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Aula 03

PC-GO (Agente e Escrivão) Bizu


Estratégico - 2022 (Pós-Edital)

Autor:
Elizabeth Menezes de Pinho Alves,
Jefferson de Souza Correia, Késia
Vieira Ramos de Oliveira,
Leonardo Mathias, Arthur Fontes
da Silva Jr

01 de Novembro de 2022

12808833679 - Rafael Henrique Mota


Elizabeth Menezes de Pinho Alves, Jefferson de Souza Correia, Késia Vieira Ramos de Oliveira, Leonardo Mathias, Arthur Fontes
Aula 03

BIZU ESTRATÉGICO DE NOÇÕES DE


DIREITO PROCESSUAL PENAL – PC/GO

Olá, Concurseiros e Concurseiras, tudo bem?


Neste material, traremos uma seleção de bizus da disciplina de Noções Direito Processual
Penal para o concurso para a Polícia Civil de Goiás – Diversos Cargos

Queremos proporcionar uma revisão rápida e de alta qualidade dos tópicos do conteúdo
programático que possuem as maiores chances de incidência em prova.

Lembrem-se que a finalidade dos Bizus não é abordar toda a matéria do edital, pelo contrário.
Trata-se de uma análise estatística do conteúdo mais frequente.
Ou seja: a matéria tratada nestes Bizus tem altíssima chance de estar em sua prova, portanto,
deve estar na ponta da língua.

Porém, não esqueça que não serão tratados os temas-chave de todos os pontos de seu edital,
então, você não pode se limitar apenas a isso!

Esperamos que esse material possa te ajudar a conquistar o cargo que almeja e ficamos à
disposição para auxiliar no que for possível.

Cabe mencionar que este material foi elaborado com base nas aulas em PDF.

Késia Oliveira Leonardo Mathias


@kesiaramosoliveira @profleomathias

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ANÁLISE ESTATÍSTICA

Primeiramente, vejamos o conteúdo de Noções de Direito Processual Penal inserido no edital para o
concurso da PC-GO:

Noções de Direito Processual Penal: 1 Inquérito policial. 1.1 Histórico, natureza, conceito, finalidade,
características, fundamento, titularidade, grau de cognição, valor probatório, formas de instauração, notitia
criminis, delatio criminis, procedimentos investigativos, indiciamento, garantias do investigado. 1.2 Conclusão,
prazos. 1.3 Presidência, arquivamento e trancamento do inquérito policial. 1.4 Acordo de não persecução penal.
2 Prova. 2.1 Exame do corpo de delito, cadeia de custódia e perícias em geral. 2.2 Interrogatório do acusado. 2.3
Confissão. 2.4 Qualificação e oitiva do ofendido. 2.5 Testemunhas. 2.6 Reconhecimento de pessoas e coisas. 2.7
Acareação. 2.8 Documentos de prova. 2.9 Indícios. 2.10 Busca e apreensão. 3 Restrição de liberdade. 3.1 Prisão
em flagrante. 3.2 Prisão preventiva. 3.3 Lei nº 7.960/1989 (prisão temporária). 3.4 Alterações da Lei nº
12.403/2011. 3.5 Liberdade provisória, fiança e medidas cautelares diversas da prisão. 4 Disposições
constitucionais aplicáveis ao Direito Processual Penal. 5 Princípios aplicáveis ao processo penal. 6 Sistemas de
processo penal. 7 Ação penal. 8 Competência. 9 Processo criminal de crimes comuns: procedimento comum
ordinário, sumário e sumaríssimo. 10 Nulidades, recursos e ações autônomas de impugnação. 11 Súmulas,
jurisprudência dominante dos Tribunais Superiores e legislação relacionada com os temas.

Pessoal, segue abaixo uma análise estatística dos assuntos mais exigidos no âmbito da disciplina de
Noções de Direito Processual Penal em concursos organizados pela AOCP.

Direito Processual Penal


Assunto % de cobrança
Princípios e Disposições constitucionais. 8,93%
Inquérito Policial. 19,64%
Prova. 26,79%
Prisões. 16,07%
Sistemas de processo penal. 0,00%
Ação Penal. 12,50%
Competência. 10,71%
Processo criminal de crimes comuns. 5,36%
Nulidades, recursos e ações autônomas de impugnação. 0,00%
Súmulas, jurisprudência dominante dos Tribunais Superiores e
0,00%
legislação relacionada com os temas.

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Pessoal, conforme mencionado, neste material trataremos apenas os tópicos com maior incidência, por
possuírem um custo-benefício elevado no nosso concurso.

Segue uma tabela contendo a numeração dos bizus referentes a cada tópico abordado e os respectivos
cadernos de questões selecionadas no nosso SQ:

Noções de Direito Processual Penal


Assunto Bizus Caderno de Questões
Princípios. 1a3 http://questo.es/bwlgrs

Inquérito Policial. 4a8 http://questo.es/swfivl

Provas. 9 http://questo.es/wvel4e

Prisão e liberdade provisória. 10 a 16 http://questo.es/plynk1

Ação Penal. 17 a 24 http://questo.es/02kt1r

Competência. 25 a 27 http://questo.es/a1eid6

Observação 01: Não localizamos muitas questões de Direito Processual Penal elaboradas pela banca
AOCP, sendo assim, inserimos questões de outras áreas que tenham um nível de cobrança parecido e
sugerimos que refaçam as questões propostas ao final das aulas em PDF.

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Apresentação

Antes de começarmos, gostaria de me apresentar. Meu nome é Késia Oliveira


e sou natural do Rio de Janeiro. Sou graduada em Direito e Pós-Graduada em
Direito Administrativo e Contratos pela UCAM e em Direito Público pela
Faculdade Legale.
Atualmente, exerço o cargo de Auditora de Controle Interno no Instituto
Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro (IFRJ). Também
fui aprovada no 7 º Concurso para Analista do MPU - Especialidade: Direito -
e no VII Concurso para Analista do TRF 1 - Especialidade: Oficial de Justiça
Avaliador Federal (2° lugar – Subseção Judiciária de Poços de Caldas - MG).

Serei a responsável pelo Bizu Estratégico de Direito Processual Penal e, com ele, pretendo abordar
os tópicos mais cobrados nessa disciplina, de maneira concisa e objetiva, por meio de uma linguagem bem
clara!

Espero que gostem!

Bons estudos!

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Direito Processual Penal


1. Princípios processuais penais
 Inércia - O Juiz não pode dar início ao processo penal, pois isto implicaria e violação da sua
imparcialidade. Não impede que o Juiz determine a realização de diligências!
 Devido Processo Legal - Base principal do Direito Processual brasileiro. Trata-se da obediência ao
rito previsto na Lei Processual, bem como às demais regras estabelecidas para o processo.
 Presunção de não culpabilidade ou Presunção de inocência - Maior pilar de um Estado Democrático
de Direito. Nenhuma pessoa pode ser considerada culpada antes do trânsito em julgado se sentença
penal condenatória. A existência de prisões provisórias não ofende a presunção de inocência.
 Obrigatoriedade da fundamentação das decisões judiciais - Quando o Juiz indefere uma prova
requerida, ou prolata a sentença, deve fundamentar seu ato, o que é determinado pela própria
Constituição.
 Publicidade - Os atos processuais e as decisões judiciais serão públicos. Essa publicidade NÃO É
ABSOLUTA, podendo sofrer restrição, quando a intimidade das partes ou interesse público exigir.
 Isonomia Processual (“par conditio” ou “paridade de armas”) - As pessoas são iguais perante a lei,
sendo vedadas práticas discriminatórias.
 Duplo grau de jurisdição - As decisões judiciais devem estar sujeitas à revisão por outro órgão do
Judiciário.
 Juiz Natural - Toda pessoa tem direito de ser julgada por um órgão do Poder Judiciário brasileiro.
Sendo assim, é vedada a formação de Tribunal ou Juízo de exceção.
 Vedação às provas ilícitas - A Doutrina dominante admite a utilização de provas ilícitas quando esta
for a única forma de se obter a absolvição do réu. Veda-se, também, a utilização de provas ilícitas
por derivação (teoria dos frutos da árvore envenenada).
 Vedação à autoincriminação - O ônus da prova incumbe à acusação, não ao réu. Conhecido como
nemo tenetur se detegere. É extraído da conjugação de três dispositivos constitucionais: Direito ao
silêncio; direito à ampla defesa e presunção de inocência.
 Non bis in idem - Uma pessoa não pode ser punida, nem processada duplamente pelo mesmo fato.

2. Aplicação da lei processual no tempo, no espaço e em relação às pessoas

 Aplicação da lei processual no espaço

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 O CPP adotou, como regra, o princípio da territorialidade. Esse princípio determina que a lei
produzirá seus efeitos dentro do território nacional.
 Exceções:
 Tratados, convenções e regras de Direito Internacional – a aplicação do CPP pode ser afastada em
razão de alguma norma específica prevista em tratado ou convenção internacional.
 Jurisdição política – Prerrogativas constitucionais - Presidente da República, Ministros de Estado,
nos crimes conexos com os do Presidente da República e Ministros do STF, nos crimes de
responsabilidade.
 Processos de competência da Justiça Eleitoral – Regra: Código Eleitoral – Subsidiariamente: CPP.
 Processos de competência da Justiça Militar – Regra: Código de Processo Penal Militar –
Subsidiariamente: CPP.
 Legislação especial – Regra: segue o rito específico previsto na legislação especial –
Subsidiariamente: CPP.
 Aplicação da lei processual no tempo

 Art. 2º do CPP. A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade dos atos
realizados sob a vigência da lei anterior.
 Princípio do tempus regit actum - Princípio do efeito imediato ou aplicação imediata da lei
processual.
 A lei nova não pode retroagir para alcançar atos processuais já praticados, mas se aplica aos atos
futuros dos processos em curso.

3. Sistemas processuais penais

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4. Inquérito Policial

 Conceito do IP: Procedimento administrativo, conduzido por uma autoridade policial, que visa
apurar um delito e sua autoria, a fim de que o titular da ação penal possa ingressar em juízo.

É procedimento
administrativo.
ADMINISTRATIVO
Instaurado e conduzido pela
AUTORIDADE POLICIAL (juiz não
instaura e nem conduz IP).

INQUISITIVO Não há contraditório e ampla


defesa. Não há acusação.

Dever de a autoridade policial


OFICIOSIDADE instaurar o IP, de ofício, quando a
ação for pública incondicionada.

O IP é conduzido por um órgão


OFICIALIDADE
oficial do Estado.

CARACTERÍSTICAS DO Os atos deverão ser escritos


ESCRITO e reduzidos a termo os orais.
INQUÉRITO POLICIAL
Formalidade.

INDISPONIBILIDADE A autoridade policial não


pode arquivar o IP.

O IP é dispensável, não
DISPENSABILIDADE obrigatório. Caráter meramente
informativo.

A autoridade policial pode


DISCRICIONARIEDADE conduzir da forma que
entender mais frutífera.
Porém sem arbitrariedades.

Exceção: em relação aos


SIGILOSO envolvidos, salvo decretação
de sigilo a determinadas
peças. Vide S.V. 14 do STF.

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5. Formas de Instauração

 Notitia criminis: É o conhecimento do crime.


 Formas de instauração do IP:
 Crimes de Ação Penal Pública Incondicionada:
o De ofício pela autoridade policial.
o Requisição do Juiz ou MP.
o Requerimento do ofendido ou do seu representante legal - se houver recusa, o ofendido pode
recorrer para chefe de polícia - Recurso inominado.
o Auto de prisão em flagrante.
o Delatio criminis - comunicação feita à autoridade policial por qualquer do povo.
 Crimes de Ação Penal Pública Condicionada:
o Depende de representação do ofendido ou do seu representante legal.
o Requisição do MP, porém com representação da vítima.
o Requisição do Ministro da Justiça.
o Auto de prisão em flagrante.
o Prazo de 06 meses!
o A contar da ciência da autoria delitiva.
o Sob pena de decadência.
 Crimes de Ação Penal Privada
o Depende de requerimento do ofendido ou do seu representante legal.
o Lavratura de APF (Auto de Prisão em Flagrante), desde que a vítima manifeste seu interesse na
instauração.
o Sucessores (C.A.D.I.)
o Prazo de 06 meses!
o A contar da ciência da autoria delitiva.
o Sob pena de decadência

6. Diligências investigatórias

 Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial deverá:
 Se dirigir ao local do crime.
 Apreender objetos que tiverem relação com o fato.

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 Colher todas as provas.


 Ouvir o ofendido.
 Ouvir o indiciado.
 Proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações.
 Determinar exame de corpo de delito e a quaisquer outras perícias.
 Ordenar a identificação e juntar aos autos sua folha de antecedentes.
 Averiguar a vida pregressa do indiciado.
 Colher informações sobre a existência de filhos.

 Reprodução simulada dos fatos: Para verificar a possibilidade de haver a infração ter sido praticada
de determinado modo, a autoridade policial poderá proceder à reprodução simulada dos fatos, desde
que esta não contrarie a moralidade ou a ordem pública. Atenção! É uma faculdade! “poderá”.
 Em se tratando de determinados crimes, a autoridade policial ou o MP poderão requisitar, de
quaisquer órgãos do poder público ou de empresas da iniciativa privada, dados ou informações
cadastrais da vítima ou de suspeitos (art. 13-A)
 Sequestro ou cárcere privado;
 Redução à condição análoga à de escravo;
 Tráfico de pessoas;
 Extorsão mediante restrição da liberdade (“sequestro relâmpago”);
 Extorsão mediante sequestro;
 Facilitação de envio de criança ou adolescente ao exterior (art. 239 do ECA).

 Em relação ao Tráfico de Pessoas (art. 13-B) - MP e Delegado de Polícia podem requisitar às empresas
de telefonia, através de autorização judicial, sinais que permitam localização da vítima ou suspeito.
 Se o juiz não se manifestar em até 12h, MP ou Delegado poderão requisitar diretamente às
empresas de telefonia.
 O IP deverá ser instaurado em até 72h após a ocorrência.

 O Juiz pode usar as provas obtidas no Inquérito para fundamentar sua decisão. O que o Juiz NÃO
PODE é fundamentar sua decisão somente com elementos obtidos durante o inquérito.

7. Prazo para conclusão do IP

 Justiça Estadual:

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 INDICIADO PRESO: 10 dias: Contados do dia da prisão em flagrante e, se preventiva, do dia em


que foi executada.
 INDICIADO SOLTO: 30 dias.
 Justiça Federal:
 INDICIADO PRESO: 15 dias prorrogáveis por mais 15.
 INDICIADO SOLTO: 30 dias.
 Lei de Drogas:
 INDICIADO PRESO: 30 dias, pode ser duplicado.
 INDICIADO SOLTO: 90 dias, pode ser duplicado.

8. Arquivamento do IP

ATENÇÃO! A Lei 13.964/19 (chamado “pacote anticrime”) modificou diversos pontos do processo penal,
dentre eles o procedimento para arquivamento do inquérito policial. O STF SUSPENDEU
temporariamente a nova redação do art. 28 do CPP, até o julgamento definitivo da ADI 6298. Sendo
assim, tal regramento não está em vigor, motivo pelo qual colocaremos o regramento anterior aqui.

 Caso o MP entenda que não é o caso de oferecer denúncia, irá requerer arquivamento do IP ao juiz.
 Caso o Juiz discorde, remeterá os autos do IP ao PGJ que decidirá se mantém ou não aposição de
arquivamento (art. 28, CPP).
 O Juiz está obrigado a acatar a decisão do PGJ (Chefe do MP).
 Arquivamento Implícito
 Objetivo: Quando o MP oferecer denúncia apenas em relação a alguns fatos investigados,
silenciando quanto a outros.
 Subjetivo: Quando o MP oferecer denúncia apenas em relação a alguns investigados, silenciando
quanto a outros.
 Não é aceito pelo STF! Eis que MP tem que se manifestar acerca do pedido de arquivamento.

 Coisa julgada do arquivamento

 Coisa Julgada Formal - O IP pode ser reaberto se surgirem provas novas.


 Coisa Julgada Material - É verificada nas situações nas quais não será possível retomar as
investigações. Impede a rediscussão do caso penal nas seguintes situações:
o Atipicidade do fato: Conduta irrelevante para Direito Penal. (STJ e STF)

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o Excludente da ilicitude: O STJ entende dessa forma. Já o STF, não!!! A excludente de ilicitude
não faz coisa julgada material para STF.
o Extinção da punibilidade: Art. 107 do CP. Mas se houve Certidão de óbito falsa, é possível
reabrir as investigações!!!(STJ e STF)

9. Provas

 O exame de corpo de delito é a perícia cuja finalidade é comprovar a materialidade das infrações
que deixam vestígios.
 Art. 158 do CPP: Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito,
direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado.
 Crime Transeunte e não-transeunte
 Crime Transeunte: É aquele que não deixa vestígios
 Crime Não-transeunte: É aquele que deixa vestígios.
 Exame de Corpo de Delito Direito e Indireto
 Direto: Realizado pelo perito diretamente sobre o vestígio deixado.
 Indireto: O perito realiza o exame com base em informações verossímeis fornecidas a ele.
 Prioridade para realização do exame de corpo de delito quando se tratar de crime que envolva:

 Violência doméstica e familiar contra a mulher;


 Violência contra criança adolescente, idoso ou pessoa com deficiência.
 Realização do Exame de Corpo de Delito
 Um perito oficial;
 Dois peritos não oficiais, os quais devem ser:
 Pessoas idôneas;
 Portadoras de diploma de curso superior, preferencialmente na área específica;
 Deverão prestar compromisso de bem e fielmente prestar o serviço.
 Perícia Complexa
 Abrange mais de uma área de conhecimento;
 Juiz pode designar MAIS de um perito oficial;
 A parte também poderá indicar mais de um assistente técnico.
 Dos Assistentes Técnicos
 São profissionais indicados pelas partes e não estão sujeitos a impedimento ou suspeição.

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 Possuem conhecimento técnico, a fim de auxiliar as partes na fase de produção pericial.


 Atuará somente após admissão do juiz e, após, a conclusão do ludo dos peritos oficiais.
 Prazo do laudo pericial – Prazo máximo de 10 dias, podendo ser prorrogado.
 Autópsia
 Pelo menos seis horas após o óbito;
 Salvo se pelos sinais da morte os peritos entenderem que pode ser feita antes;
 Morte violenta, basta o exame externo do cadáver;
 Os cadáveres serão sempre fotografados na posição em que forem encontrados, bem como as
lesões externas e vestígios deixados no local;
 Se necessário, os peritos juntarão ao laudo do exame provas fotográficas, esquemas ou
==22f927==

desenhos;
 Os objetos encontrados serão arrecadados e autenticados.

 Destruição de coisas ou rompimento de obstáculo


 Os peritos deverão:
 Descrever os vestígios,
 Indicar os instrumentos dos crimes,
 Avaliar as coisas destruídas, deterioradas ou que constituam produto do crime.

 Do incêndio
 Deve ser verificada:
 A causa e o lugar em que houver começado;
 O perigo que dele tiver resultado para a vida ou para o patrimônio alheio;
 A extensão do dano e o seu valor;
 Demais circunstâncias que interessarem à elucidação do fato.
 Reconhecimento de Escritos
 Devem ser observadas as seguintes regras:
 A pessoa a quem se atribua ou se possa atribuir o escrito será intimada para o ato, se for
encontrada;
 Para a comparação, poderão servir quaisquer documentos que a dita pessoa reconhecer ou
já tiverem sido judicialmente reconhecidos como de seu punho, ou sobre cuja autenticidade
não houver dúvida;

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 A autoridade, quando necessário, requisitará, para o exame, os documentos que existirem


em arquivos os estabelecimentos públicos, ou nestes realizará a diligência, se daí não
puderem ser retirados;
 A autoridade mandará que a pessoa escreva o que lhe for ditado. Se estiver ausente a
pessoa, mas em lugar certo, esta última diligência poderá ser feita por precatória, em que se
consignarão as palavras que a pessoa será intimada a escrever.
 O acusado não está obrigado a fornecer os padrões gráficos para a realização do exame, pois
ninguém pode ser obrigado a produzir prova contra si próprio.
 Lesões Corporais
 Caso o primeiro exame tenha sido incompleto, novo exame será realizado;
 O exame complementar pode ser determinado de ofício (sem requerimento de ninguém) ou a
requerimento do MP, do ofendido, do acusado ou de seu defensor.
 Art. 182. O juiz não ficará adstrito ao laudo, podendo aceitá-lo ou rejeitá-lo, no todo ou em parte.
 Cadeia de Custódia (NOVIDADE)
 Conjunto de todos os procedimentos utilizados para manter e documentar a história cronológica
do vestígio coletado em locais ou em vítimas de crimes, para rastrear sua posse e manuseio a
partir de seu reconhecimento até o descarte. ( art. 158-A).
 Novidade incluída pela Lei 13.964/19(pacote anticrime).
 Etapas da Cadeia de Custódia
 A cadeia de custódia possui 10 etapas (art. 158-B):

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10. Prisão em flagrante

 Tem como fundamento a prática de um fato com aparência de fato típico.


 Possui natureza administrativa.
 Sujeito ativo
 Qualquer do povo (facultativamente).
 A autoridade policial e seus agentes (obrigatoriamente).
 Modalidades
 Flagrante próprio - Será considerado flagrante próprio, ou propriamente dito, a situação do
indivíduo que está cometendo o fato criminoso ou que acaba de cometer este fato. Também
chamado de flagrante real, verdadeiro ou propriamente dito.
 Flagrante impróprio - É perseguido e capturado logo após a prática da infração. Também
chamado de imperfeito, irreal ou “quase flagrante”.
 Flagrante presumido - É encontrado, logo, depois, com armas, objetos ou papéis que façam
presumir ser o infrator. Também chamado de flagrante ficto ou assimilado.
 Flagrante Esperado - Espera-se a situação flagrancial.
 Flagrante Postergado - Retarda a operação para identificar maior número de criminosos.
 Flagrante Forjado - É aquele armado para incriminar um inocente. É ilegal.

PRISÃO EM FLAGRANTE X SITUAÇÕES ESPECIAIS


HIPÓTESE SITUAÇÃO
Menores de 12 anos (crianças) não podem sofrer privação da
MENORES DE 18 ANOS liberdade, devendo ser encaminhadas ao Conselho Tutelar.
Maiores de 12 e menores de 18 anos (adolescentes) podem ser
apreendidos, mas não presos (arts. 101, 105 e 171 do ECA).
Não está sujeito à prisão em flagrante, pois só pode ser preso
PRESIDENTE DA REPÚBLICA pela prática de crime comum após sentença condenatória, nos
termos do art. 86, § 3° da Constituição.

JUÍZES E MEMBROS DO MP Só podem ser presos em flagrante pela prática de crime


INAFIANÇÁVEL.
PARLAMENTARES DO Só podem ser presos em flagrante de crime INAFIANÇÁVEL
(art. 53, § 2° da CF/88). Aplica-se o mesmo aos Deputados
CONGRESSO NACIONAL
Estaduais e Distritais (art. 27, § 1° da CF).

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DIPLOMATAS ESTRANGEIROS E
CHEFES DE ESTADOS Não podem ser presos em flagrante (art. 1°, I do CPP).
ESTRANGEIROS

INFRATOR QUE
Não pode ser preso em flagrante, pois a sua apresentação
ESPONTANEAMENTE SE espontânea à autoridade impede a caracterização do flagrante
APRESENTA (nos termos do art. 304 do CPP).

Em regra, não está sujeito à determinação de prisão em


AUTOR DE INFRAÇÃO DE flagrante. No entanto, o art. 69, § único da Lei 9.099/95
estabelece que se aquele que pratica infração de menor
MENOR POTENCIAL potencial ofensivo (IMPO) se recusar a comparecer ao Juizado
OFENSIVO (JECRIM) ou se negar a assumir compromisso de comparecer ao Juizado
após a lavratura do Termo Circunstanciado (TC), poderá ser
decretada sua prisão em flagrante.
PESSOA FLAGRADA NA POSSE
DE ENTORPECENTE PARA USO Não cabe a decretação de sua prisão em flagrante (art. 48, § 2°
da Lei 11.343/06), comprometendo-se o infrator, OU NÃO, a
PRÓPRIO (ART. 28 DA LEI DE
comparecer ao Juizado. CUIDADO COM ISSO!
DROGAS)

PRISÃO EM FLAGRANTE X DETERMINADOS DELITOS


NATUREZA DO DELITO SITUAÇÃO
Não cabe prisão em flagrante, pois o crime não se consuma em
apenas um ato, exigindo-se uma sequência de atos isolados para que
o fato seja típico (maioria da Doutrina e da Jurisprudência). Parte
minoritária, no entanto, entende possível, se quando a autoridade
CRIMES HABITUAIS policial surpreender o infrator praticando um dos atos, já se tenha
prova inequívoca da realização dos outros atos necessários à
caracterização do fato típico (Minoritário). Há decisões
jurisprudenciais nesse último sentido (possível, desde que haja prova
da habitualidade).
O flagrante pode ser realizado em qualquer momento durante a
CRIME PERMANENTE
execução do crime, logo após ou logo depois.

Por se tratar de um conjunto de crimes que são tratados como um só


CRIME CONTINUADO para efeito de aplicação da pena, pode haver flagrante quando da
ocorrência de qualquer dos delitos.

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11. Lavratura do Auto de Prisão em Flagrante- APF

 Apresentado o preso, a autoridade policial deverá:


 Ouvir o condutor, colher sua assinatura e entregar recibo.
 Ouvir testemunha.
 Interrogar o acusado.
 A falta de testemunha do delito não impedirá o APF.
 Nesse caso, deverão assinar duas testemunhas que tenham testemunhado a apresentação do
preso à autoridade.
 Pertinência temática do art. 305 CPP: Art. 305. Na falta ou no impedimento do escrivão, qualquer
pessoa designada pela autoridade lavrará o auto, depois de prestado o compromisso legal.
 Comunicação da lavratura do IP imediata
 Juiz;
 Ministério Público;
 Família do preso ou pessoa indicada por ele.
 Remessa do APF em 24h
 Juiz;
 Defensoria Pública (caso o preso não indique advogado).
 O Juiz, ao receber o APF, poderá:
 Relaxar prisão ilegal.
 Converter prisão em flagrante em preventiva.
 Conceder liberdade provisória, com ou sem fiança.

12. Prisão preventiva

 Pode chamar de prisão cautelar por excelência, pois é aquela que é determinada pelo Juiz no bojo
do processo criminal ou da investigação policial.
 Cabimento
 Crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a 4 (quatro) anos.
 Reincidente em crime doloso! Se o infrator tiver o sido condenado por outro crime doloso, em
sentença transitada em julgado (desde que tenha ultrapassado menos de cinco anos desde a
extinção da punibilidade).

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 Violência doméstica e familiar contra vulnerável! Se o crime envolver violência doméstica e


familiar contra a mulher, criança, adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para
garantir a execução das medidas protetivas de urgência.
 Quando houver dúvida sobre a identidade civil da pessoa ou quando esta não fornecer
elementos suficientes para esclarecer a dúvida, devendo o preso ser colocado imediatamente
em liberdade após a identificação, salvo se outra hipótese recomendar a manutenção da prisão.
 Pressupostos
 Prova da materialidade do delito (existência do crime)
 Indícios suficientes de autoria
 O simples fato de “ser investigado” ou de ser “réu” não é fundamento para, por si só, decretar-se a
prisão preventiva de alguém.
 Momento para a decretação
 Investigação = não cabe “de oficio”
 Processo = Art. 311. Em qualquer fase da investigação policial ou do processo penal, caberá a
prisão preventiva decretada pelo juiz, a requerimento do Ministério Público, do querelante ou
do assistente, ou por representação da autoridade policial. (Redação dada pela Lei 13.964/19)
Não cabe mais decretação da prisão preventiva EX OFFICIO pelo Juiz!
 Princípio da precariedade ou da provisionalidade
 Pode ser revogada quando desaparecer as circunstâncias que a motivaram.
 Fundamentos
 Garantia da ordem pública
 Garantia da Ordem Econômica
 Conveniência da Instrução Criminal
 Segurança na aplicação da Lei penal
 Descumprimento de medida cautelar
 Vedação - A prisão preventiva em nenhum caso poderá decretada se o juiz verificar, pelas provas
constantes dos autos, ter o agente praticado o crime amparado por excludente de ilicitude.
 A decisão que decretar, substituir ou denegar a prisão preventiva será sempre motivada e
fundamentada. (Redação dada pela Lei 13.694/19)

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 O juiz poderá, de ofício ou a pedido das partes, revogar a prisão preventiva se, no correr da
investigação ou do processo, verificar a falta de motivo para que ela subsista, bem como novamente
decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem. (Redação dada pela Lei 13.694/19)
 A cada 90 dias deverá o órgão prolator da decisão revisar a necessidade de manutenção da prisão,
de forma fundamentada.
13. Prisão temporária

 Crimes específicos (rol taxativo)


 Crimes do Art. 1º, III, da Lei nº 7.960/89.
 Crimes hediondos ou equiparados.
 Deve ser imprescindível para as investigações do inquérito policial.
 O indiciado não tem residência fixa ou não fornece elementos necessários ao esclarecimento de
sua identidade.
 Prazo certo
 Regra: 05 dias + 05 dias.
 Crimes hediondos ou equiparados: 30 dias + 30 dias.
 Só cabe durante a investigação.
 Se for representação do Delegado, o Juiz, antes de decidir, ouvirá o MP.
 Juiz não pode decretar “de ofício”.
 Presos temporários devem ficar separados dos demais detentos.

14. Estabelecimento prisional especial

 Algumas pessoas, por sua condição, possuem direito a serem recolhidas a estabelecimento
prisional especial:
 os ministros de Estado;
 os governadores ou interventores de Estados ou Territórios, o prefeito do Distrito Federal, seus
respectivos secretários, os prefeitos municipais, os vereadores e os chefes de Polícia;
 os membros do Parlamento Nacional, do Conselho de Economia Nacional e das Assembleias
Legislativas dos Estados;
 os cidadãos inscritos no "Livro de Mérito";
 os oficiais das Forças Armadas e os militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios;
 os magistrados;
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 os diplomados por qualquer das faculdades superiores da República;


 os ministros de confissão religiosa;
 os ministros do Tribunal de Contas;
 os cidadãos que já tiverem exercido efetivamente a função de jurado, salvo quando excluídos da
lista por motivo de incapacidade para o exercício daquela função;
 os delegados de polícia e os guardas-civis dos Estados e Territórios, ativos e inativos.
 Caso não haja estabelecimento distinto, a prisão se fará em CELA DISTINTA.
 O militar, caso preso EM FLAGRANTE DELITO, será recolhido ao quartel da Instituição à qual
pertencer.

15. Prisão domiciliar

 A prisão domiciliar, que é medida substitutiva da preventiva, pode ser aplicada cumulativamente
com as medidas cautelares diversas da prisão.
 Direito subjetivo à substituição

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 DIREITO à substituição da preventiva pela domiciliar, quando se tratar de mulher gestante ou que
for mãe ou responsável por crianças ou pessoas com deficiência. Neste caso, a substituição não
seria mera possibilidade, já que o dispositivo usa a expressão “será substituída”, desde que
(cumulativamente):
 Não se trate de crime cometido com violência ou grave ameaça a pessoa.
 Não tenha sido cometido o crime contra seu filho ou dependente.
16. Fiança e liberdade provisória

 Fiança - medida cautelar diversa da prisão.


 Não é cabível nos crimes inafiançáveis.
 Pode ser em dinheiro, pedras ou metais preciosos e títulos de dívida pública.
 A depender da situação financeira do preso:
 Pode ser dispensada.
 Pode ser aumentada em até 1.000 vezes.
 Pode ser reduzida até o máximo de 2/3 (dois terços).

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 A perda da totalidade do valor da fiança ocorrerá caso o réu, condenado DEFINITIVAMENTE, não
se apresentar para cumprimento da pena.
 Tanto no caso de perda total quanto no caso de perda parcial do valor da fiança, o saldo (após
recolhidas as custas processuais e demais encargos aos quais esteja obrigado o acusado) será
recolhido ao FUNDO PENITENCIÁRIO.
 A liberdade provisória pode ser concedida SEM FIANÇA (a regra), ou COM FIANÇA.
 Em todos os crimes é admissível a liberdade provisória, ainda que ele seja inafiançável.

17. Ação Penal

 Ação Penal é o direito público subjetivo de pedir ao Estado-Juiz a aplicação das normas de direito
penal ao caso concreto.
 Condições genéricas da ação penal: Possibilidade jurídica do pedido; Interesse de agir; Legitimidade
da parte; Justa causa.
 Condições específicas da ação penal: Representação do Ofendido; Requisição do Ministro da Justiça;
 O sujeito ativo do crime (infrator) será, no processo penal, o sujeito passivo na relação processual.

18. Ação penal pública incondicionada

 É a regra no ordenamento processual penal brasileiro.


 Não se admite mais a chamada “ação penal ex officio”.
 Sua titularidade pertence ao Ministério Público, de forma privativa.
 Prazo para o MP oferecer a denúncia: 05 dias no caso de réu preso e 15 dias no caso de réu solto.
 O oferecimento em momento posterior não implica nulidade da denúncia, que pode ser oferecida
enquanto não estiver extinta a punibilidade do delito.
 Independentemente de qual seja o crime, quando praticado em detrimento do patrimônio ou
interesse da União, Estado e Município, a ação penal será pública.
 Princípios regem a ação penal pública incondicionada:
 Obrigatoriedade – Havendo indícios de autoria e prova da materialidade do delito, o membro do
MP deve oferecer a denúncia, não podendo deixar de fazê-lo, pois não pode dispor da ação penal.
 Indisponibilidade – Uma vez ajuizada a ação penal pública, não pode seu titular dela desistir ou
transigir.
 Oficialidade – A ação penal pública será ajuizada por um órgão oficial, no caso, o MP.

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 Divisibilidade – Havendo mais de um infrator (autor do crime), pode o MP ajuizar a demanda


somente em face um ou alguns deles, reservando para os outros, o ajuizamento em momento
posterior. É um princípio que, por si só, pulveriza a tese de arquivamento implícito. Inclusive essa
é a orientação firmada pelo próprio STJ.
19. Ação penal pública condicionada (à representação do ofendido e à requisição do Ministro da Justiça)

 Em regra, a ação penal é pública e incondicionada. Somente será condicionada se a lei expressamente
dispuser neste sentido.
 Aplica-se a esta espécie de ação penal tudo o que foi dito a respeito da ação penal pública, havendo,
no entanto, alguns pontos especiais.
 Aqui, para que o MP (titular da ação penal) possa exercer legitimamente o seu direito de ajuizar a
ação penal pública, deverá estar presente uma condição de procedibilidade, que é a representação
do ofendido ou a requisição do Ministro da Justiça, a depender do caso.

A representação admite retratação, mas somente até


O OFERECIMENTO da denúncia!
(Cuidado! Costumam colocar em provas de concurso
que a retratação pode ocorrer até o recebimento da
denúncia. É uma pegadinha!)

 Admite-se, ainda, a retratação da retratação.


 Caso ajuizada a ação penal sem a representação, esta nulidade processual pode ser sanada
posteriormente, caso a vítima a apresente em Juízo.
 A representação não pode ser dividida quanto aos autores do fato. Ou se representa em face de todos
eles, ou não há representação.
 A legitimidade para oferecer a representação é do ofendido.
 Maior de 18 anos e capaz.
 Prazo para representação: SEIS MESES - contados da data em que a vítima veio a saber quem é o
autor do delito.
 Se o ofendido for menor de idade, o prazo, para ele, só começa a fluir quando completar 18 anos.
 A representação pode ser oferecida perante o MP, a autoridade policial ou mesmo perante o Juiz.
 Ação penal pública condicionada à requisição do Ministro da Justiça

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 Prevista apenas para determinados crimes, nos quais existe um juízo político acerca da
conveniência em vê-los apurados ou não.
 Não há prazo decadencial para o oferecimento da requisição.
 A maioria da Doutrina entende que não cabe retratação dessa requisição.
 O MP não está vinculado à requisição, podendo deixar de ajuizar a ação penal.

20. Ação penal privada exclusiva

 É a modalidade de ação penal privada clássica.


 Princípios regem a ação penal privada:
 Oportunidade - Na ação penal privada compete ao ofendido ou aos demais legitimados proceder à
análise da conveniência do ajuizamento da ação.
 Disponibilidade – Aqui o titular da ação penal (ofendido) pode desistir da ação penal proposta.
 Indivisibilidade - O ofendido não é obrigado a ajuizar a queixa, mas se o fizer, deve ajuizar a queixa
em face de todos os agentes que cometeram o crime, sob pena de se caracterizar a RENÚNCIA em
relação àqueles que não foram incluídos no polo passivo da ação.
 O prazo para ajuizamento da ação penal privada (queixa) é decadencial de SEIS MESES.
 A queixa pode ser oferecida pessoalmente ou por procurador, desde que se trate de procuração com
poderes especiais.
 Se o ofendido vier a falecer, poderão ajuizar a ação penal: Cônjuge, Ascendente, Descendente, Irmão
 No caso de já ter se iniciado o prazo decadencial de seis meses, com a morte do ofendido esse prazo
recomeça do zero? Não. Os sucessores, neste caso, terão como prazo aquele que faltava para o
ofendido.
 Renúncia, perdão e perempção
 Renúncia
 Só pode ocorrer antes do ajuizamento da demanda;
 Pode ser expressa ou tácita;
- Expressa: O querelante expressamente informa que não pretende ajuizar queixa-crime contra
o infrator.

- Tácita: Prática de ato incompatível com a vontade de exercer o direito de queixa.


 Perdão
 Pode ser expresso ou tácito;
- Expresso: decorre de manifestação expressa do querelante no sentido de que perdoa o infrator.
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- Tácito: Decorre da prática de algum ato incompatível com a intenção de processar o infrator.
 O perdão pode ser:
- Judicial (processual)
- Extrajudicial (extraprocessual)
 É bilateral;
 O perdão oferecido a um dos infratores se estende aos demais;
 O perdão pode ser aceito pessoalmente (pelo ofendido ou seu representante legal) ou por
procurador com poderes especiais.
 Perempção
 É a perda do direito de prosseguir na ação como punição ao querelante que foi inerte ou negligente
no processo. Ocorre quando:
 Quando, iniciada esta, o querelante deixar de promover o andamento do processo durante 30 dias
seguidos;
 Quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, não comparecer em juízo, para
prosseguir no processo, dentro do prazo de 60 (sessenta) dias, qualquer das pessoas a quem couber
fazê-lo, ressalvado o disposto no art. 36;
 Quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a qualquer ato do processo
que deva estar presente, ou deixar de formular o pedido de condenação nas alegações finais;
 Quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta se extinguir sem deixar sucessor.

21. Ação penal privada subsidiária da pública

 Trata-se de hipótese na qual a ação penal é, na verdade, pública, ou seja, o seu titular é o MP.
 Diante da inércia do MP em oferecer a denúncia no prazo legal (em regra, 15 dias se indiciado solto,
ou 05 dias se indiciado preso), a lei confere ao ofendido o direito de ajuizar uma ação penal privada
(queixa-crime) no lugar da ação penal pública.
 O ofendido tem um prazo de seis meses para oferecer a ação penal privada, que começa a correr no
dia em que se esgota o prazo do MP para oferecer a denúncia.
 CUIDADO! Ao final do prazo de seis meses, a vítima perde o direito de ajuizar a queixa-crime
subsidiária, ocorrendo a decadência do direito. Todavia, o MP continua podendo ajuizar a ação penal
pública.
 O MP pode, especificamente no caso da ação penal privada subsidiária da pública: Aditar a queixa;
Repudiar a queixa; Retomar a ação como parte principal;

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22. Ação penal personalíssima


 Trata-se de modalidade de ação penal privada exclusiva, cuja única diferença é que, nesta hipótese,
somente o ofendido poderá ajuizar a ação.
 Se o ofendido falecer a legitimidade não se estende aos sucessores.

23. Acordo de não persecução penal

 A lei 13.964/19 (chamado “pacote anticrime”) incluiu o art. 28-A e seus §§ ao CPP, criando a figura
do “acordo de não persecução penal”, uma espécie de transação entre MP e suposto infrator, a fim
de evitar o ajuizamento da denúncia.
 Os pressupostos para a proposição pelo MP do acordo de não-persecução penal são:
 Tratar-se de infração penal (crimes ou contravenções penais, portanto), sem violência ou grave
ameaça à pessoa, e com pena MÍNIMA inferior a quatro anos (se for igual a 04 anos, não será
cabível);
 O acordo deve se mostrar necessário e suficiente para a reprovação e prevenção do crime;

24. Ação Civil ex delicto

 A ação civil ex delicto, é ação ajuizada pelo ofendido, na esfera cível, para obter a indenização pelo
dano causado pelo crime, quando existente. Nesse contexto, ela envolve tanto a execução, no juízo
cível, como também a ação civil de conhecimento.

25. Jurisdição e competência

 Jurisdição é a atuação do Estado consistente na aplicação do Direito vigente a um caso concreto,


resolvendo-o de maneira definitiva, cujo objetivo é solucionar uma crise jurídica e proporcionar a paz
social.
 Competência é a medida da Jurisdição, ou, o limite da Jurisdição, isto é, o conjunto de regras que
estabelecem os limites em que cada Juiz pode exercer, de maneira válida, o seu Poder Jurisdicional.

26. Critérios de fixação da Competência

 Em razão da matéria (ratione materiae) - É definida com base no fato a ser julgado.
 Em razão da pessoa (ratione personae) - Foro por prerrogativa de função, de acordo com a função
desempenhada pela pessoa, o cargo por ela ocupado.
 Territorial (ratione loci) - Considera-se o local onde ocorreu a infração (ou outros critérios
territoriais) para que seja definida a competência.

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 Súmula 45 do STF - A competência constitucional do Tribunal do Júri prevalece sobre o foro por
prerrogativa de função estabelecido exclusivamente pela Constituição Estadual.
 Súmula 704 do STF - Não viola as garantias do juiz natural, da ampla defesa e do devido processo
legal a atração por continência ou conexão do processo do corréu ao foro por prerrogativa de
função de um dos denunciados.

 Competência em razão do lugar - Regra geral, a competência será determinada pelo lugar em que
se consumar a infração, mas há exceções. Vejamos:

 Em razão do domicílio do réu - Não sendo conhecido o lugar da infração será regulada pelo lugar
do domicílio ou residência do réu. Se o réu tiver mais de uma residência: Prevenção. /Se o réu não
tiver residência ou for ignorado seu paradeiro - juiz que primeiro tomar conhecimento do fato. /Se
for hipótese de crime de ação exclusivamente privada, poderá o querelante escolher ajuizar a queixa
no lugar do domicílio ou residência do réu, ainda que conhecido o lugar da infração.

27. Da Conexão e Continência

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Vamos ficando por aqui.


Esperamos que tenha gostado do nosso Bizu!
Bons estudos!

“O conselho da sabedoria é:
Procure obter sabedoria; use tudo o que você possui para adquirir entendimento”.
Provérbios 4:7

Késia Oliveira Leonardo Mathias


@kesiaramosoliveira @profleomathias

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