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Equipe Legislação Específica
Estratégia Concursos
29 de Agosto de 2021
Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos
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Sumário
Gabarito ........................................................................................................................................................... 54
Resumo .............................................................................................................................................................. 55
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CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Olá, amigo concurseiro! Seja bem-vindo ao nosso curso de Direito Processual Penal Militar!
Meu nome é Paulo Guimarães, e estarei junto com você na sua jornada rumo à aprovação no seu concurso.
Vamos estudar em detalhes do Direito Processual Penal Militar! discutiremos as possibilidades de cobrança
em questões e comentaremos questões já aplicadas.
Antes de colocarmos a “mão na massa”, permitam-me uma pequena apresentação. Nasci em Recife e sou
graduado em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, com especialização em Direito
Constitucional. Minha vida de concurseiro começou ainda antes da vida acadêmica, quando concorri e fui
aprovado para uma vaga no Colégio Militar do Recife, aos 10 anos de idade.
Em 2003, aos 17 anos, fui aprovado no concurso do Banco do Brasil, e cruzei os dedos para não ser convocado
antes de fazer aniversário. Tomei posse em 2004 e trabalhei como escriturário, caixa executivo e assistente
em diversas áreas do BB, incluindo atendimento a governo e comércio exterior. Fui também aprovado no
concurso da Caixa Econômica Federal em 2004, mas não cheguei a tomar posse.
Mais tarde, deixei o Banco do Brasil para tomar posse no cargo de técnico do Banco Central, e lá trabalhei
no Departamento de Liquidações Extrajudiciais e na Secretaria da Diretoria e do Conselho Monetário
Nacional.
Em 2012, tive o privilégio de ser aprovado no concurso para o cargo de Analista de Finanças e Controle da
Controladoria-Geral da União, em 2° lugar na área de Prevenção da Corrupção e Ouvidoria. Atualmente,
desempenho minhas funções na Ouvidoria-Geral da União, que é um dos órgãos componentes da CGU.
Minha experiência prévia como professor em cursos preparatórios engloba as áreas de Direito Constitucional
e legislação especial.
Acredito que nossa matéria seja uma daquelas que constituirão o verdadeiro diferencial dos aprovados.
Muitos candidatos deixam o estudo de legislação específica para a última hora, mas isso não vai acontecer
com você!
Garanto que todos os meus esforços serão concentrados na tarefa de obter a SUA aprovação. Esse
comprometimento, tanto da minha parte quanto da sua, resultará, sem dúvida, numa preparação
consistente, que vai permitir que você esteja pronto no dia da prova, e tenha motivos para comemorar
quando o resultado for publicado.
Muitas vezes, tomar posse em cargos como esses parece um sonho distante, mas, acredite em mim, se você
se esforçar ao máximo, será apenas uma questão de tempo. E digo mais, quando você for aprovado, ficará
surpreso em como foi mais rápido do que você imaginava.
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Se você quiser receber conteúdo gratuito e de qualidade na sua preparação para concursos, peço ainda que
me siga no instagram. Lá tenho comentado questões e dado dicas essenciais de preparação para qualquer
concurseiro.
@profpauloguimaraes
Encerrada a apresentação, vamos à matéria. Lembro a você que essa aula demonstrativa serve para mostrar
como o curso funcionará, mas isso não quer dizer que a matéria explorada nas páginas a seguir não seja
importante ou não faça parte do programa.
Analise o material com carinho, faça seus esquemas de memorização e prepare-se para a revisão final. Se
você seguir esta fórmula, o curso será o suficiente para que você atinja um excelente resultado. Espero que
você e goste e opte por se preparar conosco.
No Direito Processual Penal Militar estudaremos a série de atos concatenados que devem ser praticados no
âmbito da Justiça Militar, para que o Estado possa determinar o Direito objetivo aplicável a cada caso.
A lei processual penal militar também disciplina as atividades da polícia judiciária militar e a condução do
inquérito policial militar, que é a peça informativa que fornece subsídios ao Ministério Público Militar para
oferecer a denúncia e promover o processo penal militar.
Em 1969 entraram em vigor o Código Penal Militar (Decreto-lei 1.001/1969) e o Código de Processo Penal
Militar (Decreto-lei 1.002/1969). À época também foram preparadas novas normas penais gerais, mas estas,
apesar de publicadas, nunca entraram realmente em vigor.
O resultado é que as normas penais militares que utilizamos hoje são velhas, mas as normas penais gerais
são ainda mais antigas, e por isso há incompatibilidades entre o Direito Processual Penal e o Direito
Processual Penal Militar.
Um ponto importante, que merece ser mencionado, é a alteração da nomenclatura de alguns órgãos e
agentes, feita por força da Lei n. 13.774/2018. Esta lei alterou a Lei n. 8.457/1992, que trata da organização
da Justiça Militar da União. Essa lei trata apenas da União, e não dos Estados!
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Agora a Lei n. 8.457/1992 chama os magistrados de Juízes Federais da Justiça Militar, e não mais de Juízes
Auditores. A redação do Código Penal Militar e do Código de Processo Penal Militar, porém, não foi
modificada, e por isso é preciso tomar muito cuidado com a maneira como as questões serão elaboradas,
ok!?
No Direito Processual Penal Militar também são observados diversos princípios aplicáveis ao Direito
Processual Penal. Não discutiremos os princípios com profundidade, pois este não é o objeto do nosso curso,
mas é importante que você saiba quais são eles e em que medida se aplicam a esse ramo processual especial.
O primeiro dos princípios que veremos é o devido processo legal, previsto no art. 5°, LIV, da Constituição
Federal, e que determina que ninguém seja privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo.
O princípio do contraditório e da ampla defesa (art. 5°, LV, da Constituição) são consectários lógicos do
devido processo legal. Por força deste princípio, todos os atos do processo devem ser informados aos
litigantes, para que estes possam ter a oportunidade de influenciar as decisões tomadas a seu favor.
É importante que você saiba que no inquérito policial militar não é preciso respeitar o contraditório e a ampla
defesa, pois este procedimento serve apenas à colheita de evidências para subsidiar a propositura de ação
penal por parte do Ministério Público Militar.
De acordo com o princípio do juiz natural, (art. 5°, LIII, da Constituição) ninguém pode ser processado e nem
sentenciado, a não ser pela autoridade competente. Se um crime militar foi cometido e precisa ser julgado
deve haver a atuação dos Conselhos de Justiça (Permanente ou Especial) ou ainda do Juiz Federal da Justiça
Militar no caso de civis no âmbito da Justiça Militar da União.
Na Justiça Militar da União os militares são julgados pelo Conselho Especial de Justiça ou ainda pelo Conselho
Permanente de Justiça.
Um conselho é composto por cinco juízes: um Juiz Federal da Justiça Militar da União (juiz togado,
concursado) e quatro juízes militares. A presidência do conselho é do juiz militar mais antigo. Atenção aqui,
pois na Justiça Militar Estadual a presidência do conselho cabe ao juiz togado.
Existem duas espécies de conselho. O Conselho Especial de Justiça é sorteado e formado em cada processo
em que haja julgamento de um oficial das forças armadas. Prolatada a sentença, o conselho é dissolvido.
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Os Conselhos Permanentes de Justiça tem a mesma composição (um juiz-togado e quatro juízes militares)
e são formados a cada trimestre. Eles processam e julgam as ações em que os acusados são praças.
No caso dos civis, antes julgados pelos Conselhos Permanentes de Justiça, com o advento da Lei nº 13.774
de 2018, passaram a ser julgados unicamente pelos Juízes Federais da Justiça Militar.
A partir da novel lei, o Juiz Federal da Justiça Militar terá competência para julgar singularmente
determinadas ações penais em que o acusado tenha a condição de civil.
Nos casos de coautoria entre um militar e um civil, sempre e necessariamente o civil deverá ser enquadrado
no inciso III do art. 9º, pelo qual o civil só comete crime militar se praticar o fato contra as instituições
militares federais. Não haverá, assim, casos em que o civil possa ser enquadrado no inciso II do art. 9º do
CPM porque o inciso II é restrito ao caso em que o agente do crime é militar da ativa.
Mas e na Justiça Militar Estadual?? Lembrem-se que os civis não são julgados pela Justiça Militar Estadual!
- Conselho Especial de Justiça formado por meio de sorteio cada vez que houver um
processo cujo réu é um oficial das forças armadas;
-Juiz Federal da Justiça Militar Juiz togado concursado com competência para julgar
singularmente determinadas ações penais em que o acusado tenha a condição de civil.
* Cada Conselho é formado por um juiz togado e quatro juízes militares que precisam ser
de posto superior ao do acusado, ou ainda ser mais antigos, caso ocupem o mesmo posto.
Pelo princípio do estado de inocência (art. 5°, LVII), enquanto não houver uma condenação definitiva,
presume-se que o réu é inocente. Cabe ao Estado provar que o réu cometeu o crime, e não o contrário.
Pela característica do Processo Penal de impor sanções graves, deve ser observado o princípio da busca da
verdade real, que privilegia o conhecimento da verdade dos fatos, ou seja, pelo entendimento do que
realmente aconteceu, e não apenas do que foi apresentado no processo.
Por força do princípio da publicidade, os atos processuais em regra são públicos. Qualquer pessoa pode ter
acesso aos autos do processo e ao conteúdo dos atos processuais. A lei pode, contudo, restringir esse acesso,
em nome da defesa da intimidade ou do interesse social.
Se estiverem presentes os requisitos para propositura da ação penal, a denúncia deve ser oferecida. Este é
o princípio da obrigatoriedade ou da indisponibilidade, e é adotado pelo CPPM no art. 30.
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b) indícios de autoria.
É importante lembrar que este princípio não é aplicável, pelo menos não nesta acepção, no Processo Penal
comum, pois o Ministério Público pode utilizar-se, por exemplo, da transação penal quando houver crime de
menor potencial ofensivo.
O Ministério Público Militar age de ofício, pois os crimes previstos no Código Penal Militar são, por excelência,
de ação penal pública incondicionada. Podemos dizer, portanto, que aqui há outro princípio: a oficialidade
ou impulso oficial do processo.
Há, entretanto, exceções, pois há alguns crimes (pouco importantes) cuja ação penal é pública sujeita a
requisição. Obviamente cabe também nos crimes militares a ação penal privada subsidiária da pública, pois
este instituto protege a vítima da desídia do Ministério Público e é assegurado pela Constituição.
Nesta parte de nossa aula utilizaremos bastante os artigos do Código de Processo Penal Militar.
Art. 1º O processo penal militar reger-se-á pelas normas contidas neste Código, assim em tempo de paz
como em tempo de guerra, salvo legislação especial que lhe for estritamente aplicável.
§1º Nos casos concretos, se houver divergência entre essas normas e as de convenção ou tratado de
que o Brasil seja signatário, prevalecerão as últimas.
§2º Aplicam-se, subsidiariamente, as normas deste Código aos processos regulados em leis especiais.
Quero chamar sua atenção especialmente para a regra do §1°. Se houver conflito normativo entre o CPPM
e tratado ou convenção internacional da qual o Brasil faça parte, deve ser aplicada esta última. Esta é uma
boa pergunta de prova, hein!? E já apareceu em diversos concursos anteriores.
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Quando houver conflito entre as normas do Código de Processo Penal Militar e convenção
ou tratado do qual o Brasil faça parte, deve ser aplicada a norma internacional.
Quanto à parte do dispositivo que menciona a legislação especial, podemos dizer, sem medo de errar, que
neste aspecto o art. 1° não foi recepcionado pela Constituição de 1988, pois esta estabelece claramente a
competência da Justiça Militar: processar e julgar os crimes militares, previstos em lei.
Art. 2º A lei de processo penal militar deve ser interpretada no sentido literal de suas expressões. Os
termos técnicos hão de ser entendidos em sua acepção especial, salvo se evidentemente empregados
com outra significação.
§1º Admitir-se-á a interpretação extensiva ou a interpretação restritiva, quando for manifesto, no
primeiro caso, que a expressão da lei é mais estrita e, no segundo, que é mais ampla, do que sua
intenção.
Em regra, o CPPM adota a interpretação literal, ou gramatical, mas é possível utilizar a interpretação
extensiva ou restritiva quando ficar claro que o legislador tinha a intenção de falar menos ou mais do que
realmente fez.
Claro que esse não é um critério muito técnico, e dá muita liberdade ao intérprete da norma, mas é o que a
lei determina...
Nestas situações não pode ser de forma alguma adotada a interpretação extensiva ou restritiva, sendo
obrigatória a interpretação literal ou gramatical da lei processual.
Estas fontes só podem ser buscadas quando houver omissão da lei processual penal militar. A simples
alteração na lei processual penal comum, por exemplo, não autorizará a aplicação automática das novidades
ao Processo Penal Militar.
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No entanto, há decisão de Plenário do STF no sentido de que dispositivos do CPP mais favoráveis ao réu
podem ser aplicados na Justiça Castrense, mais especificamente o caso do interrogatório do réu ao final da
instrução, que consta do art. 400 do CPP e foi modificado em 2008 (HC 127900).
A aplicação subsidiária da lei penal comum também não pode prejudicar a índole do processo penal militar.
Esta índole está relacionada aos princípios da hierarquia e da disciplina, que são as principais características
da vida castrense. A propósito, a palavra “castrense” é muito utilizada para referir-se a vários aspectos da
vida militar. Se ela surgir, apenas a substitua pelo termo “militar”, e está tudo certo!
Art. 4º Sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, aplicam-se as normas
deste Código:
I - em tempo de paz:
a) em todo o território nacional;
b) fora do território nacional ou em lugar de extraterritorialidade brasileira, quando se tratar de crime
que atente contra as instituições militares ou a segurança nacional, ainda que seja o agente processado
ou tenha sido julgado pela justiça estrangeira;
c) fora do território nacional, em zona ou lugar sob administração ou vigilância da força militar
brasileira, ou em ligação com esta, de força militar estrangeira no cumprimento de missão de caráter
internacional ou extraterritorial;
d) a bordo de navios, ou quaisquer outras embarcações, e de aeronaves, onde quer que se encontrem,
ainda que de propriedade privada, desde que estejam sob comando militar ou militarmente utilizados
ou ocupados por ordem de autoridade militar competente;
e) a bordo de aeronaves e navios estrangeiros desde que em lugar sujeito à administração militar, e a
infração atente contra as instituições militares ou a segurança nacional;
II - em tempo de guerra:
a) aos mesmos casos previstos para o tempo de paz;
b) em zona, espaço ou lugar onde se realizem operações de força militar brasileira, ou estrangeira que
lhe seja aliada, ou cuja defesa, proteção ou vigilância interesse à segurança nacional, ou ao bom êxito
daquelas operações;
c) em território estrangeiro militarmente ocupado.
Aqui estão basicamente as mesmas regras trazidas pelo Código Penal Militar: territorialidade e
extraterritorialidade incondicionada.
Por favor leia com carinho estes dispositivos, pois se eles forem cobrados, a banca deve fazê-lo em sua
literalidade. Para ampliar sua visão acerca da aplicação da lei penal militar, vou explicar como funciona a
Justiça Militar no Brasil.
O Superior Tribunal Militar é o órgão superior da Justiça Militar da União. É formado por quinze ministros
nomeados pelo Presidente da República e aprovados pelo Senado Federal. São três representantes da
Aeronáutica, três representantes da Marinha e quatro do Exército, todos da ativa e do posto mais elevado
da carreira (oficiais generais).
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Os cinco ministros civis são três advogados de notório saber jurídico e reputação ilibada, com mais de dez
anos de atividade profissional; um Juiz Federal da Justiça Militar e um membro do Ministério Público Militar.
Abaixo do STM estão as doze Circunscrições Judiciárias Militares, que, por sua vez, são compostas pelas
Auditorias. Hoje não existem mais auditorias especializadas, sendo possível a qualquer delas julgar militares
oriundos das três forças armadas.
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Art. 5º As normas deste Código aplicar-se-ão a partir da sua vigência, inclusive nos processos
pendentes, ressalvados os casos previstos no art. 711, e sem prejuízo da validade dos atos realizados
sob a vigência da lei anterior.
As normas processuais não estão sujeitas às regras de retroatividade previstas pelo Direito Penal, devendo
ser aplicadas imediatamente, inclusive aos processos pendentes, independentemente de serem mais
brandas ou mais gravosas para o réu.
Art. 6º Obedecerão às normas processuais previstas neste Código, no que forem aplicáveis, salvo
quanto à organização de Justiça, aos recursos e à execução de sentença, os processos da Justiça Militar
Estadual, nos crimes previstos na Lei Penal Militar a que responderem os oficiais e praças das Polícias
e dos Corpos de Bombeiros, Militares.
Este dispositivo tem uma aplicação reduzida, pois a competência da Justiça Militar Estadual também é
estabelecida pela própria Constituição. Não precisamos entrar em detalhes sobre isso, pois o assunto não
está no programa da sua prova, ok?
De forma análoga, a Polícia Judiciária Militar busca subsídios para a persecução penal militar. A atividade
policial judiciária militar não é prevista expressamente na Constituição, mas o art. 144 §4º o faz
implicitamente, quando prevê que às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira, incumbem,
ressalvada a competência da União, as funções de polícia judiciária e a apuração das infrações penais, exceto
as militares.
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Vejamos então como o Código de Processo Penal Militar trata essa atividade.
Hoje não há mais ministérios para cada uma das forças armadas. Há apenas um Ministro da Defesa, que
congrega as três forças, e os comandantes de cada uma delas, que para várias finalidades gozam de status
ministerial.
Inicialmente, portanto, a função Polícia Judiciária Militar é exercida pelos comandantes de cada uma das
forças armadas. O Ministro da Defesa atualmente não exerce essa função, até porque normalmente se trata
de um civil.
Hoje também não existe mais a figura do chefe do Estado-Maior das Forças Armadas. Quem exerce essas
funções é o chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas. O nome é bem parecido, mas as funções
mudaram...
Em seguida, o CPPM começa a conceder o poder investigativo para autoridades de escalão intermediário: os
chefes de Estado-Maior de cada uma das forças, seguidos dos comandantes de Região Militar (Exército),
Distrito Naval (Marinha) ou Zona Aérea (na realidade hoje as regiões da Aeronáutica são chamadas de
Comandos Aéreos).
A partir da alínea F são mencionados autoridades de menor escalão. Como exemplos posso citar o diretor de
um hospital militar, o comandante de uma unidade militar ou de um navio.
Podemos dizer, portanto, que, em geral, militares que exercem funções de comando ou chefia detêm poder
investigativo próprio de Polícia Judiciária Militar.
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DELEGAÇÃO DO EXERCÍCIO
§1º Obedecidas as normas regulamentares de jurisdição, hierarquia e comando, as atribuições
enumeradas neste artigo poderão ser delegadas a oficiais da ativa, para fins especificados e por
tempo limitado.
§2º Em se tratando de delegação para instauração de inquérito policial militar, deverá aquela recair
em oficial de posto superior ao do indiciado, seja este oficial da ativa, da reserva, remunerada ou não,
ou reformado.
§3º Não sendo possível a designação de oficial de posto superior ao do indiciado, poderá ser feita a de
oficial do mesmo posto, desde que mais antigo.
§4º Se o indiciado é oficial da reserva ou reformado, não prevalece, para a delegação, a antiguidade
de posto.
As atribuições relacionadas à apuração de crimes militares podem ser delegadas. Perceba, entretanto, que
a delegação só pode ser realizada em favor de oficiais da ativa, para fins específicos e por tempo limitado.
O exercício das funções de Polícia Judiciária pode ser delegado a oficial da ativa, desde que
por tempo determinado e para fim específico. É necessário, portanto, que para cada
inquérito haja um ato de delegação.
É comum que a delegação apenas seja realizada para fins de investigação, em que pese seja também possível
que o encarregado obtenha poderes também para instauração de inquérito.
O que geralmente ocorre é a instauração do inquérito por meio de portaria da autoridade competente.
Normalmente esta mesma portaria determina que oficial de ativa, de posto superior ao do investigado,
promova as diligências.
Esta superioridade hierárquica é obrigatória, exceto se não houver superior disponível, caso em que poderá
ser designado oficial do mesmo posto, desde que mais antigo que o indiciado.
Imagine que, numa determinada organização militar, está sendo investigado o coronel mais antigo. Neste
caso não haverá na unidade nenhum oficial de posto superior ou mais antigo.
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De acordo com a ”letra seca” do §5°, caberia então ao Ministro competente avocar o processo e designar
um oficial da reserva para proceder à instauração do inquérito policial militar.
A maior parte dos doutrinadores considera este dispositivo inaplicável, primeiramente porque não há mais
ministros em cada força, e depois porque, nos termos do Estatuto dos Militares, não há hierarquia entre
militar da ativa e militar da reserva de mesmo posto.
A alternativa que tem sido utilizada hoje é bem mais simples: diante desta situação a autoridade que detém
a atribuição investigativa a delega a oficial de outra unidade militar.
Hoje a parte final da alínea A já não é aplicável, pois à Justiça Militar hoje compete julgar apenas os crimes
militares, nos termos da Constituição Federal. Esta alínea fazia menção à antiga Lei de Segurança Nacional,
que permitia, na época da ditadura, que certos crimes fossem julgados perante a Justiça Militar,
independentemente de quem os cometesse.
A expressão “juízes militares” abrange tanto os Juízes da Justiça Militar quantos os conselhos de justiça.
Quanto ao Ministério Público, obviamente o dispositivo se refere ao ramo militar especializado. Cabe à
autoridade policial militar a atribuição de prestar informações a essas autoridades, obviamente observando-
se os limites das competências do Poder Judiciário e do Ministério Público.
Os mandados de prisão expedidos pela Justiça Militar também são cumpridos pela autoridade incumbida
das funções de Polícia Judiciária Militar.
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As decisões judiciais acerca da soltura, transferência ou outros procedimentos envolvendo os presos sob sua
guarda também devem ser cumpridas pela Polícia Judiciária Militar.
Se houver necessidade, a autoridade policial militar pode solicitar às autoridades civis informações e
medidas que sejam necessárias à investigação. O verbo “solicitar” dá ideia de não obrigatoriedade, não é
mesmo?
Por outro lado, a alínea G autoriza a autoridade policial judiciária militar a requisitar pesquisas e exames
necessários à polícia civil e às repartições técnicas civis. A ação requisitada deve ser obrigatoriamente
cumprida pelas autoridades civis.
Isso ocorre porque a Polícia Judiciária Militar em regra não goza de aparatos de polícia científica, e não tem
condições de realizar exames e perícias mais complexos.
FINALIDADE DO INQUÉRITO
Art. 9º O inquérito policial militar é a apuração sumária de fato, que, nos termos legais, configure crime
militar, e de sua autoria. Tem o caráter de instrução provisória, cuja finalidade precípua é a de ministrar
elementos necessários à propositura da ação penal.
Parágrafo único. São, porém, efetivamente instrutórios da ação penal os exames, perícias e avaliações
realizados regularmente no curso do inquérito, por peritos idôneos e com obediência às formalidades
previstas neste Código.
1. Procedimento escrito O IPM não poderia fornecer subsídios à propositura da ação penal se fosse
apenas oral. Deve inclusive ser designado escrivão, como veremos nos comentários ao art. 11 do CPPM.
2. Provisório As diligências feitas durante o curso do IPM devem ser confirmadas posteriormente durante
a persecução penal. Se uma testemunha, por exemplo, foi ouvida no IPM, em regra será necessário ouvi-la
novamente na fase processual. Alguns atos, contudo, já podem ser considerados instrutórios para fins de
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ação penal: são os exames, as perícias e as avaliações, que, quando realizados em sede de IPM, não precisam
ser repetidos, nos termos do parágrafo único do art. 9°.
3. Informativo e instrumental O IPM se destina a trazer elementos para a eventual propositura da ação
penal.
4. Não contraditório, ou inquisitivo Atenção! Aqui não há nenhuma ofensa à Constituição, pois não é
possível que do IPM resulte sanção ao indiciado. As penas são aplicadas em sede processual, e o Poder
Judiciário está obrigado a conceder o contraditório ao longo de todo o processo penal.
5. Sigiloso Se há trabalho investigativo, é necessário manter o sigilo para assegurar a eficácia dos
procedimentos. Não faz sentido a concessão de um mandado de busca e apreensão, por exemplo, se o
indiciado já tem conhecimento de que a autoridade policial pretende apreender seu computador. Este sigilo,
todavia, não pode ser oposto ao advogado do indiciado com relação às ações investigativas que já foram
realizadas. Também não faria o menor sentido opor este sigilo aos membros do MPM, pois o inquérito se
dirige a eles. Neste sentido a Súmula Vinculante n 14 do STF: “é direito do defensor, no interesse do
representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento
investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do
direito de defesa”.
6. Discricionariedade das investigações O IPM não tem goza de rito próprio, como o Processo Penal
Militar. Não há passos determinados tão claramente, e por isso a autoridade policial militar goza de certo
grau de discricionariedade para adotar os procedimentos que considerar adequados.
O IPM é sempre instaurado por meio de portaria da autoridade competente, mesmo quando há requisição
do MPM. Normalmente essa mesma portaria traz a delegação de atribuições para o oficial da ativa que será
responsável pelas investigações, chamado pelo próprio CPPM de encarregado.
Lembre-se de que é possível a delegação de atribuições inclusive para instaurar o inquérito, mas este não é
o procedimento mais observado na prática.
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Mais uma vez chamo sua atenção para o verbo “requisitar”. Quando o MPM requisita a instauração do IPM,
a autoridade policial militar é obrigada a publicar a portaria.
A hipótese de instauração de IPM por decisão do STM não é mais aplicável. O CPPM prevê uma hipótese de
iniciativa do Juiz Corregedor no sentido de determinar o desarquivamento de inquérito considerado
insuficiente pelo MPM.
A Constituição de 1988, por outro lado, conferiu independência ao Ministério Público, e hoje não há mais
como o Poder Judiciário determinar investigações, ou dar início à persecução penal sem a atuação do MPM.
O requerimento da parte ofendida nada mais é do que a notitia criminis própria do Processo Penal. A
representação por advogado, neste caso, não pode ser feita por meio de procuração contendo apenas
cláusula ad judicia, mas são necessários poderes específicos.
Quando a autoridade policial militar tem em mãos indícios do cometimento de infração penal militar, não
deve ser aberta sindicância, pois esta é uma apuração mais simples, que tem o condão de aplicar apenas
sanções disciplinares.
É interessante também que você saiba que não cabe arquivamento de IPM pela própria autoridade policial
militar. Mesmo que a Polícia Judiciária Militar entenda pela inexistência de crime, deve enviar o inquérito ao
Poder Judiciário, que abrirá vistas ao MPM para, se for o caso, requerer o arquivamento.
Na prática, a situação descrita no §1° não acontece, pois a praxe das forças armadas é no sentido de que,
quando um oficial mais novo é nomeado para função de comando de unidade, os oficiais mais antigos ou de
posto superior são logo transferidos, para que sejam preservadas a hierarquia e a disciplina.
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A norma determina, contudo, que, se esta situação ocorrer, o fato deve ser comunicado à autoridade
superior competente, para que delegue a função de Polícia Judiciária Militar a outro.
O CPPM prevê ações emergenciais que devem ser adotadas diante da prática de um crime. Durante o
período que antecede a delegação, o comandante pode, sem quebra da hierarquia e da disciplina, adotar
medidas preliminares, previstas no art. 12.
Não cabe à autoridade policial militar a competência jurisdicional. Obviamente pode haver situações em que
não é tão claro assim se a competência é da Justiça Militar ou da Justiça comum. Apenas se exige que a
autoridade policial militar faça a comunicação à autoridade policial competente quando o crime for
claramente de competência da Justiça comum.
As Auditorias Militares não têm competência para julgar oficiais generais, pois estes gozam de prerrogativa
de foro em razão da função, e são julgados perante o STM.
Imagine a seguinte situação: diante de indícios do cometimento de crime por um tenente, um capitão é
designado para conduzir as investigações, mas no curso das diligências ele conclui que também houve a
participação de um major.
Neste caso o capitão deve suspender o curso do inquérito e comunicar à autoridade que delegou a
atribuição, para que esta determine novo encarregado, de posto superior ao do major envolvido.
Nada impede, porém, que, no decorrer de IPM conduzido pelo capitão, um major seja ouvido na qualidade
de testemunha. Não nenhuma irregularidade nesse procedimento. O que não é possível é que o superior do
encarregado esteja sendo investigado.
ESCRIVÃO DO INQUÉRITO
Art. 11. A designação de escrivão para o inquérito caberá ao respectivo encarregado, se não tiver sido
feita pela autoridade que lhe deu delegação para aquele fim, recaindo em segundo ou primeiro-
tenente, se o indiciado for oficial, e em sargento, subtenente ou suboficial, nos demais casos.
COMPROMISSO LEGAL
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Não pode ser designada praça como escrivão no IPM que apura infração penal cometida por oficial. Nada
impede, porém, que seja designado como escrivão um militar de posto superior ao de tenente.
Em se tratando o indiciado de praça ou civil, deve ser designado como escrivão um sargento, subtenente ou
suboficial.
O encarregado pode adotar essas medidas mesmo antes de ser publicada a portaria de delegação. Essas
medidas estão relacionadas à preservação do local do crime para perícias, apreensão de instrumentos
relacionados ao crime, prisão do infrator e colheita de provas.
FORMAÇÃO DO INQUÉRITO
Art. 13. O encarregado do inquérito deverá, para a formação deste:
ATRIBUIÇÃO DO SEU ENCARREGADO
a) tomar as medidas previstas no art. 12, se ainda não o tiverem sido;
b) ouvir o ofendido;
c) ouvir o indiciado;
d) ouvir testemunhas;
e) proceder a reconhecimento de pessoas e coisas, e acareações;
f) determinar, se for o caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer outros exames e
perícias;
g) determinar a avaliação e identificação da coisa subtraída, desviada, destruída ou danificada, ou da
qual houve indébita apropriação;
h) proceder a buscas e apreensões, nos termos dos arts. 172 a 184 e 185 a 189;
i) tomar as medidas necessárias destinadas à proteção de testemunhas, peritos ou do ofendido, quando
coactos ou ameaçados de coação que lhes tolha a liberdade de depor, ou a independência para a
realização de perícias ou exames.
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Lembre-se de que o encarregado do IPM pode ser a própria autoridade policial, bem como aquele que recebe
delegação para exercer esta atividade. Primeiramente ele deve adotar as medidas previstas no art. 12, o que
pode ser feito, inclusive, antes da formalização da delegação.
Os exames e perícias previstos na alínea F podem ser requisitados às autoridades civis. Estes são os
procedimentos considerados como efetivamente instrutórios da ação penal, nos termos do parágrafo único
do art. 9°.
Se o encarregado do IPM perceber que o ofendido, testemunha ou perito está sofrendo ameaça ou coação,
é de sua responsabilidade tomar as medidas necessárias para protegê-los, nos termos da alínea I.
O encarregado do IPM pode promover a reprodução simulada dos fatos, desde que esta não atente contra
a moralidade ou a ordem pública. Até aí temos regras muito semelhantes às aplicáveis à investigação policial
comum, mas o CPPM proíbe também a reconstituição que atente contra a hierarquia e a disciplina militares.
ASSISTÊNCIA DE PROCURADOR
Art. 14. Em se tratando da apuração de fato delituoso de excepcional importância ou de difícil
elucidação, o encarregado do inquérito poderá solicitar do procurador-geral a indicação de procurador
que lhe dê assistência.
Aqui o legislador está se referindo aos promotores e procuradores de justiça militar. Chamo sua atenção
para o fato de que, à época, os cargos não tinham esses nomes, e por isso a imprecisão do dispositivo.
Pela redação do dispositivo, você pode ser enganado e pensar que o membro do MPM vai obedecer às
ordens do encarregado do IPM. Na realidade, o Procurador-Geral indicará um membro do MPM para
acompanhar as investigações, sendo possível inclusive que ele requisite diligências ao encarregado.
Não há propriamente uma obrigatoriedade, mas sempre que possível o encarregado do IPM, além ser oficial,
deve ser pelo menos um capitão (Exército ou Aeronáutica) ou capitão-tenente (posto de capitão na
Marinha).
Oficial superior é pelo menos um major. Tenentes são chamados de oficiais subalternos, Capitães são oficiais
intermediários, enquanto os majores, tenentes-coronéis e coronéis são chamados de oficiais superiores.
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Hoje há uma lei específica tratando dos crimes contra a segurança nacional (Lei nº 7.170/1983). Com a
Constituição de 1988 a competência para julgar esses crimes foi deslocada para a Justiça Federal.
SIGILO DO INQUÉRITO
Art. 16. O inquérito é sigiloso, mas seu encarregado pode permitir que dele tome conhecimento o
advogado do indiciado.
Este dispositivo também deve ser interpretado à luz da Constituição Federal. O inquérito continua sendo
sigiloso, pelas razões que já expomos, mas hoje o encarregado do IPM é obrigado a dar vista do inquérito
tanto ao advogado do indiciado quanto aos membros do Ministério Público Militar.
Na realidade, o mais correto hoje seria dizer que as investigações são sigilosas, e não propriamente o
inquérito. Uma vez realizada a ação de investigativa, não há problema em franquear acesso aos autos do
inquérito ao advogado do indiciado ou ao membro do Ministério Público.
Cumpre aqui chamar a sua atenção ao teor do novíssimo art. 16-A introduzido pela Lei 13.964 de 2019.
Nos casos em que servidores das polícias militares e dos corpos de bombeiros militares
figurarem como investigados em inquéritos policiais militares e demais procedimentos
extrajudiciais, cujo objeto for a investigação de fatos relacionados ao uso da força letal
praticados no exercício profissional, de forma consumada ou tentada, incluindo as
situações dispostas nos arts. 42 a 47 do Decreto-Lei nº 1.001, de 21 de outubro de 1969
(Código Penal Militar), o indiciado poderá constituir defensor.
Para estes casos o investigado deverá ser citado da instauração do procedimento investigatório, podendo
constituir defensor no prazo de até 48 (quarenta e oito) horas a contar do recebimento da citação.
Esgotado o prazo acima com ausência de nomeação de defensor pelo investigado, a autoridade responsável
pela investigação deverá intimar a instituição a que estava vinculado o investigado à época da ocorrência
dos fatos, para que esta, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, indique defensor para a representação
do investigado.
Estas regras também se aplicam aos servidores militares das Forças Armadas (art. 142 da
Constituição Federal), desde que os fatos investigados digam respeito a missões para a
Garantia da Lei e da Ordem.
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Art. 17. O encarregado do inquérito poderá manter incomunicável o indiciado, que estiver legalmente
preso, por três dias no máximo.
Fica bem claro para nós que este dispositivo não foi recepcionado pela Constituição de 1988, não é
verdade? Ele fere diretamente o art. 136, §3º, IV: “é vedada a incomunicabilidade do preso”.
DETENÇÃO DE INDICIADO
Art. 18. Independentemente de flagrante delito, o indiciado poderá ficar detido, durante as
investigações policiais, até trinta dias, comunicando-se a detenção à autoridade judiciária competente.
Esse prazo poderá ser prorrogado, por mais vinte dias, pelo comandante da Região, Distrito Naval ou
Zona Aérea, mediante solicitação fundamentada do encarregado do inquérito e por via hierárquica.
Esta é a famosa “prisão para averiguações”, e permite que o indiciado fosse detido independentemente de
flagrante delito apenas para fins de investigação.
O prazo que inicialmente é de até trinta dias ainda pode ser prorrogado por mais vinte por ato do
comandante da Região Militar, Distrito Naval ou Zona Aérea (hoje se chama Comando Aéreo).
Num primeiro momento pode parecer que este dispositivo não foi recepcionado pela Constituição, mas o
art. 5º, LXI, determina que “ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e
fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime
propriamente militar, definidos em lei”.
Perceba, porém, que a prisão para investigação somente é aplicável no caso de crimes propriamente
militares. Infelizmente a Constituição não determina que crimes são esses, mas o assunto é tratado
amplamente pelos estudiosos do Direito Penal Militar.
A menagem ocorre quando o indiciado não fica exatamente restrito às instalações prisionais, mas tem sua
liberdade circunscrita às dependências da unidade militar em que serve.
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que não ficar concluído às dezoito horas será encerrado, para prosseguir no dia seguinte, em hora
determinada pelo encarregado do inquérito.
§3º Não sendo útil o dia seguinte, a inquirição poderá ser adiada para o primeiro dia que o for, salvo
caso de urgência.
Há um horário determinado para a oitiva de testemunhas (7h às 18h), apesar de o próprio dispositivo abrir
a possibilidade de exceções em casos urgentes.
A assentada lavrada pelo escrivão, mencionada no §1º, corresponde à ata, por meio da qual os
acontecimentos são registrados.
As testemunhas também não podem ser ouvidas por mais de 4h consecutivas. Se for necessário mais tempo,
deve ser concedido à testemunha o período de 30min de descanso. Se ainda assim não for possível concluir
a oitiva até às 18h, o procedimento deve continuar no dia útil seguinte. É possível também a oitiva em dia
não útil em caso de urgência.
Atenção aqui! Estes detalhes são muito cobrados em provas! O inquérito deve ser encerrado em vinte dias
se o indiciado estiver preso. Este prazo, porém, não é contado a partir da instauração do inquérito, mas sim
da data em que o indiciado foi preso.
Se o indiciado estiver solto o prazo será de quarenta dias, e agora sim a contagem se faz a partir da portaria
que instaurou o IPM.
Alguns autores chamam atenção para a necessidade de concluir o inquérito no menor dos dois prazos. Não
faria sentido, por exemplo, o indiciado ser preso no 35º dia de investigação e o prazo para conclusão do IPM
ser de vinte dias a partir da prisão.
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O prazo de quarenta dias pode ser prorrogado por mais vinte. Geralmente o pedido de prorrogação é feito
pelo encarregado do IPM ao Juiz, em que pese a Doutrina defenda que o mais correto seria dirigir a
solicitação ao membro do MPM.
Jorge César de Assis comenta o §2º no sentido de que a possibilidade de prorrogar o prazo por ato do
Ministro competente, diante de dificuldade insuperável, não é mais aplicável.
Geralmente o tratamento de diligências não concluídas cabe ao membro do MPM. Se ele perceber que deve
ser concluída alguma diligência, os autos do inquérito são devolvidos ao encarregado para conclusão. Isso
ocorre inclusive com relação a testemunhas não ouvidas, pois o membro do MPM dificilmente assume o
risco de arrolar no processo pessoa que não foi ouvida antes em sede de IPM.
Há muitas críticas da Doutrina em razão da determinação legal para que o Juiz figure como intermediário
entre o encarregado do IPM e o MPM. Pode haver uma situação esdrúxula, quando o Juiz entende que não
são necessárias novas diligências, e por essa razão não remete o inquérito de volta para o encarregado.
O §5º do art. 10 trata da situação em que o oficial encarregado descobre que um superior hierárquico seu
teve envolvimento com o fato criminoso. Já vimos que nesta situação o encarregado deve suspender o IPM
e comunicar o fato à autoridade policial militar, que indicará outro encarregado.
No período entre a suspensão e a nomeação do novo encarregado, o prazo para conclusão do IPM é
suspenso. Cuidado, pois a redação do dispositivo pode confundir você, uma vez que utiliza o termo
“interrupção”, quando na verdade trata de caso de suspensão.
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É importante que a juntada de documentos observe a ordem cronológica. Isto facilita bastante o
entendimento acerca do desenrolar dos fatos e das ações investigativas realizadas. Quanto à obrigatoriedade
de datilografar as folhas do IPM, obviamente isto agora é letra morta.
Quando o encarregado do IPM pleitear uma diligência e ela for cumprida, ele mesmo despachará pela
juntada dos documentos comprobatórios, que será providenciada pelo escrivão mediante termo de juntada.
RELATÓRIO
Art. 22. O inquérito será encerrado com minucioso relatório, em que o seu encarregado mencionará as
diligências feitas, as pessoas ouvidas e os resultados obtidos, com indicação do dia, hora e lugar onde
ocorreu o fato delituoso. Em conclusão, dirá se há infração disciplinar a punir ou indício de crime,
pronunciando-se, neste último caso, justificadamente, sobre a conveniência da prisão preventiva do
indiciado, nos termos legais.
SOLUÇÃO
§1º No caso de ter sido delegada a atribuição para a abertura do inquérito, o seu encarregado enviá-
lo-á à autoridade de que recebeu a delegação, para que lhe homologue ou não a solução, aplique
penalidade, no caso de ter sido apurada infração disciplinar, ou determine novas diligências, se as julgar
necessárias.
ADVOCAÇÃO
§2º Discordando da solução dada ao inquérito, a autoridade que o delegou poderá avocá-lo e dar
solução diferente.
O inquérito deve ser encerrado com um relatório detalhado, mencionando todas as ações investigativas
realizadas, concluindo acerca da maneira como ocorreram os fatos e da existência infração disciplinar ou de
indícios de crime militar.
Caso o IPM tenha sido conduzido por meio de delegação, os autos devem ser enviados à autoridade que
detêm competência para o exercício das atribuições de Polícia Judiciária Militar. A autoridade pode
concordar ou não com as conclusões do relatório, e ainda determinar novas diligências ou aplicar
diretamente sanção disciplinar, se for o caso.
Cabe também à autoridade policial militar avocar o inquérito e dar a ele solução diferente, se discordar da
forma como foi conduzido ou das conclusões trazidas no relatório.
O MPM não está obrigado a compreender os fatos da mesma maneira que o fez a Polícia Judiciária Militar.
Nada impede, por exemplo, que a autoridade policial militar entenda que houve crime militar e o MPM
entenda que não é competente para promover a ação penal.
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Após a solução do inquérito, os autos serão enviados para a Auditoria Militar juntamente com eventuais
provas materiais que façam parte do IPM.
Hoje não mais existem as auditorias especializadas. Até alguns anos atrás havia auditorias para cada uma
das forças armadas. Hoje as auditorias são mistas, e os conselhos permanentes ou especiais de justiça julgam
crimes militares no âmbito de qualquer uma das forças.
Hoje somente em Brasília, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo há mais de uma auditoria. Nestas
localidades a 1ª Auditoria deve receber os inquéritos e providenciar a distribuição paritária.
Se o crime militar for cometido fora do território nacional, a competência para julgá-lo será da 11ª
Circunscrição Judiciária Militar, com sede em Brasília.
O IPM, depois de aberto, não pode ser arquivado pela autoridade policial militar. Ele deve ser
obrigatoriamente remetido à Auditoria Militar, e dela ao Ministério Público, para que decida sobre a
necessidade do oferecimento de denúncia.
Essa obrigatoriedade persiste ainda que no relatório a autoridade policial conclua pela inexistência do crime
ou pela não autoria do indiciado.
Um novo IPM pode ser instaurado para investigar os mesmos fatos de outro inquérito arquivado, desde que
surjam novas provas.
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Aqui temos uma hipótese de aplicação da cláusula rebus sic stantibus. Obviamente não é possível instaurar
IPM para investigar fato já julgado ou cuja punibilidade já foi extinta (em razão da prescrição, por exemplo).
Hoje a possibilidade prevista no inciso II não é mais possível, pois não cabe ao juiz imiscuir-se na investigação
e produção das provas por parte da Polícia Judiciária Militar. Não pode o juiz determinar a devolução do
inquérito, a não ser por requisição do MPM (prevista no inciso I).
Quando o militar é preso em flagrante delito, não se abre automaticamente um IPM, mas apenas um Auto
de Prisão em Flagrante (APF). Se o APF já contiver todos os elementos necessários a subsidiar a propositura
da ação penal, os autos podem ser enviados diretamente à Auditoria Militar, e dela para o MPM.
Esta possibilidade não é aplicável para os casos em que a comprovação do crime depende de perícia, caso
em que será necessário instaurar IPM e requisitar as diligências nesse sentido.
DISPENSA DE INQUÉRITO
Art. 28. O inquérito poderá ser dispensado, sem prejuízo de diligência requisitada pelo Ministério
Público:
a) quando o fato e sua autoria já estiverem esclarecidos por documentos ou outras provas materiais;
b) nos crimes contra a honra, quando decorrerem de escrito ou publicação, cujo autor esteja
identificado;
c) nos crimes previstos nos arts. 341 e 349 do Código Penal Militar.
O MPM pode perfeitamente oferecer a denúncia mesmo que não haja IPM. Algumas vezes o fato chega
diretamente ao conhecimento do MPM, sem nenhuma atuação da autoridade policial militar.
Os crimes contra a honra e os previstos nos arts. 341 e 349 (desacato e desobediência a decisão judicial)
são de prova simples, e por isso prescindem da instauração de IPM.
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Lembre-se que em todos esses casos o MPM tem total liberdade para requisitar diligências, ainda que não
haja IPM instaurado.
A regra geral é que na Justiça Militar a ação penal seja pública incondicionada. Há, todavia, alguns crimes
(arts. 136 a 141 do CPM) que exigem requisição do Comando Militar ou do Ministro da Justiça. Atenção aqui,
pois estamos falando de requisição, e não de representação do ofendido, ok? Esta modalidade não é
admitida no Processo Penal Militar.
Alguns doutrinadores dizem que esta requisição não enseja obrigatoriedade, pois o Ministério Público é o
dominus litis, e não pode ser obrigado a apresentar denúncia, especialmente por membros de outros
poderes.
A Constituição permite também que haja uma ação penal privada subsidiária da pública. Este direito pode
ser utilizado quando houver desídia do Ministério Público. Quando este não se manifestar no prazo legal, a
vítima do crime pode apresentar essa modalidade de ação penal.
OBRIGATORIEDADE
Art. 30. A denúncia deve ser apresentada sempre que houver:
a) prova de fato que, em tese, constitua crime;
b) indícios de autoria.
Recebidos os autos do Inquérito Policial Militar (IPM), o promotor deve analisá-lo e, quando identificar a
existência de prova do fato típico e a suficiência de indícios de autoria, deve apresentar a denúncia.
Quanto a este segundo requisito, se aplica o princípio in dubio pro societate, pois não é necessário que haja
certeza da autoria, mas apenas indícios.
É possível, todavia, que o promotor considere insuficientes os elementos trazidos pelo IPM, e, neste caso,
ele poderá determinar o retorno dos autos à Polícia Judiciária Militar para que realize novas diligências.
Muitas vezes isso ocorre porque o encarregado, para obedecer ao prazo legal, envia o IPM ao Poder
Judiciário, mesmo incompleto.
É possível ainda que o membro do MPM faça o pedido de arquivamento (com base no art. 397 do CPPM) ao
Juiz.
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Se o Juiz discorda do pedido de arquivamento formulado pelo promotor, deve remeter os autos ao
Procurador-Geral de Justiça Militar. Este, por sua vez, pode determinar o arquivamento, ou designar outro
promotor para, obrigatoriamente, oferecer a denúncia.
O fato de haver requisição do Comando Militar ou do Ministério da Justiça não obriga o Ministério Público
Militar a apresentar a denúncia.
Vários dos crimes previstos do art. 136 ao art. 141 do Código Penal Militar (Crimes Contra a Segurança
Externa do País) não são mais aplicáveis, pois foram tipificados na Lei nº 7.170/1983, conhecida como Lei de
Segurança Nacional. Hoje a Doutrina entende que esses crimes devem ser julgados pela Justiça Federal.
À época em que este dispositivo foi redigido, cada uma das forças armadas tinha seu próprio ministério. Por
essa razão o dispositivo trata do “ministério a que o agente estiver subordinado”. A interpretação moderna
desloca essa atribuição para o Comando Militar correspondente.
O crime de entendimento para gerar conflito ou divergência com o Brasil (art. 141 do CPM) é o único que
pode ser cometido por civil. Somente neste caso será necessária requisição do Ministério da Justiça.
O Ministério Público Militar tem liberdade para analisar o IPM de forma a identificar a existência dos dois
pressupostos do art. 30: prova do fato e indícios de autoria. Entretanto, uma vez proposta a ação penal (por
meio da denúncia), não pode haver desistência.
“Mas professor, e se, ao longo do processo, o membro do Ministério Público se convencer da inocência do
réu?”. Respondo a você, caro aluno, que o promotor não poderá desistir da ação penal, mas isso não o
impede de, em suas alegações finais, pugnar pela absolvição do réu.
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§1º As informações, se escritas, deverão estar devidamente autenticadas; se verbais, serão tomadas
por termo perante o juiz, a pedido do órgão do Ministério Público, e na presença deste.
REQUISIÇÃO DE DILIGÊNCIAS
§2º Se o Ministério Público as considerar procedentes, dirigir-se-á à autoridade policial militar para que
esta proceda às diligências necessárias ao esclarecimento do fato, instaurando inquérito, se houver
motivo para esse fim.
O caput do art. 33 trata da notitia criminis. Qualquer pessoa pode informar o Ministério Público da
ocorrência de crime militar. O MPM goza, inclusive, de poderes investigativos próprios, e não depende da
instauração de IPM para que apresente denúncia.
Se do procedimento próprio conduzido pelo MPM foi possível extrair a prova da ocorrência do fato e os
indícios de autoria, a denúncia já pode ser apresentada. Também é possível, nos termos da Constituição, que
o MPM determine à autoridade policial militar a instauração de IPM.
Quanto ao §1º, não é mais necessário que a informação seja tomada a termo perante o magistrado. É
perfeitamente possível que o cidadão se dirija diretamente às dependências do MPM e lá sua denúncia seja
tomada a termo.
A requisição de diligências prevista no §2º obviamente não é obrigatória. Caso o procedimento investigativo
seja conduzido pelo próprio MPM, as diligências serão conduzidas pelo próprio promotor. O MPM também
não instaura o IPM, mas requisita a instauração à autoridade policial militar.
Por fim, vale a leitura dos artigos que citam o Processo em Geral.
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Parágrafo único. O processo suspende-se ou extingue-se nos casos previstos neste Código.
QUESTÕES COMENTADAS
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O Código de Processo Penal Militar é expresso no sentido de que a norma processual deve ser aplicada a
partir de sua vigência, inclusive aos processos pendentes de julgamento. É importante que você compreenda
bem que a regra da retroatividade da lei penal mais benigna é do Direito Penal, mas não se aplica ao Direito
Processual.
GABARITO: ERRADO
Comentários
A regra adotada pelo CPPM, bem como pelo Direito Penal Militar é a extraterritorialidade incondicionada.
Esta regra é diferente daquela adotada pelo Direito Processual Penal comum, em que a extraterritorialidade
pode ser condicionada ou incondicionada.
GABARITO: CERTO
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Eu disse a você que a palavra “castrense” era muito utilizada né? Pois bem, a interpretação literal é a regra
geral para a hermenêutica dos dispositivos do CPPM. A art. 2°, todavia, autoriza “a interpretação extensiva
ou a interpretação restritiva, quando for manifesto, no primeiro caso, que a expressão da lei é mais estrita
e, no segundo, que é mais ampla, do que sua intenção”. Lembre-se, porém, que há a exceção da exceção,
não sendo permitida a utilização da interpretação extensiva ou restritiva quando cercear a defesa pessoal
do acusado, prejudicar ou alterar o curso normal do processo, ou lhe desvirtuar a natureza, ou desfigurar de
plano os fundamentos da acusação que deram origem ao processo.
GABARITO: ERRADO
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O candidato que não estudou bem a matéria poderia marcar esta alternativa como correta, pois ela soa
muito bem, não é mesmo? Sabemos que os tratados e convenções internacionais que tratam de Direitos
Humanos são sujeitos a um regramento especial e tudo o mais, mas isso não tem NADA A VER com o Direito
Processual Penal Militar. Se houver conflito entre a norma do CPPM e a de qualquer convenção ou tratado
internacional, deve ser aplicada a norma internacional.
GABARITO: ERRADO
Comentários
A primeira parte da assertiva está correta: a aplicação subsidiária da norma processual penal comum é
possível nos casos de omissão do CPPM, mas não pode ofender as principais características do processo
penal castrense, notadamente os princípios da hierarquia e da disciplina. Por outro lado, não é necessária
nenhuma declaração de omissão pelo órgão julgador. O examinador tentou confundir o candidato
misturando o nosso assunto com o controle de constitucionalidade difuso, não é mesmo?
GABARITO: ERRADO
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Vimos que nos Conselhos de Justiça o juiz togado é um juiz de carreira, aprovado em concurso público de
provas e títulos. Os outros quatro juízes que compõe o conselho são militares de carreira, mas também são
chamados de juízes.
GABARITO: ERRADO
Comentários
Nos crimes militares a regra geral é de que a ação penal seja pública incondicionada. O CPPM é expresso no
sentido de que a ação penal somente pode ser promovida por meio de denúncia apresentada pelo Ministério
Público Militar. Claro que isso não exclui a possibilidade da ação penal privada subsidiária da pública, que é
de cunho constitucional, e protege a vítima de crime da desídia do Ministério Público.
GABARITO: ERRADO
Comentários
A competência para julgar crime militares é conferida pela Constituição à Justiça Militar. Para tal, há dois
ramos especializados do Direito: o Direito Penal Militar e o Direito Processual Penal Militar.
GABARITO: ERRADO
Comentários
Não vimos isto em detalhes, mas o art. 90-A da Lei n° 9.099/1995 exclui do âmbito de aplicação deste diploma
legal os órgãos da Justiça Militar. Isto significa que nenhuma disposição relacionada aos juizados especiais é
aplicável, incluindo aí a possibilidade da proposição de transação penal pelo Ministério Público. Vários
concursos já cobraram questões acerca da aplicabilidade da Lei dos Juizados Especiais à Justiça Militar.
GABARITO: ERRADO
10. (inédita).
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O contraditório e a ampla defesa devem ser sempre assegurados ao litigante ou acusado, tanto em
processo judicial quanto administrativo. Este direito é assegurado pela Constituição Federal, e deve ser
observado tanto no processo penal militar quanto no inquérito policial militar.
Comentários
O inquérito policial é inquisitório, e não pode, por si só, ter como consequência a condenação do investigado.
Na realidade, podemos dizer que formalmente não há nem sequer um acusado, pois a função do inquérito
é levantar indícios da prática de crime, para subsidiar a propositura da ação penal por parte do Ministério
Público. Por essas razões, não é necessário observar o contraditório e a ampla defesa no inquérito policial
militar.
GABARITO: ERRADO
11. (inédita).
Os órgãos julgadores do primeiro grau da Justiça Militar da União atuam em regime de escabinato,
sendo formados por um juiz de carreira e quatro juízes militares, que devem ocupar posto superior ao
do acusado ou, caso ocupem o mesmo posto, ser mais antigos.
Comentários
Você já ouviu falar do escabinato? Este regime é aquele que ocorre quando o órgão julgador é formado por
juízes leigos e togados. É exatamente o caso dos Conselhos de Justiça, não é mesmo? Além disso, você já
sabe que os conselhos são formados por um juiz togado e quatro juízes militares, que precisam ocupar posto
superior ao do acusado, ou ser mais antigos, caso ocupem o mesmo posto.
GABARITO: CERTO
Comentários
Veja bem. Essa questão gerou um pouco de polêmica na época, pois diz que as atribuições da polícia
judiciária militar são idênticas às da polícia judiciária comum. Ao pé da letra, nem todas as atribuições
previstas no art. 8° são exercidas também pela polícia judiciária comum, a exemplo da possibilidade de
requisitar pesquisas e exames às autoridades policiais civis. Entretanto, esta diferenciação é muito
preciosista, e a maioria dos doutrinadores diz que não há diferenças na natureza da atividade desempenhada
pela polícia judiciária militar e pela polícia judiciária comum. Por essa razão, a questão foi dada como certa.
GABARITO: CERTO
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À polícia judiciária militar, que é exercida pelas autoridades militares, cabe auxiliar as polícias civil e
federal na apuração de infrações penais militares, dado que são estas que detêm a exclusividade na
apuração de quaisquer infrações penais.
Comentários
Viajou né!!? A coisa é muito mais simples do que isso. A polícia judiciária militar investiga o cometimento de
crimes militares, enquanto a polícia judiciária comum (civil ou federal) investiga crimes comuns. Simples
assim. Por favor relembre o conteúdo do art. 8° do CPPM, especialmente a alínea A.
GABARITO: ERRADO
Comentários
Esta questão é bem interessante porque trata de diferentes aspectos relacionados ao IPM.
A alternativa A diz que o posto do indiciado influencia apenas a instauração do procedimento, mas não a
delegação da instrução. Isso não é verdade, pois o delegado (chamado pelo CPPM de encarregado) também
precisa ocupar posto superior ao do indiciado, nos termos do art. 7°, §§1° e 2°. Além disso, lembre-se de que
o art. 15 determina que o encarregado deve ocupar, sempre que possível, posto não inferior ao de capitão.
A alternativa B diz que a instrução do IPM pode ser delegada para praças. Na realidade, o art. 7°, §1° é bem
claro no sentido de que a delegação só pode ser feita em favor de oficiais da ativa. Adicionalmente, o art. 15
determina que o encarregado deve ocupar, preferencialmente, posto não inferior ao de capitão.
Quanto à alternativa C, as providências preliminares da instrução são aquelas previstas no art. 12, e estão
relacionadas à preservação do local do crime, apreensão de objetos, colheita de provas e prisão do infrator.
Esses procedimentos devem ser adotados pelo oficial responsável por comando, direção ou chefia, mesmo
que a delegação ainda não tenha sido formalizada.
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GABARITO: C
Comentários
A alínea D do art. 10 menciona a possibilidade de instauração de IPM em virtude de decisão do STM, mas
essa hipótese não é mais aplicável, pois a Constituição de 1988 conferiu independência ao Ministério Público,
e hoje não há mais como o Poder Judiciário determinar, por si só, investigações, ou dar início à persecução
penal sem a atuação do MPM.
GABARITO: ERRADO
Comentários
Vimos na nossa aula que o IPM, em regra, é sigiloso, mas que esta regra comporta exceções, a exemplo dos
pedidos de vista do advogado do indiciado, nos termos do art. 16. Lembre, porém, que o advogado somente
poderá ter acesso às informações acerca das ações investigativas já realizadas. Não faria sentido, por
exemplo, o advogado ser informado de que o encarregado do IPM solicitou ao Poder Judiciário a concessão
de mandado de busca e apreensão. Lembre-se também de que o assunto é tratado pela Súmula Vinculante
n° 14.
GABARITO: ERRADO
Comentários
Trata-se de questão polêmica, uma vez que a regra do art. 7°, §5° determina que seja convocado oficial
general da reserva do último posto. Todavia, hoje o dispositivo não é mais aplicável, pois o Estatuto dos
Militares determina que não há hierarquia entre militares da ativa e da reserva de mesmo posto.
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No entanto, o verdadeiro erro da questão é a questão da relação de antiguidade entre militares no serviço
ativo e na inatividade, que inexiste.
GABARITO: ERRADO
Comentários
O art. 9° determina que o IPM é a apuração sumária de fato que configure crime militar e de sua autoria. Em
regra, os atos praticados em sede de IPM são repetidos na fase penal, a exemplo da oitiva de testemunhas.
Todavia, o parágrafo único determina que alguns atos devem ser considerados como efetivamente
instrutórios da ação penal: os exames, perícias e avaliações realizadas por peritos idôneos e com obediência
às formalidades do CPPM.
GABARITO: ERRADO
Comentários
O caput do art. 12 tem sua redação concluída com a expressão “se possível”, pois em algumas ocasiões não
será possível que o oficial investido em função de comando adote as providências previstas.
GABARITO: ERRADO
Comentários
Veja bem, não há dispositivo no CPPM que assegure esse direito ao indiciado, em que pesem as posições
jurisprudenciais no sentido de que a assistência de advogado na oitiva é um direito do indiciado, assegurado
pela Constituição.
GABARITO: ERRADO
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No sistema processual castrense, não há previsão para o juiz requisitar a instauração de IPM,
entendendo a doutrina e a jurisprudência ser vedado ao juiz requisitar ou ordenar a instauração de
procedimento investigativo.
Comentários
O CPPM traz no art. 10, alínea D, a possibilidade de instauração do IPM por força de decisão do STM, mas
não há previsão de instauração por ordem de juiz. Mesmo essa possibilidade, entretanto, é entendida pela
Doutrina e Jurisprudência como inaplicável, como vimos na aula de hoje.
GABARITO: CERTO
Comentários
A redação dessa questão ficou bem confusa. Ela dá a entender que há uma norma além do CPPM que trata
do inquérito policial militar, e isso não é verdade.
GABARITO: ERRADO
Comentários
A Constituição de 1988 proibiu expressamente a incomunicabilidade do preso, nos termos do art. 136, §3°,
IV. O art. 17 do CPPM, portanto, não foi recepcionado.
GABARITO: ERRADO
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Comentários
Certo! É o que exprime o art. 9º, §2º, inciso I do Código Penal Militar. Trata-se de parágrafo recentemente
incluído pela lei n° 13.491/2017 e que excepciona a regra geral do art. 9º, §1º do CPM, pela qual os crimes
dolosos contra a vida praticados por militar contra civil são de competência da Justiça comum (Tribunal do
Júri).
Aqui, também quero que perceba que o soldado era das forças armadas e que estava cumprindo atribuições
fixadas pelo ministro de Estado da Defesa.
Art. 9º (...) § 2º Os crimes de que trata este artigo, quando dolosos contra a vida e cometidos por
militares das Forças Armadas contra civil, serão da competência da Justiça Militar da União, se
praticados no contexto: (Incluído pela Lei nº 13.491, de 2017)
I – do cumprimento de atribuições que lhes forem estabelecidas pelo Presidente da República ou pelo
Ministro de Estado da Defesa;
GABARITO: CERTO
Comentários
Errado! Em regra, a delegação das atribuições de polícia judiciária militar são realizadas para oficiais da
ativa. Em se tratando de inquérito policial militar, a delegação deverá recair sobre oficial de posto superior
ao do sujeito indiciado. Não sendo possível a designação de oficial de posto superior, poderá haver delegação
para oficial do mesmo posto, desde que mais antigo.
Todavia, se o indiciado ocupar posto e antiguidade de modo que não exista nenhum outro oficial em posto
superior ao dele ou nenhum outro oficial mais antigo no mesmo posto que o dele, o art. 7º, §5º do CPPM
permite ao ministro competente designar oficial da reserva de posto mais elevado que a do indiciado para
a instauração do IPM. Caso o inquérito já tenha sido iniciado, o ministro irá avocá-lo e irá designá-lo para o
oficial da reserva de posto mais elevado. Há aqui, portanto, uma exceção à regra geral.
GABARITO: ERRADO
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Situação hipotética: Em determinada unidade, o comandante instaurou inquérito policial militar para
apurar possível crime de prevaricação cometido por um oficial que lá servia. Ao receber os autos do
inquérito, o Ministério Público Militar promoveu o seu arquivamento, sob o fundamento de que a
materialidade do delito não foi comprovada. Assertiva: Nessa situação, será incabível a propositura de
ação penal privada subsidiária da pública.
Comentários
Certo! A ação penal privada subsidiária da pública somente se torna possível diante da inércia do Ministério
Público, ou seja, quando ao receber os autos do inquérito policial militar o órgão de acusação não oferece
denúncia, não requer novas diligência e nem promove o arquivamento.
Uma vez que promoveu o arquivamento, o Promotor não se quedou inerte, logo inviável a ação penal privada
subsidiária da pública.
Conforme o art. 24, §2º do CPPM “o Ministério Público poderá requerer o arquivamento dos autos, se
entender inadequada a instauração do inquérito.”
Obs.: muitos alunos ficaram em dúvida quanto a utilização pelo examinador do termo “promover” e não
“requerer”, assinalando a questão como incorreta, pois ao órgão de acusação não compete determinar o
arquivamento do IPM, mas apenas solicitar a medida ao juiz.
Entendo que “promover” é palavra polissêmica que abriga variados significados, entre os quais o de
solicitar, requerer, mover, acionar, propor, não havendo qualquer erro na questão.
GABARITO: CERTO
Comentários
Errado! Agiu bem o general ao ordenar ao comandante da unidade a instauração do IPM por via
radiotelefônica. Isto porque, consoante o art. 10, alínea b, do CPPM, o inquérito poderá ser iniciado mediante
portaria após determinação ou delegação da autoridade militar superior (no caso, o general). Em caso de
urgência (como era o caso do fato narrado na questão), tal determinação poderá ser efetuada por via
telegráfica ou radiotelefônica e confirmada, posteriormente, por ofício.
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[...]
b) por determinação ou delegação da autoridade militar superior, que, em caso de urgência, poderá
ser feita por via telegráfica ou radiotelefônica e confirmada, posteriormente, por ofício;
GABARITO: ERRADO
Comentários
Errado! O inquérito policial militar, como regra, deve ser delegado à oficial da ativa de posto superior ao do
indiciado. Não sendo possível, poderá haver a designação de um oficial do mesmo posto, desde que mais
antigo que o indiciado. É o que se extrai do art. 7º, §§2º e 3º do CPPM.
O comandante da unidade agiu corretamente, pois dada a indisponibilidade de oficial de posto superior ao
do indiciado (major), designou outro major, o mais antigo da unidade.
Uma observação importante para a sua prova: o critério da antiguidade não precisará ser observado quando
o indiciado é oficial da reserva ou reformado. (Art. 7º, §4º, CPPM)
GABARITO: ERRADO
Comentários
Certo! Em primeiro lugar, é preciso destacar que nos termos do art. 13 do CPM o militar da reserva, ou
reformado, “conserva as responsabilidades e prerrogativas do posto ou graduação, para o efeito da aplicação
da lei penal militar, quando pratica ou contra ele é praticado crime militar.”
Posto isto, destaca-se que os Conselhos de Justiça são órgãos da Justiça Militar. De acordo com art. 16 da lei
n° 8.457/1992 são divididos em duas espécies: o Conselho Especial de Justiça e o Conselho Permanente de
Justiça. Na alínea a, do art. 16, é fixado que o Conselho Especial de Justiça será constituído por um Juiz
Federal e quatro Juízes militares, sob a presidência, dentre estes, de um oficial-general ou oficial superior,
de posto mais elevado que o dos demais juízes, ou de maior antiguidade, no caso de igualdade.
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Ao Conselho Especial de Justiça compete processar e julgar os oficiais, exceto oficiais-generais, nos delitos
previstos na legislação penal militar (art. 27 da lei n° 8.457/1992)
Sendo o coronel um oficial, a competência para julgá-lo quando da concretização de crime militar é do
Conselho Especial de Justiça.
GABARITO: CERTO
Comentários
Errado! De acordo com o art. 8º do CPPM, a autoridade de polícia judiciária militar exerce as funções de
polícia judiciária e de polícia investigativa, mas não de polícia de segurança. Essa função em geral cabe aos
batalhões de polícia de cada uma das Forças. No Exército, por exemplo, há os batalhões de polícia do
Exército.
GABARITO: ERRADO
Comentários
Certo! Preceitua o art. 9º do CPPM que o objeto do inquérito policial militar “é a apuração sumária de fato,
que, nos termos legais, configure crime militar, e de sua autoria.”
Por sua vez, no art. 10, §3º, também do CPPM, é determinado que se a infração penal não for,
evidentemente, de natureza militar cabe ao encarregado comunicar o fato à autoridade policial competente.
GABARITO: CERTO
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Comentários
Certo! A ação penal militar é pública, sendo o Ministério Público Militar o dominus litis, isto é, o “senhor da
ação”, “o dono da lide” somente a ele competindo promovê-la quando presente a justa causa (prova da
materialidade e indícios de autoria)
Em regra, tais elementos serão alcançados por meio do inquérito policial militar, procedimento cuja
finalidade precípua é a de colher elementos necessários à propositura da ação penal.
GABARITO: CERTO
Comentários
Errado! Em tais hipóteses, a autoridade policial militar deverá delegar a função de instauração do IPM para
oficial da ativa que ocupe posto superior ao do indiciado. Esta é a regra presente do art. 7º, §2º do CPPM e
independe de o indiciado ser oficial da ativa, da reserva, remunerada ou não, ou reformado.
Somente se não for possível a designação de oficial de posto superior ao do indiciado, poderá,
excepcionalmente, ser feita a de oficial do mesmo posto, não sendo preciso observar o critério de
antiguidade quando o indiciado é oficial da reserva ou reformado, consoante o art. 7º, §4º do CPPM.
GABARITO: ERRADO
Comentários
Certo! A regra do art. 7º, §2º do CCPM é que a autoridade policial militar ao fazer delegação para instauração
de inquérito policial militar, deverá nomear oficial da ativa que ocupe posto superior ao do indiciado. Se o
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indiciado for um cabo, a autoridade policial militar poderá nomear um oficial da ativa de qualquer posto
superior.
GABARITO: CERTO
Comentários
Errado! Tanto o inquérito policial civil quanto o policial militar são sigilosos, mas em ambos são garantidos o
acesso do advogado.
No civil, a súmula vinculante 14 é clara nesse sentido. No militar, tem-se o expresso no art. 16 do CPPM.
Vejamos:
Art. 16. O inquérito é sigiloso, mas seu encarregado pode permitir que dele tome conhecimento o
advogado do indiciado.
Súmula vinculante n. 14
É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova
que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de
polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa.
GABARITO: ERRADO
Comentários
A ação penal nos crimes militares é sempre pública. Para alguns crimes, porém, ela é condicionada à
requisição do Comando Militar do acusado ou do Ministério da Justiça, caso o acusado seja civil. O caso
excepcional em que é possível a ação privada não é previsto em lei, pois a única situação em que isso é
possível é diante da desídia do membro do MPM, caso em que a própria Constituição assegura à vítima do
crime o direito de utilizar-se da ação penal privada subsidiária da pública.
GABARITO: ERRADO
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Considere que, diante de crime impropriamente militar, cuja ação é pública e incondicionada, o
Ministério Público, mesmo dispondo de todos os elementos necessários à propositura da ação, tenha
deixado, por inércia, de oferecer a denúncia no prazo legal. Nessa situação, não obstante se tratar de
delito previsto em legislação especial castrense, o ofendido ou quem o represente legalmente
encontra-se legitimado para intentar ação penal de iniciativa privada subsidiária.
Comentários
A ação penal privada subsidiária da pública é assegurada pela própria Constituição, e por isso a falta de
previsão na legislação penal militar não pode impedir o ofendido de exercer esse direito.
GABARITO: CERTO
Comentários
O STF não reconhece legitimação ativa a entidades civis e sindicais para, em sede de substituição processual
ou em representação de seus associados, ajuizarem ação penal privada subsidiária da pública. Além disso, a
Justiça Militar da União apenas é competente para julgar os crimes militares definidos em lei, nos termos do
art. 124 da Constituição. É interessante que você lembre, entretanto, que o §4º do art. 125 da Constituição
autoriza a Justiça Militar dos estados a julgar ações judiciais contra atos disciplinares militares.
GABARITO: ERRADO
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Comentários
Perceba que o Cespe gosta muito deste tema, não é mesmo? Fique esperto! O Direito Processual Penal
Militar admite a ação penal privada subsidiária da pública, pois o direito de ajuizá-la é do ofendido, e é
assegurado pela Constituição Federal.
GABARITO: CERTO
Comentários
O art. 77, que trata dos requisitos formais da denúncia, não faz qualquer menção à necessidade de que tenha
havido IPM. A Constituição confere independência ao Ministério Público para, inclusive, investigar a
ocorrência de crimes de forma autônoma.
GABARITO: ERRADO
Comentários
Vimos que nos Conselhos de Justiça o juiz togado é chamado de Juiz Federal da Justiça Militar, e é um juiz de
carreira, aprovado em concurso público de provas e títulos. Os outros quatro juízes que compõe o conselho
são militares de carreira, mas também são chamados de juízes.
GABARITO: ERRADO
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LISTA DE QUESTÕES
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10. (inédita).
O contraditório e a ampla defesa devem ser sempre assegurados ao litigante ou acusado, tanto em
processo judicial quanto administrativo. Este direito é assegurado pela Constituição Federal, e deve ser
observado tanto no processo penal militar quanto no inquérito policial militar.
11. (inédita).
Os órgãos julgadores do primeiro grau da Justiça Militar da União atuam em regime de escabinato,
==0==
sendo formados por um juiz de carreira e quatro juízes militares, que devem ocupar posto superior ao
do acusado ou, caso ocupem o mesmo posto, ser mais antigos.
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O inquérito policial militar (IPM) caracteriza-se por exigir sigilo absoluto, previsto de forma expressa
no CPPM, de modo que, veda-se ao advogado e ao investigado o acesso aos autos do procedimento
investigatório.
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Situação hipotética: Um soldado das Forças Armadas, no cumprimento das atribuições que lhe foram
estabelecidas pelo ministro de Estado da Defesa, cometeu crime doloso contra a vida de um civil.
Assertiva: Nessa situação, o autor do delito deverá ser processado e julgado pela justiça militar da
União.
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No âmbito das Forças Armadas, compete à Polícia Judiciária Militar o exercício das funções de polícia
judiciária, de polícia investigativa e de polícia de segurança.
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Considere que, diante de crime impropriamente militar, cuja ação é pública e incondicionada, o
Ministério Público, mesmo dispondo de todos os elementos necessários à propositura da ação, tenha
deixado, por inércia, de oferecer a denúncia no prazo legal. Nessa situação, não obstante se tratar de
delito previsto em legislação especial castrense, o ofendido ou quem o represente legalmente
encontra-se legitimado para intentar ação penal de iniciativa privada subsidiária.
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GABARITO
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RESUMO
- Conselho Especial de Justiça formado por meio de sorteio cada vez que houver um
processo cujo réu é um oficial das forças armadas;
- Juiz Federal da Justiça Militar Juiz togado concursado com competência para julgar
singularmente determinadas ações penais em que o acusado tenha a condição de civil.
* Cada Conselho é formado por um juiz togado e quatro juízes militares que precisam ser
de posto superior ao do acusado, ou ainda ser mais antigos, caso ocupem o mesmo posto.
Quando houver conflito entre as normas do Código de Processo Penal Militar e convenção
ou tratado do qual o Brasil faça parte, deve ser aplicada a norma internacional.
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