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1. Conceitos
Decisão judicial
Precedente: é a decisão judicial verificada à luz do
caso concreto, capaz de persuadir decisões futuras
sobre temas iguais ou semelhantes
Radiografia do precedente
Circunstâncias de fato
Ratio decidendi (holding): princípio jurídico
que consta da motivação da decisão
Statement of material facts: indicação dos
fatos relevantes para a causa
Legal reasoning: raciocínio lógico-jurídico
da decisão
Judgment: juízo decisório
a aplicação de um precedente depende de
raciocínio indutivo. É uma norma geral que se
constrói a partir de casos concretos. > Raciocínio case
to case
Obiter dictum (obter dicta): é a regra jurídica
mencionada de passagem, que não faz parte da
ratio decidendi. O Tribunal expõe sua posição sobre
tema diferente daquilo que está sendo decidido (ex.
tema conexo)
o Importância dos obter dicta
Funcionar como uma técnica de sinalização)
Identificação da ratio decidendi.
o Via de regra é trabalho do intérprete.
No Brasil, é papel dos próprios tribunais
Súmula vinculante – CF – art. 103- A
IRDR – arts. 976 a 987
Incidente de Assunção de competência –
art. 947
Recursos Repetitivos – arts. 1.036 a 1.041
2
ZWEIGERT, Konrad; KÖTZ, Hein. Introduction to comparative law, p. 155.
o Métodos argumentativos das partes
Obrigatórios
o Demais precedentes do próprio tribunal
Sumulas não vinculantes
Jurisprudência dominante deve ser
convertida em súmula
o Promovem a aceleração do julgamento
Decisões monocráticas – art. 932 – IV, a, e V
a.
Julgamento liminar de improcedência – art.
332, IV (súmula do tribunal local)
Persuasivo (persuasive precedent): Todos os demais
precedentes, de órgão fracionários do próprio
tribunal ou de outros tribunais
? Precedentes magnéticos?
4. Normas genéricas sobre precedentes no novo CPC
– CAPÍTULO DE ABERTURA DO TÍTULO I DO LIVRO III
Exposição de motivos
“todas as normas jurídicas devem tender a dar
efetividade às garantias constitucionais, tornando
‘segura’ a vida dos jurisdicionados, de modo a que
estes sejam poupados de ‘surpresas’, podendo sempre
prever, em alto grau, as consequências jurídicas de sua
conduta”4.
4
Exposição de motivos do anteprojeto do Código de Processo Civil, p. 19.
NOVO CPC CPC /1973
Art. 926. Os
tribunais devem
uniformizar sua
jurisprudência e
mantê-la estável,
íntegra e coerente.
§ 1º Na forma
estabelecida e
segundo os
pressupostos Sem
fixados no correspondente.
regimento interno,
os tribunais
editarão
enunciados de
súmula
correspondentes a
sua jurisprudência
dominante.
§ 2º Ao editar
enunciados de
súmula, os
tribunais devem
ater-se às
circunstâncias
fáticas dos
precedentes que
motivaram sua
criação.
Uniformidade e estabilidade da jurisprudência
dos Tribunais
o Novidade
Decorrência dos princípios constitucionais da
Segurança e Isonomia
Estímulo aos Enunciados de Súmula
Que reflitam a “jurisprudência dominante”
Pergunta-se: o que é “jurisprudência
dominante”?
o Aquela que reflete ausência de
divergência entre órgãos fracionários ou
que resulta de incidentes que buscam
uniformizá-la em órgãos mais robustos
do tribunal
IRDR; Incidente de assunção de
competência, recursos repetitivos,
incidente de uniformização de
jurisprudência.
Vinculação às circunstâncias fáticas dos
precedentes
o Identidade das circunstâncias fáticas
relevantes dos precedentes
o Súmula desvinculada de fatos é texto
abstrato (judiciário legislando)
Força vinculante dos precedentes
o Ver art. 927.
Art. 927
NOVO CPC CPC /1973
Art. 927. Os juízes
e os tribunais
observarão:
I – as decisões do
Supremo Tribunal
Federal em controle
concentrado de
constitucionalidade;
II – os enunciados
de súmula
vinculante;
III – os acórdãos
em incidente de
assunção de
competência ou de
resolução de Sem
demandas correspondente.
repetitivas e em
julgamento de
recursos
extraordinário e
especial repetitivos;
IV – os
enunciados das
súmulas do
Supremo Tribunal
Federal em matéria
constitucional e do
Superior Tribunal de
Justiça em matéria
infraconstitucional;
V – a orientação
do plenário ou do
órgão especial aos
quais estiverem
vinculados.
§ 1º Os juízes e os
tribunais
observarão o
disposto no art. 10 e
no art. 489, § 1º,
quando decidirem
com fundamento
neste artigo.
§ 2º A alteração
de tese jurídica
adotada em
enunciado de
súmula ou em
julgamento de casos
repetitivos poderá
ser precedida de
audiências públicas
e da participação de
pessoas, órgãos ou
entidades que
possam contribuir
para a rediscussão
da tese.
§ 3º Na hipótese
de alteração de
jurisprudência
dominante do
Supremo Tribunal
Federal e dos
tribunais superiores
ou daquela oriunda
de julgamento de
casos repetitivos,
pode haver
modulação dos
efeitos da alteração
no interesse social e
no da segurança
jurídica.
§ 4º A
modificação de
enunciado de
súmula, de
jurisprudência
pacificada ou de
tese adotada em
julgamento de casos
repetitivos
observará a
necessidade de
fundamentação
adequada e
específica,
considerando os
princípios da
segurança jurídica,
da proteção da
confiança e da
isonomia.
§ 5º Os tribunais
darão publicidade a
seus precedentes,
organizando-os por
questão jurídica
decidida e
divulgando-os,
preferencialmente,
na rede mundial de
computadores.
Norma geral da obrigatoriedade do respeito aos
precedentes
o Hierarquia e força normativa
1 – Precedentes de efeito vinculante
(“obrigatoriedade forte”)
STF em Jurisdição constitucional
Súmulas vinculantes
Decisões de recursos repetitivos/IRDR/IAC.
Remédio: Reclamação constitucional
2 – Súmulas não vinculantes do STF/STJ
3 – Pleno ou órgão especial dos tribunais
esses entendimentos devem ser
preferencialmente sumulados
Observação
Para 2 e 3 não cabe reclamação, apenas
recursos normais
Para nós são precedentes “magnéticos”,
mas não vinculantes (obrigatoriedade
média ou fraca)
Por que “magnéticos”: porque têm
influência no processo, trâmite e
julgamento dos recursos (aceleração do
procedimento)
O artigo deixa “de fora” a necessidade de
respeito à jurisprudência pacificada dos
tribunais locais que não seja objeto de
julgamento do órgão especial ou do pleno
(equívoco)
o Aplicação, afastamento e superação do
precedente
Overruling e Overriding
o Dever de fundamentação e garantia do
contraditório na aplicação dos precedentes
Enunciados da ENFAM
19) A decisão que aplica a tese jurídica
firmada em julgamento de casos
repetitivos não precisa enfrentar os
fundamentos já analisados na decisão
paradigma, sendo suficiente, para fins de
atendimento das exigências constantes no
art. 489, § 1o, do CPC/2015, a correlação
fática e jurídica entre o caso concreto e
aquele apreciado no incidente de solução
concentrada.
20) O pedido fundado em tese aprovada
em IRDR deverá ser julgado procedente,
respeitados o contraditório e a ampla
defesa, salvo se for o caso de distinção ou
se houver superação do entendimento pelo
tribunal competente.
o Modificação da jurisprudência - Overruling
Abertura do procedimento-§ 2º(Súmula e
julgamentos repetitivos)
Democratização/contraditório/legitimação
Audiências públicas
Amicus curiae
Modulação de efeitos - § 3o. (Jurisprudência
dominante dos Tribunais Superiores e
julgamentos repetitivos)
Segurança jurídica e interesse social
Ponderação de interesses
Muito importante: a modulação deve
respeitar a ocorrência do fato, e não da
data da decisão (ex: matéria tributária – se
muda em 2015 e decide aplicar daí em
diante, não pode julgar recursos em 2015,
de processos que envolvem fatos
geradores anteriores, nos quais o
contribuinte comportou-se de acordo com
a jurisprudência da época, de acordo com o
novo entendimento.
Fundamentação adequada - § 4o. (súmulas
em geral, jurisprudência pacífica ou tese
adotada pelos tribunais)
Segurança/confiança/isonomia
o Organização e publicidade dos precedentes
Por questão jurídica
Publicados na Internet
o Outras observações
Em tese, todos os precedentes devem ser
respeitados e todas as modificações devem
respeitar as regras acima
Outras técnicas de “modificação suave” além
da modulação
Signaling
Decisões-alerta
5. Dificuldades
Igualdade
Segurança jurídica
Princípio democrático (contraditório)
Engessamento da jurisprudência
Cultura
A jurisprudência vinculante do STF/STJ,
principalmente a Súmula, pode configurar-se em
um enunciado abstrato semelhante à lei, sem a
necessária legitimação democrática.