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SEMANA 01

RETA FINAL PCGO

AGENTE E ESCRIVÃO DE POLÍCIA

SEMANA 01/12

AVISO IMPORTANTE
O material será disponibilizado com os dados pessoais do participante, em área de acesso restrita. O
compartilhamento indevido de materiais do RETA FINAL PCGO – AGENTE E ESCRIVÃO DE POLÍCIA ensejará
a interrupção imediata do serviço, bem como adoção das medidas cabíveis.

Qual a duração do curso?

O RETA FINAL PCGO – AGENTE E ESCRIVÃO DE POLÍCIA é dividido em 12 semanas.

Qual o principal material da preparação e quando ele é enviado?

O principal material da nossa preparação é o e-book dividido em metas com doutrina e questões
sobre o tema. Este material será disponibilizado na nossa plataforma sempre aos finais de semana para que
vocês possam utilizá-lo ao longo da semana.

Quais materiais serão disponibilizados neste curso?

1- E-book de doutrina e questões - Este e-book é dividido em metas, que correspondem aos
dias da semana em que o aluno deve cumprir. No início de cada meta, disponibilizamos os artigos
relacionados ao tema, ao passo que no final disponibilizamos questões de concursos anteriores para
treinamento (disponibilizado semanalmente);
2- E-book de Súmulas por assunto - Este e-book visa orientar nosso aluno, a partir de um
cronograma, a realizar uma leitura das principais súmulas dos Tribunais Superiores;
3- E-book de Lei Seca - Compilamos as principais leis, que possuem grande incidência em
concursos e que são específicas para o seu concurso. Esse e-book visa, através de um cronograma elaborado
por nossa equipe, organizar o estudo tão importante da lei seca (disponibilizados semanalmente).
4- E-book de Jurisprudência - Selecionamos os principais julgados mais recentes para facilitar o
seu estudo. Com o cronograma criado pela nossa equipe, você estudará os principais informativos de uma
maneira constante e leve (disponibilizados semanalmente).

Como eu devo me guiar com este material?

Isto é bem intuitivo. No E-book principal (doutrina e questões), cada meta se refere a um dia
da semana (Meta 1, Segunda-feira; Meta 2, terça-feira, etc). O final de semana deve ser reservado para a
revisão da semana, através da leitura dos artigos indicados no início de cada meta.
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Acreditamos que o melhor método de estudo é a partir da edificação de uma base de


conhecimento pautada no tripé doutrina – lei seca – jurisprudência, aliada à constante resolução de questões
objetivas.
Por isso, aconselhamos que se inicie o dia estudando a meta do dia (E-book principal doutrina
e questões). No momento do estudo não tente resumir a matéria, pois nossas metas diárias já suprirão esta
necessidade. O ideal é que tome notas inteligentes em post-its e façam grifos para a revisão. Notas
inteligente são aquelas que sem precisar esgotar o tema faz com que você relembre os principais pontos. A
organização das suas anotações é crucial para sua aprovação.
Atendendo sugestões, explicaremos melhor como vocês devem se guiar com esse material:
Passamos a indicar no Caderno de Doutrina, antes de iniciar a meta, os artigos correspondentes,
além dos dispositivos que reputamos mais relevantes e com maior probabilidade de estar na sua prova.
A leitura desses dispositivos fará parte do ciclo de revisão semanal proposto pelo curso (leitura
realizada aos finais de semana).
Encerrado o estudo da doutrina passe para a resolução dos exercícios e súmulas selecionadas.
Até aqui foi feito o mais importante.
Após tudo isso, se sobrar tempo, é hora de ler a lei seca do caderno de leis. Essa tarefa de
repetição de leitura de artigos não demandará muito tempo por dia e é essencial para a sua aprovação.
Lembramos que os artigos indicados nos cadernos de Lei seca não correspondem à meta
justamente para que vocês sempre leiam mais vezes a letra da lei, independentemente de ter estudado o
tema ou não.
Estamos abertos a críticas e sugestões. Este é um processo coletivo no qual a participação de
vocês é fundamental para que a preparação para a prova seja potencializada. Evite a possibilidade de ter
a sua posse impedida em razão compartilhamento ilegal e indevido do material deste material sem
autorização.
Vamos Juntos!
Equipe Dedicação Delta.

Prezado(a) aluno(a),

Caso possua alguma dúvida jurídica sobre o conteúdo disponibilizado no curso, pedimos que utilize a sua
área do aluno. Há um campo específico para enviar dúvidas.
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Sumário
META 1 ............................................................................................................................................................ 12
DIREITO CONSTITUCIONAL: TEORIA CONSTITUCIONAL .................................................................................. 12
1. CONCEITO DE CONSTITUIÇÃO ..................................................................................................................... 12
1.1 Concepções do Conceito de Constituição .............................................................................................................. 13
2. CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES ......................................................................................................... 15
3. ELEMENTOS DA CONSTITUIÇÃO .................................................................................................................. 17
4. SUPREMACIA DA CONSTITUIÇÃO: CONSTITUCIONALISMO E NEOCONSTITUCIONALISMO ........................ 19
4.1. Constitucionalismo ................................................................................................................................................ 19
4.2 Neoconstitucionalismo ........................................................................................................................................... 20
5. APLICABILIDADE DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS .................................................................................... 22
QUESTÕES PROPOSTAS ................................................................................................................................... 25
DIREITO CONSTITUCIONAL: DA NACIONALIDADE ........................................................................................... 32
1. NACIONALIDADE .......................................................................................................................................... 32
1.1 Espécies de Nacionalidade ..................................................................................................................................... 33
1.1.1 Originária ......................................................................................................................................................... 33
1.1.2 Secundária ....................................................................................................................................................... 36
1.2 Perda de Nacionalidade ......................................................................................................................................... 38
1.3 Brasileiros Natos X Naturalizados ........................................................................................................................... 40
QUESTÕES PROPOSTAS ................................................................................................................................... 43
PORTUGUÊS: LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS .................................................................................... 52
1. LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DIVERSOS TIPOS DE TEXTO ....................................................................... 52
1.1 Diretrizes para a interpretação de textos variados ................................................................................................ 52
1.2 Tipologia e Gêneros Textuais (Literário, Não Literário e Misto)............................................................................. 57
1.1.1 Texto Literário .................................................................................................................................................. 57
1.1.2 Texto Não-Literário .......................................................................................................................................... 59
1.2.3 Texto Misto ...................................................................................................................................................... 59
2. ORTOGRAFIA................................................................................................................................................ 60
2.1 O alfabeto ............................................................................................................................................................... 60
2.1.1 Letras Y, K e W ................................................................................................................................................. 60
2.1.2 Letra H.............................................................................................................................................................. 61
2.1.3 Por que, por quê, porquê e porque ................................................................................................................. 61
2.1.4 Onde e Aonde .................................................................................................................................................. 63
2.1.5 Mal e Mau ........................................................................................................................................................ 63
2.1.6 O uso do hífen .................................................................................................................................................. 64
2.1.7 Na sequência de palavras ............................................................................................................................... 67
2.2 Os fonemas ............................................................................................................................................................. 67
2.3 Encontros vocálicos ................................................................................................................................................ 68
2.3.1 Ditongo ............................................................................................................................................................ 68
2.3.2 Tritongo ........................................................................................................................................................... 69
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2.3.4 Hiato ................................................................................................................................................................ 69


3. ACENTUAÇÃO .............................................................................................................................................. 70
3.1 Regras básicas de acentuação ................................................................................................................................ 70
3.1.1 Oxítonas ........................................................................................................................................................... 70
3.1.2 Paroxítonas ...................................................................................................................................................... 70
3.1.3 Proparoxítonas................................................................................................................................................. 71
3.1.4 Casos especiais................................................................................................................................................. 71
3.2 Acentos ................................................................................................................................................................... 72
4. SINÔNIMOS E ANTÔNIMOS ......................................................................................................................... 73
4.1 Sinônimos ............................................................................................................................................................... 73
4.2 Antônimos .............................................................................................................................................................. 73
4.3 Homônimos e Parônimos ....................................................................................................................................... 74
4.4 Hiperonímia e Hiponímia........................................................................................................................................ 75
QUESTÕES PROPOSTAS ................................................................................................................................... 77
META 2 ............................................................................................................................................................ 89
DIREITO CONSTITUCIONAL: DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS ........................................................... 89
1. DIREITO CONSTITUCIONAL – NATUREZA, CONCEITO E OBJETO ................................................................. 90
2. FUNDAMENTOS, OBJETIVOS E PRINCÍPIOS DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL EM SUAS RELAÇÕES
INTERNACIONAIS ............................................................................................................................................. 91
3. DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS .................................................................................................... 95
3.1 Direitos x Garantias x Remédios Constitucionais: .................................................................................................. 95
3.2 Direitos Fundamentais x Direitos Humanos ........................................................................................................... 96
3.3 Geração dos direitos fundamentais: ...................................................................................................................... 97
3.4 Características dos direitos fundamentais ........................................................................................................... 101
3.5 Direitos individuais implícitos e explícitos ............................................................................................................ 103
3.6 Destinatários ........................................................................................................................................................ 104
4. OS DIREITOS FUNDAMENTAIS NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 ...................................................... 105
4.1. Não taxatividade dos direitos fundamentais....................................................................................................... 106
4.2 Hierarquia Dos Tratados Internacionais De Direitos Humanos ............................................................................ 106
5. ALGUNS DIREITOS INDIVIDUAIS – ROL DO ART. 5º ................................................................................... 108
5.1 Direito à Vida – Art. 5º, Caput .............................................................................................................................. 108
5.2 Direito À Igualdade ............................................................................................................................................... 112
5.3 Princípio Da Legalidade – Art. 5º, II ...................................................................................................................... 114
5.4 Proibição Da Tortura – Art. 5º, III ......................................................................................................................... 114
5.5 Direito Às Liberdades ........................................................................................................................................... 115
5.5.1 Liberdade Da Manifestação De Pensamento – Art. 5º, IV e V ....................................................................... 115
5.5.2 Liberdade De Consciência, Crença E Culto – Art 5º, VI a VIII) ........................................................................ 118
5.5.3 Liberdade De Atividade Intelectual, Artística, Científica Ou De Comunicação – Art. 5º, IX........................... 119
5.5.4 Liberdade De Profissão – Art. 5º, XIII ............................................................................................................. 119
5.5.5 Liberdade de Informação – Art. 5º, XIV e XXXIII ............................................................................................ 120
5.5.6 Liberdade de Locomoção – Art. 5º, XV e LXI .................................................................................................. 120
5.5.7 Liberdade de Reunião – Art. 5º, XVI .............................................................................................................. 121
5.5.8 Liberdade de Associação – Art. 5º, XVII a XXI ................................................................................................ 122
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5.6 Direito à privacidade – Art. 5º, X .......................................................................................................................... 123


5.7 Inviolabilidade De Domicílio – Art. 5º, XI.............................................................................................................. 126
5.8 Direito de propriedade – Art. 5º, XXII e Art. 5º, XXIII ........................................................................................... 127
5.8.1 Direito ao silêncio .............................................................................................................................................. 128
5.9 Direito de petição e de obtenção de certidões – Art. 5º, XXXIV, ‘a’, ‘b’ ............................................................... 129
5.10 Inafastabilidade da Jurisdição – Art. 5º, XXXV .................................................................................................... 130
5.11 Irretroatividade da Lei – Art. 5º, XXXVI .............................................................................................................. 130
5.12 Princípio da Pessoalidade – Art. 5º, XLV............................................................................................................. 130
5.13 Princípio da individualização da pena – Art. 5º, XLVI ......................................................................................... 131
6. DIREITOS SOCIAIS – ART. 6º a 11 ............................................................................................................... 132
QUESTÕES PROPOSTAS ................................................................................................................................. 139
META 3 .......................................................................................................................................................... 146
DIREITO CONSTITUCIONAL: REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS .......................................................................... 146
1.REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS.................................................................................................................... 147
1. HABEAS CORPUS ........................................................................................................................................ 148
2. MANDADO DE SEGURANÇA ...................................................................................................................... 154
3. MANDADO DE INJUNÇÃO .......................................................................................................................... 165
4. HABEAS DATA ............................................................................................................................................ 176
5. AÇÃO POPULAR (LEI Nº 4.717/65) ............................................................................................................. 180
QUESTÕES PROPOSTAS ................................................................................................................................. 186
DIREITO CONSTITUCIONAL: DIREITOS POLÍTICOS ......................................................................................... 194
1. DIREITOS POLÍTICOS .................................................................................................................................. 194
1.1 Direitos Políticos Positivos.................................................................................................................................... 195
1.2 Direitos Eleitorais Negativos ................................................................................................................................ 197
1.3 Privação de Direitos Políticos ............................................................................................................................... 200
1.4. Servidor Público e Exercício do Mandato Eletivo: De Acordo com o Art. 38 da CF/88 ....................................... 202
2. PARTIDOS POLÍTICOS ................................................................................................................................. 203
QUESTÕES PROPOSTAS ................................................................................................................................. 208
META 4 .......................................................................................................................................................... 216
PORTUGUÊS: FIGURAS DE LINGUAGEM ........................................................................................................ 216
1. FIGURAS DE LINGUAGEM .......................................................................................................................... 216
1.1 Antítese ................................................................................................................................................................ 216
1.2 Elipse .................................................................................................................................................................... 216
1.3 Eufemismo ............................................................................................................................................................ 217
1.4 Hipérbole .............................................................................................................................................................. 217
1.5 Ironia .................................................................................................................................................................... 218
1.6 Metáfora............................................................................................................................................................... 218
1.7 Personificação ou Prosopopéia ............................................................................................................................ 218
1.8 Metonímia ............................................................................................................................................................ 219
1.9 Pleonasmo ............................................................................................................................................................ 219
1.10 Paradoxo ............................................................................................................................................................ 220
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1.11 Perífrase ............................................................................................................................................................. 220


1.12 Comparação ....................................................................................................................................................... 221
1.13 Catacrese ............................................................................................................................................................ 221
1.14 Onomatopeia...................................................................................................................................................... 221
2. SENTIDO PRÓPRIO E FIGURADO DAS PALAVRAS....................................................................................... 222
2.1 Denotação ............................................................................................................................................................ 222
2.2 Conotação ............................................................................................................................................................ 223
2.3 Polissemia e Monossemia .................................................................................................................................... 223
2.4 Formas Variantes.................................................................................................................................................. 224
2.4.1 Variações históricas (diacrônicas) .................................................................................................................. 225
2.4.2 Variações geográficas (diatópicas) ou REGIONALISMO ................................................................................. 226
2.4.3 Variações sociais (diastráticas) ...................................................................................................................... 226
2.4.4 Variações estilísticas (diafásicas) ................................................................................................................... 227
2.4.5 Preconceito linguístico ................................................................................................................................... 227
2.5 Arcaísmo e Neologismo ........................................................................................................................................ 228
2.6 Estrangeirismo ...................................................................................................................................................... 229
3. PONTUAÇÃO .............................................................................................................................................. 229
3.1 Sinais de pontuação ............................................................................................................................................. 230
3.1.1 Sinais de pausa............................................................................................................................................... 230
3.1.2 Sinais de entonação (melódicos) ................................................................................................................... 230
3.2 Ponto simples ou ponto final (.) ........................................................................................................................... 230
3.3 Ponto e vírgula (;) ................................................................................................................................................. 231
3.4 Vírgula (,) .............................................................................................................................................................. 233
3.5 Dois-pontos (:) ...................................................................................................................................................... 235
3.6 Exclamação (!) ...................................................................................................................................................... 236
3.7 Interrogação (?) .................................................................................................................................................... 237
3.8 Parênteses ( ) ........................................................................................................................................................ 237
3.8.1 Travessão (–) ..................................................................................................................................................... 238
3.9 Reticências (...) ..................................................................................................................................................... 239
3.10 Aspas (“”) ............................................................................................................................................................ 239
3.11 Colchetes ( [ ] ) ................................................................................................................................................... 240
QUESTÕES PROPOSTAS ................................................................................................................................. 241
PORTUGUÊS: CLASSE DE PALAVRAS .............................................................................................................. 257
1. CLASSES DE PALAVRAS .............................................................................................................................. 257
1.1 Substantivo ........................................................................................................................................................... 257
1.1.1 Classificação dos substantivos ....................................................................................................................... 258
1.2 Adjetivo ................................................................................................................................................................ 261
1.2.1 Adjetivos e gênero ......................................................................................................................................... 262
1.2.2 Adjetivos e número........................................................................................................................................ 262
1.2.3 Adjetivos e grau ............................................................................................................................................. 262
1.2.4 A locução adjetiva .......................................................................................................................................... 263
1.2.5 O pronome adjetivo ....................................................................................................................................... 263
1.3 Numeral ................................................................................................................................................................ 264
1.4 Artigo .................................................................................................................................................................... 265
1.4.1 Artigos e preposições..................................................................................................................................... 266
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1.5 Pronome ............................................................................................................................................................... 267


1.6 Verbo .................................................................................................................................................................... 273
1.6.1 Estrutura do verbo ......................................................................................................................................... 274
1.6.2 Flexões do verbo ............................................................................................................................................ 274
1.7 Advérbio ............................................................................................................................................................... 275
1.7.1 Locução adverbial .......................................................................................................................................... 278
1.8 Preposição ............................................................................................................................................................ 279
1.9 Conjunção ............................................................................................................................................................. 279
1.10 Interjeição .......................................................................................................................................................... 285
1.10.11 Locução Interjetiva .................................................................................................................................... 287
QUESTÕES PROPOSTAS ................................................................................................................................. 288
META 5 .......................................................................................................................................................... 300
DIREITO PENAL: NOÇÕES INICIAIS E PRINCÍPIOS ........................................................................................... 300
1. CONCEITO, CARACTERÍSTICAS, OBJETO, FUNÇÕES E DIVISÕES DO DIREITO PENAL ................................. 300
2. ENCICLOPÉDIA DAS CIÊNCIAS PENAIS ....................................................................................................... 306
2.1 Direito Penal X Criminologia X Política Criminal ................................................................................................... 307
3. DIREITO PENAL DO AUTOR E DIREITO PENAL DO FATO ............................................................................ 307
4. GARANTISMO PENAL (FERRAJOLI)............................................................................................................. 308
4.1 Conceito ............................................................................................................................................................... 308
4.2. Garantias primárias e secundárias ...................................................................................................................... 308
4.3 Máximas do garantismo ....................................................................................................................................... 308
5. DIREITO PENAL DO INIMIGO ..................................................................................................................... 309
5.1 Velocidades do Direito Penal (Jesús-Maria Silva Sánchez) ................................................................................... 310
6. FONTES DO DIREITO PENAL ...................................................................................................................... 311
7. PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL: ................................................................................................................ 315
7.1 Princípios Relacionados com a Missão Fundamental do Direito Penal ................................................................ 316
7.1.1 Princípio da Exclusiva Proteção de Bens Jurídicos ......................................................................................... 316
7.1.2 Princípio da Intervenção Mínima ................................................................................................................... 317
7.1.3 Princípio da Insignificância ou da Bagatela .................................................................................................... 319
7.2 Princípios Relacionados com o Fato do Agente ................................................................................................... 322
7.2.1 Princípio da Ofensividade/Lesividade ............................................................................................................ 322
7.2.3 Princípio da Exteriorização ou Materialização do Fato .................................................................................. 322
7.2.4 Princípio Da Legalidade Estrita Ou Reserva Legal .......................................................................................... 323
7.2.5 Princípio da Anterioridade ............................................................................................................................. 326
7.2.6 Princípio da Vedação ao Bis In Idem .............................................................................................................. 326
7.2.7 Princípio da Adequação Social ....................................................................................................................... 326
7.3 Princípios Relacionados com o Agente do Fato ................................................................................................... 328
7.3.1 Princípio da Responsabilidade Pessoal / Da Pessoalidade / Da Intranscendência Da Pena .......................... 328
7.3.2 Princípio da Responsabilidade Subjetiva ....................................................................................................... 329
7.3.3 Princípio da Culpabilidade ............................................................................................................................. 329
7.3.4 Princípio da Proporcionalidade ...................................................................................................................... 329
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7.3.5 Princípio da Limitação das Penas ou da Humanidade ................................................................................... 329


QUESTÕES PROPOSTAS ................................................................................................................................. 331
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SEMANA 01/12

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO DA SEMANA 01


META DIA ASSUNTO
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria Constitucional
1 SEG DIREITO CONSTITUCIONAL: Nacionalidade
PORTUGUÊS: Leitura e Interpretação de Textos
2 TER DIREITO CONSTITUCIONAL: Direitos e Garantais Fundamentais
DIREITO CONSTITUCIONAL: Remédios Constitucionais
3 QUA
DIREITO CONSTITUCIONAL: Direitos Políticos
PORTUGUÊS: Figuras de Linguagem
4 QUI
PORTUGUÊS: Classe de Palavras
5 SEX DIREITO PENAL: Noções Iniciais e Princípios
[Revisão Semanal]
6 SÁB/DOM
As questões específicas da banca serão liberadas em um material apartado.

ATENÇÃO

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Conte sempre conosco.

Equipe DD
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META 1

DIREITO CONSTITUCIONAL: TEORIA CONSTITUCIONAL

TODOS OS ARTIGOS
⦁ Art. 3º do ADCT
⦁ Arts. 1º a 4º da CF/88 → saber na ponta da língua. Despenca em prova;
⦁ Art. 34, CF/88
⦁ Art. 60, CF/88 → saber na ponta da língua. Despenca em prova;
⦁ Arts. 136 e 137, CF/88
ARTIGOS MAIS IMPORTANTES – NÃO PODEM DEIXAR DE LER

⦁ Art. 34, inc. VII, CF/88


⦁ Art. 60, CF/88 (muito importante!)

1. CONCEITO DE CONSTITUIÇÃO

Embora existam várias acepções, basicamente, os doutrinadores conceituam constituição


como “a lei fundamental e suprema de um Estado, que contém normas referentes: à
estruturação do Estado; à formação dos poderes públicos; forma de governo e aquisição do
poder de governar; distribuição de competências e; direitos, garantias e deveres do cidadão”.
(MORAES. Alexandre de. Direito Constitucional. 8ª Ed. Editora Atlas, 2000, p. 34) e (HOLTHER. Leo Van. Direito
Constitucional. 4ª Ed. Jus Podivm. 2008, p. 34).

DICA: para não esquecer o conceito, lembrem-se dos objetivos das constituições, começando pela
limitação de poderes e estruturação do Estado).

J. J. Canotilho formulou o chamado conceito ideal de constituição, verbis: Este conceito ideal
identifica-se fundamentalmente com os postulados político liberais, considerando-se como elementos
materiais caracterizadores e distintivos os seguintes:

(a) a constituição deve consagrar um sistema de garantias da liberdade (esta essencialmente concebida
no sentido do reconhecimento de direitos individuais e da participação dos cidadãos nos actos do
poder legislativo através dos parlamentos);
(b) a constituição contém o princípio da divisão de poderes, no sentido de garantia orgânica contra os
abusos dos poderes estaduais;

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SEMANA 01/12

(c) a constituição deve ser escrita (documento escrito). (CANOTILHO. José Joaquim Gomes. Direito
Constitucional. 6ª Edição Revista. Livraria Almedina. Coimbra, 1993, páginas 62 e 63).

1.1 Concepções do Conceito de Constituição

Não há conceito único que defina o que é a Constituição. Por isso, cada doutrinador toma por base
um sentido com o fim de definir o termo “Constituição”.
a) Concepção SocioLógica (Ferdinand Lassale): uma Constituição só seria legítima se representasse o efetivo
poder social, refletindo as forças sociais que constituem o poder, do contrário seria uma simples “folha de
papel”. Portanto, a Constituição, segundo Lassale, seria a somatória dos fatores reais do poder
dentro de uma sociedade.

b) Concepção PolíTica (Carl SchimiTt): A Constituição seria a decisão política fundamental, emanada do
titular do poder constituinte, enquanto a lei constitucional representaria os demais dispositivos que estão
inseridos no texto constitucional e que não contém matéria de decisão política fundamental. Faz a distinção
entre Constituição (decisão política fundamental) e lei constitucional (lei formalmente Constitucional).

c) Concepção Jurídica (Hans Kelsen): A Constituição é norma pura, dever-ser, dissociada de qualquer
fundamento sociológico, político ou filosófico. Kelsen dá dois sentidos à palavra Constituição:
• SENTIDO LÓGICO-JURÍDICO – a Constituição é a NORMA HIPOTÉTICA FUNDAMENTAL, responsável
por dar sustentação ao sistema posto, e é o fundamento de validade de todas as outras leis.
• SENTIDO JURÍDICO-POSITIVO - é a Constituição positiva, conjunto de normas que regulam a criação
de outras normas, da qual todas as outras normas infraconstitucionais extraem seu fundamento de
validade. Logo, a Constituição é a lei máxima do direito positivo e encontra-se no topo da pirâmide
normativa.

d) Concepção Culturalista (Meirelles Teixeira e José Afonso da Silva): A Constituição é produto de um FATO
CULTURAL, produzido pela sociedade e que sobre ela pode influir.

Ferdinand Lassale

▪ a Constituição é a somatória dos fatores reais do


Concepção poder dentro de uma sociedade
SocioLógica ▪ uma Constituição só seria legítima se
representasse o efetivo poder social, refletindo
as forças sociais que constituem o poder, do
contrário seria uma simples “folha de papel”.

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SEMANA 01/12

Carl SchimiTt

▪ Constituição (decisão política fundamental) x lei


constitucional (lei formalmente Constitucional).
▪ Constituição é a decisão política fundamental,
Concepção PolíTica emanada do titular do poder constituinte,
enquanto a lei constitucional representaria os
demais dispositivos que estão inseridos no texto
constitucional e que não contém matéria de
decisão política fundamental.
Hans Kelsen
▪ A Constituição é norma pura, dever-ser,
dissociada de qualquer fundamento sociológico,
político ou filosófico
a) SENTIDO LÓGICO-JURÍDICO – a
Constituição é a NORMA HIPOTÉTICA
FUNDAMENTAL, responsável por dar
sustentação ao sistema posto, e é o
fundamento de validade de todas as
outras leis.

b) SENTIDO JURÍDICO-POSITIVO - é a
Constituição positiva, conjunto de
Concepção Jurídica normas que regulam a criação de outras
normas, da qual todas as outras normas
infraconstitucionais extraem seu
fundamento de validade. Logo, a
Constituição é a lei máxima do direito
positivo e encontra-se no topo da
pirâmide normativa.
Meirelles Teixeira e José Afonso da Silva
Concepção ▪ A Constituição é produto de um FATO CULTURAL,
Culturalista produzido pela sociedade e que sobre ela pode
influir.

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SEMANA 01/12

2. CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES

a) Quanto à origem ou positivação:


• Outorgada, não democrática ou imposta: Impostas pelo detentor do poder de forma
unilateral;
• Promulgada, democrática ou popular: nascem de debates políticos;
• Cesarista ou plebiscitárias: É Constituição imposta, mas que se pretende legitimar por meio da
aprovação popular via plesbicito;
• Pactuada: É a Constituição elaborada em decorrência de pacto realizado entre os vários titulares do
Poder Constituinte que, em conjunto, elaboram a Constituição.

b) Quanto à forma:
• Escritas ou instrumental: É a Constituição sistematizada por procedimento formal;
• Não escritas ou consuetudinária: Resultante das práticas costumeiras.

c) Quanto à mutabilidade:
• Rígidas: O processo de alteração da Constituição mais difícil e solene do que o processo de formação
das leis;
• Flexíveis ou Plásticas: A Constituição é alterada pelo mesmo processo utilizado para as leis ou até
mais simples;
 Atenção: NÃO necessariamente as Constituições costumeiras serão plásticas;
• Semirrígida: É a Constituição que exige que apenas uma parte do seu texto seja alterado por processo
legislativo diferenciado e mais dificultoso. Quanto ao restante do texto, é possível a alteração pelo
procedimento ordinário;
• Super-rígidas (Maria Helena Diniz): O processo de alteração da Constituição é mais dificultoso e
solene do que o processo de formação das leis, possuindo pontos imutáveis;
• Imutáveis: A Constituição não admite alteração do seu texto;
• Fixa: Somente o Poder Constituinte Originário pode alterar o texto constitucional.

d) Quanto ao conteúdo:
• Formais: Constituição é tudo aquilo que está inserido no texto elaborado pelo Poder Constituinte,
por meio de um processo legislativo mais dificultoso, diferenciado e mais solene do que o processo
de formação das demais leis que compõem o ordenamento jurídico. Dessa forma, como não importa
o conteúdo da norma, será constitucional tudo que constar do texto da Constituição, mesmo que
não se trate de assunto relevante para o Estado e a sociedade;

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SEMANA 01/12

• Materiais: leva em consideração o conteúdo da norma para defini-la como constitucional, que será
toda aquela que defina e trate das regras estruturais da sociedade e de seus alicerces fundamentais.
Assim, podem existir normas constitucionais em textos esparsos, fora da Constituição.

Toda constituição escrita é formal? NÃO, porque a constituição formal vai muito além de ser escrita,
exigindo supralegalidade/supremacia e procedimentos especiais para modificação. Logo, é possível uma
constituição escrita (textos constitucionais) que não seja formal (não goza de processo legislativo especial
para sua alteração).

e) Quanto à sistemática (Pinto Ferreira):


• Reduzidas: Materializam-se em um único documento sistemático;
• Variadas: É a Constituição que está espalhada por vários documentos legislativos).

f) Quanto à ideologia:
• Ortodoxas: Elaboradas em uma única linha ideológica;
• Ecléticas: Elaboradas com várias linhas ideológicas, a exemplo da CF/88.

g) Quanto à eficácia (Karl Lowenstein) – Classificação ontológica, pois analisa o MODO DE SER das
Constituições, conforme adequação à realidade social e política:
• Normativas (máxima eficácia, regulando todos os aspectos da vida social): São aquelas em que o
poder estatal está de tal forma disciplinado que as relações políticas e os agentes do poder
subordinam-se as determinações do seu conteúdo e do seu controle procedimental. Se adequa à
realidade, eis que pretende e consegue guiar o processo político. O texto se alinha com a realidade
política;
• Nominalistas: Visa limitar a atuação dos detentores do poder econômico, político e social, mas essa
limitação NÃO se efetiva. Não corresponde à realidade, já que, apesar de pretender regular o
processo político, NÃO consegue fazê-lo. Não conseguem ser implementadas pois em descompasso
com a realidade política;
• Semânticas (existe só no papel, não sendo adequada à realidade social): A Constituição serve de
manutenção do poder pela classe dominante, mas NÃO objetiva alterar coisa alguma. Não tem por
fim regular a vida política do Estado, busca somente formalizar e manter o poder político vigente.

h) Quanto à extensão:
• Constituição Sintética: É Constituição reduzida, sucinta, a exemplo da norteamericana;
• Constituição Analítica: É Constituição extensa e prolixa, a exemplo da CF/88.

i) Quanto às opções políticas

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Outra classificação opõe as constituições-garantia (estatutárias ou liberais) às constituições


programáticas (ou dirigentes), conforme a margem de opções políticas que deixam ao alvedrio dos Poderes
Públicos que instituem.
• Constituições-garantia → tendem a concentrar a sua atenção normativa nos aspectos de estrutura
do poder, cercando as atividades políticas das condições necessárias para o seu correto
desempenho. Aparentemente, não fazem opções de política social ou econômica. Adota uma
concepção liberal da política
• Constituições dirigentes → não se bastam com dispor sobre o estatuto do poder. Elas também
traçam metas, programas de ação e objetivos para as atividades do Estado nos domínios social,
cultural e econômico. Remete-se ao ideário do Estado social de direito
A Constituição brasileira de 1988 tem induvidosa propensão dirigente.

CLASSIFICAÇÃO DA CF
Origem Promulgada (Popular)
Forma Escrita
Extensão Analítica (Prolixa)
Conteúdo Formal
Modo de elaboração Dogmática (Codificada)
Alterabilidade Rígida

3. ELEMENTOS DA CONSTITUIÇÃO

Conforme classificação elaborada por José Afonso da Silva, as normas constitucionais podem ser
diferenciadas em elementos, considerando-se estrutura normativa e conteúdo:
• Elementos orgânicos: regulamentam a estrutura do Estado e do Poder;
• Elementos limitativos: limitam a atuação do poder estatal, a exemplo dos direitos e garantias
fundamentais;
• Elementos sócio- ideológicos: Identificam a ideologia adotada pelo constituinte;
• Elementos de estabilização constitucional: asseguram a vigência das normas constitucionais em
situação de conflito, garantem a defesa da Constituição, do Estado e das instituições democráticas;
• Elementos formais de aplicabilidade: Estabelecem regras de aplicação da Constituição. Ex:
Preâmbulo, ADCT.

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são as normas que regulam a Temos corno exemplos, na CR/88:


ELEMENTOS estrutura do Estado e do Poder. a) Título III (Da organização do Estado);
ORGÂNICOS b) Título IV (Da organização dos Poderes
e do Sistema de Governo)

são normas que compõem o Temos como exemplos, na CR/88:


catálogo de direitos e garantias Título II (Dos Direitos e Garantias
individuais (direito individuais e Fundamentais, exceto o Capítulo lI dos
ELEMENTOS suas garantias, direitos de Direitos Sociais).
LIMITATIVOS nacionalidade e direitos políticos e
democráticos) e que estabelecem
limitações aos Poderes Públicos.

são normas que guardam relação Temos como exemplos, na CR/88:


com o compromisso da a) Capítulo II do Título II (Dos Direitos
ELEMENTOS Constituição e se situam no limiar Sociais);
SOCIOIDEOLÓGICOS entre o Estado individualista e o b) Título VII (Da ordem Econômica e
Estado intervencionista. financeira);
c) Título VIII (Da Ordem social).
são normas destinadas e Temos como exemplos, na CR/88:
direcionadas a assegurar a a) Da Intervenção Federal nos Estados e
resolução de conflitos no DF e dos Estados nos Municípios nos
constitucionais, a defesa da art. 34/36;
Constituição, do Estado e das b) Processo de Emendas à Constituição
Instituições democráticas. noart.60;
ELEMENTOS DE c) Defesa do Estado e das Instituições
ESTABILIZAÇÃO Democráticas especificamente no
CONSTITUCIONAL Capítulo 1 do Título V (Estado de sítio e
Estado de defesa);
d) Ação Direita de Inconstitucionalidade
do art. 102, 1, a.

são as normas que estabelecem as Temos como exemplos, na CR/88:


ELEMENTOS regras de aplicação das a) preâmbulo;
FORMAIS DE Constituições b) disposições constitucionais
APLICABILIDADE transitórias, entre outras, além do§ 1° do
art. 5° de nossa atual Constituição

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4. SUPREMACIA DA CONSTITUIÇÃO: CONSTITUCIONALISMO E NEOCONSTITUCIONALISMO

4.1. Constitucionalismo

O constitucionalismo é o movimento a partir do qual emergem as Constituições. Parte da


noção de que todo Estado deve possuir uma Constituição. A ideia é GARANTIR DIREITOS para
LIMITAR O PODER ESTATAL. Contrapõe-se ao absolutismo.

FASES DO CONSTITUCIONALISMO:

a) CONSTITUCIONALISMO ANTIGO: É o da Antiguidade Clássica, com a ideia de garantir direitos para limitar
o poder, evitar o arbítrio.
• Hebreus: estabelecimento no estado teocrático de limitações ao poder político através da
legitimidade dos profetas para fiscalizar os atos governamentais que extrapolassem os
limites bíblicos.
• Idade Média: Carta Magna de 1215 – estabelece a proteção a direito individuais.

b) CONSTITUCIONALISMO CLÁSSICO (LIBERAL): século XVIII


• Surge a 1ª geração de direito fundamentais (liberdade) → direitos civis e políticos. Exigem abstenção
do Estado.
• Separação de Poderes.
• CF rígida e supremacia da CF
• O Poder Judiciário é o principal encarregado de garantir a supremacia da CF Surgem as primeiras
Constituições escritas.

Quadro europeu: o reconhecimento do valor jurídico das Constituições tardou na Europa. Os movimentos
liberais (século XVIII) enfatizam o princípio da supremacia da lei e do parlamento. A Constituição NÃO era
norma vinculante, embora esse entendimento já começasse a ser desenvolvido nos EUA.

Nessa fase, há uma diferença entre o quadro europeu e o americano:

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QUADRO EUROPEU QUADRO AMERICANO


Supremacia da lei e do parlamento Supremacia da Constituição
O Judiciário NÃO pode controlar a legitimidade Para acentuar a supremacia do Poder
constitucional das leis, limitando-se a ser a “boca Constituinte, adotou-se procedimento mais
da lei” (Supremacia do parlamento) dificultoso e solene de mudança da Constituição.
A primazia da Constituição só ocorreu a partir do Para garantir a efetiva supremacia da
fim da 2ª guerra mundial (redemocratização). Constituição, cresceu o papel do controle judicial:
Supremacia do Poder Constituinte. ao Judiciário cabe fazer a interpretação final e
aplicar a Constituição (judicial review).

c) CONSTITUCIONALISMO MODERNO (SOCIAL): após fim da 1ª Guerra Mundial até o início da segunda.
• Exigem atuação positiva do Estado (Estado Social, intervencionista, prestador de serviço público).
• Crise do liberalismo diante das demandas sociais que abalaram o século XIX. O abstencionismo
estatal não garantia a igualdade essencial para a existência de igualdade de competições.
• Consagração dos direitos fundamentais de 2ª dimensão: gravitam em torno do valor IGUALDADE,
mas não meramente formal e sim a IGUALDADE MATERIAL (direitos sociais, econômicos e culturais).
Possuem um caráter positivo: exigem uma prestação do Estado. Surgem garantias institucionais.
• Adoção do Estado Social: o Estado transforma-se em prestador de serviços, intervindo no âmbito
social, econômico e laboral.

d) CONTEMPORÂNEO: após fim da 2ª Guerra Mundial.


• Surgem os direitos fundamentais de 3ª geração (fraternidade): direitos transindividuais, como meio
ambiente, comunicação, consumidor.
• Alguns o chamam de neoconstitucionalismo. Outros diferenciam:
∘ No constitucionalismo contemporâneo, a hierarquia entre Constituição e lei é apenas formal:
o foco é a limitação do poder estatal.
∘ No neoconstitucionalismo, a hierarquia é de grau e também axiológica (tem que observar
espírito e valores da CF): o foco é a concretização dos direitos fundamentais.
• Caracteriza-se pelas Constituições garantistas, que tem como pilar a defesa dos direitos
fundamentais.
• Período marcado pelas CONSTITUIÇÕES DIRIGENTES, que prescrevem programas a serem
implementados pelos Estados, normalmente por meio de normas programáticas.

4.2 Neoconstitucionalismo

A doutrina passa a desenvolver, a partir do pós-2ª Guerra Mundial, uma nova perspectiva em relação
ao constitucionalismo, denominada neoconstitucionalismo, ou, segundo alguns, constitucionalismo pós-

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SEMANA 01/12

moderno, ou, ainda, pós-positivismo. Dentro dessa nova realidade busca-se não mais apenas atrelar o
constitucionalismo à ideia de limitação do poder político, mas, buscar a eficácia da Constituição.

MARCOS DO NEOCONSTITUCIONALISMO (LUÍS ROBERTO BARROSO):


1) Marco histórico: A formação do Estado constitucional de direito, cuja consolidação se deu ao longo
das décadas finais do século XX;
2) Marco filosófico: O pós-positivismo, com a centralidade dos direitos fundamentais e a reaproximação
entre Direito e ética; e
3) Marco teórico: o conjunto de mudanças que incluem a força normativa da Constituição, a expansão
da jurisdição constitucional e o desenvolvimento de uma nova dogmática da interpretação
constitucional.

CARACTERÍSTICAS DO NEOCONSTITUCIONALISMO:

1) BUSCA EFICÁCIA DA CF E CONCRETIZAÇÃO DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS;

2) PÓS-POSITIVISMO: O positivismo tinha permitido barbáries com base na lei. Veio, então, o pós-
positivismo (o direito deve ter um conteúdo moral, vai além da legalidade estrita. Não basta apenas
respeitar a lei, tem que observar os princípios da moralidade e da finalidade pública).

3) NORMATIVIDADE DA CONSTITUIÇÃO: A Constituição Federal era documento político. Com o


neoconstitucionalismo, passa a ser documento JURÍDICO, com força vinculante

4) FORÇA NORMATIVA DA CONSTITUIÇÃO: as normas constitucionais têm aplicabilidade direta (co


nforme sua densidade jurídica), os direitos irradiam da CF.

5) CENTRALIDADE DA CONSTITUIÇÃO: A CF é o epicentro do ordenamento jurídico. Tem supremacia


formal e material. Consequências:

o Constitucionalização do direito: normas de outros ramos do direito estão na Constituição


Federal e há releitura dos institutos previstos na legislação infraconstitucional à luz da
Constituição.
o Filtragem constitucional: há interpretação da lei à luz da Constituição Federal. Segundo a
interpretação conforme a CF, passa a lei no filtro da CF para extrair seu sentido
constitucional. Para Luiz Roberto Barroso, toda interpretação jurídica é uma interpretação
constitucional.

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6) REMATERIALIZAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES: Surgem Constituições prolixas, com extenso rol de


direitos fundamentais.

7) MAIOR ABERTURA NA INTERPRETAÇÃO: Os princípios deixam de ser meras diretrizes e passam a ser
espécies de norma;

8) FORTALECIMENTO DO JUDICIÁRIO: O Judiciário irá garantir a supremacia da Constituição Federal. É


o ativismo judicial, postura mais ativa do Judiciário na implementação dos direitos. O Judiciário passa
a atuar como legislador positivo.

5. APLICABILIDADE DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS

Segundo o Doutrinador José Afonso da Silva, as normas Constitucionais podem possuir eficácia plena,
contida ou limitada:

• Normas Constitucionais de eficácia plena: são as que não necessitam de complementação para que
possam produzir efeitos, tais normas possuem aplicabilidade imediata e integral; São normas que
reúnem todos os elementos necessários para a produção de todos os efeitos jurídicos imediatos
• Normas constitucionais de eficácia contida (ou prospectiva): são normas que também possuem
aplicabilidade imediata e integral, por não necessitarem de complementação, no entanto podem ter
sua abrangência reduzida por norma infraconstitucional.
Exemplos: os artigos: 5º, incisos XIII (sobre a regulamentação de profissões) e VIII (escusa de
consciência),

Art. 5º, XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas
as qualificações profissionais que a lei estabelecer;
Art. 5º, VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de
convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal
a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;

JÁ CAIU EM PROVA
(VUNESP - 2015 - PC-CE - Inspetor de Polícia) A Constituição Federal estabelece, em seu artigo 5
o , inc. LVIII, que “o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo
nas hipóteses previstas em lei”. Acerca dessa norma, é correto afirmar que tem aplicação
imediata e eficácia contida. [CERTO]
(CESPE - 2018 - PC-MA – Escrivão) - O art. 5.° , inciso XIII, da Constituição Federal de 1988 (CF)
assegura ser livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as
qualificações profissionais que a lei estabelecer. Com base nisso, o Estatuto da Ordem dos
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SEMANA 01/12

Advogados do Brasil estabelece que, para exercer a advocacia, é necessária a aprovação no


exame de ordem. A norma constitucional mencionada, portanto, é de eficácia contida.

• Normas Constitucionais de eficácia Limitada: são normas que necessitam de integração por norma
infraconstitucional para que possam produzir todos os efeitos jurídicos. São normas que têm
aplicabilidade apenas indireta ou mediata, pois dependem de complementação infraconstitucional
para possuírem aplicabilidade direta.
No entanto, mesmo sem sua regulamentação, tais normas produzem, mesmo que de forma mínima,
efeitos jurídicos, como o de vincular o legislador.

José Afonso da Silva entende que há dois tipos de normas constitucionais de eficácia limitadas:

a) Normas de princípio institutivo ou organizativo: contém o início ou esquema de


determinado órgão, entidade ou instituição, deixando a efetiva criação e estruturação a
cargo de lei ordinária ou complementar;

Exemplos: art. 18, §2º da CF e art. 25, §3º da CF.

Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil


compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos
autônomos, nos termos desta Constituição.
§ 2º Os Territórios Federais integram a União, e sua criação, transformação em
Estado ou reintegração ao Estado de origem serão reguladas em lei complementar.

Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que


adotarem, observados os princípios desta Constituição.
§ 3º Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiões
metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por
agrupamentos de municípios limítrofes, para integrar a organização, o
planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum.

b) Normas de princípio programático: normas através das quais o constituinte, ao invés de


regular direta e imediatamente determinados interesses, limitou-se a traçar-lhes os
princípios a serem cumpridos pelos seus órgãos. – Tais normas NÃO dispõem de
aplicabilidade imediata, mas possuem carga eficacional, ante o princípio da força
normativa da Constituição.

Exemplos: artigos 196; 205; 217; 218 todos da CF/88.


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Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas
sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos
e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção
e recuperação.
Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será
promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno
desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua
qualificação para o trabalho.
Art. 217. É dever do Estado fomentar práticas desportivas formais e não-formais,
como direito de cada um, observados:
I - a autonomia das entidades desportivas dirigentes e associações, quanto a sua
organização e funcionamento;
II - a destinação de recursos públicos para a promoção prioritária do desporto
educacional e, em casos específicos, para a do desporto de alto rendimento;
III - o tratamento diferenciado para o desporto profissional e o não- profissional;
IV - a proteção e o incentivo às manifestações desportivas de criação nacional.
Art. 218. O Estado promoverá e incentivará o desenvolvimento científico, a
pesquisa, a capacitação científica e tecnológica e a inovação

JÁ CAIU EM PROVA:
(VUNESP - 2018 - PC-BA – Investigador) Sob a ótica da classificação doutrinária e com base na
Constituição Federal brasileira, assinale a alternativa que representa uma norma constitucional
de natureza programática:
A) É garantido o direto de propriedade.
B) É plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter militar.
C) É garantido o direito de herança.
D) A lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu.
E) A ordem social tem como base o primado do trabalho, e como objetivo o bem-estar e a justiça
sociais. [CERTO]

ATENÇÃO - CLASSIFICAÇÃO DE MARIA HELENA DINIZ: a Autora incluiu mais uma espécie na
classificação acima apontada, afirmando a existência de normas constitucionais de eficácia absoluta
ou supereficazes, que são as cláusulas pétreas, ou seja, aquelas normas que não podem ser retiradas
nem mesmo por emenda constitucional.

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QUESTÕES PROPOSTAS

1 - 2021 - FGV - PC-RJ - FGV - 2021 - PC-RJ - Inspetor de Polícia Civil


Nos termos do Art. 26, I, da Constituição da República de 1988, estão incluídos entre os bens dos Estados “as
águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em depósito, ressalvadas, neste caso, na forma
da lei, as decorrentes de obras da União”.
Esse preceito constitucional dá origem a uma norma de eficácia:

A-plena e aplicabilidade diferida;


B-limitada e princípio institutivo;
C-plena e aplicabilidade imediata;
D-contida e aplicabilidade imediata;
E-limitada e princípio programático.

2 - 2021 - IDECAN - PC-CE - IDECAN - 2021 - PC-CE - Inspetor de Polícia Civil


A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:
I. de um terço, no mínimo, dos membros do Senado Federal; II. de mais da metade das Assembleias
Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria absoluta de seus
membros; III. de Ministro de Estado; IV. por iniciativa popular; V. do Presidente da República.
Analise os itens acima e assinale

A-se apenas os itens I e III estiverem corretos.


B-se apenas os itens II e IV estiverem corretos.
C-se apenas os itens II e V estiverem corretos.
D-se apenas os itens I e V estiverem corretos.
E-se apenas os itens I e IV estiverem corretos.

3 - 2021 - IDECAN - PC-CE - IDECAN - 2021 - PC-CE - Inspetor de Polícia Civil


De acordo com o conteúdo, a forma, o modo de elaboração e a origem, a Constituição da República
Federativa do Brasil de 1988 é corretamente ser classificada como

A-material, escrita, histórica e democrática.


B-formal, escrita, dogmática e democrática.
C-formal, consuetudinária, histórica e outorgada.
D-material, costumeira, dogmática e democrática.
E-formal, escrita, histórica e democrática.

4 - 2021 - IDECAN - PC-CE - IDECAN - 2021 - PC-CE - Escrivão de Polícia Civil


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O art. 20, IX, da Constituição prevê que os recursos minerais, inclusive os do subsolo, são bens da União. Essa
norma constitucional é classificada como norma

A-de eficácia contida.


B-de eficácia plena.
C-programática.
D-de eficácia limitada.
E-de princípio institutivo.

5- 2021 - IDECAN - PC-CE - IDECAN - 2021 - PC-CE - Escrivão de Polícia Civil


Qual matéria pode ser objeto de emenda constitucional?

A-O voto direto.


B-O voto secreto.
C-O voto universal.
D-O voto periódico.
E-O voto facultativo.

6 - 2021 - CESPE / CEBRASPE - PC-DF - CESPE / CEBRASPE - 2021 - PC-DF - Escrivão de Polícia da Carreira
de Polícia Civil do Distrito Federal
Por meio da Política Nacional de Direitos Humanos do Brasil surgiu o Programa Nacional de Direitos
Humanos, que traz propostas para temas de debate nacional. O Programa também visa fazer com que todos
os estados da Federação protejam os direitos humanos inseridos na Constituição Federal e nos tratados
internacionais de que o Brasil é signatário.
Considerando a Política Nacional de Direitos Humanos, a Constituição Federal e os tratados internacionais
de direitos humanos, julgue o item a seguir.
Segundo a Constituição Federal, a equiparação dos tratados internacionais de direitos humanos às emendas
constitucionais depende de aprovação da maioria simples dos membros de cada casa do Congresso Nacional,
em turno único.

Certo
Errado

7 - 2019 - INSTITUTO AOCP - PC-ES - INSTITUTO AOCP - 2019 - PC-ES - Escrivão de Polícia
O Poder Constituinte é a manifestação soberana da suprema vontade política de um povo, social e
juridicamente organizado. A respeito do Poder Constituinte, é correto afirmar que

A-o Poder Constituinte derivado não está preso a limites formais.


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B-o Poder Constituinte originário está previsto e regulado no texto da própria Constituição.
C-o Poder Constituinte derivado pode se manifestar na criação de um novo Estado ou na refundição de um
Estado.
D-o Poder Constituinte originário pode ser reformador ou revisor
E-o Poder Constituinte originário é permanente, eis que não se esgota no momento do seu exercício,
podendo ser convocado a qualquer momento pelo povo.

8 - 2018 - VUNESP - PC-BA - VUNESP - 2018 - PC-BA - Investigador de Polícia


Imagine que 1/3 (um terço) dos membros da Câmara dos Deputados apresentou proposta de Emenda
Constitucional com o objetivo de alterar o voto popular de secreto para aberto. Nesse caso, é correto afirmar
que a proposta é

A-inconstitucional sob o prisma formal, pois a legitimidade para apresentação de proposta de emenda
constitucional só pode ser apresentada por 1/3 (um terço) dos membros do Congresso Nacional, e não
apenas de uma das casas.
B-inconstitucional sob o prisma formal, pois a legitimidade para apresentação de proposta de Emenda
Constitucional é reservada ao Senado, na qualidade de representante dos Estados Membros.
C-inconstitucional sob o prisma material, pois a Constituição não poderá ser emendada para abolição do voto
secreto.
D-constitucional, tanto sob o prisma formal como o material, já que a Constituição assegura apenas o voto
direto, universal e periódico.
E-constitucional, tanto sob o prisma formal como o material, já que a Constituição não assegura o voto e a
forma de seu exercício como cláusula imutável.

9 - 2018 - VUNESP - PC-BA - VUNESP - 2018 - PC-BA - Investigador de Polícia


Sob a ótica da classificação doutrinária e com base na Constituição Federal brasileira, assinale a alternativa
que representa uma norma constitucional de natureza programática.

A-É garantido o direto de propriedade.


B-É plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter militar.
C-É garantido o direito de herança.
D-A lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu.
E-A ordem social tem como base o primado do trabalho, e como objetivo o bem-estar e a justiça sociais.

10 - 2018 - FUNDATEC - PC-RS - FUNDATEC - 2018 - PC-RS - Escrivão e de Inspetor de Polícia - Tarde
Segundo a doutrina de Luís Roberto Barroso, no seu livro “Curso de Direito Constitucional Contemporâneo:
os conceitos fundamentais e a construção do novo modelo”, os princípios constitucionais gerais são
especificações dos princípios fundamentais e, por seu menor grau de abstração, prestam-se mais facilmente
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SEMANA 01/12

à tutela direta e imediata das situações jurídicas que contemplam. Considerando esse contexto, assinale a
alternativa que NÃO representa um desses princípios constitucionais gerais, segundo o citado autor.

A-Isonomia.
B-Devido processo legal.
C-Segurança jurídica.
D-Princípio republicano.
E-Princípio da razoabilidade.

11 - 2018 - CESPE / CEBRASPE - PC-MA - CESPE - 2018 - PC-MA - Escrivão de Polícia Civil
O art. 5.° , inciso XIII, da Constituição Federal de 1988 (CF) assegura ser livre o exercício de qualquer trabalho,
ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer. Com base nisso, o Estatuto
da Ordem dos Advogados do Brasil estabelece que, para exercer a advocacia, é necessária a aprovação no
exame de ordem. A norma constitucional mencionada, portanto, é de eficácia

A-contida.
B-programática.
C-plena.
D-limitada.
E-diferida.

12 - 2016 - FUNCAB - PC-PA - FUNCAB - 2016 - PC-PA - Investigador de Policia Civil


“A emenda é a modificação de certos pontos, cuja estabilidade o legislador constituinte não considerou tão
grande como outros mais valiosos, se bem que submetida a obstáculos e formalidades mais difíceis que os
exigidos para alteração das leis ordinárias.” (SILVA, José Afonso da, Curso de Direito Constitucional Positivo.
25a edição, São Paulo, Malheiros, 2005, p.132). Marque assertiva correta de acordo com o processo
legislativo de elaboração de emenda à Constituição Federal.

A-A Constituição não poderá ser emendada apenas na vigência de intervenção federal e de estado de defesa.
B-A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada poderá ser objeto de
nova proposta na mesma sessão legislativa.
C-A Constituição poderá ser emendada mediante proposta de um terço das Assembleias Legislativas das
unidades da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros.
D-A proposta de Emenda à Constituição será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em
dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, dois quintos dos votos dos respectivos
membros.
E-Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir a forma federativa de Estado.

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AGENTE E ESCRIVÃO DE POLÍCIA

SEMANA 01/12

13 - 2016 - FUNCAB - PC-PA - FUNCAB - 2016 - PC-PA - Escrivão de Polícia Civil


“A emenda é a modificação de certos pontos, cuja estabilidade o legislador constituinte não considerou tão
grande como outros mais valiosos, se bem que submetida a obstáculos e formalidades mais difíceis que os
exigidos para alteração das leis ordinárias.” (SILVA, José Afonso da, Curso de Direito Constitucional Positivo.
25ª edição, São Paulo, Malheiros, 2005, p.132). Marque assertiva correta de acordo com o processo
legislativo de elaboração de emenda à Constituição Federal.

A-Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir a forma federativa de Estado.
B-A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada poderá ser objeto de
nova proposta na mesma sessão legislativa.
C-A proposta de Emenda à Constituição será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em
dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, dois quintos dos votos dos respectivos
membros.
D-A Constituição não poderá ser emendada apenas na vigência de intervenção federal e de estado de defesa.
E-A Constituição poderá ser emendada mediante proposta de um terço das Assembleias Legislativas das
unidades da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros.

14 - 2016 - CESPE / CEBRASPE - PC-PE - CESPE - 2016 - PC-PE - Escrivão de Polícia Civil
Quanto ao grau de aplicabilidade das normas constitucionais, as normas no texto constitucional classificam-
se conforme seu grau de eficácia. Segundo a classificação doutrinária, a norma constitucional segundo a qual
é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei
estabelecer é classificada como norma constitucional

A-de eficácia limitada.


B-diferida ou programática.
C-de eficácia exaurida.
D-de eficácia plena.
E-de eficácia contida.

15 - 2016 - CESPE / CEBRASPE - PC-PE - CESPE - 2016 - PC-PE - Agente de Polícia


Considerando as disposições da CF, é correto afirmar que a norma constitucional segundo a qual

A-a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito nem a coisa julgada é de eficácia limitada e
aplicabilidade direta.
B-ninguém será privado de liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal é de eficácia plena e
aplicabilidade imediata.
C-é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a
lei estabelecer é de eficácia plena e de aplicabilidade imediata.
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SEMANA 01/12

D-é direito dos trabalhadores urbanos e rurais a proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante
incentivos específicos, nos termos da lei, é de eficácia plena e aplicabilidade imediata.
E-ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante é de eficácia contida e
aplicabilidade não integral.

16 - 2016 - CESPE / CEBRASPE - PC-PE - CESPE - 2016 - PC-PE - Agente de Polícia


Assinale a opção correta a respeito da Constituição Federal de 1988 (CF) e dos poderes constituintes.

A-O poder constituinte originário, que elaborou a CF, é essencialmente político, extrajurídico, sem limites
formais, e esgotou-se com a promulgação da CF.
B-A CF é uma constituição promulgada, oriunda da atuação do poder constituinte derivado, uma vez que a
assembleia nacional constituinte foi convocada por emenda à Constituição anterior.
C-Da elaboração da CF, que é uma constituição promulgada, participaram cidadãos que, nessa condição,
votaram diversos de seus dispositivos na própria assembleia nacional constituinte.
D-A CF pode ser modificada pela atuação de poder constituinte derivado, obedecidas as normas nela
inseridas pelo poder constituinte originário.
E-A CF pode ser modificada pela atuação de poder constituinte decorrente, obedecidas as normas nela
inseridas pelo poder constituinte originário.

17- 2015 - VUNESP - PC-CE - VUNESP - 2015 - PC-CE - Inspetor de Polícia Civil de 1a Classe
Sobre a emenda à Constituição Federal, é correto afirmar que

A-pode ser proposta por iniciativa do Procurador-Geral da República.


B-a matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser objeto de
nova proposta na mesma sessão legislativa.
C-a vigência de intervenção federal não impede que a Constituição seja emendada.
D-a matéria constante de proposta de emenda rejeitada somente poderá constituir objeto de nova
apresentação, na mesma sessão legislativa, mediante proposta de dois terços dos membros de qualquer das
Casas do Congresso Nacional.
E-pode ser proposta por iniciativa de qualquer membro da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal.

18 - 2015 - VUNESP - PC-CE - VUNESP - 2015 - PC-CE - Inspetor de Polícia Civil de 1a Classe
A Constituição Federal estabelece, em seu artigo 5 o , inc. LVIII, que “o civilmente identificado não será
submetido a identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei”. Acerca dessa norma, é correto
afirmar que

A-tem aplicação mediata e eficácia limitada.


B-tem aplicação imediata e eficácia plena
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SEMANA 01/12

C-tem aplicação mediata e eficácia plena.


D-tem aplicação imediata e eficácia contida.
E-tem aplicação imediata e eficácia limitada

19 - 2014 - IBFC - PC-RJ - IBFC - 2014 - PC-RJ - Papiloscopista Policial de 3ª Classe


O Supremo Tribunal Federal editou a Súmula Vinculante nº 25, reconhecendo como ilícita a prisão do
depositário infiel, qualquer que seja a modalidade do depósito. No julgamento, o STF considerou que o artigo
5º, inciso XLVII, da Constituição Federal perdeu aplicação prática, uma vez que a prisão nesse caso não
decorre do texto constitucional, mas de norma infraconstitucional, que lhe dava aplicação prática.
Considerando que esta norma contraria tratado internacional de direitos humanos, de natureza supralegal,
não há como persistir com a referida modalidade de prisão civil no ordenamento jurídico. Desta forma, pode-
se dizer que o STF entendeu que o artigo 5º, inciso XLVII, da Constituição Federal é uma norma de:

A-Eficácia plena.
B-Eficácia contida.
C-Eficácia limitada de princípio programático.
D-Eficácia limitada de princípio institutivo.
E-Eficácia exaurida.

20 - 2014 -IBFC -PC-SE -IBFC - 2014 - PC-SE - Agente de Polícia Judiciária - Substituto
No que diz respeito às emendas à Constituição, existem algumas limitações materiais e circunstancias em
que o texto constitucional não poderá ser emendado. A respeito do tema, assinale a alternativa INCORRETA:

A-A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, de estado de defesa ou de
estado de sítio.
B-A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser objeto de
nova proposta na mesma sessão legislativa.
C-A Constituição poderá ser emendada mediante proposta de mais da metade das Assembléias Legislativas
das unidades da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros.
D-É vedada a proposta de emenda tendente a abolir voto direto, secreto, obrigatório, universal e periódico.

Respostas1

1
1: D 2: D 3: B 4: B 5: E 6: E 7: E 8: C 9: E 10: D 11: A 12: E 13: A 14: E 15: B 16: D 17: B 18: D 19: B 20: D
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SEMANA 01/12

DIREITO CONSTITUCIONAL: DA NACIONALIDADE

TODOS OS ARTIGOS
CF/88
⦁ Art. 12 (leitura completa)
⦁ Art. 13 (leitura completa)
ARTIGOS MAIS IMPORTANTES – NÃO PODEM DEIXAR DE LER

CF/88
⦁ Art. 12, I e II
⦁ Art. 12, §3º, §4º

1. NACIONALIDADE

Nacionalidade é o vínculo jurídico-político de direito público interno, que faz da pessoa


um dos elementos
componentes da dimensão do Estado. Cada Estado é livre para dizer quais são os seus nacionais.
Serão nacionais de um Estado, portanto, aqueles que o seu Direito definir como tais; os
demais serão estrangeiros: todos aqueles que não são tidos por nacionais em um determinado Estado são,
perante ele, estrangeiros.
Nação é o agrupamento humano cujos membros, fixados num território, são ligados por laços
históricos,
culturais, econômicos e linguísticos; o fato de possuírem as mesmas tradições e costumes, bem como a
consciência coletiva dão os contornos ao conceito de nação.
Povo é o conjunto de pessoas que fazem parte de um Estado, é o elemento humano do Estado,
ligado a
este pelo vínculo da nacionalidade.
População é conceito meramente demográfico, mais amplo que o conceito de povo, utilizado para
designar
o conjunto de residentes de um território, quer sejam nacionais, quer sejam estrangeiros.
Nacionais são todos aqueles que o Direito de um Estado define como tais, são todos aqueles que se
encontram presos ao Estado por um vínculo jurídico que os qualifica como seus integrantes.
Cidadão é conceito restrito, para designar os nac10nais (natos ou naturalizados) no gozo dos
direitos
políticos e participantes da vida do Estado.
Estrangeiros são todos aqueles que não são tidos por nacionais, em relação a um determinado
Estado,

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SEMANA 01/12

isto é, as pessoas a que o Direito do Estado não atribuiu a qualidade de nacionais.


Polipátrida é aquele que possui mais de uma nacionalidade, em razão de o seu nascimento o
enquadrar
em distintas regras de aquisição de nacionalidade. Dois ou mais Estados reconhecem uma determinada
pessoa como seu nacional, dando origem à multinacionalidade. Essa situação ocorre, por exemplo, com os
filhos oriundos de Estado que adota o critério ius sanguinis (nacionalidade determinada pela ascendência),
quando nascem em um Estado que acolhe o critério ius solis (nacionalidade determinada pelo local do
nascimento).
Situação de polipátrida ocorre com os filhos de italianos nascido no Brasil. Como o Brasil adota o
critério do ius solis, os filhos de italianos aqui nascidos, desde que seus pais não estejam a serviço da Itália,
adquirirão de pronto, necessária e automaticamente, a nacionalidade brasileira. Como a Itália adota o critério
ius sanguinis, os filhos de italianos, nascidos onde quer que seja, são, para aquele país, italianos. Logo, os
filhos de italianos nascidos no Brasil adquirem, por força da legislação italiana, dupla nacionalidade. Apátrida
("sem pátria" ou heimatlos) é aquele que, dada a circunstância de seu nascimento, não adquire
nacionalidade, por não se enquadrar em nenhum critério estatal que lhe atribua nacionalidade.
É o que ocorre, em princípio, com um filho de brasileiro nascido na Itália, se seus pais não estiverem
a serviço do Brasil. Não será ele italiano, porque a Itália adota o critério ius sanguinis, segundo o qual somente
será italiano o descendente de italiano. Por outro lado, não será brasileiro, porque, como o Brasil adota o
critério ius solis, ninguém será considerado automaticamente brasileiro pelo simples fato de ter pais
brasileiros, se nascido em outro Estado.
Critérios de atribuição de nacionalidade:
São dois os critérios para a atribuição da nacionalidade primária, ambos partindo do nascimento da
pessoa: o de origem sanguínea - ius sanguinis – e o de origem territorial - ius solis.

O critério ius sanguinis funda-se no vínculo do sangue, segundo o qual será nacional todo aquele
que for filho de nacionais, independentemente do local de nascimento.
O critério ius solis atribui a nacionalidade a quem nasce no território do Estado que o adota,
independentemente da nacionalidade dos ascendentes.

A Constituição Federal de 1988 adotou, como regra, o critério ius solis, admitindo, porém, ligeiras
atenuações. Portanto, no Brasil, não só o critério ius solis determina a nacionalidade; existem situações de
preponderância do critério ius sanguinis.

1.1 Espécies de Nacionalidade

1.1.1 Originária

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AGENTE E ESCRIVÃO DE POLÍCIA

SEMANA 01/12

A nacionalidade primária resulta de fato natural (nascimento), a partir do qual, de acordo com os
critérios adotados pelo Estado (sanguíneos ou territoriais), será estabelecida. Cuida-se de aquisição
involuntária de nacionalidade, decorrente do simples nascimento ligado a um critério estabelecido pelo
Estado.

Brasileiros natos (aquisição originária)


São brasileiros natos:

1) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes
não estejam a serviço de seu país;
Nessa hipótese, adotou a Constituição o critério ius solis (origem territorial), considerando nato
aquele nascido no território brasileiro, independentemente da nacionalidade dos ascendentes.
A Constituição, porém, estabelece uma exceção ao critério ius solis, excluindo da nacionalidade
brasileira os filhos de pais estrangeiros que estejam a serviço de seu país.

CAIU EM PROVA RECENTE:


INSTITUTO AOCP - 2021 - PC-PA - Escrivão de Polícia Civil
Helena e seu marido Diego são espanhóis e vieram passar suas férias no Brasil. Ela estava grávida
e teve seu parto durante suas férias no Brasil, nascendo sua filha Isabel em território brasileiro.
Um mês após o parto, os três retornaram para a Espanha.
Isabel é considerada brasileira nata pelo fato de ter nascido no Brasil, mesmo com os pais
estrangeiros, já que estes não estavam a serviço de seu país de origem. (correta)

São dois, portanto, os requisitos para o afastamento do critério ius solis:


(i) ambos os pais estrangeiros; (ii) pelo menos um deles estar a serviço de seu país de origem (se aqui
estiverem a passeio, ou a serviço de empresa privada, ou de outro país que não o seu de origem, o
filho aqui nascido será brasileiro nato).

2) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja
a serviço da República Federativa do Brasil;
Nessa hipótese, o legislador constituinte adotou o critério ius sanguinis, combinado com um requisito
adicional, qual seja, a necessidade de que o pai ou a mãe brasileira (ou ambos, evidentemente), natos ou
naturalizados, estejam a serviço da República Federativa do Brasil (critério funcional).
São dois, portanto, os requisitos: (i) ser filho de pai brasileiro ou mãe brasileira; (ii) o pai ou a mãe
(ou ambos) devem estar a serviço da República Federativa do Brasil, abrangendo qualquer serviço público
prestado pelos órgãos e entidades da Administração Direta ou Indireta da União, dos estados, do Distrito
Federal ou dos municípios.

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SEMANA 01/12

CAIU EM PROVA RECENTE:


CESPE / CEBRASPE - 2021 - PC-AL - Agente de Polícia
Apenas após processo judicial no qual seja homologada a opção, será considerada brasileira nata
a pessoa que, nascida no estrangeiro, seja filha de pai brasileiro ou mãe brasileira que esteja a
serviço do Brasil.
R.: Errada. Atenção para o termo “a serviço”, nessa condição (ambos os pais ou qualquer deles)
não há quaisquer exigências (processo judicial) para que o filho seja considerado brasileiro nato,
conforme art. 12, I, b da CF.

3) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados
em repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em
qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira.

Essa hipótese de aquisição originária da nacionalidade brasileira, constante do art. 12, inciso I, alínea
"c", sofreu duas modificações em seu regramento constitucional inicial, estabelecido pela Assembleia
Nacional Constituinte, em 1988. Essa hipótese aplica-se àquele que tenha nascido no estrangeiro, de pai
brasileiro ou mãe brasileira, quando estes - pai brasileiro e mãe brasileira -não estejam a serviço do Brasil
(caso estivessem, o filho seria, de pronto, brasileiro nato, por enquadramento na hipótese precedente).
Percebe-se que há duas possibilidades distintas de aquisição de nacionalidade com base nesse art.
12, I, "c", da Constituição, em sua redação atual (assim como havia pela redação originária):
(a) registro em repartição brasileira; e (b) vir o nascido no estrangeiro residir no Brasil e
optar, quando atingida a maioridade.
A segunda possibilidade é hipótese de nacionalidade originária potestativa, uma vez que,
manifestada a opção, não se pode recusar o reconhecimento da nacionalidade ao interessado. É ato que
depende exclusivamente da vontade do interessado.
Anote-se que ambas as possibilidades são fundadas no critério ius sanguinis, exigindo-se, porém,
alternativamente:
a) o registro em repartição brasileira competente; ou
b) a residência no território brasileiro e, uma vez adquirida a maioridade, expressa opção pela
nacionalidade brasileira.
Na primeira situação - registro em repartição brasileira competente-, o mero registro já assegura, por
si só, a nacionalidade brasileira.
Na segunda possibilidade, são dois os requisitos para a aquisição da nacionalidade brasileira: (a) vir
o nascido no estrangeiro a residir no Brasil, a qualquer tempo; (b) depois de atingida a maioridade, efetuar a
opção, em qualquer tempo, pela nacionalidade brasileira.
A respeito dessa segunda possibilidade de aquisição da nacionalidade - aquisição potestativa (que já
existia no texto originário de 1988 e não foi suprimida pela ECR 3/1994) -, o Supremo Tribunal Federal firmou
entendimento de que, embora seja potestativa, sua forma não é livre: a opção há de ser feita em juízo, em
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SEMANA 01/12

processo de jurisdição voluntária, que finda com a sentença que homologa a opção e lhe determina a
transcrição, uma vez acertados os requisitos objetivos e subjetivos dela.
Desse modo, enquanto pendente o reconhecimento judicial da opção pela nacionalidade brasileira,
não se pode considerar o optante brasileiro nato, cuidando-se, portanto, de condição suspensiva, sem
prejuízo - como é próprio das condições suspensivas -, de gerar efeitos ex tunc, uma vez realizada.
Por fim, deve-se frisar que o texto constitucional só permite a manifestação pela opção da
nacionalidade brasileira depois de alcançada a maioridade.
E que a opção, por decorrer da vontade, tem caráter personalíssimo. Exige-se, então, que o optante
tenha capacidade plena para manifestar a sua vontade, capacidade que se adquire com a maioridade. Logo,
no caso de o nascido no estrangeiro, de pai brasileiro ou de mãe brasileira, vir a residir no Brasil, ainda menor,
passa, desde logo, a ser considerado brasileiro nato, mas estará sujeita essa nacionalidade à ulterior
manifestação da vontade do interessado, mediante a opção, depois de atingida a maioridade. Atingida a
maioridade, enquanto não manifestada a opção, esta passa a constituir-se em condição suspensiva da
nacionalidade brasileira.
Dessarte, o menor, nascido no estrangeiro, de pai brasileiro ou de mãe brasileira, que venha residir
no Brasil ainda menor, será, durante a menoridade, considerado brasileiro nato, sem restrições, porque ele,
enquanto for menor, não tem como efetuar a opção. Assim que ele atingir a maioridade, passa a estar
suspensa a sua condição de brasileiro nato, ou seja, a partir da data em que atingiu a maioridade, enquanto
ele não manifestar a sua vontade, não será considerado brasileiro nato.

1.1.2 Secundária

A nacionalidade secundária é a que se adquire por ato volitivo, depois do nascimento (em
regra, pela naturalização). Cuida-se de aquisição voluntária de nacionalidade, resultante da
manifestação de um ato de vontade.

• NACIONALIDADE TÁCITA:
Costuma ser adotada quando o número de nacionais é menor do que o desejado. A naturalização
tácita é aquela adquirida independentemente de manifestação expressa do naturalizando, por força
das regras jurídicas de nacionalização adotadas por determinado Estado. NÃO está prevista na
CF/88.

• Aquisição de NACIONALIDADE JURIMATRIMONI, ou seja, aquisição da nacionalidade brasileira em


razão do casamento. É aquele resultado imediato, direto, do casamento civil. O STF já se manifestou
recorrentemente na sua jurisprudência, no sentido de que no Brasil não existe esse tipo de aquisição
de nacionalidade.

• NACIONALIDADE SECUNDÁRIA EXPRESSA:


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SEMANA 01/12

A naturalização expressa depende de requerimento do interessado, demonstrando sua intenção de


adquirir nova nacionalidade. A Constituição Federal só contempla hipóteses de naturalização expressa,
sempre dependente de manifestação de vontade expressa do interessado.
EXTRAORDINÁRIA: Cria direito público subjetivo, sendo o ato de concessão vinculado. Previsto, no
art. 12, II, “b”, da CF, exige a residência por 15 anos ininterruptos no país, sem condenação criminal.
ORDINÁRIA: A sua concessão é ato discricionário. Art. 12, II, “a”, da CF/88.

Brasileiros naturalizados (aquisição secundária)


A Constituição Federal prevê a aquisição da nacionalidade secundária por meio da naturalização,
sempre mediante manifestação de vontade do interessado.
Em regra, não há direito subjetivo à obtenção da naturalização: a plena satisfação das condições e dos
requisitos não assegura ao estrangeiro o direito à nacionalização, visto que a concessão da nacionalidade
brasileira é ato de soberania nacional, discricionário do Chefe do Poder Executivo.

São brasileiros naturalizados:

1) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de países de língua
portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral (naturalização ordinária);
Nessa hipótese (naturalização ordinária), é concedida a naturalização aos estrangeiros, residentes no país,
que cumpram os requisitos previstos na lei brasileira de naturalização (capacidade civil de acordo com a lei
brasileira; visto permanente no país; saber ler e escrever em português; exercício de profissão etc.).
No caso dos estrangeiros originários de países de língua portuguesa (Portugal, Angola, Moçambique,
Guiné Bissau, Açores, Cabo Verde, Príncipe, Goa, Macau e Timor Leste), somente são exigidos dois requisitos:
(i) residência no Brasil por um ano ininterrupto; (ii) idoneidade moral.
Em suma, podemos afirmar que a naturalização ordinária ocorre em duas hipóteses:

I) no caso dos estrangeiros originários de países de língua portuguesa, exigem- se apenas: (i)
residência por um ano ininterrupto; e (ii) idoneidade moral;
II) já para os estrangeiros não originários de países de língua portuguesa a naturalização ordinária
ocorrerá conforme dispuser a lei.
A principal característica da naturalização ordinária é que ela é discricionária.
Ou seja, ainda que tenha cumprido os requisitos, o interessado não dispõe de direito subjetivo à
aquisição da nacionalidade brasileira, uma vez que a concessão dependerá de avaliação de conveniência e
oportunidade do Chefe do Poder Executivo.

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SEMANA 01/12

ATENÇÃO – QUASE NACIONALIDADE: Aplicável aos portugueses, conforme Art. 12, § 1º da CF,
desde que haja reciprocidade em favor dos brasileiros. O português, sem precisar passar pelo processo de
naturalização, pode exercer os direitos inerentes aos brasileiros naturalizados, desde que resida
permanente no país.

2) os estrangeiros de qualquer nacionalidade residentes na República Federativa do Brasil há mais


de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira
(naturalização extraordinária).
São três os requisitos para aquisição da naturalização extraordinária:
(i) residência ininterrupta no Brasil há mais de quinze anos;
(ii) ausência de condenação penal;
(iii) requerimento do interessado.
Nessa espécie de naturalização, ao contrário da ordinária, não há discricionariedade para o Chefe do
Poder Executivo, tendo o interessado direito subjetivo à nacionalidade brasileira, desde que preenchidos os
pressupostos. Cumpridos os quinze anos de residência no Brasil sem condenação penal, efetivado o
requerimento, o Chefe do Poder Executivo não pode negar a naturalização.

1.2 Perda de Nacionalidade

A Constituição arrola situações nas quais haverá perda da nacionalidade brasileira no art. 12, § 4.º.
As hipóteses só podem ser previstas pela Constituição Federal, sendo vedada a ampliação de tais
hipóteses pelo legislador ordinário.
A Constituição arrola as seguintes formas de perda da nacionalidade:
a) Perda-punição – Cancelamento da naturalização por sentença judicial, o que só ocorrerá em
virtude da atividade nociva ao interesse nacional (art. 12, § 4.º, I).
Pela própria redação, já se nota que esta é mais uma distinção entre brasileiro nato e naturalizado, vez
que somente a este é aplicável o dispositivo.
Pela lei, o oferecimento da denúncia cabe ao Ministério Público Federal, e a decisão que concluir pelo
cancelamento da naturalização produzirá efeitos não retroativos (ex nunc).

CAIU EM PROVA RECENTE:


CESPE / CEBRASPE - 2021 - PC-AL - Escrivão de Polícia
Perderá a nacionalidade o brasileiro cuja naturalização for cancelada, por decisão judicial ou
administrativa, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional.
R.: Errada. Atenção para o detalhe no art. 12, § 4.º, I da CF, o cancelamento somente se dá por
sentença judicial.

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SEMANA 01/12

b) Perda-mudança – O Brasil adota a teoria da nacionalidade única. Nestes termos, perde a condição
de brasileiro, seja nata ou decorrente de naturalização, o nacional que adquirir outra nacionalidade (art.
12, § 4.º, II).
Tal previsão encontra-se no art. 1.º da Convenção sobre Nacionalidade, de Montevidéu, de 1933: “A
naturalização perante as autoridades competentes de qualquer dos países signatários implica a perda da
nacionalidade de origem”.

Há duas exceções constitucionais à nacionalidade única. A EC de revisão 3/1994 passou a


admitir duas hipóteses de dupla nacionalidade. São elas:
a) Reconhecimento da nacionalidade originária pela lei estrangeira: Se a pessoa adquiriu
o direito à nacionalidade com o nascimento, poderá acumular a nacionalidade brasileira e outra; v.g.,
Espanha adota o ius sanguinis, assim, filhos de espanhóis nascidos no momento em que os pais
passavam férias no Brasil podem ter dupla nacionalidade (art. 12, I, a, c/co art. 12, § 4.º, II, a);
b) Imposição de naturalização, por norma estrangeira, ao brasileiro residente no Estado estrangeiro,
como condição para sua permanência ou para que possa exercer seus direitos civis: Se brasileiro
que resida em outro país tiver que adotar a nacionalidade daquele Estado para poder permanecer
no território (por motivos profissionais, por exemplo) ou exercer direitos civis (herança, por
exemplo), poderá acumular as nacionalidades.

NA JURISPRUDÊNCIA DO STF:
Se um brasileiro nato que mora nos EUA e possui o green card decidir
adquirir a nacionalidade norte-americana, ele irá perder a nacionalidade
brasileira.
Não se pode afirmar que a presente situação se enquadre na exceção
prevista na alínea “b” do inciso II do § 4º do art. 12 da CF/88. Isso porque,
como ele já tinha o green card, não havia necessidade de ter adquirido a
nacionalidade norte-americana como condição para permanência ou para
o exercício de direitos civis.
O estrangeiro titular de green card já pode morar e trabalhar livremente
nos EUA.
Dessa forma, conclui-se que a aquisição da cidadania americana ocorreu por
livre e espontânea vontade. Vale ressaltar que, perdendo a nacionalidade,
ele perde os direitos e garantias inerentes ao brasileiro nato. Assim, se
cometer um crime nos EUA e fugir para o Brasil, poderá ser extraditado sem
que isso configure ofensa ao art.5º, LI, da CF/88.
STF. 1ª Turma. Ext 1462/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em
28/3/2017

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AGENTE E ESCRIVÃO DE POLÍCIA

SEMANA 01/12

As hipóteses são enumeradas taxativamente pela CF/88, não sendo admitidos acréscimos ou supressões
por lei infraconstitucional, tampouco a renúncia à nacionalidade brasileira:

1.3 Brasileiros Natos X Naturalizados

Embora a CF/88 vede que a lei diferencie brasileiros natos de naturalizados, existem algumas
exceções:

A. EXTRADIÇÃO:

Somente o naturalizado pode ser extraditado, nas seguintes hipóteses:


Prática de crime comum antes da naturalização;
Envolvimento comprovado em tráfico ilícito de entorpecentes em qualquer momento (“na forma da
lei”).

Súmula 421 do STF: Não impede a extradição a circunstância de ser o extraditado


casado com brasileira ou ter filho brasileiro.

Recentemente o STF decidiu que o brasileiro nato que vem a perder sua nacionalidade em razão da
aquisição de outra pode ser extraditado. No caso, uma brasileira, que já tinha o Green card, optou por
naturalizar-se americana. Entendeu o STF que a naturalização não era necessária para o regular exercício
de seus direitos civis, pois o Green card já lhe autorizava a permanecer licitamente em território americano.
Tratando-se de aquisição originária de outra nacionalidade, teve lugar a perda da nacionalidade brasileira
por meio de procedimento administrativo no Ministério da Justiça, podendo a cidadã ser extraditada em caso
de cometimento de crime em outro país. Assim se posicionou o STF no RExt 1462/DF.

B. CARGOS PRIVATIVOS:

Art. 12, § 3º da CF: São cargos privativos de brasileiros natos, assim definidos em
razão da segurança nacional e da defesa da soberania, eis que estão na linha
sucessória do Presidente da República.

São privativos de brasileiro nato os cargos:


• DE PRESIDENTE E VICE-PRESIDENTE DA REPÚBLICA;
• DE PRESIDENTE DA CÂMARA DOS DEPUTADOS;
• DE PRESIDENTE DO SENADO FEDERAL;
• DE MINISTRO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL;
• DA CARREIRA DIPLOMÁTICA;
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SEMANA 01/12

• DE OFICIAL DAS FORÇAS ARMADAS, E,


• DE MINISTRO DE ESTADO DA DEFESA.

Lembre-se do mnemônico: MP3.COM

C. CONSELHO DA REPÚBLICA:

Participam do Conselho da República, além de outros membros, seis cidadãos brasileiros natos,
segundo o art. 89 da CF/88.

D. PERDA DA CONDIÇÃO DE NACIONAL:

Somente o brasileiro naturalizado (nunca o nato) pode perder a condição de nacional, em virtude da
prática de atividade nociva ao interesse nacional.

E. EMPRESA JORNALÍSTICA E DE RADIODIFUSÃO (ART. 222, CAPUT, E §2º, DA CF):

O brasileiro naturalizado não pode ser proprietário e nem responsável editorial de seleção e direção
da programação de empresa de radiodifusão, salvo após 10 anos da naturalização.

CAIU EM PROVA RECENTE:


IDECAN - 2021 - PC-CE - Escrivão de Polícia Civil
É correto afirmar que é privativo de brasileiro nato o cargo
Alternativas

A) de Senador.
B) de Ministro da Justiça.
C) de Delegado da Polícia Federal.
D) de Presidente da Câmara Federal.
E) de Juiz Federal.

R.: letra D.

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SEMANA 01/12

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

- Pedro Lenza. Direito Constitucional Esquematizado - 2021


- Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino – Direito Constitucional Descomplicado – 2020

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SEMANA 01/12

QUESTÕES PROPOSTAS

1 - 2021 - CESPE / CEBRASPE - PC-AL - CESPE / CEBRASPE - 2021 - PC-AL - Agente de Polícia - Prova Anulada

Com base nos dispositivos da Constituição Federal de 1988 (CF) acerca dos direitos e das garantias
fundamentais e da segurança pública, julgue o item subsequente.

Apenas após processo judicial no qual seja homologada a opção, será considerada brasileira nata a pessoa
que, nascida no estrangeiro, seja filha de pai brasileiro ou mãe brasileira que esteja a serviço do Brasil.

Certo
Errado

2 - 2021 - CESPE / CEBRASPE - PC-AL - CESPE / CEBRASPE - 2021 - PC-AL - Escrivão de Polícia - Prova Anulada

Acerca dos direitos sociais, da nacionalidade e dos direitos políticos, julgue o item seguinte.

Perderá a nacionalidade o brasileiro cuja naturalização for cancelada, por decisão judicial ou administrativa,
em virtude de atividade nociva ao interesse nacional.

Certo
Errado

3 - 2021 - IDECAN - PC-CE - IDECAN - 2021 - PC-CE - Escrivão de Polícia Civil

É correto afirmar que é privativo de brasileiro nato o cargo

A-de Senador.
B-de Ministro da Justiça.
C-de Delegado da Polícia Federal.
D-de Presidente da Câmara Federal.
E-de Juiz Federal.

4 - 2021 - CESPE / CEBRASPE - PC-DF - CESPE / CEBRASPE - 2021 - PC-DF - Escrivão de Polícia da Carreira
de Polícia Civil do Distrito Federal

Determinado cidadão norte-americano em férias em Brasília cometeu o crime de homicídio ao fugir da cena
de crime de tráfico ilícito de entorpecentes, supostamente por ele praticado. Após o crime, ele fugiu para o
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AGENTE E ESCRIVÃO DE POLÍCIA

SEMANA 01/12

hotel onde se encontrava hospedado desde que chegou ao Brasil. Cinco minutos após ter adentrado em seu
quarto, a polícia invadiu o local e conseguiu prendê-lo.
Considerando a jurisprudência do STF, julgue o item a seguir, a partir da situação hipotética precedente.
Por não ser residente no Brasil, o referido cidadão norte-americano não poderá suscitar a nulidade de
julgamento por ofensa ao devido processo legal, direito fundamental previsto no art. 5.º da Constituição
Federal de 1988.

Certo
Errado

5 - 2021 - INSTITUTO AOCP - PC-PA - INSTITUTO AOCP - 2021 - PC-PA - Investigador de Polícia Civil

Acerca da nacionalidade tratada na Constituição Federal, assinale a alternativa correta.

A-São brasileiros natos os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros a serviço
de seu país.
B-São brasileiros naturalizados os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos
originários de países de língua portuguesa apenas residência por dois anos ininterruptos e idoneidade moral.
C-Dentre outros, são privativos de brasileiro nato os cargos de carreira diplomática e de oficial das Forças
Armadas.
D-Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que adquirir outra nacionalidade em razão de
reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira.
E-Aos portugueses com residência transitória ou permanente no País, se houver reciprocidade em favor de
brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos na Constituição.

6 - 2021 - INSTITUTO AOCP - PC-PA - INSTITUTO AOCP - 2021 - PC-PA - Escrivão de Polícia Civil

Helena e seu marido Diego são espanhóis e vieram passar suas férias no Brasil. Ela estava grávida e teve seu
parto durante suas férias no Brasil, nascendo sua filha Isabel em território brasileiro. Um mês após o parto,
os três retornaram para a Espanha. Sobre a situação hipotética apresentada, assinale a alternativa correta.

A-Isabel não será brasileira, tendo em vista que seus pais são espanhóis, não possuem vínculos com o Brasil
e não se enquadram nas hipóteses legais acerca da nacionalidade.
B-Isabel poderá ser naturalizada brasileira caso requeira a nacionalidade a qualquer tempo.
C-Isabel somente poderá solicitar a nacionalidade brasileira após atingir a maioridade.
D-Isabel é considerada brasileira nata pelo fato de ter nascido no Brasil, mesmo com os pais estrangeiros, já
que estes não estavam a serviço de seu país de origem.

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E-Isabel poderá requerer a nacionalidade brasileira caso venha a residir no Brasil por pelo menos um ano
ininterrupto.

7- 2021 - CESPE / CEBRASPE - Polícia Federal - CESPE / CEBRASPE - 2021 - Polícia Federal - Escrivão de
Polícia Federal

A polícia foi acionada para atender a um chamado de suspeita de ocorrência de tráfico ilícito de
entorpecentes no interior de determinada sociedade de economia mista federal. Ao chegar ao local, os
policiais verificaram que um dos traficantes era um brasileiro naturalizado.

Considerando essa situação hipotética, julgue o item subsecutivo.

O traficante naturalizado brasileiro não poderá ser extraditado porque o crime foi praticado depois da
naturalização.

Certo
Errado

8 - 2019 - INSTITUTO AOCP - PC-ES - INSTITUTO AOCP - 2019 - PC-ES - Investigador

João, brasileiro nato, após devido processo legal, transitado em julgado, perdeu a nacionalidade brasileira
em razão de ter optado voluntariamente por nacionalidade estrangeira. Anos depois, João retornou ao Brasil
e adquiriu a nacionalidade brasileira por meio da naturalização. De acordo com a Constituição Federal,
assinale qual dos cargos a seguir poderá ser ocupado por João.

A-Ministro do Supremo Tribunal Federal.


B-Oficial das forças armadas.
C-Embaixador.
D-Senador.
E-Ministro de Estado de Defesa.

9 - 2019 - INSTITUTO AOCP - PC-ES - INSTITUTO AOCP - 2019 - PC-ES - Escrivão de Polícia

Tratando-se de direitos e garantias fundamentais, segundo o ordenamento constitucional brasileiro, assinale


a alternativa correta.

A-A idade mínima de trinta e cinco anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal
é uma das condições de elegibilidade previstas na Constituição Federal.
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SEMANA 01/12

B-O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por partido político, ainda que sem representação
no Congresso Nacional.
C-Para fins de reconhecimento da nacionalidade brasileira, a Constituição Federal considera tanto o ius solis
quanto o ius sanguinis.
D-Os direitos e garantias expressos na Constituição Federal excluem outros decorrentes do regime e dos
princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja
parte.
E-É a todos assegurado, mediante o pagamento das respectivas taxas, o direito de petição aos Poderes
Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder.

10 - 2018 - FCC - Câmara Legislativa do Distrito Federal - FCC - 2018 - Câmara Legislativa do Distrito Federal
- Inspetor de Polícia Legislativa

Filomena, professora aposentada, 65 anos de idade, é brasileira naturalizada e possui domicílio eleitoral no
Distrito Federal. Considerando apenas as informações fornecidas, de acordo com a Constituição Federal,
Filomena

A-não poderá ser candidata a Presidente ou Vice-Presidente da República, sendo, para ela, obrigatório o
voto.
B-poderá ser candidata a Presidente ou Vice-Presidente da República, sendo, para ela, facultativo o voto.
C-poderá ser candidata a Governadora do Estado de São Paulo, sendo, para ela, facultativo o voto.
D-não poderá ser candidata a Governadora do Distrito Federal, sendo, para ela, obrigatório o voto.
E-não poderá ser candidata a Presidente ou Vice-Presidente da República, sendo, para ela, facultativo o voto.

11 - 2018 - FCC - Câmara Legislativa do Distrito Federal - FCC - 2018 - Câmara Legislativa do Distrito Federal
- Inspetor de Polícia Legislativa

Hanna, filha de mãe brasileira e pai estrangeiro, nasceu fora do Brasil, enquanto seus pais estavam de férias
no exterior, e não foi registrada em repartição brasileira. Durante parte de sua infância e adolescência, Hanna
viveu em diferentes países e, quando completou quinze anos, veio com sua família para o Brasil para aqui
ficar em definitivo. Já no Brasil, Hanna conheceu Jacinta, uma africana de 35 anos, oriunda de país que tem
o idioma português como oficial, que manifestou a ela o desejo de se tornar brasileira, incentivando Hanna
a fazer o mesmo. Considerando apenas os dados aqui fornecidos, de acordo com a Constituição Federal,
Hanna

A-não será considerada brasileira nata, pois não houve o registro na repartição brasileira quando de seu
nascimento, mas poderá naturalizar-se se cumpridos os requisitos legais para tanto, ao passo que Jacinta

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SEMANA 01/12

poderá naturalizar-se brasileira se comprovar residência ininterrupta por, no mínimo, quinze anos no Brasil
e idoneidade moral, e desde que não tenha condenação à pena de reclusão.
B-não será considerada brasileira nata, pois não houve o registro na repartição brasileira quando de seu
nascimento, mas poderá naturalizar-se se cumpridos os requisitos legais para tanto, ao passo que Jacinta
poderá naturalizar-se brasileira se comprovar residência ininterrupta por, no mínimo, dois anos no Brasil e
idoneidade moral.
C-será considerada brasileira nata se optar, até quatro anos depois de atingida a maioridade, pela
nacionalidade brasileira, ao passo que Jacinta poderá naturalizar-se brasileira se comprovar residência
ininterrupta por, no mínimo, quinze anos no Brasil e idoneidade moral, e desde que não tenha condenação
penal.
D-será considerada brasileira nata se optar, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela
nacionalidade brasileira, ao passo que Jacinta poderá adquirir a nacionalidade brasileira, na forma da lei,
tornando-se brasileira naturalizada se comprovar residência ininterrupta por, no mínimo, um ano no Brasil e
idoneidade moral.
E-será considerada brasileira nata se optar, em qualquer tempo, depois de adquirida a capacidade civil, pela
nacionalidade brasileira, ao passo que Jacinta poderá naturalizar-se brasileira se comprovar residência
ininterrupta por, no mínimo, cinco anos no Brasil e idoneidade moral.

12 - 2018 - COPS-UEL - PC-PR - COPS-UEL - 2018 - PC-PR - Escrivão de Polícia

Sobre a atribuição de direitos inerentes ao cidadão brasileiro, conforme definido na Constituição Federal, e
àqueles de outra nacionalidade, se houver reciprocidade em favor de brasileiros, assinale a alternativa
correta.

A-Poderão ser atribuídos administrativamente aos nacionais de países do Mercosul.


B-Poderão ser atribuídos aos sul-americanos mediante resolução da UNASUL.
C-Serão atribuídos aos africanos por meio de acordo internacional de cooperação.
D-Serão atribuídos aos portugueses com residência permanente no País.
E-Serão atribuídos aos originários de países da América Latina.

13 - 2018 - CESPE / CEBRASPE - Polícia Federal - CESPE - 2018 - Polícia Federal - Escrivão de Polícia Federal

Com relação aos direitos e às garantias fundamentais constitucionalmente assegurados, julgue o item que
segue.
Apesar de o ordenamento jurídico vedar a extradição de brasileiros, brasileiro devidamente naturalizado
poderá ser extraditado se comprovado seu envolvimento com o tráfico ilícito de entorpecentes.

Certo
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SEMANA 01/12

Errado

14 - 2018 - VUNESP - PC-SP - VUNESP - 2018 - PC-SP - Papiloscopista Policial

Nos termos da Constituição Federal de 1988, é correto afirmar que

A-o cargo de oficial de Polícia Militar ou de Bombeiro Militar é privativo de brasileiro nato.
B-o prazo de validade do concurso público será de até três anos, prorrogável uma vez, por igual período.
C-são símbolos da República Federativa do Brasil a bandeira, o hino, as armas e o selo nacionais.
D-às polícias civis incumbem, ressalvada a competência da União, as funções de polícia judiciária e a apuração
de infrações penais, inclusive as militares.
E-são estáveis, após dois anos de efetivo exercício, os servidores nomeados para cargo de provimento
efetivo, em virtude de concurso público.

15 - 2018 - NUCEPE - PC-PI - NUCEPE - 2018 - PC-PI - Agente de Polícia Civil

Pode-se afirmar que Nacionalidade é o vínculo jurídico que se estabelece entre um indivíduo e o Estado, pelo
qual aquele se torna parte integrante do povo deste. Acerca da Nacionalidade, marque a alternativa
CORRETA.

A-São brasileiros natos os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que venham a
residir na República Federativa do Brasil e optem, desde que não atingida a maioridade, pela nacionalidade
brasileira.
B-São brasileiros natos os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários
de países de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral.
C-São brasileiros natos os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do
Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade
brasileira.
D-São brasileiros natos todos os que nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais
estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país.
E-Em nenhuma hipótese será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro nato.

16 - 2018 - VUNESP - PC-BA - VUNESP - 2018 - PC-BA - Investigador de Polícia

Imagine que Marieta, brasileira nata, e Roger, americano nato, estejam residindo atualmente nos Estados
Unidos, período em que ocorre o nascimento de Lucas, filho deles. Nessa situação, nos termos da disposição
da Constituição acerca da nacionalidade, é correto afirmar que

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SEMANA 01/12

A-caso Marieta esteja nos Estados Unidos a serviço da República Federativa do Brasil, o seu filho será
considerado como brasileiro nato.
B-ainda que Lucas seja registrado perante o Consulado Brasileiro, não será considerado como brasileiro nato
ou naturalizado, já que o Brasil adota como único critério o jus soli.
C-para ser considerado brasileiro naturalizado, Lucas deverá passar a residir no Brasil por pelo menos 1 (um)
ano ininterrupto e possuir idoneidade moral.
D-Lucas poderá ser considerado brasileiro nato desde que venha a residir no Brasil e, depois de 10 (dez) anos
ininterruptos de residência, opte pela nacionalidade brasileira.
E-para ser considerado brasileiro nato, basta que Lucas, a qualquer tempo, depois de atingir a idade mínima
de 16 (dezesseis) anos, venha a residir no Brasil e opte pela nacionalidade brasileira.

17 - 2017 - FEPESE - PC-SC - FEPESE - 2017 - PC-SC - Escrivão de Polícia Civil

De acordo com a Constituição Federal de 1988, ao tratar da Nacionalidade (Dos Direitos e Garantias
Fundamentais), é correto afirmar:

A-São privativos de brasileiro nato os cargos de deputado federal e senador.


B-Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios não poderão ter símbolos próprios.
C-A lei poderá estabelecer distinção entre os brasileiros natos e naturalizados, além dos casos expressamente
previstos na Constituição.
D-Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que tiver cancelada sua naturalização, por sentença
judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional.
E-São brasileiros natos os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários
de países de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral.

18 - 2017 - IBADE - PC-AC - IBADE - 2017 - PC-AC - Escrivão de Polícia Civil

Epitácio, brasileiro naturalizado, cometera crime de tráfico ilícito de drogas, na Itália, antes de sua
naturalização. Considerando que: 1) A Itália requereu sua extradição ao Brasil; 2) Epitácio casou-se com uma
brasileira nata e deste relacionamento adveio um filho, assinale a alternativa correta.

A-A hipótese narrada, no caso em tela, é de expulsão, tendo em vista que a CRFB/88 não permite que
brasileiro naturalizado tenha cometido crime, por se tornar nocivo à conveniência e aos interesses nacionais.
B-Configura o caso hipótese de deportação. Diferentemente da extradição e da expulsão, a deportação é a
entrega por um Estado a outro, a requerimento deste, de pessoa que nele deva respondera processo penal
ou cumprir pena.
C-A CRFB/88 veda expressamente a extradição de brasileiro naturalizado em caso de crime comum praticado
antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de drogas.
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RETA FINAL PCGO

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SEMANA 01/12

D-Epitácio poderá ser extraditado, tendo em vista que não impede a extradição a circunstância de ser o
extraditado casado com brasileira ou ter filho brasileiro.
E-O STF, em reiteradas decisões, decidiu que a constituição de filho brasileiro impede a extradição, em
observância ao princípio do melhor interesse do menor.

19 - 2016 - FUNCAB - PC-PA - FUNCAB - 2016 - PC-PA - Investigador de Policia Civil

O kuwaitiano Fehaid al-Deehani, que compete no Rio de Janeiro sob a bandeira olímpica, ou seja, como atleta
independente, escreveu nesta quarta-feira (10) seu nome na história olímpica ao se tornar o primeiro atleta
'sem país' da história a conquistar a medalha de ouro olímpica. O título veio no duplo fosso do tiro esportivo.
O italiano Marco Innocenti ficou com prata e o britânico Steven Scott com o bronze. (O Tempo - publicado
em 10/08/16 - 20h35). Quanto ao direito da nacionalidade, nos termos da Constituição Federal, é correto
afirmar:

A-É privativo de brasileiro nato o cargo de Senador.


B-São brasileiros natos os que. na forma da lei. adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários
de países de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral.
C-São brasileiros naturalizados os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República
Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a
nacionalidade brasileira,
D-Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que adquirir outra nacionalidade por imposição de
naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em estado estrangeiro, como condição para
permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis.
E-São brasileiros naturalizados os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que
sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil
e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira.

20 - 2016 - FUNCAB - PC-PA - FUNCAB - 2016 - PC-PA - Papiloscopista

O kuwaitiano Fehaid al-Deehani, que compete no Rio de Janeiro sob a bandeira olímpica, ou seja, como atleta
independente, escreveu nesta quarta-feira (10) seu nome na história olímpica ao se tornar o primeiro atleta
'sem país' da história a conquistara medalha de ouro olímpica. O título veio no duplo fosso do tiro esportivo.
O italiano Marco Innocenti ficou com prata e o britânico Steven Scott com o bronze. (O Tempo - publicado
em 10/08/16 - 20h35). Quanto ao direito da nacionalidade, nos termos da Constituição Federal, é correto
afirmar:

A-É privativo de brasileiro nato o cargo de Senador,

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SEMANA 01/12

B-Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que adquirir outra nacionalidade por imposição de
naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em estado estrangeiro, como condição para
permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis.
C-São brasileiros naturalizados os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que
sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil
e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira.
D-São brasileiros naturalizados os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República
Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a
nacionalidade brasileira.
E-São brasileiros natos os que. na forma da lei. adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários
de países de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral.

Respostas2

2
1: E 2: E 3: D 4: E 5: C 6: D 7: E 8: D 9: C 10: A 11: D 12: D 13: C 14: C 15: D 16: A 17: D 18: D 19: C 20: D
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SEMANA 01/12

PORTUGUÊS: LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

TEMAS DO DIA
LÍNGUA PORTUGUESA
Leitura e interpretação de diversos tipos de textos (literários, não literários e mistos). Ortografia.
Acentuação. Sinônimos e Antônimos.

1. LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DIVERSOS TIPOS DE TEXTO

1.1 Diretrizes para a interpretação de textos variados

As questões interpretativas têm como finalidade incentivar o leitor a associar diversos níveis e tipos
de leitura. As mais utilizadas em concursos são as questões informativas e interpretativas.
Vejamos:

QUESTÕES INTERPRETATIVAS E INFORMATIVAS: são aquelas interpretadas por meio de informações


diretamente extraídas acerca do conteúdo abordado pelo texto principal. Ou seja, incentivam e estimulam,
por conseguinte, a memória visual do candidato. Uma dica importante para esses casos é destacar palavras-
chave e resumir a ideia geral de cada parágrafo.

ATENÇÃO!
Nesse tipo de questão, a interpretação não é apenas subjetiva, pois o candidato precisa captar a
essência do que é passado pelo texto. Em relação aos textos literários, por exemplo, muitas vezes se
conectam com questões culturais, dialetos, manifestações artísticas, regionalismos, enfim, chamando a
atenção do candidato para uma intertextualidade (quando um texto está extraído em outro).

DICA!
Prestar atenção, também, nas referências bibliográficas, no autor (fonte) e na legenda das fotos que
ilustram o texto (se houver). Geralmente, a própria bibliografia fornece algumas dicas daquilo que se
trata o texto.

Sobre a importância da leitura, faz-se necessário entender:

“Não há como desvincular a leitura da linguagem, já que ler é, propriamente, uma


das formas de linguagem. A leitura permite a interação entre autor/falante-texto-
leitor/ouvinte. [...] Quando se lê, constroem-se significados a partir do que é lido.
É preciso atentar, além disso, para o fato de que nem tudo o que o autor quer
dizer está escrito/dito no texto, o que põe em foco os processos inferenciais
52
RETA FINAL PCGO

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SEMANA 01/12

empregados pelo leitor/ouvinte, os quais derivam de seus conhecimentos


prévios, enciclopédicos e de mundo, permeados pelo contexto sociocultural.
Nesse sentido, o leitor/ouvinte extrapola o texto para poder interpretar os
significados ali presentes. Ele vai preenchendo os vazios do texto de acordo com
suas experiências de leitura anteriores. Assim, na leitura, estão envolvidos
elementos linguísticos, como letras, sílabas, palavras, estruturas e proposições,
bem como as expectativas do leitor, sua interpretação e compreensão.”3

Aqui cabe a ideia de intertextualidade (INTER – dentro), ou seja, o diálogo, criação ou


superposição de textos. É a composição textual com base em outra obra (poesia, romance, livro,
enfim). Ocorre, geralmente, por meio de paródia ou paráfrase.
Por exemplo:

a) PARÓDIA: tipo de relação intertextual de imitação irônica, jocosa, cômica, caricata, com o
propósito de satirizar um conteúdo. Causa riso ou zombaria. Pode ser de um texto literário, de
um personagem ou de um tema, com propósitos irônicos ou cômicos. Aparece, também, como
uma ruptura de ideias impostas previamente.

• Subversão de um tema já trabalhado por outro autor;


• Ideia de rompimento, desconstrução ou reconstrução;
• Promove uma reflexão e uma ideia de familiaridade com o tema, geralmente de conhecimento
popular.

3
KILIAN, C.; FLÔRES, O. C. Leitura, interpretação e compreensão: uma visão pragmática. Linguagens & Cidadania, v.
14, p. 1-14, 2012.
53
RETA FINAL PCGO

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SEMANA 01/12

b) PARÁFRASE: é a reelaboração de um texto, reproduzindo-se ideias originais de um autor X com


um toque pessoal do autor Y.

• Reforço do conteúdo;
• Cede lugar à voz de outro autor e uma obra passada;
• Intertextualidade das semelhanças entre textos;
• Reafirmação de um tema já trabalhado, mesmo que com estruturas, estilos, ideias e palavras
diferentes.

Exemplos:

• “Minha terra tem palmeiras / onde canta o sabiá…” (Canção do Exílio, Gonçalves Dias)
• “Do que a terra mais garrida / teus risonhos, lindos campos têm mais flores / nossos bosques têm
mais vida…” (Hino Nacional Brasileiro)
• “Moro num país tropical / Abençoado por Deus / e bonito por natureza…” (País Tropical, Jorge Ben
Jor)

Em relação aos significados dos textos:

“A leitura não ocorre apenas quando o leitor estabelece elos lexicais, organiza redes
conceituais no interior do texto, mas também quando o leitor busca, extratexto,
informações e conhecimentos adquiridos pela experiência de vida, com os quais
preenche os “vazios” textuais. O leitor traz para o texto um universo individual que
interfere na sua leitura, uma vez que extrai inferências determinadas por contexto
psicológico, social, cultural, situacional, dentre outros. Ler é compreender, é
interagir, é construir significado para o texto. Quando se invoca a natureza
interativa do tratamento textual, é preciso ter em mente todos os tipos de
conhecimento que o leitor utiliza durante a leitura – conhecimentos e crenças
sobre o mundo, conhecimentos de diferentes tipos de texto, de sua organização e

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estrutura, conhecimentos lexicais, sintáticos, semânticos, discursivos e


pragmáticos.”4

A interpretação de texto, assim, tem por finalidade o contexto ou ideia principal. Em seguida, o
candidato precisa se ater às ideias secundárias (fundamentações) e possíveis argumentações (explicações e
motivos). Dessa forma, chega-se ao esclarecimento do que é cobrado pela banca, sem fugas temáticas
(extrapolação da ideia, subjetivismo excessivo).

Para tanto, é preciso:

a) Identificar elementos fundamentais do texto como argumentos e críticas, espaço-tempo, região,


contexto cultural, etc.

b) Comparar relações de semelhança ou de diferenças;

c) Resumir as ideias principais e as secundárias;

d) Desenvolver habilidades de parafrasear/paráfrase (ou seja, reescrever o texto com as suas próprias
palavras).

Pontos importantes para auxiliar o candidato com a interpretação de texto, os quais serão
aprofundados nos próximos tópicos: conhecimento histórico-literário (escolas e gêneros literários, logo a
estrutura do texto); gramática; estilístico (são as qualidades do texto) e semântico; capacidade de observação
(crítica) e de síntese (resumo); capacidade de raciocínio, etc.

ATENÇÃO!
Erros comuns a serem evitados para uma interpretação de texto eficiente.

a) EXTRAPOLAÇÃO: ir muito além do que o texto propõe, criando situação que não são citadas ou
não cabem no que é proposto pela banca. Nesse sentido, o candidato peca pelo uso da imaginação
excessiva.

b) REDUÇÃO: quando não se tem um foco geral sobre o texto, desenvolvendo um aspecto muito
“pobre” ou reducionista das ideias apresentadas.

4
DELL‟ISOLA, Regina Lúcia Péret. Leitura: inferências e contexto sociocultural. Belo Horizonte: Formato, 2011.
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c) CONTRADIÇÃO: o candidato vai contra as ideias do texto, equivocando-se quanto aos argumentos
defendidos pela questão.

DICAS!

a) Buscar sempre uma visão ampla sobre o texto;

b) Não travar a leitura por conta de palavras ou expressões difíceis, mas não se esquecer de grifá-las
para, em uma segunda ou terceira leitura, tentar compreendê-las por meio da técnica do “contexto”. Ou
seja, mesmo sem compreender exatamente o sentido literal daquela palavra, buscar o que pode significar
haja vista os demais elementos apresentados;

c) Ler o texto mais de uma vez, já que a primeira leitura é, geralmente, muito cansada ou apressada;

d) Ao longo da leitura, procurar aplicar o raciocínio de interpretação, chegando a conclusões que


podem ajudar o candidato na hora de ler as perguntas (dedução);

e) Se for necessário, voltar a trechos que não ficaram tão claros na mente do candidato (grifando,
sempre que possível, o que não foi entendido de forma inicial);

f) Sempre priorizar os posicionamentos do autor, mesmo se o candidato tiver uma opinião contrária;

g) Verificar as perguntas de cada enunciado com calma, buscando compreender do que se pergunta;

h) Compreender, também, as relações entre parágrafos (ou seja, se o texto é contraditório, se traz
mais de uma ideia principal, se demonstra exemplos, se conta histórias harmônicas ou não, etc.). Aqui se
busca continuidade, oposição, concordância entre ideias;

i) Em cada parágrafo, grifar as ideias mais importantes ou que prevalecem mais no texto;

j) Se possível, na hora da leitura das perguntas (enunciados), marcar se a banca deseja a resposta
correta ou incorreta, evitando erros;

k) Muitas vezes a resposta pode estar na introdução ou conclusão do texto.

• TEXTO: fonte de ideias organizadas e relacionadas entre si. O leitor precisa possuir a capacidade de
codificar e decodificar significados diversos presentes no texto.
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• CONTEXTO: são as várias frases de um texto que, em conjunto, trazem uma ideia central e também
ideias periféricas (ou secundárias) para o leitor. São informações, portanto, que se conectam entre si,
estruturando um conteúdo a ser repassado, com uma finalidade específica (informativa, por exemplo).

• INTERTEXTO: na maioria dos textos, há a utilização de referências diretas ou indiretas a outros


autores e obras, através de citações ou trechos específicos. Em alguns casos, o leitor deverá possuir uma
bagagem prévia em relação a assuntos diversos.

• INTERPRETAÇÃO DE TEXTO: por fim, a interpretação de um texto é a reflexão sobre ideia principal
explicitada no conteúdo em questão. Não podemos esquecer, também, das ideias secundárias,
argumentações, explicações, palavras-chave, críticas e frases importantes dentro do texto. É o conjunto de
tudo que começa a fazer sentido a depender do que a questão deseja do candidato.

1.2 Tipologia e Gêneros Textuais (Literário, Não Literário e Misto)

Tipologia (ou tipo) textual se refere a textos orais ou escritos com estruturas fixas e funções
específicas. Exemplo: narrar um fato, descrever uma situação, contar uma história, ensinar uma matéria,
enfim. Os tipos textuais, resumidamente, são classificações à estrutura linguística padrão segundo a qual o
texto é produzido.

Os gêneros textuais são a função específica de cada forma de comunicação. Aqui focaremos apenas
em alguns, quais sejam: texto literário, texto não-literário e texto misto.

ATENÇÃO! De modo a compreender o gênero textual de um caso específico, é necessário identificar


quais características predominam.

1.1.1 Texto Literário

Esse tipo de texto expressa emoções (dor, medo, alegria, amor, etc.). Geralmente, está presente em
romances e crônicas. Tem como principais características trazer para o leitor a FUNÇÃO POÉTICA E EMOTIVA.
Ou seja, induz o leitor às mais diversas emoções e sentimentos.

• Utiliza-se de metáforas, ironias, eufemismos, etc. para compor sua estrutura;


• Foco mais subjetivo, pautado na imaginação do autor;
• Não tem compromisso com a realidade;
• Alguns recursos utilizados nesse tipo de texto são:

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a) MÍMESE: recriação ou imitação da realidade (reprodução artística);

b) VEROSSIMILHANÇA: garante a relação com a verdade, pois se assemelha ao real;

c) CATARSE: identificação do leitor com a obra.

ATENÇÃO! Por conta de sua subjetividade, utiliza-se da linguagem conotativa, pois aparece em sentido
figurado (apoia-se, portanto, em figuras de linguagem).

Características do texto literário:

Os fatos apresentados não são, necessariamente, reais. Se pauta na ficção, ou seja na simulação,
fingimento, criação ou invenção de histórias, lugares, objetos, personagens, fantasias, enfim.

Outras características são:

FICCIONALIDADE: os fatos apresentados não são, necessariamente, reais (parcial


ou totalmente). Se pauta na ficção, ou seja na simulação, fingimento, criação ou
invenção de histórias, lugares, objetos, personagens, fantasias, enfim.

FUNÇÃO ESTÉTICA: o autor tenta representar a realidade por meio da sua visão
pessoal, trazendo aspectos relevantes em sua opinião. Foca não no real, mas na
representação dele.

Ainda, os textos literários são organizados em três gêneros: narrativo, lírico e dramático.

Gênero épico ou narrativo: há a presença de um narrador. O narrador, nesse gênero, tem a função
de contar uma história (com personagens, enredo, espaço e tempo). Algumas modalidades do gênero: épico;
fábula; epopeia; novela; conto; crônica; ensaio; romance.

Gênero lírico: predomina pronomes e verbos na 1ª pessoa; uso da musicalidade das palavras;
expressa sentimentos e emoções; utiliza altamente a função poética da linguagem. Modalidades desse
gênero: écloga; soneto; elegia; ode.

Gênero dramático: voz narrativa dos personagens; história contada por meio de diálogos ou
monólogos; Modalidades: comédia; tragédia; tragicomédia; farsa.

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1.1.2 Texto Não-Literário

Ao contrário do texto literário, este tipo apoia-se na FUNÇÃO REFERENCIAL. Sendo assim, busca
explicar, esclarecer ou informar algo ao leitor. Transmite informações objetivas. É compreensivo, claro e
direto. Geralmente tem sua linguagem na 3ª pessoa. São os textos que circulam nas esferas sociais, ou seja,
seu objetivo é muito prático (instruir, expor, convencer, etc.).
Há um compromisso com o real, sendo sua linguagem simples e objetiva.
Exemplos: piadas escritas, mensagem de texto, notícias, reportagens, receitas, artigos científicos,
cartas, e-mails, etc.

• Características: objetividade e clareza;


• Aplica-se o sentido literal da palavra ou expressão utilizada no texto;
• Função utilitária da comunicação;
• Ênfase no conteúdo;
• Evita multiplicidade de interpretações;
• Caráter eminentemente informativo.

ATENÇÃO! Para este tipo de texto, é muito utilizada a linguagem denotativa (de dicionário, literal).

1.2.3 Texto Misto

O texto misto também é conhecido como híbrido, pois mescla a linguagem escrita e a imagem (ou
seja, possui elementos verbais e não verbais). São muito utilizados em charges, histórias em quadrinhos
(HQs), propagandas, tirinhas, filmes, propagandas, teatro, etc.

LINGUAGEM FALADA + OUTROS CÓDIGOS

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2. ORTOGRAFIA

Pode ser definida como:

“O sistema de representação convencional de uma língua na sua vertente escrita. A


este sistema de representar a grafia de cada palavra chegam os estudiosos técnicos
levando em conta a lição dos critérios fonéticos, fonológicos, morfológicos,
sintáticos, etimológicos e de tradição cultural. Como esse sistema não deve ser
entendido como a só representação da fala, não pode ter como guia exclusivo a
fonética, nem tampouco a etimologia, isto é, a origem da palavra” (BECHARA, 2019,
p. 97-985).

A ortografia é a parte da fonologia que busca a correta grafia das palavras. Ainda, impõe os sons
das letras do alfabeto; por essa razão, os vocábulos de uma língua são grafados segundo acordos
ortográficos.
Resumidamente, a ortografia (do grego orthós, correto, + graphê, escrita) é a parte da gramática que
procura estudar a escrita correta das palavras.

ATENÇÃO!
Ortografia oficial é a ortografia definida oficialmente no Brasil como correta.

2.1 O alfabeto

O alfabeto é o conjunto de letras utilizado de modo a representar os idiomas na forma escrita. A


língua portuguesa emprega o alfabeto latino, composto de 26 letras: a, b, c, d, e, f, g, h, i, j, k, l, m, n, o, p, q,
r, s, t, u, v, w, x, y, z.

Agora vejamos suas regras:

2.1.1 Letras Y, K e W

ATENÇÃO PARA O USO DAS LETRAS Y, K e W!


1. Nomes próprios estrangeiros e de seus derivados portugueses: Nova York, Will Smith, Kansas,
etc;
2. Nas abreviaturas e símbolos de uso internacional: K (potássio), Kr (criptônio), Kg (quilograma), W
(Watt), Km (quilômetro), etc;

5
BECHARA, Evanildo. Moderna gramática portuguesa. 39. ed., rev. e ampl. – Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2019.
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3. Os derivados portugueses de nomes próprios estrangeiros devem ser escritos de acordo com as formas
primitivas, por exemplo: kantismo, darwinismo, byroniano, taylorista, frankliniano, etc;
4. O K é substituído por QU antes de E e I; por C antes de qualquer outra letra. Exemplos: níquel, caqui,
breque, etc;
5. O W é substituído, em palavras portuguesas ou aportuguesas, por U ou V, a depender do seu valor
fonético. Exemplo: sanduíche.

Sendo assim, Y, K e W são letras utilizadas apenas para abreviaturas e nomes próprios.

2.1.2 Letra H

Em relação à letra H, não é considerada propriamente como uma consoante, mas um símbolo gráfico,
em início e fim de vocábulo. Assim, na língua brasileira, não representa um fonema. É mantida por conta da
etimologia de alguns vocábulos.

a) INÍCIO DOS VOCÁBULOS (ETIMOLOGIA OU ORIGEM DA PALAVRA): herói, do latim heros; humano,
do latim humanus; hipótese, do grego hupóthesis.

b) NO FINAL DE ALGUMAS INTERJEIÇÕES: ah!; oh!; hã?.

Não se escreve com H a interjeição de chamamento ou apelo “Ó”: Ó filho, pare com isso!
(sem H)

c) EM COMPOSTOS UNIDOS POR HÍFEN, QUANDO O SEGUNDO ELEMENTO É ESCRITO COM O “H”
ETIMOLÓGICO: pré-histórico; super-homem; anti-higiênico.

d) COMO INTEGRANTE DOS DÍGRAFOS “CH, NH, LH”: chuva; chaveiro; filha; folha; inhame.

No topônimo BAHIA, é utilizado por mera TRADIÇÃO!

2.1.3 Por que, por quê, porquê e porque

• PORQUE (junto e sem acento): é usado em respostas e explicações, pois serve para indicar uma
causa. Pode ser substituído por: pois; visto que; uma vez que; por causa de que; dado que, etc.

Exemplo: Por que você saiu ontem?

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É uma conjunção subordinativa causal ou explicativa, unindo duas orações que dependem uma da
outra para ter sentido completo.

• POR QUE (separado e sem acento): ocorre em dois casos; quando é usado para introduzir uma
pergunta (tem natureza interrogativa, portanto) ou para estabelecer uma relação com algum termo
antecedente à oração (natureza relativa).

a) Por que interrogativo: inicia uma pergunta. Pode ser substituído, assim, por: por que motivo; por
qual motivo; por que razão; por qual razão. Formado pela preposição por seguida do pronome interrogativo
que.

Exemplo: Por que você saiu de casa? Por que não posso sair?

b) Por que relativo: utilizado como elo de ligação entre duas orações. É possível o substituir por: pelo
qual; pela qual; pelos quais; pelas quais; por qual; por quais. Formado pela preposição seguida do pronome
relativo “que”.

Exemplo: Os motivos por que escolhi este concurso são vários.

• POR QUÊ (separado e com acento): usado em interrogações e possui o significado de “por qual
motivo”, porém ocorre sempre no final da frase, sendo seguido de ponto de interrogação ou de um ponto
final. Preposição + pronome interrogativo tônico quê.

Exemplo: Você saiu por quê?

• PORQUÊ (junto e com acento): indica motivo ou causa. Assim, é comum que apareça próximo de
artigos definidos (o, os) ou indefinidos (um, uns). Em alguns casos, está perto de um pronome ou numeral. É
substantivo masculino e, portanto, é permitida a flexão em gênero, como “o porquê” e “os porquês”.

Exemplo: Não sei o porquê de você ter saído ontem, estava muito tarde.

POR QUE INÍCIO DE PERGUNTAS


POR QUÊ? FINAL DE PERGUNTAS
PORQUE PARA RESPOSTAS

PORQUÊ FINALIDADE DE SUBSTANTIVO

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2.1.4 Onde e Aonde

Apesar de essas duas formas estarem corretas, são utilizadas em momentos distintos. São advérbios,
ou seja, servem para modificar um verbo.

• ONDE: indica, sempre, o local/lugar em que algo ou alguém está. É empregado em verbos que
indicam permanência (portanto, ausência de movimento, estabilidade).

Exemplo: De onde ele veio? Onde você está? Onde você mora?

• AONDE: apesar de também indicar lugar, ao contrário do advérbio onde, indica movimento,
impermanência. É sempre regido pela preposição “a” (a + onde).

Exemplo: Aonde ela vai? Aonde você está indo tão cedo?

ONDE Ideia de lugar fixo


AONDE Ideia de destino ou
movimento

2.1.5 Mal e Mau

A palavra “mau”, com U, tem sentido de adjetivo (o contrário de bom). Sua função é descrever algo
ou alguém de forma negativa.

Exemplos:
Ele é um mau estudante;
Ela está sempre de mau humor!
Que mau exemplo!

Já “mal”, com L, é empregado como um advérbio de modo (contrário de bem), um substantivo


(sentido de tristeza) ou uma conjunção temporal (sentido de “quando”). Como advérbio, a palavra indica
que algo não foi bem feito. Como substantivo, pode se referir à doença, tristeza ou problemas.

Exemplos:
Seu mal não tem cura;
Mal cheguei, já precisei viajar de novo;

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Ela cozinha muito mal.

MAL corresponde ao oposto de BEM


MAU corresponde ao oposto de BOM

2.1.6 O uso do hífen

O hífen é utilizado na formação de palavras por derivação prefixal; é um sinal gráfico complementar
de união semântica. Seguindo a norma culta, o hífen aparece:

NOS SUBSTANTIVOS COMPOSTOS

Mantido nas palavras compostas por justaposição (quando os radicais das palavras se juntam sem que haja
alteração fonética), que constituam uma unidade sintagmática e semântica. Exemplos: anos-luz; tia-avó;
cirurgião-dentista.

a) Substantivos compostos, como matéria-prima; arco-íris; decreto-lei; guarda-chuva; segunda-feira.

b) Topônimos compostos (nomes próprios de lugares) iniciados com os adjetivos grã, grão ou formas
verbais: Grã-Bretanha; Grão-Pará.

IMPORTANTE! Todos os outros topônimos não devem ser grafados com hífen, com exceção do nome do
país Guiné-Bissau.

c) Nomes de espécies botânicas e zoológicas: bem-te-vi; couve-flor; erva-doce; capim-açu; mico-leão


dourado.

d) Palavras com advérbios mal e bem, em que a segunda palavra seja iniciada por qualquer vogal ou
a letra "h": mal-estar; bem-estar; mal-humorado; bem-humorado; bem-amado.

As palavras compostas “benfeitor” ou “benfeito” perderam o hífen, virando uma única palavra. Porém, não
esquecer que algumas palavras que se iniciam com o advérbio "bem", mantendo a ideia de composição,
continuam empregando hífen, como nos casos: bem-criado e bem-nascido.

e) Palavras com além, aquém, recém e sem: recém-nascido; além-fronteiras; sem-teto; além-túmulo;
além-mar; recém-casado.

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ATENÇÃO!
O hífen não é mais empregado para palavras compostas por justaposição que tenham perdido a
noção de composição, como girassol, madrepérola, passatempo e paraquedas.

NA DERIVAÇÃO PREFIXAL

O hífen também é usado na formação de palavras por derivação prefixal. Lembrando que a derivação
prefixal é um processo de formar palavras no qual um prefixo ou mais são acrescentados à palavra
primitiva.

Prefixos e falsos prefixos: aero; agro; anti; auto; arqui; circum; co; contra; des; entre; ex; hidro; hiper; in;
inter; mini; pan; pós; pré; pró; pseudo; sub; semi; super; tele; ultra; vice.

a) O prefixo do primeiro elemento terminar com a mesma vogal que inicia o segundo: arqui-inimigo;
auto-observação; micro-ondas; semi-intensivo.

Nas palavras iniciadas com o prefixo "co", o hífen não é usado, mesmo que o segundo elemento comece com
a letra "o". Como em: cooperar; coordenar; coocupação.

b) O segundo elemento iniciar com a letra “h”: pré-história; super-homem; anti-higiênico; extra-
humano.

Nas formações prefixais em que o prefixo termina em vogal e a segunda palavra começa com as consoantes
R ou S, tais consoantes deverão ser repetidas.
Exemplos: microrregião; antissocial; antirrugas; contrarreforma, etc.

A depender da situação, após o prefixo "des" e "in", o hífen deixa de ser utilizado quando o segundo
elemento da palavra perdeu a letra "h". Exemplos: desumano; desumidificar; inapto.

c) Não há hífen - com consoantes r e s duplicadas: microrregião; antissocial; antirrugas; contrassenso;


contrarreforma.

d) Casos especiais:

Prefixos sob e sub, além do h e do b, se utiliza emprega hífen quando a segunda palavra começa pela
letra r: sub-bibliotecário; sub-base; sub-reino.

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Quanto ao prefixo co, se utiliza o hífen apenas quando a segunda palavra começa com a letra h. Vejamos:
cooperar; coordenar; copiloto.

ATENÇÃO! não se aplica a regra acima à palavra coabitar.

Sobre os prefixos pró, pós e pré, o hífen é utilizado quando forem a) tônicos e b) autônomos da
segunda palavra. Por exemplo: pós-graduação; pré-cozido; pós-moderno; pós-doutorado.
Quando os prefixos pró, pós e pré a) forem átonos e b) não forem autônomos da segunda palavra,
não há o emprego do hífen: prever; propor.

Quando o prefixo do primeiro elemento for “circum” e “pan” e a primeira letra do segundo elemento for
uma vogal ou as consoantes “h”, “m” ou “n”, segundo as palavras: pan-americano e circum-navegação.

Os prefixos ex e vice sempre empregam o hífen: ex-diretor; ex-namorado; vice-presidente.

Em casos em que o prefixo do primeiro elemento é “hiper”, “inter” e “super” e o segundo elemento for
iniciado pela letra “r”: hiper-realismo; inter-racial; super-romântico.

EM LOCUÇÕES

Em qualquer tipo de locução o hífen deixou de ser empregado (ou seja, não é utilizado em locuções
substantivas, adjetivas, pronominais, adverbiais, prepositivas ou conjuncionais). Exemplo: dia a dia; fim de
semana; café com leite; à toa; à vontade; cão de guarda; cor de vinho; água de coco.

NA COLOCAÇÃO PRONOMINAL

Sempre utilizado para ligar os pronomes pessoais oblíquos átonos aos verbos; como colocação
pronominal em mesóclise (meio do verbo) e ênclise (depois do verbo):

Exemplos: esforçar-me-ei (mesóclise); convidaram-me (ênclise); calei-me.

Lembrando que os pronomes oblíquos átonos são: me, te, o, a, lhe, nos, vos, os, as, lhes.

DIVISÃO SILÁBICA

É usado em situações de divisão silábica.

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• a-mor;
• mei-go;
• fan-ta-si-a.

2.1.7 Na sequência de palavras

O hífen é empregado para ligar duas ou mais palavras que, ocasionalmente, se combinam. São
formados não vocábulos, mas encadeamento vocabulares, como: Rio-Niterói; Áustria-Hungria; Alsácia-
Lorena, etc.

2.2 Os fonemas

O alfabeto brasileiro define os sinais gráficos e quais sons representam. O alfabeto é formado pelas
vogais (A, E, I, O, U) e pelas consoantes (B, C, D, F, G, em diante).

O fonema é a menor unidade sonora do sistema fonológico de uma língua. Classificam-se em vogais,
semivogais e consoantes. A fonologia estuda os sons que compõem cada palavra, já que a língua é, antes de
tudo, um som. Os fonemas, nessa lógica, são sons emitidos pelos seres humanos, formando palavras para
efetivar a comunicação.
De acordo com Bechara (2019, p. 98):

“A ortografia é o sistema de representação convencional de uma língua na sua


vertente escrita. A este sistema de representar a grafia de cada palavra chegam os
estudiosos técnicos levando em conta a lição dos critérios fonéticos, fonológicos,
morfológicos, sintáticos, etimológicos e de tradição cultural. Como esse sistema
não deve ser entendido como a só representação da fala, não pode ter como guia
exclusivo a fonética, nem tampouco a etimologia, isto é, a origem da palavra. Toda
língua de cultura que adotar exclusivamente um desses critérios perderá, entre
outras, a possibilidade de distinguir palavras homófonas (passo a paço; cozer e
coser), o que promoveria o caos na língua. Por isso, propor sistemas ortográficos é
tarefa exclusiva de técnicos.”

Os fonemas (sons) são: as vogais, as consoantes e as semivogais. Vejamos na classificação abaixo:

a) VOGAIS (V): são conhecidos como os sons mais puros da fala, ou seja, fonemas pronunciados
sem obstáculo à passagem de ar, chegando livremente ao exterior. São cinco: a, e, i, o, u.

Exemplos: aceitou; quase; mel; pouco; mãe; mal.


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b) SEMIVOGAIS (SV): são os fonemas que se juntam a uma vogal, e acabam por formar uma só
sílaba. São, na prática, os fonemas “i” e “u”, quando, ao lado de uma vogal autêntica, soam
levemente e sem a força de uma vogal. As letras “e”, “i”, “o” e “u”, quando formarem sílaba com
uma vogal. As letras M e N, nos grupos AM, EM e EN, apenas no final de palavras.

Exemplos: aceitou; quase; mel; pouco; mãe; mal.

ATENÇÃO!
Somente as vogais i e u podem se tornar semivogais se acompanhadas de vogais na mesma sílaba.
Relembrando que sílaba é um ou mais fonemas pronunciados uma única vez, como “boca: bo-ca;
duas sílabas”.

Semivogal com o som de “i” é representada foneticamente pela letra Y; com som de “u”, pela letra W.

c) CONSOANTES (C): (com + soante = soar com) são fonemas produzidos pela interferência de
alguma barreira (língua, dentes, lábios) à passagem de ar. É qualquer letra ou o conjunto de letras
representando apenas um som, com o auxílio de uma vogal.

Exemplos: caderno; lâmpada.

2.3 Encontros vocálicos

Encontros vocálicos são a junção de duas ou mais vogais dentro das palavras. Ou seja, são o
agrupamento de vogais e semivogais, sem consoantes. Se dividem em: ditongo, tritongo e hiato.

2.3.1 Ditongo

Pode ser definido como o encontro de uma vogal e uma semivogal (ou vice-versa), no momento da
separação silábica. Ou seja, é o encontro vocálico em uma única sílaba; ao separar as sílabas, essas vogais
NÃO SE SEPARAM!

Exemplos: sau-da-de; dei-xe; a-mei-xa; peixe; quadra; sé-rie; Pás-coa; lei; bei-jo; meu.

ATENÇÃO!
O encontro vocálico ocorre quando duas ou mais vogais ou semivogais se encontram na mesma
sílaba. Dão origem ao ditongo, tritongo e hiato.

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Os ditongos podem ser crescentes ou decrescentes. No ditongo CRESCENTE (de crescer), sua segunda
vogal é a mais forte. Como em qua-se; goe-la; sa-gui.
Já o ditongo DECRESCENTE ocorre quando a primeira vogal é a mais forte. Alguns exemplos: herói;
boi; céu.

2.3.2 Tritongo

Sequência que se forma com uma semivogal, uma vogal e uma semivogal, sempre na mesma ordem.
Pode ser oral ou nasal. Vem do prefixo “tri”, três, e “tongo”, do grego “phthongos” (tom ou som). Logo,
significa aquilo que tem três sons.

a) ORAIS: o som passa apenas pela boca.

Exemplos:
Pa-ra-guai (UAI)
Em-xa-guei (UEI)

b) NASAIS: emitidos pela boca e fossas nasais

Exemplos:
Sa-guão (UÃO)

2.3.4 Hiato

É um outro tipo de encontro vocálico (vogal + vogal). Surge do termo latim “hiatus”, que significa
“abertura, fenda”. Já segundo a linguística, é o encontro de duas vogais na palavra, que na separação silábica
ficam separadas.
Exemplos: de-mo-cra-ci-a; te-a-tro; fi-el.

Enquanto o hiato é o encontro de duas vogais na mesma palavra, porém em sílabas diferentes, o ditongo
é o encontro vocálico em uma única sílaba.

IMPORTANTE!
Segundo a última reforma ortográfica, não mais se acentua o hiato oo(s) no final das palavras.
Exemplos: voo(s), perdoo, abençoo. Já as palavras “álcool” e “alcoólico” são classificadas como
proparoxítonas; no mais, os vocábulos “oo” não estão no final da palavra.

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Resumindo: os hiatos 'oo' e 'ee' não recebem mais acento. Como em: magoo; leem; veem; deem;
creem.

3. ACENTUAÇÃO

3.1 Regras básicas de acentuação

Algumas palavras da nossa língua têm acento gráfico e outras não. A acentuação tônica se relaciona
à intensidade com que são pronunciadas as sílabas das palavras. Então, a palavra que se dá de forma mais
acentuada é conhecida como “sílaba tônica”.

As demais, pronunciadas com menos intensidade, são as átonas. A depender de sua tonicidade, as
palavras serão classificadas em:

3.1.1 Oxítonas

Nas palavras oxítonas, a sílaba tônica (ou seja, a de maior entonação ou mais forte) recai sempre
sobre a última sílaba. Acentuam-se todas as oxítonas terminadas em: “a”, “e”, “o”, “em”, assim como os
seus respectivos plurais: AS, ES, OS e ENS.

A(S) – maracujá; sofá; vatapá; Pará.


E(S) – café; ipês; filés; tripé.
O(S) – avó; dominó; cipós.
(ENS) – armazém; Belém; reféns; parabéns.

3.1.2 Paroxítonas

Para as palavras paroxítonas, a sílaba tônica recai na penúltima sílaba. Acentuam-se as palavras
paroxítonas terminadas em: I(S), US, R, X, N, L, UM/UNS, ÃO(S)/Ã(S), DITONGO, PS, ONS.

Exemplos: caráter; mártir; fácil; réptil; látex; táxis; álbuns.

L – amável, automóvel
R – açúcar, repórter
N – hífen, pólen
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I(is) – júri, lápis


U(s) – vírus, bônus
ONS – elétrons, prótons
UM/UNS – fórum
ÃOS – órfão, órfãos
Ã(s) – órfã, órfãos
PS – bíceps, fórceps
DITONGO – sabiá, colégio

DICA!
Memorizar a palavra “LINURXÃO” → as terminações das paroxítonas que são acentuadas: L, I N,
U (não esquecer do “UM” = fórum), R, X, Ã, ÃO.
Também é possível memorizar a palavra “ROUXINOL”.

3.1.3 Proparoxítonas

Já nas proparoxítonas, a sílaba tônica está na antepenúltima sílaba. Ou seja, a antepenúltima sílaba,
nesses casos, é a tônica (mais forte). Importa lembrar que todas as proparoxítonas são acentuadas,
independentemente de sua terminação. Aqui é a regra é única: sempre haverá acentuação!

Exemplos: máquina; centímetro; êxtase; tráfico; vítima; gênesis; lâmpada; esdrúxula; médico; úmido; fábula.

IMPORTANTE!
Alguns vocábulos possuem apenas uma sílaba e, por isso, recebem o nome de monossílabos. São acentuados
quando tônicos e terminados em “a”(s), “e”(s) ou “o”(s). Alguns exemplos:

A(S): pás, más, já, lá, gás


E(S): fé, pés, lê, pés, mês, três
O(S): vó, vô, nós, pó, dó, nó

NÃO SE ACENTUAM OS MONOSSÍLABOS TERMINADOS EM: i(s), u(s), az, ez e oz. Por exemplo: bis, tu, nus,
paz, vez, voz.

3.1.4 Casos especiais

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Os ditongos de pronúncia aberta “ei”, “oi” (ditongos abertos) eram acentuados antes. Porém, com a
reforma ortográfica perderam o acento, desde que estejam em palavras paroxítonas.

Por exemplo, nesse sentido, se os ditongos abertos estiverem em uma palavra oxítona (como herói)
ou monossílaba (céu), ainda são acentuados: dói; escarcéu.

3.2 Acentos

Acentos são notações léxicas empregadas sobre algumas vogais para indicar a sílaba tônica ou para
indicar a fusão entre elas (BEZERRA, 2021, p. 646).
Vejamos abaixo de quais acentos a língua portuguesa se utiliza:

ATENÇÃO!
Timbre aberto: /a/ tônico /é/, /ó/.
Timbre fechado: /ê/, /ô/, /i/, /u/.
Vogal reduzida: a língua está entre a aberta e a fechada.
Vogal tônica é aquela em que recai o acento tônico da palavra, ou seja, a maior elevação da voz.

a) AGUDO (´) é utilizado nas vogais “a, e, o” para empregar a tonicidade aberta; e nas vogais “i, u” para
a tonicidade fechada.

O acento agudo é colocado sobre as vogais e tem a função de indicar a sílaba tônica (aquela que tem
o som mais forte na palavra). O acento agudo traz deixa a pronúncia da vogal de forma aberta.

Exemplos: ÁGUA – SOFÁ – PIAUÍ – CIPÓS – BAÚ – JACARÉS – AÇAÍ – PALETÓ.

b) CIRCUNFLEXO (^) é usado nas vogais “a, e, o”, para indicar o timbre fechado. Indica, assim, que a
vogal deve ser pronunciada de forma fechada.

Exemplos: VOCÊ – CAMELÔ – JUDÔ – CROCHÊ – BRITÂNICO – CORTÊS – CONSTÂNCIA.

c) GRAVE (`) é usado exclusivamente para indicar o fenômeno da crase (contração ou fusão de a + a).

Exemplos: À MEDIDA QUE - VAMOS À LOJA – QUERO IR À SUA CASA – À – ÀS – ÀQUELAS

6
BEZERRA, Rodrigo. Nova Gramática da língua portuguesa para concurso. 9. ed. Salvador: Ed. JusPodivm, 2021.
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d) TIL (~): notação léxica aplicada para as vogais “a, o”. É representado por um traço sinuoso (em
formato de “S” deitado). A função do til é deixar o som das letras A e O anasalado (nasal).

Exemplos: CORAÇÃO – ÍMÃ – NÃO – OBRIGAÇÃO.

e) TREMA (¨): não é mais utilizado. Porém, atentar para a exceção: é utilizado em palavras derivadas
de nomes próprios estrangeiros, como aparece, por exemplo, na língua alemã.

Em síntese...

AGUDO: SOM DA VOGAL MAIS ABERTO;


TIL: SOM ANASALADO;
CIRCUNFLEXO: SOM FECHADO.

4. SINÔNIMOS E ANTÔNIMOS

O campo da semântica estuda a significação das palavras no lapso temporal. Para tanto, iremos
definir sinonímia e antonímia (sinônimos e antônimos) e homonímia e paronímia (homônimos e parônimos).

4.1 Sinônimos

Compreende-se por sinônimo a palavra que possui o significado semelhante (comparado) a outra.
Não há prejuízo em caso de substituição. SEMELHANÇA – SINÔNIMO.
Ou seja, essas palavras, entre si, possuem o mesmo significado.

• Bonito – belo
• Após – depois
• Feio – horrível
• Alegre – feliz
• Obeso – gordo

4.2 Antônimos

São palavras que se opõem pelo significado.

• Alto – baixo
• Amor – ódio

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• Construir – destruir
• Perto – longe
• Riqueza – pobreza

4.3 Homônimos e Parônimos

São elementos estudados pelo estudo da semântica (significado das palavras). HOMÔNIMOS são
palavras iguais na pronúncia, mas diferentes na grafia e no significado.

Exemplos:
“sessão” (período de tempo) e “seção” (departamento); “cela” (substantivo) e “sela” (verbo); “verão” (verbo)
e “verão” (substantivo); “cedo” (verbo) e “cedo” (advérbio); acender (pôr fogo) e ascender (subir); estrato
(camada) e extrato (o que se extrai de).

Homônimos, assim, são palavras que possuem a mesma grafia (homógrafas) ou a mesma pronúncia
(homófonas), mas significados diferentes.

a) HOMÔNIMOS HOMÓGRAFOS – grafia igual e pronúncia diferente

• Vou colher as frutas (verbo).


• O doce é para comer de colher (substantivo).

Gosto (timbre fechado – sabor); Gosto (timbre aberto – verbo gostar).

b) HOMÔNIMOS HOMÓFONOS – pronúncia igual e grafia diferente

• AFIM – adjetivo: igual/semelhante


• A FIM – locução prepositiva: finalidade

• ACENTO – substantivo: sinal gráfico


• ASSENTO – substantivo: sinônimo de cadeira ou poltrona

• CAÇAR – verbo: perseguir animais


• CASSAR – verbo: tornar nulo ou sem efeito

c) HOMÔNIMOS PERFEITOS – escrita e pronúncia iguais

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• Sonho: do verbo sonhar ou do substantivo sonho (doce de padaria);


• Manga: camisa ou fruta.

Já as PARÔNIMAS são palavras que apresentam significados diferentes, mas se mostram parecidas
na grafia ou na pronúncia.

Exemplos:
- Mandado (ordem judicial) e mandato (procuração);
- Inflação (alta dos preços) e infração (violação);
- Eminente (elevado) e iminente (a ponto de acontecer).

Parônimas, por outro lado, são palavras que apresentam significados diferentes, mas são parecidas na
grafia ou na pronúncia.

• DELATAR (denunciar)
• DILATAR (alargar)

• DESCRIÇÃO (detalhar)
• DISCRIÇÃO (agir com reserva)

• MANDATO (procuração ou autorização)


• MANDADO (ato de autoridade pública)

Não confunda parônimos com homônimos! Parônimos são parecidos, mas os homônimos são idênticos
(som, grafia ou ambos).

4.4 Hiperonímia e Hiponímia

São dois termos usados pela semântica moderna. Importante compreender que o prefixo “hiper”
vem do grego e quer dizer “posição superior” ou “excesso”. E “hipo” indica “posição inferior” ou “escassez”.

Assim, um hipônimo é um vocábulo mais específico; o hiperônimo é um vocábulo mais geral. O hiperônimo
é o termo mais genérico, abrangente; o hipônimo é o mais limitado.

• Não fez a revisão do carro e o veículo quebrou.


(“carro” – hipônimo e “veículo” – hiperônimo).

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• Ela gosta muito de flores, mas principalmente de tulipas (“flores” – hiperônimo” e “tulipas” – hipônimo”).

• Cenoura faz bem aos olhos! Por isso é um legume tão importante (“cenoura” – hipônimo e “legume” -
“hiperônimo”).

• Estudou todos os sinais de pontuação, mas teve algumas dúvidas quanto à crase (“sinais de pontuação” –
hiperônimo e “crase” – hipônimo).

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QUESTÕES PROPOSTAS

1 - 2022 - UFMT - PJC-MT - UFMT - 2022 - PJC-MT - Escrivão de Polícia e Investigador de Polícia
As palavras estabelecem relações de sentido entre si (sinonímia, antonímia, paronímia, homonímia etc). A
coluna da esquerda apresenta tipos dessas relações e a da direita, exemplos de cada tipo. Numere a coluna
da direita de acordo com a da esquerda.

1. Homofonia 2. Paronímia 3. Antonímia 4. Homografia

( ) Os imigrantes da Síria se espalham pelo mundo, mas os emigrantes para a Síria se concentram em
Damasco.
( ) Sem ter efetuado o acordo pretendido, acordo cedo e volto ao trabalho.
( ) Não há senso em afirmar tão categoricamente que o IBGE deve realizar o censo demográfico em 2022.
( ) A descrição do professor feita pelo aluno em seu discurso não primou por discrição.
( ) Em algumas situações, o soldado mostrava-se dedicado, em outras, totalmente desaplicado.

Assinale a sequência correta.

A-4, 1, 2, 3, 1
B-2, 2, 4, 1, 3
C-2, 4, 1, 2, 3
D-4, 4, 1, 3, 2
E-3, 2, 4, 1, 1

2 - 2022 - UFMT - PJC-MT - UFMT - 2022 - PJC-MT - Escrivão de Polícia e Investigador de Polícia
Toda língua varia, isto é, não existe comunidade linguística alguma em que todos falem do mesmo modo. A
variação é o reflexo de diferenças sociais, como origem geográfica e classe social, e de circunstâncias da
comunicação. Com efeito, um dos princípios mais evidentes desenvolvidos pela linguística é que a
organização estrutural de uma língua (os sons, a gramática, o léxico) não está rigorosamente associada com
homogeneidade; pelo contrário, a variação é uma característica inerente das línguas naturais.
(CAMACHO, R. Norma culta e variedades linguísticas. Disponível em:
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php. Acesso em: 15/12/21.)

A partir das informações dadas, assinale a afirmativa INCORRETA.

A-A variedade culta, também chamada de norma culta, representa o uso característico das pessoas com
acesso à cultura letrada; é essencialmente urbana.

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SEMANA 01/12

B-Todas as línguas e suas variedades são igualmente eficientes para o exercício de todas as funções a que se
destinam e nenhuma língua ou variedade dialetal é inerentemente inferior a outra similar sua.
C-No senso comum, há a crença equivocada de que os falantes de variedades populares falam sem obedecer
à regra alguma e, por desconhecimento, não seguem as regras da variedade culta escrita.
D-A discriminação de uma determinada língua ou variedade linguística em relação a outra denomina-se
preconceito linguístico, geralmente pautado na ideia de que há línguas ou variações linguísticas “melhores”
ou “piores” que outras.
E-O usuário da língua nunca deve preferir a variedade culta, pois nem sempre é a mais adequada, aquela que
estabelecerá uma maior sintonia entre os interlocutores.

3 - 2022 - UFMT - PJC-MT - UFMT - 2022 - PJC-MT - Escrivão de Polícia e Investigador de Polícia
Leia atentamente as frases a seguir.

- Muitos analistas falam no aumento da quantidade de crianças e jovens que vão às escolas.
- Por trás desse avanço do ingresso de alunos ainda estão muitas distorções.
- O IBGE revelou que mais de 2,1 milhões de estudantes, com idade entre sete e 14 anos, podem ser
considerados analfabetos.

Reunindo essas frases em um único período, com coesão, coerência e correção gramatical, ficará:

A-Muitos analistas falam no aumento da quantidade de crianças e jovens que vão às escolas, porém, por trás
desse avanço do ingresso de alunos ainda estão muitas distorções, portanto o IBGE revelou que mais de 2,1
milhões de estudantes, com idade entre sete e 14 anos, podem ser considerados analfabetos.Muitos
analistas falam no aumento da quantidade de crianças e jovens que vão às escolas, mas, por trás desse
avanço do ingresso de alunos ainda estão muitas distorções, haja vista que o IBGE revelou que mais de 2,1
milhões de estudantes, com idade entre sete e 14 anos, podem ser considerados analfabetos.
B-Muitos analistas falam no aumento da quantidade de crianças e jovens que vão às escolas, mas, por trás
desse avanço do ingresso de alunos ainda estão muitas distorções, haja vista que o IBGE revelou que mais de
2,1 milhões de estudantes, com idade entre sete e 14 anos, podem ser considerados analfabetos.
C-Apesar de muitos analistas falarem no aumento da quantidade de crianças e jovens que vão às escolas,
logo, por trás desse avanço do ingresso de alunos ainda estão muitas distorções, pois que o IBGE revelou que
mais de 2,1 milhões de estudantes, com idade entre sete e 14 anos, podem ser considerados analfabetos.
D-Apesar de muitos analistas falarem no aumento da quantidade de crianças e jovens que vão às escolas,
por trás desse avanço do ingresso de alunos ainda estão muitas distorções, mas o IBGE revelou que mais de
2,1 milhões de estudantes, com idade entre sete e 14 anos, podem ser considerados analfabetos.
E-Como muitos analistas falam no aumento da quantidade de crianças e jovens que vão às escolas, por trás
desse avanço do ingresso de alunos ainda estão muitas distorções, assim o IBGE revelou que mais de 2,1
milhões de estudantes, com idade entre sete e 14 anos, podem ser considerados analfabetos.
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SEMANA 01/12

4 - 2022 - UFMT - PJC-MT - UFMT - 2022 - PJC-MT - Escrivão de Polícia e Investigador de Polícia
A ambiguidade é um recurso muito usado na linguagem poética e em textos publicitários para garantir maior
expressividade ou humor. É um uso intencional. Na charge abaixo, o contexto desfaz a ambiguidade, criando
uma situação humorística.

(Disponível em: https://www.bing.com/images/search?q=ambiguidade. Acesso em: 10/12/21.)

Na linguagem do dia a dia, é muito comum o uso de duplo sentido, o que prejudica o entendimento. Assinale
a frase em que a ambiguidade NÃO foi desfeita.

A-Com febre e mal-estar, o soldado solicitou dispensa ao superior.


B-A ajudante de cozinha auxiliou o cozinheiro com a apresentação do prato.
C-Por ser tarde da noite, o policial deteve o suspeito em sua casa.
D-O comandante falou, no refeitório, que todos gozariam férias em janeiro.
E-O policial pediu à noiva que apanhasse o celular dele no carro.

5 - 2022 - UFMT - PJC-MT - UFMT - 2022 - PJC-MT - Escrivão de Polícia e Investigador de Polícia
Instrução: Leia o excerto a seguir para responder à questão.
Imaginemos uma cena possível do cotidiano:
Um garoto vai para a escola levado de carro por seu pai. Ao sinal vermelho do semáforo, surge bem em frente
um menino mirrado, com roupas surradas e um nariz de palhaço, fazendo um triste show circense de
malabarismo. Outros dois também aproveitam a parada obrigatória para vender balas ou pedir moedas.
Rapidamente, o vidro do carro sobe depois da ordem e do comentário do pai: Está vendo, filho, é assim que
começa. Daqui a alguns anos, esses moleques vagabundos que não querem estudar e trabalhar estarão

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SEMANA 01/12

roubando e matando. Isso não tem jeito de consertar. Acende o verde e lá vai o garoto para escola um pouco
assustado, mas aliviado: Ainda bem que minha família é do bem.
Está plantada a semente do preconceito social.

(CARDOSO, C.M. Fundamentos para uma educação na diversidade. In:


https://acervodigital.unesp.br/bitstream/unesp/. Acesso em 20/10/2021.)

A respeito do trecho acima, assinale a afirmativa INCORRETA.

A-A generalização feita pelo pai sobre o futuro dos meninos justifica haver tantas crianças infratoras.
B-A narrativa presente no trecho constitui um argumento para o autor fundamentar seu ponto de vista.
C-A frase final aponta que o preconceito social é criado também a partir de pequenas ações discriminatórias.
D-O gênero textual mostra-se híbrido – argumentação e narrativa, atendendo ao propósito comunicativo.
E-A frase que representa o pensar do garoto justifica o que está dito na última frase.

6 - 2022 - UFMT - PJC-MT - UFMT - 2022 - PJC-MT - Escrivão de Polícia e Investigador de Polícia
Instrução: Leia o excerto a seguir para responder à questão.
Imaginemos uma cena possível do cotidiano:
Um garoto vai para a escola levado de carro por seu pai. Ao sinal vermelho do semáforo, surge bem em frente
um menino mirrado, com roupas surradas e um nariz de palhaço, fazendo um triste show circense de
malabarismo. Outros dois também aproveitam a parada obrigatória para vender balas ou pedir moedas.
Rapidamente, o vidro do carro sobe depois da ordem e do comentário do pai: Está vendo, filho, é assim que
começa. Daqui a alguns anos, esses moleques vagabundos que não querem estudar e trabalhar estarão
roubando e matando. Isso não tem jeito de consertar. Acende o verde e lá vai o garoto para escola um pouco
assustado, mas aliviado: Ainda bem que minha família é do bem.
Está plantada a semente do preconceito social.

(CARDOSO, C.M. Fundamentos para uma educação na diversidade. In:


https://acervodigital.unesp.br/bitstream/unesp/. Acesso em 20/10/2021.)

Analise as afirmativas sobre a fala do pai constante do excerto.

I- Emite um juízo de valor que considera os garotos como inferiores a ele em vários aspectos.
II- Mostra crença na desigualdade natural entre os seres humanos, considerando-se como possuidor da
verdade absoluta e como padrão de comportamento de referência para todos.
III- Revela rejeição de culturas diferentes que, potencialmente, segundo ele, possam ameaçar o seu status
quo.

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SEMANA 01/12

IV- Considera os garotos seres semelhantes, porém inferiores, cópias imperfeitas de um modelo único, o que
justifica a exclusão, a dominação, a exploração.

Estão corretas as afirmativas

A-II e III, apenas.


B-I, II e III, apenas.
C-II e IV, apenas.
D-I, III e IV, apenas.
E-I, II, III e IV.

7 - 2022 - UFMT - PJC-MT - UFMT - 2022 - PJC-MT - Escrivão de Polícia e Investigador de Polícia
Instrução: Leia atentamente o texto a seguir para responder à questão.

WWW.ATUALIZAR.COM
A pandemia tornou mais urgente se manter antenado na tecnologia

IMAGINEM. Eu sou da época da máquina de escrever. Datilografava página por página. Tec, tec, tec. Já não
era novinho quando surgiu o computador doméstico. Foi fantástico – os vizinhos não reclamavam mais
quando eu escrevia à noite. Eu sei. A vida sem internet parece inacreditável hoje. [...]
A pandemia tornou a tecnologia mais obrigatória que nunca. Tenho de aprender aquilo que nunca pensei
em saber. Reunião por Zoom, por exemplo. Ou Google Meet. São programas de videoconferência. É assim
que se realizam as reuniões de trabalho atualmente. [...]
Há peças de teatro apresentadas pelo Instagram. É uma outra linguagem! Todos os dias boto um aplicativo
de meditação e relaxo, aprendendo a respirar, descansando... já escolhi um aplicativo da ioga para fazer pelo
celular. Mas ainda estou ensaiando começar... E cada vez há mais um novo aplicativo para desvendar, uma
plataforma para conhecer. Eu que cheguei a ter aula de caligrafia com caneta tinteiro, vejam só! [...]
Às vezes, acho que não sou mais um indivíduo, e que me tornei um aplicativo. Estou em upload, em
contínua transferência de dados. Vivo em modo de atualização. Aceitei esse novo modo de viver. Este
admirável mundo novo já se incorporou à minha rotina diária. As novidades de hoje serão passado amanhã.
Eu e você também temos de seguir o ritmo.

(CARRASCO, W. In: Revista Veja, edição de 24 de junho de 2020.)

A linguagem utilizada no texto mostra informalidade, principalmente quanto ao vocabulário simples, ao uso
de expressões populares e coloquialismos. Qual trecho NÃO apresenta essa característica?

A-IMAGINEM. Eu sou da época da máquina de escrever.


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SEMANA 01/12

B-Este admirável mundo novo já se incorporou à minha rotina diária.


C-Já não era novinho quando surgiu o computador doméstico.
D-Todos os dias boto um aplicativo de meditação e relaxo...
E-Datilografava página por página. Tec, tec, tec.

8 - 2022 - UFMT - PJC-MT - UFMT - 2022 - PJC-MT - Escrivão de Polícia e Investigador de Polícia
Instrução: Leia atentamente o texto a seguir para responder à questão.

WWW.ATUALIZAR.COM
A pandemia tornou mais urgente se manter antenado na tecnologia

IMAGINEM. Eu sou da época da máquina de escrever. Datilografava página por página. Tec, tec, tec. Já não
era novinho quando surgiu o computador doméstico. Foi fantástico – os vizinhos não reclamavam mais
quando eu escrevia à noite. Eu sei. A vida sem internet parece inacreditável hoje. [...]
A pandemia tornou a tecnologia mais obrigatória que nunca. Tenho de aprender aquilo que nunca pensei
em saber. Reunião por Zoom, por exemplo. Ou Google Meet. São programas de videoconferência. É assim
que se realizam as reuniões de trabalho atualmente. [...]
Há peças de teatro apresentadas pelo Instagram. É uma outra linguagem! Todos os dias boto um aplicativo
de meditação e relaxo, aprendendo a respirar, descansando... já escolhi um aplicativo da ioga para fazer pelo
celular. Mas ainda estou ensaiando começar... E cada vez há mais um novo aplicativo para desvendar, uma
plataforma para conhecer. Eu que cheguei a ter aula de caligrafia com caneta tinteiro, vejam só! [...]
Às vezes, acho que não sou mais um indivíduo, e que me tornei um aplicativo. Estou em upload, em
contínua transferência de dados. Vivo em modo de atualização. Aceitei esse novo modo de viver. Este
admirável mundo novo já se incorporou à minha rotina diária. As novidades de hoje serão passado amanhã.
Eu e você também temos de seguir o ritmo.

(CARRASCO, W. In: Revista Veja, edição de 24 de junho de 2020.)

Em vários momentos do texto, o autor interage diretamente com o leitor, seja para responder a uma possível
pergunta, para chamar sua atenção ou para propor uma ação. Em qual trecho NÃO ocorre essa interação?

A-Eu que cheguei a ter aula de caligrafia com caneta tinteiro, vejam só!
B-Eu sei. A vida sem internet parece inacreditável hoje.
C-Vivo em modo de atualização. Aceitei esse novo modo de viver.
D-Eu e você também temos de seguir o ritmo.
E-IMAGINEM.

9 - 2022 - FGV - PC-RJ - FGV - 2022 - PC-RJ - Investigador Policial de 3ª Classe


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SEMANA 01/12

A investigação de um crime pode demorar muito ou pouco tempo, conforme a complexidade da cena do
crime, daí que seja absolutamente indispensável que o investigador possa dispor do tempo necessário e que
seja possuidor de treinamento capaz de torná-lo eficiente.

Sobre a estruturação desse pequeno texto, a afirmação adequada é:

A-o termo “de um crime” mostra o mesmo papel textual de “de treinamento”;
B-o conector “conforme” pode ser adequadamente substituído por “dada a”;
C-o termo “daí que” indica uma confirmação da frase anterior;
D-o pronome “lo” em “torná-lo” se refere a “treinamento”;
E-os adjetivos “necessário” e “eficiente” se referem a “investigador”.

10 - 2022 - FGV - PC-RJ - FGV - 2022 - PC-RJ - Investigador Policial de 3ª Classe


Em cada frase abaixo há uma oração reduzida sublinhada; a substituição indevida dessa oração por uma
forma nominal equivalente é:

A-Para resolver problemas do país, eu conversaria até com o demônio / Para a solução dos problemas do
país;
B-Protegendo os macacos, estaremos protegendo a nós mesmos, porque eles são os animais mais próximos
do homem / Com a proteção aos macacos;
C-Estarão os brasileiros menos preparados que os bolivianos para participar de um regime democrático? /
para a repartição de um regime democrático?
D-Não basta salvar focas e baleias. É preciso garantir a vida das crianças / a garantia da vida das crianças;
E-Eu não vou me opor à proposta de transformar a Amazônia em patrimônio da humanidade / de
transformação da Amazônia em patrimônio da humanidade.

11 - 2022 - FGV - PC-RJ - FGV - 2022 - PC-RJ - Investigador Policial de 3ª Classe


Em todas as frases abaixo foram empregadas palavras de carga semântica negativa (sublinhadas); a forma
adequada de modificar esse valor negativo por um vocábulo positivo ou atenuador de sentido equivalente
é:

A-Timbalada é o ‘roll’ do rock. É a ausência de grunhidos da guitarra e a evidência da bateria / berros;


B-O marido abandonou a mulher depois de 15 anos de casados / largou;
C-É uma pobre ilusão achar que o consumo de quinquilharias vai nos fazer modernos / bugigangas;
D-Empanturrei-me de comida mineira em Barbacena / Enchi-me;
E-Pessoas espertas tomam atitudes estúpidas por razões amorosas / impensadas.

12 - 2022 - FGV - PC-RJ - FGV - 2022 - PC-RJ - Investigador Policial de 3ª Classe


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SEMANA 01/12

A frase abaixo em que todos os vocábulos pertencem à linguagem formal é:

A-Pagar a dívida externa com a desgraça interna não dá pé;


B-O Brasil é um investimento, uma fazenda que o homem da cidade comprou, lá nos confins do Judas, para
ganhar dinheiro;
C-O Mundial de Futebol é competição e competição é guilhotina. Quem perder, dança;
D-Temos que fazer sacrifícios de cabo a rabo, ou seja, do governo até o operário;
E-Não me considero um jogador violento. O problema é que às vezes fico nervoso e tenho reações
inesperadas.

13 - 2022 - FGV - PC-RJ - FGV - 2022 - PC-RJ - Investigador Policial de 3ª Classe


Uma das marcas da estruturação adequada de um texto é a adequação lógica entre seus componentes, salvo
em textos especiais, como no caso do humor.

A frase abaixo que mostra ilogicidade é:

A-Antigamente as coisas eram piores, mas foram piorando;


B-Nunca faça hoje o que você pode adiar para amanhã;
C-Ninguém está nos negócios por diversão, mas isso não quer dizer que não há diversão nos negócios;
D-Pessoas persistentes começam seu sucesso onde os outros terminam com fracasso;
E-Uma empresa que trata mal seus funcionários trata mal seus clientes.

14 - 2022 - FGV - PC-RJ - FGV - 2022 - PC-RJ - Investigador Policial de 3ª Classe


Um antigo ministro brasileiro declarou certa vez: “O grande mal do Brasil tem sido o crime sem castigo. O
que reduz a criminalidade é a certeza da punição”.

Nessa frase, a locução “sem castigo” pode ser adequadamente substituída por “impune”; a frase abaixo em
que uma substituição de uma locução por um adjetivo foi feita de forma adequada é:

A-O melhor equipamento de segurança já inventado foi um espelho retrovisor com um carro de polícia
refletido nele / seguro;
B-Cadeia é castigo e não colônia de férias / festiva;
C-Não é permitido fazer em nome de outro o que não podemos fazer em nosso nome / alheio;
D-Um diamante é um pedaço de carvão que se saiu bem sob pressão / carbonizado;
E-A noite é a mãe dos pensamentos / pensativa.

Leia o texto abaixo para responder às questões 15 a 19.

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AGENTE E ESCRIVÃO DE POLÍCIA

SEMANA 01/12

“Um investigador de crimes cibernéticos é um agente da lei especializado na avaliação de casos envolvendo
crimes de computador. Esse pessoal pode trabalhar para agências policiais e empresas privadas e também
pode ser conhecido como técnico em computação forense. O trabalho nesse campo requer treinamento em
tecnologia da informação e aplicação da lei, para que as pessoas tenham as ferramentas para localizar
evidências, bem como as habilidades para protegê-las e garantir que sejam utilizáveis em tribunal.
Quando membros do público denunciam crimes cibernéticos, um investigador de crimes cibernéticos
participa da investigação. Isso pode incluir qualquer coisa, desde testar a rede de um banco para determinar
como e quando ocorreu um vazamento de dados até avaliar um computador individual que pode ter sido
usado em um crime. Os investigadores de crimes cibernéticos podem recuperar e reconstruir dados se forem
danificados ou destruídos, acidental ou intencionalmente. Eles também podem explorar redes de
computadores, computadores individuais e discos rígidos para identificar evidências de atividade criminosa”
(Netinbag.com).

15 - 2022 - FGV - PC-RJ - FGV - 2022 - PC-RJ - Investigador Policial de 3ª Classe


“Quando membros do público denunciam crimes cibernéticos, um investigador de crimes cibernéticos
participa da investigação.”

Nesse segmento do texto 5, há uma repetição indevida de termos que poderia ser evitada, mantendo-se o
conteúdo original, do seguinte modo:

A-Quando membros do público denunciam crimes cibernéticos, um investigador desses crimes cibernéticos
participa da investigação;
B-Quando membros do público denunciam, um investigador de crimes cibernéticos participa da investigação;
C-Quando membros do público denunciam crimes, um investigador de crimes cibernéticos participa da
investigação;
D-Quando membros do público denunciam crimes cibernéticos, um investigador desses crimes participa da
investigação;
E-Quando membros do público denunciam crimes, um investigador desses crimes participa da investigação.

16- 2022 - FGV - PC-RJ - FGV - 2022 - PC-RJ - Investigador Policial de 3ª Classe
“Um investigador de crimes cibernéticos é um agente da lei especializado na avaliação de casos envolvendo
crimes de computador. Esse pessoal pode trabalhar para agências policiais e empresas privadas e também
pode ser conhecido como técnico em computação forense.”

Nesse segmento do texto 5, o trecho sublinhado não está bem estruturado já que não deveria estar ligado
por E ao trecho anterior, por não tratar de assunto a ele relacionado.
O mesmo acontece em:

85
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AGENTE E ESCRIVÃO DE POLÍCIA

SEMANA 01/12

A-Quem diz que o futebol não tem lógica não entende de futebol e não sabe o que é lógica;
B-O mundo é um livro e aquele que viaja lê apenas uma página;
C-Camping é o modo que a natureza tem de promover o negócio hoteleiro e o turista é alguém que viaja para
ver coisas diferentes;
D-Você é um ser espiritual imerso em uma experiência humana e não um ser humano em busca de uma
experiência espiritual;
E-A vida espiritual nos remove do mundo cotidiano e nos leva a um aprofundamento nesse mundo.

17 - 2022 - FGV - PC-RJ - FGV - 2022 - PC-RJ - Investigador Policial de 3ª Classe


“Um investigador de crimes cibernéticos é um agente da lei especializado na avaliação de casos envolvendo
crimes de computador. Esse pessoal pode trabalhar para agências policiais e empresas privadas e também
pode ser conhecido como técnico em computação forense.”

Nesse segmento do texto 5, há a ocorrência de uma redundância no emprego de “e também”, pois a presença
somente do E já seria suficiente; a opção abaixo em que os termos destacados NÃO mostram redundância é:

A-Nem todos chegaram à mesma conclusão;


B-A conclusão final da CPI não foi bem recebida;
C-Os fregueses ganharam grátis um presente;
D-A prova foi antecipada para antes do prazo;
E-A população deve aprender a conviver junto com a Covid.

18 - 2022 - FGV - PC-RJ - FGV - 2022 - PC-RJ - Investigador Policial de 3ª Classe


“Um investigador de crimes cibernéticos é um agente da lei especializado na avaliação de casos envolvendo
crimes de computador. Esse pessoal pode trabalhar para agências policiais e empresas privadas e também
pode ser conhecido como técnico em computação forense. O trabalho nesse campo requer treinamento em
tecnologia da informação e aplicação da lei, para que as pessoas tenham as ferramentas para localizar
evidências, bem como as habilidades para protegê-las e garantir que sejam utilizáveis em tribunal.”

De todos os termos destacados nesse segmento do texto 5, o único que tem antecedente claramente
identificado é:

A-Esse pessoal;
B-nesse campo;
C-da lei;
D-as pessoas;
E-as habilidades.

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AGENTE E ESCRIVÃO DE POLÍCIA

SEMANA 01/12

19 - 2022 - FGV - PC-RJ - FGV - 2022 - PC-RJ - Investigador Policial de 3ª Classe


O texto 5 deve ser classificado predominantemente como:

A-publicitário, pois faz propaganda da atividade policial;


B-informativo, pois dá a conhecer fatos novos;
C-normativo, pois indica regras a serem seguidas;
D-didático, pois ensina como proceder;
E-metalinguístico, pois indica significados de palavras.

20 - 2022 - FGV - PC-RJ - FGV - 2022 - PC-RJ - Investigador Policial de 3ª Classe


Texto 4 - Inquérito Policial

“O primeiro passo para delimitar os aspectos gerais do que seria o inquérito policial pode partir do próprio
vernáculo, inquérito, que pode ser entendido como ‘ato ou efeito de inquirir; conjunto de atos ou diligências
com o que se visa a apurar alguma coisa’, ao passo que o verbo inquirir, do qual o substantivo deriva, pode
ser definido como ‘procurar informações acerca de; indagar; investigar; pesquisar’, ou ainda, ‘fazer
indagações, investigações, pesquisas, perquirições, de natureza filosófica ou científica; investigar, indagar,
pesquisar, esquadrinhar’.
Assim, sob um ponto de vista geral, podemos entender o inquérito como o conjunto de atos e diligências
que, por meio de investigação, pesquisa e perquirição, busca apurar as causas de algo” (Jusbrasil.com.br).

Observe a seguinte frase do texto 4: “...fazer indagações, investigações, pesquisas, perquirições, de natureza
filosófica ou científica”.
Nessa frase, o segmento destacado corresponde a uma explicitação de termos anteriores (indagações,
investigações, pesquisas, perquirições).
Partindo da frase “O deputado apresentou um projeto de lei”, as opções abaixo mostram explicitação de
componentes da frase inicial.
A opção em que o processo de explicitação está corretamente identificado é:

A-O deputado do PSDB apresentou um projeto de lei / acréscimo de um complemento nominal;


B-O deputado José Freitas apresentou um projeto de lei / aposição de um nome próprio;
C-O deputado apresentou um novo projeto de lei / adverbialização;
D-O deputado apresentou de repente um projeto de lei / complemento de objeto direto;
E-O deputado apresentou um projeto de lei, que será bastante útil / oração coordenada.

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AGENTE E ESCRIVÃO DE POLÍCIA

SEMANA 01/12

Respostas7

7
1: C 2: E 3: B 4: C 5: A 6: E 7: B 8: C 9: A 10: C 11: E 12: E 13: A 14: C 15: D 16: C 17: A 18: B 19: B 20: B
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SEMANA 01/12

META 2

DIREITO CONSTITUCIONAL: DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS

TODOS OS ARTIGOS RELACIONADOS AO TEMA

CF/88
⦁ Art. 1º, III
⦁ Art. 3º
⦁ Art. 4º, 5º, 6º e 7º
⦁ Art. 8º a 11º

OUTROS DIPLOMAS LEGAIS


⦁ Lei 9296/96 (Lei de interceptação telefônica)
⦁ Lei 9.455/97 (Lei de tortura)
⦁ Lei 7716/90 (Lei de racismo)
⦁ Lei 12.037/09 (Lei do Identificação criminal)
⦁ Lei 12.016/09 (Lei do Mandado de Segurança)
⦁ Lei. 13.300/16 (Lei do Mandado de Injunção)
ARTIGOS MAIS IMPORTANTES – NÃO DEIXE DE LER!

PRINCIPAIS INCISOS DO ART. 5º, CF/88:


⦁ Inc. I, II, IV
⦁ Inc. III e XLII (leitura conjunta com a Lei 7716/90)
⦁ Inc. VIII (leitura conjunta com o art. 15, IV, CF/88)
⦁ Inc. XI (leitura conjunta com os arts. 3-B, XI; 240, §1º e 243 do CPP)
⦁ Inc. XII (leitura conjunta com a Lei 9296/96)
⦁ Inc. XVI a XXI (muito cobrados em prova objetiva!)
⦁ Inc. XXXIII a XXXV
⦁ Inc. XXXVII (leitura conjunta com o inc. LIII – princípio do juiz natural)
⦁ Inc. XXXIX e XL (leitura conjunta com o art. 1º e 2º do CP)
⦁ Inc. XLIII a LV (leitura obrigatória!)
⦁ Inc. LVI (leitura conjunta com o art. 157, CPP)
⦁ Inc. LVII e LX
⦁ Inc. LVIII (leitura conjunta com o art. 3º, 4º e 5º da Lei 12.037/09)
⦁ Inc. LXI a LXVII (leitura conjunta com os art. 301 a 310, CPP)
⦁ Inc. LXVIII
⦁ Inc. LXIX e LXX (leitura conjunta com a Lei 12.016/09)

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SEMANA 01/12

⦁ Inc. LXXI (leitura conjunta com a Lei 13.300/16)


⦁ Inc. LXXII a LXXVIII
⦁ §§1º e 3º

1. DIREITO CONSTITUCIONAL – NATUREZA, CONCEITO E OBJETO

O Direito Constitucional é um ramo do direito público, fundamental à organização, ao


funcionamento e à configuração política do Estado. Nesse papel, de direito público fundamental,
o Direito Constitucional estabelece a estrutura do Estado, a organização de suas instituições e
órgãos, o modo de aquisição e exercício do poder, bem como a limitação desse poder, por meio,
especialmente, da previsão dos direitos e garantias fundamentais.
O objeto de estudo do Direito Constitucional é a Constituição, entendida como a lei fundamental e
suprema de um Estado, que rege a sua organização político-jurídica. As normas de uma Constituição devem
dispor acerca da forma do Estado, dos órgãos que integram a sua estrutura, das competências desses
órgãos, da aquisição do poder e de seu exercício. Além disso, devem estabelecer as limitações ao poder do
Estado, especialmente mediante a separação dos poderes (sistema de freios e contrapesos) e a enumeração
de direitos e garantias fundamentais
O constitucionalismo é o movimento político, jurídico e ideológico que concebeu ou aperfeiçoou a
ideia de estruturação racional do Estado e de limitação do exercício de seu poder, concretizadas pela
elaboração de um documento escrito destinado a representar sua lei fundamental e suprema.
Identifica-se a origem do constitucionalismo com a Constituição dos Estados Unidos, de 1787, e a
Constituição da França, de 1791. Ambas são Constituições escritas e rígidas, inspiradas nos ideais de
racionalidade do Iluminismo do século XVIII e, sobretudo, na valorização da liberdade formal (laissez faire) e
do individualismo, marcas centrais do Liberalismo, corrente de pensamento hegemônica nos campos
político, jurídico e econômico dos séculos XVIII, XIX, e primeiro quartel do século XX.
O conteúdo dessas primeiras Constituições escritas e rígidas, de orientação liberal, resumia-se ao
estabelecimento de regras acerca da organização do Estado, do exercício e transmissão do poder e à
limitação do Poder do Estado, assegurada pela enumeração de direitos e garantias fundamentais do
indivíduo, com o fito de proteger os indivíduos das arbitrariedades.
Com o seu desenvolvimento, em um período seguinte, o Direito Constitucional, aos poucos, foi se
desvinculando dos ideais puramente liberais. A Constituição assume uma nova feição, de norma jurídica e
formal, protetora dos direitos humanos.
Em decorrência dessa evolução de pensamento, a Constituição deixou de retratar exclusivamente
uma certa forma de organização política a do Estado liberal, com sua ideologia e passou a representar o
espelho de toda e qualquer forma de organização política.

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SEMANA 01/12

O conteúdo do Direito Constitucional desatou-se de considerações doutrinárias ou ideológicas,


passando a tratar das regras fundamentais de estruturação, funcionamento e organização do poder, não
importando o regime político adotado.
No Estado moderno, de cunho marcadamente social, a doutrina constitucionalista aponta o
fenômeno da expansão do objeto das Constituições, que têm passado a tratar de temas cada vez mais
amplos, estabelecendo, por exemplo, finalidades para a ação estatal. Isso explica a tendência contemporânea
de elaboração de Constituições de conteúdo extenso (Constituições analíticas ou prolixas) e preocupadas
com os fins estatais, com o estabelecimento de programas e linhas de direção para o futuro (Constituições
dirigentes ou programáticas).

2. FUNDAMENTOS, OBJETIVOS E PRINCÍPIOS DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL EM SUAS RELAÇÕES


INTERNACIONAIS

Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos


Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de
Direito e tem como fundamentos:
I - a soberania;
II - a cidadania;
III - a dignidade da pessoa humana;
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V - o pluralismo político.
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de
representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.

Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo,


o Executivo e o Judiciário.
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II - garantir o desenvolvimento nacional;
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e
regionais;
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade
e quaisquer outras formas de discriminação.

CAIU EM PROVA RECENTE:


IDECAN - 2021 - PC-CE - Escrivão de Polícia Civil
É correto apontar como objetivo fundamental que constitui a República Federativa do Brasil:
91
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SEMANA 01/12

a) a prevalência dos direitos humanos.


B) a não intervenção.
C) a defesa da paz.
D) a erradicação da pobreza e da marginalização.
E) a autodeterminação dos povos.
R.: letra D.

Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais


pelos seguintes princípios:
I - independência nacional;
II - prevalência dos direitos humanos;
III - autodeterminação dos povos;
IV - não-intervenção;
V - igualdade entre os Estados;
VI - defesa da paz;
VII - solução pacífica dos conflitos;
VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;
IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;
X - concessão de asilo político.
Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica,
política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma
comunidade latino-americana de nações.

CAÍRAM EM PROVAS RECENTES:


CESPE / CEBRASPE - 2021 - PC-DF - Escrivão de Polícia Civil do Distrito Federal
Um dos objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil é a prevalência dos direitos
humanos(errada).

CESPE / CEBRASPE - 2021 - PC-DF - Escrivão de Polícia Civil do Distrito Federal


Os fundamentos que regem o Brasil em suas relações internacionais incluem o repúdio ao
racismo (correta).

Amigo concurseiro policial, pensando em sua prova discursiva, traremos conceitos e


definições importantes sobre a temática.

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SEMANA 01/12

A forma de Estado adotada no Brasil é a de uma federação, o que significa a coexistência,


no mesmo território, de unidades dotadas de autonomia política, que possuem competências
próprias discriminadas diretamente no texto constitucional.
A Federação brasileira é composta pela União, estados-membros, Distrito Federal e municípios (CF,
art. 1.0 e art. 18). Todos eles são pessoas jurídicas de direito público autônomas e encontram-se sujeitos ao
princípio da indissolubilidade do vínculo federativo (não existe em nosso País o direito de secessão).
Essas pessoas políticas descentralizadas possuem poder de auto-organização, competências
legislativas e administrativas e autonomia financeira (têm competências tributárias próprias). Além disso, os
estados e o Distrito Federal são representados no órgão formador da vontade política geral do Estado (têm
representação no Congresso Nacional - CF, art. 46) e podem propor emendas à Constituição (CF, art. 60, III).
Deve-se anotar, por fim, que a forma federativa de Estado é, no Brasil, cláusula pétrea, não podendo
ser nem mesmo objeto de deliberação qualquer proposta de emenda constitucional tendente a aboli-Ia (CF,
art. 60, § 4.°, I).
O Brasil é uma república. Essa é a forma de governo adotada em nosso País desde 15 de novembro
de 1889, consagrada na Constituição de 1891 e em todas as Constituições subsequentes. A Constituição de
1988 não erigiu a forma republicana de governo ao status de cláusula pétrea. Entretanto, o desrespeito ao
princípio republicano pelos estados-membros ou pelo Distrito Federal constitui motivo ensejador de medida
drástica: a intervenção federal (art. 34, VII, "a").
Quanto ao regime político, o caput do art. 1.° da Constituição afirma que o Brasil "constitui-se em
Estado Democrático de Direito".
Modernamente, a concepção de "Estado de Direito" é indissociável do conceito de "Estado
Democrático", o que faz com que a expressão "Estado Democrático de Direito" traduza a ideia de um Estado
em que todas as pessoas e todos os poderes estão sujeitos ao império da lei e do Direito e no qual os
poderes públicos sejam exercidos por representantes do povo visando a assegurar a todos uma igualdade
material (condições materiais mínimas necessárias a uma existência digna).
Reforça o princípio democrático o parágrafo único do art. 1º da CF/88, ao declarar que "todo o poder
emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta
Constituição". Esse dispositivo constitucional nos permite concluir que em nosso Estado vigora a denominada
democracia semidireta, ou participativa, na qual são conjugados o princípio representativo com institutos
da democracia direta (plebiscito, referendo, iniciativa popular).
O art. 1º da Constituição de 1988, a par de estabelecer a forma do Estado brasileiro (federação), a
forma de seu governo (república) e o regime de governo (democracia participativa fundada na soberania
popular), enumera, em seus cinco incisos, os valores maiores que orientam nosso Estado.
O constituinte denominou esses valores mais gerais de "fundamentos da República Federativa do
Brasil", exatamente para transmitir a noção de alicerces, de vigas mestras de nossa ordenação político-
jurídica.
Os fundamentos da República Federativa do Brasil são: (1) a soberania; i: (2) a cidadania; (3) a
dignidade da pessoa humana; (4) os valores sociais do trabalho e da livre-iniciativa; e (5) o pluralismo político.
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SEMANA 01/12

A soberania significa que o poder do Estado brasileiro, na ordem interna, é superior a todas as demais
manifestações de poder, não é superado por nenhuma outra forma de poder, ao passo que, em âmbito
internacional, encontra-se em igualdade com os demais Estados independentes.
Ao alçar a cidadania a fundamento de nosso Estado, o constituinte está utilizando essa expressão em
sentido abrangente, e não apenas técnico-jurídico. Não se satisfaz a cidadania aqui enunciada com a simples
atribuição formal de direitos políticos ativos e passivos aos brasileiros que atendam aos requisitos legais. É
necessário que o Poder Público atue, concretamente, a fim de incentivar e oferecer condições propícias à
efetiva participação política dos indivíduos na condução dos negócios do Estado, fazendo valer seus direitos,
controlando os atos dos órgãos públicos, cobrando de seus representantes o cumprimento de compromissos
assumidos em campanha eleitoral, enfim, assegurando e oferecendo condições materiais para a integração
irrestrita do indivíduo na sociedade política organizada.
A dignidade da pessoa humana como fundamento da República Federativa do Brasil consagra, desde
logo, nosso Estado como uma organização centrada no ser humano, e não em qualquer outro referencial.
A dignidade da pessoa humana assenta-se no reconhecimento de duas posições jurídicas ao
indivíduo. De um lado, apresenta-se como um direito de proteção individual, não só em relação ao Estado,
mas, também, frente aos demais indivíduos. De outro, constitui dever fundamental de tratamento
igualitário dos próprios semelhantes.
É fundamento do nosso Estado, ainda, o valor social do trabalho e da livre-iniciativa. Assim
dispondo, nosso constituinte configura o Brasil como um Estado obrigatoriamente capitalista e, ao mesmo
tempo, assegura que, nas relações entre capital e trabalho será reconhecido o valor social deste último.
Por fim, nossa Carta arvora o pluralismo político em fundamento da República Federativa do Brasil,
implicando que nossa sociedade deve reconhecer e garantir a inclusão, nos processos de formação da
vontade geral, das diversas correntes de pensamento e grupos representantes de interesses existentes no
seio do corpo comunitário.
O art. 2º da Constituição de 1988 define como Poderes da República Federativa do Brasil,
independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. Esse artigo consagra o princípio
da separação dos Poderes, ou princípio da divisão funcional do poder do Estado.
O critério de divisão funcional consiste em atribuir a órgãos independentes entre si o exercício
precípuo das funções estatais essenciais.
Assim, ao Poder Executivo incumbe, tipicamente, exercer as funções de Governo e Administração
(execução não contenciosa das leis); ao Poder Legislativo cabem precipuamente as funções normativa
(elaboração de atos normativos primários) e fiscalizatória (controle do Poder Executivo); ao Poder Judiciário
atribui-se, como função típica, o exercício da jurisdição (dizer o direito aplicável aos casos concretos, na
hipótese de litígio).
Além dos fundamentos da República Federativa do Brasil, o constituinte de 1988 explicitou, no art.
3.° de nossa Carta Política, os seguintes objetivos fundamentais a serem perseguidos pelo Estado brasileiro:
(a) construir uma sociedade livre, justa e solidária; (b) garantir o desenvolvimento nacional; (c) erradicar a

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SEMANA 01/12

pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; e (d) promover o bem de todos,
sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.
Constata-se que esses objetivos têm em comum assegurar a igualdade material entre os brasileiros,
possibilitando a todos iguais oportunidades para alcançar o pleno desenvolvimento de sua personalidade,
bem como para autodeterminar e lograr atingir suas aspirações materiais e espirituais, condizentes com a
dignidade inerente a sua condição humana.
O art. 4.°, que finaliza o Título I da Constituição de 1988, enumera dez princípios fundamentais
orientadores das relações do Brasil na ordem internacional. São eles: (a) independência nacional; (b)
prevalência dos direitos humanos; (c) autodeterminação dos povos; (d) não intervenção; (e) igualdade entre
os Estados; (f) defesa da paz; (g) solução pacífica dos conflitos; (h) repúdio ao terrorismo e ao racismo; (i)
cooperação entre os povos para o progresso da humanidade; G) concessão de asilo político.
Ao lado dos dez princípios que regem as relações do Estado brasileiro na ordem internacional, o
parágrafo único do art. 4.° enuncia um objetivo a ser perseguido no plano internacional. Com efeito,
preceitua esse dispositivo que "a República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política,
social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de
nações".

3. DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS8

3.1 Direitos x Garantias x Remédios Constitucionais:

● Direitos: São normas de conteúdo declaratório da existência de um interesse, de uma vantagem. Ex:
direito à vida, à propriedade;
● Garantias: normas de conteúdo assecuratório, que servem para assegurar o direito declarado. As
garantias são estabelecidas pelo texto constitucional como instrumento de proteção dos direitos
fundamentais e writs constitucionais. São também chamadas de instrumentos de tutela das
liberdades e ações constitucionais.

DIREITOS FUNDAMENTAIS GARANTIAS FUNDAMENTAIS


NORMAS QUE PROTEGEM os bens INSTRUMENTOS que buscam proteger os
jurídicos fundamentais de uma sociedade direitos fundamentais
Tem valor intrínseco, neles mesmos Tem valor instrumental

8
Para aprofundamento no assunto, consultar:
http://www.stf.jus.br/repositorio/cms/portaltvjustica/portaltvjusticanoticia/anexo/joao_trindadade__teoria_geral_d
os_direitos_fundamentais.pdf

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SEMANA 01/12

● Remédios Constitucionais: Embora todo remédio constitucional seja uma garantia, nem toda
garantia é um remédio constitucional, porque este é um instrumento processual que tem por
objetivo assegurar o exercício de um direito. Ex: Habeas Corpus, Mandado de Segurança.

ATENÇÃO: Alguns dispositivos constitucionais contêm direitos e garantias no mesmo


enunciado. O art. 5º, X, estabelece a inviolabilidade do direito à intimidade, vida
privada, honra e imagem das pessoas, assegurando, em seguida, o direito à
indenização em caso de dano material ou moral provocado pela sua violação.

Súmula 647-STJ: São imprescritíveis as ações indenizatórias por danos morais e materiais
decorrentes de atos de perseguição política com violação de direitos fundamentais
ocorridos durante o regime militar. STJ. 1ª Seção. Aprovada em 10/03/2021.

3.2 Direitos Fundamentais x Direitos Humanos

Embora materialmente ambos objetivem a proteção e a promoção da dignidade da pessoa humana,


não se confundem:
● Direitos Humanos: são direitos reconhecidos no âmbito internacional.
● Direitos fundamentais: são direitos reconhecidos no plano interno de um determinado Estado.
Preferencialmente, positivados na CF.

DIREITOS FUNDAMENTAIS DIREITOS HUMANOS


FORMAL Encontram previsão formal Encontram fundamento
FUNDAMENTO DE nas constituições nos Tratados
VALIDADE/JURÍDICO Internacionais;
Exemplo: Declaração
Universal dos Direitos
Humanos da ONU

MATERIAL Estabelecem o conjunto de Buscam a proteção da


LIGADA AO CONTEÚDO bens jurídicos básicos, pessoa
FINALIDADE DE CADA UM DOS essenciais de uma humana(exclusivamente).
INSTITUTOS sociedade, não se limitando Não há que se falar em
à proteção da pessoa física direito

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SEMANA 01/12

Como se classificam as normas constitucionais de direitos fundamentais


quanto à eficácia e aplicabilidade?
Pela classificação de José Afonso da Silva e considerando não haver direito
fundamental absoluto, as normas não possuem eficácia plena, podendo
apresentar, conforme a hipótese, eficácia contida (ou restringível) ou limitada. Nesse
sentido, a doutrina majoritária defende que a maioria das normas seriam de eficácia
contida, enquanto que a maior parte daquelas que reconhecem os direitos sociais seriam
de eficácia limitada.

3.3 Geração dos direitos fundamentais:

Trata-se de classificação dos direitos fundamentais que tem como critério o contexto histórico em
que surgiram, a ordem cronológica de reconhecimento e afirmação dos direitos fundamentais.
Atenção:
Classificar os direitos em gerações sugere a ideia de superação, de que as gerações mais novas
suplantam as anteriores. → Isso está equivocado. O ideal é falar em dimensões.
Direitos fundamentais são indivisíveis. Possuem relação entre si de fortalecimento mútuo e não, de
exclusão mútua. O surgimento de uma nova geração de direitos tem o viés de fortalecer a geração já
existente.
Ex.: direito à educação fortalece o direito de liberdade de expressão.

🕮 Dirley da Cunha: “Falar em “gerações” ou “dimensões” de direitos corresponde a uma sucessão


temporal de afirmação e acumulação de novos direitos fundamentais. Isso leva, por conseguinte, a
uma consequência fundamental: a irreversibilidade ou irrevogabilidade dos direitos reconhecidos,
aliada ao fenômeno da sua complementariedade. O progressivo reconhecimento de novos direitos
fundamentais consiste num processo cumulativo, de complementariedade, onde não há
alternância, substituição ou supressão temporal de direitos anteriormente reconhecidos”.

Como caiu em prova?


FUNIVERSA - 2009 - PC-DF - Agente de Polícia
Na evolução das conhecidas dimensões dos direitos fundamentais, há, sucessivamente,
substituição de direitos na medida do atingimento de novos estágios.
R.: ERRADA.

● Direitos de primeira geração OU PRIMEIRA DIMENSÃO (individuais ou negativos):


Surgem no contexto histórico das revoluções liberais, burguesas, diante do nascimento do
constitucionalismo liberal. – Séc. XIX.

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Grandes Marcos:
● Inglaterra – 1.215 – Magna Carta
● EUA – 1.776 – Declaração de Independência Americana
● EUA – 1.787 – Constituição Americana
● França – 1.789 – Revolução Francesa
● França – 1.791 – Constituição Francesa

Estão relacionados à luta pela liberdade e segurança diante do Estado. Buscam limitar o poder
estatal, impondo ao Estado obrigações de não-fazer e se relacionam às pessoas, individualmente.
São chamados também de direitos negativos ou direitos de defesa.
Ex: propriedade, igualdade formal (perante a lei), liberdade de crença, de manifestação de
pensamento, direito à vida etc.

Obs.1: O fundamento dos direitos de 1ª geração/dimensão é a IGUALDADE FORMAL.

● Direitos de segunda geração OU SEGUNDA DIMENSÃO (sociais, econômicos e culturais ou direitos


positivos):
Surgem no final do século XIX e início do século XX, diante do fenômeno do constitucionalismo social
(ligado ao movimento do socialismo).
Grandes Marcos:
● Constituição Mexicana de 1917
● Constituição Alemã de Weimar de 1919
● Rússia – 1.917/18 – Declaração do Povo Oprimido e Trabalhador – Revolução Russa
● Constituição Brasileira de 1934.

São os direitos de grupos sociais menos favorecidos, e que impõem ao Estado uma obrigação de
fazer, de prestar (por isso são chamados de direitos prestacionais).
São direitos que buscam viabilizar, através do Estado, a satisfação das necessidades básicas dos
indivíduos como forma de lhes proporcionar uma vida digna.
Ex: saúde, educação, moradia, segurança pública.

Obs.: os direitos sociais elencados no art. 6º da CF/88 são exemplos clássicos de direitos de 2ª
geração/dimensão:

Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a


moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à
maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta
Constituição.
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SEMANA 01/12

Cuidado! O direito a transporte foi incluído no rol pela EC. 90/2015.

Obs.1: O fundamento dos direitos de 2ª geração é a IGUALDADE MATERIAL.

● Direitos de terceira geração OU TERCEIRA DIMENSÃO (difusos e coletivos):


Surgem na 2º metade do séc. XX, no pós 2ª Guerra, ligados aos movimentos de melhoria da qualidade
de vida dos cidadãos.
São direitos transindividuais, isto é, direitos que são de várias pessoas, mas não pertencem a
ninguém isoladamente. Transcendem o indivíduo isoladamente considerado.
Possuem caráter indivisível e são titularizados por toda a coletividade.
São também conhecidos como;
● DIREITOS DE FRATERNIDADE
● direitos metaindividuais (estão além do indivíduo)
● direitos supraindividuais (estão acima do indivíduo isoladamente considerado).
Dirley da Cunha - destinam-se à proteção, não do homem em sua individualidade,
mas do homem em coletividade social, sendo, portanto, de titularidade coletiva ou
difusa.

Direitos de 1ª Direitos de 2ª Direitos de 3ª


GERAÇÃO/DIMENSÃO GERAÇÃO/DIMENSÃO GERAÇÃO/DIMENSÃO

Contexto Surgem com revoluções Surgem no final do século 2º metade do séc. XX, no pós
histórico liberais, burguesas, diante XIX e início do século XX, 2ª Guerra, ligados aos
do nascimento do diante do fenômeno do movimentos de melhoria da
constitucionalismo liberal. – constitucionalismo social. qualidade de vida dos cidadãos
Séc. XIX.
Marcos Inglaterra – 1.215 – Magna Constituição Mexicana de
Carta 1917
EUA – 1.776 – Declaração de Constituição Alemã de
Independência Americana Weimar de 1919
EUA – 1.787 – Constituição Rússia – 1.917/18 –
Americana Declaração do Povo
França – 1.789 – Revolução Oprimido e Trabalhador –
Francesa Revolução Russa

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SEMANA 01/12

França – 1.791 – Constituição Brasileira de


Constituição Francesa 1934.
Sinônimos direitos negativos, direitos direitos sociais, econômicos difusos e coletivos
de abstenção. e culturais direitos metaindividuais
Direitos positivos, direitos direitos supraindividuais
prestacionais
Fundamento Igualdade FORMAL Igualdade MATERIAL FRATERNIDADE
conceito Buscam limitar o poder São direitos que impõem ao São direitos transindividuais,
estatal, impondo ao Estado Estado uma obrigação de isto é, titularizados por toda a
obrigações de não-fazer e se fazer, de prestar. coletividade, não pertencendo
relacionam às pessoas, Buscam viabilizar, através do a uma pessoa isoladamente.
individualmente. Estado, a satisfação das
necessidades básicas dos Possuem caráter indivisível.
indivíduos como forma de .
lhes proporcionar uma vida
digna.
Exemplos propriedade, igualdade saúde, educação, moradia,
formal (perante a lei), segurança pública.
liberdade de crença, de
manifestação de
pensamento, direito à vida

NOVAS GERAÇÕES/DIMENSÕES DE DIREITOS FUNDAMENTAIS:

● Direitos de quarta geração:


Há autores que se referem a essa categoria, mas ainda não há consenso na doutrina sobre qual o
conteúdo desse tipo de direitos.

🕮 Paulo Bonavides -É o resultado da globalização dos direitos fundamentais no sentido de uma


universalização desses direitos no plano institucional, que corresponde à última fase da
institucionalização do Estado Social.

(1) Direitos à democracia participativa direito a mecanismos de democracia indireta, que propiciem a
participação direta do povo no processo político
· plebiscito,
· referendo,
· iniciativa popular de lei,

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SEMANA 01/12

· ação popular, etc.

(2) Direitos ligados às questões de bioética.

(3) Direitos ao pluralismo (art. 1º, CF)

(4) Direito à informação → consequência do próprio regime democrático, conjugado com a forma
republicana de governo. Garante o direito à transparência e, consequentemente, o direito à
informação (exemplo: lei de acesso à informação; art. 5º, XXXIII, CF)

● Direitos de quinta geração:


Direito à paz.

Obs.: Crítica doutrinária às “novas gerações” de direitos fundamentais


Parcela da doutrina critica a classificação de outras gerações de direito, pois seriam direitos já
existentes aplicados, hoje, a um novo contexto social, diante da evolução da sociedade.
● Ingo Salert – “trazer novas dimensões é dar destaque ao direito, não trata o direito como um
mero desdobramento de um outro direito que já está nas 3 dimensões anteriores, de modo
a facilitar a sua efetivação e proteção. Ex.: questões de bioética trabalham com direitos
básicos como direito à integridade, ao próprio corpo e dignidade.”

3.4 Características dos direitos fundamentais

● Historicidade: o que se entende por direitos fundamentais varia de acordo com o momento histórico,
não são conceitos herméticos e fechados, variando no tempo e no espaço. Emergem
progressivamente das lutas que o homem trava por sua própria emancipação.

● Inalienabilidade: são direitos sem conteúdo econômico patrimonial, não podem ser comercializados
ou permutados.

● Imprescritibilidade: são sempre exigíveis, ainda que não exercidos;

● Irrenunciabilidade: o indivíduo pode não exercer os seus direitos, mas não pode renunciá-los, de
modo geral.

● Relatividade: não são direitos absolutos. Se houver um choque entre os direitos fundamentais, serão
resolvidos por um juízo de ponderação ou pela aplicação do princípio da proporcionalidade.

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De acordo com o Professor Bruno Pinheiro, parte da doutrina aponta que existem Direitos
Fundamentais Absolutos:
a) Direito a Não Tortura (apontado por Norberto Bobbio)
b) Direito a Não Escravidão
c) Direito a Não Extradição do Brasileiro Nato (art. 5º, LI, CF) → apontado por Carlos Ayres Brito;

TEORIA DA RESTRIÇÃO DAS RESTRIÇÕES (= LIMITAÇÃO DAS LIMITAÇÕES)


- É teoria alemã, adotada no Brasil pelo STF;
- Uma das características dos direitos fundamentais é que eles são relativos, ou seja, podem
sofrer limitações. Porém, essas restrições devem ser feitas com critérios e de forma
excepcional a não esvaziar o seu núcleo essencial. Conclusão: Pode haver restrições aos
direitos fundamentais, mas essas restrições devem ser restritas, não atingindo seu núcleo
essencial.
- Só podem ser impostas restrições se obedecerem aos seguintes requisitos:
Requisito formal: Os direitos fundamentais só podem ser restringidos em caráter geral por
meio de normas elaboradas por órgãos dotados de atribuição legiferante conferido pela
CF/88. A restrição deve estar expressa ou implicitamente autorizada.
Requisitos materiais: para a restrição ser válida, deve observar aos princípios:
- Não retroatividade;
- Proporcionalidade;
- Generalidade e abstração;
- Proteção do núcleo essencial.

Como caiu em prova?


VUNESP - 2018 - PC-BA - Escrivão de Polícia - Os direitos fundamentais podem ser restringidos
por atos normativos infraconstitucionais, desde que seja respeitado o seu núcleo essencial.
(CERTO)

● Personalidade: não se transmitem.


● Concorrência e cumulatividade: são direitos que podem ser exercidos ao mesmo tempo.
● Universalidade: são universais, destinam-se a todos os seres humanos, indiscriminadamente.
Independentemente de as nações terem assinado a declaração, devem ser reconhecidos em todo o
planeta, independentemente, da cultura, política e sociedade.
De acordo com o Professor Bruno Pinheiro, é a característica da Universalidade que
fundamenta a interpretação extensiva do art. 5º, caput da CF, permitindo a aplicação dos
direitos fundamentais aos apátridas e aos estrangeiros não residentes no país.

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CF/88, Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País
a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:

● Proibição de retrocesso: não se pode retroceder nos avanços históricos conquistados. Os direitos
fundamentais são o resultado de um processo evolutivo, marcado por lutas e conquistas em prol da
afirmação de posições jurídicas concretizadoras da dignidade da pessoa humana e, por isso, uma vez
reconhecidos, não podem ser suprimidos, ou abolidos ou enfraquecidos

3.5 Direitos individuais implícitos e explícitos

Os direitos individuais podem ser explícitos ou implícitos.

● Explícitos: são aqueles previstos expressamente no texto da Constituição Federal. Como exemplo,
os contidos no art. 5° da CF. e seus incisos, em especial os previstos no caput do mencionado artigo,
como a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade.

● Implícitos: O reconhecimento decorre de interpretação do texto da Lei das Leis. Isto se evidencia
pela leitura do art. 5º, parágrafo 2º, que reconhece a existência de outros direitos individuais
"decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais de que a
República Federativa do Brasil seja parte".

Classificação dos direitos individuais explícitos:

● Direitos individuais e coletivos: direitos ligados ao conceito de pessoa humana e sua própria
personalidade, com, por exemplo, vida, dignidade da pessoa humana, honra, liberdade, etc. Estão
espalhados pela CF, mas uma grande parte consta no art. 5º, CF/88;

● Direitos sociais: Caracterizam-se como verdadeiras liberdades positivas, de observância obrigatória


em um Estado Social de Direito, tendo por finalidade a melhoria das condições de vida aos
hipossuficientes;
● (Iremos especificar melhor no próximo tópico)

● Direitos de nacionalidade: nacionalidade é o vínculo jurídico político que se liga a um indivíduo


acerto e determinado Estado fazendo deste indivíduo um componente do povo, da dimensão pessoal
deste Estado, capacitando - o a exigir sua proteção e sujeitando - o ao cumprimento de deveres
impostos;
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AGENTE E ESCRIVÃO DE POLÍCIA

SEMANA 01/12

● Direitos políticos: conjunto de regras que disciplina as formas de atuação da soberania popular. São
direitos públicos subjetivos que permitem ao indivíduo o exercício concreto da liberdade de
participação nos negócios políticos do Estado;

● Direitos relacionados à existência, organização e participação em partidos políticos: a Constituição


Federal regulamentou os partidos políticos como instrumentos necessários e importantes para
preservação do Estado Democrático de Direito, assegurando-lhes autonomia e plena liberdade de
atuação, para concretizar o sistema representativo.

3.6 Destinatários

Os destinatários das normas dos direitos individuais, que são os direitos fundamentais, é o ser
humano, o indivíduo. Isso porque os direitos fundamentais surgiram com o intuito de proteção do indivíduo
em face das arbitrariedades do Estado.
Segundo dispõe o art. 5º, caput da CF/88, os destinatários dos direitos fundamentais elencados na
Carta Maior são: os brasileiros e os estrangeiros residentes no Brasil.

CF/88 Art. 5º: Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do
direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos
seguintes:

E os estrangeiros não residentes no Brasil que apenas se encontram em trânsito no solo nacional?
● Dirley da Cunha - “ O artigo 5º, caput deve ser interpretado a partir da unidade da
Constituição, para se entender que todas as pessoas, físicas ou jurídicas, nacionais ou
estrangeiras, com residência ou não no Brasil, são destinatárias dos direitos e garantias
fundamentais previstas na CF, salvo quando a própria Carta Maior excluir algumas delas.”
● Professo Bruno Pinheiro - A característica da universalidade dos direitos fundamentais
fundamenta a interpretação extensiva do art. 5º, caput da CF, permitindo a aplicação dos
direitos fundamentais aos apátridas, aos estrangeiros não residentes no país.

JÁ CAIU EM PROVA:
FUNIVERSA - 2009 - PC-DF - Agente de Polícia - Os direitos previstos no art. 5º da Carta Federal
também têm sido deferidos pelo Supremo Tribunal Federal mesmo aos estrangeiros não
residentes. (certo)

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SEMANA 01/12

Pessoas jurídicas são titulares de direitos fundamentais?


R.: Para a maioria da doutrina e o STF SIM → Pessoa Jurídica de Direito Privado e
Pessoa Jurídica de Direito Público podem ser titulares, bastando analisar
casuisticamente quais direitos fundamentais se compatibilizam com a condição de
pessoa jurídica.

Atenção (1): existem direitos fundamentais catalogados na CF que são concebidos especificamente
para as pessoas jurídicas. – art. 5º, XIX, XXI, etc.

XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas


atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em
julgado;
XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade
para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente;

Atenção (2): pessoas jurídicas de direito público, apesar de integrar o Estado (polo passivo dos DF´s), gozam
de direitos fundamentais, desde que compatíveis com a sua condição.

⇨ Ex.: sigilo bancário (art. 5º, X da CF/88)  pessoa jurídica de direito privado de direito privado goza,
mas a pessoa jurídica de direito público não.

JÁ CAIU EM PROVA:
CESPE - 2016 - PC-PE - Escrivão de Polícia Civil - Os direitos e as garantias individuais não são
assegurados às pessoas jurídicas, uma vez que elas possuem dimensão coletiva. (errado)

4. OS DIREITOS FUNDAMENTAIS NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

A CF de 88 estabeleceu um rol compromissório de direitos fundamentais que condensa diversas


ideologias consagradas em direitos de 1º , 2ª e 3ª dimensões.
Nos aproximamos do denominado liberalismo igualitário, que busca se equilibrar entre a proteção
das liberdades civis e a redução das desigualdades sociais.

Obs.1: Não há hierarquia entre os direitos fundamentais.

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AGENTE E ESCRIVÃO DE POLÍCIA

SEMANA 01/12

JÁ CAIU EM PROVA:
VUNESP - 2018 - PC-BA - Escrivão de Polícia - Há hierarquia entre os direitos fundamentais,
estando o grau de importância definido a partir da posição topográfica do direito na Constituição
Federal. (ERRADO)

Obs.2: Princípio da indivisibilidade - os direitos das diferentes gerações não se excluem, na verdade, se
interpenetram, sofrendo influência mútua. Ou seja, uma geração fortalece o advento da outra.

4.1. Não taxatividade dos direitos fundamentais

O ordenamento jurídico brasileiro adotou, consoante art. 5º, §2º da CF/88, um sistema aberto de
direitos fundamentais no Brasil não se podendo considerar taxativo o rol do artigo 5º.

Art. 5º, § 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros
decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais
em que a República Federativa do Brasil seja parte.

A doutrina faz a seguinte divisão:


a) Direitos formalmente constitucionais → os incluídos pelo Poder Constituinte originário no catálogo
de direitos fundamentais (estão presentes expressamente no art. 5º ou no título II da CF)

b) Direitos materialmente constitucionais → direitos que não se encontram no rol formal da CF, mas
possuem status de fundamentais haja vista seu conteúdo jusfundamental (não importando o local
de positivação). A baliza para saber qual conteúdo confere a norma status de direito fundamental é
a dignidade da pessoa humana.

A cláusula materialmente aberta prevista no §2º do art. 5º da CF/88 é consequência do


reconhecimento da dignidade da pessoa humana como fundamento do Estado (art. 1º, III)
Consequência:
(1) A enumeração dos direitos fundamentais na CF é materialmente aberta, meramente
exemplificativa.

4.2 Hierarquia Dos Tratados Internacionais De Direitos Humanos

Art. 5º, § 3º: Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem
aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos
votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
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AGENTE E ESCRIVÃO DE POLÍCIA

SEMANA 01/12

O art. 5º, §3º da CF foi introduzido pela EC 45/2004 (conhecida como reforma do Poder Judiciário).
Esse dispositivo prevê que os tratados internacionais sobre direitos humanos que observarem o
procedimento de incorporação análogo ao das Emendas Constitucionais terão paridade normativa, isto é:
terão status normativo de emendas constitucionais.

Que procedimento de incorporação é esse?


▪ Aprovação em cada Casa do Congresso Nacional,
▪ Em 2 turnos de votação
▪ Com pelo menos 3/5 dos votos dos respectivos membros.

E os tratados internacionais de direitos humanos que não observarem o


procedimento especial do art. 5º, §3º da CF, não sendo aprovados pelo quórum
constitucional?
R.: Segundo a doutrina majoritária e o Supremo Tribunal Federal, os Tratados
Internacionais de Direitos Humanos internalizados sem a observância do art. 5, §3º da CF
terão hierarquia normativa supralegal: acima das leis e abaixo da Constituição.

Obs.: esse status normativo de supralegalidade tem o efeito de bloquear a legislação infraconstitucional que
com eles seja incompatível, análise de compatibilidade que é chamado de controle de convencionalidade
pela doutrina especializada.

Por fim, os Tratados Internacionais que não versam sobre direitos humanos terão hierarquia
infraconstitucional, com status normativo equivalente à lei ordinária.

RESUMINDO:

Tratado internacional SOBRE DIREITOS Status normativo de emenda constitucional.


HUMANOS, aprovado pelo mesmo rito da
Emenda Constitucional (art. 5º, §3º)
Tratado internacional SOBRE DIREITOS Status normativo de supralegalidade:
HUMANOS, aprovado com quórum diverso superior às leis e inferior à Constituição.
das emendas constitucionais
Tratados Internacionais QUE NÃO VERSAM Independente do procedimento e quórum de
SOBRE DIREITOS HUMANOS votação, terão status normativo de leis
ordinária.

JÁ CAIU EM PROVA:

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SEMANA 01/12

VUNESP - 2018 - PC-BA - Investigador de Polícia- Os tratados e convenções internacionais sobre


direitos humanos aprovados no Congresso Nacional serão equivalentes a Lei Complementar.
(errado)

5. ALGUNS DIREITOS INDIVIDUAIS – ROL DO ART. 5º

5.1 Direito à Vida – Art. 5º, Caput

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se
aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

Está relacionado à existência física de um ser humano. O art. 5º, caput, da CF assegura a
inviolabilidade do direito à vida em relação ao Estado e em relação aos demais indivíduos.
Inviolabilidade difere de irrenunciabilidade: a inviolabilidade diz respeito à proteção de um direito
em face de outras pessoas, enquanto que a irrenunciabilidade diz respeito à proteção de um direito em face
do próprio titular.

O direito à vida compreende o direito ao mínimo necessário a uma existência digna, que abrange:
1. Direito à integridade física: direito à saúde, vedação de pena de morte, proibição do aborto,
etc;

2. Direito à condições materiais e espirituais mínimas necessárias a uma existência digna.

● Dupla acepção do direito à vida (NOVELINO, 2017, p. 325):


1. Acepção positiva: está associada ao direito à existência digna, que assegura o acesso a bens
e utilidades indispensáveis para isso. Ela não se limita ao mínimo existencial, pois garante
também pretensões de caráter material e jurídico, de modo que os poderes públicos devem
adotar medidas positivas de proteção da vida, de amparo material e de emissão de normas
protetivas;

2. Acepção negativa: é o direito assegurado a todo e qualquer ser humano de permanecer vivo.
É um direito de defesa e um pressuposto elementar para o exercício de todos os demais
direitos. Uma decorrência dessa acepção é a proibição da pena de morte (art. 5º, XLVII, “a”,
da CF).

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SEMANA 01/12

Atenção! Não existe direito fundamental absoluto, todos são relativos, de modo que nenhum
direito fundamental está hierarquicamente em superioridade em relação a outro. Ora, se não existe direito
fundamental absoluto e se todos eles são relativos, não se pode admitir que o direito à vida esteja
hierarquicamente superior a qualquer outro, pelo simples fato de ser direito à vida.

A ponderação de direitos depende de uma análise no caso concreto (nunca em abstrato). Exemplo
de que o direito à vida não é um direito absoluto: existência da pena de morte no ordenamento jurídico
brasileiro.

Novidade legislativa!
A Lei nº 14.198/2021 prevê que os pacientes internados em serviços de saúde e
que estejam impossibilitados de receber visitas terão direito a videochamadas.
Os serviços de saúde (ex: hospitais) deverão propiciar, no mínimo, 1 (uma)
videochamada diária aos pacientes internados em enfermarias, apartamentos e unidade de
terapia intensiva, respeitadas as observações médicas sobre o momento adequado (art. 2º).
As videochamadas serão realizadas mesmo no caso de pacientes inconscientes, desde
que previamente autorizadas pelo próprio paciente enquanto gozava de capacidade de se
expressar de forma autônoma, ainda que oralmente, ou por família.

JURISPRUDÊNCIA SOBRE DIREITO À VIDA:

1) ADI 3510 – Pesquisa em Células Tronco Embrionárias

O art. 5º da Lei de Biossegurança autoriza a utilização do material biológico para fins de pesquisa,
terapia, etc., desde que sejam embriões inviáveis, ou, ainda que embriões viáveis, com mais de três anos de
armazenamento.

Art. 5o É permitida, para fins de pesquisa e terapia, a utilização de células-tronco


embrionárias obtidas de embriões humanos produzidos por fertilização in vitro e
não utilizados no respectivo procedimento, atendidas as seguintes condições:
I - sejam embriões inviáveis; ou
II - sejam embriões congelados há 3 (três) anos ou mais, na data da publicação desta
Lei, ou que, já congelados na data da publicação desta Lei, depois de completarem
3 (três) anos, contados a partir da data de congelamento.
§ 1o Em qualquer caso, é necessário o consentimento dos genitores.

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SEMANA 01/12

§ 2o Instituições de pesquisa e serviços de saúde que realizem pesquisa ou terapia


com células-tronco embrionárias humanas deverão submeter seus projetos à
apreciação e aprovação dos respectivos comitês de ética em pesquisa.
§ 3o É vedada a comercialização do material biológico a que se refere este artigo e
sua prática implica o crime tipificado no art. 15 da Lei no 9.434, de 4 de fevereiro
de 1997.

O art.5º foi impugnado na sua constitucionalidade, porque se chegou a cogitar eventual violação da
dignidade da pessoa humana, por considerar que o ser humano estaria sendo tratado como coisa
Decisão do STF: o STF concluiu, por votação bastante apertada, que as pesquisas com célula-tronco
embrionária, nos termos da lei, não violam o direito à vida. A constatação de que a vida começa com a
existência do cérebro (segundo o STF e sem apresentar qualquer análise axiológica ou filosófica) estaria
estabelecida, também, no art. 3.º da Lei de Transplantes, que prevê a possibilidade de retirada de tecidos,
órgãos ou partes do corpo humano destinados a transplante ou tratamento depois da morte desde que se
constate a morte encefálica.
Conclusão: O art. 5° da Lei 11.105/2005 (Lei de Biossegurança) é plenamente constitucional, não
havendo qualquer violação ao direito à vida. Isso porque o art. 5° toma os cuidados necessários, usa
efetivamente as pesquisas científicas para fins terapêuticos, etc., sem trazer nenhum efeito deletério ou
coisificante para a pessoa que forneceu o material biológico.

2) ADPF 54 – Aborto de Feto Anencéfalo

Desconsiderando os aspectos moral, ético ou religioso, tecnicamente, em relação à interrupção da


gravidez de feto anencéfalo, desde que se comprove, por laudos médicos, com 100% de certeza, que o feto
não tem cérebro e não há perspectiva de sobrevida.
Nessa linha de desenvolvimento, o STF, para seguir a lógica do julgamento anterior (célula-tronco),
teria de autorizar a possibilidade de antecipação terapêutica do parto. A imposição estatal da manutenção
de gravidez cujo resultado final será irremediavelmente a morte do feto vai de encontro aos princípios
basilares do sistema constitucional, mais precisamente à dignidade da pessoa humana, à liberdade, à
autodeterminação, à saúde, ao direito de privacidade, ao reconhecimento pleno dos direitos sexuais e
reprodutivos de milhares de mulheres.
O STF, então, julgou procedente o pedido formulado para declarar a inconstitucionalidade de
interpretação segundo a qual a interrupção da gravidez de feto anencéfalo é conduta tipificada nos arts. 124,
126 e 128, I e II, todos do Código Penal.
Em outras palavras: o STF excluiu qualquer interpretação no sentido de que a interrupção da
gestação de feto anencéfalo pudesse ser catalogada como aborto. Justamente por isso fala-se que não se
trata de aborto, mas sim de uma interrupção da gestação em razão da inexistência de uma vida possível.

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SEMANA 01/12

A discussão aqui não é sobre a descriminalização do aborto, mas sim sobre um mínimo existencial
(acepção positiva do direito à vida), que envolve a autodeterminação da mulher em face de uma eventual
tortura.

3) HC 124.306 - Interrupção voluntária da gestação no primeiro trimestre:

O STF conferiu interpretação conforme à Constituição aos arts. 124 a 126 do Código Penal para excluir
do seu âmbito de incidência a interrupção voluntária da gestação efetivada no primeiro trimestre. Os
Ministros entenderam que a criminalização, nessa hipótese, viola diversos direitos fundamentais da mulher,
bem como o princípio da proporcionalidade, nos temos do voto do Min. Barroso (HC 124.306, j. 29.11.2016,
DJE de 17.03.2017).

Julgado do STF veiculando o fornecimento de medicamento pelo poder público, mesmo não havendo
registro na Anvisa:

Cabe ao Estado fornecer, em termos excepcionais, medicamento que, embora não


possua registro na Anvisa, tem a sua importação autorizada pela agência de
vigilância sanitária, desde que comprovada a incapacidade econômica do paciente,
a imprescindibilidade clínica do tratamento, e a impossibilidade de substituição
por outro similar constante das listas oficiais de dispensação de medicamentos e
os protocolos de intervenção terapêutica do SUS.
STF. Plenário. RE 1165959/SP, Rel. Marco Aurélio, redator do acórdão Min.
Alexandre de Moraes, julgado em 18/6/2021 (Repercussão Geral – Tema 1161)
(Info 1022),(grifo nosso).

Julgado do STJ versando sobre fornecimento de medicamento pelo poder público para a utilização
off label:

É possível obrigar o Estado a fornecer medicamento off label (o medicamento off


label é aquele cujo médico prescreve para uma determinada finalidade que não
consta expressamente na sua bula)?
• Em regra, não é possível que o paciente exija do poder público o fornecimento de
medicamento para uso off label.
• Excepcionalmente, será possível que o paciente exija o medicamento caso esse
determinado uso fora da bula (off label) tenha sido autorizado pela ANVISA.
O Estado não é obrigado a fornecer medicamento para utilização off label, salvo
autorização da ANVISA. STJ. 1ª Seção., Rel. Min. Sérgio Kukina, julgado em
10/11/2021 (Info 717).
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SEMANA 01/12

5.2 Direito À Igualdade

Está previsto no art. 5º, caput e inciso I da CF:

Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se
aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade (...).
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta
Constituição;

● Concepções da igualdade:
1) Concepção formal: é a igualdade perante a lei e perante o Estado. Por essa concepção, a igualdade
impede que os indivíduos sejam tratados pelos poderes públicos de maneira diversa. Trata-se de
uma concepção estática e negativa, insuficiente para solucionar as desigualdades sociais;

2) Concepção material: representa o tratamento igual dos iguais e o tratamento desigual daqueles em
situações desiguais. Por essa concepção, a igualdade deve adotar critérios distintivos justos e
razoáveis, de modo que os poderes públicos devem adotar medidas concretas para reduzir ou
compensar desigualdades.

IGUALDADE FORMAL IGUALDADE MATERIAL


é a igualdade perante a lei e perante o É o tratamento igual dos iguais e o
Estado, impedindo que os indivíduos sejam tratamento desigual aos desiguais na medida
tratados pelos poderes públicos de maneira em que se desigualam.
diversa
Deve adotar critérios distintivos justos e
razoáveis, de modo que os poderes públicos
devem adotar medidas concretas para
reduzir ou compensar desigualdades

● Dimensões da igualdade (NOVELINO, 2017, p. 340):

1) Dimensão objetiva: é a igualdade compreendida como princípio material estruturante do Estado


brasileiro que impõe o tratamento igual para os iguais e desigual para os desiguais, bem como ações
voltadas à redução das desigualdades sociais e regionais;

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SEMANA 01/12

2) Dimensão subjetiva: confere a indivíduos e grupos posições jurídicas de caráter negativo (proteção
contra diferenciações ou igualizações arbitrárias) e de caráter positivo (direito a exigir determinadas
prestações materiais e jurídicas destinadas à redução de desigualdades).

Certo é que, no atual Estado Democrático de Direito, deve-se buscar, não somente a igualdade formal
(consagrada no liberalismo clássico), mas, principalmente, a igualdade material. Isso porque, no Estado social
ativo, efetivador dos direitos humanos, imagina-se uma igualdade mais real perante os bens da vida, diversa
daquela apenas formalizada em face da lei.
Vejamos alguns exemplos de ações afirmativas reconhecidas pelo STF:

a) Cotas raciais: o STF, na ADPF 186, CONSIDEROU CONSTITUCIONAL A POLÍTICA DE COTAS ÉTNICO-
RACIAIS para seleção de estudantes da Universidade de Brasília (UnB). Além disso, o STF declarou o
reconhecimento da proclamação na Constituição da igualdade material, sendo que, para assegurá-la, “o
Estado poderia lançar mão de políticas de cunho universalista — a abranger número indeterminado de
indivíduos — mediante ações de natureza estrutural; ou de ações afirmativas — a atingir grupos sociais
determinados — por meio da atribuição de certas vantagens, por tempo limitado, para permitir a
suplantação de desigualdades ocasionadas por situações históricas particulares. Ainda, o STF declarou que
“é constitucional a reserva de 20% das vagas oferecidas nos concursos públicos para provimento de cargos
efetivos e empregos públicos no âmbito da administração pública direta e indireta. É legítima a utilização,
além da autodeclaração, de critérios subsidiários de heteroidentificação, desde que respeitada a dignidade
da pessoa humana e garantidos o contraditório e a ampla defesa”.

b) PROUNI – Programa Universidade para Todos: o STF julgou constitucional o PROUNI, como
importante fator de inserção social e cumprimento do art. 205 da CF/88, que estatui ser a educação direito
de todos e dever do Estado e da família. Ainda, o programa encontra-se em sintonia com diversos dispositivos
da Constituição que estabelecem a redução de desigualdades sociais.

c) Lei Maria da Penha: o STF julgou procedente a ADC 19, para declarar a constitucionalidade dos arts.
1.º, 33 e 41 da Lei n. 11.340/2006 (Lei Maria da Penha), tendo por fundamento o princípio da igualdade, bem
como o combate ao desprezo às famílias, sendo considerada a mulher a sua célula básica. Na mesma
assentada, por maioria e nos termos do voto do Relator, o STF julgou procedente a ADI 4.424, para, dando
interpretação conforme os arts. 12, I, e 16, ambos da Lei n. 11.340/2006 (Lei Maria da Penha), declarar a
natureza incondicionada da ação penal em caso de crime de lesão, pouco importando a extensão desta,
praticado contra a mulher no ambiente doméstico.

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5.3 Princípio Da Legalidade – Art. 5º, II

II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de
lei;

O princípio da legalidade significa que ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer algo que não
esteja previamente estabelecido na própria CR e nas normas jurídicas dela derivadas. O princípio da
legalidade, desta forma, se converte em princípio da constitucionalidade (Canotilho), subordinando toda
atividade estatal e privada à força da Constituição.

I. Legalidade x Reserva Legal: O princípio da reserva legal é um desdobramento da legalidade, que impõe e
vincula a regulação de determinadas matérias constantes na constituição à fonte formal do tipo lei.

II. Acepções do princípio da legalidade:

1) Para particulares: Somente a lei pode criar obrigações, de forma que a inexistência de lei proibitiva
de determinada conduta implica ser ela permitida.

2) Para a Administração Pública: O Estado se sujeita às leis, e deve atuar em conformidade à


previsão legal. O administrador público só poderá agir dentro daquilo que é previsto e autorizado
por lei.

5.4 Proibição Da Tortura – Art. 5º, III

Ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante


(art. 5º, III, da CF).

● Não esquecer que parcela da doutrina defende que o direito de não ser torturado (inciso III do art.
5º da CF) é um exemplo de direito fundamental absoluto, sendo uma exceção à característica da
relatividade dos direitos fundamentais.

● Uso de algemas e a Súmula Vinculante 11: “o uso legítimo de algemas não é arbitrário, sendo de
natureza excepcional, a ser adotado nos casos e com as finalidades de impedir, prevenir ou dificultar
a fuga ou reação indevida do preso, desde que haja fundada suspeita ou justificado receio de que
tanto venha a ocorrer, e para evitar agressão do preso contra os próprios policiais, contra terceiros
ou contra si mesmo. O emprego dessa medida tem como balizamento jurídico necessário os
princípios da proporcionalidade e da razoabilidade” (HC 89.429, Rel. Min. Cármen Lúcia, j.
22.08.2006, DJ de 02.02.2007).
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Súmula Vinculante nº 11: Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de


fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte
do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de
responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade
da prisão ou do ato processo a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil
do Estado.

Fique atento à jurisprudência!

● A tortura de preso custodiado em delegacia praticada por policial constitui ato de improbidade
administrativa que atenta contra os princípios da administração pública. Para o STJ, é injustificável
que a tortura praticada por servidor público, um dos atos mais gravosos à dignidade da pessoa
humana e aos direitos humanos, seja punido apenas no âmbito disciplinar, civil e penal, afastando-
se a aplicação da Lei da Improbidade Administrativa.

5.5 Direito Às Liberdades

Abrange as liberdades física, de pensamento, de locomoção.

5.5.1 Liberdade Da Manifestação De Pensamento – Art. 5º, IV e V

IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;


V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por
dano material, moral ou à imagem;

A Constituição assegurou a liberdade de manifestação do pensamento, vedando o anonimato. Se durante a


manifestação do pensamento se cause dano material, moral ou à imagem, assegura-se o direito de resposta,
proporcional ao agravo, além da indenização.

Conforma salienta Pedro Lenza, o inciso IV estabelece uma espécie de “cláusula geral” que, em conjunto com
outros dispositivos, asseguram a liberdade de expressão nas suas diversas manifestações:
a) liberdade de manifestação do pensamento (incluindo a liberdade de opinião);
b) liberdade de expressão artística;
c) liberdade de ensino e pesquisa;
d) liberdade de comunicação e de informação (liberdade de “imprensa”);
e) liberdade de expressão religiosa

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● Marcha da Maconha (ADPF 187) – as marchas da maconha vinham sendo reprimidas pela polícia, sob a
ótica de que elas geravam apologia ao crime, vez que o uso de maconha é criminalizado. Este
entendimento viola a liberdade de expressão, porque não se confunde a apologia a droga e o seu uso
com a defesa da descriminalização ou ainda da inconstitucionalidade da criminalização. Em um Estado
Democrático de Direito se entender que o povo não possa se manifestar pela descriminalização de
uma conduta, evidentemente é se viver em um Estado que não pode ser chamado de Democrático de
Direito. Em um regime que presa pela liberdade de expressão tem que dar a opção da população se
manifestar pela descriminalização de determinada conduta.

A liberdade de expressão existe para a manifestação de opiniões contrárias, jocosas, satíricas e até
mesmo errôneas, mas não para opiniões criminosas, discurso de ódio ou atentados contra o Estado
Democrático de Direito e a democracia. A Constituição garante a liberdade de expressão, com
responsabilidade. A liberdade de expressão não pode ser usada para a prática de atividades ilícitas ou
para a prática de discursos de ódio, contra a democracia ou contra as instituições. Nesse sentido, são
inadmissíveis manifestações proferidas em redes sociais que objetivem a abolição do Estado de Direito
e o impedimento, com graves ameaças, do livre exercício de seus poderes constituídos e de suas
instituições. Ademais, conforme jurisprudência do STF, a garantia constitucional da imunidade
parlamentar incide apenas sobre manifestações proferidas no desempenho da função legislativa ou em
razão desta, não sendo possível utilizá-la como escudo protetivo para a prática de atividades ilícitas. Não
configurada abolitio criminis com relação aos delitos previstos na Lei de Segurança Nacional (Lei nº
7.170/83). Quando determinada conduta típica (e suas elementares) permanece descrita na nova lei
penal, com a manutenção do caráter proibido da conduta, há a configuração do fenômeno processual
penal da continuidade normativo-típica.
Na hipótese, o legislador não pretendeu abolir as condutas atentatórias à democracia, ao Estado de
Direito e ao livre exercício dos poderes. Na realidade, aprimorou, sob o manto democrático, a defesa do
Estado, de suas instituições e de seus poderes. Observa-se, assim, a ocorrência de continuidade
normativo-típica entre as condutas previstas nos arts. 18 e 23, IV, da Lei nº 7.170/83 e a conduta prevista
no art. 359-L do CP (com redação dada pela Lei nº 14.197/2021), bem como entre a conduta prevista no
art. 23, II, da Lei nº 7.170/83 e o conduta típica prevista no art. 286, parágrafo único, do CP, com redação
dada pela Lei nº 14.197/2021.
STF. Plenário. AP 1044/DF, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 20/4/2022

Caracterizam desvio de finalidade e abuso de poder a colheita, a produção e o compartilhamento de


dados, informações e conhecimentos específicos para satisfazer interesse privado de órgão ou de agente
público.
Na hipótese, a utilização da máquina estatal para a colheita de informações de servidores com postura
política contrária ao governo caracteriza desvio de finalidade e afronta aos direitos fundamentais da livre
manifestação do pensamento, da privacidade, reunião e associação, aos quais deve ser conferida máxima
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efetividade, pois essenciais ao regime democrático.


Ademais, os órgãos de inteligência de qualquer nível hierárquico de qualquer dos Poderes do Estado,
embora sujeitos ao controle externo realizado pelo Poder Legislativo, submetem-se também ao crivo do
Poder Judiciário, em respeito ao princípio da inafastabilidade da jurisdição.
STF. Plenário. ADPF 722/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 13/5/2022 .

● Delação anônima (Inq. 1957) – o STF já decidiu não ser possível a utilização da denúncia anônima, pura
e simples, para a instauração de procedimento investigatório, por violar a vedação ao anonimato,
prevista no art. 5.º, IV. Nada impede, contudo, que o Poder Público provocado por delação anônima
adote medidas informais destinadas a apurar, previamente, em averiguação sumária, com prudência e
discrição, a possível ocorrência de eventual situação de ilicitude penal, desde que o faça com o objetivo
de conferir a verossimilhança dos fatos nela denunciados, em ordem a promover, então, em caso
positivo, a formal instauração da persecutio criminis, mantendo-se, assim, completa desvinculação desse
procedimento estatal em relação às peças apócrifas”.

● Não é cabível a condenação de empresa jornalística à publicação do resultado da demanda quando o


ofendido não tenha pleiteado administrativamente o direito de resposta ou retificação de matéria
divulgada, publicada ou transmitida por veículo de comunicação social no prazo decadencial estabelecido
no art. 3º da Lei nº 13.188/2015, bem ainda, à adequação do montante indenizatório fixado.
STJ. 4ª Turma. REsp 1867286-SP, Rel. Min. Marco Buzzi, julgado em 24/08/2021

● Tatuagem e o concurso público – “as pigmentações de caráter permanente inseridas voluntariamente


em partes dos corpos dos cidadãos configuram instrumentos de exteriorização da liberdade de
manifestação do pensamento e de expressão, valores amplamente tutelados pelo ordenamento jurídico
brasileiro (CRFB/88, art. 5.°, IV e IX)”. Assim, “o Estado não pode desempenhar o papel de adversário da
liberdade de expressão, incumbindo-lhe, ao revés, assegurar que minorias possam se manifestar
livremente”

Tema 838 da repercussão geral, fixou as seguintes teses: “(i) os requisitos do edital
para o ingresso em cargo, emprego ou função pública devem ter por fundamento
lei em sentido formal e material; (ii) os editais de concurso público não podem
estabelecer restrição a pessoas com tatuagem, salvo situações excepcionais em
razão de conteúdo que viole valores constitucionais”
(RE 898.450, Plenário, Rel. Min. Luiz Fux, j. 17.08.2016, DJE de 31.05.2017).

Novidade legislativa (LEI Nº 14.296, DE 4 DE JANEIRO DE 2022) veiculando restrições ao uso de


tatuagem para o ingresso em corpos e quadros da Marinha do Brasil.

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Art. 11-A
XII - não apresentar tatuagem que, nos termos de detalhamento constante de
normas do Comando da Marinha, faça alusão a ideologia terrorista ou extremista
contrária às instituições democráticas, a violência, a criminalidade, a ideia ou ato
libidinoso, a discriminação, a preconceito de raça, credo, sexo ou origem ou a ideia
ou ato ofensivo às Forças Armadas, vedado o uso de qualquer tipo de tatuagem na
região da cabeça, do rosto e da face anterior do pescoço que comprometa a
segurança do militar ou das operações, conforme previsto em ato do Ministro de
Estado da Defesa;

CAIU EM PROVA RECENTE:


CESPE / CEBRASPE - 2021 - PC-SE - Escrivão de Polícia(adaptada)
A CF, ao garantir a liberdade de expressão, vedou o anonimato, prestigiando o direito de
resposta e eventual pleito judicial por indenização em relação a dano material, moral ou à
imagem(correta).

5.5.2 Liberdade De Consciência, Crença E Culto – Art 5º, VI a VIII)

VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre


exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais
de culto e a suas liturgias;
VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas
entidades civis e militares de internação coletiva;
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de
convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação
legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;

Assegura-se a inviolabilidade da liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício


dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias.

▪ Liberdade de crença: é a liberdade de pensamento de foro íntimo em questões de natureza


religiosa, incluindo o direito de professar ou não uma religião, de acreditar ou não na existência
de um, em nenhum ou em vários deuses (art. 5º, VI); e

▪ Liberdade de consciência em sentido estrito: é a liberdade de pensamento de foro íntimo em


questões não religiosas.

Atenção para a jurisprudência temática do STF:


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A imposição legal de manutenção de exemplares de Bíblias em escolas e bibliotecas


públicas estaduais configura contrariedade à laicidade estatal e à liberdade
religiosa consagrada pela Constituição da República de 1988.
STF. Plenário. ADI 5258/AM, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 12/4/2021 (Info
1012).

5.5.3 Liberdade De Atividade Intelectual, Artística, Científica Ou De Comunicação – Art. 5º, IX

IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação,


independentemente de censura ou licença;

É livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação,


independentemente de censura ou licença.
Veda-se a censura de natureza política, ideológica e artística (art. 220, § 2.º), porém, apesar da
liberdade de expressão acima garantida, lei federal deverá regular as diversões e os espetáculos públicos,
cabendo ao Poder Público informar sobre a natureza deles, as faixas etárias a que não se recomendem,
locais e horários em que sua apresentação se mostre inadequada.

Art. 220. A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob


qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o
disposto nesta Constituição.
§ 2º É vedada toda e qualquer censura de natureza política, ideológica e artística.
§ 3º Compete à lei federal:
I - regular as diversões e espetáculos públicos, cabendo ao Poder Público informar sobre
a natureza deles, as faixas etárias a que não se recomendem, locais e horários em que sua
apresentação se mostre inadequada;
II - estabelecer os meios legais que garantam à pessoa e à família a possibilidade de se
defenderem de programas ou programações de rádio e televisão que contrariem o
disposto no art. 221, bem como da propaganda de produtos, práticas e serviços que
possam ser nocivos à saúde e ao meio ambiente.

5.5.4 Liberdade De Profissão – Art. 5º, XIII

XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as


qualificações profissionais que a lei estabelecer;

Assegura a liberdade do exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as


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qualificações profissionais que a lei estabelecer.


Trata-se de norma constitucional de eficácia contida, podendo a legislação infraconstitucional
limitar o seu alcance, fixando condições ou requisitos para o pleno exercício da profissão.

● Cuidado - a jurisprudência do STF admite a regulamentação por lei de atividades que possam trazer
danos a terceiros, atividades profissionais cuja falta de técnica traga o risco de “atingir
negativamente a esfera pública de outros indivíduos ou de valores ou interesses da própria
sociedade” (ADI 3.870, 2019). Nessas situações, a lei poderá disciplinar, restritivamente, impondo
regras ao exercício da profissão.
Na jurisprudência do STJ:

Quando o delito imputado envolve o emprego de violência contra a pessoa ou demonstre


comportamento agressivo incompatível com as funções de vigilante, é válida a recusa de pedido
de inscrição em curso de reciclagem para vigilantes profissionais, porquanto configurada, em regra,
a ausência de idoneidade do indivíduo.
Caso concreto em que o indivíduo restou condenado pela prática de lesão corporal no âmbito
doméstico, com sentença penal transitada em julgado e pena já cumprida, não se evidenciando,
desse modo, ilegalidade na recusa à matrícula no curso de reciclagem pela Polícia Federal,
porquanto se trata de delito que atrai valoração negativa sobre a conduta exigida do profissional,
revelando sua inidoneidade para o exercício da profissão.
STJ. 1ª Turma.REsp 1952439-DF, Rel. Min. Sérgio Kukina, julgado em 26/04/2022.

5.5.5 Liberdade de Informação – Art. 5º, XIV e XXXIII

XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte,


quando necessário ao exercício profissional;

XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse
particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob
pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à
segurança da sociedade e do Estado;

5.5.6 Liberdade de Locomoção – Art. 5º, XV e LXI

XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer


pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens;

LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e
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fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão


militar ou crime propriamente militar, definidos em lei;

É o direito de ir e vir, amparado por habeas corpus


Perceba que a liberdade de locomoção no território nacional é livre NOS TEMPOS DE PAZ.
Existem 4 hipóteses de exceção a liberdade de locomoção:

1. Em caso de prisão em flagrante ou prisão por ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária
competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar (art. 5º, LXI da
CF)
2. Durante o estado de defesa (art. 136, 3º,I da CF) o decreto poderá estabelecer restrição ao direito
de reunião, ainda que exercida no seio das associações.
3. Durante o estado de sítio decretado com fundamento no art. 137, I, da CF, poderão ser tomadas
contra as pessoas as medidas de obrigação de permanência em localidade determinada (art. 139, I
da CF); detenção em edifício não destinado a acusados ou condenados por crimes comuns (art. 139,
II da CF); suspensão da liberdade de reunião (art. 139, IV da CF).
4. Declaração de estado de guerra ou resposta a agressão armada estrangeira (hipóteses de decretação
de estado de sítio – art. 137, II da CF), a liberdade de locomoção também poderá ser restringida ou
suspensa (art. 138, caput da CF).

JÁ CAIU EM PROVA:
FUNCAB - 2016 - PC-PA - Investigador de Policia Civil – A liberdade de locomoção é desenhada
como possibilidade de ingresso, circulação interna e saída do território nacional, sendo
preservada mesmo com a decretação de estado de sítio com fundamentação em comoção grave
de repercussão nacional. A liberdade de locomoção apenas é restringida com advento da
declaração de guerra. (errado)

5.5.7 Liberdade de Reunião – Art. 5º, XVI

XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao


público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra
reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido
prévio aviso à autoridade competente;

É o agrupamento organizado de pessoas de caráter transitório, com uma determinada finalidade.


O exercício válido do direito de reunião deve satisfazer os requisitos constitucionais

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1. Reunião pacífica
2. Sem armas
3. Em locais abertos ao público
4. Dispensa autorização, mas deve haver aviso prévio aviso à autoridade competente
5. Não pode frustrar outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local

O que se entende por aviso prévio para os fins do direito de reunião do art. 5º,
XVI, da CF/88?
O STF fixou a seguinte tese: A exigência constitucional de aviso prévio
relativamente ao direito de reunião é satisfeita com a veiculação de informação
que permita ao poder público zelar para que seu exercício se dê de forma pacífica
ou para que não frustre outra reunião no mesmo local. STF. Plenário. RE 806339,
Rel. para acórdão Min. Edson Fachin, julgado em 14/12/2020 (Repercussão Geral –
Tema 855).

5.5.8 Liberdade de Associação – Art. 5º, XVII a XXI

Agrupamento de pessoas, organizado e permanente, para fins lícitos. Abrange:

∘ Direito de associar-se a outras pessoas para a formação de uma entidade;


∘ Aderir a uma associação já formada;
∘ Desligar-se da associação;
∘ Autodissolução das associações.

XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter


paramilitar;

Perceba que o direito de associação somente é livre se:


1. For para fins lícitos
2. Não tiver caráter paramilitar.

Já caiu em prova;
INSTITUTO AOCP - 2019 - PC-ES - Investigador) É plena a liberdade de associação para fins lícitos,
inclusive a de caráter paramilitar. [errado]

XVIII – a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem


de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento;

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Perceba que:
1. Associações são criadas independente de autorização
2. Cooperativas devem ser criadas na forma da lei, mas independem de autorização;
3. A CF veda qualquer interferência estatal no funcionamento das associações e cooperativas.
XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades
suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado;
Perceba que as associações:
1. Podem ser dissolvidas de forma compulsória por decisão judicial, mas apenas após o trânsito em
julgado.
2. Podem ter suas atividades suspensas por decisão judicial, não sendo exigido o trânsito em julgado.

XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado;

XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm


legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente;

5.6 Direito à privacidade – Art. 5º, X

X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas,


assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua
violação;

DIMENSÕES
● Intimidade: é o direito de estar só;
● Vida privada: é o direito do indivíduo de ser do modo que quiser, sem a intervenção de outrem.
● Honra: Ligada à honra objetiva (visão da sociedade) e honra subjetiva (visão da própria pessoa).
● Imagem: É a representação da pessoa, por meio de desenhos, fotografias.

A MP 954/2020 exorbitou dos limites traçados pela Constituição ao autorizar a


disponibilização dos dados pessoais de todos os consumidores dos serviços STFC
e SMP, pelos respectivos operadores, ao IBGE
A MP 954/2020 determinava que, durante a emergência de saúde decorrente do
covid-19, as empresas de telefonia fixa e móvel deveriam fornecer ao IBGE os dados
dos seus clientes: relação dos nomes, números de telefone e endereços. Segundo
a MP, essas informações seriam utilizadas para a produção das estatísticas oficial,
com o objetivo de realizar entrevistas não presenciais com os clientes das
empresas. As informações disciplinadas pela MP 954/2020 configuram dados
pessoais e, portanto, estão protegidas pelas cláusulas constitucionais que
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asseguram a liberdade individual (art. 5º, caput), a privacidade e o livre


desenvolvimento da personalidade (art. 5º, X e XII). Sua manipulação e tratamento
deverão respeitar esses direitos e os limites estabelecidos pela Constituição. A MP
954/2020 exorbitou dos limites traçados pela Constituição porque diz que os dados
serão utilizados exclusivamente para a produção estatística oficial, mas não
delimita o objeto da estatística a ser produzida, nem a finalidade específica ou a
sua amplitude. A MP 954/2020 não apresenta também mecanismos técnico ou
administrativo para proteger os dados pessoais de acessos não autorizados,
vazamentos acidentais ou utilização indevida. Diante disso, constata-se que a MP
violou a garantia do devido processo legal (art. 5º, LIV, da CF), em sua dimensão
substantiva (princípio da proporcionalidade). STF. Plenário. ADI 6387, ADI 6388, ADI
6389, ADI 6390 e ADI 6393 MC-Ref/DF, Rel. Min. Rosa Weber, julgados em 6 e
7/5/2020 (Info 976).

O direito à retratação e ao esclarecimento da verdade possui previsão na


Constituição da República e na Lei Civil, não tendo sido afastado pelo Supremo
Tribunal Federal no julgamento da ADPF 130/DF. O princípio da reparação integral
(arts. 927 e 944 do CC) possibilita o pagamento da indenização em pecúnia e in
natura, a fim de se dar efetividade ao instituto da responsabilidade civil. Dessa
forma, é possível que o magistrado condene o autor da ofensa a divulgar a sentença
condenatória nos mesmos veículos de comunicação em que foi cometida a ofensa
à honra, desde que fundamentada em dispositivos legais diversos da Lei de
Imprensa. STJ. 3ª Turma. REsp 1771866-DF, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze,
julgado em 12/02/2019 (Info 642).
Fonte: Dizer o Direito

Os órgãos do SISBIN (Sistema Brasileiro de Inteligência) somente podem fornecer


informações à ABIN quando comprovado o interesse público e mediante decisão
motivada para controle de legalidade pelo Poder Judiciário.
a) os órgãos componentes do Sistema Brasileiro de Inteligência (Sisbin) somente
podem fornecer dados e conhecimentos específicos à Agência Brasileira de
Inteligência (Abin) quando comprovado o interesse público da medida, afastada
qualquer possibilidade de esses dados atenderem interesses pessoais ou privados;
b) toda e qualquer decisão que solicitar os dados deverá ser devidamente
motivada para eventual controle de legalidade pelo Poder Judiciário;
c) mesmo quando presente o interesse público, os dados referentes a
comunicações telefônicas ou dados sujeitos à reserva de jurisdição não podem
ser compartilhados na forma do dispositivo em razão daquela limitação,
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SEMANA 01/12

decorrente do respeito aos direitos fundamentais; e


d) nas hipóteses cabíveis de fornecimento de informações e dados à Abin, é
imprescindível procedimento formalmente instaurado e existência de sistemas
eletrônicos de segurança e registro de acesso, inclusive para efeito de
responsabilização, em caso de eventuais omissões, desvios ou abusos.
STF. Plenário. ADI 6529/DF, Rel. Min. Carmen Lúcia, julgado em 8/10/2021 (Info
1033).

● Privacidade e Sigilo bancário e fiscal: O STF admite a quebra do sigilo pelo Judiciário ou por CPI
(federal ou estadual, mas não municipal), mas resiste a que o MP possa requisitá-la diretamente, por
falta de autorização legal específica, salvo a hipótese de existir procedimento administrativo
investigando utilização indevida de patrimônio público.

LC 105/2001 E QUEBRA DE SIGILO PELA ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA9


- A Lei Complementar n.º 105/2001 atribui a agentes tributários, no exercício do
poder de fiscalização, o poder de requisitar informações referentes a operação e
serviços das instituições financeiras, independente de autorização judicial.
Inicialmente, nos autos do RE 389808, o STF entendeu NÃO ser possível o
afastamento do sigilo.

- Recentemente, o STF entendeu possível o repasse das informações dos bancos para o
Fisco, pelos seguintes argumentos, pois as informações são remetidas ao Fisco em caráter
sigiloso e permanecem de forma sigilosa na Administração Tributária, inacessível a
terceiros, não pode ser considerado violação do sigilo.

Dados obtidos com a quebra de sigilo bancário não podem ser divulgados
abertamente em site oficial.
Os dados obtidos por meio da quebra dos sigilos bancário, telefônico e fiscal devem
ser mantidos sob reserva.
Assim, a página do Senado Federal na internet não pode divulgar os dados obtidos
por meio da quebra de sigilo determinada por comissão parlamentar de inquérito
(CPI).
STF. Plenário. MS 25940, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 26/4/2018 (Info 899).
Fonte: Dizer o direito.

9
Para aprofundamento, sugerimos leitura do julgado comentado pelo Dizer o Direito:
http://www.dizerodireito.com.br/2016/02/a-receita-pode-requisitar-das.html
125
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● DADOS, INCLUSIVE NOS MEIOS DIGITAIS: Uma das facetes do direito à privacidade, foi incluído,
agora expressamente, na Constituição Federal, por meio da EC 115/2022, o direito à proteção dos dados
pessoais, inclusive nos meios digitais:

LXXIX - é assegurado, nos termos da lei, o direito à proteção dos dados pessoais,
inclusive nos meios digitais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 115, de 2022)

Isso significa que este direito passou a ser cláusula pétrea, não podendo mais ser excluído do texto
constitucional, sob pena de configurar retrocesso na proteção dos direitos fundamentais.

Além disso, a EC 115/2022 estabeleceu competir à União organizar e fiscalizar a proteção e o


tratamento de dados pessoais, nos termos da lei. (art. 21, XXVI), bem como legislar privativamente a respeito
da proteção e tratamento de dados pessoais.

5.7 Inviolabilidade De Domicílio – Art. 5º, XI

XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem


consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar
socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial

A casa é asilo inviolável. Qual é o conceito de casa?


R.: Segundo o STF e doutrina, casa abrange não só o domicílio como também todo
lugar privativo, ocupado por alguém, com direito próprio e de maneira exclusiva,
mesmo sem caráter definitivo ou habitual.

STF - “Para os fins da proteção jurídica a que se refere o art. 5.º, XI, da Constituição
da República, o conceito normativo de ‘casa’ revela-se abrangente e, por estender-
se a qualquer aposento de habitação coletiva, desde que ocupado (CP, art. 150, §
4.º, II), compreende, observada essa específica limitação espacial, os quartos de
hotel (...)” (RHC 90.376)

A abrangência do conceito alcança:


▪ o escritório de trabalho,
▪ o estabelecimento industrial,
▪ clube recreativo
▪ quarto de hotel.
▪ Quarto de motel.
▪ Automóveis quando usados para fins de moradia;
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▪ Barcos quando usados para fins de moradia.


▪ Bens públicos de uso especial não abertos ao público como gabinetes de prefeitos, gabinete do
delegado de polícia.

Inf. 549 do STJ (2014):Afirmou que o gabinete do delegado de polícia encontra-se


inserido no conceito de “casa” previsto no inciso III do §4º do art. 150 do CP. Logo,
invasão ao seu gabinete constitui crime de violação de domicílio.

CP, Art. 150 - Entrar ou permanecer, clandestina ou astuciosamente, ou contra a


vontade expressa ou tácita de quem de direito, em casa alheia ou em suas
dependências:
§ 4º - A expressão "casa" compreende:
I - qualquer compartimento habitado;
II - aposento ocupado de habitação coletiva;
III - compartimento não aberto ao público, onde alguém exerce profissão ou
atividade

* ATENÇÃO - Exceções ao direito à inviolabilidade do domicílio.


Sem consentimento do morador, só é possível entrar na casa de um indivíduo:
(1) Em caso de flagrante delito, a qualquer momento;
(2) Em caso de desastre
(3) Para prestar socorro;
(4) Através de autorização judicial, durante o dia.

Fique atento à jurisprudência:

O ingresso regular da polícia no domicílio, sem autorização judicial, em caso de


flagrante delito, para que seja válido, necessita que haja fundadas razões (justa
causa) que sinalizem a ocorrência de crime no interior da residência. A mera
intuição acerca de eventual traficância praticada pelo agente, embora pudesse
autorizar abordagem policial, em via pública, para averiguação, não configura, por
si só, justa causa a autorizar o ingresso em seu domicílio, sem o seu consentimento
e sem determinação judicial. STJ. 6ª Turma. REsp 1574681-RS, Rel. Min. Rogério
Schietti Cruz, julgado em 20/4/2017 (Info 606).
Fonte: Dizer o Direito

5.8 Direito de propriedade – Art. 5º, XXII e Art. 5º, XXIII

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XXII - é garantido o direito de propriedade;


XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;

É garantido pela Constituição, mas não é absoluto, uma vez que a propriedade poderá ser
desapropriada.
É necessário também que a propriedade cumpra sua função social, atendendo aos interesses da
coletividade e não apenas do proprietário.
● É garantido o direito de propriedade (art. 5º, XXII).
● A propriedade atenderá a sua função social (art. 5º, XXIII).
● A lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por
interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos na
Constituição (art. 5º, XXIV).
● No caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular,
assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano (art. 5º, XXV).

5.8.1 Direito ao silêncio

Quanto ao direito ao silêncio, o texto Constitucional foi bastante limitado. O único dispositivo
constitucional que trata do assunto é o art. 5º, LXIII: “o preso será informado de seus direitos, entre os quais
o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado”. Embora não haja
previsão expressa na Constituição Federal, obviamente todo investigado, ainda que solto, também tem o
direito de permanecer em silêncio. Trata-se de um corolário do princípio segundo o qual ninguém é obrigado
a produzir prova contra si mesmo (nemo tenetur se detegere).
Aliás, esse direito, que está implícito na Constituição Federal, está expresso no art. 8º, inciso 2, alínea
“g”, do Pacto de São José da Costa Rica: “direito de não ser obrigado a depor contra si mesma, nem a declarar-
se culpada”.
Nesse sentido, já decidiu o Supremo Tribunal Federal: “Tenho enfatizado, em decisões proferidas no
Supremo Tribunal Federal, a propósito da prerrogativa constitucional contra a autoincriminação, e com apoio
na jurisprudência prevalente no âmbito desta Corte, que assiste, a qualquer pessoa, regularmente convocada
para depor perante Comissão Parlamentar de Inquérito, o direito de se manter em silêncio, sem se expor –
em virtude do exercício legítimo dessa faculdade – a qualquer restrição em sua esfera jurídica, desde que as
suas respostas, às indagações que lhe venham a ser feitas possam acarretar-lhes grave dano (nemo tenetur
se detegere).
Com o explícito reconhecimento dessa prerrogativa, constitucionalizou-se, em nosso sistema
jurídico, uma das mais expressivas consequências derivadas da cláusula do due process of law. Em sua: o
direito ao silêncio – e de não produzir provas contra si próprio – constitui prerrogativa individual que não
pode ser desconsiderada por qualquer dos Poderes da República” (HC 94.082-MC, rel. Min. Celso de Mello).
Importante frisar que esse direito pode ser invocado não apenas pelos investigados pelas Comissões
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Parlamentares de Inquérito, como também pelas testemunhas, no tocante aos fatos que eventualmente as
incriminem.
A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal é uníssona nesse sentido: “Não obstante a possível
dúvida a respeito do teor da convocação do paciente, se lhe formaliza ou não a condição de investigado,
pode-se inferir que é esta a condição que lhe advém das notícias veiculadas pela imprensa. [...] Nesse sentido,
HC n. 86.232-MC, rel. Min. Ellen Gracie.
Além disso, não menos aturada e firma a jurisprudência deste Tribunal no sentido de que a garantia
constitucional contra autoincriminação se estende a todas as pessoas sujeitas aos poderes instrutórios das
Comissões Parlamentares de Inquérito, assim aos indiciados mesmos, ou, recte, envolvidos, investigados, ou
suspeitos, como às que ostentem a só qualidade de testemunhas, ex vi do art. 406, I, do Código de Processo
Civil, c.c. art. 3º, do Código de Processo Penal e art. 6º, da Lei n. 1.579, de 18 de março de 1952” (HC 88.703-
MC, rel. Min. Cezar Peluso).
Dessa maneira, caso a testemunha permaneça em silêncio no tocante aos fatos que eventualmente
a incriminam exercerá regularmente um direito constitucional, não praticando crime de falso testemunho,
como já decidiu o STF: “Não configura o crime de falso testemunho, quando a pessoa, depondo como
testemunha, ainda que compromissada, deixa de revelar fatos que possam incriminá-la” (HC 73.035, rel. Min.
Carlos Velloso).

Na jurisprudência do STF:

“Não viola a Constituição a previsão legal de imposição das sanções administrativas ao


condutor de veículo automotor que se recuse à realização dos testes, exames clínicos ou
perícias voltados a aferir a influência de álcool ou outra substância psicoativa (art. 165-A e
art. 277, §§ 2º e 3º, todos do Código de Trânsito Brasileiro, na redação dada pela Lei
13.281/2016)”.
STF. Plenário. RE 1224374/RS, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 18 e 19/5/2022 (Repercussão
Geral – Tema 1079).

5.9 Direito de petição e de obtenção de certidões – Art. 5º, XXXIV, ‘a’, ‘b’

XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:


a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra
ilegalidade ou abuso de poder;

b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e


esclarecimento de situações de interesse pessoal;

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Caso o pedido de certidão não seja atendido, o remédio constitucional cabível será o mandado de
segurança e não o habeas data.
O direito de certidão não é absoluto, pois pode ser negado em caso de o sigilo ser imprescindível à
segurança da sociedade ou do Estado.

5.10 Inafastabilidade da Jurisdição – Art. 5º, XXXV

A lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito (art.
5º, XXXV, da CF).

Não se confunde com o direito de petição, já que este consiste em um direito de participação política
que não demanda a demonstração de interesse processual ou lesão a direito pessoal.
Exceção à regra da inafastabilidade da jurisdição:
▪ O Poder Judiciário só admitirá ações relativas à disciplina e às competições desportivas após
esgotarem-se as instâncias da justiça desportiva, regulada em lei (art. 217, §1º, da CF).

5.11 Irretroatividade da Lei – Art. 5º, XXXVI

A lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada
(art. 5º, XXXVI, da CF).

Conceitos (art. 6º da LINDB):


I- Direito adquirido: direito que o seu titular, ou alguém por ele, possa exercer,
como aquele cujo começo do exercício tenha termo prefixo ou condição
preestabelecida inalterável, a arbítrio de outrem;
II- Ato jurídico perfeito: ato já consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou;
III- Coisa julgada: decisão judicial de que não caiba mais recurso.

Súmula 654-STF: A garantia da irretroatividade da lei, prevista no art. 5º, XXXVI, da


Constituição da República, não é invocável pela entidade estatal que a tenha
editado

5.12 Princípio da Pessoalidade – Art. 5º, XLV

Nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o


dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos
sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido
(art. 5º XLV, da CF).
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O princípio da pessoalidade tem duas dimensões:


1) Dimensão negativa: impede que sanções de natureza penal extrapolem o âmbito estritamente
pessoal do infrator, vedando a imposição de pena a terceiros;
2) Dimensão positiva: impõe o dever de expor circunstancialmente as condutas responsáveis pelo
ilícito, bem como de narrar com clareza o grau de participação dos acusados.

A veiculação de matéria jornalística sobre delito histórico que expõe a vida


cotidiana de terceiros não envolvidos no fato criminoso, em especial de criança e
de adolescente, representa ofensa ao princípio da intranscendência. Matéria
jornalística que, sob o pretexto de noticiar crime histórico, expõe a intimidade do
atual marido e dos filhos da condenada, pessoas que não têm relação direta com o
fato, ofende o princípio da intranscendência ou da pessoalidade da pena, descrito
no art. 5º, XLV, da CF/88 e no art. 13 do Código Penal. Isso porque, ao expor
publicamente a intimidade dos referidos familiares em razão do crime ocorrido, a
reportagem compartilhou dimensões evitáveis e indesejáveis dos efeitos da
condenação então estendidas à atual família da ex-condenada. Especificamente
quanto aos filhos, menores de idade, ressalta-se a Opinião Consultiva n. 17, de 28
de agosto de 2002 da Corte Interamericana de Direitos Humanos, que entende que
o melhor interesse das crianças e dos adolescentes é reconhecido como critério
regente na aplicação de normas em todos os aspectos da vida dos denominados
“sujeitos em desenvolvimento”. STJ. 3ª Turma. REsp 1736803-RJ, Rel. Min. Ricardo
Villas Bôas Cueva, julgado em 28/04/2020 (Info 670).

É inconstitucional lei estadual que proíbe a Administração Pública de contratar


empresa que tenha tido empregado condenado por crime ou contravenção
relacionados com a prática de atos discriminatórios. É inconstitucional lei estadual
que proíba que a Administração Pública contrate empresa cujo diretor, gerente ou
empregado tenha sido condenado por crime ou contravenção relacionados com a
prática de atos discriminatórios. Essa lei viola os princípios da intransmissibilidade
da pena, da responsabilidade pessoal e do devido processo legal. STF. Plenário. ADI
3092, Rel. Marco Aurélio, julgado em 22/06/2020 (Info 987 – clipping).

5.13 Princípio da individualização da pena – Art. 5º, XLVI

XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes:


a) privação ou restrição da liberdade;
b) perda de bens;
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c) multa;
d) prestação social alternativa;
e) suspensão ou interdição de direitos;

A aplicação do princípio ocorre em três âmbitos:


· Plano legislativo: dirige-se ao legislador no momento da fixação dos limites mínimos e máximos da
pena, do regime de cumprimento e dos benefícios que podem ser concedidos ao infrator.
· Plano judicial: o magistrado, ao aplicar a pena, deve definir, fundamentadamente, a sua quantidade
conforme os parâmetros legais, o regime inicial e os benefícios aplicáveis;
· Plano executório: no momento da execução penal, deverá ser definido o estabelecimento prisional
de cumprimento da pena, tendo em conta a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado (art. 5º,
XLVIII, da CF).

* Obs.: Súmula Vinculante nº 56: A falta de estabelecimento penal adequado não autoriza a manutenção do
condenado em regime prisional mais gravoso, devendo-se observar, nessa hipótese, os parâmetros fixados
no RE 641.320/RS.

6. DIREITOS SOCIAIS – ART. 6º a 11

Direitos sociais são direitos de 2ª geração.


A Constituição define no art. 6º quais são os direitos sociais:

Atenção para a inclusão do parágrafo único (Emenda Constitucional nº 114


de 2021).

Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a


moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à
maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta
Constituição.

Parágrafo único. Todo brasileiro em situação de vulnerabilidade social terá direito


a uma renda básica familiar, garantida pelo poder público em programa
permanente de transferência de renda, cujas normas e requisitos de acesso serão
determinados em lei, observada a legislação fiscal e orçamentária. (grifo nosso).

● Direitos dos trabalhadores: Os direitos relativos aos trabalhadores são de duas ordens:

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SEMANA 01/12

● Direitos dos trabalhadores nas suas relações individuais de trabalho: São os direitos dos
trabalhadores do art. 7º da CF, cujo dispositivo recomendamos leitura atenta. Dentre esses direitos,
destacamos:

· Direito ao trabalho: Infere-se do valor social do trabalho como fundamento da República


(art. 2º) e demais dispositivos constitucionais;
· Garantia do emprego: É a proteção da relação de emprego contra despedida arbitrária ou
sem justa causa, nos termos de lei complementar, que preverá indenização compensatória,
entre outros direitos, impedindo-se, dessa forma, a dispensa injustificada, sem motivo
socialmente relevante. É norma de eficácia contida.

ATENÇÃO: A EC 72/2013 ampliou os direitos dos empregados domésticos!

DIREITOS COLETIVOS DOS TRABALHADORES: Exercidos pelos trabalhadores coletivamente ou no interesse


de uma coletividade deles, previstos nos arts. 8-11. Destacamos:

▪ Organização sindical: O art. 8º, da CF/88 institui ampla autonomia coletiva para a fundação e direção
desse ente associativo, não podendo o Estado intervir ou condicionar o exercício desse direito. Pode,
contudo, ser exigida a inscrição do sindicato em órgão próprio (Ministério do Trabalho), bem como
admite-se que a lei disponha genericamente sobre regras básicas de organização sindical.

O art. 522 da CLT, que prevê um número máximo empregados que podem ser
dirigentes sindicais, é compatível com a CF/88 e não viola a garantia da liberdade
sindical
O art. 8º, VIII, da CF/88 prevê que os dirigentes sindicais não podem ser demitidos,
salvo se cometerem falta grave. O art. 522 da CLT prevê um número máximo
empregados que podem ser dirigentes sindicais. Assim que a CF/88 foi promulgada,
alguns doutrinadores começaram a sustentar a tese de que o art. 522 da CLT não
teria sido recepcionado pela Carta Constitucional. Isso porque o inciso I do art. 8º
da Constituição prevê que a liberdade sindical, ou seja, proíbe que o poder público
interfira na organização dos sindicatos. O TST e o STF não concordaram com essa
tese. A liberdade sindical tem previsão constitucional, mas não possui caráter
absoluto. A previsão legal de número máximo de dirigentes sindicais dotados de
estabilidade de emprego não esvazia a liberdade sindical. Essa garantia
constitucional existe para que possa assegurar a autonomia da entidade sindical,
mas não serve para criar situações de estabilidade genérica e ilimitada que violem
a razoabilidade e a finalidade da norma constitucional garantidora do direito. Logo,

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o art. 522 da CLT foi recepcionado pela Constituição Federal de 1988. STF. Plenário.
ADPF 276, Rel. Cármen Lúcia, julgado em 15/05/2020.

O parágrafo único do art. 526 da CLT proibia que os empregados de sindicato


fossem filiados a sindicatos. A Lei nº 11.295/2006 revogou esse parágrafo único a
fim de permitir o direito de sindicalização para os empregados de entidade sindical.
A alteração promovida pela Lei nº 11.295/2006 é compatível com a liberdade de
associação sindical prevista no art. 8º da CF/88.
STF. Plenário. ADI 3890/DF, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 7/6/2021 (Info 1020),
(grifo nosso).

▪ Direito de substituição processual: A CF/88 previu a possibilidade de os sindicatos ingressar em juízo


na defesa de direitos e interesses coletivos e individuais da categoria, em hipótese de substituição
processual, pois o sindicato ingressa em nome próprio na defesa de interesses alheios.

▪ Greve: Previsto no art. 9º, cabe aos trabalhadores decidir a oportunidade de exercê-lo e os interesses
que devam por meio dele defender. Outrossim, prevê que a lei definirá os serviços ou atividades
essenciais e disporá sobre o atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade, inclusive
responsabilizando os abusos cometidos.

Cuidado! Policial civil não pode fazer greve!!!

O exercício do direito de greve, sob qualquer forma ou modalidade, é vedado aos


policiais civis e a todos os servidores públicos que atuem diretamente na área de
segurança pública. É obrigatória a participação do Poder Público em mediação
instaurada pelos órgãos classistas das carreiras de segurança pública, nos termos
do art. 165 do CPC, para vocalização dos interesses da categoria.
STF. Plenário. ARE 654432/GO, Rel. orig. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min.
Alexandre de Moraes, julgado em 5/4/2017 (repercussão geral) (Info 860).

ATENÇÃO - Para servidores públicos civis: Como não existe lei específica sobre o
assunto para servidores públicos civis, o STF conferiu efeitos concretos aos
Mandados de Injunção ajuizados pelos Sindicatos de Servidores Civis. Por maioria,
conheceu dos mandados de injunção e propôs a solução para a omissão legislativa
com a aplicação, no que couber, da Lei 7.783/89, que dispõe sobre o exercício do direito de
greve na iniciativa privada.

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Jurisprudência importante acerca de direitos e garantias fundamentais:

É compatível com a Constituição Federal a imposição de restrições à realização de cultos,


missas e demais atividades religiosas presenciais de caráter coletivo como medida de
contenção do avanço da pandemia da Covid-19.
STF. Plenário. ADPF 811/SP, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 8/4/2021 (Info 1012).

A imposição legal de manutenção de exemplares de Bíblias em escolas e bibliotecas públicas


estaduais configura contrariedade à laicidade estatal e à liberdade religiosa consagrada pela
Constituição da República de 1988.
STF. Plenário. ADI 5258/AM, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 12/4/2021.

O STF julgou parcialmente procedente ADI, para conferir interpretação conforme à


Constituição ao art. 3º, III, “d”, da Lei nº 13.979/2020. Ao fazer isso, o STF disse que o Poder
Público pode determinar aos cidadãos que se submetam, compulsoriamente, à vacinação
contra a Covid-19, prevista na Lei nº 13.979/2020.
O Estado pode impor aos cidadãos que recusem a vacinação as medidas restritivas previstas
em lei (multa, impedimento de frequentar determinados lugares, fazer matrícula em escola),
mas não pode fazer a imunização à força. Também ficou definido que os Estados-membros, o
Distrito Federal e os Municípios têm autonomia para realizar campanhas locais de vacinação.
A tese fixada foi a seguinte:
(A) A vacinação compulsória não significa vacinação forçada, por exigir sempre o
consentimento do usuário, podendo, contudo, ser implementada por meio de medidas
indiretas, as quais compreendem, dentre outras, a restrição ao exercício de certas atividades
ou à frequência de determinados lugares, desde que previstas em lei, ou dela decorrentes, e
(i) tenham como base evidências científicas e análises estratégicas pertinentes,
(ii) venham acompanhadas de ampla informação sobre a eficácia, segurança e
contraindicações dos imunizantes,
(iii) respeitem a dignidade humana e os direitos fundamentais das pessoas;
(iv) atendam aos critérios de razoabilidade e proporcionalidade, e
(v) sejam as vacinas distribuídas universal e gratuitamente; e

(B) tais medidas, com as limitações acima expostas, podem ser implementadas tanto pela
União como pelos Estados, Distrito Federal e Municípios, respeitadas as respectivas esferas
de competência.
STF. Plenário. ADI 6586, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 17/12/2020. (Info 1003)

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É constitucional a obrigatoriedade de imunização por meio de vacina que, registrada em órgão


de vigilância sanitária, (i) tenha sido incluída no Programa Nacional de Imunizações ou (ii)
tenha sua aplicação obrigatória determinada em lei ou (iii) seja objeto de determinação da
União, estado, Distrito Federal ou município, com base em consenso médico-científico.
Em tais casos, não se caracteriza violação à liberdade de consciência e de convicção filosófica
dos pais ou responsáveis, nem tampouco ao poder familiar.
STF. Plenário. ARE 1267879/SP, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 16 e 17/12/2020
(Repercussão Geral – Tema 1103) (Info 1003).

“ADPF DAS FAVELAS”:


O STF determinou que:
1) o Estado do Rio de Janeiro elabore e encaminhe ao STF, no prazo máximo de 90 dias, um
plano para redução da letalidade policial e controle das violações aos direitos humanos pelas
forças de segurança, que apresente medidas objetivas, cronogramas específicos e previsão
dos recursos necessários para a sua implementação.
2) o emprego e a fiscalização da legalidade do uso da força sejam feitos à luz dos Princípios
Básicos sobre a Utilização da Força e de Armas de Fogo pelos Funcionários Responsáveis pela
Aplicação da Lei.
3) seja criado um grupo de trabalho sobre Polícia Cidadã no Observatório de Direitos Humanos
localizado no Conselho Nacional de Justiça;
4) nos termos dos Princípios Básicos sobre a Utilização da Força e de Armas de Fogo pelos
Funcionários Responsáveis pela Aplicação da Lei, só se justifica o uso da força letal por agentes
de Estado quando, ressalvada a ineficácia da elevação gradativa do nível da força empregada
para neutralizar a situação de risco ou de violência, exauridos os demais meios, inclusive os
de armas não-letais, e necessário para proteger a vida ou prevenir um dano sério, decorrente
de uma ameaça concreta e iminente.
5) as investigações de incidentes que tenham como vítimas crianças ou adolescentes terão a
prioridade absoluta;
6) No caso de buscas domiciliares por parte das forças de segurança do Estado do Rio de
Janeiro, devem ser observadas as seguintes diretrizes constitucionais, sob pena de
responsabilidade:
(i) a diligência, no caso específico de cumprimento de mandado judicial, deve ser realizada
somente durante o dia, vedando-se, assim, o ingresso forçado a domicílios à noite;
(ii) a diligência, quando feita sem mandado judicial, pode ter por base denúncia anônima;
(iii) a diligência deve ser justificada e detalhada por meio da elaboração de auto
circunstanciado, que deverá instruir eventual auto de prisão em flagrante ou de apreensão de

136
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AGENTE E ESCRIVÃO DE POLÍCIA

SEMANA 01/12

adolescente por ato infracional e ser remetido ao juízo da audiência de custódia para viabilizar
o controle judicial posterior; e
(iv) a diligência deve ser realizada nos estritos limites dos fins excepcionais a que se destina.
7) seja obrigatória a disponibilização de ambulâncias em operações policiais previamente
planejadas em que haja a possibilidade de confrontos armados, sem prejuízo da atuação dos
agentes públicos e das operações;
8) o Estado do Rio de Janeiro, no prazo máximo de 180 dias, instale equipamentos de GPS e
sistemas de gravação de áudio e vídeo nas viaturas policiais e nas fardas dos agentes de
segurança, com o posterior armazenamento digital dos respectivos arquivos.
STF. Plenário. ADPF 635 MC-ED/RJ, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 2 e 3/02/2022 (Info
1042).

A quebra do sigilo de dados armazenados não obriga a autoridade judiciária a indicar


previamente as pessoas que estão sendo investigadas, até porque o objetivo precípuo dessa
medida é justamente de proporcionar a identificação do usuário do serviço ou do terminal
utilizado. Logo, a ordem judicial para quebra do sigilo dos registros, delimitada por parâmetros
de pesquisa em determinada região e por período de tempo, não se mostra medida
desproporcional, porquanto, tendo como norte a apuração de gravíssimos crimes, não impõe
risco desmedido à privacidade e à intimidade dos usuários possivelmente atingidos por tal
diligência.
STJ. 3ª Seção. RMS 61302-RJ, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 26/08/2020.

É possível obrigar o Estado a fornecer medicamento off label?


• Em regra, não é possível que o paciente exija do poder público o fornecimento de
medicamento para uso off label.
• Excepcionalmente, será possível que o paciente exija o medicamento caso esse determinado
uso fora da bula (off label) tenha sido autorizado pela ANVISA.
O Estado não é obrigado a fornecer medicamento para utilização off label, salvo autorização
da ANVISA.
STJ. 1ª Seção. PUIL 2101-MG, Rel. Min. Sérgio Kukina, julgado em 10/11/2021 (Info 717).

Constatada a incapacidade financeira do paciente, o Estado deve fornecer medicamento que,


apesar de não possuir registro sanitário, tem a importação autorizada pela Agência Nacional
de Vigilância Sanitária (Anvisa). Para tanto, devem ser comprovadas a imprescindibilidade do
tratamento e a impossibilidade de substituição por outro similar constante das listas oficiais
de dispensação e dos protocolos de intervenção terapêutica do Sistema Único de Saúde (SUS).

137
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AGENTE E ESCRIVÃO DE POLÍCIA

SEMANA 01/12

Tese fixada pelo STF:


Cabe ao Estado fornecer, em termos excepcionais, medicamento que, embora não possua
registro na Anvisa, tem a sua importação autorizada pela agência de vigilância sanitária, desde
que comprovada a incapacidade econômica do paciente, a imprescindibilidade clínica do
tratamento, e a impossibilidade de substituição por outro similar constante das listas oficiais
de dispensação de medicamentos e os protocolos de intervenção terapêutica do SUS.
STF. Plenário. RE 1165959/SP, Rel. Marco Aurélio, redator do acórdão Min. Alexandre de
Moraes, julgado em 18/6/2021 (Repercussão Geral – Tema 1161) (Info 1022).
Fonte: Dizer o direito.

Referência Bibliográficas

Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino. Resumo de Direito Constitucional Descomplicado.


Pedro Lenza. Direito Constitucional Esquematizado.
Marcelo Novelino. Curso de Direito Constitucional.
Dirley da Cunha Junior. Curso de Direito Constitucional.
Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino. Direito Constitucional Descomplicado
João Trindade. Teoria Geral dos Direitos Fundamentais. Disponível em:
http://www.stf.jus.br/repositorio/cms/portaltvjustica/portaltvjusticanoticia/anexo/joao_tri
ndadade__teoria_geral_dos_direitos_fundamentais.pdf
Julgados comentados do site Dizer o Direito. http://www.dizerodireito.com.br/

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QUESTÕES PROPOSTAS

1 - 2021 - FGV - PC-RJ - FGV - 2021 - PC-RJ - Inspetor de Polícia Civil

Determinada associação, direcionada ao desenvolvimento psicossocial da pessoa e da família, foi objeto de


muitas críticas no âmbito da Secretaria de Apoio Familiar do Estado-membro Alfa. Argumentava-se que
diversas atividades desenvolvidas pela associação eram moralmente reprováveis, além de representarem
apologia ao crime.
Em razão desses fatos, a assessoria jurídica foi consultada a respeito da possibilidade de a associação ter suas
atividades suspensas, sendo respondido, corretamente, que a suspensão alvitrada:

A-somente seria possível após a condenação em processo administrativo;


B-somente seria possível por decisão judicial, independentemente do trânsito em julgado;
C-não seria possível, pois a liberdade de associação tem estatura constitucional;
D-exige decisão transitada em julgado, quer seja proferida em processo administrativo, quer em processo
judicial;
E-exige o julgamento do ilícito em processo administrativo, requisito da ação judicial na qual a suspensão
será requerida.

2 - 2021 - FGV - PC-RJ - FGV - 2021 - PC-RJ - Inspetor de Polícia Civil

Eunice, servidora pública estadual, preencheu os requisitos para a fruição de determinado benefício
assegurado pelo regime jurídico único dos servidores. Ocorre que, no dia anterior àquele em que iria requerê-
lo, a lei foi alterada, e o benefício, suprimido. Apesar disso, um amigo lhe informou, corretamente, que o seu
direito ao benefício não seria afetado pela nova lei, o que decorria da garantia constitucional do(a):

A-coisa julgada;
B-direito adquirido;
C-ato jurídico perfeito;
D-expectativa legítima;
E-legalidade imanente.

3 - 2021 - CESPE / CEBRASPE - PC-SE - CESPE / CEBRASPE - 2021 - PC-SE - Escrivão de Polícia

A respeito dos direitos e deveres individuais e coletivos previstos na Constituição Federal de 1988 (CF), julgue
o item a seguir.
A CF, ao garantir a liberdade de expressão, vedou o anonimato, prestigiando o direito de resposta e eventual
pleito judicial por indenização em relação a dano material, moral ou à imagem.
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SEMANA 01/12

Certo
Errado

4 - 2021 - CESPE / CEBRASPE - PC-SE - CESPE / CEBRASPE - 2021 - PC-SE - Escrivão de Polícia

A respeito dos direitos e deveres individuais e coletivos previstos na Constituição Federal de 1988 (CF), julgue
o item a seguir.
São inafiançáveis e imprescritíveis os crimes de racismo e terrorismo, bem como a ação de grupos armados
contra a ordem constitucional e o Estado democrático.

Certo
Errado

5 - 2021 - CESPE / CEBRASPE - PC-SE - CESPE / CEBRASPE - 2021 - PC-SE - Agente de Polícia Judiciária

A respeito dos direitos e deveres individuais e coletivos previstos na Constituição Federal de 1988 (CF), julgue
o item a seguir.
A CF, ao garantir a liberdade de expressão, vedou o anonimato, prestigiando o direito de resposta e eventual
pleito judicial por indenização em relação a dano material, moral ou à imagem.

Certo
Errado

6 - 2021 - CESPE / CEBRASPE - PC-SE - CESPE / CEBRASPE - 2021 - PC-SE - Agente de Polícia Judiciária

A respeito dos direitos e deveres individuais e coletivos previstos na Constituição Federal de 1988 (CF), julgue
o item a seguir.
São inafiançáveis e imprescritíveis os crimes de racismo e terrorismo, bem como a ação de grupos armados
contra a ordem constitucional e o Estado democrático.

Certo
Errado

7 - 2021 - CESPE / CEBRASPE - PC-SE - CESPE / CEBRASPE - 2021 - PC-SE - Agente de Polícia Judiciária

A respeito dos direitos e deveres individuais e coletivos previstos na Constituição Federal de 1988 (CF), julgue
o item a seguir.
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SEMANA 01/12

As disposições constitucionais definidoras dos direitos e das garantias fundamentais carecem da atuação do
legislador infraconstitucional para a viabilização dos direitos nelas veiculados.

Certo
Errado

8 - 2021 - CESPE / CEBRASPE - PC-SE Provas: CESPE / CEBRASPE - 2021 - PC-SE - Agente de Polícia Judiciária

Julgue o próximo item, relativos a conceitos, terminologias e afirmação histórica dos direitos humanos.
Os direitos fundamentais são os reconhecidos e vinculados à esfera constitucional de determinado Estado,
ao passo que os direitos humanos estão firmados por posições jurídicas internacionais, que exprimem certa
consciência ética universal. Apesar dessa distinção, essas terminologias podem se confundir ou se
complementar em determinados momentos.

Certo
Errado

9 - 2021 - CESPE / CEBRASPE - PC-SE Provas: CESPE / CEBRASPE - 2021 - PC-SE - Agente de Polícia Judiciária

Acerca de direitos humanos na Constituição Federal de 1988 (CF), julgue o item subsequente.
Pelo seu caráter meramente prescritivo, as regras de direitos humanos previstas na CF servem para orientar
na formulação de normas concretas, de modo que o atual modelo constitucional vigente nega o princípio da
aplicabilidade imediata das normas definidoras de direitos e garantias fundamentais, não sendo
concretizador, mas instrutivo.

Certo
Errado

10 - 2021 - CESPE / CEBRASPE - PC-AL - CESPE / CEBRASPE - 2021 - PC-AL - Agente de Polícia - Prova
Anulada

Com base nos dispositivos da Constituição Federal de 1988 (CF) acerca dos direitos e das garantias
fundamentais e da segurança pública, julgue o item subsequente.

Se a autoridade policial deixar de informar à pessoa indicada pelo preso a prisão e o local onde ele se
encontra, mas comunicá-los ao juiz competente, estará assegurado o cumprimento da CF.

Certo
141
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SEMANA 01/12

Errado

11 - 2021 - CESPE / CEBRASPE - PC-AL - CESPE / CEBRASPE - 2021 - PC-AL - Agente de Polícia - Prova
Anulada

Com base nos dispositivos da Constituição Federal de 1988 (CF) acerca dos direitos e das garantias
fundamentais e da segurança pública, julgue o item subsequente.

É vedada a utilização, como prova de crime, de arma de fogo com numeração raspada apreendida durante
invasão desautorizada à residência do investigado.

Certo
Errado

12 - 2021 - CESPE / CEBRASPE - PC-AL - CESPE / CEBRASPE - 2021 - PC-AL - Agente de Polícia - Prova
Anulada

Com base nos dispositivos da Constituição Federal de 1988 (CF) acerca dos direitos e das garantias
fundamentais e da segurança pública, julgue o item subsequente.

Ao agente que tiver praticado fato criminoso será garantido o privilégio contra a autoincriminação, isto é, o
direito de manter-se em silêncio.

Certo
Errado

13 - 2021 - CESPE / CEBRASPE - PC-AL - CESPE / CEBRASPE - 2021 - PC-AL - Agente de Polícia - Prova
Anulada

Com base nos dispositivos da Constituição Federal de 1988 (CF) acerca dos direitos e das garantias
fundamentais e da segurança pública, julgue o item subsequente.

Dado que a autoridade policial tem a obrigação de colher todas as provas que possam influenciar na apuração
do fato tido como criminoso, em se tratando de dados armazenados em celular, a sua apreensão prescinde
de autorização.

Certo
Errado
142
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SEMANA 01/12

14 - 2021 - CESPE / CEBRASPE - PC-AL - CESPE / CEBRASPE - 2021 - PC-AL - Agente de Polícia - Prova
Anulada

Com base nos dispositivos da Constituição Federal de 1988 (CF) acerca dos direitos e das garantias
fundamentais e da segurança pública, julgue o item subsequente.

A entrada forçada em domicílio sem mandado judicial só é lícita, mesmo em período noturno, quando, por
fundadas razões, justificadas posteriormente, houver indicação de que dentro da residência ocorre situação
de flagrante delito.

Certo
Errado

15 - 2021 - CESPE / CEBRASPE - PC-AL - CESPE / CEBRASPE - 2021 - PC-AL - Agente de Polícia - Prova
Anulada

Com base nos dispositivos da Constituição Federal de 1988 (CF) acerca dos direitos e das garantias
fundamentais e da segurança pública, julgue o item subsequente.

Sob pena de configurar ofensa à liberdade, o exercício da manifestação do pensamento fica afastado de
apreciação judicial.

Certo
Errado

16 - 2021 - CESPE / CEBRASPE - PC-AL - CESPE / CEBRASPE - 2021 - PC-AL - Escrivão de Polícia - Prova
Anulada

Acerca dos direitos sociais, da nacionalidade e dos direitos políticos, julgue o item seguinte.
A segurança é um direito social assegurado expressamente na CF.

Certo
Errado

17 - 2021 - CESPE / CEBRASPE - PC-AL - CESPE / CEBRASPE - 2021 - PC-AL - Escrivão de Polícia - Prova
Anulada

143
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Durante investigação criminal, determinado policial civil realizou interceptação telefônica que captou
diálogo entre dois suspeitos, o que permitiu verificar que alguns objetos do crime estariam na residência de
um deles. Com base nisso, o policial dirigiu-se ao local e, sem autorização judicial ou do morador, ingressou
na casa a fim de colher provas para instruir o inquérito policial. Na saída, o policial avistou o suspeito
chegando ao local e o prendeu, informando-lhe, após a prisão, o seu direito constitucional de permanecer
calado. No entanto, o policial não informou a prisão ao juiz competente.

Considerando essa situação, julgue o item que se segue, tendo como base os direitos e as garantias
fundamentais previstos na Constituição Federal de 1988 (CF).

Para anular a prisão, cabe ao preso impetrar mandado de segurança, que é o remédio constitucional cabível
quando alguém sofre violência ou coação em sua liberdade de locomoção.

Certo
Errado

18 - 2021 - CESPE / CEBRASPE - PC-AL - CESPE / CEBRASPE - 2021 - PC-AL - Escrivão de Polícia - Prova
Anulada

Durante investigação criminal, determinado policial civil realizou interceptação telefônica que captou
diálogo entre dois suspeitos, o que permitiu verificar que alguns objetos do crime estariam na residência de
um deles. Com base nisso, o policial dirigiu-se ao local e, sem autorização judicial ou do morador, ingressou
na casa a fim de colher provas para instruir o inquérito policial. Na saída, o policial avistou o suspeito
chegando ao local e o prendeu, informando-lhe, após a prisão, o seu direito constitucional de permanecer
calado. No entanto, o policial não informou a prisão ao juiz competente.
Considerando essa situação, julgue o item que se segue, tendo como base os direitos e as garantias
fundamentais previstos na Constituição Federal de 1988 (CF).
Agiu equivocadamente o policial ao não comunicar ao juiz competente logo após a efetivação da prisão.

Certo
Errado

19 - 2021 - CESPE / CEBRASPE - PC-AL - CESPE / CEBRASPE - 2021 - PC-AL - Escrivão de Polícia - Prova
Anulada

Durante investigação criminal, determinado policial civil realizou interceptação telefônica que captou
diálogo entre dois suspeitos, o que permitiu verificar que alguns objetos do crime estariam na residência de
um deles. Com base nisso, o policial dirigiu-se ao local e, sem autorização judicial ou do morador, ingressou
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RETA FINAL PCGO

AGENTE E ESCRIVÃO DE POLÍCIA

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na casa a fim de colher provas para instruir o inquérito policial. Na saída, o policial avistou o suspeito
chegando ao local e o prendeu, informando-lhe, após a prisão, o seu direito constitucional de permanecer
calado. No entanto, o policial não informou a prisão ao juiz competente.

Considerando essa situação, julgue o item que se segue, tendo como base os direitos e as garantias
fundamentais previstos na Constituição Federal de 1988 (CF).

Agiu corretamente o policial ao informar ao preso que ele teria o direito fundamental expresso na CF de
permanecer calado.

Certo
Errado

20 - 2021 - CESPE / CEBRASPE - PC-AL - CESPE / CEBRASPE - 2021 - PC-AL - Escrivão de Polícia - Prova
Anulada

Durante investigação criminal, determinado policial civil realizou interceptação telefônica que captou
diálogo entre dois suspeitos, o que permitiu verificar que alguns objetos do crime estariam na residência de
um deles. Com base nisso, o policial dirigiu-se ao local e, sem autorização judicial ou do morador, ingressou
na casa a fim de colher provas para instruir o inquérito policial. Na saída, o policial avistou o suspeito
chegando ao local e o prendeu, informando-lhe, após a prisão, o seu direito constitucional de permanecer
calado. No entanto, o policial não informou a prisão ao juiz competente.

Considerando essa situação, julgue o item que se segue, tendo como base os direitos e as garantias
fundamentais previstos na Constituição Federal de 1988 (CF).
Os objetos colhidos na casa do suspeito não poderão ser admissíveis como prova em processo judicial, pois
foram obtidos de forma ilícita.

Certo
Errado

Respostas10

10
1: B 2: B 3: C 4: E 5: C 6: E 7: E 8: C 9: E 10: E 11: C 12: C 13: E 14: C 15: E 16: C 17: E 18: C 19: C 20: C
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META 3

DIREITO CONSTITUCIONAL: REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS

TODOS OS ARTIGOS
CF/88
⦁ Art. 5º, inc. LXVIII a LXXIII,
⦁ Art. 5, inc. LXXVII,
⦁ Art. 102, inc. I, “d”, “i” e “q”
⦁ Art. 102, inc. II, “a”
⦁ Art. 105, inc. I, “b”, “c” e “h”
⦁ Art. 105, inc. II, “a”
⦁ Art. 108, inc. I, “c” e “d”
⦁ Art. 108, inc. VII e VIII
⦁ Art. 121, §3º e §4º, inc. V
⦁ Art. 142, §2º

CPP
⦁ Art. 3-B, inc. XII
⦁ Art. 574, I
⦁ Art. 581, X
⦁ Art. 612
⦁ Arts. 647 a 667

OUTROS DIPLOMAS LEGAIS:


⦁ Lei 9507/97 (habeas data)
⦁ Lei 12.016/2009 (mandado de segurança)
⦁ Lei 13.300/2016 (mandado de injunção)
⦁ Lei 4717/65 (ação popular)
⦁ Art. 23, 24, 30, 32 e 41-A, Lei 8038/90

ARTIGOS MAIS IMPORTANTES – NÃO PODEM DEIXAR DE LER!


CF/88
⦁ Art. 5º, inc. LXVIII a LXXIII
⦁ Art. 5, inc. LXXVII

CPP

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⦁ Art. 3º-B, inc. XXII


⦁ Arts. 647, 648, 651
⦁ Art. 654, caput.
⦁ Art. 655 e 656
⦁ Art. 660, §§ 1º e 4º

LEI 9507/97 (HABEAS DATA)


⦁ Art. 4º
⦁ Art. 7º
⦁ Art. 8º, §único
⦁ Art. 19

LEI 12.016/2009 (MANDADO DE SEGURANÇA)


⦁ Art. 1º e 3º
⦁ Art. 6º, caput
⦁ Art. 7º, inc. I e §4º
⦁ Art. 8º a 10º
⦁ Arts. 14 e 20
⦁ Arts. 21 a 23
⦁ Art. 26

LEI 13.300/2016 (MANDADO DE INJUNÇÃO)


⦁ Arts. 2º e 3º
⦁ Art. 8º e 9º
⦁ Arts. 11 a 13

1.REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS

A Constituição Federal, seguindo a tendência das Constituições contemporâneas, consagra um


grande conjunto de direitos ao indivíduo. Com o intuito de assegurar efetividade a esses direitos, institui,
paralelamente, as denominadas "garantias", sendo que, entre essas garantias, destacam-se os "remédios
constitucionais".
A expressão "remédios constitucionais" designa determinadas garantias que
consubstanciam meios colocados à disposição do indivíduo para salvaguardar seus direitos
diante de ilegalidade ou abuso de poder cometido pelo Poder Público.
Não se trata de meras proibições endereçadas ao Estado, como ocorre com a maioria das demais
garantias; os denominados remédios são instrumentos à disposição do indivíduo para que ele possa atuar
quando os direitos e as próprias garantias são violados.
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SEMANA 01/12

Na vigente Constituição, temos remédios administrativos (direito de petição e direito de certidão) e


remédios judiciais (habeas data, habeas corpus, mandado de segurança, mandado de injunção e ação
popular).

1. HABEAS CORPUS

A) Histórico:
O habeas corpus originou-se do mecanismo romano de proteção da liberdade denominado
“interditum de homine liberum exhibendo”. Por meio desse interdito, ordenava-se a exibição in iure de um
homem livre para permitir-lhe a vindicatio em libertatem.
O habeas corpus foi o primeiro remédio constitucional do mundo moderno, previsto pela primeira
vez em 1215 na Magna Carta Libertatum, quando o rei João Sem-terra, em troca de sua permanência no
poder, aceitou reconhecer o direito da burguesia, concedendo-lhe alguns direitos, dentre os quais à
locomoção e, como garantia a este direito, previu o habeas corpus.
Naquela época, era comum no Brasil, por inexistência de outro remédio constitucional, a utilização
do habeas corpus para todo tipo de liberdade, tais como locomoção, cátedra, convicção política, filosófica,
dentre outras.
A prática de utilização desse remédio para as diversas espécies de liberdade foi denominada teoria
brasileira do habeas corpus. Somente após emenda constitucional, em 1926, houve a divisão de objeto,
sendo o habeas corpus somente para locomoção.
No Brasil, esse remédio foi positivado pela primeira vez no art. 340 do Código de Processo Penal
do Império em 1832 e, posteriormente, no art. 72, § 22, na primeira Constituição republicana, em 1891.

B) Conceito e significado:
O habeas Corpus é um recurso?
Embora previsto no Código de Processo Penal no Título II (Dos Recursos em Geral),
prevalece o entendimento de que o habeas corpus não é recurso, mas sim uma ação constitucional. Isso
porque nem sempre será cabível contra uma decisão judicial, podendo ser impetrado contra atos de
autoridades administrativas e até de particulares.
Habeas corpus significa “dá-me o corpo”, sendo que tal expressão latina notabilizou-se por todo o
mundo como sendo a conhecida ação constitucional para tutela da liberdade de locomoção. Trata-se do
remédio constitucional que busca evitar lesão ou restituir a liberdade de locomoção de qualquer pessoa.

C) Fundamento:
Estabelece a Constituição, no art. 5°, LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém
sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade
ou abuso de poder;

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D) Cabimento e natureza jurídica:


O habeas corpus é o remédio a ser utilizado contra ilegalidade ou abuso de poder no tocante ao
direito de locomoção, que alberga o direito de ir, vir e permanecer do indivíduo.
O habeas corpus é ação de natureza penal, de procedimento especial e isenta de custas (é
gratuito), com objeto específico, constitucionalmente delineado liberdade de locomoção -, não podendo
ser utilizado para a correção de qualquer ilegalidade que não implique coação ou iminência de coação, direta
ou indireta, à liberdade de ir, vir e permanecer.

E) Espécies:
O habeas corpus pode ser:
a) repressivo (líberatório), quando o indivíduo já teve desrespeitado o seu direito de locomoção
(já foi ilegalmente preso, por exemplo);
b) preventivo (salvo-conduto), quando há apenas uma ameaça de que o seu direito de locomoção
venha a ser desrespeitado (o indivíduo está na iminência de ser preso, por exemplo).

F) Legitimidade Ativa e Passiva

f.1) Legitimidade Ativa (Impetrante):


O impetrante no habeas corpus pode ser qualquer pessoa, sem a necessidade de ser ou ter
advogado. Segundo o STF, “o Código de Processo Penal, em consonância com o texto constitucional de 1988,
prestigia o caráter popular do habeas corpus, ao admitir a impetração por qualquer pessoa, em seu favor
ou de outrem.
A pessoa jurídica pode impetrar habeas corpus, mas sempre em favor de pessoa física.
Porém, o STJ, em diversos julgados, não admite o habeas corpus apócrifo (sem assinatura), devendo
haver a assinatura do impetrante ou de alguém a seu rogo (a seu pedido, diante da situação de não saber ou
poder assinar).
Segundo a jurisprudência do STF não será julgado o habeas corpus, se houver expressa discordância
do paciente. Isso é muito comum em caso de prisão de pessoas públicas: “paciente que expressamente
desautoriza a impetração de habeas corpus.
Na legitimidade passiva temos:

f.2) Impetrado ou Autoridade Coatora:


Temos que o habeas corpus será impetrado contra um ato do sujeito coator que tanto poderá ser
autoridade pública (delegado de polícia, promotor de justiça, juiz etc.), quanto particular, para fazer cessar
uma coação ilegal.

f.3) Paciente:

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RETA FINAL PCGO

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SEMANA 01/12

O paciente é a pessoa física que está sofrendo a violência ou coação a sua liberdade de locomoção.
O paciente no habeas corpus necessariamente é pessoa humana, não sendo cabível em favor de pessoa
jurídica ou de animais.
STF: “A pessoa jurídica não pode figurar como paciente de habeas corpus, pois jamais estará em
jogo a sua liberdade de ir e vir, objeto que essa medida visa proteger.
O STJ já negou pedido de habeas corpus impetrado em favor de dois bois (Spas e Lhuba) que seriam
utilizados numa manifestação cultural denominada “Farra do Boi”. Segundo o STJ, “o legislador
constitucional não incluiu a hipótese de cabimento do writ em favor de animais.

G) Ofensa direta e indireta


Segundo a jurisprudência do STF, será cabível habeas corpus não só contra a ofensa direta, mas
também frente à ofensa indireta, reflexa ou potencial ao direito de locomoção.
Temos ofensa indireta (ou ameaça de ofensa indireta) ao direito de locomoção quando o ato que se
esteja impugnando possa resultar em um procedimento que, ao final, acarrete detenção ou reclusão do
impetrante. Um exemplo frequente e bastante ilustrativo é o da utilização do habeas corpus para atacar (ou
impedir) a quebra de sigilo bancário.
Em regra, o instrumento idôneo para atacar a quebra do sigilo bancário é o mandado de segurança.
Entretanto, há uma situação em que o STF admite, alternativamente, a impetração de habeas corpus:
quando a quebra do sigilo bancário implicar ofensa indireta ou reflexa ao direito de locomoção.
Essa situação pode ocorrer, por exemplo, com uma pessoa que esteja respondendo a um processo
criminal por sonegação fiscal, crime apenado com reclusão, sendo que, nesse processo, foi determinada
pelo magistrado competente a quebra do sigilo bancário dessa pessoa. Se ela entender que essa medida
determinada pelo juiz é arbitrária (por falta de fundamentação, por exemplo) poderá impetrar habeas
corpus contra a medida, por representar uma ofensa indireta ao seu direito de locomoção.
A quebra do sigilo bancário representa uma ofensa indireta ao direito de locomoção porque,
posteriormente, a pessoa processada poderia ser condenada à pena privativa de liberdade (reclusão) com
base nas provas levantadas durante a quebra do seu sigilo bancário.
Nessa mesma linha, o indivíduo convocado para depor como testemunha perante comissão
parlamentar de inquérito - CPI poderá impetrar habeas corpus para afastar a convocação, se entendê-la
arbitrária, pois a mera convocação implica ofensa indireta ao direito de locomoção, uma vez que, se o
indivíduo não comparecer voluntariamente, poderá ser conduzido coercitivamente pela CPI.

NA JURISPRUDÊNCIA DO STF:
Uma vez conhecido o habeas corpus somente deverá ser concedido em caso de
réu preso ou na iminência de sê-lo, presentes as seguintes condições:
(1) violação à jurisprudência consolidada do STF;
(2) violação clara à Constituição; ou
(3) teratologia na decisão impugnada, caracterizadora de absurdo jurídico.
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SEMANA 01/12

STF. 1ª Turma. AgRg no HC 200.055, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em


14/06/2021.

Hipóteses em que não é possível o cabimento de HC:

● Impugnar decisões de plenário de qualquer das turmas do STF;


● Impugnar determinação e suspensão dos direitos políticos;
● Impugnar penalidade administrativa de caráter disciplinar;
● Impugnar decisão condenatória à pena de multa, ou relativa a processo em curso por infração penal
a que a pena pecuniária seja a única cominada (SÚMULA 693 STF);

CAIU EM PROVA RECENTE:


CETAP - 2021 - SEAP - PA - Policial Penal - Agente Penitenciário (Feminino)
O habeas corpus é uma garantia constitucional e visa proteger o cidadão contra abusos de
autoridades. Sobre o habeas corpus, pode-se afirmar corretamente que não cabe "habeas
corpus" contra decisão condenatória a pena de a multa. (correta)

● Impugnar a determinação de quebra de sigilo telefônico, bancário ou fiscal, se desta medida não
puder resultar condenação à pena privativa de liberdade;
● Discutir o mérito das punições disciplinares militares => STF: NÃO cabe a discussão do mérito, mas
cabe HC para se analisar os pressupostos de legalidade da medida.

Reza o texto constitucional que não caberá habeas corpus contra punições disciplinares militares
(CF, art. 142, § 2º), é que, o meio militar segue regras próprias de conduta, de hierarquia e disciplina, bem
mais rígidas do que as que imperam no âmbito civil, e, portanto, não faria sentido o magistrado, estranho
às peculiaridades das corporações militares, substituir o juízo de conveniência da autoridade militar na
imposição de uma punição disciplinar.
Entretanto, segundo a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, essa vedação há que ser
interpretada com certo abrandamento, no sentido de que não caberá habeas corpus em relação ao mérito
das punições disciplinares militares. Significa dizer que a Constituição não impede a impetração de habeas
corpus para que o Poder Judiciário examine os pressupostos de legalidade da medida adotada pela
autoridade militar, tais como a competência da autoridade militar, o cumprimento dos procedimentos
estabelecidos no regulamento militar, a pena suscetível de ser aplicada ao caso concreto - dentre outros.

● Para discutir processo criminal envolvendo o art. 28 (posse de drogas para consumo pessoal) da Lei
de Drogas;
● Questionar afastamento ou perda de cargos públicos;
● Dirimir controvérsia sobre a guarda de filhos menores;
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AGENTE E ESCRIVÃO DE POLÍCIA

SEMANA 01/12

● Discutir matéria objeto de processo de extradição;


● Questionamento de condenação criminal quando já extinta a pena privativa de liberdade (SÚMULA
692 STF);
● Impedir o cumprimento de decisão que determina o sequestro de bens imóveis;
● Discutir condenação imposta em processo de impeachment;
● Impugnar o indiciamento em inquérito policial, desde que presentes indícios de autoria de fato que
configure crime em tese;
● Impugnar omissão de relator na extradição, se fundado em fato ou direito estrangeiro cuja prova não
constava dos autos, nem foi ele provocado a respeito (SÚMULA 692 STF);
● Tutelar o direito à visita em presídio;

OBS: A temática acerca dos recursos é afeta ao direito processual. Neste momento, priorizemos
a memorização dos pontos abaixo, tendo em vista as questões objetivas:

● Impugnar decisões monocráticas proferidas por Ministro do Supremo Tribunal Federal.


● Contra ato de Ministro ou outro órgão fracionário da Corte. STF. Plenário. (HC 170263/DF,
22/06/2020)
● Reexame dos pressupostos de admissibilidade de recurso interposto no STJ.
● Não cabe HC em ação que apura improbidade administrativa
● Em regra, não cabe habeas corpus contra decisão transitada em julgado (posição majoritária na
jurisprudência – Inf. 892)

NA JURISPRUDÊNCIA DO STJ:
Não é cabível habeas corpus para impugnar ato normativo que fixa medidas
restritivas para prevenir a disseminação da covid-19, por não constituir via própria
para o controle abstrato da validade de leis e atos normativos em geral.
STJ. 5ª Turma. PET no HC 655.460, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 11/05/2021.

A definição do regime de guarda, no âmbito de ação divórcio, não tem nenhuma


repercussão, propriamente, no direito de locomoção da criança, desde que
preservado o direito de visita e, assim, a convivência com o genitor com quem não
resida. Logo, o HC não é a via adequada para que um dos genitores discuta o
específico propósito de manter ou não o regime de guarda unilateral estabelecida
em decisão judicial.
STJ. 3ª Turma. HC 636.744/SP, Rel. Min. Marco Aurelio Belizze, julgado em
15/06/2021.

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SEMANA 01/12

Obs.: Exceção ao princípio da inércia jurisdicional: O Juiz de direito, o Desembargador, Ministros,


Turma Recursal e o Tribunal poderão conceder habeas corpus de ofício, no exercício da função jurisdicional.

h) Competência
A competência para o processamento e julgamento do habeas corpus diz respeito à qualidade da
pessoa que sofre o ato coator (lesão ou ameaça de lesão à liberdade de locomoção) ou à qualidade da
pessoa que é responsável pelo ato coator.
Os critérios fundamentais se relacionam com a prerrogativa de foro e a hierarquia. O critério da
prerrogativa de foro envolve a competência originária para o julgamento do habeas corpus quando o coator
ou o paciente tiver foro privativo por prerrogativa de função. Já a competência pela hierarquia está definida
no art. 650, § 1º, do CPP, no qual fica assegurado que, quando o ato coator (lesão ou a ameaça) se originar
de autoridade judiciária, a competência será do órgão do Poder Judiciário imediatamente superior.
Porém, é mister deixar consignado que pode ter vez ainda o critério territorial ou da territorialidade,
na medida em que, não existindo prerrogativa de foro nem hierarquia, a competência será estabelecida à
luz do art. 649 do CPP, que preleciona: o juiz ou o tribunal, dentro dos limites de sua jurisdição, fará passar
imediatamente a ordem impetrada, nos casos em que tenha cabimento, seja qual for a autoridade coatora.
O habeas corpus impetrado contra ato de particulares e outras autoridades não dotadas de
prerrogativa de função será proposto na primeira instância estadual ou federal, a depender da natureza do
posto ocupado pelo responsável pelo cerceamento (efetivado ou iminente) à locomoção.
Contra atos dos juízes, a competência será da segunda instância da Justiça à qual o magistrado esteja
vinculado; v.g., contra ato de juiz federal, a competência será do TRF (art. 108, I, d).
No concernente aos atos das turmas recursais dos Juizados Especiais Estaduais e Federais, a
competência será dos Tribunais de Justiça e Tribunais Regionais Federais, respectivamente, estando
superada a Súmula 690 do STF.
Caso o paciente seja o Presidente da República, o Vice-Presidente da República, membros do
Congresso Nacional, Ministros do STF, membros dos Tribunais Superiores, Tribunal de Contas da União,
Procurador-Geral da República, Ministro de Estado, Comandante da Marinha, Exército ou Aeronáutica,
chefes de missão diplomática de caráter permanente, o habeas corpus será proposto diretamente no
Supremo Tribunal Federal (art. 102, I, d).
O Supremo Tribunal Federal será ainda competente quando o paciente for autoridade ou
funcionário cujos atos estejam sujeitos diretamente à jurisdição do STF ou se trate de crime sujeito à mesma
jurisdição em única instância (art. 102, I, i).
Por último, é competência do STF julgar, em recurso ordinário, o habeas corpus decidido em única
instância, pelos Tribunais Superiores, se denegatória a decisão (art. 102, II, a).
Impende observar que, por vezes, o Supremo Tribunal Federal relativiza a Súmula 691 do próprio
Tribunal e, em situações excepcionais, analisa habeas corpus de decisão que indefere liminar em tribunal
superior.

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SEMANA 01/12

Ao Superior Tribunal de Justiça cabe julgar o habeas corpus quando o coator ou paciente forem os
Governadores dos Estados, Governador do Distrito Federal, os desembargadores dos Tribunais de Justiça dos
Estados e do Distrito Federal, os membros dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, os dos
Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais Regionais Eleitorais e do Trabalho, os membros dos Conselhos ou
Tribunais de Contas dos Municípios e os do Ministério Público da União que oficiem perante tribunais, ou
ainda quando o coator for tribunal sujeito à sua jurisdição, Ministro de Estado ou Comandante da Marinha,
do Exército ou da Aeronáutica, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral (art. 105, I, c).
Ao STJ cabe ainda julgar, em recurso ordinário, o habeas corpus decidido em única ou última
instância pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios,
quando a decisão for denegatória (art. 105, II, a).

i) HC coletivo
O STF admitiu a possibilidade de habeas corpus coletivo. O habeas corpus se presta a salvaguardar
a liberdade. Assim, se o bem jurídico ofendido é o direito de ir e vir, quer pessoal, quer de um grupo
determinado de pessoas, o instrumento processual para resgatá-lo é o habeas corpus, individual ou coletivo.
A ideia de admitir a existência de habeas corpus coletivo está de acordo com a tradição jurídica nacional de
conferir a maior amplitude possível ao remédio heroico (doutrina brasileira do habeas corpus). Apesar de
não haver uma previsão expressa no ordenamento jurídico, existem dois dispositivos legais que,
indiretamente, revelam a possibilidade de habeas corpus coletivo. Trata-se do art. 654, § 2º e do art. 580,
ambos do CPP.

2. MANDADO DE SEGURANÇA

Art. 5º, LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e
certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável
pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa
jurídica no exercício de atribuições do Poder Público;

a) Previsão legal: Art. 5º, LXIX da CF/88 e Lei 12.016/09

Lei 12.016/09
Art. 1º. Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo,
não amparado por habeas corpus ou habeas data, sempre que, ilegalmente ou com
abuso de poder, qualquer pessoa física ou jurídica sofrer violação ou houver justo
receio de sofrê-la por parte de autoridade, seja de que categoria for e sejam quais
forem as funções que exerça.

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SEMANA 01/12

b) Natureza Jurídica: Ação judicial de natureza civil, residual e subsidiária, cabível quando o direito líquido
e certo protegido não for amparado por outros remédios constitucionais: habeas corpus e habeas data.

c) Cabimento: Proteger direito líquido e certo, não amparado por HC ou HD, sempre que, ilegalmente ou
com abuso de poder, qualquer pessoa física ou jurídica sofrer violação ou houver justo receio de sofrê-la
por parte de autoridade, seja de que categoria for e sejam quais forem as funções que exerça.

Atenção aos detalhes:

▪ Proteção de direito líquido e certo contra ilegalidade ou abuso de poder por parte de
autoridade.
▪ Esse direito líquido e certo não é amparado por HC ou HD

Já caiu em prova:
FUNCAB - 2016 - PC-PA – Investigador) Conceder-se-á mandado de segurança para proteger
direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável
pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no
exercício de atribuições do Poder Público. [certo]

FUMARC - 2014 - PC-MG – Investigador) Conceder-se-á mandado de segurança para proteger


direito líquido e certo, ainda que amparado por “habeas-corpus" ou “habeas-data", quando o
responsável pela ilegalidade ou pelo abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa
jurídica no exercício de atribuições do Poder Público. [errado]

CESPE - 2016 - PC-PE – Escrivão) Uma autoridade pública de determinado estado da Federação
negou-se a emitir certidão com informações necessárias à defesa de direito de determinado
cidadão. A informação requerida não era sigilosa e o referido cidadão havia demonstrado os fins
e as razões de seu pedido. Nessa situação hipotética, o remédio constitucional apropriado para
impugnar a negativa estatal é o mandado de segurança [certa]

c) NÃO cabe MS:


● De ato do qual caiba recurso administrativo com efeito suspensivo, independente de caução => Se o
MS for impetrado contra omissão ilegal, descabe a aplicação da restrição deste inciso.
● Decisão judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo;
● Decisão judicial transitada em julgado;
● Contra lei em tese, salvo se produtora de efeitos concretos
● Contra atos de gestão comercial praticados pelos administradores de empresas públicas, sociedades de
economia mista e concessionárias de serviço público (art. 1º, §2º da Lei 12. 016/09)
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AGENTE E ESCRIVÃO DE POLÍCIA

SEMANA 01/12

§ 2o Não cabe mandado de segurança contra os atos de gestão comercial


praticados pelos administradores de empresas públicas, de sociedade de economia
mista e de concessionárias de serviço público.

CESPE/2019 - É cabível mandado de segurança para proteger direito líquido e certo contra
ilegalidade praticada por diretor de sociedade de economia mista em decisão que homologa o
resultado de licitação ou em atos de gestão comercial. Item incorreto.

● O mandado de segurança não se presta ao reexame de fatos e provas analisados pelo CNJ no processo
disciplinar (Info 933)
● Para convalidar a compensação tributária realizada pelo contribuinte (súmula 460 do STJ).

Súmula 460-STJ: É incabível o mandado de segurança para convalidar a


compensação tributária realizada pelo contribuinte
Súmula 213-STJ: O mandado de segurança constitui ação adequada para a
declaração do direito à compensação tributária.

Já caiu em prova:
CESPE - 2009 - PC-RN – Escrivão) É cabível mandado de segurança contra lei em tese, ainda que
produtora de efeitos concretos. [errado]
CESPE - 2009 - PC-RN – Escrivão) Praticado o ato por autoridade no exercício de competência
delegada, contra essa autoridade não cabe mandado de segurança. [errado]

d) Direito Líquido e Certo


Nem todo o direito é amparado pela via do mandado de segurança: a Constituição Federal exige que
o direito invocado seja líquido e certo.
Direito líquido e certo é aquele demonstrado de plano, de acordo com o direito, e sem incerteza, a
respeito dos fatos narrados pelo impetrante.
A matéria de direito, por mais complexa e difícil que se apresente, pode ser apreciada em mandado
de segurança. Desse modo, se os fatos alegados pelo autor estiverem inequivocamente comprovados
(matéria de fato), a alegação de grande complexidade jurídica do direito invocado (matéria de direito) não
será motivo para obstar a utilização da via do mandado de segurança.

Súmula 625 – STF - Controvérsia sobre matéria de direito não impede concessão de
mandado de segurança.

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SEMANA 01/12

O mandado de segurança requer prova pré constituída de modo a demonstrar de plano a


procedência das alegações do impetrante, ou seja, o direito líquido e certo afirmado, não comportando
dilação probatória. NÃO cabendo, assim, dilação probatória (produção de provas) no MS.

e) Legitimidade Ativa
● Pessoas físicas ou jurídicas, nacionais ou estrangeiras, domiciliadas ou não no Brasil;
● Universalidades reconhecidas por lei;
● Órgãos públicos de grau superior, na defesa de suas prerrogativas e atribuições;
● Agentes políticos na defesa de suas atribuições e prerrogativas;
● MP, quando o ato emanar de juiz de primeiro grau de jurisdição.

CAIU EM PROVA RECENTE:


CESPE / CEBRASPE - 2021 - PC-DF - Escrivão de Polícia da Carreira de Polícia Civil do Distrito
Federal
Determinado cidadão norte-americano em férias em Brasília cometeu o crime de homicídio ao
fugir da cena de crime de tráfico ilícito de entorpecentes, supostamente por ele praticado. Após
o crime, ele fugiu para o hotel onde se encontrava hospedado desde que chegou ao Brasil. Cinco
minutos após ter adentrado em seu quarto, a polícia invadiu o local e conseguiu prendê-lo.
Considerando a jurisprudência do STF, julgue o item a seguir, a partir da situação hipotética
precedente. Caso o referido cidadão norte-americano considere ilegal a sua prisão, ele próprio,
mesmo sendo estrangeiro, poderá impetrar habeas corpus em face da autoridade coatora,
sendo prescindível o patrocínio judicial por advogado nesse caso. (correto)

f) Legitimação Passiva
É a pessoa jurídica a qual pertence a autoridade coatora, responsável pela ilegalidade ou abuso de
poder, autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público.
● Autoridades públicas de quaisquer poderes da União, Estados, DF e Municípios;
● Representantes ou órgãos de partidos políticos e os administradores de entidades autárquicas;
● Dirigentes de pessoas jurídicas de direito privado, desde que no exercício de atribuições do Poder
Público.

Lei 12.016/09
Art. 1o Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo,
não amparado por habeas corpus ou habeas data, sempre que, ilegalmente ou com
abuso de poder, qualquer pessoa física ou jurídica sofrer violação ou houver justo
receio de sofrê-la por parte de autoridade, seja de que categoria for e sejam quais
forem as funções que exerça.

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SEMANA 01/12

§ 1o Equiparam-se às autoridades, para os efeitos desta Lei, os representantes ou


órgãos de partidos políticos e os administradores de entidades autárquicas, bem
como os dirigentes de pessoas jurídicas ou as pessoas naturais no exercício de
atribuições do poder público, somente no que disser respeito a essas atribuições.

Em se tratando de atribuição delegada, a autoridade coatora será o agente delegado e não a


autoridade delegante

VIDE SÚMULA 510 STF: Praticado o ato por autoridade, no exercício de


competência delegada, contra ela cabe MS ou medida judicial.

g) Vedação à concessão de liminar (art. 7º, §2º da Lei 12.016/09)


● Compensação de créditos tributários;
● Entrega de mercadorias ou bens provenientes do exterior;
● Reclassificação ou equiparação de servidores públicos e a concessão de aumento ou extensão de
vantagens ou pagamentos de qualquer natureza.

Art. 7o § 2o Não será concedida medida liminar que tenha por objeto a
compensação de créditos tributários, a entrega de mercadorias e bens
provenientes do exterior, a reclassificação ou equiparação de servidores públicos e
a concessão de aumento ou a extensão de vantagens ou pagamento de qualquer
natureza.

h) Prazo para impetração (art. 23 da Lei 12.016/09)

Art. 23. O direito de requerer mandado de segurança extinguir-se-á decorridos 120


(cento e vinte) dias, contados da ciência, pelo interessado, do ato impugnado.
Prazo: 120 dias, a contar da data em que o interessado tiver conhecimento oficial do ato a ser
impugnado.
O prazo decadencial NÃO se suspende ou interrompe. Nem mesmo o pedido de reconsideração
administrativo interrompe a contagem desse prazo.

Súmula 430-STF: Pedido de reconsideração na via administrativa não interrompe o


prazo para o mandado de segurança.

Súmula 632-STF: É constitucional lei que fixa o prazo de decadência para a


impetração de mandado de segurança.

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Art. 6º, §6º, da Lei n. 12.016/09: O pedido de mandado de segurança poderá ser
renovado dentro do prazo decadencial, se a decisão denegatória não lhe houver
apreciado o mérito.

Mandado de segurança preventivo: NÃO se pode falar em prazo decadencial para a sua
impetração, pois NÃO há ato coator a marcar a contagem.

i) Competência
A competência no MS é definida pela categoria da autoridade coatora e pela sua sede funcional.

STJ: A competência para o mandado de segurança é absoluta. No caso dos


tribunais, é funcional; no caso do juízo de primeiro grau, é territorial e absoluta
ou em razão da pessoa.

Ensina Leonardo Carneiro da Cunha: “Se a autoridade coatora desempenha função estadual ou
municipal, e a matéria envolvida não for trabalhista, nem eleitoral, a competência será da Justiça Estadual.
Caso a autoridade exerça função federal, e, de igual modo, não haja matéria trabalhista ou eleitoral
envolvida, a competência será da Justiça Federal.” (CUNHA, 2016, p. 552)
Segundo Daniel Amorim Assumpção Neves, se a competência para o julgamento do MS for do juízo
de primeiro grau, tanto na Justiça Estadual como na Federal, a competência territorial será determinada
pelo local em que a autoridade exerce suas funções.
Caso haja vara privativa da Fazenda Pública, a competência será absoluta dentro da comarca.

TABELA DE COMPETÊNCIA DO MANDADO DE SEGURANÇA


Competência originária do STF contra atos
a) do Presidente da República,
b) das Mesas da Câmara dos Deputados e do
Senado Federal,
c) do Tribunal de Contas da União,
d) do Procurador-Geral da República e
e) do próprio Supremo Tribunal Federal.
Competência recursal do STF: recurso ordinário contra decisão denegatória de
mandado de segurança proferida em única instância
pelos Tribunais Superiores
Competência originária do STJ: contra atos
a) do próprio Tribunal
b) de Ministro de Estado,

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SEMANA 01/12

c) dos Comandantes da Marinha,


d) do Exército e
e) da Aeronáutica ou
f) do próprio Tribunal
Competência recursal do STJ: recurso ordinário contra decisão denegatória de
mandado de segurança proferida em única instância
por TJ ou TRF
Competência originária de TRF: contra ato
a) do próprio tribunal
b) de juiz federal
Competência da justiça federal contra ato
de 1º grau: a) de autoridade federal, excetuados os casos de
competência dos tribunais federais
Competência da justiça do Contra ato
trabalho: a) que envolva matéria sujeita à sua jurisdição.

Súmula 623-STF: Não gera por si só a competência originária do Supremo Tribunal


Federal para conhecer do mandado de segurança com base no art. 102, I, n, da
Constituição, dirigir-se o pedido contra deliberação administrativa do tribunal de
origem, da qual haja participado a maioria ou a totalidade de seus membros.

Súmula 624-STF: Não compete ao Supremo Tribunal Federal conhecer


originariamente de mandado de segurança contra atos de outros tribunais

#DPEXPLICA
O STF não dispõe de competência originária para processar e julgar MS impetrado
contra ato de outros Tribunais judiciários, ainda que se trate do STJ. Compete ao
próprio STJ julgar os mandados de segurança impetrados contra seus atos ou
omissões.

Súmula 330-STF: O Supremo Tribunal Federal não é competente para conhecer


de mandado de segurança contra atos dos tribunais de justiça dos estados.

Súmula 41-STJ: O Superior Tribunal de Justiça não tem competência para processar
e julgar, originariamente mandado de segurança contra ato de outros tribunais ou
dos respectivos órgãos.

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SEMANA 01/12

#DPEXPLICA. É o mesmo sentido da Súmula 624-STF. • MS contra ato do TJ é


julgado pelo próprio TJ.

Súmula 376-STJ: Compete à turma recursal processar e julgar o mandado de


segurança contra ato de juizado especial.

Duplo grau de jurisdição


Concedida a segurança, a sentença estará sujeita obrigatoriamente ao duplo grau de jurisdição
(reexame necessário). Significa que, no mandado de segurança, a sentença de primeira instância,
quando concessiva da ordem, fica sujeita a reexame obrigatório pelo tribunal respectivo.
Caso a pessoa de direito público vencida não apresente apelação, ou se o seu recurso não for
admissível, porque intempestivo, ou por não atender a qualquer formalidade, haverá a remessa dos autos,
de oficio, para o tribunal. A obrigatoriedade de duplo grau de jurisdição, todavia, não impede que a sentença
de primeiro grau seja executada provisoriamente, salvo nos casos em que for vedada a concessão da medida
liminar.
Ademais, não há duplo grau de jurisdição obrigatório se a decisão foi proferida por tribunal do Poder
Judiciário, no uso de competência originária.

o) MS COLETIVO – Art. 5º, LXX da CF e art. 21 da Lei 12.016/09

Art. 5º, LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:
a) partido político com representação no Congresso Nacional;
b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e
em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus
membros ou associados;

Art. 21. O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por partido político
com representação no Congresso Nacional, na defesa de seus interesses legítimos
relativos a seus integrantes ou à finalidade partidária, ou por organização sindical,
entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há,
pelo menos, 1 (um) ano, em defesa de direitos líquidos e certos da totalidade, ou
de parte, dos seus membros ou associados, na forma dos seus estatutos e desde
que pertinentes às suas finalidades, dispensada, para tanto, autorização especial.

Pode ser impetrado:

1) Partido político com representação no Congresso Nacional, na defesa de seus interesses legítimos
relativos a seus integrantes ou à finalidade partidária.
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SEMANA 01/12

Obs.1: Basta 1 único representante na CD ou SF, filiado ao partido.


Obs.2: STJ vem entendendo que PP somente poderá impetrar MS coletivo para a defesa de seus
filiados e em questões políticas, ou seja, criou uma pertinência temática.

2) Organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em


funcionamento há, pelo menos, 01 ano, em defesa de direitos líquidos e certos da totalidade, ou de
parte, dos seus membros ou associados, na forma de seus estatutos e desde que pertinentes às
suas finalidades, dispensadas, para tanto, autorização especial.
Requisitos a serem preenchidos:
a) estar legalmente constituída: organizações sindicais, entidades de classe e associações;
b) estar em funcionamento há pelo menos 1 ano→ é exclusivo das associações;
c) atuar na defesa dos interesses dos seus membros associados: pertinência temática
estabelecida pela CF entre o objeto do MS e os objetivos institucionais as organizações
sindicais, entidades de classe e associações.

A legitimidade é extraordinária, sendo o caso de substituição processual, razão pela qual NÃO se
exige autorização expressa dos titulares do direito.

Súmula 629/STF - A impetração de mandado de segurança coletivo por entidade de


classe em favor dos associados independe da autorização destes
Súmula 630/STF - A entidade de classe tem legitimação para o mandado de
segurança ainda quando a pretensão veiculada interesse apenas a uma parte da
respectiva categoria.

CAIU EM PROVA RECENTE:


IDECAN - 2021 - PC-CE - Escrivão de Polícia Civil
Mandado de Segurança Coletivo pode ser impetrado por:
I. partido político;
II. associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa
dos direitos de seus associados;
III. entidade de classe em favor dos associados independentemente da autorização destes;
IV. empresa de capital misto;
V. entidade de classe ainda que a pretensão veiculada interesse apenas a uma parte da
categoria.
A) se apenas os itens I, II e IV estiverem corretos.
B) se apenas os itens II, III e V estiverem corretos.
C) se apenas os itens II, IV e V estiverem corretos.
D) se apenas os itens I, III e V estiverem corretos.
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E) se apenas os itens I, II e III estiverem corretos.


Resposta: letra B
Item I – Errado, somente os partidos políticos com representação no Congresso Nacional podem
impetrar MSC. Item II – correto, Art. 5º, LXX, b, da CF. Item III – correto, Súmula 629/STF - A
impetração de mandado de segurança coletivo por entidade de classe em favor dos associados
independe da autorização destes. Item IV – errado, não há previsão de empresa de capital misto
entre os legitimados à propositura. Item V – correto, Súmula 630/STF - A entidade de classe tem
legitimação para o mandado de segurança ainda quando a pretensão veiculada interesse apenas
a uma parte da respectiva categoria.

Já caiu em prova:
FUNCAB - 2016 - PC-PA – Investigador) O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado
por organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em
funcionamento há menos de um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados
[errado]
(FUMARC - 2014 - PC-MG – Investigador) O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado
por partido político com representação na Assembleia Legislativa do Estado (errado).
(ACAFE - 2010 - PC-SC – Escrivão) O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por
entidade de classe. [errado]
CESPE - 2009 - PC-RN – Escrivão) A impetração de mandado de segurança coletivo por entidade
de classe em favor dos associados depende da autorização destes. [errado]

Os direitos protegidos pelo MS podem ser:


● Coletivos;
● Individuais homogêneos.

Art. 21, § único da Lei de MS.


Parágrafo único. Os direitos protegidos pelo mandado de segurança coletivo
podem ser:
I - coletivos, assim entendidos, para efeito desta Lei, os transindividuais, de
natureza indivisível, de que seja titular grupo ou categoria de pessoas ligadas entre
si ou com a parte contrária por uma relação jurídica básica;

II - individuais homogêneos, assim entendidos, para efeito desta Lei, os


decorrentes de origem comum e da atividade ou situação específica da totalidade
ou de parte dos associados ou membros do impetrante.

163
RETA FINAL PCGO

AGENTE E ESCRIVÃO DE POLÍCIA

SEMANA 01/12

DIREITOS COLETIVOS São os transindividuais, de natureza indivisível, de que


seja titular grupo ou categoria de pessoas ligadas entre si
ou com a parte contrária por uma relação jurídica básica;
DIREITOS INDIVIDUAIS São os direitos decorrentes de origem comum e da
HOMOGÊNEOS atividade ou situação específica da totalidade ou de parte
dos associados ou membros do impetrante.

Os direitos defendidos por organização sindical NÃO precisam ser o mesmo direito para todos os
seus membros, podendo ser um direito de apenas parte dos membros da entidade.
Mandado de segurança coletivo impetrado contra autoridade vinculada à pessoa jurídica de direito
público: a liminar só poderá ser concedida após audiência do representante judicial da pessoa jurídica, que
deverá se pronunciar no prazo de 72 horas.

STF: Estado-membro NÃO possui legitimidade para impetrar mandado de


segurança coletivo em defesa da população residente na unidade federada.

p) Considerações gerais sobre MS:


∘ Prazo decadencial: 120 dias
∘ Não há dilação probatória
∘ Há reexame necessário
∘ Tanto a autoridade coatora como a pessoa jurídica devem ser indicadas na petição inicial
∘ Tem prioridade na tramitação, salvo HC.

Súmulas importantes sobre mandado de segurança:

Súmula 271 – STF - Concessão de mandado de segurança não produz efeitos


patrimoniais em relação a período pretérito, os quais devem ser reclamados
administrativamente ou pela via judicial própria.

Súmula 333-STJ: Cabe mandado de segurança contra ato praticado em licitação


promovida por sociedade de economia mista ou empresa pública.

Súmula 429-STF: A existência de recurso administrativo com efeito suspensivo não


impede o uso do mandado de segurança contra omissão da autoridade

164
RETA FINAL PCGO

AGENTE E ESCRIVÃO DE POLÍCIA

SEMANA 01/12

Súmula 474-STF: Não há direito líquido e certo, amparado pelo mandado de


segurança, quando se escuda em lei cujos efeitos foram anulados por outra,
declarada constitucional pelo Supremo Tribunal Federal.

Súmula 512-STF: Não cabe condenação em honorários de advogado na ação de


mandado de segurança.

Súmula 105-STJ: Na ação de mandado de segurança não se admite condenação em


honorários advocatícios.

OBS: As súmulas 512 STF e 105 STJ tratam de honorários de


sucumbência, ou seja, aqueles que são pagos por quem for
vencido na causa. Não tratando sobre honorários advocatícios
contratuais. Assim, é lícita a cobrança, por parte do advogado, de
honorários ajustados com o seu cliente por meio de contrato. De
toda forma, atentemo-nos ao estrito teor das súmulas.

Súmula 604-STJ: O mandado de segurança não se presta para atribuir efeito


suspensivo a recurso criminal interposto pelo Ministério Público

Súmula 626-STF: A suspensão da liminar em mandado de segurança, salvo


determinação em contrário da decisão que a deferir, vigorará até o trânsito em
julgado da decisão definitiva de concessão da segurança ou, havendo recurso, até
a sua manutenção pelo Supremo Tribunal Federal, desde que o objeto da liminar
deferida coincida, total ou parcialmente, com o da impetração.

Súmula 631-STF: Extingue-se o processo de mandado de segurança se o impetrante


não promove, no prazo assinado, a citação do litisconsorte passivo necessário.

3. MANDADO DE INJUNÇÃO

a) Introdução
Trata-se de remédio constitucional previsto no art. 5º, LXXI da CF/88
A Lei nº 13.300/16 disciplina o processo e julgamento do mandado de injunção individual e
coletivo.

Art. 5º, LXXI, CF/88 - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de
norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades
165
RETA FINAL PCGO

AGENTE E ESCRIVÃO DE POLÍCIA

SEMANA 01/12

constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à


cidadania;

Art. 2º, Lei 13.300/2016 - Conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta
total ou parcial de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e
liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à
soberania e à cidadania.

Remédio à disposição de qualquer um que se sinta prejudicado pela falta de norma


regulamentadora, sem a qual resulte inviabilizado o exercício dos direitos, liberdades e garantias
constitucionais.  Caso de inércia governamental (“violação negativa do texto constitucional”).
Conforme assevera Eduardo dos Santos:

Percebe-se, então, que o mandado de injunção objetiva atacar a chamada


“síndrome da inefetividade dos poderes públicos (ou síndrome da inefetividade
das normas constitucionais)”, ou seja, objetiva atacar a inércia dos poderes
públicos em efetivar as normas constitucionais que necessitam de regulamentação
para que elas possam produzir todos os seus efeitos, viabilizando o exercício dos
direitos constitucionais por elas consagrados..

Assim, podemos concluir:

(1) Trata-se de instrumento para combater a Síndrome de Inefetividade das Normas Constitucionais. Ao
lado da ADO, atacam a inefetividade das normas constitucionais de eficácia limitada, ante a ausência de
lei infraconstitucional integrativa para propiciar à norma constitucional a produção de todos os seus
efeitos.

(2) Trata-se de instrumento de controle concreto/incidental das inconstitucionalidades por omissão, sendo
voltado, portanto, para a tutela dos direitos subjetivos, garantia individual.

(3) Pressuposto: inviabilização dos exercícios de direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas
inerentes à nacionalidade, soberania e cidadania, pela ausência da norma regulamentadora.

Vamos esquematizar?
Mandado de Injunção ADO
Intentado por qualquer Legitimação restrita aos
pessoa física ou entes do art. 103 CF.

166
RETA FINAL PCGO

AGENTE E ESCRIVÃO DE POLÍCIA

SEMANA 01/12

Legitimação jurídica, que se veja


impossibilitada de
exercer determinado
direito constitucional.
Busca-se solução para o O controle da omissão é
caso concreto, realizado em tese, sem a
Objeto individualmente necessidade de estar
considerado, diante da configurada uma
inércia do legislador. violação concreta a um
direito individual.
Julgamento STF, STJ, TSE, etc. STF (controle
(controle difuso) concentrado)

b) Cabimento
Partindo do texto constitucional, o art. 2.º da Lei n. 13.300/2016 estabelece que será concedido
mandado de injunção sempre que a falta total ou parcial de norma regulamentadora torne inviável o
exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à
soberania e à cidadania.
▪ Omissão total  caracterizada quando a inércia é absoluta, ou seja, o preceito constitucional de
eficácia limitada não foi disciplinado.
▪ Omissão parcial  caracterizada quando a regulamentação quando forem insuficientes as normas
editadas pelo órgão legislador competente.
Em outras palavras: haverá MI quando a existência de direito ou liberdade constitucional, ou de
prerrogativa inerente à nacionalidade, soberania, cidadania, cujo exercício seja inviabilizado pela ausência
de norma infraconstitucional regulamentadora.
Note que NÃO é qualquer omissão do Poder Público que enseja o ajuizamento do MI, mas apenas
as omissões relacionadas às normas constitucionais de eficácia limitada de caráter mandatório, ou seja,
normas constitucionais que devem ter a sua plena aplicabilidade assegurada.
Portanto, normas constitucionais definidoras de princípios institutivos ou organizativos de
natureza facultativa, por outorgarem mera faculdade ao legislador, NÃO autorizam o ajuizamento do MI.

STF determinou, em julgamento de mandado de injunção, que o governo federal


implemente, a partir de 2022, o programa de renda básica de cidadania, previsto
na Lei nº 10.835/2004. A Lei nº 10.835/2004 instituiu um programa denominado
“renda básica de cidadania”. Segundo esse programa, todas as pessoas residentes
no Brasil, não importando a sua condição socioeconômica, deverão receber um

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RETA FINAL PCGO

AGENTE E ESCRIVÃO DE POLÍCIA

SEMANA 01/12

benefício cujo valor deve ser fixado pelo Poder Executivo. O pagamento do
benefício deverá ser de igual valor para todos, e suficiente para atender às despesas
mínimas de cada pessoa com alimentação, educação e saúde. Como esse programa
ainda não havia sido implementado, em 2020 o Defensor Público-Geral Federal
ajuizou mandado de injunção contra o Presidente da República. O STF decidiu que,
como está presente estado de mora inconstitucional, deve ser fixado o valor da
renda básica de cidadania para o estrato da população brasileira em condição de
vulnerabilidade socioeconômica — pobreza e extrema pobreza — a ser efetivado,
pelo Presidente da República, no exercício fiscal seguinte ao da conclusão do
julgamento de mérito (2022). STF. Plenário. MI 7300/DF, Rel. Min. Marco Aurélio,
redator do acórdão Min. Gilmar Mendes, julgado em 26/4/2021 (Info 1014).

Explicação Via Dizer o Direito:


Cabe mandado de injunção, neste caso? Ele pode ser impetrado contra o
Presidente da República?
SIM. Cabe mandado de injunção em face da ausência de fixação do valor da renda
básica de cidadania, instituída pela Lei nº 10.835/2004, cuja omissão é atribuída ao
Presidente da República.
A ausência de fixação do valor é forma de esvaziar o mandamento constitucional
de combate à pobreza, além de fazer letra morta ao disposto no referido diploma
legal.

Vale ressaltar, no entanto, que o mandado de injunção foi conhecido apenas


quanto ao benefício para as pessoas em situação de vulnerabilidade
Como vimos acima, esse benefício deveria ser pago a todas as pessoas residentes
no Brasil, independentemente da sua condição socioeconômica. Assim, pela lei,
mesmo que a pessoa seja milionária, ela teria direito de receber o benefício em
valor igual a uma pessoa miserável.

O STF afirmou que esse mandado de injunção ajuizado pelo Defensor Público-Geral
deveria ser parcialmente conhecido. Para o STF, o mandado de injunção somente
deveria ser conhecido no que tange à implementação do benefício para pessoas
em situação de vulnerabilidade socioeconômica. Em outras palavras, o STF afirmou
que só iria analisar e determinar providências para garantir o benefício em favor
das pessoas em vulnerabilidade socioeconômica. Qual foi o argumento jurídico do
STF para isso?

168
RETA FINAL PCGO

AGENTE E ESCRIVÃO DE POLÍCIA

SEMANA 01/12

Um dos objetivos da República brasileira é “erradicar a pobreza e a marginalização


e reduzir as desigualdades sociais e regionais” (art. 3º, III, da CF/88), cuja
determinação é repassada a todos os níveis da Federação (art. 23, X), com auxílio
da sociedade.

A assistência aos desamparados é direito social básico (art. 6º). Assim, existem
direitos constitucionais das pessoas em situação de vulnerabilidade que não estão
sendo desempenhados pela falta da norma regulamentadora. Esse direito,
contudo, não existe para as pessoas com boa situação econômica. Não se pode
extrair, da Constituição Federal, o dever do Estado de pagar um benefício social
para as pessoas com boa situação econômica. O Estado não pode ser segurador
universal e distribuir renda a todos os brasileiros, independentemente de critério
socioeconômico. Na CF/88, não há qualquer determinação de atuação estatal nesse
sentido.

Já caiu em prova:
ACAFE - 2010 - PC-SC – Escrivão) Conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de
norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos (correta).
FUNCAB - 2009 - PC-RO – Escrivão) O remédio constitucional adequado para postular
judicialmente a falta de norma regulamentadora que torne inviável o exercício dos direitos e
liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à
cidadania é o mandado de injunção (correta).

c) Descabimento
● Diante de falta de norma regulamentadora de direito previsto em normas infraconstitucionais  o
MI se destina a falta de normas regulamentadoras de direito previsto na CF.
● Diante da falta de regulamentação dos efeitos de MP não convertida em lei pelo CN;
● Se a CF outorga mera faculdade do legislador para regulamentar direito previsto em algum de seus
dispositivos.

d) Considerações importantes sobre o MI


∘ Instrumento de controle difuso/incidental de constitucionalidade.
∘ Introduzido na CF/88
∘ Exige a falta de norma constitucional de eficácia limitada e caráter impositivo
∘ A omissão combatida pode ser total ou parcial
∘ Não é gratuito

169
RETA FINAL PCGO

AGENTE E ESCRIVÃO DE POLÍCIA

SEMANA 01/12

∘ Exige advogado (capacidade postulatória)


∘ O indeferimento por ausência de provas não impede novo MI lastreado em novas provas
∘ A edição da norma regulamentadora objeto do MI acarreta a perda do objeto do MI
∘ Não admite medida liminar (STF)

CESPE/2015: Após a impetração de mandado de injunção, pendente de julgamento, o diploma


legal objeto da reclamação foi promulgado. Nessa situação, a ação não estará prejudicada por
ser possível, na via processual, discutir pretensão do interessado de sanar a lacuna normativa
no período pretérito à edição da lei regulamentadora. ASSERTIVA INCORRETA

e) Legitimação para o MI individual


● Polo Ativo: Qualquer pessoa física ou jurídica, nacional ou estrangeira, que se veja impossibilitada
de exercer o seu direito.
● Polo Passivo: Órgãos ou autoridades públicas que têm obrigação de legislar, mas estejam omissos
quanto à elaboração de norma regulamentadora, inclusive o Presidente da República, no tocante
às competências exclusivas do art. 61, CF/88).

Obs.1: Para o conhecimento do MI, o impetrante deve comprovar a titularidade direta do direito
constitucional em questão.

Obs.2: Em caso de normas de iniciativa reservada, o MI deverá ser impetrado também em face do
titular da referida iniciativa reservada (ex. iniciativa reservada do Presidente da República), pois é ele quem
deverá deflagrar o processo legislativo, não podendo o CN atuar sem a sua provocação.

Obs3: Para o STF, os particulares – ainda que estejam se beneficiando pela falta da norma
regulamentadora, NÃO se revestem de legitimidade passiva ad causam para o processo em MI, pois somente
ao Poder Público é imputável o dever constitucional de produção legislativa para dar efetividade aos direitos,
liberdades e prerrogativas constitucionais.

e) Competência:
As regras de competência para impetrar o mandado de injunção são disciplinadas na própria
Constituição Federal e variam de acordo com o órgão ou a autoridade responsável pela edição da norma
regulamentadora. Confira:

COMPETÊNCIA Quando a atribuição para elaborar a norma (poder


de iniciativa) for do(a)
STF • Presidente da República

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RETA FINAL PCGO

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SEMANA 01/12

(ART. 102, I, "Q") • Congresso Nacional


• Câmara dos Deputados
• Senado Federal
• Mesas da Câmara ou do Senado
• Tribunal de Contas da União
• Tribunais Superiores
• Supremo Tribunal Federal.
órgão, entidade ou autoridade federal,
STJ* excetuados os casos de competência do STF e dos
(ART. 105, I, "H") órgãos da Justiça Militar, da Justiça Eleitoral, da
Justiça do Trabalho e da Justiça Federal.
JUÍZES E TRIBUNAIS DA órgão, entidade ou autoridade federal nos
JUSTIÇA MILITAR, JUSTIÇA assuntos de sua competência.
ELEITORAL, JUSTIÇA DO
TRABALHO
órgão, entidade ou autoridade federal, se não for
assunto das demais "Justiças" e desde que não
seja autoridade sujeita à competência do STJ.
JUÍZES FEDERAIS E TRFS* Ex: compete à Justiça Federal julgar MI em que se
alega omissão do Conselho Nacional de Trânsito
(CONTRAN) na edição de norma de trânsito que
seria de sua atribuição (STJ MI 193/DF).
órgão, entidade ou autoridade estadual, na
JUÍZES ESTADUAIS E TJS forma como disciplinada pelas Constituições
estaduais.

f) Efeitos da decisão do Judiciário em MI:

Art. 8o Reconhecido o estado de mora legislativa, será deferida a injunção para:


I - determinar prazo razoável para que o impetrado promova a edição da norma
regulamentadora;
II - estabelecer as condições em que se dará o exercício dos direitos, das liberdades
ou das prerrogativas reclamados ou, se for o caso, as condições em que poderá o
interessado promover ação própria visando a exercê-los, caso não seja suprida a
mora legislativa no prazo determinado.

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SEMANA 01/12

Parágrafo único. Será dispensada a determinação a que se refere o inciso I do caput


quando comprovado que o impetrado deixou de atender, em mandado de injunção
anterior, ao prazo estabelecido para a edição da norma.

Antes da edição da Lei 13.300/06, havia muita controvérsia na doutrina e jurisprudência a


respeito dos efeitos da decisão em sede de mandado de injunção. De forma bem sucinta:

1. Corrente não concretista – a decisão em MI apenas podia declarar em mora o legislador, não
podendo concretizar o direito cujo gozo encontrava-se impedido em apreço a separação de poderes.
(STF já adotou essa posição há muitos anos, até 2007).
2. Corrente concretista – a decisão em MI deve ir além da declaração em mora do legislador, sob pena
de tornar o remédio constitucional inócuo. A decisão em MI deve concretizar o direito discutido na
ação, através da edição de norma aplicável ao caso. (posição da doutrina majoritária e o STF desde
2007 até os dias atuais).

Além disso, havia discussão sobre o alcance dos efeitos da decisão: seria limitado aso partes do
processo – inter partes - ou alcançaria todos com eficácia erga omnes?
A lei 13.300/16 disciplinou o tema, estabelecendo que:

I - determinar prazo razoável para que o impetrado promova a edição da norma


regulamentadora;
II - estabelecer as condições em que se dará o exercício dos direitos, das liberdades
ou das prerrogativas reclamados ou, se for o caso, as condições em que poderá o
interessado promover ação própria visando a exercê-los, caso não seja suprida a
mora legislativa no prazo determinado.
Parágrafo único. Será dispensada a determinação a que se refere o inciso I do caput
quando comprovado que o impetrado deixou de atender, em mandado de injunção
anterior, ao prazo estabelecido para a edição da norma.

1. o órgão julgador determina prazo razoável para que o ente em mora supra a falta normativa.

2. Se ultrapassado prazo estabelecido sem a edição da norma regulamentadora, o órgão julgador irá
suprir a falta normativa estabelecendo “as condições em que se dará o exercício dos direitos, das
liberdades ou das prerrogativas reclamados ou, se for o caso, as condições em que poderá o
interessado promover ação própria visando a exercê-los.”

A doutrina diz que a Lei 13.300/2016 optou por adotar uma posição concretista intermediária, isto
é: ao julgar procedente o mandado de injunção, o Judiciário, antes de viabilizar o direito, deverá dar uma
172
RETA FINAL PCGO

AGENTE E ESCRIVÃO DE POLÍCIA

SEMANA 01/12

oportunidade ao órgão omisso para que este possa elaborar a norma regulamentadora. Assim, a decisão
judicial fixa um prazo para que o Poder, órgão, entidade ou autoridade edite a norma que está faltando. Caso
esta determinação não seja cumprida no prazo estipulado, aí sim o Poder Judiciário poderá viabilizar o direito,
liberdade ou prerrogativa.
Mas não pode esquecer o § único do art. 8º! A lei dispensa a exigência de prévia fixação de prazo
razoável para a edição da norma regulamentadora nos casos em que ficar comprovado que o impetrado
deixou de atender, em mandado de injunção anterior, ao prazo estabelecido para a edição da norma. Essa
exceção se filia à tese concretista direta:

* Corrente concretista direta: o Judiciário deverá implementar uma solução para viabilizar o direito do
autor e isso deverá ocorrer imediatamente (diretamente), não sendo necessária nenhuma outra
providência, a não ser a publicação do dispositivo da decisão.

Por fim, o art. 9º da Lei disciplina os efeitos subjetivos da decisão que concede o mandado de
injunção.
▪ Efeitos subjetivos = quem deve ser atingido pelos efeitos dessa decisão?

Art. 9º A decisão terá eficácia subjetiva limitada às partes e produzirá efeitos até o
advento da norma regulamentadora.
§ 1º Poderá ser conferida eficácia ultra partes ou erga omnes à decisão, quando
isso for inerente ou indispensável ao exercício do direito, da liberdade ou da
prerrogativa objeto da impetração.
§ 2º Transitada em julgado a decisão, seus efeitos poderão ser estendidos aos casos
análogos por decisão monocrática do relator.
§ 3º O indeferimento do pedido por insuficiência de prova não impede a renovação
da impetração fundada em outros elementos probatórios.

Com regra geral, a eficácia subjetiva da decisão está limitada as partes (inter partes) e somente
produzirá efeitos até o advento da norma regulamentadora. É o que a doutrina denomina de eficácia
individual.
Excepcionalmente, a eficácia subjetiva da decisão poderá ser ultra partes ou erga omnes, quando
for inerente ou indispensável ao exercício do direito, da liberdade ou da prerrogativa objeto da impetração.
A doutrina chama de eficácia geral.
Vamos esquematizar?

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CONTEÚDO DA DECISÃO EFEITOS SUBJETIVOS DA DECISÃO


Adoção da tese concretista Adoção da tese da eficácia individual
intermediária
1. o órgão julgador determina A eficácia subjetiva da decisão está
prazo razoável para que o ente limitada as partes (inter partes) e
em mora supra a falta somente produzirá efeitos até o
normativa. advento da norma regulamentadora.
2. Se ultrapassado prazo
Regra estabelecido sem a edição da
norma regulamentadora, o
órgão julgador irá suprir a falta
normativa estabelecendo “as
condições em que se dará o
exercício dos direitos, das
liberdades ou das prerrogativas
reclamados ou, se for o caso, as
condições em que poderá o
interessado promover ação
própria visando a exercê-los
Adoção da tese concretista direta Adoção da tese da eficácia geral
(art. 8º, § único) A eficácia subjetiva da decisão
o Judiciário deverá implementar uma poderá ser ultra partes ou erga
solução para viabilizar o direito do omnes, quando for inerente ou
Exceção autor e isso deverá ocorrer indispensável ao exercício do direito,
imediatamente (diretamente), não da liberdade ou da prerrogativa
sendo necessária nenhuma outra objeto da impetração.
providência, a não ser a publicação
do dispositivo da decisão.

g) MI coletivo
Embora não haja previsão na CF, cabe o MI coletivo, nos mesmos termos do MS coletivo. Inclusive, a
própria Lei 13.300/2016 regula os termos do MI coletivo a partir do artigo 12 e seguintes.
No MI coletivo, os direitos, liberdades e prerrogativas protegidos são os pertencentes,
indistintamente, a uma coletividade indeterminada de pessoas ou determinada por grupo, classe ou
categoria.
Dessa forma, deve ser proposto por legitimados previstos na Lei, em nome próprio, mas defendendo
interesses alheios. São legitimados para impetrar MI coletivo:

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Art. 12. O mandado de injunção coletivo pode ser promovido:


I - pelo MINISTÉRIO PÚBLICO, quando a tutela requerida for especialmente
relevante para a defesa da ordem jurídica, do regime democrático ou dos interesses
sociais ou individuais indisponíveis;
II - por PARTIDO POLÍTICO COM REPRESENTAÇÃO NO CONGRESSO NACIONAL,
para assegurar o exercício de direitos, liberdades e prerrogativas de seus
integrantes ou relacionados com a finalidade partidária;
III - por ORGANIZAÇÃO SINDICAL, ENTIDADE DE CLASSE ou ASSOCIAÇÃO
legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos 1 (um) ano, para
assegurar o exercício de direitos, liberdades e prerrogativas em favor da totalidade
ou de parte de seus membros ou associados, na forma de seus estatutos e desde
que pertinentes a suas finalidades, dispensada, para tanto, autorização especial;
IV - pela DEFENSORIA PÚBLICA, quando a tutela requerida for especialmente
relevante para a promoção dos direitos humanos e a defesa dos direitos individuais
e coletivos dos necessitados, na forma do inciso LXXIV do art. 5º da Constituição
Federal .

Parágrafo único. Os direitos, as liberdades e as prerrogativas protegidos por


mandado de injunção coletivo são os pertencentes, indistintamente, a uma
coletividade indeterminada de pessoas ou determinada por grupo, classe ou
categoria.

quando a tutela requerida for especialmente relevante para


MINISTÉRIO PÚBLICO a defesa da ordem jurídica, do regime democrático ou dos
interesses sociais ou individuais indisponíveis

PARTIDO POLÍTICO COM para assegurar o exercício de direitos, liberdades e


REPRESENTAÇÃO NO prerrogativas de seus integrantes ou relacionados com a
CONGRESSO NACIONAL finalidade partidária;

ORGANIZAÇÃO SINDICAL,
ENTIDADE DE CLASSE ou para assegurar o exercício de direitos, liberdades e
ASSOCIAÇÃO legalmente prerrogativas em favor da totalidade ou de parte de seus
constituída e em membros ou associados, na forma de seus estatutos e desde
funcionamento há pelo que pertinentes a suas finalidades, dispensada, para tanto,
menos 1 (um) ano autorização especial;

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RETA FINAL PCGO

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SEMANA 01/12

quando a tutela requerida for especialmente relevante para


DEFENSORIA PÚBLICA a promoção dos direitos humanos e a defesa dos direitos
individuais e coletivos dos necessitados, na forma do inciso
LXXIV do art. 5º da Constituição Federal

Art. 5º, LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que
comprovarem insuficiência de recursos;

Obs.1: O mandado de injunção coletivo não induz litispendência em relação aos individuais, mas os
efeitos da coisa julgada não beneficiarão o impetrante que não requerer a desistência da demanda individual
no prazo de 30 (trinta) dias a contar da ciência comprovada da impetração coletiva.

Art. 13. No mandado de injunção coletivo, a sentença fará coisa julgada


limitadamente às pessoas integrantes da coletividade, do grupo, da classe ou da
categoria substituídos pelo impetrante, sem prejuízo do disposto nos §§ 1o e 2o do
art. 9o.
Parágrafo único. O mandado de injunção coletivo não induz litispendência em
relação aos individuais, mas os efeitos da coisa julgada não beneficiarão o
impetrante que não requerer a desistência da demanda individual no prazo de 30
(trinta) dias a contar da ciência comprovada da impetração coletiva.

4. HABEAS DATA

a) Previsão normativa: Art. 5º, LXXII e Lei 9507/97

LXXII - conceder-se-á habeas data:


a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante,
constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de
caráter público;
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso,
judicial ou administrativo;

b) Hipóteses de concessão do habeas data: O HD poderá ser impetrado:


1) Para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de
registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público;
176
RETA FINAL PCGO

AGENTE E ESCRIVÃO DE POLÍCIA

SEMANA 01/12

2) Para retificação desses dados, quando não se prefira fazer por meio sigiloso, judicial ou administrativo;
3) Para anotação nos assentamentos do interessado de contestação ou explicação sobre dado
verdadeiro, mas justificável e que esteja sob pendência judicial ou amigável (ART. 7º, inciso III da Lei
9.507/97)

Art. 7° Conceder-se-á habeas data:


I - para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante,
constantes de registro ou banco de dados de entidades governamentais ou de
caráter público;
II - para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso,
judicial ou administrativo;
III - para a anotação nos assentamentos do interessado, de contestação ou
explicação sobre dado verdadeiro mas justificável e que esteja sob pendência
judicial ou amigável.
Atenção:
▪ O HD NÃO é instrumento jurídico adequado para pleitear o acesso a autos de processos administrativos.
(STF)
▪ O habeas data é a garantia constitucional adequada para se obter dados do contribuinte que constem
dos sistemas dos órgãos fazendários. (STF)

Obs.1: Cuidado para não confundir o habeas data com o direito geral de informação, protegido por
mandado de segurança e previsto no inc. XXXIII da CF/88. Veja:

DIREITO GERAL DE INFORMAÇÃO REQUERIMENTO PARA ACESSO À INFORMAÇÕES


RELATIVAS À PESSOA DO IMPETRANTE
XXXIII - todos têm direito a receber dos LXXII - conceder-se-á habeas data:
órgãos públicos informações de seu a) para assegurar o conhecimento de informações
interesse particular, ou de interesse relativas à pessoa do impetrante, constantes de
coletivo ou geral, que serão prestadas no registros ou bancos de dados de entidades
prazo da lei, sob pena de responsabilidade, governamentais ou de caráter público;
ressalvadas aquelas cujo sigilo seja
imprescindível à segurança da sociedade e Dica: Aqui, não são informações de interesse da
do Estado pessoa impetrante, mas sim relativas ao impetrante
Protegido por mandado de segurança Protegido por habeas data

c) Legitimidade ativa:
Pode ser ajuizado por:

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AGENTE E ESCRIVÃO DE POLÍCIA

SEMANA 01/12

▪ qualquer pessoa física, brasileira ou estrangeira,


▪ pessoa jurídica e
▪ órgãos despersonalizados.

Trata-se de uma ação personalíssima, que só pode ser ajuizada pelo titular do direito, salvo se houver
a morte do agente, hipótese em que poderá ser impetrado, excepcionalmente, pelo cônjuge e herdeiros.

d) Legitimidade passiva: Depende da natureza jurídica do registro ou do banco de dados.


1) Registro ou banco de dados de entidade governamental  PJ integrante da administração pública
2) Registro ou banco de dados de entidade de caráter público  é entidade privada.

e) Jurisdição condicionada
O HD é um processo de jurisdição condicionada. Isso porque, para impetrá-lo, deve ter ocorrido o
prévio requerimento administrativo e a negativa ou omissão pela autoridade administrativa. (Trata-se de
uma “exceção” ao princípio da inafastabilidade da jurisdição).

Súmula 2-STJ: Não cabe o habeas data (CF, art. 5º, LXXII, letra "a") se não houve
recusa de informações por parte da autoridade administrativa.

Lei 9507/97. Art. 8° A petição inicial, que deverá preencher os requisitos dos arts.
282 a 285 do Código de Processo Civil, será apresentada em duas vias, e os
documentos que instruírem a primeira serão reproduzidos por cópia na segunda.

Parágrafo único. A petição inicial deverá ser instruída com prova:


I - da recusa ao acesso às informações ou do decurso de mais de dez dias sem
decisão;
II - da recusa em fazer-se a retificação ou do decurso de mais de quinze dias, sem
decisão; ou
III - da recusa em fazer-se a anotação a que se refere o § 2° do art. 4° ou do decurso
de mais de quinze dias sem decisão.

f) Características gerais do HD
▪ Procedimento gratuito e não há ônus de sucumbência, mas se exige advogado para impetrar HD.
▪ Tem prioridade sobre todos os atos judiciais, exceto HC e MS
▪ NÃO se sujeita a prazo prescricional ou decadencial.
▪ O pedido do HD pode ser renovado caso a decisão denegatória não tenha apreciado o mérito
▪ A lei não fala em medida liminar, mas a doutrina vem entendendo pela admissibilidade
▪ Não cabe reexame necessário
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AGENTE E ESCRIVÃO DE POLÍCIA

SEMANA 01/12

▪ Não admite atividade probatória

g) Prazos na lei:
∘ Requerimento: art. 2º
· 48 h para decidir o requerimento;
· 24h para comunicar a decisão ao requerente;

∘ Haverá omissão da autoridade quando não se manifestar: art. 8º, §único


· Pedido de acesso aos dados: 10 dias
· Pedido de retificação de dados: 15 dias.
· Pedido de complementação de dados: 15 dias.

h) Competência:
COMPETÊNCIA DO HABEAS DATA
Competência originária do STF contra atos
Art. 102, I, “d” da CF a) do Presidente da República,
b) das Mesas da CD e do SF,
c) do TCU,
d) do PGR e
e) do próprio STF.
Competência recursal do STF o HD decidido em única instância pelos Tribunais
Recurso ordinário – art. 102, II, Superiores, se denegatória a decisão.
“a” da CF
Competência originária do STJ contra ato
Art. 105, I, b da CF a) do Ministro de Estado.
b) dos Comandantes das Forças Armadas ou
c) do próprio tribunal
Competência originária dos contra ato
TRF´s a) do próprio tribunal ou
Art. 108, I, c da CF b) dos juízes federais.
Competência originária dos contra ato
juízes federais a) de autoridade federal.
Art. 109, VIII da CF

Já caiu em prova:
FEPESE - 2017 - PC-SC – Escrivão) De acordo com a Constituição Federal, conceder-se-á habeas
data para:

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AGENTE E ESCRIVÃO DE POLÍCIA

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A) garantir o relaxamento de prisão.


B) anular ato lesivo ao patrimônio público.
C) sustar violência contra a liberdade de locomoção.
D)assegurar o conhecimento de informações constantes de registros ou bancos de dados
públicos. [certo]
E) exigir a edição de norma regulamentadora que viabiliza o exercício de direito inerente à
cidadania.

(CESPE - 2016 - PC-PE – Escrivão) Uma autoridade pública de determinado estado da Federação
negou-se a emitir certidão com informações necessárias à defesa de direito de determinado
cidadão. A informação requerida não era sigilosa e o referido cidadão havia demonstrado os fins
e as razões de seu pedido. Nessa situação hipotética, o remédio constitucional apropriado para
impugnar a negativa estatal é o habeas data. [errado]

FUNCAB - 2014 - PC-RO – Escrivão) São gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data.
(certo)

NUCEPE - 2012 - PC-PI – Agente) O habeas-data significa a ação por meio da qual o cidadão,
privado de sua liberdade por ato administrativo, busca ordem judicial que lhe restaure a
liberdade. [errado]

ACAFE - 2008 - PC-SC – Escrivão) Conceder-se-á “habeas-data” para assegurar o conhecimento


de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados
de entidades governamentais ou de caráter público, bem como para assegurar o direito de obter
certidões. [errado]

CESPE / CEBRASPE - 2003 - PC-RR – Escrivão) O habeas data é meio adequado para o cidadão
conhecer informações suas constantes de banco de dados de caráter público. (certo)

5. AÇÃO POPULAR (LEI Nº 4.717/65)

Art. 5º, LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise
a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe,
à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural,
ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da
sucumbência

Lei 4717/65
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AGENTE E ESCRIVÃO DE POLÍCIA

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Art. 1º Qualquer cidadão será parte legítima para pleitear a anulação ou a


declaração de nulidade de atos lesivos ao patrimônio da União, do Distrito Federal,
dos Estados, dos Municípios, de entidades autárquicas, de sociedades de economia
mista (Constituição, art. 141, § 38), de sociedades mútuas de seguro nas quais a
União represente os segurados ausentes, de empresas públicas, de serviços sociais
autônomos, de instituições ou fundações para cuja criação ou custeio o tesouro
público haja concorrido ou concorra com mais de cinqüenta por cento do
patrimônio ou da receita ânua, de empresas incorporadas ao patrimônio da União,
do Distrito Federal, dos Estados e dos Municípios, e de quaisquer pessoas jurídicas
ou entidades subvencionadas pelos cofres públicos.

A ação popular foi incluída expressamente na Constituição de 1934 e foi suprimida na Constituição
de 1937, tendo sido restabelecido na de 1946 e mantida nas seguintes.
As normas sobre a ação popular limitavam sua utilização para a tutela do patrimônio público
material. Com a lei 6.513/77 e a CF/88, o objeto da ação foi ampliado para incluir os bens imateriais que
fazem parte do patrimônio público (meio ambiente, moralidade administrativa e patrimônio
histórico/cultural).
NÃO é destinada à defesa de interesse subjetivo individual, mas interesses de natureza coletiva,
para anular ato lesivo ao patrimônio público, moralidade administrativa, meio ambiente e patrimônio
histórico e cultural.
Assim, podemos extrair os seguintes requisitos: Deve haver lesividade aos direitos difusos específicos
elencados:
1. Ato lesivo ao patrimônio público;
2. Ato lesivo ao patrimônio de entidade de que o Estado participe;
3. Ato lesivo à moralidade administrativa;
4. Ato lesivo ao meio ambiente;
5. Ato lesivo ao patrimônio histórico e cultural.

Pode ser utilizada de modo preventivo ou repressivo.


Qualquer cidadão é parte legítima para promover a ação popular. Entende-se por cidadão (para fins
de ação popular) aquele que estiver no gozo de seus direitos políticos, donde a prova dessa condição deve
ser feita já na petição inicial, através da apresentação do título de eleitor ou documento equivalente.
No que tange à suspensão superveniente dos direitos políticos do autor da ação, a doutrina
majoritária entende que o processo deve ser extinto, podendo outro cidadão ou o Ministério Público vir ou
continuar a defender tais direitos em juízo.
A CF isenta o autor da ação popular de custas e ônus de sucumbência, SALVO comprovada má-fé.
A gratuidade beneficia o autor da ação, mas os réus, se condenados, deverão ressarcir as despesas
havidas pelo autor da ação.
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JÁ CAIU EM PROVA:
INSTITUTO AOCP - 2019 - PC-ES – Investigador) Qualquer cidadão é parte legítima para propor
ação popular que vise anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado
participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural,
ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência.
[CERTO]

a) Legitimidade ativa:
Somente o cidadão pode propor ação popular.
A doutrina majoritária entende que a legitimidade ativa do cidadão para propor ação popular é
extraordinária, uma vez que defende direito difuso, cujo titular é a coletividade. (NEVES, 2017, p. 307)

Art. 1º, §3º, da Lei n. 4.717/65: A prova da cidadania, para ingresso em juízo, será
feita com o título eleitoral, ou com documento que a ele corresponda.

Exige-se capacidade postulatória: o cidadão que não tiver, deverá constituir advogado.

Súmula 365/STF: Pessoa jurídica não tem legitimidade para propor ação popular.

A CF/88 isenta o autor da ação popular de custas e ônus de sucumbência, SALVO comprovada má-
fé.
A gratuidade beneficia o autor da ação, mas os réus, se condenados, deverão ressarcir as despesas
havidas pelo autor da ação.

Art. 6º, §5º, da Lei n. 4.717/65: É facultado a qualquer cidadão habilitar-se como
litisconsorte ou assistente do autor da ação popular.

Conclusão: Não possuem legitimidade ativa:


● Estrangeiros;
● Apátridas;
● Pessoa jurídica – Sumula 365, STF;
● Brasileiros com seus direitos políticos perdidos ou suspensos.

b) Legitimidade passiva:

Está prevista no art. 6º da Lei n. 4.717/65

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Art. 6º A ação será proposta contra as pessoas públicas ou privadas e as entidades


referidas no art. 1º, contra as autoridades, funcionários ou administradores que
houverem autorizado, aprovado, ratificado ou praticado o ato impugnado, ou que,
por omissas, tiverem dado oportunidade à lesão, e contra os beneficiários diretos
do mesmo.

Há litisconsórcio passivo necessário entre:


1) a pessoa jurídica pública ou privada,
2) as autoridades responsáveis pelo ato e
3) os beneficiários diretos dele.

A Lei da Ação Popular prevê que "qualquer pessoa, beneficiada ou responsável pelo ato impugnado,
cuja existência ou identidade se torne conhecida no curso do processo e antes de proferida a sentença final
de primeira instância, deverá ser citada para a integração do contraditório, sendo-lhe restituído o prazo para
contestação e produção de provas" (inciso III do art. 7º da Lei 4.717/65).

c) Atuação do Ministério Público:


Está disciplinada no art. 6º, §4º, da Lei n. 4.717/65:

§ 4º O Ministério Público acompanhará a ação, cabendo-lhe apressar a produção


da prova e promover a responsabilidade, civil ou criminal, dos que nela incidirem,
sendo-lhe vedado, em qualquer hipótese, assumir a defesa do ato impugnado ou
dos seus autores.

STJ (AgRg no Resp 1.333.168): O Ministério Público como fiscal da ordem jurídica
detém legitimidade para a juntada de documentos e para formular pedidos de
produção de provas que entender necessárias.

Legitimidade ativa superveniente (art. 9º da Lei n. 4.717/65):

Art. 9º Se o autor desistir da ação ou der motiva à absolvição da instância, serão


publicados editais nos prazos e condições previstos no art. 7º, inciso II, ficando
assegurado a qualquer cidadão, bem como ao representante do Ministério Público,
dentro do prazo de 90 (noventa) dias da última publicação feita, promover o
prosseguimento da ação.

Art. 16. Caso decorridos 60 (sessenta) dias da publicação da sentença condenatória


de segunda instância, sem que o autor ou terceiro promova a respectiva execução.
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SEMANA 01/12

o representante do Ministério Público a promoverá nos 30 (trinta) dias seguintes,


sob pena de falta grave

d) Objeto
A sentença possui natureza cível, e se julgada improcedente, se sujeita ao duplo grau de jurisdição.

Art. 19. A sentença que concluir pela carência ou pela improcedência da ação está
sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois de
confirmada pelo tribunal; da que julgar a ação procedente caberá apelação, com
efeito suspensivo. (Redação dada pela Lei nº 6.014, de 1973)
Destaque:
(1) O cabimento da ação popular NÃO exige a comprovação de efetivo dano material,
pecuniário. Entende o STF que a lesividade decorre da ilegalidade, e a ilegalidade do
comportamento, por si só, causa dano.

e) Competência
Definida pela origem do ato a ser anulado. Dependerá da origem do ato ou omissão a serem
impugnados.
Ex.: patrimônio lesado da União – competência da Justiça Federal.
▪ Regra
A competência do juízo de 1º grau para processar e julgar ação popular contra ato de qualquer
autoridade, inclusive presidente da república.

▪ Exceção
Competência originária do STF disposta no art. 102, I, “f” e “n” da CF

f) as causas e os conflitos entre a União e os Estados, a União e o Distrito Federal,


ou entre uns e outros, inclusive as respectivas entidades da administração indireta
n) a ação em que todos os membros da magistratura sejam direta ou
indiretamente interessados, e aquela em que mais da metade dos membros do
tribunal de origem estejam impedidos ou sejam direta ou indiretamente
interessados;

O juízo da Ação Popular é universal, impondo-se a reunião de todas as ações conexas, com
fundamentos jurídicos iguais ou assemelhados.

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RETA FINAL PCGO

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SEMANA 01/12

Atenção:
(1) O foro especial por prerrogativa de função NÃO alcança ações populares ajuizadas contra
autoridades detentoras dessa prerrogativa (posição do STF).

AÇÃO POPULAR X MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO

Impende destacar que o mandado de segurança coletivo não é sucedâneo ou substituto


da ação popular. Com efeito, o mandado de segurança coletivo deve defender direito subjetivo,
líquido e certo, que, embora seja tutelado coletivamente, é de titularidade definida - o direito
tutelado, seja um direito coletivo, seja um direito individual homogêneo, é de titularidade dos
substituídos processuais, significa dizer, das pessoas determinadas cujos interesses o autor da ação, na
qualidade de substituto processual, está defendendo.
A ação popular, diversamente, visa a anular ato administrativo lesivo ao patrimônio público, à
moralidade administrativa, ao meio ambiente ou ao patrimônio histórico e cultural, independentemente de
o ato impugnado ocasionar lesão direta a quem quer que seja. Os direitos defendidos mediante ação
popular pertencem, em regra, a titulares indeterminados, isto é, são direitos difusos, os quais não foram
contemplados pela lei para tutela mediante mandado de segurança coletivo.

Referências Bibliográficas

- Pedro Lenza. Direito Constitucional Esquematizado – 25ª edição - 2021


- Marcelo Novelino. Curso de Direito Constitucional.
- Dirley da Cunha Junior. Curso de Direito Constitucional.
- Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino. Direito Constitucional Descomplicado.
- Flávio Martins. Curso de Direito Constitucional – 3ª edição – 2019
- Eduardo dos Santos. Direito Constitucional Sistematizado – 2021
- Alexandre de Moraes. Direito Constitucional – 36ª edição – 2020

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RETA FINAL PCGO

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SEMANA 01/12

QUESTÕES PROPOSTAS

1 - 2021 - CESPE / CEBRASPE - PC-AL - CESPE / CEBRASPE - 2021 - PC-AL - Escrivão de Polícia - Prova Anulada

Durante investigação criminal, determinado policial civil realizou interceptação telefônica que captou
diálogo entre dois suspeitos, o que permitiu verificar que alguns objetos do crime estariam na residência de
um deles. Com base nisso, o policial dirigiu-se ao local e, sem autorização judicial ou do morador, ingressou
na casa a fim de colher provas para instruir o inquérito policial. Na saída, o policial avistou o suspeito
chegando ao local e o prendeu, informando-lhe, após a prisão, o seu direito constitucional de permanecer
calado. No entanto, o policial não informou a prisão ao juiz competente.

Considerando essa situação, julgue o item que se segue, tendo como base os direitos e as garantias
fundamentais previstos na Constituição Federal de 1988 (CF).

Agiu corretamente o policial ao informar ao preso que ele teria o direito fundamental expresso na CF de
permanecer calado.

Certo
Errado

2 - 2021 - CESPE / CEBRASPE - PC-AL - CESPE / CEBRASPE - 2021 - PC-AL - Escrivão de Polícia - Prova Anulada

Determinado delegado de polícia que está investigando um crime cometido no interior de uma empresa
estatal estadual com personalidade jurídica de direito privado e capital integralmente público, determinou a
um agente de polícia a realização de uma diligência, a qual não foi cumprida porque o agente alegou que a
ordem não tinha respaldo legal. Ao tomar ciência do descumprimento da ordem, o chefe aplicou a penalidade
de suspensão de trinta dias. Irresignado, o agente ajuizou mandado de segurança contra o ato sancionador.

Considerando essa situação hipotética, julgue o item a seguir.

O ajuizamento do mandado de segurança para anular o ato administrativo sancionador configura exercício
do controle legislativo.

Certo
Errado

3 - 2021 - IDECAN - PC-CE - IDECAN - 2021 - PC-CE - Inspetor de Polícia Civil

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“Para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros


ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público”, é utilizado o seguinte remédio
constitucional:

A-Habeas-Data.
B-Habeas Corpus.
C-Mandado de Segurança.
D-Mandado de Injunção.
E-Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão.

4 - 2021 - IDECAN - PC-CE - IDECAN - 2021 - PC-CE - Inspetor de Polícia Civil

A ação popular pode ser proposta por

A-qualquer brasileiro que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público.


B-qualquer adulto residente no país, que vise suspender ato lesivo ao meio ambiente.
C-qualquer cidadão brasileiro, que vise interromper ato lesivo à eficiência administrativa.
D-qualquer cidadão que vise anular ato lesivo ao patrimônio histórico e cultural.
E-qualquer indivíduo que vise anular ato atentatório à dignidade da justiça.

5 - 2021 - IDECAN - PC-CE - IDECAN - 2021 - PC-CE - Escrivão de Polícia Civil

Mandado de Segurança Coletivo pode ser impetrado por:

I. partido político;
II. associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos direitos de
seus associados;
III. entidade de classe em favor dos associados independentemente da autorização destes;
IV. empresa de capital misto;
V. entidade de classe ainda que a pretensão veiculada interesse apenas a uma parte da categoria.

Analise os itens acima e assinale

A-se apenas os itens I, II e IV estiverem corretos.


B-se apenas os itens II, III e V estiverem corretos.
C-se apenas os itens II, IV e V estiverem corretos.
D-se apenas os itens I, III e V estiverem corretos.
E-se apenas os itens I, II e III estiverem corretos.
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RETA FINAL PCGO

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6 - 2021 - CESPE / CEBRASPE - PC-DF - CESPE / CEBRASPE - 2021 - PC-DF - Escrivão de Polícia da Carreira
de Polícia Civil do Distrito Federal

Determinado cidadão norte-americano em férias em Brasília cometeu o crime de homicídio ao fugir da cena
de crime de tráfico ilícito de entorpecentes, supostamente por ele praticado. Após o crime, ele fugiu para o
hotel onde se encontrava hospedado desde que chegou ao Brasil. Cinco minutos após ter adentrado em seu
quarto, a polícia invadiu o local e conseguiu prendê-lo.
Considerando a jurisprudência do STF, julgue o item a seguir, a partir da situação hipotética precedente.
Caso o referido cidadão norte-americano considere ilegal a sua prisão, ele próprio, mesmo sendo estrangeiro,
poderá impetrar habeas corpus em face da autoridade coatora, sendo prescindível o patrocínio judicial por
advogado nesse caso.

Certo
Errado

7 - 2019 - INSTITUTO AOCP - PC-ES - INSTITUTO AOCP - 2019 - PC-ES - Investigador

Assinale a alternativa correta de acordo com o que disciplina a Constituição Federal acerca dos direitos e
garantias fundamentais.

A-É assegurado a todos o acesso à informação, sendo garantida a publicidade da fonte.


B-Qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise anular ato lesivo ao patrimônio
público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao
patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus
da sucumbência.
C-É plena a liberdade de associação para fins lícitos, inclusive a de caráter paramilitar.
D-A retificação de dados perante os órgãos públicos, quando não se prefira fazer por processo sigiloso,
judicial ou administrativo, poderá ser feita através de mandado de injunção.
E-Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do
Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes
às Leis Complementares.

8 - 2018 - FUNDATEC - PC-RS - FUNDATEC - 2018 - PC-RS - Escrivão e de Inspetor de Polícia - Tarde

Considerando a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, assinale a alternativa que NÃO
representa um remédio constitucional.

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A-Direito de petição.
B-Mandado de injunção.
C-Ação popular.
D-Princípio da dignidade da pessoa humana.
E-Direito à certidão.

9 - 2018 - CESPE / CEBRASPE - PC-MA - CESPE - 2018 - PC-MA - Investigador de Polícia

João e Maria são integrantes de uma quadrilha que, mediante o recebimento de propina e com a participação
de agentes penitenciários, confeccionava falsos alvarás judiciais de soltura. Após a instauração de inquérito
policial, foi determinada a prisão temporária de ambos. Na ocasião, apesar da proibição de uso arbitrário de
algemas, editada por súmula vinculante do STF, a autoridade policial, ao cumprir os mandados de prisão
temporária, fez uso de algemas, sem qualquer justificativa, portanto de maneira abusiva e arbitrária.

Nessa situação hipotética, de acordo com as disposições constitucionais acerca das súmulas vinculantes, o
ato da autoridade policial poderá ser questionado junto ao Supremo Tribunal Federal mediante a proposição
de

A-reclamação.
B-recurso extraordinário.
C-ação direta de inconstitucionalidade.
D-habeas corpus.
E-mandado de segurança.

10 - 2018 - CESPE / CEBRASPE - PC-MA - CESPE - 2018 - PC-MA - Escrivão de Polícia Civil

O habeas corpus pode ser impetrado por

A-condenado a pena de multa, caso ele considere exorbitante o valor desta.


B-militar, contra punição disciplinar imposta sem motivação.
C-pessoa física, para impugnar determinação de suspensão de direitos políticos.
D-estrangeiro, mas sempre em português.
E-pessoa jurídica, em seu favor, quando ela for acusada de crime ambiental.

11 - 2017 - FEPESE - PC-SC - FEPESE - 2017 - PC-SC - Escrivão de Polícia Civil

De acordo com a Constituição Federal, conceder-se-á habeas data para:

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RETA FINAL PCGO

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SEMANA 01/12

A-garantir o relaxamento de prisão.


B-anular ato lesivo ao patrimônio público.
C-sustar violência contra a liberdade de locomoção.
D-assegurar o conhecimento de informações constantes de registros ou bancos de dados públicos.
E-exigir a edição de norma regulamentadora que viabiliza o exercício de direito inerente à cidadania.

12 - 2017 - FEPESE - PC-SC - FEPESE - 2017 - PC-SC - Agente de Polícia Civil

Com base na Constituição Federal de 1998, sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer
violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder, conceder-se-á:

A-habeas data.
B-habeas corpus.
C-mandado de segurança.
D-ação popular.
E-reclamação.

13 - 2016 - FUNCAB - PC-PA - FUNCAB - 2016 - PC-PA - Investigador de Policia Civil

Nos termos dos direitos e deveres individuais e coletivos, previstos na Constituição Federal, é correto afirmar:

A-Ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade
judiciária competente, salvo apenas nos casos de crime propriamente militar, definidos em lei.
B-Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas
corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou
agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público.
C-Toda propriedade rural, desde que trabalhada pela família do proprietário, não será objeto de penhora
para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de
financiar o seu desenvolvimento.
D-Nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado depois da
naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma
da lei.
E-O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por organização sindical, entidade de classe ou
associação legalmente constituída e em funcionamento há menos de um ano, em defesa dos interesses de
seus membros ou associados.

14 - 2016 - FUNCAB - PC-PA - FUNCAB - 2016 - PC-PA - Papiloscopista

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RETA FINAL PCGO

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SEMANA 01/12

Nos termos dos direitos e deveres individuais e coletivos, previstos na Constituição Federal, é correto afirmar:

A-Conceder-se-á mandado, de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas
corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou
agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público.
B-Nenhum brasileiro sera extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado depois da
naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma
da lei.
C-Ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade
judiciária competente, salvo apenas nos casos de crime propriamente militar, definidos em lei.
D-Toda propriedade rural, desde que trabalhada pela família do proprietário, não será objeto de penhora
para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de
financiar o seu desenvolvimento.
E-O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por organização sindical, entidade de classe ou
associação legalmente constituída e em funcionamento há menos de um ano, em defesa dos interesses de
seus membros ou associados.

15 - 2016 - FUNCAB - PC-PA - FUNCAB - 2016 - PC-PA - Escrivão de Polícia Civil

Nos termos dos direitos e deveres individuais e coletivos, previstos na Constituição Federal, é correto afirmar:

A-Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas
corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou
agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público.
B-Toda propriedade rural, desde que trabalhada pela família do proprietário, não será objeto de penhora
para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de
financiar o seu desenvolvimento.
C-Ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade
judiciária competente, salvo apenas nos casos de crime propriamente militar, definidos em lei.
D-Nenhum brasileiro sera extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado depois da
naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma
da lei.
E-O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por organização sindical, entidade de classe ou
associação legalmente constituída e em funcionamento há menos de um ano, em defesa dos interesses de
seus membros ou associados.

16 - 2016 - CESPE / CEBRASPE - PC-PE - CESPE - 2016 - PC-PE - Escrivão de Polícia Civil

191
RETA FINAL PCGO

AGENTE E ESCRIVÃO DE POLÍCIA

SEMANA 01/12

Uma autoridade pública de determinado estado da Federação negou-se a emitir certidão com informações
necessárias à defesa de direito de determinado cidadão. A informação requerida não era sigilosa e o referido
cidadão havia demonstrado os fins e as razões de seu pedido.

Nessa situação hipotética, o remédio constitucional apropriado para impugnar a negativa estatal é o(a)

A-ação popular.
B-mandado de segurança.
C-habeas data.
D-habeas corpus.
E-mandado de injunção.

17 - 2014 - FUNCAB - PC-RO - FUNCAB - 2014 - PC-RO - Escrivão de Polícia Civil

Considerando o tema “ Direitos e Deveres Fundamentais”, assinale a alternativa correta.

A-O Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita a todos.


B-O Estado não é obrigado a indenizar o condenado por erro judiciário.
C-A prisão ainda que ilegal, será mantida pela autoridade judiciária.
D-Será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião.
E-São gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data.

18 - 2014 - IBFC - PC-RJ - IBFC - 2014 - PC-RJ - Papiloscopista Policial de 3ª Classe

Segundo a lei do mandado de segurança (Lei Federal nº 12.016/09) e de acordo com o entendimento
sumulado pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça, é cabível mandado de
segurança contra:

A-Decisão judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo.


B-Ato do qual caiba recurso administrativo com efeito suspensivo, independentemente de caução.
C-Decisão judicial transitada em julgado.
D-Ato praticado em licitação promovida por sociedade de economia mista ou empresa pública.
E-Lei em tese.

19 - 2014 - FUMARC - PC-MG - FUMARC - 2014 - PC-MG - Investigador de Policia

Nos termos do art. 5º da Constituição Federal de 1988, é CORRETO afirmar:

192
RETA FINAL PCGO

AGENTE E ESCRIVÃO DE POLÍCIA

SEMANA 01/12

A-Conceder-se-á mandado de injunção sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência
ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder.
B-Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, ainda que amparado por
“habeas-corpus" ou “habeas-data", quando o responsável pela ilegalidade ou pelo abuso de poder for
autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público.
C-O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por partido político com representação na
Assembleia Legislativa do Estado.
D-Qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio
público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao
patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus
da sucumbência.

20 - 2014 - FUMARC - PC-MG - FUMARC - 2014 - PC-MG - Investigador de Policia

Sobre a Tutela Constitucional das Liberdades, é CORRETO afrmar:

A-O Habeas Corpus é remédio utilizado contra ameaça ou privação ilegal do direito de locomoção.
B-O Habeas Corpus só pode ser impetrado contra ato de Autoridade Pública, denominada de Coatora.
C-Só o próprio lesado ou ameaçado no seu direito de ir e vir pode impetrar Habeas Corpus em seu favor.
D-Tanto o Habeas Corpus liberatório quanto o preventivo são aplicáveis nas mesmas circunstâncias.

Respostas11

11
1: C 2: E 3: A 4: D 5: B 6: C 7: B 8: D 9: A 10: D 11: D 12: B 13: B 14: A 15: A 16: B 17: E 18: D 19: D 20: A
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AGENTE E ESCRIVÃO DE POLÍCIA

SEMANA 01/12

DIREITO CONSTITUCIONAL: DIREITOS POLÍTICOS

TODOS OS ARTIGOS
CF/88
⦁ Art. 14 a 17
⦁ Art. 37, §4º
⦁ Art. 55, IV
⦁ Art. 62, §1º, “a”,
⦁ Art. 68, §1º, II
⦁ Art. 85, III
ARTIGOS MAIS IMPORTANTES – NÃO PODEM DEIXAR DE LER

CF/88
⦁ Art. 14 e 15 (leitura completa! Importantíssimo!)
⦁ Art. 37, §4º

1. DIREITOS POLÍTICOS

São o conjunto de regras que disciplinam as formas de atuação da soberania popular. Tais
normas constituem um desdobramento do princípio democrático inscrito no art. 1º, parágrafo único,
que afirma todo o poder emanar do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou
diretamente.
Podem ser divididos:

A) Direitos políticos ativos (ou cidadania ativa ou capacidade eleitoral ativa) –


correspondem ao direito do eleitor, ou seja, o direito de votar (jus sufragio).
B) Direitos políticos passivos (ou cidadania passiva ou capacidade eleitoral passiva)
– constituem a atividade do eleitor, vale dizer, abarcam o estudo da elegibilidade,
do direito de ser votado (jus honorum).
C) Direitos políticos positivos – são o conjunto de normas que disciplinam a forma
como o cidadão poderá participar ativa ou passivamente da formação da vontade
nacional.
D) Direitos políticos negativos – situações que privam o cidadão do direito de votar
e ser votado, tanto definitivamente (perda) como de modo temporário
(suspensão). Em nenhuma hipótese, ressalte-se, será permitida a cassação dos
direitos políticos"

De modo geral podemos classificar os regimes democráticos em três espécies:


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RETA FINAL PCGO

AGENTE E ESCRIVÃO DE POLÍCIA

SEMANA 01/12

a) democracia direta, em que o povo exerce por si o poder, sem intermediários, sem representantes;
b) democracia representativa, na qual o povo, soberano, elege representantes, outorgando-lhes
poderes, para que, em nome deles e para o povo, governem o país;
c) democracia semidireta ou participativa, um “sistema híbrido”, uma democracia representativa,
com peculiaridades e atributos da democracia direta.

1.1 Direitos Políticos Positivos

As formas de exercício da soberania popular são o direito de sufrágio ativo (direito de votar) e
passivo (direito de ser votado), a iniciativa popular, a ação popular e a organização e participação em partidos
políticos.

A) INSTRUMENTOS DE PARTICIPAÇÃO DIRETA:

● PLEBISCITO: É consulta prévia formulada ao cidadão para que manifeste sua


concordância/discordância em relação a um tema contido em ato administrativo ou legislativo.
Exemplo: plebiscito para a escolha entre a forma (república ou monarquia constitucional) e sistema
de governo (presidencialismo ou parlamentarismo) (1993).
● REFERENDO: É uma consulta realizada posteriormente à edição do ato legislativo ou administrativo,
com o intuito de ratificá-lo ou rejeitá-lo. Exemplos: referendo para manutenção ou não do regime
parlamentarista (1963); referendo para a manifestação do eleitorado sobre a manutenção ou
rejeição da proibição da comercialização de armas de fogo e munição em todo o território nacional
(2005).

A autorização de referendo e a convocação de plebiscito são da competência exclusiva do


Congresso Nacional (CF, art. 49, XV).

● INICIATIVA POPULAR: Consiste na apresentação de projeto de lei à Câmara dos Deputados, subscrito
por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por cinco Estados, com
não menos de três décimos por cento dos eleitores de cada um deles.

B) SUFRÁGIO:

É o direito de participar votando e sendo votado em eleições.

C) ALISTABILIDADE:

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AGENTE E ESCRIVÃO DE POLÍCIA

SEMANA 01/12

Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto
e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante:
§ 1º O alistamento eleitoral e o voto são:
I - OBRIGATÓRIOS para os maiores de dezoito anos;
II - FACULTATIVOS para:
a) os analfabetos;
b) os maiores de setenta anos;
c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.
§ 2º Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o período do
serviço militar obrigatório, os conscritos.

É a capacidade eleitoral ativa, direito de votar. Características do voto no Brasil:

● LIVRE – a escolha pode dar-se entre os candidatos, ou ainda anular ou votar em branco.
Em contraposição à ideia do famoso voto de cabresto;
● DIRETO: Os representantes são escolhidos diretamente pelo povo, com exceção do art. 81,
§ 1º da CF;
● SECRETO;
● UNIVERSAL;
● PERIÓDICO – característica da República, pois a Democracia exige mandatos por prazo
determinados.

ATENÇÃO:O voto é obrigatório para os que têm entre 18 e 70 anos, e facultativo para aqueles que têm
entre 16 e 18 anos e para os maiores de 70 anos e analfabetos.

INALISTÁVEIS (ART. 14, §2º, CF/88):


● Estrangeiros, salvo os portugueses equiparados (“quase nacionais”);
● Conscritos (aqueles em serviço militar obrigatório). O conceito de conscrito não é estendido somente
às pessoas que têm 17 e 18 anos, mas também aos médicos, dentistas, farmacêuticos, e veterinários
que esteja em serviço militar obrigatório conforme art. 4° da Lei 5.292/67.

CAIU EM PROVA RECENTE:


IDECAN - 2021 - PC-CE - Escrivão de Polícia Civil
O alistamento eleitoral e o voto são facultativos para:
I. os analfabetos; (Correta)
II. os apenados; (Errada)
III. os maiores de setenta anos; (Correta)
IV. os residentes no estrangeiro; (Errada)
196
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AGENTE E ESCRIVÃO DE POLÍCIA

SEMANA 01/12

V. os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos. (Correta)

R.: Art. 14, § 1º, II da CF. Lembremos de que a condenação criminal transitada em julgado,
enquanto durarem seus efeitos, é hipótese de suspensão dos direitos políticos, além disso,
apenados é um termo genérico que engloba penalidades diversas, como, por exemplo, as
penalidades administrativas decorrente de processo administrativo disciplinar.
Os estrangeiros são inalistáveis e os brasileiros residentes no exterior não deixam de ter o dever
de votar nas eleições para Presidente e Vice-Presidente da República.

D) ELEGIBILIDADE:

É a capacidade eleitoral passiva, ou seja, o direito de ser votado:

Art. 14, § 3º - São condições de elegibilidade, na forma da lei:


A nacionalidade brasileira;
O pleno exercício dos direitos políticos;
O alistamento eleitoral;
O domicílio eleitoral na circunscrição;
A filiação partidária;

A idade mínima de:


a) Trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador;
b) Trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal;
c) Vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e
juiz de paz;
d) Dezoito anos para Vereador.

Grave como um número de telefone:


3530-2118

ATENÇÃO: O domicílio eleitoral não se confunde com o domicílio civil, razão pela qual a circunstância de o
eleitor residir em determinado município não o impede de se candidatar por outra localidade onde é inscrito
e com a qual mantém vínculos negociais, patrimoniais, profissionais, afetivos ou políticos.

1.2 Direitos Eleitorais Negativos

A. INELEGIBILIDADES:

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RETA FINAL PCGO

AGENTE E ESCRIVÃO DE POLÍCIA

SEMANA 01/12

É a falta de capacidade eleitoral passiva. Podem ser:


● INELEGIBILIDADES ABSOLUTAS: Impedem o exercício da capacidade eleitoral passiva para qualquer
cargo eletivo. Previstos no art. 14, § 4º, da CF:
∘ INALISTÁVEIS: Estrangeiros e conscritos;
∘ ANALFABETOS: Embora possam votar facultativamente, em nenhuma hipótese poderão ser
votados.
● INELEGIBILIDADES RELATIVAS: Impedem o exercício da capacidade eleitoral passiva para
determinados cargos ou em relação a determinado período.
∘ Da função exercida - art. 14, §§ 5º e 6º:

Art. 14. (...)


§ 5º O Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal,
os Prefeitos e quem os houver sucedido, ou substituído no curso dos mandatos
poderão ser reeleitos para um único período subsequente.
§ 6º Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os Governadores
de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos
mandatos até seis meses antes do pleito.

ATENÇÃO – PREFEITO ITINERANTE: Caracteriza-se pela alteração do domicílio eleitoral com finalidade de
burlar a regra que tolera apenas uma reeleição. O sujeito não pode se eleger por mais de um mandato no
Município A e então muda seu domicílio eleitoral para o Município B, vizinho de A, onde tentará eleger-se
prefeito. O STF entendeu tal conduta incompatível com o princípio republicano, pois visa à perpetuação
no poder.

● INELEGIBILIDADE REFLEXA – ART. 14, §7º: A inelegibilidade em razão do parentesco torna inelegíveis
no território de jurisdição do Chefe do Poder Executivo o cônjuge e os parentes, consanguíneos ou
afins, até o segundo grau ou por adoção, salvo quando estes já forem detentores de mandato eletivo
e candidatos à reeleição.

ATENÇÃO:

STF: A inelegibilidade reflexa abrange uniões homoafetivas. Também abrange o


cunhado/ cunhada (RE 171061)

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RETA FINAL PCGO

AGENTE E ESCRIVÃO DE POLÍCIA

SEMANA 01/12

Súmula Vinculante nº 18: A dissolução da sociedade ou do vínculo conjugal, no


curso do mandato, não afasta a inelegibilidade prevista no § 7º do artigo 14 da
Constituição Federal.

Em caso de morte, vale destacar o seguinte julgado:

Ementa Oficial:
Ementa: CONSTITUCIONAL E ELEITORAL. MORTE DE PREFEITO NO CURSO DO
MANDATO, MAIS DE UM ANO ANTES DO TÉRMINO. INELEGIBILIDADE DO CÔNJUGE
SUPÉRSTITE. CF, ART. 14, § 7º. INOCORRÊNCIA.
1. O que orientou a edição da Súmula Vinculante 18 e os recentes precedentes do
STF foi a preocupação de inibir que a dissolução fraudulenta ou simulada de
sociedade conjugal seja utilizada como mecanismo de burla à norma da
inelegibilidade reflexa prevista no § 7º do art. 14 da Constituição. Portanto, não
atrai a aplicação do entendimento constante da referida súmula a extinção do
vínculo conjugal pela morte de um dos cônjuges. 2. Recurso extraordinário a que
se dá provimento.
(RE 758461, Relator(a): Min. TEORI ZAVASCKI, Tribunal Pleno, julgado em
22/05/2014, ACÓRDÃO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-213
DIVULG 29-10-2014 PUBLIC 30-10-2014)

Assim, temos a regra: DISSOLVER O VÍNCULO CONJUGAL NO CURSO DO MANDATO NÃO AFASTA A
INELEGIBILIDADE DO ARTIGO 14, §7º CRFB. E a exceção: Se o vínculo conjugal tiver sido rompido pela morte
de um dos cônjuges, a inelegibilidade em comento estás afastada. Motivo: Neste último caso, não há fraude
para fins eleitorais.

TESE DE REPERCUSSÃO GERAL 678: “A Súmula Vinculante 18 do STF (“A dissolução


da sociedade ou do vínculo conjugal, no curso do mandato, não afasta a
inelegibilidade prevista no § 7º do artigo 14 da Constituição Federal”) não se aplica
aos casos de extinção do vínculo conjugal pela morte de um dos cônjuges.”

Há também a possibilidade de inelegibilidade em razão de outras hipóteses (LEGAL), pois, segundo o


art. 14, §9° da CF, lei complementar pode estabelecer, ainda, outras hipóteses como no caso da LC 64/90,
alterada pela Lei da Ficha Limpa (LC 135/10), esta declarada constitucional pelo STF.
Cabe asseverar apenas que a renúncia afasta a presente inelegibilidade, ou seja, se o Chefe do
Executivo renunciar, é possível que sua família se candidate a qualquer cargo no território de jurisdição do
titular. Tal renúncia deve se dar em até seis meses antes do pleito. É a chamada

199
RETA FINAL PCGO

AGENTE E ESCRIVÃO DE POLÍCIA

SEMANA 01/12

heterodesincompatibilização, pois o sujeito se desincompatibiliza para terceiro poder concorrer a outros


cargos.
A exceção se dá no caso em que a renúncia se dá no segundo mandato -> nesse caso o membro da
família não poderá concorrer ao terceiro mandato, eis que, conforme entendimento da Justiça Eleitoral,
é vedado que uma mesma família ocupe determinado cargo por três mandatos consecutivos,
conforme já decidiu o TSE no caso “Garotinho” (ex-governador do Rio de Janeiro).

Ao se fazer uma interpretação conjugada dos §§ 5º e 7º do art. 14 da CF/88 chega-


se à conclusão de que a intenção do poder constituinte foi a de proibir que pessoas
do mesmo núcleo familiar ocupem três mandatos consecutivos para o mesmo
cargo no Poder Executivo.
Em outras palavras, a CF/88 quis proibir que o mesmo núcleo familiar ocupasse
três mandatos consecutivos de Prefeito, de Governador ou de Presidente. A
vedação ao exercício de três mandatos consecutivos de prefeito pelo mesmo
núcleo familiar aplica-se também na hipótese em que tenha havido a convocação
do segundo colocado nas eleições para o exercício de mandato-tampão.
STF. 2ª Turma. RE 1128439/RN, Rel. Min. Celso de Mello, julgado em 23/10/2018

Em caso de desmembramento, o STF entende que a família do titular do executivo ente


desmembrado não pode se candidatar a cargos eletivos no novo ente criado. Ex.: Município A dá origem ao
Município B -> a família do Prefeito do Município A não pode concorrer a cargos eletivos no Município B.
MILITAR - ART. 14, § 8º:
O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições:
I. Se contar menor de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade; e,
II. Se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e, se eleito,
passará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade.

ATENÇÃO: O militar, enquanto em serviço ativo, não pode estar filiado a partidos políticos, conforme, art.
142, § 3º, V, da CF.

E, ainda, os JUÍZES, ART. 95, P.Ú., III, CF e MINISTÉRIO PÚBLICO, ART. 128, §5°, II, “e”, CF.

1.3 Privação de Direitos Políticos

O cidadão pode, em situações excepcionais, ser privado, definitivamente ou temporariamente, dos


direitos políticos, o que importará, como efeito imediato, na perda da cidadania política.

200
RETA FINAL PCGO

AGENTE E ESCRIVÃO DE POLÍCIA

SEMANA 01/12

Ocorrendo uma das hipóteses previstas na Constituição Federal, ensejadoras da perda ou da


suspensão dos direitos políticos, o fato deverá ser comunicado ao juiz eleitoral competente, que adotará as
medidas cabíveis para que o respectivo nome não conste da folha de votação no pleito eleitoral.
O nacional que tiver seus direitos políticos afastados, por perda ou suspensão, não poderá votar ou
ser votado.

A) CASSAÇÃO:

É vedada. O art. 15 da CF veda a retirada arbitrária de direitos políticos, pois a restrição dos direitos
políticos será sempre provisória, ou seja, sem caráter perpétuo, e ocorrerá nos casos de suspensão e perda;

CAIU EM PROVA RECENTE:


CESPE / CEBRASPE - 2021 - PC-AL - Escrivão de Polícia
A condenação judicial por prática de ato de improbidade administrativa acarreta a cassação dos
direitos políticos. (Errada).

B) PERDA:

Configura privação definitiva, sendo necessária atividade específica do interessado para a


reaquisição. Hipóteses:

1. Cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado (art. 15, I): ação que tramita na
justiça federal, na qual o naturalizado volta a ser considerado estrangeiro;
2. Recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII
(art. 15, IV). Enquanto não houver edição de lei regulamentando a prestação alternativa, não há
possibilidade de perder os direitos políticos;
3. Perda da nacionalidade brasileira em virtude de aquisição de outra (art. 12, § 4º, II).

Perdido o direito político, na hipótese de cancelamento da naturalização por sentença transitada


em julgado, a reaquisição só se dará por meio de ação rescisória. Se a hipótese for a perda por
recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, a reaquisição dar-se-á
quando o indivíduo, a qualquer tempo, cumprir a obrigação devida. Todavia, se a perda se der em
virtude de aquisição de outra nacionalidade, a Lei de Migração (Lei n. 13.445/2017) estabelece a
seguinte regra: “o brasileiro que, em razão do previsto no inciso II do § 4.º do art. 12 da
Constituição Federal, houver perdido a nacionalidade, uma vez cessada a causa, poderá readquiri-
la ou ter o ato que declarou a perda revogado, na forma definida pelo órgão competente do Poder
Executivo”.

201
RETA FINAL PCGO

AGENTE E ESCRIVÃO DE POLÍCIA

SEMANA 01/12

C) SUSPENSÃO:

Possui caráter temporário, e a reaquisição decorre automaticamente após determinado período ou


o implemento de determinada condição. Hipóteses:
⮚ INCAPACIDADE CIVIL ABSOLUTA;
⮚ CONDENAÇÃO CRIMINAL TRANSITADA EM JULGADO, ENQUANTO DURAREM SEUS EFEITOS.
⮚ IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA, NOS TERMOS DO ART. 37, § 4º, CF.

NA JURISPRUDÊNCIA DO STF:
A suspensão de direitos políticos prevista no art. 15, III, da Constituição Federal,
aplica-se no caso de substituição da pena privativa de liberdade pela restritiva de
direitos. Havendo condenação criminal transitada em julgado, a pessoa
condenada fica com seus direitos políticos suspensos tanto no caso de pena
privativa de liberdade como na hipótese de substituição por pena restritiva de
direitos. Veja o dispositivo constitucional: Art. 15. É vedada a cassação de direitos
políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de:
III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos;
STF. Plenário, julgado em 8/5/2019 (repercussão geral). Adaptada.

CAIU EM PROVA RECENTE:


CESPE / CEBRASPE - 2021 - PC-SE - Escrivão de Polícia
No tocante às limitações ao exercício da vida política, além de hipóteses de inelegibilidade, nas
quais se macula a capacidade eleitoral passiva, o constituinte elencou situações de perda ou
suspensão dos direitos políticos, a exemplo da incapacidade civil absoluta, quando se restringem
tanto a capacidade eleitoral ativa quanto a passiva.
R.: Correta. O nacional que tiver seus direitos políticos afastados, por perda ou suspensão, não
poderá votar ou ser votado (capacidade eleitoral ativa e passiva), sendo a incapacidade civil
absoluta uma hipótese de suspensão.

1.4. Servidor Público e Exercício do Mandato Eletivo: De Acordo com o Art. 38 da CF/88

Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, no


exercício de mandato eletivo, aplicam-se as seguintes disposições: (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ficará afastado de
seu cargo, emprego ou função;

202
RETA FINAL PCGO

AGENTE E ESCRIVÃO DE POLÍCIA

SEMANA 01/12

II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou função,


sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração;
III - investido no mandato de Vereador, havendo compatibilidade de horários,
perceberá as vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da
remuneração do cargo eletivo, e, não havendo compatibilidade, será aplicada a
norma do inciso anterior;
IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de mandato eletivo,
seu tempo de serviço será contado para todos os efeitos legais, exceto para
promoção por merecimento;
V - na hipótese de ser segurado de regime próprio de previdência social,
permanecerá filiado a esse regime, no ente federativo de origem.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

2. PARTIDOS POLÍTICOS

São associações (pessoas jurídicas de direito privado) constituídas para a participação na vida política
de um país. Além do registro civil, também devem registrar seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral.

A) REGISTRO:

Devem se registrar tanto no Cartório de Registro Civil quanto no TSE:


● REGISTRO CIVIL: É requerimento do registro do partido junto ao Registro Civil de Pessoas Jurídicas
da Capital Federal e é o meio pelo qual há a aquisição da personalidade jurídica.
● REGISTRO ELEITORAL: Efetivado perante o Tribunal Superior Eleitoral, e tem como finalidade o gozo
de prerrogativas de participar do processo eleitoral, receber recursos do fundo partidário e ter
acesso à rádio e à televisão para difusão de suas ideias e programas, conforme art. 7º, §2º, da Lei
9.096/95.

ATENÇÃO: Não existe no Brasil a candidatura avulsa, de modo que o candidato deve estar filiado a partido
político.

B) PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DE ORGANIZAÇÃO PARTIDÁRIA:

1. LIBERDADE PARTIDÁRIA: É livre a criação, fusão, incorporação e extinção dos partidos políticos. No
entanto, deve obedecer ao disposto na Constituição:
● CARÁTER NACIONAL;
● PROIBIÇÃO DE RECEBIMENTO DE RECURSOS FINANCEIROS DE ENTIDADES OU GOVERNOS
ESTRANGEIROS OU DE SUBORDINAÇÃO A ESTES;
203
RETA FINAL PCGO

AGENTE E ESCRIVÃO DE POLÍCIA

SEMANA 01/12

● PRESTAÇÃO DE CONTAS A JUSTIÇA ELEITORAL;


● FUNCIONAMENTO PARLAMENTAR DE ACORDO COM A LEI.

2. AUTONOMIA PARTIDÁRIA: Autonomia para definir sua estrutura interna, organização e funcionamento,
devendo seus estatutos estabelecer normas de fidelidade e disciplina partidárias (art. 17, § 1º).

3. VEDAÇÃO A PARTIDOS COMO ORGANIZAÇÃO PARAMILITAR (ART. 14, § 4º): É vedado ao partido político
ministrar instrução militar ou paramilitar bem como utilizar-se de organização da mesma natureza e adotar
uniforme para seus membros.

C) SISTEMAS ELEITORAIS:

● MAJORITÁRIO: O mandato eletivo fica com o candidato ou partido político que obteve a maioria dos
votos, independente dos votos do seu partido. Adotado para eleições de Presidente, Senador,
Governador e Prefeito;
● PROPORCIONAL: É obtido mediante alguns cálculos. Inicialmente, divide o número total de votos
válidos pelos cargos em disputa (quociente eleitoral). Em seguida, pega os votos de cada partido ou
coligação e divide pelo quociente eleitoral, anteriormente obtido (quociente partidário). Os
candidatos mais bem votados desse partido irão ocupar tais vagas. Adotado para eleições de
Deputado Federal, Estadual e Vereador.
● MISTO: Mescla regras do majoritário e proporcional, com votos distritais e votos gerais. É o sistema
adotado na Alemanha. No Brasil, não é adotado, embora seja ponto de discussão da reforma política.

FIDELIDADE PARTIDÁRIA:

Se o titular do mandato eletivo, sem justa causa, sai do partido político no qual foi eleito, ele perderá o
cargo que ocupa? (INF 787 STF)

✔ Sistema majoritário: NÃO se aplica aos candidatos eleitos pelo sistema majoritário, sob pena de violação da
soberania popular e das escolhas feitas pelo eleitor, já que o candidato escolhido é aquele que obteve mais votos,
não importando o quociente eleitoral nem o quociente partidário. Segundo entendimento do STF, As
características do sistema majoritário, com sua ênfase na figura do candidato, fazem com que a perda do
mandato, no caso de mudança de partido, frustre a vontade do eleitor e vulnere a soberania popular (CF, art.
1.º, par. ún., e art. 14, caput)”. Assim, a perda de mandato por troca de partido não se aplica ao sistema
majoritário.STF definiu, então, a seguinte tese: “a perda do mandato em razão da mudança de partido não se
aplica aos candidatos eleitos pelo sistema majoritário, sob pena de violação da soberania popular e das escolhas
feitas pelo eleitor”.

204
RETA FINAL PCGO

AGENTE E ESCRIVÃO DE POLÍCIA

SEMANA 01/12

✔Sistema proporcional: O mandato parlamentar no sistema proporcional pertence ao partido político, razão
pela qual, em caso de mudança de partido político pelo parlamentar eleito, ele sofrerá um processo na Justiça
Eleitoral que poderá resultar na perda do seu mandato. O assunto está disciplinado na Resolução nº 22.610/2007
do TSE, que elenca, inclusive, as hipóteses consideradas como “justa causa” para a perda do mandato. Em
relação ao sistema proporcional (eleição de deputados federais, estaduais, distritais e vereadores), o STF, em 03
e 04.10.2007, julgando os MS 26.602, 26.603 e 26.604, resolveu a matéria e estabeleceu que a fidelidade
partidária deve ser respeitada pelos candidatos eleitos. Dessa forma, teoricamente, aquele que mudar de
partido (transferência de legenda) sem motivo justificado perderá o cargo eletivo. Isso porque reconheceu o STF
o caráter eminentemente partidário do sistema proporcional e as inter-relações entre o eleitor, o partido político
e o representante eleito. Mudar de partido caracteriza desvio ético-político e gera desequilíbrio no Parlamento.
É fraude contra a vontade do povo.

OBS: TSE - Justa causa para desfiliação partidária só é aplicável se eleito estiver no fim do mandato vigente.
De acordo com Admar Gonzaga, "o vereador poderá se desfiliar do seu partido com justa causa apenas no
prazo da janela partidária que coincidir com o final do seu mandato, ou seja, nas vésperas das eleições
municipais. Do mesmo modo, o detentor do cargo proporcional, como deputado federal e distrital, poderá
fazer jus à janela partidária na proximidade de uma Eleição Geral”. A decisão do colegiado foi unânime.
O tema partidos políticos foi objeto de recentes alterações por emendas constitucionais. A EC 52/06
trouxe a desverticalização, de modo que as coligações partidárias não precisam ser as mesmas em âmbito
nacional, estadual e municipal, ou seja, não há obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em
âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal. Mais adiante, a EC 97/17 veiculou a vedação de celebração
de coligações em eleições proporcionais a partir de 2020. Vejamos como ficou a atual redação do art. 17,
§1º da CF:

§ 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura


interna e estabelecer regras sobre escolha, formação e duração de seus órgãos
permanentes e provisórios e sobre sua organização e funcionamento e para adotar
os critérios de escolha e o regime de suas coligações nas eleições majoritárias,
vedada a sua celebração nas eleições proporcionais, sem obrigatoriedade de
vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou
municipal, devendo seus estatutos estabelecer normas de disciplina e fidelidade
partidária.

Por fim, vale mencionar que a EC 97/17 estabeleceu alguns requisitos para os partidos terem acesso
ao fundo partidário. Vejamos como ficou a redação do §3º do art. 17:

205
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AGENTE E ESCRIVÃO DE POLÍCIA

SEMANA 01/12

§ 3º Somente terão direito a recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio


e à televisão, na forma da lei, os partidos políticos que alternativamente: (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 97, de 2017)
I - obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 3% (três por
cento) dos votos válidos, distribuídos em pelo menos um terço das unidades da
Federação, com um mínimo de 2% (dois por cento) dos votos válidos em cada uma
delas; ou (Incluído pela Emenda Constitucional nº 97, de 2017)
II - tiveremelegido pelo menos quinze Deputados Federais distribuídos em pelo
menos um terço das unidades da Federação. (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 97, de 2017)
§ 5º Ao eleito por partido que não preencher os requisitos previstos no § 3º deste
artigo é assegurado o mandato e facultada a filiação, sem perda do mandato, a
outro partido que os tenha atingido, não sendo essa filiação considerada para fins
de distribuição dos recursos do fundo partidário e de acesso gratuito ao tempo de
rádio e de televisão. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 97, de 2017)

Essas regras, contudo, deverão ser observadas somente a partir das eleições de 2030 (art. 3.º
da emenda), tendo sido estabelecidos requisitos gradativos a serem observados na forma do
parágrafo único do art. 3.º da emenda. A nova janela partidária constitucional está descrita no art.
17, § 5.º, nos termos acima transcritos.

VACÂNCIA E SUPLÊNCIA:
O STF, no julgamento dos MS 30.260 e 30.272, em 27.04.2011, por 10 x 1, entendeu que a vaga
decorrente do licenciamento de titulares de mandato parlamentar, no caso para assumirem cargos de
secretarias de Estado, deverá ser ocupada pelos suplentes das coligações, e não dos partidos. Pode-se
afirmar, então, que, se houve formação de coligação, o que é opcional e encontra fundamento na
Constituição (art. 17, § 1.º), a vaga de suplência pertente a esta, e não ao partido político.
ATENÇÃO!

ADI 4.650 - STF, em 17.09.2015, por maioria e nos termos do voto do Ministro
Relator, julgou procedente em parte o pedido formulado na ADI em referência para
declarar a inconstitucionalidade dos dispositivos legais que autorizavam as
contribuições de pessoas jurídicas às campanhas eleitorais. Decidiu que “o exercício
de direitos políticos é incompatível com as contribuições políticas de pessoas
jurídicas.”

De acordo com o STF, é inconstitucional proibir que emissoras de rádios e TVs difundam áudios ou
vídeos que ridicularizem candidato ou partido político durante o período eleitoral.
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AGENTE E ESCRIVÃO DE POLÍCIA

SEMANA 01/12

Jurisprudência importante acerca do tema direitos políticos:

O indivíduo que já ocupa o cargo eletivo e vai em busca da reeleição possui o direito subjetivo de ser escolhido
pelo partido como candidato? Ex: João, filiado ao Partido “X”, já é vereador; ele deseja concorrer à reeleição;
pelo fato de já ser vereador; o Partido “X” é obrigado a escolher João como sendo um dos candidatos da
agremiação?
NÃO. O legislador tentou impor essa obrigatoriedade no § 1º do art. 8º da Lei nº 9.504/97:
Art. 8º (...) § 1º Aos detentores de mandato de Deputado Federal, Estadual ou Distrital, ou de Vereador, e aos
que tenham exercido esses cargos em qualquer período da legislatura que estiver em curso, é assegurado o
registro de candidatura para o mesmo cargo pelo partido a que estejam filiados.
Isso foi denominado pela doutrina e jurisprudência de “candidatura nata”. Assim, “candidatura nata” é o direito
que o titular do mandato eletivo possui de, obrigatoriamente, ser escolhido e registrado pelo partido político
como candidato à reeleição.
O STF, contudo, entendeu que esse § 1º do art. 8º da Lei nº 9.504/97 é inconstitucional, não sendo possível a
chamada “candidatura nata”.

O instituto da “candidatura nata” é incompatível com a Constituição Federal de 1988, tanto por violar a
isonomia entre os postulantes a cargos eletivos como, sobretudo, por atingir a autonomia partidária (art. 5º,
“caput”, e art. 17 da CF/88).
STF. Plenário. ADI 2530/DF, Rel. Min. Nunes Marques, julgado em 18/8/2021.
Fonte: Dizer o direito.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Direito Constitucional Esquematizado. Pedro Lenza.2021


Direito Constitucional – Rodrigo Padilha – 6ª edição – 2020
Direito Constitucional Descomplicado – Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino – 2020
Direito Constitucional – Alexandre de Moraes - 2020
Dizer o Direito

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SEMANA 01/12

QUESTÕES PROPOSTAS

1 - 2021 - FGV - PC-RJ - FGV - 2021 - PC-RJ - Inspetor de Polícia Civil

Germano pretendia se candidatar a cargo eletivo nas próximas eleições. Com tal objetivo, procurou um
advogado e foi informado de que era alcançado por causa de inelegibilidade prevista na Constituição da
República de 1988.
É correto afirmar que uma causa de inelegibilidade de natureza constitucional:

A-sempre impede que o interessado concorra a qualquer cargo eletivo;


B-somente alcança os cargos eletivos vinculados a um ente federativo em particular;
C-será afastada se houver a desincompatibilização no prazo indicado pela ordem jurídica;
D-somente alcança cargos eletivos específicos, conforme a causa geradora da inelegibilidade;
E-pode alcançar todos os cargos eletivos, um cargo eletivo específico ou os cargos eletivos vinculados a um
ente federativo em particular.

2 - 2021 - CESPE / CEBRASPE - PC-SE - CESPE / CEBRASPE - 2021 - PC-SE - Escrivão de Polícia

A respeito dos direitos e deveres individuais e coletivos previstos na Constituição Federal de 1988 (CF), julgue
o item a seguir.
No tocante às limitações ao exercício da vida política, além de hipóteses de inelegibilidade, nas quais se
macula a capacidade eleitoral passiva, o constituinte elencou situações de perda ou suspensão dos direitos
políticos, a exemplo da incapacidade civil absoluta, quando se restringem tanto a capacidade eleitoral ativa
quanto a passiva.

Certo
Errado

3 - 2021 - CESPE / CEBRASPE - PC-SE - CESPE / CEBRASPE - 2021 - PC-SE - Agente de Polícia Judiciária

A respeito dos direitos e deveres individuais e coletivos previstos na Constituição Federal de 1988 (CF), julgue
o item a seguir.
No tocante às limitações ao exercício da vida política, além de hipóteses de inelegibilidade, nas quais se
macula a capacidade eleitoral passiva, o constituinte elencou situações de perda ou suspensão dos direitos
políticos, a exemplo da incapacidade civil absoluta, quando se restringem tanto a capacidade eleitoral ativa
quanto a passiva.

Certo
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SEMANA 01/12

Errado

4- 2021 - CESPE / CEBRASPE - PC-AL - CESPE / CEBRASPE - 2021 - PC-AL - Escrivão de Polícia - Prova Anulada

Acerca dos direitos sociais, da nacionalidade e dos direitos políticos, julgue o item seguinte.
A condenação judicial por prática de ato de improbidade administrativa acarreta a cassação dos direitos
políticos.

Certo
Errado

5 - 2021 - IDECAN - PC-CE - IDECAN - 2021 - PC-CE - Escrivão de Polícia Civil

O alistamento eleitoral e o voto são facultativos para:

I. os analfabetos;
II. os apenados;
III. os maiores de setenta anos;
IV. os residentes no estrangeiro;
V. os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.

Analise os itens acima e assinale

A-se apenas os itens I, II e III estiverem corretos.


B-se apenas os itens III, IV e V estiverem corretos.
C-se apenas os itens I, III e V estiverem corretos.
D-se apenas os itens I, III e IV estiverem corretos.
E-se apenas os itens II, IV e V estiverem corretos.

6- 2020 - INSTITUTO AOCP - Prefeitura de Betim - MG - INSTITUTO AOCP - 2020 - Prefeitura de Betim -
MG - Analista Jurídico

Assinale a alternativa correta tendo em vista os direitos e garantias fundamentais.

A-É reconhecida a instituição do júri, assegurada a competência para o julgamento dos crimes dolosos e
culposos contra a vida.
B-A prisão ilegal será imediatamente revogada pela autoridade judiciária.

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SEMANA 01/12

C-Nas empresas de mais de cem empregados, é assegurada a eleição de um representante destes com a
finalidade exclusiva de promover-lhes o entendimento direto com os empregadores.
D-Ninguém poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados, salvo os casos previstos na
legislação ordinária.
E-São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes consanguíneos ou afins, até o
segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, de Governador de Estado ou Território, do Distrito
Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já
titular de mandato eletivo e candidato à reeleição.

7 - 2020 - INSTITUTO AOCP - Prefeitura de Betim - MG - INSTITUTO AOCP - 2020 - Prefeitura de Betim -
MG - Analista Jurídico

De acordo com a Constituição Federal de 1988, assinale a alternativa correta.

A-A dignidade da pessoa humana e a independência nacional são princípios que regem a República
Federativa do Brasil nas suas relações internacionais.
B-A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação, não se aplicando à eleição
que ocorra até dois anos da data de sua vigência.
C-Os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa e o pluralismo político constituem fundamentos da
República Federativa do Brasil.
D-São bens da União, entre outros, as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios e os recursos minerais,
exceto os do subsolo.
E-É assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade econômica, desde que com a devida
autorização dos órgãos públicos.

8 - 2019 - INSTITUTO AOCP - PC-ES - INSTITUTO AOCP - 2019 - PC-ES - Investigador

De acordo com a Constituição Federal, na forma da lei, dentre outras, é condição de elegibilidade a idade
mínima de

A-trinta anos para Senador.


B-vinte e cinco anos para Governador.
C-vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de
paz.
D-dezoito anos para Vereador, Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital.
E-trinta anos para Presidente da República.

9 - 2019 - INSTITUTO AOCP - PC-ES - INSTITUTO AOCP - 2019 - PC-ES - Investigador


210
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AGENTE E ESCRIVÃO DE POLÍCIA

SEMANA 01/12

De acordo com o contido na Constituição Federal, a soberania popular será exercida pelo sufrágio universal
e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante

A-Referendo, Ação Popular e Iniciativa Popular.


B-Referendo, Eleições Gerais e Ação Popular.
C-Mandado de Injunção, Iniciativa Popular e Ação Direta de Inconstitucionalidade.
D-Plebiscito, Mandado de Injunção e Iniciativa Popular.
E-Plebiscito, Referendo e Iniciativa Popular.

10 - 2018 - VUNESP - PC-BA - VUNESP - 2018 - PC-BA - Escrivão de Polícia

A consulta realizada posteriormente à edição de ato legislativo ou administrativo, com o intuito de ratificá-
lo ou rejeitá-lo, é conceituada como

A-audiência pública.
B-referendo.
C-consulta pública.
D-plebiscito.
E-iniciativa popular.

11 - 2018 - FCC - Câmara Legislativa do Distrito Federal - FCC - 2018 - Câmara Legislativa do Distrito Federal
- Inspetor de Polícia Legislativa

Filomena, professora aposentada, 65 anos de idade, é brasileira naturalizada e possui domicílio eleitoral no
Distrito Federal. Considerando apenas as informações fornecidas, de acordo com a Constituição Federal,
Filomena

A-não poderá ser candidata a Presidente ou Vice-Presidente da República, sendo, para ela, obrigatório o
voto.
B-poderá ser candidata a Presidente ou Vice-Presidente da República, sendo, para ela, facultativo o voto.
C-poderá ser candidata a Governadora do Estado de São Paulo, sendo, para ela, facultativo o voto.
D-não poderá ser candidata a Governadora do Distrito Federal, sendo, para ela, obrigatório o voto.
E-não poderá ser candidata a Presidente ou Vice-Presidente da República, sendo, para ela, facultativo o voto.

12 - 2018 - CESPE / CEBRASPE - Polícia Federal - CESPE - 2018 - Polícia Federal - Escrivão de Polícia Federal

211
RETA FINAL PCGO

AGENTE E ESCRIVÃO DE POLÍCIA

SEMANA 01/12

Gilberto, brasileiro nato, completou sessenta e um anos de idade no mês de janeiro de 2018. Neste mesmo
ano, transitou em julgado condenação criminal contra ele, tendo sido arbitrada, entre outras sanções, pena
privativa de liberdade.
Considerando essa situação hipotética, julgue o item a seguir, com relação aos direitos políticos de Gilberto.
Em razão de sua idade, o ato de votar nas eleições de 2018 é facultativo para Gilberto.

Certo
Errado

13 - 2018 - CESPE / CEBRASPE - Polícia Federal - CESPE - 2018 - Polícia Federal - Escrivão de Polícia Federal

Gilberto, brasileiro nato, completou sessenta e um anos de idade no mês de janeiro de 2018. Neste mesmo
ano, transitou em julgado condenação criminal contra ele, tendo sido arbitrada, entre outras sanções, pena
privativa de liberdade.
Considerando essa situação hipotética, julgue o item a seguir, com relação aos direitos políticos de Gilberto.
O processo criminal transitado em julgado é hipótese constitucional para a cassação dos direitos políticos de
Gilberto pelo tempo de duração dos efeitos da condenação.

Certo
Errado

14 - 2018 - VUNESP - PC-SP - VUNESP - 2018 - PC-SP - Investigador de Polícia

Segundo a Constituição Federal, a condenação criminal, transitada em julgado, implica

A-no imediato cancelamento da naturalização do brasileiro naturalizado.


B-na imposição automática de reparar os danos causados à vítima.
C-na cassação dos direitos políticos do condenado.
D-no impedimento de votar e de ser votado pelo prazo de 10 (dez) anos.
E-na perda ou suspensão dos direitos políticos, enquanto durarem seus efeitos.

15 - 2018 - VUNESP - PC-BA - VUNESP - 2018 - PC-BA - Investigador de Polícia

Imagine a seguinte situação hipotética: o Prefeito do Município X foi eleito no ano de 2016. Nessa situação,
é correto afirmar que

212
RETA FINAL PCGO

AGENTE E ESCRIVÃO DE POLÍCIA

SEMANA 01/12

A-caso queira se candidatar ao cargo de Governador de Estado nas próximas eleições, deverá possuir a idade
mínima de 35 (trinta e cinco) anos e renunciar ao respectivo mandato de Prefeito até 3 (três) meses antes do
pleito.
B-caso decida se candidatar ao cargo de Senador, deverá possuir a idade mínima de 30 (trinta) anos e
renunciar ao respectivo mandato de Prefeito até 5 (cinco) meses antes do pleito.
C-caso decida se candidatar ao cargo de Presidente ou Vice-Presidente da República, deverá possuir a idade
mínima de 35 (trinta e cinco) anos e renunciar ao respectivo mandato de Prefeito até 6 (seis) meses antes do
pleito.
D-caso o cônjuge do Prefeito, por exemplo, queira se candidatar ao cargo de Vereadora do Município X pela
primeira vez, ela será considerada elegível, ainda que o Prefeito não renuncie ao pleito.
E-caso a sogra do Prefeito, por exemplo, queira se candidatar ao cargo de Prefeita do Município pela primeira
vez, ela será considerada elegível, uma vez que somente há inelegibilidade ao cônjuge ou filhos do
mandatário.

16 - 2018 - VUNESP - PC-BA - VUNESP - 2018 - PC-BA - Investigador de Polícia

De acordo com a Constituição, assinale a alternativa correta sobre os partidos políticos.

A-É livre a criação, a fusão e a incorporação de partidos políticos, mas a extinção, em função de sua
importância na democracia, exige a aprovação do Poder Público.
B-Poderão possuir caráter regional nos Estados cuja população seja superior a 1 (um) milhão de habitantes.
C-É defeso aos partidos políticos o recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo estrangeiros
ou de subordinação a estes.
D-Os partidos políticos, após adquirirem personalidade jurídica, na forma da lei civil, registrarão seus
estatutos perante o Tribunal Regional Eleitoral da respectiva entidade da federação de sua sede.
E-O acesso aos recursos do fundo partidário e ao rádio e à televisão será destinado a todos os partidos
políticos, indiscriminadamente, para garantia da isonomia na representação política.

17 - 2017 - FEPESE - PC-SC - FEPESE - 2017 - PC-SC - Agente de Polícia Civil

Com fundamento no texto constitucional, assinale a alternativa correta sobre os Direitos Políticos (Dos
Direitos e Garantias Fundamentais).

A-Os estrangeiros podem alistar-se como eleitores.


B-É condição de elegibilidade para Prefeito a idade mínima de trinta anos.
C-O alistamento eleitoral e o voto são facultativos para os analfabetos.
D-O alistamento eleitoral e o voto são obrigatórios para os maiores de dezesseis anos.
E-É condição de elegibilidade para Vereador a idade mínima de vinte e um anos.
213
RETA FINAL PCGO

AGENTE E ESCRIVÃO DE POLÍCIA

SEMANA 01/12

18 - 2017 - CESPE / CEBRASPE - TRT - 7ª Região (CE) - CESPE - 2017 - TRT - 7ª Região (CE) - Conhecimentos
Básicos - Cargos 3 a 6

Em conformidade com os direitos políticos previstos na Constituição Federal de 1988 (CF), assinale a opção
correta a respeito do alistamento eleitoral.

A-Durante o período do serviço militar obrigatório, o alistamento eleitoral é facultativo para os conscritos.
B-O alistamento eleitoral é obrigatório para todos os brasileiros natos maiores de dezoito anos de idade,
independentemente da escolaridade.
C-Um cidadão pode preencher os requisitos para o alistamento eleitoral e ser inelegível como candidato.
D-O alistamento eleitoral é facultativo para os estrangeiros residentes no Brasil

19 - 2016 - FUNCAB - PC-PA - FUNCAB - 2016 - PC-PA - Investigador de Policia Civil

Os Direitos Políticos estatuem a possibilidade de o cidadão participar do processo político e das decisões do
país. No que toca a este tema, de acordo com a Constituição Federal:

A-uma das condições de elegibilidade, na forma da lei é ter a idade mínima de trinta anos para Presidente e
Vice-Presidente da República e Senador.
B-podem alistar-se como eleitores os conscritos. durante o período do serviço militar obrigatório.
C-o mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça Eleitoral no prazo de quinze dias contados da
diplomação, instruída a ação com provas de abuso do poder econômico, corrupção ou fraude.
D-o alistamento eleitoral e o voto são facultativos para os maiores de dezoito anos e menores de setenta
anos.
E-durante o período do serviço militar obrigatório, os conscritos são elegíveis, devendo, se contarem menos
de dez anos de serviço, afastar-se da atividade.

20- 2016 - FUNCAB - PC-PA - FUNCAB - 2016 - PC-PA - Papiloscopista

Os Direitos Políticos estatuem a possibilidade de o cidadão participar do processo político e das decisões do
país. No que toca a este tema, de acordo com a Constituição Federal:

A-durante o período do serviço militar obrigatório, os conscritos são elegíveis, devendo, se contarem menos
de dez anos de serviço, afastar-se da atividade.
B-podem alistar-se como eleitores os conscritos. durante o período do serviço militar obrigatório.
C-o mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça Eleitoral no prazo de quinze dias contados da
diplomação, instruída a ação com provas de abuso do poder econômico, corrupção ou fraude.
214
RETA FINAL PCGO

AGENTE E ESCRIVÃO DE POLÍCIA

SEMANA 01/12

D-o alistamento eleitoral e o voto são facultativos para os maiores de dezoito anos e menores de setenta
anos.
E-uma das condições de elegibilidade, na forma da lei é ter a idade mínima de trinta anos para Presidente e
Vice-Presidente da República e Senador.

Respostas12

12
1: E 2: C 3: C 4: E 5: C 6: E 7: C 8: C 9: E 10: B 11: A 12: E 13: E 14: E 15: C 16: C 17: C 18: C 19: C 20: C
215
RETA FINAL PCGO

AGENTE E ESCRIVÃO DE POLÍCIA

SEMANA 01/12

META 4

PORTUGUÊS: FIGURAS DE LINGUAGEM

TEMAS DO DIA
LÍNGUA PORTUGUESA
Figuras de linguagem. Sentido próprio e figurado das palavras. Pontuação.

1. FIGURAS DE LINGUAGEM

1.1 Antítese

São termos opostos utilizados em uma mesma frase, sendo, portanto, pensamentos de sentido
contrário. Essa figura de linguagem busca aproximar expressões opostas no intuito de demonstrar
OPOSIÇÃO, intensidade, ponderação, enfim.

Podem ser, também, Ideias que contrariam o senso comum.

Exemplos:
- “Eu estava entre a vida e a morte”;
- “Faça sol ou chuva, estarei na festa”;
- “No amor e na guerra vale tudo”;
- “Naquele rosto tão feio e tão bonito...”;
- “Relação amor e ódio...”.

1.2 Elipse

216
RETA FINAL PCGO

AGENTE E ESCRIVÃO DE POLÍCIA

SEMANA 01/12

Nessa figura de linguagem, há a omissão de uma palavra (ou várias) que, mesmo escondida, pode
ser identificada pelo leitor. Ou seja, são expressão dispensáveis para a compreensão do contexto que se
pretende passar.

A elipse pode ser do sujeito, de verbos, preposições ou de conjunções.

Exemplos:
- “Comi uma fatia de torta” (eu – pronome);
- “Sobre a mesa, um livro” (haver – verbo).

1.3 Eufemismo

Essa figura é usada para atenuar uma ideia delicada ou grave de ser dita. Sendo assim, são palavras
ou expressões empregadas para suavizar e atenuar o sentido de outras, reduzindo uma carga negativa, rude
ou vulgar.

Exemplo:
- Ele passou dessa para uma melhor! (no lugar de faleceu);
- Foi convidado a se retirar (expulso);
- O depoente faltou com a verdade (mentiu);
- Palavra de baixo calão (palavrão);
- Terceira idade, melhor idade (velhice).

1.4 Hipérbole

É uma expressão de EXAGERO INTENCIONAL usada para dar ênfase à alguma informação. Há
finalidade ENFÁTICA e EXPRESSIVA.

Exemplo:
217
RETA FINAL PCGO

AGENTE E ESCRIVÃO DE POLÍCIA

SEMANA 01/12

- Te liguei milhões de vezes, mas você não me atendeu;


- Estou morrendo de fome;
- Chorou um rio de lágrimas;
- Acabei de correr uma maratona na academia.

1.5 Ironia

É uma expressão usada para dar uma ideia contrária ao que se pensa, de forma proposital. Faz uma
CONTRADIÇÃO daquilo que se quer dizer. Assim, o discurso acaba ganhando ênfase.

Em algumas situações pode ter o significado de zombaria ou bom humor.

Exemplos:
- Que educado, bateu a porta com tanta força!
- Aquela criança é tão calma, não parou nenhum minuto;
- Parabéns pela prova, não tirou nem a nota mínima.

1.6 Metáfora

Ocorre quando uma palavra tem o seu sentido emprego de forma diferente do habitual, tendo como
base uma relação de SIMILARIDADE entre seu sentido próprio e os seu sentido mais profundo/subjetivo ou
figurado.
Assim, o nome de algo passa a ter um outro significado, como uma relação de comparação.
Importante pontuar que os significados propostos na metáfora, portanto, não são literais.

Exemplos:
- Você é um sol em minha vida!
- Aquela menina é um doce.
- Minha boca é um túmulo!
- A vida é um rio que anda para frente.

1.7 Personificação ou Prosopopéia

Acontece quando animais ou seres inanimados (sem vida, como objetos) recebem atribuições
humanas. Sentimentos, comportamentos e ideias humanas são transferidas para esses seres por meio da
PERSONIFICAÇÃO (criação de uma personalidade).

218
RETA FINAL PCGO

AGENTE E ESCRIVÃO DE POLÍCIA

SEMANA 01/12

Assim, essa figura é muito utilizada em desenhos animados ou contos de fantasia. Tem como intuito
deixar a comunicação mais dramática.

Exemplo:
- A formiga disse para a cigarra...
- O cravo brigou com a rosa.
- Para o dia nascer feliz.
- O rio corria pela montanha.
- A árvore olhava as crianças brincando.
- A lua sorria para o mar.

1.8 Metonímia

Palavra utilizada com um sentido diferente do seu habitual (fora do seu contexto semântico normal).

Também pode ser uma PARTE da coisa utilizada para representar o seu TODO. Ou o EFEITO pela
CAUSA (e vice-versa). Matéria-prima pelo objeto. Singular pelo plural. Assim, é a substituição lógica de uma
palavra por outra de sentido semelhante, com a qual se mantém uma relação de proximidade.

Exemplos:
- Gosto de tomar Danone (iogurte);
- Estava lendo Drummond (autor pela obra);
- Bebemos duas garrafas de vinho (matéria-prima pelo objeto que a contém);
- Devolva o Neruda que você me tomou (livro);
- Pão para quem tem fome (alimento);
- Não tinha teto (residência);
- Sócrates tomou a morte (o veneno representado pelo efeito de morrer).

1.9 Pleonasmo

Redundância com a finalidade de REFORÇAR UMA MENSAGEM. Assim, há a repetição clara de uma
palavra ou conceito, sendo o seu uso para ENFATIZAR ou INTENSIFICAR o que está sendo dito. A expressão
é REDUNDANTE.
É, portanto, o uso excessivo de palavras para transmitir uma ideia.

ATENÇÃO! O pleonasmo literário (ou tradicional) é uma figura de linguagem. Já o pleonasmo vicioso é um
vício de linguagem (por desconhecimento ou falta de atenção da norma culta). Exemplos de pleonasmo

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vicioso: subir para cima, sair para fora, descer para baixo, andar com os pés, cego dos olhos, amigo
pessoal, repetir de novo, elo de ligação, gritar bem alto, dupla de dois, hemorragia de sangue, etc.

Exemplos:
- Detalhes tão pequenos de nós dois;
- E rir meu riso;
- Quem é a viúva do falecido?
- A mim resta-me a derrota.

1.10 Paradoxo

Une conceitos opostos para dar sentido lógico utilizando palavras em oposição. Contrasta ideias
entre termos. São significados aparentemente absurdos e fantasiosos. Contraria a lógica. São ideias que,
mesmo opostas e se excluindo mutuamente, fazem algum sentido no contexto.
Geralmente tem um significado mais literário, conotativo.

ATENÇÃO! A antítese usa palavras de sentidos opostos do mesmo período, como viver e morrer. Já
o paradoxo é um tipo de declaração contrária à opinião dominante (ou princípio tido como válido).
Exemplo: "estou cego, mas consigo enxergar".

Exemplos:
- Eu sonho acordado;
- Estamos vivendo uma guerra fria;
- É ferida que dói e não se sente;
- É um contentamento descontente.

1.11 Perífrase

Utiliza uma expressão para mostrar características ou atributos de uma pessoa, lugar, objeto, fato,
enfim. Assim, há uma substituição por uma expressão que lhe resume.

Essa expressão designa algo ou alguém através de uma característica própria ou atributos.

Exemplos:
- O País do Carnaval (Brasil);
- O Rei do Futebol (Pelé);

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- A Cidade Maravilhosa está muito violenta (Rio de Janeiro);


- A Veneza Brasileira (Recife);
- Vou ao show do Rei (Roberto Carlos).

1.12 Comparação

É a comparação entre dois elementos por meio de suas características comuns (determinadas
semelhanças). Na maioria dos casos se emprega uma conjunção ou locução conjuntiva comparativa (como
tal, tal qual, assim como, etc.). Usada para demonstrar qualidades ou ações de elementos.

Exemplos: minha mãe é corajosa como uma leoa; elegante tal qual uma princesa.

DIFERENÇAS ENTRE COMPARAÇÃO E METÁFORA: a comparação, ao contrário da metáfora,


está sempre acompanhada de um comparativo.

Maria é uma flor (metáfora); Maria é como uma flor (comparação).

1.13 Catacrese

Catacrese é uma figura de linguagem que representa palavra ou expressão empregada com sentido
alterado, ou seja, fora do seu significado real. Facilita a comunicação quando a palavra científica ou formal
não é de conhecimento das pessoas. É um tipo de metáfora de uso comum cristalizada e popularizada com
o tempo (desgastada pelo uso excessivo).

Exemplos: manga da camisa; céu da boca; bico do avião; pé da mesa; dente de alho; batata da perna;
cabeça do prego; braço da poltrona; maçãs do rosto; asa da xícara; braço de rio.

1.14 Onomatopeia

É a formação de palavras pela imitação de ruídos ou sons naturais. Algumas onomatopeias são muito
comuns e facilmente identificadas no dia a dia.
Exemplo: miado de gato (miau); latido de cão (auau); som do relógio (tictac); buzina (bibi); espirro
(atchim).

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2. SENTIDO PRÓPRIO E FIGURADO DAS PALAVRAS

2.1 Denotação

O sentido DENOTATIVO das palavras é também aquele dos dicionários, sendo conhecido também
como sentido verdadeiro, real, objetivo.

FINALIDADES DA DENOTAÇÃO 🡪 transmitir a mensagem de forma clara e objetiva. Muito utilizada em:
jornais, manuais, artigos científicos, etc.

Exemplos:
- Esse animal é vertebrado;
- O pássaro voava pelo céu.

DICA!
Denotação e Dicionário: já que é uma definição literal (sentido de dicionário).

DENOTAÇÃO CONOTAÇÃO

Sentido real, de dicionário. Sentido figurado.


Palavra com sentido literal. Palavra extrapola os sentidos comuns.
Função referencial. Função poética.

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2.2 Conotação

Já o uso CONOTATIVO ocorre com a aplicação de um sentido figurado, fantasioso, subjetivo e


totalmente dependente de um contexto.

● Por exemplo: essa gata é muito manhosa (animal, uso denotativo). A menina é uma gata (muito
bonita, uso conotativo).

A) SENTIDO CONOTATIVO

Geralmente os textos literários utilizam a base conotativa, para incentivar a imaginação do leitor. Há
a aplicação de palavras com sentidos polissêmicos (muitos significados). Uma palavra é usada no sentido
denotativo quando está escrita em seu significado original, independentemente do contexto.

Assim, tem-se o significado mais literal da palavra.

FINALIDADES DA CONOTAÇÃO 🡪 aplicação de significados diversos, sujeitos a interpretações com


base no contexto. São ideias que vão além do sentido original da palavra. Assim, tem-se um sentido figurado
e simbólico. Busca provocar sentimentos no receptor da mensagem.

Utilizada na linguagem poética e em textos de literatura, assim como em letras de música, em


anúncios publicitários, etc.

Exemplos:
- Você é a luz da minha vida! (grande afeto por alguém).
- Ele tem um coração de gelo (pessoa fria).
- Maria quebrou a cara (se decepcionou).
- O carro voava pelas ruas da cidade.

2.3 Polissemia e Monossemia

A POLISSEMIA consiste na atribuição de vários significados a uma unidade lexical. MONOSSEMIA é


quando a unidade lexical tem um único significado.
Diferem-se, portanto, pois a POLISSEMIA é um processo de divergência semântica; sendo assim, a
mesma palavra original tem novos significados.

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No dicionário, é comum que todos eles apareçam. Já a MONOSSEMIA ocorre quando várias palavras
originam de uma mesma forma lexical, mas os significados são diferentes.

● POLISSEMIA 🡪 grande número de significados em uma só palavra, a depender do contexto no qual é


utilizada.

Exemplos:
- Ele usa um chapéu na cabeça (parte do corpo humano).
- João é o cabeça da facção (líder).
- Não conseguiu bater na cabeça do prego (parte do prego).

● MONOSSEMIA 🡪 possui apenas um único sentido, ou seja, são palavras que têm apenas um
significado. Geralmente são palavras mais técnicas ou científicas.

Exemplos:
- Logaritmo;
- Decalitro;
- Estetoscópio.

A homonímia está relacionada com palavras com mesma pronúncia e/ou mesma grafia; porém,
com significados diferentes.

2.4 Formas Variantes

São palavras que apresentam mais do que uma grafia correta, mas não há alteração no sentido.

● Há uma forma preferencial, mais socialmente aceita ou mais usada pelos falantes;
● Contudo, todas as formas são corretas.

EXEMPLOS MAIS COMUNS DE FORMAS VARIANTES:


🡪 abdome e abdômen; amídala e amígdala; arrebentar e rebentar; assobiar e assoviar; assoprar e soprar;
bêbado e bêbedo; câmera e câmara; caminhão e camião; carroçaria e carroceria; catorze e quatorze; catucar
e cutucar; chipanzé e chimpanzé; cociente e quociente; contato e contacto; cota e quota; cotidiano e
quotidiano; debulhar e desbulhar; degelar e desgelar; delapidar e dilapidar; demonstrar e demostrar;
dezenove e dezanove; dezesseis e dezasseis; dezessete e dezassete; diabete e diabetes; dourado e doirado;
embaralhar e baralhar; enfarte e infarto; entonação e entoação; entretenimento e entretimento; espargos e
aspargos; estalar e estralar; este e leste; geringonça e gerigonça; germe e gérmen; hidrelétrico e

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hidroelétrico; homilia e homília; imundícia, imundície e imundice; intrincado e intricado; louça e loiça; louro
e loiro; maquiagem e maquilagem; marimbondo e maribondo; mobiliar, mobilhar e mobilar; neblina e
nebrina; nenê e neném; percentagem e porcentagem; projétil e projetil; rastro e rasto; registro e registo;
relampear e relampejar; remoinho e redemoinho; selvageria e selvajaria; sobressalente e sobresselente;
súdito e súbdito; surrupiar e surripiar; taberna e taverna; terremoto e terramoto; tesouro e tesoiro; tríade e
tríada; xérox e xerox.

2.4.1 Variações históricas (diacrônicas)

Mudanças ocorridas na língua (variações diversas) com o decorrer do tempo. Exemplo: pronome de
tratamento “você”.

🡺 Depende das diferentes épocas vividas pelos falantes. Atualmente a diferença é clara entre o
português arcaico e o português moderno. Muitas palavras também ficam em DESUSO.

Português arcaico 🡪 “vossa mercê” e, posteriormente, “vosmecê”.


Em contextos informais 🡪 “cê” ou, na escrita informal, “vc”.*
*fora da norma culta

EVOLUÇÃO DA PALAVRA “VOCÊ” AO LONGO DO TEMPO:


Vossa mercê → Vosmecê → Você → Cê

● Há também as mudanças de grafia com as reformas ortográficas. Por exemplo, a partir de 2016,
algumas palavras passaram a serem escritas sem trema (como consequência).

● Na reforma ortográfica de 1911 a palavra fase era escrita com “ph” (“phase”).

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2.4.2 Variações geográficas (diatópicas) ou REGIONALISMO

É a variante regional (REGIONALISMO). São diferenças devido à região do país e os impactos


geográficos em seus falantes, por questões meramente culturais. Ou seja, no Brasil há diversas diferenças de
léxico (que são palavras) ou de fonemas (os sons e sotaques).
Alguns exemplos: “Mandioca”, “aipim” e “macaxeira” para a mesma referência de alimento. Ou ainda
“oxe”; “bah”; “tri”.

🡺 Influência do espaço físico ou LOCAL dos falantes: países, regiões, estados, cidades, zona rural, zona
urbana, zonas periféricas, etc.

2.4.3 Variações sociais (diastráticas)

As variações sociais seguem o grupo social do falante. Na variação social a gíria segue,
principalmente, a faixa etária do falante (linguagem informal dos mais jovens). No entanto, há expressões
informais ligadas a grupos sociais específicos, a depender do seu nicho.

Exemplo: surfistas, capoeiristas, futebolistas, médicos, advogados, enfim.

🡺 As profissões também influenciam as variações sociais por meio dos termos técnicos (jargões).
🡺 Predominam fatores relacionados à faixa etária, profissão, estrato social, etc.

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2.4.4 Variações estilísticas (diafásicas)

Linguagem formal e informal, adequação à norma-padrão ou despreocupação com seu uso.

a) Expressões rebuscadas e o respeito às normas-padrão do idioma = linguagem culta (oposta à


linguagem mais coloquial/familiar);

b) As variações estilísticas respeitam a situação da interação social, levando-se em conta ambiente e


expectativas dos interlocutores.

São estilos (formal ou informal) empregados a depender da situação. Em uma entrevista de emprego,
o uso mais comum é o formal. Em uma conversa entre amigos, linguagem informal com gírias e jargões (“tipo
isso”; “pô”; “meu”; “caraca”).

2.4.5 Preconceito linguístico

É a discriminação entre os falantes de um mesmo idioma. Nessa situação, não há respeito pelas
variações linguísticas (formas de falar e escrever), estando algumas hierarquicamente sobrepostas a outras,
por parâmetros sociais. A causa fundamental do preconceito linguístico é a utilização da língua por parte das
elites econômicas, políticas e intelectuais como forma de dominação para oprimir a classe mais pobre e
manter a segregação social, ou seja, é uma ferramenta de exclusão (BAGNO, 2007).13

“As variações estilísticas remetem ao contexto que exige a adaptação da fala ou ao


estilo dela. Aqui entram as questões de linguagem formal e informal, adequação à
norma-padrão ou despreocupação com seu uso. [...] As variações estilísticas
respeitam a situação da interação social, levando-se em conta ambiente e

13
BAGNO, Marcos. Preconceito linguístico: o que é, como se faz. 49ª. ed. São Paulo: Loyola, 2007. 186 p. ISBN: 85-15-
01889-6.

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expectativas dos interlocutores. Tendo tantas variações e nuances, pudemos ver


que cada contexto social traz naturalmente um modo mais ou menos adequado
de expressão, sendo importante entender que as variações linguísticas existem
para estabelecer uma comunicação adequada ao contexto pedido. Apesar disso,
as diversas maneiras de expressar-se ganham status de maior ou menor prestígio
social baseado em uma série de preconceitos sociais: as variações linguísticas
ligadas a grupos de maior poder aquisitivo, com algum tipo de status social, ou a
regiões tidas como “desenvolvidas” tendem a ganhar maior destaque e preferência
em relação às variedades linguísticas ligadas a grupos de menor poder aquisitivo,
marginalizados, que sofrem preconceitos ou que são estigmatizados. Desenvolve-
se, assim, o preconceito linguístico, que se baseia em um sistema de valores que
afirma que determinadas variedades linguísticas são “mais corretas” do que
outras, gerando um juízo de valor negativo ao modo de falar diferente daqueles
que se configuram como os “melhores”. O preconceito linguístico nada mais é do
que a reprodução, no campo linguístico, de um sistema de valores sociais,
econômicos e culturais. No entanto, ao estudarmos as variações linguísticas,
percebemos que não há uma única maneira de expressar-se e que, portanto, não
há apenas um modo certo. A língua e sua expressão variam de acordo com uma
série de fatores. Antes de tudo, ela deve cumprir seu papel de expressão, sendo
compreendida pelos falantes e estando adequada aos contextos e às expectativas
no ato da fala. Dessa forma, o ideal do preconceito linguístico, que gera juízo de
valor às diferentes variações linguísticas, não deve ser alimentado.”14

2.5 Arcaísmo e Neologismo

O arcaísmo pode ser visto como o modo de falar ou de escrever de forma antiquada, seja por gosto
ou imitação. Assim, é uma tendência para empregar vocábulos ou expressões arcaicas.

🡺 Os ARCAÍSMOS LINGUÍSTICOS são palavras ou expressões que caíram em desuso, mas que não foram
extintas dos dicionários: ceroula, alcaide, vosmecê, à guisa de etc.

🡺 O ARCAÍSMO LITERÁRIO é encontrado em obras literárias. Pode ser utilizado de maneira proposital,
com a intenção de conferir rebuscamento e imponência.

14
VIANA, Guilherme. Variações linguísticas. Mundo Educação. 2022, online.

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ATENÇÃO! O arcaísmo é o contrário do neologismo (fenômeno que confere à língua possibilidades


de renovação).

Em relação ao NEOLOGISMO, vem de NEO (novo). É o processo de criação de uma nova palavra na
língua. Ocorre principalmente devido à necessidade constante de se desenvolver novos conceitos (na
tecnologia, arte, economia, esportes, enfim).

🡺 UTILIZAÇÃO DE NOVAS PALAVRAS, COMPOSTAS A PARTIR DE OUTRAS QUE JÁ EXISTEM (DO


MESMO IDIOMA OU NÃO).

🡺 ATRIBUIR NOVOS SIGNIFICADOS (OU SENTIDOS) A PALAVRAS QUE JÁ EXISTEM NA LÍNGUA.

Um neologismo é criado através de processos diversos como: justaposição, aglutinação, prefixação,


sufixação, abreviação, importação de vocábulos existentes em uma outra língua ou ainda, através de um
novo sentido dado a uma palavra já existente.

Exemplos: sextar; niver; refri.

2.6 Estrangeirismo

É uma linguagem de origem estrangeira. Influência cultural por um país, cultura ou nação sobre
outro, popularizando palavras e expressões.

🡺 Uso de uma palavra estrangeira que não tenha correspondência na língua portuguesa, como: check-
in; site; internet; blog; buffet; drink; motoboy; layout; ticket; download; milkshake; fast-food; hot-dog; OK;
delivery; marketing.

3. PONTUAÇÃO

De acordo com Rodrigo Bezerra, “o emprego dos sinais de pontuação pode alterar o sentido e a
função sintática de um termo, ou seja, a pontuação, em muitos casos, implicará alterações semânticas e
sintáticas” (2021, p. 750).
Nesse sentido, a depender da forma como a pontuação é aplicada, o contexto das frases pode
mudar completamente.
Segundo Bechara (2019, p. 64), “os sinais de pontuação, que já vêm sendo empregados desde muito
tempo, procuram garantir no texto escrito esta solidariedade sintática e semântica. Por isso, uma pontuação

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errônea produz efeitos tão desastrosos à comunicação quanto o desconhecimento dessa solidariedade a que
nos referimos”.
Abaixo, traremos alguns sinais de pontuação utilizados pela língua portuguesa e seus respectivos
exemplos.

3.1 Sinais de pontuação

Para melhor entendimento, dividiremos os sinais de pontuação em dois grupos: sinais de pausa e
sinais de entonação.

3.1.1 Sinais de pausa

Os sinais de pausa, conforme a própria nomenclatura, são aqueles que indicam diminuição de velocidade
em um texto. São eles:

a) Vírgula (,)
b) Ponto (.)
c) Ponto e vírgula (;)

3.1.2 Sinais de entonação (melódicos)

Já os sinais de entonação são utilizados para reproduzir emoções, interações, diálogos, etc.
Como exemplo, temos:

a) Dois-pontos (:)
b) Exclamação (!)
c) Interrogação (?)
d) Reticências (...)
e) Aspas (“”)
f) Parênteses ( ( ) )
g) Colchetes ( [ ] )
h) Travessão ( – )

3.2 Ponto simples ou ponto final (.)

O ponto simples produz a maior pausa possível, pois encerra períodos finalizados com qualquer tipo
de oração, com exceção daqueles terminados com orações do tipo a) interrogativa direta, b) exclamativa e
c) reticências.
230
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Logo, é utilizado, principalmente, para finalizar proposições declarativas.

Obs.: o ponto final também é utilizado sem o sentido de pausa, mas para acompanhar palavras abreviadas,
como “prof.” (professor), “Dr.” (doutor), “r.” (rua), “ex.” (exemplo), “p.” (página), “cel.” (coronel), enfim.
Nesses casos, é conhecido como “ponto abreviativo”.

Exemplos:
● O menino estava correndo.
● A aluna é bastante estudiosa.

3.3 Ponto e vírgula (;)

A pausa do ponto e vírgula pode ser definida como maior que a da vírgula e menor que a do ponto
final. Assim, funciona como um tipo de intermediário entre esses dois tempos. O ponto e vírgula também
atribui clareza a uma frase, além de organizar itens apresentados.

Sobre letras maiúsculas ou minúsculas depois do ponto e vírgula:


O sinal de ponto e vírgula é utilizado para complementar uma oração; assim, a palavra após esse sinal precisa
iniciar com letra minúscula, já que não foi iniciada uma nova sentença. A letra maiúscula é utilizada somente
após sinais que encerram uma frase. Exemplo: ponto final, interrogação ou exclamação.

O ponto e vírgula é utilizado em algumas situações, como:

a) Em trechos nos quais já existam vírgulas, para informar uma pausa mais forte

Algumas vezes, há omissão do verbo principal, de modo que as frases fiquem claras e objetivas
(evitando repetições).

● Eu gosto de pudim; meu pai, de bolo; minha irmã, de pavê. (verbo gostar)
● Tenho vinte e quatro anos; minha amiga, quinze.

b) Em redações oficiais, buscando separar incisos de leis, decretos, portarias, etc.

● Art. 1º, CRFB. A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e
Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como
fundamentos:
I - a soberania;

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II - a cidadania;
III - a dignidade da pessoa humana;
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V - o pluralismo político.

c) Na separação de orações coordenadas de sentidos opostos (adversativas, buscando ressaltar uma


relação de contraste)

Nas conjunções adversativas (duas orações, em que a segunda expressa oposição à primeira), esse sinal
possui como finalidade realizar uma separação entre duas ideias.

● José trabalha muito; Maria não gosta nem de estudar.


● O amor constrói; o ódio destrói.
● Ele saiu cedo de casa; porém, se atrasou quase uma hora.

d) Separação de itens enumerados ou tópicos

● Os sabores de pizza são: calabresa; bacon; portuguesa; frango; marguerita.

ATENÇÃO!
Em todos os tópicos se utiliza o ponto e vírgula. Somente no último é empregado o ponto final.

e) Em orações sindéticas com o verbo antes da conjunção

As orações coordenadas sindéticas são orações independentes entre si, possuindo conjunção de ligação.
Ou seja, o ponto e vírgula é utilizado para separar a frase em que o verbo aparece antes da conjunção.

● Não queria viajar; preciso, porém, ir a trabalho.

IMPORTANTE!
O uso do ponto e vírgula não mudou com o novo acordo ortográfico. Apenas a grafia da palavra sofreu
alteração, que antigamente era escrita com hífen: “ponto-e-vírgula”.

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3.4 Vírgula (,)

A vírgula tem como função isolar termos dentro das orações e separar orações dentro de um período
composto. Diferentemente do ponto e vírgula, a vírgula é muito mais usual sendo utilizada para separar
trechos mais simples na frase, atribuindo um certo ritmo e sentido à leitura.
Diferenças importantes entre o ponto e vírgula e a vírgula: apresentação de contrapontos na frase e
complementos de orações (quando não é mais necessário repetir o verbo).

Obs.: não se usa vírgula na escrita dos numerais por extenso, como: dois mil quatrocentos e cinquenta e
cinco; cento e vinte e quatro reais e quarenta e nove centavos.

A vírgula é utilizada:

a) No intuito de separar termos coordenados assindéticos (aqueles que não possuem ligação por
conectivo), desde que possuam a mesma função sintática

● As ondas, os peixes, a areia, os coqueirais...como é linda a Praia de Porto de Galinhas!

b) Isolar ou intercalar vocativos

● Diga-me, Maria, o que houve?


● É verdade, meus amigos, estou partindo para outra cidade.
● As provas, alunos, serão na semana que vem.
● Bia, onde você comprou essa agenda?

c) Separação de adjuntos adverbiais locucionais deslocados dentro da estrutura oracional

● No ano de 1929, com a queda da Bolsa de Valores de Nova York, o capitalismo passou por uma crise
expressiva no cenário mundial.

ATENÇÃO!
Quando se trata dos adjuntos adverbiais que se formam por apenas um vocábulo, a vírgula é
dispensada, a não ser que se queira dar ênfase. Por exemplo:
- Hoje irei ao fórum.
- Amanhã de manhã haverá uma passeata no centro da cidade.

d) Indicando elipse (ocultação)

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● Luísa era fluente em alemão, e Jorge, inglês.

e) Com a finalidade de isolar predicativo do sujeito (quando o verbo não é de ligação)

● A menina, chorando muito, entrou no avião.


● Muito abalado, decidiu deixar o país.

f) Isolar apostos explicativos

● São Paulo, maior cidade do país, é conhecida pelas suas belas avenidas.
● Fernanda Montenegro, atriz brasileira, merecia o Oscar.

g) Isolar o nome do lugar, quando seguido de data

● Recife, 24 de julho de 2012.

h) Para separar orações coordenadas assindéticas

● E agora, José?
A festa acabou, a luz apagou, o povo sumiu, a noite esfriou.

i) Para separar orações coordenadas sindéticas (com exceção das introduzidas pelo conectivo aditivo
“e”)

● Não era herói, nem rei.


● Como passar no concurso, se você não estuda.

ATENÇÃO!
A vírgula é obrigatória quando o “e” aditivo vem repetido antes de cada oração, quando possui
valor adversativo ou quando a oração apresenta sujeito diverso da oração assindética anteposta.

● Estudou muito, e não conseguiu a aprovação (“e” com valor adversativo).

j) No intuito de separar orações subordinadas adjetivas explicativas

● Os deuses, que são imortais, aparecem na mitologia grega.

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k) Para separar orações intercaladas

● Água mole em pedra dura, segundo o ditado, tanto bate até que fura.
● Como é possível, exclamou o menino, um país tão desigual.

3.5 Dois-pontos (:)

Trazem uma ideia de pausa repentina, mais intensa que a vírgula. De modo geral, é utilizado para citar
falas, iniciar enumerações e introduzir um esclarecimento ou explicação. Aparecem em:

a) Enumeração, explicação ou notícia subsidiária

● Comprou dois materiais importantes: um dicionário e uma gramática.

b) Em expressões que seguem os verbos dizer, retrucar e responder

● Não me disse do que se tratava: contudo, já desconfiei do que poderia ser.

c) Nas expressões que sugerem contexto, causa, explicação ou consequência

● Esclarecendo-lhe: não gostei da sua atitude.


● Ela conquistou o seu maior sonho: passar no concurso.

d) Em expressões que trazem quebra de ideias

● Quis gritar, mas não consegui: ela já tinha ido embora.

e) Indicar citação alheia ou própria

● Como diria Machado de Assis: “A arte de viver consiste em tirar o maior bem do maior mal”.
● Paulo Freire defendia que: “Quando a educação não é libertadora, o sonho do oprimido é ser o
opressor”.

f) Em enumeração (sequência)

● Gostava muito de ler: Manuel Bandeira, Drummond e Clarice Lispector.


● A Revolução Francesa defendia três ideais: liberdade, igualdade e fraternidade.
● Fui ao supermercado e comprei: biscoito, frutas, legumes, verduras e leite.
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3.6 Exclamação (!)

Este sinal é aplicado após interjeições, palavras ou frases, sempre no intuito de expressar admiração,
surpresa, espanto, enfim. Sempre emoções e estados emotivos (alegria, tristeza, medo...). Indica entonações
exclamativas.

a) Em frases imperativas

● Filho, venha jantar!


● Retire-se do quarto!

b) Em interjeições

Expressam as sensações do emissor. Assim, dispensam orações mais elaboradas e são sempre finalizadas
com exclamação.

● Ufa! Ainda bem que você chegou em casa.


● Ah! Que saudades do meu namorado!
● Alô! Gostaria de marcar uma consulta, por favor.
● Viva! Ela passou no concurso!
● Tchau!

c) Frases exclamativas

Quando expressam vários sentimentos. É o emprego básico do ponto de exclamação.

● Que lindo dia!


● Estou com muita raiva de você!

ATENÇÃO!
Em algumas situações, a exclamação poderá aparecer com o ponto de interrogação, o que significa
um sentido exclamativo e interrogativo na frase (!?).

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RETA FINAL PCGO

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3.7 Interrogação (?)

É usado sempre depois de palavras ou frases interrogativas diretas. É usado para marcar a entonação de
pergunta na linguagem escrita. Não esquecer que, quando o ponto de interrogação encerra uma oração, a
palavra seguinte é iniciada com letra maiúscula.
Ainda, o ponto de interrogação pode vir acompanhado de outros sinais de pontuação. Com o sinal de
exclamação (indicando surpresa) ou as reticências (indicando dúvida e hesitação).

● Você está bem?


● Como é o seu nome?
● Você mentiu para mim!?
● Como assim?...não estou acreditando.

Nas frases interrogativas indiretas, o ponto de interrogação não é utilizado. Vejamos:


- Queria saber de quem é essa receita.
- Me diga quanto custa esta roupa.

Assim, nas perguntas feitas de modo indireto, não há uso do ponto de interrogação.

INTERROGAÇÃO DIRETA INTERROGAÇÃO INDIRETA

Qual o seu nome? Me diga qual o seu nome.


Que horas são? Informe o horário, por gentileza.

Ainda, o ponto de interrogação pode indicar uma falsa dúvida, uma pergunta feita de maneira
irônica ou uma pergunta retórica.

● Poxa, que peninha!


● Você acreditou nessa história mesmo?
● Como assim você não terminou o trabalho?

3.8 Parênteses ( )

A função básica dos parênteses é a de isolar termos. Podem ser usados para introduzir toda espécie
de informação considerada acessória.

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SEMANA 01/12

DIFERENÇA ENTRE PARÊNTESES E TRAVESSÃO


Os parênteses são utilizados para indicar que a ideia intercalada é acessória, sendo um adicional no texto,
sem o qual ainda se conseguiria atingir o objetivo comunicativo. Já o travessão possui finalidade oposta:
serve para dar ênfase, para destacar o elemento por ele intercalado, de extrema relevância no texto.

a) Orações acessórias, intercalados no período;


b) Palavras e expressões de valor explicativo;
c) Isolar a oração adjetiva explicativa;
d) Indicar comportamentos, principalmente em textos narrativos (como peças);
e) Isolar orações subordinadas reduzidas e desenvolvidas intercaladas;
f) Ano de nascimento e morte;

● Olavo Bilac (1865-1918) foi um escritor brasileiro.

g) Isolar o advérbio (sic), utilizado para indicar a fidelidade literal de um texto transcrito;

● Ele disse que estava “extremamente revoltado e com raiva” (sic).

h) Significado de siglas.

● Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o Brasil entrou no Mapa da Fome
novamente.

3.8.1 Travessão (–)

O traço do travessão (–) é maior que o hífen (-), simbolizando pausas em uma estrutura oracional. Tem
como finalidade indicar o discurso direto ou dar ênfase em trechos de textos.
Alguns exemplos:

a) Indicar mudança de interlocutor (discursos narrativos);

● Uma rã estava no prado olhando um boi e sentiu tal inveja do tamanho dele que começou a inflar
para ficar maior.
Então, outra rã chegou e perguntou se o boi era o maior dos dois.
A primeira respondeu que não – e se esforçou para inflar mais.
Depois, repetiu a pergunta:
– Quem é maior agora?

238
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SEMANA 01/12

b) Substituir a vírgula e o parênteses, sendo uma pausa mais extensa, profunda e enfática.

● Os Estados Unidos e a China – os maiores poluidores do planeta – não são signatários dos principais
tratados de preservação ambiental.

3.9 Reticências (...)

Este sinal indica a interrupção de um pensamento, assim como a sugestão de algo. As reticências
também podem aparecer combinadas com o ponto de exclamação ou com o ponto de interrogação.
Tem a função de aproximar o leitor do estado de espírito do falante, que pode ser o de dúvida,
confusão, medo, receio, etc. Assim, as reticências podem:

a) Indicar entonação descendente;


b) Aparecer no final de frases interrogativas ou exclamativas;
c) Sugerir um prolongamento de ideia;
d) Interromper um pensamento;
e) Trazer ideia ou emoção.

● Puxa...estou cansada!
Após a aula, ela foi ao cinema...
● Veja bem...eu ainda não sei.
● Comprei várias frutas na feira, como morango, abacaxi, laranja, limão...

ATENÇÃO!
É utilizada a letra maiúscula após as reticências quando aparecem no lugar do ponto-final (fim de
um período). A letra minúscula é utilizada após as reticências quando aparecem no lugar da
vírgula.

3.10 Aspas (“”)

São sinais de pontuação que aparecem, geralmente, em citações e transcrições. Indicam, nessa lógica
o início e o fim de um discurso. Podem ser duplas (“) ou simples (‘). São usadas para:

a) Indicar palavras no sentido diverso do literal ou pretendido, muitas vezes com ironia;
b) Na utilização de gírias, arcaísmos, expressões populares, neologismos, jargões, enfim;
c) Enfatizar um termo ou palavra;
d) Isolar a fala de um personagem em textos narrativos;
e) Em palavras de outras línguas (estrangeirimos).
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SEMANA 01/12

ATENÇÃO!
As aspas simples são aplicadas dentro de uma citação na qual já foram utilizadas as aspas duplas.
“Ela disse ‘adiós’, meu amigo!”

3.11 Colchetes ( [ ] )

Esse sinal não é muito utilizado na língua portuguesa, aparecendo em situações bem específicas.
Aparece:

a) Supressão de citações;
b) Citações;
c) Nos dicionários.

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SEMANA 01/12

QUESTÕES PROPOSTAS

1 - 2022 - FGV - PC-RJ - FGV - 2022 - PC-RJ - Investigador Policial de 3ª Classe


Inquérito Policial
“O primeiro passo para delimitar os aspectos gerais do que seria o inquérito policial pode partir do
próprio vernáculo, inquérito, que pode ser entendido como ‘ato ou efeito de inquirir; conjunto de atos ou
diligências com o que se visa a apurar alguma coisa’, ao passo que o verbo inquirir, do qual o substantivo
deriva, pode ser definido como ‘procurar informações acerca de; indagar; investigar; pesquisar’, ou ainda,
‘fazer indagações, investigações, pesquisas, perquirições, de natureza filosófica ou científica; investigar,
indagar, pesquisar, esquadrinhar’.
Assim, sob um ponto de vista geral, podemos entender o inquérito como o conjunto de atos e
diligências que, por meio de investigação, pesquisa e perquirição, busca apurar as causas de algo”
(Jusbrasil.com.br).
“...fazer indagações, investigações, pesquisas, perquirições, de natureza filosófica ou científica;
investigar, indagar, pesquisar, esquadrinhar.”

Nesse segmento do texto 4, há uma série de vírgulas empregadas pela mesma razão da que ocorre na
seguinte frase:

A-Cansa-se de ser herói, mas não se cansa de ser rico;


B-Se uma mulher quer fazer uma coisa, não há homem que consiga impedi-la;
C-Querendo abolir a pena de morte, que comecem os senhores assassinos;
D-Eu sou um homem honrado: nunca assassinei, nunca roubei, nunca violei, salvo em minha imaginação;
E-Para alcançar o bem, mais vale habilidade que sabedoria.

2 - 2022 - FGV - PC-RJ - FGV - 2022 - PC-RJ - Investigador Policial de 3ª Classe


“Investigação é o ato ou efeito de investigar, busca, pesquisa. Ou seja, investigação criminal pode ser definida
como a atividade preliminar de produzir e colher elementos de convicção acerca da materialidade, de autoria
ou participação referente a um fato tido como criminoso” (Jus.com.br).
“Investigação é o ato ou efeito de investigar, busca, pesquisa”.

Para que esse período inicial do texto 1 mostre construção uniforme e adequada, sua estruturação deveria
ser:

A-Investigação é o ato ou efeito de investigar, buscar, pesquisar;


B-Investigação é o ato ou efeito de investigação, busca, pesquisa;
C-Investigação é o ato ou efeito de investigar, buscar e de pesquisa;
D-Investigar é o ato ou efeito de investigar, de busca e de pesquisa;
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SEMANA 01/12

E-Investigação é o ato ou efeito de investigação, de busca e de pesquisa.

3 - 2021 - FGV - PC-RJ - FGV - 2021 - PC-RJ - Inspetor de Polícia Civil


Todas as frases abaixo mostram linguagem figurada; a que mostra uma expansão da figura inicial, com o
emprego de outra expressão figurada, é:

A-Felicidade é um lugar onde você pode pousar, mas não pode fazer seu ninho;
B-Felicidade é como um beijo: você deve compartilhar para aproveitá-lo;
C-Felicidade é uma escrivaninha muito pequena e uma grande cesta de lixo;
D-Felicidade é um fluxo de caixa positivo;
E-A felicidade é um bem que se multiplica ao ser dividido.

4 - 2021 - FUMARC - PC-MG - FUMARC - 2021 - PC-MG - Escrivão de Polícia I


Leia o parágrafo a seguir e responda à questão.

As primeiras sessões de cinema, mudas até 1929, eram documentários e narrativas rudimentares
acompanhados por um piano (ou até mesmo por uma orquestra, nas grandes salas) que pontuava as cenas
mais emocionantes.

O uso das vírgulas no parágrafo acima justifica-se para

A-destacar um objeto direto pleonástico.


B-inserir informação intercalada entre o sujeito e seu predicado.
C-para dar ênfase ao adjunto adverbial.
D-separar duas orações com a mesma função sintática.

5 - 2021 - FUMARC - PC-MG - FUMARC - 2021 - PC-MG - Escrivão de Polícia I


Os buracos negros e a relatividade do tempo
Em um dos grandes relatos de viagens fantásticas, o escritor norte-americano Edgar Allan Poe conta
a história de uma expedição marítima na costa norueguesa que se depara com um redemoinho gigante,
conhecido como Maelstrom. Passado o terror inicial, o narrador proclama: “Pouco depois, fiquei possuído da
mais aguçada curiosidade pelo próprio turbilhão. Sentia positivamente um desejo de explorar suas
profundezas, mesmo ao preço do sacrifício que ia fazer; e meu principal pesar era que jamais poderia contar
a meus amigos, na praia, os mistérios que iria conhecer”.
Se Poe tivesse escrito seu conto 150 anos depois (o original foi publicado em 1841), talvez
substituísse a exploração das entranhas do vórtice pela exploração das entranhas do buraco negro. Fica difícil
imaginar uma viagem fictícia mais fascinante do que a uma região em que nossas noções de espaço e tempo
deixam de fazer sentido, de onde nada, nem a luz escapa, um verdadeiro Maelstrom cósmico. Os buracos
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SEMANA 01/12

negros e suas ligações com objetos exóticos, conhecidos como “buracos de minhoca” - possíveis pontes de
um ponto a outro no espaço e no tempo -, desafiam até a imaginação dos físicos. (...)
Fonte: GLEISER, Marcelo. Micro macro: reflexões sobre o homem,

o tempo e o espaço. São Paulo: Publifolha, 2005. p. 20.

O recurso semântico utilizado pelo autor para explicar o termo “buraco negro” foi:

A-Antonímia.
B-Homonímia.
C-Paronímia.
D-Sinonímia.

6 - 2021 - CESPE / CEBRASPE - PC-SE Provas: CESPE / CEBRASPE - 2021 - PC-SE - Agente de Polícia Judiciária
A palavra stalking, em inglês, significa perseguição, e é o termo utilizado pelo legislador na tipificação
de um crime que engloba condutas que atentem contra a liberdade, a intimidade e a dignidade. Entende-se
o stalking, ou o crime de perseguição, como um delito que exige uma perseguição reiterada pelo autor, não
consentida pela vítima, que lhe cause medo, angústia e sentimentos afins, além de repercutir diretamente
na sua vida de maneiras diversas.
Embora, em tese, qualquer pessoa possa figurar como vítima desse crime, sabe-se que a mulher é o
principal alvo nessa espécie delitiva — não é à toa que a criminalização da referida conduta era, havia tempos,
uma das prioridades da bancada feminina da Câmara dos Deputados. Tanto é assim que são utilizadas como
exemplo do que seria o stalking as situações em que a mulher é perseguida por um ex-companheiro que não
se conforma com o término da relação ou em que alguém possui um sentimento de posse em relação à
mulher e não desiste de persegui-la.
Tal conduta abrange desde a violência psicológica, que pode causar danos imensuráveis à saúde da
vítima, além de problemas no seu próprio cotidiano, no trabalho, na convivência profissional e familiar, até
outras formas de violência, que podem culminar em resultados nefastos e irreparáveis. A tipificação do
stalking, portanto, é um avanço significativo no combate à violência contra a mulher.
Internet: <diplomatique.org.br> (com adaptações).

No que se refere aos sentidos e aos aspectos linguísticos do texto apresentado, julgue o item a seguir.
Feitos os devidos ajustes de maiúsculas e minúsculas, o travessão empregado no segundo parágrafo poderia
ser corretamente substituído por ponto final.

Certo
Errado

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SEMANA 01/12

7 - 2021 - CESPE / CEBRASPE - PC-AL Provas: CESPE / CEBRASPE - 2021 - PC-AL - Escrivão de Polícia - Prova
Anulada
Tudo o que vem do povo tem uma lógica, uma razão, uma função. Ele nada faz sem motivo, e o que
produz está geralmente ligado ao comportamento do grupo ou a uma norma social ou de cunho psíquico e
religioso, um traço que vem de tempos longínquos, lá do fundo de nossas raízes, perdidas na noite dos
tempos, quando estávamos em formação. Pastoril, Quilombo, Reisado, Coco-de-Roda, literatura de cordel,
festas, tradições, superstições, contos, mitos, lendas não aparecem por acaso. São elementos da memória
popular, que engloba sentimentos e reações diante da história e das transformações.
Quais as origens do folclore alagoano, quais os componentes culturais que o forjaram? Théo Brandão,
com a autoridade de quem estudou a vida inteira e deixou uma obra irrepreensível sobre o assunto, diz que
são muitas as contribuições na formatação do nosso folclore. E que não é fácil nem simples demarcar a que
grupo pertence uma de suas variantes ou estabelecer com precisão a fronteira de determinada manifestação
folclórica. Afirma que há dúvidas em alguns casos e em outros é inteiramente impossível chegar a uma
conclusão única e definitiva. Cita como exemplo concreto dessas incertezas o caso da dança existente em
várias unidades nordestinas, que aparece ora como Coco, ora como Pagode, ora como Samba.
Instituto Arnon de Mello. Alagoas popular: folguedos e danças de nossa gente. Maceió: IAM, 2013, p. 24
(com adaptações).

Julgue o item seguinte, referentes às ideias, aos sentidos e às construções linguísticas do texto apresentado.

A supressão da vírgula empregada logo após “motivo”, no segundo período do primeiro parágrafo,
preservaria a correção gramatical e os sentidos originais do texto.

Certo
Errado

8 - 2021 - CESPE / CEBRASPE - PC-AL Provas: CESPE / CEBRASPE - 2021 - PC-AL - Escrivão de Polícia - Prova
Anulada
O século XIX constituiu-se em marco fundamental para o desenvolvimento das instituições de
segurança pública, com as polícias buscando maior legitimidade e profissionalização. Como referência
ocidental, a Polícia Metropolitana da Inglaterra, fundada em 1829, mudou paradigmas, dando
preponderância ao papel preventivo de suas ações e foco à proteção da comunidade.
O consenso, em detrimento do poder de coerção, e a prevenção, em detrimento da repressão,
reforçaram a proximidade da polícia com a sociedade, com atenção integral ao cidadão. O modelo inglês
retirou as polícias do isolamento, apresentando-as à comunidade como importante parceira da segurança
pública e elemento fundamental para a redução da violência. Com isso, surgiu o conceito de uma organização
policial moderna, estatal e pública, em oposição ao controle e à subordinação política da polícia.

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SEMANA 01/12

No Brasil, as primeiras iniciativas de implantação da polícia comunitária ocorreram com a


Constituição Federal de 1988 e a necessidade de uma nova concepção para as atividades policiais. Foram
adotadas estratégias de fortalecimento das relações das forças policiais com a comunidade, com destaque
para a conscientização sobre a importância do trabalho policial e sobre o valor da participação do cidadão
para a construção de um sistema que busca a melhoria da qualidade de vida de todos.

Brasil. Ministério da Justiça e Segurança Pública. Secretaria Nacional de Segurança Pública (SENASP).
Diretriz Nacional de Polícia Comunitária. Brasília – DF, 2019. p. 11-12 (com adaptações)

Com relação às ideias e aos aspectos linguísticos do texto anterior, julgue o item que se segue.

Sem prejuízo da correção gramatical e do sentido do primeiro período do primeiro parágrafo, poderia ser
inserida uma vírgula logo após o trecho “O século XIX”, por tratar-se de termo de natureza adverbial que
delimita o recorte temporal dos eventos narrados no parágrafo.

Certo
Errado

9 - 2021 - NC-UFPR - PC-PR - NC-UFPR - 2021 - PC-PR - Investigador de Polícia / Papiloscopista

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SEMANA 01/12

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SEMANA 01/12

Com relação ao uso de sinais de pontuação, considere as seguintes afirmativas:

1. As aspas utilizadas no primeiro parágrafo cumprem o mesmo papel das aspas utilizadas nos demais
parágrafos.
2. Na linha 17, a vírgula depois de “detalhada” pode ser corretamente suprimida.
3. Na linha 47, a vírgula depois de “Australiana” pode ser corretamente suprimida.

Assinale a alternativa correta.

A-Somente a afirmativa 1 é verdadeira.


B-Somente a afirmativa 2 é verdadeira.
C-Somente as afirmativas 1 e 3 são verdadeiras.
D-Somente as afirmativas 2 e 3 são verdadeiras.
E-As afirmativas 1, 2 e 3 são verdadeiras.

10 - 2021 - NC-UFPR - PC-PR - NC-UFPR - 2021 - PC-PR - Investigador de Polícia / Papiloscopista


Assinale a alternativa corretamente pontuada.
A-Durante parte do ano passado, o historiador Licínio Nunes de Miranda percorreu diariamente os
corredores com 15 mil túmulos no cemitério São João Batista no centro de Fortaleza, buscando um jazigo
específico. O de Francisco José do Nascimento – um abolicionista conhecido como Dragão do Mar.
B-Durante parte do ano passado, o historiador Licínio Nunes de Miranda percorreu diariamente os
corredores com 15 mil túmulos no cemitério São João Batista, no centro de Fortaleza: buscando um jazigo
específico; o de Francisco José do Nascimento, um abolicionista conhecido como Dragão do Mar.
C-Durante parte do ano passado, o historiador Licínio Nunes de Miranda percorreu diariamente os
corredores com 15 mil túmulos no cemitério São João Batista, no centro de Fortaleza, buscando um jazigo
específico: o de Francisco José do Nascimento, um abolicionista conhecido como Dragão do Mar.
D-Durante parte do ano passado, o historiador Licínio Nunes de Miranda percorreu diariamente os
corredores com 15 mil túmulos no cemitério São João Batista no centro de Fortaleza; buscando um jazigo
específico: o de Francisco José do Nascimento, um abolicionista conhecido como Dragão do Mar.
E-Durante parte do ano passado, o historiador Licínio Nunes de Miranda percorreu diariamente os corredores
com 15 mil túmulos no cemitério São João Batista, no centro de Fortaleza; buscando um jazigo específico, o
de Francisco José do Nascimento – um abolicionista conhecido como Dragão do Mar.

11 - 2021 - IDECAN - PC-CE - IDECAN - 2021 - PC-CE - Escrivão de Polícia Civil

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SEMANA 01/12

Um grupo de pesquisadores sugere que a presença de metano nas quantidades observadas nas plumas de
água que são ejetadas da lua de Saturno não pode ser explicada por qualquer mecanismo conhecido, salvo
vida. (linhas 1 a 3)

A palavra sublinhada no período acima se classifica como

A-adjetivo.
B-substantivo.
C-partícula expletiva.
D-verbo.
E-palavra denotativa.

12 - 2021 - CESPE / CEBRASPE - PC-DF - CESPE / CEBRASPE - 2021 - PC-DF - Escrivão de Polícia da Carreira
de Polícia Civil do Distrito Federal

248
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SEMANA 01/12

Julgue o item seguinte, relativos aos sentidos e a aspectos linguísticos do texto precedente.
O fio dental enredado é usado pela personagem como metáfora para denotar não só o nível de desgaste do
seu relacionamento infeliz, mas também para explicitar sua passividade diante de tal fato.

Certo
Errado

13 - 2021 - CESPE / CEBRASPE - PC-DF - CESPE / CEBRASPE - 2021 - PC-DF - Escrivão de Polícia da Carreira
de Polícia Civil do Distrito Federal

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SEMANA 01/12

No que se refere aos sentidos e aos aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o próximo item.
A correção gramatical do texto seria mantida caso a vírgula empregada logo após “mudou” (ℓ.4) fosse
suprimida.

Certo
Errado

14 - 2021 - CESPE / CEBRASPE - PC-DF - CESPE / CEBRASPE - 2021 - PC-DF - Agente de Polícia da Carreira
de Polícia Civil do Distrito Federal
Nossos ancestrais dedicaram muito tempo e esforço a tentar descobrir as regras que governam o
mundo natural. Mas a ciência moderna difere de todas as tradições de conhecimento anteriores em três
aspectos cruciais: a disposição para admitir ignorância, o lugar central da observação e da matemática e a
aquisição de novas capacidades.

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SEMANA 01/12

A Revolução Científica não foi uma revolução do conhecimento. Foi, acima de tudo, uma revolução
da ignorância. A grande descoberta que deu início à Revolução Científica foi a de que os humanos não têm
as respostas para suas perguntas mais importantes. Tradições de conhecimento pré-modernas como o
islamismo, o cristianismo, o budismo e o confucionismo afirmavam que tudo que é importante saber a
respeito do mundo já era conhecido. As antigas tradições de conhecimento só admitiam dois tipos de
ignorância. Em primeiro lugar, um indivíduo podia ignorar algo importante. Para obter o conhecimento
necessário, tudo que ele precisava fazer era perguntar a alguém mais sábio. Não havia necessidade de
descobrir algo que qualquer pessoa já não soubesse. Em segundo lugar, uma tradição inteira podia ignorar
coisas sem importância. Por definição, o que quer que os grandes deuses ou os sábios do passado não tenham
se dado ao trabalho de nos contar não era importante.
[...]
A ciência de nossos dias é uma tradição de conhecimento peculiar, visto que admite abertamente a
ignorância coletiva a respeito da maioria das questões importantes. Darwin nunca afirmou ser “o último dos
biólogos” e ter decifrado o enigma da vida de uma vez por todas. Depois de séculos de pesquisas científicas,
os biólogos admitem que ainda não têm uma boa explicação para como o cérebro gera consciência, por
exemplo. Os físicos admitem que não sabem o que causou o Big Bang, que não sabem como conciliar a
mecânica quântica com a Teoria Geral da Relatividade.
[...]
A disposição para admitir ignorância tornou a ciência moderna mais dinâmica, versátil e indagadora
do que todas as tradições de conhecimento anteriores. Isso expandiu enormemente nossa capacidade de
entender como o mundo funciona e nossa habilidade de inventar novas tecnologias, mas nos coloca diante
de um problema sério que a maioria dos nossos ancestrais não precisou enfrentar. Nosso pressuposto atual
de que não sabemos tudo e de que até mesmo o conhecimento que temos é provisório se estende aos mitos
partilhados que possibilitam que milhões de estranhos cooperem de maneira eficaz. Se as evidências
mostrarem que muitos desses mitos são duvidosos, como manter a sociedade unida? Como fazer com que
as comunidades, os países e o sistema internacional funcionem?
[...]
Uma das coisas que tornaram possível que as ordens sociais modernas se mantivessem coesas é a
disseminação de uma crença quase religiosa na tecnologia e nos métodos da pesquisa científica, que, em
certa medida, substituiu a crença em verdades absolutas.

Yuval Noah Harari. Sapiens: uma breve história da humanidade. 26.º ed. Porto Alegre, RS: L&PM, 2017,p.
261-263 (comadaptações).

No que se refere aos aspectos linguísticos do texto CBIA2-I, julgue o item subsequente.

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SEMANA 01/12

Feitos os devidos ajustes de maiúsculas e minúsculas, o ponto final que encerra o segundo período do quarto
parágrafo, após “enfrentar”, poderia ser substituído corretamente pelo sinal de dois-pontos, visto que o
período subsequente explica o que é o “problema sério” mencionado.

Certo
Errado

15 - 2021 - CESPE / CEBRASPE - PC-DF - CESPE / CEBRASPE - 2021 - PC-DF - Agente de Polícia da Carreira
de Polícia Civil do Distrito Federal
Nesta sala atulhada de mesas, máquinas e papéis, onde invejáveis escreventes dividiram entre si o
bom senso do mundo, aplicando-se em ideias claras apesar do ruído e do mormaço, seguros ao se
pronunciarem sobre problemas que afligem o homem moderno (espécie da qual você, milenarmente
cansado, talvez se sinta um tanto excluído), largue tudo de repente sob os olhares à sua volta, componha
uma cara de louco quieto e perigoso, faça os gestos mais calmos quanto os tais escribas mais severos, dê um
largo ciao ao trabalho do dia, assim como quem se despede da vida, surpreenda pouco mais tarde, com sua
presença em hora tão insólita, os que estiveram em casa ocupados na limpeza dos armários, que você não
sabia antes como era conduzida. Convém não responder aos olhares interrogativos, deixando crescer, por
instantes, a intensa expectativa que se instala. Mas não exagere na medida e suba sem demora ao quarto,
libertando aí os pés das meias e dos sapatos, tirando a roupa do corpo como-se retirasse a importância das
coisas, pondo-se enfim em vestes mínimas, quem sabe até em pelo, mas sem ferir o pudor (o seu pudor, bem
entendido), e aceitando ao mesmo tempo, como boa verdade provisória, toda mudança de comportamento.
Feito um banhista incerto, assoma depois com sua nudez no trampolim do patamar e avance dois passos
como se fosse beirar um salto, silenciando de vez, embaixo, o surto abafado dos comentários. Nada de
grandes lances. Desça, sem pressa, degrau por degrau, sendo tolerante com o espanto (coitados!) dos pobres
familiares, que cobrem a boca com a mão enquanto se comprimem ao pé da escada. Passe por eles calado,
circule pela casa toda como se andasse numa praia deserta (mas sempre com a mesma cara de louco ainda
não precipitado), e se achegue depois, com cuidado e ternura, junto à rede languidamente envergada entre
plantas lá no terraço. Largue-se nela como quem se larga na vida, e vá fundo nesse mergulho: cerre as abas
da rede sobre os olhos e, com um impulso do pé (já não importa em que apoio), goze a fantasia de se sentir
embalado pelo mundo.
Raduan Nassar. Aí pelas três da tarde. In: Ítalo Moriconi (Org.). Os cem melhores contos brasileiros do
século. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001 (com adaptações).

No que se refere às ideias e aos aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o item a seguir.
No texto, o autor utiliza parênteses, em diferentes trechos, para fazer digressões.

Certo
Errado
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SEMANA 01/12

Textos para questões 16 e 17:

Zuenir Ventura: Não podemos reduzir o mundo a 140 toques


Wilker Sousa

Notícias produzidas em tempo real na tentativa de apreender um mundo complexo cujas fronteiras,
em face do universo digital, há muito desapareceram. Lidar com tecnologias que ampliam o acesso à
informação e ao mesmo tempo restringem a notícia a textos exíguos. Essas são algumas das questões que
vêm à tona quando se propõe discutir a atividade jornalística contemporânea.
Na tarde do último sábado (29), esse foi o tema do debate Cena Contemporânea – O jornalismo dos
Primeiros 10 anos do século 21, presente no XIII Fenart (Festival Nacional de Arte), realizado em João Pessoa.
Ao longo de três horas, os jornalistas Marcela Sitônio, Jô Mazarollo e Gonzaga Rodrigues (da
imprensa local) juntamente com o jornalista e escritor mineiro Zuenir Ventura analisaram os impactos das
tecnologias recentes no cotidiano do jornalista e em que medida suscitam novas maneiras de se pensar e de
se fazer jornalismo. Ao final do debate, Zuenir Ventura concedeu entrevista à CULT, leia a seguir.
CULT – Em tempos de twitter e da avalanche de informações a que o indivíduo é submetido, ainda
há público leitor para grandes reportagens?
Zuenir Ventura – Eu acho tudo isso melhor do que não escrever e melhor do que não ler, mesmo
sabendo da precariedade do texto. É melhor porque você se habitua a ler e amanhã lerá outras coisas.
Recentemente, li sobre o episódio de um jovem que mal sabia escrever e começou a ficar isolado de sua
turma porque todo mundo se comunicava via e-mail. Ele ficou desesperado e aprendeu a escrever para
passar e-mails para os colegas da turma. Então, é melhor assim do que se não houvesse nada. Mas é claro
que isso não pode ser um processo pernicioso, ou seja, a gente não pode reduzir o mundo a 140 toques. Tem
coisa que pode ser escrita em 140 toques, outras não. Eu também acho que a grande reportagem não é
necessariamente uma reportagem grande, mas apenas há assuntos que necessitam de mais espaço, de mais
tempo, de mais apuração, ou seja, a diferença de uma matéria está em como foi feita a pesquisa, a apuração,
o trabalho com o texto. Por que as matérias de jornalismo literário são melhores? Porque se tem mais tempo
para trabalhar, mais espaço e isso exige uma qualidade maior na feitura do texto.

Adaptado de: https://revistacult.uol.com.br/home/o-jornalismo-do-seculo-21/. Acesso em: 16 jan. 2021.

16 - 2021 - INSTITUTO AOCP - PC-PA Provas: INSTITUTO AOCP - 2021 - PC-PA - Escrivão de Polícia Civil
Assinale a alternativa que apresenta a reescrita gramatical e semanticamente adequada para o excerto
“Porque se tem mais tempo para trabalhar, mais espaço e isso exige uma qualidade maior na feitura do
texto.”.

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AGENTE E ESCRIVÃO DE POLÍCIA

SEMANA 01/12

A-Porque tenho mais tempo para trabalhar, mais espaço e isso exige uma qualidade maior na feitura do
texto.
B-Porque se tem mais tempo para trabalhar, mais espaço, o que exige uma qualidade maior na feitura do
texto.
C-Por que se tem mais tempo para trabalhar, mais espaço e isso exige uma qualidade maior na feitura do
texto.
D-Porque se tem mais tempo para trabalhar, mais espaço e isso exige uma qualidade aquém na feitura do
texto.
E-Porque se tem uma qualidade maior na feitura do texto, e isso exige mais tempo para trabalhar e mais
espaço.

17 - 2021 - INSTITUTO AOCP - PC-PA Provas: INSTITUTO AOCP - 2021 - PC-PA - Escrivão de Polícia Civil
Sobre o título do texto, assinale a alternativa correta.

A-Os dois pontos indicam que o vem a seguir é uma explicação de algo dito anteriormente.
B-Ele contém uma citação direta da fala do entrevistador.
C-A utilização de “não podemos” ao invés de “a gente não pode”, como consta no corpo do texto, não
impacta o sentido da oração, mas altera seu nível de formalidade.
D-A opção pelo uso do número “140” e não de sua escrita por extenso (cento e quarenta) não está adequada
ao gênero textual entrevista.
E-O verbo “poder” apresenta o mesmo sentido que na frase “Segundo a previsão do tempo, pode chover
amanhã.”.

Texto para questões 18 e 19:

Cresce rapidamente, em quase todos os países, o número de pessoas na prisão ou que esperam prováveis
sentenças de prisão. Em quase toda parte, a rede de prisões está se ampliando intensamente. Os gastos
orçamentários do Estado com as forças da lei e da ordem, principalmente os efetivos policiais e os serviços
penitenciários, crescem em todo o planeta. Mais importante, a proporção da população em conflito direto
com a lei e sujeita à prisão cresce em ritmo que indica uma mudança mais que meramente quantitativa e
sugere uma “significação muito ampliada da solução institucional como componente da política criminal” —
e assinala, além disso, que muitos governos alimentam a pressuposição, que goza de amplo apoio na opinião
pública, de que “há uma crescente necessidade de disciplinar importantes grupos e segmentos
populacionais”.
A proporção da população que cumpre sentenças de prisão é distinta em cada país, refletindo idiossincrasias
de tradições culturais e histórias de pensamento e de práticas penais, mas o rápido crescimento parece ser
um fenômeno universal em toda a ponta “mais desenvolvida” do mundo.

254
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AGENTE E ESCRIVÃO DE POLÍCIA

SEMANA 01/12

Zygmunt Bauman. Globalização: as consequências humanas. Tradução: Marcus Penchel. Rio de Janeiro,
Zahar, 1999, p. 122-123 (com adaptações).

18 - 2021 - CESPE / CEBRASPE - Polícia Federal Provas: CESPE / CEBRASPE - 2021 - Polícia Federal - Escrivão
de Polícia Federal
No que se refere às ideias e aos aspectos linguísticos do texto 2A1-II, julgue o item que segue.
O travessão empregado no último período do primeiro parágrafo confere ao trecho final do período, por ele
isolado, um destaque, mas sua supressão manteria a correção gramatical do texto.

Certo
Errado

19 - 2021 - CESPE / CEBRASPE - Polícia Federal Provas: CESPE / CEBRASPE - 2021 - Polícia Federal - Escrivão
de Polícia Federal
No que se refere às ideias e aos aspectos linguísticos do texto 2A1-II, julgue o item que segue.
Seriam preservados a correção gramatical e os sentidos do texto caso a vírgula empregada imediatamente
após o vocábulo “rapidamente” (primeiro período do texto) fosse suprimida.

Certo
Errado

20 - 2019 - INSTITUTO AOCP - PC-ES Provas: INSTITUTO AOCP - 2019 - PC-ES - Investigador
Dicas de Segurança: Em casa

• Em sua residência, ao atender um chamado, certifique-se de quem se trata, antes mesmo de atendê-lo. Em
caso de suspeita, chame a Polícia.
• À noite, ao chegar em casa, observe se há pessoas suspeitas próximas à residência. Caso haja suspeita, não
estacione; ligue para a polícia e aguarde a sua chegada.
• Não mantenha muito dinheiro em casa e nem armas e joias de muito valor.
• Quando for tirar cópias de suas chaves, escolha chaveiros que trabalhem longe de sua casa. Dê preferência
a profissionais estabelecidos e que tenham seus telefones no catálogo telefônico.
• Evite deixar seus filhos em casa de colegas e amigos sem a presença de um adulto responsável.
• Cuidado com pessoas estranhas que podem usar crianças e empregadas para obter informações sobre sua
rotina diária.
• Cheque sempre as referências de empregados domésticos (saiba o endereço de sua residência).
• Utilize trancas e fechaduras de qualidade para evitar acesso inoportuno. O uso de fechaduras auxiliares
dificulta o trabalho dos ladrões.
• Não deixe luzes acesas durante o dia. Isso significa que não há ninguém em casa.
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RETA FINAL PCGO

AGENTE E ESCRIVÃO DE POLÍCIA

SEMANA 01/12

• Quando possível, deixe alguma pessoa de sua confiança vigiando sua casa. Utilize, se necessário, seu
vizinho, solicitando-lhe que recolha suas correspondências e receba seus jornais quando inevitável.
• Ao viajar, suspenda a entrega de jornais e revistas.
• Não coloque cadeados do lado de fora do portão. Isso costuma ser um sinal de que o morador está viajando.
• Cheque a identidade de entregadores, técnicos de telefone ou de aparelhos elétricos.
• Insista com seus filhos: eles devem informar sempre onde estarão, se vão se atrasar ou se forem para a
casa de algum amigo. É muito importante dispor de todos os telefones onde é possível localizá-los.
• Verifique se as portas e janelas estão devidamente trancadas e jamais avise a estranhos que você não vai
estar em casa.
Adaptado de https:<//sesp.es.gov.br/em-casa>. Acesso em: 30/jan./2019.

Considere o trecho “Caso haja suspeita, não estacione; ligue para a polícia e aguarde a sua chegada.” e
assinale a opção correta quanto ao uso de pontuações alternativas.

A-Caso haja suspeita. Não estacione, ligue para a polícia e aguarde a sua chegada.
B-Caso haja suspeita, não estacione; ligue para a polícia, e aguarde a sua chegada.
C-Caso haja suspeita, não estacione. Ligue para a polícia e aguarde a sua chegada.
D-Caso haja suspeita, não estacione, ligue para a polícia, e aguarde a sua chegada!
E-Caso haja suspeita; não estacione. Ligue para a polícia! (e aguarde a sua chegada).

Respostas15

15
1: D 2: A 3: A 4: B 5: D 6: C 7: C 8: E 9: D 10: C 11: E 12: C 13: C 14: C 15: C 16: B 17: C 18: C 19: E 20: C
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AGENTE E ESCRIVÃO DE POLÍCIA

SEMANA 01/12

PORTUGUÊS: CLASSE DE PALAVRAS

TEMAS DO DIA
LÍNGUA PORTUGUESA
Classes de palavras: substantivo, adjetivo, numeral, artigo, pronome, verbo, advérbio, preposição,
conjunção e interjeição, emprego e sentido que imprimem às relações que estabelecem.

1. CLASSES DE PALAVRAS

A classificação (ou classe) das palavras é um método de divisão dos vocábulos, trazendo
à tona o papel que assumem em uma frase. São dez as classes de palavras: substantivo, adjetivo,
numeral, artigo, pronome, verbo, advérbio, preposição, conjunção e interjeição.
A principal diferença entre essas classes é a forma como se flexionam (ou seja, mudam)
com o intuito de se adequarem ao contexto pretendido.

1.1 Substantivo

São as palavras com a função de nomear algo (“coisas”). Podem ser precedidas de artigo ou não. É a
palavra variável que nomeia qualidades, sentimentos, sensações, ação, seres, estados, coisas reais e
imaginais. Suas classificações são: primitivo, derivado, concreto, abstrato, simples, composto, comum, próprio
e coletivo.

Definição: substantivo é uma palavra virável que tem a função de nomear uma qualidade, um sentimento,
uma sensação, uma ação, estados, lugares e seres em geral. Nomeia coisas reais e imagináveis.

De acordo com Rodrigo Bezerra (2021, p. 187):

Aqui, a palavra “ser” precisa ser entendida não só como aquilo que possui uma
existência concreta (pedra, homem, carro, lua), mas também como aquilo que
possui uma existência imaginária (Saci, fada, Minotauro), abstrata (fé, alegria,
tristeza), ou mesmo de comprovação discutível (anjo, alma, inferno).

Ainda segundo o autor, para os substantivos é preciso observar duas características fundamentais.

1. O substantivo é uma classe de palavras que geralmente vem acompanhada de outras palavras, as
quais a determinam. Daí dizemos que um substantivo frequentemente se encontra acompanhado
de determinantes. Funcionam como determinantes os artigos, os adjetivos, os pronomes adjetivos e

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RETA FINAL PCGO

AGENTE E ESCRIVÃO DE POLÍCIA

SEMANA 01/12

os numerais. Logo, quase todas as palavras na língua portuguesa podem ser usadas como
substantivos.

2. O substantivo é a classe morfológica que “privativamente” exerce as funções sintáticas de: sujeito,
objeto direto, objeto indireto, complemento nominal, agente da passiva, aposto e vocativo. Logo,
palavras que exercem tais funções são substantivos ou substantivadas.

DICA!
Os substantivos sofrem flexão de gênero (masculino e feminino), número (singular e plural)
e grau (aumentativo e diminutivo).

Podem ser classificados nas categorias listadas abaixo, sendo as mais comuns: substantivos
concretos, abstratos, próprios, comuns, simples, compostos, primitivos, derivados e coletivos.

1.1.1 Classificação dos substantivos

a) Substantivo Comum

Designa os seres de uma espécie de forma genérica.

Exemplos: cidade, menina, país, cachorro, planta.

b) Substantivo Próprio

Ao contrário do substantivo comum, designa um ser específico, determinado. Sempre deve ser
escrito com letra maiúscula. São substantivos próprios os nomes de cidades, países, ruas, pessoas, estados,
enfim.

Exemplos: Pernambuco, Maria, João, Recife, Rua João Pessoa, etc.

c) Substantivo Concreto

Designa seres que existem no mundo real ou na imaginação, mas que são de conhecimento coletivo,
já que é palpável, conhecido.

Exemplos: mesa, livro, lápis, anjo, fada, vento, colher, bruxa, noite, alma, espírito, etc.

d) Substantivo Abstrato
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AGENTE E ESCRIVÃO DE POLÍCIA

SEMANA 01/12

Diferente dos substantivos concretos, o substantivo abstrato designa ações verbais, sensações,
existência de qualidades ou sentimentos humanos. Assim, representa conceitos que não têm a forma
concreta.

Exemplos: pensamento, ataque, altura, saudade, alegria, beleza, bondade, etc.

e) Substantivo Primitivo

São aquele que dão origem a outras palavras. Seus radicais são provenientes das línguas-mães e não
apresentam afixos. Por isso, podem dar origem a outros termos, chamados de derivados.

Exemplos: pedra, vidro, laranja, café, bom, chave, porta, rosa, flor, dente, gato, fogo, leite, livro, etc.

f) Substantivo Derivado

Se originam de outras palavras (conhecidas como primitivas).

Exemplos: pedreiro, vidraçaria, laranjada, livraria, etc.

SUBSTANTIVOS PRIMITIVOS x SUBSTANTIVOS DERIVADOS

LIVRO – LIVRARIA
CHAVE – CHAVEIRO
FLOR – FLORICULTURA
ROSA – ROSEIRA
PORTA – PORTEIRO
CAFÉ – CAFEZAL
BOM – BONDADE
LEITE – LEITEIRO
FORMIGA – FORMIGUEIRO
SONHO – SONHADOR

g) Substantivo Simples

Se caracterizam por serem formados por só uma palavra.

Exemplos: papel, lápis, cheiro, casa, etc.


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SEMANA 01/12

h) Substantivo Composto

Se caracteriza por ser formado por mais de uma palavra (junção de palavras) ou radical.

Exemplos: guarda-chuva, segunda-feira, couve-flor, guarda-roupa, paraquedas, girassol, passatempo,

e) Substantivo Coletivo

Caracteriza o substantivo que, no singular, representa quantidade, conjunto, agregação de vários


elementos da mesma espécie.

Alguns exemplos:

ALCATEIA – LOBOS
ARQUIPÉLAGO – ILHAS
CÁFILA – CAMELOS
CARDUME – PEIXES
CONSTELAÇÃO – ESTRELAS
CORO – VOZES
DISCOTECA – DISCOS
ELENCO - ARTISTAS
ENXAME – ABELHAS
EXÉRCITO – SOLDADOS
FAUNA – ANIMAIS
FLORA – PLANTAS
JÚRI – JURADOS
PINACOTECA – QUADROS

f) Substantivo Biforme

São aqueles que possuem flexão de gênero, ou seja, possuem duas formas distintas: uma para o
feminino e outra para o masculino. O radical da palavra não é modificado.

• MENINO – MENINA
• ALUNO – ALUNA

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AGENTE E ESCRIVÃO DE POLÍCIA

SEMANA 01/12

g) Substantivo Heterônimo

Apresentam duas formas, uma para o masculino, outra para o feminino. Os radicais, nesse caso, são
diferentes.

• HOMEM – MULHER
• BOI – VACA

1.2 Adjetivo

Sempre expressa uma qualidade ou característica do ser. Se relaciona com o substantivo,


concordando com este em gênero, grau e número. Assim, adjetivo é uma palavra variável, que expressa
qualidades, origem ou estado. Essas palavras variam em gênero (feminino e masculino), número (singular e
plural) e grau (comparativo e superlativo).

• A mulher era muito inteligente;


• Seu namorado não é francês?
• O livro tem uma bela capa;
• José estava triste.

É a classe de palavras variáveis que alteram a noção do substantivo atribuindo-lhe qualidades,


características, aspectos gerais ou específicos, estados, modos de ser. Resumidamente, o adjetivo é a
classe que nomeia as qualidades e os estados atribuídos ao substantivo. (BEZERRA, 2021, p. 224)

Ainda, os adjetivos possuem subclasses, a partir de critérios morfológicos e semânticos. Vejamos:

a) ADJETIVOS PRIMITIVOS: constituídos por um radical que não possui acréscimo de afixos (sufixo e/ou
prefixo) derivacionais. Exemplos: belo, feio, bonito, etc.

b) ADJETIVOS DERIVADOS: se formam a partir de outros radicais, a partir do acréscimo de afixos


derivacionais; assim, são palavras que derivam de substantivos ou verbos. Exemplos: amarelado,
famoso, articulado, visível, decoroso, etc.

c) ADJETIVOS PÁTRIOS: se referem a continentes, países, regiões, continentes, estados, povos, raças
etc. São também conhecidos como adjetivos gentílicos. Exemplos: Pernambuco – pernambucano;
Congo – congolês.

261
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SEMANA 01/12

d) ADJETIVOS SIMPLES: são aqueles que apresentam um único radical. Exemplos: bonito, baiano,
fluminense.

e) ADJETIVOS COMPOSTOS: são aqueles formados por mais de um radical. Exemplos: castanho-claro;
surdo-mudo; luso-brasileira, etc.

1.2.1 Adjetivos e gênero

• Adjetivos Uniformes – há uma forma para os dois gêneros (feminino e masculino). Exemplos: garota
inteligente; menino feliz.

• Adjetivos Biformes - a forma, nesses casos, varia conforme o gênero (masculino e feminino).
Exemplos: mulher bonita; rainha esperta.

1.2.2 Adjetivos e número

Seguindo o exemplo da formação dos substantivos, os adjetivos podem estar no singular ou no plural,
concordando com o número do substantivo respectivo. Exemplos: professoras nordestinas; estudantes
alegres.

ATENÇÃO!
- Todos os adjetivos são flexionados em número;
- Concordam com o número do substantivo que determinam;
- Seguem os mesmos padrões de formação de número dos substantivos.

1.2.3 Adjetivos e grau

Quanto ao grau, são duas as classificações dos adjetivos:

• COMPARATIVO: comparar qualidades.


• SUPERLATIVO: intensificar qualidades.

a) Grau comparativo

➔ Comparativo de Igualdade – A professora de Direito Penal é tão boa quanto a de Criminologia.


➔ Comparativo de Superioridade – Pedro é mais simpático do que Joana.
➔ Comparativo de Inferioridade - João é menos inteligente do que Pablo.

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SEMANA 01/12

b) Grau superlativo

➔ Superlativo Absoluto: refere-se a um substantivo somente, sendo classificado em:

• Analítico – O livro é muito interessante. A flor é muito linda. Esta casa é muito barata.

• Sintético - Marcos é inteligentíssimo. A flor é lindíssima.

➔ Superlativo Relativo: refere-se a um conjunto, ou seja, destaca algo dentro de um grupo:

• Superioridade - A menina é a mais inteligente da turma.


• Inferioridade - O garoto é o menos esperto do grupo de amigos.

1.2.4 A locução adjetiva

A locução adjetiva é o conjunto de duas ou mais palavras que possuem valor de adjetivo. São duas
palavras que se juntam para indicar uma características, mas não são adjetivos. É possível substituir a
locução adjetiva por um adjetivo sinônimo.

Exemplos:

- Cara de gato → felina


- Dia de sol → dia ensolarado
- Carne de boi → carne bovina
- Faixa de idade → faixa etária
- Rosto de anjo → rosto angelical
- Peixe do mar → peixe marítimo

1.2.5 O pronome adjetivo

Os pronomes adjetivos são aqueles em que o pronome exerce a função de adjetivo. Surgem
acompanhados do substantivo, modificando-os.

Pronomes adjetivos acompanham, determinam e modificam os substantivos, ou seja, atribuem


particularidades e características ao substantivo, como se adjetivos fossem.

Exemplos: “Este livro é excelente!”

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SEMANA 01/12

- O pronome adjetivo este está determinando o substantivo comum livro, ao qual se refere.

1.3 Numeral

Numeral é a classe gramatical de palavra variável (flexionadas em número e gênero) que tem a
função de atribuir quantidades aos seres, lugares, objetos, etc. Assim, expressam uma quantidade exata de
serem ou a posição que ocupam em uma sequência ou série.

a) CARDINAIS: os numerais cardinais são a forma básica dos números que indicam uma quantidade.
Ex.: um, dois, três, quatro, cinco, seis...

Alguns números cardinais variam em número, como: milhão-milhões, bilhão-bilhões, trilhão-


trilhões...

b) ORDINAIS: os numerais ordinais indicam a ordem de uma sequência, representando sucessão.


Ex.: primeiro, segundo, terceiro, quarto...

Assim, representa a ordem de sucessão e uma série, seja de seres, coisas ou objetos. Alguns
numerais ordinais possuem o valor de adjetivo. Também variam em gênero (masculino-feminino) e número
(singular e plural), como: segundo-segunda.

c) FRACIONÁRIOS: indicam proporções numéricas, isto é, representam parte de um todo. Ex.:


metade, um quarto, um oitado, um terço...

d) COLETIVOS: são os numerais que fazem referência a um conjunto de termos. Ex.: dezena, dúzia,
centena, semestre...

ATENÇÃO!
Os números coletivos sofrem a flexão de número (singular e plural).

e) MULTIPLICATIVOS: associam um conjunto, atribuindo a eles uma característica e determinando


o aumento de sua quantidade por meio de múltiplos. Ex.: dobro, triplo, quádruplo, quíntuplo,
etc.

Dessa forma, de acordo com sua função, os numerais podem apresentar valor de substantivo ou
adjetivo. A depender do caso, então, podem ser:
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SEMANA 01/12

Numerais substantivos: caracterizados pelos numerais multiplicativos. Podem substituir outros


substantivos.

Exemplo: Ela fez o dobro do esforço.

Numerais adjetivos: são os numerais cardinais, ordinais, coletivos e fracionários. Modificam o


substantivo e desempenham na frase uma função própria do adjetivo.

Exemplo: Esta roupa é de segunda mão (indica qualidade).

1.4 Artigo

É a classe das palavras que servem para determinar ou indeterminar os substantivos, antecedendo-
os. O artigo substantiva qualquer classe gramatical e atribui ao substantivo especificação de gênero e/ou
número. Em alguns casos, apenas cumprem expressar se a palavra é feminina ou masculina.

Quanto aos artigos, são classificados em definidos ou indefinidos. Podem ser contraídos com
algumas preposições.

Exemplos: o, a, os, as, um, uma, uns, umas.

Os artigos devem concordar em gênero (masculino e feminino) e número (singular e plural) com o
substantivo. Como acontece em:

• A dança – As danças;
• O menino – Os meninos.

Assim, os artigos podem se combinar com preposições, apresentando diversas combinações.

ao/aos (a + o/os); à/às (a + a/as); do/dos (de + o/os); na/nas (em + a/as); no/nos (em + o/os); num/nuns
(em + um/uns); numa/numas (em + um/uns); dum/duns (de + um/uns); duma/dumas (de + uma/umas)

• ARTIGOS DEFINIDOS: O, A, OS AS

São variáveis em gênero e número. Possuem a função de acompanhar um ser específico de modo
objetivo. Determinam o substantivo comum ao isolar o mesmo dos demais.

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SEMANA 01/12

o MASCULINO – O, OS (PLURAL)
o FEMININO – A, AS (PLURAL)

ATENÇÃO!
- O artigo definido não pode ser utilizado em vocativos, exclamações e datas;
- Não é utilizado antes de pronomes de tratamento (Vossa Alteza, Vossa Majestade, Vossa
Excelência, Vossa Senhora, etc);
- É utilizado antes de nomes próprios de países, rios, oceanos e montanhas. Ex. A Inglaterra; O Tigre (rio);
O Everest.

• ARTIGOS INDEFINIDOS: UM, UMA, UNS, UMAS

Determinam a palavra que acompanham (pessoa, objeto ou lugar) de maneira vaga, indeterminada.

o MASCULINO - UM, UNS (PLURAL)


o FEMININO - UMA, UMAS (PLURAL)

Sobre o artigo indefinido “UM”, possui o poder de dar sentido de ÊNFASE. Sendo assim, reforça alguma ideia
exposta na frase. Por exemplo:

- Este corte de cabelo está com um acabamento perfeito.

Já quando aparece antes de numeral, o artigo indefinido pode traz a ideia de aproximação.

- Ela recebeu uns 50 reais pelo produto vendido.

1.4.1 Artigos e preposições

É possível que os artigos combinem com preposições.

o a/aos (a + o/os) Ex.: O missal foi entregue aos presentes.


o do/dos (de + o/os) Ex.: Esta era a casa dos nossos amigos.
o na/nas (em + a/as) Ex.: A carteira está na gaveta.
o num/nuns (em + um/uns) Ex.: Semana que vem estarei num evento.

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SEMANA 01/12

ATENÇÃO!
Os artigos definidos conseguem transformar qualquer tipo de palavra em substantivo e, para isso,
não importa a sua classe gramatical. Os artigos concordam em gênero (masculino e feminino) e
número (singular e plural) com o substantivo.

1.5 Pronome

O pronome é a palavra que substitui o nome ou o grupo nominal, evitando sua repetição. Assim, é a
classe de palavras que acompanha ou substitui o substantivo.

São seis os tipos de pronomes:

a) PESSOAL

1º pessoa: o ser que se manifesta (fala) no processo comunicativo; pode ser o enunciador, o locutor ou
o emissor.
2º pessoa: o ser que recebe a mensagem e decodifica-a; sendo o receptor ou o interlocutor.
3º pessoa: o ser sobre o qual se fala no processo comunicativo.

o Reto – eu, tu, ele, ela, nós, vós, eles, elas;


o Oblíquo - me, mim, comigo, te, ti, contigo, se, si, consigo;

Os pronome ainda se subdividem em pronomes pessoais do caso reto e em pronomes oblíquos átonos e
tônicos.

⇒ CASO RETO: pronomes pessoais que sempre exercem função de sujeito da oração (nunca exercem função
de complemento).

1º pessoa do singular: EU
2º pessoa do singular: TU
3º pessoa do singular: ELE/ELA
1º pessoa do plural: NÓS
2º pessoa do plural: VÓS
3º pessoa do plural: ELES/ELAS

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SEMANA 01/12

Os pronomes retos jamais exercem função de objeto, sempre de sujeito!

⇒ OBLÍQUOS ÁTONOS: exercem função de complemento. São diferentes dos tônicos. Não se prendem ao
verbo pela colocação pronominal (próclise, mesóclise e ênclise).

1º pessoa do singular: ME
2º pessoa do singular: TE
3º pessoa do singular: SE/O/A/LHE
1º pessoa do plural: NOS
2º pessoa do plural: VOS
3º pessoa do plural: SE/OS/AS/LHES

⇒ OBLÍQUOS TÔNICOS: são utilizados como complementos, mas não podem ser confundidos com sujeito.

1º pessoa do singular: MIM


2º pessoa do singular: TI
3º pessoa do singular: SI/ELE/ELA
1º pessoa do plural: NOS
2º pessoa do plural: VOS
3º pessoa do plural: SI/ELE/ELA

PRONOMES PESSOAIS DE TRATAMENTO:

PRONOME ABREVIATURAS UTILIZAÇÃO

Singular Plural

Senhor(es) e Senhora(s) sr. e sra. srs. e sras. Tratamento formal.

Você(s) v. v. Tratamento informal.

Príncipes e princesas, duques e


Vossa(s) Alteza(s) V.A. VV. AA.
duquesas.

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SEMANA 01/12

PRONOME ABREVIATURAS UTILIZAÇÃO

V. Emas., V.
V. Ema., V. Em.a
Vossa(s) Eminência(s) Em.as ou V. Cardeais.
ou V. Em.a
Em.as

Altas autoridades: Presidente da


V. Ex.as ou V.
Vossa(s) Excelência(s) V. Ex.a ou V. Ex.a República, ministros, deputados,
Ex.as
embaixadores.

Vossa Excelentíssima
V. Ex.a Rev.ma V. Ex.as Rev.mas Bispos e arcebispos.
Reverendíssima

V. Mag.a. ou V. V. Mag.as ou V.
Vossa(s) Magnificência(s) Reitores de universidades.
Mag.a Mag.as

Reis e rainhas, imperadores e


Vossa(s)Majestade(s) V. M. VV. MM.
imperatrizes.

Sacerdotes e outras autoridades


Vossa Reverência V. Rev.a V. Rev.as
religiosas do mesmo nível.

V. Revma., V. V. Revma., V.
Vossa(s) Sacerdotes e outras autoridades
Rev.ma ou V. Rev.mas ou
Reverendíssima(s) religiosas do mesmo nível.
Rev.ma Rev.mas

Vossa Santidade V. S. - Papa.

Oficiais, funcionários graduados e


Vossa(s) Senhoria(s) V. S.a ou V.S.a V. S.as ou V.S.as
tratamento comercial.

Seguem os títulos ou qualidades das pessoas, como idade, cargo ocupado, profissão, gênero, etc.
Podem ser sintetizados em:

b) POSSESSIVO

Indicam posse em relação às pessoas do discurso. Concordam em gênero e número com a coisa possuída.

Número Pessoa Pronomes Possessivos


Singular Primeira meu, minha, meus, minhas
Segunda teu, tua, teus, tuas

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SEMANA 01/12

Terceira seu, sua, seus, suas


Plural Primeira nosso, nossa, nossos, nossas
Segunda vosso, vossa, vossos, vossas
Terceira seu, sua, seus, suas

c) DEMONSTRATIVO

Apontam a relação de distância (de lugar ou de tempo) entre o nome ao qual se referem e as pessoas do
discurso. Indicam, assim, a posição daquilo a que se referem.

o ESTE/ESTA: junto de quem fala;


o ESSE/ESSA: perto a quem se fala;
o AQUELE/AQUELA: longe de quem fala.

PRIMEIRA PESSOA Este, estes, esta, estas, isto


SEGUNDA PESSOA Esse, esses, essa, essas, isso
TERCEIRA PESSOA Aquele, aqueles, aquela, aquelas, aquilo

• ESTE, ESTA

o Tempo: presente;
o Espaço: perto do falante;
o Texto: anuncia o que ainda será mencionado.

Exemplos:
Este livro (aqui);
Esta mesa (aqui);
Estes livros (aqui);
Estas mesas (aqui).

• ESSE, ESSA

o Tempo: passado recente;


o Espaço: perto do ouvinte;
o Texto: retoma algo anteriormente mencionado.

Exemplos:

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SEMANA 01/12

Esse livro ai (com você);


Essa mesa ai (com você);
Esses livros ai (com você);
Essas mesas ai (com você).

• AQUELE, AQUELA

o Tempo: passado ou futuro distante;


o Espaço: longe do falante;
o Texto: antecedente mais distante.

Exemplos:
Aquele livro (ali, lá)
Aquela mesa (ali, lá)
Aqueles livros (ali, lá)
Aquelas mesas (ali, lá)

ATENÇÃO! SÃO INVARIÁVEIS: ISTO, ISSO E AQUILO. Os demais são VARIÁVEIS.

d) INDEFINIDO

Os pronomes indefinidos se referem à terceira pessoa do discurso, atribuindo-lhe um sentido vago e


indeterminado.

PRONOMES INDEFINIDOS

VARIÁVEIS INVARIÁVEIS

algum, nenhum, todo, outro, muito, pouco, certo, vários, alguém, ninguém, tudo, outrem, nada,
tanto, quanto, qualquer. quem, cada, algo.

Exemplos:
- Ninguém apareceu ontem.
- Todos estão aguardando o resultado.
- Algumas alunas passaram no concurso.

e) INTERROGATIVO

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SEMANA 01/12

São utilizados na formulação de perguntas diretas ou indiretas, referindo-se à terceira pessoa do


discurso.

Classificação Pronomes Interrogativos

Variáveis qual, quais, quanto, quantos, quanta, quantas.

Invariáveis quem, que.

Exemplos:
- Quanto custa a entrada?
- Quais livros você irá comprar?
- Quem estava com ela no show?

f) RELATIVO

O pronome relativo substitui um termo da oração anterior e estabelece relação entre duas orações.
Assim, substitui um nome já mencionado (antecedente) com o qual se relaciona.

Exemplo: Nós conhecemos o professor. O professor foi promovido. Nós conhecemos o professor que foi
promovido.

O que, no exemplo exposto, está substituindo o termo professor (relacionando a segunda oração com a
primeira).

PRONOMES RELATIVOS

Invariáveis Variáveis

que o qual, os quais, a qual, as quais

quem cujo, cujos, cuja, cujas

quando quanto, quantos, quantas

como

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AGENTE E ESCRIVÃO DE POLÍCIA

SEMANA 01/12

onde

1. QUE, O QUAL, OS QUAIS, A QUAL, AS QUAIS

• Os temas sobre os quais falamos irão cair na prova.

2. QUEM, CUJO, CUJOS, CUJA, CUJAS

• Ele é meu professor, a quem muito admiro.

3. QUANDO, QUANTO, QUANTOS, QUANTAS

• Farei tantos comentários quanto forem necessários.

4. COMO

• Não gosto da maneira como ele dirige o curso.

5. ONDE

6. O lugar onde comprei esta bolsa já não funciona mais.

1.6 Verbo

É o nome dado à classe gramatical que designa uma AÇÃO. São categorias de flexão dos verbos:
NÚMERO, PESSOA, MODO E TEMPO.
Os verbos podem indicar ação, estado, fenômeno da natureza, ocorrência e desejo. A estrutura de
composição dos verbos aparece da seguinte forma:

Radical, vogal temática e desinências (modo-temporal e número-pessoal).

273
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SEMANA 01/12

1.6.1 Estrutura do verbo

Morfologicamente, o verbo apresenta os seguintes elementos:

1. RADICAL: sua base, contendo o sentido que o verbo carrega. Para identificar essa parte, é
necessário retirar as terminações –ar, –er ou –ir do infinitivo. Cantar, escrever, dividir.

• escrever: escrev = radical


• trabalhar: trabalh = radical
• cantar: cant = radical

2. VOGAL TEMÁTICA: é a vogal que se junta ao radical. Tem como função indicar a qual conjugação
o verbo pertence. Assim, se junta ao radical, preparando-o para receber as desinências. Nos
verbos, distinguem-se três vogais temáticas: A, E e I. Falar, comer, partir, começa, aprende.

Exemplo: partir (part - radical); i (vogal temática); r (desinência do infinitivo)

3. DESINÊNCIAS VERBAIS: morfemas que, com os verbos, indicam sua flexão em número (singular
e plural), em pessoa (1ª, 2ª ou 3ª pessoa gramatical), em modo (indicativo, subjuntivo e
imperativo) e tempo (passado, presente e futuro). Podem ser de dois tipos:

a) DESINÊNCIA MODO-TEMPORAL: começávamos


b) DESINÊNCIA NÚMERO-PESSOAL: aprenderíamos

1.6.2 Flexões do verbo

O verbo é a classe gramatical com mais flexões, sendo elas: número, pessoa, modo e tempo.

a) Número: o verbo varia em singular e plural para concordar com o sujeito.


– O carro está sujo. (singular)
– Os carros estão sujos. (plural)

b) Pessoa: o verbo varia em primeira, segunda e terceira pessoa do discurso; assim, indica o emissor, o
receptor e o referente.

SINGULAR
1ª pessoa – Eu como.

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SEMANA 01/12

2ª pessoa – Tu comes.
3ª pessoa – Ele(a) come.
PLURAL
1ª pessoa – Nós comemos.
2ª pessoa – Vós comeis.
3ª pessoa – Eles(as) comem.

c) Modo: o verbo se conjuga no indicativo, no subjuntivo e no imperativo.


1.6.3 Classificação dos verbos

a) Regulares: apresentam o mesmo radical em todos os tempos e modos. As desinências seguem um


paradigma nas três conjugações (-ar, -er, -ir).

• eu vendo, tu vendes, ele vende…

b) Irregulares: o radical e/ou as desinências se alteram; logo, não seguem o paradigma da conjugação.

• Querer: radical quer-


• eu quis, tu quiseste, ele quis…

c) Anômalos: possuem mais de um radical diferente. É o caso dos verbos ser e ir (somente eles).

• eu sou, tu és… eu fui…eu era… (que) eu seja… (se) eu fosse…

1.7 Advérbio

Os advérbios podem expressar ideias tempo, intensidade, lugar, modo, afirmação, negação ou
dúvida. Assim, a função do advérbio é a de modificar o verbo, adjetivo ou até mesmo outro advérbio. Pode,
nessa lógica, modificar o seu sentido. Suas palavras são invariáveis e, sendo assim, não podem ser flexionadas
em gênero (masculino/feminino), número (singular/plural) ou grau (aumentativo/ diminutivo).
Os advérbios aparecem no início, meio ou no fim das orações como adjunto adverbial.

ATENÇÃO!
Há exceção apenas em relação aos advérbios de intensidade, que são modificados quanto ao grau.

a) ADVÉRBIO DE LUGAR

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SEMANA 01/12

São palavras que apontam uma localização, posição ou direção.

• O restaurante está dentro da galeria.


• Estou morando longe da orla.

Aqui; antes; dentro; ali; adiante; fora; acolá; atrás; além; lá; detrás; aquém; cá; acima; onde; perto; aí; abaixo;
aonde; longe; debaixo; algures (em algum lugar), alhures (em outro lugar), nenhures (em nenhum lugar), etc.

b) ADVÉRBIO DE TEMPO

Servem para indicar o período temporal da ação.

• Costumo acordar cedo.


• É tarde demais para ir ao cinema.

Hoje; logo; primeiro; ontem; tarde; outrora; amanhã; cedo; dantes; depois; ainda; antigamente; atualmente;
antes; doravante; nunca; então; ora; jamais; agora; sempre; já; enfim; de tempos em tempos; etc.

c) ADVÉRBIO DE MODO

Explica de que maneira a ação foi realizada.

• Estudei para a prova às pressas;


• Liguei para ele às escondidas.

Bem; mal; melhor; pior; assim; aliás; depressa; devagar; como; sobretudo; quase; assim; ao léu; às claras; às
pressas; à toa; à vontade; às escondidas; aos poucos; desse jeito; desse modo; etc.

d) ADVÉRBIO DE INTENSIDADE

Exemplificam a potência de determinada ação ou qualidade.

• Ele gosta muito de caminhar;


• A aluna era bastante pontual.

Muito; pouco; mais; menos; demais; demasiado; quanto; quão; tanto; tão; assaz; tudo; nada; todo; bastante;
quase; etc.

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e) ADVÉRBIO DE DÚVIDA

Tem a função de demonstrar incerteza.

• Talvez ela não passe na prova;


• Provavelmente irei estudar mais no sábado.

Acaso; porventura; possivelmente; eventualmente; provavelmente; quiçá; talvez, por certo, quem sabe; etc.

f) ADVÉRBIO DE AFIRMAÇÃO

Afirmam, completam ou atestam alguma situação.

• Sua resposta foi avaliada negativamente;


• Matheus certamente terá um futuro brilhante.

Sim; certo; certamente; realmente; decerto; efetivamente; decididamente; efetivamente; realmente; sem
dúvida; etc.

g) ADVÉRBIO DE NEGAÇÃO

Intensifica o sentido de negação atribuído a algo.

• Nunca conheci Porto Alegre;


• Ele jamais aceitaria o empréstimo.

Não; nem; nunca; jamais; de jeito nenhum; de maneira alguma; de modo algum; tampouco.

CLASSIFICAÇÃO EXEMPLOS

Advérbios demonstrativos Aqui, então, agora, aí, etc.

Advérbios relativos Onde, como, quando, etc.

Advérbios interrogativos Quando?, onde?, como?

CLASSIFICAÇÃO EXEMPLOS

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SEMANA 01/12

Advérbios de
Sim, certamente, efetivamente, realmente, etc.
afirmação

Advérbios de dúvida Acaso, porventura, possivelmente, provavelmente, quiçá, talvez, etc.

Advérbios de Assaz, bastante, bem, demais, mais, menos, muito, pouco, quanto, quão, quase,
intensidade tanto, tão, etc.

Abaixo, acima, adiante, aí, além, ali, aquém, aqui, atrás, através, cá, defronte,
Advérbios de lugar
dentro, detrás, fora, junto, lá, longe, onde, perto, etc.

Assim, bem, debalde, depressa, devagar, mal, melhor, pior; e quase todos
Advérbios de modo
terminados em -mente: fielmente, levemente, etc.

Advérbios de
Não, tampouco (=também não)
negação

Agora, ainda, amanhã, anteontem, antes, breve, cedo, depois, então, hoje, já,
Advérbios de tempo
jamais, logo, nunca, ontem, outrora, sempre, tarde, etc.

1.7.1 Locução adverbial

Ocorre quando duas ou mais palavras atuam como advérbio, transformando o sentido do verbo,
adjetivo ou advérbio.
Alguns exemplos:

• Preposição + substantivo: de novo


• Preposição + adjetivo: em breve
• Preposição + advérbio: por ali

- Você pode me ajudar com a prova de novo? (de novo = novamente)


- Em breve estarei aprovada. (em breve = brevemente)

• LOCUÇÃO ADVERBIAL DE TEMPO: em breve, logo mais, à tarde, à noite, pela manhã, por vezes, de
tempos em tempos etc.
• LOCUÇÃO ADVERBIAL DE LUGAR: em cima, por perto, ao lado, à direita, à esquerda, para dentro,
para fora etc.
• LOCUÇÃO ADVERBIAL DE AFIRMAÇÃO: por certo, sem dúvida, com certeza, na verdade, de fato etc.
• LOCUÇÃO ADVERBIAL DE NEGAÇÃO: de forma alguma, de modo algum, de maneira nenhuma etc.

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SEMANA 01/12

• LOCUÇÃO ADVERBIAL DE MODO: às pressas, ao contrário, em silêncio, de cor, às claras, à toa, em


geral etc.
• LOCUÇÃO ADVERBIAL DE QUANTIDADE: de muito, de pouco, de todo, em excesso etc.

ATENÇÃO! As locuções adverbiais são formadas por duas ou mais palavras. Assim, “de novo”, “de repente”
e “com certeza” são escritas separadamente.

1.8 Preposição

São palavras variáveis que conectam dois ou mais termos da oração. Nessa ligação, um termo fica
subordinado ao outro. A palavra que precisa da utilização da preposição é chamada de antecedente ou
regente; a palavra introduzida é consequente ou regida. As preposições são: preposições essenciais,
preposições acidentais e locuções prepositivas.

• Entreguei o documento a ele.


• A biblioteca é aberta após as 18h.
• Isto é para Camila.

a) Preposições essenciais são palavras que funcionam apenas como preposição.

A, em, de, até, com, após, ante, contra, desde, entre, para, por, perante, sem, sob, sobre, trás.

b) Preposições acidentais apresentam uma conjunção com função de preposição ou quando duas ou
mais palavras funcionam como preposição.

Mas, afora, como, conforme, consoante, durante, exceto, feito, fora, mediante, menos, salvo, segundo,
senão, tirante, visto, etc.

c) Locuções prepositivas: duas duas ou mais palavras sendo a última com o valor de uma preposição.

Abaixo de, acima de, a fim de, acerca de, além de, ao invés de antes de, ao lado de, a par de, apesar de,
atrás de, a respeito de, através de, de acordo com, debaixo de, de cima de, dentro de, depois de, diante
de, em frente de, em lugar de, em vez de, graças a, perto de, por causa de, por entre, etc.

1.9 Conjunção

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SEMANA 01/12

É a palavra responsável por ligar dois termos ou duas orações de mesmo valor gramatical. As
conjunções são classificadas em coordenativas (aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas e
explicativas) e subordinativas (integrantes, causais, comparativas, concessivas, condicionais, conformativas,
consecutivas, temporais, finais e proporcionais).

ATENÇÃO! As conjunções são invariáveis, não sendo flexionadas em gênero e número.

a) CONJUNÇÕES COORDENATIVAS OU COORDENADAS: estabelecem uma ligação entre as orações


coordenadas que não dependem sintaticamente das outras.

• Conjunções aditivas - expressam soma;


• Conjunções adversativas - expressam oposição;
• Conjunções alternativas - expressam alternância;
• Conjunções conclusivas - expressam conclusão;
• Conjunções explicativas - expressam explicação.

TIPOS CONJUNÇÕES EXEMPLOS

Gosta de MPB, mas também de


ADITIVAS e, mas ainda, mas também, nem...
rock.

contudo, entretanto, mas, não obstante, no Acordou cedo, no entanto chegou


ADVERSATIVAS
entanto, porém, todavia... atrasada.

ALTERNATIVAS já…, já…, ou, ou…, ou…, ora…, ora…, quer…, quer… Não queria ir ou fingia não querer.

assim, então, logo, pois (depois do verbo), por Estudo todos os dias, logo sou
CONCLUSIVAS
conseguinte, por isso, portanto... muito regrada.

Passei no concurso porque sou


EXPLICATIVAS pois (antes do verbo), porquanto, porque, que...
uma boa estudante.

b) CONJUNÇÕES SUBORDINATIVAS: termos que ligam duas orações sintaticamente dependentes.


Dividem-se em: causais, concessivas, condicionais, comparativas, finais, proporcionais,
temporais, comparativas, consecutivas e integrantes.

TIPOS CONJUNÇÕES EXEMPLOS

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SEMANA 01/12

Porque, pois, porquanto, como (no sentido de porque),


Estava bem porque tomei
CAUSAIS pois que, por isso que, á que, uma vez que, visto que,
o remédio.
visto como, que

Embora, conquanto, ainda que, mesmo que, posto que, Embora ficasse nervosa,
CONCESSIVAS
bem que, se bem que, apesar de que, nem que, que. sempre parecia serena.

Se, caso, quando, conquanto que, salvo se, sem que, Se tivesse aqui, não a
CONDICIONAIS
dado que, desde que, a menos que, a não ser que. reconheceria.

Conforme o jornal
Conforme, como (no sentido de conforme), segundo,
CONFORMATIVAS informou, amanhã será
consoante.
um dia chuvoso.

É tarde para que estude


FINAIS Para que, a fim de que, porque (no sentido de que), que.
agora.

À medida que, ao passo que, à proporção que, enquanto,


quanto mais... (no sentido de mais), quanto mais... (no
Não gostava de
sentido de tanto mais), quanto mais... (no sentido de
PROPORCIONAIS Maria, quanto mais de
menos), quanto menos... (no sentido de menos), quanto
Carla.
menos... (no sentido de tanto menos), quanto menos (no
sentido de mais), quanto menos (tanto mais).

Quando, antes que, depois que, até que, logo que, Terminou o noivado assim
TEMPORAIS sempre que, assim que, desde que, todas as vezes que, que soube do
cada vez que, apenas, mal, que (desde que). acontecimento.

Que, do que (usado depois de mais, menos, maior, As ideias


COMPARATIVAS menor, melhor, pior) chegavam como uma
Qual (usado depois de tal) tartaruga.

Que (precedido de tão, tal, tanto), De modo que, De Ela é tão chata que eu não
CONSECUTIVAS
maneira que a tolero.

INTEGRANTES que e se. A verdade é que te amo.

c) LOCUÇÃO CONJUNTIVA: quando duas ou mais palavras exercem a função de conjunção. A maior
parte das locuções conjuntivas terminam em que.

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EXEMPLOS DE LOCUÇÕES CONJUNTIVAS: visto que; dado que; posto que; sem que; até que; antes que; já
que; desde que; ainda que; por mais que; à medida que; à proporção que; logo que; a fim de que; se bem
que; contanto que.

DICA! Da mesma forma que as conjunções, as locuções conjuntivas também são classificadas em
coordenativas (aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas, explicativas) e subordinativas (adverbiais:
causais, comparativas, concessivas, condicionais, conformativas, consecutivas, finais, proporcionais,
temporais).

1. Locuções conjuntivas coordenativas

TIPOS DE LOCUÇÕES CONJUNTIVAS EXEMPLOS DE LOCUÇÕES CONJUNTIVAS

bem como;
como também;
não só... mas também;
Aditivas não só... como também;
(transmitem uma ideia de adição) não só... mas ainda;
não somente… mas também;
não somente… como também;
não somente… mas ainda.

no entanto;
não obstante;
Adversativas
ainda assim;
(transmitem uma ideia de oposição)
apesar disso;
mesmo assim.

ou...ou;
já…já;
Alternativas
ora...ora;
(transmitem uma ideia de alternância)
quer...quer;
seja...seja.

por isso;
Conclusivas
por conseguinte;
(transmitem uma ideia de conclusão)
por consequência;

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SEMANA 01/12

TIPOS DE LOCUÇÕES CONJUNTIVAS EXEMPLOS DE LOCUÇÕES CONJUNTIVAS

de modo que;
desse modo.

já que;
visto que;
dado que;
Explicativas uma vez que;
(transmitem uma ideia de explicação) isto é;
ou seja;
na verdade;
a saber.

2. Locuções conjuntivas subordinativas

EXEMPLOS DE LOCUÇÕES
TIPOS DE LOCUÇÕES CONJUNTIVAS
CONJUNTIVAS

visto que;
uma vez que
Adverbiais causais
já que;
(apresentam a causa do acontecimento principal)
pois que;
desde que.

assim como;
Adverbiais comparativas
tanto como.
(apresentam uma comparação com o acontecimento principal)

ainda que;
Adverbiais concessivas mesmo que;
(apresentam uma ideia de contraste e contradição do se bem que;
acontecimento principal) posto que;
apesar de que.

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SEMANA 01/12

EXEMPLOS DE LOCUÇÕES
TIPOS DE LOCUÇÕES CONJUNTIVAS
CONJUNTIVAS

salvo se;
desde que;
Adverbiais condicionais
dado que;
(apresentam uma condição para a realização ou não do
exceto se;
acontecimento principal)
contando que;
uma vez que.

Adverbiais conformativas de acordo com que;


(apresentam uma ideia de conformidade em relação ao em consonância com que.
acontecimento principal)

tanto que;
tão que;
tal que;
tamanho que;
Adverbiais consecutivas
de forma que;
(apresentam a consequência do acontecimento principal)
de modo que;
de sorte que;
de tal forma que;
de tal maneira que.

a fim de que;
Adverbiais finais
para que.
(apresentam o fim ou finalidade do acontecimento principal)

à proporção que;
Adverbiais proporcionais
à medida que;
(apresentam uma ideia de proporcionalidade com o
ao passo que.
acontecimento principal)

Adverbiais temporais agora que;


(apresentam uma circunstância de tempo ao acontecimento logo que;
principal) desde que;

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EXEMPLOS DE LOCUÇÕES
TIPOS DE LOCUÇÕES CONJUNTIVAS
CONJUNTIVAS

assim que;
tanto que;
antes que;
primeiro que;
depois que;
até que.

A diferença entre conjunção e locução conjuntiva aparece na sua formação. Palavra simples: conjunção; o
conjunto de duas ou três palavras: locução.

1.10 Interjeição

Serve para exprimir, de modo enérgico, um sentimento, uma emoção, uma ordem, etc. Demonstra
espanto, dor, animação, alívio, advertência, desejo, alegria, silêncio, impaciência, aplauso, etc.
É uma palavra invariável que possui como função transmitir emoções. O valor de cada interjeição irá
depender conforme o contexto e a atitude do falante.

• Ah! Não consegui passar no concurso – Desapontamento.


• Ah! Que bela história – Admiração.

INTERJEIÇÕES DE
Oh!, Ah!, Oba!, Viva!, Opa!, Eta!, Eita!, Eh!,…
ALEGRIA

INTERJEIÇÕES DE
Vamos!, Força!, Coragem!, Ânimo!, Adiante!, Avante!, Eia!, Força!,…
ESTÍMULO

INTERJEIÇÕES DE
Apoiado!, Boa!, Bravo!, Parabéns!, Ótimo!, Isso!,…
APROVAÇÃO

INTERJEIÇÕES DE
Oh!, Tomara!,...
DESEJO

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SEMANA 01/12

INTERJEIÇÕES DE
Ai!, Ui!, Ah!, Oh!,…
DOR

INTERJEIÇÕES DE
Nossa!, Cruz!, Caramba!, Opa!, Virgem!, Vixe!, Oh!, Puxa!, Quê!, Ué!,...
SURPRESA

INTERJEIÇÕES DE
Diabo!, Puxa!, Pô!, Raios!, Ora!,...
IMPACIÊNCIA

INTERJEIÇÕES DE
Psiu!, Silêncio!, Shh!, Basta!, Chega!,…
SILÊNCIO

INTERJEIÇÕES DE
Uf!, Ufa! Ah!, Puxa!,…
ALÍVIO

INTERJEIÇÕES DE
Credo!, Cruzes!, Uh!, Ui!, Oh!, Jesus!, Ai!,…
MEDO

INTERJEIÇÕES DE
Cuidado!, Atenção!, Olha!, Alerta!, Sentido!, Fogo!, Calma!,…
ADVERTÊNCIA

INTERJEIÇÕES DE
Claro!, Tá!, Hã-hã!, Certo!, Ótimo!, Perfeito!,…
CONCORDÂNCIA

INTERJEIÇÕES DE
Credo!, Francamente!, Xi!, Chega!, Basta!, Ora!, Droga!, Porcaria!, Bah!,…
DESAPROVAÇÃO

INTERJEIÇÕES DE
Hum!, Epa!, Ora!, Qual!, Ué!,…
INCREDULIDADE

INTERJEIÇÕES DE
Socorro!, Aqui!, Piedade!, Ajuda!, Acuda!,…
SOCORRO

INTERJEIÇÕES DE
Olá!, Alô!, Ei!, Tchau!, Adeus!, Até!, Inté!, Salve!, Ave!, Viva!,…
CUMPRIMENTOS

INTERJEIÇÕES DE
Rua!, Xô!, Fora!, Passa!, Sai!, Arreda!,…
AFASTAMENTO

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SEMANA 01/12

INTERJEIÇÕES DE
Obrigado!, Grato!, Valeu!,…
AGRADECIMENTO

INTERJEIÇÕES DE
Perdão!, Opa!, Desculpa!,…
DESCULPA

1.10.11 Locução Interjetiva

São duas ou mais palavras que, juntas, desempenham o papel de interjeição.

Puxa vida! Quem me dera! Cruz credo! Virgem Maria! Virgem Santa! Valha-me Deus! Muito bem! Minha
nossa!

287
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SEMANA 01/12

QUESTÕES PROPOSTAS

1 - 2022 - FGV - PC-RJ - FGV - 2022 - PC-RJ - Investigador Policial de 3ª Classe

Todas as frases abaixo mostram locuções adverbiais sublinhadas; a frase em que a locução destacada foi
substituída de forma adequada é:

A-Nenhum banco morre de repente / repentinamente;


B-As mudanças nunca ocorrem sem inconvenientes, até mesmo do pior para o melhor / complexamente;
C-Repreende o amigo em segredo e elogia-o em público / descaradamente;
D-Um homem muito lido nunca cita com precisão / necessariamente;
E-O sol se põe de novo a cada noite / repetidamente.

2 - 2022 - FGV - PC-RJ - FGV - 2022 - PC-RJ - Investigador Policial de 3ª Classe

“O grande mal do Brasil tem sido o crime sem castigo. O que reduz a criminalidade é a certeza da punição.”

Todas as frases abaixo são construídas por dois segmentos, com algum tipo de pontuação entre eles; a
substituição adequada dessa pontuação por uma conjunção, de modo a preservar o sentido da frase, é:

A-Deus fez o campo. O homem fez a cidade / portanto;


B-A natureza não se engana nunca; somos nós que nos enganamos / no entanto;
C-A felicidade consiste em ser feliz. Não consiste em fazer crer aos demais que o somos / pois;
D-Sucesso é conseguir o que você quer. Felicidade é gostar do que você conseguiu / embora;
E-Milhares de velas podem ser acesas de uma única vela e a vida da vela não será encurtada. Felicidade nunca
diminui ao ser compartilhada / assim como.

3 - 2022 - FGV - PC-RJ - FGV - 2022 - PC-RJ - Investigador Policial de 3ª Classe

Um antigo ministro brasileiro declarou certa vez: “O grande mal do Brasil tem sido o crime sem castigo. O
que reduz a criminalidade é a certeza da punição”.

Nessa frase, a locução “sem castigo” pode ser adequadamente substituída por “impune”; a frase abaixo em
que uma substituição de uma locução por um adjetivo foi feita de forma adequada é:

A-O melhor equipamento de segurança já inventado foi um espelho retrovisor com um carro de polícia
refletido nele / seguro;
B-Cadeia é castigo e não colônia de férias / festiva;
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SEMANA 01/12

C-Não é permitido fazer em nome de outro o que não podemos fazer em nosso nome / alheio;
D-Um diamante é um pedaço de carvão que se saiu bem sob pressão / carbonizado;
E-A noite é a mãe dos pensamentos / pensativa.

4 - 2022 - FGV - PC-RJ - FGV - 2022 - PC-RJ - Investigador Policial de 3ª Classe

“Uma investigação complexa da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) que durou 16 meses resultou na prisão
do homem apontado como o maior traficante de cocaína da capital, Wesley do Espírito Santo, vulgo
Macarrão, de 42 anos. Além disso, rendeu também a desarticulação de uma quadrilha especializada em
abastecer o DF com uma das drogas mais caras, a escama de peixe, variedade mais valiosa e refinada, em
2013. O Correio revelou, com exclusividade, como funcionava o esquema criminoso comandado pelo
traficante, condenado à pena mais alta da história de Brasília e executado enquanto trabalhava, em
Taguatinga. Na reportagem deste domingo (31/10), a atuação de cada um dos envolvidos é detalhada”
(Adaptado. Correio Braziliense, 2/12/2021).

“Uma investigação complexa da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) que durou 16 meses resultou na prisão
do homem apontado como o maior traficante de cocaína da capital, Wesley do Espírito Santo, vulgo
Macarrão, de 42 anos.”

Nesse segmento do texto 3, o adjetivo sublinhado tem a função de:

A-valorizar, indiretamente, o trabalho da polícia;


B-justificar o pouco tempo dedicado à investigação;
C-mostrar o preparo intelectual dos agentes policiais;
D-indicar uma opinião do jornal sobre a prisão realizada;
E-informar a população sobre o trabalho diário da polícia.

5 - 2022 - FGV - PC-RJ - FGV - 2022 - PC-RJ - Investigador Policial de 3ª Classe

“Investigação é o ato ou efeito de investigar, busca, pesquisa. Ou seja, investigação criminal pode ser definida
como a atividade preliminar de produzir e colher elementos de convicção acerca da materialidade, de autoria
ou participação referente a um fato tido como criminoso” (Jus.com.br).
“Investigação é o ato ou efeito de investigar, busca, pesquisa. Ou seja, investigação criminal pode ser definida
como a atividade preliminar de produzir e colher elementos de convicção...”; esse segmento do texto 1 traz
dois infinitivos sublinhados.

A substituição adequada desses verbos pelos substantivos cognatos a eles correspondentes é:

289
RETA FINAL PCGO

AGENTE E ESCRIVÃO DE POLÍCIA

SEMANA 01/12

A-atividade preliminar de produção e colhida de elementos;


B-atividade preliminar de produção e coleta de elementos;
C-atividade preliminar de produto e coleta de elementos;
D-atividade preliminar de produto e colheita de elementos;
E-atividade preliminar de produção e colheita de elementos.

6 - 2022 - FGV - PC-RJ - FGV - 2022 - PC-RJ - Investigador Policial de 3ª Classe

“Investigação é o ato ou efeito de investigar, busca, pesquisa. Ou seja, investigação criminal pode ser definida
como a atividade preliminar de produzir e colher elementos de convicção acerca da materialidade, de autoria
ou participação referente a um fato tido como criminoso” (Jus.com.br).

“Investigação é o ato ou efeito de investigar, busca, pesquisa. Ou seja, investigação criminal pode ser definida
como a atividade preliminar de produzir e colher elementos de convicção...”.

Nesse segmento do texto 1, há três ocorrências da preposição DE, sem que nenhuma delas seja solicitada
por um termo anterior.

A frase abaixo em que a preposição DE tem valor gramatical, ou seja, é uma exigência de um termo anterior,
é:

A-Não pedi a empresário nenhum que chegasse com malas DE dólares em minha casa;
B-Ninguém quer ser mulher DE malandro. O Brasil não precisa sofrer gol para depois marcar;
C-Tenho certeza DE que, no Brasil, mais jovens fumaram maconha do que gente comeu carne;
D-Os gerentes do banco, como diz o ditado, estão mais perdidos que cachorro em dia DE mudança;
E-Beijar a boca DE uma mulher bonita é fácil.

7 - 2021 - FGV - PC-RJ - FGV - 2021 - PC-RJ - Inspetor de Polícia Civil

Todas as frases abaixo se iniciam por um termo preposicionado; a frase modificada, de forma a suprimir esse
termo, que altera o sentido da frase original é:

A-Neste jornal há notícias apavorantes / Este jornal publica notícias apavorantes;


B-Em sua irritação, disse coisas inconvenientes / Sua irritação levou-o a dizer coisas inconvenientes;
C-Em suas cartas, revela-se toda a sua generosidade / Suas cartas comprovam toda a sua generosidade;
D-Numa gruta, achamos abrigo durante a tempestade / A gruta protegeu-nos durante a tempestade;
E-Nesta região, há cinco povoados importantes / Esta região compõe-se de cinco povoados importantes.

290
RETA FINAL PCGO

AGENTE E ESCRIVÃO DE POLÍCIA

SEMANA 01/12

8- 2021 - FGV - PC-RJ - FGV - 2021 - PC-RJ - Inspetor de Polícia Civil

Em todas as frases abaixo há uma expressão formada pelo advérbio não + forma verbal; a frase abaixo em
que a expressão destacada foi substituída por um só verbo de significado equivalente e adequado ao
contexto é:

A-Não aceitou o convite / Declinou do convite;


B-Não aceitou a minha ajuda / Ignorou a minha ajuda;
C-Não cumpriu o que manda a lei / Desprezou o que manda a lei;
D-Não aceitou as acusações / Combateu as acusações;
E-Não se entregou até o final da luta / Dedicou-se até o final da luta.

9 - 2021 - FGV - PC-RJ - FGV - 2021 - PC-RJ - Inspetor de Polícia Civil

Em todas as opções abaixo há uma sequência de adjetivos que expressam uma mesma ideia; a opção em que
esses adjetivos partem do menos para o mais intenso é:

A-amigo / companheiro / parceiro;


B-afastado / distante / remoto;
C-colérico / irado / raivoso;
D-sentimental / sensível / afetivo;
E-delicado / gentil / educado.

Texto para questões 10 e 11:

Violência no Brasil
A violência doméstica é um crime contra a infância. A violência urbana é um crime contra a adolescência,
que atinge principalmente meninos negros”, diferencia Florence Bauer, representante do Unicef no Brasil.
“Embora sejam fenômenos complementares e simultâneos, é crucial entendê-los, também, em suas
diferenças para desenhar políticas públicas efetivas de prevenção e resposta às violências”, acrescenta ela.
(Jornal Estado de Minas, 23 out. 2021, p. 9)

10 - 2021 - FUMARC - PC-MG - FUMARC - 2021 - PC-MG - Escrivão de Polícia I

Para a ocorrência de crase no sintagma: “e resposta às violências”?, a justificativa está INCORRETA em:

A-Antecede uma locução adverbial.


B-O termo regente pede a preposição “a”.
291
RETA FINAL PCGO

AGENTE E ESCRIVÃO DE POLÍCIA

SEMANA 01/12

C-O termo regido admite o artigo definido “a”


D-Precede uma palavra feminina.

11 - 2021 - FUMARC - PC-MG - FUMARC - 2021 - PC-MG - Escrivão de Polícia I

Na oração “Embora sejam fenômenos complementares e simultâneos, [...]”, a conjunção “embora” introduz,
no período, uma articulação

A-causal.
B-concessiva.
C-condicional.
D-proporcional.

12 - 2021 - CESPE / CEBRASPE - PC-AL Provas: CESPE / CEBRASPE - 2021 - PC-AL - Escrivão de Polícia - Prova
Anulada

O século XIX constituiu-se em marco fundamental para o desenvolvimento das instituições de


segurança pública, com as polícias buscando maior legitimidade e profissionalização. Como referência
ocidental, a Polícia Metropolitana da Inglaterra, fundada em 1829, mudou paradigmas, dando
preponderância ao papel preventivo de suas ações e foco à proteção da comunidade.
O consenso, em detrimento do poder de coerção, e a prevenção, em detrimento da repressão,
reforçaram a proximidade da polícia com a sociedade, com atenção integral ao cidadão. O modelo inglês
retirou as polícias do isolamento, apresentando-as à comunidade como importante parceira da segurança
pública e elemento fundamental para a redução da violência. Com isso, surgiu o conceito de uma organização
policial moderna, estatal e pública, em oposição ao controle e à subordinação política da polícia.
No Brasil, as primeiras iniciativas de implantação da polícia comunitária ocorreram com a
Constituição Federal de 1988 e a necessidade de uma nova concepção para as atividades policiais. Foram
adotadas estratégias de fortalecimento das relações das forças policiais com a comunidade, com destaque
para a conscientização sobre a importância do trabalho policial e sobre o valor da participação do cidadão
para a construção de um sistema que busca a melhoria da qualidade de vida de todos.
Brasil. Ministério da Justiça e Segurança Pública. Secretaria Nacional de Segurança Pública
(SENASP). Diretriz Nacional de Polícia Comunitária. Brasília – DF, 2019. p. 11-12 (com adaptações)

Com relação às ideias e aos aspectos linguísticos do texto anterior, julgue o item que se segue.

Sem prejuízo da correção gramatical do texto e das informações nele veiculadas, o trecho “relações das
forças policiais com a comunidade” (terceiro parágrafo) poderia ser substituído por relações entre as forças
policiais e a comunidade.
292
RETA FINAL PCGO

AGENTE E ESCRIVÃO DE POLÍCIA

SEMANA 01/12

Certo
Errado

Texto para as questões 13 e 14:

13 - 2021 - IDECAN - PC-CE - IDECAN - 2021 - PC-CE - Inspetor de Polícia Civil

Na grade dos cursos há, por exemplo, determinação para que os aspirantes tenham acesso a um módulo de
14 horas de aulas sobre diversidade étnico-racial. (linhas 28 a 30)
Assinale a alternativa em que o termo sublinhado no período acima esteja corretamente flexionado no plural.

A-étnicos-raciais
B-étnico-raciais
C-étnicorraciais
D-etnicorraciais
E-étnicos-racial

293
RETA FINAL PCGO

AGENTE E ESCRIVÃO DE POLÍCIA

SEMANA 01/12

14 - 2021 - IDECAN - PC-CE - IDECAN - 2021 - PC-CE - Inspetor de Polícia Civil

“A formação profissional está eivada de crenças, valores e preconceitos de um sistema de representação


sobre o que é polícia, o que é criminoso, o que é mulher, o que é o menor e o que é o negro”, aponta. (linhas
22 e 23)
Pela sequência sublinhada no período acima, os termos polícia, criminoso, mulher, menor e negro são,
respectivamente,

A-adjetivo, adjetivo, adjetivo, substantivo, substantivo.


B-adjetivo, adjetivo, adjetivo, adjetivo, adjetivo.
C-substantivo, substantivo, substantivo, adjetivo, adjetivo.
D-substantivo, substantivo, substantivo, substantivo, substantivo.
E-substantivo, adjetivo, substantivo, adjetivo, substantivo.

Texto para questões 15 e 16:

15 - 2021 - IDECAN - PC-CE - IDECAN - 2021 - PC-CE - Escrivão de Polícia Civil

294
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AGENTE E ESCRIVÃO DE POLÍCIA

SEMANA 01/12

Um grupo de pesquisadores sugere que a presença de metano nas quantidades observadas nas plumas de
água que são ejetadas da lua de Saturno não pode ser explicada por qualquer mecanismo conhecido, salvo
vida. (linhas 1 a 3)

A palavra sublinhada no período acima se classifica como

A-adjetivo.
B-substantivo.
C-partícula expletiva.
D-verbo.
E--palavra denotativa.

16 - 2021 - IDECAN - PC-CE - IDECAN - 2021 - PC-CE - Escrivão de Polícia Civil

Assinale a alternativa em que o termo indicado desempenhe, no texto, papel adjetivo.

A-Vênus (linha 5)
B-publicado (linha 8)
C-achados (linha 8)
D-metano (linha 9)
E-muitas (linha 12)

17 - 2021 - CESPE / CEBRASPE - PC-DF - CESPE / CEBRASPE - 2021 - PC-DF - Escrivão de Polícia da Carreira
de Polícia Civil do Distrito Federal

295
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AGENTE E ESCRIVÃO DE POLÍCIA

SEMANA 01/12

No que se refere aos sentidos e aos aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o próximo item.
No trecho “e previa o combate a crimes pequenos e a prevenção do vandalismo” (ℓ. 7 a 9), o “a”, em ambas
as ocorrências, classifica-se como preposição e seu emprego deve-se à presença da palavra “combate”.

Certo
Errado

18 - 2019 - INSTITUTO AOCP - PC-ES Provas: INSTITUTO AOCP - 2019 - PC-ES - Investigador

Dicas de Segurança: Em casa

• Em sua residência, ao atender um chamado, certifique-se de quem se trata, antes mesmo de atendê-lo. Em
caso de suspeita, chame a Polícia.

296
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AGENTE E ESCRIVÃO DE POLÍCIA

SEMANA 01/12

• À noite, ao chegar em casa, observe se há pessoas suspeitas próximas à residência. Caso haja suspeita, não
estacione; ligue para a polícia e aguarde a sua chegada.
• Não mantenha muito dinheiro em casa e nem armas e joias de muito valor.
• Quando for tirar cópias de suas chaves, escolha chaveiros que trabalhem longe de sua casa. Dê preferência
a profissionais estabelecidos e que tenham seus telefones no catálogo telefônico.
• Evite deixar seus filhos em casa de colegas e amigos sem a presença de um adulto responsável.
• Cuidado com pessoas estranhas que podem usar crianças e empregadas para obter informações sobre sua
rotina diária.
• Cheque sempre as referências de empregados domésticos (saiba o endereço de sua residência).
• Utilize trancas e fechaduras de qualidade para evitar acesso inoportuno. O uso de fechaduras auxiliares
dificulta o trabalho dos ladrões.
• Não deixe luzes acesas durante o dia. Isso significa que não há ninguém em casa.
• Quando possível, deixe alguma pessoa de sua confiança vigiando sua casa. Utilize, se necessário, seu
vizinho, solicitando-lhe que recolha suas correspondências e receba seus jornais quando inevitável.
• Ao viajar, suspenda a entrega de jornais e revistas.
• Não coloque cadeados do lado de fora do portão. Isso costuma ser um sinal de que o morador está viajando.
• Cheque a identidade de entregadores, técnicos de telefone ou de aparelhos elétricos.
• Insista com seus filhos: eles devem informar sempre onde estarão, se vão se atrasar ou se forem para a
casa de algum amigo. É muito importante dispor de todos os telefones onde é possível localizá-los.
• Verifique se as portas e janelas estão devidamente trancadas e jamais avise a estranhos que você não vai
estar em casa.

Adaptado de https:<//sesp.es.gov.br/em-casa>. Acesso em: 30/jan./2019.

Assinale a alternativa em que a palavra seja formada por prefixação.

A-Entregadores.
B-Estranhos.
C-Fechaduras.
D-Inoportuna.
E-Chaveiro.

Texto para questões 19 e 20:

Projetos e Ações: Papo de Responsa

297
RETA FINAL PCGO

AGENTE E ESCRIVÃO DE POLÍCIA

SEMANA 01/12

O Programa Papo de Responsa foi criado por policiais civis do Rio de Janeiro. Em 2013, a Polícia Civil
do Espírito Santo, por meio de policiais da Academia de Polícia (Acadepol) capixaba, conheceu o programa e,
em parceria com a polícia carioca, trouxe para o Estado.
O ‘Papo de Responsa’ é um programa de educação não formal que – por meio da palavra e de
atividades lúdicas – discute temas diversos como prevenção ao uso de drogas e a crimes na internet, bullying,
direitos humanos, cultura da paz e segurança pública, aproximando os policiais da comunidade e,
principalmente, dos adolescentes.
O projeto funciona em três etapas e as temáticas são repassadas pelo órgão que convida o Papo de
Responsa, como escolas, igrejas e associações, dependendo da demanda da comunidade. No primeiro ciclo,
denominado de “Papo é um Papo”, a equipe introduz o tema e inicia o processo de aproximação com os
alunos. Já na segunda etapa, os alunos são os protagonistas e produzem materiais, como músicas, poesias,
vídeos e colagens de fotos, mostrando a percepção deles sobre a problemática abordada. No último
processo, o “Papo no Chão”, os alunos e os policiais civis formam uma roda de conversa no chão e trocam
ideias relacionadas a frases, questões e músicas direcionadas sempre no tema proposto pela instituição. Por
fim, acontece um bate-papo com familiares dos alunos, para que os policiais entendam a percepção deles e
também como os adolescentes reagiram diante das novas informações.
Disponível em . Acesso em: 30/ jan./2019.

19- 2019 - INSTITUTO AOCP - PC-ES Provas: INSTITUTO AOCP - 2019 - PC-ES - Escrivão de Polícia

Dentre os processos existentes para formar novas palavras, verifica-se que o substantivo “responsa” é
formado por

A-derivação prefixal.
B-derivação parassintética.
C-redução.
D-hibridismo.
E-composição por aglutinação.

20 - 2019 - INSTITUTO AOCP - PC-ES Provas: INSTITUTO AOCP - 2019 - PC-ES - Escrivão de Polícia

No excerto “[...] aproximando os policiais da comunidade e, principalmente, dos adolescentes.”, a preposição


“da”, na expressão em destaque, indica

A-posse.
B-modo.
C-meio.
D-alvo.
298
RETA FINAL PCGO

AGENTE E ESCRIVÃO DE POLÍCIA

SEMANA 01/12

E-tempo.

Respostas16

16
1: A 2: E 3: C 4: A 5: B 6: C 7: E 8: A 9: B 10: A 11: B 12: C 13: B 14: D 15: E 16: E 17: E 18: D 19: C 20: D
299
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AGENTE E ESCRIVÃO DE POLÍCIA

SEMANA 01/12

META 5

DIREITO PENAL: NOÇÕES INICIAIS E PRINCÍPIOS

TODOS OS ARTIGOS RELACIONADOS AO TEMA

CF/88
⦁ Art. 5º, II
⦁ Art. 5º, XLI, XLII, XLIII, XLIV, XLV e XLVII
⦁ Art. 5º, XXXIX
⦁ Art. 5º, §3º
⦁ art. 7º, X
⦁ Art. 22, I e §único
⦁ art. 227, § 4º

CP
⦁ Art. 1º
⦁ Art. 59
⦁ Art. 71

OUTROS DIPLOMAS LEGAIS


⦁ Art. 8°, itens 2 e 5, CADH
⦁ Art. 8º, item 4 do Pacto de São José da Costa Rica

ARTIGOS MAIS IMPORTANTES – NÃO DEIXE DE LER!

⦁ Art. 5º, XLI, XLII, XLIII, XLIV, XLV e XLVII, CF/88


⦁ Art. 5º, XXXIX, CF/88
⦁ Art. 22, I e §único, CF/88
⦁ Art. 1º, CP

1. CONCEITO, CARACTERÍSTICAS, OBJETO, FUNÇÕES E DIVISÕES DO DIREITO PENAL

A) CONCEITO:
Conjunto de normas que objetiva definir os crimes, proibindo ou impondo condutas, sob
a ameaça de imposição de pena ou medida de segurança, e também a criar normas de aplicação
geral.

300
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AGENTE E ESCRIVÃO DE POLÍCIA

SEMANA 01/12

Segundo Cleber Masson (2017, p. 3) é “o conjunto de princípios e regras destinados a combater o


crime e a contravenção penal, mediante a imposição de sanção penal”.
Importa salientar que “sanção penal” é gênero, do qual são espécies as penas e as medidas de
segurança.
É um ramo do Direito Público, vez que suas normas são indisponíveis, impostas e dirigidas a todas as
pessoas.
Além disso, o Estado é o titular do direito de punir e por isso sempre figura como sujeito passivo das
infrações penais, ainda que de forma mediata.
Ainda sobre o conceito de direito penal:
a) Aspecto Formal: O direito penal é um conjunto de normas que qualifica certos
comportamentos humanos como infrações penais, define os seus agentes e fixa as sanções
as lhe serem aplicadas.
b) Aspecto Material: O Direito Penal refere-se a comportamentos considerados altamente
reprováveis ou danosos ao organismo social, afetando bens jurídicos indispensáveis à
própria conservação e progresso da sociedade.
c) Aspecto Sociológico: O direito penal é mais um instrumento do controle social de
comportamentos desviados, visando a assegurar a necessária disciplina social. Em suma,
sob aspecto dinâmico, o Direito Penal é mais um instrumento de controle social visando
assegurar a necessária disciplina para a harmônica convivência dos membros da sociedade.

B) CARACTERÍSTICAS:

De acordo com Cleber Masson (2017, p. 5), o Direito Penal é uma ciência cultural, normativa,
valorativa, finalista, de natureza predominantemente sancionatória, e fragmentária.

⦁ I – Ciência: Suas regras estão contidas em normas e princípios, que por sua vez, formam a dogmática
jurídico-penal.
⦁ II – Cultural: o Direito Penal é uma ciência do “dever ser”, ao contrário das ciências naturais, que
cultuam o “ser”;
⦁ III – Normativa: o objeto principal é o estudo da lei penal (Direito positivo);
⦁ IV – Valorativa: sua aplicação não está pautada em regras matemáticas de certo ou errado, mas sim
em uma escala de valores que são sopesados a partir de critérios e princípios próprios do Direito
Penal. Dessa forma, esse ramo do direito valoriza hierarquicamente as suas normas;
⦁ V – Finalista: o objetivo do direito penal é a proteção de bens jurídicos fundamentais, o que torna a
sua missão prática, e não simplesmente teórica
⦁ VI – Sancionatória: o Direito Penal é predominantemente sancionador porque não cria bens
jurídicos, mas acrescenta proteção penal aos bens jurídicos disciplinados por outros ramos do

301
RETA FINAL PCGO

AGENTE E ESCRIVÃO DE POLÍCIA

SEMANA 01/12

Direito. No entanto, é possível que ele seja também constitutivo, quando protege interesses não
regulados por outras áreas do Direito, como o uso indevido de drogas
⦁ VII – Fragmentária: o Direito Penal não tutela todos os valores ou interesses, mas somente os mais
importantes para a manutenção e o desenvolvimento dos indivíduos e da sociedade.

C) OBJETO DE PROTEÇÃO DO DIREITO PENAL:

Bens Jurídicos penais: “é a coisa, o valor, o atributo espiritual ou intelectual cujo usufruto e gozo são
reconhecidos como significativamente relevantes. Primeiro, para o efetivo desenvolvimento pessoal de seu
titular e, depois e em consequência, para todo o corpo social, de que é exemplo o meio ambiente
ecologicamente equilibrado” (PACELLI, 2017, p. 61).
O legislador seleciona os bens jurídicos a serem defendidos pelo Direito Penal. No entanto, NÃO se
pode falar em discricionariedade ampla e irrestrita, pois os bens jurídicos mais importantes são tratados na
Constituição. Logo, a Constituição possui a seguinte missão:
⦁ Orienta o legislador, ao eleger valores considerados indispensáveis à manutenção da sociedade;
⦁ Impede que o legislador viole direitos fundamentais atribuídos a toda pessoa humana (Visão
Garantista Do Direito Penal).

D) FUNÇÕES DO DIREITO PENAL:

Na atualidade, a doutrina divide a missão do direito penal em duas, quais sejam:

a) Missões mediatas:

Instrumento de Controle Social ou de preservação da paz pública (Papel intimidador)

Limitação ao poder de punir estatal ou Função de Garantia – garantia dos cidadãos contra o arbítrio
estatal, vez que só podem ser punidos por atos previstos como infração penal e por pena também
determinada em lei.
 Para Franz Von Liszt “o Código Penal é a Magna Carta do delinquente”;

Obs: Se, de um lado, o Estado controla o cidadão, impondo-lhe limites para a vida em sociedade, de
outro lado, é necessário também limitar o seu próprio poder de controle, evitando a punição abusiva
(evitando a hipertrofia da punição).

b) Missão imediata:
Aqui, é necessário lembrarmos do funcionalismo penal, que trará as duas correntes de mais destaque
acerca do tema (anote esses nomes na testa):
• Funcionalismo teleológico (moderado) – Claus Roxin (Predomina)

302
RETA FINAL PCGO

AGENTE E ESCRIVÃO DE POLÍCIA

SEMANA 01/12

 A missão do Direito Penal é a proteção dos bens jurídicos mais relevantes;


 Se a proteção de determinado bem jurídico não é indispensável ao indivíduo e à manutenção
da sociedade, não deve incidir o direito penal, mas outros ramos do direito;
 Para Roxin, o Direito Penal não veio para trazer valores éticos, morais;
 Ele entende que essa seria a função exclusiva;
 É chamado teleológico porque busca a finalidade do direito penal.


Funcionalismo sistêmico (radical) – Günter Jakobs
 A missão do Direito Penal é assegurar a vigência do sistema, protegendo o império da norma.
 Ele discorda de Roxin por entender que, quando o indivíduo é punido pela infração penal
praticada, o bem jurídico já foi violado, ou seja, não está protegido, não sendo esta, portanto,
a função do direito penal. Sua função seria demonstrar que a norma continua vigorando e
deve ser obedecida.
 Assim, “o bem não deve ser representado como um objeto físico ou algo do gênero, e sim,
como norma, como expectativa garantida”. (Direito Penal e Funcionalismo, 2005, p.33-34)
 E ainda, entende ele que quem deliberada e reiteradamente viola a lei penal, de forma grave
e duradoura, deve ser tratado como “não-cidadão”, como inimigo da sociedade, por não
cumprir sua função no corpo social, não fazendo jus às garantias previstas pela norma a qual
tal sujeito infringe.
 Ao delinquente-cidadão, seria aplicado o direito penal do cidadão, ao passo que ao
delinquente inimigo, seria aplicado o Direito Penal do Inimigo (tópico específico mais à
frente)

Resumindo....

FUNCIONALISMO PENAL

• Finalidade do Direito Penal: proteção de bens


FUNCIONALISMO jurídicos indispensáveis. Não veio para trazer
TELEOLÓGICO valores éticos, morais.
(Características: Moderado, • Moderado: o direito penal tem limites impostos
dualista, de política criminal pelo próprio direito penal e demais ramos do
ou racional teleológico) direito.
ROXIN • Dualista: convive em harmonia com os demais
ramos do Direito. Reconhece o sistema jurídico em
geral.

303
RETA FINAL PCGO

AGENTE E ESCRIVÃO DE POLÍCIA

SEMANA 01/12

• De política criminal: aplica a lei de acordo com os


anseios da sociedade. Se adapta à sociedade em que
ele se insere.
• Racional teleológico: movido pela razão e em busca
de sua finalidade.

• Finalidade do Direito Penal: é a proteção das


normas penais, assegurar o império da norma. É
punir. Aplicar a lei.
• A sociedade que deve se ajustar ao Direito Penal.
• Para ele, o Direito Penal é:
FUNCIONALISMO SISTÊMICO
- Radical: só reconhece os limites impostos por ele
(Características:
mesmo;
Radical, monista e sistêmico)
- Monista: é um sistema próprio de regras e de
JAKOBS
valores que independe dos demais.
Direito Penal do Inimigo
- Sistêmico: é autônomo (independe dos demais
ramos), autorreferente (todas as referências e
conceitos que precisa busca do próprio direito
penal) e se autoproduz.
• Quem viola reiterada e deliberadamente a norma =
não-cidadão / inimigo = não tem direitos.

Outras funções do Direito Penal (Masson):


• Função criadora ou modificadora de costumes. Disseminação ético-social de valores.
 Efeito “moralizador”. Visa garantir o mínimo ético que deve existir em toda
coletividade;
 É uma função educativa, que visa estimular os cidadãos a se conscientizarem e protegerem
bens que ainda não foram tidos pela sociedade como fundamentais (ex: crimes contra o meio
ambiente).
 Esta função é bastante discutida, pelo fato de a doutrina divergir se o estado deveria ou não
se utilizar do direito penal como meio de educação. Há quem entenda que tal objetivo deve
ser alcançado pela interação social e não por coação.

• Simbólica – não produz efeitos externos, mas somente na mente dos cidadãos e governantes, sendo
uma função inerente a todas as leis, não apenas ao Direito Penal;

304
RETA FINAL PCGO

AGENTE E ESCRIVÃO DE POLÍCIA

SEMANA 01/12

 Enquanto os governados pensam que a contenção da criminalidade e as medidas necessárias


para tanto estão sob o controle das autoridades, os governantes ficam com a sensação de
terem feito algo e adiam a efetiva resolução do problema, retirando, ao longo do tempo, a
credibilidade do direito penal.
 Geralmente é manifestada pelo “direito penal do terror”, que se apresenta de duas formas:
a) Inflação legislativa (direito penal de emergência) – em que são criados tipos penais
desnecessários para dar resposta a qualquer tipo de problema;
b) Hipertrofia do Direito Penal – aumentando desproporcional e injustificadamente
as penas em casos pontuais, como se isso, por si só, fosse impedir a prática do
crime.

• Motivadora de comportamento conforme a norma – a ameaça de imposição de sanções motiva os


indivíduos a se comportarem de acordo com a lei, para que não sofram suas penalidades;
• Redução da violência estatal – pois, embora legítima e necessária, a pena não deixa de ser uma
agressão ao indivíduo, devendo, portanto, restringir-se aos casos necessários e legais.
• Promocional de transformação social – auxiliando em mudanças que garantirão a evolução da
comunidade.

B) CLASSIFICAÇÕES DO DIREITO PENAL:

1. Direito Penal Fundamental (Primário) X Direito Penal Complementar (Secundário):


DIREITO PENAL FUNDAMENTAL (PRIMÁRIO) DIREITO PENAL COMPLEMENTAR (SECUNDÁRIO):
é o conjunto de normas e princípios do Direito Penal corresponde à legislação penal extravagante.
aplicáveis genericamente, inclusive às leis penais
especiais.
É composto pelas normas da Parte Geral do Código
Penal e, excepcionalmente, algumas normas de
amplo conteúdo previstas na Parte Especial, como
os conceitos de domicílio (art. 150, §§4º e 5º) e
funcionário público (art. 327);

2. Direito Penal Comum x Direito Penal Especial


DIREITO PENAL COMUM DIREITO PENAL ESPECIAL
é o conjunto de normas penais aplicável é o conjunto de normas penais aplicável apenas a
indistintamente a todas as pessoas, como o Código pessoas determinadas que preencham certas
Penal; condições legais. São exemplos o Código Penal

305
RETA FINAL PCGO

AGENTE E ESCRIVÃO DE POLÍCIA

SEMANA 01/12

Militar e o Decreto-lei nº 201/1967 (crimes de


responsabilidade dos prefeitos);

3. Direito Penal Geral x Direito Penal local:


DIREITO PENAL GERAL DIREITO PENAL LOCAL
é o conjunto de normas penais aplicáveis em todo o é o conjunto de normas penais aplicáveis somente
território nacional. Essas normas são produzidas a determinada parte do território nacional.
privativamente pela União (art. 22, I, da CF); A existência dessas normas somente é possível se
houver autorização da União por lei complementar
para que os Estados legislem sobre questões
específicas de Direito Penal (art. 22, parágrafo
único, da CF);

Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:


Parágrafo único. Lei COMPLEMENTAR poderá autorizar os Estados a legislar sobre
questões específicas das matérias relacionadas neste artigo.

4. Direito Penal Objetivo x Direito Penal Subjetivo


DIREITO PENAL OBJETIVO DIREITO PENAL SUBJETIVO
é o conjunto de leis penais em vigor; é o direito de punir (ius puniendi), que pertence
exclusivamente ao Estado e nasce quando uma lei
penal é violada;

5. Direito Penal Substantivo x Direito Penal Adjetivo


DIREITO PENAL SUBSTANTIVO DIREITO PENAL ADJETIVO
é o direito penal material, propriamente dito. É o também chamado de “formal” (grave as
que consta no Código Penal. nomenclaturas), é o direito processual penal.

2. ENCICLOPÉDIA DAS CIÊNCIAS PENAIS

O estudo do crime, do criminoso e da sanção penal é o objeto de várias ciências, tendo sido chamadas
por José Cerezo Mir de “enciclopédia de ciências penais”.
A doutrina não é uníssona acerca de quantas ou quais exatamente seriam elas, mas, para o nosso
estudo, as mais importantes são a dogmática penal, a criminologia e a política criminal.

I – DOGMÁTICA PENAL: tem por objetivo interpretar de forma sistemática o direito penal, entendendo o
sentido das normas e aplicando-o de forma lógico-racional (não emocional).

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II – CRIMINOLOGIA: A criminologia, de acordo com Luiz Flávio Gomes e Antônio Molina, é uma ciência
empírica (estuda o que “é”, ao contrário do direito penal, que estuda o que “deve ser” – caracterizando-se
como uma ciência valorativa e normativa) e interdisciplinar (observa diversos fatores: econômicos, políticos,
sociais, religiosos etc), a qual estuda o crime, a vítima, o criminoso e o controle social. Suas constatações se
dão a partir da observação daquilo que acontece na realidade social, na experiência.

Ps.: Gravando as palavras-chave sobre as características da criminologia, que são


diversas das do direito penal, vocês já matam várias questões!

III – POLÍTICA CRIMINAL: trabalha com estratégias e mecanismos de controle social da criminalidade, para
que os bens jurídicos relevantes sejam protegidos. Possui a característica de vanguarda, pois orienta a criação
e a reforma das leis, a partir de uma análise crítica acerca destas estarem ou não cumprindo os fins a que se
propõem, considerando dados obtidos por outros ramos (como a criminologia).
Funciona como “filtro” entre a letra fria da lei e a realidade social. Revela as leis que “pegam” e as que não.

2.1 Direito Penal X Criminologia X Política Criminal

O ponto mais cobrado desse tópico é, sem dúvidas, a diferença entre direito penal,
criminologia e política criminal.

DIREITO PENAL CRIMINOLOGIA POLÍTICA CRIMINAL


Ciência normativa e valorativa, que
Ciência empírica e
analisa os fatos humanos Trabalha as estratégias e meios
interdisciplinar, que estuda o
indesejados e define quais devem de controle social da
crime, o criminoso, a vítima e o
ser tipificados como crime ou criminalidade.
controle social.
contravenção.
Ocupa-se do crime enquanto Ocupa-se do crime enquanto Ocupa-se do crime enquanto
norma. fato. valor.
Ex: Quais fatores contribuem Ex: Estuda como diminuir os
Ex: Define o crime de roubo.
para o crime de roubo. casos de roubo.

3. DIREITO PENAL DO AUTOR E DIREITO PENAL DO FATO

O Direito Penal do autor consiste na punição do indivíduo baseada em seus pensamentos,


desejos e estilo de vida. Está atrelado ao Princípio da exteriorização ou materialização do fato,
pelo qual o Estado só pode incriminar condutas humanas voluntárias (fatos). Assim, ninguém pode
ser castigado por seus pensamentos, desejos ou meras cogitações ou estilo de vida.
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AGENTE E ESCRIVÃO DE POLÍCIA

SEMANA 01/12

O ordenamento penal brasileiro adotou o Direito Penal do fato, mas que considera circunstâncias
relacionadas ao autor, especificamente quando da análise da pena. Ex: art. 59 do CP; Reincidência.
O princípio da exteriorização serviu para o legislador acabar com as infrações penais que
desconsideravam esse mandamento. Ex: Mendicância (art. 60 L.C.P. – abolido), pois era direito penal do
autor.

4. GARANTISMO PENAL (FERRAJOLI)

4.1 Conceito

Para Ferrajoli, “o garantismo é entendido no sentido do ESTADO CONSTITUCIONAL DE DIREITO, isto


é, aquele conjunto de vínculos e de regras racionais impostos a todos os poderes na tutela dos direitos de
todos, representa o único remédio para os poderes selvagens”.

4.2. Garantias primárias e secundárias

O autor distingue as garantias em duas grandes classes: as garantias primárias e as garantias


secundárias:

• Garantias primárias – limites e vínculos normativos: Consistem nas proibições e obrigações, formais
e substanciais, impostos na tutela dos direitos, ao exercício de qualquer poder;
• Garantias secundárias – diversas formas de reparação: Subsequentes às violações das garantias
primárias, diz respeito à anulabilidade dos atos inválidos e a responsabilidade pelos atos ilícitos.

Ex: a CF prevê como garantia primária que não haverá pena de banimento. O legislador não
a observa e comina tal pena a determinado crime. Neste caso, será utilizado o controle de
constitucionalidade, previsto na própria constituição como garantia secundária, julgando o
ato nulo.

* ATENÇÃO: Para o garantismo de Ferrajoli, o juiz não é um mero aplicador da lei, um mero
executor da vontade do legislador ordinário. Ele é, antes de tudo, o guardião de direitos
fundamentais.

4.3 Máximas do garantismo

• Nulla poena sine crimine: somente será possível a aplicação de pena quando houver, efetivamente, a
prática de determinada infração penal;
• Nullum crimen sine lege: a infração penal deverá sempre estar expressamente prevista na lei penal;
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• Nulla lex (poenalis) sine necessitate: a lei penal somente poderá proibir ou impor determinados
comportamentos, sob a ameaça de sanção, se houver absoluta necessidade de proteger determinados
bens, tidos como fundamentais ao nosso convívio em sociedade, (direito penal mínimo);
• Nulla necessitas sine injuria: as condutas tipificadas na lei penal devem, obrigatoriamente, ultrapassar
a sua pessoa, isto é, não poderão se restringir à sua esfera pessoa, à sua intimidade, ou ao seu
particular modo de ser, somente havendo possibilidade de proibição de comportamentos quando
estes vierem a atingir bens de terceiros;
• Nulla injuria sine actione: as condutas tipificadas só podem ser exteriorizadas mediante a ação do
agente, ou omissão, quando previsto em lei;
• Nulla actio sine culpa: somente as ações culpáveis podem ser reprovadas;
• Nulla culpa sine judicio: é necessário adoção de um sistema nitidamente acusatório, com a presença
de um juiz imparcial e competente para o julgamento da causa;
• Nullum judicium sine accusatione: o juiz que julga não pode ser responsável pela acusação;
• Nulla accusatio sine probatione: fica a cargo do acusador todo o ônus probatório, que não poderá ser
transferido para o acusado da prática de determinada infração penal;
• Nulla accusatio sine defensione: deve ser assegurada ao acusado a ampla defesa, com todos os
recursos a ela inerentes.

5. DIREITO PENAL DO INIMIGO

a) Conceito:
Aquele que viola o sistema deve ser considerado e tratado como inimigo. O delinquente,
autor de determinados crimes, não é ou não deve ser considerado como cidadão, mas como um
“cancro societário”, que deve ser extirpado (Munhoz Conde).
Günther Jakobs, jurista alemão, fomenta o Direito Penal do inimigo para o terrorista,
traficante de drogas, de armas e de seres humanos e para os membros de organizações criminosas
transnacionais (vide lei 12.850/2013).
Destaque-se que nem todo criminoso é inimigo, apenas uma parcela reduzida de criminosos é que
entra neste rol.

b) Características do direito penal do inimigo:



Antecipação da punibilidade com a tipificação de atos preparatórios: O legislador é impaciente, não
aguarda o início da execução para punir o agente);

É um direito penal prospectivo e não retrospectivo, na medida em que se pune o inimigo pelo o que
ele poderá fazer, em razão do perigo que representa;

O inimigo não é visto como um sujeito de direitos, pois perdeu seu status de cidadão;

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Pune-se o inimigo pela sua periculosidade e não pela sua culpabilidade, como é no direito penal
comum;

Criação de tipos de mera conduta;

Previsão de crimes de perigo abstrato: normalmente, pode haver crimes de perigo abstrato, mas
sem abusos, flexibilização o princípio da lesividade;

As garantias processuais aplicadas ao inimigo são relativizadas ou até mesmo suprimidas.

Flexibilização do Princípio da Legalidade: é a descrição vaga dos crimes e das penas. A descrição
genérica de um crime permite a punição de mais condutas/comportamentos;

Inobservância dos Princípios da Ofensividade: relação com a criação de crimes de perigo abstrato)
e da Exteriorização do Fato (relação com o direito penal do autor;

Preponderância do Direito Penal do autor: Flexibilização do princípio da exteriorização do fato;

Desproporcionalidade das penas;

Surgimento das chamadas “leis de luta ou de combate”: Exemplo - Lei 8.072/90 e Lei 11.830/2013.
Alguns doutrinadores sustentam que tais leis têm predicados de direito penal do inimigo;

Endurecimento da Execução Penal: O regime disciplinar diferenciado é um resquício do direito penal
do inimigo;

5.1 Velocidades do Direito Penal (Jesús-Maria Silva Sánchez)

Segundo, Cleber Masson (2017, p. 111) a teoria das velocidades do direito penal “parte do
pressuposto de que o Direito Penal, no interior de sua unidade substancial, contém dois grandes blocos,
distintos, de ilícitos: o primeiro das infrações penais às quais são cominadas penas de prisão (direito penal
nuclear), e o segundo, daqueles que se vinculam aos gêneros diversos de sanções penais (direito penal
periférico)”.

• Primeira velocidade: Direito Penal “da prisão”, aplicando-se penas privativas de liberdade como
resposta aos crimes praticados, com a rígida observância das garantias constitucionais e processuais.
Aplicada a delitos graves.

• Segunda velocidade: Direito penal reparador. São aplicadas aqui penas alternativas à prisão, como
restritivas de direitos ou pecuniárias, de forma mais rápida, sendo admissível, para tanto, uma
flexibilização proporcional dos princípios e regras processuais. Aplicável a delitos de menor
gravidade.

• Terceira velocidade: Novamente temos aqui a prisão por excelência. Contudo, difere-se da primeira
por permitir a flexibilização e até a supressão de determinadas garantias. Aplicada aos delitos de
maior gravidade.
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 Remete ao direto penal do inimigo, já explicado acima.


 Também poderiam constituir exemplos a Lei de Crimes Hediondos e a Lei de Organizações
Criminosas na legislação pátria.

• Quarta velocidade: Neopunitivismo. Ligada ao direito internacional. É o processamento e


julgamento pelo TPI de chefes de Estado que violarem tratados e convenções internacionais de tutela
de Direitos Humanos e praticarem crimes de lesa-humanidade, de modo que, por esta razão, se
tornarão réus perante o referido tribunal e terão, dentro do contexto, suas garantias penais e
processuais penais diminuídas.

• Quinta velocidade: hodiernamente, já se fala em Direito Penal de 5ª (quinta) velocidade, que trata
de uma sociedade com maior assiduidade do controle policial, o Estado com a presença maciça de
policiais na rua, no cenário onde o Direito Penal tem o escopo de responsabilizar os autores, diante
da agressividade presente em nossa sociedade de relações complexas e, muitas vezes, (in)
compreensíveis.

6. FONTES DO DIREITO PENAL

São as formas pelas quais o direito penal é criado e, posteriormente, manifestado.

a) Fonte Material:
Diz respeito à criação do Direito Penal. Via de regra, é a União, art.22, I, da CF/88, pois “compete
privativamente à União legislar sobre direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo,
aeronáutico, espacial e do trabalho”.

Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:


I - direito civil, comercial, PENAL, processual, eleitoral, agrário, marítimo,
aeronáutico, espacial e do trabalho;

*Atenção: O artigo 22, parágrafo único, CF/88, prevê que “Lei Complementar poderá autorizar
os Estados a legislar sobre questões específicas relacionadas neste artigo”, o que permite
entender que abarca, inclusive, o Direito Penal. Então podemos ter uma lei complementar
autorizando o estado a legislar sobre questões específicas de direito penal.
É chamada DELEGAÇÃO EM PRETO – pois essa lei complementar não pode delegar
genericamente. Têm que ser pontos específicos/questões específicas.

b) Fonte Formal:

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Diz respeito à aplicação do Direito Penal. Esse ponto varia um pouco de doutrinador para
doutrinador.

DOUTRINA CLÁSSICA DOUTRINA MODERNA


Imediata: Imediata:
• Lei (Desdobramento do princípio da • Lei
reserva legal, que prevê a criação de • Constituição Federal
crime e cominação de penas como • Tratados Internacionais de Direitos Humanos
um monopólio da lei. Aqui, estamos • Jurisprudência
falando em lei ordinária). • Princípios
• Atos administrativos (complementos de normas
penais em branco).

*Porém, até mesmo aqui, a única fonte formal que pode


criar tipos penais e culminar penas é a lei (reserva legal).
O restante é fonte não-incriminadora.
Mediatas: Mediatas:
• Costumes • Doutrina
• Princípios gerais do Direito
• *Alguns colocam atos
administrativos.
Fonte informal:
• Costumes

i. Lei - É o único instrumento normativo capaz de criar infração penal e cominar sanção penal (única
fonte formal imediata incriminadora).

— Medida provisória pode versar sobre direito penal?

R.: A EC 32/01 inseriu dispositivo expresso na CF/88 vedando a edição de medida provisória
versando sobre direito penal. Até 2001 não existia regra expressa na CF/88 vedando a edição
de medida provisória sobre matéria penal. Tanto que o próprio STF, antes dessa EC 32,
apreciou o RE 254.818/PR – 2000, especificando que MP não poderia versar sobre direito
penal, exceto se favorável ao réu.

Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar


medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao

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Congresso Nacional. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de


2001)
§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria: (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
I - relativa a: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
b) direito penal, processual penal e processual civil; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 32, de 2001)

Esse julgado (2000), anterior à EC 32/2001, que estabeleceu ser possível a edição de medida
provisória quando favorável ao réu, subsistiria após a EC 32/01, considerando que, com essa
EC, passou-se a vedar, de forma abstrata, a edição de medida provisória sobre matéria penal?
R.: A doutrina e a jurisprudência são pacíficas no sentido de que é possível a edição de medida
provisória versando sobre direito penal quando favorável ao réu, de modo que o
entendimento exarado no bojo do RE 254.818 subsistiria após a edição da EC 32/01.

ii. Constituição Federal – Não cria infração penal e não comina sanção penal (nem pena, nem medida
de segurança).
A CF não pode criar crime e nem alterar pena, pois o seu processo de alteração é super
rígido e incompatível com as necessidades do direito penal. Porém, fixa alguns
patamares abaixo dos quais a intervenção penal não se pode reduzir. São os chamados
“mandados constitucionais de criminalização” (patamares mínimos). Exemplos de
mandados constitucionais de criminalização:

Art.5º, XLI, CF – a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e


liberdades fundamentais.
Art. 5º, XLII, CF – a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível,
sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei. (Observe que o constituinte disse que
quem vai criar o crime de racismo é a lei, mas quando esse crime for criado, a lei
deve puni-lo com, no mínimo, reclusão, qualquer que seja a pena).
Art.5º, XLIII, CF – a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou
anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o
terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os
mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem;

iii. Tratados Internacionais de Direitos Humanos (TIDH)

Como é sabido, os TIDH entram no ordenamento interno podendo ostentar 02 status:


a) Se recepcionados com quórum de emenda constitucional, têm status de emenda;
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b) Se o TIDH for recepcionado com quórum comum, terá status infraconstitucional, porém
supralegal.

: Os tratados internacionais podem ser classificados como fonte do direito penal apenas quando
incorporados ao direito interno. Se versar sobre direitos humanos e for aprovado seguindo o rito
de emendas constitucionais, terá força normativa de emendas constitucionais (art. 5º, §3°, CF).
Caso não siga tal rito, terá força de norma supralegal.

iv. Jurisprudência
Não cria crime; não comina pena. Mas, na prática, às vezes, a jurisprudência cria o direito penal.
Ademais, revela Direito Penal podendo inclusive ter caráter vinculante ( no caso de súmula vinculante editada
pelo STF).
Um exemplo disso é o caso do crime continuado, em que a jurisprudência define o que são condições
de tempo e lugar para fim de definição da continuidade delitiva. A condição de tempo é de 30 dias de
intervalo entre as infrações; a condição de lugar também é definida pela jurisprudência.

Art. 71, CP – Quando o agente, mediante uma ação e omissão, pratica 2 ou mais
crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução
e outras semelhantes, devem os subsequentes ser havidos como continuação do
primeiro, aplica-se-lhe a pena de um só dos crimes, aumentada de 1/6 a 2/3.

Obs: Súmulas vinculantes – Elas também são fontes do direito penal.

a. Princípios - Não criam crime nem cominam pena. Mas vários são os julgados absolvendo ou
reduzindo pena com base em princípios. Ex: Princípio da Insignificância – causa de atipicidade
material.

b. Atos administrativos - Fonte formal imediata quando complementam norma penal em branco. Ex:
Lei de drogas é complementada por uma Portaria da ANVISA.

c. Doutrina: Para alguns autores, a doutrina não é fonte do direito penal por não ter força cogente, ou
seja, não ser revestida de obrigatoriedade.

d. Costumes
 Costume é a repetição de um comportamento (elemento objetivo) em face da crença na sua
obrigatoriedade (elemento subjetivo).
▪ ≠ de hábito, que consiste na mera repetição de comportamento (elemento objetivo),
mas sem a crença na sua obrigatoriedade.
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 Costume não cria crime, não comina pena, só a Lei pode criar crimes e cominar penas, em razão
do princípio da legalidade (veda-se o costume incriminador).

• Espécies de costumes:
a) Costume secundum legem (costume interpretativo): possui a função de auxiliar o interprete
a entender o conteúdo da lei. Por exemplo, ato obsceno (art. 233 do CP). Vai depender do
ambiente em que o ato foi praticado e dos costumes locais para que ele seja assim
considerado ou não.
b) Costume contra legem (costume negativo): é chamado de DESUETUDO. É aquele que
contraria uma lei, mas não a revoga.Ex.: Venda de CDs piratas.
c) Costume praeter legem (costume integrativo): é aquele usado para suprir as lacunas da lei.
É válido, mas só pode ser usado no campo das normas penais não incriminadoras e apenas
para favorecer o agente. Ex.: a circuncisão em meninos de determinadas religiões não é
considerada crime.
 Atenção! Existe costume abolicionista? Apesar da intensa divergência, prevalece
na doutrina que não existe costume abolicionista. Enquanto não revogada por
outra lei, a norma tem plena eficácia. É a que prevalece e está de acordo com a
lei de introdução às normas do direito brasileiro. Ex. Jogo do bicho continua
tipificado como contravenção penal, sendo aplicável no caso concreto.

7. PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL:

Princípios são os valores fundamentais que inspiram a criação e a manutenção do sistema jurídico.
No caso dos princípios penais, eles vão orientar a atuação do legislador na elaboração da legislação penal e
do operador do direito em sua aplicação.
De acordo com o Professor Delegado Marcus Montez, esses princípios têm a chamada “força
normativa, força de impor ao legislador, intérprete, partes, particular. Nesse sentido, princípio não é apenas
aquele “princípio geral de direito”, pelo contrário, ele tem força cogente e impositiva”.
A função dos princípios é limitar o poder de punir do Estado. Isso porque, o Estado, por natureza, é
arbitrário, pois invade a esfera de liberdade do indivíduo. Então o Direito Penal é visto como instrumento de
contenção do Estado, que vai tolher o Estado ao máximo visando garantir a liberdade do sujeito, garantias
mínimas para ele possa desenvolver direitos de 1ª geração.
Por fim, vale relembrar que a maioria dos princípios está constitucionalizada, seja implícita ou
explicitamente, de modo que é possível utilizar tais princípios para efetuar controle de constitucionalidade.

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Já caiu em prova:
(FUNDATEC - 2018 - PC-RS – Inspetor) Os princípios só podem ser explícitos, ou seja, positivados
no ordenamento jurídico. [errado]

Além das questões de concursos que tratam diretamente dos princípios, o simples fato de
entender os valores que eles trazem nos orientam muito no raciocínio necessário para a
solução de muitas outras, por isso é um tema que não pode ser negligenciado, ok?

7.1 Princípios Relacionados com a Missão Fundamental do Direito Penal

7.1.1 Princípio da Exclusiva Proteção de Bens Jurídicos

O Direito Penal deve servir apenas e tão somente para proteger bens jurídicos relevantes (Roxin).
Logo só é legítima a criminalização que busca evitar a lesão ou o perigo de lesão a um bem juridicamente
determinado.
O princípio da exclusiva proteção de bens jurídicos impede que o Estado utilize o Direito Penal para
a proteção de bens ilegítimos: não pode incriminar pensamentos ou intenções, questões morais, éticas,
ideológicas, religiosas ou finalidades políticas.
Para a teoria constitucional do Direito Penal a eleição de bens jurídicos deve refletir os valores
constitucionais, a exemplo do homicídio, que tutela o direito fundamental à vida.
Dessa forma, o princípio da proteção aos bens jurídicos defende que o direito penal deve servir
apenas para proteger bens jurídicos relevantes, bens jurídicos indispensáveis ao convívio em sociedade.
— Mas o que é bem jurídico?
R.: Trata-se de um tema extremamente controvertido, de modo que vamos tentar simplificá-lo para
melhor compreensão.
• Para Luiz Regis Prado, bem jurídico é um ente material ou imaterial, haurido do contexto social, de
titularidade individual ou metaindividual, reputado como essencial para a coexistência e o
desenvolvimento do homem em sociedade.
• Para Roxin – bem jurídico será a relação real da pessoa com um valor concreto, reconhecido pela
comunidade.
• Para Luis Greco – bem jurídico são dados fundamentais para a realização pessoal dos indivíduos ou
para a subsistência do sistema social nos limites da ordem constitucional
Nesse sentido, para conceituar bem jurídico, é imprescindível levar 2 pontos em consideração:
1) Fundamento do bem jurídico: o conceito de bem jurídico tem que ter como ponto central,
como fundamento, a importância do bem àquela pessoa. Tem que ser um bem de
importância vital, fundamental, de modo que a existência dessa pessoa ou seu bem-estar
estejam ameaçados com a criminalização daquela conduta.

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2) Titularidade do bem jurídico: É importante saber quem é o titular desse bem jurídico. Para
quem o BJ tem essa importância fundamental?

7.1.2 Princípio da Intervenção Mínima

a) Origem histórica: art. 8º da Declaração dos direitos do homem e do cidadão (1789)


No art. 8º desse diploma, temos a imposição de que o direito penal deve estabelecer penas estrita
e evidentemente necessárias.
Isso, de certa forma, traz a ideia originária do princípio da intervenção mínima: pois o Direito Penal
só deve intervir quando for estrita e evidentemente necessária

b) Introdução
O direito penal só deve ser aplicado quando a criminalização de um fato é estritamente
necessária à proteção de determinado bem ou interesse, não sendo suficientemente tutelado por outras
searas do direito. O direito penal é o último grau de proteção jurídica.
Em outras palavras: O direito penal em um Estado Democrático de Direito atua como última ratio/
ultima razão/ ultima saída. Isso porque o direito penal só deve atuar quando os outros ramos do direito já
tenham fracassado na tentativa de solucionar aquele conflito. Não pode ser usado como prima ratio

ILÍCITOS EM GERAL

ILÍCITOS
PENAIS

Como na figura, nem tudo o que é ilícito caracteriza um ilícito penal, mas apenas uma pequena
parcela. Porém, todo ilícito penal será também ilícito perante as demais searas do direito.
Ex.: se um funcionário público pratica crime, isso sempre configurará também uma infração
administrativa. Porém, a recíproca não é verdadeira. Nem toda infração administrativa encontrará uma
correspondente tipificação penal.
Obs.: Trata-se de um princípio um implícito na CF/88, que pode ser retirado, principalmente, do
princípio da dignidade da pessoa humana. (art. 1º, III, CF/88)

c) Destinatários de finalidade: dois são os destinatários do referido princípio:


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• Legislador (no plano abstrato);


• Aplicador do direito (no plano concreto).
Nessa linha, temos que a intervenção mínima deve ser observada tanto pelo legislador, no momento
de selecionar as condutas que passaram a ser tuteladas pelo Direito Penal, como também, deve ser
observado pelo aplicador do direito no caso em concreto.

Do princípio da intervenção mínima decorrem dois outros princípios:

7.1.2.1 Fragmentariedade
O direito penal é fragmentário pois é visto como um sistema descontínuo de ilicitudes. Ou seja: o
direito penal não pode e nem tem como criminalizar todas a condutas existentes, mesmo que sejam ilícitos
do direito (não só ilícitos penais, mas ilícitos civis também)
Nesse contexto, a fragmentariedade prevê que somente devem ser tutelados pelo direito penal os
casos de relevante lesão ou perigo de lesão aos bens jurídicos fundamentais para a manutenção e o progresso
do ser humano e da sociedade.
Direciona-se ao legislador, ao plano abstrato, quando da eleição de condutas que devem ou não ser
tipificadas.

7.1.2.2 Subsidiariedade
A subsidiariedade é corolário da intervenção mínima e está ligada à autonomia do Direito Penal.
Somente após se constatar que outros meios de solução social dos conflitos não são aptos a dirimi-los, é que
serão utilizados modelos coercitivos de que dispõe o Direito Penal.
Assim, a intervenção penal fica condicionada ao fracasso dos demais ramos do direito, funcionando
como um soldado de reserva.
Direciona-se ao aplicador do direito, no plano concreto, devendo ser aplicado apenas quando todos
os demais ramos se revelarem impotentes. O crime já existe, mas precisamos saber se a aplicação da lei penal
é necessária no caso concreto.
Nas palavras do professor Cleber Masson:
A atuação do Direito Penal é cabível unicamente quando os outros ramos do Direito
e os demais meios estatais de controle social tiverem se revelado impotentes para
o controle da ordem pública. Projeta-se no plano concreto – em sua atuação prática
o Direito Penal somente se legitima quando os demais meios disponíveis já tiverem
sido empregados, sem sucesso, para proteção do bem jurídico. Guarda relação com
a tarefa de aplicação da lei penal.

Conceitos atrelados à subsidiariedade:


⦁ Roxin – direito penal seria o remédio sancionador extremo. Ou seja: o direito penal só deve atuar
após os outros ramos do direito. Quando os demais ramos atuam e não resolvem o conflito, seria
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legítimo ao Direito Penal atuar sobre a característica da subsidiariedade, uma das faces da
intervenção mínima.
⦁ Muñoz Conde – direito penal é aplicável unicamente quando fracassam as demais barreiras
protetoras do bem jurídico pré-dispostas por outros ramos do direito.

Já caiu em prova:
(FUNDATEC - 2018 - PC-RS – Escrivão) Dentre os princípios gerais do Direito Penal, pode-se citar
o princípio da exclusiva proteção de bens jurídicos e o princípio da intervenção mínima. [certo]

7.1.3 Princípio da Insignificância ou da Bagatela

a) Introdução, Origem e Conceito


Inicialmente, cumpre destacarmos que o referido princípio não encontra previsão na legislação, mas
pacificamente admitido pela Jurisprudência do STF e do STJ.
Surge no Direito Romano. “De minimus nun curat praetor”. Os juízes e os tribunais não cuidam do
que é mínimo, insignificante. Porém no direito romano só era utilizado no tocante ao direito privado.
No direito penal é incorporado apenas na década de 1970, através dos estudos de Claus Roxin.
Segundo Cleber Masson (Direito Penal Esquematizado) “Em outras palavras, o Direito Penal não deve se
ocupar de assuntos irrelevantes, incapazes de lesar o bem jurídico legalmente tutelado. Na década de 70 do
século passado, foi incorporado ao Direito Penal pelos estudos de Claus Roxin”.
Ressalta-se que o princípio da Insignificância decorre da fragmentariedade, de modo que o Direito
Penal só vai intervir nos casos de relevante lesão, quando for indispensável para a proteção de determinado
bem jurídico, e quando não houver como proteger o bem jurídico como os outros ramos do direito.
Nesse sentido, o princípio da insignificância traduz a ideia de que não há crime quando a conduta
praticada pelo agente é insignificante, não é capaz de ofender ou colocar em perigo o bem jurídico tutelado
pela norma penal.

b) Finalidade
O STF expressamente reconhece como finalidade desse princípio a “interpretação restritiva da lei
penal” (olha que termo bonito para aparecer na sua prova), ou seja, o princípio da insignificância deve
diminuir a intervenção penal, no sentido de ignorar as condutas irrisórias que não se revelam capazes de
ofender o bem jurídico tutelado pelo tipo penal.

c) Natureza Jurídica:
Causa de Exclusão da tipicidade (atipicidade) material. Ou seja: torna o fato atípico por ausência de
tipicidade material.

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SEMANA 01/12

#TRADUZINDO:
TIPICIDADE PENAL = tipicidade formal + tipicidade material.
Tipicidade formal: juízo de adequação do fato à norma (analisa se o fato praticado na vida real, se
amolda, se encaixa ao modelo de crime descrito na lei penal).
Ex.: Sujeito subtrai um iogurte de um hipermercado. Como subtraiu coisa alheia móvel, o fato se adequa
ao tipo penal de furto.
Tipicidade material: é a lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico protegido.
No exemplo acima, em que pese tenha havido a tipicidade formal, o ato praticado não foi capaz de causar
lesão relevante ao bem protegido, vez que o valor de um iogurte não faria a menor diferença no
patrimônio de um hipermercado, não havendo, portanto, tipicidade material.

d) Requisitos para o reconhecimento da insignificância (de acordo com STF)

REQUISITOS OBJETIVOS (DICA DE MEMORIZAÇÃO: MARI):


i. Mínima Ofensividade da conduta do agente;
ii. Ausência de Periculosidade social da ação;
iii. Reduzido grau de Reprovabilidade do comportamento;
iv. Inexpressividade da Lesão jurídica provocada.

REQUISITOS SUBJETIVOS
v. Condições pessoais do agente
vi. Condição da vítima

Obs.: Os requisitos, tanto de ordem objetiva e quanto de natureza subjetiva, devem ser avaliados no caso
concreto.

Já caiu em prova:
IPAD - 2012 - PC-AC – Agente) - Maria, empregada de uma rede de supermercados, subtraiu,
conscientemente, de forma furtiva, a quantia de R$ 17,00 (dezessete reais), em espécie, do caixa
da loja em que trabalha. Descoberta tal prática, foi oferecida denúncia, mas, em sentença, a ré
foi absolvida. Pode-se concluir, acerca dos fatos narrados, que Maria foi beneficiada pela
aplicação do princípio do(a): insignificância. [certo]

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SEMANA 01/12

Para finalizar o estudo deste princípio, precisamos ainda fazer uma última
diferenciação: BAGATELA PRÓPRIA X BAGATELA IMPRÓPRIA17, o que faremos com a ajuda do
Dizer o Direito.

INFRAÇÃO BAGATELAR PRÓPRIA INFRAÇÃO BAGATELAR IMPRÓPRIA


= PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA = PRINCÍPIO DA IRRELEVÂNCIA PENAL DO FATO

A situação nasce penalmente relevante. O fato é


A situação já nasce atípica. típico do ponto vista formal e material.
O fato é atípico por atipicidade material. Em virtude de circunstâncias envolvendo o fato e
o seu autor, consta-se que a pena se tornou
desnecessária.

O agente tem que ser processado (a ação penal


O agente não deveria nem mesmo ser processado deve ser iniciada) e somente após a análise das
já que o fato é atípico. peculiaridades do caso concreto, o juiz poderia
reconhecer a desnecessidade da pena.

Está previsto no art. 59 do CP, conforme a


Não tem previsão legal no direito brasileiro.
doutrina.

Enquanto para a infração bagatelar própria já nasce irrelevante por se tratar de conduta
materialmente atípica, “a infração bagatelar imprópria é aquela que nasce relevante para o Direito penal,
mas depois se verifica que a aplicação de qualquer pena no caso concreto apresenta-se totalmente
desnecessária” (GOMES, Luiz Flávio; Antonio Garcia-Pablos de Molina. Direito Penal Vol. 2, São Paulo: RT,
2009, p.305)”.
Em outras palavras, o fato é típico, tanto do ponto de vista formal como material. No entanto, em
um momento posterior à sua prática, percebe-se que não é necessária a aplicação da pena. Logo, a
reprimenda não deve ser imposta, deve ser relevada (assemelhando-se ao perdão judicial.
Porém, ao contrário do instituto mencionado, as situações em que a bagatela imprópria é aplicável
não estão expressamente previstas.
Segundo LFG, este instituto possui fundamento legal no direito brasileiro (porém, de forma implícita
e “genérica” – termos nossos). Trata-se do art. 59 do CP que prevê que o juiz deverá aplicar a pena “conforme
seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime”.

17
Fonte: https://dizerodireitodotnet.files.wordpress.com/2015/01/ebook-princc3adpio-da-
insignificc3a2ncia-vf.pdf
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SEMANA 01/12

Dessa forma, se a pena não for mais necessária, ela não deverá ser imposta (princípio da
desnecessidade da pena conjugado com o princípio da irrelevância penal do fato).
A bagatela imprópria foi acolhida pela 5ª Turma do STJ, confirmando decisão da 1ª e 2ª instâncias
judiciais no AgRg no AREsp 1423492 / RN (decisão publicada 29/05/2019)

7.2 Princípios Relacionados com o Fato do Agente

7.2.1 Princípio da Ofensividade/Lesividade


A doutrina mais especializada aponta uma fundamentação implícita ao princípio da
lesividade na ideia de dignidade da pessoa humana, no sentido de que não se pode
instrumentalizar ou objetificar o homem. Quando o Estado criminaliza condutas sem que haja
ofensa ou ao menos perigo de ofensa a um bem jurídico tutelado, está colocando o homem (que
está recebendo aquela reprimenda) como instrumento para a consecução de outra finalidade que não a
proteção do próprio homem (ex.: um controle social que não é legítimo).
Nesse contexto, para que ocorra o delito, é imprescindível a efetiva lesão ou perigo de lesão ao bem
jurídico tutelado.
O princípio da ofensividade exige que, do fato praticado, ocorra lesão ou perigo de lesão ao bem
jurídico tutelado
Existe uma classificação doutrinária de crime relacionada a ofensividade da conduta: crime de dano
x crime de perigo:
1) Crime de dano: exige efetiva lesão ao bem jurídico. (Ex.: homicídio, exige a lesão morte).
2) Crime de perigo: contenta-se com o risco de lesão ao bem jurídico. (Ex. abandono de
incapaz/omissão de socorro).
a) crime de perigo concreto - o risco de lesão deve ser demonstrado.
b) perigo abstrato: o risco de lesão é absolutamente presumido por lei.
Ex.: Embriaguez ao volante – STF decidiu que o ébrio não precisa dirigir de forma anormal para
configurar o crime – bastando estar embriagado (crime de perigo abstrato).
Ex.: Arma desmuniciada – STF – jurisprudência atual – crime de perigo abstrato – demanda efetiva
proteção do Estado.

JÁ CAIU EM PROVA:
FUNDATEC - 2018 - PC-RS – Escrivão) O princípio da ofensividade ou lesividade (nullum crimen
sine iniuria) não exige que do fato praticado ocorra lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico
tutelado. [errado]

7.2.3 Princípio da Exteriorização ou Materialização do Fato

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O Estado só pode incriminar condutas humanas voluntárias, fatos, atos lesivos. Ninguém pode ser
castigado por seus pensamentos, desejos ou meras cogitações ou estilo de vida.
Esse princípio busca impedir o direito penal do autor.
É decorrência do princípio da lesividade.

7.2.4 Princípio Da Legalidade Estrita Ou Reserva Legal

ATENÇÃO! É o predileto das bancas!

Encontra previsão no art. 5º, XXXIX da CFRB/88 e no art. 1º do CP:

“Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal”.

Assim, a lei em sentido estrito tem o monopólio na criação de crimes e cominação de penas – que
só serão aplicados a condutas posteriores à sua vigência, não podendo haver criação de crimes e penas por
costumes ou analogias, tampouco tipificação de condutas genéricas.
Ademais, a lei precisa ser anterior, escrita, estrita, certa (taxativa) e necessária.
A legalidade subdivide-se em:
a) Legalidade formal: corresponde à obediência aos trâmites procedimentais previstos pela CF
para que determinado diploma legal possa vir a fazer parte do ordenamento jurídico.
b) Legalidade material: pressupõe não apenas a observância das formas e procedimentos
impostos pela CF, mas também, e principalmente, o seu conteúdo, respeitando-se as suas
proibições e imposições para a garantia dos direitos fundamentais por ela previstos.

A doutrina trabalha com uma dupla face do princípio da legalidade. Ora legitimando o Estado, ora
limitando esse poder de punir estatal. Veja:

1) Funções constitutivas - garante ao Estado a possibilidade de criminalizar condutas e cominar penas.


Aqui estou trabalhando com o plano da legalidade no sentido de legitimar o Estado a exercer seu
direito de punir através da criminalização de conduta e cominação de penas.
Quando falamos em legalidade na função constitutiva, estou abrangendo a legalidade não só na pena
cominada, mas na pena aplicada e pena executada também.
a) Princípio da legalidade direcionado ao legislador – ao cominar as penas
b) Princípio da legalidade direcionado ao aplicador do direito – quando o juiz veda que se
aplique um regime de cumprimento de pena mais severo do que o previsto pelo legislador,
por exemplo.
c) Princípio da legalidade direcionado à Administração Penitenciária - Os órgãos não podem
executar pena diversa daquela prevista em lei e aplicada pelo juiz.
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2) Funções de garantia (face de garantia) – busca limitar o poder de punir do estado trazendo garantias
mínimas ao cidadão perante o estado. Exclui penas ilegais por exemplo. Nesse ponto, o princípio da
legalidade se desdobra em 4 máximas:
1. Lex scripta
2. Lex stricta
3. Lex Praevia
4. Lex certa

Lex scripta Lei escrita;


▪ Materializa a proibição de utilização dos costumes como fonte
incriminadora do direito penal
Lex stricta Lei estrita;
▪ Materializa a proibição do emprego da analogia in malan partem.
Lex Praevia Lei anterior, prévia.
▪ Representa o princípio da anterioridade penal
▪ Veda a criminalização ex post facto (posterior ao fato).
Lex certa Lei certa;
▪ É o aspecto material do princípio da legalidade
▪ Representa o princípio da taxatividade.
▪ Materializa a proibição de o legislado formular tipos penais genéricos,
vazios, vagos, etc.

Já caiu em prova:
(VUNESP - 2018 - PC-BA – Investigador) Acerca dos princípios da legalidade e da anterioridade
insculpidos no art. 1° do Código Penal e no art. 5° , XXXIX, da Constituição Federal, é correto
afirmar que :

uma das funções do princípio da legalidade é permitir a criação de crimes e penas pelos usos e
costumes. [errado]
desdobramento do princípio da legalidade é o da taxatividade, que impede a edição de tipos
penais genéricos e indeterminados [ certo]
o princípio da legalidade afasta a aplicação da interpretação extensiva, mas permite a aplicação
da analogia de forma ampla e irrestrita. [errado][

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Fundamentos do princípio da legalidade:

1) Político: vinculação do executivo e do judiciário às leis, o que impede o exercício do poder


punitivo com base no livre arbítrio.
2) Democrático: o parlamento, escolhido pelo povo, que é responsável pela criação dos tipos
definidores dos crimes.
3) Jurídico: a lei deve ser prévia e clara, pois produz efeito intimidativo.

* ATENÇÃO: Medida provisória não pode criar crimes nem penas, mas STF admite para favorecer
o réu (RE 254818/PR).

* ATENÇÃO²: os princípios da reserva legal (estrita legalidade) e o da legalidade são considerados


como sinônimos por parte da doutrina, enquanto outra corrente defende que se diferenciam nos
seguintes aspectos:

RESERVA LEGAL (estrita legalidade) LEGALIDADE

Art. 5°, XXXIX, CF, “não há crime sem lei Art. 5, II, CF, “ninguém será obrigado a fazer
anterior que o defina, nem pena sem prévia ou deixar de fazer alguma coisa senão em
cominação legal”. virtude de lei”.

Exige lei em sentido estrito (no caso do Exige lei em sentido amplo (abrange qualquer
direito penal, lei ordinária) - a lei deve ser espécie normativa, ou seja, lei delegada,
criada de acordo com o processo legislativo medida provisória, decreto, etc.).
previsto na CF e deve tratar de matéria
constitucionalmente reservada à lei

7.2.4.1 Mandados de Criminalização e Reserva Legal

Em que pese a criação de crimes e cominação de penas seja exclusiva da lei em sentido estrito, a
Constituição Federal estabelece mandados explícitos e implícitos de criminalização, ou seja, situações em
que é obrigatória a intervenção do legislador penal.
Conforme já afirmado pelo STF, “A Constituição de 1988 contém significativo elenco de normas que,
em princípio, não outorgam direitos, mas que, antes, determinam a criminalização de condutas (CF, art. 5º,
XLI, XLII, XLIII, XLIV; art. 7º, X; art. 227, § 4º)” (HC 102.087/MG).
Podem ser de duas espécies:

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MANDADOS DE CRIMINALIZAÇÃO EXPRESSOS MANDADOS DE CRIMINALIZAÇÃO


IMPLÍCITOS/TÁCITOS
A ordem está explícita no texto constitucional. A ordem está implícita no texto constitucional. É
retirada da do “espírito” do texto da CF, de sua
interpretação sistemática.
Ex.: Art. 5º, XLII: “a prática do racismo constitui Ex: combate à corrupção no poder público.
crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena Embora a CF não tenha determinado
de reclusão, nos termos da lei”. expressamente a criminalização dessa conduta,
isso pode ser extraído dos valores que ela traz,
como por exemplo, do artigo 1º (por ser República,
que significa “coisa pública”) e do art. 37, dos
princípios da Adm. Pública (LIMPE).

7.2.5 Princípio da Anterioridade

Exteriorizado nos mesmos dispositivos que podemos extrair o princípio da reserva legal.
De acordo com o princípio da anterioridade, a lei penal apenas se aplica a fatos praticados após a
sua entrada em vigor.
Daí, por consequência lógica, deriva a sua irretroatividade, não se aplicando a fatos
pretéritos, nem mesmo os praticados durante a vacatio legis, SALVO se benéfica ao acusado.
Nesse sentido, temos o art. 5º XL da CF, dispondo que:

XL - “a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu”.

7.2.6 Princípio da Vedação ao Bis In Idem

Tem previsão no art. 8º, 4 do Pacto de São José da Costa Rica, incorporado ao nosso ordenamento
jurídico pelo Dec. 678/1992.
Proíbe que o agente seja punido duas vezes pelo mesmo fato, inclusive sopesando a mesma
situação ou circunstância para agravar a pena em mais de um momento da dosimetria. Como exemplo, temos
a Súmula 241 do STJ proíbe o uso de uma única reincidência como circunstância judicial desfavorável e como
agravante, pois haveria violação a este princípio.
Súmula 241 do STJ - A reincidência penal não pode ser considerada como
circunstância agravante e, simultaneamente, como circunstância judicial

7.2.7 Princípio da Adequação Social

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Idealizado por Hans Welzel, este princípio traz a ideia de que as condutas tidas por socialmente
adequadas não poderiam constituir delitos, pois o tipo penal implica em uma seleção de comportamentos
reprováveis cuja sociedade realiza um desvalor da ação e do resultado. Dessa forma, não caberia a
criminalização de comportamentos nos quais não há esse desvalor.
Comporta duas vertentes, reduzindo a abrangência do tipo penal.
1. Se o fato está de acordo com a norma, mas não está de acordo com o interesse social, a conduta
deverá ser tida como atípica.
2. Também deve ser direcionado ao legislador. Isso porque, se a conduta está de acordo com a
sociedade, o legislador não pode criminalizar esta conduta, orientando o parlamentar a como
proceder na definição dos bens jurídicos a ser tutelados.

Já caiu em prova:
(FEPESE - 2017 - PC-SC – Escrivão) Assinale a alternativa que indica corretamente o princípio de
direito penal pelo qual uma conduta legalmente tipificada não será considerada típica se for
tolerada e aceita pela sociedade.
A) princípio da legalidade
B) princípio da reserva legal
C) princípio da ulterioridade
D) princípio da adequação social [certo]

Há 3 correntes sobre a natureza jurídica do princípio da adequação social:

1. Excludente da tipicidade (doutrina majoritária): A adequação social exclui a


tipicidade material da conduta, uma vez que não seria crime uma vez que a conduta não é
socialmente reprovável./é socialmente adequada. De acordo com Toledo, "a adequação social
exclui desde logo a conduta em exame do âmbito de incidência do tipo, situando-a entre os
comportamentos normalmente permitidos, isto é, materialmente atípicos". O autor cita o
exemplo de lesões corporais causadas por um pontapé em partidas de futebol.
2. Excludente da ilicitude - Há doutrinadores minoritários dizendo que seria uma excludente da
ilicitude (no plano da ilicitude material). O problema é que hoje não se divide mais ilicitude
material e ilicitude formal. Então a tipicidade material da conduta acaba antecipando algumas
análises que seriam feitas na ilicitude

3. Regra geral de hermenêutica/princípio geral de interpretação: A jurisprudência caminha de


forma tranquila e dominante no sentido de que a adequação social deve sofrer uma aplicação
restritiva no direito penal, comportando 2 vertentes:

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• 1ª vertente – voltada ao legislador (função seletiva) – vertente meramente


orientadora, pois busca orientar o legislador para que esse não selecione condutas
socialmente adequadas para serem criminalizadas.
• 2ª vertente – voltada ao intérprete (função interpretativa limitadora) – traduz uma
regra geral de hermenêutica/ princípio geral de interpretação. Assim, em havendo várias
interpretações possíveis, pela adequação social, exclui a incidência do tipo penal das
hipóteses que são socialmente adequadas.

7.3 Princípios Relacionados com o Agente do Fato

7.3.1 Princípio da Responsabilidade Pessoal / Da Pessoalidade / Da Intranscendência Da Pena

De acordo com esse princípio explícito, a responsabilidade penal é sempre uma responsabilidade
pessoal, que não pode ultrapassar a pessoa do autor do crime, motivo pelo qual se proíbe o castigo penal
pelo fato de outrem. Somente o condenado é que terá de se submeter à sanção que lhe foi aplicada pelo
Estado.
No entanto, os efeitos secundários extrapenais da sentença penal condenatória (obrigação de
reparar o dano e decretação de perdimento de bens), podem se estender aos sucessores até o limite da
herança.

Art. 5º, XLV da CF – “nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a


obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos
da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do
patrimônio transferido”.

Já caiu em prova:
PC-RJ - 2008 - PC-RJ - Inspetor de Polícia
Em matéria de princípios constitucionais de Direito Penal, é correto afirmar que as penas
privativas de liberdade poderão ser impostas aos sucessores do condenado. [errado]

Desse princípio decorre:

• OBRIGATORIEDADE DA INDIVIDUALIZAÇÃO DA ACUSAÇÃO: É proibida a denúncia genérica, vaga ou


evasiva, embora nos Crimes Societários, os Tribunais flexibilizam essa obrigatoriedade;
• OBRIGATORIEDADE DA INDIVIDUALIZAÇÃO DA PENA.

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7.3.2 Princípio da Responsabilidade Subjetiva

Não basta que o fato seja materialmente causado pelo agente, o agente somente pode ser
responsabilizado se o fato tiver sido querido, assumido ou previsto. Não há responsabilidade penal sem dolo
ou culpa.

7.3.3 Princípio da Culpabilidade

Só pode o Estado impor sanção penal ao agente imputável (penalmente capaz), com potencial
consciência da ilicitude (possibilidade de conhecer o caráter ilícito do comportamento), quando dele exigível
conduta diversa (podendo agir de outra forma).

7.3.4 Princípio da Proporcionalidade

Exige que se faça um juízo de ponderação sobre a relação existente entre o bem que é lesionado ou
posto em perigo (gravidade do fato) e o bem de que alguém pode ser privado (gravidade da pena). Toda vez
que, nessa relação, houver um desequilíbrio acentuado, haverá desproporção. Ou seja, a pena deve ser
proporcional à gravidade do fato.
O presente princípio apresenta uma dupla face, pois de um lado proíbe o excesso (garantismo
negativo), enquanto de outro lado não admite a proteção insuficiente (garantismo positivo) – já estudamos
também no tópico do garantismo.

STJ (AI no HC 239.363/PR): A intervenção estatal por meio do Direito Penal deve
ser sempre guiada pelo princípio da proporcionalidade, incumbindo também ao
legislador o dever de observar esse princípio como proibição de excesso e como
proibição de proteção insuficiente.

Ressalta-se que o princípio da proporcionalidade incide no plano legislativo, judicial e no da execução


da pena. Segundo tal princípio, a sanção penal deve ser vantajosa para o corpo social, e trazer mais vantagens
do que desvantagens (proporcionalidade em sentido estrito); além disso, deve ser adequada e necessária à
finalidade do direito penal

7.3.5 Princípio da Limitação das Penas ou da Humanidade

Princípio da humanidade ou princípio da humanidade das penas, nada mais é do que o princípio da
dignidade da pessoa humana no Direito Constitucional. Este princípio é transportado para o Direito Penal, e
ganha uma nomenclatura diferente: humanidade.

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SEMANA 01/12

Assim, a CF prevê, em seu art. 5º, XLVII, que não haverá penas de morte (salvo em caso de guerra
declarada), de caráter perpétuo, de trabalhos forçados, de banimento ou cruéis.

XLVII - não haverá penas:


a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;
b) de caráter perpétuo;
c) de trabalhos forçados;
d) de banimento;
e) cruéis;

Referências Bibliográficas

- Direito Penal – Parte Geral – Volume 1 – 13ª edição – Cleber Masson;


- Sinopse nº1 – Direito Penal – Parte geral – 7ª edição – Alexandre Salim e Marcelo André de Azevedo;
- Aulas do módulo do professor Delegado de Polícia Marcus Montez
- Dizer o Direito (https://www.dizerodireito.com.br/);

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SEMANA 01/12

QUESTÕES PROPOSTAS

1 - 2021 - IDECAN - PC-CE - IDECAN - 2021 - PC-CE - Escrivão de Polícia Civil

A prisão de agente, previamente condenado, por porte de instrumento comumente empregado na prática
do crime de furto

A-obedece ao Princípio da Isonomia.


B-não demanda uma condição específica do agente.
C-decorre de uma infração penal de perigo em concreto.
D-viola o princípio da dignidade da pessoa humana.
E-está de acordo com o princípio da razoabilidade.

2 - 2021 - IDECAN - PC-CE - IDECAN - 2021 - PC-CE - Escrivão de Polícia Civil

Breno foi preso em flagrante de posse de uma unidade de munição de uso permitido (calibre .9mm),
desacompanhada de arma de fogo compatível com sua utilização. Nesse sentido, com base no entendimento
mais recente do STF acerca do tema, assinale a alternativa correta.

A-Incide o princípio da insignificância, causa supralegal de exclusão da tipicidade penal em sua dimensão
material. A conduta, portanto, não é típica.
B-A conduta é típica formal e materialmente, mas não haverá responsabilização penal em virtude do
exercício regular do direito.
C-A conduta é típica, antijurídica e culpável, mas não punível pelo princípio da insignificância.
D-Não incide o princípio da insignificância, pois o delito é crime de dano, e, portanto, a lesão é presumida.
E-A conduta é atípica formalmente, sendo certo que a atipicidade formal está respaldada no princípio da
insignificância.

3 - 2021 - IDECAN - PC-CE - IDECAN - 2021 - PC-CE - Escrivão de Polícia Civil

Maria e João emanciparam o filho Gabriel, de 17 anos, por considerarem-no bastante maduro para a idade.
Gabriel, por sua vez, objetivando economizar dinheiro, adquire um aparelho de telefone celular de última
geração do amigo Lucas, que tem 18 anos, por R$100,00 (cem reais), sabendo que o objeto é produto de
crime.
Nessa hipótese, assinale a alternativa correta.

A-Gabriel, por ser emancipado, responde por crime de receptação.

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SEMANA 01/12

B-A emancipação de Gabriel não impedirá sua responsabilização na seara criminal, devendo ser processado
por delito de receptação.
C-Gabriel, mesmo emancipado, não responderá por crime de receptação.
D-A emancipação de Gabriel impedirá sua responsabilização por ato infracional análogo ao delito de
receptação.
E-Gabriel não praticou conduta penalmente relevante; seu amigo Lucas é o único que responderá por delito
de contrabando.

4 - 2021 - IDECAN - PC-CE - IDECAN - 2021 - PC-CE - Escrivão de Polícia Civil

João foi preso em flagrante por furto de sinal de TV a cabo. Sua conduta foi tipificada no delito descrito no
art. 155, §3º, do Código Penal, in verbis: “Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel. (...) Equipara-
se à coisa móvel a energia elétrica ou qualquer outra que tenha valor econômico.”
Nesse sentido, segundo o entendimento do Superior Tribunal Federal (STF), assinale a alternativa correta.

A-A tipificação dada está equivocada, pois, com base no princípio da legalidade, é vedada analogia in malam
partem.
B-A tipificação dada está correta, sendo possível analogia ao tipo penal descrito, pois onde há a mesma razão,
deve haver a mesma disposição.
C-A tipificação dada está equivocada; a conduta de João é atípica, não estando descrita no ordenamento.
D-A tipificação dada está equivocada, pois ainda incidirá a qualificadora de o crime ser cometido por meio
de dispositivo eletrônico ou informático.
E-A tipificação dada está correta; o princípio da legalidade foi respeitado, justamente a legalidade material,
que determina a observância da mens legis.

5 - 2021 - INSTITUTO AOCP - PC-PA - INSTITUTO AOCP - 2021 - PC-PA - Investigador de Polícia Civil

No tocante aos princípios de Direito Penal, assinale a alternativa INCORRETA.

A-Se de um lado o princípio da proporcionalidade impõe a proibição do excesso, de outro lado esse postulado
também impede a proteção insuficiente de bens jurídicos, pois não tolera a punição abaixo da medida
correta.
B-A afirmativa: “a reincidência penal não pode ser considerada como circunstância agravante e,
simultaneamente, como circunstância judicial” é justificada pelo princípio do ne bis in idem.
C-Consoante a jurisprudência, para a incidência do princípio da insignificância, devem ser relevados o valor
do objeto do crime e os aspectos objetivos do fato, tais como, a mínima ofensividade da conduta do agente,
a ausência de periculosidade social da ação, o reduzido grau de reprovabilidade do comportamento e a
inexpressividade da lesão jurídica causada.
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SEMANA 01/12

D-A vedação do bis in idem impede a imputação ao agente de um crime (e de uma nova ação penal), cometido
no contexto fático de outro delito, o qual era desconhecido na ação penal a este correspondente.
E-A criminalidade de bagatela imprópria possui natureza jurídica de causa de exclusão da tipicidade.

6 - 2021 - INSTITUTO AOCP - PC-PA - INSTITUTO AOCP - 2021 - PC-PA - Escrivão de Polícia Civil

Acerca dos princípios de Direito Penal, assinale a alternativa INCORRETA.

A-O postulado da intranscendência impede que sanções e restrições de ordem jurídica superem a dimensão
estritamente pessoal do infrator.
B-Segundo o princípio da subsidiariedade, a atuação do Direito Penal é cabível unicamente quando os outros
ramos do Direito e os demais meios estatais de controle social tiverem se revelado impotentes para o
controle da ordem pública.
C-O princípio da proporcionalidade possui três destinatários: o legislador (proporcionalidade abstrata), o juiz
da ação penal (proporcionalidade concreta) e os órgãos da execução penal (proporcionalidade executória).
D-A impossibilidade de punição da autolesão se justifica pelo caráter fragmentário do Direito Penal.
E-O princípio da adequação social consubstancia-se em causa supralegal de exclusão da tipicidade, haja vista
que não pode ser considerado criminoso o comportamento humano que, embora tipificado em lei, não
afronta o sentimento social de justiça.

7 - 2019 - INSTITUTO AOCP - PC-ES - INSTITUTO AOCP - 2019 - PC-ES - Escrivão de Polícia

O art. 1º do Código Penal afirma que não há crime sem lei anterior que o defina e que não há pena sem prévia
cominação legal. O mencionado dispositivo corresponde a qual princípio de direito penal?

A-Princípio da legalidade.
B-Princípio da proibição de pena indigna.
C-Princípio da proporcionalidade
D-Princípio da igualdade.
E-Princípio da austeridade.

8 - 2018 -VUNESP -PC-SP -VUNESP - 2018 - PC-SP - Investigador de Polícia

Segundo o disposto na Declaração Universal dos Direitos Humanos, “Se depois da perpetração do delito a lei
dispuser a imposição de pena mais leve, o delinquente será por isso beneficiado.” Essa norma de direito
penal é representada pelo Princípio

A-da Individualização da Pena.


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RETA FINAL PCGO

AGENTE E ESCRIVÃO DE POLÍCIA

SEMANA 01/12

B-da Legalidade.
C-da Norma Penal em Branco.
D-da Presunção da Inocência.
E-da Retroatividade.

9 -2018 -VUNESP -PC-BA -VUNESP - 2018 - PC-BA - Investigador de Polícia

Acerca dos princípios da legalidade e da anterioridade insculpidos no art. 1° do Código Penal e no art. 5° ,
XXXIX, da Constituição Federal, analise as alternativas a seguir e assinale a correta.

A-Uma das funções do princípio da legalidade é permitir a criação de crimes e penas pelos usos e costumes.
B-No Brasil, em um primeiro momento, a União Federal pode legislar sobre matéria penal. No entanto, de
forma indireta e urgente, leis estaduais podem impor regras e sanções de natureza criminal.
C-A lei penal incriminadora somente pode ser aplicada a um fato concreto desde que tenha tido origem antes
da prática da conduta. Em situações temporárias e excepcionais, no entanto, admite-se a mitigação do
princípio da anterioridade.
D-Desdobramento do princípio da legalidade é o da taxatividade, que impede a edição de tipos penais
genéricos e indeterminados.
E-O princípio da legalidade afasta a aplicação da interpretação extensiva, mas permite a aplicação da analogia
de forma ampla e irrestrita.

10 -2018 -FUNDATEC -PC-RS -FUNDATEC - 2018 - PC-RS - Escrivão e de Inspetor de Polícia - Tarde

Em relação à teoria geral da norma penal, assinale a alternativa correta.

A-Dentre os princípios gerais do Direito Penal, pode-se citar o princípio da exclusiva proteção de bens
jurídicos e o princípio da intervenção mínima.
B-Os princípios só podem ser explícitos, ou seja, positivados no ordenamento jurídico.
C-O princípio da igualdade (ou da isonomia) não está previsto de maneira expressa na CF/1988.
D-O princípio da presunção de inocência (ou da não culpa) expresso na CF/1988 no artigo 5º, inciso LVII,
determina que "ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal
condenatória". Destarte, não é aceitável a decretação (excepcional) de uma prisão temporária ou preventiva
sobre alguém sobre o qual pairam indícios suficientes de autoria, mas que ainda não pode ser considerado
culpado.
E-O princípio da ofensividade ou lesividade (nullum crimen sine iniuria) não exige que do fato praticado
ocorra lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico tutelado.

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RETA FINAL PCGO

AGENTE E ESCRIVÃO DE POLÍCIA

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Respostas18

18
1: D 2: A 3: C 4: A 5: E 6: D 7: A 8: E 9: D 10: A
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