Você está na página 1de 67

SEMANA 1 1

CIVIL (LINDB)
CONSTITUCIONAL (CF - art. 1º a 4º)
PENAL (CP - art. 1º a 12)
PROCESSO PENAL (CPP - art. 1º a 23)
PROCESSO CIVIL (CPC - art. 1º a 41)
ADMINISTRATIVO (Lei nº 3.365/41)
SEMANA 1
2

CIVIL (LINDB)
CONSTITUCIONAL (CF - art. 1º a 4º)
PENAL (CP - art. 1º a 12)
PROCESSO PENAL (CPP - art. 1º a 23)
PROCESSO CIVIL (CPC - art. 1º a 41)
ADMINISTRATIVO (Lei nº 3.365/41)
SUMÁRIO

1. DIREITO CIVIL ................................................................................................................ 7

1.1. LINDB..................................................................................................................... 7

1.2. Artigos exigidos em provas de magistratura ...................................................... 18

2. DIREITO CONSTITUCIONAL ......................................................................................... 19

2.1. CF - ART. 1º A 4º ................................................................................................... 19

2.2. Artigos exigidos em provas de magistratura ...................................................... 22

3. DIREITO PENAL ............................................................................................................ 23

3.1. CP - ART. 1º A 12 .................................................................................................. 23

3.2. Artigos exigidos em provas de magistratura ...................................................... 29

4. DIREITO PROCESSUAL PENAL...................................................................................... 31


3
4.1. CPP - ART. 1º A 23 ................................................................................................ 31

4.2. Artigos exigidos em provas de magistratura ...................................................... 41

5. DIREITO PROCESSUAL CIVIL ........................................................................................ 42

5.1. CPC - ART. 1º A 41 ................................................................................................ 42

5.2. Artigos exigidos em provas de magistratura ...................................................... 52

6. DIREITO ADMINISTRATIVO.......................................................................................... 54

6.1. Lei nº 3.365/41 .................................................................................................... 54

6.2. Artigos exigidos em provas de magistratura ...................................................... 67


SEJAM BEM-VINDOS AO CIRCUITO apontamentos pontuais neste material
LEGISLATIVO! sobre posições pautadas em súmulas e
em julgados, como perceberão desde a
primeira semana.
Uma boa forma de iniciar nosso estudo
é entendendo melhor sobre a essência Sobre o destrinchar do estudo de
deste material. doutrina, atuamos de forma mais
aprofundada em outros materiais mais
Em que consiste o material de circuito extensos e explicativos, sem prejuízo
para otimização do estudo da que este formato de estudo aqui
legislação? apresentado seja de total relevância em
A organização de um material de sua rotina. Até por isso, incentivaremos
legislação objetivamente comentada nossos alunos de todas as fases a
visa a auxiliar o candidato em uma também utilizarem este material como
assimilação de conhecimentos básicos apoio. Após o sorteio do ponto 24 horas
para os concursos de magistratura em de prova oral, um material como este
sua principal fonte de questões: a tão salva uma vida, assim como é crucial
negligenciada lei! Logo ela, que define para otimização dos aspectos legais com
vidas da primeira fase até a prova oral. maior clareza e associação.
Como perceberão em nosso estudo de Não subestimem esta leitura!
provas objetivas de juiz de direito Parece simples, mas não é bem assim...
substituto, o conhecimento básico é o Ter um material como este para estudo
principal responsável pelo avanço do
candidato para as fases decisivas dos
e revisão pode soar leve no começo,
mas o compromisso diário, seguido das
4
concursos para carreira. Não adianta questões semanalmente enviadas para
querer correr de forma desenfreada verificação de assimilação, realmente
sem uma estratégia definida para demonstrarão quem tem o perfil de se
assimilação do que é essencial. As manter em foco por muito tempo. A
provas definem isso concurso a evolução na pontuação certamente virá
concurso, especialmente na primeira para quem levar este conceito e as
fase, que é o maior gargalo para a demais ferramentas do clube com
maioria dos candidatos para carreira. seriedade.
As notas de corte já giram acima de 80% Lei seca aprova! E, em nosso clube, ela
de acertos em diversos TJs, o que não não será tão seca assim, pois sempre
nos permite o luxo de estudar sem uma será pensada no desenvolvimento do
definição de conclusão das leis que seu estudo sem deixar de assimilar o
integram um edital. Em nossos básico que precisa seguir impregnado
materiais de legislação comentada, em sua pele.
teremos a oportunidade de acelerar sua
assimilação de termos, prazos, Para sua reflexão: em regra, em mais de
destaques, pegadinhas, comparativos 70% das questões das provas de
de institutos e outros tantos detalhes magistratura, o candidato pode
que definem quem avança ou não. responder corretamente apenas com lei
seca!
A jurisprudência vem na sequência
como fonte primordial de nossa Não é nada simples entregar este
atenção, e, sobre ela, também teremos conteúdo tão simplificado em suas
um tratamento especial no clube, com mãos. Por trás de cada grifo, tabela,
comentário destacado, existe muito auxiliou mais de 1.600 alunos a
suor e pesquisa para que sua luta fique conseguiram a aprovação em concurso
menos árdua, especialmente em uma de magistratura estadual: é o curso que
realidade em que o ideal é que você mais aprova do país!
sempre brigue para avançar de fase. Estude este material com atenção!
Talvez você não saiba ainda, mas sabe Prepare-se para responder às questões
aquele candidato incrível que está pertinentes aos seus artigos em nossos
classificado para duas provas orais de simulados semanais e mensais. Com o
magistratura? Pois é, ele precisou e passar dos dias e com as aplicações de
precisará estudar com muito foco a provas, você perceberá a sua pontuação
legislação em seus detalhes: prazos, subir 5, 10, 15, 20, 25 ou até mais, tudo
procedimentos, institutos, conceitos, e em sintonia com o seu esforço.
não há uma receita mais honesta do que Grifos, fundos e tabelas
fazer com consistência. E é isso que não
queremos que deixe de ser feito por Os grifos estarão voltados aos
nossos alunos nesta vertente do circuito elementos essenciais para sua fixação.
legislativo do clube: encarar com Sempre que o assunto a ser trabalhado
seriedade a fonte das principais necessitar da apresentação de um
informações e questões em todas as conceito/princípio exigido em prova, a
fases! Se você pensa que estudar dessa nossa equipe apresentará um fundo
forma servirá apenas para 1ª fase, amarelo para identificação de nossa
pergunte a importância do domínio da intervenção de leitura para
lei seca para o candidato que reprovou
na prova de sentença penal por 0,1 por
apontamento. Observações 5
jurisprudenciais terão um fundo verde,
ter deixado de colocar 1 artigo exigido dispositivos legais referidos serão
no espelho (onde o examinador gostaria transcritos com a cor azul claro, e
apenas de conferir sua menção na prova aqueles já cobrados em prova de
e não encontrou, porque ele foi Magistratura Estadual (a partir de 2010)
esquecido). O domínio da lei, além de terão um fundo azul.
ser nossa preocupação principal, é a As tabelas estarão presentes em todos
base para todo o resto. os cenários emergenciais. Não
Essa é uma verdade que incomoda pouparemos sistematização! Ao final
quem tenta se boicotar, não encarando desta leitura, você se sentirá
o desafio de frente: não se tem como familiarizado com aquilo que antes
fugir! parecia tão desafiador. O melhor
É preciso estratégia para vencer este parâmetro será a resolução de questões
patamar, e, sem dúvida, o clube da nos simulados e, posteriormente, nas
magistratura será um aliado neste provas oficiais. Não queremos deixar
sentido. questões simples na mesa! Somos
obcecados por aprovações e não
Outro destaque que merece ser pouparemos esforços para que, no que
evidenciado é nosso total compromisso depender do Mege e do esforço de
com a atualização constante de tudo vocês, nossos alunos continuem
que for apresentado! ocupando percentuais próximos do
A maior parte dos melhores candidatos preenchimento de 100% das vagas de
de magistratura do país passaram e magistratura em qualquer TJ.
passam por aqui desde 2015. O Mege já
Dúvida? Insegurança?
Direcionamento?
Qualquer aspecto relacionado ao seu
ambiente de preparação poderá ser
debatido em nossa ferramenta de
“suporte ao aluno”. Portanto, não se
sinta sozinho nessa caminhada.
AGORA É HORA DE DAR O PRIMEIRO
PASSO!
A sua caminhada para aprovação
começa com o básico bem assimilado, e
este material fará parte desta
percepção bem alinhada. Não se
esqueça de que o estudo não esgotará
por aqui. Nossa programação contará
com muitas atividades, e não seria
positivo permitir que leituras sejam
acumuladas. Diante disso, chegou a vez
de fazer sua parte, e iniciarmos com
tudo este compromisso que certamente
trará uma evolução em sua jornada, em
busca da toga.
6
Confie em nossa mentalidade de
valorização da legislação nesta vertente
do clube e garanta os pontos decisivos
para sua aprovação.
Bons estudos!
1. DIREITO CIVIL
1.1. LINDB Regras e Exceção:

LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO - Brasil: 45 dias depois de


DIREITO BRASILEIRO oficialmente publicada
DECRETO-LEI Nº 4.657, DE 4 DE Regra - Estado estrangeiro: 3
SETEMBRO DE 1942 meses depois de
oficialmente publicada
A Lei de Introdução às Normas do - Se houver disposição em
Direito Brasileiro (LINDB) é composta de contrário, aplica-se o que a
30 (trinta) artigos, que cuidam de temas lei indicar.
que ultrapassam o Direito Civil, sendo
aplicáveis a todos os ramos jurídicos. - Com a publicação da LC
95/98, o art. 1º da LINDB só
será usado de forma
Art. 1º Salvo disposição contrária, a lei residual.
começa a vigorar em todo o país Art. 8º A vigência da lei
QUARENTA E CINCO DIAS depois de será indicada de forma
oficialmente publicada. expressa e de modo a
§ 1º Nos Estados, estrangeiros, a contemplar prazo razoável
obrigatoriedade da lei brasileira,
quando admitida, se inicia TRÊS MESES
para que dela se tenha
amplo conhecimento,
7
depois de oficialmente publicada. reservada a cláusula "entra
§ 2º (Revogado pela Lei nº 12.036, de em vigor na data de sua
2009). publicação" para as leis de
pequena repercussão.
§ 3º Se, antes de entrar a lei em vigor, Exceção § 1º A contagem do prazo
ocorrer nova publicação de seu texto,
destinada a correção, o prazo deste para entrada em vigor das
artigo e dos parágrafos anteriores leis que estabeleçam
começará a correr DA NOVA período de vacância far-se-
PUBLICAÇÃO. á com a inclusão da data da
publicação e do último dia
§ 4º As correções a texto de lei já em do prazo, entrando em
vigor consideram-se LEI NOVA. vigor no dia subsequente à
sua consumação integral.
A LINDB é uma norma de § 2º As leis que
sobredireito/superdireito, ou seja, uma estabeleçam período de
norma jurídica que possui o objetivo de vacância deverão utilizar a
regulamentar outras normas - norma cláusula ‘esta lei entra em
sobre as normas (“lex legum”). vigor após decorridos (o
número de) dias de sua
publicação oficial’.
A lei de introdução é uma legislação que
contém princípios gerais sobre a norma Para atos administrativos
jurídica. será aplicado o art. 5º do
Decreto 572/1890, que § 2º A lei nova, que estabeleça
entram em vigor na data disposições gerais ou especiais a par das
de sua publicação, salvo já existentes, NÃO REVOGA NEM
disposição em contrário. MODIFICA a lei anterior.

Repristinação
Cômputo do prazo da vacatio legis:
conta-se a data da publicação (inclusive) § 3º Salvo disposição em contrário, a lei
e a data do último dia do prazo, revogada NÃO SE RESTAURA por ter a
entrando em vigor no dia seguinte a lei revogadora perdido a vigência.
esse prazo, independentemente se for
dia útil ou não.
Desuetudo: é a revogação de uma lei
por um costume. Não é permitido (STJ -
Nova Publicação: RESP 146.360/PR).

Conceitos Importantes:
Se, antes de entrar a lei
em vigor, ocorrer nova
publicação de seu texto:
É a possibilidade de
a) havendo reforma a lei incidir sobre
Durante a
total, a vacatio legis será fatos anteriores à
vacatio
legis
reiniciada; sua vigência. 8
b) em sendo parcial, tão Retroatividade Ex.: lei que beneficia
somente tal parcela o réu retroage para
sofrerá o reinício do alcançar fatos
prazo. anteriores à sua
vigência.
Se a alteração ocorrer a
Após a texto de lei já em vigor, Uma lei, já
vacatio considera-se lei nova. O revogada, produz
legis prazo conta dessa nova efeitos mesmo após
publicação. Ultratividade a sua revogação.
Ex.: lei temporária e
lei excepcional.
Art. 2º Não se destinando à vigência
temporária, a lei terá vigor até que
outra a modifique ou revogue.
Classificação de Revogação:

(PRINCÍPIO DA
CONTINUIDADE/PERMANÊNCIA) Quanto Ab-rogação
§ 1º A lei posterior REVOGA a anterior à Revogação (Ab-rogação
quando expressamente o declare, Extensã Total é absoluto =
quando seja com ela incompatível ou o total)
quando regule inteiramente a matéria
de que tratava a lei anterior.
Derrogação regra, salvo se
houver previsão
Revogação (Parcial é de legal.
Parcial parte =
derrogação) É a reentrada em
vigor de norma
aparentemente
- Antinomias: Norberto Bobbio revogada. Ocorre
prescreveu critérios metajurídicos de quando uma
resolução de conflitos, para resolver o norma que
conflito de normas com o escopo de revogou outra é
manter a coerência do sistema jurídico. Efeitos declarada
Repristinatórios inconstitucional. A
lei inicialmente
ANTINOMIA ANTINOMIA revogada, então,
APARENTE DE APARENTE DE entra em vigor
PRIMEIRO GRAU SEGUNDO GRAU novamente.
(Repristinação
Hierárquico: Hierárquico > Oblíqua ou
Norma superior > Especialidade. Indireta)
inferior.

Especialidade: Hierárquico >


(PRINCÍPIO DA OBRIGATORIEDADE DA
Norma especial >
geral.
Cronológico.
LEI) 9
Art. 3º NINGUÉM SE ESCUSA de cumprir
Cronológico: Especialidade > a lei, alegando que não a conhece.
Norma posterior Cronológico.
> anterior.
Obrigatoriedade das normas ou eficácia
geral do ordenamento jurídico. O Brasil
Repristinação X Efeitos adotou o sistema de vigência único
Repristinatórios (sincrônico ou simultâneo): no silêncio
da lei, ela entra em vigor em todo o país
ao mesmo tempo. A antiga lei de
É o fenômeno introdução adotava o sistema de
legislativo em que vigência sucessiva ou progressiva, pelo
ocorre a volta em qual as leis entravam em vigor em
vigor de norma tempos diferentes nas diferentes partes
que já foi do território brasileiro.
revogada, pela
Repristinação revogação da
Erro de Direito: há proibição de
norma que a
alegação de erro de direito. O
revogou conhecimento das leis é uma presunção
anteriormente. relativa (“juris tantum”), e não absoluta
Não admitida no (“jure et jure”), sendo possível,
ordenamento excepcionalmente, a parte alegar erro
brasileiro, como de direito (ex: art. 65, II, CP).
Costumes Não há disciplina legal,
(PRINCÍPIO DA INDECLINABILIDADE OU Praeter por isso, o costume a
VEDAÇÃO AO NON LIQUET) Legem regulamenta.
Art. 4º Quando a lei for omissa, o juiz Costumes Se contrapõem às leis.
decidirá o caso de acordo com a Contra Não são admitidos no
ANALOGIA, OS COSTUMES E OS
Legem direito brasileiro.
PRINCÍPIOS GERAIS DE DIREITO.

Conforme lição de Norberto Bobbio, o Princípios Gerais do Direito: são


ordenamento é uno, coerente e princípios universais e gerais, veiculados
completo (dogma da completude), o em conceitos vagos, ou até mesmo
próprio ordenamento oferece solução implícitos no ordenamento, utilizados
para colmatação de lacunas. para preencher as lacunas.

Métodos de integração do direito: na Equidade: A equidade consiste na


analogia, nos costumes e os princípios justiça no caso concreto e não está
gerais do direito. capitulada na LINDB. Portanto, a priori,
não deve ser considerada como método
de integração do direito. Entretanto, de
Analogia: parte da ideia de que fatos de forma excepcional, é possível sua
igual natureza devem ser julgados de utilização quando a lei expressamente
maneira similar. autorize (ex: art. 413 do CC). 10
Vai além dos limites (PRINCÍPIO DO FIM SOCIAL DA NORMA
da previsão legal. Há E DO BEM COMUM)
Analogia
integração da norma Art. 5º Na APLICAÇÃO DA LEI, o juiz
jurídica. atenderá aos fins sociais a que ela se
dirige e às exigências do bem comum.
Ampliação do
Interpretação conteúdo da previsão
Extensiva legal. Há subsunção à Verifica-se que a LINDB optou por
norma. considerar que se deve buscar na
exegese uma finalidade teleológica e
uma função social (princípio da
Costumes: uma prática reiterada, sociabilidade).
repetitiva e uniforme que se entenda
obrigatória.
(PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE)
Art. 6º A Lei em vigor terá EFEITO
Costumes Não infringe a lei, IMEDIATO E GERAL, respeitados o ato
Secundum servindo, em verdade, jurídico perfeito, o direito adquirido e a
Legem de apoio a ela. coisa julgada.
§ 1º Reputa-se ATO JURÍDICO PERFEITO condição preestabelecida inalterável, a
o já consumado segundo a lei vigente ao arbítrio de outrem.
tempo em que se efetuou.
§ 2º Consideram-se ADQUIRIDOS assim Ato Jurídico Perfeito: compreende-se
os direitos que o seu titular, ou alguém aquele ato consumado consoante a lei
por ele, possa exercer, como aqueles do seu tempo. É a manifestação de
cujo começo do exercício tenha termo vontade lícita, emanada por quem
pré-fixo, ou condição pré-estabelecida esteja em livre disposição, e
inalterável, a arbítrio de outrem. aperfeiçoada.
§ 3º Chama-se COISA JULGADA OU
CASO JULGADO a decisão judicial de
que já não caiba recurso. Coisa Julgada: deve-se entender
quando há uma decisão no processo da
qual não caiba mais recurso. Sobre o
Lei nova não se assunto, atenção à possibilidade de
aplica aos fatos relativização de coisa julgada em caso
pretéritos; de exame de DNA.

Lei nova se aplica a


Regra: ATENÇÃO! Em que consiste
fatos pendentes,
retroatividade máxima, média e
Irretroatividade especificamente
mínima?
nas partes
posteriores; Máxima: atinge direitos adquiridos, o 11
ato jurídico perfeito e também a coisa
Lei nova se aplica julgada. É dizer, a lei nova não
aos fatos futuros. estabelece o respeito às situações já
decididas em decisões judiciais ou em
A lei pode produzir
situações nas quais o direito de ação já
efeitos retroativos,
havia caducado;
se houver expressa
disposição nesse Média: atinge os fatos/prestações
sentido (efeito PENDENTES, de negócios celebrados no
Exceção: retro-operante) e passado. Ou seja, há o respeito às
Retroatividade desde que essa causae finitae, mas os fatos que não
retroação não foram objeto de decisões judiciais, nem
atinja o ato jurídico cobertos por títulos, podem ser
perfeito, o direito modificados pela lei nova;
adquirido e a coisa Mínima: atinge as prestações/efeitos
julgada. FUTUROS, de negócios celebrados no
passado. Assim, há o respeito aos
efeitos jurídicos já produzidos, pela
Direito Adquirido: deve-se entender situação fixada anteriormente à nova
aquele direito já incorporado ao legislação.
patrimônio jurídico de seu titular ou de
alguém que possa exercê-lo, bem como
aquele que tenha termo prefixo ou (REGRA LEX DOMICILII OU REGRA DO
ESTATUTO PESSOAL)
Art. 7º A lei do país em que domiciliada decisões já proferidas em pedidos de
a pessoa determina as regras sobre o homologação de sentenças estrangeiras
COMEÇO E O FIM DA PERSONALIDADE, de divórcio de brasileiros, a fim de que
O NOME, A CAPACIDADE E OS DIREITOS passem a produzir todos os efeitos
DE FAMÍLIA. legais.
§ 1º Realizando-se o casamento no § 7º SALVO o caso de abandono, o
Brasil, será aplicada a LEI BRASILEIRA DOMICÍLIO DO CHEFE DA FAMÍLIA
quanto aos impedimentos dirimentes e estende-se ao outro cônjuge e aos filhos
às formalidades da celebração. não emancipados, e o do tutor ou
§ 2º O casamento de estrangeiros curador aos incapazes sob sua guarda.
poderá celebrar-se perante autoridades § 8º Quando a pessoa não tiver
diplomáticas ou consulares do país de domicílio, considerar-se-á domiciliada
ambos os nubentes. NO LUGAR DE SUA RESIDÊNCIA OU
§ 3º Tendo os nubentes domicílio NAQUELE EM QUE SE ENCONTRE.
diverso, regerá os casos de invalidade
do matrimônio a lei do PRIMEIRO Art. 8º Para qualificar os BENS e regular
DOMICÍLIO CONJUGAL. as relações a eles concernentes, aplicar-
§ 4º O regime de bens, legal ou se-á a lei do país em que estiverem
convencional, obedece à lei do país em situados.
que tiverem OS NUBENTES DOMICÍLIO, § 1º Aplicar-se-á a lei do país em que for
e, se este for diverso, a do PRIMEIRO domiciliado o proprietário, quanto aos
DOMICÍLIO CONJUGAL. bens móveis que ele trouxer ou se 12
§ 5º O estrangeiro casado, que se destinarem a transporte para outros
naturalizar brasileiro, pode, mediante lugares.
expressa anuência de seu cônjuge, § 2º O PENHOR regula-se pela lei do
requerer ao juiz, no ato de entrega do domicílio que tiver a pessoa, em cuja
decreto de naturalização, se apostile ao posse se encontre a coisa apenhada.
mesmo a adoção do regime de
comunhão parcial de bens, respeitados
os direitos de terceiros e dada esta Art. 9º Para QUALIFICAR E REGER AS
adoção ao competente registro. OBRIGAÇÕES, aplicar-se-á a lei do país
§ 6º O divórcio realizado no em que se constituírem.
estrangeiro, se um ou ambos os § 1º Destinando-se a obrigação a ser
cônjuges forem brasileiros, só será executada no Brasil e dependendo de
reconhecido no Brasil depois de 1 (um) forma essencial, será esta observada,
ano da data da sentença, SALVO se admitidas as peculiaridades da lei
houver sido antecedida de separação estrangeira quanto aos requisitos
judicial por igual prazo, caso em que a extrínsecos do ato.
homologação produzirá efeito imediato, § 2º A OBRIGAÇÃO resultante do
obedecidas as condições estabelecidas contrato reputa-se CONSTITUÍDA no
para a eficácia das sentenças lugar em que residir o proponente.
estrangeiras no país. O Superior
Tribunal de Justiça, na forma de seu
regimento interno, poderá reexaminar, Art. 10. A SUCESSÃO POR MORTE OU
a requerimento do interessado, POR AUSÊNCIA obedece à lei do país em
que domiciliado o defunto ou o de quem os represente, sempre que não
desaparecido, qualquer que seja a lhes seja mais favorável a lei pessoal do
natureza e a situação dos bens. de cujus.
§ 1º A SUCESSÃO DE BENS DE § 2º A lei do domicílio do herdeiro ou
ESTRANGEIROS, situados no País, será legatário regula a CAPACIDADE PARA
regulada pela lei brasileira em benefício SUCEDER.
do cônjuge ou dos filhos brasileiros, ou

Regra LEI BRASILEIRA (Princípio da Territorialidade Moderada ou Mitigada)

Começo e fim da personalidade,


DOMICÍLIO DA PESSOA nome, capacidade, direitos de família
e penhor.
(art. 7º e art. 8º, §2º)
- Só é possível a aplicação se houver
compatibilidade com o ordenamento
jurídico brasileiro.

Qualificar os bens e regular as


SITUAÇÃO DOS BENS (art. 8º)
relações a eles concernentes.

DOMICÍLIO DO PROPRIETÁRIO Bens móveis que ele trouxer ou se


destinarem a transporte para outros
Exceções (art. 8º, §1º) lugares. 13
LEI DO
PAÍS DO LEIS DO PAÍS ONDE A
(A) OBRIGAÇÃO SE CONSTITUIU (art. Qualificar e reger as obrigações.
9º)

DOMICÍLIO DO DEFUNTO OU O Sucessão por morte ou por


DESAPARECIDO (art. 10) ausência.

BRASILEIRA - ou lei do estatuto


pessoal do de cujus, se mais Sucessão de bens estrangeiros
favorável localizados no Brasil.
(art. 10, §1º)

DOMICÍLIO DO HERDEIRO OU
Capacidade para suceder.
LEGATÁRIO (art. 10, §2º).

Art. 11. As organizações destinadas a estabelecimentos antes de serem os


fins de interesse coletivo, como AS atos constitutivos aprovados pelo
SOCIEDADES E AS FUNDAÇÕES, Governo brasileiro, ficando sujeitas à lei
obedecem à lei do Estado em que se brasileira.
constituírem. § 2º Os GOVERNOS ESTRANGEIROS,
§ 1º Não poderão, entretanto ter no bem como as ORGANIZAÇÕES DE
Brasil filiais, agências ou QUALQUER NATUREZA, que eles
tenham constituído, dirijam ou hajam
investido de funções públicas, NÃO a) haver sido proferida por juiz
PODERÃO adquirir no Brasil bens competente;
imóveis ou suscetíveis de
desapropriação. b) terem sido os partes citadas ou haver-
se legalmente verificado à revelia;
§ 3º Os Governos estrangeiros PODEM
adquirir a propriedade dos prédios c) ter passado em julgado e estar
necessários à sede dos representantes revestida das formalidades necessárias
diplomáticos ou dos agentes consulares. para a execução no lugar em que foi
proferida;
d) estar traduzida por intérprete
Art. 12. É COMPETENTE a autoridade autorizado;
judiciária brasileira, quando for o réu
domiciliado no Brasil ou aqui tiver de e) ter sido homologada pelo Supremo
ser cumprida a obrigação. Tribunal Federal. A EC45/04 alterou o
art. 105 da CF/88 e, atualmente, tal
§ 1º Só à autoridade judiciária brasileira competência é do Superior Tribunal de
compete conhecer das ações relativas a Justiça.
IMÓVEIS SITUADOS NO BRASIL.
Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº
§ 2º A autoridade judiciária brasileira 12.036, de 2009).
cumprirá, concedido o exequatur e
segundo a forma estabelecida pela lei
brasileira, as diligências deprecadas por (TEORIA DA VEDAÇÃO DO REENVIO OU
autoridade estrangeira competente, TEORIA DO RETORNO OU DA 14
observando a lei desta, quanto ao DEVOLUÇÃO)
objeto das diligências. Art. 16. Quando, nos termos dos artigos
precedentes, se houver de aplicar a lei
Art. 13. A PROVA DOS FATOS estrangeira, ter-se-á em vista a
OCORRIDOS EM PAÍS ESTRANGEIRO disposição desta, SEM CONSIDERAR-SE
rege-se pela lei que nele vigorar, quanto QUALQUER REMISSÃO por ela feita a
ao ônus e aos meios de produzir-se, não outra lei.
admitindo os tribunais brasileiros
provas que a lei brasileira desconheça. Vedação ao Reenvio (retorno) – É a
hipótese tratada no art. 16, já tendo sido
Art. 14. Não conhecendo a lei cobrada em provas.
estrangeira, poderá o juiz exigir de
quem a invoca prova do texto e da Art. 17. As leis, atos e sentenças de
vigência. outro país, bem como quaisquer
declarações de vontade, NÃO TERÃO
Art. 15. Será EXECUTADA NO BRASIL a EFICÁCIA NO BRASIL, quando
sentença proferida no estrangeiro, que ofenderem a soberania nacional, a
reúna os seguintes requisitos: ordem pública e os bons costumes.

(ATENÇÃO: Observe o art. 960 do Art. 18. Tratando-se de brasileiros, SÃO


Código de Processo Civil) COMPETENTES AS AUTORIDADES
CONSULARES BRASILEIRAS para lhes Art. 20. Nas esferas administrativa,
celebrar o casamento e os mais atos de controladora e judicial, NÃO SE
Registro Civil e de tabelionato, inclusive DECIDIRÁ com base em valores
o registro de nascimento e de óbito dos jurídicos abstratos sem que sejam
filhos de brasileiro ou brasileira nascido consideradas as consequências práticas
no país da sede do Consulado. da decisão.
§ 1º As autoridades consulares Parágrafo único. A MOTIVAÇÃO
brasileiras também poderão celebrar a demonstrará a necessidade e a
separação consensual e o divórcio adequação da medida imposta ou da
consensual de brasileiros, não havendo invalidação de ato, contrato, ajuste,
filhos menores ou incapazes do casal e processo ou norma administrativa,
observados os requisitos legais quanto inclusive em face das possíveis
aos prazos, devendo constar da alternativas.
respectiva escritura pública as
disposições relativas à descrição e à
partilha dos bens comuns e à pensão Motivação = contextualização dos fatos
alimentícia e, ainda, ao acordo quanto à + indicação dos fundamentos de mérito
retomada pelo cônjuge de seu nome de e jurídicos: art. 2º do Decreto nº
solteiro ou à manutenção do nome 9.830/19.
adotado quando se deu o casamento.
§ 2º É indispensável a assistência de Motivação de decisão baseadas em
advogado, devidamente constituído, valores jurídicos abstratos: art. 3º do
que se dará mediante a subscrição de Decreto nº 9.830/19. 15
petição, juntamente com ambas as
partes, ou com apenas uma delas, caso
a outra constitua advogado próprio, não Análise Econômica do Direito: análise
se fazendo necessário que a assinatura das consequências práticas da decisão.
do advogado conste da escritura
pública. A análise das consequências práticas da
decisão passa a fazer parte das razões
Art. 19. Reputam-se válidos todos os de decidir do julgador.
atos indicados no artigo anterior e
celebrados pelos cônsules brasileiros na Princípio da Proporcionalidade:
vigência do Decreto-lei nº 4.657, de 4 de (adequação + necessidade +
setembro de 1942, desde que proporcionalidade em sentido estrito).
satisfaçam todos os requisitos legais.
Parágrafo único. No caso em que a
celebração desses atos tiver sido Motivação per relationem - é possível a
recusada pelas autoridades consulares, utilização: art. 2º, §3º. do Decreto nº
com fundamento no artigo 18 do 9.830/19.
mesmo Decreto-lei, ao interessado é
facultado RENOVAR O PEDIDO dentro Art. 21. A decisão que, nas esferas
em 90 (noventa) dias contados da data
administrativa, controladora ou judicial,
da publicação desta lei. DECRETAR A INVALIDAÇÃO de ato,
contrato, ajuste, processo ou norma
administrativa deverá indicar de modo Art. 23. A DECISÃO administrativa,
expresso suas consequências jurídicas controladora ou judicial que estabelecer
e administrativas. (Vide art. 4º do INTERPRETAÇÃO OU ORIENTAÇÃO
Decreto nº 9.830/19) NOVA sobre norma de conteúdo
Parágrafo único. A decisão a que se indeterminado, impondo novo dever ou
refere o caput deste artigo deverá, novo condicionamento de direito,
quando for o caso, indicar as condições deverá prever regime de transição
para que a REGULARIZAÇÃO ocorra de quando indispensável para que o novo
modo proporcional e equânime e sem dever ou condicionamento de direito
prejuízo aos interesses gerais, não se seja cumprido de modo proporcional,
podendo impor aos sujeitos atingidos equânime e eficiente e sem prejuízo aos
ônus ou perdas que, em função das interesses gerais. (Vide art. 6º e 7º do
peculiaridades do caso, sejam anormais Decreto nº 9.830/19)
ou excessivos. (Vide art. 13 do Decreto Parágrafo único. (VETADO). (Incluído
nº 9.830/19) pela Lei nº 13.655, de 2018)

(PRIMADO DA REALIDADE) Art. 24. A REVISÃO, nas esferas


Art. 22. Na INTERPRETAÇÃO DE administrativa, controladora ou judicial,
NORMAS SOBRE GESTÃO PÚBLICA, QUANTO À VALIDADE de ato, contrato,
serão considerados os obstáculos e as ajuste, processo ou norma
dificuldades reais do gestor e as administrativa cuja produção já se
exigências das políticas públicas a seu houver completado levará em conta as
orientações gerais da época, SENDO
16
cargo, sem prejuízo dos direitos dos
administrados. VEDADO QUE, com base em mudança
posterior de orientação geral, se
§ 1º Em DECISÃO SOBRE declarem inválidas situações
REGULARIDADE DE CONDUTA OU plenamente constituídas. (Vide art. 5º
VALIDADE de ato, contrato, ajuste, do Decreto nº 9.830/19)
processo ou norma administrativa,
serão consideradas as circunstâncias Parágrafo único. Consideram-se
práticas que houverem imposto, orientações gerais as interpretações e
limitado ou condicionado a ação do especificações contidas em atos
agente. públicos de caráter geral ou em
jurisprudência judicial ou administrativa
§ 2º Na APLICAÇÃO DE SANÇÕES, serão majoritária, e ainda as adotadas por
consideradas a natureza e a gravidade prática administrativa reiterada e de
da infração cometida, os danos que dela amplo conhecimento público.
provierem para a administração pública,
as circunstâncias agravantes ou
atenuantes e os antecedentes do Art. 25. (VETADO). (Incluído pela Lei nº
agente. 13.655, de 2018)
§ 3º As sanções aplicadas ao agente
serão levadas em conta na dosimetria Art. 26. PARA ELIMINAR irregularidade,
das demais sanções de mesma natureza incerteza jurídica ou situação
e relativas ao mesmo fato. contenciosa na aplicação do direito
público, inclusive no caso de expedição
de licença, a autoridade administrativa
poderá, após oitiva do órgão jurídico e, Tem por objetivo evitar que partes,
quando for o caso, após realização de públicas ou privadas, em processo na
consulta pública, e presentes razões de esfera administrativa, controladora ou
relevante interesse geral, CELEBRAR judicial obtenham benefícios indevidos
COMPROMISSO com os interessados, ou sofram prejuízos anormais ou
observada a legislação aplicável, o qual injustos oriundos do próprio processo
só produzirá efeitos a partir de sua ou da conduta de qualquer dos
publicação oficial. envolvidos.
§ 1º O compromisso referido no caput
deste artigo: (Vide art. 10 do Decreto nº Art. 28. O agente público responderá
9.830/19) PESSOALMENTE por suas decisões ou
I - buscará solução jurídica proporcional, opiniões técnicas em caso de dolo ou
equânime, eficiente e compatível com erro grosseiro.
os interesses gerais;
II – (VETADO); (Incluído pela Lei nº (Vide art. 12 do Decreto nº 9.830/19)
13.655, de 2018)
III - não poderá conferir desoneração
permanente de dever ou § 1º (VETADO).
condicionamento de direito (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018)
reconhecidos por orientação geral; § 2º (VETADO). (Incluído pela Lei nº
IV - deverá prever com clareza as 13.655, de 2018)
obrigações das partes, o prazo para seu § 3º (VETADO). (Incluído pela Lei nº
17
cumprimento e as sanções aplicáveis em 13.655, de 2018)
caso de descumprimento.
§ 2º (VETADO). (Incluído pela Lei nº
13.655, de 2018) Art. 29. Em qualquer órgão ou Poder, a
edição de atos normativos por
autoridade administrativa, salvo os de
Art. 27. A DECISÃO DO PROCESSO, nas mera organização interna, poderá ser
esferas administrativa, controladora ou precedida de consulta pública para
judicial, poderá impor COMPENSAÇÃO manifestação de interessados,
por benefícios indevidos ou prejuízos preferencialmente por meio eletrônico,
anormais ou injustos resultantes do a qual será considerada na decisão.
processo ou da conduta dos envolvidos.
(Vide art. 9º do Decreto nº 9.830/19)
(Vide art. 18 do Decreto nº 9.830/19)
§ 1º A decisão sobre a compensação
será motivada, ouvidas previamente as
partes sobre seu cabimento, sua forma § 1º A convocação conterá a minuta do
e, se for o caso, seu valor. ato normativo e fixará o prazo e demais
§ 2º Para prevenir ou regular a condições da consulta pública,
compensação, poderá ser celebrado observadas as normas legais e
compromisso processual entre os regulamentares específicas, se houver.
envolvidos. § 2º (VETADO). (Incluído pela Lei nº
13.655, de 2018) (Vigência)
Art. 26 TJ-AC, 2019 (VUNESP)
Art. 30. As autoridades públicas devem
atuar para aumentar a segurança Art. 27 TJ-RJ, 2019 (VUNESP)
jurídica na aplicação das normas,
Art. 30 TJ-SP, 2023 (VUNESP)
inclusive por meio de regulamentos,
súmulas administrativas e respostas a
consultas.
Parágrafo único. OS INSTRUMENTOS
previstos no caput deste artigo TERÃO
CARÁTER VINCULANTE em relação ao
órgão ou entidade a que se destinam,
até ulterior revisão.

1.2. Artigos exigidos em provas de


magistratura

Provas objetivas de Magistratura


Estadual em que os artigos
estudados foram exigidos (a partir de
2010)

LINDB
18
Art. 1º TJ-PB, 2015 (CEBRASPE)

TJMG, 2022 (FGV)


Art. 2º TJPB, 2015 (CEBRASPE)
TJPE, 2010 (FCC)

Art. 3º (TJ-SC, 2017 (FCC)

TJRR, 2015 (FCC)


Art. 4º TJAL, 2015 (FCC)
TJSC, 2015 (FCC)

TJSE, 2015 (FCC)


Art. 6º
TJDFT, 2015 (CEBRASPE)

Art. 7º TJ-MG, 2014 (FUNDEP)

Art. 10 TJ-SC, 2017 (FCC)

Art. 13 TJ-PB, 2010 (CEBRASPE)

Art. 21 TJ-SP, 2023 (VUNESP)


2. DIREITO CONSTITUCIONAL Não se confunde com
2.1. CF - ART. 1º A 4º constitucionalismo transnacional, que
propugna a criação de uma Constituição
internacional, como forma de solução
CONCEITOS INTRODUTÓRIOS dos problemas decorrentes da
RELEVANTES globalização, ou seja, o Direito
Constitucional doméstico estaria
hierarquicamente vinculado a uma
NEOCONSTITUCIONALISMO Constituição global, nas questões
A ideia geral é a Constituição como comuns aos Estados envolvidos.
centro do sistema. A CF passa a ser uma
norma jurídica dotada de
imperatividade e superioridade (deixa Concepções de constituição
de ser apenas uma carta política). (doutrina clássica)
Busca-se, dentro dessa nova realidade, Sentido Sociológico - Ferdinand
não mais apenas atrelar o Lassalle - A Constituição deve refletir as
constitucionalismo à ideia de limitação forças sociais, sob pena de ser apenas
do poder político, mas, acima de tudo, uma "simples folha de papel" (sem
busca-se a eficácia da Constituição, valor). Dessa forma, a Constituição é a
deixando o texto de ter um caráter somatória dos fatores reais do poder
meramente retórico e passando a ser (forças econômicas, sociais, políticas,
mais efetivo, especialmente diante da religiosas), dentro de uma sociedade.
expectativa de concretização dos
direitos fundamentais. Sentido Político - Carl Schmitt - A 19
Constituição é o documento que
determina as normas fundamentais e
Transconstitucionalismo (Marcelo estruturais do Estado. A Constituição é
Neves) decisão política fundamental do titular
Neoconstitucionalismo não se do poder constituinte (teoria
confunde com decisionista ou voluntarista). A validade
Transconstitucionalismo. da Constituição, nesse sentido, se
basearia na decisão política que lhe dá
Transconstitucionalismo é o fenômeno existência.
pelo qual diversas ordens jurídicas de
um mesmo Estado ou de Estados Sentido Jurídico - Hans Kelsen - Esse
diferentes se entrelaçam para resolver autor aloca a Constituição no mundo do
problemas constitucionais. O “dever ser”, e não no mundo do “ser”,
componente novo não é o caracterizando-a como fruto da vontade
entrelaçamento entre a pluralidade de racional do homem. Para ele, o sistema
ordenamentos, mas o modo como são normativo está organizado em uma
travadas as conversações. pirâmide, assim cada norma busca sua
validade na norma imediatamente
É inevitável o fenômeno da superior. Dessa forma, a concepção de
"globalização do Direito constitucional", Kelsen toma a Constituição em dois
que não propugna uma Constituição sentidos:
global ou internacional, mas propõe
uma "globalização do direito - Plano Lógico-Jurídico (plano suposto) -
constitucional doméstico". Existência de uma norma fundamental
hipotética (plano da norma suposta).
Essa norma é o fundamento lógico
transcendental da validade da norma CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA
posta ou positivada. FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988
- Plano Jurídico-Positivo - Existência de PREÂMBULO
norma posta, positivada. A Constituição
é a norma positivada suprema, que Nós, representantes do povo brasileiro,
serve para regular a criação de todas as reunidos em Assembleia Nacional
outras. Constituinte para instituir um Estado
Democrático, destinado a assegurar o
Sentido Culturalístico - J. H. Meirelles exercício dos direitos sociais e
Teixeira - Nessa acepção a Constituição individuais, a liberdade, a segurança, o
é produto de um fato cultural produzido bem-estar, o desenvolvimento, a
pela sociedade e que sobre ela pode igualdade e a justiça como valores
influir. A Constituição decorre de uma supremos de uma sociedade fraterna,
formação objetiva de cultura, incluindo pluralista e sem preconceitos, fundada
aspectos econômicos, sociológicos, na harmonia social e comprometida, na
jurídicos e filosóficos. Segundo o autor, ordem interna e internacional, com a
esse conceito conduz a uma solução pacífica das controvérsias,
Constituição total, a fim de abranger o promulgamos, sob a proteção de Deus,
seu conceito em uma perspectiva a seguinte CONSTITUIÇÃO DA
unitária. Em resumo, para lembrar dessa REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL.
classificação: “constituição
condicionada e condicionante da
cultura”. Preâmbulo da Constituição 20
- O preâmbulo NÃO tem caráter
Constituição aberta vinculante, situando-se no âmbito da
política. Adota-se, portanto, a TEORIA
Contraposta à Constituição unitária está DA IRRELEVÂNCIA JURÍDICA do
a ideia de Constituição aberta. Esta é a preâmbulo.
Constituição que permite uma
constante atualização por meio de um - O Estado Democrático de Direito
processo de interpretação destina-se a assegurar o exercício de
(hermenêutica). Dessa forma, a determinados valores supremos.
Constituição evolui para evitar o ‘Assegurar’, tem, no contexto, função de
desmoronamento da sua força garantia dogmático-constitucional;
normativa (mutação constitucional - não, porém, de garantia dos valores
processo informal de mudança abstratamente considerados, mas do
interpretativa). seu ‘exercício’. Este signo desempenha,
aí, função pragmática, porque, com o
Constitucionalização Simbólica objetivo de ‘assegurar’, tem o efeito
O Professor Marcelo Neves alerta para o imediato de prescrever ao Estado uma
fato de que, na atividade legiferante, ação em favor da efetiva realização dos
muitas vezes há o predomínio da função ditos valores em direção (função
simbólica (ideológica, moral e cultural) diretiva) de destinatários das normas
sobre a função jurídico-instrumental constitucionais que dão a esses valores
(força normativa), gerando um déficit de conteúdo específico (...). (STF - ADI
concretização das normas 2.649, voto da rel. min. Cármen Lúcia, j.
constitucionais. 8-5-2008, P, DJE de 17-10-2008.)
Estado Democrático de Direito
NÃO constitui norma central. Invocação (Princípio do Estado Democrático de
da proteção de Deus: NÃO se trata de Direito) e tem como FUNDAMENTOS:
norma de reprodução obrigatória na I - a SOberania;
Constituição estadual, NÃO tendo força II - a CIdadania;
normativa. (STF - ADI 2.076, rel. min.
Carlos Velloso) III - a DIgnidade da pessoa humana;
IV - os VAlores sociais do trabalho e da
livre iniciativa;
TÍTULO I
V - o PLUralismo político.
DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS

Dica para fixação: SO-CI-DI-VA-PLU


Princípios: republicano, federativo e do
Estado democrático de direito.
Art. 1º A República Federativa (Princípio Parágrafo único. Todo o poder emana
Republicano) do Brasil, formada pela do povo, que o exerce por meio de
união indissolúvel dos Estados e representantes ELEITOS OU
Municípios e do Distrito Federal DIRETAMENTE, nos termos desta
(Princípio Federativo), constitui-se em Constituição.

FORMA DE ESTADO FORMA DE GOVERNO SISTEMA DE GOVERNO 21


Maquiavel:
República (CF/88) x
Monarquia x Ditadura
Estado Federado
Aristóteles: Presidencialismo (CF/88) x
Composto (CF/88) x Parlamentarismo
Estado Unitário Democracia (CF/88) x
Monarquia x Aristocracia
x Tirania x Oligarquia x
Demagogia

Grau de centralização Modo de atribuição de Relação entre o Poder


dos poderes estatais poder Executivo e o Poder
Art. 60, §4º, I, da CF/88 – Art. 34, VII, a, da CF/88 – Legislativo
cláusula pétrea princípio sensível

REGIME POLÍTICO DEMOCRÁTICO

Soberania Popular

Democracia Direta
Participação do povo no poder Democracia Indireta ou representativa
Democracia Semidireta ou participativa (CF/88)

Divisão dos poderes (Sistema de Freios VI - defesa da paz;


e Contrapesos – Checks and Balances VII - solução pacífica dos conflitos;
System)
VIII - repúdio ao terrorismo e ao
Art. 2º São Poderes da União, racismo;
INDEPENDENTES E HARMÔNICOS entre
si, o Legislativo, o Executivo e o IX - cooperação entre os povos para o
Judiciário. progresso da humanidade;
X - concessão de asilo político.

Art. 3º Constituem OBJETIVOS Parágrafo único. A República Federativa


fundamentais da República Federativa do Brasil buscará a integração
do Brasil: econômica, política, social e cultural dos
povos da América Latina, visando à
I - construir uma sociedade livre, justa e formação de uma comunidade latino-
solidária; americana de nações.
II - garantir o desenvolvimento nacional;
III - erradicar a pobreza e a 2.2. Artigos exigidos em provas de
marginalização e reduzir as magistratura
desigualdades sociais e regionais;
IV - promover o bem de todos, sem 22
preconceitos de origem, raça, sexo, cor, Provas objetivas de Magistratura
idade e quaisquer outras formas de Estadual em que os artigos
discriminação. estudados foram exigidos (a partir de
2010)
Atenção: Os objetivos são CF - ART. 1º A 4º
representados por verbos no infinitivo.
Algumas questões tentam gerar Art. 1º TJ-MG, 2014 (Fundep)
confusão entre as hipóteses do artigo 3º
Art. 3º TJ-MG, 2014 (Fundep)
e 4º. Essa é uma boa forma de
diferenciação. TJ-BA, 2012 (Cebraspe)
Art. 4º
TJ-PB, 2015 (Cebraspe)
Art. 4º A República Federativa do Brasil
rege-se nas suas RELAÇÕES
INTERNACIONAIS pelos seguintes
PRINCÍPIOS:
I - independência nacional;
II - prevalência dos direitos humanos;
III - autodeterminação dos povos;
IV - não-intervenção;
V - igualdade entre os Estados;
3. DIREITO PENAL
3.1. CP - ART. 1º A 12 Anterioridade da Lei
Princípio da Legalidade
CÓDIGO PENAL Art. 1º - Não há crime sem lei ANTERIOR
DECRETO-LEI Nº 2.848, DE 7 DE que o defina. Não há pena sem PRÉVIA
DEZEMBRO DE 1940. cominação legal.

PARTE GERAL
Aplicação da lei vigente à
REGRA época dos fatos (tempus
PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL regit actum).
Constitucionais Constitucionais Extratividade -
Explícitos Implícitos Aplicação da lei a fatos
- Personalidade - Culpabilidade ocorridos antes ou
depois de sua vigência. É
ou -
intranscendênci admissível desde que
Proporcionalidade para favorecer o
a da pena ou
responsabilidad - Taxatividade acusado.
e pessoal (art. - Intervenção EXCEÇÃO a) Retroatividade:
5º, XLV, CF). mínima: aplicação da lei nova
- - benéfica a fato anterior 23
Individualização Fragmentariedade à sua vigência.
da pena (art. 5º, .
b) Ultratividade:
XLVI, primeira - Subsidiariedade. aplicação da lei já
parte, CF). - Ofensividade ou revogada após o seu
- Humanidade lesividade. período de vigência.
(art. 5º, XLVII, - Insignificância ou
CF). bagatela.
Irretroatividade da lei penal ou
- Legalidade (art. - Adequação retroatividade da lei penal benéfica
5º, XXXIX, CF): social.
Art. 5º, XL, da CF/88: a lei penal não
- Anterioridade retroagirá, salvo para beneficiar o réu.
(art. 5.º, XXXIX, - Abolitio criminis / Lex mitior: possui
CF). retroatividade e ultratividade, por ser
- Retroatividade benéfica ao réu.
da lei penal - Novatio legis incriminadora / Lex
benéfica gravior: aplica aos fatos posteriores à
(art. 5º, XL, CF). sua entrada em vigor, por ser maléfica
ao réu.

TÍTULO I
Lei penal no tempo
DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL
Abolitio Criminis ou Descriminalização irretroatividade da norma mais grave ao
e Lex Mitior acusado (art. 5º, XL, da Constituição
Art. 2º - Ninguém pode ser punido por Federal), são inaplicáveis aos
fato que LEI POSTERIOR deixa de precedentes jurisprudenciais. (STF - HC
considerar crime, cessando em virtude 161452-2020 e STJ - AgRg nos EDcl no
dela a execução e os efeitos penais da AREsp 1361814/RJ-2020)
sentença condenatória.
Súmula 611 do STF: Transitada em
Retroatividade de lei penal benéfica julgado a sentença condenatória,
compete ao Juízo das execuções a
aplicação de lei mais benigna.
Parágrafo único - A lei posterior, que de
qualquer modo favorecer o agente,
aplica-se aos fatos anteriores, AINDA A lei penal intermediária é
QUE decididos por sentença simultaneamente dotada de
condenatória transitada em julgado. retroatividade (quanto à lei vigente na
data do fato) e de ultratividade (quanto
à vigente na data do julgamento).
Novatio legis
incriminadora
Abolitio Revogação formal e
Novatio legis in pejus Criminis material do delito.
(lei nova prejudicial) NÃO Extingue a 24
retroage punibilidade,
deixando o fato de
Lex gravior ser punível.
(lei mais grave) Continuidade Revogação apenas
Típico- formal do delito.
Normativa O fato ainda é
Novatio legis in mellius
punível.
(lei nova favorável)

Lei excepcional ou temporária


Lex mitior
(lei mais suave) Retroage
Art. 3º - A lei excepcional ou temporária,
embora decorrido o período de sua
duração ou cessadas as circunstâncias
Abolitio criminis
que a determinaram, aplica-se ao fato
(revogação da conduta praticado DURANTE sua vigência.
criminosa)

Normas cujo prazo de


STF e STJ: Os preceitos constitucionais Leis vigência vem
relativos à aplicação retroativa da Temporárias determinado no
norma penal benéfica, bem como à próprio texto. São
dotadas de que outro seja o
autorrevogação. Ex.: resultado.
até o dia “X”.
Considera praticado o
Normas editadas para crime no momento
serem aplicadas Teoria do da produção do
Leis durante uma situação Resultado ou resultado. (Na
Excepcionais ou período de do Evento prescrição, aplica-se a
excepcionalidade. Ex.: data da consumação
calamidade pública. – art. 111, I, do CP)

Considera praticado o
São leis elaboradas para terem curta Teoria Mista crime tanto no
duração. São leis ULTRATIVAS e ou da momento da conduta
AUTORREVOGÁVEIS. Ubiquidade como da produção do
resultado.

Súmula 711 do STF: A lei penal mais


grave aplica-se ao crime continuado ou Territorialidade
ao crime permanente, se a sua vigência Territorialidade Temperada
é anterior à cessação da continuidade
ou da permanência. Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira
(territorialidade), sem prejuízo de

Combinação de Leis / Lex Tertia: Tanto


convenções, tratados e regras de direito
internacional (temperada), ao crime
25
para o STF (RE600817/13), como para o cometido no território nacional.
STJ (Súmula 501), não é possível a
combinação de leis no tempo, isso
porque a lei favorável deve ser aplicada Território brasileiro por equiparação ou
integralmente. Adota-se, assim, a extensão
Teoria da Ponderação Unitária ou § 1º - Para os efeitos penais,
Global (em detrimento da Teoria da consideram-se como EXTENSÃO do
Ponderação Diferenciada). território nacional as embarcações e
aeronaves brasileiras, de natureza
pública ou a serviço do governo
Tempo do crime brasileiro onde quer que se encontrem,
Teoria da atividade bem como as aeronaves e as
Art. 4º - Considera-se praticado o crime embarcações brasileiras, mercantes ou
no MOMENTO da AÇÃO OU OMISSÃO, de propriedade privada, que se achem,
ainda que outro seja o momento do respectivamente, no espaço aéreo
resultado. correspondente ou em alto-mar.

Território brasileiro por equiparação ou


Teoria da Considera praticado o extensão
Atividade crime no momento
da conduta, ainda § 2º - É também aplicável a lei brasileira
aos crimes praticados a bordo de
aeronaves ou embarcações estrangeiras
de propriedade privada, achando-se Embarcações e Em alto-mar ou no
aquelas em pouso no território nacional aeronaves espaço aéreo
ou em voo no espaço aéreo brasileiras, correspondente.
correspondente, e estas em porto ou mercantes ou
mar territorial do Brasil. particulares.

Embarcações Em território
Território brasileiro por equiparação estrangeiras brasileiro.
ou extensão privadas.

Embarcações e Onde quer que se


aeronaves encontrem. Lugar do crime
brasileiras, de
natureza Art. 6º - Considera-se praticado o crime
pública ou a no LUGAR em que ocorreu a AÇÃO ou
serviço do OMISSÃO, no todo ou em parte, bem
governo como onde se produziu ou deveria
brasileiro. produzir-se o RESULTADO. (Teoria da
Ubiquidade)

Teoria da Atividade Considera praticado o crime no lugar em que ocorreu a


ou da Ação conduta.

Teoria do Resultado Considera praticado o crime no lugar em que ocorreu a


26
ou do Evento produção do resultado.

Considera praticado no lugar em que ocorreu a conduta, no


Teoria Mista, Unitária
todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria
ou da Ubiquidade
produzir-se o resultado.

L.U.T.A.

Lei Penal no Espaço Lei Penal no Tempo

Lugar = Ubiquidade Tempo = Atividade

Crimes conexos Teoria da Atividade

Crimes contra a vida Teoria da Atividade


Exceções à
Teoria da Infrações de menor
Ubiquidade potencial ofensivo Teoria da Atividade

Atos Infracionais Teoria da Atividade


Art. 183, da Lei 11.101/05. Compete ao juiz
criminal da jurisdição onde tenha sido
decretada a falência, concedida a recuperação
Crimes Falimentares
judicial ou homologado o plano de recuperação
extrajudicial, conhecer da ação penal pelos
crimes previstos nesta Lei.

Crimes Plurilocais
Teoria do Resultado

Crimes à Distância
Teoria da Ubiquidade

Comissivos: Teoria da Ubiquidade


Crimes Militares
Omissivos: Teoria da Atividade

Extraterritorialidade Princípio da justiça universal e Princípio


Art. 7º - Ficam sujeitos à LEI BRASILEIRA, do Domicílio
embora cometidos no estrangeiro: d) de genocídio, quando o agente for
brasileiro ou domiciliado no Brasil; 27
Extraterritorialidade incondicionada
I - os crimes: Extraterritorialidade condicionada
II - os crimes:

Princípio da defesa ou real


a) contra a vida ou a liberdade do Princípio da justiça universal
Presidente da República; a) que, por tratado ou convenção, o
Brasil se obrigou a reprimir;

Princípio da defesa ou real


b) contra o patrimônio ou a fé pública Princípio da nacionalidade ativa
da União, do Distrito Federal, de Estado, b) praticados por brasileiro;
de Território, de Município, de empresa
pública, sociedade de economia mista,
autarquia ou fundação instituída pelo Princípio da representação
Poder Público; c) praticados em aeronaves ou
embarcações brasileiras, mercantes ou
de propriedade privada, quando em
Princípio da defesa ou real território estrangeiro e aí não sejam
c) contra a administração pública, por julgados.
quem está a seu serviço;

Extraterritorialidade incondicionada
§ 1º - Nos casos do inciso I, o agente é mesmo crime, quando diversas, ou
punido segundo a lei brasileira, AINDA NELA É COMPUTADA, quando
QUE absolvido ou condenado no idênticas.
estrangeiro.

Eficácia de sentença estrangeira


Extraterritorialidade condicionada Art. 9º - A sentença estrangeira, quando
§ 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação a aplicação da lei brasileira produz na
da lei brasileira DEPENDE do concurso espécie as mesmas consequências,
das seguintes CONDIÇÕES: pode ser homologada no Brasil para:
a) entrar o agente no território nacional; I - obrigar o condenado à reparação do
b) ser o fato punível também no país em dano, a restituições e a outros efeitos
que foi praticado; civis;

c) estar o crime incluído entre aqueles II - sujeitá-lo a medida de segurança.


pelos quais a lei brasileira autoriza a Parágrafo único - A homologação
extradição; depende:
d) não ter sido o agente absolvido no a) para os efeitos previstos no inciso I,
estrangeiro ou não ter aí cumprido a de pedido da parte interessada;
pena; b) para os outros efeitos, da existência
e) não ter sido o agente perdoado no de tratado de extradição com o país de
estrangeiro ou, por outro motivo, não cuja autoridade judiciária emanou a
estar extinta a punibilidade, segundo a sentença, ou, na falta de tratado, de 28
lei mais favorável. requisição do Ministro da Justiça.

Princípio da nacionalidade passiva Contagem de prazo


Extraterritorialidade Art. 10 - O dia do começo INCLUI-SE no
(hiper)condicionada cômputo do prazo. Contam-se os dias,
§ 3º - A lei brasileira aplica-se também os meses e os anos pelo calendário
ao crime cometido por estrangeiro comum.
contra brasileiro fora do Brasil, se,
REUNIDAS as CONDIÇÕES previstas no
parágrafo anterior: Prazo Penal Prazo Processual
a) não foi pedida ou foi negada a (art. 10 do CP) Penal
extradição; (art. 798 do CPP)
b) houve requisição do Ministro da
Inclui-se o dia Não se inclui o dia
Justiça.
do começo. do começo,
O prazo pode começando a
Pena cumprida no estrangeiro cessar em dia contagem no dia
não útil. útil seguinte.
O prazo deve
Extraterritorialidade incondicionada
iniciar e cessar em
Art. 8º - A pena cumprida no estrangeiro dia útil.
ATENUA a pena imposta no Brasil pelo
derogat
Frações não computáveis da pena consumptae).

Art. 11 - DESPREZAM-SE, nas penas Diz respeito à


privativas de liberdade e nas restritivas sucessão de leis
de direitos, as frações de dia, e, na pena penais no tempo.
de multa, as frações de cruzeiro. Significa que lei
posterior tem
Sucessividade
preferência à lei
Legislação especial anterior que cuide
Art. 12 - As REGRAS GERAIS deste do mesmo fato (lex
Código aplicam-se aos fatos posterior derogat
incriminados por LEI ESPECIAL, se esta legi priori).
não dispuser de modo diverso.
Aplicável em se
tratando de crime
CONFLITO APARENTE DE NORMAS de ação múltipla ou
tipo misto
Significa que a alternativo. Nesses
norma especial casos, mesmo que
Alternatividade
tem preferência o agente pratique
Especialidade em relação à mais de uma
norma geral (lex conduta, no
specialis derogat mesmo contexto 29
legi generali). fático, responderá
por um só crime.
Significa que a
norma principal
deve ser aplicada 3.2. Artigos exigidos em provas de
em detrimento da magistratura
subsidiária (lex
primaria derogat
Subsidiariedade subsidiariae). Provas objetivas de Magistratura
Norma subsidiária Estadual em que os artigos
é a que está estudados foram exigidos (a partir de
prevista, inserida 2010)
em outra. Tem-se
um tipo acessório e CP - ART. 1º A 12
outro principal.
TJ-SC, 2022 (FGV)
A norma que prevê
Art. 1º TJ-MG, 2018 (Consuplan)
determinado fato
deve ser preterida TJ-SP, 2021 (Vunesp)
Absorção ou em relação a outra
Consunção TJ-BA, 2012 (Cebraspe)
que contenha o
mesmo fato, mas Art. 2º TJ-PA, 2019 (Cebraspe)
de maior amplitude TJ-PE, 2014 (FCC)
(lex consumens
TJ-SC, 2022 (FGV)
TJ-PR, 2018 (Cebraspe)
Art. 3º
TJ-MG, 2014 (Fundep)
TJ-PB, 2010 (Cebraspe)

Art. 4º TJ-RO, 2010 (PUC-PR)

TJ-CE, 2018 (Cebraspe)


Art. 6º
TJ-AC, 2019 (Vunesp)

TJ-SC, 2022 (FGV)


Art. 7º
TJ-SE, 2015 (FCC)

Art. 10 TJ-PE, 2014 (FCC)

30
4. DIREITO PROCESSUAL PENAL o) Princípio do in dubio pro reo (art.
4.1. CPP - ART. 1º A 23 5º, LVII, CF).

p) Princípio ne bis in idem.


CÓDIGO DE PROCESSO PENAL
DECRETO-LEI Nº 3.689, DE 3 DE
OUTUBRO DE 1941. LIVRO I
DO PROCESSO EM GERAL
TÍTULO I
PRINCÍPIOS PROCESSUAIS PENAIS E
CONSTITUCIONAIS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

a) Princípio da busca da verdade real.


Princípio da territorialidade
b) Princípio ne procedat judex ex Art. 1º O processo penal reger-se-á, em
officio. todo o território brasileiro, por este
c) Princípio do devido processo legal Código, RESSALVADOS:

(art. 5º, LIV, CF). I - os tratados, as convenções e regras de


direito internacional;
d) Princípio da vedação das provas II - as prerrogativas constitucionais do
ilícitas (art. 5º, LVI, CF). Presidente da República, dos ministros
de Estado, nos crimes conexos com os
e) Princípio da presunção
inocência (art. 5º, LVII, CF).
de
do Presidente da República, e dos 31
ministros do Supremo Tribunal Federal,
f) Princípio da obrigatoriedade de nos crimes de responsabilidade
motivação das decisões judiciais. (Constituição, arts. 86, 89, § 2º, e 100);
III - os processos da competência da
g) Princípio da publicidade.
Justiça Militar;
h) Princípio da imparcialidade do juiz. IV - os processos da competência do
tribunal especial (Constituição, art. 122,
i) Princípio da igualdade processual no 17);
(art. 5º, caput, CF).
V - os processos por crimes de imprensa.
j) Princípio do contraditório (art. 5º, (Vide ADPF nº 130)
LV, CF). Parágrafo único. Aplicar-se-á,
entretanto, este Código aos processos
k) Princípio da ampla defesa (art. 5º,
referidos nos nºs. IV e V, quando as leis
LV, CF).
especiais que os regulam não
l) Princípio do duplo grau de dispuserem de modo diverso.
jurisdição.

m) Princípio do juiz natural (art. 5º, STF: Os agentes consulares só têm


XXXVII e LIII, CF). direito a imunidade se os fatos delitivos
decorrem do desempenho de suas
n) Princípio do promotor natural e funções (1ª T, RHC 50155).
imparcial.
Princípio da imediatidade - ou do efeito Nesse sistema, cabe
imediato ou da aplicação imediata - e a um só órgão
Princípio do tempus regit actum e acusar e julgar. O
Sistema do isolamento dos atos SISTEMA
juiz dá início à ação
processuais INQUISITIVO
penal e, ao final, ele
Art. 2º A lei processual penal aplicar-se- mesmo profere a
á desde logo, SEM PREJUÍZO da sentença.
validade dos atos realizados sob a
vigência da lei anterior. No sistema
acusatório, existe
separação entre os
STJ: A exclusão do ordenamento jurídico órgãos incumbidos
do protesto por novo júri, nos termos da de realizar a
redação conferida pela Lei 11.689/08, acusação e o
tem aplicação imediata aos processos julgamento, o que
SISTEMA
pendentes em consonância com o ACUSATÓRIO garante a
princípio tempus regit actum, previsto imparcialidade do
no art. 2º do CPP (RHC 31585, 22.03.12). (CPP) julgador e, por
conseguinte,
assegura a plenitude
STJ: O fato de a lei nova ter suprimido o de defesa e o
recurso de protesto por novo júri não tratamento
afasta o direito à recorribilidade
subsistente pela lei anterior
igualitário
partes.
das
32
(ultratividade da lei processual), quando
o julgamento ocorreu antes da entrada Este sistema é
em vigor da Lei 11.689/2008, que, em caracterizado pela
seu art. 4º, revogou expressamente o existência do
Capítulo IV do Título II do Livro III, do Juizado de
CPP, extinguindo o protesto por novo Instrução, fase
júri (5ª T, REsp 1046429, em 09/10/12). investigatória e
persecutória
preliminar
Art. 3º A lei processual penal admitirá SISTEMA conduzida por um
INTERPRETAÇÃO EXTENSIVA e
MISTO OU juiz, que não se
APLICAÇÃO ANALÓGICA, bem como o
ACUSATÓRIO confunde com o
SUPLEMENTO DOS PRINCÍPIOS GERAIS
FORMAL inquérito policial,
DE DIREITO.
seguida de uma fase
acusatória em que
Art. 3º-A. O processo penal terá são assegurados
ESTRUTURA ACUSATÓRIA, vedadas a todos os direitos do
iniciativa do juiz na fase de investigação acusado e a
e a substituição da atuação probatória independência entre
do órgão de acusação. acusação, defesa e
juiz.

SISTEMAS PROCESSUAIS
neste Código ou em legislação especial
pertinente;
ATENÇÃO: Em 15.01.2020, o Ministro
Presidente Dias Toffoli, Presidente do VII - decidir sobre o requerimento de
STF no exercício do plantão judicial, produção antecipada de provas
concedeu parcialmente as medidas consideradas urgentes e não repetíveis,
cautelares pleiteadas nas ADIs 6.298, assegurados o contraditório e a ampla
6.299 e 6.300 para suspender-se a defesa em audiência pública e oral;
eficácia dos arts. 3º-D, parágrafo VIII - PRORROGAR o prazo de duração
único, e 157, § 5º, do Código de do inquérito, estando o investigado
Processo Penal, incluídos pela Lei nº preso, em vista das razões apresentadas
13.964/19 (sistema de rodízio) e pela autoridade policial e observado o
suspender-se a eficácia dos arts. 3º-B, disposto no § 2º deste artigo;
3º-C, 3º-D, caput, 3ºE e 3º-F do CPP. IX - determinar o trancamento do
inquérito policial quando não houver
fundamento razoável para sua
Art. 3º-B. O JUIZ DAS GARANTIAS é instauração ou prosseguimento
responsável pelo controle da legalidade
da investigação criminal e pela X - requisitar documentos, laudos e
salvaguarda dos direitos individuais informações ao delegado de polícia
cuja franquia tenha sido reservada à sobre o andamento da investigação;
autorização prévia do Poder Judiciário, XI - DECIDIR sobre os requerimentos de:
competindo-lhe ESPECIALMENTE:
I - receber a comunicação imediata da
a) interceptação telefônica, do fluxo de
comunicações em sistemas de
33
prisão, nos termos do inciso LXII do informática e telemática ou de outras
caput do art. 5º da Constituição Federal; formas de comunicação;
II - receber o auto da prisão em b) afastamento dos sigilos fiscal,
flagrante para o controle da legalidade bancário, de dados e telefônico;
da prisão, observado o disposto no art. c) busca e apreensão domiciliar;
310 deste Código;
d) acesso a informações sigilosas;
III - zelar pela observância dos direitos
do preso, podendo determinar que este e) outros meios de obtenção da prova
seja conduzido à sua presença, a que restrinjam direitos fundamentais do
qualquer tempo; investigado;

IV - ser informado sobre a instauração XII - JULGAR o habeas corpus impetrado


de qualquer investigação criminal; ANTES do oferecimento da denúncia;

V - decidir sobre o requerimento de XIII - DETERMINAR a instauração de


prisão provisória ou outra medida incidente de insanidade mental;
cautelar, observado o disposto no § 1º XIV - DECIDIR sobre o recebimento da
deste artigo; denúncia ou queixa, nos termos do art.
VI - PRORROGAR a prisão provisória ou 399 deste Código;
outra medida cautelar, bem como
SUBSTITUÍ-LAS ou REVOGÁ-LAS, Art. 399. Recebida a denúncia ou queixa,
assegurado, no primeiro caso, o o juiz designará dia e hora para a
exercício do contraditório em audiência audiência, ordenando a intimação do
pública e oral, na forma do disposto
acusado, de seu defensor, do Ministério mencionar que os arts. 3º-A a 3º-F do
Público e, se for o caso, do querelante e CPP ainda estão suspensos pela ADI nº
do assistente. 6298, de relatoria do Min. Luiz Fux, do
§ 1º O acusado preso será requisitado STF.
para comparecer ao interrogatório,
devendo o poder público providenciar § 2º Se o investigado estiver preso, o
sua apresentação. juiz das garantias poderá, mediante
§ 2º O juiz que presidiu a instrução representação da autoridade policial e
deverá proferir a sentença. ouvido o Ministério Público, prorrogar,
uma única vez, a duração do inquérito
por até 15 DIAS, após o que, se ainda
XV - assegurar prontamente, quando se assim a investigação não for concluída, a
fizer necessário, o direito outorgado ao prisão será imediatamente relaxada.
investigado e ao seu defensor de acesso
a todos os elementos informativos e
provas produzidos no âmbito da Art. 3º-C. A competência do juiz das
investigação criminal, SALVO no que garantias ABRANGE todas as infrações
concerne, estritamente, às diligências penais, EXCETO as de menor potencial
em andamento; ofensivo, e CESSA com o recebimento
XVI - deferir pedido de admissão de da denúncia ou queixa na forma do art.
assistente técnico para acompanhar a 399 deste Código.
produção da perícia; § 1º Recebida a denúncia ou queixa, as
XVII - decidir sobre a homologação de questões pendentes serão decididas 34
acordo de não persecução penal ou os pelo juiz da instrução e julgamento.
de colaboração premiada, quando § 2º As decisões proferidas pelo juiz das
formalizados durante a investigação; garantias NÃO VINCULAM o juiz da
XVIII - outras matérias inerentes às instrução e julgamento, que, após o
atribuições definidas no caput deste recebimento da denúncia ou queixa,
artigo. DEVERÁ REEXAMINAR a necessidade
das medidas cautelares em curso, no
§ 1º O preso em flagrante ou por força prazo máximo de 10 DIAS.
de mandado de prisão provisória será
encaminhado à presença do juiz de § 3º Os autos que compõem as
garantias no prazo DE 24 (VINTE E matérias de competência do juiz das
QUATRO) HORAS, momento em que se garantias ficarão acautelados na
realizará audiência com a presença do secretaria desse juízo, à disposição do
Ministério Público e da Defensoria Ministério Público e da defesa, e NÃO
Pública ou de advogado constituído, SERÃO APENSADOS aos autos do
vedado o emprego de processo enviados ao juiz da instrução e
videoconferência. julgamento, ressalvados os documentos
relativos às provas irrepetíveis, medidas
de obtenção de provas ou de
Esse dispositivo havia sido vetado pelo antecipação de provas, que deverão ser
Presidente da República, porém o veto remetidos para apensamento em
foi derrubado pelo Congresso Nacional apartado.
e a sua promulgação ocorreu em
30.04.2021. Entretanto, insta
§ 4º Fica assegurado às partes o amplo
acesso aos autos acautelados na TÍTULO II
secretaria do juízo das garantias.
DO INQUÉRITO POLICIAL

Art. 3º-D. O juiz que, na fase de


investigação, praticar qualquer ato Art. 4º A polícia judiciária será
incluído nas competências dos arts. 4º e EXERCIDA pelas autoridades policiais no
5º deste Código FICARÁ IMPEDIDO de território de suas respectivas
funcionar no processo. circunscrições e TERÁ POR FIM a
apuração das infrações penais e da sua
Parágrafo único. Nas comarcas em que autoria.
funcionar apenas um juiz, os tribunais
criarão um sistema de rodízio de Parágrafo único. A competência
magistrados, a fim de atender às definida neste artigo NÃO EXCLUIRÁ a
disposições deste Capítulo. de autoridades administrativas, a quem
por lei seja cometida a mesma função.

Art. 3º-E. O juiz das garantias será


designado conforme as normas de STF e STJ: O inquérito policial constitui
organização judiciária da União, dos procedimento administrativo, de
Estados e do Distrito Federal, caráter informativo, cuja finalidade
observando critérios objetivos a serem consiste em subsidiar eventual denúncia
periodicamente divulgados pelo a ser apresentada pelo Ministério
respectivo tribunal. Público, razão pela qual irregularidades 35
ocorridas não implicam, de regra,
nulidade de processo-crime. Assim,
Art. 3º-F. O juiz das garantias deverá eventuais irregularidades ocorridas no
assegurar o cumprimento das regras inquérito policial não contaminam a
para o tratamento dos presos, ação penal. (STF: HC 169.348/RS-2019 e
IMPEDINDO o acordo ou ajuste de STJ: AgRg no RHC 124.024/SP-2020)
qualquer autoridade com órgãos da
imprensa para explorar a imagem da
pessoa submetida à prisão, sob pena de Atenção: A regra é que a atribuição da
responsabilidade civil, administrativa e polícia judiciária se estabeleça pelo
penal. critério territorial, ou seja, pelo local da
consumação da infração.
Parágrafo único. Por meio de
regulamento, as autoridades deverão
disciplinar, em 180 DIAS, o modo pelo Caso o IP seja presidido por delegado
qual as informações sobre a realização pertencente à circunscrição distinta,
da prisão e a identidade do preso serão, não haverá nulidade do IP e da AP, pois
de modo padronizado e respeitada a a CF não consagra o princípio do
programação normativa aludida no delegado natural.
caput deste artigo, transmitidas à
imprensa, assegurados a efetividade da
persecução penal, o direito à Súmula 234 do STJ
informação e a dignidade da pessoa A participação de membro do MP na
submetida à prisão. fase investigatória criminal não acarreta
o seu impedimento ou suspeição para o informações, MANDARÁ instaurar
oferecimento da denúncia. inquérito.
§ 4º O inquérito, nos crimes em que a
Súmula 397 do STF ação pública depender de
representação, NÃO poderá sem ela ser
O poder de polícia da Câmara dos iniciado.
Deputados e do Senado Federal, em
caso de crime cometido nas suas § 5º Nos crimes de ação privada, a
dependências, compreende, consoante autoridade policial SOMENTE poderá
o regimento, a prisão em flagrante do proceder a inquérito a requerimento de
acusado e a realização do inquérito. quem tenha qualidade para intentá-la.

Art. 5º Nos crimes de AÇÃO PÚBLICA o Prevalece que o delegado não pode
inquérito policial será INICIADO: deixar de instaurar o IP arguindo a
aplicação do princípio da insignificância,
pois este é matéria a ser apreciada
Princípio da oficiosidade privativamente pelo MP.
I - DE OFÍCIO;
II - MEDIANTE REQUISIÇÃO da Rol exemplificativo
autoridade judiciária ou do Ministério Art. 6º Logo que tiver conhecimento da
Público, ou a requerimento do ofendido prática da infração penal, a autoridade
ou de quem tiver qualidade para
representá-lo.
policial DEVERÁ: 36
I - dirigir-se ao local, providenciando
§ 1º O requerimento a que se refere o para que não se alterem o estado e
nº II conterá sempre que possível: conservação das coisas, até a chegada
a) a narração do fato, com todas as dos peritos criminais;
circunstâncias; II - apreender os objetos que tiverem
b) a individualização do indiciado ou relação com o fato, APÓS liberados
seus sinais característicos e as razões de pelos peritos criminais;
convicção ou de presunção de ser ele o III - colher todas as provas que servirem
autor da infração, ou os motivos de para o esclarecimento do fato e suas
impossibilidade de o fazer; circunstâncias;
c) a nomeação das testemunhas, com IV - ouvir o ofendido;
indicação de sua profissão e residência.
V - ouvir o indiciado, com observância,
§ 2º Do despacho que INDEFERIR o no que for aplicável, do disposto no
requerimento de abertura de inquérito Capítulo III do Título Vll, deste Livro,
caberá RECURSO para o chefe de devendo o respectivo termo ser
Polícia. assinado por duas testemunhas que Ihe
§ 3º Qualquer pessoa do povo que tiver tenham ouvido a leitura;
conhecimento da existência de infração VI - proceder a reconhecimento de
penal em que caiba ação pública pessoas e coisas e a acareações;
PODERÁ, verbalmente ou por escrito,
comunicá-la à autoridade policial, e VII - determinar, se for caso, que se
esta, verificada a procedência das proceda a exame de corpo de delito e a
quaisquer outras perícias;
VIII - ordenar a identificação do
indiciado pelo processo datiloscópico, Art. 9º Todas as peças do inquérito
se possível, e fazer juntar aos autos sua policial serão, num só processado,
folha de antecedentes; reduzidas a escrito ou datilografadas e,
IX - averiguar a vida pregressa do neste caso, rubricadas pela autoridade.
indiciado, sob o ponto de vista
individual, familiar e social, sua condição
econômica, sua atitude e estado de Art. 10. O inquérito deverá terminar no
ânimo antes e depois do crime e prazo de 10 DIAS, se o indiciado tiver
durante ele, e quaisquer outros sido preso em flagrante, ou estiver
elementos que contribuírem para a preso preventivamente, contado o
apreciação do seu temperamento e prazo, nesta hipótese, a partir do dia em
caráter. que se executar a ordem de prisão, ou
no prazo de 30 DIAS, quando estiver
X - colher informações sobre a solto, mediante fiança ou sem ela.
existência de filhos, respectivas idades
e se possuem alguma deficiência e o § 1º A autoridade fará minucioso
nome e o contato de eventual relatório do que tiver sido apurado e
responsável pelos cuidados dos filhos, enviará autos ao juiz competente.
indicado pela pessoa presa. § 2º No relatório poderá a autoridade
indicar testemunhas que não tiverem
sido inquiridas, mencionando o lugar
Art. 7º Para verificar a possibilidade de onde possam ser encontradas.
haver a infração sido praticada de
§ 3º Quando o fato for de difícil
37
determinado modo, a autoridade
policial poderá proceder à reprodução elucidação, e o indiciado estiver solto, a
simulada dos fatos, DESDE QUE esta autoridade poderá requerer ao juiz a
não contrarie a moralidade ou a ordem devolução dos autos, para ulteriores
pública. diligências, que serão realizadas no
PRAZO MARCADO pelo juiz.

STF: O investigado não está obrigado a


participar da reprodução simulada dos PRESO SOLTO
fatos, pois ninguém pode ser compelido
a produzir prova contra si mesmo. Além JUSTIÇA
disso, o investigado sequer está ESTADUAL 10 30 + 30
obrigado a comparecer ao local da (art. 10 do CPP)
reprodução simulada dos fatos, não
cabendo, pois, condução coercitiva. E a JUSTIÇA
simples ausência do investigado a esta FEDERAL
15 + 15 30 + 30
diligência, por si só, não permite a (art. 66 da Lei
decretação da sua prisão preventiva nº 5.010/66)
(RHC 64354).
LEI DE DROGAS
(art. 51 da Lei 30 + 30 90 + 90
Art. 8º Havendo prisão em flagrante,
nº 11.343/06)
será observado o disposto no Capítulo II
do Título IX deste Livro.
ECONOMIA informações cadastrais da vítima ou de
POPULAR suspeitos.
10 10 Parágrafo único. A requisição, que será
(art. 10 da Lei
nº 1.521/51) atendida no prazo de 24 HORAS,
conterá:
INQUÉRITO I - o nome da autoridade requisitante;
MILITAR 20 40 + 20
II - o número do inquérito policial;
(art. 20 CPPM)
III - a identificação da unidade de polícia
judiciária responsável pela investigação.
Art. 11. Os INSTRUMENTOS DO CRIME,
bem como os OBJETOS que Art. 13-B. Se necessário à prevenção e à
interessarem à PROVA, acompanharão repressão dos crimes relacionados ao
os autos do inquérito. TRÁFICO DE PESSOAS, o membro do
Ministério Público ou o delegado de
polícia poderão requisitar, mediante
Art. 12. O inquérito policial
autorização judicial, às empresas
acompanhará a denúncia ou queixa,
prestadoras de serviço de
SEMPRE QUE servir de base a uma ou
telecomunicações e/ou telemática que
outra.
disponibilizem imediatamente os
meios técnicos adequados – como
Art. 13. Incumbirá ainda à autoridade
policial:
sinais, informações e outros – que
permitam a localização da vítima ou dos
38
suspeitos do delito em curso.
I - fornecer às autoridades judiciárias as
informações necessárias à instrução e § 1º Para os efeitos deste artigo, sinal
julgamento dos processos; significa posicionamento da estação de
cobertura, setorização e intensidade de
II - realizar as diligências REQUISITADAS
radiofrequência.
pelo juiz ou pelo Ministério Público;
§ 2º Na hipótese de que trata o caput, o
III - cumprir os mandados de prisão
sinal:
expedidos pelas autoridades judiciárias;
I - NÃO permitirá acesso ao conteúdo
IV - REPRESENTAR acerca da prisão
da comunicação de qualquer natureza,
preventiva.
que dependerá de autorização judicial,
conforme disposto em lei;
Art. 13-A. Nos crimes previstos nos arts. II - deverá ser fornecido pela prestadora
148, 149 e 149-A, no § 3º do art. 158 e de telefonia móvel celular por período
no art. 159 do Decreto-Lei no 2.848, de NÃO superior a 30 DIAS, RENOVÁVEL
7 de dezembro de 1940 (Código Penal), por uma única vez, por igual período;
e no art. 239 da Lei no 8.069, de 13 de
III - para períodos superiores àquele de
julho de 1990 (Estatuto da Criança e do
que trata o inciso II, será necessária a
Adolescente), o membro do Ministério
apresentação de ordem judicial.
Público ou o delegado de polícia
PODERÁ REQUISITAR, de quaisquer § 3º Na hipótese prevista neste artigo, o
órgãos do poder público ou de empresas inquérito policial deverá ser instaurado
da iniciativa privada, dados e no prazo máximo de 72 HORAS,
contado do registro da respectiva autoridade responsável pela
ocorrência policial. investigação deverá INTIMAR a
§ 4º Não havendo manifestação judicial instituição a que estava vinculado o
no prazo de 12 HORAS, a autoridade investigado à época da ocorrência dos
competente requisitará às empresas fatos, para que essa, no prazo de 48
prestadoras de serviço de HORAS, indique defensor para a
telecomunicações e/ou telemática que representação do investigado.
disponibilizem imediatamente os § 3º Havendo necessidade de indicação
meios técnicos adequados – como de defensor nos termos do § 2º deste
sinais, informações e outros – que artigo, a defesa caberá
permitam a localização da vítima ou dos preferencialmente à Defensoria Pública,
suspeitos do delito em curso, com e, nos locais em que ela não estiver
imediata comunicação ao juiz. instalada, a União ou a Unidade da
Federação correspondente à respectiva
competência territorial do
Art. 14. O ofendido, ou seu procedimento instaurado deverá
representante legal, e o indiciado disponibilizar profissional para
poderão requerer qualquer diligência, acompanhamento e realização de todos
que será realizada, OU NÃO, a juízo da os atos relacionados à defesa
autoridade. administrativa do investigado. (Incluído
pela Lei nº 13.964, de 2019)
Art. 14-A. Nos casos em que servidores § 4º A indicação do profissional a que se
vinculados às instituições dispostas no refere o § 3º deste artigo deverá ser 39
art. 144 da Constituição Federal precedida de manifestação de que não
figurarem como investigados em existe defensor público lotado na área
inquéritos policiais, inquéritos policiais territorial onde tramita o inquérito e
militares e demais procedimentos com atribuição para nele atuar, hipótese
extrajudiciais, cujo objeto for a em que poderá ser indicado profissional
investigação de fatos relacionados ao que não integre os quadros próprios da
uso da força letal praticados no Administração. (Incluído pela Lei nº
exercício profissional, de forma 13.964, de 2019)
consumada ou tentada, incluindo as § 5º Na hipótese de não atuação da
situações dispostas no art. 23 do Defensoria Pública, os custos com o
Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro patrocínio dos interesses dos
de 1940 (Código Penal), o indiciado investigados nos procedimentos de que
poderá constituir defensor. trata este artigo correrão por conta do
§ 1º Para os casos previstos no caput orçamento próprio da instituição a que
deste artigo, o investigado deverá ser este esteja vinculado à época da
CITADO da instauração do ocorrência dos fatos investigados.
procedimento investigatório, podendo (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
constituir defensor no prazo de até 48 § 6º As disposições constantes deste
HORAS a contar do recebimento da artigo se aplicam aos servidores
citação. militares vinculados às instituições
§ 2º Esgotado o prazo disposto no § 1º dispostas no art. 142 da Constituição
deste artigo com ausência de nomeação Federal, desde que os fatos investigados
de defensor pelo investigado, a
digam respeito a missões para a Arquivado o IP, por despacho do juiz, a
Garantia da Lei e da Ordem. requerimento do promotor de justiça,
não pode a ação penal ser iniciada, sem
novas provas.
Art. 15. Se o indiciado for menor, ser-
lhe-á nomeado curador pela autoridade
policial. Art. 19. Nos crimes em que não couber
* Revogado tacitamente pelo art. 5º do ação pública, os autos do inquérito
CC. serão remetidos ao juízo competente,
onde aguardarão a iniciativa do
* No Processo Penal, somente há ofendido ou de seu representante legal,
necessidade de curador no incidente de ou serão entregues ao requerente, se o
insanidade mental (art. 149, § 2º, do pedir, mediante traslado.
CPP).

Art. 20. A autoridade assegurará no


Art. 16. O Ministério Público NÃO inquérito O SIGILO necessário à
PODERÁ requerer a devolução do elucidação do fato ou exigido pelo
inquérito à autoridade policial, senão interesse da sociedade.
para novas diligências, imprescindíveis
ao oferecimento da denúncia. Parágrafo único. Nos atestados de
antecedentes que lhe forem solicitados,
a autoridade policial NÃO poderá
Atenção: Esta norma é complementada mencionar quaisquer anotações
pelo art. 47 do CPP, segundo o qual, se referentes a instauração de inquérito 40
o MP julgar necessários maiores contra os requerentes.
esclarecimentos e documentos
complementares ou novos elementos
de convicção, deverá requisitá-los, Súmula Vinculante 14
diretamente, de quaisquer autoridades É direito do defensor, no interesse do
ou funcionários que devam ou possam representado, ter acesso amplo aos
fornecê-los. elementos de prova que, já
documentados em procedimento
investigatório realizado por órgão com
Art. 17. A autoridade policial NÃO competência de polícia judiciária, digam
PODERÁ mandar arquivar autos de respeito ao exercício do direito de
inquérito. defesa.

Art. 18. DEPOIS de ordenado o Art. 21. A incomunicabilidade do


arquivamento do inquérito pela indiciado dependerá sempre de
autoridade judiciária, por falta de base despacho nos autos e somente será
para a denúncia, a autoridade policial permitida quando o interesse da
poderá proceder a novas pesquisas, se sociedade ou a conveniência da
de outras provas tiver notícia. investigação o exigir.
Parágrafo único. A incomunicabilidade,
Súmula 524 do STF que não excederá de três dias, será
decretada por despacho fundamentado
do Juiz, a requerimento da autoridade
policial, ou do órgão do Ministério Art. 1º TJ-AC, 2011 (Cespe)
Público, respeitado, em qualquer
hipótese, o disposto no artigo 89, inciso TJ-SE, 2015 (FCC)
III, do Estatuto da Ordem dos Art. 2º TJ-PB, 2010 (Cebraspe)
Advogados do Brasil (Lei n. 4.215, de 27
de abril de 1963) TJ-MS, 2010 (FCC)
Atenção: Este dispositivo, em face do Art. 3º TJ-MG, 2022 (FGV)
disposto no art. 5º, LXII e LXIII, e no art.
136, § 3º, IV, da CF, não foi Art. 5º TJ-SP, 2021 (Vunesp)
recepcionado pela CF/88 (Tourinho
TJ-PB, 2015 (Cebraspe)
Filho, Mirabete, Nucci e Nestor). Art. 6º
TJ-MG, 2014 (Fundep)

Art. 22. No Distrito Federal e nas TJ-MG, 2022 (FGV)


comarcas em que houver mais de uma Art. 10
TJ-PA, 2014 (Vunesp)
circunscrição policial, a autoridade com
exercício em uma delas poderá, nos TJ-CE, 2018 (Cebraspe)
inquéritos a que esteja procedendo, Art. 13 TJ-RJ, 2019 (Vunesp)
ordenar diligências em circunscrição de
outra, INDEPENDENTEMENTE de TJ-SP, 2021 (Vunesp)
precatórias ou requisições, e bem assim Art. 13-B TJ-PE, 2022 (FGV)
providenciará, até que compareça a
autoridade competente, sobre qualquer
fato que ocorra em sua presença, noutra
Art. 14 TJ-SP, 2021 (Vunesp) 41
circunscrição.

Art. 23. Ao fazer a remessa dos autos do


inquérito ao juiz competente, a
autoridade policial oficiará ao Instituto
de Identificação e Estatística, ou
repartição congênere, mencionando o
juízo a que tiverem sido distribuídos, e
os dados relativos à infração penal e à
pessoa do indiciado.

4.2. Artigos exigidos em provas de


magistratura

Provas objetivas de Magistratura


Estadual em que os artigos
estudados foram exigidos (a partir de
2010)

CPP - ART. 1º A 23
5. DIREITO PROCESSUAL CIVIL de conflitos deverão ser estimulados
5.1. CPC - ART. 1º A 41 por juízes, advogados, defensores
públicos e membros do Ministério
Público, inclusive no curso do processo
PARTE GERAL judicial.
LIVRO I
DAS NORMAS PROCESSUAIS CIVIS Princípio da razoável duração do
TÍTULO ÚNICO processo ou celeridade e princípio da
primazia do julgamento de mérito
DAS NORMAS FUNDAMENTAIS E DA
APLICAÇÃO DAS NORMAS Art. 4º As partes têm o direito de obter
PROCESSUAIS em PRAZO RAZOÁVEL a SOLUÇÃO
INTEGRAL DO MÉRITO, incluída a
CAPÍTULO I ATIVIDADE SATISFATIVA.

Art. 1º O processo civil será ordenado, Princípio da lealdade processual ou


disciplinado e interpretado conforme princípio boa-fé processual objetiva
os valores e as normas fundamentais
estabelecidos na Constituição da Art. 5º Aquele que de qualquer forma
República Federativa do Brasil, participa do processo deve comportar-
observando-se as disposições deste se de acordo com a BOA-FÉ.
Código.
- STJ: Inadmissibilidade da chamada 42
Princípio da ação ou da demanda ou da "nulidade de algibeira" ou “nulidade de
inércia bolso”, que ocorre quando uma das
partes reserva a nulidade para ser
Art. 2º O processo COMEÇA por alegada em um momento posterior.
iniciativa da parte e se DESENVOLVE por (REsp 1372802/RJ)
impulso oficial, salvo as exceções
previstas em lei.
- STJ: O magistrado também deve
respeito ao princípio da boa-fé objetiva.
Princípio da inafastabilidade (REsp 1306463/RS)
Art. 3º Não se excluirá da apreciação
jurisdicional ameaça ou lesão a direito.
Art. 6º Todos os sujeitos do processo
§ 1º É permitida a ARBITRAGEM, na devem COOPERAR entre si para que se
forma da lei. obtenha, em tempo razoável, decisão
§ 2º O Estado promoverá, sempre que de mérito justa e efetiva. (Princípio da
possível, a solução consensual dos Cooperação – Modelo Cooperativo
conflitos. (Princípio da Primazia da Processo)
Solução Consensual)
Princípio da Igualdade e Princípio da
Sistema ou justiça multiportas Imparcialidade
§ 3º A CONCILIAÇÃO, A MEDIAÇÃO e Art. 7º É assegurada às partes paridade
outros métodos de solução consensual de tratamento em relação ao exercício
de direitos e faculdades processuais, aos risco ao resultado útil do processo,
meios de defesa, aos ônus, aos deveres quando:
e à aplicação de sanções processuais, II - as alegações de fato puderem ser
competindo ao juiz zelar pelo EFETIVO comprovadas apenas documentalmente
CONTRADITÓRIO. e houver tese firmada em julgamento de
casos repetitivos ou em súmula
Princípios da Eficiência, da Publicidade, vinculante;
da Dignidade da Pessoa Humana, da III - se tratar de pedido reipersecutório
Proporcionalidade e da Razoabilidade fundado em prova documental
Art. 8º Ao aplicar o ordenamento adequada do contrato de depósito, caso
jurídico, o juiz atenderá aos fins sociais em que será decretada a ordem de
e às exigências do bem comum, entrega do objeto custodiado, sob
resguardando e promovendo a cominação de multa;
dignidade da pessoa humana e
observando a proporcionalidade, a III - à decisão prevista no art. 701
razoabilidade, a legalidade, a
publicidade e a eficiência.
Art. 701. Sendo evidente o direito do
autor, o juiz deferirá a expedição de
Princípio do Contraditório mandado de pagamento, de entrega de
Art. 9º Não se proferirá decisão contra coisa ou para execução de obrigação de
uma das partes sem que ela seja
PREVIAMENTE OUVIDA.
fazer ou de não fazer, concedendo ao
réu prazo de 15 (quinze) dias para o
43
Parágrafo único. O disposto no caput cumprimento e o pagamento de
NÃO SE APLICA: honorários advocatícios de cinco por
cento do valor atribuído à causa.

Contraditório Postergado, Postecipado


ou Diferido Princípio da Proibição da Decisão
Surpresa/decisão de terceira via
I - à tutela provisória de urgência
Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau
algum de jurisdição, com base em
Art. 300, § 2º A tutela de urgência pode fundamento a respeito do qual não se
ser concedida liminarmente ou após tenha dado às partes oportunidade de
justificação prévia. se manifestar, ainda que se trate de
matéria sobre a qual deva decidir de
ofício.
Contraditório Postergado, Postecipado
ou Diferido
II - às hipóteses de tutela da evidência Princípio da Publicidade e Princípio da
previstas no art. 311, incisos II e III; Fundamentação ou Motivação das
Decisões
Art. 11. Todos os julgamentos dos
Art. 311. A tutela da evidência será órgãos do Poder Judiciário serão
concedida, independentemente da PÚBLICOS, e fundamentadas todas as
demonstração de perigo de dano ou de decisões, sob pena de nulidade.
Parágrafo único. Nos casos de segredo V - reconhecer a existência de
de justiça, pode ser autorizada a perempção, de litispendência ou de
presença somente das partes, de seus coisa julgada;
advogados, de defensores públicos ou VI - verificar ausência de legitimidade ou
do Ministério Público. de interesse processual;
VII - acolher a alegação de existência de
Art. 12. Os juízes e os tribunais convenção de arbitragem ou quando o
atenderão, PREFERENCIALMENTE, à juízo arbitral reconhecer sua
ordem cronológica de conclusão para competência;
proferir sentença ou acórdão. VIII - homologar a desistência da ação;
§ 1º A lista de processos aptos a IX - em caso de morte da parte, a ação
julgamento deverá estar for considerada intransmissível por
permanentemente à disposição para disposição legal; e
consulta pública em cartório e na rede
mundial de computadores. X - nos demais casos prescritos neste
Código.
§ 2º Estão EXCLUÍDOS da regra do
caput: Art. 932. Incumbe ao relator:

I - as sentenças proferidas em audiência, I - dirigir e ordenar o processo no


homologatórias de acordo ou de tribunal, inclusive em relação à
improcedência liminar do pedido; produção de prova, bem como, quando
for o caso, homologar autocomposição
II - o julgamento de processos em bloco
para aplicação de tese jurídica firmada
das partes; 44
em julgamento de casos repetitivos; II - apreciar o pedido de tutela provisória
nos recursos e nos processos de
III - o julgamento de recursos competência originária do tribunal;
repetitivos ou de incidente de
resolução de demandas repetitivas; III - não conhecer de recurso
inadmissível, prejudicado ou que não
IV - as decisões proferidas com base nos tenha impugnado especificamente os
arts. 485 e 932; fundamentos da decisão recorrida;
IV - negar provimento a recurso que for
Art. 485. O juiz não resolverá o mérito contrário a:
quando: a) súmula do Supremo Tribunal Federal,
I - indeferir a petição inicial; do Superior Tribunal de Justiça ou do
II - o processo ficar parado durante mais próprio tribunal;
de 1 (um) ano por negligência das b) acórdão proferido pelo Supremo
partes; Tribunal Federal ou pelo Superior
III - por não promover os atos e as Tribunal de Justiça em julgamento de
diligências que lhe incumbir, o autor recursos repetitivos;
abandonar a causa por mais de 30 c) entendimento firmado em incidente
(trinta) dias; de resolução de demandas repetitivas
IV - verificar a ausência de pressupostos ou de assunção de competência;
de constituição e de desenvolvimento V - depois de facultada a apresentação
válido e regular do processo; de contrarrazões, dar provimento ao
recurso se a decisão recorrida for § 4º Após a inclusão do processo na lista
contrária a: de que trata o § 1º, o requerimento
a) súmula do Supremo Tribunal Federal, formulado pela parte NÃO ALTERA a
do Superior Tribunal de Justiça ou do ordem cronológica para a decisão,
próprio tribunal; exceto quando implicar a reabertura da
instrução ou a conversão do julgamento
b) acórdão proferido pelo Supremo em diligência.
Tribunal Federal ou pelo Superior
Tribunal de Justiça em julgamento de § 5º Decidido o requerimento previsto
recursos repetitivos; no § 4º, o processo RETORNARÁ à
mesma posição em que anteriormente
c) entendimento firmado em incidente se encontrava na lista.
de resolução de demandas repetitivas
ou de assunção de competência; § 6º Ocupará o PRIMEIRO LUGAR na
lista prevista no § 1º ou, conforme o
VI - decidir o incidente de caso, no § 3º, o processo que:
desconsideração da personalidade
jurídica, quando este for instaurado I - tiver sua sentença ou acórdão
originariamente perante o tribunal; anulado, salvo quando houver
necessidade de realização de diligência
VII - determinar a intimação do ou de complementação da instrução;
Ministério Público, quando for o caso;
II - se enquadrar na hipótese do art.
VIII - exercer outras atribuições 1.040, inciso II.
estabelecidas no regimento interno do
tribunal.
Art. 1.040. Publicado o acórdão
45
Parágrafo único. Antes de considerar
inadmissível o recurso, o relator paradigma:
concederá o prazo de 5 (cinco) dias ao II - o órgão que proferiu o acórdão
recorrente para que seja sanado vício ou recorrido, na origem, reexaminará o
complementada a documentação processo de competência originária, a
exigível. remessa necessária ou o recurso
anteriormente julgado, se o acórdão
recorrido contrariar a orientação do
V - o julgamento de embargos de tribunal superior;
declaração;
VI - o julgamento de agravo interno;
CAPÍTULO II
VII - as preferências legais e as metas
estabelecidas pelo Conselho Nacional DA APLICAÇÃO DAS NORMAS
de Justiça; PROCESSUAIS

VIII - os processos criminais, nos órgãos


jurisdicionais que tenham competência Art. 13. A jurisdição civil será regida
penal; pelas normas processuais brasileiras,
IX - a causa que exija urgência no RESSALVADAS as disposições
julgamento, assim reconhecida por específicas previstas em tratados,
decisão fundamentada. convenções ou acordos internacionais
de que o Brasil seja parte.
§ 3º Após elaboração de lista própria,
respeitar-se-á a ordem cronológica das
conclusões entre as preferências legais.
Art. 14. A norma processual NÃO
RETROAGIRÁ e será APLICÁVEL LIVRO II
IMEDIATAMENTE aos processos em
curso, RESPEITADOS os atos DA FUNÇÃO JURISDICIONAL
processuais praticados e as situações TÍTULO I
jurídicas consolidadas sob a vigência da DA JURISDIÇÃO E DA AÇÃO
norma revogada.

Art. 16. A jurisdição civil é EXERCIDA


O novo Código de Processo Civil adotou pelos juízes e pelos tribunais em todo o
o sistema do isolamento dos atos território nacional, conforme as
processuais para regular a aplicação da disposições deste Código.
lei processual no tempo. De acordo com
esse sistema, a lei processual nova não
atinge os atos processuais já praticados Jurisdição pode ser entendida como a
e nem os seus efeitos, mas se aplica aos atuação (poder-dever) estatal, que tem
processos em curso com relação aos por finalidade a aplicação do direito
atos processuais ainda não praticados. objetivo ao caso concreto, de forma que
se resolve de maneira definitiva uma
situação de crise jurídica e, assim, gera,
A jurisprudência do Superior Tribunal com tal solução, a pacificação social
de Justiça orienta-se no sentido de que (Daniel Amorim Neves).
a aplicação da lei processual nova
somente pode se dar aos atos 46
processuais futuros e não àqueles já Una (CPC/15)
Modelos de
iniciados ou consumados, sob pena de Jurisdição
indevida retroação da lei. (AgInt no Dual
REsp 1782975 / MG, Terceira Turma, Contenciosa ou
Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS propriamente dita
CUEVA, DJe 31/08/2022)
Voluntária ou
Modalidades Graciosa
Súmula 485 do STJ - A Lei de Arbitragem de Jurisdição - Judicial
aplica-se aos contratos que contenham
cláusula arbitral, ainda que celebrados - De foro
antes da sua edição. extrajudicial
Súmula 205 do STJ - A Lei 8.009/90 - Administrativa
aplica-se a penhora realizada antes de
sua vigência.
Modelos de Jurisdição
Art. 15. Na ausência de normas que Una Dual
regulem processos eleitorais,
trabalhistas ou administrativos, as Apenas a 01 Há previsão de
disposições deste Código lhes serão órgão se defere dois órgãos com
aplicadas SUPLETIVA E competência para competência
SUBSIDIARIAMENTE. dizer o Direito de para dizer o
forma definitiva, Direito de forma Art. 19. O interesse do autor pode
ou seja, fazendo definitiva, cada limitar-se à DECLARAÇÃO:
coisa julgada qual com I - da existência, da inexistência ou do
material. competências modo de ser de uma relação jurídica;
No Brasil, a próprias. É o que
ocorre, por II - da autenticidade ou da falsidade de
jurisdição é UNA, documento.
ou seja, ela é exemplo, na
indivisível; o que França.
existe é uma Súmula 181 do STJ: É admissível ação
repartição de declaratória, visando a obter certeza
competências. quanto à exata interpretação de
cláusula contratual.

Características da jurisdição:
Art. 20. É admissível a ação meramente
Unidade, Inércia (ne procedat ludex ex declaratória, AINDA QUE tenha
officio), Imperatividade, ocorrido a violação do direito.
Inafastabilidade, Substitutividade,
Criatividade, Definitividade ou
Imutabilidade, Lide, Secundariedade e TEORIAS DA AÇÃO
Imparcialidade.
A ação seria o próprio
direito material
Princípios informativos da jurisdição: violado em estado de 47
Princípio do Juiz Natural (art. 5º, LIII, Teoria reação à agressão ou
CRFB), Princípio da Improrrogabilidade, Imanentista ameaça de agressão
Princípio da Efetividade, Princípio do ou Civilista a este direito.
Impulso Oficial, Princípio do Duplo Grau Segundo essa teoria,
de Jurisdição, Princípio da não há ação sem
Indeclinabilidade, Princípio da direito material.
Indelegabilidade, Princípio da
Inevitabilidade. Há distinção entre o
direito de ação e o
direito material.
Art. 17. Para postular em juízo é Teoria
Entretanto, segundo
necessário ter INTERESSE e Concretista
essa teoria, o direito
LEGITIMIDADE. (Chiovenda)
de ação só existiria
quando a sentença
Art. 18. Ninguém poderá pleitear direito fosse favorável.
alheio em nome próprio, salvo quando
A ação não tem
autorizado pelo ordenamento jurídico.
Teoria da qualquer relação de
Parágrafo único. Havendo substituição dependência com o
Ação como
processual, o substituído poderá direito material
Direito
intervir como assistente litisconsorcial. controvertido,
Autônomo e
Abstrato existindo
independentemente
de qualquer
condição. Assim, o quando presentes as
direito de ação é condições da ação.
abstrato, amplo, (arts. 17 e 485, VI, do
genérico e NCPC).
incondicionado. Esta
teoria também é O direito de ação é
chamada da teoria de independente e
abstração na diferente do direito
vertente material. Somente
incondicionada, pois pode se falar em
a ação existe condições da ação
independentemente diante das alegações
de qualquer do autor. Assim,
condição. diante das meras
alegações do autor,
O direito de ação não se o juiz já for capaz
está vinculado a uma de analisar a
sentença favorável, ausência das
mas também não é condições da ação,
completamente Teoria da haverá a extinção do
independente do Asserção processo por
direito material (status carência de ação (art.
(teoria abstrata). A assertionis, 485, VI do NCPC).
ação é direito a uma della Mas se para analisar 48
sentença de mérito, propettazion) as condições da ação
seja qual for o seu o juiz for obrigado a
conteúdo, isto é, de se aprofundar na
procedência ou cognição, ou seja,
improcedência. sendo necessários
Teoria Entretanto, para mais elementos de
Eclética ou surgir tal direito, convicção, aquilo que
Instrumental devem estar um dia foi condição
(Liebman) presentes certos da ação passa a ser
requisitos, mérito, e ao invés de
denominados de gerar a carência da
condições da ação; ação, acarretará a
aliás, a ausência de improcedência do
tais condições gera o pedido (REsp
fenômeno designado 1468734-SP).
por "carência de
ação".
Esta teoria também é Características da Ação (“ASPA”): é um
chamada de teoria da direito Autônomo, Subjetivo, Público e
abstração na Abstrato.
vertente
condicionada, pois a TÍTULO II
ação só existe
DOS LIMITES DA JURISDIÇÃO A ação pode A ação deve,
NACIONAL E DA COOPERAÇÃO correr no Brasil obrigatoriamente,
INTERNACIONAL ou no correr no Brasil.
CAPÍTULO I estrangeiro.
DOS LIMITES DA JURISDIÇÃO Arts. 21 e 22 do Art. 23 do CPC
NACIONAL
CPC

Art. 21. Compete à autoridade judiciária


brasileira PROCESSAR e JULGAR as Art. 23. Compete à autoridade judiciária
ações em que: brasileira, com EXCLUSÃO de qualquer
outra:
I - o réu, qualquer que seja a sua
nacionalidade, estiver domiciliado no I - conhecer de ações relativas a imóveis
Brasil; situados no Brasil;
II - no Brasil tiver de ser cumprida a II - em matéria de sucessão hereditária,
obrigação; proceder à confirmação de testamento
particular e ao inventário e à partilha de
III - o fundamento seja fato ocorrido ou
bens situados no Brasil, ainda que o
ato praticado no Brasil.
autor da herança seja de nacionalidade
Parágrafo único. Para o fim do disposto estrangeira ou tenha domicílio fora do
no inciso I, considera-se domiciliada no território nacional;
Brasil a pessoa jurídica estrangeira que
nele tiver agência, filial ou sucursal.
III - em divórcio, separação judicial ou
dissolução de união estável, proceder à
49
partilha de bens situados no Brasil,
Art. 22. Compete, ainda, à autoridade ainda que o titular seja de nacionalidade
judiciária brasileira PROCESSAR e estrangeira ou tenha domicílio fora do
JULGAR as ações: território nacional.
I - de ALIMENTOS, quando:
a) o credor tiver domicílio ou residência Art. 24. A ação proposta perante
no Brasil; tribunal estrangeiro NÃO INDUZ
LITISPENDÊNCIA e NÃO OBSTA a que a
b) o réu mantiver vínculos no Brasil, tais
autoridade judiciária brasileira conheça
como posse ou propriedade de bens,
da mesma causa e das que lhe são
recebimento de renda ou obtenção de conexas, ressalvadas as disposições em
benefícios econômicos;
contrário de tratados internacionais e
II - decorrentes de RELAÇÕES DE acordos bilaterais em vigor no Brasil.
CONSUMO, quando o consumidor tiver
Parágrafo único. A pendência de causa
domicílio ou residência no Brasil;
perante a jurisdição brasileira NÃO
III - em que as partes, expressa ou IMPEDE a homologação de sentença
tacitamente, se SUBMETEREM à judicial estrangeira quando exigida para
jurisdição nacional. produzir efeitos no Brasil.

COMPETÊNCIA COMPETÊNCIA Art. 25. NÃO compete à autoridade


CONCORRENTE EXCLUSIVA judiciária brasileira o processamento e
o julgamento da ação quando houver I - o respeito às garantias do devido
cláusula de eleição de foro exclusivo processo legal no Estado requerente;
estrangeiro em contrato internacional, II - a igualdade de tratamento entre
arguida pelo réu na contestação. nacionais e estrangeiros, residentes ou
§ 1º NÃO se aplica o disposto no caput não no Brasil, em relação ao acesso à
às hipóteses de competência justiça e à tramitação dos processos,
internacional exclusiva previstas neste assegurando-se assistência judiciária
Capítulo. aos necessitados;
§ 2º Aplica-se à hipótese do caput o art. III - a publicidade processual, exceto nas
63, §§ 1º a 4º. hipóteses de sigilo previstas na
legislação brasileira ou na do Estado
requerente;
Art. 63. As partes podem modificar a
competência em razão do valor e do IV - a existência de autoridade central
território, elegendo foro onde será para recepção e transmissão dos
proposta ação oriunda de direitos e pedidos de cooperação;
obrigações. V - a espontaneidade na transmissão de
§ 1º A eleição de foro só produz efeito informações a autoridades estrangeiras.
quando constar de instrumento escrito § 1º NA AUSÊNCIA DE TRATADO, a
e aludir expressamente a determinado cooperação jurídica internacional
negócio jurídico. poderá realizar-se com base em
reciprocidade, manifestada por via
§ 2º O foro contratual obriga os
herdeiros e sucessores das partes. diplomática. 50
§ 3º Antes da citação, a cláusula de § 2º NÃO se exigirá a reciprocidade
eleição de foro, se abusiva, pode ser referida no § 1º para homologação de
reputada ineficaz de ofício pelo juiz, que sentença estrangeira.
determinará a remessa dos autos ao § 3º Na cooperação jurídica
juízo do foro de domicílio do réu. internacional NÃO será admitida a
§ 4º Citado, incumbe ao réu alegar a prática de atos que contrariem ou que
abusividade da cláusula de eleição de produzam resultados incompatíveis
foro na contestação, sob pena de com as normas fundamentais que
preclusão. regem o Estado brasileiro.
§ 4º O Ministério da Justiça exercerá as
funções de autoridade central na
CAPÍTULO II ausência de designação específica.
DA COOPERAÇÃO INTERNACIONAL
Seção I Art. 27. A cooperação jurídica
Disposições Gerais internacional terá por OBJETO:
I - citação, intimação e notificação
Art. 26. A cooperação jurídica judicial e extrajudicial;
internacional será REGIDA por II - colheita de provas e obtenção de
TRATADO de que o Brasil faz parte e informações;
observará: III - homologação e cumprimento de
decisão;
IV - concessão de medida judicial de órgãos estrangeiros responsáveis pela
urgência; tramitação e pela execução de pedidos
V - assistência jurídica internacional; de cooperação enviados e recebidos
pelo Estado brasileiro, respeitadas
VI - qualquer outra medida judicial ou disposições específicas constantes de
extrajudicial não proibida pela lei tratado.
brasileira.

Art. 32. No caso de AUXÍLIO DIRETO


Seção II para a prática de atos que, segundo a lei
Do Auxílio Direto brasileira, não necessitem de prestação
jurisdicional, a autoridade central
adotará as providências necessárias
Art. 28. CABE AUXÍLIO DIRETO quando a para seu cumprimento.
medida não decorrer diretamente de
decisão de autoridade jurisdicional
estrangeira a ser submetida a juízo de Art. 33. Recebido o pedido de AUXÍLIO
delibação no Brasil. DIRETO PASSIVO, a autoridade central o
encaminhará à Advocacia-Geral da
União, que requererá em juízo a medida
Art. 29. A solicitação de auxílio direto solicitada.
será encaminhada pelo órgão
estrangeiro interessado à autoridade Parágrafo único. O Ministério Público
requererá em juízo a medida solicitada
central, cabendo ao Estado requerente
assegurar a autenticidade e a clareza do quando for autoridade central. 51
pedido.
Art. 34. Compete ao juízo federal do
Art. 30. Além dos casos previstos em lugar em que deva ser executada a
tratados de que o Brasil faz parte, o medida apreciar pedido de AUXÍLIO
AUXÍLIO DIRETO terá os seguintes DIRETO PASSIVO que demande
OBJETOS: prestação de atividade jurisdicional.

I - obtenção e prestação de informações


sobre o ordenamento jurídico e sobre Seção III
processos administrativos ou Da Carta Rogatória
jurisdicionais findos ou em curso;
II - colheita de provas, salvo se a medida
for adotada em processo, em curso no Art. 35. (VETADO).
estrangeiro, de competência exclusiva
de autoridade judiciária brasileira; Art. 36. O procedimento da carta
III - qualquer outra medida judicial ou rogatória perante o Superior Tribunal
extrajudicial não proibida pela lei de Justiça é de jurisdição contenciosa e
brasileira. deve assegurar às partes as garantias do
devido processo legal.

Art. 31. A autoridade central brasileira § 1º A defesa RESTRINGIR-SE-Á à


comunicar-se-á diretamente com suas discussão quanto ao atendimento dos
congêneres e, se necessário, com outros requisitos para que o pronunciamento
judicial estrangeiro produza efeitos no § 1º A decisão interlocutória estrangeira
Brasil. poderá ser executada no Brasil por meio
§ 2º Em qualquer hipótese, é VEDADA a de carta rogatória.
revisão do mérito do pronunciamento § 2º A homologação obedecerá ao que
judicial estrangeiro pela autoridade dispuserem os tratados em vigor no
judiciária brasileira. Brasil e o Regimento Interno do Superior
Tribunal de Justiça.

Seção IV § 3º A homologação de decisão arbitral


estrangeira obedecerá ao disposto em
Disposições Comuns às Seções tratado e em lei, aplicando-se,
Anteriores subsidiariamente, as disposições deste
Capítulo.
Art. 37. O pedido de cooperação jurídica
internacional oriundo de autoridade Art. 41. Considera-se AUTÊNTICO o
brasileira competente será documento que instruir pedido de
encaminhado à autoridade central para cooperação jurídica internacional,
posterior envio ao Estado requerido inclusive tradução para a língua
para lhe dar andamento. portuguesa, quando encaminhado ao
Estado brasileiro por meio de
Art. 38. O pedido de cooperação autoridade central ou por via
oriundo de autoridade brasileira diplomática, DISPENSANDO-SE
competente e os documentos anexos ajuramentação, autenticação ou 52
que o instruem serão encaminhados à qualquer procedimento de legalização.
autoridade central, acompanhados de Parágrafo único. O disposto no caput
tradução para a língua oficial do Estado NÃO impede, quando necessária, a
requerido. aplicação pelo Estado brasileiro do
princípio da reciprocidade de
tratamento.
Art. 39. O PEDIDO PASSIVO de
cooperação jurídica internacional será
RECUSADO se configurar manifesta 5.2. Artigos exigidos em provas de
ofensa à ordem pública. magistratura

Art. 40. A cooperação jurídica Provas objetivas de Magistratura


internacional para EXECUÇÃO DE Estadual em que os artigos
DECISÃO ESTRANGEIRA dar-se-á por estudados foram exigidos (a partir de
meio de carta rogatória ou de ação de 2010)
homologação de sentença estrangeira,
de acordo com o art. 960. CPC - ART. 1º A 41

Art. 4º TJ-MS, 2020 (FCC)


Art. 960. A homologação de decisão
estrangeira será requerida por ação de Art. 10 TJ-MS, 2020 (FCC)
homologação de decisão estrangeira,
Art. 11 TJ-MS, 2020 (FCC)
salvo disposição especial em sentido
contrário prevista em tratado.
Art. 14 TJ-SC, 2015 (FCC)

Art. 23 TJ-PB, 2015 (CEBRASPE)

Art. 25 TJ-PR, 2016 (CEBRASPE)

TJ-SC, 2019 (CEBRASPE)


Art. 26
TJ-PR, 2021 (FGV)

Art. 27 TJ-PR, 2021 (FGV)

TJ-AC, 2019 (VUNESP)


Art. 34
TJ-PR, 2021 (FGV)

53
6. DIREITO ADMINISTRATIVO intervenções te, a
6.1. Lei nº 3.365/41 restritivas: desapropriação
servidão é apontada
administrativa, como a única
DECRETO-LEI Nº 3.365, DE 21 DE JUNHO ocupação forma de
DE 1941. temporária, intervenção
Dispõe sobre DESAPROPRIAÇÕES POR requisição, supressiva.
UTILIDADE PÚBLICA. limitação
administrativa
e tombamento.
Direito de Propriedade
- Direito fundamental previsto no art.
5º, XXII da CF/88. Desapropriação: é o procedimento de
direito público pelo qual o Poder Público
- Corolário do sistema econômico transfere para si a propriedade de
capitalista brasileiro (art. 170 da terceiro, por razões de utilidade pública
CF/88). ou necessidade pública, ou de interesse
- Direito Real previsto no art. 1.225 do social, normalmente mediante o
Código Civil. pagamento de justa e prévia
- Atributos do direito de propriedade: indenização. Trata-se de forma
usar, gozar, dispor e reivindicar o bem originária de aquisição de propriedade.
de quem quer que injustamente a
detenha (direito de sequela).
TIPOS DE DESAPROPRIAÇÃO
54
- Características do direito de
propriedade: complexo, absoluto, A transferência do
exclusivo e perpétuo. bem para o poder
- É uma modalidade de intervenção do público é
Comum por
Estado na Propriedade. conveniente, embora
Utilidade
não seja
pública
imprescindível
MODALIDADES DE INTERVENÇÃO (Decreto-Lei nº
DO ESTADO NA PROPRIEDADE 3.365/1941)

Intervenção Intervenção Decorre de situações


restritiva supressiva de emergência, cuja
Comum
solução exija a
Necessidade
O Estado impõe O Estado desapropriação do
pública
limitações, transfere para bem. (Decreto-Lei nº
restrições, e si a 3.365/1941)
condicionamen propriedade de
tos ao uso da terceiro, Destina-se à justa
propriedade suprimindo o distribuição da
Comum por propriedade ou ao
por seu titular, direito de
Interesse bem estar social,
sem, contudo, propriedade
social tendo lugar quando o
retirar o direito anteriormente
em si. São existente. bem expropriado se
consideradas Tradicionalmen destinar a terceiros
como medida de o proprietário do
concretização dos bem, esgota-se
direitos nesta fase.
fundamentais sociais
(Lei nº 4.132/1962) Na ausência de
acordo, o
Art. 182, § 4º, III, da procedimento
Especial
CF/88 e Lei nº entra na sua fase
Urbana FASE JUDICIAL
10.257/01 judicial, devendo
o magistrado
Especial Art. 184 da CF/88; Lei solucionar toda a
Rural 8.629/93 e LC 76/93 controvérsia.
Confiscatória Art. 243 da CF/88

Art. 35 do Decreto- Art. 2º Mediante DECLARAÇÃO DE


Indireta UTILIDADE PÚBLICA, todos os bens
Lei 3.365/41
poderão ser desapropriados pela União,
pelos Estados, Municípios, Distrito
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES Federal e Territórios.
§ 1º A desapropriação do espaço aéreo
ou do subsolo SÓ se tornará necessária,
Art. 1º A desapropriação por UTILIDADE
quando de sua utilização resultar
PÚBLICA regular-se-á por esta lei, em
todo o território nacional.
prejuízo patrimonial do proprietário do
solo.
55
FASES DO PROCEDIMENTO DE Hierarquia Federativa – deve ocorrer
DESAPROPRIAÇÃO dos entes federados mais abrangentes
para os de nível territorial menos
Esse
abrangente.
procedimento
tem início com a
fase § 2º Os bens do domínio dos Estados,
administrativa, Municípios, Distrito Federal e Territórios
em que o Poder poderão ser desapropriados pela União,
Público declara o e os dos Municípios pelos Estados, mas,
interesse na em qualquer caso, ao ato deverá
FASE desapropriação preceder AUTORIZAÇÃO LEGISLATIVA.
ADMINISTRATIV (fase
A § 3º É VEDADA a desapropriação, pelos
declaratória) e
Estados, Distrito Federal, Territórios e
dá início às
Municípios de ações, cotas e direitos
medidas visando
representativos do capital de
à transferência
instituições e empresas cujo
do bem (fase
funcionamento dependa de autorização
executória): se
do Governo Federal e se subordine à sua
houver acordo
fiscalização, salvo mediante prévia
entre a
Administração e
autorização, por decreto do Presidente da União, dos Estados,
da República. do DF e dos
Municípios.
Entretanto, no caso de
Não podem ser desapropriados: desapropriação por
moeda corrente do país; direitos interesse social para
personalíssimos (direito à vida, à fins de reforma agrária
imagem, aos alimentos); margens dos (art. 184 da CF) e
rios navegáveis (Súmula 479 do STF); desapropriação
pessoas jurídicas. confiscatória (art. 243
da CF), a competência
Súmula 157 do STF: É necessária prévia é exclusiva da União.
autorização do presidente da república Já no caso de
para desapropriação, pelos estados, de declaração de
empresa de energia elétrica. interesse social de
imóvel para fins de
urbanísticos, a
Art. 3º Podem promover a competência é
desapropriação, mediante exclusiva do Município
autorização expressa constante de lei (art. 182, § 4º, III, da
ou contrato: (Redação dada pela Lei CF).
nº 14.273, de 2021)
A competência para
I - os concessionários, inclusive promover 56
aqueles contratados nos termos da Lei efetivamente a
nº 11.079, de 30 de dezembro de desapropriação é mais
2004; (Redação dada pela Lei nº ampla, alcançando as
14.273, de 2021) entidades da
II - as entidades públicas; (Redação Administração Direta e
dada pela Lei nº 14.273, de 2021) Indireta e os agentes
III - as entidades que exerçam funções delegados do Poder
delegadas do poder público; e Público
(Redação dada pela Lei nº 14.273, de (concessionárias e
2021) permissionárias).
Executória
IV - as autorizatárias para a A redação trazida pela
exploração de ferrovias como MP 1.065/2021
atividade econômica. (Redação dada adiciona,
pela Lei nº 14.273, de 2021) expressamente, a
possibilidade das
COMPETÊNCIA autorizatárias à
exploração de serviços
e atividades de
Privativa da União, nos
titularidade estatal,
Legislativa termos do art. 22, II, da
promoverem a
CF.
desapropriação
pública.
Declaratória Em regra, a
competência é comum
e) a criação e melhoramento de centros
Desapropriação por Zona de população, seu abastecimento
regular de meios de subsistência;
Art. 4º A desapropriação poderá
abranger a ÁREA CONTÍGUA necessária f) o aproveitamento industrial das
ao desenvolvimento da obra a que se minas e das jazidas minerais, das águas
destina, e as ZONAS que se valorizarem e da energia hidráulica;
extraordinariamente, em consequência g) a assistência pública, as obras de
da realização do serviço. Em qualquer higiene e decoração, casas de saúde,
caso, a declaração de utilidade pública clínicas, estações de clima e fontes
deverá compreendê-las, mencionando- medicinais;
se quais as indispensáveis à continuação h) a exploração ou a conservação dos
da obra e as que se destinam à revenda. serviços públicos;
Parágrafo único. Quando a i) a abertura, conservação e
desapropriação destinar-se à execução melhoramento de vias ou logradouros
de planos de urbanização, de renovação públicos; a execução de planos de
urbana ou de parcelamento ou urbanização; o parcelamento do solo,
reparcelamento do solo, a receita com ou sem edificação, para sua melhor
decorrente da revenda ou da exploração utilização econômica, higiênica ou
imobiliária dos imóveis produzidos estética; a construção ou ampliação de
poderá compor a remuneração do distritos industriais;
agente executor. (Redação dada pela Lei
j) o funcionamento dos meios de
nº 14.273, de 2021)
transporte coletivo; 57
k) a preservação e conservação dos
Direito de extensão: é o direito do monumentos históricos e artísticos,
expropriado de exigir que a isolados ou integrados em conjuntos
desapropriação e a respectiva urbanos ou rurais, bem como as
indenização alcancem a totalidade do medidas necessárias a manter-lhes e
bem, quando o remanescente resultar realçar-lhes os aspectos mais valiosos
esvaziado de seu conteúdo econômico. ou característicos e, ainda, a proteção
de paisagens e locais particularmente
Nova redação promovida pela Medida dotados pela natureza;
Provisória nº 1.065, de 2021, cuja l) a preservação e a conservação
apreciação está em regime de urgência adequada de arquivos, documentos e
desde outubro de 2021. outros bens moveis de valor histórico
ou artístico;

Art. 5º Consideram-se casos de m) a construção de edifícios públicos,


UTILIDADE PÚBLICA: monumentos comemorativos e
cemitérios;
a) a segurança nacional;
n) a criação de estádios, aeródromos ou
b) a defesa do Estado; campos de pouso para aeronaves;
c) o socorro público em caso de o) a reedição ou divulgação de obra ou
calamidade; invento de natureza científica, artística
d) a salubridade pública; ou literária;
p) os demais casos previstos por leis desapropriação
especiais. realizada.
§ 1º - A construção ou ampliação de A tredestinação se
distritos industriais, de que trata a divide em duas
alínea i do caput deste artigo, inclui o espécies:
loteamento das áreas necessárias à • Tredestinação
instalação de indústrias e atividades LÍCITA: o poder
correlatas, bem como a revenda ou público não satisfaz
locação dos respectivos lotes a o interesse público
empresas previamente qualificadas. previsto no decreto
§ 2º - A efetivação da desapropriação expropriatório, mas
para fins de criação ou ampliação de sim outro interesse
distritos industriais DEPENDE de público;
aprovação, prévia e expressa, pelo • Tredestinação
Poder Público competente, do ILÍCITA: em vez que
respectivo projeto de implantação. atender o interesse
§ 3º Ao imóvel desapropriado para público, o
implantação de parcelamento popular, expropriante utiliza
destinado às classes de menor renda, o bem
NÃO SE DARÁ OUTRA UTILIZAÇÃO NEM desapropriado para
HAVERÁ RETROCESSÃO. satisfazer interesses
privados.
58
Art. 519 do Código
Civil. Se a coisa § 4º Os bens desapropriados para fins de
expropriada para utilidade pública e os direitos
fins de necessidade decorrentes da respectiva imissão na
ou utilidade pública, posse poderão ser alienados a
ou por interesse terceiros, locados, cedidos,
social, não tiver o arrendados, outorgados em regimes de
Retrocessão destino para que se concessão de direito real de uso, de
desapropriou, ou concessão comum ou de parceria
não for utilizada em público-privada e ainda transferidos
obras ou serviços como integralização de fundos de
públicos, caberá ao investimento ou sociedades de
expropriado direito propósito específico. (Redação dada
de preferência, pelo pela Lei nº 14.273, de 2021)
preço atual da coisa.
§ 5º Aplica-se o disposto no § 4º deste
É a ocorrência do artigo nos casos de desapropriação
desvio de finalidade para fins de execução de planos de
urbanização, de renovação urbana ou
Tredestinação por parte do Poder
Público, que deixa de de parcelamento ou reparcelamento
satisfazer o interesse do solo, desde que seja assegurada a
público subjacente à destinação prevista no referido plano .
(Redação dada pela Lei nº 14.273, de
2021)
DECORRIDO 1 ANO, poderá ser o
Art. 6º A declaração de utilidade pública mesmo bem objeto de nova declaração.
far-se-á por DECRETO do Presidente da Parágrafo único. EXTINGUE-SE EM 5
República, Governador, Interventor ou ANOS o direito de propor ação que vise
Prefeito. a indenização por restrições
decorrentes de atos do Poder Público.

Art. 7º Declarada a utilidade pública,


ficam as autoridades administrativas Art. 10-A. O poder público deverá
autorizadas a penetrar nos prédios NOTIFICAR O PROPRIETÁRIO e
compreendidos na declaração, podendo APRESENTAR-LHE OFERTA DE
recorrer, em caso de oposição, ao INDENIZAÇÃO:
auxílio de força policial. Àquele que for § 1º A notificação de que trata o caput
molestado por EXCESSO OU ABUSO de deste artigo conterá:
poder, cabe indenização por perdas e
danos, sem prejuízo da ação penal. I - cópia do ato de declaração de
utilidade pública;
II - planta ou descrição dos bens e suas
Art. 8º O Poder Legislativo poderá confrontações;
tomar a INICIATIVA DA
DESAPROPRIAÇÃO, cumprindo, neste III - valor da oferta;
caso, ao Executivo, praticar os atos IV - informação de que o prazo para
necessários à sua efetivação. aceitar ou rejeitar a oferta é de 15 DIAS
e de que o SILÊNCIO será considerado 59
REJEIÇÃO;
Art. 9º Ao Poder Judiciário é VEDADO,
no processo de desapropriação, decidir V - (VETADO).
se se verificam ou não os casos de § 2º Aceita a oferta e realizado o
utilidade pública. pagamento, será lavrado ACORDO, o
qual será título hábil para a transcrição
no registro de imóveis.
Enunciado 3 da I Jornada de Direito
Administrativo CJF/STJ: Não constitui § 3º Rejeitada a oferta, ou transcorrido
ofensa ao artigo 9º do Decreto-Lei n. o prazo sem manifestação, o poder
3.365/1941 o exame por parte do público procederá na forma dos arts. 11
Poder Judiciário, no curso do processo e seguintes deste Decreto-Lei.
de desapropriação, da regularidade do
processo administrativo de Art. 10-B. Feita a opção pela MEDIAÇÃO
desapropriação e da presença dos OU PELA VIA ARBITRAL, o particular
elementos de validade do ato de indicará um dos órgãos ou instituições
declaração de utilidade pública. especializados em mediação ou
arbitragem previamente cadastrados
Art. 10. A desapropriação deverá pelo órgão responsável pela
efetivar-se mediante acordo ou desapropriação.
intentar-se judicialmente, dentro de 5 § 1º A MEDIAÇÃO seguirá as normas da
ANOS, contados da data da expedição Lei nº 13.140 de 26 de junho de 2015, e,
do respectivo decreto e findos os quais subsidiariamente, os regulamentos do
este caducará. Neste caso, somente órgão ou instituição responsável.
§ 2º Poderá ser eleita câmara de ASFOR ROCHA, DJ de
mediação criada pelo poder público, 22.11.1993).
nos termos do art. 32 da Lei nº 13.140,
de 26 de junho de 2015. Incide normalmente o
referido art. 11 (e arts. 51
§ 3º (VETADO). MÓVEL e 52, “caput”, do
§ 4º A ARBITRAGEM seguirá as normas CPC/2015), devendo a
da Lei nº 9.307, de 23 de setembro de ação ser proposta no foro
1996, e, subsidiariamente, os do domicílio do réu.
regulamentos do órgão ou instituição
responsável.
§ 5º (VETADO). Art. 12. Somente os juízes que tiverem
garantia de vitaliciedade,
inamovibilidade e irredutibilidade de
Atenção: Trata-se de uma opção, ou vencimentos poderão conhecer dos
seja, o particular pode ou não optar processos de desapropriação.
pela mediação ou pela via arbitral.

Para o STJ, houve REVOGAÇÃO TÁCITA


DO PROCESSO JUDICIAL do presente artigo em razão da
alteração da redação do artigo art. 22,
§ 2º, da LC 35/79, já que “os juízes
Art. 11. A ação, quando a UNIÃO FOR
substitutos, que ainda não haja
AUTORA, será proposta no Distrito
Federal ou no foro da Capital do Estado
adquirido a vitaliciedade, passaram a 60
poder praticar todos os atos reservados
onde for domiciliado o réu, perante o
aos juízes vitalícios, inclusive o
juízo privativo, se houver; sendo OUTRO conhecimento dos processos de
O AUTOR, no foro da situação dos bens.
desapropriação” (STJ, 1º Turma, REsp
41922 PR 1993/0035240-7, Rel.
Ministro Demócrito Reinaldo, j. em
Nos termos do art. 47 do 01/09/1998).
CPC/2015, a competência
é absoluta e do foro da
situação da coisa, ainda Art. 13. A PETIÇÃO INICIAL, além dos
que a União figure como requisitos previstos no Código de
parte, não se aplicando o Processo Civil, conterá a oferta do preço
disposto no art. 11 do e será instruída com um exemplar do
Decreto-Lei 3.365/1941, contrato, ou do jornal oficial que
IMÓVEL conforme entendimento houver publicado o decreto de
firme do STJ (REsp desapropriação, ou cópia autenticada
307535/SP,Rel. Min. dos mesmos, e a planta ou descrição
FRANCISCO FALCÃO, DJ dos bens e suas confrontações.
13.05.2002; AgRg no REsp Parágrafo único. Sendo o valor da causa
464392/DF, Rel. Min. igual ou inferior a dois contos de réis
DENISE ARRUDA, DJ (moeda da época), dispensam-se os
03.05.2004 e REsp autos suplementares.
6375/PR, Rel. Min. CÉSAR
Art. 14. Ao despachar a inicial, o juiz originalmente o valor cadastral e a
designará um perito de sua livre valorização ou desvalorização posterior
escolha, sempre que possível, técnico, do imóvel.
para proceder à avaliação dos bens. § 2º A alegação de URGÊNCIA, que NÃO
Parágrafo único. O autor e o réu poderá ser renovada, obrigará o
poderão indicar assistente técnico do expropriante a requerer a imissão
perito. provisória dentro do prazo
improrrogável de 120 DIAS.

Art. 15. Se o expropriante alegar § 3º Excedido o prazo fixado no


URGÊNCIA e DEPOSITAR quantia parágrafo anterior NÃO será concedida
arbitrada de conformidade com o art. a imissão provisória.
685 do Código de Processo Civil, o juiz § 4º A imissão provisória na posse será
mandará imiti-lo provisoriamente na registrada no registro de imóveis
posse dos bens; competente.
Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº
2.786, de 1956) Art. 15-A No caso de imissão prévia na
§ 1º A imissão provisória poderá ser posse, na desapropriação por
feita, INDEPENDENTE da CITAÇÃO do necessidade ou utilidade pública e
réu, mediante o DEPÓSITO: interesse social, inclusive para fins de
reforma agrária, havendo divergência
entre o preço ofertado em juízo e o
Súmula nº 652 do STF: Não contraria a valor do bem, fixado na sentença, 61
Constituição o art. 15, § 1º, do Decreto- expressos em termos reais, INCIDIRÃO
Lei 3365/1941 (Lei da desapropriação JUROS COMPENSATÓRIOS de até
por utilidade pública). (declaração de inconstitucionalidade da
expressão “até” - ADI 2332/DF) 6% AO
a) do preço oferecido, se este for ANO (declaração de constitucionalidade
superior a 20 VEZES o valor locativo, do percentual de juros compensatórios
caso o imóvel esteja sujeito ao imposto no patamar fixo de 6% ao ano ) sobre o
predial; valor da diferença eventualmente
apurada, a contar da imissão na posse,
b) da quantia correspondente a 20 vedado o cálculo de juros compostos.
VEZES o valor locativo, estando o imóvel (incidirão juros compensatórios sobre a
sujeito ao imposto predial e sendo diferença entre 80% do preço ofertado
menor o preço oferecido; em juízo pelo ente público e o valor do
c) do valor cadastral do imóvel, para fins bem fixado na sentença - ADI 2332/DF).
de lançamento do imposto territorial, § 1º Os juros compensatórios destinam-
urbano ou rural, caso o referido valor se, apenas, a compensar a perda de
tenha sido atualizado no ano fiscal renda comprovadamente sofrida pelo
imediatamente anterior; proprietário.
d) não tendo havido a atualização a que § 2º NÃO serão devidos juros
se refere o inciso c, o juiz fixará compensatórios quando o imóvel
independente de avaliação, a possuir graus de utilização da terra e de
importância do depósito, tendo em vista eficiência na exploração iguais a zero.
a época em que houver sido fixado
§ 3º O disposto no caput deste artigo condôminos e a do inventariante, e, se
aplica-se também às ações ordinárias de não houver, a do cônjuge, herdeiro, ou
indenização por APOSSAMENTO legatário, detentor da herança, a dos
ADMINISTRATIVO ou demais interessados, quando o bem
DESAPROPRIAÇÃO INDIRETA, bem pertencer a espólio.
assim às ações que visem a indenização Parágrafo único. Quando não encontrar
por restrições decorrentes de atos do o citando, mas ciente de que se
Poder Público, em especial aqueles encontra no território da jurisdição do
destinados à proteção ambiental, juiz, o oficial portador do mandado
incidindo os juros sobre o valor fixado na marcará desde logo hora certa para a
sentença. citação, ao fim de 48 HORAS,
§ 4º Nas ações referidas no § 3º, não independentemente de nova diligência
será o Poder Público onerado por juros ou despacho.
compensatórios relativos ao período
anterior à aquisição da propriedade ou
posse titulada pelo autor da ação. Atenção: o art. 16 do Decreto-Lei
(declaração de inconstitucionalidade - 3365/41 é norma específica em relação
ADI 2332/DF) ao art. 73, §1º, I do Código de Processo
Civil, que é norma geral. Logo, em
desapropriação, não há necessidade de
Art. 15-B Nas ações a que se refere o art. tanto o réu como o seu cônjuge sejam
15-A, os juros moratórios destinam-se a citados, na medida em que a citação do
recompor a perda decorrente do atraso
no efetivo pagamento da indenização
marido dispensa a da mulher. (STJ. 2ª
Turma. REsp 1404085-CE, Rel. Min.
62
fixada na decisão final de mérito, e Herman Benjamin, julgado em
somente serão devidos à razão de até 5/8/2014 - Info 547).
6% AO ANO, a partir de 1º de janeiro do
exercício seguinte àquele em que o
pagamento deveria ser feito, nos Art. 17. Quando a ação não for proposta
termos do art. 100 da Constituição. no foro do domicílio ou da residência do
(Sobre os índices de correção monetária réu, a CITAÇÃO far-se-á por
e juros de mora, vide: STJ. 1ª Seção. PRECATÓRIA, se o mesmo estiver em
REsp 1495146-MG, Rel. Min. Mauro lugar certo, fora do território da
Campbell Marques, julgado em jurisdição do juiz.
22/02/2018 - recurso repetitivo - Info
620) Art. 18. A CITAÇÃO far-se-á POR EDITAL
se o citando não for conhecido, ou
Art. 16. A CITAÇÃO far-se-á POR estiver em lugar ignorado, incerto ou
MANDADO na pessoa do proprietário inacessível, ou, ainda, no estrangeiro, o
dos bens; a do marido dispensa a da que dois oficiais do juízo certificarão.
mulher; a de um sócio, ou
administrador, a dos demais, quando o Art. 19. Feita a citação, a causa seguirá
bem pertencer a sociedade; a do com o rito ordinário.
administrador da coisa no caso de
condomínio, exceto o de edifício de
apartamento constituindo cada um Art. 20. A CONTESTAÇÃO SÓ PODERÁ
propriedade autônoma, a dos demais VERSAR sobre vício do processo judicial
ou impugnação do preço; qualquer Art. 24. Na audiência de instrução e
outra questão deverá ser decidida por julgamento proceder-se-á na
ação direta. conformidade do Código de Processo
Civil. Encerrado o debate, o juiz
proferirá sentença fixando o preço da
Art. 21. A instância NÃO se interrompe. indenização.
No caso de falecimento do réu, ou
perda de sua capacidade civil, o juiz, Parágrafo único. Se não se julgar
logo que disso tenha conhecimento, habilitado a decidir, o juiz designará
nomeará curador à lide, até que se lhe desde logo outra audiência que se
habilite o interessado. realizará dentro de 10 DIAS afim de
publicar a sentença.
Parágrafo único. Os atos praticados da
data do falecimento ou perda da
capacidade à investidura do curador à Art. 25. O principal e os acessórios serão
lide poderão ser ratificados ou computados em parcelas autônomas.
impugnados por ele, ou pelo Parágrafo único. O juiz poderá arbitrar
representante do espólio, ou do quantia módica para desmonte e
incapaz. transporte de maquinismos instalados e
em funcionamento.
Art. 22. Havendo concordância sobre o
preço, o juiz o homologará por sentença Art. 26. No valor da indenização, que
no despacho saneador. será contemporâneo da avaliação, NÃO
se incluirão os direitos de terceiros
63
Art. 23. Findo o prazo para a contra o expropriado.
contestação e não havendo § 1º Serão atendidas as benfeitorias
concordância expressa quanto ao preço, NECESSÁRIAS feitas APÓS a
o perito apresentará o laudo em desapropriação; as ÚTEIS, quando
cartório até 5 DIAS, pelo menos, antes feitas com AUTORIZAÇÃO do
da audiência de instrução e julgamento. expropriante.
§1º O perito poderá requisitar das § 2º Decorrido prazo superior a 1 ANO a
autoridades públicas os esclarecimentos partir da avaliação, o Juiz ou Tribunal,
ou documentos que se tornarem antes da decisão final, determinará a
necessários à elaboração do laudo, e correção monetária do valor apurado,
deverá indicar nele, entre outras conforme índice que será fixado,
circunstâncias atendíveis para a fixação trimestralmente, pela Secretaria de
da indenização, as enumeradas no art. Planejamento da Presidência da
27. Ser-lhe-ão abonadas, como custas, República.
as despesas com certidões e, a arbítrio
do juiz, as de outros documentos que
juntar ao laudo. Segundo o STJ, o valor da indenização
deve ser contemporâneo ao momento
§ 2º Antes de proferido o despacho da AVALIAÇÃO JUDICIAL e não da
saneador, poderá o perito solicitar avaliação administrativa. (STJ. 2ª
prazo especial para apresentação do Turma. AgRg no REsp 1.459.124-CE,
laudo. Rel. Min. Herman Benjamin, 18/9/2014
Info 549).
Art. 27. O juiz indicará na sentença os Art. 28. Da sentença que fixar o preço da
fatos que motivaram o seu indenização caberá APELAÇÃO com
convencimento e deverá atender, EFEITO SIMPLESMENTE DEVOLUTIVO,
especialmente, à estimação dos bens quando interposta pelo expropriado, e
para efeitos fiscais; ao preço de com AMBOS OS EFEITOS, quando o for
aquisição e interesse que deles aufere o pelo expropriante.
proprietário; à sua situação, estado de § 1º A sentença que condenar a Fazenda
conservação e segurança; ao valor venal Pública em quantia superior ao dobro
dos da mesma espécie, nos últimos da oferecida fica sujeita ao duplo grau
cinco anos, e à valorização ou de jurisdição.
depreciação de área remanescente,
pertencente ao réu. § 2º Nas causas de valor igual ou inferior
a dois contos de réis (2:000$0),
§1º A sentença que fixar o valor da observar-se-á o disposto no art. 839 do
indenização quando este for superior ao Código de Processo Civil.
preço oferecido condenará o
desapropriante a pagar honorários do
advogado, que serão fixados entre 0,5% Art. 29. Efetuado o pagamento ou a
e 5% do valor da diferença, observado o consignação, expedir-se-á, em favor do
disposto no § 4º do art. 20 do Código de expropriante, MANDADO de imissão de
Processo Civil, não podendo os posse, valendo a sentença como
honorários ultrapassar R$ 151.000,00 TÍTULO HÁBIL PARA A TRANSCRIÇÃO
(cento e cinqüenta e um mil reais) no registro de imóveis. 64
(Declaração de inconstitucionalidade -
ADI 2332/DF).
Art. 30. As CUSTAS serão pagas pelo
§2º A transmissão da propriedade, autor se o réu aceitar o preço oferecido;
decorrente de desapropriação amigável em caso contrário, pelo vencido, ou em
ou judicial, NÃO ficará sujeita ao proporção, na forma da lei.
imposto de lucro imobiliário.
§ 3º O disposto no § 1º deste artigo se
aplica: Atenção: É possível a desistência da
desapropriação a qualquer tempo,
I - ao procedimento contraditório mesmo após o trânsito em julgado,
especial, de rito sumário, para o desde que:
processo de desapropriação de imóvel
rural, por interesse social, para fins de a) ainda não tenha havido o pagamento
reforma agrária; integral do preço (pois nessa hipótese
já terá se consolidado a transferência
II - às ações de indenização por da propriedade do expropriado para o
apossamento administrativo ou expropriante); e
desapropriação indireta.
b) o imóvel possa ser devolvido sem
§ 4º O valor a que se refere o § 1º será que ele tenha sido alterado de forma
atualizado, a partir de maio de 2000, no substancial (que impeça sua utilização
dia 1º de janeiro de cada ano, com base como antes era possível).
na variação acumulada do Índice de
Preços ao Consumidor Amplo - IPCA do
respectivo período.
É ônus do expropriado provar a em estabelecimento bancário
existência de fato impeditivo do direito acreditado, a critério do juiz.
de desistência da desapropriação. (STJ. § 2º O desapropriado, ainda que
2ª Turma. REsp 1368773-MS, Rel. Min. discorde do preço oferecido, do
Og Fernandes, Rel. para acórdão Min. arbitrado ou do fixado pela sentença,
Herman Benjamin, julgado em poderá LEVANTAR até 80% DO
6/12/2016 - Info 596). DEPÓSITO feito para o fim previsto
neste e no art. 15, observado o processo
DISPOSIÇÕES FINAIS estabelecido no art. 34.

Art. 31. Ficam sub-rogados no preço Art. 34. O levantamento do preço será
quaisquer ônus ou direitos que recaiam deferido mediante prova de
sobre o bem expropriado. propriedade, de quitação de dívidas
fiscais que recaiam sobre o bem
expropriado, e publicação de editais,
Atenção: O ente desapropriante não com o prazo de 10 DIAS, para
responde por tributos incidentes sobre conhecimento de terceiros.
o imóvel desapropriado nas hipóteses Parágrafo único. Se o juiz verificar que
em que o período de ocorrência dos há DÚVIDA FUNDADA sobre o domínio,
fatos geradores é anterior ao ato de o preço ficará em depósito, ressalvada
aquisição originária da propriedade. aos interessados a ação própria para
(STJ. 2ª Turma. REsp 1668058-ES, Rel.
Min. Mauro Campbell Marques,
disputá-lo. 65
julgado em 8/6/2017 - Info 606).
Art. 34-A. Se houver CONCORDÂNCIA,
reduzida a termo, do expropriado, a
Art. 32. O pagamento do preço será decisão concessiva da imissão
prévio e em dinheiro. provisória na posse implicará a
§ 1º As dívidas fiscais serão deduzidas aquisição da propriedade pelo
dos valores depositados, quando expropriante com o consequente
inscritas e ajuizadas. registro da propriedade na matrícula do
§ 2º Incluem-se na disposição prevista imóvel.
no § 1º as multas decorrentes de § 1º A concordância escrita do
inadimplemento e de obrigações fiscais. expropriado NÃO implica renúncia ao
§ 3º A discussão acerca dos valores seu direito de questionar o preço
inscritos ou executados será realizada ofertado em juízo.
em ação própria. § 2º Na hipótese deste artigo, o
expropriado poderá levantar 100% DO
DEPÓSITO de que trata o art. 33 deste
Art. 33. O depósito do preço fixado por Decreto-Lei.
sentença, à disposição do juiz da causa,
É CONSIDERADO pagamento prévio da § 3º Do valor a ser levantado pelo
indenização. expropriado devem ser deduzidos os
valores dispostos nos §§ 1º e 2º do art.
§ 1º O depósito far-se-á no Banco do 32 deste Decreto-Lei, bem como, a
Brasil ou, onde este não tiver agência, critério do juiz, aqueles tidos como
necessários para o custeio das despesas Art. 1.238, Art. 1.238 do
processuais. parágrafo único, Código Civil
§ 4º Após a apresentação da do Código Civil
contestação pelo expropriado, se não Atenção: superada a Súmula 119 do
houver oposição expressa com relação à STJ, baseada no Código Civil de 1916.
validade do decreto desapropriatório,
deverá ser determinada a imediata Súmula 119-STJ: A ação de
transferência da propriedade do imóvel desapropriação indireta prescreve em
para o expropriante, vinte anos.
independentemente de anuência
expressa do expropriado, e prosseguirá
o processo somente para resolução das Atenção: Não configura
questões litigiosas. (Incluído pela Lei nº desapropriação indireta quando o
14.421, de 2022) Estado se limita a realizar serviços
públicos de infraestrutura em gleba
cuja invasão por particulares
Art. 35. Os bens expropriados, uma vez apresenta situação consolidada e
incorporados à Fazenda Pública, NÃO irreversível. (STJ. 2ª Turma. REsp
podem ser objeto de reivindicação, 1.770.001-AM, Rel. Min. Mauro
ainda que fundada em nulidade do Campbell Marques, julgado em
processo de desapropriação. Qualquer 05/11/2019 - Info 660).
ação, julgada procedente, resolver-se-á
em perdas e danos. (Desapropriação
Indireta) Art. 36. É permitida a OCUPAÇÃO 66
TEMPORÁRIA, que será indenizada,
afinal, por ação própria, de terrenos não
Desapropriação Indireta ou edificados, vizinhos às obras e
Apossamento Administrativo: ocorre necessários à sua realização. O
quando o Poder Público se apropria de expropriante prestará caução, quando
um bem particular sem o respeito ao exigida.
devido processo legal (formalidades
previstas em lei), tal como a declaração
de interesse e a prévia indenização. Em Art. 37. Aquele cujo bem for prejudicado
outras palavras, trata-se de um esbulho extraordinariamente em sua destinação
possessório. econômica pela desapropriação de
ÁREAS CONTÍGUAS terá direito a
reclamar perdas e danos do
PRAZO da ação de desapropriação expropriante.
indireta (Info 671 STJ)

Regra Exceção Art. 38. O réu responderá perante


terceiros, e por ação própria, pela
Se feitas obras Se inexistem omissão ou sonegação de quaisquer
ou serviços obras ou serviços informações que possam interessar à
públicos no local públicos no local marcha do processo ou ao recebimento
10 anos 15 anos da indenização.
Art. 39. A ação de desapropriação pode Art. 6º TJ-AC, 2011 (CEBRASPE)
ser proposta durante as férias forenses,
e NÃO se interrompe pela TJ-RS, FAURGS (2022)
superveniência destas. Art. 9º
TJ-RO, 2010 (PUC-PR)

Art. 10 TJ-MS, FCC (2020)


Art. 40. O expropriante poderá
constituir SERVIDÕES, mediante Art. 12 TJ-CE, FCC (2014)
indenização na forma desta lei.
Art. 15 TJ-AL, FCC (2015)

Art. 41. As disposições desta lei aplicam- Art. 15-A TJ-RO, 2010 (PUC-PR)
se aos processos de desapropriação em
curso, não se permitindo depois de sua Art. 15-A TJ-SP, Vunesp (2021)
vigência outros termos e atos além dos Art. 35 TJ-MG, FGV (2022)
por ela admitidos, nem o seu
processamento por forma diversa da
que por ela é regulada.

Art. 42. No que esta lei for omissa


aplica-se o Código de Processo Civil.

Art. 43. Esta lei entrará em vigor 10 dias 67


depois de publicada, no Distrito Federal,
e 30 dias no Estados e Território do Acre,
revogadas as disposições em contrário.

6.2. Artigos exigidos em provas de


magistratura

Provas objetivas de Magistratura


Estadual em que os artigos
estudados foram exigidos (a partir de
2010)

Lei nº 3.365/41

Art. 2º TJ-PI, 2011 (CEBRASPE)

Art. 3º TJ-RS, FAURGS (2022)

Art. 4º TJ-RS, FAURGS (2022)

Art. 5º, § TJ-RS, FAURGS (2022)


4º TJ-RO, 2010 (PUC-PR)

Você também pode gostar