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Resumo
Ao percorrer o caminho da história do Brasil, percebe-se a constante evolução das
políticas públicas e programas voltados às questões de habitação social.
Promover moradia digna à população é o básico para viver um mundo harmonioso e
sem segregação social; pensar em como promover isso sem degradar o meio
ambiente com base na sustentabilidade, também é de extrema importância.
Abstract
When traversing the path of Brazilian history, one can see the constant evolution of
public policies and programs focused on social housing issues. Promoting decent
housing for the population is basic to living in a harmonious world without social
segregation; thinking about how to promote this without degrading the environment
based on sustainability is also extremely important.
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A evolução das políticas habitacionais do Brasil
Fonte: Adriana Roseno Monteiro com base nos dados dos censos demográficos do IBGE
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primeira iniciativa com objetivo de organizar propriedades privadas no Brasil,
determinando que o único meio de obter moradia seria através da compra.
Esse fato contribuiu, na época, para o crescimento de moradias irregulares
como os cortiços.
A moradia, sendo fundamental para as nossas vidas, é indispensável
à reprodução social dos indivíduos (pobres e ricos); constitui-se
também no espaço do cotidiano e da intimidade, no local onde grande
parte da vivência humana acontece (MEDEIROS, 2007, p. 13).
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Um grande marco foi aprovado em 2001, o Estatuto da Cidade, que
garantiria o direito à habitação. Nessa época, o então presidente Lula, entra no
poder com objetivos de atingir o foco das classes populares e de baixa renda
não priorizadas até o momento.
Surge no ano de 2003, um projeto utilizado como estratégia para a
solução dos problemas habitacionais; o Projeto Moradia, unificando as
atividades envolvidas em um ministério, garantindo que a moradia fosse direito
de todos. Em 2004 então, aprova-se a Política Nacional de Habitação (PNH),
que segue a mesma linha do Estatuto da Cidade.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),
no ano de 2008, foi obtido através de estudos, que o Brasil possuía cerca de
7,9 milhões de moradias em déficit habitacional, ou seja, 21 % da população do
ano.
Diante desse grande problema, em 2009, o Ministério da Fazenda e da Casa
Civil, cria o Programa Minha Casa, Minha Vida que, anda de forma oposta com
as políticas criadas já durante a história, pois prioriza somente a promoção de
unidades habitacionais e moradias populares até determinados valores; em
busca de minimizar os déficits habitacionais e a desigualdade social.
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fato e o programa poderia beneficiar mais as empresas de construção civil.
Deve-se analisar, além dos objetivos e a teoria do programa, a prática se
funciona verdadeiramente.
Diante das normais mudanças do país ao longo do tempo, o programa
recebe algumas alterações de regras, como a renda bruta de até R$ 2640,00 ,
o que antes era de R$1800, 00, fazendo com que mais pessoas tenham o
acesso à moradia.
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já apresentados no Minha Casa, Minha Vida, por exemplo, como garantir o
direito da moradia a todos.
A Lei ATHIS além de estabelecer uma conexão do arquiteto com
problemas urbanos graves e ajudar essas pessoas, serve como uma ampliação
da carreira dos arquitetos e engenheiros, trazendo os mais próximos dos
problemas de inúmeras pessoas; de acordo com esse pensamento o gerente
geral do CAU/RJ, Ricardo Gouvêa, diz “Dignidade não é luxo, nem favor”.
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“renovação física das cidades, a fim de criar oportunidades de
negócios e ao mercado imobiliário, aumentar os tributos sobre a
propriedade e satisfazer as aspirações dos urbanistas (...) com
menções aos militantes pela moradia” (Friedman, 1968 apud Harloe,
1995, p. 272).
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A sustentabilidade e os desafios da Habitação Social
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construtivo. Apenas em 2013, o Governo Federal,através do Ministério das
Cidades, criou o Sistema Nacional de Avaliações Técnicas (SINAT), que definiu
uma diretriz que avalia os sistemas construtivos em Light Steel Framing
juntamente com a ABNT NBR 15.575/2013.
Além da questão da sustentabilidade, os edifícios feitos em Steel Frame
proporcionam uma maior flexibilidade de layout, o que não é comum se ter nos
conjuntos habitacionais. De forma geral, os edifícios de habitação social,
possuem baixa flexibilidade, baixo conforto térmico e acústico, sendo a maioria
construído de alvenaria e concreto.
O Steel Frame apresenta paredes leves que ajudam em questões de
conforto, além de possuírem baixa propagação de fogo e é um material com
baixo impacto ambiental. Esse tipo de construção é ideal para edifícios em até
5 pavimentos, o que é o adequado para as habitações sociais, devido a não
utilização de elevadores.
O Conjunto Jardim Amália, em Ponta Grossa, é uma grande referência
deste sistema construtivo, passando pelo Sistema de Avaliação Técnica
(SINAT) e a aprovação da Caixa Econômica Federal para financiamento
dessas habitações de interesse social, sendo considerado um projeto piloto na
tecnologia para aplicação desse sistema no Brasil.
Segundo o Plano de Dados Abertos, durante os anos 2018-2019, as
questões de habitação do país recebeu investimento de três milhões de
moradias pelo Programa Minha Casa Minha Vida (PMCMV) que tem como
objetivo, trazer competitividade das construções civis e modernização de novos
usos de construção no Brasil, visando a sustentabilidade ambiental.
Considerações finais
Diante dos fatos históricos e atuais citados neste artigo, fica nítido que o
Brasil busca crescer e aumentar suas políticas e programas habitacionais, visto
que ao longo do tempo, realmente teve uma maior preocupação com as
moradias da população de baixa renda.
O Programa Minha Casa Minha Vida, se atingisse de forma leal a
população necessitada, minimizaria muito as diferenças sociais e demais
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segregações do país. No entanto, esse programa não funciona de forma
compatível a sua teoria.
As empresas de construção civil, atualmente, procuram aprovar seus
projetos de metragem menores, dizendo que são para habitação de interesse
social, porém, na hora da venda, essas empresas não os vendem como de fato
moradia para a população de baixa renda.
Ao mesmo tempo, nesse contexto de produção da construção civil, é de
extrema importância as atuais construções de habitações, de modo geral e
principalmente as de interesse social, serem sustentáveis pois não resolve
proporcionar moradia digna em uma cidade não digna do ser humano. Devido
a isso, as construções sustentáveis, que colaboram com o meio ambiente são
a nova perspectiva e modo de pensar dos arquitetos.
A sustentabilidade nas obras podem ser de variadas formas mas a
utilização, também pela rapidez de construção, do sistema Light Steel Framing
tem sido cada vez mais estudada para a implantação. Além disso, proporcionar
moradia a todos, é além da construção de um simples edifício, é se pensar no
conceito, na flexibilidade do layout e nas sensações em se busca passar aos
moradores.
[...] Existem outras coisas envolvidas além do problema financeiro de fazer a
casa, comprar a casa, fazer alguém ter aquela casa. Existem problemas
gravíssimos de como o morador vai usar a casa: que tipo de casa é essa; qual
é o conceito de casa para o morador; como essa casa se relaciona com o resto
da cidade; que condições o morador tem de realmente continuar mantendo
aquelas relações que ele mantinha com a cidade, na nova casa. Todo esse
processo foi esquecido. Não se criou nada no sentido de qual orientação dar
para o problema da habitação no Brasil. [...] (MAIA, 2000, p.3)
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Referências
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NUNES, M. O. T. O paradigma da casa própria e a política habitacional nos
Estados Unidos. pantheon.ufrj.br, 1 ago. 2019.
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