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Aula 02

PM-RJ (Soldado) Bizu Estratégico - 2023


(Pós-Edital)

Autor:
Arthur Fontes da Silva Jr,
Elizabeth Menezes de Pinho Alves,
Leonardo Mathias, Vinícius Peron
Fineto
29 de Junho de 2023

19947670732 - Marlon Marcio


Arthur Fontes da Silva Jr, Elizabeth Menezes de Pinho Alves, Leonardo Mathias, Vinícius Peron Fineto
Aula 02

BIZU ESTRATÉGICO DE NOÇÕES DE DIREITO


PROCESSUAL PENAL –
PM-RJ

Olá, prezado aluno. Tudo certo?

Neste material, traremos uma seleção de bizus da disciplina de NOÇÕES DE DIREITO

PROCESSUAL PENAL para o concurso da PM-RJ.

O objetivo é proporcionar uma revisão rápida e de alta qualidade aos alunos por meio

de tópicos que possuem as maiores chances de incidência em prova.

Todos os bizus destinam-se a alunos que já estejam na fase bem final de revisão (que já

estudaram bastante o conteúdo teórico da disciplina e, nos últimos dias, precisam revisar por

algum material bem curto e objetivo).

Elizabeth Menezes Leonardo Mathias


@prof.elizabethmenezes @profleomathias

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Apresentação

Antes de começarmos, gostaria de me apresentar. Meu nome é Elizabeth Menezes, tenho

32 anos e sou natural do Pernambuco. Sou graduada em

Administração pela UFPE e Pós-Graduada em Direito

Administrativo e Constitucional.

Atualmente, exerço o cargo de Auditora de Controle

Externo no Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP).

Também fui aprovada e nomeada para outros concursos da área

fiscal (Auditor Fiscal Estadual e Municipal) e da área de controle.

Serei a responsável pelo Bizu Estratégico de Noções de

Direito Processual Penal e, com ele, pretendo abordar os tópicos mais cobrados nessa disciplina,

de maneira concisa e objetiva, por meio de uma linguagem bem clara!

Espero que gostem!

Um grande abraço e bons estudos!

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ANÁLISE ESTATÍSTICA

Pessoal, segue abaixo uma análise estatística dos assuntos mais exigidos no âmbito da

disciplina de Direito Processual Penal.

Assunto % de cobrança

Inquérito Policial 34,38%

Prisão e liberdade provisória. Prisão em flagrante

(espécies, hipóteses, etc.). Prisão preventiva. Prisão


28,13%
temporária (Lei 7.960/89). A implantação das

audiências de custódia.

Processo, procedimento e relação jurídica processual.

Elementos identificadores da relação processual.


15,63%
Formas do procedimento. Pretensão punitiva. Tipos de

processo penal. Ação penal.

Prisão e liberdade provisória (parte II). Medidas


12,50%
cautelares diversas da prisão. Fiança.

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Com essa análise, podemos verificar quais são os temas mais exigidos e, através disso,

focaremos nos principais pontos em nossa revisão!

Direito Processual Penal – PM-RJ


Assunto Bizu Caderno de Questões

Inquérito Policial 1a5 http://questo.es/ukn6x6

Processo, procedimento e relação

jurídica processual. Elementos

identificadores da relação processual. http://questo.es/szgepk


6a9
Formas do procedimento. Pretensão

punitiva. Tipos de processo penal.

Ação penal.

Prisão e liberdade provisória. Prisão em

flagrante (espécies, hipóteses, etc.).

Prisão preventiva. Prisão temporária

(Lei 7.960/89). A implantação das 10 a 16 http://questo.es/ktandu

audiências de custódia. Prisão e

liberdade provisória (parte II). Medidas

cautelares diversas da prisão. Fiança.

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Direito Processual Penal

Inquérito Policial

1. Conceito e natureza jurídica

• Conceito do IP: Procedimento administrativo, conduzido por uma autoridade policial, que

visa apurar um delito e sua autoria, a fim de que o titular da ação penal possa ingressar em

juízo.

• Natureza: Procedimento administrativo pré-processual. NÃO é processo judicial.

2. Características do IP

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3. Formas de Instauração

• Notitia criminis: É o conhecimento do crime.

• Formas de instauração do IP:

• Crimes de Ação Penal Pública Incondicionada:

• De ofício pela autoridade policial.

• Requisição do Juiz ou MP.

• Requerimento do ofendido ou do seu representante legal - se houver recusa, o

ofendido pode recorrer para chefe de polícia - Recurso inominado.

• Auto de prisão em flagrante.

• Delatio criminis - comunicação feita à autoridade policial por qualquer do povo.

• Crimes de Ação Penal Pública Condicionada:

• Depende de representação do ofendido ou do seu representante legal.

• Requisição do MP, porém com representação da vítima.

• Requisição do Ministro da Justiça.

• Auto de prisão em flagrante.

• Prazo de 06 meses!

• A contar da ciência da autoria delitiva.

• Sob pena de decadência.

• Crimes de Ação Penal Privada

• Depende de requerimento do ofendido ou do seu representante legal.

• Lavratura de APF (Auto de Prisão em Flagrante), desde que a vítima manifeste seu

interesse na instauração.

• Sucessores (C.A.D.I.)

• Prazo de 06 meses!

• A contar da ciência da autoria delitiva.

• Sob pena de decadência

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• ATENÇÃO! Se o inquérito policial visa a investigar pessoa que possui foro por prerrogativa

de função (“foro privilegiado”), a autoridade policial dependerá de autorização do

Tribunal para instaurar o IP.

4. Diligências investigatórias

• Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial deverá:

• Se dirigir ao local do crime.

• Apreender objetos que tiverem relação com o fato.

• Colher todas as provas.

• Ouvir o ofendido.

• Ouvir o indiciado.

• Proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações.

• Determinar exame de corpo de delito e a quaisquer outras perícias.

• Ordenar a identificação e juntar aos autos sua folha de antecedentes.

• Averiguar a vida pregressa do indiciado.

• Colher informações sobre a existência de filhos.

• Reprodução simulada dos fatos: Para verificar a possibilidade de haver a infração ter sido

praticada de determinado modo, a autoridade policial poderá proceder à reprodução

simulada dos fatos, desde que esta não contrarie a moralidade ou a ordem pública.

Atenção! É uma faculdade! “poderá”.

• Em se tratando de determinados crimes, a autoridade policial ou o MP poderão requisitar,

de quaisquer órgãos do poder público ou de empresas da iniciativa privada, dados ou

informações cadastrais da vítima ou de suspeitos (art. 13-A)

• Sequestro ou cárcere privado;

• Redução à condição análoga à de escravo;

• Tráfico de pessoas;

• Extorsão mediante restrição da liberdade (“sequestro relâmpago”);

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• Extorsão mediante sequestro;

• Facilitação de envio de criança ou adolescente ao exterior (art. 239 do ECA).

==26716d==

• Em relação ao Tráfico de Pessoas (art. 13-B) - MP e Delegado de Polícia podem requisitar

às empresas de telefonia, através de autorização judicial, sinais que permitam localização

da vítima ou suspeito.

• Se o juiz não se manifestar em até 12h, MP ou Delegado poderão requisitar diretamente

às empresas de telefonia.

• O IP deverá ser instaurado em até 72h após a ocorrência.

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• O Juiz pode usar as provas obtidas no Inquérito para fundamentar sua decisão. O que o

Juiz NÃO PODE é fundamentar sua decisão somente com elementos obtidos durante o

inquérito.

5. Prazo para conclusão do IP

• Justiça Estadual:

• INDICIADO PRESO: 10 dias: Contados do dia da prisão em flagrante e, se preventiva,

do dia em que foi executada.

• INDICIADO SOLTO: 30 dias.

• Justiça Federal:

• INDICIADO PRESO: 15 dias prorrogáveis por mais 15.

• INDICIADO SOLTO: 30 dias.

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• Lei de Drogas:

• INDICIADO PRESO: 30 dias, pode ser duplicado.

• INDICIADO SOLTO: 90 dias, pode ser duplicado.

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Processo, procedimento e relação jurídica


processual. Elementos identificadores da
relação processual. Formas do procedimento.
Pretensão punitiva. Tipos de processo penal.
Ação penal.

6. Conceito e condições da ação penal

• Ação Penal é o direito público subjetivo de pedir ao Estado-Juiz a aplicação das normas de

direito penal ao caso concreto.

• Condições genéricas da ação penal: Possibilidade jurídica do pedido; Interesse de agir;

Legitimidade da parte; Justa causa.

• Possibilidade jurídica do pedido - A providência pleiteada pelo autor deve encontrar

amparo no

ordenamento jurídico.

• Interesse de agir - O interesse de agir desdobra-se em um trinômio: necessidade,

adequação e utilidade.

• Necessidade: não se pode admitir a movimentação da máquina judiciária se não

restar demonstrada a necessidade do provimento jurisdicional.

• Adequação: a adequação não tem relevância nas ações penais condenatórias. Isto

porque não há, no processo penal, diferentes espécies de ações condenatórias.

• Utilidade: para a movimentação do aparato judiciário, o autor precisa demonstrar

que o provimento por ele pleiteado é de certa forma útil para atender às suas

necessidades.

• Legitimidade da Parte - É como se perguntar a quem pertence o direito de ingressar

em juízo. É a espécie de ação penal que definirá o legitimado ativo.

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• Justa causa- É o lastro probatório mínimo indispensável para a instauração de um

processo penal. Deve a acusação ser portadora de elementos de informação que

justifiquem a admissão da acusação e o custo que representa o processo penal em

termos de estigmatização e penas processuais. Funciona, pois, como uma condição de

garantia contra o uso abusivo do direito de acusar, evitando a instauração de processos

levianos ou temerários.

• Justa causa duplicada: Utilizada nos crimes de lavagem de capitais. A lavagem de

dinheiro é um crime acessório, que depende de uma infração penal antecedente.

Assim, ao se oferecer denúncia contra alguém pela prática do crime de lavagem, é

necessário visualizar-se a infração penal antecedente.

• Condições específicas da ação penal: Representação do Ofendido; Requisição do Ministro

da Justiça;

• O sujeito ativo do crime (infrator) será, no processo penal, o sujeito passivo na relação

processual.

7. Classificação das Ações Penais

8. Ação penal pública incondicionada

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• É a regra no ordenamento processual penal brasileiro.

• Não se admite mais a chamada “ação penal ex officio”.

• Sua titularidade pertence ao Ministério Público, de forma privativa.

• Prazo para o MP oferecer a denúncia: 05 dias no caso de réu preso e 15 dias no caso de réu

solto.

• O oferecimento em momento posterior não implica nulidade da denúncia, que pode ser

oferecida enquanto não estiver extinta a punibilidade do delito.

• Independentemente de qual seja o crime, quando praticado em detrimento do patrimônio

ou interesse da União, Estado e Município, a ação penal será pública.

• Princípios regem a ação penal pública incondicionada:

• Obrigatoriedade – Havendo indícios de autoria e prova da materialidade do delito, o

membro do MP deve oferecer a denúncia, não podendo deixar de fazê-lo, pois não pode

dispor da ação penal.

• Indisponibilidade – Uma vez ajuizada a ação penal pública, não pode seu titular dela

desistir ou transigir.

• Oficialidade – A ação penal pública será ajuizada por um órgão oficial, no caso, o MP.

• Divisibilidade – Havendo mais de um infrator (autor do crime), pode o MP ajuizar a

demanda somente em face um ou alguns deles, reservando para os outros, o ajuizamento

em momento posterior. É um princípio que, por si só, pulveriza a tese de arquivamento

implícito. Inclusive essa é a orientação firmada pelo próprio STJ.

9. Ação penal pública condicionada (à representação do ofendido e à requisição do Ministro da

Justiça)

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• Em regra, a ação penal é pública e incondicionada. Somente será condicionada se a lei

expressamente dispuser neste sentido.

• Aplica-se a esta espécie de ação penal tudo o que foi dito a respeito da ação penal pública,

havendo, no entanto, alguns pontos especiais.

• Aqui, para que o MP (titular da ação penal) possa exercer legitimamente o seu direito de

ajuizar a ação penal pública, deverá estar presente uma condição de procedibilidade, que

é a representação do ofendido ou a requisição do Ministro da Justiça, a depender do caso.

A representação admite retratação, mas somente

até

O OFERECIMENTO da denúncia!

(Cuidado! Costumam colocar em provas de

concurso que a retratação pode ocorrer até o

recebimento da denúncia. É uma pegadinha!)

• Admite-se, ainda, a retratação da retratação.

• Caso ajuizada a ação penal sem a representação, esta nulidade processual pode ser sanada

posteriormente, caso a vítima a apresente em Juízo.

• A representação não pode ser dividida quanto aos autores do fato. Ou se representa em

face de todos eles, ou não há representação.

• A legitimidade para oferecer a representação é do ofendido.

• Maior de 18 anos e capaz.

• Prazo para representação: SEIS MESES - contados da data em que a vítima veio a saber

quem é o autor do delito.

• Se o ofendido for menor de idade, o prazo, para ele, só começa a fluir quando completar

18 anos.

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• A representação pode ser oferecida perante o MP, a autoridade policial ou mesmo perante

o Juiz.

• Ação penal pública condicionada à requisição do Ministro da Justiça

• Prevista apenas para determinados crimes, nos quais existe um juízo político acerca da

conveniência em vê-los apurados ou não.

• Não há prazo decadencial para o oferecimento da requisição.

• A maioria da Doutrina entende que não cabe retratação dessa requisição.

• O MP não está vinculado à requisição, podendo deixar de ajuizar a ação penal.

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Prisão e liberdade provisória. Prisão em


flagrante (espécies, hipóteses, etc.). Prisão
preventiva. Prisão temporária (Lei 7.960/89). A
implantação das audiências de custódia. Prisão
e liberdade provisória (parte II). Medidas
cautelares diversas da prisão. Fiança.

10. Prisão em flagrante

• Tem como fundamento a prática de um fato com aparência de fato típico.

• Possui natureza administrativa.

• Sujeito ativo

• Qualquer do povo (facultativamente).

• A autoridade policial e seus agentes (obrigatoriamente).

• Modalidades

• Flagrante próprio - Será considerado flagrante próprio, ou propriamente dito, a

situação do indivíduo que está cometendo o fato criminoso ou que acaba de cometer

este fato. Também chamado de flagrante real, verdadeiro ou propriamente dito.

• Flagrante impróprio - É perseguido e capturado logo após a prática da infração.

Também chamado de imperfeito, irreal ou “quase flagrante”.

• Flagrante presumido - É encontrado, logo, depois, com armas, objetos ou papéis que

façam presumir ser o infrator. Também chamado de flagrante ficto ou assimilado.

• Flagrante Esperado - Espera-se a situação flagrancial.

• Flagrante Postergado - Retarda a operação para identificar maior número

de criminosos.

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• Flagrante Forjado - É aquele armado para incriminar um inocente. É ilegal.

PRISÃO EM FLAGRANTE X SITUAÇÕES ESPECIAIS

HIPÓTESE SITUAÇÃO

Menores de 12 anos (crianças) não podem sofrer

privação da liberdade, devendo ser encaminhadas ao

MENORES DE 18 ANOS Conselho Tutelar. Maiores de 12 e menores de 18

anos (adolescentes) podem ser apreendidos, mas não

presos (arts. 101, 105 e 171 do ECA).

Não está sujeito à prisão em flagrante, pois só pode

ser preso pela prática de crime comum após sentença


PRESIDENTE DA REPÚBLICA
condenatória, nos termos do art. 86, § 3° da

Constituição.

Só podem ser presos em flagrante pela prática de


JUÍZES E MEMBROS DO MP
crime INAFIANÇÁVEL.

Só podem ser presos em flagrante de crime

PARLAMENTARES DO INAFIANÇÁVEL (art. 53, § 2° da CF/88). Aplica-se o

CONGRESSO NACIONAL mesmo aos Deputados Estaduais e Distritais (art. 27, §

1° da CF).

DIPLOMATAS ESTRANGEIROS E
Não podem ser presos em flagrante (art. 1°, I do
CHEFES DE ESTADOS
CPP).
ESTRANGEIROS

Não pode ser preso em flagrante, pois a sua


INFRATOR QUE
apresentação espontânea à autoridade impede a
ESPONTANEAMENTE SE
caracterização do flagrante (nos termos do art. 304 do
APRESENTA
CPP).

AUTOR DE INFRAÇÃO DE Em regra, não está sujeito à determinação de prisão

MENOR POTENCIAL em flagrante. No entanto, o art. 69, § único da Lei

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OFENSIVO (JECRIM) 9.099/95 estabelece que se aquele que pratica

infração de menor potencial ofensivo (IMPO) se

recusar a comparecer ao Juizado ou se negar a

assumir compromisso de comparecer ao Juizado após

a lavratura do Termo Circunstanciado (TC), poderá ser

decretada sua prisão em flagrante.

PESSOA FLAGRADA NA POSSE Não cabe a decretação de sua prisão em flagrante

DE ENTORPECENTE PARA USO (art. 48, § 2° da Lei 11.343/06), comprometendo-se o

PRÓPRIO (ART. 28 DA LEI DE infrator, OU NÃO, a comparecer ao Juizado.

DROGAS) CUIDADO COM ISSO!

PRISÃO EM FLAGRANTE X DETERMINADOS DELITOS

NATUREZA DO SITUAÇÃO

DELITO

Não cabe prisão em flagrante, pois o crime não se consuma em apenas

um ato, exigindo-se uma sequência de atos isolados para que o fato

seja típico (maioria da Doutrina e da Jurisprudência). Parte minoritária,

CRIMES no entanto, entende possível, se quando a autoridade policial

HABITUAIS surpreender o infrator praticando um dos atos, já se tenha prova

inequívoca da realização dos outros atos necessários à caracterização

do fato típico (Minoritário). Há decisões jurisprudenciais nesse último

sentido (possível, desde que haja prova da habitualidade).

CRIME O flagrante pode ser realizado em qualquer momento durante a

PERMANENTE execução do crime, logo após ou logo depois.

Por se tratar de um conjunto de crimes que são tratados como um só


CRIME
para efeito de aplicação da pena, pode haver flagrante quando da
CONTINUADO
ocorrência de qualquer dos delitos.

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11. Lavratura do Auto de Prisão em Flagrante- APF

• Apresentado o preso, a autoridade policial deverá:

• Ouvir o condutor, colher sua assinatura e entregar recibo.

• Ouvir testemunha.

• Interrogar o acusado.

• A falta de testemunha do delito não impedirá o APF.

• Nesse caso, deverão assinar duas testemunhas que tenham testemunhado a

apresentação do preso à autoridade.

• Pertinência temática do art. 305 CPP: Art. 305. Na falta ou no impedimento do escrivão,

qualquer pessoa designada pela autoridade lavrará o auto, depois de prestado o

compromisso legal.

• Comunicação da lavratura do IP imediata

• Juiz;

• Ministério Público;

• Família do preso ou pessoa indicada por ele.

• Remessa do APF em 24h

• Juiz;

• Defensoria Pública (caso o preso não indique advogado).

• O Juiz, ao receber o APF, poderá:

• Relaxar prisão ilegal.

• Converter prisão em flagrante em preventiva.

• Conceder liberdade provisória, com ou sem fiança.

12. Prisão preventiva

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• Pode chamar de prisão cautelar por excelência, pois é aquela que é determinada pelo Juiz

no bojo do processo criminal ou da investigação policial.

• Cabimento

• Crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a 4 (quatro)

anos.

• Reincidente em crime doloso! Se o infrator tiver o sido condenado por outro crime

doloso, em sentença transitada em julgado (desde que tenha ultrapassado menos de

cinco anos desde a extinção da punibilidade).

• Violência doméstica e familiar contra vulnerável! Se o crime envolver violência

doméstica e familiar contra a mulher, criança, adolescente, idoso, enfermo ou pessoa

com deficiência, para garantir a execução das medidas protetivas de urgência.

• Quando houver dúvida sobre a identidade civil da pessoa ou quando esta não fornecer

elementos suficientes para esclarecer a dúvida, devendo o preso ser colocado

imediatamente em liberdade após a identificação, salvo se outra hipótese recomendar

a manutenção da prisão.

• Pressupostos

• Prova da materialidade do delito (existência do crime)

• Indícios suficientes de autoria

• O simples fato de “ser investigado” ou de ser “réu” não é fundamento para, por si só,

decretar-se a prisão preventiva de alguém.

• Momento para a decretação

• Investigação = não cabe “de oficio”

• Processo = Art. 311. Em qualquer fase da investigação policial ou do processo penal,

caberá a prisão preventiva decretada pelo juiz, a requerimento do Ministério Público,

do querelante ou do assistente, ou por representação da autoridade policial. (Redação

dada pela Lei 13.964/19) Não cabe mais decretação da prisão preventiva EX OFFICIO

pelo Juiz!

• Princípio da precariedade ou da provisionalidade

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• Pode ser revogada quando desaparecer as circunstâncias que a motivaram.

• Fundamentos

• Garantia da ordem pública

• Garantia da Ordem Econômica

• Conveniência da Instrução Criminal

• Segurança na aplicação da Lei penal

• Descumprimento de medida cautelar

• Vedação - A prisão preventiva em nenhum caso poderá decretada se o juiz verificar, pelas

provas constantes dos autos, ter o agente praticado o crime amparado por excludente de

ilicitude.

• A decisão que decretar, substituir ou denegar a prisão preventiva será sempre motivada

e fundamentada. (Redação dada pela Lei 13.694/19)

• O juiz poderá, de ofício ou a pedido das partes, revogar a prisão preventiva se, no correr

da investigação ou do processo, verificar a falta de motivo para que ela subsista, bem

como novamente decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem. (Redação dada pela

Lei 13.694/19)

• A cada 90 dias deverá o órgão prolator da decisão revisar a necessidade de manutenção

da prisão, de forma fundamentada.

13. Prisão temporária

• Crimes específicos (rol taxativo)

• Crimes do Art. 1º, III, da Lei nº 7.960/89.

• Crimes hediondos ou equiparados.

• Deve ser imprescindível para as investigações do inquérito policial.

• O indiciado não tem residência fixa ou não fornece elementos necessários ao

esclarecimento de sua identidade.

• Prazo certo

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• Regra: 05 dias + 05 dias.

• Crimes hediondos ou equiparados: 30 dias + 30 dias.

• Só cabe durante a investigação.

• Se for representação do Delegado, o Juiz, antes de decidir, ouvirá o MP.

• Juiz não pode decretar “de ofício”.

• Presos temporários devem ficar separados dos demais detentos.

14. Estabelecimento prisional especial

• Algumas pessoas, por sua condição, possuem direito a serem recolhidas a

estabelecimento prisional especial:

• os ministros de Estado;

• os governadores ou interventores de Estados ou Territórios, o prefeito do Distrito

Federal, seus respectivos secretários, os prefeitos municipais, os vereadores e os chefes

de Polícia;

• os membros do Parlamento Nacional, do Conselho de Economia Nacional e das

Assembleias Legislativas dos Estados;

• os cidadãos inscritos no "Livro de Mérito";

• os oficiais das Forças Armadas e os militares dos Estados, do Distrito Federal e dos

Territórios;

• os magistrados;

• os diplomados por qualquer das faculdades superiores da República;

• os ministros de confissão religiosa;

• os ministros do Tribunal de Contas;

• os cidadãos que já tiverem exercido efetivamente a função de jurado, salvo quando

excluídos da lista por motivo de incapacidade para o exercício daquela função;

• os delegados de polícia e os guardas-civis dos Estados e Territórios, ativos e inativos.

• Caso não haja estabelecimento distinto, a prisão se fará em CELA DISTINTA.

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• O militar, caso preso EM FLAGRANTE DELITO, será recolhido ao quartel da Instituição à

qual pertencer.

15. Prisão domiciliar

• A prisão domiciliar, que é medida substitutiva da preventiva, pode ser aplicada

cumulativamente com as medidas cautelares diversas da prisão.

• Direito subjetivo à substituição

• DIREITO à substituição da preventiva pela domiciliar, quando se tratar de mulher

gestante ou que for mãe ou responsável por crianças ou pessoas com deficiência. Neste

caso, a substituição não seria mera possibilidade, já que o dispositivo usa a expressão

“será substituída”, desde que (cumulativamente):

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• Não se trate de crime cometido com violência ou grave ameaça a pessoa.

• Não tenha sido cometido o crime contra seu filho ou dependente.

16. Fiança e liberdade provisória

• Fiança - medida cautelar diversa da prisão.

• Não é cabível nos crimes inafiançáveis.

• Pode ser em dinheiro, pedras ou metais preciosos e títulos de dívida pública.

• A depender da situação financeira do preso:

• Pode ser dispensada.

• Pode ser aumentada em até 1.000 vezes.

• Pode ser reduzida até o máximo de 2/3 (dois terços).

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• A perda da totalidade do valor da fiança ocorrerá caso o réu, condenado

DEFINITIVAMENTE, não se apresentar para cumprimento da pena.

• Tanto no caso de perda total quanto no caso de perda parcial do valor da fiança, o saldo

(após recolhidas as custas processuais e demais encargos aos quais esteja obrigado o

acusado) será recolhido ao FUNDO PENITENCIÁRIO.

• A liberdade provisória pode ser concedida SEM FIANÇA (a regra), ou COM FIANÇA.

• Em todos os crimes é admissível a liberdade provisória, ainda que ele seja inafiançável.

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Vamos ficando por aqui.

Esperamos que tenha gostado do nosso Bizu!

Bons estudos!

Elizabeth Menezes Leonardo Mathias


@prof.elizabethmenezes @profleomathias

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