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COLÉGIO ESTADUAL SÃO CRISTÓVÃO

CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA DO TRABALHO

FONTES DO DIREITO

SÃO JOSÉ DOS PINHAIS

2023
ALCIDES C. NEVES NETO
EMILY SALLES
GABRYEL DA SILVA SENCO
JOCIANE MACHADO DA CRUZ
LUCINEIA BORGES DA SILVA

FONTES DO DIREITO

Estudo sobre fontes do direito no Curso Técnico


em Segurança do Trabalho, sob orientação da
Professora e Dra. Rosangela Lamin.

SÃO JOSÉ DOS PINHAIS

2023
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 4
1.1.1Objetivos 4
1.1.1 Objetivo Geral 4
1.1.2 Objetivos Específicos 4
2. LEIS 5
3. COSTUMES 5
4. JURISPRUDÊNCIA 6
4.1 Exemplos 7
4.1.1 Embalagem Arisco 7
4.1.2 Caso Panasonic 7
5. ANALOGIA 8
6. PRINCÍPIO GERAL DO DIREITO 8
6.1 Qual é a função dos princípios gerais do direito? 9
6.1.1 Informadora 9
6.1.2 Normativa 9
6.1.3 Interpretativa 9
6.1.4 Construtora 10
6.1.5 Informativa 10
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS 11
8. REFERÊNCIAS 12
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1. INTRODUÇÃO

Fonte do Direito é onde o Direito se origina, no seu sentido mais amplo, quer
dizer lugar de procedência, de onde se origina alguma coisa. No Brasil, o ordenamento
jurídico é originariamente legalista, ou seja, sua fonte principal é a legislação, mas em
alguns casos, é necessário utilizar-se de outras fontes, para solucionar algumas
situações que não estão previstas na lei, ou que embora, previstas precisam sem
interpretadas da forma correta.
As fontes do direito estão previstas no artigo 4.º da Lei de Introdução ao Código
Civil que estabelece: "Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo
com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito". Assim, o intérprete
é obrigado a integrar o sistema jurídico, ou seja, diante da lacuna (a ausência de
norma para o caso concreto), ele deve sempre encontrar uma solução adequada.
Basta analisar o verbo “decidirá” para entender que o sistema jurídico ordena a
decisão do caso concreto. O artigo já mencionado estabelece uma hierarquia entre as
fontes, pois só autoriza o juiz a valer-se de outras fontes quando houver omissão na
lei e impossibilidade de aplicação da analogia, buscando resoluções legais para casos
semelhantes. Assim, a lei é uma fonte principal, sendo fontes secundárias a analogia,
os costumes, os princípios gerais do direito, a doutrina e a jurisprudência.

1.1 Objetivos

1.1.1 Objetivo Geral

Demonstrar que as fontes do direito constituem na garantia da solução de um


processo, ainda que a lei seja omissa, evitando a suspensão por respaldo legal

1.1.2 Objetivos Específicos

a) Expor e diferenciar as fontes do direito.


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2. LEIS

Lei é uma fonte principal, sendo fontes secundárias a analogia, os costumes,


os princípios gerais do direito, a doutrina e a jurisprudência. Constitui a vontade do
povo, sendo elaborada por legisladores eleitos pelo mesmo, como ocorre no Brasil.
Leis são as normas ou o conjunto de normas jurídicas criadas através de
processos próprios, estabelecidas pelas autoridades competentes, compreendendo-
se nessa definição a Constituição, as leis ordinárias da Assembleia da República, as
leis de revisão constitucional, e os decretos da lei do governo, entre outros.
A lei tem por objetivo resolver o problema da antinomia, ou seja, o problema do
conflito e da contradição das normas, hipótese em que mais de uma norma incide
sobre o caso concreto. Mas, quanto à aplicação da lei, devem seguir uma hierarquia,
sendo a Constituição Federal a lei maior, as leis complementares e ordinárias abaixo
e da Constituição Federal e os decretos, portarias e demais atos administrativos por
último. Sendo assim, as leis de menor grau devem obedecer às de maior grau.
É, portanto, toda norma geral de conduta, que disciplina as relações de
fato incidentes no Direito, cuja observância é imposta pelo poder estatal.

3. COSTUMES

O costume no direito é considerado uma norma aceita como obrigatória pela


consciência do povo, sem que o Poder Público a tenha estabelecido. Os costumes de
um dado povo é fonte do direito, pois pode ser aplicado pelo poder judiciário, uma vez
que o próprio costume constitui uma imposição da sociedade.
O direito costumeiro possui dois requisitos: subjetivo e objetivo. O primeiro
corresponde ao “opinio necessitatis”, a crença na obrigatoriedade, isto é, a crença
que, em caso de descumprimento, incide sanção. O segundo corresponde à
“diuturnidade”, isto é, a simples constância do ato.
Podemos citar a fila como um costume da sociedade, que não foi estabelecido
por lei, mas todos respeitam. Outro exemplo é a figura do cheque pré-datado, todos
sabem que cheque é “ordem de pagamento à vista”, contudo, se o comerciante aceitar
receber um cheque pré-datado ele não poderá depositar o cheque antes, sob pena de
pagar uma indenização por danos morais, conforme a Súmula do STJ n. 370, que
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determina: “caracteriza dano moral a apresentação antecipada do cheque pré-


datado”.
Contra a lei, o costume não deve ser utilizado para fundamentar uma decisão
judicial se este estiver em contradição com a lei, porém, existem pessoas que
defendem o uso do costume mesmo que seja contrário à lei. Como já vimos, a lei só
é revogada por outra lei de igual ou superior hierarquia, dessa forma, o costume não
revoga lei. Se existir uma lei sobre determinado assunto e um costume contrário à
legislação, o juiz deverá seguir a lei e não os costumes.

4. JURISPRUDÊNCIA

Jurisprudência é um termo jurídico, esse termo, vem do latim “jurisprudentia”,


que traduzindo de uma forma geral significa a ciência da lei que é o conjunto das
decisões, aplicações e interpretações das leis, que podem ser entendidas de três
formas, como a decisão isolada de um tribunal que não tem mais recursos, pode ser
um conjunto de decisões reiteradas dos tribunais, ou as súmulas de jurisprudência,
que são as orientações resultantes de um conjunto de decisões proferidas com
mesmo entendimento sobre determinada matéria.
Esses pensamentos em conjunto unificam o entendimento e/ou interpretação
sobre a legislação, criando uma espécie de consenso em relação à tomada de
decisões de questões judiciais que tratam de um tema em comum, essas decisões ou
sentenças, podem ocorrer em todos os tribunais:

 STF - Supremo Tribunal Federal;


 STJ - Superior Tribunal de Justiça;
 TJ - Tribunais de Justiça dos estados;
 TNU - Turma Nacional de Uniformização (este eu não conhecia)
 TRF - Tribunais Regionais Federais;
 TSE - Tribunal Superior Eleitoral;
 TST - Tribunal Superior do Trabalho;

Além disso a jurisprudência pode ser aplicada ou entendida de três formas,


decisão isolada de um tribunal que não tem mais recursos, pode ser um conjunto de
decisões reiteradas dos tribunais, ou as súmulas de jurisprudência, que são as
orientações resultantes de um conjunto de decisões proferidas com mesmo
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entendimento sobre determinada matéria, visando assim facilitar a decisão e diminuir


a disparidade delas em casos parecidos. (Artigo 926 do Código de Processo Civil
(CPC), onde os tribunais têm o dever de uniformizar sua jurisprudência, por meio da
edição de enunciados de súmulas.
A jurisprudência, tem como objetivo, mostrar as propensões de decisões
jurídicas de temas específicos, se tornando assim um instrumento importante para
que os tribunais apresentem segurança jurídica e para que juízes, advogados e
juristas se baseiem na interpretação de seus pares, a fim de aplicarem sobre as leis.

4.1 Exemplos

4.1.1 Embalagem Arisco

Uma consumidora que comprou um molho da marca Arisco, ao tentar arduamente


abrir a lata sofreu graves danos em seu dedo.
Com isso, ela ajuizou uma ação indenizatória contra a marca que foi julgada
improcedente em primeiro grau.
O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, deu provimento ao recurso da
autora com base no entendimento de que se a empresa coloca no mercado latas do
tipo “abre fácil” que não funcionam dessa forma, eles têm a obrigação de informar
sobre possíveis acidentes que possam ocorrer para evitar causar danos aos
consumidores.
A parte jurídica da marca tentou recorrer dizendo que o problema não foi o
produto, mas sim a embalagem, mas o STJ reconheceu a sua responsabilidade já que
a empresa responde pela integralidade do produto, ou seja, a massa e como ela é
entregue ao consumidor.

4.1.2 Caso Panasonic

Esse caso trata a respeito da responsabilidade da marca por um defeito em um


produto adquirido no exterior.
Um consumidor comprou uma câmera de vídeo durante viagem para Miami e
ao retornar para o Brasil notou que a máquina apresentava defeitos de fabricação.
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O produto tinha garantia de 1 ano, mas a Panasonic se recusou a cumprir a


garantia sob o argumento de que o produto foi adquirido no exterior.
O TJSP julgou improcedente a apelação interposta pelo consumidor por
entender que a empresa não teria que emprestar garantia a máquinas produzidas e
comercializadas no exterior.
Foi feito um Recurso Especial e o STJ julgou procedente o pedido e reformou
a decisão do Tribunal.

5. ANALOGIA

Analogia significa aplicar ao caso em concreto uma solução já aplicada a um


caso semelhante. Alguns consideram que a analogia não seria uma fonte do direito
mas apenas uma forma de integração da norma nos casos de lacuna da lei pois ela
não cria norma, apenas aplica uma norma já existente a outro caso concreto. Todavia,
Pablo Stolze (2012), entre outros, assegura que a analogia pode ser considerada fonte
do direito.
A analogia se subdivide em legal: aquela que utiliza outra lei para casos
semelhantes e analogia jurídica aquela que utiliza outras fontes do direito que não a
lei.
Para a aplicação da analogia exige-se três requisitos:
1. que o fato em questão não seja regulado de forma específica e expressa pela
lei;
2. que a lei regule hipótese similar;

3. que a semelhança essencial entre a situação não prevista e aquela prevista na


lei tenham a mesma razão jurídica (GARCIA 2015).

6. PRINCÍPIO GERAL DO DIREITO

Os princípios gerais do direito são orientações macro ou guia teórico norteador


da política e da prática jurídica. São compostos de subjetividade e de conteúdo
valorativo de característica genérica. Segundo Manoel Gonçalves, os princípios gerais
do direito vão em direção a uma situação jurídica específica.
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As orientações gerais servem, sobretudo, para auxiliar o intérprete na hora de


encontrar soluções à aplicação das normas. Principalmente quando elas não dão as
respostas necessárias para a resolução do problema jurídico em questão.
Os princípios gerais são as regras que, embora não estejam escritas, servem
como mandamentos que informam e dão apoio ao direito, utiliza- dos como base para
a criação e integração das normas jurídicas, respalda- dos pelo ideal de justiça.

6.1 Qual é a função dos princípios gerais do direito?

Os princípios têm diversas funções dentro de um ordenamento jurídico.Além


disso, eles são pilares que devem ser observados no momento de aplicar ou criar leis.
Existem princípios muito importantes e a sua violação pode ser inadmissível, pelo
menos na teoria.

6.1.1 Informadora

Os princípios possuem função informadora, visto que servem de orientação ao


legislador para que ele crie preceitos legais que não os violem ou vá contra a
Constituição Federal, por exemplo. Sendo assim, eles fundamentam as normas
jurídicas e servem de sustentáculo para o ordenamento jurídico.
De certo modo, também podem inspirar o legislador e, posteriormente, ao
intérprete da norma jurídica positivada, principalmente os julgadores.

6.1.2 Normativa

Os princípios gerais do direito possuem poder normativo, utilizados como fonte


supletiva, principalmente em momentos de omissão ou lacunas legislativas,
momentos em que não existem leis que possam ser utilizadas pelo julgador.
Dessa forma, eles atuam em casos concretos que não dispõem de disposição
específica para disciplinar determinada situação. Além disso, podem ter função
integrativa, atuando como instrumento de integração das normas jurídicas.

6.1.3 Interpretativa
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Outra função dos princípios gerais do direito é a interpretativa, visto que as leis
e normas devem ser interpretadas conforme os princípios norteadores do direito. Essa
função serve como um critério orientador para os intérpretes e aplicadores da lei.
Assim, auxiliam na interpretação da norma e na sua completa compreensão.
De certa forma, qualquer princípio possui uma função interpretativa da norma,
servindo como fonte subsidiária para solucionar um caso concreto.

6.1.4 Construtora

A função construtora serve para indicar a construção do ordenamento jurídico


e os caminhos que as normas precisam seguir.

6.1.5 Informativa

Por fim, outra função dos princípios gerais do direito é a informativa. O seu
caráter informador serve para orientar o legislador a fundamentar as normas jurídicas.
Conforme a leitura, você viu que cada uma das funções comentadas se
relaciona entre si. Isso significa que os princípios acabam sendo, em simultâneo,
construtores, informadores, interpretativos e normativos, dentre outras funções que
podem exercer.
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7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Conclui-se que as Fontes do Direito são de suma importância para a aplicação


do direito no caso em concreto, sendo a Lei insuficiente, é possível a busca de outras
fontes para a solução do caso, porém para quem acompanha telejornais e tem a boa
prática da leitura e está sempre atualizado, algumas das fontes do direito podem sofrer
alterações no decorrer do tempo.
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8. REFERÊNCIAS

https://www.boletimjuridico.com.br/artigos/cronicas/4682/fontes-direito 16/02/2023 22:09;

https://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/5763/As-fontes-do-direito-e-a-sua-aplicabilidade-
na-ausencia-de-norma 16/02/2023 22:20;

https://emporiododireito.com.br/leitura/fontes-do-direito 08/02/2023 11:29

https://www.institutoformula.com.br 08/02/2023 11:50;

TJDFT - Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios


https://www.tjdft.jus.br/institucional/imprensa/campanhas-e-produtos/direito-facil/edicao-
semanal/jurisprudencia-x-precedente 07/02/2023 14:25;

ADVISE BLOG - https://blog.advise.com.br/exemplos-de-jurisprudencia/ 20/02/2023 21:35;

Jus.com.br 19/02/2023 13:54;

https://www.aurum.com.br/blog/principios-gerais-do-direito/ 18/02/2023 16:37;

https://blog.advbox.com.br/principios-gerais-do-direito/ 18/02/2023 16:46;

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