação que
lhe outorgue caráter de órgão de segurança pública. STF. Plenário. ADI 2575/PR,
Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 24/6/2020 (Info 983).
Nada impede, no entanto, que a Polícia Científica, órgão responsável pelas perícias, continue a existir
e a desempenhar suas funções, sem estar, necessariamente, vinculada à Polícia Civil. No entanto, ela (Polícia
Científica) não pode ser considerada juridicamente órgão de segurança pública. Assim, por exemplo, os
integrantes dessa “Polícia Científica” não têm, em tese, direito a porte de arma como policiais, não gozam da
aposentadoria especial de policial etc.
Aproveita-se o ponto para recordar o artigo 42 da Constituição Federal, que também foi
recentemente alterado.
DELEGADO ALAGOAS
SEMANA 09/12
Características:
✓ Órgão permanente
✓ Organizada e mantida pela União
✓ Estruturada em carreira
Atribuições
✓ Polícia ostensiva – polícia marítima
✓ Polícia ostensiva – polícia aeroportuária (policiamento ostensivo do espaço aéreo)
✓ Polícia ostensiva – polícia de fronteira
✓ Polícia judiciária – exercida com exclusividade no plano federal.
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RETA FINAL
DELEGADO ALAGOAS
SEMANA 09/12
Consoante dispõe o artigo 144, § 4º, da Constituição Federal, as polícias civis são
dirigidas por delegados de carreira, não cabendo a inobservância da citada
qualificação, nem a exigência de que se encontrem no último nível da organização
policial. STF. Plenário. ADI 3038, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 11/12/2014.
DELEGADO ALAGOAS
SEMANA 09/12
iniciativa privativa do Poder Executivo (CRFB/1988, art. 61, § 1º, II, c e e), e, desta
forma, não pode ser tratada por Emenda Constitucional de iniciativa parlamentar.
Precedentes. 3. Pedido julgado procedente, para declarar a inconstitucionalidade
formal da EC nº 86/2013, do Estado de Rondônia, por vício de iniciativa.
(ADI 5075, Relator(a): Min. ROBERTO BARROSO, Tribunal Pleno, julgado em
19/08/2015, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-175 DIVULG 04-09-2015 PUBLIC 08-09-
2015)
▪ É constitucional lei estadual que conceda dois assentos gratuitos a policiais militares devidamente
fardados nos transportes coletivos intermunicipais
DELEGADO ALAGOAS
SEMANA 09/12
Assim como já ocorre com a Polícia Civil, Polícia Militar e com o Corpo de Bombeiros, a Polícia Penal
Distrital é organizada e mantida pela União, conforme prevê expressamente o inciso XIV do art. 21 da CF/88:
O Governo do Distrito Federal poderá também se valer da Polícia Penal, conforme disposto em lei
federal. É o que estabelece o § 4º do art. 32 da CF/88. Vale ressaltar, ainda, que as Polícias Penais estaduais
e a Polícia Penal distrital estão subordinadas aos Governadores dos Estados e do Distrito Federal:
Art. 32. § 4º Lei federal disporá sobre a utilização, pelo Governo do Distrito Federal,
da polícia civil, da polícia penal, da polícia militar e do corpo de bombeiros militar.
DELEGADO ALAGOAS
SEMANA 09/12
CUIDADO PARA NÃO CONFUNDIR: A Polícia Penal distrital é organizada e mantida pela União. A
despeito disso, a Polícia Penal distrital:
∘ Está subordinada ao Governador do Distrito Federal; e
∘ Pode ser utilizada pelo Governo do Distrito Federal, na forma da lei federal.
O exercício do direito de greve, sob qualquer forma ou modalidade, é vedado aos policiais civis e a
todos os servidores públicos que atuem diretamente na área de segurança pública. Isso porque a atividade
policial é considerada o “braço armado” do Estado, responsável pela garantia da segurança interna, ordem
pública e paz social, motivo pelo qual o interesse público e a manutenção da segurança deem prevalecer
sobre o direito individual de greve.
Veja a brilhante explicação constante do julgado abaixo:
185
ANDRESSA AGUIAR PASSOS HOMEM 01936276631 ANDRESSA AGUIAR PASSOS HOMEM 01936276631 ANDRESSA
RETA FINAL
DELEGADO ALAGOAS
SEMANA 09/12
5. GUARDAS MUNICIPAIS:
DELEGADO ALAGOAS
SEMANA 09/12
Aposentadoria especial é aquela cujos requisitos e critérios exigidos do beneficiário são mais
favoráveis que os estabelecidos normalmente para as demais pessoas. A CF/88 prevê que os servidores que
exerçam atividades de risco têm direito à aposentadoria especial, segundo requisitos e condições previstas
em lei complementar (art. 40, § 4º, II, “b”).
Diante da ausência de legislação específica, não cabe ao Poder Judiciário garantir aposentadoria
especial (art. 40, § 4º, II, da CF/88) às guardas municipais.
A aposentadoria especial não pode ser estendida aos guardas civis, uma vez que suas atividades
precípuas não são inequivocamente perigosas e, ainda, pelo fato de não integrarem o conjunto de órgãos
de segurança pública relacionados no art. 144, I a V, da CF/88.
Como a expressão "atividades de risco" possui caráter aberto e tendo em vista a relativa liberdade
de conformação do legislador, somente há omissão inconstitucional nos casos em que a periculosidade é
inequivocamente inerente ao ofício.
A eventual exposição à situações de risco a que podem estar sujeitos os guardas municipais e, de
resto, diversas outras categorias, não garante direito subjetivo constitucional à aposentadoria especial.
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RETA FINAL
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ANDRESSA AGUIAR PASSOS HOMEM 01936276631 ANDRESSA AGUIAR PASSOS HOMEM 01936276631 ANDRESSA
RETA FINAL
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SEMANA 09/12
O porte de arma de fogo a que têm direito os policiais civis não se estende aos policiais
aposentados. Isso porque, de acordo com o art. 33 do Decreto 5.123/2004, que regulamentou o art. 6º da
Lei 10.826/2003, o porte de arma de fogo está condicionado ao efetivo exercício das funções institucionais
por parte dos policiais, motivo pelo qual não se estende aos aposentados.
Lei distrital não pode conferir porte de arma nem determinar o exercício de atividades
de segurança pública a agentes e inspetores de trânsito
A Constituição Federal, nos incisos do art. 144, estabelece quais são os órgãos
de segurança pública. Esse rol é taxativo e de observância obrigatória pelo
legislador infraconstitucional. Como consequência, os Estados-membros não
podem atribuir o exercício de atividades de segurança pública a órgãos diversos
daqueles previstos na Constituição Federal. Assim, a lei distrital, ao estabelecer que
190
ANDRESSA AGUIAR PASSOS HOMEM 01936276631 ANDRESSA AGUIAR PASSOS HOMEM 01936276631 ANDRESSA
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QUESTÕES PROPOSTAS
01 -2021 INSTITUTO AOCP PC-PA INSTITUTO AOCP - 2021 - PC-PA - Delegado de Polícia Civil
Segundo o artigo 136 da Constituição Federal, o Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da
República e o Conselho de Defesa Nacional, decretar estado de defesa para preservar ou prontamente
restabelecer, em locais restritos e determinados, a ordem pública ou a paz social ameaçadas por grave e
iminente instabilidade institucional ou atingidas por calamidades de grandes proporções na natureza. A
respeito do estado de defesa, assinale a alternativa correta.
A-Na vigência do estado de defesa, a prisão por crime contra o Estado, determinada pelo executor da medida,
será por este comunicada ao juiz competente no prazo de 30 dias, que a relaxará, se não for legal, facultado
ao preso requerer exame de corpo de delito à autoridade policial.
B-Na vigência do estado de defesa, a comunicação feita ao Juiz será acompanhada de declaração, pela
autoridade, do estado físico e mental do detido no momento de sua autuação.
C-O tempo de duração do estado de defesa não será superior a sessenta dias, podendo ser prorrogado uma
vez, por igual período, se persistirem as razões que justificaram a sua decretação.
D-Na vigência do estado de defesa, a prisão ou detenção de qualquer pessoa não poderá ser superior a trinta
dias, salvo quando autorizada pelo Poder Judiciário.
E-Decretado o estado de defesa ou sua prorrogação, o Presidente da República, dentro de quarenta e oito
horas, submeterá o ato com a respectiva justificação ao Congresso Nacional, que decidirá por maioria
absoluta.
DELEGADO ALAGOAS
SEMANA 09/12
Conforme disposições constitucionais a respeito da organização da segurança pública, julgue o item a seguir.
As polícias militares, os corpos de bombeiros militares e as polícias civis subordinam-se aos governadores
dos estados, do Distrito Federal e dos territórios.
( ) Certo ( ) Errado
A segurança pública, exercida para preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do
patrimônio, é responsabilidade de todos.
( ) Certo ( ) Errado
Incumbem às polícias civis a função de polícia judiciária e a apuração de infrações penais contra a ordem
política e social, excetuadas as infrações de natureza militar
( ) Certo ( ) Errado
O poder constituinte originário, ao tratar da segurança pública no ordenamento constitucional vigente, fez
menção expressa à segurança viária, atividade exercida para a preservação da ordem pública, da
incolumidade das pessoas e de seu patrimônio nas vias públicas
( ) Certo ( ) Errado
A PF tem competência para apurar infrações penais que causem prejuízos aos interesses da União,
ressalvadas aquelas que atinjam órgãos da administração pública indireta no âmbito federal.
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RETA FINAL
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( ) Certo ( ) Errado
A vedação absoluta ao direito de greve dos integrantes das carreiras da segurança pública é compatível com
o princípio da isonomia, segundo o STF.
( ) Certo ( ) Errado
a)às polícias civis incumbem a apuração de infrações penais contra a ordem política e social ou em
detrimento de bens, serviços e interesses da União ou de suas entidades autárquicas e empresas públicas
nas localidades onde não exista delegacia de Polícia Federal.
b)incumbem às polícias civis, ressalvada a competência da União, as funções de polícia judiciária e a apuração
de infrações penais, inclusive as militares.
c)os servidores policiais integrantes dos órgãos de segurança pública serão remunerados exclusivamente por
subsídio.
d)os municípios com mais de duzentos mil habitantes deverão constituir guardas municipais destinadas à
proteção de seus bens, serviços e instalações.
e)as polícias civis dos estados e do Distrito Federal são instituições organizadas com base na hierarquia e na
disciplina.
a)não pode possuir nenhuma tatuagem no corpo nem alegar-se adventista do sétimo dia, para recusar o
plantão de sexta para sábado, pois no Brasil o Estado é laico.
b)pode questionar a condução de investigações penais pelo Ministério Público, cuja atribuição limita-se à
propositura da ação penal pública.
c)está subordinado ao governador do Estado, e o respectivo concurso pode exigir altura mínima para
ingresso.
194
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RETA FINAL
DELEGADO ALAGOAS
SEMANA 09/12
a)o estado de defesa poderá ser instituído pelo prazo máximo de 45 dias, prorrogado uma única vez por mais
45 dias.
b)o decreto poderá restringir tanto o sigilo de comunicação telegráfica como telefônica.
c)o decreto que instituir o estado de defesa poderá se dar por prazo indeterminado em casos de grave
violação da ordem pública.
d)na vigência do estado de defesa a prisão ou detenção de qualquer pessoa não poderá ser superior a 30
dias, salvo quando autorizada pelo Poder Judiciário.
e)o direito de reunião poderá ser restringido, excetuando-se naquelas exercidas no seio das associações.
a)Às polícias civis, dirigidas por delegados de carreira, incumbem, sem exceção, as funções de polícia
judiciária e a apuração de infrações penais.
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ANDRESSA AGUIAR PASSOS HOMEM 01936276631 ANDRESSA AGUIAR PASSOS HOMEM 01936276631 ANDRESSA
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b)Não é possível a acumulação remunerada do cargo de policial civil com o cargo de professor, ainda que
haja compatibilidade de horários.
c)Não se garante aos policiais civis o direito à livre associação sindical, em virtude da natureza de suas
atividades.
d)Os policiais civis são remunerados por subsídio fixado em parcela única, por meio de lei de iniciativa
privativa do Governador do Estado, vedado o acréscimo de qualquer outra espécie remuneratória.
a)Na hipótese extrema do estado de defesa, quando medidas enérgicas devem ser tomadas para preservar
a ordem pública, o preso pode ficar, excepcionalmente, incomunicável.
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b)O Estado de Sítio pode ser defensivo, tendo como pressuposto material a ocorrência de uma comoção
grave, cuja repercussão é nacional e que não pode ser debelada com os instrumentos normais de segurança.
c)Logo que cesse o Estado de Defesa ou o Estado de Sítio, as medidas aplicadas em sua vigência pelo
Presidente da República serão relatadas em mensagem ao Supremo Tribunal Federal, pois cumpre ao
Judiciário o controle de legalidade dos atos praticados.
d)Cessado o Estado de Sítio, cessam imediatamente seus efeitos, de modo que os atos coercitivos
autorizados em decreto, executados pelos delegados do Presidente da República, são imunes ao controle
judicial.
e)Os pareceres emitidos pelos Conselhos da República e de Defesa Nacional não são vinculantes, cabendo a
decretação do estado de defesa ao Presidente da República, que expedirá decreto estabelecendo a duração
da medida.
I. não poderia ter sido declarada inconstitucional com fundamento em norma da Constituição Federal, uma
vez que ao Tribunal de Justiça compete exercer o controle de constitucionalidade apenas em face da
Constituição do Estado.
II. não poderia ter sido declarada inconstitucional, uma vez que não foi atingido o quórum de 2/3 dos
membros do Tribunal, quórum esse também exigido para a aprovação de súmulas vinculantes pelo Supremo
Tribunal Federal.
III. é incompatível com a Constituição Federal por violar competência atribuída à polícia civil do Estado.
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a)I, II e III.
b)I e III, apenas.
c)II e III, apenas.
d)III, apenas.
e)I, apenas.
a)o estado de sítio e o estado de defesa podem ser decretados pelo Presidente da República, desde que
previamente autorizados pelo Congresso Nacional, por maioria absoluta dos membros de cada Casa
Legislativa.
b)o estado de sítio pode ser decretado para preservar ou prontamente restabelecer, em locais restritos e
determinados, a ordem pública ou a paz social ameaçadas por grave e iminente instabilidade institucional ou
atingidas por calamidades de grandes proporções na natureza.
c)o decreto que instituir o estado de defesa deve, dentre outros requisitos, especificar as medidas coercitivas
que vigorarão no período de sua vigência, dentre as quais são admissíveis restrições aos direitos de sigilo de
correspondência, de sigilo de comunicação telegráfica e telefônica e de reunião.
d)o estado de sítio é uma limitação circunstancial ao poder constituinte reformador, uma vez que a
Constituição Federal não pode ser emendada durante sua vigência, ao contrário do estado de defesa, que
não impede a aprovação de emendas constitucionais no período.
e)o decreto que instituir o estado de sítio deve indicar as garantias constitucionais que ficarão suspensas no
período de sua vigência, sendo vedado, contudo, o estabelecimento de restrições relativas à liberdade de
imprensa, radiodifusão e televisão.
a)No entendimento atual do STF, é constitucional a exigência de dispositivo de Constituição Estadual que
exija que o Superintendente da Polícia Civil seja um delegado de polícia integrante da classe final da carreira.
b)Conforme já pronunciou o STF, é dever do Estado manter em seus presídios os padrões mínimos de
humanidade previstos no ordenamento jurídico, sendo de sua responsabilidade, nos termos do artigo 37, §
6°, da Constituição da República, a obrigação de ressarcir os danos, inclusive morais, comprovadamente
causados aos detentos em decorrência da falta ou insuficiência das condições legais de encarceramento.
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c)O Distrito Federal tem por peculiaridade que a sua polícia civil e sua polícia militar sejam organizadas e
mantidas pela União, nos termos da Constituição da República, e não sejam subordinadas ao Governador do
Distrito Federal.
d)O Estado-membro responsável pela unidade prisional é que deverá pagar a indenização por danos morais
ao preso se os padrões mínimos de humanidade previstos no ordenamento jurídico forem descumpridos.
Esse pagamento, conforme o STF, pode se dar em pecúnia ou por meio de remição da pena.
e)O exercício do direito de greve, sob qualquer forma ou modalidade, é vedado aos policiais civis, embora
possa ser permitido de forma lícita em situações excepcionais a outros servidores públicos que atuem
diretamente na área de segurança pública.
Respostas9
9
01: B 02: E 03: C 04: C 05: E 06: E 07: E 08: C 09: C 10: C 11: B 12: B 13: D 14: C 15: E
16: D 17: D 18: C 19: B 20: E
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CF/88
⦁ Art. 37 a 42
⦁ Art. 95, § único, I
⦁ Art. 128, §5º
⦁ Art. 169
CF/88
⦁ Art. 37, inc. I, II, V, VII, IX, XI, XIV, XVI, XVII
⦁ Art. 37, §§ 4º, 6º, 7º, 1º, 13º e 15º
⦁ Art. 38
⦁ Art. 39, §§ 1º, 4º, 9º
⦁ Art. 40 (leitura completa, tendo em vista a recente alteração legislativa)
⦁ Art. 41, todos os parágrafos (muito importante)
⦁ Art. 169, §3º
Lei 8112/90
⦁ Art. 5º
⦁ Art. 8º a 12º
⦁ Art. 15, 18 e 19
⦁ Art. 20 a 22
⦁ Art. 24 a 32
⦁ Art. 33 a 36
⦁ Art. 61, 68
⦁ Art. 73 a 76
⦁ Art. 77, 78, 81, 86 e 94
⦁ Art. 97
⦁ Art. 102 a 107
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CP
⦁ Art. 327
A CF/88 trata da Administração Pública nos arts. 37 a 42. No material, serão tratados os principais
pontos da matéria, o que NÃO dispensa a leitura dos dispositivos Constitucionais.
Os princípios constitucionais explícitos são vetores de observância obrigatória pela União, Estados,
DF e Municípios. São eles:
• Legalidade;
• Impessoalidade;
• Moralidade;
• Publicidade;
• Eficiência.
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao
seguinte.
(...)
§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos
públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não
podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal
de autoridades ou servidores públicos.
2. AGENTES PÚBLICOS
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É expressão ampla que abrange os sujeitos que exercem funções públicas. Assim, qualquer pessoa
que age em nome do Estado é agente público, independentemente de vínculo jurídico, ainda que atue sem
remuneração e transitoriamente (CARVALHO, 2017, p. 769).
Art. 2º da Lei nº 8.429/92: Para os efeitos desta Lei, consideram-se agente público
o agente político, o servidor público e todo aquele que exerce, ainda que
transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação,
contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo,
emprego ou função nas entidades referidas no art. 1º desta Lei.
Art. 327 do Código Penal: Considera-se funcionário público, para os efeitos penais,
quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou
função pública.
▪ Agente público de direito – É aquele que exerce a função pública com vínculo jurídico, formal,
válido com o Estado. Há investidura regular nos cargos, empregos e funções públicas.
▪ Agentes públicos de fato – É aquele que exerce a função pública sem vínculo jurídico, formal,
válido estabelecido com o Estado, buscando atender o interesse público. Inexiste investidura
prévia em cargo, emprego ou função pública.
Obs.: O agente público de fato não se confunde com usurpador de função pública.
Isso porque o usurpador exerce a função pública de má fé, inclusive incorrendo no
crime de exercício irregular da função pública (art. 328, CP), ao passo que o agente
público de fato exerce a função pública para satisfazer o interesse público.
Ex.: Servidor que se aposenta, mas permanece exercendo a função pública se em um determinado
dia ele agride um particular na repartição seus atos seriam convalidados e o Estado responderia.
(2) Agente de fato necessário – É aquele que exerce a função pública em situações excepcionais, como
emergências e calamidades públicas, em colaboração com o Poder Público, como se fossem agentes
de direito.
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Ex: particular que organiza o trânsito quando todos os sinais da via queimam.
Agentes públicos que atuam no exercício da função política de Estado. São servidores estatutários,
que NÃO possuem vínculo contratual com o Estado. Seriam os detentores de mandato eletivo, secretários
e Ministros de Estado.
- Quanto aos Membros dos Tribunais de Contas, o STF já se manifestou no sentido de enquadrá-los
como AGENTES ADMINISTRATIVOS, e não como agentes políticos, razão pela qual incidiria a Súmula
Vinculante 13 STF (vedação ao nepotismo).
- Quanto aos membros da magistratura e do Ministério Público, Maria Sylvia Zanella di Pietro
ressalta: “É necessário reconhecer, contudo, que atualmente há uma tendência a considerar os
membros da Magistratura e do Ministério Público como agentes políticos. Com relação aos
primeiros, é válido esse entendimento desde que se tenha presente o sentido em que sua função é
considerada política; não significa que participem do Governo ou que suas decisões sejam políticas,
baseadas em critérios de oportunidade e conveniência, e sim que correspondem ao exercício de uma
parcela da soberania do Estado, consistente na função de dizer o direito em última instância. Nesse
sentido, o STF, no RE 228.977/SP, em que foi relator o Ministro Néri da Silveira, referiu-se aos
magistrados como “Agentes políticos, investidos para o exercício de atribuições constitucionais,
sendo dotados de plena liberdade funcional no desempenho de suas funções, com prerrogativas
próprias e legislação específica” (DJ de 12-4-02). Quanto ao vínculo com o poder público, é de
natureza estatutária, regido pela Lei Orgânica da Magistratura.”
De acordo com Rafael Carvalho, adotamos o conceito restritivo de agentes políticos que possuem as
seguintes características:
a) o acesso ao cargo político ocorre por meio de eleição (ex.: chefes do Executivo) ou pela nomeação por
agentes eleitos para ocuparem cargos em comissão (ex.: Ministros e Secretários estaduais e municipais);
b) a função política possui caráter transitório, tendo em vista o princípio republicano, e será exercida por
prazo determinado (mandato); e
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A discussão em torno do conceito de agente político possui relevância prática, cabendo mencionar dois
casos exemplificativos:
a) o STF assentou a inaplicabilidade da sua Súmula Vinculante 13, que veda o nepotismo na Administração
Pública, aos agentes políticos; e
b) controvérsias sobre a aplicabilidade da Lei 8.429/92 a determinados agentes políticos, que cometem
atos de improbidade caracterizados como crimes de responsabilidade (contudo, esta não tem mais
relevância a partir das alterações promovidas com o advento da Lei 14.230/21).
- Havia discussão se agentes políticos que praticam atos de improbidade devem ser responsabilizados
com base na lei de improbidade administrativa ou com base nas leis específicas regulamentadoras
dos crimes de responsabilidade. No entanto, em 2018 o STF pacificou o entendimento no sentido de
que os agentes politicos se submetem sim ao duplo regime sancionatório. Veja a jurisprudência:
- Com o advento da Lei 14.230/21 houve a consolidação legal expressa do entendimento firmado
outrora pelo STF, na medida em que os agentes políticos passaram a constar expressamente na
previsão da Lei de Improbidade Administrativa:
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Art. 2º Para os efeitos desta Lei, consideram-se agente público o agente político, o
servidor público e todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem
remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra
forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades
referidas no art. 1º desta Lei.
- Conforme entendimento tradicional do STF, os agentes políticos não se submeteriam à SV 13, que
trata do nepotismo. Assim, seria possível ao Governador, por exemplo, nomear seu irmão Secretário
de Estado.
- No entanto, tem crescido no STF uma interpretação no sentido de que, embora os agentes políticos
não se submetam à vedação ao nepotismo, é necessário analisar, se o agente nomeado possui a
qualificação técnica necessária ao seu desempenho e se não há nada que desabone sua conduta.
→ De acordo com o STF, a proposta de Súmula Vinculante nº 56 do STF, a ser analisada pelo
Plenário, tem a seguinte redação sugerida: “nenhuma autoridade pode nomear para cargo em
comissão, designar para função de confiança, nem contratar cônjuge, companheiro ou parente
seu, até terceiro grau, inclusive, nem servidores podem ser nomeados, designados ou
contratados para cargos ou funções que guardem relação funcional de subordinação direta
entre si, ou que sejam incompatíveis com a qualificação profissional do pretendente”.
Todos aqueles que, sem perder a qualidade de particulares, atuam em nome do Estado, mesmo em
caráter temporário ou ocasional. Dividem-se em:
(1) Designados: Todos aqueles que atuam em virtude de convocação efetivada pelo Poder Público. Ex.:
mesários e jurados.
→ Segundo Hely Lopes, são chamados agentes honoríficos.
(3) Delegados: Atuam na prestação do serviço público mediante delegação do Estado. Ex.: titulares
de serventias de cartórios, concessionários e permissionários de serviços públicos.
(4) Credenciados: Atuam em nome do Estado em virtude de convênios celebrados com o Poder
Público. Ex.: médicos privados em convênio com o SUS.
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1) Agentes Políticos: são pessoas que exercem atividades típicas de governo e exercem mandatos, para
qual foram eleitos, NÃO incluem nessa classificação os membros dos Tribunais de Contas, Juízes,
membros do Ministério Público, os Advogados da Advocacia Geral da União, etc.
2) Militares: são pessoas físicas que prestem serviço às Forças Armadas.
3) Servidores: em sentido amplo, são as pessoas físicas que prestam serviço ao Estado e às entidades da
Administração indireta, com vínculo empregatício e mediante remuneração paga pelos cofres públicos,
compreendem:
- Servidores estatutários;
- Empregados públicos;
- Servidores temporários-contratados por tempo determinado para atender à necessidade temporária
de excepcional interesse público (art.37, IX, da CF/88).
Obs.: Eles exercem funções, sem estarem vinculados a cargo ou empregos. É a mesma classificação feita por
Hely Lopes Meirelles em relação ao agente administrativo.
4) Particulares em colaboração: são pessoas físicas que prestam serviços ao Estado, sem vínculo
empregatício, com ou sem remuneração.
- Delegação do Poder Público: exercem funções e suas remunerações são pagas pelos terceiros usuários
do serviço. Ex.: empregados de empresas concessionárias e permissionárias de serviços públicos, os que
exercem serviços notariais e de registro (art.236 da CF/88) os leiloeiros, tradutores e interpretes públicos.
- Requisição, nomeação ou designação: exercem funções relevantes para o Estado, também não tem
vínculo empregatício e, em geral, não recebem remuneração. Ex.: jurados, convocados para o serviço militar
ou eleitoral, os comissários de menores, os integrantes das comissões, grupos de trabalhos.
- Gestores de negócio: são pessoas físicas que assumem espontaneamente determinada função pública
em momento de emergência e urgência, como epidemia, incêndio, enchente.
a) Cargo: É o local inserido numa PJ de Direito Público e ocupado por servidores estatutários.
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b) Emprego público: É o local inserido numa PJ de Direito Privado da Administração Indireta que vai ser
ocupado pelo servidor celetista (empregado público).
Exceção: Emprego público dentro de PJ de Direito Público (Lei 9.962/00).
c) Função pública: É a própria atividade administrativa, ou seja, é a atividade que vai ser executada por um
agente público, seja qual for o regime deste agente público. Constitui o conjunto de atribuições conferidas
por lei aos agentes públicos.
Obs.: Ocupante de cargo público e emprego público exercem função pública, mas há exercício de função
pública sem investidura formal em cargo ou emprego público.
Ex.1: servidores temporários
Ex.2: particulares em colaboração com o Estado.
Ex.3: agentes públicos de fato.
• SERVIÇO TEMPORÁRIO, definido por lei específica, que deve delimitar suas características, limite
máximo de duração e o regime dos servidores;
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O STF, em 2014 decidiu que os servidores temporários podem ser contratados tanto para o
desempenho de atividades de caráter eventual, temporário ou excepcional, como também para o
desempenho de atividades de caráter regular e permanente, desde que indispensáveis ao atendimento de
necessidade temporária de excepcional interesse público. Assim, a natureza da atividade a ser
desempenhada (se permanente ou eventual) não será o fator determinante para se definir se é possível ou
não a contratação de servidores temporários.
• INTERESSE PÚBLICO, devidamente justificado pela autoridade pública responsável pela contratação;
• EXCEPCIONALIDADE DA CONTRATAÇÃO, sendo o prazo de duração do contrato determinado pela
lei específica que regulamenta as contratações na esfera de cada ente federativo e deve ser definido
no contrato celebrado com o ente estatal.
Considerações importantes:
Possui assento constitucional previsto no art. 37, IV, CF/88
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REGIME ESPECIAL
Aplica-se aos agentes públicos contratados por tempo determinado (temporários), com fundamento
no art. 37, IX, da CRFB. Sendo norma de eficácia limitada, fica a cargo do legislador estabelecer os casos de
contratação por prazo determinado. Em razão da autonomia federativa, compete a cada ente federado
legislar sobre a matéria.
Os agentes temporários são contratados pela Administração Pública para exercer funções públicas
em caráter temporário e excepcional, mas NÃO ocupam cargos ou empregos públicos.
NÃO se exige a realização de concurso público. Requisitos:
- Existência de lei regulamentadora com a previsão dos casos de contratação temporária;
- Prazo determinado de contratação (a legislação deve estipular os prazos);
- Necessidade temporária (NÃO é possível utilizar a contratação para o exercício de funções
burocráticas ordinárias e permanentes);
- Excepcional interesse público (a contratação deve ser precedida de motivação que demonstre de
maneira irrefutável o excepcional interesse público);
- Pluralidade normativa, já que cada ente federado pode legislar autonomamente sobre as hipóteses
de contratação temporária e estabelecer os respectivos procedimentos.
A competência para processo e julgamento é da Justiça Comum, tendo em vista o caráter jurídico
administrativo do agente, conforme entendeu o STF (embora o tema suscite divergências doutrinárias).
O plenário do STF declarou inconstitucionalidade de leis estaduais e municipais que tratavam da
contratação temporária de servidores com hipóteses abrangentes e genéricas de contratações temporárias
de concursos públicos e sem especificação da contingência fática que evidencie situação de emergência.
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Info 829, STF - Lei que autoriza contratação temporária para projetos educacionais
ordinários é inconstitucional.
A LC 22/2000, do Estado do Ceará, autoriza a contratação de professores, por
tempo determinado, para atender necessidade temporária de excepcional
interesse público nas escolas estaduais. O art. 3º da referida Lei prevê diversas
hipóteses nas quais é possível a referida contratação. O STF afirmou que, em tese,
é possível a contratação temporária por excepcional interesse público (art. 37, IX,
da CF/88) mesmo para atividades permanentes da Administração (como é o caso
de professores). No entanto, o legislador tem o ônus de especificar, em cada
circunstância, os traços de emergencialidade que a justificam. (...) A alínea "f"
previa que poderia haver a contratação temporária para suprir "outros
afastamentos que repercutam em carência de natureza temporária". O STF
entendeu que esta situação é extremamente genérica, de forma que não cumpre o
art. 37, IX, da CF/88. O parágrafo único do art. 3º autoriza a contratação temporária
para que a Administração Pública pudesse implementar "projetos educacionais,
com vista à erradicação do analfabetismo, correção do fluxo escolar e qualificação
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O STF decidiu recentemente que servidores temporários não possuem direito a 13º salário e férias,
salvo se previsto em lei ou houver desvirtuamento da contratação:
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2.3.2 Celetistas
Salvo em casos excepcionais, esse tipo de contratação se limita aos entes de direito privado
(empresas estatais e fundações de direito privado).
Aprovados em concurso, assinam contrato de emprego.
Submetem-se a um regime jurídico híbrido. Isso porque, apesar de eminentemente privado, o
regime celetista não será pautado exclusivamente na CLT.
Os empregados públicos são agentes públicos e, por isso, devem observância aos princípios e regras
constitucionais relativas aos agentes públicos em geral, tais como:
⦁ Devem se submeter a concurso público;
⦁ Possuem vínculo permanente com o Estado, a prazo indeterminado;
⦁ Proibidos de acumular seus empregos com outros cargos ou empregos públicos, salvo permissivo
constitucional;
⦁ Podem ser responsabilizados por improbidade administrativa;
⦁ Seus atos de submetem a controle judicial pelos remédios constitucionais;
⦁ Salários submetidos ao limite constitucional aplicado aos servidores públicos em geral.
Obs.1: A Súmula 390, II do TST determina que não é garantida a estabilidade prevista no art. 41 da CF/88
aos empregados públicos, mesmo entendimento da doutrina majoritária, já que a estabilidade, segundo CF,
só poderá ser adquirida pelos detentores de cargo efetivo. O STF já se posicionou no sentido de que, não
havendo garantia da estabilidade, é prescindível a justificativa para dispensa dos empregados das empresas
estatais, a exceção da ECT que, segundo STF, goza de regime de Fazenda Pública, com todas as prerrogativas
e limitações inerentes ao regime jurídico administrativo.
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Obs.2: Cabe à Justiça Comum (estadual ou federal) julgar ações contra concurso público realizado por
órgãos e entidades da Administração Pública para contratação de empregados celetistas.
Características:
a) Unicidade normativa: a União detém competência privativa para legislar sobre direito do trabalho,
logo, lei estadual que proibiu dispensa sem justa causa de empresa estatal estadual é
inconstitucional, pela falta de competência do Estado para legislar sobre direito do trabalho.
b) Vínculo contratual: os empregados públicos assinam contrato de trabalho.
c) Competência para processo e julgamento da justiça do trabalho.
a) Evolução Histórica:
- A CF/88, quando publicada, instituiu a exigência de regime jurídico único para ingresso de pessoal
nas entidades da Administração direta, autárquica e fundacional, não se admitindo a contratação de
empregados pela CLT e a nomeação para assumir cargos estatutários ao mesmo tempo. Com isso, a
maioria dos entes federativos optou pelo regime estatutário, mas alguns Municípios optaram pelo
celetista.
- Com a EC 19/98, foi abolida a exigência de regime jurídico único da Administração Direta, autárquica
e fundacional, passando a se admitir a convivência de ambos os regimes jurídicos (estatutário +
celetista).
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- Todavia, foi movida a ADI 2135, para declarar a inconstitucionalidade da EC 19/98, sob alegação de
incompatibilidade formal com a CF, sendo posteriormente concedida medida cautelar para
suspender a nova redação do art. 39 CF. Com isso, passou a ser admitido apenas um regime de
servidores nos entes da Administração direta, autárquica e fundacional.
- Com isso, é obrigatório o regime jurídico único, o qual proíbe que, somente no âmbito da mesma
esfera de governo haja multiplicidade de regimes, podendo o ente optar entre o celetista ou
estatutário. E todos os servidores que ingressaram antes da ADI 2135 mantêm o seu vínculo
inalterado.
- Recentemente, em 03/09/2020, a Relatora considerou inconstitucional emenda que extinguia RJU
para servidores públicos. VAMOS ACOMPANHAR O JULGAMENTO: Segundo a ministra Cármen
Lúcia, houve violação da exigência de aprovação em dois turnos por 3/5 dos votos da Câmara e no
Senado Federal para alterar a Constituição. A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal,
votou pela declaração de inconstitucionalidade de dispositivo da Emenda Constitucional (EC)
19/1998 que suprimia da Constituição Federal a obrigação de que os entes federados instituíssem o
Regime Jurídico Único (RJU) e planos de carreira para servidores da administração pública direta, das
autarquias e das fundações públicas. Relatora da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 2135, a
ministra, única a votar na sessão, considera que houve violação da regra constitucional que exige
aprovação em dois turnos por 3/5 dos votos dos parlamentares na Câmara e no Senado Federal para
alterar a Constituição. O texto está suspenso por liminar deferida pelo STF desde agosto de 2007.
Fonte: site STF
- O regime estatutário prevalece ao celetista, por garantir maior segurança e conforto aos servidores.
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STF: NÃO há direito adquirido a regime jurídico. Logo, os direitos instituídos pelo
estatuto dos servidores público NÃO se incorporam ao patrimônio jurídico desses
agentes.
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Vínculo legal: NÃO há contrato de trabalho, mas termo de posse. A ausência de vínculo
contratual, segundo o STJ, demonstra a inexistência do direito à inalterabilidade da situação
funcional, por predominar o interesse público na relação estatutária.
Competência para processo e julgamento: Justiça comum.
1. Função de Confiança: É uma função sem cargo, função isolada dentro do serviço público,
somente podendo ser exercida por quem já esteja investido em cargo efetivo;
2. Cargo em Comissão: É o cargo comissionado, podendo ser exercido também por servidores de
cargo efetivo.
- Cada entidade deverá estabelecer, por lei, um percentual mínimo de cargos em comissão que
necessariamente serão preenchidos por servidores efetivos.
- É possível atribuir cargo em comissão ao servidor ocupante de outro cargo em comissão, desde
que de forma interina, caso em que o sujeito receberá apenas a maior remuneração.
- STF (Info 851): Os servidores ocupantes de cargo exclusivamente em comissão não se submetem
à regra da aposentadoria compulsória prevista no art. 40, § 1º, II, da CF, a qual atinge apenas os
ocupantes de cargo de provimento efetivo, inexistindo, também, qualquer idade limite para fins
de nomeação a cargo em comissão. Ressalvados impedimentos de ordem infraconstitucional, não
há óbice constitucional a que o servidor efetivo, aposentado compulsoriamente, permaneça no
cargo comissionado que já desempenhava ou a que seja nomeado para cargo de livre nomeação
e exoneração, uma vez que não se trata de continuidade ou criação de vínculo efetivo com a
Administração.
• Ocorre quando o indivíduo passa a ocupar o cargo público sem que existisse qualquer vínculo
anterior com o Estado.
• A única forma de provimento originário é a NOMEAÇÃO em concurso Público: consiste em ato
administrativo que materializa o provimento originário.
• Ocorre quando o indivíduo passa a ocupar determinado cargo público em virtude do fato de ter um
vínculo anterior com a Administração Pública. O preenchimento do cargo decorre de vínculo anterior
entre o servidor e o Poder Público.
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(2) Readaptação: Deslocamento do servidor de um cargo para outro cargo com o intuito de
compatibilizar o exercício da função pública com a limitação sofrida na capacidade física ou
psíquica do servidor público, verificada por perícia.
(4) Aproveitamento: É o retorno do servidor público estável colocado em disponibilidade para cargo
com atribuições, vencimentos e responsabilidades compatíveis com o cargo anteriormente
ocupado.
(6) Recondução: É o retorno do servidor estável ao cargo de origem tendo em vista a sua inabilitação
(inapto ou não obteve a estabilidade) em estágio probatório de outro cargo ou a reintegração de
um outro servidor a esse mesmo cargo.
→ A recondução permite o retorno ao cargo de origem. E se o cargo de origem estiver
ocupado? R.: o servidor público reconduzido deverá ser aproveitado em outro cargo com
atribuição e remuneração compatíveis.
→ De acordo com Rafael Carvalho, “entendemos que a recondução, no caso de inabilitação
em estágio probatório relacionado ao outro cargo, depende da permanência do vínculo
funcional do servidor com o cargo de origem. Ou seja: apenas será reconduzido o servidor
ao seu cargo anterior se permanecer vinculado a este. Se, por exemplo, o servidor for
exonerado a pedido do cargo de origem, não poderá ele retornar (recondução)
posteriormente. Dessa forma, o servidor deve requerer, em princípio, licença não
remunerada do cargo original para ser investido no novo cargo. Não há óbice para
acumulação dos dois cargos, pois se trata de acumulação não remunerada.” Livro “Curso
de Direito Administrativo” da Editora Gen.
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CAIU EM PROVA:
(Delegado de PCMG 2021): O provimento originário de um cargo público efetivo ou vitalício se materializa
pelo ato de nomeação do candidato aprovado em concurso público de provas ou de títulos, nos moldes
previstos no artigo 37, II, da CR/88.
No que se refere ao provimento derivado, relacione cada espécie com o respectivo conceito e, em seguida,
assinale a alternativa que informa a sequência CORRETA.
(1) Promoção na carreira
(2) Recondução
(3) Readaptação
(4) Reversão
(5) Aproveitamento
( ) Forma de provimento pela qual o servidor sai do seu cargo e ingressa em outro situado em classe mais
elevada, dentro da mesma carreira.
( ) Forma de provimento pela qual o servidor estável retorna ao cargo anteriormente ocupado.
( ) Forma de provimento mediante a qual o servidor estável passa a ocupar um cargo de atribuições e
responsabilidades compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou mental.
( ) Forma de provimento pela qual o servidor que havia sido colocado em disponibilidade retorna a um cargo
de atribuições e vencimentos compatíveis ao anteriormente ocupado.
( ) Forma de provimento pela qual o servidor aposentado retorna à atividade.
A sequência CORRETA, de cima para baixo, é: 1, 2, 3, 5, 4.
Obs.1: O desligamento dos empregados públicos é feito por dispensa. Não é exoneração. Essa dispensa
precisa ser motivada.
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É um ato administrativo complexo – nomeação + posse – que completa a relação estatutária entre
Estado e servidor público.
É imprescindível a previsão legal de todos os requisitos necessários à investidura no cargo e no
emprego, sendo VEDADA a criação de novos requisitos por mera previsão no edital do concurso.
1) Ampla Acessibilidade
• Devem ser acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos previstos em lei e aos estrangeiros,
na forma da legislação aplicável, em atenção ao princípio da isonomia.
• Quanto ao acesso aos cargos públicos por estrangeiros, a CF limita às hipóteses definidas em lei
específica, sendo norma de eficácia limitada, dependendo de regulamentação para produzir efeitos,
não sendo autoaplicável.
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2) Nacionalidade Brasileira
Obs.: A CF prevê alguns casos que só podem ser preenchidos por brasileiros natos (art. 13, §3º).
O edital deve especificar claramente a escolaridade mínima exigida para exercer as atividades
naquele cargo público, dando ampla publicidade a esta informação.
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A candidata que esteja gestante no dia do teste físico possui o direito de fazer a
prova em uma nova data no futuro.
É constitucional a remarcação do teste de aptidão física de candidata que esteja
grávida à época de sua realização, independentemente da previsão expressa em
edital do concurso público. STF. Plenário. RE 1058333/PR, Rel. Min. Luiz Fux, julgado
em 21/11/2018 (repercussão geral).
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• É o processo administrativo pelo qual a Administração Pública seleciona o melhor candidato para
integrar os cargos e empregos públicos, buscando assegurar a impessoalidade, moralidade e
isonomia no acesso a cargos públicos.
• NÃO se admite no Brasil a escolha de candidatos unicamente com base em concurso de títulos
(violação à impessoalidade e isonomia).
• NÃO se admite qualquer espécie de provimento derivado que permita ao servidor assumir cargo em
outra carreira que não aquele em que foi regularmente investido por concurso → vide SUM 685 STF
e S.V 43.
• NÃO se admitem os concursos internos, pelos quais antigos servidores assumem cargos em nova
carreira que não guardam conformidade com a carreira na qual o servidor ingressou mediante
concurso.
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• Cargos em comissão;
• Servidores temporários;
• Cargos Eletivos;
• Ex-combatentes – desde que tenham participado efetivamente da II GM, conforme art. 53, I ADCT;
• Agentes comunitários de saúde e de combate às endemias – processo seletivo simplificado;
• Nomeação direta para Ministro de Tribunais de contas, STF, STJ e demais Tribunais Superiores;
• Dirigentes das Empresas Estatais – por serem detentores de cargo em comissão, NÃO dependem de
concurso para a sua nomeação;
• Empresas estatais – a doutrina admite a contratação direta, sem necessidade de concurso, em
situações excepcionais, para a contratação de profissionais qualificados em determinados ramos de
atividade de interesse da entidade;
• OAB.
• Prazo de vigência: O prazo de validade do concurso é de até 02 anos, admitindo-se uma única
prorrogação, por igual período. O prazo inicia a partir da publicação da homologação do resultado final
do concurso público. Trata-se de um prazo DECADENCIAL.
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→ O edital NÃO pode estipular regras e requisitos de ingresso que extrapolem as reais necessidades
daquele cargo ou emprego, sob pena de violar a isonomia, impessoalidade e moralidade
administrativa.
→ Princípio de vinculação ao instrumento convocatório: Uma vez publicado o edital, seus termos
vinculam aqueles que pretendem participar do certame, assim como a própria Administração.
STF: Veda a modificação editalícia que não seja embasada em alteração legislativa
e, ainda assim, restringe a modificação do edital enquanto não concluído e
homologado o certame (impossibilidade de alteração do edital no curso do
processo de seleção).
STF: Somente a lei pode estabelecer os limites e requisitos para acesso aos cargos
públicos, não devendo ser substituída por mera regulamentação editalícia -
Mesmo diante de situações que justifiquem restrições de ingresso, estas regras
devem ser estipuladas por meio de lei, não sendo suficiente a disposição no edital.
STF (RE 611874): Nos termos do artigo 5º, inciso VIII, da Constituição Federal, é
possível a realização de etapas de concurso público em datas e horários distintos
dos previstos em edital, por candidato que invoca escusa de consciência por
motivos de crença religiosa, desde que presente a razoabilidade da alteração, a
preservação da igualdade entre todos os candidatos e que não acarreta ônus
desproporcional à administração pública, que deverá decidir de maneira
fundamentada.
• Controle Judicial: Por ser ato discricionário, o instrumento convocatório e concurso público não se
sujeitam a controle jurisdicional amplo, sendo possível a análise do Judiciário quanto à regularidade
do certame e adequação dos princípios constitucionais.
Tese de Repercussão Geral (Tema 485): Não compete ao Poder Judiciário substituir
a banca examinadora para reexaminar o conteúdo das questões e os critérios de
correção utilizados, salvo ocorrência de ilegalidade ou de inconstitucionalidade.
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Provas discursivas: O controle judicial não pode reexaminar a conveniência e oportunidade dos critérios
adotados na valoração das respostas pela Banca. No entanto, isso não afasta o controle judicial, inclusive
com perícia. O Judiciário NÃO pode substituir a banca para atribuir a nota que entende correta, mas apenas
decidir pela desproporcionalidade ou ilegalidade da nota, caso em que, após invalidar a atuação da banca,
deverá o Judiciário oportunizar nova correção pelos examinadores, com atribuição de nova nota à questão.
É admitida a realização de novo processo seletivo, desde que respeitada a ordem de preferência aos
candidatos aprovados no concurso anterior.
Caso o concurso possua alguma irregularidade, sua invalidação induz à invalidação da nomeação
efetiva ou da contratação feita.
• A anulação da nomeação deve respeitar o devido processo legal em que se observe o contraditório
e ampla defesa.
• A nulidade do ato de nomeação dos servidores NÃO pode justificar o não pagamento das
remunerações pelos serviços prestados efetivamente pelo agente, sob pena de enriquecimento sem
causa do poder público.
Obs.: STF - Se há anulação de concurso público para a contratação de empregados, além da remuneração
pelos dias trabalhados, o agente faz jus ao saldo do FGTS.
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◇ Em regra, não se aplica a teoria do fato consumado a candidato que assumiu o cargo por força de
decisão precária posteriormente revertida.
◇ Em casos excepcionais, em que a restauração da estrita legalidade ocasionaria mais danos sociais
que a manutenção da situação consolidada pelo decurso do tempo, a jurisprudência do STJ é firme
no sentido de admitir a aplicação da teoria do fato consumado.
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Candidato só pode ser excluído de concurso público por não se enquadrar na cota
para negros se houver contraditório e ampla defesa.
A exclusão do candidato, que concorre à vaga reservada em concurso público, pelo
critério da heteroidentificação, seja pela constatação de fraude, seja pela aferição
do fenótipo ou por qualquer outro fundamento, exige o franqueamento do
contraditório e da ampla defesa. STJ. 2ª Turma. RMS 62040-MG, Rel. Min. Herman
Benjamin, julgado em 17/12/2019 (Info 666).
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CAIU EM PROVA:
(Delegado de PCPR 2021): Sobre concursos públicos, é correto afirmar que é legítima a cláusula de edital de
concurso público que restrinja a participação de candidato pelo fato de responder a inquérito ou ação penal,
desde que tal previsão possua fundamento em lei ou decreto (item considerado incorreto).
3. Quando surgirem novas vagas, ou for aberto novo concurso durante a validade do certame anterior,
via de regra não haverá direito à nomeação, salvo se for comprovada a inequívoca necessidade de
nomeação ou se ocorrer a preterição de candidatos de forma arbitrária e imotivada por parte da
administração nos termos acima.
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STJ: O candidato aprovado fora do número de vagas, mas que entrou nas vagas por desistência de outros na
sua frente, tem direito subjetivo à nomeação (RMS 55667, 2015).
Obs.: Esse julgado do STJ é anterior à fixação da tese em RG pelo STF. Contudo, parece-
nos que continuam válidos porque se encaixam nas exceções estabelecidas pelo próprio
Supremo.
STF: Diante de demonstração de situações excepcionais, nas quais, por motivo de necessidade pública
superveniente, devidamente comprovada e justificada, a Administração poderá deixar de nomear candidatos
aprovados em concurso público, ainda que dentro do número de vagas, sob pena de priorizar o direito do
aprovado em detrimento do interesse geral (RE 598099).
Logo, são requisitos para não nomear:
• Superveniência: Os fatos ensejadores de uma situação excepcional devem necessariamente ser
posteriores à publicação do edital;
• Imprevisibilidade: a situação deve ser determinada por circunstâncias extraordinárias, imprevisíveis
à época da publicação do edital;
• Necessidade: A administração só pode adotar tal medida quando não existirem outros meios menos
gravosos para lidar com situação excepcional e imprevisível.
4. ESTABILIDADE
A EFETIVIDADE é atributo do cargo público, definido por lei no momento de sua criação, sendo
requisito indispensável para a aquisição da estabilidade. Os cargos públicos estatutários podem ser:
• Cargos Efetivos: aprovados por concurso e passíveis da aquisição da estabilidade;
• Cargos em Comissão: NÃO adquirem estabilidade, pois são cargos de livre nomeação e exoneração.
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A aquisição da estabilidade pressupõe o efetivo exercício da função pelo período de 03 anos. Logo,
na hipótese de afastamento do cargo, a exemplo da licença, o prazo de avaliação deve ser prorrogado pelo
mesmo período do afastamento.
Obs.: O texto originário previa que a estabilidade seria adquirida com 02 anos de efetivo exercício no cargo.
A EC 19/98 ampliou o prazo para a aquisição de estabilidade de 02 para 03 anos e acrescentou a aprovação
em avaliação especial de desempenho realizada por comissão designada para esse fim. Logo, os requisitos
passaram a ser: (i) 03 anos de efetivo exercício em cargo efetivo, e (ii) aprovação em avaliação especial de
desempenho, por comissão especialmente constituída.
A estabilidade possui pertinência com o serviço, e não com o cargo. Logo, o STJ já asseverou que “a
estabilidade diz respeito ao serviço público, e não ao cargo”, razão pela qual o servidor estável, ao ser
investido em novo cargo, NÃO fica dispensado de cumprir novo estágio probatório, SALVO se o cargo estiver
inserido na mesma carreira e submetido ao mesmo estatuto funcional.
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Doutrina e jurisprudência entendem que a avaliação pode ser expressa ou tácita, pois se passados
03 anos de exercício e a avaliação não for realizada pelo Poder Público, presume-se que o servidor foi avaliado
e aprovado.
Regra de estabilização: A estabilidade poderá ser adquirida pelos agentes que, mesmo sem
aprovação em concurso público, tenham ingressado no serviço público, ao menos 05 anos antes da
promulgação da CF/88, situação que NÃO se aplica a ocupantes de cargos, empregos de confiança ou em
comissão. De acordo com o STF, a estabilização não se aplica aos servidores das Fundações Públicas de Direito
Privado.
O servidor em estágio probatório, uma vez que ainda NÃO adquiriu a estabilidade, NÃO possui a
garantia de permanência no serviço. Todavia, a perda do cargo depende necessariamente do respeito ao
princípio do contraditório e ampla defesa, conforme súmula 21 do STF.
Obs.1: Empregos Públicos - O empregado de empresa estatal, ainda que admitido por aprovação em
concurso público, não goza da garantia de estabilidade prevista no art. 41 da CF/88.
Obs.2: Dispensa do servidor estável - Os servidores estáveis só perderão o cargo nas seguintes hipóteses:
a) Em virtude de sentença judicial transitada em julgado;
b) Mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa;
c) Mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma da lei complementar,
assegurada a ampla defesa.
d) Exoneração para corte de gastos (hipótese do art. 169 CF).
Em caso de necessidade de redução das despesas com pessoal, a CF dispõe a seguinte gradação:
- Redução em pelo menos 20% das despesas em cargos comissionados e funções de
confiança;
- Exoneração dos servidores públicos NÃO estáveis;
- Exoneração dos servidores estáveis: Nesse caso, o cargo do servidor estável será extinto,
sendo vedada ao ente estatal a criação de cargo, emprego ou função com atribuições
iguais ou assemelhadas pelo prazo de 04 anos. Ademais, o servidor estável passa a
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Exoneração x Demissão
1) Exoneração: Perda do cargo sem caráter de penalidade;
2) Demissão: Perda do cargo com caráter punitivo, decorrente de infração
praticada pelo agente.
5. VITALICIEDADE
Prerrogativa conferida em função dos cargos que exercem e grau de responsabilidade. É garantida a
permanência no serviço público, somente sendo possível a perda do cargo por sentença judicial transitada
em julgado. Aplica-se ao MP, magistratura e Ministros e conselheiros dos Tribunais de Contas.
Alcance da vitaliciedade:
⦁ Ministros e Conselheiros dos Tribunais de Contas;
⦁ Magistrados;
⦁ Membros do MP.
6. ACUMULAÇÃO DE CARGOS
Segundo a CF/88, em princípio NÃO é possível acumular cargos ou empregos públicos que qualquer
ente da Administração direta ou indireta da U, E, M, DF, abrangendo os servidores estatutários, celetistas e
temporários.
A CF veda a acumulação remunerada, razão pela qual, em princípio, NÃO há vedação para a
acumulação não remunerada de cargos, empregos e funções, desde que haja compatibilidade dos horários.
STF/STJ: NÃO é possível a acumulação de três fontes remuneratórias.
Requisitos constitucionais para a acumulação:
i. Compatibilidade de horários;
ii. Obediência ao teto remuneratório (em relação a cada cargo separadamente);
iii. Permissão apenas nos casos expressos na CF/88.
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• COMPATIBILIDADE DE HORÁRIOS:
→ Para que a acumulação de cargos ou empregos seja lícita, deve haver a demonstração da
compatibilidade de horários.
→ STF: Reconheceu a ilicitude na acumulação de cargos quando ambos estiverem submetidos ao
regime de 40 horas semanais e um deles exija dedicação exclusiva.
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Se a pessoa acumular licitamente dois cargos públicos ela poderá receber acima do
teto. Nos casos autorizados constitucionalmente de acumulação de cargos,
empregos e funções, a incidência do art. 37, XI, da Constituição Federal pressupõe
consideração de cada um dos vínculos formalizados, afastada a observância do teto
remuneratório quanto ao somatório dos ganhos do agente público. Ex: se
determinado Ministro do STF for também professor da UnB, ele irá receber seu
subsídio integral como Ministro e mais a remuneração decorrente do magistério.
Nesse caso, o teto seria considerado especificamente para cada cargo, sendo
permitido que ele receba acima do limite previsto no art. 37, XI da CF se
considerarmos seus ganhos globais. STF. Plenário. RE 612975/MT e RE 602043/MT,
Rel. Min. Marco Aurélio, julgados em 26 e 27/4/2017 (repercussão geral) (Info 862).
• PERMISSÕES CONSTITUCIONAIS:
Art. 37, inciso XVI;
Art. 38, III - vereador;
art. 95, § único, I (magistrados);
art. 128, § 5º, II, “d” (promotor).
(1) Definição de cargo científico - Cargo científico "é o conjunto de atribuições cuja
execução tem por finalidade a investigação coordenada e sistematizada de fatos,
predominantemente de especulação, visando a ampliar o conhecimento humano."
(STJ. 5ª Turma. RMS 28.644/AP, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 06/12/2011).
(2) Definição de cargo técnico - Cargo técnico "é aquele que requer conhecimento
específico na área de atuação do profissional, com habilitação específica de grau
universitário ou profissionalizante de 2º grau" (STJ, RMS42.392/AC - 10/02/2015).
(3) Não podem ser considerados cargos técnicos aqueles que impliquem a prática de
atividades meramente burocráticas, de caráter repetitivo e que não exijam formação
específica. Nesse sentido, atividades de agente administrativo, descritas como
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Obs.: É possível acumular a aposentadoria do regime próprio de previdência com remuneração de cargo
efetivo nas seguintes hipóteses (deve respeitar o limite de remuneração):
• Proventos de aposentadoria + remuneração de cargo em comissão;
• Proventos de aposentadoria + remuneração de cargo eletivo;
• Proventos de aposentadoria + remuneração de cargo efetivo de cargo acumulável.
O vencimento ou remuneração configuram verbas de caráter alimentar, razão pela qual não se
admite arresto, sequestro ou penhora.
A remuneração do servidor deve ser definida mediante lei específica, sendo igualmente necessária
para revisão ou alteração do valor remuneratório das carreiras em geral. A iniciativa para a edição de lei é de
cada um dos poderes do Estado, para os seus agentes.
→ No entanto, pode ser fixado, por meio de decreto legislativo, desde que respeitada a limitação do
art. 37, XI (teto remuneratório), a remuneração do:
• Presidente da República e do Vice-Presidente;
• Ministros de Estado;
• Senadores;
• Deputados Federais.
A remuneração do servidor NÃO pode ser inferior ao salário mínimo, mas o vencimento básico
pode ser, desde que a remuneração total não o seja.
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STF: Entendeu que, não sendo concedida a revisão, por meio de lei, NÃO compete
ao Poder Judiciário condenar o poder público ao pagamento de indenização. Isso
porque a determinação para que se indenize o servidor público seria verdadeira
revisão imposta no exercício da jurisdição, sem regulamentação legal.
As diferenças de vencimentos para servidores públicos serão embasadas por critérios objetivos, não
sendo possível a discriminação de determinada carreira em benefício de outras.
NÃO se admite a equiparação ou vinculação de espécies remuneratórias entre carreiras no serviço
público.
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O reajuste da remuneração dos servidores estaduais e municipais não pode ser vinculado a índices
oficiais federais de correção monetária, conforme SUM 681 STF, a fim de evitar os reajustes
automáticos, para se considerar a realidade orçamentária dos Estados e Municípios.
7.3 Subsídios
É a forma de pagamento feito em parcela única, não aceitando nenhum acréscimo patrimonial, a
fim de tornar mais clara a retribuição de determinados cargos.
É VEDADO aos que recebem subsídio o acréscimo fixado de qualquer gratificação, adicional, abono,
prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória.
Salvo as carreiras em que é obrigatório o subsídio, o Poder Público pode optar pelo pagamento em
subsídio ou remuneração.
O regime de subsídio é obrigatório para:
• Membros de poder;
• Detentor de mandato eletivo;
• Ministros e Secretários Estaduais e Municipais;
• Integrantes da AGU, Procuradores do Estado e Defensores Públicos;
• Ministros do TCU e servidores públicos policiais.
O STF pronunciou-se no sentido de que os Juízes estaduais NÃO se submetem à regra do subteto,
mas ao teto de remuneração (o de Ministro do STF), posto que devem ser aplicadas as mesmas regras dos
Juízes Federais, por não existir tratamento diferenciado entre eles. (interpretação conforme a Constituição).
Fica facultado aos Estados e ao DF fixar, mediante emenda às Constituições e Lei Orgânica, como
limite único, o subsídio mensal dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a 90,25% dos Ministros
do STF, NÃO se aplicando aos subsídios dos Deputados Estaduais e Distritais e Vereadores.
Empresas estatais igualmente se submetem ao teto remuneratório, salvo quando NÃO recebem
qualquer forma de auxílio do poder público.
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A EC 47/2005 admite a fixação, mediante emendas às Constituições Estaduais e Lei Orgânica Distrital,
de um subteto uniforme para os Estados e DF, em que o limite único seria o subsídio mensal dos
Desembargadores do respectivo TJ. No entanto, o referido subteto NÃO se aplicaria a Deputados Estaduais,
Distritais e Senadores.
O teto só será aplicado às empresas estatais e suas subsidiárias que sejam dependentes. As não
dependentes estão excluídas do teto.
A EC 41/2003 determinou a aplicação imediata do teto, devendo ser efetivada a redução das
remunerações acima do novo limite. Para Rafael Oliveira é norma inconstitucional, pois o Poder Constituinte
Derivado é limitado e NÃO pode contrariar o direito fundamental à irredutibilidade das remunerações e o
direito adquirido, considerados cláusulas pétreas.
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CAIU EM PROVA:
(Delegado de PCAM 2022): O Estado Beta editou lei estadual prevendo que a remuneração do grau máximo
da carreira de Delegado de Polícia Civil estadual corresponderá a 90,25% (noventa inteiros e vinte e cinco
centésimos por cento) da remuneração dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, escalonados conforme
as respectivas classes, sendo a diferença entre uma e outra de 5% (cinco por cento).
Consoante jurisprudência do Supremo Tribunal Federal sobre o tema, a citada lei é inconstitucional, porque
vincula ou referencia espécies remuneratórias devidas a cargos e carreiras distintos, especialmente quando
pretende a vinculação entre servidores de Poderes e níveis federativos diferentes (item considerado correto).
8. DIREITO DE GREVE
Os militares NÃO têm direito à greve nem à sindicalização, por expressa vedação constitucional.
Para os servidores civis, o direito de greve está garantido e será exercido, nos termos estabelecidos
em lei especial. O STF entende que o direito de greve dos servidores público é norma de eficácia limitada à
edição de lei específica que o regulamente. Como atualmente inexiste norma infraconstitucional, o STF, ao
julgar Mandado de Injunção referente à matéria, determinou que enquanto não houver lei específica para
regulamentar a greve dos servidores, será usada a Lei Geral de Greve (Lei 7.783/89) para possibilitar o
exercício deste direito.
A greve pode ser utilizada, inclusive, por servidores em estágio probatório, pois a ausência ao
trabalho NÃO se configura imotivada em caso de greve, mas ocorrida de forma deliberada.
Competência:
✓ Se a greve for realizada por empregados públicos: Justiça do Trabalho;
✓ Se realizada por servidores estatutários: Justiça Comum;
✓ Greve de servidores públicos civis, se movimento nacional ou abarcar mais de um ente
federativo: STJ.
STF (RE 846854): A justiça comum, federal ou estadual, é competente para julgar a
abusividade de greve de servidores públicos celetistas da Administração pública
direta, autarquias e fundações públicas.
Sindicalização: Salvo os militares, aos servidores públicos civis é assegurado o direito à greve e à
sindicalização, norma de eficácia plena. O direito à sindicalização é uma faculdade do servidor.
Os vencimentos dos servidores públicos não podem ser objeto de convenção coletiva (vide SUM 679
STF).
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Tese de Repercussão Geral: A administração pública deve proceder ao desconto dos dias de
paralisação decorrentes do exercício do direito de greve pelos servidores públicos, em
virtude da suspensão do vínculo funcional que dela decorre, permitida a compensação em
caso de acordo. O desconto será, contudo, incabível se ficar demonstrado que a greve foi
provocada por conduta ilícita do Poder Público.
- O STF afirmou expressamente que, ao decidir que os policiais civis não possuem direito de
greve, não estava aplicando o art. 142, § 3º, IV, da CF/88 por analogia a eles. A greve é proibida
por força dos princípios constitucionais que regem os órgãos de segurança pública.
- A carreira policial, disciplinada pelo art. 144 da CF/88, tem como função exercer a segurança
pública, garantindo a “preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do
patrimônio. Diante da relevância de suas funções e considerando que se trata de uma atividade
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que não pode ser exercida pela iniciativa privada, considera-se que a atividade policial é uma
"carreira de Estado".
- A greve não é um direito absoluto e, neste caso, deverá ser feito um balanceamento entre o
direito de greve e o direito de toda a sociedade à segurança pública e à manutenção da ordem
pública e paz social. Neste caso, há a prevalência do interesse público e do interesse social
sobre o interesse individual de uma categoria. Por essa razão, em nome da segurança pública,
os policiais não podem fazer greve. Importante destacar que a ponderação de interesses aqui
não envolve direito de greve X continuidade do serviço público. A greve dos policiais é proibida
não por causa do princípio da continuidade do serviço público (o que seria muito pouco), mas
sim por conta do direito de toda a sociedade à garantia da segurança pública, à garantia da
ordem pública e da paz social (art. 5º, caput).
- O STF estabeleceu, como alternativa, a possibilidade de o sindicato dos policiais acionar o
Poder Judiciário para que seja feita mediação com o Poder Público, nos termos do art. 165 do
CPC. Nesse caso, é obrigatória a participação do Poder Público na mediação instaurada pelos
órgãos classistas das carreiras de segurança pública, para vocalização dos interesses da
categoria.
CAIU EM PROVA:
(Delegado de PCMS 2021): Sobre o direito de greve dos servidores públicos o STJ entende que se o servidor
exerce o direito de greve de forma lícita, em obediência ao ordenamento, embora não tenha direito à
remuneração pelos dias parados ante a não prestação dos serviços, o corte da remuneração não pode ocorrer
durante o exercício desse direito, sob pena de se considerar coerção indevida do poder público (item
considerado correto).
(Delegado PCPR 2021): O direito de greve dos servidores públicos vem recebendo novos contornos na
jurisprudência das Cortes Superiores. Sobre o tema, considere as seguintes afirmativas:
1. Conquanto seja proscrito o direito de greve dos servidores militares, é lícito o seu exercício por parte de
policiais civis.
2. É ilícita a realização de greve por parte dos servidores pertencentes às carreiras da polícia penal.
3. A Administração Pública deve proceder ao desconto dos dias de paralisação decorrentes do exercício do
direito de greve pelos servidores públicos, exceto se ficar demonstrado que a greve foi provocada por
conduta ilícita do Poder Público.
4. A Justiça do Trabalho é competente para julgar a abusividade de greve de servidores públicos celetistas da
Administração Pública direta, bem como de autarquias e fundações públicas.
Foram consideradas corretas apenas as afirmativas 2 e 3.
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Referências Bibliográficas:
Rafael Carvalho Resende Oliveira. Curso de Direito Administrativo
Matheus Carvalho: Manual de Direito Administrativo
Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino. Direito Administrativo descomplicado.
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QUESTÕES PROPOSTAS
Certo ( ) Errado ( )
Certo ( ) Errado ( )
a) considera-se servidor público, para fins criminais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração,
exerce cargo, emprego ou função pública.
b) em caso de dano causado pelo servidor ao Estado, a apuração de responsabilidade ocorrerá
exclusivamente pelo Poder Judiciário.
c) segundo a jurisprudência sumulada do Supremo Tribunal Federal, a ausência de acompanhamento por
advogado no processo administrativo disciplinar é motivo de nulidade.
d) a responsabilidade penal do servidor pode ser apurada tanto pela própria Administração Pública quanto
pelo Poder Judiciário.
e) a decisão criminal que declara a existência do fato ou seu autor não vincula a decisão na órbita
administrativa.
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a) constitucional, porque constitui mera transposição de servidor concursado de um cargo para outro dentro
da mesma pessoa jurídica de direito público.
b) inconstitucional, porque tal alteração é de competência privativa do chefe do poder executivo e somente
pode ocorrer por remoção ou permuta.
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a) eventual sentença absolutória criminal fundamentada no fato de a conduta do servidor público não
constituir infração penal não impede a aplicação de penalidade em âmbito administrativo, com base na
chamada falta residual.
b) em razão da independência entre as instâncias administrativa e penal, eventual sentença absolutória
criminal não repercutirá na esfera administrativa.
c) eventual sentença absolutória criminal fundamentada na falta de provas implicará absolvição na esfera
administrativa.
d) em razão da possível influência da sentença criminal na instância administrativa, o procedimento
administrativo disciplinar deverá permanecer suspenso até o término da ação penal.
e) eventual sentença extintiva da punibilidade do crime, independentemente de seu fundamento, implicará
no arquivamento do procedimento administrativo disciplinar.
a) Aplica-se aos contratos administrativos o instituto da exceptio non adimpleti contractus tal qual aplicável
no Direito Civil.
b) Diante de situação motivada por razões de ordem técnica, ainda que não emergencial, é possível a
interrupção do serviço público, dispensado, neste caso, o prévio aviso.
c) A divulgação da suspensão no fornecimento de serviço de energia elétrica por meio de emissoras de rádio,
dias antes da interrupção, satisfaz a exigência de aviso prévio.
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d) O exercício do direito de greve exercido por policiais civis é hipótese cabível de descontinuidade da
execução de serviço público por eles executado.
e) Reversão é o instituto por meio do qual a Administração Pública poderá por fim a uma delegação de serviço
público por ela transferido a outrem, por razões de interesse público.
a) O servidor público efetivo adquirirá estabilidade após três após de efetivo exercício, independentemente
de aprovação em avaliação de desempenho.
b) O candidato aprovado em concurso público para provimento de cargo efetivo, preterido na ordem de
nomeação, tem direito subjetivo à nomeação.
c) Os cargos públicos são acessíveis aos brasileiros e aos estrangeiros, na forma da lei complementar.
d) Delegados de Polícia são agentes políticos.
e) As funções de confiança destinam-se apenas às atribuições de direção e chefia.
a) Quando o candidato for aprovado para determinado cargo, mesmo fora do número de vagas previstas no
edital, e houver cargos vagos além dos previstos no edital do certame.
b) Quando o candidato for aprovado dentro do número de vagas previsto no edital, não havendo exceção a
esta regra, nem mesmo por fato superveniente, imprevisível e grave.
c) Quando surgirem novas vagas, ou for aberto novo concurso durante a validade do certame anterior, e
ocorrer à preterição de candidatos aprovados fora das vagas de forma motivada por parte da administração.
d) Não há hipótese em que o candidato aprovado em concurso público tenha direito subjetivo à nomeação,
já que a nomeação de aprovados em concurso público é dotada da discricionariedade administrativa, sendo
a aprovação mera expectativa de direito à nomeação.
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a) O processo administrativo disciplinar somente pode ser instaurado por autoridade detentora de poder de
polícia.
b) Nomeação, promoção e ascensão funcional são formas válidas de provimento de cargo público.
c) Empregado público é o agente estatal, integrante da administração indireta, que se submete ao regime
estatutário.
d) A vacância de cargo público pode decorrer da exoneração de ofício de servidor, quando não satisfeitas as
condições do estágio probatório.
e) Para os efeitos de configuração de ato de improbidade administrativa, não se considera agente público o
empregado de empresa incorporada ao patrimônio público municipal que não seja servidor público.
a) De acordo com o Supremo Tribunal Federal (STF), se um candidato tomar posse em cargo público,
ancorado em uma medida liminar, transitando-se em julgado a sentença que reformou a liminar, a anulação
do ato de nomeação não será mais possível devido à teoria do fato consumado.
b) Uma pessoa com mais de setenta anos de idade não pode ser investida em cargo público efetivo ou em
comissão.
c) A remoção de servidor público federal, a pedido, por motivo de saúde de dependente, é ato administrativo
vinculado, não sendo possível negar-lhe o pedido, por motivos de conveniência e oportunidade, caso estejam
preenchidos todos os requisitos legais.
d) A reintegração é a reinvestidura do servidor público, ainda que não estável, no cargo anteriormente
ocupado, ou no cargo resultante de sua transformação, quando invalidada a sua demissão por decisão
administrativa ou judicial, com ressarcimento de todas as vantagens.
e) A licença para tratar de assuntos particulares admite uma única prorrogação.
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a) Conforme o STJ, para que haja aplicação dos prazos prescricionais do Código Penal (CP) nas infrações
administrativas também descritas como crime, é desnecessária a prévia instauração de inquérito ou ação
penal pelos mesmos fatos.
b) Suponha-se que Pedro já fosse estável quando foi aprovado em novo concurso público e que tenha iniciado
novo período de estágio probatório. Nesse caso, durante o período do estágio probatório, Pedro poderá
figurar validamente, desde que atendidos outros requisitos legais, como membro de processo administrativo
disciplinar.
c) Suponha-se que João, servidor público, tenha participado de sindicância, emitindo juízo de valor sobre a
necessidade de abertura de processo administrativo disciplinar. Nessa situação, conforme entendimento do
STJ, João poderá integrar validamente a respectiva comissão de processo administrativo disciplinar.
d) Conforme entendimento do STF, diante do caráter contributivo do regime próprio de previdência dos
servidores públicos, é inconstitucional a penalidade de cassação de aposentadoria.
e) A aplicação da sanção administrativa de demissão, por infração administrativa de revelação de segredo do
qual se apropriou em razão do cargo, impede nova investidura em cargo público pelo prazo de cinco anos.
Respostas10
10
01:C 02:E 03:A 04:A 05:C 06:D 07:D 08:A 09:C 10:B 11:E 12:D 13:C 14:B 15:A
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META 4
CPP
⦁ Art. 312 e 313, III
⦁ Art. 322
⦁ Art. 581, V
CP
⦁ Art. 44, §2º
⦁ Art. 45, §1º e 2º
⦁ Art. 129, §9º
⦁ Art. 138 a 140 (os crimes contra a honra configuram violência moral contra a mulher)
⦁ Art. 330
⦁
Lei 11.340/06
⦁ Art. 5º e Art. 7º
⦁ Art. 8º, §4º
⦁ Art. 9º, §4º a §8º
⦁ Art. 10-A (importantíssimo)
⦁ Art. 11, 12 e 12-C (importantíssimos)
⦁ Art. 14-A
⦁ Art. 16 e 17 (importantíssimos)
⦁ Art. 18 e 19
⦁ Art. 20
⦁ Art. 22, VI e VII
⦁ Art. 24-A (importantíssimo)
⦁ Art. 38-A
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⦁ Art. 41
CPP
⦁ Art. 312 e 313, III, CPP
⦁ Art. 322, CPP
1. FINALIDADES DA NORMA
Art. 1o Esta Lei cria mecanismos para coibir e prevenir a violência doméstica e
familiar contra a mulher, nos termos do § 8o do art. 226 da Constituição Federal,
da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Violência contra a Mulher,
da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a
Mulher e de outros tratados internacionais ratificados pela República Federativa do
Brasil; dispõe sobre a criação dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra
a Mulher; e estabelece medidas de assistência e proteção às mulheres em situação
de violência doméstica e familiar.
A Lei Maria da Penha possui natureza multidisciplinar, pois, além do caráter penal material e
procedimental, cria mecanismos de proteção à mulher também de natureza civil, e trata até mesmo temas
afetos às políticas públicas. Ou seja, cuida-se de diploma direcionado à proteção da mulher frente a diversas
áreas do direito.
São quatro as finalidades da lei:
✓ Prevenir e coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher.
✓ Estabelecimento de medidas de assistência
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A Lei nº 11.340/06 foi criada, não apenas para atender ao disposto no art. 226, §8°, da Constituição
Federal, que considerou ser dever do Estado assegurar a igualdade substancial nas relações domésticas, em
razão da necessidade de proteção específica e da continuada relação de submissão experimentada pelas
mulheres, mas também para dar cumprimento a diversos tratados internacionais ratificados pela República
Federativa do Brasil.
Nesse sentido, é dever do Estado, por meio de prestações positivas (ações afirmativas), extirpar a
desigualdade histórica que existe entre homens e mulheres, construindo uma igualdade para além da
meramente formal, estabelecida no art.5º, I, da CRFB, ou seja, uma igualdade materialmente perceptível no
âmbito das relações sociais.
Explica o professor Renato Brasileiro (2020):
Ressalta-se que esses programas de ação afirmativa não se colocam em rota de colisão com o
princípio da igualdade, potencializando, pelo contrário, expectativas compensatórias e de inserção social de
parcelas historicamente marginalizadas. Não violam o princípio da igualdade, pois há uma discriminação
positiva e não negativa
Inf. 654 do STF - Não há violação do princípio constitucional da igualdade no fato
de a Lei n. 11.340/06 ser voltada apenas à proteção das mulheres.
A Lei Maria da Penha (Lei 11.340/2006) determina que casos de violência doméstica e intrafamiliar que sejam
tipificados como crime, devem ser apurados através de inquérito policial e remetidos ao Ministério Público.
Nesse sentido, diploma situações de violência doméstica, proíbe a aplicação de penas pecuniárias aos
agressores, amplia a pena aplicável, dentre outras medidas de tutela das mulheres em situação de violência,
assim como de seus dependentes. Sobre a Lei Maria da Penha, é CORRETO afirmar:
A) É considerado constitucional o tratamento diferenciado entre os gêneros – mulher e homem –, no que diz
respeito à necessária proteção ante as peculiaridades física e moral da mulher e a cultura brasileira.
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B) O conceito de “família”, tutelável pelo Direito constitucional brasileiro, adstringe-se à união entre homem
e mulher, celebrada pelo casamento civil.
C) Sob a perspectiva de uma interpretação conforme a Constituição, sem redução de texto, a Lei Maria da
Penha pode ser considerada adequada ao modelo constitucional, se a proteção por ela trazida destinar-se,
igualmente, aos homens do núcleo familiar.
D) Trata-se de legislação inconstitucional, uma vez que trata com distinção as mulheres, colocando-as em
situação privilegiada perante os homens.
Gabarito: letra A
Art. 4o - Na interpretação desta Lei, serão considerados os fins sociais a que ela se
destina e, especialmente, as condições peculiares das mulheres em situação de
violência doméstica e familiar.
Cuida o dispositivo da famigerada “interpretação teleológica”, aquela que parte das finalidades da
norma.
Segundo o art. 4º, a interpretação da Lei deve levar em conta os fins sociais a que se destina, ou seja,
deve tutelar a mulher que se encontra em uma situação de vulnerabilidade no âmbito de uma relação
doméstica, familiar ou íntima de afeto. É nesse sentido que os dispositivos da lei devem ser interpretados,
em favor da pessoa que mereceu maior proteção do legislador.
O conceito de violência doméstica e familiar contra a mulher é extraído do art. 5º, conjugado com o
art. 7º, ambos da Lei 11.340/06.
Art. 5º Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar contra a
mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão,
sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial: (Vide
Lei complementar nº 150, de 2015)
I - no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço de convívio
permanente de pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente
agregadas;
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Art. 7º São formas de violência doméstica e familiar contra a mulher, entre outras:
I – A violência física, entendida como qualquer conduta que ofenda sua integridade
ou saúde corporal;
II - a violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cause dano
emocional e diminuição da autoestima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno
desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos,
crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação,
isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem,
violação de sua intimidade, ridicularização, exploração e limitação do direito de ir
e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica e à
autodeterminação; (Redação dada pela Lei nº 13.772, de 2018)
III - a violência sexual, entendida como qualquer conduta que a constranja a
presenciar, a manter ou a participar de relação sexual não desejada, mediante
intimidação, ameaça, coação ou uso da força; que a induza a comercializar ou a
utilizar, de qualquer modo, a sua sexualidade, que a impeça de usar qualquer
método contraceptivo ou que a force ao matrimônio, à gravidez, ao aborto ou à
prostituição, mediante coação, chantagem, suborno ou manipulação; ou que limite
ou anule o exercício de seus direitos sexuais e reprodutivos;
IV - Aviolência patrimonial, entendida como qualquer conduta que configure
retenção, subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos de
trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos,
incluindo os destinados a satisfazer suas necessidades;
V - Aviolência moral, entendida como qualquer conduta que configure calúnia,
difamação ou injúria.
De forma genérica, são exigidos três requisitos para a configuração de violência doméstica:
1) A vítima deve ser mulher. (Aqui é importante ser cuidadoso, uma vez que há jurisprudência do
STJ reconhecendo o direito de transexuais à alteração do registro civil, mesmo sem realizar a
cirurgia de redesignação sexual, logo a este seria extensível a proteção da Lei Maria da penha.)
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3) Produção de forma de violência prevista nos incisos do art. 7º, Lei 11.340/06:
a. Violência física
b. Violência patrimonial
c. Violência sexual
d. Violência moral.
e. Violência psicológica **
** Obs.: A Lei nº 13.772/2018 promoveu uma pequena mudança na Lei nº 11.340/2006 para deixar
expresso que a violação da intimidade da mulher é uma forma de violência doméstica, classificada como
violência psicológica.
CESPE/2021 - Os casos conhecidos como revanche pornô — divulgação de fotos íntimas como forma de
vingança — são contemplados como violência moral na Lei Maria da Penha. ITEM INCORRETO. Trata-se de
uma espécie de violência psicológica contra a mulher.
Considerações importantes:
(1) Não há necessidade de habitualidade. O art. 5º, caput refere-se apenas à ação ou omissão.
(2) É indispensável que ocorra uma violência de gênero, tal qual expresso no caput do art.5º. Ausente
esta violência de gênero, não se aplica a Lei Maria da Penha. Segundo Renato Brasileiro:
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(3) Para o STJ há presunção legal da hipossuficiência da mulher vítima de violência doméstica:
O fato de a vítima ser figura pública renomada não afasta a competência do Juizado
de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher para processar e julgar o delito.
Isso porque a situação de vulnerabilidade e de hipossuficiência da mulher,
envolvida em relacionamento íntimo de afeto, revela-se ipso facto, sendo
irrelevante a sua condição pessoal para a aplicação da Lei Maria da Penha. Trata-se
de uma presunção da Lei. STJ. 5ª Turma. REsp 1416580-RJ, Rel. Min. Laurita Vaz,
julgado em 1º/4/2014 (Info 539).
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justifica o tratamento desigual contemplado pela Lei Maria da Penha pode ser facilmente constatada, seja
pela maior força física do homem, seja pela posição de superioridade que geralmente ocupa no seio familiar
e social. Todavia, quando esta mesma violência é perpetrada por uma mulher contra outra no seio de uma
relação doméstica, familiar ou íntima de afeto, não há falar em presunção absoluta de vulnerabilidade do
gênero feminino. Cuida-se, na verdade, de presunção relativa. A título de exemplo, possamos pensar numa
violência física praticada por uma irmã contra a outra. Como o sujeito ativo de tal crime não se apresenta
supostamente mais forte, ameaçador e dominante que a vítima, não há nenhum critério razoável capaz de
justificar a aplicação dos ditames gravosos da Lei nº 11.340/06. Afinal, o objetivo da Lei Maria da Penha não
foi o de conferir uma proteção indiscriminada a toda e qualquer mulher, mas apenas àquelas que
efetivamente se encontrarem em uma situação de vulnerabilidade.”
5. SUJEITO PASSIVO
Ressalta-se que, para a doutrina majoritária e os Tribunais Superiores, é possível que os transgêneros
e transexuais sejam vítimas no contexto da violência doméstica e familiar contra a mulher.
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A Lei Maria da Penha não distingue orientação sexual e identidade de gênero das vítimas mulheres. O fato
de a ofendida ser transexual feminina não afasta a proteção legal, tampouco a competência do Juizado de
Violência Doméstica e Familiar.11
EMENTA: PENAL E PROCESSUAL PENAL. RECURSO DO MINISTÉRIO PÚBLICO CONTRA DECISÃO DO JUIZADO
DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA. DECLINAÇÃO DA COMPETÊNCIA PARA VARA CRIMINAL COMUM. INADMISSÃO
DA TUTELA DA LEI MARIA DA PENHA. AGRESSÃO DE TRANSEXUAL FEMININO NÃO SUBMETIDA A CIRURGIA
DE REDESIGNAÇÃO SEXUAL (CRS). PENDÊNCIA DE RESOLUÇÃO DE AÇÃO CÍVEL PARA RETIFICAÇÃO DE
PRENOME NO REGISTRO PÚBLICO. IRRELEVÂNCIA. CONCEITO EXTENSIVO DE VIOLÊNCIA BASEADA NO
GÊNERO FEMININO. DECISÃO REFORMADA.
1. O Ministério Público recorre contra decisão de primeiro grau que deferiu medidas protetivas de urgência
em favor de transexual mulher agredida pelo companheiro, mas declinou da competência para a Vara
Criminal Comum, por entender ser inaplicável a Lei Maria da Penha porque não houve alteração do
patronímico averbada no registro civil.
2. O gênero feminino decorre da liberdade de autodeterminação individual, sendo apresentado socialmente
pelo nome que adota, pela forma como se comporta, se veste e se identifica como pessoa. A alteração do
registro de identidade ou a cirurgia de transgenitalização são apenas opções disponíveis para que exerça de
forma plena e sem constrangimentos essa liberdade de escolha. Não se trata de condicionantes para que
seja considerada mulher.
3. Não há analogia in malam partem ao se considerar mulher a vítima transexual feminina, considerando que
o gênero é um construto primordialmente social e não apenas biológico. Identificando-se e sendo
identificada como mulher, a vítima passa a carregar consigo estereótipos seculares de submissão e
vulnerabilidade, os quais sobressaem no relacionamento com seu agressor e justificam a aplicação da Lei
Maria da Penha à hipótese.
4. Recurso provido, determinando-se prosseguimento do feito no Juizado de Violência Doméstica e Familiar
contra a Mulher, com aplicação da Lei Maria da Penha. (Acórdão 1089057, Relator Des. GEORGE LOPES, 1ª
Turma Criminal, data de julgamento: 5/4/2018, publicado no DJe: 20/4/2018.)
Obs.: O homem, vítima de violência doméstica, não tem direito às medidas protetivas da Lei Maria da Penha,
já que não pode figurar como sujeito passivo na Lei nº 11.340/06. Todavia, a vítima do sexo masculino poderá
requerer a decretação de medidas cautelares diversas da prisão, especialmente aquelas arroladas nos incisos
II e III do art. 319 do Código de Processo Penal.
6. SUJEITO ATIVO
Pode ser tanto o homem quanto a mulher (art. 5º, parágrafo único, Lei 11.340/06).
11
https://www.tjdft.jus.br/consultas/jurisprudencia/jurisprudencia-em-temas/lei-maria-da-penha-na-visao-do-tjdft/sujeitos-e-
requisitos/sujeitos/transexual-feminina-como-sujeito-
passivo#:~:text=A%20Lei%20Maria%20da%20Penha,de%20Viol%C3%AAncia%20Dom%C3%A9stica%20e%20Familiar.
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Logo, a violência doméstica baseada em razão de gênero havida entre companheiras se submete à
Lei Maria da Penha, não sendo o fato de se tratar de relação homoafetiva suficiente para afastar sua
aplicação. Também é possível que em um conflito percebido mãe e filha, irmãs, ou mesmo sogra e nota esteja
sujeito à aplicação da Lei 11.340/06.
Atenção: o homem pode ser vítima de violência doméstica e familiar, porém sem a possibilidade de
aplicação da Lei Maria da Penha. Aplica-se, portanto, o Código Penal (art.129, §9º, CP), hipótese em que a
violência doméstica sofrida pelo sujeito do sexo masculino qualifica o crime de lesão corporal. Vejam :
Não se aplica a Lei Maria da Penha. O sujeito passivo (vítima) não pode ser do sexo
masculino. STJ. 5ª Turma. RHC 51481/SC, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em
21/10/2014.
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Vamos esquematizar?
7. ELEMENTO SUBJETIVO
Para a doutrina amplamente majoritária: Apenas crimes dolosos podem atrair a aplicação da Lei
Maria da Penha.
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Deve-se frisar que, no que tange à modalidade de culpa consciente, aplica-se a incidência da Lei nº
11.340/06. Isso porque, na culpa consciente, existe vontade e nítido liame subjetivo entre o agente e o
resultado, na medida em que o sujeito reconhece que ultrapassa os limites do risco autorizado, ou seja, ele
tem ciência de que está lesando um dever de cuidado por meio de sua conduta. Isso é: Quando atua com
culpa consciente, o agente prevê a ocorrência do resultado penalmente relevante, em que pese acreditar,
firmemente, que não irá se verificar.
Já no tocante à culpa inconsciente, a doutrina entende não ser possível aplicar a Lei Maria da Penha
para os crimes culposos (nos casos em que a culpa é inconsciente, o agente não possui conhecimento de que
infringe um dever de cuidado, tampouco prevê a ocorrência do resultado danoso, razão pela qual sua
ação/omissão não poderá ter qualquer base no gênero, implicando o afastamento do artigo 5º da Lei Maria
da Penha.)
Vejamos o julgamento do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, assim ementado:
Ementa: CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. DESCLASSIFICAÇÃO PARA LESÃO
CORPORAL CULPOSA. ART. 129, § 6º, DO CÓDIGO PENAL. NÃO INCIDÊNCIA DA LEI
MARIA DA PENHA. CONFLITO PROCEDENTE. Já que houve a desclassificação para o
delito de lesão corporal culposa, impõe-se a procedência do conflito, fixando a
competência do juízo da 1ª Vara Judicial da Comarca de Estrela para o
processamento do inquérito policial e de eventual ação penal. CONFLITO DE
COMPETENCIA PROCEDENTE. (Conflito de Jurisdição Nº 70051245728, Segunda
Câmara, Criminal, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Lizete Andreis Sebben, Julgado
em 08/11/2012).
Cuidado! Apesar de o Supremo não ter enfrentado diretamente a questão por ocasião do julgamento
da ADI 4.424/DF (Rei. Min. Marco Aurélio, j. 09/02/ 2012), o Plenário do Supremo concluiu que o crime de
lesão corporal praticada contra a mulher em âmbito doméstico será de ação penal pública incondicionada,
mesmo que de natureza leve ou culposa. Logo, por via oblíqua as infrações penais culposas também se
sujeitam à incidência da Lei Maria da Penha.
Art. 5o Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar contra a
mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão,
sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial:
A ação ou omissão da qual resulta a violência doméstica não precisa ser necessariamente uma
infração penal, ações que não são típicas, ou são praticadas no bojo de alguma excludente de ilicitude ou
culpabilidade, podem ser consideradas violência doméstica, mesmo não sendo punidas criminalmente.
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A lei é clara no sentido de que não se exige o vínculo familiar para a caracterização do âmbito de
unidade doméstica, sendo necessário apenas que o espaço seja de convivência permanente incluindo-se as
pessoas agregadas esporadicamente.
Nesse sentido, é possível aplicar a Lei Maria da Penha em relações de amigos que moram juntos, ou,
ainda, em violência perpetrada contra empregada doméstica, desde que presentes os demais requisitos,
sobretudo a situação de vulnerabilidade.
II - No âmbito da família, compreendida como a comunidade formada por indivíduos que são ou se
consideram aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade ou por vontade expressa;
Nesta hipótese, sim, o determinante é a existência de vínculo familiar, de origem biológica ou não. A
violência não precisa ser praticada no âmbito da unidade doméstica, podendo ocorrer dentro ou fora do
espaço habitado pelos familiares.
Lembrando que não basta a relação de parentesco, sendo imprescindível a presença dos requisitos:
motivação de gênero e situação de vulnerabilidade.
Obs.: Vinculo de natureza familiar é jurídico. Logo, pode ser um vínculo conjugal, vinculo de
parentesco ou um vínculo por vontade expressa (adoção).
III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido com a ofendida,
independentemente de coabitação.
*Atenção: STJ CC 100654. A Lei n.º 11.340/2006, denominada Lei Maria da Penha, em seu art. 5.º,
inc. III, caracteriza como violência doméstica aquela em que o agressor conviva ou tenha convivido com a
ofendida, independentemente de coabitação.
Contudo, necessário se faz salientar que a aplicabilidade da mencionada legislação a relações
íntimas de afeto como o namoro deve ser analisada em face do caso concreto. Não se pode ampliar o termo
- relação íntima de afeto - para abarcar um relacionamento passageiro, fugaz ou esporádico. Em miúdos, o
STJ afasta a aplicação da Lei para as relações de afeto que sejam meras “ficadas” eventuais entre pessoas
que não tem efetiva conexão afetiva.
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STJ: “(...) AMEAÇA. SOGRA E NORA. (...) A incidência da Lei n.º 11.340/2006 reclama
situação de violência praticada contra a mulher, em contexto caracterizado por
relação de poder e submissão, praticada por homem ou mulher sobre mulher em
situação de vulnerabilidade. Precedentes. No caso não se revela a presença dos
requisitos cumulativos para a incidência da Lei n.º 11.340/06, a relação íntima de
afeto, a motivação de gênero e a situação de vulnerabilidade. Concessão da
ordem. Ordem não conhecida. Habeas corpus concedido de oficio, para declarar
competente para processar e julgar o feito o Juizado Especial Criminal da Comarca
de Santa Maria/RS”. (STJ, 5ª Turma, HC 175.816/RS, Rel. Min. Marco Aurélio Belizze,
j. 20/06/2013, DJe 28/06/2013).
Vamos esquematizar?
ÂMBITO DA UNIDADE ÂMBITO DA FAMÍLIA. QUALQUER RELAÇÃO ÍNTIMA DE
DOMÉSTICA AFETO
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• Violência física– Entendida como qualquer conduta que ofenda sua integridade ou saúde corporal
• Violência psicológica – a violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cause
dano emocional e diminuição da autoestima, lhe prejudique o pleno desenvolvimento, ou que
vise degradar ou controlar suas ações de maneira geral
Lei 13.772/2018: acrescenta um novo crime ao Código Penal - Crime de registro não
autorizado da intimidade sexual (art. 216-B).12
Promoveu ainda uma pequena mudança na Lei nº 11.340/2006 (Lei Maria da Penha) para
deixar expresso que a violação da intimidade da mulher é uma forma de violência
doméstica, classificada como violência psicológica.
• Violência sexual- entendida como qualquer conduta que a constranja a presenciar, a manter ou
a participar de relação sexual não desejada, mediante intimidação, ameaça, coação ou uso da
força; que a induza a comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua sexualidade, que a
impeça de usar qualquer método contraceptivo ou que a force ao matrimônio, à gravidez, ao
aborto ou à prostituição, mediante coação, chantagem, suborno ou manipulação; ou que limite
ou anule o exercício de seus direitos sexuais e reprodutivos;
• Violência patrimonial - a violência patrimonial, entendida como qualquer conduta que configure
retenção, subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho,
documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos, incluindo os destinados a
satisfazer suas necessidades
12https://www.dizerodireito.com.br/2018/12/lei-137722018-crime-de-registro-nao.html
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• Violência moral - entendida como qualquer conduta que configure calúnia, difamação ou
injúria.
Já caiu em prova e foi considerada correta a seguinte alternativa: A violência moral, entendida como
qualquer conduta que configure calúnia, difamação ou injúria, é uma das formas de violência doméstica e
familiar contra a mulher, estabelecida na Lei n. 11.340/2006
Logo, é importante perceber que as agressões da qual a lei protege não são necessariamente físicas,
podendo ser objeto do procedimento previsto na Lei 11.340 atos de disposição ilegítima de patrimônio e
crimes contra a honra, caso presentes das hipóteses já estudadas no art. 5°.
Art. 8o A política pública que visa coibir a violência doméstica e familiar contra a
mulher far-se-á por meio de um conjunto articulado de ações da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios e de ações não-governamentais,
tendo por diretrizes:
I - a integração operacional do Poder Judiciário, do Ministério Público e da
Defensoria Pública com as áreas de segurança pública, assistência social, saúde,
educação, trabalho e habitação;
II - a promoção de estudos e pesquisas, estatísticas e outras informações
relevantes, com a perspectiva de gênero e de raça ou etnia, concernentes às causas,
às consequências e à frequência da violência doméstica e familiar contra a mulher,
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§ 4º Aquele que, por ação ou omissão, causar lesão, violência física, sexual ou
psicológica e dano moral ou patrimonial a mulher fica obrigado a ressarcir todos os
danos causados, inclusive ressarcir ao Sistema Único de Saúde (SUS), de acordo
com a tabela SUS, os custos relativos aos serviços de saúde prestados para o total
tratamento das vítimas em situação de violência doméstica e familiar, recolhidos
os recursos assim arrecadados ao Fundo de Saúde do ente federado responsável
pelas unidades de saúde que prestarem os serviços. (Vide Lei nº 13.871, de
2019) (Vigência)
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O art. 9º, § 2º da Lei Maria da Penha prevê que: O juiz assegurará à mulher em
situação de violência doméstica e familiar, para preservar sua integridade física e
psicológica, manutenção do vínculo trabalhista, quando necessário o afastamento
do local de trabalho, por até seis meses. A competência para determinar essa
medida é do Juiz da Vara de Violência Doméstica ou do Juiz do Trabalho? Juiz da
Vara de Violência Doméstica. O juiz da vara especializada em Violência Doméstica
(ou, caso não haja na localidade, o juízo criminal) tem competência para apreciar
pedido de imposição de medida protetiva de manutenção de vínculo trabalhista,
por até seis meses, em razão de afastamento do trabalho de ofendida decorrente
de violência doméstica e familiar. Isso porque o motivo do afastamento não advém
da relação de trabalho, mas sim da situação emergencial que visa garantir a
integridade física, psicológica e patrimonial da mulher. Qual é a natureza jurídica
desse afastamento? Sobre quem recai o ônus do pagamento? A natureza jurídica
do afastamento por até seis meses em razão de violência doméstica e familiar é de
interrupção do contrato de trabalho, incidindo, analogicamente, o auxílio-doença,
devendo a empresa se responsabilizar pelo pagamento dos quinze primeiros dias,
ficando o restante do período a cargo do INSS. STJ. 6ª Turma. REsp 1757775-SP, Rel.
Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 20/08/2019 (Info 655).
• Encaminhamento à assistência judiciária, quando for o caso, inclusive para eventual ajuizamento
da ação de separação judicial, de divórcio, de anulação de casamento ou de dissolução de união
estável perante o juízo competente.
NOVIDADE LEGISLATIVA:
A Lei nº 13.894/2019 acrescentou um novo inciso ao § 2º do art. 9º prevendo que, se a vítima e o
agressor forem casados ou viverem em união estável, a mulher deverá ser encaminhada à
assistência judiciária para que possa ter a oportunidade de, assim desejando, desvincular-se
formalmente do marido/companheiro agressor por meio da ação judicial própria.
NOVIDADE LEGISLATIVA:
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• com os dispositivos de segurança utilizados pelas vítimas para evitar nova violência: como por
exemplo: “Botão do Pânico”13; tornozeleira eletrônica com dispositivo de aproximação que fica com
a mulher.
• Prioridade para matricular seus dependentes em instituição de educação básica mais próxima de
seu domicílio, ou transferi-los para essa instituição, mediante a apresentação dos documentos
comprobatórios do registro da ocorrência policial.
NOVIDADE LEGISLATIVA: A Lei nº 13.882/2019 amplia esse rol de assistência e prevê que a mulher
vítima da violência doméstica terá prioridade para matricular ou para transferir seus filhos ou outros
dependentes para escolas próximas de seu domicílio. E se não houver vaga na escola próxima, ainda
assim, o dependente da vítima terá direito de ser matriculado como um excedente, ou seja, mesmo fora
do número de vagas. É nesse sentido a previsão da medida protetiva de urgência constante do art. 23,
V:
13http://www.tjes.jus.br/botao-do-panico-dispositivo-de-seguranca-que-ajuda-a-proteger-mulheres-vitimas-de-violencia-
domestica-completa-6-anos/
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Art. 23. Poderá o juiz, quando necessário, sem prejuízo de outras medidas: V – “determinar a matrícula
dos dependentes da ofendida em instituição de educação básica mais próxima do seu domicílio, ou a
transferência deles para essa instituição, independentemente da existência de vaga.”
Obs: A informação de que o aluno foi transferido ou matriculado por conta de violência doméstica
sofrida por sua mãe deverá ficar em sigilo, sendo de conhecimento apenas do juiz, do MP e dos órgãos
competentes do poder público (ex: diretora da escola).
Trata-se de tema rotineiramente abordado em prova de carreiras policiais, uma vez que é direito da
mulher ser atendida de forma especializada, ininterrupta e preferencialmente, por servidoras do sexo
feminino. Como se depreende do texto legal, não há uma necessidade absoluta de que o atendimento seja
realizado por Mulher.
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Em linhas gerais, busca-se por meio do estabelecimento de diretrizes especiais à polícia judiciária
evitar a vitimização secundária, bem como a heterovitimização, impedindo que a vítima seja objeto de
sucessivas inquirições e procedimentos que possam potencializar as sequelas das violências sofridas.
Os arts. 11 e 12 da Lei Maria da Penha tratam das providências que devem ser tomadas pela
autoridade policial que tenha atuação na Delegacia especializada no atendimento à mulher vítima de
violência doméstica e familiar contra a mulher, ou da Delegacia de Polícia comum, nos locais em que não
houver a Delegacia especializada.
Algumas providências são de caráter obrigatório, como, por exemplo, a oitiva da vítima, lavratura do
boletim de ocorrência, atermação da representação e a verificação se o agressor possui registro de porte ou
posse de arma de fogo; outras, no entanto, têm sua realização condicionada à discricionariedade da
autoridade policial, que deve determinar sua realização de acordo com as peculiaridades do caso concreto.
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III - fornece transporte para a ofendida e seus dependentes para abrigo ou local
seguro, quando houver risco de vida;
Art. 12. Em todos os casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, feito
o registro da ocorrência, deverá a autoridade policial adotar, de imediato, os
seguintes procedimentos, sem prejuízo daqueles previstos no Código de Processo
Penal:
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Aqui é importante ficar atento, pois se trata de dispositivo diretamente voltado à autoridade policial,
em especial para o dever de remessa dos autos para o magistrado no prazo de 48 horas, bem como para a
inovação legislativa que orienta a verificação do registro de posse ou porte de arma de fogo por parte do
agressor.
Note que a autoridade policial não tem legitimidade para aplicar diretamente a medida protetiva ou
representar por ela. O delegado apenas encaminha ao juiz, em 48 horas, quando há pedido da ofendida!Não
há que se falar em representação pelos procedimentos legais.
O inciso VI determina que a autoridade policial deve fazer juntar aos autos do procedimento
investigatório a folha de antecedentes criminais do agressor, indicando a existência de mandado de prisão
ou registro de outras ocorrências policiais contra ele. Nessa toada, é igualmente importante que o delegado
verifique se há, no banco de dados criado pela Lei n. 13.829/19 (que inseriu o art. 38-A na Lei), eventual
registro de medida protetiva de urgência anteriormente determinada em detrimento do agressor.
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“Ora, se a própria Lei Maria da Penha faz referência a tais documentos como
verdadeiros meios de prova, ou seja, a um instrumento por meio do qual as fontes
de prova são introduzidas no processo, é evidente que, nos mesmos moldes do que
ocorre no âmbito dos Juizados Especiais Criminais (Lei nº 9.099/95, art. 77, § 1 °),
os laudos ou prontuários médicos também podem ser utilizados na sentença
condenatória para a formação do convencimento do juiz acerca da materialidade
de uma violência doméstica e familiar contra a mulher, e não apenas para fins de
oferecimento da peça acusatória ou decretação de medidas cautelares”
Já caiu em prova e foi considerada correta a seguinte assertiva: “Para configurar a materialidade do delito
de lesão corporal culposa no âmbito de violência doméstica e familiar contra a mulher, é prescindível o exame
de corpo de delito do art. 158 do CPP, se existentes outros elementos de prova, tais como laudos ou
prontuários médicos fornecidos por hospitais e postos de saúde.
Outra inovação ocorreu no §1º, inciso IV. A Lei 13.836/2019 estabeleceu que uma das providências
do Delegado de Polícia é informar à autoridade judicial caso a mulher vítima da violência seja pessoa com
deficiência.
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Art. 18. Recebido o expediente com o pedido da ofendida, caberá ao juiz, no prazo
de 48 (quarenta e oito) horas:
I - conhecer do expediente e do pedido e decidir sobre as medidas protetivas de
urgência;
II - determinar o encaminhamento da ofendida ao órgão de assistência judiciária,
quando for o caso;
II - determinar o encaminhamento da ofendida ao órgão de assistência judiciária,
quando for o caso, inclusive para o ajuizamento da ação de separação judicial, de
divórcio, de anulação de casamento ou de dissolução de união estável perante o
juízo competente; (Redação dada pela Lei nº 13.894, de 2019)
III - comunicar ao Ministério Público para que adote as providências cabíveis.
IV - determinar a apreensão imediata de arma de fogo sob a posse do agressor.
(Incluído pela Lei nº 13.880, de 2019)
Art. 19. As medidas protetivas de urgência poderão ser concedidas pelo juiz, a
requerimento do Ministério Público ou a pedido da ofendida.
§ 1o As medidas protetivas de urgência poderão ser concedidas de imediato,
independentemente de audiência das partes e de manifestação do Ministério
Público, devendo este ser prontamente comunicado.
§ 2o As medidas protetivas de urgência serão aplicadas isolada ou
cumulativamente, e poderão ser substituídas a qualquer tempo por outras de
maior eficácia, sempre que os direitos reconhecidos nesta Lei forem ameaçados ou
violados.
§ 3o Poderá o juiz, a requerimento do Ministério Público ou a pedido da ofendida,
conceder novas medidas protetivas de urgência ou rever aquelas já concedidas, se
entender necessário à proteção da ofendida, de seus familiares e de seu
patrimônio, ouvido o Ministério Público.
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Obs.: Medidas cautelares situacionais: As medidas protetivas de urgência, por possuírem natureza cautelar,
dependem da manutenção da situação fática de perigo que legitimaram a sua decretação. Assim,
desaparecido o suporte fático legitimador da medida, deve o magistrado revogar a constrição. Nesse sentido,
é possível dizer que a decisão que decreta a medida sujeita-se à clausula rebus sic stantibus, estando sempre
sujeita à nova verificação de seu cabimento à luz do seu suporte fático legitimador.
b) Momento:
As medidas cautelares poderão ser requeridas e deferidas durante a investigação preliminar e
também após a instauração do processo penal.
d) Novidades Legislativas:
▪ Inciso II - Encaminhamento da ofendida ao órgão de assistência judiciária:
⦁ Uma dessas medidas protetivas de urgência que a vítima poderá pedir é justamente a
assistência judiciária (art. 18, II, da Lei nº 11.340/2006).
⦁ A Lei nº 13.894/2019 alterou esse inciso II do art. 18 para deixar claro que essa assistência
judiciária abrange o direito de ajuizar ações de separação judicial, de divórcio, de anulação
de casamento ou de dissolução de união estável.
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As medidas protetivas de urgência, em regra, são concedidas pela autoridade judicial (Juiz ou
Desembargador), após requerimento do Ministério Público ou da ofendida – cujo pedido é formulado
perante a autoridade policial.
Note, portanto, que as medidas protetivas de urgências não podem ser objeto de representação
pela autoridade policial. Como vimos na análise do art. 12, §1º, o que o delegado de polícia pode fazer é
apenas tomar a termo a declaração da ofendida pela concessão das medidas protetivas, ou seja, somente
pode transcrever esse pedido e encaminhá-lo ao Poder Judiciário.
Ressalta-se que, até a edição da Lei nº 13.827/2019, a regra que exigia cláusula de reserva de
jurisdição não possuía exceções. A referida Lei, no entanto, inovou e trouxe uma hipótese em que uma das
medidas protetivas de urgência poderia ser concedida pelo Delegado de polícia, ou até mesmo pelo policial,
em determinadas situações.
O art. 12-C, inserido pela Lei nº 13.827/2019 e posteriormente atualizado pela Lei 14.188/2021,
permite que a medida protetiva de AFASTAMENTO DO LAR seja concedida pelo Delegado de Polícia, se o
Município não for sede de comarca ou até mesmo pelo policial, caso também não haja Delegado de Polícia
no momento, devendo o juiz ser comunicado no prazo máximo de 24 horas.
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§ 1º Nas hipóteses dos incisos II e III do caput deste artigo, o juiz será comunicado
no prazo máximo de 24 (vinte e quatro) horas e decidirá, em igual prazo, sobre a
manutenção ou a revogação da medida aplicada, devendo dar ciência ao Ministério
Público concomitantemente. (Incluído pela Lei nº 13.827, de 2019)
§ 2º Nos casos de risco à integridade física da ofendida ou à efetividade da medida
protetiva de urgência, não será concedida liberdade provisória ao preso.
(Incluído pela Lei nº 13.827, de 2019)
Se a medida for concedida por Delegado ou por policial (situações 2 e 3), o Juiz será comunicado no
prazo máximo de 24 horas e decidirá, em igual prazo, sobre a manutenção ou a revogação da medida
aplicada, devendo dar ciência ao Ministério Público concomitantemente!
Obs.: Há ADI pendente de julgamento sobre as inovações da lei 13.827 de 2019, com relação à
hipótese de afastamento do lar por parte da autoridade policial, devemos ficar atentos quanto a seu
julgamento, entretanto, em virtude de ausência de decisão cautelar, por conta da presunção de
constitucionalidade das leis, ainda vigora o dispositivo.
CONCLUSÃO: Em regra, as medidas protetivas de urgência somente podem ser concedidas pela
autoridade judiciária, por se tratar de medida submetida à cláusula de reserva de jurisdição, após o
requerimento do MP ou da ofendida. No entanto, em havendo risco à vida ou integridade física ou
psicológica da ofendida ou de seus dependentes, poderá o Delegado de Polícia ou o próprio policial
determinarem o AFASTAMENTO IMEDIATO DO LAR, nas hipóteses previstas em lei!
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PEGADINHA DE PROVA:
* REGRA: O delegado tem 48 horas para enviar a representação da vítima ao juiz (art. 12, III), e o juiz
também possui 48 horas para tomar as devidas providências (art. 18, caput)
* EXCEÇÃO: em relação à medida protetiva de afastamento do lar concedida pelo Delegado de Polícia ou
pelo Policial, nas hipóteses previstas em lei, tal medida deve ser comunicadas ao juiz em 24 horas, tendo
este o mesmo prazo de 24 horas para decidir sobre ela. (Art. 12-C, §1º).
• 2ª C – SIM! Apesar de o dispositivo não prever expressamente, seria possível que as medidas
protetivas fossem concedidas pelo Juiz de ofício. Isso porque o juiz, ao conceder medidas protetivas
de urgência de ofício, não estaria promovendo a persecução penal contra o acusado, mas apenas
tomando medidas que visam a beneficiar a vítima de violência doméstica. Inclusive, o
próprioparágrafo primeiro determina que as medidas devem ser concedidas de imediato,
independentemente de audiência das partes e de manifestação do Ministério Público, confirmando
a possibilidade de o Juiz poder concedê-las de ofício.
CUIDADO! Embora o art. 19, §1º autorize o juiz a apreciar as medidas protetivas sem a prévia oitiva do MP,
o mesmo não ocorre nas hipóteses de alteração ou reforço das medidas já concedidas, em que se exigirá a
prévia oitiva do MP, à luz do art. 19, §3º.
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Art. 22. Constatada a prática de violência doméstica e familiar contra a mulher, nos
termos desta Lei, o juiz poderá aplicar, de imediato, ao agressor, em conjunto ou
separadamente, as seguintes medidas protetivas de urgência, entre outras:
I - suspensão da posse ou restrição do porte de armas, com comunicação ao órgão
competente, nos termos da Lei no 10.826, de 22 de dezembro de 2003;
II - afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a ofendida;
III - proibição de determinadas condutas, entre as quais:
a) aproximação da ofendida, de seus familiares e das testemunhas, fixando o limite
mínimo de distância entre estes e o agressor;
b) contato com a ofendida, seus familiares e testemunhas por qualquer meio de
comunicação;
c) freqüentação de determinados lugares a fim de preservar a integridade física e
psicológica da ofendida;
IV - restrição ou suspensão de visitas aos dependentes menores, ouvida a equipe
de atendimento multidisciplinar ou serviço similar;
V - prestação de alimentos provisionais ou provisórios.
VI – comparecimento do agressor a programas de recuperação e reeducação;
e (Incluído pela Lei nº 13.984, de 2020)
VII – acompanhamento psicossocial do agressor, por meio de atendimento
individual e/ou em grupo de apoio. (Incluído pela Lei nº 13.984, de 2020)
Decisão que fixa alimentos em razão da prática de violência doméstica pode ser
executada sob o rito da prisão civil.
A decisão proferida em processo penal que fixa alimentos provisórios ou
provisionais em favor da companheira e da filha, em razão da prática de violência
doméstica, constitui título hábil para imediata cobrança e, em caso de
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A Lei 13.984/2020 acrescentou duas novas medidas protetivas de urgência a serem cumpridas pelo
agressor (frequentar centro de educação e de reabilitação e ter acompanhamento psicossocial).Isso é
possível porque o rol das medidas protetivas previsto na Lei Marida da Penha é meramente exemplificativo,
podendo ser concedidas outras providências que não estejam ali elencadas.
Ressalta-se que, mesmo antes da Lei nº 13.984/2020, tais medidas já poderiam ser determinadas.
Trata-se daquilo que a doutrina denominou de princípio da atipicidade das medidas protetivas de
urgência(LIMA, Renato Brasileiro de. Legislação criminal especial comentada. 4ª ed., Salvador: Juspodivm,
2016, p. 931).
Art. 23. Poderá o juiz, quando necessário, sem prejuízo de outras medidas:
I - encaminhar a ofendida e seus dependentes a programa oficial ou comunitário
de proteção ou de atendimento;
II - determinar a recondução da ofendida e a de seus dependentes ao respectivo
domicílio, após afastamento do agressor;
III - determinar o afastamento da ofendida do lar, sem prejuízo dos direitos
relativos a bens, guarda dos filhos e alimentos;
IV - determinar a separação de corpos.
V - determinar a matrícula dos dependentes da ofendida em instituição de
educação básica mais próxima do seu domicílio, ou a transferência deles para essa
instituição, independentemente da existência de vaga. (Incluído pela Lei nº
13.882, de 2019)
Art. 24. Para a proteção patrimonial dos bens da sociedade conjugal ou daqueles
de propriedade particular da mulher, o juiz poderá determinar, liminarmente, as
seguintes medidas, entre outras:
I - restituição de bens indevidamente subtraídos pelo agressor à ofendida;
II - proibição temporária para a celebração de atos e contratos de compra, venda e
locação de propriedade em comum, salvo expressa autorização judicial;
III - suspensão das procurações conferidas pela ofendida ao agressor;
IV - prestação de caução provisória, mediante depósito judicial, por perdas e danos
materiais decorrentes da prática de violência doméstica e familiar contra a
ofendida.
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A Lei 13.882/2019 a garante a matrícula dos dependentes da mulher vítima de violência doméstica e
familiar em instituição de educação básica mais próxima de seu domicílio. Mesmo se não houver vaga na
escola próxima, ainda assim, o dependente da vítima terá direito de ser matriculado como um excedente, ou
seja, mesmo fora do número de vagas (já explicado acima).
Quais as consequências caso o indivíduo descumpra a decisão judicial que impôs a medida
protetiva de urgência?
• É possível a execução da multa imposta;
• É possível a decretação de sua prisão preventiva (art. 313, III, do CPP) – caso presentes também os
indícios do art. 312, CPP (analisaremos adiante)
• O agente responderá pelo crime do art. 24-A da Lei nº 11.340/2006:
Art. 24-A. Descumprir decisão judicial que defere medidas protetivas de urgência
previstas nesta Lei:
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos
§ 1º A configuração do crime independe da competência civil ou criminal do juiz
que deferiu as medidas.
§ 2º Na hipótese de prisão em flagrante, apenas a autoridade judicial poderá
conceder fiança.
§ 3º O disposto neste artigo não exclui a aplicação de outras sanções cabíveis.
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O art. 24-A, inserido pela Lei 13.641/2018, é o único delito tipificado na Lei nº 11.340/2006.14
Em verdade, trata-se de um delito de desobediência, em que o agressor, ao descumprir a medida
restritiva imposta pelo juízo a título de medida protetiva, está violando a administração da justiça por conta
de seu desprezo à decisão judicial.
Portanto, é sujeito ativo do delito, o agressor destinatário da medida. Já o sujeito passivo é a administração
da justiça e, secundariamente, a vítima.
a) Sujeito ativo: Comete este delito a pessoa que descumpre a medida protetiva de urgência imposta
com base na Lei Maria da Penha.
• Homem ou mulher: Aqui cabe uma interessante observação: ao contrário do que muitos
imaginam, o autor da violência doméstica não precisa ser necessariamente um homem. Assim,
existem casos de violência doméstica praticados por mulheres. Ex: filha contra mãe (STJ HC
277.561/AL).A exigência é de que a vítima seja mulher, mas o agressor pode ser homem ou
mulher.Isso significa que o sujeito ativo do crime do art. 24-A da Lei Maria da Penha pode ser
homem ou mulher. É o caso, por exemplo, da nora que agride a sogra. Se o juiz impuser que a
nora não se aproxime da sogra e a nora descumprir essa ordem, responderá prelo crime do
art. 24-A.
• Partícipes: O indivíduo poderá responder por este delito, na qualidade de partícipe, mesmo
sem ser o autor da violência doméstica.Ex: o juiz determina que João mantenha distância
mínima de 500 metros de Maria (sua ex-esposa) e não tente nenhum contato com ela por
qualquer meio de comunicação (art. 22, III, “a” e “b”). O irmão de João, mesmo sabendo dessa
proibição, envia para Maria, pelo seu número do whatsapp, um áudio do agressor no qual ele
tenta a reconciliação com a vítima.
14 Dizer o Direito
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c) Tipo objetivo:
• Descumprir: consiste em desobedecer, ou seja, não atender, não cumprir a decisão judicial.
• Ação ou omissão: vale ressaltar que esse crime poderá ser praticado mediante conduta
comissiva (ex: aproximar-se da vítima mesmo havendo uma proibição) ou omissiva (ex: não
pagar os alimentos provisórios fixados pelo juiz como medida protetiva).
• Decisão judicial: deve-se entender em sentido amplo, abrangendo tanto decisões
interlocutórias como eventualmente uma sentença ou acórdão no qual seja fixada a medida
protetiva. A decisão pode ser de 1ª instância ou de Tribunal (colegiada ou monocrática). Obs.:
O fato de a medida em questão ter sido decretada por um juízo cível não afasta a tipificação
do delito do delito. É nesse sentido, aliás, o teor do art. 24-A, §1°:
"A configuração do crime independe da competência civil ou criminal do juiz que
deferiu as medidas".
Obs.1: Não se exige violência ou grave ameaça: O crime do art. 24-A pode se consumar mesmo que
o sujeito ativo não tenha agido com violência ou grave ameaça. Ex: o juiz determinou que João, acusado de
violência doméstica, não se aproxime menos que 500m da ex-mulher. O autor do fato, arrependido, procura
a vítima chorando e com um buquê de rosas. Ele terá cometido o crime do art. 24-A. Se houver violência ou
grave ameaça, o agente poderá responder pelo delito do art. 24-A em concurso com outros delitos. Ex: se, o
agente, que estava proibido de se aproximar da ex-mulher, procura-a e a ameaça de morte, ele responderá
pelo delito do art. 24-A da Lei nº 11.340/2006 em concurso com o art. 147 do Código Penal.
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Obs.2: Inexigibilidade de conduta diversa: Uma das medidas protetivas de urgência previstas na Lei
é a “prestação de alimentos provisionais ou provisórios” à mulher (art. 22, V). Se o agente não cumpre essa
medida em virtude de impossibilidade econômica, não poderá ser punido pelo crime do art. 24-A,
considerando que se trata de hipótese de inexigibilidade de conduta diversa, que consiste em causa
excludente de culpabilidade.
e) Consumação e tentativa:
A medida protetiva pode consistir em uma ordem para que o agente faça alguma coisa ou para que
não faça (não adote determinado comportamento). Desse modo, o crime se consuma no momento em que
o agente faz a conduta proibida na decisão judicial (ex: entra em contato com a ex-mulher, mesmo isso tendo
sido proibido) ou, então, no instante em que termina o prazo que havia sido fixado para que o sujeito
adotasse determinado comportamento (ex: juiz fixou o prazo de 24h para que o agressor deixasse a casa;
após isso, sem cumprimento, o crime já terá se consumado).
A tentativa, em tese, é possível na modalidade comissiva. Ex: o ex-marido, mesmo estando proibido
de entrar em contato com a ex-mulher, envia-lhe uma carta, que é interceptada pela sogra.
Observações importantes:
• § 1º: A configuração do crime independe da competência civil ou criminal do juiz que deferiu as
medidas: As medidas protetivas de urgência da Lei nº 11.340/2006 não são exclusivas do processo
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penal. Isso significa que podem ser aplicadas em processos cíveis, independentemente da existência
de inquérito policial ou processo criminal contra o suposto agressor.
CUIDADO! Veda-se a concessão de fiança pela autoridade policial somente no delito do art. 24-A! Caso seja
praticado outro delito, com pena máxima de 4 anos, ainda que no âmbito da Lei Maria da Penha, será
possível a concessão da fiança, nos moldes do art. 322 do CPP! Em outras palavras: o mero fato de o crime
ter sido praticado no âmbito da violência doméstica e familiar contra a mulher, por si só, não afasta a
concessão da fiança!
• § 3º O disposto neste artigo não exclui a aplicação de outras sanções cabíveis: descumprimento de
medida protetiva pode ensejar: a execução da multa eventualmente imposta E a decretação da
prisão preventiva do autor. O que este § 3º explicita é que tais consequências continuam
acontecendo mesmo agora com a existência de um tipo penal específico para essa conduta.
15Renato Brasileiro discorda e afirma que, a despeito de a pena máxima cominada não ser superior a 2 anos, o art. 24-A é
crime comum, de competência do juízo comum, aplicando-se o procedimento comum sumário.
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NÃO CONFUNDA: Em se tratando de crimes praticados com violência doméstica e familiar contra a mulher
NÃO SE APLICA A SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO, ENTRETANTO É POSSÍVEL A CONCESSÃO DA
SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA (Código Penal).
A prisão preventiva na Lei Maria da Penha é um tema bastante controvertido na doutrina. Isso porque
a Lei prevê a possibilidade de decretação da cautelar, pelo juiz, de ofício, em qualquer fase da persecução
penal, o que, para a doutrina amplamente majoritária, violaria do Sistema Acusatório. Na realidade, antes
mesmo do advento do Pacote Anticrime, que veio para reforçar a imparcialidade do juiz, já havia acirrada
discussão sobre o tema.
Após o advento do Pacote Anticrime, como proceder?
⦁ Prova objetiva – sugerimos marcar a assertiva que contempla a letra da lei, ou seja, que
admite a possibilidade de o juiz decretar a prisão preventiva, seja em fase de inquérito
policial ou instrução penal.
⦁ Prova discursiva – é imprescindível trazer os dois posicionamentos sobre o tema, no sentido
de que, para uma primeira corrente,é possível a decretação de ofício pelo juiz, em razão do
princípio da especialidade, enquanto para uma segunda corrente, é inviável tal decretação,
sob pena de violar o Sistema Acusatório.
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“Como a redação do inciso IIII do art. 313 não faz distinção quanto à natureza da
pena do crime doloso, deve-se entender que, independentemente da espécie de
pena cominada ao delito (reclusão ou detenção) e do quantum de pena a ele
cominado, a prisão preventiva pode ser adotada como medida de ultima ratio no
sentido de compelir o agente à observância das medidas protetivas de urgência
previstas na Lei Maria da Penha, mas desde que presente um dos fundamentos
que autorizam a prisão preventiva (CPP, art. 312)”
STJ: “(...) Muito embora o art. 313, IV, do Código de Processo Penal, com a redação
dada pela Lei nº 11.340/2006, admita a decretação da prisão preventiva nos crimes
dolosos que envolvam violência doméstica e familiar contra a mulher, para garantir
a execução de medidas protetivas de urgência, a adoção dessa providência é
condicionada ao preenchimento dos requisitos previstos no art. 312 daquele
diploma. É imprescindível que se demonstre, com explícita e concreta
fundamentação, a necessidade da imposição da custódia para garantia da ordem
pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal ou para
assegurar a aplicação da lei penal, sem o que não se mostra razoável a privação da
liberdade, ainda que haja descumprimento de medida protetiva de urgência,
notadamente em se tratando de delitos punidos com pena de detenção”. (STJ, 6ª
Turma, HC 100.512/MT, Rel. Min. Paulo Gallotti, DJe 23/06/2008).
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Percebe-se aqui que há uma exceção à regra geral trazida pelo Código de Processo Penal, podendo
haver retratação da representação após oferecimento da denúncia.
Atenção! Se a mulher vítima de crime de ação pública condicionada comparecer ao cartório da vara
e manifestar interesse em se retratar da representação, ainda assim o juiz deverá designar audiência para
que ela confirme essa intenção e seja ouvido o MP, nos termos do art. 16.
A Lei Maria da Penha autoriza, em seu art. 16, que, se o crime for de ação pública
condicionada (ex: ameaça), a vítima possa se retratar da representação que havia
oferecido, desde que faça isso em audiência especialmente designada, ouvido o
MP. Veja: Art. 16. Nas ações penais públicas condicionadas à representação da
ofendida de que trata esta Lei, só será admitida a renúncia à representação perante
o juiz, em audiência especialmente designada com tal finalidade, antes do
recebimento da denúncia e ouvido o Ministério Público. Não atende ao disposto
neste art. 16 a retratação da suposta ofendida ocorrida em cartório de Vara, sem a
designação de audiência específica necessária para a confirmação do ato. Em
outras palavras, se a vítima comparece ao cartório e manifesta interesse em se
retratar, ainda assim o juiz deverá designar a audiência para ouvir a ofendida e o
MP, não podendo rejeitar a denúncia sem cumprir esse procedimento. STJ. 5ª
Turma. HC 138143-MG, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 03/09/2019 (Info 656).
16.1 Vedação à pena de cesta básica, prestação pecuniária ou pagamento isolado da multa
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Art. 17. É vedada a aplicação, nos casos de violência doméstica e familiar contra a
mulher, de penas de cesta básica ou outras de prestação pecuniária, bem como a
substituição de pena que implique o pagamento isolado de multa.
Esse dispositivo proíbe que o juiz aplique as seguintes penas restritivas de direitos à pessoa que
praticou violência doméstica e familiar contra a mulher:
• Pena de "cesta básica";
• Quaisquer espécies de prestação pecuniária (art. 45, §§ 1º e 2º);
• Pagamento isolado de multa (art. 44, § 2º do CP).
Tal vedação se presta a não atribuição de um caráter meramente patrimonial à punição do agressor,
o que de certa forma incentivaria um processo discriminatório em que agressores abastados financeiramente
se eximiriam de sua responsabilidade com o mero pagamento de indenizações e prestações pecuniárias.
Alguns doutrinadores começaram a sustentar a tese de que o art. 17, ao proibir apenas esses tipos
de penas, teria, a contrario sensu, permitido que fossem aplicadas outras espécies de penas restritivas de
direitos.
Essa interpretação foi aceita pela jurisprudência? É possível a aplicação de penas restritivas de
direito para os crimes cometidos contra a mulher com violência ou grave ameaça no ambiente doméstico?
R.: NÃO. A jurisprudência entende que não cabe a substituição da pena privativa de liberdade por
restritiva de direitos nos crimes cometidos contra a mulher com violência ou grave ameaça no ambiente
doméstico. O STJ editou a súmula 588 para espelhar essa sua posição consolidada:
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Por outro lado, em caso de CONTRAVENÇÕES PENAIS praticadas contra a mulher com violência ou
grave ameaça no ambiente doméstico há uma discordância. Ex: imagine que o marido pratica vias de fato
(art. 21 da Lei de Contravenções Penais) contra a sua esposa; ele poderá ser beneficiado com pena restritiva
de direitos?
• STJ e 1ª Turma do STF:NÃO. Não é possível a substituição da pena privativa de liberdade por
restritiva de direitos tanto no caso de crime como contravenção penal praticados contra a
mulher com violência ou grave ameaça no ambiente doméstico. É o teor da Súmula 588-STJ. A
1ª Turma do STF também comunga do mesmo entendimento: HC 137888/MS, Rel. Min. Rosa
Weber, julgado em 31/10/2017.
• 2ª Turma STF:SIM. Afirma que é possível a conversão da pena privativa de liberdade por
restritiva de direito, nos moldes previstos no art. 17 da Lei Maria da Penha, aos condenados pela
prática de contravenção penal. Isso porque a contravenção penal não está na proibição contida
no inciso I do art. 44 do CP, que fala apenas em crime. Logo, não existe proibição no
ordenamento jurídico para a aplicação de pena restritiva de direitos em caso de contravenções.
Nesse sentido: STF. 2ª Turma. HC 131160, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 18/10/2016.
Relembre o que diz o inciso I do Código Penal:
DICA! Em concursos, se o enunciado não estiver fazendo qualquer distinção, fiquem com
a posição exposta na súmula e que também é adotada pela 1ª Turma do STF.
Não se aplica o princípio da insignificância nos crimes ou contravenções penais praticados contra a
mulher no âmbito das relações domésticas. Os delitos praticados com violência contra a mulher, devido à
expressiva ofensividade, periculosidade social, reprovabilidade do comportamento e lesão jurídica causada,
perdem a característica da bagatela e devem submeter-se ao direito penal.
Assim, o STJ e o STF não admitem a aplicação dos princípios da insignificância aos crimes e
contravenções praticados com violência ou grave ameaça contra a mulher, no âmbito das relações
domésticas, dada a relevância penal da conduta.
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A) O crime de lesão corporal leve, praticado contra a mulher no âmbito das relações domésticas e familiares,
deve ser processado mediante ação penal pública condicionada à representação.
B) Presentes os requisitos, é possível a realização de transação penal nos crimes que envolvem violência
doméstica e familiar contra a mulher.
C) Não é possível a aplicação do princípio da insignificância nos delitos praticados com violência ou grave
ameaça no âmbito das relações domésticas e familiares contra a mulher.
D) O sujeito passivo da violência doméstica objeto da Lei Maria da Penha é apenas a mulher, e o sujeito ativo
é apenas o homem.
E) O descumprimento de medida protetiva de urgência configura o crime de desobediência em face da
inexistência de outras sanções previstas no ordenamento jurídico para a hipótese.
Gabarito: Letra C
Inicialmente, cumpre salientar que não são todos os crimes praticados no contexto de violência
doméstica e familiar contra a mulher que são de ação penal pública incondicionada. Veja: a regra prevista
pelo Código Penal é que os crimes serão de ação penal pública incondicionada, inclusive quando não houver
previsão expressa nesse sentido. Ou seja: quando o Código não falar nada, o crime será de ação penal pública
incondicionada (essa regra vale para todos os crimes!). Assim, para que o crime seja de ação penal privada
ou pública condicionada, deve haver disposição expressa nesse sentido.
Ocorre que havia divergência doutrinária sobre o crime de LESÃO CORPORAL LEVE e LESÃO
CORPORAL CULPOSA no âmbito da Lei Maria da Penha. Isso porque, por um lado, a Lei 9099/95 afirma que
os crimes de lesão corporal culposa e leve são de ação penal pública condicionada à representação (art. 88),
enquanto, por outro lado, o art. 41 da Lei Maria da Penha expressamente afasta a incidência da Lei 9099/95
aos crimes cometidos no âmbito da Violência Doméstica e familiar contra a mulher.
Assim surgiu a seguinte divergência: aplica-se o disposto na Lei 9099/95, que prevê a ação penal
pública condicionada à representação para as lesões corporais leves e culposas, ou se aplica o disposto na
Lei 11.340/06, que veda a aplicação da Lei 9099/95 aos crimes da Lei?
A doutrina e jurisprudência dominantes são no sentido de que deve prevalecer o art. 41 da Lei Maria
da Penha, em razão do princípio da especialidade. Assim, embora a regra geral seja de que as lesões
corporais leves e culposas dependam de representação,SE OCORREREM NO ÂMBITO DA LEI MARIA DA
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PENHA, SERÃO CRIMES DE AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA. Não porque a Lei 11.340/06 dispõe
dessa forma, mas sim porque veda a aplicação da Lei 9099/95.
Portanto, o queremos dizer é:
∘ Se o crime praticado no âmbito de violência doméstica e familiar contra a mulher estiver
previsto no CÓDIGO PENAL como um crime condicionado à representação, como é o caso
da ameaça, assim será. As ameaças no contexto de violência doméstica precisarão de
representação da ofendida pois esta é a regra geral do Código Penal - e a Lei Maria da Penha
não afasta a incidência do Código Penal.
∘ Por outro lado, se o crime praticado no âmbito de violência doméstica e familiar contra a
mulher estiver previsto NA LEI DE JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS como um crime
condicionado à representação, como é o caso da lesão corporal leve e culposa, essa regra
não será aplicada aos crimes praticados no contexto de violência doméstica pois a própria
Lei Maria da Penha afasta a incidência da lei 9099/95.
Art. 41. Aos crimes praticados com violência doméstica e familiar contra a mulher,
independentemente da pena prevista, não se aplica a Lei no 9.099, de 1995.
Informativo 654 do STF - Aos crimes praticados com violência doméstica e familiar
contra a mulher não se aplica a Lei dos Juizados Especiais (Lei n. 9.099/95), mesmo
que a pena seja menor que 2 anos.
Súmula 542, STJ: a ação penal relativa ao crime de lesão corporal resultante de
violência doméstica contra a mulher é pública incondicionada.
Veja a explicação do professor Renato Brasileiro sobre o tema (2020, Pg. 1281):
"Lado outro, o art. 41 da Lei nº 9.099/95 dispõe que, aos crimes praticados com
violência doméstica e familiar contra a mulher, independentemente da pena
prevista, não se aplica a Lei nº 9.099/95. Ora, se a Lei dos Juizados não é aplicável
às situações de violência doméstica e familiar contra a mulher, e se é a Lei nº
9.099/95 que dispõe que os crimes de lesão corporal leve e de lesão corporal
culposa são de ação penal pública condicionada à representação (art. 88), conclui-
se que, se acaso praticados no contexto de violência doméstica e familiar contra a
mulher, tais delitos seriam de ação penal pública incondicionada.".
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a) Ato infracional:
Ato infracional continua a ser da competência do juizado da infância e da juventude, mesmo
quando cometido contra a mulher no âmbito familiar.
b) Execução penal:
Embora, o artigo 13 aluda à execução, a competência para tanto continua sendo regida pelo artigo
65 da Lei 7210/84 (lei de execuções penais). Não se aplica ao pé da letra o artigo 13 da lei 11.340, sendo a
competência da execução penal regida pelo referido art. 65 da LEP.
LEP. Art. 65. A execução penal competirá ao Juiz indicado na lei local de
organização judiciária e, na sua ausência, ao da sentença.
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Inf. 550 do STJ - Juizado da Violência Doméstica possui competência para executar
alimentos por ele fixados. O Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a
Mulher tem competência para julgar a execução de alimentos que tenham sido
fixados a título de medida protetiva de urgência fundada na Lei Maria da Penha em
favor de filho do casal em conflito.
Inf. 572 do STJ - Competência para julgar ação de divórcio advinda de violência
suportada por mulher no âmbito familiar e doméstico. A extinção de medida
protetiva de urgência diante da homologação de acordo entre as partes não afasta
a competência da Vara Especializada de Violência Doméstica ou Familiar contra a
Mulher para julgar ação de divórcio fundada na mesma situação de agressividade
vivenciada pela vítima e que fora distribuída por dependência à medida extinta.
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Obs.: Quem julga o crime de estupro de vulnerável praticado por pai contra filha de 4 anos: vara
criminal “comum” ou vara de violência doméstica e familiar contra a mulher?
Se o fator determinante que ensejou a prática do crime foi a tenra idade da vítima fica afastada a
vara de violência doméstica e familiar? Ex: estupro de vulnerável praticado por pai contra a filha, de 4 anos.
• SIM. Posição da 5ª Turma do STJ: Se o fato de a vítima ser do sexo feminino não foi determinante
para a caracterização do crime de estupro de vulnerável, mas sim a tenra idade da ofendida, que
residia sobre o mesmo teto do réu, que com ela manteve relações sexuais, não há que se falar
em competência do Juizado Especial de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher. STJ. 5ª
Turma. AgRg no AREsp 1020280/DF, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 23/08/2018.
• NÃO. Julgado recente da 6ª Turma do STJ: A idade da vítima é irrelevante para afastar a
competência da vara especializada em violência doméstica e familiar contra a mulher e as
normas protetivas da Lei Maria da Penha. STJ. 6ª Turma. RHC 121813-RJ, Rel. Min. Rogerio
Schietti Cruz, julgado em 20/10/2020 (Info 682).
d) Crimes dolosos contra a vida praticados no contexto da violência doméstica e familiar contra a
mulher
Em um primeiro momento cumpre recordarmos que o Tribunal do júri é composto por duas fases,
uma primeira chamada de Iudicium Accusationis, a segunda conhecida como Iudicium Causae.
Na primeira fase temos a participação apenas do Juiz Sumariante, que pode pronunciar,
impronunciar, absolver sumariamente ou desclassificar. Apenas na segunda fase é que entra a atuação do
Júri sendo composto pelo Juiz Presidente e por mais 25 jurados, 7 dos quais irão compor o Conselho de
sentença.
Em alguns Estados essa primeira fase do Tribunal do Júri vem tramitando nos Juizados de violência
doméstica e familiar contra a Mulher, enquanto que, em outros, a primeira fase tramita nas varas privativas
do júri. Isso é possível, dependendo da Lei de Organização judiciária local, pois o que a Constituição Federal
obriga é o Julgamento propriamente dito do crime doloso contra a vida pelo Tribunal do Júri.
Nesse sentido, contemplamos que a Constituição Federal exige é que o julgamento ocorra no
Tribunal do Júri, de forma que nada impede que a Lei de Organização Judiciária delegue a primeira fase a
outro juízo, como por exemplo, ao Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher.
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Obs.: Em caso de ameaça por redes sociais ou pelo Whatsapp, o juízo competente para deferir as medidas
protetivas é aquele no qual a mulher tomou conhecimento das intimidações
Em caso de ameaça proferida contra a mulher por meio de redes sociais (ex:
Facebook) ou por aplicativos como o WhatsApp, o juízo competente para deferir as
medidas protetivas é aquele onde a vítima tomou conhecimento das intimidações,
por ser este o local de consumação do crime previsto pelo art. 147 do Código Penal.
O art. 147 do CP é crime formal, de modo que se consuma no momento em que a
vítima toma conhecimento da ameaça. Segundo o art. 70, primeira parte, do CPP,
"a competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar a
infração". Ex: o ex-marido, residente em Curitiba, ameaçou a vítima por meio de
mensagens no Facebook e no Whatsapp. Quando a vítima recebeu as mensagens
já estava morando em Naviraí (MS). Diante disso, a competência para julgar as
medidas protetivas em favor da mulher é o juízo da comarca de Naviraí (MS). STJ.
3ª Seção. CC 156.284/PR, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 28/02/2018.
A sentença penal condenatória, depois de transitada em julgado, produz diversos efeitos. Um deles
é que a condenação gera a obrigação do réu de reparar o dano causado. Inclusive, à luz do CPC (art. 515), a
sentença condenatória constitui-se em título executivo judicial:
CPC. Art. 515. São títulos executivos judiciais, cujo cumprimento dar-se-á de acordo
com os artigos previstos neste Título: VI - a sentença penal condenatória transitada
em julgado;
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Assim, a vítima (ou seus sucessores), na posse da sentença que condenou o réu, após o seu trânsito
em julgado, dispõe de um título que poderá ser executado no juízo cível para cobrar o ressarcimento pelos
prejuízos sofridos em decorrência do crime.
O art. 387, IV, do CPP prevê que o juiz, ao condenar o réu, já estabeleça na sentença um valor mínimo
que o condenado estará obrigado a pagar a título de reparação dos danos causados. Veja:
Art. 387.O juiz, ao proferir sentença condenatória: IV — fixará valor mínimo para
reparação dos danos causados pela infração, considerando os prejuízos sofridos
pelo ofendido; (Redação dada pela Lei nº 11.719/2008)
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Vimos que, embora a Lei Maria da Penha não possa ser aplicada aos homens, ainda que em situação
de vulnerabilidade, é possível aplicar a eles as medidas protetivas de urgência.
Nesse sentido, e considerando que, durante a pandemia do Covid-19, verificou-se que o
confinamento social gerou um aumento no número de casos de violência doméstica e familiar contra as
mulheres, crianças, adolescentes, idosos e pessoas com deficiência, foi editada a Lei nº 14.022/2020, que
prevê medidas para enfrentamento da violência doméstica e familiar contra essas pessoas durante o período
de pandemia.
Por se tratar de um tema extremamente recente, aconselhamos a leitura detalhada da lei!
Veja, abaixo, um resumo das mudanças efetuadas17.
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Dizer o Direito
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Para garantir que esse serviço essencial seja mantido, foi acrescentado o art. 5º-A à Lei nº
13.979/2020 prevendo que:
⦁ Os prazos processuais, a apreciação de matérias, o atendimento às partes e a concessão de medidas
protetivas devem continuar normalmente;
⦁ O registro de ocorrências relacionadas com essas infrações penais poderá ser feito por telefone ou
meio eletrônico.
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Nos casos de crimes de natureza sexual, se houver a adoção de medidas pelo poder público que
restrinjam a circulação de pessoas, os órgãos de segurança deverão estabelecer equipes móveis para
realização do exame de corpo de delito no local em que se encontrar a vítima.
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Nos casos de violência doméstica e familiar, a ofendida poderá solicitar quaisquer medidas protetivas de
urgência à autoridade competente por meio dos dispositivos de comunicação de atendimento on-line.
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Em todos os casos, a autoridade de segurança pública deve assegurar o atendimento ágil a todas as
demandas apresentadas e que signifiquem risco de vida e a integridade da mulher, do idoso, da criança e do
adolescente, com atuação focada na proteção integral.
10) Vigência
A Lei nº 14.022/2020 entrou em vigor na data de sua publicação (08/07/2020).
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propriedade do agressor.
STJ. 3ª Turma. REsp 1966556-SP, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em
08/02/2022 (Info 724).
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Decisão que fixa alimentos em razão da prática de violência doméstica pode ser
executada sob o rito da prisão civil
A decisão proferida em processo penal que fixa alimentos provisórios ou
provisionais em favor da companheira e da filha, em razão da prática de violência
doméstica, constitui título hábil para imediata cobrança e, em caso de
inadimplemento, passível de decretação de prisão civil. STJ. 3ª Turma. RHC 100446-
MG, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 27/11/2018 (Info 640).
Fixação do valor mínimo para reparação dos danos prevista no art. 387, IV, do
CPP
Nos casos de violência contra a mulher praticados no âmbito doméstico e familiar,
é possível a fixação de valor mínimo indenizatório a título de dano moral, desde
que haja pedido expresso da acusação ou da parte ofendida, ainda que não
especificada a quantia, e independentemente de instrução probatória. CPP/Art.
387. O juiz, ao proferir sentença condenatória: IV - fixará valor mínimo para
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ambiente doméstico (art. 129, § 9º do CP). STF. 2ª Turma. HC 129446/MS, Rel. Min.
Teori Zavascki, julgado em 20/10/2015 (Info 804).
➢ Súmulas Importantes:
Súmula 536, STJ - A suspensão condicional do processo e a transação penal
não se aplicam na hipótese de delitos sujeitos ao rito da Lei Maria da Penha.
Súmula 542, STJ - A ação penal relativa ao crime de lesão corporal resultante de
violência doméstica contra a mulher é pública incondicionada.
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11) O crime de lesão corporal, ainda que leve ou culposo, praticado contra a mulher
no âmbito das relações domésticas e familiares, deve ser processado mediante ação
penal pública incondicionada.
13) Nos crimes praticados no âmbito doméstico e familiar, a palavra da vítima tem
especial relevância para fundamentar o recebimento da denúncia ou a condenação,
pois normalmente são cometidos sem testemunhas.
16) O habeas corpus não constitui meio idôneo para se pleitear a revogação de
medidas protetivas previstas no art. 22 da Lei n. 11.340/2006 que não implicam
constrangimento ao direito de ir e vir do paciente.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Leis Penais Especiais, Volume Único, Gabriel Habib
Legislação Criminal Especial Comentada. Renato Brasileiro de Lima
Vade Mecum ou Buscador de Jurisprudência do Dizer o Direito, Márcio André Lopes Cavalcante
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QUESTÕES PROPOSTAS
A-É considerado constitucional o tratamento diferenciado entre os gêneros – mulher e homem –, no que diz
respeito à necessária proteção ante as peculiaridades física e moral da mulher e a cultura brasileira.
B-O conceito de “família”, tutelável pelo Direito constitucional brasileiro, adstringe-se à união entre homem
e mulher, celebrada pelo casamento civil.
C-Sob a perspectiva de uma interpretação conforme a Constituição, sem redução de texto, a Lei Maria da
Penha pode ser considerada adequada ao modelo constitucional, se a proteção por ela trazida destinar-se,
igualmente, aos homens do núcleo familiar.
D-Trata-se de legislação inconstitucional, uma vez que trata com distinção as mulheres, colocando-as em
situação privilegiada perante os homens;
A-O crime de lesão corporal leve, praticado contra a mulher no âmbito das relações domésticas e familiares,
deve ser processado mediante ação penal pública condicionada à representação.
B-Presentes os requisitos, é possível a realização de transação penal nos crimes que envolvem violência
doméstica e familiar contra a mulher.
C-Não é possível a aplicação do princípio da insignificância nos delitos praticados com violência ou grave
ameaça no âmbito das relações domésticas e familiares contra a mulher.
D-O sujeito passivo da violência doméstica objeto da Lei Maria da Penha é apenas a mulher, e o sujeito ativo
é apenas o homem.
E-O descumprimento de medida protetiva de urgência configura o crime de desobediência em face da
inexistência de outras sanções previstas no ordenamento jurídico para a hipótese.
3 - 2021 - FGV - PC-RN - FGV - 2021 - PC-RN - Delegado de Polícia Civil Substituto
Noeli compareceu à delegacia de polícia para registrar boletim de ocorrência contra seu companheiro Erson
pelo crime de ameaça. Após chegar em casa, Noeli ouve pedido de desculpa de seu companheiro e apelos
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para que desista da representação. Considerando o disposto na legislação aplicável, quanto à possibilidade
de retratação da representação apresentada, Noeli:
4 - 2020 - CESPE / CEBRASPE - PC-SE - CESPE / CEBRASPE - 2020 - PC-SE - Delegado de Polícia - Curso de
Instrução
No que se refere ao atendimento policial a grupos vulneráveis, julgue o item a seguir.
A violência doméstica e familiar pode ser caracterizada tanto por ação quanto por omissão.
Certo
Errado
5- 2020 - CESPE / CEBRASPE - PC-SE - CESPE / CEBRASPE - 2020 - PC-SE - Delegado de Polícia - Curso de
Instrução
No que se refere ao atendimento policial a grupos vulneráveis, julgue o item a seguir.
Se uma mulher comparecer a uma delegacia de polícia relatando ter sofrido violência doméstica, para que
um inquérito policial possa ser instaurado, será necessário que haja o consentimento da vítima, na hipótese
de aplicação da Lei n.º 9.099/1995.
Certo
Errado
6- 2020 - CESPE / CEBRASPE - PC-SE - CESPE / CEBRASPE - 2020 - PC-SE - Delegado de Polícia - Curso de
Instrução
No que se refere ao atendimento policial a grupos vulneráveis, julgue o item a seguir.
A conduta de um namorado que ameaça divulgar fotos de sua namorada nua caso ela termine o
relacionamento com ele pode ser enquadrada na Lei Maria da Penha.
Certo
Errado
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Preenchidos os requisitos legais para concessão da benesse, é possível aplicar ao crime de lesão corporal de
natureza leve praticado em situação de violência doméstica e familiar contra a mulher a
A-transação penal.
B-suspensão condicional da pena.
C-suspensão condicional do processo.
D-absolvição, com base no princípio da insignificância.
E-substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos.
A-a mulher vítima será inquirida sempre com intermediação de profissional do sexo feminino especializado
em violência doméstica e familiar designado pela autoridade judiciária ou policial.
B-é direito da mulher em situação de violência doméstica e familiar o atendimento pericial especializado,
ininterrupto e prestado por servidores exclusivamente do sexo feminino.
C-é direito da mulher em situação de violência doméstica e familiar o atendimento policial e pericial
especializado, ininterrupto e prestado por servidores, preferencialmente do sexo feminino e previamente
capacitados.
D-é direito da mulher em situação de violência doméstica e familiar o atendimento policial especializado,
ininterrupto e prestado por servidores exclusivamente do sexo feminino.
E-a mulher vítima será inquirida sempre com intermediação de profissional especializado em violência
doméstica e familiar designado pela autoridade judiciária ou policial.
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A-É direito da mulher em situação de violência doméstica e familiar o atendimento policial e pericial
especializado, ininterrupto e prestado por servidores – preferencialmente do sexo feminino – previamente
capacitados.
B-Deverá a autoridade policial remeter, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, expediente apartado ao juiz
com o pedido da ofendida, para a concessão de medidas protetivas de urgência.
C-Será adotado, preferencialmente, o procedimento de coleta de depoimento registrado em meio eletrônico
ou magnético, devendo a degravação e a mídia integrar o inquérito.
D-Será observada, como diretriz, a realização de sucessivas inquirições sobre o mesmo fato nos âmbitos
criminal, cível e administrativo, bem como questionamentos sobre a vida privada, desde que em recinto
especialmente projetado para esse fim, o qual conterá os equipamentos próprios e adequados à idade da
mulher em situação de violência doméstica e familiar ou testemunha e ao tipo e à gravidade da violência
sofrida.
E-Serão admitidos como meios de prova, os laudos ou prontuários médicos fornecidos por hospitais e postos
de saúde.
A-V – F – V – F – V.
B-V – V – F – F – V.
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C-F – F – V – V – F.
D-F – V – F – V – F.
E-F – F – V – F – F.
A-Mari Orrana, 35 anos, chegou em casa e ficou chocada ao perceber que o seu cônjuge, Crakeison, 32 anos,
havia subtraído os eletrodomésticos pertencentes a ela, provavelmente, para entregar a algum traficante.
No caso, é possível aplicar-se a regra de imunidade absoluta, prevista no artigo 181, inciso I, do Código Penal.
B-Maríndia foi vítima da contravenção penal de vias de fato, praticada pelo namorado Lacaio. Nessa hipótese,
é possível aplicar penas restritivas de direito ao caso, porque o artigo 44, inciso I, do Código Penal, ao tratar
das penas restritivas de direito, disse não serem cabíveis tais penas aos crimes praticados com violência ou
grave ameaça à pessoa. Portanto, a proibição não deve ser estendida às contravenções penais, sob pena de
analogia in malam partem.
C-O Supremo Tribunal Federal afastou a aplicação do princípio da insignificância às infrações penais
praticadas contra a mulher, no âmbito das relações domésticas, limitando-se a fazê-lo sob o aspecto da
insignificância própria, mantendo a possibilidade de aplicação da insignificância imprópria a tais casos.
D-A Lei Maria da Penha elevou à condição de infração penal toda e qualquer forma de violência contra a
mulher, no âmbito doméstico ou da família, independentemente de coabitação.
E-A regra de imunidade absoluta, prevista no artigo 181, inciso I, do Código Penal, não é passível de ser
estendida ao companheiro ou a relações homoafetivas.
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Em todos os casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, feito o registro da ocorrência, deverá a
autoridade policial adotar, de imediato, os seguintes procedimentos, sem prejuízo de outros previstos no
Código de Processo Penal:
A-II e III.
B-II e IV.
C-I e III.
D-I e II.
E-III e IV.
15 - 2017 - CESPE / CEBRASPE - PC-GO - CESPE - 2017 - PC-GO - Delegado de Polícia Substituto
Júlio, durante discussão familiar com sua mulher no local onde ambos residem, sem justo motivo, agrediu-a,
causando-lhe lesão corporal leve. Nessa situação hipotética, conforme a Lei n.º 11.340/2006 e o
entendimento do STJ,
A-a ofendida poderá renunciar à representação, desde que o faça perante o juiz.
B-a ação penal proposta pelo Ministério Público será pública incondicionada.
C-a autoridade policial, independentemente de haver necessidade, deverá acompanhar a vítima para
assegurar a retirada de seus pertences do domicílio familiar.
D-Júlio poderá ser beneficiado com a suspensão condicional do processo, se presentes todos os requisitos
que autorizam o referido ato.
E-Júlio poderá receber proposta de transação penal do Ministério Público, se houver anuência da vítima
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A-a ofendida poderá renunciar à representação, desde que o faça perante o juiz.
B-a ação penal proposta pelo Ministério Público será pública incondicionada.
C-a autoridade policial, independentemente de haver necessidade, deverá acompanhar a vítima para
assegurar a retirada de seus pertences do domicílio familiar.
D-Júlio poderá ser beneficiado com a suspensão condicional do processo, se presentes todos os requisitos
que autorizam o referido ato.
E-Júlio poderá receber proposta de transação penal do Ministério Público, se houver anuência da vítima.
17 - 2016 - FUNCAB - PC-PA - FUNCAB - 2016 - PC-PA - Delegado de Policia Civil - Reaplicação
Adamastor, em ação baseada no gênero, praticou vias de fato contra sua sogra Carmelita, com quem
coabitava, razão pela qual foram deferidas pelo juízo competente medidas protetivas que obrigaram o
agressor a afastar-se do lar e a manter certa distância em relação à ofendida. Adamastor, no entanto,
manifestou sua irresignação judicialmente, pleiteando a revogação das medidas com esteio nos seguintes
argumentos: (I) a Lei n° 11.340 não se aplicaria às relações de parentesco por afinidade; (II) igualmente, o
diploma não teria incidência sobre as contravenções penais, por força de seu art. 41; e (III) a Lei n° 11.340
seria inconstitucional, por criar situação de desigualdade entre os gêneros masculino e feminino. Assim, com
esteio na jurisprudência dominante nos tribunais superiores, a irresignação de Adamastor:
18 - 2016 - FUNCAB - PC-PA - FUNCAB - 2016 - PC-PA - Delegado de Policia Civil - Reaplicação
Analise as afirmativas a seguir.
I. Em razão da decisão do STF a ação penal no crime de lesão corporal, ainda que leve, no âmbito da violência
doméstica contra a mulher, é pública incondicionada, não sendo possível a retratação em sede policial. Não
obstante, nos demais crimes de ação penal pública condicionada, como a ameaça no âmbito da violência
doméstica, é admissível a renúncia ou retratação da representação pela mulher perante a autoridade policial.
II. No atendimento à mulher em situação de violência doméstica a autoridade policial deverá garantir à vítima
proteção policial quando necessário, bem como fornecer transporte para a ofendida para abrigo ou local
seguro.
III. Por força da inviolabilidade constitucional do domicílio e dos demais princípios que asseguram um
processo penal garantista, a autoridade policial não poderá acompanhar a ofendida para assegurar a retirada
de seus pertences do domicílio familiar.
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A-ll e lll.
B-ll.
C-l.
D-lll.
E-l e ll.
l no âmbito da família, compreendida como a comunidade formada por indivíduos que são ou se consideram
aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade ou por vontade expressa.
ll em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido com a ofendida, desde
que com ela tenha coabitado.
lll no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço de convívio permanente de pessoas, com
ou sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente agregadas.
lV no âmbito do trabalho, desde que a ofendida seja empregada doméstica e a violência seja perpetrada na
residência onde presta seus serviços.
Certo
Errado
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Respostas18
18
1: A 2: C 3: C 4: C 5: E 6: C 7: B 8: C 9: A 10: D 11: E 12: A 13: E 14: D 15: B 16: B 17: A 18: B 19: C 20: C
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1. CONCEITOS IMPORTANTES
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freqüentemente referida durante o coito, também pode ocorrer antes ou depois dele. A dispaurenia
não é exclusividade das mulheres.
Vaginismo → Contração involuntária, recorrente ou persistente, dos músculos do períneo,
adjacentes ao terço inferior da vagina, quando é tentada a penetração vaginal com pênis, dedo,
tampão ou especulo, com acentuado sofrimento ou dificuldade interpessoal. Na forma mais grave,
a contração chega mesmo a impedir a penetração, o que pode configurar uma forma de IMPOTÊNCIA
COEUNDI feminina. Em algumas mulheres, até a simples previsão da penetração pode antecipar o
fenômeno.
Transtornos de identidade de gênero: Identidade de gênero é a convicção íntima de que se é do
gênero masculino ou feminino.
2. PERÍCIAS
Espécies de hímen:
1) Hímen único ou múltiplo
2) Perfurado ou imperfurado
Perfurado é o que tem perfurações
Imperfurado é o que não tem perfurações
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3) Comissurado ou acomissurado
Comissurado é o hímen que forma ângulos
Acomissurado é o hímen que não forma ângulos
A borda do hímen pode ser regular, irregular ou picotada, nesse último caso assemelhando-se a
rupturas incompletas (sinônimo de entalhe), devendo o legista fazer a diferenciação:
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b) Entalhes: São de natureza congênita. São irregularidades estruturais, por vezes, muito
semelhantes às roturas. Eles aparecem como pequenas reentrâncias na borda livre da orla, que resultam
não de trauma, mas de falhas na formatura do hímen.
Características:
✓ Localizam-se indiferentemente em partes delgadas ou espessas
✓ Não costumam ser profundos e não atingem a borda de inserção
✓ Bordas regulares sem espessamento
✓ Bordas revestidas por epitélio igual ao que reveste o restante do hímen
✓ Possuem ângulos rombos
✓ Geralmente de forma simétrica
✓ Geralmente não há coaptação.
RUPTURA ENTALHE
Se estendem até as borda (Completos) Não se estendem até as bordas
(incompletos)
As bordas se coaptam (se encaixam) As bordas não se coaptam
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Adota como referência os marcos horários do marcador do relógio analógico, representado sobre a
figura do hímen. Em outras palavras: Representaram o hímen de acordo com um relógio e classificaram a
rotura de acordo com os ponteiros do relógio.
1) Anterior direito
2) Anterior esquerdo
3) Posterior direito
4) Posterior esquerdo
⍟ Quando a relação se der na posição tradicional, a ruptura ocorrerá nos quadrantes inferiores.
Gabarito: Letra D
Se ocorre parto transvaginal, completa-se a fragmentação dos retalhos preexistentes, deles restando
apenas pequenas cristas ou tubérculos distribuídos ao longo da linha de implantação himenal, conhecidas
como CARÚNCLAS MIRTIFORMES
Após um parto, as rupturas aumentam, restando apenas fragmentos de hímen, os quais são
chamados de CARÚNCULAS MIRTIFORMES. Logo, as carúnculas mirtiformes indicam que a vítima já pariu.
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A conjunção carnal é um determinado tipo de ato libidinoso dentre os demais. Conjunção carnal é o
coito vaginal, isto é, a relação de contato do pênis com a vagina, com ou sem ejaculação. Na mulher que não
teve conjunção carnal, o exame do hímen adquire importância.
– Hímen integro - Pode ter havido conjunção carnal se for um hímen complacente. O hímen complacente é
aquele que possui uma abertura suficientemente grande para permitir a passagem do pênis sem se romper.
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– Se o hímen não complacente estiver íntegro, indica que não teve conjunção carnal, mas pode ter sido
estuprada (através de outros atos libidinosos).
Existem duas classes de sinais que a perícia procura identificar para constatar a ocorrência de
conjunção carnal: Os sinais que indicam possibilidade, e os sinais de certeza, que levam ao diagnóstico.
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DPC-GO/2017
Em relação aos aspectos médico-legais dos crimes contra a liberdade sexual, assinale a opção correta.
a)A presença de escoriação em cotovelo e de esperma na cavidade vaginal são suficientes para caracterizar
o estupro.
b)Equimoses da margem do ânus, hemorragias por esgarçamento das paredes anorretais e edemas das
regiões circunvizinhas são características de coito anal violento.
c)Em crianças com mudanças de comportamento, a presença de eritemas confirma o diagnóstico de abuso
sexual.
d)A vasectomia feita no indivíduo antes de ele cometer um crime de estupro impede a obtenção de dados
objetivos desse crime.
e)A integridade do hímen invalida o diagnóstico de conjunção carnal.
Gabarito: Letra B
DPC-RJ/2012
Na perícia de conjunção carnal, a maioria das lesões encontradas nas vítimas de crimes sexuais é de caráter
inespecífico, o que torna necessária a realização de métodos complementares para a elucidação dos
vestígios, entre os quais NÃO se inclui:
a)Pesquisa direta de espermatozoides
b)Dosagem de fosfatase ácida prostática.
c)Pesquisa de antígeno prostático específico.
d)Exame de confronto genético.
e)Dosagem de prostaglandina F2-alfa.
Gabarito: Letra E
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Ato libidinoso é todo ato praticado com a finalidade de satisfazer com ou sem ejaculação o apetite
sexual. Pode ser coito anal, oral, apalpadas...
Por isso, é possível haver estupro mesmo sem restar demonstrada a conjunção carnal.
É preciso realizar o exame da secreção bucal o mais precocemente possível. As lesões são raras,
dificultando a constatação, tanto nos lábios como na cavidade bucal.
O diagnóstico de certeza é feito através de provas biológicas que identifiquem o sêmen na boca e
das possíveis manifestações tardias de doenças sexualmente transmissíveis na mucosa bucal. Pode-se
também realizar a pesquisa de glicoproteína P30 ou PSA na secreção oral.
O orifício anal é diferente do vaginal, permanece fechado por conta da ação do esfíncter anal. O
esfíncter é composto tanto por músculos cuja contração não controlamos (esfíncter interno), como músculos
que controlamos (esfíncter externo). Quando relaxado, o orifício anal assume seu diâmetro original. Por
outro lado, se contraído, faz com que a pele da região anal fique pregueada.
Quando ocorre o coito anal é possível perceber sinais dele resultantes, como:
Nos casos de coito anal, podem ser encontrados lesões anais e perianais (períneo é a região entre o
ânus e a vagina):
• Equimoses e escoriações.
• Fístula retovaginal – ruptura dos tecidos entre o reto e a vagina
• Rágade: As linhas de força da pele do ânus estão dispostas no sentido radiado, fazendo com que
qualquer lesão nesse local assuma a forma de fenda ou triângulo (chamada de RÁGADE).
Se mais recentes – radiadas e sangrantes
Se mais antigas – triangulares e esbranquiçadas
• Efrações da mucosa.
• Comprometimento dos planos anatômicos mais profundos.
• Pode ocorrer hipotonia ou laceração da musculatura esfincteriana.
⍟ Também pode-se chegar ao diagnóstico do coito anal pela comprovação da fosfatase ácida e da
glicoproteína P30 ou PSA, que se mostram em forma de traços na secreção retal, mesmo quando os autores
são vasectomizados.
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SEMANA 09/12
Gravidez é o intervalo de tempo decorrido entre o momento de fecundação, com a fixação do óvulo
na parede uterina, e a expulsão do feto através do parto.
Qualquer manobra feita dentro desse intervado → aborto – (mesmo que o feto morra despois que
nasceu, desde que haja nexo de causalidade com as manobras abortivas)
Qualquer manobra feita após esse intervalo → homicídio ou infanticídio.
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SEMANA 09/12
• Sinal de Piscacek - é a deformação irregular produzida pelo feto no interior da matriz, provocadora
de assimetria uterina.
C) Anomalias DA GRAVIDEZ:
D) Etapas do parto
Quando se inicia o parto? Ou seja, a partir de que momento tentar matar o fato se torna
homicídio/infanticídio e não aborto?
Existem diversas correntes:
1ª corrente - Rotura do saco amniótico
2ª corrente - Dilatação do orifício do colo uterino (a gravidez já acabou)
3ª corrente - O parto começa quando o tampão mucoso que fica na entrada do útero sai – eliminação
do tampão mucoso no colo uterino (corrente mais fraca)
⍟ Atenção: enquanto a placenta tiver dentro da mãe, o parto ainda não vai ter acabado. A enfermeira
pode deixar a criança no berçário, que, se a placenta não tiver sido eliminada, o parto ainda não acabou.
Para maioria dos autores, o parto só termina com a DEQUITAÇÃO OU SECUNDAMENTO. (Período
em que a placenta é eliminada).
Também de suma importância para direito, podendo esclarecer crimes como aborto, infanticídio (o
puerpério), sonegação e substituição de recém-nascidos, atribuição de parto alheio ou próprio...
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• Mamas (hipertrofia dos tubérculos de MONTGOMERY) turgidas, com aureola pigmentada e secreção
de colostro nos 2 primeiros dias,
• Leite a partir do 3 dia, encerrando-se ao 20º, caso não haja amamentação
• Flacidez e relaxamento do abdômen, com pigmentação da linha alba
• Estrias gravídicas
• Carúnculas mirtiformes – São os restos do hímen, se parto vaginal
• Colo do útero semiaberto
• Lóquio – Secreção que escoa dos genitais
a) Espécies de aborto:
Constituem crime:
Aborto honorífico - provocado para resguardar a honra da mulher que engravidou. Pratica-se o
aborto como forma de esconder a gravidez.
Aborto estético - provocado com vistas a preservar a beleza do corpo da mulher. Seriam os casos de
modelos etc.
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Aborto miserável ou econômico-social – Provocado por não haver condições econômicas e sociais
para a criança viver com dignidade, evitando-se assim o seu nascimento. É também criminalizado em
nosso país.
Aborto eugênico, eugenésico ou piedoso – visa evitar que nasça uma criança com graves defeitos
genéticos. A legislação brasileira não permite expressamente essa prática. Atenção para o caso do
anencéfalo, que é atípico.
Aborto criminoso - pressupõe conduta dolosa humana que determina a supressão do nascituro.
• Aborto natural ou espontâneo - ocorrido de forma espontânea. O próprio organismo da mãe rejeita
(expulsa) o ser em desenvolvimento. Aborto acidental - provocado por fatalidades (quedas, choques
etc.).
• Aborto permitido ou legal - quando a lei admite o aborto voluntariamente provocado (não há crime).
◇ Aborto terapêutico ou necessário (art. 128, I) – Risco de vida da gestante - se o médico não
fizer o aborto, a gestante morre! Não tem outra escolha.
Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por médico: (Vide ADPF 54)
Aborto necessário
I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante;
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SEMANA 09/12
• Se havia gravidez (os sinais da gravidez apresentados acima servem tanto para gestante viva como
gestante morta)
• Se houve aborto
• Se foi provocado
• Em que época se deu a interrupção
• Que lesões ocorreram além do aborto
• Pesquisa de doença mental da mulher para saber a sua capacidade para consentir
• Estudo do prontuário hospitalar
DPC-SP/2014
Mulher de 23 anos de idade, sexualmente ativa, procura serviço médico devido a fortes e lancinantes dores
abdomino-pélvicas há 1 hora. O exame clínico, associado a exames laboratoriais e de imagem, revela
gestação ectópica com embrião fixado e viável em tuba uterina esquerda. A paciente evade-se do local e 3
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SEMANA 09/12
meses após retorna, agora com franco quadro de hemorragia interna, evoluindo com choque hemodinâmico
e parada cardiorrespiratória. Os médicos revertem a parada e, analisando o histórico, determinam que a
causa do sangramento provém da ruptura da tuba uterina, que é imediatamente retirada cirurgicamente.
Essa condição configura, do ponto de vista médico-legal, um aborto
a)Social
b)Eugênico.
c)Terapêutico.
d)Econômico.
e)Piedoso.
Gabarito: Letra C
DPC-PR/2013
Esclareça-se inicialmente que os termos abortamento e aborto, embora intrinsecamente relacionados, não
são sinônimos. Abortamento é o ato de abortar e aborto é o produto expelido. Ressalte-se ainda que esse
conceito, em Medicina Legal, difere do da Obstetrícia. Conceitua-se como abortamento, em obstetrícia, a
interrupção da gravidez com idade igual ou inferior a 20-22 semanas completas, levando-se em conta,
respectivamente, a data da última menstruação ou da ovulação da mulher. Quando não for possível
estabelecer com precisão a idade da gestação, considerar-se-ão aborto os produtos de concepção que
pesarem 500 g ou menos. Já a definição médico-legal do aborto consiste em interrupção criminosa da
gestação, não importando a idade em que isso venha a ocorrer. Quanto ao tema do aborto sob a ótica
médico-legal, assinale a alternativa correta.
a)Para a comprovação do aborto, não é necessário que a perícia médica demonstre a presença de gestação
prévia da mãe, bastando o exame dos restos fetais ou ovulares e a verificação de que houve um parto de um
nativivo.
b)O aborto sentimental ou piedoso ocorre em casos de risco de vida iminente para a mãe em que a única
modalidade terapêutica é a interrupção da gestação.
c)A perícia de constatação de aborto deve ser realizada em fetos enviados ao IML e consiste em autópsia
para avaliar a causa de morte fetal.
d)No caso de aborto terapêutico, é permitido ao médico realizá-lo mesmo sem o consentimento da mãe,
bastando que outro médico concorde que é a única modalidade terapêutica possível para salvar a vida da
gestante.
e)O exame fetal é parte importante da comprovação da materialidade do crime de aborto, pois é através
dele que se verificam os elementos comprobatórios de gestação como a docimasia de Galeno.
Gabarito: Letra D
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DPC-GO/2008
A interrupção voluntária da gravidez, em virtude de má formação do feto, caracteriza o aborto
a)Sentimental.
b)Terapêutico
c)Eugênico.
d)Social.
Gabarito: Letra C
Art. 123, do Código Penal. Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio
filho, durante o parto ou logo após.
• Durante o parto - período que vai desde a rotura das membranas até a expulsão do feto da
placenta
• Logo após o parto, sob a influência do estado puerperal - tem um sentido mais psicológico do que
cronológico. É um estado e não um tempo definido. O estado puerperal é justificado pelo trauma
psicológico e pelas condições do processo fisiológico do parto (angústia, inflamação, dores,
sangramento e extenuação), cujo resultado traria o estado confusional capaz de levar a mãe ao
gesto criminoso.
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Como as alterações psíquicas do estado puerperal não mais existem por ocasião da perícia
psiquiátrica, em decorrência do seu caráter fugidio, torna-se difícil o diagnóstico diante de uma mulher que
se encontra dentro dos padrões da normalidade mental. Vejamos que perícias podem ser realizadas:
∘ 1ª etapa - Determinar se o produto da concepção nasceu com vida. Deve-se determinar a viabilidade
de vida extrauterina, sob pena de crime impossível. Assim, se o feto já estava morto no útero da mãe
e ocorre “aborto”, o fato será atípico por absoluta impropriedade do objeto. O exame a ser realizado
será a docimásia (prova baseada na possível respiração ou nos seus efeitos).
∘ 2ª etapa - Se a mulher agiu sob influência de „estado puerperal‟. Não havendo estado puerperal, o
crime será de homicídio. E a comprovação do parto pregresso (diagnóstico do puerpério ou do parto
recente ou antigo da autora).
⍟ PERCEBA QUE PODE HAVER NASCIMENTO COM VIDA MESMO SEM O FETO TER RESPIRADO. Aqui
não tem indicação da docimasia hidrostática pulmonar de Galeno, nem de outras provas respiratórias, por
isso o perito usará as docimasias circulatórias, já que, embora o ser nascente não tenha respirado, o
sangue, entretanto, circulava nas artérias.
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O recém-nascido apresenta tumor do parto em regressão, induto sebáceo nas dobras da pele e
cordão umbilical achatado, seco.
Para a comprovação do nascimento com vida, ou seja, de que o ser humano respirou, utiliza-se
obrigatoriamente um conjunto de provas denominadas docimasias, além das provas ocasionais (presença de
corpo estranho nas vias respiratórias, presença de substancias alimentares no tubo digestivo...)
As docimásias baseiam-se na possível existência de sinais de vida, manifestados principalmente nas
funções RESPIRATÓRIAS, DIGESTIVAS E CIRCULATÓRIAS (não são apenas respiratórias).
O laudo pericial deve obrigatoriamente esclarecer qual a docimasias pulmonar ou respiratória
empregada para a afirmação conclusiva de que a vítima nasceu com vida, pois a não obediência a esta
metodização desprove a perícia médico-legal da necessária fundamentação para comprovar a materialidade
do infanticídio.
Vejamos cada uma delas:
DOCIMÁSIA • Só tem valor até 24h após a morte, porque começa a putrefação e os
HIDROSTÁTICA gases (fase gasosa) podem atrapalhar e dar um resultado falso positivo.
PULMONAR DE GALENO
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DOCIMÁSIA • Faz a mesma coisa que Galeno, mas em vez de colocar o pulmão dentro
HIDROSTÁTICA d’água, ele coloca o estomago e o intestino.
GASTRINTESTINAL DE Se o conjunto afundar → feto nasceu morto
BRESLAU Se o flutuar → feto nasceu com vida
• Válida até 24h: Tem o mesmo problema que Galeno, porque na fase
de putrefação o organismo está cheio de gases e pode dar um resultado
falso positivo.
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DOCIMÁSIA DO NERVO Quando houver apenas o crânio, sem sinal de putrefação, deve-se examinar,
ÓPTICO DE MIRTO macroscópica e microscopicamente, a mielinização do nervo óptico, que se
inicia após as primeiras 12 horas do nascimento, completando-se em torno
do quarto ou quinto dia
DOCIMÁSIA PLÊURICA DE Na cavidade pleural normalmente existe pressão negativa; ela não pode ser
PLACZEK encontrada no infante que não respirou
DOCIMÁSIA PNEUMO- Segundo esse autor, é possível concluir se houve ou não respiração
HEPÁTICA DE PUCCINOTTI autônoma pela determinação da quantidade de sangue encontrada no
fígado e no pulmão. Este, se respirou, mostra peso específico menor que o
do fígado
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DOCIMÁSIA ÓPTICA OU A inspeção direta do pulmão registra aspecto hepatizado do órgão, quando
VISUAL DE BOUCHUT o feto não respirou, e superfície em mosaico, se ocorreu respiração
autônoma
4. PARAFILIAS
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OBS.: esses transtornos não se confundem com o priapismo (ereção permanente patológica sem
prazer sexual; é doença do corpo e não da mente) e com o dom-juanismo (tendência a proceder de maneira
sedutora e libertina, de modo que a pessoa tem relacionamentos inconsistentes visando à conquista
Anafrodisia: redução do instinto sexual no homem. Em regra, a causa desse transtorno é psicológica.
Em raros casos pode ser de origem hormonal.
Frigidez: redução do instinto sexual na mulher. Em regra, a causa desse transtorno é psicológica. Em
raros (menos raros que nos homens) pode ser de origem hormonal. A mulher tem alterações
hormonais mais intensas.
A frigidez, em casos extremos, pode levar à androfobia, que é o horror ao sexo masculino. A
androfobia não tem relação com o homossexualismo, pois a mulher não tem interesse e mulheres nem em
homens.
Impotência coeundi: incapacidade do homem em manter relação sexual. Na maioria dos casos, a
causa é psicológica.
Apopulia: incapacidade da mulher em manter relação sexual. Na maioria dos casos, a causa é
psicológica.
Esterilidade: impotência generandi (esterilidade masculina) e impotência concipiendi (esterilidade
feminina).
Gerontofobia ou cronoinversão: é a predileção obsessiva dos jovens por pessoas de idade
avançada. Nesta doença não interessa a pessoa, apenas a idade.
Pedofilia: é a predileção para a prática sexual com crianças. Pode ser hétero ou homossexual.
Hebefilia: variação da pedofilia. É a predileção pela prática sexual com adolescentes do sexo
masculino entre 10 e 16 anos. Pode ser hetero ou homossexual.
Zoofilia/bestialismo/zoolagnia/zooerastia: é a prática de atos libidinosos com animais.
Necrofilia: compulsão pela prática sexual com cadáveres. Um dos mais sérios distúrbios sexuais.
Cromoinversão: atração sexual obsessiva por pessoas de cor diferente (da própria pessoa). Só é
considerada patológica se obsessiva.
Narcisismo: culto exagerado ao próprio corpo. Mais comum nas mulheres. Nos homens é chamado
de metrossexualidade (homem que gasta mais de 30% do seu tempo e dinheiro com sua aparência
e estilo de vida).
Erotomania: ausência de desejo carnal. É o “amor platônico”. Não há interesse físico na pessoa. É
um amor apenas contemplativo.
Autoerotismo ou aloerotismo: ápice sexual atingido sem presença de parceiro, de modo
contemplativo.
Erotografia ou erotografomania: desvio caracterizado pelo gosto de escrever assuntos de caráter
puramente erótico.
Exibicionismo: desvio caracterizado por prazer incontrolável na exposição da genitália.
Mixoscopia ou Voyerismo: prazer obtido na contemplação do ato sexual praticado por terceiros.
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Fetichismo: excitação anormal e predileção exagerada por certas partes do corpo do parceiro ou
ainda por seus objetos ou pertences
Topo-inversão: prazer sexual pela prática de coito eclópico ou atos eróticos diversos da conjunção
carnal.
Edipismo: tendência ao incesto (relações sexuais com parentes muito próximos).
Pigmalionismo: excitação por estátua. Modalidade rara menos severa da necrofilia.
Frotteurismo: distúrbio do comportamento sexual caracterizado pela necessidade de tocar ou
esfregar-se em outras pessoas (geralmente em locais públicos, com grande concentração de
pessoas).
Pluralismo: prática sexual com 3 ou mais parceiros ao mesmo tempo.
Vampirismo: prazer sexual obtido pela ingestão de sangue do parceiro (geralmente do fluxo
menstrual).
Riparofilia: atração sexual por pessoas com péssimos hábitos de higiene, pessoas sujas
Urolagnia: prazer sexual em contemplar o parceiro no ato da micção (fazer xixi).
Coprofilia: prazer sexual ligado ao ato da defecação ou contato direto com as fezes
Coprolalia: Desejo sexual de ouvir ou ler dizeres eróticos ou obscenos antes da prática sexual, sem
os quais não consegue se excitar
Sadismo: excesso de crueldade e prazer obtido pelo sofrimento imposto ao parceiro. Termo
derivado das obras de Alphonse François de Sade (1740-1814), que descrevem tais práticas.
Masoquismo: prazer sexual obtido pelo próprio sofrimento físico ou moral. Deriva das obras de
Leopold Von Sacher Masoch (1835-1895).
Sadomasoquismo: prazer sexual em que o indivíduo obtém ao simultaneamente provocar
sofrimento no parceiro e experimentar dor
Flagelatismo ou flagelação: forma de sadismo em que o prazer sexual é obtido por meio de
chicotadas
Onanismo: Impulso obsessivo em ficar excitando os órgãos genitais
Satiríase: Ereção quase contínua, com ejaculações repedidas
Erotomania: É a fixação maníaca de alta morbidez, em que o indivíduo se fixa em alguém fora do
campo de seu relacionamento (amor platônico)
Dolismo: Atração sexual por bonecos e manequins
DPC-CE/2015
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b)A violência sexual sádica é a expressão de uma explosão de agressão totalmente instintiva e impulsiva, não
sendo premeditada
c)O comportamento sexual anômalo é muito mais frequente em mulheres, na faixa dos 15 aos 25 anos,
associado à baixa escolaridade e a distúrbios psiquiátricos primários.
d)O onanismo é a forma de excitação sexual em objetos que ligam o indivíduo à pessoa desejada ou amada,
muitas vezes de forma patológica, em geral peças de roupas ou determinadas partes do corpo.
e)O abuso sexual é a prática de ato sexual com pessoa incapaz de opor resistência ou pessoa inconsciente,
sendo as crianças e os adolescentes as maiores vítimas.
Gabarito: Letra E
Comentários:
Letra a - A sexualidade anômala engloba diferentes distúrbios caracterizados por degeneração
psicopatológica, sempre envolvendo uma alteração de personalidade, mas sem qualquer tipo de associação
com distúrbios orgânicos ou glandulares.
Letra b - Não é a expressão de uma explosão de agressão totalmente instintiva e impulsiva. Trata-se, de fato,
de um assalto premeditado em atenção à alguma fantasia erótica.
Letra c – A faixa etária trazida pela assertiva não tem fundamento
Letra d - O onanismo é a forma de prazer sexual tendo como principal fonte a automasturbação; já quando
o indivíduo tem prazer com peças íntimas ou com determinadas partes do corpo do parceiro (a)fala-se em
fetichismo.
DPC-GO/2013
Grande sucesso mundial de vendas, o livro Cinquenta tons de cinza aborda temas relacionados à sexualidade
(masoquismo, sadismo, dominação). A sensação de prazer ao se assistir ato sexual praticado por terceiros é
denominada
a)Fetichismo
b)Mixoscopia
c)Vampirismo
d)Felação
Gabarito: Letra B
DPC-GO/2013
Em uma tentativa de diminuir o assédio sexual que as mulheres vinham sofrendo em ônibus e vagões de
trens, as autoridades criaram os “vagões rosas”, para uso exclusivo de mulheres. A perversão sexual em que
o indivíduo se realiza pelo contato em aglomerações ou multidões chama-se:
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a)Edipismo
b)Froteurismo
c)Pigmalianismo
d)Troilismo
Gabarito: Letra B
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QUESTÕES PROPOSTAS
a) necrofilia.
b) anafrodisia.
c) autoerotismo
d) sadismo.
e) frigidez.
a) A presença de escoriação em cotovelo e de esperma na cavidade vaginal são suficientes para caracterizar
o estupro.
b) Equimoses da margem do ânus, hemorragias por esgarçamento das paredes anorretais e edemas das
regiões circunvizinhas são características de coito anal violento.
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a) bacteriana.
b) auricular.
c) siálica.
d) do nervo óptico.
e) úrica.
a) Para a configuração do infanticídio, são necessários dois aspectos: o estado puerperal e a mãe matar o
próprio filho.
b) O crime de aborto configura-se com a expulsão prematura do feto, independentemente de sua viabilidade
e das causas da eliminação.
c) O crime de abandono de recém-nascidos, que consiste na ausência de cuidados mínimos necessários à
manutenção das condições de sobrevivência ou exposição à vulnerabilidade, só estará caracterizado se for
cometido pela mãe.
d) Para se determinar um estupro, é necessário que respostas aos quesitos sobre a ocorrência de conjunção
carnal ou ato libidinoso sejam afirmativas: essas ocorrências sempre deixam vestígios.
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e) Para a resposta ao quesito sobre virgindade da paciente, a integridade do hímen pode não ser necessária,
desde que outros elementos indiquem que a periciada nunca manteve relação sexual.
a) social.
b) eugênico.
c) terapêutico.
d) econômico.
e) piedoso.
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Considere que uma autoridade policial tenha sido informada da ocorrência de suposto estupro de uma
mulher gravemente enferma internada em instituição hospitalar. Nessa situação hipotética, a autoridade
policial deve solicitar perícia imediata, com deslocamento de médico-legista para o local de internação.
Certo ( ) Errado ( )
a) Para a comprovação do aborto, não é necessário que a perícia médica demonstre a presença de gestação
prévia da mãe, bastando o exame dos restos fetais ou ovulares e a verificação de que houve um parto de um
nativivo.
b) O aborto sentimental ou piedoso ocorre em casos de risco de vida iminente para a mãe em que a única
modalidade terapêutica é a interrupção da gestação.
c) A perícia de constatação de aborto deve ser realizada em fetos enviados ao IML e consiste em autópsia
para avaliar a causa de morte fetal.
d) No caso de aborto terapêutico, é permitido ao médico realizá-lo mesmo sem o consentimento da mãe,
bastando que outro médico concorde que é a única modalidade terapêutica possível para salvar a vida da
gestante.
e) O exame fetal é parte importante da comprovação da materialidade do crime de aborto, pois é através
dele que se verificam os elementos comprobatórios de gestação como a docimasia de Galeno.
a) edipismo
b) froteurismo
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c) pigmalianismo
d) troilismo
a) fetichismo
b) mixoscopia
c) vampirismo
d) felação
Não existe a possibilidade de ocorrência de estupro em pessoa do sexo feminino com hímen íntegro, isto é,
virgem.
Certo ( ) Errado ( )
a) Siálica de Souza-Dinitz.
b) Hidrostática de Galeno.
c) Táctil de Nero Rojas.
d) Visual de Bouchut.
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a) entalhes himenais.
b) hímenscribriformes.
c) carúnculas mirtiformes.
d) chanfraduras vulvo-himenais.
a) No exame efetuado a pericianda pode ser colocada em atitude genupeitoral ou em decúbito lateral
b) O exame positivo pode denotar equimose, rágade, escoriação, edema, sangue, esperma e exulceração.
c) Este coito reiterativo pode evidenciar lesão cicatricial de forma triangular com base na margem do ânus.
d) Não há diagnóstico de coito anal pela fosfatase ácida e glicoproteína P30 no suspeito vasectomizado.
e) Deverá ser recolhido material para comprovar a presença de espermatozóide através de exame
laboratorial.
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d) social.
Respostas19
19
01:A 02:B 03:B 04:D 05:B 06:A 07:E 08:C 09:C 10:D 11:B 12:B 13:E 14:E 15:A 16:C 17:D
18:E 19:C 20:A
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META 5
PORTUGUÊS: TEMA 03
TEMAS DO DIA
LÍNGUA PORTUGUESA
Classes de palavras: substantivo, adjetivo, numeral, artigo, pronome, verbo, advérbio, preposição,
conjunção e interjeição, emprego e sentido que imprimem às relações que estabelecem.
1. CLASSES DE PALAVRAS
A classificação (ou classe) das palavras é um método de divisão dos vocábulos, trazendo à tona o
papel que assumem em uma frase. São dez as classes de palavras: substantivo, adjetivo, numeral, artigo,
pronome, verbo, advérbio, preposição, conjunção e interjeição.
A principal diferença entre essas classes é a forma como se flexionam (ou seja, mudam) com o intuito
de se adequarem ao contexto pretendido.
1.1 Substantivo
São as palavras com a função de nomear algo (“coisas”). Podem ser precedidas de artigo ou não. É a
palavra variável que nomeia qualidades, sentimentos, sensações, ação, seres, estados, coisas reais e
imaginais. Suas classificações são: primitivo, derivado, concreto, abstrato, simples, composto, comum, próprio
e coletivo.
Definição: substantivo é uma palavra virável que tem a função de nomear uma qualidade, um sentimento,
uma sensação, uma ação, estados, lugares e seres em geral. Nomeia coisas reais e imagináveis.
Aqui, a palavra “ser” precisa ser entendida não só como aquilo que possui uma
existência concreta (pedra, homem, carro, lua), mas também como aquilo que
possui uma existência imaginária (Saci, fada, Minotauro), abstrata (fé, alegria,
tristeza), ou mesmo de comprovação discutível (anjo, alma, inferno).
Ainda segundo o autor, para os substantivos é preciso observar duas características fundamentais.
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1. O substantivo é uma classe de palavras que geralmente vem acompanhada de outras palavras, as
quais a determinam. Daí dizemos que um substantivo frequentemente se encontra acompanhado
de determinantes. Funcionam como determinantes os artigos, os adjetivos, os pronomes adjetivos e
os numerais. Logo, quase todas as palavras na língua portuguesa podem ser usadas como
substantivos.
2. O substantivo é a classe morfológica que “privativamente” exerce as funções sintáticas de: sujeito,
objeto direto, objeto indireto, complemento nominal, agente da passiva, aposto e vocativo. Logo,
palavras que exercem tais funções são substantivos ou substantivadas.
DICA!
Os substantivos sofrem flexão de gênero (masculino e feminino), número (singular e plural) e grau
(aumentativo e diminutivo).
Podem ser classificados nas categorias listadas abaixo, sendo as mais comuns: substantivos
concretos, abstratos, próprios, comuns, simples, compostos, primitivos, derivados e coletivos.
a) Substantivo Comum
b) Substantivo Próprio
Ao contrário do substantivo comum, designa um ser específico, determinado. Sempre deve ser
escrito com letra maiúscula. São substantivos próprios os nomes de cidades, países, ruas, pessoas, estados,
enfim.
c) Substantivo Concreto
Designa seres que existem no mundo real ou na imaginação, mas que são de conhecimento coletivo,
já que é palpável, conhecido.
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Exemplos: mesa, livro, lápis, anjo, fada, vento, colher, bruxa, noite, alma, espírito, etc.
d) Substantivo Abstrato
Diferente dos substantivos concretos, o substantivo abstrato designa ações verbais, sensações,
existência de qualidades ou sentimentos humanos. Assim, representa conceitos que não têm a forma
concreta.
e) Substantivo Primitivo
São aquele que dão origem a outras palavras. Seus radicais são provenientes das línguas-mães e não
apresentam afixos. Por isso, podem dar origem a outros termos, chamados de derivados.
Exemplos: pedra, vidro, laranja, café, bom, chave, porta, rosa, flor, dente, gato, fogo, leite, livro, etc.
f) Substantivo Derivado
LIVRO – LIVRARIA
CHAVE – CHAVEIRO
FLOR – FLORICULTURA
ROSA – ROSEIRA
PORTA – PORTEIRO
CAFÉ – CAFEZAL
BOM – BONDADE
LEITE – LEITEIRO
FORMIGA – FORMIGUEIRO
SONHO – SONHADOR
g) Substantivo Simples
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h) Substantivo Composto
Se caracteriza por ser formado por mais de uma palavra (junção de palavras) ou radical.
e) Substantivo Coletivo
Alguns exemplos:
ALCATEIA – LOBOS
ARQUIPÉLAGO – ILHAS
CÁFILA – CAMELOS
CARDUME – PEIXES
CONSTELAÇÃO – ESTRELAS
CORO – VOZES
DISCOTECA – DISCOS
ELENCO - ARTISTAS
ENXAME – ABELHAS
EXÉRCITO – SOLDADOS
FAUNA – ANIMAIS
FLORA – PLANTAS
JÚRI – JURADOS
PINACOTECA – QUADROS
f) Substantivo Biforme
São aqueles que possuem flexão de gênero, ou seja, possuem duas formas distintas: uma para o
feminino e outra para o masculino. O radical da palavra não é modificado.
• MENINO – MENINA
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• ALUNO – ALUNA
g) Substantivo Heterônimo
Apresentam duas formas, uma para o masculino, outra para o feminino. Os radicais, nesse caso, são
diferentes.
• HOMEM – MULHER
• BOI – VACA
1.2 Adjetivo
a) ADJETIVOS PRIMITIVOS: constituídos por um radical que não possui acréscimo de afixos (sufixo e/ou
prefixo) derivacionais. Exemplos: belo, feio, bonito, etc.
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c) ADJETIVOS PÁTRIOS: se referem a continentes, países, regiões, continentes, estados, povos, raças
etc. São também conhecidos como adjetivos gentílicos. Exemplos: Pernambuco – pernambucano;
Congo – congolês.
d) ADJETIVOS SIMPLES: são aqueles que apresentam um único radical. Exemplos: bonito, baiano,
fluminense.
e) ADJETIVOS COMPOSTOS: são aqueles formados por mais de um radical. Exemplos: castanho-claro;
surdo-mudo; luso-brasileira, etc.
• Adjetivos Uniformes – há uma forma para os dois gêneros (feminino e masculino). Exemplos: garota
inteligente; menino feliz.
• Adjetivos Biformes - a forma, nesses casos, varia conforme o gênero (masculino e feminino).
Exemplos: mulher bonita; rainha esperta.
Seguindo o exemplo da formação dos substantivos, os adjetivos podem estar no singular ou no plural,
concordando com o número do substantivo respectivo. Exemplos: professoras nordestinas; estudantes
alegres.
ATENÇÃO!
- Todos os adjetivos são flexionados em número;
- Concordam com o número do substantivo que determinam;
- Seguem os mesmos padrões de formação de número dos substantivos.
a) Grau comparativo
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b) Grau superlativo
• Analítico – O livro é muito interessante. A flor é muito linda. Esta casa é muito barata.
A locução adjetiva é o conjunto de duas ou mais palavras que possuem valor de adjetivo. São duas
palavras que se juntam para indicar uma características, mas não são adjetivos. É possível substituir a
locução adjetiva por um adjetivo sinônimo.
Exemplos:
Os pronomes adjetivos são aqueles em que o pronome exerce a função de adjetivo. Surgem
acompanhados do substantivo, modificando-os.
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- O pronome adjetivo este está determinando o substantivo comum livro, ao qual se refere.
1.3 Numeral
Numeral é a classe gramatical de palavra variável (flexionadas em número e gênero) que tem a
função de atribuir quantidades aos seres, lugares, objetos, etc. Assim, expressam uma quantidade exata de
serem ou a posição que ocupam em uma sequência ou série.
a) CARDINAIS: os numerais cardinais são a forma básica dos números que indicam uma quantidade.
Ex.: um, dois, três, quatro, cinco, seis...
Assim, representa a ordem de sucessão e uma série, seja de seres, coisas ou objetos. Alguns
numerais ordinais possuem o valor de adjetivo. Também variam em gênero (masculino-feminino) e número
(singular e plural), como: segundo-segunda.
d) COLETIVOS: são os numerais que fazem referência a um conjunto de termos. Ex.: dezena, dúzia,
centena, semestre...
ATENÇÃO!
Os números coletivos sofrem a flexão de número (singular e plural).
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Dessa forma, de acordo com sua função, os numerais podem apresentar valor de substantivo ou
adjetivo. A depender do caso, então, podem ser:
1.4 Artigo
É a classe das palavras que servem para determinar ou indeterminar os substantivos, antecedendo-
os. O artigo substantiva qualquer classe gramatical e atribui ao substantivo especificação de gênero e/ou
número. Em alguns casos, apenas cumprem expressar se a palavra é feminina ou masculina.
Quanto aos artigos, são classificados em definidos ou indefinidos. Podem ser contraídos com
algumas preposições.
Os artigos devem concordar em gênero (masculino e feminino) e número (singular e plural) com o
substantivo. Como acontece em:
• A dança – As danças;
• O menino – Os meninos.
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ao/aos (a + o/os); à/às (a + a/as); do/dos (de + o/os); na/nas (em + a/as); no/nos (em + o/os); num/nuns
(em + um/uns); numa/numas (em + um/uns); dum/duns (de + um/uns); duma/dumas (de + uma/umas)
• ARTIGOS DEFINIDOS: O, A, OS AS
São variáveis em gênero e número. Possuem a função de acompanhar um ser específico de modo
objetivo. Determinam o substantivo comum ao isolar o mesmo dos demais.
o MASCULINO – O, OS (PLURAL)
o FEMININO – A, AS (PLURAL)
ATENÇÃO!
- O artigo definido não pode ser utilizado em vocativos, exclamações e datas;
- Não é utilizado antes de pronomes de tratamento (Vossa Alteza, Vossa Majestade, Vossa Excelência,
Vossa Senhora, etc);
- É utilizado antes de nomes próprios de países, rios, oceanos e montanhas. Ex. A Inglaterra; O Tigre (rio);
O Everest.
Determinam a palavra que acompanham (pessoa, objeto ou lugar) de maneira vaga, indeterminada.
Sobre o artigo indefinido “UM”, possui o poder de dar sentido de ÊNFASE. Sendo assim, reforça alguma ideia
exposta na frase. Por exemplo:
Já quando aparece antes de numeral, o artigo indefinido pode traz a ideia de aproximação.
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ATENÇÃO!
Os artigos definidos conseguem transformar qualquer tipo de palavra em substantivo e, para isso, não
importa a sua classe gramatical. Os artigos concordam em gênero (masculino e feminino) e número
(singular e plural) com o substantivo.
1.5 Pronome
O pronome é a palavra que substitui o nome ou o grupo nominal, evitando sua repetição. Assim, é a
classe de palavras que acompanha ou substitui o substantivo.
a) PESSOAL
1º pessoa: o ser que se manifesta (fala) no processo comunicativo; pode ser o enunciador, o locutor ou
o emissor.
2º pessoa: o ser que recebe a mensagem e decodifica-a; sendo o receptor ou o interlocutor.
3º pessoa: o ser sobre o qual se fala no processo comunicativo.
Os pronome ainda se subdividem em pronomes pessoais do caso reto e em pronomes oblíquos átonos e
tônicos.
⇒ CASO RETO: pronomes pessoais que sempre exercem função de sujeito da oração (nunca exercem função
de complemento).
1º pessoa do singular: EU
2º pessoa do singular: TU
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⇒ OBLÍQUOS ÁTONOS: exercem função de complemento. São diferentes dos tônicos. Não se prendem ao
verbo pela colocação pronominal (próclise, mesóclise e ênclise).
1º pessoa do singular: ME
2º pessoa do singular: TE
3º pessoa do singular: SE/O/A/LHE
1º pessoa do plural: NOS
2º pessoa do plural: VOS
3º pessoa do plural: SE/OS/AS/LHES
⇒ OBLÍQUOS TÔNICOS: são utilizados como complementos, mas não podem ser confundidos com sujeito.
Singular Plural
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V. Emas., V.
V. Ema., V. Em.a
Vossa(s) Eminência(s) Em.as ou V. Cardeais.
ou V. Em.a
Em.as
Vossa Excelentíssima
V. Ex.a Rev.ma V. Ex.as Rev.mas Bispos e arcebispos.
Reverendíssima
V. Mag.a. ou V. V. Mag.as ou V.
Vossa(s) Magnificência(s) Reitores de universidades.
Mag.a Mag.as
V. Revma., V. V. Revma., V.
Vossa(s) Sacerdotes e outras autoridades
Rev.ma ou V. Rev.mas ou
Reverendíssima(s) religiosas do mesmo nível.
Rev.ma Rev.mas
Seguem os títulos ou qualidades das pessoas, como idade, cargo ocupado, profissão, gênero, etc.
Podem ser sintetizados em:
b) POSSESSIVO
Indicam posse em relação às pessoas do discurso. Concordam em gênero e número com a coisa possuída.
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c) DEMONSTRATIVO
Apontam a relação de distância (de lugar ou de tempo) entre o nome ao qual se referem e as pessoas do
discurso. Indicam, assim, a posição daquilo a que se referem.
• ESTE, ESTA
o Tempo: presente;
o Espaço: perto do falante;
o Texto: anuncia o que ainda será mencionado.
Exemplos:
Este livro (aqui);
Esta mesa (aqui);
Estes livros (aqui);
Estas mesas (aqui).
• ESSE, ESSA
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Exemplos:
Esse livro ai (com você);
Essa mesa ai (com você);
Esses livros ai (com você);
Essas mesas ai (com você).
• AQUELE, AQUELA
Exemplos:
Aquele livro (ali, lá)
Aquela mesa (ali, lá)
Aqueles livros (ali, lá)
Aquelas mesas (ali, lá)
d) INDEFINIDO
PRONOMES INDEFINIDOS
VARIÁVEIS INVARIÁVEIS
algum, nenhum, todo, outro, muito, pouco, certo, vários, alguém, ninguém, tudo, outrem, nada,
tanto, quanto, qualquer. quem, cada, algo.
Exemplos:
- Ninguém apareceu ontem.
- Todos estão aguardando o resultado.
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e) INTERROGATIVO
Exemplos:
- Quanto custa a entrada?
- Quais livros você irá comprar?
- Quem estava com ela no show?
f) RELATIVO
O pronome relativo substitui um termo da oração anterior e estabelece relação entre duas orações.
Assim, substitui um nome já mencionado (antecedente) com o qual se relaciona.
Exemplo: Nós conhecemos o professor. O professor foi promovido. Nós conhecemos o professor que foi
promovido.
O que, no exemplo exposto, está substituindo o termo professor (relacionando a segunda oração com a
primeira).
PRONOMES RELATIVOS
Invariáveis Variáveis
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como
onde
4. COMO
5. ONDE
1.6 Verbo
É o nome dado à classe gramatical que designa uma AÇÃO. São categorias de flexão dos verbos:
NÚMERO, PESSOA, MODO E TEMPO.
Os verbos podem indicar ação, estado, fenômeno da natureza, ocorrência e desejo. A estrutura de
composição dos verbos aparece da seguinte forma:
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1. RADICAL: sua base, contendo o sentido que o verbo carrega. Para identificar essa parte, é
necessário retirar as terminações –ar, –er ou –ir do infinitivo. Cantar, escrever, dividir.
2. VOGAL TEMÁTICA: é a vogal que se junta ao radical. Tem como função indicar a qual conjugação
o verbo pertence. Assim, se junta ao radical, preparando-o para receber as desinências. Nos
verbos, distinguem-se três vogais temáticas: A, E e I. Falar, comer, partir, começa, aprende.
3. DESINÊNCIAS VERBAIS: morfemas que, com os verbos, indicam sua flexão em número (singular
e plural), em pessoa (1ª, 2ª ou 3ª pessoa gramatical), em modo (indicativo, subjuntivo e
imperativo) e tempo (passado, presente e futuro). Podem ser de dois tipos:
O verbo é a classe gramatical com mais flexões, sendo elas: número, pessoa, modo e tempo.
b) Pessoa: o verbo varia em primeira, segunda e terceira pessoa do discurso; assim, indica o emissor, o
receptor e o referente.
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SINGULAR
1ª pessoa – Eu como.
2ª pessoa – Tu comes.
3ª pessoa – Ele(a) come.
PLURAL
1ª pessoa – Nós comemos.
2ª pessoa – Vós comeis.
3ª pessoa – Eles(as) comem.
b) Irregulares: o radical e/ou as desinências se alteram; logo, não seguem o paradigma da conjugação.
c) Anômalos: possuem mais de um radical diferente. É o caso dos verbos ser e ir (somente eles).
1.7 Advérbio
Os advérbios podem expressar ideias tempo, intensidade, lugar, modo, afirmação, negação ou
dúvida. Assim, a função do advérbio é a de modificar o verbo, adjetivo ou até mesmo outro advérbio. Pode,
nessa lógica, modificar o seu sentido. Suas palavras são invariáveis e, sendo assim, não podem ser flexionadas
em gênero (masculino/feminino), número (singular/plural) ou grau (aumentativo/ diminutivo).
Os advérbios aparecem no início, meio ou no fim das orações como adjunto adverbial.
ATENÇÃO!
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Há exceção apenas em relação aos advérbios de intensidade, que são modificados quanto ao grau.
a) ADVÉRBIO DE LUGAR
Aqui; antes; dentro; ali; adiante; fora; acolá; atrás; além; lá; detrás; aquém; cá; acima; onde; perto; aí; abaixo;
aonde; longe; debaixo; algures (em algum lugar), alhures (em outro lugar), nenhures (em nenhum lugar), etc.
b) ADVÉRBIO DE TEMPO
Hoje; logo; primeiro; ontem; tarde; outrora; amanhã; cedo; dantes; depois; ainda; antigamente; atualmente;
antes; doravante; nunca; então; ora; jamais; agora; sempre; já; enfim; de tempos em tempos; etc.
c) ADVÉRBIO DE MODO
Bem; mal; melhor; pior; assim; aliás; depressa; devagar; como; sobretudo; quase; assim; ao léu; às claras; às
pressas; à toa; à vontade; às escondidas; aos poucos; desse jeito; desse modo; etc.
d) ADVÉRBIO DE INTENSIDADE
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Muito; pouco; mais; menos; demais; demasiado; quanto; quão; tanto; tão; assaz; tudo; nada; todo; bastante;
quase; etc.
e) ADVÉRBIO DE DÚVIDA
Acaso; porventura; possivelmente; eventualmente; provavelmente; quiçá; talvez, por certo, quem sabe; etc.
f) ADVÉRBIO DE AFIRMAÇÃO
Sim; certo; certamente; realmente; decerto; efetivamente; decididamente; efetivamente; realmente; sem
dúvida; etc.
g) ADVÉRBIO DE NEGAÇÃO
Não; nem; nunca; jamais; de jeito nenhum; de maneira alguma; de modo algum; tampouco.
CLASSIFICAÇÃO EXEMPLOS
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CLASSIFICAÇÃO EXEMPLOS
Advérbios de
Sim, certamente, efetivamente, realmente, etc.
afirmação
Advérbios de Assaz, bastante, bem, demais, mais, menos, muito, pouco, quanto, quão, quase,
intensidade tanto, tão, etc.
Abaixo, acima, adiante, aí, além, ali, aquém, aqui, atrás, através, cá, defronte,
Advérbios de lugar
dentro, detrás, fora, junto, lá, longe, onde, perto, etc.
Assim, bem, debalde, depressa, devagar, mal, melhor, pior; e quase todos
Advérbios de modo
terminados em -mente: fielmente, levemente, etc.
Advérbios de
Não, tampouco (=também não)
negação
Agora, ainda, amanhã, anteontem, antes, breve, cedo, depois, então, hoje, já,
Advérbios de tempo
jamais, logo, nunca, ontem, outrora, sempre, tarde, etc.
Ocorre quando duas ou mais palavras atuam como advérbio, transformando o sentido do verbo,
adjetivo ou advérbio.
Alguns exemplos:
• LOCUÇÃO ADVERBIAL DE TEMPO: em breve, logo mais, à tarde, à noite, pela manhã, por vezes, de
tempos em tempos etc.
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• LOCUÇÃO ADVERBIAL DE LUGAR: em cima, por perto, ao lado, à direita, à esquerda, para dentro,
para fora etc.
• LOCUÇÃO ADVERBIAL DE AFIRMAÇÃO: por certo, sem dúvida, com certeza, na verdade, de fato etc.
• LOCUÇÃO ADVERBIAL DE NEGAÇÃO: de forma alguma, de modo algum, de maneira nenhuma etc.
• LOCUÇÃO ADVERBIAL DE MODO: às pressas, ao contrário, em silêncio, de cor, às claras, à toa, em
geral etc.
• LOCUÇÃO ADVERBIAL DE QUANTIDADE: de muito, de pouco, de todo, em excesso etc.
ATENÇÃO! As locuções adverbiais são formadas por duas ou mais palavras. Assim, “de novo”, “de repente”
e “com certeza” são escritas separadamente.
1.8 Preposição
São palavras variáveis que conectam dois ou mais termos da oração. Nessa ligação, um termo fica
subordinado ao outro. A palavra que precisa da utilização da preposição é chamada de antecedente ou
regente; a palavra introduzida é consequente ou regida. As preposições são: preposições essenciais,
preposições acidentais e locuções prepositivas.
A, em, de, até, com, após, ante, contra, desde, entre, para, por, perante, sem, sob, sobre, trás.
b) Preposições acidentais apresentam uma conjunção com função de preposição ou quando duas ou
mais palavras funcionam como preposição.
Mas, afora, como, conforme, consoante, durante, exceto, feito, fora, mediante, menos, salvo, segundo,
senão, tirante, visto, etc.
c) Locuções prepositivas: duas duas ou mais palavras sendo a última com o valor de uma preposição.
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Abaixo de, acima de, a fim de, acerca de, além de, ao invés de antes de, ao lado de, a par de, apesar de,
atrás de, a respeito de, através de, de acordo com, debaixo de, de cima de, dentro de, depois de, diante
de, em frente de, em lugar de, em vez de, graças a, perto de, por causa de, por entre, etc.
1.9 Conjunção
É a palavra responsável por ligar dois termos ou duas orações de mesmo valor gramatical. As
conjunções são classificadas em coordenativas (aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas e
explicativas) e subordinativas (integrantes, causais, comparativas, concessivas, condicionais, conformativas,
consecutivas, temporais, finais e proporcionais).
ALTERNATIVAS já…, já…, ou, ou…, ou…, ora…, ora…, quer…, quer… Não queria ir ou fingia não querer.
assim, então, logo, pois (depois do verbo), por Estudo todos os dias, logo sou
CONCLUSIVAS
conseguinte, por isso, portanto... muito regrada.
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Embora, conquanto, ainda que, mesmo que, posto que, Embora ficasse nervosa,
CONCESSIVAS
bem que, se bem que, apesar de que, nem que, que. sempre parecia serena.
Se, caso, quando, conquanto que, salvo se, sem que, Se tivesse aqui, não a
CONDICIONAIS
dado que, desde que, a menos que, a não ser que. reconheceria.
Conforme o jornal
Conforme, como (no sentido de conforme), segundo,
CONFORMATIVAS informou, amanhã será
consoante.
um dia chuvoso.
Quando, antes que, depois que, até que, logo que, Terminou o noivado assim
TEMPORAIS sempre que, assim que, desde que, todas as vezes que, que soube do
cada vez que, apenas, mal, que (desde que). acontecimento.
Que (precedido de tão, tal, tanto), De modo que, De Ela é tão chata que eu não
CONSECUTIVAS
maneira que a tolero.
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c) LOCUÇÃO CONJUNTIVA: quando duas ou mais palavras exercem a função de conjunção. A maior
parte das locuções conjuntivas terminam em que.
EXEMPLOS DE LOCUÇÕES CONJUNTIVAS: visto que; dado que; posto que; sem que; até que; antes que; já
que; desde que; ainda que; por mais que; à medida que; à proporção que; logo que; a fim de que; se bem
que; contanto que.
DICA! Da mesma forma que as conjunções, as locuções conjuntivas também são classificadas em
coordenativas (aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas, explicativas) e subordinativas (adverbiais:
causais, comparativas, concessivas, condicionais, conformativas, consecutivas, finais, proporcionais,
temporais).
bem como;
como também;
não só... mas também;
Aditivas não só... como também;
(transmitem uma ideia de adição) não só... mas ainda;
não somente… mas também;
não somente… como também;
não somente… mas ainda.
no entanto;
não obstante;
Adversativas
ainda assim;
(transmitem uma ideia de oposição)
apesar disso;
mesmo assim.
ou...ou;
já…já;
Alternativas
ora...ora;
(transmitem uma ideia de alternância)
quer...quer;
seja...seja.
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por isso;
por conseguinte;
Conclusivas
por consequência;
(transmitem uma ideia de conclusão)
de modo que;
desse modo.
já que;
visto que;
dado que;
Explicativas uma vez que;
(transmitem uma ideia de explicação) isto é;
ou seja;
na verdade;
a saber.
EXEMPLOS DE LOCUÇÕES
TIPOS DE LOCUÇÕES CONJUNTIVAS
CONJUNTIVAS
visto que;
uma vez que
Adverbiais causais
já que;
(apresentam a causa do acontecimento principal)
pois que;
desde que.
assim como;
Adverbiais comparativas
tanto como.
(apresentam uma comparação com o acontecimento principal)
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EXEMPLOS DE LOCUÇÕES
TIPOS DE LOCUÇÕES CONJUNTIVAS
CONJUNTIVAS
posto que;
apesar de que.
salvo se;
desde que;
Adverbiais condicionais
dado que;
(apresentam uma condição para a realização ou não do
exceto se;
acontecimento principal)
contando que;
uma vez que.
tanto que;
tão que;
tal que;
tamanho que;
Adverbiais consecutivas
de forma que;
(apresentam a consequência do acontecimento principal)
de modo que;
de sorte que;
de tal forma que;
de tal maneira que.
a fim de que;
Adverbiais finais
para que.
(apresentam o fim ou finalidade do acontecimento principal)
à proporção que;
Adverbiais proporcionais
à medida que;
(apresentam uma ideia de proporcionalidade com o
ao passo que.
acontecimento principal)
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EXEMPLOS DE LOCUÇÕES
TIPOS DE LOCUÇÕES CONJUNTIVAS
CONJUNTIVAS
agora que;
logo que;
desde que;
Adverbiais temporais assim que;
(apresentam uma circunstância de tempo ao acontecimento tanto que;
principal) antes que;
primeiro que;
depois que;
até que.
A diferença entre conjunção e locução conjuntiva aparece na sua formação. Palavra simples: conjunção; o
conjunto de duas ou três palavras: locução.
1.10 Interjeição
Serve para exprimir, de modo enérgico, um sentimento, uma emoção, uma ordem, etc. Demonstra
espanto, dor, animação, alívio, advertência, desejo, alegria, silêncio, impaciência, aplauso, etc.
É uma palavra invariável que possui como função transmitir emoções. O valor de cada interjeição irá
depender conforme o contexto e a atitude do falante.
INTERJEIÇÕES DE
Oh!, Ah!, Oba!, Viva!, Opa!, Eta!, Eita!, Eh!,…
ALEGRIA
INTERJEIÇÕES DE
Vamos!, Força!, Coragem!, Ânimo!, Adiante!, Avante!, Eia!, Força!,…
ESTÍMULO
INTERJEIÇÕES DE
Apoiado!, Boa!, Bravo!, Parabéns!, Ótimo!, Isso!,…
APROVAÇÃO
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INTERJEIÇÕES DE
Oh!, Tomara!,...
DESEJO
INTERJEIÇÕES DE
Ai!, Ui!, Ah!, Oh!,…
DOR
INTERJEIÇÕES DE
Nossa!, Cruz!, Caramba!, Opa!, Virgem!, Vixe!, Oh!, Puxa!, Quê!, Ué!,...
SURPRESA
INTERJEIÇÕES DE
Diabo!, Puxa!, Pô!, Raios!, Ora!,...
IMPACIÊNCIA
INTERJEIÇÕES DE
Psiu!, Silêncio!, Shh!, Basta!, Chega!,…
SILÊNCIO
INTERJEIÇÕES DE
Uf!, Ufa! Ah!, Puxa!,…
ALÍVIO
INTERJEIÇÕES DE
Credo!, Cruzes!, Uh!, Ui!, Oh!, Jesus!, Ai!,…
MEDO
INTERJEIÇÕES DE
Cuidado!, Atenção!, Olha!, Alerta!, Sentido!, Fogo!, Calma!,…
ADVERTÊNCIA
INTERJEIÇÕES DE
Claro!, Tá!, Hã-hã!, Certo!, Ótimo!, Perfeito!,…
CONCORDÂNCIA
INTERJEIÇÕES DE
Credo!, Francamente!, Xi!, Chega!, Basta!, Ora!, Droga!, Porcaria!, Bah!,…
DESAPROVAÇÃO
INTERJEIÇÕES DE
Hum!, Epa!, Ora!, Qual!, Ué!,…
INCREDULIDADE
INTERJEIÇÕES DE
Socorro!, Aqui!, Piedade!, Ajuda!, Acuda!,…
SOCORRO
INTERJEIÇÕES DE
Olá!, Alô!, Ei!, Tchau!, Adeus!, Até!, Inté!, Salve!, Ave!, Viva!,…
CUMPRIMENTOS
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INTERJEIÇÕES DE
Rua!, Xô!, Fora!, Passa!, Sai!, Arreda!,…
AFASTAMENTO
INTERJEIÇÕES DE
Obrigado!, Grato!, Valeu!,…
AGRADECIMENTO
INTERJEIÇÕES DE
Perdão!, Opa!, Desculpa!,…
DESCULPA
Puxa vida! Quem me dera! Cruz credo! Virgem Maria! Virgem Santa! Valha-me Deus! Muito bem! Minha
nossa!
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QUESTÕES PROPOSTAS
Todas as frases abaixo mostram locuções adverbiais sublinhadas; a frase em que a locução destacada foi
substituída de forma adequada é:
“O grande mal do Brasil tem sido o crime sem castigo. O que reduz a criminalidade é a certeza da punição.”
Todas as frases abaixo são construídas por dois segmentos, com algum tipo de pontuação entre eles; a
substituição adequada dessa pontuação por uma conjunção, de modo a preservar o sentido da frase, é:
Um antigo ministro brasileiro declarou certa vez: “O grande mal do Brasil tem sido o crime sem castigo. O
que reduz a criminalidade é a certeza da punição”.
Nessa frase, a locução “sem castigo” pode ser adequadamente substituída por “impune”; a frase abaixo em
que uma substituição de uma locução por um adjetivo foi feita de forma adequada é:
A-O melhor equipamento de segurança já inventado foi um espelho retrovisor com um carro de polícia
refletido nele / seguro;
B-Cadeia é castigo e não colônia de férias / festiva;
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C-Não é permitido fazer em nome de outro o que não podemos fazer em nosso nome / alheio;
D-Um diamante é um pedaço de carvão que se saiu bem sob pressão / carbonizado;
E-A noite é a mãe dos pensamentos / pensativa.
“Uma investigação complexa da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) que durou 16 meses resultou na prisão
do homem apontado como o maior traficante de cocaína da capital, Wesley do Espírito Santo, vulgo
Macarrão, de 42 anos. Além disso, rendeu também a desarticulação de uma quadrilha especializada em
abastecer o DF com uma das drogas mais caras, a escama de peixe, variedade mais valiosa e refinada, em
2013. O Correio revelou, com exclusividade, como funcionava o esquema criminoso comandado pelo
traficante, condenado à pena mais alta da história de Brasília e executado enquanto trabalhava, em
Taguatinga. Na reportagem deste domingo (31/10), a atuação de cada um dos envolvidos é detalhada”
(Adaptado. Correio Braziliense, 2/12/2021).
“Uma investigação complexa da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) que durou 16 meses resultou na prisão
do homem apontado como o maior traficante de cocaína da capital, Wesley do Espírito Santo, vulgo
Macarrão, de 42 anos.”
“Investigação é o ato ou efeito de investigar, busca, pesquisa. Ou seja, investigação criminal pode ser definida
como a atividade preliminar de produzir e colher elementos de convicção acerca da materialidade, de autoria
ou participação referente a um fato tido como criminoso” (Jus.com.br).
“Investigação é o ato ou efeito de investigar, busca, pesquisa. Ou seja, investigação criminal pode ser definida
como a atividade preliminar de produzir e colher elementos de convicção...”; esse segmento do texto 1 traz
dois infinitivos sublinhados.
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“Investigação é o ato ou efeito de investigar, busca, pesquisa. Ou seja, investigação criminal pode ser definida
como a atividade preliminar de produzir e colher elementos de convicção acerca da materialidade, de autoria
ou participação referente a um fato tido como criminoso” (Jus.com.br).
“Investigação é o ato ou efeito de investigar, busca, pesquisa. Ou seja, investigação criminal pode ser definida
como a atividade preliminar de produzir e colher elementos de convicção...”.
Nesse segmento do texto 1, há três ocorrências da preposição DE, sem que nenhuma delas seja solicitada
por um termo anterior.
A frase abaixo em que a preposição DE tem valor gramatical, ou seja, é uma exigência de um termo anterior,
é:
A-Não pedi a empresário nenhum que chegasse com malas DE dólares em minha casa;
B-Ninguém quer ser mulher DE malandro. O Brasil não precisa sofrer gol para depois marcar;
C-Tenho certeza DE que, no Brasil, mais jovens fumaram maconha do que gente comeu carne;
D-Os gerentes do banco, como diz o ditado, estão mais perdidos que cachorro em dia DE mudança;
E-Beijar a boca DE uma mulher bonita é fácil.
Todas as frases abaixo se iniciam por um termo preposicionado; a frase modificada, de forma a suprimir esse
termo, que altera o sentido da frase original é:
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Em todas as frases abaixo há uma expressão formada pelo advérbio não + forma verbal; a frase abaixo em
que a expressão destacada foi substituída por um só verbo de significado equivalente e adequado ao
contexto é:
Em todas as opções abaixo há uma sequência de adjetivos que expressam uma mesma ideia; a opção em que
esses adjetivos partem do menos para o mais intenso é:
Violência no Brasil
A violência doméstica é um crime contra a infância. A violência urbana é um crime contra a adolescência,
que atinge principalmente meninos negros”, diferencia Florence Bauer, representante do Unicef no Brasil.
“Embora sejam fenômenos complementares e simultâneos, é crucial entendê-los, também, em suas
diferenças para desenhar políticas públicas efetivas de prevenção e resposta às violências”, acrescenta ela.
(Jornal Estado de Minas, 23 out. 2021, p. 9)
Para a ocorrência de crase no sintagma: “e resposta às violências”?, a justificativa está INCORRETA em:
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SEMANA 09/12
Na oração “Embora sejam fenômenos complementares e simultâneos, [...]”, a conjunção “embora” introduz,
no período, uma articulação
A-causal.
B-concessiva.
C-condicional.
D-proporcional.
12 - 2021 - CESPE / CEBRASPE - PC-AL Provas: CESPE / CEBRASPE - 2021 - PC-AL - Escrivão de Polícia - Prova
Anulada
Com relação às ideias e aos aspectos linguísticos do texto anterior, julgue o item que se segue.
Sem prejuízo da correção gramatical do texto e das informações nele veiculadas, o trecho “relações das
forças policiais com a comunidade” (terceiro parágrafo) poderia ser substituído por relações entre as forças
policiais e a comunidade.
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Certo
Errado
Na grade dos cursos há, por exemplo, determinação para que os aspirantes tenham acesso a um módulo de
14 horas de aulas sobre diversidade étnico-racial. (linhas 28 a 30)
Assinale a alternativa em que o termo sublinhado no período acima esteja corretamente flexionado no plural.
A-étnicos-raciais
B-étnico-raciais
C-étnicorraciais
D-etnicorraciais
E-étnicos-racial
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Um grupo de pesquisadores sugere que a presença de metano nas quantidades observadas nas plumas de
água que são ejetadas da lua de Saturno não pode ser explicada por qualquer mecanismo conhecido, salvo
vida. (linhas 1 a 3)
A-adjetivo.
B-substantivo.
C-partícula expletiva.
D-verbo.
E--palavra denotativa.
A-Vênus (linha 5)
B-publicado (linha 8)
C-achados (linha 8)
D-metano (linha 9)
E-muitas (linha 12)
17 - 2021 - CESPE / CEBRASPE - PC-DF - CESPE / CEBRASPE - 2021 - PC-DF - Escrivão de Polícia da Carreira
de Polícia Civil do Distrito Federal
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No que se refere aos sentidos e aos aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o próximo item.
No trecho “e previa o combate a crimes pequenos e a prevenção do vandalismo” (ℓ. 7 a 9), o “a”, em ambas
as ocorrências, classifica-se como preposição e seu emprego deve-se à presença da palavra “combate”.
Certo
Errado
18 - 2019 - INSTITUTO AOCP - PC-ES Provas: INSTITUTO AOCP - 2019 - PC-ES - Investigador
• Em sua residência, ao atender um chamado, certifique-se de quem se trata, antes mesmo de atendê-lo. Em
caso de suspeita, chame a Polícia.
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• À noite, ao chegar em casa, observe se há pessoas suspeitas próximas à residência. Caso haja suspeita, não
estacione; ligue para a polícia e aguarde a sua chegada.
• Não mantenha muito dinheiro em casa e nem armas e joias de muito valor.
• Quando for tirar cópias de suas chaves, escolha chaveiros que trabalhem longe de sua casa. Dê preferência
a profissionais estabelecidos e que tenham seus telefones no catálogo telefônico.
• Evite deixar seus filhos em casa de colegas e amigos sem a presença de um adulto responsável.
• Cuidado com pessoas estranhas que podem usar crianças e empregadas para obter informações sobre sua
rotina diária.
• Cheque sempre as referências de empregados domésticos (saiba o endereço de sua residência).
• Utilize trancas e fechaduras de qualidade para evitar acesso inoportuno. O uso de fechaduras auxiliares
dificulta o trabalho dos ladrões.
• Não deixe luzes acesas durante o dia. Isso significa que não há ninguém em casa.
• Quando possível, deixe alguma pessoa de sua confiança vigiando sua casa. Utilize, se necessário, seu
vizinho, solicitando-lhe que recolha suas correspondências e receba seus jornais quando inevitável.
• Ao viajar, suspenda a entrega de jornais e revistas.
• Não coloque cadeados do lado de fora do portão. Isso costuma ser um sinal de que o morador está viajando.
• Cheque a identidade de entregadores, técnicos de telefone ou de aparelhos elétricos.
• Insista com seus filhos: eles devem informar sempre onde estarão, se vão se atrasar ou se forem para a
casa de algum amigo. É muito importante dispor de todos os telefones onde é possível localizá-los.
• Verifique se as portas e janelas estão devidamente trancadas e jamais avise a estranhos que você não vai
estar em casa.
A-Entregadores.
B-Estranhos.
C-Fechaduras.
D-Inoportuna.
E-Chaveiro.
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O Programa Papo de Responsa foi criado por policiais civis do Rio de Janeiro. Em 2013, a Polícia Civil
do Espírito Santo, por meio de policiais da Academia de Polícia (Acadepol) capixaba, conheceu o programa e,
em parceria com a polícia carioca, trouxe para o Estado.
O ‘Papo de Responsa’ é um programa de educação não formal que – por meio da palavra e de
atividades lúdicas – discute temas diversos como prevenção ao uso de drogas e a crimes na internet, bullying,
direitos humanos, cultura da paz e segurança pública, aproximando os policiais da comunidade e,
principalmente, dos adolescentes.
O projeto funciona em três etapas e as temáticas são repassadas pelo órgão que convida o Papo de
Responsa, como escolas, igrejas e associações, dependendo da demanda da comunidade. No primeiro ciclo,
denominado de “Papo é um Papo”, a equipe introduz o tema e inicia o processo de aproximação com os
alunos. Já na segunda etapa, os alunos são os protagonistas e produzem materiais, como músicas, poesias,
vídeos e colagens de fotos, mostrando a percepção deles sobre a problemática abordada. No último
processo, o “Papo no Chão”, os alunos e os policiais civis formam uma roda de conversa no chão e trocam
ideias relacionadas a frases, questões e músicas direcionadas sempre no tema proposto pela instituição. Por
fim, acontece um bate-papo com familiares dos alunos, para que os policiais entendam a percepção deles e
também como os adolescentes reagiram diante das novas informações.
Disponível em . Acesso em: 30/ jan./2019.
19- 2019 - INSTITUTO AOCP - PC-ES Provas: INSTITUTO AOCP - 2019 - PC-ES - Escrivão de Polícia
Dentre os processos existentes para formar novas palavras, verifica-se que o substantivo “responsa” é
formado por
A-derivação prefixal.
B-derivação parassintética.
C-redução.
D-hibridismo.
E-composição por aglutinação.
20 - 2019 - INSTITUTO AOCP - PC-ES Provas: INSTITUTO AOCP - 2019 - PC-ES - Escrivão de Polícia
A-posse.
B-modo.
C-meio.
D-alvo.
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RETA FINAL
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E-tempo.
Respostas20
20
1: A 2: E 3: C 4: A 5: B 6: C 7: E 8: A 9: B 10: A 11: B 12: C 13: B 14: D 15: E 16: E 17: E 18: D 19: C 20: D
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PORTUGUÊS: TEMA 04
TEMAS DO DIA
LÍNGUA PORTUGUESA
Emprego de tempos e modos verbais. Frases e tipos de frases. Oração: termos essenciais da oração, termos
integrantes da oração, termos acessórios da oração, coordenação e subordinação.
Uma das funções do verbo é a de indicar um processo localizado no tempo. Esse tempo é divido em:
presente, pretérito e futuro. Os tempos verbais indicam quando ocorre a ação, estado ou fenômeno
expressado pelo verbo.
Assim, os tempos verbais são recursos da gramática que esclarecem o momento da fala de alguém.
Trazem o passado, presente e futuro por meio da flexão de verbo. Desse modo, o interlocutor irá indicar se
algo já ocorreu, acontece no momento em que se fala ou ainda vai ocorrer.
LEMBRANDO QUE O VERBO PODE SE FLEXIONAR DE QUATRO MANEIRAS: PESSOA, NÚMERO, TEMPO E
MODO.
O VERBO É A CLASSE QUE POSSUI MAIS VARIAÇÕES DE FORMA OU ACIDENTES GRAMATICAIS.
AO CONJUNTO DE FLEXÕES DE UM VERBO DÁ-SE O NOME DE “CONJUGAÇÃO”.
a) TEMPO PRESENTE: fato que ocorre no momento da fala, assim como ações regulares ou situações
permanentes. Assim, o tempo presente aparece para fatos cotidianos.
b) TEMPO PASSADO ou PRETÉRITO: fato que ocorreu antes do momento da fala. Já passou, ou seja,
não faz parte nem do presente nem do futuro.
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Fato passado totalmente concluído. É concluso e pontual. Ação completa no passado. Ação não
repetida.
Expressões comuns: ontem, anteontem, semana passada, no mês passado, no ano passado, etc.
Exemplos:
ATENÇÃO!
As conjunções dos verbos SER e IR no pretérito perfeito do indicativo são iguais.
SER IR
eu fui eu fui
tu foste tu foste
ele foi ele foi
nós fomos nós fomos
vós fostes vós fostes
eles foram eles foram
O processo passado não foi totalmente concluído, pois revela o fato em sua duração. É um fato
inconcluso, contínuo, inespecífico.
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Exemplos:
Indica um processo passado anterior a outro também passado. Assim, pontua um fato mais remoto no
passado.
Exemplos:
Indica um fato posterior ao momento em que se fala. É aquilo que está por vir e traz uma expectativa,
torcida, desejo.
Exemplos:
Indica um processo futuro tomado em relação a um fato passado. É uma projeção do futuro.
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Exemplos:
As flexões de modo dizem respeito às formas assumidas pelo verbo para indicarem
certos estados de espírito em relação ao fato ou estado expressos por ele, ou seja,
mostram a atitude (certeza, dúvida, ordem, etc.) da pessoa que fala em relação ao
fato anunciado. Em português, três são os modos verbais: indicativo, subjuntivo e
imperativo. Esses modos compõem as chamadas “formas finitas do verbo”, em
oposição ao infinitivo, o qual com o gerúndio e o particípio compõem as “formas
infinitas do verbo” ou “formas nominais do verbo”.
Assim, inicialmente estudaremos os modos do verbo, sendo eles Indicativo, Subjuntivo e Imperativo.
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Os tempos verbais (presente, pretérito e futuro), em conjunto com os modos verbais (indicativo,
subjuntivo e imperativo), indicam a forma como ocorrem as ações, estados ou fenômenos expressados pelo
verbo. O morfema DESINÊNCIA MODO TEMPORAL é responsável por marcar o tempo e o modo de um
verbo.
INDICATIVO:
- PRESENTE
- PRETÉRITO PERFEITO
- PRETÉRITO IMPERFEITO
- PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO
1.2.1 Tempos verbais do modo indicativo
- FUTURO DO PRESENTE
- FUTURO DO PRETÉRITO
Os tempos verbais do modo indicativo expressam
acontecimentos certos.
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O modo imperativo se divide em imperativo afirmativo e imperativo negativo. A ação expressa pelo
verbo é uma ordem, pedido, conselho, convite ou súplica.
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As formas nominais, mesmo não sendo parte de nenhum tempo ou modo, são consideradas
essenciais para a conjugação verbal. As formas nominais são: infinitivo pessoal, infinitivo impessoal,
particípio e gerúndio. Podem ser simples ou compostas.
As frases são a construção de sentido completo, que faz a comunicação entre duas ou mais pessoas.
Podem se formar por uma ou mais palavras, com ou sem verbo, ou por uma ou mais orações. As frases podem
ser afirmativas, negativas, interrogativas, exclamativas ou imperativas.
2.1 Exclamativas
São utilizadas sempre que o emissor quer manifestar algum tipo de emoção. São acompanhadas do
ponto de exclamação (!).
2.2 Declarativas
Esse tipo de frase representa a constatação de um fato pelo emissor. São finalizadas com ponto final
(.). Se subdividem em afirmativas ou negativas. A intenção dessas frases é a de passar alguma informação.
a) Declarativas afirmativas:
• Ele se formou.
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b) Declarativas negativas:
2.3 Imperativas
Demonstram ordens, conselhos e pedidos. Geralmente levam em sua formação ponto final ou ponto
de exclamação. Também podem ser afirmativas ou negativas.
a) Imperativas afirmativas:
• Vá embora!
• Calem-se!
• Pare de chorar.
b) Imperativas negativas:
• Não me ligue!
• Não pode fumar aqui.
2.4 Interrogativas
Ocorrem quando o emissor faz uma pergunta na mensagem. Se dividem em diretas ou indiretas.
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2.5 Optativas
São frases que expressam um desejo, sendo sinalizadas com ponto de exclamação ou ponto final.
3. ORAÇÃO
Pode ser compreendida como um enunciado que tem o seu sentido completo ou reduzido. As orações
são formadas por SUJEITO e PREDICADO, ou seja, toda oração terá, necessariamente, um verbo.
ATENÇÃO!
NÃO CONFUNDIR ORAÇÃO E FRASE.
A distinção entre as duas é a seguinte: a oração nem sempre apresenta sentido completo, mas sempre
apresenta verbo. Já a frase sempre apresenta sentido completo e nem sempre terá um verbo.
- Oração: Luana, você está falando sério?
- Frase: Sério?
Alguns exemplos:
• Júlia mora no interior do Nordeste. (Júlia – sujeito; mora no interior do Nordeste – predicado).
• O vereador foi homenageado pela Câmara. (Vereador – sujeito; foi homenageado pela Câmara –
predicado).
• Pedro e João são amigos de infância. (Pedro e João – sujeito; são amigos de infância – predicado).
3.1.1 O sujeito
CLASSIFICAÇÕES DO SUJEITO:
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Sujeito determinado simples: quando apresentar apenas um núcleo, ou seja, quando for composto por uma
única palavra.
Ex.: A mãe levantou-se cansada.
Sujeito determinado implícito: é identificado por meio da desinência verbal ou por referência em outra
oração, mesmo não aparecendo na oração de forma explícita.
Ex.: Fiz dieta por vários meses. (sujeito implícito: eu)
OBS.: o sujeito oculto (também conhecido como sujeito elíptico, desinencial ou implícito) ocorre quando o
sujeito não está explícito na oração, mas pode ser identificado por desinência verbal.
Ex.: Fui ao shopping (eu fui - subentendido). Comemos uma torta de maçã (nós).
Já no sujeito inexistente a oração sem sujeito é percebida quando o predicado aparece como um
verbo impessoal. Nesses casos não há relação entre sujeito e verbo.
3.1.2 O Predicado
É a parte da oração que faz referência ao que acontece com o sujeito. O predicado pode ser verbal,
nominal ou verbo-nominal.
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a) PREDICADO VERBAL
Sujeito + Verbo de ação
b) PREDICADO NOMINAL
c) PREDICADO VERBO-NOMINAL
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3.2.1 O objeto
O objeto direto e o indireto são termos integrantes da oração que completam o sentido dos verbos
transitivos.
OBJETO DIRETO: termo da oração que completa a significação do verbo transitivo direto sem
preposição obrigatória.
Os pronomes o, a, os, as, funcionam como objeto direto e os pronomes lhe, lhes, como objeto indireto. Já os
pronomes me, te, se, nos, vos, podem assumir a função de objeto direto ou objeto indireto.
Tem preposição obrigatória; nunca indica posse; possui valor passivo (é sobre ele que recai a ação);
completa o sentido de: adjetivos, advérbios, substantivos abstratos.
É a expressão formada por PREPOSIÇÃO + nome que complementa o sentido.
Esse termo indica quem ou o que executa a ação de um verbo na voz passiva e vem sempre depois
de preposição.
VOZ PASSIVA: SUJEITO PACIENTE + VERBO AUXILIAR + VERBO PRINCIPAL NO PARTICÍPIO + AGENTE DA
PASSIVA.
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3.3.3 O aposto
Aposto é uma palavra ou expressão que explica, esclarece ou resume outro termo da oração. Assim,
é o substantivo ou locução substantiva que, sem auxílio de preposição, modifica ou explica algo já designado.
ATENÇÃO!
O aposto pode aparecer antes ou depois do termo ao qual se refere; assim, podendo ser, ou não,
destacado por sinais de pontuação como vírgula, dois-pontos ou travessão.
Ocorre quando há apenas uma oração, ou seja, o período é simples. É o período que apresenta um
verbo em sua estrutura.
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Orações coordenadas são orações do período composto que se comportam de forma independente;
sendo assim, não dependem sintaticamente de outras. São divididas em sindéticas ou assindéticas. As
sindéticas são introduzidas por conjunções.
São diferentes das orações subordinadas, já que NÃO dependem de uma oração principal para fazerem
sentido.
Assim, são orações coordenadas entre si, ligadas através de uma conjunção coordenativa. Vai trazer
a esse tipo de oração uma classificação: aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas e explicativas.
• Não saímos de casa (oração coordenada assindética) porque choveu muito (oração coordenada
sindética explicativa).
• Estamos cansadas (oração coordenada assindética) pois dormimos pouco (oração coordenada
sindética explicativa).
b) ORAÇÕES COORDENADAS ASSINDÉTICAS: não são ligadas por conectivos. Logo, estão apenas
justapostas.
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Uma oração é subordinada a outra pois depende da oração principal para ter sentido. Elas podem ser:
substantivas, adjetivas ou adverbiais.
Como o próprio nome já informa, desempenham o papel de substantivo na frase. Sintaticamente, podem
exercer as funções de sujeito, predicado, complemento nominal, objeto direto, objeto indireto e aposto.
Assim, as orações subordinadas substantivas são classificadas em 6 tipos: subjetiva, predicativa, completiva
nominal, objetiva direta, objetiva indireta e apositiva.
• Interessa-me (oração principal) que você compareça à reunião (oração subordinada substantiva
subjetiva).
• Nem imagino/se comprou outro carro.
• Não sei/se o garoto é bonito.
• Eu quero/que você me devolva o dinheiro.
• O problema é/que não passei no vestibular.
- A oração subordinada substantiva predicativa se liga ao sujeito da oração principal; através do verbo de
ligação (verbo ser, geralmente).
• O problema é/que o prazo já se esgotou.
• Minha esperança é que/você estude bastante.
• O importante era/que estivesse presente.
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- Sempre se liga a um nome da oração principal; através de preposição (a, de, com, por, para, em, etc.).
DICA!
Importante sempre fazer as perguntas "de que?"; "de quem?"; "a que?"; "a quem?"; "em quem?".
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• No final da discussão com a namorada ele fez uma promessa: que deveriam romper o
relacionamento.
ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS RESTRITIVAS: não possuem vírgula; têm um caráter semântico
especificador; não podem ser removidas da oração sem causar problemas semânticos. As restritivas limitam
uma parte do conjunto, restringindo o sentido do termo antecedente. Não vêm separadas por pontuação.
Funcionam como adjunto adverbial da oração principal. Assim, é caracterizada pela circunstância (tempo,
modo, causa, etc.), como se fosse um advérbio. São classificadas em nove tipos: causais, comparativas,
concessivas, condicionais, conformativas, consecutivas, finais, proporcionais e temporais.
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Porque, que, como, pois que, porquanto, visto que, uma vez que, já que, etc.
- Refletem comparação.
Como, assim como, tal como, tanto como, tanto quanto, como se, do que, quanto, tal, qual, tal qual, que
nem, que (combinado com menos ou mais).
Embora, conquanto, por mais que, posto que, ainda que, apesar de que, se bem que, mesmo que, em que
pese, etc.
- Traz uma condição da qual a oração principal depende para ocorrer ou não.
Se, caso, contanto que, salvo se, a não ser que, desde que, a menos que, sem que, etc.
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- Estabelece uma relação de adequação ou conformidade com o processo expresso pelo verbo da oração
principal.
- Exprimem consequência.
- Exprimem finalidade. Logo, indica a finalidade para a qual se destina o processo do verbo da oração
principal.
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- Exprimem circunstância de tempo. Demarca em que tempo ocorreu o processo expresso pelo verbo da
oração principal.
Enquanto, quando, desde que, sempre que, assim que, agora que, antes que, depois que, logo que, etc.
À proporção que, à medida que, ao passo que, tanto mais, tanto menos, quanto mais, quanto menos, etc.
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QUESTÕES PROPOSTAS
“Um investigador de crimes cibernéticos é um agente da lei especializado na avaliação de casos envolvendo
crimes de computador. Esse pessoal pode trabalhar para agências policiais e empresas privadas e também
pode ser conhecido como técnico em computação forense. O trabalho nesse campo requer treinamento em
tecnologia da informação e aplicação da lei, para que as pessoas tenham as ferramentas para localizar
evidências, bem como as habilidades para protegê-las e garantir que sejam utilizáveis em tribunal.
Quando membros do público denunciam crimes cibernéticos, um investigador de crimes cibernéticos
participa da investigação. Isso pode incluir qualquer coisa, desde testar a rede de um banco para determinar
como e quando ocorreu um vazamento de dados até avaliar um computador individual que pode ter sido
usado em um crime. Os investigadores de crimes cibernéticos podem recuperar e reconstruir dados se forem
danificados ou destruídos, acidental ou intencionalmente. Eles também podem explorar redes de
computadores, computadores individuais e discos rígidos para identificar evidências de atividade criminosa”
(Netinbag.com).
“Um investigador de crimes cibernéticos é um agente da lei especializado na avaliação de casos envolvendo
crimes de computador. Esse pessoal pode trabalhar para agências policiais e empresas privadas e também
pode ser conhecido como técnico em computação forense.”
Nesse segmento do texto 5, o trecho sublinhado não está bem estruturado já que não deveria estar ligado
por E ao trecho anterior, por não tratar de assunto a ele relacionado.
O mesmo acontece em:
A-Quem diz que o futebol não tem lógica não entende de futebol e não sabe o que é lógica;
B-O mundo é um livro e aquele que viaja lê apenas uma página;
C-Camping é o modo que a natureza tem de promover o negócio hoteleiro e o turista é alguém que viaja para
ver coisas diferentes;
D-Você é um ser espiritual imerso em uma experiência humana e não um ser humano em busca de uma
experiência espiritual;
E-A vida espiritual nos remove do mundo cotidiano e nos leva a um aprofundamento nesse mundo.
“O primeiro passo para delimitar os aspectos gerais do que seria o inquérito policial pode partir do próprio
vernáculo, inquérito, que pode ser entendido como ‘ato ou efeito de inquirir; conjunto de atos ou diligências
com o que se visa a apurar alguma coisa’, ao passo que o verbo inquirir, do qual o substantivo deriva, pode
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ser definido como ‘procurar informações acerca de; indagar; investigar; pesquisar’, ou ainda, ‘fazer
indagações, investigações, pesquisas, perquirições, de natureza filosófica ou científica; investigar, indagar,
pesquisar, esquadrinhar’.
Assim, sob um ponto de vista geral, podemos entender o inquérito como o conjunto de atos e diligências
que, por meio de investigação, pesquisa e perquirição, busca apurar as causas de algo” (Jusbrasil.com.br).
Observe a seguinte frase do texto 4: “...fazer indagações, investigações, pesquisas, perquirições, de natureza
filosófica ou científica”.
Nessa frase, o segmento destacado corresponde a uma explicitação de termos anteriores (indagações,
investigações, pesquisas, perquirições).
Partindo da frase “O deputado apresentou um projeto de lei”, as opções abaixo mostram explicitação de
componentes da frase inicial.
A opção em que o processo de explicitação está corretamente identificado é:
“Investigação é o ato ou efeito de investigar, busca, pesquisa. Ou seja, investigação criminal pode ser definida
como a atividade preliminar de produzir e colher elementos de convicção acerca da materialidade, de autoria
ou participação referente a um fato tido como criminoso” (Jus.com.br).
“Investigação é o ato ou efeito de investigar, busca, pesquisa”.
Para que esse período inicial do texto 1 mostre construção uniforme e adequada, sua estruturação deveria
ser:
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6 - 2021 - CESPE / CEBRASPE - PC-SE Provas: CESPE / CEBRASPE - 2021 - PC-SE - Agente de Polícia Judiciária
A palavra stalking, em inglês, significa perseguição, e é o termo utilizado pelo legislador na tipificação de
um crime que engloba condutas que atentem contra a liberdade, a intimidade e a dignidade. Entende-se o
stalking, ou o crime de perseguição, como um delito que exige uma perseguição reiterada pelo autor, não
consentida pela vítima, que lhe cause medo, angústia e sentimentos afins, além de repercutir diretamente
na sua vida de maneiras diversas.
Embora, em tese, qualquer pessoa possa figurar como vítima desse crime, sabe-se que a mulher é o
principal alvo nessa espécie delitiva — não é à toa que a criminalização da referida conduta era, havia tempos,
uma das prioridades da bancada feminina da Câmara dos Deputados. Tanto é assim que são utilizadas como
exemplo do que seria o stalking as situações em que a mulher é perseguida por um ex-companheiro que não
se conforma com o término da relação ou em que alguém possui um sentimento de posse em relação à
mulher e não desiste de persegui-la.
Tal conduta abrange desde a violência psicológica, que pode causar danos imensuráveis à saúde da vítima,
além de problemas no seu próprio cotidiano, no trabalho, na convivência profissional e familiar, até outras
formas de violência, que podem culminar em resultados nefastos e irreparáveis. A tipificação do stalking,
portanto, é um avanço significativo no combate à violência contra a mulher.
Internet: <diplomatique.org.br> (com adaptações).
No que se refere aos sentidos e aos aspectos linguísticos do texto apresentado, julgue o item a seguir.
Feitos os devidos ajustes de maiúsculas e minúsculas, o travessão empregado no segundo parágrafo poderia
ser corretamente substituído por ponto final.
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Certo
Errado
7 - 2021 - CESPE / CEBRASPE - PC-AL Provas: CESPE / CEBRASPE - 2021 - PC-AL - Escrivão de Polícia - Prova
Anulada
Tudo o que vem do povo tem uma lógica, uma razão, uma função. Ele nada faz sem motivo, e o que
produz está geralmente ligado ao comportamento do grupo ou a uma norma social ou de cunho psíquico e
religioso, um traço que vem de tempos longínquos, lá do fundo de nossas raízes, perdidas na noite dos
tempos, quando estávamos em formação. Pastoril, Quilombo, Reisado, Coco-de-Roda, literatura de cordel,
festas, tradições, superstições, contos, mitos, lendas não aparecem por acaso. São elementos da memória
popular, que engloba sentimentos e reações diante da história e das transformações.
Quais as origens do folclore alagoano, quais os componentes culturais que o forjaram? Théo Brandão,
com a autoridade de quem estudou a vida inteira e deixou uma obra irrepreensível sobre o assunto, diz que
são muitas as contribuições na formatação do nosso folclore. E que não é fácil nem simples demarcar a que
grupo pertence uma de suas variantes ou estabelecer com precisão a fronteira de determinada manifestação
folclórica. Afirma que há dúvidas em alguns casos e em outros é inteiramente impossível chegar a uma
conclusão única e definitiva. Cita como exemplo concreto dessas incertezas o caso da dança existente em
várias unidades nordestinas, que aparece ora como Coco, ora como Pagode, ora como Samba.
Instituto Arnon de Mello. Alagoas popular: folguedos e danças de nossa gente. Maceió: IAM, 2013, p. 24
(com adaptações).
Julgue o item seguinte, referentes às ideias, aos sentidos e às construções linguísticas do texto apresentado.
Em “Ele nada faz sem motivo”, o termo “sem motivo” exerce a função de complemento da forma verbal
“faz”.
Certo
Errado
8 - 2021 - CESPE / CEBRASPE - PC-AL Provas: CESPE / CEBRASPE - 2021 - PC-AL - Escrivão de Polícia - Prova
Anulada
O século XIX constituiu-se em marco fundamental para o desenvolvimento das instituições de segurança
pública, com as polícias buscando maior legitimidade e profissionalização. Como referência ocidental, a
Polícia Metropolitana da Inglaterra, fundada em 1829, mudou paradigmas, dando preponderância ao papel
preventivo de suas ações e foco à proteção da comunidade.
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Com relação às ideias e aos aspectos linguísticos do texto anterior, julgue o item que se segue.
A substituição da forma verbal “busca” (último período do texto) por busque alteraria o sentido original do
texto, mas não prejudicaria sua correção gramatical.
Certo
Errado
A-Durante parte do ano passado, o historiador Licínio Nunes de Miranda percorreu diariamente os
corredores com 15 mil túmulos no cemitério São João Batista no centro de Fortaleza, buscando um jazigo
específico. O de Francisco José do Nascimento – um abolicionista conhecido como Dragão do Mar.
B-Durante parte do ano passado, o historiador Licínio Nunes de Miranda percorreu diariamente os
corredores com 15 mil túmulos no cemitério São João Batista, no centro de Fortaleza: buscando um jazigo
específico; o de Francisco José do Nascimento, um abolicionista conhecido como Dragão do Mar.
C-Durante parte do ano passado, o historiador Licínio Nunes de Miranda percorreu diariamente os
corredores com 15 mil túmulos no cemitério São João Batista, no centro de Fortaleza, buscando um jazigo
específico: o de Francisco José do Nascimento, um abolicionista conhecido como Dragão do Mar.
D-Durante parte do ano passado, o historiador Licínio Nunes de Miranda percorreu diariamente os
corredores com 15 mil túmulos no cemitério São João Batista no centro de Fortaleza; buscando um jazigo
específico: o de Francisco José do Nascimento, um abolicionista conhecido como Dragão do Mar.
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E-Durante parte do ano passado, o historiador Licínio Nunes de Miranda percorreu diariamente os corredores
com 15 mil túmulos no cemitério São João Batista, no centro de Fortaleza; buscando um jazigo específico, o
de Francisco José do Nascimento – um abolicionista conhecido como Dragão do Mar.
A sociedade de consumo tem por base a premissa de satisfazer os desejos humanos de uma forma
que nenhuma sociedade do passado pôde realizar ou sonhar. A promessa de satisfação, no entanto, só
permanecerá sedutora enquanto o desejo continuar irrealizado; o que é mais importante, enquanto
__________ uma suspeita de que o desejo não foi plena e totalmente satisfeito. Estabelecer alvos fáceis,
garantir a facilidade de acesso a bens adequados aos alvos, assim como a crença na existência de limites
objetivos aos desejos “legítimos” e “realistas” – isso seria como a morte anunciada da sociedade de consumo,
da indústria de consumo e dos mercados de consumo. A não satisfação dos desejos e a crença firme e eterna
de que cada ato visando a __________ deixa muito a desejar e pode ser aperfeiçoado são os volantes da
economia que tem por alvo o consumidor.
A sociedade de consumo consegue tornar permanente a insatisfação. Uma forma de causar esse
efeito é depreciar e desvalorizar os produtos de consumo logo depois de terem sido alçados ao universo dos
desejos do consumidor. Uma outra forma, ainda mais eficaz, no entanto, se esconde da ribalta: o método de
satisfazer toda necessidade/desejo/vontade de uma forma que não pode deixar de provocar novas
necessidades/desejos/vontades. O que começa como necessidade deve terminar como compulsão ou vício.
E é isso que ocorre, já que o impulso de buscar nas lojas, e só nelas, soluções para os problemas e alívio para
as dores e a ansiedade é apenas um aspecto do comportamento que não apenas recebe a permissão de se
condensar num hábito, mas é avidamente estimulado a fazê-lo. [...]
Para que a busca de realização possa continuar e novas promessas possam __________ atraentes e
cativantes, as promessas já feitas precisam ser quebradas, e as esperanças de realizá-las, frustradas. Um mar
de hipocrisia se estendendo das crenças populares às realidades da vida dos consumidores é condição sine
qua non para que uma sociedade de consumidores funcione apropriadamente. Toda promessa deve ser
enganosa, ou pelo menos exagerada, para que a busca continue. Sem a repetida frustração dos desejos, a
demanda pelo consumo se esvaziaria rapidamente, e a economia voltada para o consumidor perderia o gás.
É o excesso da soma total de promessas que neutraliza a frustração provocada pelo excesso de cada uma
delas, impedindo que a acumulação de experiências frustrantes solape a confiança na eficácia final dessa
busca.
Por essa razão, o consumismo é uma economia do logro, do excesso e do lixo; logro, excesso e lixo
não sinalizam seu mau funcionamento, mas constituem uma garantia de saúde e o único regime sob o qual
uma sociedade de consumidores pode assegurar sua sobrevivência. A pilha de expectativas malogradas tem
um paralelo nas crescentes montanhas de ofertas descartadas das quais se esperava (pois prometiam) que
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__________ os desejos dos consumidores. A taxa de mortalidade das expectativas é elevada, e, numa
sociedade de consumo funcionando adequadamente, espera-se que cresça continuamente. A expectativa
de vida das esperanças é minúscula, e só uma taxa de fecundidade extraordinariamente elevada pode salvá-
Ias da diluição e da extinção. Para que as expectativas se mantenham vivas e novas esperanças preencham
o vazio deixado por aquelas já desacreditadas e descartadas, o caminho da loja à lata de lixo deve ser curto,
e a passagem, rápida.
(BAUMAN, Zygmunt. Vida líquida. Rio de Janeiro: Zahar, 2007. p. 106-108. Adaptado.)
Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas, conforme a norma padrão escrita da Língua
Portuguesa e na ordem em que aparecem no texto.
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Assinale a alternativa em que o termo indicado desempenhe função sintática idêntica à de ilegais (linha 9).
A-policial (linha 4)
B-devido à pandemia (linha 5)
C-dado pela corporação (linha 12)
D-pesquisadora da UFRJ (linha 16)
E-editada em 2014 (linhas 27 e 28)
O segmento Sobre o fato de negros serem as maiores vítimas da violência (linha 14) desempenha o papel
sintático de
A-complemento nominal.
B-objeto indireto.
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C-adjunto adverbial.
D-adjunto adnominal.
E-objeto direto.
O resultado lembra muito as conclusões dos pesquisadores liderados por Jane Greaves, da Universidade de
Cardiff, no Reino Unido, que detectaram fosfina nas nuvens de Vênus. (linhas 4 e 5)
Assinale a alternativa em que, alterando-se o verbo sublinhado no período acima, tenha-se mantido a
correção gramatical. Não leve em conta alterações de sentido.
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Na Terra, fumarolas no fundo do oceano são o lar de muitas formas de vida metanogênicas: elas consomem
hidrogênio e despejam metano. (linhas 11 e 12)
A-explicação.
B-explicitação.
C-exemplificação.
D-enumeração.
E-especificação.
A-Vênus (linha 5)
B-publicado (linha 8)
C-achados (linha 8)
D-metano (linha 9)
E-muitas (linha 12)
Assinale a alternativa em que o termo indicado desempenhe, no texto, função sintática igual à de Cassini
(linha 9)
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I. Embora com teor científico, o autor do texto emprega um tom de linguagem mais próximo do coloquial,
certamente para tornar o texto mais acessível a um leitor de jornal, não especialista no assunto.
II. Em função do assunto, foi necessário que o texto tivesse assumido um tom mais didático, com acréscimo
de apostos e elementos explicativos.
III. O texto apresenta tipologia textual predominantemente narrativa.
Assinale
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18 - 2021 - CESPE / CEBRASPE - PC-DF - CESPE / CEBRASPE - 2021 - PC-DF - Escrivão de Polícia da Carreira
de Polícia Civil do Distrito Federal
Julgue o item seguinte, relativos aos sentidos e a aspectos linguísticos do texto precedente.
Os sentidos e a correção gramatical do texto seriam preservados se as locuções verbais “tinha levado” (ℓ.27)
e “tinha pensado” (ℓ.28) fossem substituídas pelas formas verbais levara e pensara, respectivamente.
Certo
Errado
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19 - 2021 - CESPE / CEBRASPE - PC-DF - CESPE / CEBRASPE - 2021 - PC-DF - Escrivão de Polícia da Carreira
de Polícia Civil do Distrito Federal
Julgue o item seguinte, relativos aos sentidos e a aspectos linguísticos do texto precedente.
No trecho “Se por acaso alguém tinha pensado em comprar um novo fio dental” (ℓ. 27 e 28), a partícula “Se”
introduz uma oração interrogativa indireta.
Certo
Errado
20 - 2021 - CESPE / CEBRASPE - PC-DF - CESPE / CEBRASPE - 2021 - PC-DF - Escrivão de Polícia da Carreira
de Polícia Civil do Distrito Federal
Certo
Errado
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Respostas21
21
1: C 2: B 3: A 4: A 5: C 6: C 7: E 8: C 9: C 10: B 11: A 12: C 13: D 14: A 15: E 16: C 17: A 18: C 19: C 20: E
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INFORMÁTICA: WORD
1. INTRODUÇÃO
O Word é um programa de processamento de texto, projetado para ajudar as pessoas a criar documentos de
qualidade profissional. Com ferramentas de formatação de documento, o Word ajuda a organizar e escrever
os documentos com eficiência, além de incluir ferramentas de edição e revisão. A versão mais recente do
Word foi lançada no Microsoft Office 2021. Antes dela a Microsoft desenvolveu, desde 1983, muitas outras
versões.
Microsoft Office
Desde 1995, o Word faz parte de uma suíte (pacotE) de aplicativos conhecida como Microsoft Office. Este
pacote de aplicativos foi desenvolvido inicialmente pensando nas atividades de um escritório e contém
diversos programas capazes de processar textos, criar planilhas e base de dados, realizar apresentações
gráficas, gerenciar tarefas, e-mails e contatos.
Com o Word é possível criar e formatar vários tipos de textos, como cartas, ofícios, memorandos e outros
tipos de documentos voltados para a área dos concursos.
Em nossa aula teremos orientações e destaques baseados na versão 2019 da suíte Microsoft Office. Porém,
sempre que necessário iremos fazer comparações com as versões anteriores.
Componente Requisito
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Os aplicativos da Web exigem a mesma resolução mínima que o sistema operacional em que estão sendo
executados.
A resolução mínima leva em conta o zoom, as configurações DPI e o dimensionamento de texto configurados
em 100%. Se não estiverem configurados em 100%, a resolução mínima deve ser dimensionada de acordo
com isso. Por exemplo, se você define a configuração “Escala e layout” da exibição do Windows em seu
Surface Book, que tem uma exibição física de 3000x2000, para 200%, então o Office teria uma resolução de
tela lógica de 1500x1000, atendendo ao requisito mínimo de 1280x768.
A funcionalidade de Internet requer uma conexão com a Internet. Pode haver cobrança de taxas.
É necessário um dispositivo habilitado para toque para usar qualquer funcionalidade multitoque, mas todos
os recursos e funcionalidades estão sempre disponíveis usando um teclado, mouse ou outro dispositivo de
entrada padrão acessível. Observe que os novos recursos de toque são otimizados para uso com o Windows
10.
A funcionalidade e os elementos gráficos do produto variam de acordo com a configuração do seu sistema.
Alguns recursos podem exigir hardware adicional ou avançado ou conexão a um servidor.
Os recursos de gerenciamento de arquivos em nuvem exigem OneDrive, OneDrive for Business ou
SharePoint.
É necessário ter uma conta Microsoft ou uma conta organizacional para atribuição de licenças.
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1.2 Instalação
A versão de 64 bits é instalada por padrão, a menos que o Office detecte que você já tem instalada uma
versão de 32 bits do Office (ou de um aplicativo autônomo do Office, como o Project ou Visio). Nesse caso, a
versão de 32 bits do Office será instalada.
A instalação é iniciada a partir do momento que executamos o arquivo.
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A instalação estará concluída quando for exibida a frase, "Pronto! O Office está instalado" e uma animação
será reproduzida para mostrar onde localizar aplicativos do Office no computador.
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Ao abrir qualquer aplicativo do Office será exibido o contrato de licença para ser aceito. Após isso o Office
será ativado e estará pronto para uso.
O Word 2019 oferece novas maneiras de trabalhar com documentos, como recursos aprimorados de caneta
digital, navegação de página semelhante a um livro, Ferramentas de Aprendizagem e tradução.
Trabalhando em conjunto com outra pessoa, é possível ver a presença dessa pessoa e as alterações que ela
está fazendo.
É possível traduzir palavras, frases ou parágrafos para outro idioma com o Microsoft Translator. Essa função
está disponível na guia Revisão na Faixa de Opções.
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O conjunto personalizável e portátil de canetas (e lápis!) permite escrever no documento de forma natural.
É possível realçar algo importante, desenhar, converter tinta em uma forma ou fazer cálculos.
O Word agora dá suporte à sintaxe matemática LaTeX para criar e editar equações matemáticas.
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É possível adicionar ícones ou outros elementos gráficos vetoriais escaláveis (SVGs) aos documentos. Alterar
as cores, aplicar efeitos e altera-los para atender às necessidades.
É possível inserir facilmente um modelo 3D e rodá-lo até 360 graus. Os leitores também poderão girá-lo.
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O Verificador de Acessibilidade está melhor do que nunca, com suporte atualizado para normas
internacionais e recomendações práticas para tornar os documentos mais acessíveis para pessoas com
deficiências.
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Os efeitos sonoros podem melhorar a produtividade no Microsoft Office, fornecendo indicações sonoras.
Ative as indicações de áudio para receber orientação enquanto trabalha. Elas estão disponíveis em Opções >
Facilidade de Acesso. Não precisa de suplementos.
Em vez de rolar continuamente, é possível percorrer as páginas como um livro com o modo de exibição Lado
a Lado. Em uma tela touch, o dedo pode ser usado para percorrer as páginas do documento. Não tem uma
tela touch? A barra de rolagem horizontal ou a roda do mouse oferecem navegação no estilo de livro.
2. WORD
Ao criar um documento no Word, é possível optar por começar com um documento em branco ou deixar
que um modelo faça a maior parte do trabalho. A partir daí, as etapas básicas de criação e compartilhamento
de documentos são as mesmas. Além disso, as ferramentas poderosas de edição e revisão do Word podem
ajudar a trabalhar com outras pessoas para deixar o documento singular.
Agora vamos avançar nossa aula para as tarefas básicas do Word e em seguida o design com as ferramentas.
Existem duas formas de iniciar um documento no Word. A partir de um “Documento em branco” onde todo
o conteúdo, as configurações, os formatos e estilos serão definidos pelo usuário. Geralmente, é mais fácil
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criar um novo documento usando um modelo do que começar com uma página em branco. Os modelos do
Word estão prontos para serem usados com temas e estilos predefinidos.
Ao iniciar o Word temos três ícones na lateral esquerda, Página Inicial, Novo e Abrir. Por padrão o Word
abrirá na Página Inicial. Observe a imagem, no lado direito vemos uma lista dos documentos usados
recentemente. Caso o documento que desejamos abrir não esteja nessa lista, é possível procurar nas opções
que vemos ao centro da imagem: (OneDrive – Pessoal e em outros locais: Este PC, Adicionar um Local,
Procurar).
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(INSTITUTO AOCP / UFBA) Utilizando-se a suíte de escritório Microsoft Office 2013 (Microsoft Excel 2013,
Microsoft Word 2013 e Microsoft Power Point 2013), instalação padrão em português, julgue, como CERTO
ou ERRADO, o item a seguir.
É possível, pelo próprio Word 2013, converter um arquivo de versões anteriores do Word para que possam
ser utilizados os recursos novos da versão 2013.
Gabarito: certo.
Comentário: Quando abrimos um arquivo de versões anteriores do Word, notamos o seguinte texto ao lado
do nome do arquivo “[Modo de Compatibilidade]”, como podemos observar na imagem abaixo.
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Para que seja possível utilizar os recursos disponíveis em versões mais recentes, é necessário converter esse
arquivo. Esse processo é realizado na guia Arquivo Informações Converter (Modo de CompatibilidadE).
Podemos observar essa opção na imagem abaixo.
❖ Para salvar um documento pela primeira vez, devemos seguir os seguintes passos:
1 - Na guia Arquivo, clique em Salvar como.
2 - Navegue até o local em que você gostaria de salvar seu documento.
3 - Clique em Salvar.
❖ Para salvar um documento à medida que continua a trabalhar nele, clique em Salvar na Barra de
Ferramentas de Acesso Rápido.
Quando estiver trabalhando em um documento com outras pessoas ou você mesmo estiver editando um
documento, ative a opção Controlar Alterações para ver cada mudança. O Word marca todas as adições,
exclusões, movimentações e mudanças de formatação.
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É possível ver a aparência de documento quando for impresso, definir as opções de impressão e imprimir o
arquivo.
1 - Na guia Arquivo, clique em Imprimir.
O design do Word sofreu uma grande alteração da versão 2003 para a versão 2007, para acompanhar o novo
layout do Windows 7. Desde então manteve-se o mesmo princípio de dividir os menus em guias, como
podemos observar na imagem abaixo.
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As guias do Word 2019 são: “Arquivo”; “Página Inicial”; “Inserir”; “Desenhar”; “Design”; “Layout”;
“Referências”; “Correspondências”; “Revisão”; “Exibir” e “Ajuda”. Cada guia traz conjuntos de ferramentas,
dividas em grupos, que podem ser utilizadas na formatação do texto que está sendo produzido.
Na imagem acima também podemos observar a barra de títulos da janela. Esta barra fica localizada na parte
superior central da janela e é composta pelo nome do arquivo - nome do programa. Por padrão, todo novo
documento do Word é nomeado de “Documento” e este nome pode ser alterado pelo usuário ao salva-lo.
Nas imagens abaixo, visualizamos a parte inferior da janela, onde fica localizada a barra de status do Word.
Na primeira imagem temos informações como: qual página do documento está sendo visualizada e quantas
páginas o arquivo possui no total; quantas palavras foram inseridas; o idioma utilizado no documento para
correção ortográfica; o ícone para gravação de nova macro; e as recomendações de acessibilidade. Na
segunda imagem temos a configuração das formas de exibição do documento (modo de leitura, layout de
impressão e layout da weB), onde podemos alterar a forma como o documento é exibido na tela; e barra de
zoom, onde é possível manipular a distância afastando ou aproximando o arquivo na tela, sem alterar o
conteúdo ou a forma de impressão.
Nas guias temos os conjuntos de ferramentas, dividas em grupos que vamos descrever a seguir.
O primeiro grupo da guia Página Inicial é “Área de Transferência” como podemos ver na imagem abaixo.
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Nele encontramos as funções: “Colar” (Atalho = Ctrl+V), “Recortar” (Atalho = Ctrl+X), “Copiar” (Atalho =
Ctrl+C) e “Pincel de Formatação”. Estas funções servem para copiar, colar e/ou recortar partes ou o todo de
um texto. O pincel de formatação copia a formatação de um texto para que seja utilizada em outro texto.
Área de Transferência
A Área de Transferência do Microsoft Office permite que você copie até 24 itens de documentos ou
de outros aplicativos e os cole em outro aplicativo do Office.
O próximo grupo da guia Página Inicial é “Fonte”. Nele encontramos funções para: formatar o tipo de fonte
(1) (Atalho = Ctrl+Shift+F); alterar o tamanho da fonte (2) (Atalho = Ctrl+Shift+P); alterar o tamanho da fonte
usando os botões de aumentar e reduzir fonte (3) (Atalho = Ctrl+> e Ctrl+<); configurar as palavras como
maiúsculas e minúsculas (4); limpar toda formatação realizada (5), retornando o texto à formatação padrão
do Word; colocar o texto em destaque com negrito (6) (Atalho = Ctrl+N); colocar o texto em destaque com
inclinação com itálico (7) (Atalho = Ctrl+I); colocar o texto em destaque com sublinhado (8) (Atalho = Ctrl+S);
aplicar tachado ao texto (9), riscando as palavras; colocar o texto em subscrito (10) (Atalho = Ctrl+=); colocar
o texto em sobrescrito (11) (Atalho = Ctrl+Shift++); aplicar um efeito visual ao texto selecionado - efeitos de
texto (12); dar uma cor de realce ao texto (13), como um marca texto; alterar a cor da fonte (14).
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Seguindo nos grupos de ferramentas da guia Página Inicial temos o “Parágrafo”. Na primeira linha deste
grupo encontramos as seguintes funções: “Marcadores (1)”, “Numeração (2)”, “Lista de Vários Níveis (3)”,
“Diminuir Recuo (4)”, “Aumentar Recuo (5)”, “Classificar (6)” que organiza o texto criando uma ordem por
exemplo, crescente ou decrescente, “Mostrar Tudo (7)” (Atalho = Ctrl+*) que apresenta marcas ocultas de
parágrafo como por exemplo onde foi pressionado Enter, onde temos novos parágrafos, onde foi criado um
recuo, onde foi feito um espaçamento com a barra de espaço (essas marcas não são imprimíveis).
Na segunda linha temos: “Alinha à Esquerda (8)” (Atalho = Ctrl+Q), “Centralizar (9)” (Atalho = Ctrl+E), “Alinha
à Direita (10)” (Atalho = Ctrl+G), “Justificar (11)” (Atalho = Ctrl+J), “Espaçamento de Linha e Parágrafo (12)”,
“Sombreamento (13)” e “Bordas (14)”.
O próximo grupo é o “Estilos”. Neste grupo temos os estilos que são configurações salvas relacionadas a
formatação do texto nos grupos “Fonte” e “Parágrafo”. Para aplica-las basta selecionar o texto e clicar no
estilo desejado que todo o texto selecionado será formatado de acordo com aquele estilo. Existem estilos
que vem pré-configurados e além desses o usuário pode criar suas configurações.
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(CESPE / Polícia Federal) Em cada item a seguir, é apresentada uma situação hipotética, seguida de uma
assertiva a ser julgada, com relação à edição de textos, planilhas e apresentações.
Ao editar um documento utilizando o Microsoft Word 2016, um usuário verificou que estava gastando muito
tempo para atualizar manualmente o índice, com títulos e subtítulos e os respectivos números de páginas;
isso porque, entre outros fatores, a inserção de novos textos ocorre ao longo de todo o documento, e não
apenas ao seu final, o que muda os números das páginas em que se localizam os títulos a serem inseridos no
índice. Nessa situação, para resolver o problema, o usuário pode utilizar a ferramenta do Word que permite
criar índices automaticamente por meio do uso de estilos, tais como título 1 e título 2.
Gabarito: certo.
Comentário: Essa questão causou muita discussão pois abre espaço para as duas respostas, pelo descuido
do elaborador ao usar o termo: ÍNDICE. A banca considera como gabarito a opção CERTO e isso pode nos dá
um norte em relação ao uso dos termos ÍNDICE e SUMÁRIO. Primeiro vou explicar a partir da visão da banca.
Nas versões do Word 2010, 2013 e 2016, para inserir um sumário, você precisa configurar as divisões (título,
subtítulo, ênfase, citação...) do seu texto com Estilos de Título. Observe as opções na imagem abaixo:
Após fazer estas edições, basta ir até a guia “Referências”, nas ferramentas “Sumário”, selecionar a opção
“Sumário”.
O CESPE considerou que ÍNDICE e SUMÁRIO possuem a mesma função. Entretanto, existe uma pequena
diferença entre os dois termos, relacionada a tradução do aplicativo Word. No site do suporte da Microsoft
para o Office, podemos verificar que o termo SUMÁRIO é usado na tradução para Português do Brasil e o
termo ÍNDICE é usado para a tradução em Português de Portugal. Porém, como eu disse no início deste
comentário, isso nos dá um norte em relação ao padrão seguido pelo CESPE. Vou deixar os links para que
você possa verificar: Suporte em Português do Brasil e Suporte em Português de Portugal.
O último grupo da guia Página Inicial é “Editando”. Nele são encontrados três comandos: Localizar; Substituir;
e Selecionar. Essas funções são exatamente para o que os comandos sugerem. Localizar uma palavra ou um
trecho no texto, substituir uma ou mais palavras e selecionar partes ou o texto como um todo (Atalho =
Ctrl+U).
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2.2.2 Inserir
A próxima guia é “Inserir” e ela pode ser visualizada com seus grupos de ferramentas nas imagens abaixo.
Nessa guia temos os grupos de ferramentas: “Páginas”, “Tabelas”, “Ilustrações”, “Suplementos”, “Mídia”,
“Links”, “Comentários”, “Cabeçalho e Rodapé”, “Texto” e “Símbolos”.
Com essas ferramentas é possível inserir: páginas em branco, quebras de páginas, tabelas de todos os
tamanhos, imagens, formas geométricas, gráficos, links com referências, comentários, cabeçalhos e rodapés,
caixas de texto, equações e símbolos.
Vejamos uma questão sobre esse tópico.
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• Imagens Online...
2.2.3 Desenhar
A guia a seguir é “Desenhar”, ela possui quatro grupos de ferramentas: “Ferramentas”, “Canetas”,
“Converter”, e “Inserir” como podemos ver na imagem abaixo.
2.2.4 Design
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2.2.5 Layout
A guia “Layout” vem logo a seguir para definir o layout da página. Os grupos de ferramentas que fazem parte
desta guia são: “Configurar Página”, “Parágrafo” e “Organizar”. A partir destas ferramentas é possível alterar
as margens da página, a orientação (se retrato ou paisagem), o tamanho, se existirão divisões em colunas,
qual será o recuo para todo o documento, o espaçamento e o alinhamento.
As imagens abaixo mostram a guia Layout e seus grupos de ferramentas.
2.2.6 Referências
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2.2.7 Correspondências
Na guia “Correspondências” encontramos os seguintes grupos de ferramentas: “Criar”, “Iniciar Mala Direta”,
“Gravar e Inserir Campos”, “Visualizar Resultados” e “Concluir”.
Como o próprio nome correlaciona, esta guia está ligada a criação de documentos para o envio de
correspondências.
Nas imagens abaixo podemos ver a guia Correspondências e seus grupos de ferramentas.
2.2.8 Revisão
A guia “Revisão”, como observamos nas imagens abaixo, traz os seguintes grupos de ferramentas: “Revisão
de Texto”, “Fala”, “Acessibilidade” “Idioma”, “Comentários”, “Controle”, “Alterações”, “Comparar”,
“Proteger” e “Tinta”.
A partir destas ferramentas é possível realizar a correção ortográfica do texto de acordo com o idioma
selecionado, ter acesso a um dicionário de sinônimos, contar palavras, traduzir o documento para um idioma
selecionado, criar comentários em partes do texto com balões de link e controlar as sugestões apresentadas
pelos comentários. Também é possível analisar (aceitar, rejeitar e comparar) alterações sugeridas quando a
produção do texto é compartilhada e proteger o documento para não sofrer edições.
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(FCC / SABESP) Um Técnico recebeu um documento produzido no Microsoft Word 2013, em português, para
revisar. Ele desejava que cada uma de suas mudanças no texto ficasse registrada de modo visível para que a
pessoa que enviou o arquivo pudesse ou não aceitar tais modificações. Para tanto, antes de começar a
modificar o documento, ele realizou corretamente operações que ativaram essa condição (considerando que
não estava ativadA) do seguinte modo: ele clicou
A) na guia Revisão, no recurso Mostrar Marcações e selecionou Formatação.
B) em Mostrar Marcações, no recurso Revisões e selecionou Controlar Alterações.
C) em Marcações, no recurso Revisões e selecionou Comentários.
D) na guia Revisão, no recurso Mostrar Marcações e selecionou Comentários.
E) na guia Revisão, no recurso Controlar Alterações e selecionou Controlar Alterações.
Gabarito: alternativa E.
Comentário: Essa é uma função muito importante quando se está corrigindo um documento ou ajudando
em sua produção. Ela pode ser acessada a partir da aba Revisão, na opção Controlar Alterações Controlar
Alterações.
2.2.9 Exibir
A penúltima guia é “Exibir” traz grupos de ferramentas utilizados para configurar a tela do Word. Esses grupos
são: “Modos de Exibição”, “Avançada”, “Movimentação de Páginas”, “Mostrar”, “Zoom”, “Janela”,
“Macros” e “SharePoint”. Todos eles têm ferramentas que ativam ou desativam módulos na tela do
aplicativo.
As imagens abaixo mostram a guia Exibir e seus grupos de ferramentas.
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2.2.10 Ajuda
A última guia é “Ajuda”, ela traz um único grupo de ferramentas que como o próprio nome indica ajuda o
usuário com questões sobre o aplicativo Word.
Seguindo um padrão adotado pela Microsoft, seus aplicativos também possuem atalhos para facilitar o uso
por parte dos usuários. A tabela abaixo mostra os principais atalhos que frequentemente são cobrados em
provas de concurso.
Para Pressione
Abrir Ctrl+A
Salvar Ctrl+B
Fechar Ctrl+W
Recortar Ctrl+X
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Copiar Ctrl+C
Colar Ctrl+V
Negrito Ctrl+N
Itálico Ctrl+I
Sublinhado Ctrl+S
Subscrito Ctrl+=
Sobrescrito Ctrl+Shift++
Cancelar Esc
Desfazer Ctrl+Z
Refazer Ctrl+R
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Observe que destaquei alguns atalhos em vermelho para que você possa testar o funcionamento deles em
seu computador.
Vejamos uma questão sobre esse tópico.
(FCC / TRT - 2ª REGIÃO (SP)) Um Analista selecionou o título de um texto digitado no Microsoft Word 2013,
em português, e pressionou simultaneamente a combinação de teclas Ctrl + Shift + C. Em seguida, selecionou
um fragmento do texto em outro local da página e pressionou simultaneamente a combinação de teclas Ctrl
+ Shift + V. Estas ações do Analista
A) substituíram o fragmento de texto pelo título.
B) colocaram o título centralizado e o fragmento de texto justificado na página.
C) copiaram somente a formatação do título para o fragmento de texto.
D) colocaram o título em negrito e o fragmento do texto sublinhado.
E) incluíram o título no sumário do documento e o associaram ao fragmento de texto.
Gabarito: alternativa C.
Comentário: Conforme vimos no trecho acima da aula, ao utilizar a combinação das teclas Ctrl+Shif+C e
Ctrl+Shift+V, respectivamente teremos a cópia e cola da formatação de um texto.
2.4 Extensões
O Word possui suporte para muitas extensões. Para verifica-las basta abrir um documento e acessar a opção
“Salvar como”, como podemos visualizar na imagem após a planilha.
Entre as principais extensões do Word, temos algumas que são nativas e outras que foram agregadas com o
lançamento das versões. Abaixo listamos essas extensões, o nome do formato e a descrição.
.doc Documento do Word 97–2003 Formato de arquivo binário para Word 97–Word 2003.
22
Uma macro é uma série de comandos e instruções que você agrupa como um único comando para realizar uma
tarefa automaticamente.
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(FGV / AL-RO) O MS Word 2010 BR está programado para abrir arquivos gravados sob diferentes
formatos. Assinale a extensão que corresponde a um tipo de arquivo que não pode ser aberto nessa
versão.
A) .CSV
B) .HTM
C) .PDF
D) .RTF
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E) .TXT
Gabarito: alternativa C.
Comentário: Na aula eu inseri uma imagem com todas as extensões (formatos / tipos) suportados
pelo Word 2019. Nesta versão, essa questão estaria incorreta, já que todos os formatos apresentados
nas alternativas são aceitos pelo Word.
O Word 2010 consegue salvar arquivos em PDF, entretanto ele não tem suporte para visualizar esses
arquivos. Essa função foi acrescentada a partir do Word 2013.
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QUESTÕES DE CONCURSOS
Comentadas
( ) Selecionar Tudo.
( ) Copiar para Área de Transferência.
( ) Colar da Área de Transferência.
( ) Desfazer uma Ação.
( ) Abrir o Gerenciador de Impressão.
( ) Recortar para Área de Transferência.
A) 2 – 4 – 6 – 1 – 3 – 5.
B) 2 – 3 – 4 – 6 – 1 – 5.
C) 6 – 5 – 3 – 4 – 2 – 1.
D) 1 – 2 – 3 – 4 – 5 – 6.
E) 6 – 5 – 4 – 3 – 2 – 1.
Gabarito: alternativa B.
Comentário: Vamos ver os atalhos que são referentes a cada finalidade:
Selecionar Tudo CTRL+T
Copiar para Área de Transferência CTRL+C
Colar da Área de Transferência CTRL+V
Desfazer uma Ação CTRL+Z
Abrir o Gerenciador de Impressão CTRL+P
Recortar para Área de Transferência CTRL+X.
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Gabarito: alternativa C.
Comentário: As quebras de seção são usadas para dividir e formatar documentos de todos os tamanhos. Por
exemplo, você pode dividir seções em capítulos e adicionar formatação, como colunas, cabeçalhos e rodapés,
bordas de página, a cada um.
3 -(VUNESP / MPE-SP)
Observe o texto e as respectivas marcas de parágrafos e formatações presentes em um documento do MS-
Word 2010, em sua configuração original.
Após selecionar todo o texto, o usuário executou o comando de conversão de texto em tabela. Assinale a
alternativa que contém as palavras que permanecerão juntas em uma mesma célula na nova tabela.
A) impostos a recuperar.
B) fornecedores obrigações.
C) acordos comerciais.
D) financiamentos estoques.
E) recebíveis fornecedores.
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Gabarito: alternativa B.
Comentário: Para responder essa questão
precisamos entender o que são e como funcionam
as marcas de formatação. As marcas de formatação
são um conjunto de símbolos que fornecem uma
representação visual de uma formatação específica
em um documento.
* Caracteres de tabulação
Exibir caracteres de tabulação como setas.
* Espaços
Exibir espaços entre palavras como pontos.
* Marcas de parágrafo
Exibir as extremidades dos parágrafos com o símbolo de parágrafo.
* Texto oculto
Exibir um sublinhado pontilhado sob o texto formatado como oculto.
* Hifens opcionais
Exibir hifens que indicam onde deseja dividir uma palavra no final de uma linha. Hifens opcionais não são
impressos a menos que uma palavra realmente seja dividida no final de uma linha. Quando uma palavra é
dividida no final da linha, o hífen opcional é impresso como um hífen normal.
* Âncoras de objeto
Exibir âncoras de objeto, que indicam que um objeto pertence a um parágrafo específico.
* Quebras opcionais
Controle onde uma palavra ou frase é dividida se estiver no final de uma linha. Se você usa o Word com um
idioma do Leste Asiático, esta opção impede a quebra incorreta do texto. Essa opção estará disponível se um
idioma do Leste Asiático estiver habilitado para edição de texto.
Dessa forma, quando criamos uma tabela selecionando as palavras do texto, apenas as palavras que estão
com espaços entre si estarão na mesma célula. As outras palavras que estão separadas por TAB estarão em
células diferentes.
4 - (VUNESP / UFABC)
Assinale a alternativa que indica a(s) tecla(s) que foi(foram) pressionada(s) entre as palavras “antes” e
“depois” no Microsoft Word 2010, em sua configuração padrão, com as marcas de parágrafo ativadas.
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Gabarito: alternativa B.
Comentário: Segunda questão sobre as marcas de formatação. Esse é um ponto de destaque que pode nos
remeter a um padrão para as provas aplicadas em 2019 pela VUNESP. Na questão 1 eu inseri a imagem abaixo
e expliquei o que cada marca significava.
Na imagem temos duas marcas que significam respectivamente “Caracteres de tabulação” (TAB) e “Marcas
de Parágrafo” (ENTER). Como a pergunta só quer saber sobre o espaço entre as palavras, a alternativa correta
é a letra B.
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3. Salvar documento.
4. Imprimir Documento.
A) CTRL + J, CTRL + S, CTRL + B, CTRL + P, e, por fim, a tecla ENTER.
B) CTRL + J, CTRL + U, CTRL + S, CTRL + P, e, por fim, a tecla ENTER.
C) CTRL + P, CTRL + U, CTRL + S, CTRL + I, e, por fim, a tecla ENTER.
D) CTRL + P, CTRL + S, CTRL + B, CTRL + I, e, por fim, a tecla ENTER.
E) CTRL + J, CTRL + U, CTRL + B, CTRL + P, e, por fim, a tecla ENTER.
Gabarito: alternativa A.
Comentário: Vamos ver os atalhos que são referentes a cada finalidade:
Justificar parágrafo CTRL + J
Deixar palavra sublinhada CTRL + S
Salvar documento CTRL + B
Imprimir Documento CTRL + P
6 - (CESPE / IFF)
Na edição de um documento no Microsoft Word 2010, é possível realizar o recuo da primeira linha de um
parágrafo, afastando-a ou aproximando-a em relação à margem da página, por meio do(A)
A) ferramenta Barra de rolagem.
B) ferramenta Régua.
C) comando Sombreamento.
D) comando Subscrito.
E) ferramenta Zoom.
Gabarito: alternativa B.
Comentário: A régua que fica acima da margem superior da página nos dá a opção de ajustar o recuo tanto
da primeira linha do parágrafo, como da linha abaixo dela.
7 - (CESPE / STM)
Julgue o seguinte item, relativo a noções de informática.
No processador de textos Word do ambiente Microsoft Office 2010, é possível incluir um índice no
documento que estiver sendo editado; para tanto, é necessário selecionar o título ou parte do texto que se
deseje incluir como palavra do índice, por meio da opção Marcar Entrada.
Gabarito: certo.
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Comentário: De acordo com o site do Suporte Office23, um índice lista os termos e tópicos que são abordados
num documento, juntamente com as páginas em que aparecem. Para criar um índice, marque as entradas
do índice fornecendo o nome da entrada principal e a referência cruzada no documento e, em seguida, crie
o índice. Essas opções estão disponíveis na guia Referências, no grupo de ferramentas Índice, como pode ser
observado abaixo.
8 - (CESPE / STM)
Com relação a noções de informática, julgue o item a seguir.
Em um documento em edição no processador de textos Word do ambiente Microsoft Office 2010, um duplo
clique sobre uma palavra irá selecioná-la, e um clique triplo irá selecionar o parágrafo inteiro.
Gabarito: certo.
Comentário: Cada clique no mouse leva a uma ação.
• 1 clique, posiciona o marcador.
• 2 cliques, seleciona a palavra.
• 3 cliques, seleciona o parágrafo todo.
9 - (CESPE / PC-MA)
Ao produzir um texto utilizando o programa Microsoft Word 2016, um usuário realizou, de modo sucessivo,
os seguintes procedimentos:
• selecionou parte do texto e, logo em seguida, acionou o atalho formado pelas teclas e
• digitou algumas palavras;
Caso, a seguir, o usuário pretenda inserir, novamente, por meio do atalho formado pelas teclas e
, o texto selecionado no início do procedimento descrito,
23
https://support.office.com/pt-pt/article/criar-e-atualizar-um-%C3%ADndice-remissivo-cc502c71-a605-41fd-9a02-
cda9d14bf073
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A) será exibida uma caixa de diálogo contendo a parte do texto inicialmente selecionada para a área de
transferência.
B) aparecerá uma mensagem de erro, pois o Word 2016 não possibilita a execução reiterada de
procedimentos.
C) o texto selecionado no primeiro procedimento será inserido a partir do ponto em que o cursor estiver
posicionado.
D) o documento não sofrerá alteração, pois não há texto na área de transferência em virtude de o usuário já
E) nada ocorrerá, pois o trecho selecionado mediante as teclas e já foi usado; nesse caso, o
usuário deverá selecionar o texto novamente e acionar o atalho formado pelas teclas e .
Gabarito: alternativa C.
Comentário: A diferença entre as funções dos atalhos Ctrl+X (recortar) e Ctrl+C (copiar) está no que acontece
com o texto. Quando o texto é copiado, ele permanece no mesmo local e é criada, como o próprio nome
sugere, uma cópia. Quanto o texto é recortado, ele é retirado do local e armazenado na Área de
Transferência. Um texto recortado pode ser colado quantas vezes o usuário julgar necessário, mesmo em
editores diferentes (por exemplo: recortar em um aplicativo Microsoft Office e colar em um aplicativo
BROffice. Entretanto, arquivos recortados só podem ser colados uma única vez.
O trecho acima, digitado no MS Word 2016 em português, pode ter sua formatação modificada para
ressaltar as palavras afoxés, frevo, maracatu e corso.
Para que sejam escritas em letras maiúsculas, o autor do texto, depois de selecionar a palavra que será
modificada, pode
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C) clicar no botão (Ctrl + Shift + >) e escolher a opção “Colocar Cada Palavra em Maiúscula”
Gabarito: alternativa B.
Comentário: Vou inserir uma imagem para nos ajudar a resolver essa questão.
Note que a opção Maiúsculas no menu acima, todas as letras das palavras selecionadas serão exibidas em
maiúsculas.
Gabarito: alternativa D.
Comentário: De acordo com o Suporte Office,
"O Pesquisador do Word ajuda você a encontrar tópicos e incorporar conteúdo e fontes confiáveis ao trabalho
de pesquisa em apenas algumas etapas. Explore e pesquise o material relacionado ao seu conteúdo e
adicione-o com citações no documento sem sair do Word.
Observação: O Pesquisador do Word só está disponível para quem tem uma assinatura do Office 365 e nos
seguintes idiomas: alemão, espanhol, francês, inglês, italiano e japonês."
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Gabarito: alternativa D.
Comentário: Vamos entender o funcionamento de cada um dos atalhos das alternativas:
A) Ctrl + T => Seleciona tudo.
B) Ctrl + A => Abrir.
C) Ctrl + K => Adiciona um hiperlink.
Função disponível na guia Inserir, grupo de ferramentas Links.
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Era uma vez uma cigarra que vivia saltitando e cantando pelo bosque, sem se preocupar com o futuro.
Esbarrando numa formiguinha, que carregava uma folha pesada, perguntou:
- Ei, formiguinha, para que todo esse trabalho? O verão é para gente aproveitar! O verão é para gente se
divertir!
- Não, não, não! Nós, formigas, não temos tempo para diversão. É preciso trabalhar agora para guardar
comida para o inverno.
Durante o verão, a cigarra continuou se divertindo e passeando por todo o bosque. Quando tinha fome, era
só pegar uma folha e comer.
O digitador estava sem seus óculos para perto e resolveu valer-se do recurso de leitura em voz alta
proporcionado pelo Word 2016, em português, que estava utilizando.
Para isso, selecionou o texto que desejava escutar e clicou no seguinte ícone:
A)
B)
C)
D)
E)
Gabarito: alternativa C.
Comentário: Na guia Revisão temos o grupo Fala, que possui uma única ferramenta. Podemos observa-la na
imagem abaixo.
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Gabarito: alternativa C.
Comentário: Na guia Referências, no grupo Legendas, temos a ferramenta: Referência Cruzada.
A)
B)
C)
D)
E)
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Gabarito: alternativa D.
Comentário: A) ERRADA. Esse ícone é conhecido como várias páginas e será usado pelo usuário para aplicar
o zoom ao documento para exibir várias páginas na janela.
B) ERRADA. Esse ícone é conhecido como nova janela e será usado pelo usuário para abrir uma segunda
janela de documento para que o usuário possa trabalhar em diferentes locais ao mesmo tempo.
C) ERRADA. Esse ícone é conhecido como dividir e será usado para dividir em duas seções do documento ao
mesmo tempo.
D) CERTA. Esse ícone é conhecido como organizar tudo e será usado pelo usuário para empilhar as janelas
abertas para que o usuário possa vê-las todas de uma só vez.
E) ERRADA, Esse ícone é conhecido como alternar janelas e será usuário para alternar rapidamente para outra
janela aberta.
16 - (FCC / SABESP)
Considere o trecho de texto a seguir.
Para as categorias de consumo existem tabelas com os valores estabelecidos para o consumo de até 10 m3,
de 11 a 20 m3, de 21 a 50 m3 e acima de 50 m3, exceto para as tarifas residencial social e residencial favelas
que possuem 5 faixas de consumo, isto é, até 10 m3, de 11 a 20 m3, de 21 a 30 m3, 31 a 50 m3 e acima de
50 m3.
(Disponível em: http://site.sabesp.com.br/site/interna/Default.aspx?secaoId=183)
No Microsoft Word 2010, em português, o número 3 presente em m3, após ser selecionado, pode ser
colocado em sobrescrito a partir da janela de formatação de fonte que aparecerá pressionando-se
A) Ctrl + D.
B) Ctrl + F.
C) Ctrl + P.
D) Ctrl + L.
E) Ctrl + U.
Gabarito: alternativa A.
Comentário: Para acessar a tela de formatação da fonte, o atalho correto é Ctrl+D.
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17 - (FCC / SABESP)
Um Técnico escreveu um grande texto usando o Microsoft Word 2013, em português, mas equivocadamente
escreveu tudo em letras maiúsculas. Mantendo o texto selecionado, ele deseja corrigir isso e colocar somente
a primeira letra de cada sentença em maiúscula. Nesse caso,
A) ele deve redigitar todo o texto porque não há uma opção para isso no Word.
B) ele pode usar o botão Maiúsculas e Minúsculas na aba Página Inicial e selecionar a opção desejada.
C) ele pode usar o botão Inverter letras da Sentença na aba Layout da Página e selecionar a opção desejada.
D) a opção Inverter Palavras da Sentença na aba Página Inicial poderia ter funcionado com sucesso, se ele
ainda não tivesse salvo o documento.
E) o botão Maiúsculas e Minúsculas na aba Layout da Página teria sido uma solução positiva, se ele não
tivesse salvo o documento.
Gabarito: alternativa B.
Comentário: O Word possui muitas funções. Entre elas, temos a possibilidade de alterar as letras de um texto
entre maiúsculas e minúsculas sem a necessidade de redigitar todo o texto. Essa função está disponível na
aba Página Inicial, grupo Fonte, como pode ser observado na imagem abaixo.
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Gabarito: alternativa E.
Comentário: Para resolver essa questão, primeiro deve ser observado que o trecho de texto está com as
marcas de formatação ativadas. Com isso, ao serem mostradas as marcas, elas são apresentadas da seguinte
forma:
19 - (FGV / AL-RO)
Maria trabalhou na edição de vários textos sigilosos no Word, e ao encerrar precisa garantir que o clipboard
do Windows não contenha trechos desses textos.
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Assinale a opção que não deveria ser utilizada por Maria para obter essa garantia.
A) Abrir uma página inofensiva no browser e acionar a tecla PrintScreen.
B) Copiar um texto inofensivo com Ctrl+C.
C) Executar o comando echo “X” | clip no prompt de comando.
D) Fechar o documento no Word.
E) Reiniciar o Windows.
Gabarito: alternativa D.
Comentário: O termo em inglês clipboard significa Área de Transferência em português. Quando utilizamos
os atalhos de copiar e colar, as imagens ou textos são armazenados na área de transferência.
Vamos analisar as alternativas, para entender as ações que podem ser tomadas.
A) ao abrir qualquer página e pressionar a tecla PrintScreen, o conteúdo do clipboard será imediatamente
substituído.
B) ao copiar qualquer texto “inofensivo”, o conteúdo do clipboard será imediatamente substituído.
C) o comando echo, fará com que a letra X seja copiada para o clipboard.
D) o conteúdo do clipboard será mantido. NOSSA RESPOSTA!!! Observe que algumas vezes quando os
aplicativos da suíte Office são fechados, é exibida uma mensagem perguntando se deseja manter o item
copiado na Área de Transferência.
E) todo o conteúdo do clipboard será apagado.
20 - (FGV / MPE-AL)
Considere o símbolo a seguir extraído de uma tabela do MS-Word 2016 no modo “Mostrar Tudo”.
Gabarito: alternativa A.
Comentário: As marcas de parágrafo, ou marcas de formatação, são exibidas a partir da ativação da
ferramenta Mostrar Tudo (Ctrl+*). Abaixo temos uma tabela com os símbolos das marcas de formatação.
A partir dessa tabela, chegamos a nossa resposta, que o símbolo ¤ marca o fim da célula de uma tabela.
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21 - (CESPE / TRE-TO)
Em documentos do Microsoft Word, para a configuração de margens, orientação de página e divisão do texto
em colunas, assim como para a configuração de recuo e espaçamento de parágrafos, utilizam-se opções
disponibilizadas na guia
A) Design.
B) Layout da Página.
C) Página Inicial.
D) Arquivo.
E) Exibição.
Gabarito: alternativa B.
Comentário: Conforme vimos na aula, a guia “Layout” vem logo a seguir para definir o layout da página. Os
grupos de ferramentas que fazem parte desta guia são: “Configurar Página”, “Parágrafo” e “Organizar”. A
partir destas ferramentas é possível alterar as margens da página, a orientação (se retrato ou paisagem), o
tamanho, se existirão divisões em colunas, qual será o recuo para todo o documento, o espaçamento e o
alinhamento.
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Gabarito: alternativa C.
Comentário: Conforme vimos na aula, na Lista de Atalhos, para centralizar um texto, devemos utilizar a
combinação das teclas Ctrl+E.
Para
Pressione
Centralizar texto
Ctrl+E
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Exercícios
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E) Automática de Texto.
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Assinale o texto de busca que localizaria as ocorrências das palavras “avisar” e “avizar”, mas não localizaria
as palavras “aviar” e “avistar”.
A) avi*ar
B) Avis-zar
C) vi[s ou z]ar
D) avi?ar
E) Avi#sz#ar
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E) Reusar arquivo.
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Respostas24
24
1: A 2: C 3: E 4: B 5: D 6: D 7: B 8: D 9: B 10: E 11: C 12: E
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CP:
⦁ Art. 7º, I, “b” e § 1º
⦁ Art. 171
⦁ Art. 241 e 242
⦁ Art. 289 a 311-A
⦁ Art. 327
⦁ Art. 337-A
⦁ Art. 289, CP
⦁ Art. 291, CP
⦁ Art. 293 a 295, CP
⦁ Art. 297 a 299, CP
⦁ Art. 304, CP
⦁ Art. 307, CP
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CF/88:
⦁ Art. 5º, XLII, XLIII e XLIV
⦁ Art. 5º, LVII
⦁ Art. 5º, LXII
⦁ Art. 5º, LXVI
CPP:
⦁ Art. 282 e 283
⦁ Art. 310 a 320
⦁ Art. 321 a 350
Lei de Drogas:
⦁ Art. 60 e 60-A
⦁ Art. 62, caput e §1-B
⦁ Art. 63, I, II e §1º
⦁ Art. 63-A e 63-B
Outros Dispositivos:
⦁ Art. 69, §único, Lei 9099/95
⦁ Art. 24-A, Lei 13.340/06
⦁ Art. 79, CDC
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CF/88
⦁ Art. 21, V
⦁ Art. 49, IV
⦁ Art. 53, §8º
⦁ Art. 57, §6º, I
⦁ Art. 60, §1º
⦁ Art. 84, IX
⦁ Art. 90, I
⦁ Art. 91, II
⦁ Art. 136 a 139
⦁ Art. 140 a 144
Lei 10.446/02
CF/88
⦁ Art. 53, §8º
⦁ Art. 60, §1º
⦁ Art. 84, IX
⦁ Art. 136, §§1º, 2º, 4º e 6º
⦁ Art. 137, 138 e 139
⦁ Art. 144 (importantíssimo!!!)
Lei 10.446/02
⦁ Importante a leitura completa!
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CF/88
⦁ Art. 37 a 42
⦁ Art. 95, § único, I
⦁ Art. 128, §5º
⦁ Art. 169
CF/88
⦁ Art. 37, inc. I, II, V, VII, IX, XI, XIV, XVI, XVII
⦁ Art. 37, §§ 4º, 6º, 7º, 1º, 13º e 15º
⦁ Art. 38
⦁ Art. 39, §§ 1º, 4º, 9º
⦁ Art. 40 (leitura completa, tendo em vista a recente alteração legislativa)
⦁ Art. 41, todos os parágrafos (muito importante)
⦁ Art. 169, §3º
Lei 8112/90
⦁ Art. 5º
⦁ Art. 8º a 12º
⦁ Art. 15, 18 e 19
⦁ Art. 20 a 22
⦁ Art. 24 a 32
⦁ Art. 33 a 36
⦁ Art. 61, 68
⦁ Art. 73 a 76
⦁ Art. 77, 78, 81, 86 e 94
⦁ Art. 97
⦁ Art. 102 a 107
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CP
⦁ Art. 327
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CPP
⦁ Art. 312 e 313, III
⦁ Art. 322
⦁ Art. 581, V
CP
⦁ Art. 44, §2º
⦁ Art. 45, §1º e 2º
⦁ Art. 129, §9º
⦁ Art. 138 a 140 (os crimes contra a honra configuram violência moral contra a mulher)
⦁ Art. 330
⦁
Lei 11.340/06
⦁ Art. 5º e Art. 7º
⦁ Art. 8º, §4º
⦁ Art. 9º, §4º a §8º
⦁ Art. 10-A (importantíssimo)
⦁ Art. 11, 12 e 12-C (importantíssimos)
⦁ Art. 14-A
⦁ Art. 16 e 17 (importantíssimos)
⦁ Art. 18 e 19
⦁ Art. 20
⦁ Art. 22, VI e VII
⦁ Art. 24-A (importantíssimo)
⦁ Art. 38-A
⦁ Art. 41
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CPP
⦁ Art. 312 e 313, III, CPP
⦁ Art. 322, CPP
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