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Autor:
Fabiano Pereira
15 de Julho de 2022
Sumário
APRESENTAÇÃO ...................................................................................................................................... 3
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TSE (Analista Judiciário) Passo Estratégico de Direito Eleitoral - 2022 (Pré-Edital)
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APRESENTAÇÃO
Olá!
A aula de hoje será bem sucinta , pois abordaremos um tema que não é cobrado com muita
frequência em provas de concursos públicos: conceito, fontes e princípios do Direito Eleitoral.
Apesar da pequena quantidade de questões, destaco que você não pode deixar o assunto de
lado, pois o nosso objetivo é GABARITAR a prova. Ademais, não há dúvidas de que uma questão
extra que você erra pode representar muitas posições na classificação final e não podemos correr
esse risco.
Caso você ainda tenha alguma dúvida sobre a organização ou funcionamento do curso, fique à
vontade para esclarecê-las por meio das minhas redes sociais ou do fórum do aluno:
https://www.youtube.com/channel/UC1YEcia-RD3icTwWx5ZBjzw
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof
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ANÁLISE ESTATÍSTICA
A fim de que você possa se preparar com mais eficiência e garantir o maior número possível
de acertos no dia da prova, nada mais coerente do que estudar o estilo da banca examinadora.
Entretanto, conforme afirmei nas aulas anteriores, ainda não sabemos qual será a banca
examinadora do Concurso Unificado que será organizado pelo Tribunal Superior Eleitoral.
Diante disso, optei por fazer a análise estatística levando em consideração as principais
bancas que organizam concursos públicos no Brasil, pois, assim, podemos nos preparar para
qualquer situação provável no concurso unificado.
Atenção! Por se tratar de tema bastante teórico, é aconselhável que você resolva questões
de todas as bancas, pois a quantidade é bem limitada.
Professor, analisando os dados estatísticos que você apresentou acima, devo concluir que
posso dedicar um tempo bem menor para estudar esse tema? Penso que sim, mas desde que você
tenha assimilado – muito bem - as informações transmitidas nesta aula, especialmente o item
“Princípio da anualidade ou anterioridade eleitoral”.
Para revisar e ficar bem preparado no assunto “Conceito, Fontes e Princípios do Direito
Eleitoral”, você precisa, basicamente, seguir os passos a seguir:
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1. Lembre-se de que o Direito Eleitoral é um ramo que integra o Direito Público. Diante disso,
caso você se depare com alguma questão de prova informando que essa disciplina faz parte do
Direito Privado, aponte-a como incorreta!
2. As fontes do Direito Eleitoral podem ser classificadas de diferentes maneiras, mas, para fins
de concursos públicos, as mais importantes são:
2.1. Fontes Diretas e Indiretas – como fontes diretas podemos mencionar as leis e demais
normas jurídicas que versam diretamente sobre matéria eleitoral, a exemplo da Lei Complementar
64/1990, a Lei 9.096/1995 (Partidos Políticos), o Código Eleitoral, Lei 9.504/1997 (Lei das Eleições),
entre outras. De outro lado, fontes indiretas são aquelas que também podem ser utilizadas no
âmbito do processo eleitoral, porém, em caráter supletivo ou subsidiário, pois não foram criadas
com o propósito de regular especificamente o processo eleitoral. Nesse caso, podemos utilizar como
exemplo o Código de Processo Civil, o Código de Processo Penal, o Código Tributário, entre outras
leis e normas genéricas.
2.2. Fontes primárias e secundárias – fontes primárias são aquelas que extraem a sua força
normativa diretamente do texto constitucional, portanto, estão aptas a inovar no ordenamento
jurídico (criando deveres e obrigações para os particulares e Administração Pública). A título de
exemplo podemos citar as espécies legislativas contidas no art. 59 da CF/1988, mais precisamente a
lei ordinária e a lei complementar.
De outro lado, fontes secundárias têm por finalidade apenas interpretar e explicar a
legislação eleitoral, permitindo, assim, a sua eficaz aplicação ao caso em concreto. Não podem criar
deveres e obrigações para os agentes do processo eleitoral, pois essa é uma incumbência das fontes
primárias. Como exemplo de fontes secundárias podemos citar a jurisprudência e as resoluções do
TSE que são editadas com fundamento no art. 105 da Lei 9.504/1997.
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3.1. Para responder (e acertar) as questões de prova, torna-se essencial conhecer quais são
os legitimados a formular consultas perante os tribunais eleitorais:
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Autoridade com jurisdição federal ou órgão Autoridade pública (expressão mais ampla) ou
nacional de partido político. partido político.
Exemplos: Presidente da República, Exemplos: Governador de Estado, Deputado
Deputado Federal, Senador, Diretório Estadual, Deputado Distrital, Prefeito,
Nacional de Partido Político etc. Deputado Federal, Senador, Juiz Eleitoral,
Promotor Eleitoral, Diretório Regional de
Partido Político etc.
A propósito, existe uma regra no direito que diz: “quem pode o mais, também pode o
menos”. Diante disso, pode-se afirmar que se um Deputado Federal tem legitimidade para formular
uma consulta perante o Tribunal Superior Eleitoral, também pode formular perante os Tribunais
Regionais Eleitorais.
5. Por mais surpreendente que possa parecer, o tema “princípios” não é abordado com muita
frequência em questões de Direito Eleitoral. A exceção é o princípio da anterioridade ou
anualidade, que é cobrado tanto nas provas de Direito Eleitoral quanto nas provas de Direito
Constitucional, por constar expressamente no art. 16 da Constituição Federal de 1988. Entretanto,
como o nosso objetivo é GABARITAR, apresentei aqui as principais informações sobre cada princípio,
assim você pode memorizá-las e realizar as suas revisões
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o Por sua vez, caso na mesma data seja publicada uma lei proibindo a
formalização de coligações para as eleições majoritárias, apenas nas
eleições de 2024 produzirá efeitos, apesar de entrar em vigor na data de
sua publicação. É que, nesse caso, não há dúvidas de que a lei alterará o
processo eleitoral, pois causa forte impacto nas decisões partidárias e
políticas em relação ao pleito, devendo respeitar, portanto, o princípio
da anualidade eleitoral.
5.2. Princípio da lisura das eleições - o princípio da lisura das eleições ou da isonomia de
oportunidades está calcado na ideia de cidadania, de origem popular do poder e no combate à
influência do poder econômico ou político nas eleições. Para isso, o próprio texto constitucional
prevê a possibilidade de propositura de ação de impugnação de mandato eletivo em face daquele
que venceu as eleições em decorrência da prática de fraude, corrupção ou abuso de poder
econômico.
Não se preocupe em memorizar o alcance exato do princípio, pois isso não existe. O
mais importante, para responder às questões da banca, é saber que o princípio da
lisura está intimamente relacionado à exigência de que os candidatos disputem as
eleições sem desrespeitar as regras do processo eleitoral.
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5.4. Princípio da preclusão instantânea - o Código Eleitoral, em seu art. 147, § 1º, dispõe
expressamente que “a impugnação à identidade do eleitor, formulada pelos membros da mesa,
fiscais, delegados, candidatos ou qualquer eleitor, será apresentada verbalmente ou por escrito,
antes de ser o mesmo admitido a votar.”. Nesse caso, se o eleitor já tiver votado, não é possível
mais anular ou retirar o voto da urna, ocorrendo a preclusão.
Se estivermos diante de um caso no qual o eleitor A votou no lugar do eleitor B, o voto
será considerado válido e aquele responderá criminalmente pela conduta praticada,
pois consta expressamente no Código Eleitoral que a conduta de “votar em lugar de
outro eleitor” é considerada crime.
5.5. Princípio da celeridade – o art. 97-A da Lei 9.504/1997 dispõe que “nos termos do inciso
LXXVIII do art. 5º da Constituição Federal, considera-se duração razoável do processo que possa
resultar em perda de mandato eletivo o período máximo de 1 (um) ano, contado da sua
apresentação à Justiça Eleitoral”. Por sua vez, dispõe o § 1º que a duração do processo abrange a
tramitação em todas as instâncias da Justiça Eleitoral.
Muito mais do que duração razoável, conforme dispõe a CF/88, os processos que
tramitam na Justiça Eleitoral precisam ter conclusão rápida (celeridade), pois, caso
contrário, as decisões serão inócuas. De nada adianta, por exemplo, uma decisão
judicial de perda de mandato eletivo ser proferida três ou quatro anos depois de
iniciado o mandato do candidato impugnado. Isso apenas geraria mais tumulto e
colocaria em risco a credibilidade das instituições públicas.
5.6. Princípio da moralidade eleitoral - exigir que nossos representantes atuem com
moralidade significa cobrar e fiscalizar o respeito à coisa pública, ao patrimônio comum do povo.
Mais do que isso, significa exigir que cumpram as leis e os preceitos constitucionais, fugindo dos
conchavos, ajustes recíprocos, “jeitinhos” e condutas suspeitas que possam levar à prática da
corrupção.
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A Constituição Federal de 1988, em seu art. 14, § 9º, dispõe que lei complementar
estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de
proteger a probidade administrativa, a moralidade para o exercício do mandato,
considerada a vida pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições
contra a influência do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou
emprego na administração direta ou indireta.
5.7. Princípio da liberdade de propaganda política - o art. 248 do Código Eleitoral Brasileiro
dispõe que “ninguém poderá impedir a propaganda eleitoral, nem inutilizar, alterar ou perturbar os
meios lícitos nela empregados”. No mesmo sentido, também não há qualquer tipo de censura
prévia em relação aos atos de propaganda eleitoral.
APOSTA ESTRATÉGICA
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Em regra, as resoluções do
Fontes Possuem fundamento no próprio
texto da CF/88, a exemplo das TSE são fontes secundárias,
Primárias leis ordinárias e mas também podem ser
complementares que versam consideradas primárias, a
sobre matéria eleitoral. exemplo da Res. TSE
22.610/07.
Características das
Secundárias Servem para interpretar a
consultas: juiz eleitoral
legislação eleitoral, estando
nao responde;
subordinadas à lei, a
formuladas em tese; sem
exemplo da jurisprudência,
caráter vinculante;
doutrina e consultas.
insuscetíveis de recurso.
PRINCÍPIO DA
ANUALIDADE OU
ANTERIORIDADE
ELEITORAL
As resoluções editadas pelo TSE, quando Lembre-se de que a lei entrará em VIGOR
substituírem o texto legal, também na data de sua publicação, mas, a EFICÁCIA
precisarão respeitar o princípio. O mesmo na eleição seguinte à publicação,
acontece com a jurispudência do próprio dependerá da publicação com, no mínimo,
TSE. 1 ano + 1 dia de antecedência.
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QUESTÕES ESTRATÉGICAS
Nesta seção, apresentamos e comentamos uma amostra de questões objetivas selecionadas
estrategicamente: são questões com nível de dificuldade semelhante ao que você deve esperar para
a sua prova e que, em conjunto, abordam os principais pontos do assunto.
A ideia, aqui, não é que você fixe o conteúdo por meio de uma bateria extensa de questões,
mas que você faça uma boa revisão global do assunto a partir de, relativamente, poucas questões.
Comentários:
a) Os principais doutrinadores brasileiros não costumam fazer referência à existência de um
princípio da legalidade eleitoral. Em termos gerais, pode-se afirmar que esse princípio ensejaria a
obrigatoriedade de que todos os participantes do processo eleitoral se submetessem aos mandos
da legislação eleitoral. Enunciado incorreto!
b) O princípio da celeridade eleitoral impõe que os julgamentos da Justiça Eleitoral sejam rápidos,
evitando-se demoras injustificadas e que podem trazer graves transtornos para a sociedade. A Lei
9.504/1997, por exemplo, em seu art. 97-A, dispõe que “nos termos do inciso LXXVIII do art. 5º da
Constituição Federal, considera-se duração razoável do processo que possa resultar em perda de
mandato eletivo o período máximo de 1 (um) ano, contado da sua apresentação à Justiça Eleitoral”.
Enunciado incorreto!
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b) A legislação eleitoral possui vigência imediata, não se submetendo ao prazo de vacatio legis.
Todavia, apenas produzirá efeitos na eleição que ocorra logo após o início de sua vigência se tiver
sido publicada, no mínimo, um ano e um dia antes do pleito. Enunciado correto!
c) O princípio da anualidade eleitoral encontra-se insculpido expressamente no art. 16 da
Constituição Federal de 1988, ao dispor que “a lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor
na data de sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até um ano da data de sua
vigência”. Enunciado incorreto!
d) Não há necessidade de ponderação (análise do caso em concreto para verificar eventual colisão
com outros princípios). A incidência do princípio da anualidade é obrigatória em relação a todas as
leis (em sentido amplo) que alterem o processo eleitoral. Enunciado incorreto!
Gabarito: “b”.
Comentários:
a) Não há dúvidas de que a doutrina também é fonte do Direito Eleitoral. Todavia, apresenta-se
como fonte indireta e secundária e não direta. Enunciado incorreto!
b) As resoluções, que são atos normativos editados pelo Tribunal Superior Eleitoral (ou TRE´s),
podem ser consideradas fontes diretas do Direito Eleitoral, pois tratam especificamente do Direito
Eleitoral (substituindo a lei em casos excepcionais). Pelo menos esse é o entendimento da Fundação
Carlos Chagas. Enunciado correto!
c) No enunciado em análise, constata-se que a Fundação Carlos Chagas assumiu o entendimento de
que as leis estaduais não são fonte do Direito Eleitoral. Todavia, esqueceu a banca da previsão
contida no art. 22, parágrafo único, da CF/1988, que é clara ao dispor que lei complementar poderá
autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas das matérias que são de competência
privativa da União, a exemplo do Direito Eleitoral”. Desse modo, em caráter excepcional, é possível
que nos deparemos com uma lei eleitoral estadual (mas parece que a FCC entende que não!). O
mais justo seria a anulação da questão, o que não aconteceu! Enunciado incorreto!
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d) Os municípios realmente não possuem competência para legislar sobre o Direito Eleitoral,
portanto, as leis municipais não podem ser consideradas fontes diretas. Enunciado incorreto!
e) Os julgados que compõem a jurisprudência dos Tribunais Eleitorais são fontes do Direito Eleitoral,
porém, indiretas e secundárias. Enunciado incorreto!
Gabarito: “b”.
Comentários:
a) Não há dúvidas de que as resoluções são fontes do Direito Eleitoral. A divergência reside em
relação à classificação das resoluções como fontes primárias ou secundárias. Para fins de concursos
públicos, penso que a melhor orientação é no sentido de que as resoluções podem ser fontes
primárias, em caráter excepcional, a exemplo do que ocorre com a Resolução TSE nº 22.610/2007
(que trata da perda de mandato eletivo por infidelidade partidária), e também fontes secundárias
(como regra geral). Não é a resposta da questão!
b) Os julgados que compõem a jurisprudência dos Tribunais Eleitorais são fontes indiretas e
secundárias do Direito Eleitoral. Não é a resposta da questão!
c) Aqui a Fundação Carlos Chagas reforça o seu posicionamento de que as leis estaduais não são
fontes do Direito Eleitoral, contrariando o art. 22, parágrafo único, da CF/1988, que é expresso ao
dispor que lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas das
matérias que são de competência privativa da União, a exemplo do Direito Eleitoral”. Desse modo,
em caráter excepcional, é possível que nos deparemos com uma lei eleitoral estadual (mas parece
que a FCC entende que não!). O mais justo seria a anulação da questão, o que não aconteceu! Esta
alternativa é a resposta da questão!
d) A Constituição Federal de 1988 é a fonte primordial do Direito Eleitoral e de todos os demais
ramos do Direito. Não é a resposta da questão!
e) É óbvio que várias leis federais são fontes indiretas do Direito Eleitoral, a exemplo do Código de
Processo Civil, Código de Processo Penal, Código Penal, entre outras. Não é a resposta da questão!
Gabarito: “c”.
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b) Perceba que o enunciado está se referindo ao art. 105 da Lei 9.504/1997, pois afirma que não há
limitação temporal para a edição da resolução. Nesse caso, pode-se concluir que a banca está
considerando a resolução como ato normativo de natureza secundária. Todavia, o art. 105 é claro
ao dispor que tais resoluções apenas podem ser expedidas até o dia 05 de março do ano eleitoral.
Enunciado incorreto!
c) Levando-se em consideração que a questão versa sobre o art. 105 da Lei 9.504/1997, pode-se
chegar a três conclusões: 1ª – nesse caso, o TSE exerce função normativa de natureza secundária;
2ª – o prazo limite para a edição de tais resoluções é o dia 05 de março do ano eleitoral; 3ª – as
resoluções expedidas com fundamento no art. 105 da Lei 9.504/1997 não estão obrigadas a respeitar
o princípio da anualidade eleitoral. Enunciado incorreto!
d) Ao expedir resoluções com fundamento no art. 105 da Lei 9.504/1997, o Tribunal Superior
Eleitoral se restringe a explicar e detalhar o texto da legislação eleitoral, permitindo, assim, que seja
aplicada de maneira mais eficaz. Enunciado correto!
e) As resoluções expedidas pelo Tribunal Superior Eleitoral, com fundamento no art. 105, não
inovam no ordenamento jurídico e possuem natureza de ato normativo secundário. Enunciado
incorreto!
Gabarito: “d”.
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Comentários:
a) Para José Jairo Gomes, o Direito Eleitoral é o ramo do Direito Público cujo objeto são os institutos,
as normas e os procedimentos regularizadores dos direitos políticos. Normatiza o exercício do
sufrágio com vistas à concretização da soberania popular. Enunciado incorreto!
b) Dentre outras coisas, um dos objetos do Direito Eleitoral é regulamentar o processo de registro
de candidaturas a cargos eletivos, previsto atualmente na Lei 9.504/1997. Enunciado correto!
c) Não há dúvidas de que as regras para a escolha dos governantes estão previstas no âmbito do
Direito Eleitoral, principalmente nas leis 9.504/1997 e 4.737/65 (Código Eleitoral). Enunciado
correto!
d) A Constituição Federal de 1988, em seu art. 22, I, dispõe expressamente que compete
privativamente à União legislar sobre: “I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral,
agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho”. Enunciado correto!
Gabarito: “a”.
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Comentários:
a) O art. 14, § 9º, da Constituição Federal de 1988, prevê expressamente que “lei complementar
estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de proteger a
probidade administrativa, a moralidade para exercício de mandato considerada vida pregressa do
candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico ou
o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou indireta”. Enunciado
correto!
b) A Constituição Federal de 1988, em seu art. 22, I, dispõe expressamente que compete
privativamente à União legislar sobre: “I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral,
agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho”. A propósito, o órgão da União que tem
prerrogativa de criar leis é o Congresso Nacional, constituído pela Câmara dos Deputados e Senado
Federal. Enunciado correto!
c) Cuidado com a pegadinha! A Lei dos Partidos Políticos não define a estrutura interna, organização
e o funcionamento dos partidos. Essa é uma garantia assegurada aos próprios partidos políticos,
por meio de seus respectivos estatutos. Enunciado incorreto!
d) A Lei Complementar 64/1990, em seu art. 1º, I, f), considera inelegíveis os que forem declarados
indignos do oficialato, ou com ele incompatíveis, pelo prazo de 8 (oito) anos. Enunciado correto!
e) O Código Eleitoral, em seu art. 23, IX, dispõe expressamente que compete ao Tribunal Superior
Eleitoral “expedir as instruções que julgar convenientes à execução deste Código”. Enunciado
correto!
Gabarito: “c”.
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Comentários:
Eis aqui mais uma questão abordando o art. 16 da Constituição Federal de 1988. De todos os
princípios do Direito Eleitoral, sem sombra de dúvidas, o da anualidade eleitoral é o mais cobrado
em provas de concursos públicos!
a) Ao responder às questões de prova, lembre-se de que as resoluções que se limitam a
regulamentar o processo eleitoral, portanto, com natureza secundária (Lei 9.504/1997, art. 105),
não precisam observar o princípio da anualidade eleitoral. Enunciado incorreto!
b) Cuidado com a “pegadinha”! Se a lei altera o processo eleitoral, não há impedimento para que
seja aplicada (produza efeitos) na eleição seguinte ao início de sua vigência, desde que respeite o
princípio da anualidade eleitoral. Enunciado incorreto!
c) O art. 16 da Constituição Federal de 1988 dispõe que “a lei que alterar o processo eleitoral entrará
em vigor na data de sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até um ano da data de
sua vigência”. Enunciado correto!
d) Tanto a lei quanto a resolução, ainda que alterem o processo eleitoral, realmente entrarão em
vigor na data da publicação. Todavia, se forem publicadas com um ano e um dia de antecedência da
eleição seguinte à respectiva publicação, produzirão todos os seus efeitos no pleito que ocorrerá no
exercício seguinte (ano seguinte). Enunciado incorreto!
Gabarito: “c”.
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São questões um pouco mais desafiadoras, porque a redação de seu enunciado não ajuda na
sua resolução, como ocorre nas clássicas questões objetivas.
Além disso, as questões objetivas, em regra, abordam pontos isolados de um dado assunto.
Assim, ao resolver várias questões objetivas, o candidato acaba memorizando pontos isolados do
conteúdo, mas muitas vezes acaba não entendendo como esses pontos se conectam.
Diante disso, buscaremos, na medida do possível, apresentar questões subjetivas que ajudem
você a conectar melhor os diversos pontos do conteúdo.
É importante frisar que não estamos adentrando em um nível de profundidade maior que o
exigido na sua prova, mas apenas permitindo que você compreenda melhor o assunto de modo a
facilitar a resolução de questões objetivas típicas de concursos, ok?
PERGUNTAS
2. Doquinha, Deputado Federal eleito pelo Estado do Rio de Janeiro, formulou consulta perante o
Tribunal Regional Eleitoral com o propósito de esclarecer dúvida acerca da interpretação de
dispositivo do Código Eleitoral. Ao analisar a consulta, o TRE-RJ deixou de respondê-la sob a
alegação de que o Deputado Federal não teria legitimidade para formulá-la. Levando-se em
consideração apenas as informações contidas no enunciado, pode-se afirmar que agiu
corretamente o TRE-RJ? Explique.
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4. Com a finalidade de criar regras específicas para as eleições municipais que irão ocorrer no
Estado do Pará, o Governador enviou projeto de lei ordinária para a Assembleia Legislativa
propondo que, nas eleições para Prefeitos em Municípios com mais de 200.000 eleitores, os
candidatos fossem autorizados a realizar comícios até a véspera das eleições (sábado).
Inconformado com a proposição legislativa, um dos Deputados Estaduais afirmou que o mais
conveniente seria atribuir tal decisão a cada município paraense, preservando-se, assim, a
autonomia política assegurada no texto constitucional. Diante de todo o conteúdo exposto,
comente sobre a iniciativa legislativa apresentada pelo Governador e também sobre a
manifestação do deputado, apresentando eventuais inconsistências jurídicas.
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Inicialmente, destaca-se que o enunciado afirmou que a finalidade da resolução era apenas detalhar
e explicar o texto da Lei 9.504/1997. Nesse caso, pode-se concluir que a resolução foi editada com
fundamento no art. 105 da Lei das Eleições, possuindo status de ato normativo secundário. Diante
disso, tal resolução não pode ser objeto de ação direta de inconstitucionalidade, pois se trata de ato
que, antes de supostamente desrespeitar a CF/88, fatalmente terá desrespeitado a lei.
Ademais, destaca-se ainda que a resolução impugnada não precisa respeitar o princípio da
anualidade eleitoral, pois não pode ser considerada “lei em sentido material” (na verdade, é ato
abaixo da lei) e não alterou o processo eleitoral.
2. Doquinha, Deputado Federal eleito pelo Estado do Rio de Janeiro, formulou consulta perante o
Tribunal Regional Eleitoral com o propósito de esclarecer dúvida acerca da interpretação de
dispositivo do Código Eleitoral. Ao analisar a consulta, o TRE-RJ deixou de respondê-la sob a
alegação de que o Deputado Federal não teria legitimidade para formulá-la. Levando-se em
consideração apenas as informações contidas no enunciado, pode-se afirmar que agiu
corretamente o TRE-RJ? Explique.
A princípio, o Deputado Federal possui legitimidade para propor consulta perante o Tribunal
Superior Eleitoral, por se tratar de autoridade com jurisdição federal. Entretanto, o entendimento
que deve ser levado para as provas de concursos públicos é no sentido de que todas as autoridades
que podem propor consulta perante o TSE também possuem legitimidade para propor perante o
respectivo Tribunal Regional Eleitoral.
A CF/88, em seu art. 16, dispõe que “a lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data
de sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até um ano da data de sua vigência”.
Analisando-se o dispositivo constitucional, pode-se chegar às seguintes conclusões:
1ª – O início de vigência e eficácia da lei eleitoral (que não altera o processo eleitoral) ocorre com a
sua publicação. Desse modo, conclui-se que a lei eleitoral não precisa cumprir qualquer prazo de
vacatio legis;
2ª – Apenas a lei que alterar o processo eleitoral precisará cumprir o princípio da anualidade
eleitoral, caso o desejado seja que produza efeitos nas eleições que ocorram logo após a sua
publicação.
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Diante de tudo o que afirmei, percebe que o professor universitário não estudou pelo nosso curso
de Direito Eleitoral e precisa se atualizar...
4. Com a finalidade de criar regras específicas para as eleições municipais que irão ocorrer no
Estado do Pará, o Governador enviou projeto de lei ordinária para a Assembleia Legislativa
propondo que, nas eleições para Prefeitos em Municípios com mais de 200.000 eleitores, os
candidatos fossem autorizados a realizar comícios até a véspera das eleições (sábado).
Inconformado com a proposição legislativa, um dos Deputados Estaduais afirmou que o mais
conveniente seria atribuir tal decisão a cada município paraense, preservando-se, assim, a
autonomia política assegurada no texto constitucional. Diante de todo o conteúdo exposto,
comente sobre a iniciativa legislativa apresentada pelo Governador e também sobre a
manifestação do deputado, apresentando eventuais inconsistências jurídicas.
Primeiramente, deve ficar claro que compete à União legislar sobre Direito Eleitoral. Por sua vez,
dispõe o parágrafo único, art. 23, da CF/88, que lei complementar poderá autorizar os Estados a
legislar sobre questões específicas das matérias relacionadas ao Direito Eleitoral. Levando-se em
consideração que não há qualquer informação, no enunciado, sobre a criação da mencionada lei
complementar, os Estados não podem legislar sobre o tema.
Em relação à manifestação do deputado, não possui qualquer consistência jurídica, pois apenas os
Estados, mediante autorização concedida por lei complementar, poderiam legislar sobre Direito
Eleitoral.
Ao responder às questões de prova, lembre-se de que o Direito Eleitoral possui um conjunto próprio
de leis, que disciplinarão todo o processo eleitoral. Diante disso, o Juiz Eleitoral deveria ter concedido
o prazo de quarenta e oito horas para defesa, pois é o que consta no art. 96, § 5º, da Lei 9.504/1997.
Ainda que apresente prazo mais benéfico para o candidato, o Código de Processo Civil e demais leis
que não estão inseridas na seara eleitoral, apenas podem ser utilizadas pelo Juiz Eleitoral em caráter
supletivo ou subsidiário.
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b) a lei que altera o processo eleitoral, assim que publicada, ingressa imediatamente no
ordenamento jurídico pátrio, inocorrendo a vacatio legis.
c) a lei que altera o processo eleitoral entra em vigor um ano após sua publicação, não tendo
efeito no período da vacatio legis.
d) a incidência da anualidade em relação à lei que altere o processo eleitoral dependerá de
ponderação no caso concreto, por tratar-se de um princípio.
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a) A Constituição de 1988, ao tratar dos direitos políticos, contempla os elementos que orientam
a elaboração da Lei de Inelegibilidades, que tem natureza de lei complementar.
b) Legislar sobre direito eleitoral é competência privativa do Congresso Nacional.
c) A Lei dos Partidos Políticos, por ser orgânica, pode definir a estrutura interna, a organização e
o funcionamento dos partidos, cabendo aos estatutos de cada partido apenas disciplinar o texto
legal.
d) A Lei de Inelegibilidades proíbe a candidatura de militar que tenha sido considerado indigno do
oficialato.
e) O Código Eleitoral confere ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) competência para expedir
instruções para sua fiel execução.
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1. C 6. D
2. B 7. E
3. B 8. A
4. B 9. C
5. C 10. C
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