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SUMÁRIO

1. DIREITO CIVIL
1.1 LINDB ...................................................................................................................07
1.2 Artigos exigidos em provas de magistratura........................................................17

2. PROCESSO CIVIL
2.1 Código de Processo Civil ..................................................................................... 18
2.2 Artigos exigidos em provas de magistratura....................................................... 28

3. CONSTITUCIONAL
3.1 Constituição Federal ...........................................................................................29
3.2 Artigos exigidos em provas de magistratura........................................................32

4. PENAL
4.1 Código Penal .......................................................................................................33
4.2 Artigos exigidos em provas de magistratura ......................................................39

5. PROCESSO PENAL 5
5.1 Código de Processo Penal ...................................................................................40
5.2 Artigos exigidos em provas de magistratura........................................................49

6. ADMINISTRATIVO
6.1 DECRETO-LEI Nº 3.365/1941 ...............................................................................50
6.2 Artigos exigidos em provas de magistratura........................................................61
SEJAM BEM-VINDOS AO CIRCUITO LEGISLATIVO!
Uma boa forma de iniciar nosso estudo é entendendo melhor sobre a essência deste
material.

Em que consiste o material de circuito para otimização do estudo da legislação?

A organização de um material de legislação objetivamente comentada visa auxiliar o


candidato em uma assimilação de conhecimentos básicos para os concursos de
magistratura em sua principal fonte de questões: a tão negligenciada lei! Logo ela,
que define vidas da primeira fase até a prova oral.

Como perceberão em nosso estudo de provas objetivas de juiz de direito substituto,


o conhecimento básico é o principal responsável pelo avanço do candidato para as
fases decisivas dos concursos para carreira. Não adianta querer correr de forma
desenfreada sem uma estratégia definida para assimilação do que lhe é essencial. As
provas definem isso concurso a concurso. Especialmente na primeira fase, que é o
maior gargalo para a maioria dos candidatos para carreira.

As notas de corte já giram acima de 80% de acertos em diversos TJ`s, o que não nos
permite o luxo de estudar sem uma definição de conclusão das leis que integram um
edital. Em nossos materiais de legislação comentada teremos a oportunidade de
acelerar sua assimilação de termos, prazos, destaques, pegadinhas, comparativos de 1
institutos e outros tantos detalhes que definem quem avança ou não.

A jurisprudência vem na sequência como fonte primordial de nossa atenção, sobre


ela também teremos um tratamento especial no clube. Inclusive com uma nova
forma de estudar as decisões dos tribunais superiores (STF, STJ e TSE). Sem prejuízo
de apontamentos pontuais também neste material de estudo da legislação sobre
posições pautadas em súmulas e jugados, como perceberão desde a primeira
semana.

Sobre o destrinchar do estudo de doutrina, atuamos de forma mais aprofundada em


outras turmas (regulares e extensivas), com materiais mais extensos e explicativos,
sem prejuízo que este formato de estudo aqui apresentado seja de total relevância
em sua rotina. Até por isso, incentivaremos nossos alunos de todas as fases a também
utilizarem este material como apoio. Após o sorteio do ponto 24 horas de prova oral,
um material como este salva uma vida. Assim como é crucial para otimização dos
aspectos legais com maior clareza e associação.

Não subestimem esta leitura!

Parece simples, mas não é bem assim... Ter um material como este para estudo e
revisão pode soar leve no começo, mas o compromisso diário seguido das questões
semanalmente enviadas para verificação de assimilação realmente demonstrarão
quem tem o perfil de se manter em foco por muito tempo. A evolução na pontuação
certamente virá para quem levar este conceito e as demais ferramentas do clube com
seriedade.

Lei seca aprova! E em nosso clube ela não será tão seca assim. Pois sempre será
pensada na medida que lhe permita correr seu estudo sem deixar de assimilar o
básico que precisa seguir impregnado em sua pele.

Quanto ao estudo para 2ª fase, também teremos uma ferramenta de desmistificação


sobre esta preparação, com a apresentação de todas as provas dos últimos 10 anos
em um espaço que permitirá a participação de todos os nossos alunos em amplo
debate.

Para sua reflexão

Um dado importante sobre a última prova de magistratura aplicada no país (TJ-MS


2020):

Das 100 questões, cerca de 70% estavam pautadas no conhecimento da lei seca, 28%
na jurisprudência e apenas 2% recorriam a uma maior conceituação doutrinária.

Não é nada simples entregar este conteúdo tão simplificado em suas mãos. Por trás
de cada grifo, tabela, comentário destacado, existe muito suor e pesquisa para que
sua luta fique menos árdua, especialmente em uma realidade em que o ideal é que
você sempre brigue para avançar de fase. 2
Talvez você não saiba ainda, mas sabe aquele candidato incrível que está classificado
para duas provas orais de magistratura? Pois é, ele precisou e precisará estudar com
muito foco a legislação em seus detalhes: prazos, procedimentos, institutos,
conceitos e não há uma receita mais honesta do que fazer com consistência. E é isso
que não queremos que deixe de ser feito por nossos alunos neste vertente de circuito
legislativo do clube: encarar com seriedade a fonte das principais informações e
questões em todas as fases! Se você pensa que estudar dessa forma servirá apenas
para 1ª fase, pergunte a importância do domínio da lei seca para o candidato que
reprovou na prova de sentença penal por 0,1 por ter deixado de colocar 1 artigo
exigido no espelho (onde o examinador gostaria apenas de conferir sua menção na
prova e não encontrou porque ele foi esquecido...). O domínio da lei, além de ser
nossa preocupação principal, é a base para todo o resto.

Essa é uma verdade que incomoda em quem tenta se boicotar não encarando o
desafio de frente: Não se tem como fugir!

É preciso estratégia para vencer este patamar e, sem dúvida, um clube da


magistratura será um aliado neste sentido.

Outro destaque que merece ser evidenciado é nosso total compromisso com a
atualização constante de tudo que for apresentado! E o melhor, com o olhar vigilante
constante e a um botão de participação de todos nossos assinantes, que agora terão
a oportunidade de participar de uma forma proativa nunca vista antes.
A maior parte dos melhores candidatos de magistratura do país passaram e passam
por aqui desde 2015.

Vários primeiros lugares em seus concursos: TJ-RJ (17 dos 18 aprovados no último
concurso estudaram ao nosso lado), TJ-SP 188 (dos 86 aprovados, 80 passaram pelo
Mege), TJ-CE 2019 (9 alunos entre os 10 primeiros colocados, 99 aprovados ao todo),
apenas para citar 3 exemplos de tribunais com peculiaridades próprias e onde o
índice de resultados comprova a experiência de nossas atuações. São mais de 800 em
18 TJ`s diversos atuando fase a fase do concurso.

Estude este material com atenção! Prepare-se para responder as questões


pertinentes aos seus artigos em nossos simulados semanais e mensais. Com o passar
dos dias e com as aplicações de provas você perceberá a sua pontuação subir 5, 10,
15, 20, 25 ou até mais, tudo em sintonia com o seu esforço.

Grifos, fundos e tabelas

Os grifos estarão voltados aos elementos essenciais para sua fixação.

Sempre que o assunto a ser trabalhado necessitar da apresentação de um


conceito/princípio exigido em prova, a nossa equipe apresentará um fundo cinza
para identificação de nossa intervenção de leitura para apontamento.

As tabelas estarão presentes em todos os cenários emergenciais. Não pouparemos 3


sistematização! Ao final desta leitura você se sentirá familiarizado com aquilo que
antes parecia tão desafiador. O melhor parâmetro será a resolução de questões nos
simulados e, posteriormente, nas provas oficiais. Não queremos deixar questões
simples na mesa! Somos obcecados por aprovações e não pouparemos esforços
para que, no que depender do Mege e do esforço de vocês, nossos alunos
continuem ocupando percentuais próximos do preenchimento de 100% das vagas
de magistratura em qualquer TJ.

Dúvida? Insegurança? Direcionamento?

Qualquer aspecto relacionado ao seu ambiente de preparação poderá ser debatido


em nossa ferramenta de “suporte ao aluno”. Portanto, não se sinta sozinho nessa
caminhada. O que seria realmente impossível fazendo parte do clube e com a
interação que ele permitirá logo mais com as ferramentas colaborativas que serão
apresentadas.

Sobre nossa primeira semana

Selecionamos as 6 (seis) disciplinas tradicionais. O início de civil, processo civil,


constitucional, penal, processo penal e uma surpresa em administrativo... Você deve
levar um pequeno susto ao se deparar com a lei de desapropriação (ela foi inserida
de propósito neste início, sabemos que é um campo pouco visitado e não queremos
mais deixa-la tão distante de seus olhos).
AGORA É HORA DE DAR O PRIMEIRO PASSO!

A sua caminhada para aprovação começa com o básico bem assimilado e este
material fará parte desta percepção bem alinhada. Não se esquece que o estudo
não es esgotará por aqui, nossa programação contará com muitas atividades e não
seria positivo permitir que leituras sejam acumuladas. Diante disso, chegou a vez
de fazer sua parte e iniciarmos com tudo este compromisso que certamente trará
uma evolução em sua jornada em busca da toga.

Confie em nossa mentalidade de valorização da legislação nesta vertente do clube


e garanta os pontos decisivo que não farão falta nos próximos desafios!

Bons estudos!

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SUMÁRIO

1. DIREITO CIVIL
1.1 LINDB ...................................................................................................................07
1.2 Artigos exigidos em provas de magistratura........................................................17

2. PROCESSO CIVIL
2.1 Código de Processo Civil ..................................................................................... 18
2.2 Artigos exigidos em provas de magistratura....................................................... 28

3. CONSTITUCIONAL
3.1 Constituição Federal ...........................................................................................29
3.2 Artigos exigidos em provas de magistratura........................................................32

4. PENAL
4.1 Código Penal .......................................................................................................33
4.2 Artigos exigidos em provas de magistratura ......................................................39

5. PROCESSO PENAL 5
5.1 Código de Processo Penal ...................................................................................40
5.2 Artigos exigidos em provas de magistratura........................................................49

6. ADMINISTRATIVO
6.1 DECRETO-LEI Nº 3.365/1941 ...............................................................................50
6.2 Artigos exigidos em provas de magistratura........................................................61
1. DIREITO CIVIL - Com a publicação da LC 95/98, o
art. 1º da LINB só será usado de
1.1 LINDB - LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO forma residual.
DIREITO BRASILEIRO
Art. 8º A vigência da lei será indicada
(DECRETO-LEI Nº 4.657, DE 4 DE SETEMBRO DE 1942) de forma expressa e de modo a
contemplar prazo razoável para que
Art. 1º Salvo disposição contrária, a lei começa a
dela se tenha amplo conhecimento,
vigorar em todo o país QUARENTA E CINCO DIAS
reservada a cláusula "entra em vigor
depois de oficialmente publicada.
na data de sua publicação" para as leis
§ 1º Nos Estados, estrangeiros, a obrigatoriedade de pequena repercussão.
da lei brasileira, quando admitida, se inicia TRÊS
§ 1º A contagem do prazo para
MESES depois de oficialmente publicada.
entrada em vigor das leis que
§ 2º (Revogado pela Lei nº 12.036, de 2009). estabeleçam período de vacância far-
se-á com a inclusão da data da
§ 3º Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer
publicação e do último dia do prazo,
nova publicação de seu texto, destinada a
entrando em vigor no dia
correção, o prazo deste artigo e dos parágrafos
subsequente à sua consumação
anteriores começará a correr DA NOVA
integral.
PUBLICAÇÃO.

§ 4º As correções a texto de lei já em vigor


§ 2º As leis que estabeleçam período
de vacância deverão utilizar a cláusula
7
consideram-se LEI NOVA.
‘esta lei entra em vigor após
decorridos (o número de) dias de sua
A LINDB é uma norma de publicação oficial’.
sobredireito/superdireito, ou seja, uma
norma jurídica que possui o objetivo de Para atos administrativos será
regulamentar outras normas - norma aplicado o art. 5º do Decreto
sobre as normas (“lex legum”). 572/1890, que entram em vigor na
data de sua publicação, salvo
Regras e Exceção disposição em contrário.

- Brasil: 45 dias depois de


oficialmente publicada Cômputo do prazo da vacatio legis: conta-
Regra se a data da publicação (inclusive) e a data
- Estado estrangeiro: 3 meses do último dia do prazo, entrando em vigor
depois de oficialmente publicada no dia seguinte a esse prazo,
independentemente se for dia útil ou não.
- Se houver disposição em
contrário, aplica-se o que a lei
Exceção
indicar.
Nova Publicação Conceitos Importantes
Se, antes de entrar a lei em vigor,
ocorrer nova publicação de seu É a possibilidade de a lei
texto: incidir sobre fatos anteriores
Durante a à sua vigência.
a) havendo reforma total, a vacatio Retroatividade
vacatio
legis será reiniciada; Ex.: lei que beneficia o réu
legis
retroage para alcançar fatos
b) em sendo parcial, tão somente
tal parcela sofrerá o reinício do anteriores à sua vigência.
prazo.
Uma lei, já revogada, produz
Após a Se a alteração ocorrer a texto de lei
efeitos mesmo após a sua
vacatio já em vigor, considera-se lei nova. O
Ultratividade revogação.
legis prazo conta dessa nova publicação.
Ex.: lei temporária e lei
Art. 2º Não se destinando à vigência temporária, excepcional.
a lei terá vigor até que outra a modifique ou
revogue. Classificação de Revogação

Princípio da continuidade/permanência
Ab-rogação
Revogação
§ 1º A lei posterior REVOGA a anterior quando
expressamente o declare, quando seja com ela Quanto
Total (Ab-rogação é
absoluto = total)
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incompatível ou quando regule inteiramente a à
matéria de que tratava a lei anterior. Extensão Derrogação
Revogação
§ 2º A lei nova, que estabeleça disposições gerais Parcial (Parcial é de parte =
ou especiais a par das já existentes, NÃO derrogação)
REVOGA NEM MODIFICA a lei anterior.

Repristinação
Antinomias: Norberto Bobbio prescreveu
§ 3º Salvo disposição em contrário, a lei revogada critérios metajurídicos de resolução de
NÃO SE RESTAURA por ter a lei revogadora conflitos, para resolver o conflito de
perdido a vigência. normas com o escopo de manter a
coerência do sistema jurídico.
Desuetudo: é a revogação de uma lei por
um costume. Não é permitido (STJ - RESP
146.360/PR).
Obrigatoriedade das normas ou eficácia
ANTINOMIA APARENTE ANTINOMIA
geral do ordenamento jurídico. O Brasil
DE PRIMEIRO GRAU APARENTE DE
adotou o sistema de vigência único
SEGUNDO GRAU
(sincrônico ou simultâneo): no silêncio da
lei, ela entra em vigor em todo o país ao
Hierárquico: Norma Hierárquico >
mesmo tempo. A antiga lei de introdução
superior > inferior. Especialidade.
adotava o sistema de vigência sucessiva ou
progressiva, pelo qual as leis entravam em
Especialidade: Norma Hierárquico >
vigor em tempos diferentes nas diferentes
especial > geral. Cronológico.
partes do território brasileiro.

Cronológico: Norma Especialidade > Erro de Direito: há proibição de alegação de


Posterior > anterior. Cronológico. erro de direito. O conhecimento das leis é
uma presunção relativa (“juris tantum”), e
Repristinação X Efeitos Repristinatórios não absoluta (“jure et jure”), sendo
possível, excepcionalmente, a parte alegar
A revogação da lei erro de direito (ex: art. 65, II, CP).
revogadora não
Repristinação
restabelece os efeitos da lei
revogada. Princípio da indeclinabilidade ou vedação ao
non liquet
É a reentrada em vigor de
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norma aparentemente Art. 4º Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o
revogada. Ocorre quando caso de acordo com a ANALOGIA, OS COSTUMES
uma norma que revogou E OS PRINCÍPIOS GERAIS DE DIREITO.
outra é declarada
Efeitos inconstitucional. A lei Métodos de integração do direito: na
Repristinatórios inicialmente revogada, analogia, nos costumes e os princípios gerais
então, entra em vigor do direito
novamente. (Repristinação
Analogia: parte da ideia de que fatos de igual
Oblíqua ou
natureza devem ser julgados de maneira
Indireta) similar.

Princípio da obrigatoriedade da lei


Vai além dos limites da
Art. 3º NINGUÉM SE ESCUSA de cumprir a lei,
Analogia previsão legal. Há integração
alegando que não a conhece.
da norma jurídica.

Ampliação do conteúdo da
Interpretação
previsão legal. Há subsunção
Extensiva
à norma.
Costumes: uma prática reiterada, repetitiva e Art. 6º A Lei em vigor terá EFEITO IMEDIATO E
uniforme que se entenda obrigatória. GERAL, respeitados o ato jurídico perfeito, o
direito adquirido e a coisa julgada.

§ 1º Reputa-se ATO JURÍDICO PERFEITO o já


Costumes Não infringe a lei, servindo,
consumado segundo a lei vigente ao tempo em
Secundum em verdade, de apoio a ela.
que se efetuou.
Legem
§ 2º Consideram-se ADQUIRIDOS assim os
Costumes Não há disciplina legal, por direitos que o seu titular, ou alguém por ele,
Praeter isso, o costume a possa exercer, como aqueles cujo começo do
Legem regulamenta. exercício tenha termo pré-fixo, ou condição pré-
estabelecida inalterável, a arbítrio de outrem.
Costumes Se contrapõem às leis. Não
§ 3º Chama-se COISA JULGADA OU CASO
Contra são admitidos no direito
JULGADO a decisão judicial de que já não caiba
Legem brasileiro.
recurso.

Princípios Gerais do Direito: são princípios Lei nova não se aplica aos
universais e gerais, veiculados em conceitos fatos pretéritos;
vagos, ou até mesmo implícitos no
ordenamento, utilizados para preencher as
lacunas.
Regra: Lei nova se aplica a fatos
pendentes, especificamente
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Irretroatividade nas partes posteriores;
Equidade: A equidade consiste na justiça no
caso concreto e não está capitulada na Lei nova se aplica aos fatos
LINDB. Portanto, a priori, não deve ser futuros.
considerada como método de integração do
direito. Entretanto, de forma excepcional, é A lei pode produzir efeitos
possível sua utilização quando a lei retroativos, se houver
expressamente autorize (ex: art. 413 do CC). expressa disposição nesse
Exceção: sentido (efeito retro-
Retroatividade operante) e desde que essa
Princípio do fim social da norma e do bem retroação não atinja o ato
comum jurídico perfeito, o direito
adquirido e a coisa julgada
Art. 5º Na APLICAÇÃO DA LEI, o juiz atenderá aos
fins sociais a que ela se dirige e às exigências do
bem comum. Direito Adquirido: deve-se entender aquele
direito já incorporado ao patrimônio jurídico
Princípio da irretroatividade de seu titular ou de alguém que possa exercê-
lo, bem como aquele que tenha termo
prefixo ou condição preestabelecida
inalterável, a arbítrio de outrem.
Ato Jurídico Perfeito: compreenda-se aquele § 6º O divórcio realizado no estrangeiro, se um ou
ato consumado consoante a lei do seu ambos os cônjuges forem brasileiros, só será
tempo. É a manifestação de vontade lícita, reconhecido no Brasil depois de 1 (um) ano da
emanada por quem esteja em livre data da sentença, SALVO se houver sido
disposição, e aperfeiçoada. antecedida de separação judicial por igual prazo,
caso em que a homologação produzirá efeito
Coisa Julgada: deve-se entender quando há
imediato, obedecidas as condições estabelecidas
uma decisão no processo da qual não caiba
para a eficácia das sentenças estrangeiras no país.
mais recurso. Sobre o assunto, atenção à
O Superior Tribunal de Justiça, na forma de seu
possibilidade de relativização de coisa julgada
regimento interno, poderá reexaminar, a
em caso de exame de DNA.
requerimento do interessado, decisões já
proferidas em pedidos de homologação de
Regra lex domicilii ou regra do estatuto sentenças estrangeiras de divórcio de brasileiros,
a fim de que passem a produzir todos os efeitos
pessoal
legais.

Art. 7º A lei do país em que domiciliada a pessoa § 7º SALVO o caso de abandono, o DOMICÍLIO
determina as regras sobre o COMEÇO E O FIM DO CHEFE DA FAMÍLIA estende-se ao outro
DA PERSONALIDADE, O NOME, A CAPACIDADE cônjuge e aos filhos não emancipados, e o do
E OS DIREITOS DE FAMÍLIA. tutor ou curador aos incapazes sob sua guarda.

§ 1º Realizando-se o casamento no Brasil, será § 8º Quando a pessoa não tiver domicílio, 11


aplicada a LEI BRASILEIRA quanto aos considerar-se-á domiciliada NO LUGAR DE SUA
impedimentos dirimentes e às formalidades da RESIDÊNCIA OU NAQUELE EM QUE SE ENCONTRE.
celebração.
Art. 8º Para qualificar os BENS e regular as
§ 2º O casamento de estrangeiros poderá celebrar- relações a eles concernentes, aplicar-se-á a lei do
se perante autoridades diplomáticas ou consulares país em que estiverem situados.
do país de ambos os nubentes.
§ 1º Aplicar-se-á a lei do país em que for
§ 3º Tendo os nubentes domicílio diverso, domiciliado o proprietário, quanto aos bens
regerá os casos de invalidade do matrimônio a lei moveis que ele trouxer ou se destinarem a
do PRIMEIRO DOMICÍLIO CONJUGAL. transporte para outros lugares.

§ 4º O regime de bens, legal ou convencional, § 2º O PENHOR regula-se pela lei do domicílio


obedece à lei do país em que tiverem OS que tiver a pessoa, em cuja posse se encontre a
NUBENTES DOMICÍLIO, e, se este for diverso, a coisa apenhada.
do PRIMEIRO DOMICÍLIO CONJUGAL.
Art. 9º Para QUALIFICAR E REGER AS
§ 5º O estrangeiro casado, que se naturalizar OBRIGAÇÕES, aplicar-se-á a lei do país em que
brasileiro, pode, mediante expressa anuência de se constituírem.
seu cônjuge, requerer ao juiz, no ato de entrega
§ 1º Destinando-se a obrigação a ser executada
do decreto de naturalização, se apostile ao
no Brasil e dependendo de forma essencial, será
mesmo a adoção do regime de comunhão parcial
esta observada, admitidas as peculiaridades da
de bens, respeitados os direitos de terceiros e
lei estrangeira quanto aos requisitos extrínsecos
dada esta adoção ao competente registro.
do ato.
§ 2º A OBRIGAÇÃO resultante do contrato § 1º A SUCESSÃO DE BENS DE ESTRANGEIROS,
reputa-se CONSTITUÍDA no lugar em que residir situados no País, será regulada pela lei brasileira
o proponente. em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros,
ou de quem os represente, sempre que não lhes
Art. 10. A SUCESSÃO POR MORTE OU POR
seja mais favorável a lei pessoal do de cujus.
AUSÊNCIA obedece à lei do país em que
domiciliado o defunto ou o desaparecido, § 2º A lei do domicílio do herdeiro ou legatário
qualquer que seja a natureza e a situação dos bens. regula a CAPACIDADE PARA SUCEDER.

REGRA LEI BRASILEIRA (Princípio da Territorialidade Moderada ou Mitigada)

Começo e fim da personalidade, nome,


DOMICÍLIO DA PESSOA capacidade, direitos de família e penhor

(art. 7º e art. 8º, §2º) - Só é possível a aplicação se houver compatibilidade


com o ordenamento jurídico brasileiro.

Qualificar os bens e regular as relações a


SITUAÇÃO DOS BENS (art. 8º)
eles concernentes.
12
DOMICÍLIO DO PROPRIETÁRIO Bens móveis que ele trouxer ou se
destinarem a transporte para outros
(art. 8º, §1º) lugares.
Exceções

LEI DO PAÍS DO CONSTITUIÇÃO (art. 9º) Qualificar e reger as obrigações.


(A):
DOMICÍLIO DO DEFUNTO OU Sucessão por morte ou por
O DESAPARECIDO (art. 10) Ausência.

BRASILEIRA - ou lei do
estatuto pessoal do de cujus, Sucessão de bens estrangeiros localizados
se mais favorável no Brasil.
(art. 10, §1º)

DOMICÍLIO DO HERDEIRO OU
Capacidade para suceder
LEGATÁRIO (art. 10, §2º).
Art. 11. As organizações destinadas a fins de Art. 15. Será EXECUTADA NO BRASIL a sentença
interesse coletivo, como AS SOCIEDADES E AS proferida no estrangeiro, que reúna os seguintes
FUNDAÇÕES, obedecem à lei do Estado em que requisitos:
se constituírem.

§ 1º Não poderão, entretanto ter no Brasil filiais, ATENÇÃO: Observe o art. 960 do Código de
agências ou estabelecimentos antes de serem os Processo Civil.
atos constitutivos aprovados pelo Governo
brasileiro, ficando sujeitas à lei brasileira. a) haver sido proferida por juiz competente;

§ 2º Os GOVERNOS ESTRANGEIROS, bem como b) terem sido os partes citadas ou haver-se


as ORGANIZAÇÕES DE QUALQUER NATUREZA, legalmente verificado à revelia;
que eles tenham constituído, dirijam ou hajam c) ter passado em julgado e estar revestida das
investido de funções públicas, NÃO PODERÃO formalidades necessárias para a execução no
adquirir no Brasil bens imóveis ou susceptíveis lugar em que foi proferida;
de desapropriação.
d) estar traduzida por intérprete autorizado;
§ 3º Os Governos estrangeiros PODEM adquirir a
propriedade dos prédios necessários à sede dos e) ter sido homologada pelo Supremo Tribunal
representantes diplomáticos ou dos agentes Federal.
consulares.
A EC 45/04 alterou o art. 105 da CF/88 e,
Art. 12. É COMPETENTE a autoridade judiciária
atualmente, tal competência é do Superior 13
brasileira, quando for o réu domiciliado no Brasil
Tribunal de Justiça.
ou aqui tiver de ser cumprida a obrigação.

§ 1º Só à autoridade judiciária brasileira Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 12.036,


compete conhecer das ações relativas a IMÓVEIS de 2009).
SITUADOS NO BRASIL.

§ 2º A autoridade judiciária brasileira cumprirá, Teoria da vedação reenvio ou teoria do


concedido o exequatur e segundo a forma retorno ou da devolução
estabelecida pele lei brasileira, as diligências
deprecadas por autoridade estrangeira Art. 16. Quando, nos termos dos artigos
competente, observando a lei desta, quanto ao precedentes, se houver de aplicar a lei
objeto das diligências. estrangeira, ter-se-á em vista a disposição desta,
SEM CONSIDERAR-SE QUALQUER REMISSÃO
Art. 13. A PROVA DOS FATOS OCORRIDOS EM por ela feita a outra lei.
PAÍS ESTRANGEIRO rege-se pela lei que nele
vigorar, quanto ao ônus e aos meios de produzir- Art. 17. As leis, atos e sentenças de outro país,
se, não admitindo os tribunais brasileiros provas bem como quaisquer declarações de vontade,
que a lei brasileira desconheça. NÃO TERÃO EFICÁCIA NO BRASIL, quando
ofenderem a soberania nacional, a ordem
Art. 14. Não conhecendo a lei estrangeira, pública e os bons costumes.
poderá o juiz exigir de quem a invoca prova do
texto e da vigência. Art. 18. Tratando-se de brasileiros, SÃO
COMPETENTES AS AUTORIDADES CONSULARES
BRASILEIRAS para lhes celebrar o casamento e Parágrafo único. A MOTIVAÇÃO demonstrará a
os mais atos de Registro Civil e de tabelionato, necessidade e a adequação da medida imposta
inclusive o registro de nascimento e de óbito dos ou da invalidação de ato, contrato, ajuste,
filhos de brasileiro ou brasileira nascido no país processo ou norma administrativa, inclusive em
da sede do Consulado. face das possíveis alternativas.

§ 1º As autoridades consulares brasileiras


Motivação: contextualização dos fatos +
também poderão celebrar a separação
indicação dos fundamentos de mérito e
consensual e o divórcio consensual de
jurídicos: art. 2º do Decreto nº 9.830/19.
brasileiros, não havendo filhos menores ou
incapazes do casal e observados os requisitos Motivação de decisão baseadas em valores
legais quanto aos prazos, devendo constar da jurídicos abstratos: art. 3º do Decreto nº
respectiva escritura pública as disposições 9.830/19.
relativas à descrição e à partilha dos bens
Análise Econômica do Direito: análise das
comuns e à pensão alimentícia e, ainda, ao
consequências práticas da decisão.
acordo quanto à retomada pelo cônjuge de seu
nome de solteiro ou à manutenção do nome Princípio da Proporcionalidade:
adotado quando se deu o casamento.
adequação + necessidade + proporcionalidade
§ 2º É indispensável a assistência de advogado, em sentido estrito.
devidamente constituído, que se dará mediante
a subscrição de petição, juntamente com ambas Motivação per relationem - é possível a
utilização: art. 2º, §3º. do Decreto nº
14
as partes, ou com apenas uma delas, caso a outra
9.830/19.
constitua advogado próprio, não se fazendo
necessário que a assinatura do advogado conste
da escritura pública. Art. 21. A decisão que, nas esferas
administrativa, controladora ou judicial,
Art. 19. Reputam-se válidos todos os atos DECRETAR A INVALIDAÇÃO de ato, contrato,
indicados no artigo anterior e celebrados pelos ajuste, processo ou norma administrativa deverá
cônsules brasileiros na vigência do Decreto-lei nº indicar de modo expresso suas consequências
4.657, de 4 de setembro de 1942, desde que jurídicas e administrativas.
satisfaçam todos os requisitos legais.

Parágrafo único. No caso em que a celebração Vide art. 4º do Decreto nº 9.830/19


desses atos tiver sido recusada pelas autoridades
consulares, com fundamento no artigo 18 do Parágrafo único. A decisão a que se refere o
mesmo Decreto-lei, ao interessado é facultado caput deste artigo deverá, quando for o caso,
RENOVAR O PEDIDO dentro em 90 (noventa) dias indicar as condições para que a REGULARIZAÇÃO
contados da data da publicação desta lei. ocorra de modo proporcional e equânime e sem
prejuízo aos interesses gerais, não se podendo
Art. 20. Nas esferas administrativa,
impor aos sujeitos atingidos ônus ou perdas que,
controladora e judicial, NÃO SE DECIDIRÁ com
em função das peculiaridades do caso, sejam
base em valores jurídicos abstratos sem que
anormais ou excessivos. (Vide art. 13 do Decreto
sejam consideradas as consequências práticas
nº 9.830/19)
da decisão.
Primado da realidade completado levará em conta as orientações
gerais da época, SENDO VEDADO QUE, com base
Art. 22. Na INTERPRETAÇÃO DE NORMAS em mudança posterior de orientação geral, se
SOBRE GESTÃO PÚBLICA, serão considerados os declarem inválidas situações plenamente
obstáculos e as dificuldades reais do gestor e as constituídas. (Vide art. 5º do Decreto nº
exigências das políticas públicas a seu cargo, 9.830/19)
sem prejuízo dos direitos dos administrados. Parágrafo único. Consideram-se orientações
§ 1º Em DECISÃO SOBRE REGULARIDADE DE gerais as interpretações e especificações
CONDUTA OU VALIDADE de ato, contrato, contidas em atos públicos de caráter geral ou em
ajuste, processo ou norma administrativa, serão jurisprudência judicial ou administrativa
consideradas as circunstâncias práticas que majoritária, e ainda as adotadas por prática
houverem imposto, limitado ou condicionado a administrativa reiterada e de amplo
ação do agente. conhecimento público.

§ 2º Na APLICAÇÃO DE SANÇÕES, serão Art. 25. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.655,
consideradas a natureza e a gravidade da de 2018)
infração cometida, os danos que dela provierem Art. 26. PARA ELIMINAR irregularidade,
para a administração pública, as circunstâncias incerteza jurídica ou situação contenciosa na
agravantes ou atenuantes e os antecedentes do aplicação do direito público, inclusive no caso de
agente. expedição de licença, a autoridade
§ 3º As sanções aplicadas ao agente serão administrativa poderá, após oitiva do órgão
15
levadas em conta na dosimetria das demais jurídico e, quando for o caso, após realização de
sanções de mesma natureza e relativas ao consulta pública, e presentes razões de relevante
mesmo fato. interesse geral, CELEBRAR COMPROMISSO com
os interessados, observada a legislação aplicável,
Art. 23. A DECISÃO administrativa, controladora o qual só produzirá efeitos a partir de sua
ou judicial que estabelecer INTERPRETAÇÃO OU publicação oficial.
ORIENTAÇÃO NOVA sobre norma de conteúdo
indeterminado, impondo novo dever ou novo § 1º O compromisso referido no caput deste
condicionamento de direito, deverá prever artigo:
regime de transição quando indispensável para
que o novo dever ou condicionamento de direito (Vide art. 10 do Decreto nº 9.830/19)
seja cumprido de modo proporcional, equânime
e eficiente e sem prejuízo aos interesses gerais. I - buscará solução jurídica proporcional,
(Vide art. 6º e 7º do Decreto nº 9.830/19) equânime, eficiente e compatível com os
interesses gerais;
Parágrafo único. (VETADO). (Incluído
pela Lei nº 13.655, de 2018) II – (VETADO); (Incluído pela Lei nº 13.655, de
2018)
Art. 24. A REVISÃO, nas esferas administrativa,
controladora ou judicial, QUANTO À VALIDADE III - não poderá conferir desoneração
de ato, contrato, ajuste, processo ou norma permanente de dever ou condicionamento de
administrativa cuja produção já se houver direito reconhecidos por orientação geral;
IV - deverá prever com clareza as obrigações das § 2º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.655, de
partes, o prazo para seu cumprimento e as 2018)
sanções aplicáveis em caso de descumprimento.
§ 3º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.655, de
§ 2º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018)
2018)
Art. 29. Em qualquer órgão ou Poder, a edição de
Art. 27. A DECISÃO DO PROCESSO, nas esferas atos normativos por autoridade administrativa,
administrativa, controladora ou judicial, poderá salvo os de mera organização interna, poderá ser
impor COMPENSAÇÃO por benefícios indevidos precedida de consulta pública para manifestação
ou prejuízos anormais ou injustos resultantes do de interessados, preferencialmente por meio
processo ou da conduta dos envolvidos. eletrônico, a qual será considerada na decisão.

Vide art. 9º do Decreto nº 9.830/19 Vide art. 18 do Decreto nº 9.830/19

§ 1º A decisão sobre a compensação será § 1º A convocação conterá a minuta do ato


motivada, ouvidas previamente as partes sobre normativo e fixará o prazo e demais condições da
seu cabimento, sua forma e, se for o caso, seu consulta pública, observadas as normas legais e
valor. regulamentares específicas, se houver.

§ 2º Para prevenir ou regular a compensação, § 2º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.655, de


poderá ser celebrado compromisso processual
entre os envolvidos.
2018) (Vigência) 16
Art. 30. As autoridades públicas devem atuar para
Art. 28. O agente público responderá aumentar a segurança jurídica na aplicação das
PESSOALMENTE por suas decisões ou opiniões normas, inclusive por meio de regulamentos,
técnicas em caso de dolo ou erro grosseiro. súmulas administrativas e respostas a consultas.

Parágrafo único. OS INSTRUMENTOS previstos no


Vide art. 12 do Decreto nº 9.830/19
caput deste artigo TERÃO CARÁTER VINCULANTE
em relação ao órgão ou entidade a que se
§ 1º (VETADO). destinam, até ulterior revisão.
(Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018)
1.2 Artigos exigidos em provas de magistratura

Provas objetivas de Magistratura Estadual


em que os artigos estudados foram exigidos
(a partir de 2010)

LINDB

Art. 1º TJ-PB, 2015 (CEBRASPE)

TJPB, 2015 (CEBRASPE)


Art. 2º
TJPE, 2010 (FCC)

Art. 3º TJ-SC, 2017 (FCC)

TJRR, 2015 (FCC)

Art. 4º TJAL, 2015 (FCC)

TJSC, 2015 (FCC)


17
TJSE, 2015 (FCC)
Art. 6º
TJDFT, 2015 (CEBRASPE)

Art. 7º TJ-MG, 2014 (FUNDEP)

Art. 10 TJ-SC, 2017 (FCC)

Art. 13 TJ-PB, 2010 (CEBRASPE)

Art. 26 TJ-AC, 2019 (VUNESP)

Art. 27 TJ-RJ, 2019 (VUNESP)


2. PROCESSO CIVIL defensores públicos e membros do Ministério
Público, inclusive no curso do processo judicial.
2.1 Código de Processo Civil

(Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015) Princípio da razoável duração do processo ou


celeridade e princípio da primazia do
PARTE GERAL
julgamento de mérito
LIVRO I

DAS NORMAS PROCESSUAIS CIVIS Art. 4º As partes têm o direito de obter em


PRAZO RAZOÁVEL a SOLUÇÃO INTEGRAL DO
TÍTULO ÚNICO MÉRITO, incluída a ATIVIDADE SATISFATIVA.
DAS NORMAS FUNDAMENTAIS E DA
APLICAÇÃO DAS NORMAS PROCESSUAIS Princípio da lealdade processual ou princípio
boa-fé processual objetiva.
CAPÍTULO I

Art. 1º O processo civil será ordenado, Art. 5º Aquele que de qualquer forma participa
disciplinado e interpretado conforme os valores do processo deve comportar-se de acordo com a
e as normas fundamentais estabelecidos na BOA-FÉ.
Constituição da República Federativa do Brasil,
observando-se as disposições deste Código. STJ: Inadmissibilidade da chamada "nulidade

Princípio da ação ou da demanda ou da


de algibeira" ou “nulidade de bolso”, que
ocorre quando uma das partes reserva a
18
inércia nulidade para ser alegada em um momento
posterior. (REsp1372802/RJ)
Art. 2º O processo COMEÇA por iniciativa da
STJ: O magistrado também deve respeito ao
parte e se DESENVOLVE por impulso oficial, salvo princípio da boa-fé objetiva.
as exceções previstas em lei. (REsp1306463/RS)

Princípio da inafastabilidade
Art. 6º Todos os sujeitos do processo devem
COOPERAR entre si para que se obtenha, em
Art. 3º Não se excluirá da apreciação tempo razoável, decisão de mérito justa e
jurisdicional ameaça ou lesão a direito. efetiva. (Princípio da Cooperação – Modelo
§ 1º É permitida a ARBITRAGEM, na forma da lei. Cooperativo Processo)

§ 2º O Estado promoverá, sempre que possível, Princípio da Igualdade e Princípio da


a solução consensual dos conflitos. (Princípio da Imparcialidade
Primazia da Solução Consensual)

Art. 7º É assegurada às partes paridade de


Sistema ou justiça multiportas tratamento em relação ao exercício de direitos e
faculdades processuais, aos meios de defesa, aos
§ 3º A CONCILIAÇÃO, A MEDIAÇÃO e outros ônus, aos deveres e à aplicação de sanções
métodos de solução consensual de conflitos processuais, competindo ao juiz zelar pelo
deverão ser estimulados por juízes, advogados, EFETIVO CONTRADITÓRIO.
Princípios da Eficiência, da Publicidade, da depósito, caso em que será decretada a ordem de
Dignidade da Pessoa Humana, da entrega do objeto custodiado, sob cominação de
multa;
Proporcionalidade e da Razoabilidade.
III - à decisão prevista no art. 701
Art. 8º Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz
Art. 701. Sendo evidente o direito do autor, o juiz
atenderá aos fins sociais e às exigências do bem deferirá a expedição de mandado de pagamento,
comum, resguardando e promovendo a de entrega de coisa ou para execução de
dignidade da pessoa humana e observando a obrigação de fazer ou de não fazer, concedendo
proporcionalidade, a razoabilidade, a ao réu prazo de 15 (quinze) dias para o
legalidade, a publicidade e a eficiência. cumprimento e o pagamento de honorários
advocatícios de cinco por cento do valor atribuído
à causa.
Princípio do Contraditório

Princípio da Proibição da Decisão Surpresa


Art. 9º Não se proferirá decisão contra uma das
partes sem que ela seja PREVIAMENTE OUVIDA.
Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum
Parágrafo único. O disposto no caput NÃO SE de jurisdição, com base em fundamento a
APLICA: respeito do qual não se tenha dado às partes
oportunidade de se manifestar, ainda que se
Contraditório Postergado, Postecipado ou trate de matéria sobre a qual deva decidir de
Diferido ofício. 19
I - à tutela provisória de urgência Princípio da Publicidade e Princípio da
Fundamentação ou Motivação das Decisões
Art. 300, §2º § 2º A tutela de urgência pode ser
concedida liminarmente ou após justificação
Art. 11. Todos os julgamentos dos órgãos do
prévia.
Poder Judiciário serão PÚBLICOS, e
fundamentadas todas as decisões, sob pena de
Contraditório Postergado, Postecipado ou
nulidade.
Diferido
Parágrafo único. Nos casos de segredo de
II - às hipóteses de tutela da evidência previstas justiça, pode ser autorizada a presença somente
no art. 311, incisos II e III; das partes, de seus advogados, de defensores
públicos ou do Ministério Público.
Art. 311. A tutela da evidência será concedida,
independentemente da demonstração de perigo Art. 12. Os juízes e os tribunais atenderão,
de dano ou de risco ao resultado útil do processo, PREFERENCIALMENTE, à ordem cronológica de
quando: conclusão para proferir sentença ou acórdão.
II - as alegações de fato puderem ser comprovadas
§ 1º A lista de processos aptos a julgamento
apenas documentalmente e houver tese firmada
em julgamento de casos repetitivos ou em súmula deverá estar permanentemente à disposição
vinculante; para consulta pública em cartório e na rede
mundial de computadores.
III - se tratar de pedido reipersecutório fundado
em prova documental adequada do contrato de
§ 2º Estão EXCLUÍDOS da regra do caput: II - apreciar o pedido de tutela provisória nos
recursos e nos processos de competência
I - as sentenças proferidas em audiência, originária do tribunal;
homologatórias de acordo ou de improcedência
III - não conhecer de recurso inadmissível,
liminar do pedido; prejudicado ou que não tenha impugnado
especificamente os fundamentos da decisão
II - o julgamento de processos em bloco para
recorrida;
aplicação de tese jurídica firmada em julgamento
de casos repetitivos; IV - negar provimento a recurso que for contrário
a:
III - o julgamento de recursos repetitivos ou de
a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do
incidente de resolução de demandas Superior Tribunal de Justiça ou do próprio
repetitivas; tribunal;
IV - as decisões proferidas com base nos arts. 485 b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal
e 932; Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em
julgamento de recursos repetitivos;
Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando:
c) entendimento firmado em incidente de
I - indeferir a petição inicial; resolução de demandas repetitivas ou de
II - o processo ficar parado durante mais de 1 (um) assunção de competência;
ano por negligência das partes; V - depois de facultada a apresentação de
III - por não promover os atos e as diligências que contrarrazões, dar provimento ao recurso se a
lhe incumbir, o autor abandonar a causa por mais
de 30 (trinta) dias;
decisão recorrida for contrária a:
20
a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do
IV - verificar a ausência de pressupostos de Superior Tribunal de Justiça ou do próprio
constituição e de desenvolvimento válido e tribunal;
regular do processo; b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal
V - reconhecer a existência de perempção, de Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em
litispendência ou de coisa julgada; julgamento de recursos repetitivos;

VI - verificar ausência de legitimidade ou de c) entendimento firmado em incidente de


interesse processual; resolução de demandas repetitivas ou de
assunção de competência;
VII - acolher a alegação de existência de
convenção de arbitragem ou quando o juízo VI - decidir o incidente de desconsideração da
arbitral reconhecer sua competência; personalidade jurídica, quando este for
instaurado originariamente perante o tribunal;
VIII - homologar a desistência da ação;
VII - determinar a intimação do Ministério Público,
IX - em caso de morte da parte, a ação for quando for o caso;
considerada intransmissível por disposição legal; e
VIII - exercer outras atribuições estabelecidas no
X - nos demais casos prescritos neste Código. regimento interno do tribunal.
Art. 932. Incumbe ao relator: Parágrafo único. Antes de considerar inadmissível
I - dirigir e ordenar o processo no tribunal, o recurso, o relator concederá o prazo de 5 (cinco)
inclusive em relação à produção de prova, bem dias ao recorrente para que seja sanado vício ou
como, quando for o caso, homologar complementada a documentação exigível.
autocomposição das partes;
V - o julgamento de embargos de declaração; CAPÍTULO II

VI - o julgamento de agravo interno; DA APLICAÇÃO DAS NORMAS PROCESSUAIS

VII - as preferências legais e as metas Art. 13. A jurisdição civil será regida pelas normas
estabelecidas pelo Conselho Nacional de Justiça; processuais brasileiras, RESSALVADAS as
disposições específicas previstas em tratados,
VIII - os processos criminais, nos órgãos
convenções ou acordos internacionais de que o
jurisdicionais que tenham competência penal;
Brasil seja parte.
IX - a causa que exija urgência no julgamento,
Art. 14. A norma processual NÃO RETROAGIRÁ e
assim reconhecida por decisão fundamentada.
será APLICÁVEL IMEDIATAMENTE aos processos
§ 3º Após elaboração de lista própria, respeitar- em curso, RESPEITADOS os atos processuais
se-á a ordem cronológica das conclusões entre praticados e as situações jurídicas consolidadas
as preferências legais. sob a vigência da norma revogada.

§ 4º Após a inclusão do processo na lista de que


Postulado Imperativo da Unidade do Código
trata o § 1º, o requerimento formulado pela
de Processo Civil
parte NÃO ALTERA a ordem cronológica para a
decisão, exceto quando implicar a reabertura da O CPC deve ser interpretado como um
instrução ou a conversão do julgamento em conjunto de normas orgânico e coerente.
diligência.

§ 5º Decidido o requerimento previsto no § 4º, o Art. 15. Na ausência de normas que regulem 21
processo RETORNARÁ à mesma posição em que processos eleitorais, trabalhistas ou
anteriormente se encontrava na lista. administrativos, as disposições deste Código lhes
serão aplicadas SUPLETIVA E SUBSIDIARIAMENTE.
§ 6º Ocupará o PRIMEIRO LUGAR na lista
prevista no § 1º ou, conforme o caso, no § 3º, o LIVRO II
processo que: DA FUNÇÃO JURISDICIONAL
I - tiver sua sentença ou acórdão anulado, salvo TÍTULO I
quando houver necessidade de realização de
diligência ou de complementação da instrução; DA JURISDIÇÃO E DA AÇÃO

II - se enquadrar na hipótese do art. 1.040, inciso Art. 16. A jurisdição civil é EXERCIDA pelos juízes e
II. pelos tribunais em todo o território nacional,
conforme as disposições deste Código.
Art. 1.040. Publicado o acórdão paradigma:
II, - o órgão que proferiu o acórdão recorrido, na Jurisdição pode ser entendida como a atuação
origem, reexaminará o processo de competência (poder-dever) estatal, que tem por finalidade a
originária, a remessa necessária ou o recurso
aplicação do direito objetivo ao caso concreto,
anteriormente julgado, se o acórdão recorrido
de forma que se resolve de maneira definitiva
contrariar a orientação do tribunal superior;
uma situação de crise jurídica e, assim, gera,
com tal solução, a pacificação social (Daniel
Amorim Neves).
Princípios informativos da jurisdição
Una (CPC/15)
Modelos de
Princípio do Juiz Natural (art. 5º, LIII, CRFB),
Jurisdição
Dual Princípio da Improrrogabilidade, Princípio da
Efetividade, Princípio do Impulso Oficial,
Contenciosa ou propriamente Princípio do Duplo Grau de Jurisdição, Princípio
dita da Indeclinabilidade, Princípio da
Indelegabilidade, Princípio da Inevitabilidade.
Voluntária ou Graciosa
Modalidades
Art. 17. Para postular em juízo é necessário ter
de Jurisdição • Judicial;
INTERESSE e LEGITIMIDADE.
• De foro extrajudicial;
• Administrativa. Art. 18. Ninguém poderá pleitear direito alheio
em nome próprio, salvo quando autorizado pelo
ordenamento jurídico.

Parágrafo único. Havendo substituição


Modelos de Jurisdição processual, o substituído poderá intervir como
assistente litisconsorcial.
Una Dual
Art. 19. O interesse do autor pode limitar-se à
DECLARAÇÃO:
Apenas a 01 órgão se
defere competência
Há previsão de dois
órgãos com I - da existência, da inexistência ou do modo de
22
para dizer o Direito de competência para ser de uma relação jurídica;
forma definitiva, ou dizer o Direito de II - da autenticidade ou da falsidade de
seja, fazendo coisa forma definitiva, cada
documento.
julgada material. qual com
competências
No Brasil, a jurisdição é Súmula 181 do STJ
próprias. É o que
UNA, ou seja, ela é
ocorre, por exemplo, É admissível ação declaratória, visando a
indivisível; o que existe
na França. obter certeza quanto à exata interpretação
é uma repartição de
de cláusula contratual.
competências.

Art. 20. É admissível a ação meramente


Características da jurisdição declaratória, AINDA QUE tenha ocorrido a
violação do direito.
Unidade, Inércia (ne procedat ludex ex officio),
Imperatividade, Inafastabilidade,
Características da Ação (“ASPA”): é um
Substitutividade, Criatividade, Definitividade
direito Autônomo, Subjetivo, Público e
ou Imutabilidade, Lide, Secundariedade e
Abstrato.
Imparcialidade.
TEORIAS DA AÇÃO

A ação seria o próprio direito material violado em estado de reação à agressão


Teoria Imanentista
ou ameaça de agressão a este direito. Segundo essa teoria não há ação sem
ou Civilista
direito material.

Teoria Concretista Há distinção entre o direito de ação e o direito material. Entretanto, segundo
(Chiovenda) essa teoria, o direito de ação só existiria quando a sentença fosse favorável.

A ação não tem qualquer relação de dependência com o direito material


Teoria da Ação
controvertido, existindo independentemente de qualquer condição. Assim, o
como Direito
direito de ação é abstrato, amplo, genérico e incondicionado. Esta teoria
Autônomo e
também é chamada da teoria da abstração na vertente incondicionada, pois
Abstrato
a ação existe independentemente de qualquer condição.

O direito de ação não está vinculado a uma sentença favorável, mas também
não é completamente independente do direito material (teoria abstrata). A
ação é direito a uma sentença de mérito, seja qual for o seu conteúdo, isto é,
de procedência ou improcedência. Entretanto, para surgir tal direito, devem
Teoria Eclética ou
Instrumental
estar presentes certos requisitos, denominados de condições da ação; aliás, a
ausência de tais condições gera o fenômeno designado por "carência de
23
(Liebman) ação".

Esta teoria também é chamada da teoria da abstração na vertente


condicionada, pois a ação só existe quando presentes as condições da ação.
(arts. 17 e 485, VI, do NCPC).

O direito de ação é independente e diferente do direito material. Somente


pode se falar em condições da ação diante das alegações do autor. Assim,
diante das meras alegações do autor, se o juiz já for capaz de analisar a
Teoria da Asserção ausência das condições da ação, haverá a extinção do processo por carência
(status assertionis, de ação (art. 485, VI do NCPC). Mas se para analisar as condições da ação o
della propettazion) Juiz for obrigado a se aprofundar na cognição, ou seja, sendo necessários mais
elementos de convicção, aquilo que um dia foi condição da ação passa a ser
mérito, e ao invés de gerar a carência da ação, acarretará a improcedência do
pedido (REsp 1468734-SP).
TÍTULO II
Competência Competência exclusiva
DOS LIMITES DA JURISDIÇÃO NACIONAL E DA concorrente
COOPERAÇÃO INTERNACIONAL
A ação pode correr A ação deve,
CAPÍTULO I
no Brasil ou no obrigatoriamente,
DOS LIMITES DA JURISDIÇÃO NACIONAL estrangeiro. correr no Brasil.
Art. 21. Compete à autoridade judiciária
Art. 21 e 22 do CPC. Art. 23 do CPC.
brasileira PROCESSAR e JULGAR as ações em
que:
Art. 23. Compete à autoridade judiciária
I - o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, brasileira, com EXCLUSÃO de qualquer outra:
estiver domiciliado no Brasil;
I - conhecer de ações relativas a imóveis situados
II - no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação; no Brasil;
III - o fundamento seja fato ocorrido ou ato II - em matéria de sucessão hereditária,
praticado no Brasil. proceder à confirmação de testamento
particular e ao inventário e à partilha de bens
Parágrafo único. Para o fim do disposto no inciso
situados no Brasil, ainda que o autor da herança
I, considera-se domiciliada no Brasil a pessoa
seja de nacionalidade estrangeira ou tenha
jurídica estrangeira que nele tiver agência, filial
ou sucursal. domicílio fora do território nacional;
24
III - em divórcio, separação judicial ou
Art. 22. Compete, ainda, à autoridade judiciária
dissolução de união estável, proceder à partilha
brasileira PROCESSAR e JULGAR as ações:
de bens situados no Brasil, ainda que o titular
I - de ALIMENTOS, quando: seja de nacionalidade estrangeira ou tenha
domicílio fora do território nacional.
a) o credor tiver domicílio ou residência no
Brasil; Art. 24. A ação proposta perante tribunal
estrangeiro NÃO INDUZ LITISPENDÊNCIA e NÃO
b) o réu mantiver vínculos no Brasil, tais como
OBSTA a que a autoridade judiciária brasileira
posse ou propriedade de bens, recebimento de
conheça da mesma causa e das que lhe são
renda ou obtenção de benefícios econômicos;
conexas, ressalvadas as disposições em contrário
II - decorrentes de RELAÇÕES DE CONSUMO, de tratados internacionais e acordos bilaterais
quando o consumidor tiver domicílio ou em vigor no Brasil.
residência no Brasil;
Parágrafo único. A pendência de causa perante a
III - em que as partes, expressa ou tacitamente, jurisdição brasileira NÃO IMPEDE a
se SUBMETEREM à jurisdição nacional. homologação de sentença judicial estrangeira
quando exigida para produzir efeitos no Brasil.

Art. 25. NÃO compete à autoridade judiciária


brasileira o processamento e o julgamento da
ação quando houver cláusula de eleição de foro
exclusivo estrangeiro em contrato processos, assegurando-se assistência judiciária
internacional, arguida pelo réu na contestação. aos necessitados;

§ 1º NÃO se aplica o disposto no caput às III - a publicidade processual, exceto nas


hipóteses de competência internacional hipóteses de sigilo previstas na legislação
exclusiva previstas neste Capítulo. brasileira ou na do Estado requerente;

§ 2º Aplica-se à hipótese do caput o art. 63, §§ 1º IV - a existência de autoridade central para


a 4º. recepção e transmissão dos pedidos de
cooperação;
Art. 63. As partes podem modificar a competência
em razão do valor e do território, elegendo foro V - a espontaneidade na transmissão de
onde será proposta ação oriunda de direitos e informações a autoridades estrangeiras.
obrigações.
§ 1º NA AUSÊNCIA DE TRATADO, a cooperação
§ 1º A eleição de foro só produz efeito quando jurídica internacional poderá realizar-se com
constar de instrumento escrito e aludir base em reciprocidade, manifestada por via
expressamente a determinado negócio jurídico. diplomática.

§ 2º O foro contratual obriga os herdeiros e § 2º NÃO se exigirá a reciprocidade referida no


sucessores das partes. § 1º para homologação de sentença estrangeira.

§ 3º Antes da citação, a cláusula de eleição de § 3º Na cooperação jurídica internacional NÃO


foro, se abusiva, pode ser reputada ineficaz de será admitida a prática de atos que contrariem 25
ofício pelo juiz, que determinará a remessa dos ou que produzam resultados incompatíveis com
autos ao juízo do foro de domicílio do réu. as normas fundamentais que regem o Estado
brasileiro.
§ 4º Citado, incumbe ao réu alegar a abusividade
da cláusula de eleição de foro na contestação, sob § 4º O Ministério da Justiça exercerá as funções
pena de preclusão. de autoridade central na ausência de designação
específica.
CAPÍTULO II
Art. 27. A cooperação jurídica internacional terá
DA COOPERAÇÃO INTERNACIONAL
por OBJETO:
Seção I
I - citação, intimação e notificação judicial e
Disposições Gerais extrajudicial;

Art. 26. A cooperação jurídica internacional será II - colheita de provas e obtenção de


REGIDA por TRATADO de que o Brasil faz parte e informações;
observará:
III - homologação e cumprimento de decisão;
I - o respeito às garantias do devido processo
IV - concessão de medida judicial de urgência;
legal no Estado requerente;
V - assistência jurídica internacional;
II - a igualdade de tratamento entre nacionais e
estrangeiros, residentes ou não no Brasil, em VI - qualquer outra medida judicial ou
relação ao acesso à justiça e à tramitação dos extrajudicial não proibida pela lei brasileira.
Seção II
Do Auxílio Direto Parágrafo único. O Ministério Público requererá
em juízo a medida solicitada quando for
Art. 28. CABE AUXÍLIO DIRETO quando a medida
autoridade central.
não decorrer diretamente de decisão de
autoridade jurisdicional estrangeira a ser Art. 34. Compete ao juízo federal do lugar em
submetida a juízo de delibação no Brasil. que deva ser executada a medida apreciar
pedido de AUXÍLIO DIRETO PASSIVO que
Art. 29. A solicitação de auxílio direto será
demande prestação de atividade jurisdicional.
encaminhada pelo órgão estrangeiro interessado
à autoridade central, cabendo ao Estado Seção III
requerente assegurar a autenticidade e a clareza
Da Carta Rogatória
do pedido.
Art. 35. (VETADO).
Art. 30. Além dos casos previstos em tratados de
que o Brasil faz parte, o AUXÍLIO DIRETO terá os Art. 36. O procedimento da carta rogatória
seguintes OBJETOS: perante o Superior Tribunal de Justiça é de
jurisdição contenciosa e deve assegurar às
I - obtenção e prestação de informações sobre o
partes as garantias do devido processo legal.
ordenamento jurídico e sobre processos
administrativos ou jurisdicionais findos ou em § 1º A defesa RESTRINGIR-SE-Á à discussão
curso; quanto ao atendimento dos requisitos para que
o pronunciamento judicial estrangeiro produza
II - colheita de provas, salvo se a medida for
adotada em processo, em curso no estrangeiro,
efeitos no Brasil. 26
de competência exclusiva de autoridade § 2º Em qualquer hipótese, é VEDADA a revisão
judiciária brasileira; do mérito do pronunciamento judicial
estrangeiro pela autoridade judiciária brasileira.
III - qualquer outra medida judicial ou
extrajudicial não proibida pela lei brasileira. Seção IV

Art. 31. A autoridade central brasileira Disposições Comuns às Seções Anteriores


comunicar-se-á diretamente com suas
Art. 37. O pedido de cooperação jurídica
congêneres e, se necessário, com outros órgãos
internacional oriundo de autoridade brasileira
estrangeiros responsáveis pela tramitação e pela
competente será encaminhado à autoridade
execução de pedidos de cooperação enviados e
central para posterior envio ao Estado requerido
recebidos pelo Estado brasileiro, respeitadas
para lhe dar andamento.
disposições específicas constantes de tratado.
Art. 38. O pedido de cooperação oriundo de
Art. 32. No caso de AUXÍLIO DIRETO para a
autoridade brasileira competente e os
prática de atos que, segundo a lei brasileira, não
documentos anexos que o instruem serão
necessitem de prestação jurisdicional, a
encaminhados à autoridade central,
autoridade central adotará as providências
acompanhados de tradução para a língua oficial
necessárias para seu cumprimento.
do Estado requerido.
Art. 33. Recebido o pedido de AUXÍLIO DIRETO
Art. 39. O PEDIDO PASSIVO de cooperação
PASSIVO, a autoridade central o encaminhará à
jurídica internacional será RECUSADO se
Advocacia-Geral da União, que requererá em
configurar manifesta ofensa à ordem pública.
juízo a medida solicitada.
Art. 40. A cooperação jurídica internacional para § 3º A homologação de decisão arbitral
EXECUÇÃO DE DECISÃO ESTRANGEIRA dar-se-á estrangeira obedecerá ao disposto em tratado e
por meio de carta rogatória ou de ação de em lei, aplicando-se, subsidiariamente, as
homologação de sentença estrangeira, de disposições deste Capítulo.
acordo com o art. 960.
Art. 41. Considera-se AUTÊNTICO o documento
Art. 960. A homologação de decisão estrangeira que instruir pedido de cooperação jurídica
será requerida por ação de homologação de internacional, inclusive tradução para a língua
decisão estrangeira, salvo disposição especial em portuguesa, quando encaminhado ao Estado
sentido contrário prevista em tratado. brasileiro por meio de autoridade central ou por
via diplomática, DISPENSANDO-SE
§ 1º A decisão interlocutória estrangeira poderá
ajuramentação, autenticação ou qualquer
ser executada no Brasil por meio de carta
procedimento de legalização.
rogatória.
Parágrafo único. O disposto no caput NÃO
§ 2º A homologação obedecerá ao que
impede, quando necessária, a aplicação pelo
dispuserem os tratados em vigor no Brasil e o
Estado brasileiro do princípio da reciprocidade
Regimento Interno do Superior Tribunal de
de tratamento.
Justiça.

27
2.2 Artigos exigidos em provas de magistratura

Provas objetivas de Magistratura Estadual

em que os artigos estudados foram exigidos

(a partir de 2010)

CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL

Art. 14 TJ-SC, 2015 (FCC)

Art. 23 TJ-PB, 2015 (CEBRASPE)

Art. 25 TJ-PR, 2016 (CEBRASPE)

Art. 26 TJ-SC, 2019 (CEBRASPE)

Art. 34 TJ-AC, 2019 (VUNESP)


28
3. CONSTITUCIONAL NÃO constitui norma central. Invocação da
proteção de Deus: NÃO se trata de norma de
3.1 CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA
reprodução obrigatória na Constituição
DO BRASIL DE 1988
estadual, NÃO tendo força normativa.
PREÂMBULO
(STF - ADI 2.076, rel. min. Carlos Velloso)
Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos
em Assembleia Nacional Constituinte para TÍTULO I
instituir um Estado Democrático, destinado a
DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
assegurar o exercício dos direitos sociais e
individuais, a liberdade, a segurança, o bem- Princípios: republicano, federativo e do
estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça Estado democrático de direito.
como valores supremos de uma sociedade
fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada
na harmonia social e comprometida, na ordem Art. 1º A República Federativa (Princípio
interna e internacional, com a solução pacífica Republicano) do Brasil, formada pela união
das controvérsias, promulgamos, sob a proteção indissolúvel dos Estados e Municípios e do
de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA Distrito Federal (Princípio Federativo), constitui-
REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. se em Estado Democrático de Direito (Princípio
do Estado Democrático de Direito) e tem como
Preâmbulo da Constituição FUNDAMENTOS:
- O preâmbulo NÃO tem caráter vinculante,
situando-se no âmbito da política. Adota-se, I - a SOberania; 29
portanto, a TEORIA DA IRRELEVÂNCIA II - a CIdadania;
JURÍDICA do preâmbulo.
- O Estado Democrático de Direito destina-se a III - a DIgnidade da pessoa humana;
assegurar o exercício de determinados valores IV - os VAlores sociais do trabalho e da livre
supremos. ‘Assegurar’, tem, no contexto,
iniciativa;
função de garantia dogmático-constitucional;
não, porém, de garantia dos valores V - o PLUralismo político.
abstratamente considerados, mas do seu
‘exercício’. Este signo desempenha, aí, função
pragmática, porque, com o objetivo de Dica para fixação: SO-CI-DI-VA-PLU
‘assegurar’, tem o efeito imediato de
prescrever ao Estado uma ação em favor da Parágrafo único. Todo o poder emana do povo,
efetiva realização dos ditos valores em direção que o exerce por meio de representantes
(função diretiva) de destinatários das normas ELEITOS OU DIRETAMENTE, nos termos desta
constitucionais que dão a esses valores
Constituição.
conteúdo específico" (...). (STF - ADI 2.649, voto
da rel. min. Cármen Lúcia, j. 8-5-2008, P, DJE de
17-10-2008.)
FORMA DE ESTADO FORMA DE GOVERNO SISTEMA DE GOVERNO

Maquiavel:

República (CF/88) x Monarquia x Ditadura


Estado Federado
Presidencialismo (CF/88)
Composto (CF/88) x Estado Aristóteles:
x Parlamentarismo
Unitário Democracia (CF/88) x Monarquia x
Aristocracia x Tirania x Oligarquia x
Demagogia

Grau de centralização dos


poderes estatais Modo de atribuição de poder Relação entre o Poder
Executivo e o Poder
Art. 60, §4º, I, da CF/88 – Art. 34, VII, a, da CF/88 – princípio sensível Legislativo
cláusula pétrea

II - garantir o desenvolvimento nacional;


REGIME POLÍTICO DEMOCRÁTICO 30
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir
Soberania Popular as desigualdades sociais e regionais;

IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de


Democracia Direta
origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras
Participação do formas de discriminação.
Democracia Indireta
povo no poder
ou representativa
Atenção: Os objetivos são representados por
verbos no infinitivo. Algumas questões
Democracia
tentam gerar confusão entre as hipóteses do
Semidireta ou
artigo 3º e 4º. Essa é uma boa forma de
participativa (CF/88)
diferenciação.

Divisão dos poderes (Sistema de Freios e Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se
Contrapesos – Checks and Balances System) nas suas RELAÇÕES INTERNACIONAIS pelos
seguintes PRINCÍPIOS:
Art. 2º São Poderes da União, INDEPENDENTES E I - independência nacional;
HARMÔNICOS entre si, o Legislativo, o Executivo e
o Judiciário. II - prevalência dos direitos humanos;

Art. 3º Constituem OBJETIVOS fundamentais da III - autodeterminação dos povos;


República Federativa do Brasil: IV - não-intervenção;
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
V - igualdade entre os Estados; X - concessão de asilo político.

VI - defesa da paz; Parágrafo único. A República Federativa do Brasil


buscará a integração econômica, política, social
VII - solução pacífica dos conflitos;
e cultural dos povos da América Latina, visando à
VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo; formação de uma comunidade latino-americana
de nações.
IX - cooperação entre os povos para o progresso da
humanidade;

31
3.2 Artigos exigidos em provas de magistratura

Provas objetivas de Magistratura Estadual (a partir de


2010) em que os artigos estudados foram exigidos.

CONSTITUIÇÃO FEDERAL

Art. 1º TJ-MG, 2014 (Fundep)

Art. 3º TJ-MG, 2014 (Fundep)

TJ-BA, 2012 (Cebraspe)


Art. 4º
TJ-PB, 2015 (Cebraspe)

32
4. DIREITO PENAL Art. 1º - Não há crime sem lei ANTERIOR que o
defina. Não há pena sem PRÉVIA cominação legal
4.1 CÓDIGO PENAL
Aplicação da lei vigente à época
(DECRETO-LEI Nº 2.848, DE 7 DE DEZEMBRO DE 1940.) REGRA
dos fatos (tempus regit actum).
PARTE GERAL Extratividade - Aplicação da lei a
fatos ocorridos antes ou depois
PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL de sua vigência. É admissível
Constitucionais Constitucionais desde que para favorecer o
Explícitos Implícitos acusado.
EXCEÇÃO a) Retroatividade: aplicação da
- Personalidade ou - Culpabilidade
lei nova benéfica a fato anterior
intranscendência da
- Proporcionalidade à sua vigência
pena ou
responsabilidade - Taxatividade b) Ultratividade: aplicação da lei
pessoal
já revogada após o seu período
- Intervenção mínima:
de vigência.
(art. 5º, XLV, CF). • Fragmentariedade.
- Individualização da • Subsidiariedade. Irretroatividade da lei penal ou
pena retroatividade da lei penal benéfica
• Ofensividade ou
(art. 5º, XLVI,
primeira
lesividade. Art. 5º, XL, da CF/88: a lei penal não
retroagirá, salvo para beneficiar o réu.
33
• Insignificância ou
parte, CF). bagatela. - Abolitio criminis / Lex mitior: possui
- Humanidade (art. • Adequação social. retroatividade e ultratividade, por ser
5º, XLVII, CF). benéfica ao réu.
- Legalidade (art. 5º, - Novatio legis incriminadora / Lex gravior:
XXXIX, CF): aplica aos fatos posteriores à sua entrada em
- Anterioridade vigor, por ser maléfica ao réu.

(art. 5.º, XXXIX, CF).


Lei penal no tempo
- Retroatividade da
lei penal benéfica Abolitio Criminis ou Descriminalização e Lex
(art. 5º, XL, CF). Mitior

TÍTULO I Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que


DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL LEI POSTERIOR deixa de considerar crime,
cessando em virtude dela a execução e os efeitos
Anterioridade da Lei
penais da sentença condenatória.

Princípio da Legalidade
Retroatividade de lei penal benéfica
Parágrafo único - A lei posterior, que de Revogação formal e material
qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos do delito.
Abolitio
fatos anteriores, AINDA QUE decididos por Extingue a punibilidade,
Criminis
sentença condenatória transitada em julgado. deixando o fato de ser
punível.
Novatio legis incriminadora Continuidade Revogação apenas formal do
Típico- delito.
Novatio legis in pejus Normativa O fato ainda é punível.

(lei nova prejudicial) Lei excepcional ou temporária


NÃO retroage Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora
decorrido o período de sua duração ou cessadas
Lex gravior as circunstâncias que a determinaram, aplica-se
ao fato praticado DURANTE sua vigência.
(lei mais grave)
Normas cujo prazo de
vigência vem determinado no
Leis próprio texto. São dotadas de
Novatio legis in mellius
Temporárias autorrevogação. Ex.: até o dia
(lei nova favorável) “X”.
Leis Normas editadas para serem 34
Excepcionais aplicadas durante uma
situação ou período de
Lex mitior
excepcionalidade. Ex.:
(lei mais suave) Retroage calamidade pública.

São leis elaboradas para terem curta duração.


São leis ULTRATIVAS e AUTORREVOGÁVEIS.
Abolitio criminis

(revogação da conduta Súmula 711 do STF: A lei penal mais grave


criminosa) aplica-se ao crime continuado ou ao crime
permanente, se a sua vigência é anterior à
cessação da continuidade ou da
Súmula 611 do STF: Transitada em julgado a
permanência.
sentença condenatória, compete ao Juízo das
execuções a aplicação de lei mais benigna.
Combinação de Leis / Lex Tertia: Tanto para
A lei penal intermediária é simultaneamente o STF (RE600817/13) como para o STJ
dotada de retroatividade (quanto à lei (Súmula 501) não é possível a combinação de
vigente na data do fato) e de ultratividade leis no tempo, isso porque a lei favorável
(quanto à vigente na data do julgamento). deve ser aplicada integralmente. Adota-se,
assim, a Teoria da Ponderação Unitária ou
Global (em detrimento da Teoria da
Ponderação Diferenciada)
Tempo do crime

Teoria da atividade Território brasileiro por equiparação ou


extensão
Art. 4º - Considera-se praticado o crime no
MOMENTO da AÇÃO OU OMISSÃO, ainda que § 2º - É também aplicável a lei brasileira aos
outro seja o momento do resultado. crimes praticados a bordo de aeronaves ou
embarcações estrangeiras de propriedade
Teoria da Considera praticado o crime no
privada, achando-se aquelas em pouso no
Atividade momento da conduta, ainda
território nacional ou em voo no espaço aéreo
que outro seja o resultado.
correspondente, e estas em porto ou mar
Teoria do Considera praticado o crime no
territorial do Brasil.
Resultado momento da produção do
ou do resultado. (Na prescrição, Território brasileiro por equiparação ou
Evento aplica-se a data da consumação extensão
– art. 111, I, do CP) Embarcações e Onde quer que se
Teoria Considera praticado o crime aeronaves brasileiras, de encontrem
Mista ou da tanto no momento da conduta natureza pública ou a
Ubiquidade como da produção do serviço do governo
resultado. brasileiro

Territorialidade
Embarcações e Em alto-mar ou 35
aeronaves brasileiras, no espaço aéreo
mercantes ou correspondente
Territorialidade Temperada particulares
Embarcações Em território
Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira estrangeiras privadas brasileiro
(territorialidade), sem prejuízo de convenções,
tratados e regras de direito internacional Lugar do crime
(temperada), ao crime cometido no território
nacional. Teoria da Ubiquidade

Território brasileiro por equiparação ou Art. 6º - Considera-se praticado o crime no


extensão LUGAR em que ocorreu a AÇÃO ou OMISSÃO, no
todo ou em parte, bem como onde se produziu
§ 1º - Para os efeitos penais, consideram-se ou deveria produzir-se o RESULTADO.
como EXTENSÃO do território nacional as
embarcações e aeronaves brasileiras, de
natureza pública ou a serviço do governo
brasileiro onde quer que se encontrem, bem
como as aeronaves e as embarcações brasileiras,
mercantes ou de propriedade privada, que se
achem, respectivamente, no espaço aéreo
correspondente ou em alto-mar.
Teoria da Atividade Considera praticado o crime no lugar em
ou da Ação que ocorreu da conduta.

Teoria do Resultado Considera praticado o crime no lugar em


ou do Evento que ocorreu a produção do resultado.

Considera praticado no lugar em que


Teoria Mista, Unitária ocorreu a conduta, no todo ou em parte,
ou da Ubiquidade bem como onde se produziu ou deveria
produzir-se o resultado.

L.U.T.A.
Lei Penal no
Lei Penal no Tempo
Espaço
Lugar =
Tempo = Atividade
Ubiquidade

36
Crimes conexos Teoria da Atividade
Crimes contra a vida Teoria da Atividade
Infrações de menor Teoria da Atividade
potencial ofensivo

Atos Infracionais Teoria da Atividade

Crimes Falimentares Art. 183, da Lei 11.101/05. Compete ao juiz


criminal da jurisdição onde tenha sido
Exceções à
decretada a falência, concedida a recuperação
Teoria da
judicial ou homologado o plano de recuperação
Ubiquidade
extrajudicial, conhecer da ação penal pelos
crimes previstos nesta Lei.
Crimes Plurilocais Teoria do Resultado

Crimes à Distância Teoria da Ubiquidade

Crimes Militares Comissivos: Teoria da Ubiquidade


Omissivos: Teoria da Atividade
Extraterritorialidade

Art. 7º - Ficam sujeitos à LEI BRASILEIRA, embora


Princípio da nacionalidade ativa
cometidos no estrangeiro:

Extraterritorialidade incondicionada b) praticados por brasileiro;

Princípio da representação
I - os crimes:

c) praticados em aeronaves ou embarcações


Princípio da defesa ou real
brasileiras, mercantes ou de propriedade
privada, quando em território estrangeiro e aí
a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da
não sejam julgados.
República;

Extraterritorialidade incondicionada
Princípio da defesa ou real

§ 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido


b) contra o patrimônio ou a fé pública da União,
segundo a lei brasileira, AINDA QUE absolvido
do Distrito Federal, de Estado, de Território, de
ou condenado no estrangeiro.
Município, de empresa pública, sociedade de
economia mista, autarquia ou fundação
instituída pelo Poder Público; Extraterritorialidade condicionada 37
§ 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei
Princípio da defesa ou real
brasileira DEPENDE do concurso das seguintes
CONDIÇÕES:
c) contra a administração pública, por quem
está a seu serviço; a) entrar o agente no território nacional;

b) ser o fato punível também no país em que


Princípio da justiça universal e Princípio do
Domicílio foi praticado;

c) estar o crime incluído entre aqueles pelos


d) de genocídio, quando o agente for brasileiro quais a lei brasileira autoriza a extradição;
ou domiciliado no Brasil;
d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro
Extraterritorialidade condicionada ou não ter aí cumprido a pena;

e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro


II - os crimes: ou, por outro motivo, não estar extinta a
punibilidade, segundo a lei mais favorável.
Princípio da justiça universal
Princípio da nacionalidade passiva
a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se Extraterritorialidade (hiper)condicionada
obrigou a reprimir;
§ 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime Prazo Penal Prazo Processual Penal
cometido por estrangeiro contra brasileiro fora (art. 10 do CP) (art. 798 do CPP)
do Brasil, se, REUNIDAS as CONDIÇÕES previstas Inclui-se o dia do Não se inclui o dia do
no parágrafo anterior: começo. começo, começando a
O prazo pode cessar contagem no dia útil
a) não foi pedida ou foi negada a extradição; em dia não útil. seguinte.
O prazo deve iniciar e
b) houve requisição do Ministro da Justiça. cessar em dia útil.
Pena cumprida no estrangeiro Frações não computáveis da pena

Extraterritorialidade incondicionada Art. 11 - DESPREZAM-SE, nas penas privativas de


liberdade e nas restritivas de direitos, as frações de
dia, e, na pena de multa, as frações de cruzeiro.
Art. 8º - A pena cumprida no estrangeiro
ATENUA a pena imposta no Brasil pelo mesmo Legislação especial
crime, quando diversas, ou NELA É
Art. 12 - As REGRAS GERAIS deste Código
COMPUTADA, quando idênticas.
aplicam-se aos fatos incriminados por LEI
Eficácia de sentença estrangeira ESPECIAL, se esta não dispuser de modo diverso.
Art. 9º - A sentença estrangeira, quando a CONFLITO APARENTE DE NORMAS
aplicação da lei brasileira produz na espécie as Significa que a norma especial
mesmas consequências, pode ser homologada
Especialidade
tem preferência em relação à 38
no Brasil para: norma geral (lex specialis
derogat legi generali).
I - obrigar o condenado à reparação do dano, a Significa que a norma principal
restituições e a outros efeitos civis; deve ser aplicada em detrimento
da subsidiária (lex primaria
II - sujeitá-lo a medida de segurança. Subsidiariedade derogat subsidiariae). Norma
subsidiária é a que está prevista,
Parágrafo único - A homologação depende:
inserida em outra. Tem-se um
a) para os efeitos previstos no inciso I, de pedido tipo acessório e outro principal.
da parte interessada; A norma que prevê determinado
fato deve ser preterida em
b) para os outros efeitos, da existência de tratado Absorção ou relação a outra que contenha o
de extradição com o país de cuja autoridade Consunção mesmo fato, mas de maior
judiciária emanou a sentença, ou, na falta de amplitude (lex consumens
derogat consumptae).
tratado, de requisição do Ministro da Justiça.
Diz respeito à sucessão de leis
Contagem de prazo penais no tempo. Significa que lei
Sucessividade posterior tem preferência à lei
Art. 10 - O dia do começo INCLUI-SE no cômputo anterior que cuide do mesmo fato
do prazo. Contam-se os dias, os meses e os anos (lex posterior derogat legi priori).
pelo calendário comum. Aplicável em se tratando de crime
de ação múltipla ou tipo misto
alternativo. Nesses casos, mesmo
Alternatividade
que o agente pratique mais de uma
conduta, no mesmo contexto
fático, responderá por um só crime.
4.2 Artigos exigidos em provas de magistratura

Provas objetivas de Magistratura Estadual (a partir de


2010) em que os artigos estudados foram exigidos.

CÓDIGO PENAL

Art. 1º TJ-MG, 2018 (Consuplan)

TJ-BA, 2012 (Cebraspe)

Art. 2º TJ-PA, 2019 (Cebraspe)

TJ-PE, 2014 (FCC)

TJ-PR, 2018 (Cebraspe)

Art. 3º TJ-MG, 2014 (Fundep)

TJ-PB, 2010 (Cebraspe)


39
Art. 4º TJ-RO, 2010 (PUC-PR)

TJ-CE, 2018 (Cebraspe)


Art. 6º
TJ-AC, 2019 (Vunesp)

Art. 7º TJ-SE, 2015 (FCC)

Art. 10 TJ-PE, 2014 (FCC)


5. PROCESSO PENAL LIVRO I

5.1 Código de Processo Penal DO PROCESSO EM GERAL

(DECRETO-LEI Nº 3.689, DE 3 DE OUTUBRO DE 1941) TÍTULO I

DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
PRINCÍPIOS PROCESSUAIS PENAIS E
CONSTITUCIONAIS Princípio da territorialidade
a) Princípio da busca da verdade real.
Art. 1º O processo penal reger-se-á, em todo o
b) Princípio ne procedat judex ex officio. território brasileiro, por este Código,
RESSALVADOS:
c) Princípio do devido processo legal
I - os tratados, as convenções e regras de direito
(art. 5º, LIV, CF).
internacional;
d) Princípio da vedação das provas ilícitas
(art. 5º, LVI, CF) II - as prerrogativas constitucionais do
Presidente da República, dos ministros de
e) Princípio da presunção de inocência
Estado, nos crimes conexos com os do
(art. 5º, LVII, CF).
Presidente da República, e dos ministros do
f) Princípio da obrigatoriedade de motivação
Supremo Tribunal Federal, nos crimes de
das decisões judiciais.
responsabilidade (Constituição, arts. 86, 89, § 2º, 40
g) Princípio da publicidade. e 100);

h) Princípio da imparcialidade do juiz. III - os processos da competência da Justiça


Militar;
i) Princípio da igualdade processual (art. 5º,
caput, CF). IV - os processos da competência do tribunal
especial (Constituição, art. 122, no 17);
j) Princípio do contraditório (art. 5º, LV, CF).
V - os processos por crimes de imprensa.
(Vide ADPF nº 130)
k) Princípio da ampla defesa (art. 5º, LV, CF).
Parágrafo único. Aplicar-se-á, entretanto, este
l) Princípio do duplo grau de jurisdição. Código aos processos referidos nos nos. IV e V,
quando as leis especiais que os regulam não
m) Princípio do juiz natural (art. 5º, XXXVII e dispuserem de modo diverso.
LIII, CF).
-STF: Os agentes consulares só têm direito a
n) Princípio do promotor natural e imparcial. imunidade se os fatos delitivos decorrem do
desempenho de suas funções (1ª T, RHC 50155).
o) Princípio do in dubio pro reo (art. 5º, LVII,
CF).
Princípio da imediatidade - ou do efeito
p) Princípio ne bis in idem. imediato ou da aplicação imediata - e
Princípio do tempus regit actum e Sistema
do isolamento dos atos processuais
Art. 2º A lei processual penal aplicar-se-á desde que garante a imparcialidade
logo, SEM PREJUÍZO da validade dos atos do julgador e, por
realizados sob a vigência da lei anterior. conseguinte, assegura a
plenitude de defesa e o
STJ: A exclusão do ordenamento jurídico do tratamento igualitário das
protesto por novo júri, nos termos da partes.
redação conferida pela Lei 11.689/08, tem Este sistema é caracterizado
aplicação imediata aos processos pendentes pela existência do Juizado de
em consonância com o princípio tempus regit Instrução, fase investigatória
actum, previsto no art. 2º do CPP (RHC 31585, e persecutória preliminar
22.03.12). SISTEMA conduzida por um juiz, que
MISTO OU não se confunde com o
ACUSATÓRIO inquérito policial, seguida de
STJ: O fato de a lei nova ter suprimido o
FORMAL uma fase acusatória em que
recurso de protesto por novo júri não afasta
são assegurados todos os
o direito à recorribilidade subsistente pela lei
direitos do acusado e a
anterior (ultratividade da lei processual),
independência entre
quando o julgamento ocorreu antes da
acusação, defesa e juiz.
entrada em vigor da Lei 11.689/2008, que,
em seu art. 4º, revogou expressamente o
ATENÇÃO: Em 15.01.2020, o Ministro
Capítulo IV do Título II do Livro III, do CPP,
Presidente Dias Toffoli, Presidente do STF no
41
extinguindo o protesto por novo júri (5ª T,
exercício do plantão judicial, concedeu
REsp 1046429, em 09/10/12).
parcialmente as medidas cautelares
pleiteadas nas ADIs 6.298, 6.299 e 6.300 para
Art. 3º A lei processual penal admitirá
suspender-se a eficácia dos arts. 3º-D,
INTERPRETAÇÃO EXTENSIVA e APLICAÇÃO
parágrafo único, e 157, § 5º, do Código de
ANALÓGICA, bem como o SUPLEMENTO DOS
Processo Penal, incluídos pela Lei nº
PRINCÍPIOS GERAIS DE DIREITO.
13.964/19 (sistema de rodízio) e suspender-
Art. 3º-A. O processo penal terá ESTRUTURA se a eficácia dos arts. 3º-B, 3º-C, 3º-D, caput,
ACUSATÓRIA, vedadas a iniciativa do juiz na fase 3ºE e 3º-F do CPP
de investigação e a substituição da atuação
probatória do órgão de acusação. Art. 3º-B. O JUIZ DAS GARANTIAS é responsável
pelo controle da legalidade da investigação
SISTEMAS PROCESSUAIS
criminal e pela salvaguarda dos direitos
Nesse sistema, cabe a um só
individuais cuja franquia tenha sido reservada à
órgão acusar e julgar. O juiz dá
SISTEMA autorização prévia do Poder Judiciário,
início à ação penal e, ao final,
INQUISITIVO competindo-lhe ESPECIALMENTE:
ele mesmo profere a
sentença. I - receber a comunicação imediata da prisão,
No sistema acusatório, existe nos termos do inciso LXII do caput do art. 5º da
SISTEMA
separação entre os órgãos Constituição Federal;
ACUSATÓRIO
incumbidos de realizar a
(CPP)
acusação e o julgamento, o
II - receber o auto da prisão em flagrante para o b) afastamento dos sigilos fiscal, bancário, de
controle da legalidade da prisão, observado o dados e telefônico;
disposto no art. 310 deste Código;
c) busca e apreensão domiciliar;
III - zelar pela observância dos direitos do preso,
d) acesso a informações sigilosas;
podendo determinar que este seja conduzido à
sua presença, a qualquer tempo; e) outros meios de obtenção da prova que
restrinjam direitos fundamentais do investigado;
IV - ser informado sobre a instauração de
qualquer investigação criminal; XII - JULGAR o habeas corpus impetrado ANTES
do oferecimento da denúncia;
V - decidir sobre o requerimento de prisão
provisória ou outra medida cautelar, observado XIII - DETERMINAR a instauração de incidente de
o disposto no § 1º deste artigo; insanidade mental;

VI - PRORROGAR a prisão provisória ou outra XIV - DECIDIR sobre o recebimento da denúncia


medida cautelar, bem como SUBSTITUÍ-LAS ou ou queixa, nos termos do art. 399 deste Código;
REVOGÁ-LAS, assegurado, no primeiro caso, o
Art. 399. Recebida a denúncia ou queixa, o juiz
exercício do contraditório em audiência pública
designará dia e hora para a audiência, ordenando
e oral, na forma do disposto neste Código ou em
a intimação do acusado, de seu defensor, do
legislação especial pertinente;
Ministério Público e, se for o caso, do querelante
VII - decidir sobre o requerimento de produção
antecipada de provas consideradas urgentes e
e do assistente. 42
§ 1º O acusado preso será requisitado para
não repetíveis, assegurados o contraditório e a
comparecer ao interrogatório, devendo o poder
ampla defesa em audiência pública e oral;
público providenciar sua apresentação.
VIII - PRORROGAR o prazo de duração do
§ 2º O juiz que presidiu a instrução deverá
inquérito, estando o investigado preso, em vista
proferir a sentença.
das razões apresentadas pela autoridade policial
e observado o disposto no § 2º deste artigo; XV - assegurar prontamente, quando se fizer
necessário, o direito outorgado ao investigado e
IX - determinar o trancamento do inquérito
ao seu defensor de acesso a todos os elementos
policial quando não houver fundamento razoável
informativos e provas produzidos no âmbito da
para sua instauração ou prosseguimento
investigação criminal, SALVO no que concerne,
X - requisitar documentos, laudos e informações estritamente, às diligências em andamento;
ao delegado de polícia sobre o andamento da
XVI - deferir pedido de admissão de assistente
investigação;
técnico para acompanhar a produção da perícia;
XI - DECIDIR sobre os requerimentos de:
XVII - decidir sobre a homologação de acordo de
a) interceptação telefônica, do fluxo de não persecução penal ou os de colaboração
comunicações em sistemas de informática e premiada, quando formalizados durante a
telemática ou de outras formas de comunicação; investigação;
XVIII - outras matérias inerentes às atribuições Art. 3º-D. O juiz que, na fase de investigação,
definidas no caput deste artigo. praticar qualquer ato incluído nas competências
dos arts. 4º e 5º deste Código FICARÁ IMPEDIDO
§ 1º (VETADO).
de funcionar no processo.
§ 2º Se o investigado estiver preso, o juiz das
Parágrafo único. Nas comarcas em que funcionar
garantias poderá, mediante representação da
apenas um juiz, os tribunais criarão um sistema
autoridade policial e ouvido o Ministério Público,
de rodízio de magistrados, a fim de atender às
prorrogar, uma única vez, a duração do inquérito
disposições deste Capítulo.
por até 15 DIAS, após o que, se ainda assim a
investigação não for concluída, a prisão será Art. 3º-E. O juiz das garantias será designado
imediatamente relaxada. conforme as normas de organização judiciária da
União, dos Estados e do Distrito Federal,
Art. 3º-C. A competência do juiz das garantias
observando critérios objetivos a serem
ABRANGE todas as infrações penais, EXCETO as
periodicamente divulgados pelo respectivo tribunal.
de menor potencial ofensivo, e CESSA com o
recebimento da denúncia ou queixa na forma do Art. 3º-F. O juiz das garantias deverá assegurar o
art. 399 deste Código. cumprimento das regras para o tratamento dos
presos, IMPEDINDO o acordo ou ajuste de
§ 1º Recebida a denúncia ou queixa, as questões
qualquer autoridade com órgãos da imprensa
pendentes serão decididas pelo juiz da instrução
para explorar a imagem da pessoa submetida à
e julgamento.

§ 2º As decisões proferidas pelo juiz das


prisão, sob pena de responsabilidade civil,
administrativa e penal.
43
garantias NÃO VINCULAM o juiz da instrução e
Parágrafo único. Por meio de regulamento, as
julgamento, que, após o recebimento da
autoridades deverão disciplinar, em 180 DIAS, o
denúncia ou queixa, DEVERÁ REEXAMINAR a
modo pelo qual as informações sobre a realização
necessidade das medidas cautelares em curso,
da prisão e a identidade do preso serão, de modo
no prazo máximo de 10 DIAS.
padronizado e respeitada a programação
§ 3º Os autos que compõem as matérias de normativa aludida no caput deste artigo,
competência do juiz das garantias ficarão transmitidas à imprensa, assegurados a efetividade
acautelados na secretaria desse juízo, à da persecução penal, o direito à informação e a
disposição do Ministério Público e da defesa, e dignidade da pessoa submetida à prisão.
NÃO SERÃO APENSADOS aos autos do processo
TÍTULO II
enviados ao juiz da instrução e julgamento,
ressalvados os documentos relativos às provas DO INQUÉRITO POLICIAL
irrepetíveis, medidas de obtenção de provas ou
Art. 4º A polícia judiciária será EXERCIDA pelas
de antecipação de provas, que deverão ser
autoridades policiais no território de suas
remetidos para apensamento em apartado.
respectivas circunscrições e TERÁ POR FIM a
§ 4º Fica assegurado às partes o amplo acesso aos apuração das infrações penais e da sua autoria.
autos acautelados na secretaria do juízo das
Parágrafo único. A competência definida neste
garantias.
artigo NÃO EXCLUIRÁ a de autoridades
administrativas, a quem por lei seja cometida a
mesma função.
Atenção: A regra é que a atribuição da polícia presunção de ser ele o autor da infração, ou os
judiciária se estabeleça pelo critério motivos de impossibilidade de o fazer;
territorial, ou seja, pelo local da consumação
c) a nomeação das testemunhas, com indicação
da infração.
de sua profissão e residência.
Caso o IP seja presidido por delegado
§ 2º Do despacho que INDEFERIR o
pertencente à circunscrição distinta, não
requerimento de abertura de inquérito caberá
haverá nulidade do IP e da AP, pois a CF não
RECURSO para o chefe de Polícia.
consagra o princípio do delegado natural.
§ 3º Qualquer pessoa do povo que tiver
Súmula 234 do STJ
conhecimento da existência de infração penal
A participação de membro do MP na fase em que caiba ação pública PODERÁ,
investigatória criminal não acarreta o seu verbalmente ou por escrito, comunicá-la à
impedimento ou suspeição para o autoridade policial, e esta, verificada a
oferecimento da denúncia. procedência das informações, MANDARÁ
instaurar inquérito.
Súmula 397 do STF
§ 4º O inquérito, nos crimes em que a ação
O poder de polícia da Câmara dos Deputados
pública depender de representação, NÃO
e do Senado Federal, em caso de crime
poderá sem ela ser iniciado.
cometido nas suas dependências,
compreende, consoante o regimento, a
prisão em flagrante do acusado e a realização
§ 5º Nos crimes de ação privada, a autoridade
policial SOMENTE poderá proceder a inquérito a
44
do inquérito. requerimento de quem tenha qualidade para
intentá-la.
Art. 5º Nos crimes de AÇÃO PÚBLICA o inquérito
policial será INICIADO: Prevalece que o delegado não pode deixar de
instaurar o IP arguindo a aplicação do princípio
Princípio da oficiosidade da insignificância, pois este é matéria a ser
apreciada privativamente pelo MP.
I - DE OFÍCIO;

II - MEDIANTE REQUISIÇÃO da autoridade Rol exemplificativo


judiciária ou do Ministério Público, ou a
requerimento do ofendido ou de quem tiver Art. 6º Logo que tiver conhecimento da prática
qualidade para representá-lo. da infração penal, a autoridade policial DEVERÁ:

§ 1º O requerimento a que se refere o no II I - dirigir-se ao local, providenciando para que


conterá sempre que possível: não se alterem o estado e conservação das
coisas, até a chegada dos peritos criminais;
a) a narração do fato, com todas as
circunstâncias; II - apreender os objetos que tiverem relação
com o fato, APÓS liberados pelos peritos
b) a individualização do indiciado ou seus sinais criminais;
característicos e as razões de convicção ou de
III - colher todas as provas que servirem para o cabendo, pois, condução coercitiva. E a simples
esclarecimento do fato e suas circunstâncias; ausência do investigado a esta diligência, por si
só, não permite a decretação da sua prisão
IV - ouvir o ofendido;
preventiva (RHC 64354).
V - ouvir o indiciado, com observância, no que
for aplicável, do disposto no Capítulo III do Título Art. 8º Havendo prisão em flagrante, será
Vll, deste Livro, devendo o respectivo termo ser observado o disposto no Capítulo II do Título IX
assinado por duas testemunhas que Ihe tenham deste Livro.
ouvido a leitura;
Art. 9º Todas as peças do inquérito policial serão,
VI - proceder a reconhecimento de pessoas e num só processado, reduzidas a escrito ou
coisas e a acareações; datilografadas e, neste caso, rubricadas pela
autoridade.
VII - determinar, se for caso, que se proceda a
exame de corpo de delito e a quaisquer outras Art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo de
perícias; 10 DIAS, se o indiciado tiver sido preso em
flagrante, ou estiver preso preventivamente,
VIII - ordenar a identificação do indiciado pelo
contado o prazo, nesta hipótese, a partir do dia
processo datiloscópico, se possível, e fazer
em que se executar a ordem de prisão, ou no
juntar aos autos sua folha de antecedentes;
prazo de 30 DIAS, quando estiver solto,
IX - averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o mediante fiança ou sem ela.
ponto de vista individual, familiar e social, sua 45
§ 1º A autoridade fará minucioso relatório do
condição econômica, sua atitude e estado de
que tiver sido apurado e enviará autos ao juiz
ânimo antes e depois do crime e durante ele, e
competente.
quaisquer outros elementos que contribuírem
para a apreciação do seu temperamento e caráter. § 2º No relatório poderá a autoridade indicar
testemunhas que não tiverem sido inquiridas,
X - colher informações sobre a existência de
mencionando o lugar onde possam ser
filhos, respectivas idades e se possuem alguma
encontradas.
deficiência e o nome e o contato de eventual
responsável pelos cuidados dos filhos, indicado § 3º Quando o fato for de difícil elucidação, e o
pela pessoa presa. indiciado estiver solto, a autoridade poderá
requerer ao juiz a devolução dos autos, para
Art. 7º Para verificar a possibilidade de haver a
ulteriores diligências, que serão realizadas no
infração sido praticada de determinado modo, a
PRAZO MARCADO pelo juiz.
autoridade policial poderá proceder à
reprodução simulada dos fatos, DESDE QUE esta
não contrarie a moralidade ou a ordem pública.

STF: O investigado não está obrigado a


participar da reprodução simulada dos fatos,
pois ninguém pode ser compelido a produzir
prova contra si mesmo. Além disso, o
investigado sequer está obrigado a comparecer
ao local da reprodução simulada dos fatos, não
ou o delegado de polícia PODERÁ REQUISITAR,
PRESO SOLTO
de quaisquer órgãos do poder público ou de
JUSTIÇA ESTADUAL empresas da iniciativa privada, dados e
10 30+30
(art. 10 do CPP) informações cadastrais da vítima ou de
suspeitos.
JUSTIÇA FEDERAL
(art. 66 da Lei nº 15 + 15 30 + 30 Parágrafo único. A requisição, que será atendida
5.010/66) no prazo de 24 HORAS, conterá:

LEI DE DROGAS I - o nome da autoridade requisitante;


(art. 51 da Lei nº 30 + 30 90 + 90 II - o número do inquérito policial;
11.343/06)
III - a identificação da unidade de polícia
ECONOMIA POPULAR judiciária responsável pela investigação.
(art. 10 da Lei nº 10 10
Art. 13-B. Se necessário à prevenção e à
1.521/51)
repressão dos crimes relacionados ao TRÁFICO
INQUÉRITO MILITAR DE PESSOAS, o membro do Ministério Público ou
20 40 + 20
(art. 20 CPPM) o delegado de polícia poderão requisitar,
mediante autorização judicial, às empresas
Art. 11. Os INSTRUMENTOS DO CRIME, bem prestadoras de serviço de telecomunicações
como os OBJETOS que interessarem à PROVA,
acompanharão os autos do inquérito.
e/ou telemática que disponibilizem
imediatamente os meios técnicos adequados –
46
Art. 12. O inquérito policial acompanhará a como sinais, informações e outros – que
denúncia ou queixa, SEMPRE QUE servir de base a permitam a localização da vítima ou dos
uma ou outra. suspeitos do delito em curso.

Art. 13. Incumbirá ainda à autoridade policial: § 1º Para os efeitos deste artigo, sinal significa
posicionamento da estação de cobertura,
I - fornecer às autoridades judiciárias as setorização e intensidade de radiofrequência.
informações necessárias à instrução e
julgamento dos processos; § 2º Na hipótese de que trata o caput, o sinal:

II - realizar as diligências REQUISITADAS pelo juiz I - NÃO permitirá acesso ao conteúdo da


ou pelo Ministério Público; comunicação de qualquer natureza, que
dependerá de autorização judicial, conforme
III - cumprir os mandados de prisão expedidos disposto em lei;
pelas autoridades judiciárias;
II - deverá ser fornecido pela prestadora de
IV - REPRESENTAR acerca da prisão preventiva. telefonia móvel celular por período NÃO
Art. 13-A. Nos crimes previstos nos arts. 148, 149 superior a 30 DIAS, RENOVÁVEL por uma única
e 149-A, no § 3º do art. 158 e no art. 159 do vez, por igual período;
Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 III - para períodos superiores àquele de que trata
(Código Penal), e no art. 239 da Lei no 8.069, de o inciso II, será necessária a apresentação de
13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do ordem judicial.
Adolescente), o membro do Ministério Público
§ 3º Na hipótese prevista neste artigo, o 48 HORAS, indique defensor para a
inquérito policial deverá ser instaurado no prazo representação do investigado.
máximo de 72 HORAS, contado do registro da
§ 3º (VETADO).
respectiva ocorrência policial.
§ 4º (VETADO).
§ 4º Não havendo manifestação judicial no prazo
de 12 HORAS, a autoridade competente § 5º (VETADO).
requisitará às empresas prestadoras de serviço
§ 6º As disposições constantes deste artigo se
de telecomunicações e/ou telemática que
aplicam aos servidores militares vinculados às
disponibilizem imediatamente os meios
instituições dispostas no art. 142 da Constituição
técnicos adequados – como sinais, informações
Federal, desde que os fatos investigados digam
e outros – que permitam a localização da vítima
respeito a missões para a Garantia da Lei e da
ou dos suspeitos do delito em curso, com
Ordem.
imediata comunicação ao juiz.

Art. 14. O ofendido, ou seu representante legal, Art. 15. Se o indiciado for menor, ser-lhe-á
e o indiciado poderão requerer qualquer nomeado curador pela autoridade policial.
diligência, que será realizada, OU NÃO, a juízo
* Revogado tacitamente pelo art. 5º do CC.
da autoridade.
* No Processo Penal, somente há
Art. 14-A. Nos casos em que servidores
necessidade de curador no incidente de
vinculados às instituições dispostas no art. 144
da Constituição Federal figurarem como insanidade mental (art. 149, § 2º, do CPP). 47
investigados em inquéritos policiais, inquéritos
policiais militares e demais procedimentos Art. 16. O Ministério Público NÃO PODERÁ
extrajudiciais, cujo objeto for a investigação de requerer a devolução do inquérito à autoridade
fatos relacionados ao uso da força letal policial, senão para novas diligências,
praticados no exercício profissional, de forma imprescindíveis ao oferecimento da denúncia.
consumada ou tentada, incluindo as situações
dispostas no art. 23 do Decreto-Lei nº 2.848, de Atenção: Esta norma é complementada pelo
7 de dezembro de 1940 (Código Penal), o art. 47 do CPP, segundo o qual, se o MP julgar
indiciado poderá constituir defensor. necessários maiores esclarecimentos e
documentos complementares ou novos
§ 1º Para os casos previstos no caput deste elementos de convicção, deverá requisitá-los,
artigo, o investigado deverá ser CITADO da diretamente, de quaisquer autoridades ou
instauração do procedimento investigatório, funcionários que devam ou possam fornecê-los.
podendo constituir defensor no prazo de até 48
HORAS a contar do recebimento da citação.
Art. 17. A autoridade policial NÃO PODERÁ
§ 2º Esgotado o prazo disposto no § 1º deste mandar arquivar autos de inquérito.
artigo com ausência de nomeação de defensor
Art. 18. DEPOIS de ordenado o arquivamento do
pelo investigado, a autoridade responsável pela
inquérito pela autoridade judiciária, por falta de
investigação deverá INTIMAR a instituição a que
base para a denúncia, a autoridade policial
estava vinculado o investigado à época da
poderá proceder a novas pesquisas, se de outras
ocorrência dos fatos, para que essa, no prazo de
provas tiver notícia.
Súmula 524 do STF Art. 21. A incomunicabilidade do indiciado
dependerá sempre de despacho nos autos e
Arquivado o IP, por despacho do juiz, a
somente será permitida quando o interesse
requerimento do promotor de justiça, não
da sociedade ou a conveniência da
pode a ação penal ser iniciada, sem novas
investigação o exigir.
provas.
Parágrafo único. A incomunicabilidade, que
Art. 19. Nos crimes em que não couber ação não excederá de três dias, será decretada por
pública, os autos do inquérito serão remetidos despacho fundamentado do Juiz, a
ao juízo competente, onde aguardarão a requerimento da autoridade policial, ou do
iniciativa do ofendido ou de seu representante órgão do Ministério Público, respeitado, em
legal, ou serão entregues ao requerente, se o qualquer hipótese, o disposto no artigo 89,
pedir, mediante traslado. inciso III, do Estatuto da Ordem dos
Advogados do Brasil (Lei n. 4.215, de 27 de
Art. 20. A autoridade assegurará no inquérito O abril de 1963)
SIGILO necessário à elucidação do fato ou
exigido pelo interesse da sociedade. Atenção: Este dispositivo, em face do
disposto no art. 5º, LXII e LXIII, e no art. 136,
Parágrafo único. Nos atestados de antecedentes § 3º, IV, da CF, não foi recepcionado pela
que lhe forem solicitados, a autoridade policial CF/88 (Tourinho Filho, Mirabete, Nucci e
NÃO poderá mencionar quaisquer anotações Nestor).
referentes a instauração de inquérito contra os 48
requerentes.
Art. 22. No Distrito Federal e nas comarcas em
que houver mais de uma circunscrição policial, a
Súmula Vinculante 14 autoridade com exercício em uma delas poderá,
É direito do defensor, no interesse do nos inquéritos a que esteja procedendo, ordenar
representado, ter acesso amplo aos diligências em circunscrição de outra,
elementos de prova que, já documentados INDEPENDENTEMENTE de precatórias ou
em procedimento investigatório realizado requisições, e bem assim providenciará, até que
por órgão com competência de polícia compareça a autoridade competente, sobre
judiciária, digam respeito ao exercício do qualquer fato que ocorra em sua presença,
direito de defesa. noutra circunscrição.
Art. 23. Ao fazer a remessa dos autos do
inquérito ao juiz competente, a autoridade
policial oficiará ao Instituto de Identificação e
Estatística, ou repartição congênere,
mencionando o juízo a que tiverem sido
distribuídos, e os dados relativos à infração penal
e à pessoa do indiciado.
5.2 Artigos exigidos em provas de magistratura

Provas objetivas de Magistratura Estadual (a partir de 2010)


em que os artigos estudados foram exigidos.

CÓDIGO DE PROCESSO PENAL

Art. 1º TJ-AC, 2011 (Cespe)

TJ-SE, 2015 (FCC)

Art. 2º TJ-PB, 2010 (Cebraspe)

TJ-MS, 2010 (FCC)

TJ-PB, 2015 (Cebraspe)


Art. 6º
TJ-MG, 2014 (Fundep)

Art. 10 TJ-PA, 2014 (Vunesp) 49


TJ-CE, 2018 (Cebraspe)
Art. 13
TJ-RJ, 2019 (Vunesp)
6. ADMINISTRATIVO Conceito de Desapropriação: é o procedimento
de direito público pelo qual o Poder Público
6.1 DECRETO-LEI Nº 3.365, DE 21 DE JUNHO DE transfere para si a propriedade de terceiro, por
1941. razões de utilidade pública ou necessidade
pública, ou de interesse social, normalmente
Dispõe sobre DESAPROPRIAÇÕES POR mediante o pagamento de justa e prévia
UTILIDADE PÚBLICA. indenização. Trata-se de forma originária de
aquisição de propriedade.
Direito de Propriedade
TIPOS DE DESAPROPRIAÇÃO
• Direito fundamental previsto no art. 5º, XXII
da CF/88. A transferência do bem
• Corolário do sistema econômico capitalista para o poder público é
brasileiro (art. 170 da CF/88). Comum por
conveniente, embora não
• Direito Real previsto no art. 1225 do Código Utilidade
seja imprescindível
Civil. pública
(Decreto-Lei nº
• Atributos do direito de propriedade: usar, 3.365/1941)
gozar, dispor e reivindicar o bem de quem
quer que injustamente a detenha (direito de Decorre de situações de
sequela). Comum emergência, cuja solução
• Caracteres do direito de propriedade: Necessidade exija a desapropriação do 50
complexo, absoluto, exclusivo e perpétuo. pública bem. (Decreto-Lei nº
• É uma modalidade de intervenção do 3.365/1941)
Estado na Propriedade
Destina-se à justa
MODALIDADES DE INTERVENÇÃO DO distribuição da propriedade
ESTADO NA PROPRIEDADE ou ao bem estar social,
tendo lugar quando o bem
Intervenção restritiva Intervenção Comum por
expropriado se destinar a
supressiva Interesse social
O Estado impõe terceiros como medida de
o Estado transfere
limitações, restrições, para si a propriedade concretização dos direitos
e condicionamentos fundamentais sociais (Lei
de terceiro,
ao uso da nº 4.132/1962)
suprimindo o direito
propriedade por seu
titular, sem, contudo, de propriedade Especial Art. 182, § 4º, III, da CF/88
retirar o direito em si. anteriormente Urbana e Lei nº 10.257/01
São consideradas existente.
intervenções Tradicionalmente, a Art. 184 da CF/88; Lei
restritivas: servidão desapropriação é Especial Rural
8.629/93 e LC 76/93
administrativa, apontada como a
ocupação.
única forma de Confiscatória Art. 243 da CF/88
temporária,
requisição, limitação intervenção
supressiva. Art. 35 do Decreto-Lei
administrativa e Indireta
tombamento 3.365/41
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º A desapropriação por UTILIDADE Hierarquia Federativa – deve ocorrer dos


PÚBLICA regular-se-á por esta lei, em todo o entes federados mais abrangentes para os
território nacional. de nível territorial menos abrangente

§ 2º Os bens do domínio dos Estados,


FASES DO PROCEDIMENTO DE
Municípios, Distrito Federal e Territórios
DESAPROPRIAÇÃO
poderão ser desapropriados pela União, e os dos
Municípios pelos Estados, mas, em qualquer
Esse procedimento tem caso, ao ato deverá preceder AUTORIZAÇÃO
início com a fase LEGISLATIVA.
administrativa, em que o
Poder Público declara o § 3º É VEDADA a desapropriação, pelos Estados,
interesse na Distrito Federal, Territórios e Municípios de
desapropriação (fase ações, cotas e direitos representativos do capital
FASE declaratória) e dá início de instituições e empresas cujo funcionamento
ADMINISTRATIVA às medidas visando à dependa de autorização do Governo Federal e se
transferência do bem subordine à sua fiscalização, salvo mediante
(fase executória): se prévia autorização, por decreto do Presidente da
houver acordo entre a República. 51
Administração e o
proprietário do bem, Não podem ser desapropriados: moeda
esgota-se nesta fase. corrente do país; direitos personalíssimos
(direito à vida, à imagem, aos alimentos);
margens dos rios navegáveis (Súmula 479 do
Na ausência de acordo, o
STF); pessoas jurídicas.
procedimento entra na
FASE JUDICIAL sua fase judicial, devendo
Art. 3º Os concessionários de serviços públicos e
o magistrado solucionar
os estabelecimentos de caráter público ou que
toda a controvérsia.
exerçam funções delegadas de poder público
PODERÃO PROMOVER DESAPROPRIAÇÕES
Art. 2º Mediante DECLARAÇÃO DE UTILIDADE mediante autorização expressa, constante de lei
PÚBLICA, todos os bens poderão ser ou contrato.
desapropriados pela União, pelos Estados,
Municípios, Distrito Federal e Territórios.

§ 1º A desapropriação do espaço aéreo ou do


subsolo SÓ se tornará necessária, quando de sua
utilização resultar prejuízo patrimonial do
proprietário do solo.
as indispensáveis à continuação da obra e as que
COMPETÊNCIA se destinam à revenda.

Parágrafo único. Quando a desapropriação


Privativa da União, nos termos
Legislativa destinar-se à urbanização ou à reurbanização
do art. 22, II, da CF
realizada mediante concessão ou parceria
público-privada, o edital de licitação poderá
Em regra, a competência é prever que a receita decorrente da revenda ou
comum da União, dos Estados, utilização imobiliária integre projeto associado
do DF e dos Municípios. por conta e risco do concessionário, garantido ao
Entretanto, no caso de poder concedente no mínimo o ressarcimento
desapropriação por interesse dos desembolsos com indenizações, quando
social para fins de reforma estas ficarem sob sua responsabilidade.
agrária (art. 184 da CF) e
Declaratória desapropriação confiscatória Direito de extensão: é o direito do expropriado
(art. 243 da CF), a competência de exigir que a desapropriação e a respectiva
é exclusiva da União. Já no caso indenização alcancem a totalidade do bem,
de declaração de interesse quando o remanescente resultar esvaziado de
social de imóvel para fins de seu conteúdo econômico.
urbanísticos, a competência é
exclusiva do Município (art. 182, Art. 5º Consideram-se casos de UTILIDADE 52
§ 4º, III, da CF). PÚBLICA:

a) a segurança nacional;
A competência para promover
efetivamente a b) a defesa do Estado;
desapropriação é mais ampla, c) o socorro público em caso de calamidade;
alcançando as entidades da
d) a salubridade pública;
Executória Administração Direta e
Indireta e os agentes e) a criação e melhoramento de centros de
delegados do Poder Público população, seu abastecimento regular de meios
(concessionárias e de subsistência;
permissionárias). f) o aproveitamento industrial das minas e das
jazidas minerais, das águas e da energia
hidráulica;
Desapropriação por Zona
g) a assistência pública, as obras de higiene e
decoração, casas de saúde, clínicas, estações de
Art. 4º A desapropriação poderá abranger a
clima e fontes medicinais;
ÁREA CONTÍGUA necessária ao
desenvolvimento da obra a que se destina, e as h) a exploração ou a conservação dos serviços
ZONAS que se valorizarem extraordinariamente, públicos;
em consequência da realização do serviço. Em i) a abertura, conservação e melhoramento de
qualquer caso, a declaração de utilidade pública vias ou logradouros públicos; a execução de
deverá compreendê-las, mencionando-se quais
planos de urbanização; o parcelamento do solo,
com ou sem edificação, para sua melhor Art. 519 do Código Civil. Se a
utilização econômica, higiênica ou estética; a coisa expropriada para fins
construção ou ampliação de distritos industriais; de necessidade ou utilidade
pública, ou por interesse
j) o funcionamento dos meios de transporte
social, não tiver o destino
coletivo;
para que se desapropriou, ou
k) a preservação e conservação dos Retrocessão não for utilizada em obras ou
monumentos históricos e artísticos, isolados ou serviços públicos, caberá ao
integrados em conjuntos urbanos ou rurais, bem expropriado direito de
como as medidas necessárias a manter-lhes e preferência, pelo preço atual
realçar-lhes os aspectos mais valiosos ou da coisa.
característicos e, ainda, a proteção de paisagens
e locais particularmente dotados pela natureza;
É a ocorrência do desvio de
l) a preservação e a conservação adequada de finalidade por parte do
arquivos, documentos e outros bens moveis de Poder Público, que deixa de
valor histórico ou artístico; satisfazer o interesse público
m) a construção de edifícios públicos, subjacente à desapropriação
monumentos comemorativos e cemitérios; realizada.

n) a criação de estádios, aeródromos ou campos A tredestinação se divide em 53


de pouso para aeronaves; duas espécies:
o) a reedição ou divulgação de obra ou invento
• Tredestinação LÍCITA: o
de natureza científica, artística ou literária; Tredestinação
poder público não satisfaz o
p) os demais casos previstos por leis especiais. interesse público previsto no
decreto expropriatório, mas
§ 1º - A construção ou ampliação de distritos
sim outro interesse público;
industriais, de que trata a alínea i do caput deste
artigo, inclui o loteamento das áreas necessárias • Tredestinação ILÍCITA: em
à instalação de indústrias e atividades correlatas, vez que atender o interesse
bem como a revenda ou locação dos respectivos público, o expropriante
lotes a empresas previamente qualificadas. utiliza o bem desapropriado
para satisfazer interesses
§ 2º - A efetivação da desapropriação para fins
privados.
de criação ou ampliação de distritos industriais
DEPENDE de aprovação, prévia e expressa, pelo
Poder Público competente, do respectivo Art. 6º A declaração de utilidade pública far-se-á
projeto de implantação. por DECRETO do Presidente da República,
Governador, Interventor ou Prefeito.
§ 3º Ao imóvel desapropriado para implantação
de parcelamento popular, destinado às classes Art. 7º Declarada a utilidade pública, ficam as
de menor renda, NÃO SE DARÁ OUTRA autoridades administrativas autorizadas a
UTILIZAÇÃO NEM HAVERÁ RETROCESSÃO. penetrar nos prédios compreendidos na
declaração, podendo recorrer, em caso de V - (VETADO).
oposição, ao auxílio de força policial. Àquele que
for molestado por EXCESSO OU ABUSO de § 2º Aceita a oferta e realizado o pagamento,
poder, cabe indenização por perdas e danos, será lavrado ACORDO, o qual será título hábil
sem prejuízo da ação penal. para a transcrição no registro de imóveis.

Art. 8º O Poder Legislativo poderá tomar a § 3º Rejeitada a oferta, ou transcorrido o prazo


INICIATIVA DA DESAPROPRIAÇÃO, cumprindo, sem manifestação, o poder público procederá na
neste caso, ao Executivo, praticar os atos forma dos arts. 11 e seguintes deste Decreto-Lei.
necessários à sua efetivação.
Art. 10-B. Feita a opção pela MEDIAÇÃO OU
Art. 9º Ao Poder Judiciário é VEDADO, no PELA VIA ARBITRAL, o particular indicará um dos
processo de desapropriação, decidir se se órgãos ou instituições especializados em
verificam ou não os casos de utilidade pública. mediação ou arbitragem previamente
cadastrados pelo órgão responsável pela
Art. 10. A desapropriação deverá efetivar-se desapropriação.
mediante acordo ou intentar-se judicialmente,
dentro de 5 ANOS, contados da data da § 1º A MEDIAÇÃO seguirá as normas da Lei nº
expedição do respectivo decreto e findos os 13.140 de 26 de junho de 2015, e,
quais este caducará. Neste caso, somente subsidiariamente, os regulamentos do órgão ou
instituição responsável.
DECORRIDO 1 ANO, poderá ser o mesmo bem
objeto de nova declaração.
54
§ 2º Poderá ser eleita câmara de mediação
Parágrafo único. EXTINGUE-SE EM 5 ANOS o criada pelo poder público, nos termos do art. 32
direito de propor ação que vise a indenização por da Lei nº 13.140, de 26 de junho de 2015.
restrições decorrentes de atos do Poder Público.
§ 3º (VETADO).
Art. 10-A. O poder público deverá NOTIFICAR O
§ 4º A ARBITRAGEM seguirá as normas da Lei nº
PROPRIETÁRIO e APRESENTAR-LHE OFERTA DE
9.307, de 23 de setembro de 1996, e,
INDENIZAÇÃO:
subsidiariamente, os regulamentos do órgão ou
§ 1º A notificação de que trata o caput deste instituição responsável.
artigo conterá:
§ 5º (VETADO).
I - cópia do ato de declaração de utilidade
pública; Atenção: Trata-se de uma opção, ou seja, o
particular pode ou não optar pela mediação
II - planta ou descrição dos bens e suas ou pela via arbitral.
confrontações;

III - valor da oferta;

IV - informação de que o prazo para aceitar ou


rejeitar a oferta é de 15 DIAS e de que o SILÊNCIO
será considerado REJEIÇÃO;
DO PROCESSO JUDICIAL Art. 13. A PETIÇÃO INICIAL, além dos requisitos
previstos no Código de Processo Civil, conterá a
Art. 11. A ação, quando a UNIÃO FOR AUTORA, oferta do preço e será instruída com um
será proposta no Distrito Federal ou no foro da exemplar do contrato, ou do jornal oficial que
Capital do Estado onde for domiciliado o réu, houver publicado o decreto de desapropriação,
perante o juízo privativo, se houver; sendo ou cópia autenticada dos mesmos, e a planta ou
OUTRO O AUTOR, no foro da situação dos bens. descrição dos bens e suas confrontações.
Nos termos do art. 47 do CPC/2015, a
Parágrafo único. Sendo o valor da causa igual ou
competência é absoluta e do foro da
IMÓVEL inferior a dois contos de réis (moeda da época),
situação da coisa, ainda que a União
figure como parte, não se aplicando o dispensam-se os autos suplementares.
disposto no art. 11 do Decreto-Lei
Art. 14. Ao despachar a inicial, o juiz designará
3.365/1941, conforme entendimento
firme do STJ (REsp 307535/SP,Rel. um perito de sua livre escolha, sempre que
Min. FRANCISCO FALCÃO, DJ possível, técnico, para proceder à avaliação dos
13.05.2002; AgRg no REsp 464392/DF, bens.
Rel. Min. DENISE ARRUDA, DJ
03.05.2004 e REsp 6375/PR, Rel. Min. Parágrafo único. O autor e o réu poderão indicar
CÉSAR ASFOR ROCHA, DJ de assistente técnico do perito.
22.11.1993).
Art. 15. Se o expropriante alegar URGÊNCIA e
Incide normalmente o referido art. 11 DEPOSITAR quantia arbitrada de conformidade 55
(e arts. 51 e 52, “caput”, do
MÓVEL com o art. 685 do Código de Processo Civil, o juiz
CPC/2015), devendo a ação ser
mandará imiti-lo provisoriamente na posse dos
proposta no foro do domicílio do réu.
bens;

Art. 12. Somente os juízes que tiverem garantia Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 2.786, de
de vitaliciedade, inamovibilidade e 1956)
irredutibilidade de vencimentos poderão
conhecer dos processos de desapropriação. § 1º A imissão provisória poderá ser feita,
INDEPENDENTE da CITAÇÃO do réu, mediante o
DEPÓSITO:
Para o STJ, houve REVOGAÇÃO TÁCITA do
presente artigo em razão da alteração da a) do preço oferecido, se este for superior a 20
redação do artigo art. 22, § 2º, da LC 35/79, VEZES o valor locativo, caso o imóvel esteja
já que “os juízes substitutos, que ainda não sujeito ao imposto predial;
haja adquirido a vitaliciedade, passaram a
poder praticar todos os atos reservados aos b) da quantia correspondente a 20 VEZES o valor
juízes vitalícios, inclusive o conhecimento dos locativo, estando o imóvel sujeito ao imposto
processos de desapropriação” (STJ, 1º Turma, predial e sendo menor o preço oferecido;
REsp 41922 PR 1993/0035240-7, Rel.
Ministro Demócrito Reinaldo, j. em c) do valor cadastral do imóvel, para fins de
01/09/1998). lançamento do imposto territorial, urbano ou
rural, caso o referido valor tenha sido atualizado
no ano fiscal imediatamente anterior;
d) não tendo havido a atualização a que se refere § 3º O disposto no caput deste artigo aplica-se
o inciso c, o juiz fixará independente de também às ações ordinárias de indenização por
avaliação, a importância do depósito, tendo em APOSSAMENTO ADMINISTRATIVO ou
vista a época em que houver sido fixado DESAPROPRIAÇÃO INDIRETA, bem assim às
originalmente o valor cadastral e a valorização ações que visem a indenização por restrições
ou desvalorização posterior do imóvel. decorrentes de atos do Poder Público, em
especial aqueles destinados à proteção
§ 2º A alegação de URGÊNCIA, que NÃO poderá ambiental, incidindo os juros sobre o valor fixado
ser renovada, obrigará o expropriante a na sentença.
requerer a imissão provisória dentro do prazo
improrrogável de 120 DIAS. § 4º Nas ações referidas no § 3o, não será o
Poder Público onerado por juros compensatórios
§ 3º Excedido o prazo fixado no parágrafo relativos ao período anterior à aquisição da
anterior NÃO será concedida a imissão propriedade ou posse titulada pelo autor da
provisória. ação. (declaração de inconstitucionalidade - ADI
2332/DF)
§ 4º A imissão provisória na posse será
registrada no registro de imóveis competente. Art. 15-B Nas ações a que se refere o art. 15-A, os
juros moratórios destinam-se a recompor a
Art. 15-A No caso de imissão prévia na posse, na
perda decorrente do atraso no efetivo
desapropriação por necessidade ou utilidade
pública e interesse social, inclusive para fins de
pagamento da indenização fixada na decisão
final de mérito, e somente serão devidos à razão
56
reforma agrária, havendo divergência entre o
de até 6% AO ANO, a partir de 1o de janeiro do
preço ofertado em juízo e o valor do bem, fixado
exercício seguinte àquele em que o pagamento
na sentença, expressos em termos reais,
deveria ser feito, nos termos do art. 100 da
INCIDIRÃO JUROS COMPENSATÓRIOS de até
Constituição. (Sobre os índices de correção
(declaração de inconstitucionalidade da expressão
monetária e juros de mora, vide: STJ. 1ª Seção.
“até” - ADI 2332/DF) 6% AO ANO (declaração de
REsp 1495146-MG, Rel. Min. Mauro Campbell
constitucionalidade do percentual de juros
Marques, julgado em 22/02/2018 - recurso
compensatórios no patamar fixo de 6% ao ano )
repetitivo - Info 620)
sobre o valor da diferença eventualmente
apurada, a contar da imissão na posse, vedado o Art. 16. A CITAÇÃO far-se-á POR MANDADO na
cálculo de juros compostos. (incidirão juros pessoa do proprietário dos bens; a do marido
compensatórios sobre a diferença entre 80% do dispensa a da mulher; a de um sócio, ou
preço ofertado em juízo pelo ente público e o valor administrador, a dos demais, quando o bem
do bem fixado na sentença - ADI 2332/DF). pertencer a sociedade; a do administrador da coisa
no caso de condomínio, exceto o de edifício de
§ 1º Os juros compensatórios destinam-se,
apartamento constituindo cada um propriedade
apenas, a compensar a perda de renda
autônoma, a dos demais condôminos e a do
comprovadamente sofrida pelo proprietário.
inventariante, e, se não houver, a do cônjuge,
§ 2º NÃO serão devidos juros compensatórios herdeiro, ou legatário, detentor da herança, a dos
quando o imóvel possuir graus de utilização da demais interessados, quando o bem pertencer a
terra e de eficiência na exploração iguais a zero. espólio.
Parágrafo único. Quando não encontrar o citando, investidura do curador à lide poderão ser
mas ciente de que se encontra no território da ratificados ou impugnados por ele, ou pelo
jurisdição do juiz, o oficial portador do mandado representante do espólio, ou do incapaz.
marcará desde logo hora certa para a citação, ao
fim de 48 HORAS, independentemente de nova Art. 22. Havendo concordância sobre o preço, o
diligência ou despacho. juiz o homologará por sentença no despacho
saneador.
Atenção: o art. 16 do Decreto-Lei 3365/41 é
Art. 23. Findo o prazo para a contestação e não
norma específica em relação ao art. 73, §1º, I havendo concordância expressa quanto ao
do Código de Processo Civil, que é norma geral. preço, o perito apresentará o laudo em cartório
Logo, em desapropriação, não há necessidade até 5 DIAS, pelo menos, antes da audiência de
de tanto o réu como o seu cônjuge sejam instrução e julgamento.
citados, na medida em que a citação do marido
dispensa a da mulher. (STJ. 2ª Turma. REsp §1º O perito poderá requisitar das autoridades
1404085-CE, Rel. Min. Herman Benjamin, públicas os esclarecimentos ou documentos que
julgado em 5/8/2014 - Info 547). se tornarem necessários à elaboração do laudo,
e deverá indicar nele, entre outras circunstâncias
Art. 17. Quando a ação não for proposta no foro do atendíveis para a fixação da indenização, as
domicílio ou da residência do réu, a CITAÇÃO far- enumeradas no art. 27. Ser-lhe-ão abonadas,
se-á por PRECATÓRIA, se o mesmo estiver em
lugar certo, fora do território da jurisdição do juiz.
como custas, as despesas com certidões e, a
arbítrio do juiz, as de outros documentos que
57
juntar ao laudo.
Art. 18. A CITAÇÃO far-se-á POR EDITAL se o
citando não for conhecido, ou estiver em lugar § 2º Antes de proferido o despacho saneador,
ignorado, incerto ou inacessível, ou, ainda, no
poderá o perito solicitar prazo especial para
estrangeiro, o que dois oficiais do juízo apresentação do laudo.
certificarão.
Art. 24. Na audiência de instrução e julgamento
Art. 19. Feita a citação, a causa seguirá com o rito proceder-se-á na conformidade do Código de
ordinário. Processo Civil. Encerrado o debate, o juiz
proferirá sentença fixando o preço da
Art. 20. A CONTESTAÇÃO SÓ PODERÁ VERSAR
indenização.
sobre vício do processo judicial ou impugnação
do preço; qualquer outra questão deverá ser Parágrafo único. Se não se julgar habilitado a
decidida por ação direta. decidir, o juiz designará desde logo outra
audiência que se realizará dentro de 10 DIAS
Art. 21. A instância NÃO se interrompe. No caso
afim de publicar a sentença.
de falecimento do réu, ou perda de sua
capacidade civil, o juiz, logo que disso tenha Art. 25. O principal e os acessórios serão
conhecimento, nomeará curador à lide, até que computados em parcelas autônomas.
se lhe habilite o interessado.
Parágrafo único. O juiz poderá arbitrar quantia
Parágrafo único. Os atos praticados da data do módica para desmonte e transporte de
falecimento ou perda da capacidade à maquinismos instalados e em funcionamento.
Art. 26. No valor da indenização, que será §2º A transmissão da propriedade, decorrente
contemporâneo da avaliação, NÃO se incluirão de desapropriação amigável ou judicial, NÃO
os direitos de terceiros contra o expropriado. ficará sujeita ao imposto de lucro imobiliário.

§ 1º Serão atendidas as benfeitorias § 3º O disposto no § 1o deste artigo se aplica:


NECESSÁRIAS feitas APÓS a desapropriação; as
ÚTEIS, quando feitas com AUTORIZAÇÃO do I - ao procedimento contraditório especial, de
expropriante. rito sumário, para o processo de desapropriação
de imóvel rural, por interesse social, para fins de
§ 2º Decorrido prazo superior a 1 ANO a partir da reforma agrária;
avaliação, o Juiz ou Tribunal, antes da decisão
final, determinará a correção monetária do valor II - às ações de indenização por apossamento
apurado, conforme índice que será fixado, administrativo ou desapropriação indireta.
trimestralmente, pela Secretaria de
§ 4º O valor a que se refere o § 1o será
Planejamento da Presidência da República.
atualizado, a partir de maio de 2000, no dia 1o
Segundo o STJ, o valor da indenização deve de janeiro de cada ano, com base na variação
ser contemporâneo ao momento da acumulada do Índice de Preços ao Consumidor
AVALIAÇÃO JUDICIAL e não da avaliação Amplo - IPCA do respectivo período.
administrativa. (STJ. 2ª Turma. AgRg no REsp
Art. 28. Da sentença que fixar o preço da
1.459.124-CE, Rel. Min. Herman Benjamin,
18/9/2014 Info 549).
indenização caberá APELAÇÃO com EFEITO 58
SIMPLESMENTE DEVOLUTIVO, quando interposta
pelo expropriado, e com AMBOS OS EFEITOS,
Art. 27. O juiz indicará na sentença os fatos que quando o for pelo expropriante.
motivaram o seu convencimento e deverá
atender, especialmente, à estimação dos bens § 1º A sentença que condenar a Fazenda Pública
para efeitos fiscais; ao preço de aquisição e em quantia superior ao dobro da oferecida fica
interesse que deles aufere o proprietário; à sua sujeita ao duplo grau de jurisdição.
situação, estado de conservação e segurança; ao
valor venal dos da mesma espécie, nos últimos § 2º Nas causas de valor igual ou inferior a dois
cinco anos, e à valorização ou depreciação de contos de réis (2:000$0), observar-se-á o
área remanescente, pertencente ao réu. disposto no art. 839 do Código de Processo Civil.

§1º A sentença que fixar o valor da indenização Art. 29. Efetuado o pagamento ou a
quando este for superior ao preço oferecido consignação, expedir-se-á, em favor do
condenará o desapropriante a pagar honorários do expropriante, MANDADO de imissão de posse,
advogado, que serão fixados entre 0,5% e 5% do valendo a sentença como TÍTULO HÁBIL PARA A
valor da diferença, observado o disposto no § 4o TRANSCRIÇÃO no registro de imóveis.
do art. 20 do Código de Processo Civil, não
Art. 30. As CUSTAS serão pagas pelo autor se o
podendo os honorários ultrapassar R$ 151.000,00
réu aceitar o preço oferecido; em caso contrário,
(cento e cinqüenta e um mil reais) (Declaração de
pelo vencido, ou em proporção, na forma da lei.
inconstitucionalidade - ADI 2332/DF).
Atenção: É possível a desistência da § 3º A discussão acerca dos valores inscritos ou
desapropriação a qualquer tempo, mesmo executados será realizada em ação própria.
após o trânsito em julgado, desde que:
a) ainda não tenha havido o pagamento Art. 33. O depósito do preço fixado por sentença,
integral do preço (pois nessa hipótese já à disposição do juiz da causa, É CONSIDERADO
terá se consolidado a transferência da pagamento prévio da indenização.
propriedade do expropriado para o
expropriante); e § 1º O depósito far-se-á no Banco do Brasil ou,
b) o imóvel possa ser devolvido sem que onde este não tiver agência, em estabelecimento
ele tenha sido alterado de forma bancário acreditado, a critério do juiz.
substancial (que impeça sua utilização
como antes era possível). § 2º O desapropriado, ainda que discorde do preço
É ônus do expropriado provar a existência oferecido, do arbitrado ou do fixado pela sentença,
de fato impeditivo do direito de poderá LEVANTAR até 80% DO DEPÓSITO feito
desistência da desapropriação. (STJ. 2ª para o fim previsto neste e no art. 15, observado o
Turma. REsp 1368773-MS, Rel. Min. Og processo estabelecido no art. 34.
Fernandes, Rel. para acórdão Min. Herman
Benjamin, julgado em 6/12/2016 - Info Art. 34. O levantamento do preço será deferido
596). mediante prova de propriedade, de quitação de
dívidas fiscais que recaiam sobre o bem
DISPOSIÇÕES FINAIS
expropriado, e publicação de editais, com o prazo
Art. 31. Ficam sub-rogados no preço quaisquer de 10 DIAS, para conhecimento de terceiros. 59
ônus ou direitos que recaiam sobre o bem
Parágrafo único. Se o juiz verificar que há
expropriado.
DÚVIDA FUNDADA sobre o domínio, o preço
ficará em depósito, ressalvada aos interessados
Atenção: O ente desapropriante não
a ação própria para disputá-lo.
responde por tributos incidentes sobre o
imóvel desapropriado nas hipóteses em que Art. 34-A. Se houver CONCORDÂNCIA, reduzida
o período de ocorrência dos fatos geradores a termo, do expropriado, a decisão concessiva da
é anterior ao ato de aquisição originária da imissão provisória na posse implicará a
propriedade. (STJ. 2ª Turma. REsp 1668058- aquisição da propriedade pelo expropriante
ES, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, com o consequente registro da propriedade na
julgado em 8/6/2017 - Info 606). matrícula do imóvel.

Art. 32. O pagamento do preço será prévio e em § 1º A concordância escrita do expropriado NÃO
dinheiro. implica renúncia ao seu direito de questionar o
preço ofertado em juízo.
§ 1º As dívidas fiscais serão deduzidas dos
valores depositados, quando inscritas e § 2º Na hipótese deste artigo, o expropriado
ajuizadas. poderá levantar 100% DO DEPÓSITO de que
trata o art. 33 deste Decreto-Lei.
§ 2º Incluem-se na disposição prevista no § 1o as
multas decorrentes de inadimplemento e de § 3º Do valor a ser levantado pelo expropriado
obrigações fiscais. devem ser deduzidos os valores dispostos nos §§
1º e 2º do art. 32 deste Decreto-Lei, bem como, Art. 36. É permitida a OCUPAÇÃO TEMPORÁRIA,
a critério do juiz, aqueles tidos como necessários que será indenizada, afinal, por ação própria, de
para o custeio das despesas processuais. terrenos não edificados, vizinhos às obras e
necessários à sua realização. O expropriante
Art. 35. Os bens expropriados, uma vez prestará caução, quando exigida.
incorporados à Fazenda Pública, NÃO podem ser
objeto de reivindicação, ainda que fundada em Art. 37. Aquele cujo bem for prejudicado
nulidade do processo de desapropriação. Qualquer extraordinariamente em sua destinação
ação, julgada procedente, resolver-se-á em perdas econômica pela desapropriação de ÁREAS
e danos. (Desapropriação Indireta) CONTÍGUAS terá direito a reclamar perdas e
danos do expropriante.
Desapropriação Indireta ou Apossamento
Administrativo: ocorre quando o Poder Art. 38. O réu responderá perante terceiros, e
Público se apropria de um bem particular sem por ação própria, pela omissão ou sonegação de
o respeito ao devido processo legal quaisquer informações que possam interessar à
(formalidades previstas em lei), tal como a marcha do processo ou ao recebimento da
declaração de interesse e a prévia indenização.
indenização. Em outras palavras, trata-se de
um esbulho possessório. Art. 39. A ação de desapropriação pode ser
proposta durante as férias forenses, e NÃO se
PRAZO da ação de desapropriação indireta interrompe pela superveniência destas.
60
Regra Exceção Art. 40. O expropriante poderá constituir
Se feitas obras ou Se inexistem obras ou SERVIDÕES, mediante indenização na forma
serviços públicos no serviços públicos no desta lei.
local local
10 anos 15 anos Art. 41. As disposições desta lei aplicam-se aos
Art. 1.238, parágrafo Art. 1.238 do Código processos de desapropriação em curso, não se
único, do Código Civil Civil
permitindo depois de sua vigência outros termos
Atenção: superada a Súmula 119 do STJ, e atos além dos por ela admitidos, nem o seu
baseada no Código Civil de 1916.
processamento por forma diversa da que por ela
Súmula 119-STJ: A ação de desapropriação
indireta prescreve em vinte anos. é regulada.

Art. 42. No que esta lei for omissa aplica-se o


Atenção: Não configura desapropriação Código de Processo Civil.
indireta quando o Estado se limita a realizar
serviços públicos de infraestrutura em gleba Art. 43. Esta lei entrará em vigor 10 dias depois
cuja invasão por particulares apresenta de publicada, no Distrito Federal, e 30 dias no
situação consolidada e irreversível. (STJ. 2ª Estados e Território do Acre, revogadas as
Turma. REsp 1.770.001-AM, Rel. Min. Mauro disposições em contrário.
Campbell Marques, julgado em 05/11/2019 -
Info 660).
6.2 Artigos exigidos em provas de magistratura

Provas objetivas de Magistratura Estadual (a partir de 2010)


em que os artigos estudados foram exigidos.

DECRETO-LEI Nº 3.365, DE 21 DE JUNHO DE 1941


(DESAPROPRIAÇÃO).

Art. 2º TJ-PI, 2011 (CEBRASPE)

Art. 5º TJ-RO, 2010 (PUC-PR)

Art. 6º TJ-AC, 2011 (CEBRASPE)

Art. 9º TJ-RO, 2010 (PUC-PR)

Art. 12 TJ-CE, FCC (2014)

Art. 15 TJ-AL, FCC (2015) 61


Art. 15-A TJ-RO, 2010 (PUC-PR)

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