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CENTRO UNIVERSITÁRIO – CATÓLICA DE SANTA CATARINA

CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

CAIO LUIZ BERRI


FELIPE SILVA ALVES
KATHELEN VITÓRIA ALMADA CUTÓDIO
MARCELLY CRISTINA DOS SANTOS TOSCAN
TAYANE GABRIELE GRUETZMACHER

HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL

JARAGUA DO SUL
JUNHO 2023
1.INTRODUÇÃO

No presente trabalho serão apresentadas técnicas arquitetônicas e de


engenharia civil visando qualidade térmica da edificação e qualidade de vida dos
moradores de residências populares e de programas habitacionais, através do uso de
materiais sustentáveis, técnicas construtivas e projetos de educação ambiental e
social.
A qualidade térmica deve ser planejada em todos os projetos residenciais, por
ser responsável por assegurar que dentro da residência a temperatura seja agradável,
a carência deste, afeta a qualidade de vida, humor e desilusão com o local.

1.1 - PROBLEMA

A questão habitacional, em especial para a população de menor renda,


constitui grave problema social, econômico e urbano, com forte impacto na formação
das cidades brasileiras a partir do fim do século XIX. Com a necessidade de adquirir
uma moradia, a população começou a construir suas casas em lugares inapropriados
e executados sem conhecimento de normas e técnicas apropriadas para as
construções. (BALBIN e KRAUSE, 2014)
O déficit habitacional é um problema que deve ser resolvido, mas que merece
ser repensado, pois as habitações construídas atualmente possuem como princípio a
quantidade e não a qualidade, gerando um grande número de moradias no intuito de
suprir esse déficit, mas que não trazem qualidade e conforto aos moradores (SOUZA,
2018).
Devido à grande extensão do território brasileiro, tem-se uma diversidade muito
grande em relação ao clima que varia do extremo calor no Norte e Nordeste e a frios
intensos no Sul brasileiro. A casa de interesse social tem poucas variações de planta
baixa e não se adequam ao clima da maioria das cidades do norte e sul do país
(SOUZA, 2018).
Nos últimos dez anos, o setor de habitações de interesse social (HIS) no Brasil
foi impulsionado pela criação do Programa “Minha Casa, Minha Vida” (PMCMV).
Apesar do Programa ter permitido a construção de grande quantidade de habitações
em todo o território nacional, avaliações em campo ressaltam falhas quanto à
adequação das habitações aos climas locais (BAVARESCO, CUCHIVAGUE,
SCHINAZI e GHISTI, 2021).
O conforto térmico dos usuários depende de quatro grandezas físicas
principais, dentre elas podemos listar temperatura das superfícies, temperatura do ar,
umidade do ar e velocidade do vento. Todas essas grandezas são relacionadas e
serão influenciadas por fatores como: orientação, disposição, materiais, entre outros
princípios da arquitetura (FREITAS, 2008).
Como as edificações são destinadas à baixa renda, o descaso, na maioria
delas, é mais notório no tocante ao conforto térmico. Não se percebe a devida atenção
à criação de ambientes confortáveis. Como são diversas unidades a serem
executadas, percebe-se uma preferência pela simplificação de trabalho, produzindo
moradias que apresentam uma pouca diversidade de plantas-baixa (CARVALHO e
FREITAS, 2015).

1.2- JUSTIFICATIVA

O presente projeto de pesquisa tem por motivação a satisfação relacionada ao


layout das habitações de interesse social. Logo, será explorado aspectos e materiais
inovadores para a construção de moradias com conceitos revolucionários, contudo
aplicando novas técnicas de construção.
Visando assim diminuir a taxa de insatisfação com a qualidade dos projetos de
interesse social, uma vez que a carência habitacional no Brasil resulta da falta de
planejamento urbano e da execução de políticas habitacionais equivocadas.
“Portanto, destaca-se o intuito de suprir a inflexibilidade das moradias sociais,
visando uma maior igualdade habitacional brasileira tanto quanto um projeto voltado
às necessidades sociais dos moradores, resultando em uma melhoria na qualidade
de vida (BAVARESCO, CUCHIVAGUE, SCHINAZI e GHISTI, 2021).”

1.3 - OBJETIVOS

1.3.1 - Objetivo geral

Este estudo objetiva analisar, e projetar novos layouts de moradia social para
a região sul do Brasil tendo como referência o aspecto climático e assim melhorar a
qualidade de vida dos moradores, em Jaraguá do Sul/SC.

1.3.2 - Objetivos específicos

● Mostrar alternativas para melhorar o desconforto térmico nas casas de


interesse social.
● Adequar as plantas baixas de acordo com características da região em que
irão ser executados.
● Desfrutar de materiais e meios inovadores e sustentáveis.
● Designs novos visando não apenas baixo custo fixo, mas a satisfação de seus
moradores.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A Habitação de Interesse Social é aquela voltada à população de baixa renda


que não possui acesso à moradia formal e nem condições para contratar os serviços
de profissionais ligados à construção civil. Habitação acessível é aquela adequada
em qualidade e localização, que não custa tanto a ponto de impedir seus moradores
de arcar com outros custos básicos de vida (UN-HABITAT. WORLD CITIES REPORT
2016).
Existem 881 milhões de pessoas vivendo em favelas nas cidades dos países
em desenvolvimento, e se estima que até 2025 é provável que outras 1,6 bilhão de
pessoas precisem de uma moradia. Com essas perspectivas, muito se tem discutido
sobre Habitação de interesse social (HIS) e sobre como projetos realizados nesse
âmbito podem ser uma solução para o déficit habitacional (UN-HABITAT. WORLD
CITIES REPORT 2016).
Segundo a Lei N° 11.124 16 de junho de 2005:

Art. 2º Fica instituído o Sistema Nacional de Habitação de


Interesse Social – SNHIS, com o objetivo de:

I – Viabilizar para a população de menor renda o acesso à terra


urbanizada e à habitação digna e sustentável;

II – Implementar políticas e programas de investimentos e


subsídios, promovendo e viabilizando o acesso à habitação voltada à
população de menor renda; e

III – Articular, compatibilizar, acompanhar e apoiar a atuação


das instituições e órgãos que desempenham funções no setor da
habitação.

Um dos resultados dessa lei é o programa Minha casa minha vida, criado em
2009. As principais críticas ao programa são o seu foco na quantidade de habitações,
o que não reflete na sua qualidade de espaços, materiais e ou técnicas construtivas;
a falta de participação popular no processo de concepção do projeto; falta de
incentivos que promovam reconhecimento, identidade e vizinhança; desarticulação
com o contexto urbano. Segundo pesquisa realizada pelo CAU/BR e pelo Instituto
Datafolha em 2015, mais de 85% da população brasileira constrói e reforma sem
orientação de arquitetos e urbanistas ou engenheiros (ArchDaily 2020).
- Redução de custos: ao compartilhar áreas comuns, como lavanderia, salão de festas
e áreas de lazer, os custos de manutenção e uso são reduzidos.

- Maior segurança: em um edifício multifamiliar, é possível contar com sistemas de


segurança mais eficientes, como portarias 24 horas e câmeras de vigilância.

- Interação social: ao compartilhar espaços comuns, os moradores têm a oportunidade


de interagir e criar laços de amizade, o que pode contribuir para a qualidade de vida.

- Melhor aproveitamento do espaço: em áreas urbanas, o espaço é limitado, e o


projeto multifamiliar permite um melhor aproveitamento do terreno, oferecendo
moradia para mais pessoas em um mesmo espaço.

A inclusão da moradia entre os direitos fundamentais sociais procede do


desenvolvimento referente ao direito à moradia, na legislação internacional, como,
direito à moradia adequada, constituidor do direito de toda pessoa a um patamar de
vida apropriado e, equivale à liberdade de viver em segurança, paz e dignidade, com
o suprimento dos seguintes princípios: segurança jurídica da posse; disponibilidade
de serviços (tanto para sustento quanto para lograr), materiais, facilidades e
infraestrutura; custo suportável; habitabilidade; acessibilidade; localização e
adequação cultural.
O direito à moradia digna foi reconhecido e implantado como pressuposto para
a dignidade da pessoa humana, desde 1948, com a Declaração Universal dos Direitos
Humanos e, foi recepcionado e propagado na Constituição Federal de 1988, por
advento da Emenda Constitucional nº 26/00, em seu artigo 6º, caput.
3. METODOLOGIA DA PESQUISA

A metodologia para um trabalho de Habitação de Interesse Social pode ser


dividida em 5 etapas:

A partir destas etapas, conseguimos abranger informações de diferentes áreas


e iniciar o desenvolvimento de nossa própria residência, oferendo as principais ideias,
qualidade, conforto e custo. Com isso analisamos que, a jurisdição preocupa-se mais
na quantidade de habitações, diversamente à qualidade das mesmas. Tendo em vista
que a lei N° 11.124 enuncia o fato de que os desabrigados devem ter moradia digna,
sendo assim pressupõem que situações de carência de habitação tende se advir, cuja
existência da mesma está contradizendo o que a constituição federal preconiza.
(OLIVEIRA, 2014)
Com todas as informações, realizamos fluxogramas, análises de mapas e
entrevistas com a população local, a qual chegamos em um resultado satisfatório e
pudemos usar como base para desenvolver um projeto que atenda as expectativas
dos moradores mantendo o custo acessível. Investindo em design e qualidade de
vida.
Os moradores de habitação social procuram, principalmente, moradia de
qualidade, que atenda às suas necessidades básicas de conforto, segurança e
privacidade. Além disso, eles buscam:
1. Localização: muitos moradores de habitação social procuram por moradias que
estejam localizadas em áreas próximas ao trabalho, escolas, serviços de saúde e
transporte público.

2. Acessibilidade: é importante que a habitação social seja acessível para pessoas


com deficiência ou mobilidade reduzida, com rampas, elevadores e banheiros
adaptados.

3. Infraestrutura: os moradores de habitação social procuram por moradias que


ofereçam infraestrutura básica, como água, esgoto, energia elétrica e iluminação
pública.

4. Espaços comuns: muitos moradores de habitação social valorizam a existência de


espaços comuns, como áreas de lazer, playgrounds, salão de festas e quadras
esportivas, que possam ser compartilhados com outros moradores.

5. Segurança: a segurança é uma preocupação importante para os moradores de


habitação social, que buscam por moradias que ofereçam sistemas de segurança
eficientes, como portarias 24 horas, câmeras de vigilância e cercas elétricas.

6. Conforto térmico e acústico: é importante que a habitação social ofereça conforto


térmico e acústico, com isolamento térmico e acústico adequado, para garantir o bem-
estar dos moradores.

Em resumo, os moradores de habitação social procuram por moradias que


atendam às suas necessidades básicas de conforto, segurança e privacidade, além
de valorizarem a localização, acessibilidade, infraestrutura, espaços comuns,
segurança e conforto térmico e acústico.
Existem diversas formas inovadoras de projetos de habitação de interesse
social, que buscam oferecer soluções mais eficientes, sustentáveis e acessíveis para
a população de baixa renda. Neste projeto serão utilizadas as seguintes formas:

1. Habitação modular: a habitação modular é uma forma inovadora de construção,


que utiliza módulos pré-fabricados para construir as casas. Essa técnica permite uma
construção mais rápida, eficiente e econômica, além de possibilitar a personalização
das casas de acordo com as necessidades dos moradores.

2. Habitação social sustentável: a habitação social sustentável é uma forma inovadora


de construção, que busca utilizar materiais e técnicas mais sustentáveis, como a
utilização de energia solar, captação de água da chuva e sistemas de tratamento de
esgoto. Essa forma de construção é mais econômica e sustentável, além de
proporcionar uma maior qualidade de vida para os moradores.
3. Habitação social de baixo custo: a habitação social de baixo custo é uma forma
inovadora de construção, que busca utilizar materiais e técnicas mais simples e
econômicas, como a utilização de tijolos ecológicos, telhas de fibrocimento e sistemas
de construção em steel frame. Essa forma de construção é mais acessível para a
população de baixa renda, além de ser mais rápida e eficiente.

Tendo em vista todos os fatores apresentados, foi desenvolvido um novo layout


de planta baixa que se adequa aos requisitos das moradias de interesse social
passados pela secretária de habitação de Jaraguá do Sul-SC

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Conforme dados apresentados podemos perceber a importância da adequação


térmica das casas de interesse social, e de um planejamento de layout inteligente e
moderno que se adeque ao clima e cultura de cada região do Brasil.
Foi desenvolvido um projeto que se adeque ao padrão das moradias de
interesse social e ao gosto dos futuros moradores, visando todos os pontos
destacados como essenciais para a residência. Dando uma atenção a direção do
vento, posição do sol, umidade dor ar, e demais fatores que interfiram na qualidade
térmica do ambiente.
Destacando também pesquisa em novas técnicas construtivas que possam
melhorar o tempo e custo do projeto, e melhorar as deficiências relatadas pelos
profissionais da área. Buscando uma melhor otimização do tempo, dinheiro e
qualidade de obra.

REFERÊNCIAS

Balbim, R., & Krause, C. (2014). Produção social da moradia: um olhar sobre o
planejamento da Habitação de Interesse Social no Brasil. Revista Brasileira De
Estudos Urbanos E Regionais, 16(1), 189. Disponível em:
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http://wcr.unhabitat.org/wp-content/uploads/2017/03/Chapter3-WCR-2016.pdf.
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