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Direito Eleitoral Exemplificado ____________________________________ Aula 06 – Lei das Eleições – Parte 01

Índice

Apresentação ......................................................................................................................................... 4

1. DISPOSIÇÕES PRELIMINARES ............................................................................................................... 6

2. DISPOSIÇÕES GERAIS........................................................................................................................... 7

2.1. Sistema ou princípio majoritário ................................................................................................................. 8

2.1.1. Sistema ou princípio majoritário simples/relativo.............................................................................................. 9

2.1.2. Sistema ou princípio majoritário absoluto ....................................................................................................... 10

2.2. Sistema proporcional ................................................................................................................................ 12

2.2.1. O que é quociente eleitoral? ............................................................................................................................. 13

2.2.2. O que é quociente partidário? .......................................................................................................................... 14

2.2.3. Passo a passo para o cálculo do preenchimento das vagas no sistema proporcional ..................................... 15

2.2.3.1. Não atingimento do quociente eleitoral........................................................................................................ 22

2.2.3.2 Sistema misto ................................................................................................................................................. 22

2.3. Participação partidária no processo eleitoral ........................................................................................... 23

2.4. Voto de legenda ........................................................................................................................................ 24

3. DAS COLIGAÇÕES .............................................................................................................................. 26

3.1. O fim das coligações nas eleições proporcionais ...................................................................................... 27

3.2. Denominação das coligações .................................................................................................................... 28

3.3. Requisitos para a constituição de coligações............................................................................................ 29

4. DA CONVENÇÃO PARA A ESCOLHA DE CANDIDATOS.......................................................................... 31

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4.1. Prazo para a realização das convenções................................................................................................... 32

4.2. Candidatura nata ...................................................................................................................................... 34

4.3. Prazo mínimo de filiação partidária e domicílio eleitoral ......................................................................... 35

5. DO REGISTRO DE CANDIDATOS ......................................................................................................... 36

5.1. Das vagas reservadas para candidaturas de cada sexo ........................................................................... 37

5.2. Da documentação necessária para registro de candidatura .................................................................... 38

5.3. Abertura de prazo para regularização de pendências .............................................................................. 42

5.4. Apresentação de requerimento pelo próprio candidato ........................................................................... 44

5.5. Da certidão de quitação eleitoral .............................................................................................................. 45

5.6. Variações nominais para registro de candidatura .................................................................................... 47

5.6.1. Variação de nome coincidente com nome de candidato à eleição majoritária ............................................... 49

6. DA SUBSTITUIÇÃO DE CANDIDATOS .................................................................................................. 50

6.1. Prazo para substituição de candidatos ..................................................................................................... 51

6.2. Cancelamento de registro de candidato ................................................................................................... 52

6.3. Identificação numérica dos candidatos .................................................................................................... 53

6.4. Prazos legais para transmissão de dados e julgamentos ......................................................................... 54

6.5. Candidaturas sub judice ............................................................................................................................ 54

7. Questões de concursos anteriores ..................................................................................................... 56

8. Gabarito ........................................................................................................................................... 78

9. Questões resolvidas e comentadas .................................................................................................... 79

10. Resumo de véspera de prova..........................................................................................................114

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Apresentação

Olá!

Iniciamos hoje uma nova etapa de nosso curso de Direito Eleitoral, pois passaremos a abordar
um dos temas mais importantes para as provas de concursos públicos: Lei 9.504/1997 (Lei das
Eleições).

A Lei 9.504/1997, que dispõe sobre as normas gerais para as eleições, atualmente possui 107
artigos e passou por diversas alterações desde a sua publicação. Como nos últimos anos tivemos
praticamente uma “minirreforma eleitoral” a cada biênio, as bancas gostam muito de cobrar os
dispositivos dessa lei nas provas de concursos públicos, pois tem condições de avaliar se os
candidatos realmente estão atualizados.

A grande vantagem para o candidato é que as questões de prova, em regra, abordam o texto
literal da legislação. Isso torna a preparação mais objetiva e direta, tornando desnecessário o estudo
de doutrina e da jurisprudência (salvo em alguns tópicos bem pontuais).

E para facilitar a compreensão e assimilação dos dispositivos da Lei das Eleições, optei por
desmembrar o conteúdo em várias aulas, garantindo que ficarão menos cansativas e permitirão
uma memorização mais eficaz sobre cada tema.

No mais, precisando de qualquer auxílio, lembre-se de que estou à disposição!

Até a próxima aula!

Prof. Fabiano Pereira

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Caso você ainda tenha alguma dúvida sobre a organização ou funcionamento do curso, fique
à vontade para esclarecê-las por meio das minhas redes sociais ou do fórum do aluno:

https://www.youtube.com/channel/UC1YEcia-RD3icTwWx5ZBjzw

https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/

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1. Disposições preliminares

Até a publicação da Lei 9.504, que ocorreu em 30 de setembro de 1997, para regular cada
eleição tínhamos a criação de uma nova lei. Isso acabava gerando uma intensa movimentação
parlamentar e originando legislações que, em vários momentos, manifestavam o interesse direto ou
indireto de grupos mantinham o poder político no Congresso Nacional.
E, levando-se em consideração que na década de 90 o poder econômico era ainda mais
determinante na eleição dos candidatos que disputavam cargos eletivos – pois era permitida a
doação de pessoas jurídicas para campanhas eleitorais e a contratação de grandes artistas para
“animar” os comícios, por exemplo -, a criação de leis casuísticas gerava um grande desequilíbrio no
processo eleitoral e, na maioria das vezes, servia como um instrumento de perpetuação no poder
daqueles que ocupavam mandatos eletivos.
É claro que o Direito está em constante mutação. Isso é extremamente salutar, pois garante
que os anseios sociais sejam objeto de debate e implementação. Todavia, desde o ano de 1997 a Lei
9.504 é a principal fonte de disciplina do processo eleitoral, pois regula a formação de coligações
partidárias, as convenções para a escolha de candidatos, o registro de candidaturas, a arrecadação
e aplicação de recursos nas campanhas eleitorais, a propaganda eleitoral de candidatos, as condutas
vedadas aos agentes públicos no período eleitoral, entre outros temas.
É importante esclarecer que o fato de atualmente existir uma lei geral das eleições não
impede a criação de novas leis que tenham a finalidade de alterar e/ou atualizar a legislação vigente.
Entretanto, a regra geral é no sentido de que essas novas leis apenas modifiquem o texto da Lei
9.504/1997, passando a incorporar o seu texto.

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2. Disposições gerais

É possível compreender a expressão “sistemas eleitorais” como um conjunto de técnicas e


procedimentos utilizados em países de organização política democrática para a escolha das pessoas
que ocuparão cargos eletivos no âmbito do Poderes Legislativo e Executivo.

José Jairo Gomes, ao abordar a função precípua dos sistemas eleitorais, afirma que
Tem por função a organização das eleições e a conversão de votos em mandatos políticos. Em outros termos, visa
proporcionar a captação eficiente, segura e imparcial da vontade popular democraticamente manifestada, de sorte que
os mandatos eletivos sejam conferidos e exercidos com legitimidade. É também sua função estabelecer meios para que
os diversos grupos sociais sejam representados, bem como para que as relações entre representantes e representados
se fortaleçam. A realização desses objetivos depende da implantação de um sistema eleitoral confiável, dotado de
técnicas seguras e eficazes, cujos resultados sejam transparentes e inteligíveis 1.

O Código Eleitoral brasileiro, em seu art. 86, dispõe que “nas eleições presidenciais, a
circunscrição será o País; nas eleições federais e estaduais, o Estado; e nas municipais, o respectivo
município”.

Tenha em mente que, ao mencionar a expressão “eleições


federais”, a banca examinadora estará se referindo às eleições
para os cargos de deputado federal e senador, que são
realizadas em âmbito estadual e organizadas pelo respectivo
Tribunal Regional Eleitoral.

Para responder às questões cobradas em concursos públicos, torna-se essencial conhecer os


três principais sistemas eleitorais adotados pelos países de organização política democrática,
destacando-se que a opção por um ou outro sistema leva em conta as peculiaridades históricas,
culturais e sociais de cada país.

1
GOMES, José Jairo. Direito Eleitoral. 13ª ed. São Paulo: Atlas, 2017.

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2.1 Sistema ou princípio majoritário

Sistema eleitoral majoritário é aquele por meio do qual considera-se eleito o candidato que
obteve a maioria dos votos em uma determinada eleição municipal, estadual ou de âmbito nacional,
dividindo-se em sistema majoritário simples ou relativo e simples majoritário absoluto.

É importante destacar que, para o cálculo do vencedor em


uma eleição realizada pelo sistema majoritário, não são
computados os votos em branco e os votos nulos.

A Constituição Federal de 1988, em seu art. 77, afirma que a eleição do Presidente e do Vice-
Presidente da República realizar-se-á, simultaneamente, no primeiro domingo de outubro, em
primeiro turno, e no último domingo de outubro, em segundo turno, se houver, do ano anterior ao
do término do mandato presidencial vigente.

ATENÇÃO! Com a promulgação da Emenda Constitucional nº 111/2021, o art. 82 da


Constituição Federal foi alterado em relação à data de posse do Presidente e de seu Vice, passando
a ser o dia 5 de janeiro do ano seguinte ao de sua eleição.

Também em decorrência da promulgação da EC nº 111/2021, as eleições para os cargos de


Governador e Vice-Governador seguem as disposições do mesmo art. 77 citado acima, mas, por
meio do art. 28, ficou determinada a data de posse desses cargos como sendo a de 06 de janeiro do
ano subsequente.

As alterações das datas de posse de Presidente da República, Governadores e respectivos


vices serão aplicadas somente a partir das eleições de 2026 (art. 4º, EC nº 111/2021).

Os cargos de Prefeito e Vice-Prefeito permanecem com a posse determinada para o dia 1º de


janeiro (art. 29, III, CF).

Excepcionalmente para os eleitos para os mandatos no Poder Executivo no ano de 2022, a


posse ocorrerá no dia 1º de janeiro de 2023, encerrando-se os mandatos de governadores/vives em
06 de janeiro e do Presidente da República/Vice em 05 de janeiro.

Se o mandato do atual Presidente da República se encerra no primeiro dia


do mês de janeiro do ano de 2023, por exemplo, a próxima eleição
presidencial ocorrerá no ano anterior, isto é, no primeiro domingo de
outubro do ano de 2022 (e se houver segundo turno, no último domingo
de outubro do mesmo ano).

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A eleição para os cargos de Presidente da República, Governador de Estado e Prefeito


importará na eleição dos respectivos vices que foram com eles registrados. Trata-se de uma chapa
única.

2.1.1 Sistema ou princípio majoritário


simples / relativo

No sistema majoritário simples ou relativo, não há possibilidade de realização de segundo


turno. Será eleito o candidato que obtiver a maioria simples dos votos válidos, isto é, aquele que
foi o mais votado no pleito, excluídos os votos brancos e votos nulos.

Suponhamos que os candidatos Coxinha, Doquinha e Platão,


regularmente registrados por partido político, estejam
disputando o cargo de Prefeito do município de Fabianópolis,
que atualmente possui 87.427 habitantes e 75.000 eleitores.
Após o encerramento da votação, foi apurada a seguinte
distribuição dos votos:

1º - Eleitores que compareceram para votar: 72.500

2º - Eleitores que votaram em branco: 500

3º - Eleitores que votaram nulo: 2.000

4º - Votos válidos: 70.000 (que é igual ao número do 1º item,


menos os números do 2º e 3º itens)

Em relação aos votos válidos, foram distribuídos para os


seguintes candidatos:

1º - Coxinha: 34.000 votos

2º - Doquinha: 33.000 votos

3º - Platão: 3.000 votos

Nessa hipótese, não restam dúvidas de que Coxinha é o


candidato eleito e não haverá necessidade de realização de
segundo turno, pois o Município de Fabianolândia atualmente
possui menos de 200.000 (duzentos mil) eleitores.

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Lembre-se sempre de que se o município possui menos de


duzentos mil eleitores, adotar-se-á o princípio majoritário
simples, isto é, não há realização de segundo turno nas
eleições para os cargos de Prefeito e Vice-Prefeito. Essa
necessidade existe apenas quando o candidato não obtém a
maioria absoluta de votos nos municípios com mais de
duzentos mil eleitores.

Tenha muita atenção ao responder às questões de prova, pois as bancas têm o hábito de
substituir a expressão “mais de duzentos mil eleitores” por “mais de duzentos mil habitantes”, o
que torna a afirmativa incorreta.

(ESAF – Analista de Finanças e Controle – CGU) Sobre


organização político-administrativa do Estado brasileiro,
assinale a única opção correta.

(...) b) A Constituição Federal só prevê a possibilidade de dois


turnos de votação, para eleição dos prefeitos, nos municípios
que tiverem mais de duzentos mil habitantes.

Gabarito: a letra B está incorreta.

Em suma, estão submetidos ao sistema ou princípio majoritário simples os cargos eletivos de


Prefeito e Vice-Prefeito – nos municípios com menos de duzentos mil eleitores – e também os cargos
de Senador da República. Neste último caso, considera-se eleita a chapa (lembre-se de que o
Senador é eleito com dois suplentes) que obteve a maior quantidade de votos, excluídos os brancos
e nulos. Não existe possibilidade de realização de segundo turno nas eleições para o cargo de
Senador da República.

2.1.2 Sistema ou princípio majoritário


absoluto

A Lei 9.504/1997, em seu art. 2º, dispõe que “será considerado eleito o candidato a
Presidente ou a Governador que obtiver a maioria absoluta de votos, não computados os em branco
e os nulos”. Essa mesma regra se aplica às eleições para Prefeito e Vice-Prefeito nos municípios com
mais de duzentos mil eleitores.

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Nesse caso, para que não ocorra segundo turno (que aconteceria no último domingo de
outubro) é imprescindível que o candidato mais votado obtenha a maioria absoluta de votos,
excluídos os brancos e nulos, no primeiro turno.

Pode-se definir a maioria absoluta como o primeiro número inteiro superior à metade. A
Câmara dos Deputados, por exemplo, atualmente é composta por 513 membros. Sendo assim, como
a metade desse número é 256,5 (fração), a maioria absoluta é representada pelo número 257
(primeiro número interior superior a 256,5).

Suponhamos que nas eleições para o cargo de Governador e Vice-Governador do Estado de


Fabianolândia, foram computados os seguintes dados:

1º - Eleitores que compareceram para votar: 950.000

2º - Eleitores que votaram em branco: 25.000

3º - Eleitores que votaram nulo: 25.001

4º - Votos válidos: 899.999 (que é igual ao número do 1º item, menos os números do 2º e 3º


itens)

Em relação aos votos válidos, foram distribuídos para os seguintes candidatos:


1º - Aristóteles: 500.000
2º - Sócrates: 350.000
3º - Platão: 49.999 votos

Analisando-se o exemplo apresentado, conclui-se que a maioria absoluta de 899.999 é igual a


450.000 votos. Diante disso, como Aristóteles obteve 500.000 votos no primeiro turno (bem
acima do montante de 450.000), não restam dúvidas de que está eleito no primeiro turno. Por
sua vez, caso tivesse sido o mais votado, mas com quantidade de votos inferior a 450.000,
tornar-se-ia obrigatória a realização de segundo turno.

A Lei 9.504/1997, em seu art. 2º, § 1º, dispõe que “se nenhum candidato alcançar maioria
absoluta na primeira votação, far-se-á nova eleição no último domingo de outubro,
concorrendo os dois candidatos mais votados, e considerando-se eleito o que obtiver a maioria
dos votos válidos”.

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A propósito, se antes de realizado o segundo turno ocorrer morte, desistência ou impedimento


legal de candidato, convocar-se-á, dentre os remanescentes, o de maior votação entre os
demais candidatos. Ademais, se remanescer em segundo lugar mais de um candidato com a
mesma votação, qualificar-se-á o mais idoso.

Ao responder às questões de prova, lembre-se de que nas


eleições para os cargos de Presidente e Vice-Presidente,
Governador e Vice-Governador, assim como nas eleições para
Prefeitos e Vice-Prefeitos em municípios com mais de
duzentos mil eleitores, apenas será realizado segundo turno
se o candidato mais votado no primeiro turno não conseguir
votação equivalente à maioria absoluta de votos.

2.2 Sistema proporcional

No Brasil, o sistema proporcional é utilizado nas eleições para os cargos de Deputado Federal,
Deputado Estadual, Deputado Distrital e Vereador. Diferentemente do que ocorre no sistema
majoritário, nem sempre o candidato mais votado em uma eleição para vereador, por exemplo,
conseguirá se eleger para o cargo, pois dependerá da análise de outros fatores, como o atingimento
do quociente eleitoral pelo partido político ao qual está filiado e se lançou candidato.

José Jairo Gomes, ao explicar o sistema proporcional, afirma que

“O sistema proporcional foi concebido para refletir os diversos pensamentos e tendências existentes no meio social. Visa
distribuir entre as múltiplas entidades políticas as vagas existentes nas Casas Legislativas, tornando equânime a disputa
de poder e, principalmente, ensejando a representação de grupos minoritários. Por isso, o voto tem caráter dúplice ou
binário, de modo que votar no candidato significa igualmente votar no partido (= voto na legenda), caso em que apenas
para ela o voto será computado. Assim, tal sistema não considera somente o número de votos atribuídos ao candidato,
como no majoritário, mas sobretudo os endereçados à agremiação. Pretende, antes, assegurar a presença no Parlamento
do maior número de grupos e correntes que integram o eleitorado. Prestigia a minoria 2”.

2
GOMES, José Jairo. Direito Eleitoral. 13ª ed. São Paulo: Atlas, 2017. p.143

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2.2.1 O que é o quociente eleitoral?

Em termos práticos, o quociente eleitoral pode ser entendido como a quantidade de votos
necessários, a ser obtida pelo partido político, a fim de que consiga preencher uma vaga (no mínimo)
de Deputado ou Vereador em disputa nas eleições.

O Código Eleitoral brasileiro, em seu art. 106, dispõe que o quociente eleitoral é determinado
“dividindo-se o número de votos válidos apurados pelo de lugares a preencher em cada circunscrição
eleitoral, desprezada a fração se igual ou inferior a meio, equivalente a um, se superior”.

Suponhamos que na eleição do município de Fabianópolis de


Minas, que atualmente possui o total de 14.500 habitantes,
foram colocados em disputa 9 (nove) cargos de Vereador.
Após a apuração dos votos, obteve-se os seguintes dados:

1 - Total de eleitores do município: 12.800

2 – Número de eleitores que compareceu para


votar: 11.350

3 – Número de votos nulos: 1.350

4 – Número de votos em branco: 1.000

5 – Total de votos válidos: 9.000

Diante dos dados apresentados, fica fácil calcular o


quociente eleitoral, que é igual ao número de votos válidos
dividido pelo número de cadeiras de vereador em disputa
(nove). Em outras palavras, 9.000 votos válidos divididos por
nove vagas em disputa, o que enseja o quociente eleitoral de
1.000 votos.

Em outras palavras, pode-se afirmar que a cada 1.000


votos obtidos o partido político tem direito a preencher uma
cadeira de vereador no município de Fabianópolis de Minas.

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2.2.2 O que é o quociente partidário?

De forma bem objetiva e direta, quociente partidário é a quantidade de candidatos a que a


agremiação tem direito a eleger no âmbito da eleição em disputa.

O art. 107 do Código Eleitoral, com a nova redação, dada pela Lei nº 14.211/2021, dispõe que
“determina-se para cada partido o quociente partidário dividindo-se pelo quociente eleitoral o
número de votos válidos dados sob a mesma legenda, desprezada a fração”.

Na eleição para vereador do município de Fabianópolis de Minas,


por exemplo, suponhamos que o Partido dos Concurseiros Unidos
do Brasil – PCUB obteve o total de 2.102 votos. Nesse caso, para
saber quantos candidatos o PCUB tem direito a eleger para o cargo
de vereador, basta dividir o número de votos obtidos (2.102) pelo
número equivalente ao quociente eleitoral (1.000). Sendo assim,
2.102/1000 é igual a 2,10.

Levando-se em conta que o art. 107 do Código Eleitoral inicialmente


afirma que a fração deve ser desconsiderada, pode-se concluir que
o Partido dos Concurseiros Unidos do Brasil- PCUB terá direito a
eleger dois candidatos para o cargo de vereador no município de
Fabianópolis de Minas, desde que observadas as demais regras
previstas no Código Eleitoral.

O art. 108 do Código Eleitoral (com nova redação dada pela Lei nº 14.211/2021), por
exemplo, dispõe que “estarão eleitos, entre os candidatos registrados por um partido que
tenham obtido votos em número igual ou superior a 10% (dez por cento) do quociente
eleitoral, tantos quantos o respectivo quociente partidário indicar, na ordem da votação
nominal que cada um tenha recebido”.

ATENÇÃO: para que o Partido dos Concurseiros Unidos do Brasil –


PCUB efetivamente consiga eleger dois candidatos para o cargo de
vereador, conforme definido pelo quociente partidário, torna-se
imprescindível que pelo menos dois de seus candidatos tenham
obtido individualmente, no mínimo, 100 votos na eleição, o que
corresponde a 10% dos votos do quociente eleitoral.

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Se o candidato mais votado do partido obteve 780 votos e o


segundo colocado obteve apenas 95 votos, por exemplo, o PCUB
poderá preencher apenas um cargo de vereador, pois o seu
segundo candidato mais votado não obteve a quantidade mínima
de 100 votos, equivalente a 10% do total de votos do quociente
eleitoral. Nesse caso, a vaga do PCUB será distribuída entre os
demais partidos, observando-se as regras do art. 109 do Código
Eleitoral, que estudaremos na sequência.

2.2.3 Passo a passo para o cálculo do


preenchimento das vagas no sistema proporcional

As regras do sistema proporcional abrangem as eleições para os cargos de Deputado Federal,


Deputado Estadual, Deputado Distrital e Vereador. Todavia, utilizarei como exemplo as eleições
municipais, que proporcionam a melhor compreensão.

DADOS REFERENTES À ELEIÇÃO PARA O CARGO DE VEREADOR NO MUNICÍPIO DE


APROVAÇÃO-MG
Quantidade de habitantes no município: 27.423

Quantidade de eleitores do município: 22.479

Cargos de vereador em disputa na eleição: 10 vagas

Quantidade de eleitores que compareceram para votar: 20.987

Quantidade de votos em branco: 487

Quantidade de votos nulos: 500

Quantidade de votos válidos: 20.000

1º PASSO: determinar o quociente eleitoral nas eleições.

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Nesse caso, deve-se dividir a quantidade de votos válidos pela quantidade de vagas em
disputa para o cargo de vereador, isto é, 10 (dez) vagas.
Sendo assim, faremos a seguinte operação:
20.000/10 = 2.000
O quociente eleitoral nas eleições para o cargo de vereador no município de Aprovação-MG é
igual a 2.000 votos. Em outras palavras, a cada 2.000 votos obtidos o partido político tem direito a
eleger um candidato, desde que preenchidas as demais condições previstas no Código Eleitoral.

2º PASSO: determinar o quociente partidário de cada agremiação

Para o cálculo do quociente partidário, deve-se dividir a quantidade de votos obtida por cada
agremiação (tanto os votos que foram atribuídos diretamente aos candidatos – votos nominais,
quanto os votos que foram direcionados para o partido político – votos de legenda) pelo número
correspondente ao quociente eleitoral, desprezando-se eventuais frações, nos termos do art. 107
do Código Eleitoral.

CÁLCULO DO QUOCIENTE PARTIDÁRIO

SIGLAS QUANTIDADE DIVIDIDA PELO QUOCIENTE


PARTIDÁRIAS DE VOTOS QUOCIENTE ELEITORAL PARTIDÁRIO

PARTIDO 1 – P1 7.250 ÷ 2.000 = 3,62 3

PARTIDO 2 – P2 5.192 ÷ 2.000 = 2,59 2

PARTIDO 3 – P3 2.997 ÷ 2.000 = 1,49 1

PARTIDO 4 – P4 2.018 ÷ 2.000 = 1,00 1

PARTIDO 5 – P5 1.996 ÷ 2.000 = 0,99 0

PARTIDO 6 – P6 547 ÷ 2.000 = 0,27 0

Total: 20.000 Total: 7 cadeiras

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Após analisar os dados apresentados na tabela, principalmente na quarta coluna, constata-se


que foram preenchidas apenas 7 (sete) vagas para o cargo de vereador no município de Aprovação-
MG, restando ainda 3 (três).

O Partido 5 e o Partido 6 sequer conseguiram alcançar o quociente eleitoral, isto é, a


quantidade mínima de 2.000 (dois mil) votos. Antes da alteração legislativa de 2017,
esses partidos não poderiam eleger candidatos para o cargo de vereador e seriam
excluídos das demais etapas de distribuição das 3 (três) vagas que ainda restam. Com a
edição da Lei 13.488/201, que alterou a redação do § 2º do art. 109 do CE/65, passou a
poder concorrer à distribuição dos lugares todos os partidos que participaram do pleito.
TODAVIA, com a recente alteração do mesmo dispositivo pela Lei nº 14.211/2021,
“poderão concorrer à distribuição dos lugares todos os partidos que participaram do
pleito, desde que tenham obtido pelo menos 80% (oitenta por cento) do quociente
eleitoral, e os candidatos que tenham obtido votos em número igual ou superior a 20%
(vinte por cento) desse quociente.” Assim, o Partido 5 atingiu pelo menos 80% (1.996
votos) do quociente eleitoral; já o Partido 6, não (547 votos)

3º PASSO: distribuição das 3 (três) vagas que estão sobrando


O art. 109 do Código Eleitoral apresenta as regras que devem ser observadas para a distribuição
das vagas que não foram preenchidas com a aplicação dos quocientes partidários, assim como
também em razão de algum candidato de partido político não ter obtido a quantidade mínima de
votos equivalente a 10% do total de votos do quociente eleitoral, nos seguintes termos:
Art. 109. Os lugares não preenchidos com a aplicação dos quocientes partidários e em razão da
exigência de votação nominal mínima a que se refere o art. 108 serão distribuídos de acordo com
as seguintes regras:
I - dividir-se-á o número de votos válidos atribuídos a cada partido pelo número de lugares por ele
obtido mais 1 (um), cabendo ao partido que apresentar a maior média um dos lugares a preencher,
desde que tenha candidato que atenda à exigência de votação nominal mínima;
II - repetir-se-á a operação para cada um dos lugares a preencher;
III - quando não houver mais partidos com candidatos que atendam às duas exigências do inciso I
deste caput, as cadeiras serão distribuídas aos partidos que apresentarem as maiores médias.
§ 1º O preenchimento dos lugares com que cada partido for contemplado far-se-á segundo a ordem
de votação recebida por seus candidatos.
§ 2º Poderão concorrer à distribuição dos lugares todos os partidos que participaram do pleito,
desde que tenham obtido pelo menos 80% (oitenta por cento) do quociente eleitoral, e os
candidatos que tenham obtido votos em número igual ou superior a 20% (vinte por cento) desse
quociente.”

Inicialmente, deve-se destacar que o texto do art. 109, I, do Código Eleitoral, foi alterado pela
Lei 13.165/2015. O texto anterior apresentava a seguinte orientação:
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Art. 109, I - dividir-se-á o número de votos válidos atribuídos a cada Partido ou coligação de
Partidos pelo número de lugares por ele obtido, mais um, cabendo ao Partido ou coligação que
apresentar a maior média um dos lugares a preencher;

Perceba que o texto anterior utilizava a expressão “número de lugares por ele obtido, mais
um”, enquanto o texto alterado pela Lei 13.165/15 passou a dispor “número de lugares definido
para o partido pelo cálculo do quociente partidário do art. 107, mais um”. Apesar de se apresentar
com uma mudança simples, insuscetível de grandes transformações no cálculo da distribuição das
vagas restantes, não era isso que se constatava na prática, pois privilegiava os partidos que
apresentassem as maiores médias, praticamente impedindo as demais agremiações de receber
novas vagas pelo critério da sobra.

Diante disso, o Procurador-Geral da República ajuizou uma Ação Direta de


Inconstitucionalidade, protocolada sob o nº 5.420/DF, contra o art. 4º da Lei nº 13.165, de 29 de
setembro de 2015, no trecho em que deu nova redação ao art. 109, incisos I a III, do Código Eleitoral,
alterando os critérios de distribuição das vagas restantes (após a distribuição pelo cálculo do
quociente partidário).

No dia 07/12/2015 foi publicada a decisão liminar que suspendeu a alteração promovida pela
Lei 13.165/15 no art. 109, I, do Código Eleitoral, voltando a vigorar o texto original, nos seguintes
termos:

Art. 109, I - dividir-se-á o número de votos válidos atribuídos a cada Partido ou coligação de
Partidos pelo número de lugares por ele obtido, mais um, cabendo ao Partido ou coligação que
apresentar a maior média um dos lugares a preencher;

Ao proferir a decisão liminar, o Ministro Relator Dias Tofolli assim se manifestou:

Com efeito, uma alteração sutil realizada na redação do inc. I do art. 109 do Código Eleitoral
acabou por acarretar consequência que praticamente desnatura o sistema proporcional no
cálculo das sobras eleitorais.

Na lei anterior, o cálculo utilizado para obtenção da “maior média” entre os partidos (que é o
critério utilizado para distribuição das sobras eleitorais), tinha por denominador o “número de
lugares por ele [partido ou coligação] obtido, mais um”. Desse modo, a regra previa que cada
vaga remanescente distribuída a um partido era, em seguida, levada em consideração no cálculo
da distribuição das próximas vagas. Portanto, se um partido recebeu a primeira vaga, isso entrava
no cálculo da segunda, diminuindo as suas chances de obtê-la e aumentando as chances de outros
partidos recebê-la.

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Pela nova sistemática, apenas o “quociente partidário, mais um” (que é um dado fixo) é que
deverá ser utilizado para os seguidos cálculos de atribuição das vagas remanescentes,
desprezando-se a aquisição de vagas nas operações anteriores.

Consequentemente, o partido político ou coligação que primeiro obtiver a maior média e,


consequentemente, obtiver a primeira vaga remanescente, acabará por obter todas as vagas
seguintes, enquanto possuir candidato que atenda à exigência de votação nominal mínima (pelo
menos 10% do quociente eleitoral). Ou seja, haverá uma tendência à concentração, em uma
única sigla ou coligação, de todos os lugares não preenchidos com a aplicação dos quocientes
partidários e em razão da exigência de votação nominal mínima.

Evidencia-se, pois, em tal regramento, a desconsideração da distribuição eleitoral de cadeiras


baseada na proporcionalidade (art. 45 da CF/88), que é intrínseca ao sistema proporcional, em
que as vagas são distribuídas aos partidos políticos de forma a refletir o pluralismo político-
ideológico presente na sociedade, materializado no voto.

Pelo menos por enquanto, deve ser levado para a prova o


entendimento do Supremo Tribunal Federal, que julgou, ainda
que provisoriamente, que as alterações promovidas pela Lei
13.165/2015, no art. 109, I, do Código Eleitoral, são
inconstitucionais.

Diante de tudo o que foi exposto, passemos então à distribuição das 3 (três) vagas restantes:

4º PASSO: distribuição da PRIMEIRA vaga restante

DISTRIBUIÇÃO DA PRIMEIRA VAGA RESTANTE (DO TOTAL DE TRÊS)

SIGLAS QUANTIDADE DIVIDIDA PELO MÉDIA OBTIDA


PARTIDÁRIAS DE VOTOS QUANTIDADE DE
VAGAS OBTIDAS + 1
PARTIDO 1 – P1 7.250 ÷ 3 (vagas obtidas) + 1 = 1.812,5
4
PARTIDO 2 – P2 5.192 ÷ 2 (vagas obtidas) + 1 = 1.730,6
3
PARTIDO 3 – P3 2.997 ÷ 1 (vagas obtidas) + 1 = 1.498,5
2

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PARTIDO 4 – P4 2.018 ÷ 1 (vagas obtidas) + 1 = 1.009


2
PARTIDO 5 – P5 1.996 ÷ 0 (vagas obtidas) + 1 = 1.996
1
PARTIDO 6 – P6 547 NÃO PARTICIPA DO NÃO PARTICIPA DO
(não atingiu 80% CÁLCULO CÁLCULO
do QE)
Maior média: Partido 5
(que elege um candidato)

Para facilitar o cálculo da distribuição das vagas restantes, está em


consideração que os candidatos mais votados, de cada partido político,
obtiveram quantidade de votos superior a 20% do total do quociente
eleitoral, que, no nosso exemplo, é de no mínimo 400 (quatrocentos)
votos. Nesse exemplo, o Partido 5 foi contemplado com a vaga, mas se
não tivesse na sua lista de candidatos alguém com mais de 400 votos,
a vaga seria novamente distribuída entre as demais agremiações que
possuem candidatos que atendam a essa condição.

5º PASSO: distribuição da SEGUNDA vaga restante

Levando-se em consideração que o PARTIDO 5 obteve a maior média, consequentemente


elegerá um candidato. Todavia, para a distribuição da próxima vaga a sua média cairá, pois
incluiremos a vaga recebida (+1) no novo cálculo a ser feito. Veja:

DISTRIBUIÇÃO DA SEGUNDA VAGA RESTANTE (DO TOTAL DE TRÊS)


SIGLAS QUANTIDADE DIVIDIDA PELO QUANTIDADE MÉDIA OBTIDA
PARTIDÁRIAS DE VOTOS DE VAGAS OBTIDAS + 1
PARTIDO 1 – P1 7.250 ÷ 3 (vagas obtidas) + 1 = 4 1.812,5

PARTIDO 2 – P2 5.192 ÷ 2 (vagas obtidas) + 1 = 3 1.730,6

PARTIDO 3 – P3 2.997 ÷ 1 (vagas obtidas) + 1 = 2 1.498,5

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PARTIDO 4 – P4 2.018 ÷ 1 (vagas obtidas) + 1 = 2 1.009

PARTIDO 5 – P5 1.996 ÷ 0 (vagas obtidas) + 1 + 1 = 2 998

PARTIDO 6 – P6 547 NÃO PARTICIPA DO CÁLCULO NÃO PARTICIPA DO


(não atingiu 80% CÁLCULO
do QE)
Maior média: Partido
1 (que elege mais um
candidato)

6º PASSO: distribuição da TERCEIRA vaga restante

Levando-se em consideração que o PARTIDO 1 obteve a maior média, consequentemente


elegerá mais um candidato. Todavia, para a distribuição da próxima vaga a sua média cairá, pois
incluiremos a vaga recebida (+1) no novo cálculo a ser feito.

DISTRIBUIÇÃO DA TERCEIRA VAGA RESTANTE (DO TOTAL DE TRÊS)


SIGLAS QUANTIDADE DIVIDIDA PELO QUANTIDADE MÉDIA OBTIDA
PARTIDÁRIAS DE VOTOS DE VAGAS OBTIDAS + 1
PARTIDO 1 – P1 7.250 ÷ 3 (vagas obtidas) + 1 + 1 = 5 1.450

PARTIDO 2 – P2 5.192 ÷ 2 (vagas obtidas) + 1 = 3 1.730,6

PARTIDO 3 – P3 2.997 ÷ 1 (vagas obtidas) + 1 = 2 1.498,5

PARTIDO 4 – P4 2.018 ÷ 1 (vagas obtidas) + 1 = 2 1.009

PARTIDO 5 – P5 1.996 ÷ 0 (vagas obtidas) + 1 + 1 = 2 998

PARTIDO 6 – P6 547 NÃO PARTICIPA DO CÁLCULO NÃO PARTICIPA DO


(não atingiu 80% CÁLCULO
do QE)
Maior média: Partido
2 (que elege mais um
candidato)

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Após analisarmos cada uma das tabelas de distribuição de vagas, conclui-se que todas as 10
(dez) foram preenchidas, o que encerra o processo e possibilita que a Justiça Eleitoral realize a
diplomação dos candidatos eleitos.

2.2.3.1 Não atingimento do quociente


eleitoral

O art. 111 do Código Eleitoral dispõe que “se nenhum partido alcançar o quociente eleitoral,
considerar-se-ão eleitos, até serem preenchidos todos os lugares, os candidatos mais votados”.
Nesse caso, não precisam ser observadas as regras estabelecidas anteriormente, a exemplo da
quantidade mínima de votos equivalente a 20% do quociente eleitoral.

Por sua vez, afirma o artigo 112 do Código Eleitoral que considerar-se-ão suplentes da
representação partidária:

I - os mais votados sob a mesma legenda e não eleitos efetivos das listas dos respectivos partidos;
II - em caso de empate na votação, na ordem decrescente da idade.

Na definição dos suplentes da representação partidária, não


há exigência de votação nominal mínima prevista pelo art. 108
do Código Eleitoral.

Na ocorrência de vaga SEM suplente para preenchê-la, far-se-á eleição, salvo se faltarem
menos de nove meses para findar o período de mandato.

2.2.3.2 Sistema misto

Além dos dois sistemas apresentados anteriormente, ainda é possível se falar em um sistema
misto, constituído por elementos provenientes dos sistemas majoritário e proporcional, para a
eleição de membros do parlamento. Tradicionalmente é um sistema que há tempos vem sendo
adotado no México e na Alemanha, mas, nos últimos anos, passou a ser implementado também em
diversos outros países, a exemplo do Japão, Rússia, Coreia do Sul, entre outros.

José Jairo Gomes, ao explicar o funcionamento do sistema misto, assim dispõe (apresentarei
as explicações na íntegra, pois já foram objeto de questionamento em provas de carreiras jurídicas):

Esse sistema é formado pela combinação de elementos do majoritário e do proporcional e tem em vista as eleições para
o parlamento. A circunscrição eleitoral (União, Estado, Distrito Federal ou Município) é dividida em distritos. No dia do
pleito, aos eleitores são apresentadas duas listas de votação: uma majoritária (restrita ao distrito), outra proporcional
(abrangente de toda a circunscrição).

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Na primeira lista, segue-se a lógica do sistema distrital. Ou seja, os eleitores votam no candidato indicado pelos partidos
àquele distrito, considerando-se eleito o que obtiver mais votos no distrito.

Na segunda lista, o eleitor vota em um partido – voto de legenda –, não em candidatos. A apuração do eleito leva em
conta a votação em toda a circunscrição, isto é, em todos os distritos, sendo feita com base em critérios proporcionais.

O problema que se põe diz respeito à escolha do eleito. Para tanto, cogitam-se três procedimentos, a saber: listas fechada,
flexível e aberta. Pela primeira, o partido é soberano para definir quem entre seus filiados ocupará a vaga por ele
conquistada; normalmente, isso deve ser feito na Convenção, na qual é formada uma lista nominal. Na flexível é ainda o
partido quem define a ocupação das vagas, mas os eleitores podem interferir na posição em que os candidatos se
encontrarem na lista, escolhendo uns e deixando de escolher outros; a preferência manifestada pelo eleitor tem a força
de alterar a ordem da lista elaborada pela agremiação. Já na lista aberta cabe aos próprios eleitores (e não aos partidos)
formar a ordem nominal a ser observada na indicação dos eleitos, de modo que – como diz Carvalho (2004, p.478) – os
“candidatos que receberem maior número de votos individualmente ocuparão as cadeiras a que o partido terá direito”.

A composição do parlamento perfaz-se pela soma dos eleitos nas duas listas de votação, ou seja, na distrital e na
partidária.

Não se pode negar que o sistema distrital misto é superior ao que se encontra em vigor. Nele, a representação das
minorias não é totalmente sacrificada. Reduz significativamente o território da disputa, pois os candidatos distritais só
pedirão votos nos distritos em que concorrerem. Isso barateia a campanha, o que propicia o ingresso de novos atores no
jogo político e a diminuição da influência dos poderes político, econômico e dos meios de comunicação social. Outro fator
positivo é o estabelecimento de novas bases no relacionamento entre os cidadãos e seus representantes, já que a
proximidade entre eles enseja um controle social mais efetivo da atuação do parlamentar.

Saliente-se, porém, que as listas flexível e aberta (sobretudo esta última) são mais consentâneas com os princípios
democráticos. Tem-se ressaltado o risco representado pela lista fechada, pois, ainda que indiretamente, enseja que a
cúpula (os “caciques”) das agremiações escolha (ou influencie decisivamente na escolha) os candidatos que figurarão nas
primeiras posições da lista, deixando os desafetos ou adversários ou, ainda, os filiados “pouco influentes” para o final.
Por outro lado, na lista fechada o mandatário não é motivado a estreitar relações com os eleitores, menos ainda a prestar-
lhes contas de seus atos; sua atenção estará sempre voltada ao “trabalho partidário”, interno, de modo a garantir boas
relações e, consequentemente, as primeiras posições na lista 3.

2.3 Participação partidária no processo


eleitoral

A Lei 9.504/1997, em seu art. 4º, afirma que “poderá participar das eleições o partido que,
até seis meses antes do pleito, tenha registrado seu estatuto no Tribunal Superior Eleitoral,
conforme o disposto em lei, e tenha, até a data da convenção, órgão de direção constituído na
circunscrição, de acordo com o respectivo estatuto”.

ATENÇÃO! No julgamento do recurso especial nº 60375791, que ocorreu em 04/10/2018, o


Tribunal Superior Eleitoral ratificou o entendimento de que “a suspensão do órgão partidário pela
não prestação de contas partidárias impede que partido se habilite a participar do pleito e lance
candidatos”.

3
GOMES, José Jairo. Direito Eleitoral. 13ª ed. São Paulo: Atlas, 2017. p.153.

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O primeiro turno das eleições municipais de 2024, por exemplo,


ocorrerá no dia 06 de outubro. Nesse caso, para participar do
processo eleitoral torna-se necessário que o registro do novo
partido político (PARTIDO X) seja deferido pelo Tribunal Superior
Eleitoral até o dia 06 de abril de 2024. Além disso, é imprescindível
que o PARTIDO X constitua órgão de direção municipal até a data
da convenção (cujo limite é dia 05 de agosto) caso opte por lançar
candidatos nas eleições para os cargos de Prefeito, Vice-Prefeito e
Vereador.

Em outras palavras, pode-se afirmar que apenas o partido político


que possuir Diretório ou Comissão Provisória municipal constituídos
até a data da convenção partidária poderão participar do processo
eleitoral (municipal ou estadual, conforme o caso).

FEDERAÇÃO DE PARTIDOS

A Lei nº 14.208/2021 instituiu a federação de partidos. Alterou a Lei


dos Partidos e incluiu na Lei das Eleições o art. 6º-A, que dispõe:

“6º-A. Aplicam-se à federação de partidos de que trata o art. 11-A


da Lei nº 9.096, de 19 de setembro de 1995 (Lei dos Partidos
Políticos), todas as normas que regem as atividades dos partidos
políticos no que diz respeito às eleições, inclusive no que se refere
à escolha e registro de candidatos para as eleições majoritárias e
proporcionais, à arrecadação e aplicação de recursos em
campanhas eleitorais, à propaganda eleitoral, à contagem de votos,
à obtenção de cadeiras, à prestação de contas e à convocação de
suplentes.

Parágrafo único. É vedada a formação de federação de partidos


após o prazo de realização das convenções partidárias.”

A Federação de Partidos se comporta como se fosse uma única


agremiação partidária e não se confunde com as coligações
partidárias.

A Federação de Partidos é abordada na aula sobre Partidos


Políticos. Todavia, é preciso mesmo atenção redobrada a esse
dispositivo inserido na Lei das Eleições.

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2.4 Voto de legenda

O art. 5º da Lei 9.504/1997 dispõe que nas eleições proporcionais contam-se como válidos
apenas os votos dados a candidatos regularmente inscritos e às legendas partidárias.

Levando-se em consideração que estudamos o processo das eleições proporcionais em outra


oportunidade, aproveito o momento apenas para relembrar que são escolhidos por esse sistema os
ocupantes dos cargos de Deputado Federal, Deputado Distrital, Deputado Estadual e Vereador. A
propósito, no momento da votação o eleitor pode atribuir o seu voto diretamente a um candidato
(voto nominal) ou a um partido político (voto de legenda).

Suponhamos que Doquinha tenha se lançado candidato ao


cargo de Deputado Estadual, pelo PARTIDO WSY, com a
numeração 99.787. Nesse caso, se o eleitor desejar votar
diretamente em Doquinha, deverá digitar o número 99.787 no
momento da votação. Por sua vez, se for digitado apenas o
número 99, o voto será considerado de “legenda” e atribuído
ao PARTIDO WSY.

Ao exercer o voto de legenda, o eleitor está afirmando


implicitamente que para ele é irrelevante o candidato que será
eleito, desde que seja alguém que integre a lista do partido
político. Contudo, desde a alteração promovida no artigo 108
do Código Eleitoral (pela Lei 13.165/2015), que passou a exigir
que o candidato, para ser eleito, obtenha quantidade de votos
equivalente a, no mínimo, 10% (dez por cento) do quociente
eleitoral, o voto de legenda já não é tão interessante para as
agremiação partidárias. Inclusive, nas últimas eleições foram
promovidas campanhas incentivando os eleitores a votar
nominalmente em candidatos, objetivando-se, assim, que a
maioria atendesse ao requisito previsto pelo art. 108 do
Código Eleitoral.

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3. Das coligações

A coligação pode ser definida como a reunião de vários partidos políticos com a finalidade de
disputar determinada eleição em conjunto, funcionando como se fossem um único partido. Nesse
caso, cada partido político integrante da coligação continua existindo normalmente, mas, perante a
Justiça Eleitoral, não poderá mais se manifestar de forma isolada durante o pleito em disputa.

Depois de constituída a coligação, o art. 6º, § 4º, da Lei


9.504/1997, dispõe que o partido político coligado somente
possui legitimidade para atuar de forma isolada no processo
eleitoral quando questionar a validade da própria coligação,
durante o período compreendido entre a data da convenção e o
termo final do prazo para a impugnação do registro de
candidatos.

Suponhamos que na eleição para o cargo de Prefeito do município


de Fabianolândia cinco partidos tenham se reunido e constituído a
coligação “Unidos somos mais fortes”, formada pelas seguintes
agremiações: P1, P2, P3, P4 e P5.

Diante disso, cada um dos partidos políticos integrantes da


coligação não poderá mais atuar, de forma isolada, perante a Justiça
Eleitoral. A legitimidade para propor uma ação de impugnação de
registro de candidatura, por exemplo, passa a ser da coligação
“Unidos somos mais fortes”, por meio de seu representante
regularmente escolhido pelos dirigentes dos demais partidos.

Entretanto, se o partido político deseja questionar a validade da


própria coligação (alega que não houve votação dos filiados no
momento da decisão, por exemplo), assegurar-se-á a prerrogativa
de atuar perante a Justiça Eleitoral de forma isolada, desde que no
período compreendido entre a data da convenção e o termo final
do prazo para a impugnação do registro de candidatos.

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3.1 O fim das coligações nas eleições


proporcionais

A Lei 9.504/1997, em seu art. 6º, dispõe que “é facultado aos partidos políticos, dentro da
mesma circunscrição, celebrar coligações para eleição majoritária, proporcional, ou para ambas,
podendo, neste último caso, formar-se mais de uma coligação para a eleição proporcional dentre os
partidos que integram a coligação para o pleito majoritário”.

Todavia, a Emenda Constitucional nº 97, promulgada em 04 de outubro de 2017, promoveu


importante alteração no texto do art. 17, § 1º, da Constituição Federal de 1988, que passou a vigorar
com o seguinte teor:

§ 1º. É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna e
estabelecer regras sobre escolha, formação e duração de seus órgãos permanentes e
provisórios e sobre sua organização e funcionamento e para adotar os critérios de escolha e
o regime de suas coligações nas eleições majoritárias, vedada a sua celebração nas eleições
proporcionais, sem obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional,
estadual, distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer normas de disciplina e
fidelidade partidária.

Apesar de constar no art. 6º da Lei 9.504/1997 a possibilidade


de realização de coligações nas eleições proporcionais,
perceba que a Emenda Constitucional nº 97 passou a vedá-la.
Todavia, deve ficar claro que o art. 2º da Emenda
Constitucional 97 dispõe que “a vedação à celebração de
coligações nas eleições proporcionais, prevista no § 1º do art.
17 da Constituição Federal, aplicar-se-á a partir das eleições
de 2020”. Diante disso, pode-se concluir que nas eleições de
2018 ainda foi possível realizar coligações nas eleições para os
cargos de Deputado Federal, Deputado Estadual ou Deputado
Distrital. Contudo, em 2020 não houve mais a possibilidade de
celebração de coligações para as eleições ao cargo de
vereador, apenas para os cargos de Prefeito (sistema
majoritário).

Com a edição da Lei nº 14.211, a redação do art. 6º enfim foi adaptada às disposições
da citada Emenda, suprimindo-se do texto legal as expressões relacionadas ao sistema proporcional:

Art. 6º É facultado aos partidos políticos, dentro da mesma circunscrição, celebrar


coligações para eleição majoritária.
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3.2 Denominação das coligações

O art. 6º, § 1º, da Lei 9.504/1997, afirma que “a coligação terá denominação própria, que
poderá ser a junção de todas as siglas dos partidos que a integram, sendo a ela atribuídas as
prerrogativas e obrigações de partido político no que se refere ao processo eleitoral, e devendo
funcionar como um só partido no relacionamento com a Justiça Eleitoral e no trato dos interesses
interpartidários”.

Por sua vez, dispõe o § 1º-A que “a denominação da coligação não poderá coincidir, incluir ou
fazer referência a nome ou número de candidato, nem conter pedido de voto para partido político”.

Suponhamos que o PARTIDO A, PARTIDO B, PARTIDO C, PARTIDO D e PARTIDO X tenham se


reunido para formar uma coligação com a finalidade de disputar a eleição para o cargo de
Governador de Estado. Nesse caso, poderão atribuir à coligação a denominação “Unidos
venceremos”, “Por um Estado mais forte”, “Juntos somos mais”, entre outras. Também
podem simplesmente juntar as siglas dos partidos integrantes da coligação, criando a
denominação Coligação ABCDX, por exemplo.

O que não se admite é que os partidos escolham uma denominação que faça referência
expressa a número ou nome de candidatos ou contenha pedido de votos para partidos
políticos. Não seriam admitidas, por exemplo, coligações com as denominações “Coligação
Vote em Doquinha”, “Coligação Coxinha é o melhor candidato”, “Coligação Vote no número
99.787”, entre outras.

A propósito, na propaganda para eleição majoritária, a coligação usará, obrigatoriamente, sob


sua denominação, as legendas de todos os partidos que a integram; na propaganda para
eleição proporcional, cada partido usará apenas sua legenda sob o nome da coligação.

Em outras palavras, isso significa que nos “santinhos” que serão distribuídos pelo candidato ao
cargo de Governador, logo abaixo do nome da coligação (Coligação Juntos Somos Mais, por
exemplo) deve constar as siglas de todos os partidos que a integram.

COLIGAÇÃO JUNTOS SOMOS MAIS

PA, PB, PC, PD e PX

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No julgamento do recurso especial nº 25015, de 09/08/2005,


o Tribunal Superior Eleitoral decidiu que “a coligação existe a
partir do acordo de vontades dos partidos políticos e não da
homologação pela Justiça Eleitoral”.

3.3 Requisitos para a constituição de


coligações

A Lei 9.504/1997, em seu art. 6º, § 3º, afirma que na formação de coligações, devem ser
observadas, ainda, as seguintes normas:

1ª - na chapa da coligação, podem inscrever-se candidatos filiados a qualquer partido


político dela integrante: se a coligação foi formada pelas agremiações PA, PB, PC, PD e PX (Coligação
Juntos Somos Mais, por exemplo), o candidato a ser lançado para o cargo de Governador pode ser
filiado a qualquer um desses partidos políticos. O que não se admite é que seja lançado candidato
filiado a partido que não integre a coligação.

2ª - o pedido de registro dos candidatos deve ser subscrito pelos presidentes dos partidos
coligados, por seus delegados, pela maioria dos membros dos respectivos órgãos executivos de
direção ou por representante da coligação, na forma do item abaixo;

3ª - os partidos integrantes da coligação devem designar um representante, que terá


atribuições equivalentes às de presidente de partido político, no trato dos interesses e na
representação da coligação, no que se refere ao processo eleitoral: independentemente da
quantidade de partidos que compõem a coligação, deverá ser escolhido um único representante,
que possuirá legitimidade para atuar perante a Justiça Eleitoral em todas as fases do processo
eleitoral, impedindo-se, assim, que os partidos políticos atuem isoladamente.

4ª - a coligação será representada perante a Justiça Eleitoral pela pessoa designada na


forma do item anterior ou por delegados indicados pelos partidos que a compõem, podendo
nomear até: a) três delegados perante o Juízo Eleitoral; b) quatro delegados perante o Tribunal
Regional Eleitoral; c) cinco delegados perante o Tribunal Superior Eleitoral.

Ao responder às questões de concursos públicos, muita atenção para não cair em pegadinhas
de prova. Em regra, a coligação será representada pela pessoa escolhida pelos dirigentes dos
partidos políticos dela integrantes. Todavia, ainda existe a possibilidade de a coligação também ser
representada por delegados indicados, nos seguintes moldes:

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TRÊS DELEGADOS Perante o JUIZ ELEITORAL

QUATRO DELEGADOS Perante o TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL

CINCO DELEGADOS Perante o TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL

A Lei 9.504/1997, em seu art. 6º, § 5º, dispõe que a


responsabilidade pelo pagamento de multas decorrentes de
propaganda eleitoral é solidária entre os candidatos e os
respectivos partidos, não alcançando outros partidos mesmo
quando integrantes de uma mesma coligação. Em outras
palavras, significa afirmar que se o candidato é filiado ao
PARTIDO X, por exemplo, eventual responsabilidade pelo
pagamento da multa recai sobre o próprio candidato e o
PARTIDO X, não alcançando os demais partidos integrantes da
coligação.

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4. Da convenção para escolha de


candidatos

A convenção partidária pode ser definida como uma reunião realizada entre os filiados de
determinado partido político a fim de deliberar sobre assuntos de interesse da agremiação. Em
regra, as convenções partidárias são realizadas em anos eleitorais, principalmente para decidir sobre
a escolha dos candidatos que disputarão o pleito pela agremiação e também sobre a formalização
(ou não) de coligações.

O art. 7º da Lei 9.504/1997 é claro ao afirmar que as normas para a escolha e substituição
dos candidatos e para a formação de coligações serão estabelecidas no estatuto do partido,
observados limites impostos pela legislação eleitoral.

Em caso de omissão do estatuto, caberá ao órgão de direção nacional do partido estabelecer


as respectivas normas, publicando-as no Diário Oficial da União até cento e oitenta dias antes das
eleições.

Suponhamos que, em uma eleição municipal, o PARTIDO W


tenha interesse em realizar convenção para escolher os seus
pré-candidatos aos cargos de vereador e Prefeito. Todavia, ao
consultar o respectivo estatuto, constata que há omissão
estatutária em relação ao procedimento de votação para a
escolha dos filiados que podem ser lançados como candidatos
em eleições municipais. Diante disso, deve o órgão municipal
notificar a direção nacional sobre a omissão a fim de que seja
regularizada em tempo hábil, isto é, até cento e oitenta dias
antes das eleições.

A propósito, é importante destacar que as regras estatutárias definidas pela direção nacional
do partido político devem ser observadas, obrigatoriamente, nas esferas estaduais e municipais.
Ademais, se a convenção partidária de nível inferior (âmbito estadual ou municipal) se opuser, na
deliberação sobre coligações, às diretrizes legitimamente estabelecidas pelo órgão de direção
nacional, nos termos do respectivo estatuto, poderá esse órgão anular a deliberação e os atos dela
decorrentes.

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No julgamento do recurso especial nº 19.955, que ocorreu em


26.9.2002, o Tribunal Superior Eleitoral consolidou o
entendimento de que “as normas para escolha e substituição
de candidatos e para formação de coligação não se confundem
com as diretrizes estabelecidas pela convenção nacional sobre
coligações – enquanto aquelas possuem, ao menos em tese,
natureza permanente, as diretrizes variam de acordo com o
cenário político formado para cada pleito”.

Diante disso, se a direção nacional estabelecer que os órgãos


municipais não podem estabelecer coligações com os partidos
X e Y, por exemplo, o descumprimento das diretrizes nacionais
pode ensejar a anulação das respectivas deliberações
municipais.

As anulações de deliberações dos atos decorrentes de convenção partidária realizada em


desconformidade com as diretrizes nacionais deverão ser comunicadas à Justiça Eleitoral no prazo
de 30 (trinta) dias após a data limite para o registro de candidatos. Além disso, se da anulação
decorrer a necessidade de escolha de novos candidatos, o pedido de registro deverá ser
apresentado à Justiça Eleitoral nos 10 (dez) dias seguintes à deliberação, observados os prazos
contidos no art. 13 da Lei 9.504/1997.

4.1 Prazo para realização das convenções

A Lei 9.504/1997, em seu art. 8º, dispõe que “a escolha dos candidatos pelos partidos e a
deliberação sobre coligações deverão ser feitas no período de 20 de julho a 5 de agosto do ano em
que se realizarem as eleições, lavrando-se a respectiva ata em livro aberto, rubricado pela Justiça
Eleitoral, publicada em vinte e quatro horas em qualquer meio de comunicação”.

Perceba que o dispositivo legal não estabelece um dia determinado para a realização da
convenção partidária. As agremiações, observando as datas de 20 de julho a 5 de agosto do ano
eleitoral, definirão o melhor dia e horário para a realização, comunicando os respectivos filiados.
Ademais, existe a imposição legal de que a ata lavrada durante a convenção seja publicada, no prazo
máximo de vinte e quatro horas, em qualquer meio de comunicação.

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Ao responder às questões de prova, lembre-se sempre de que


não há qualquer determinação legal para a publicação da ata
de convenção no Diário Oficial da União. A ata realmente deve
ser publicada, mas em qualquer meio de comunicação (um
jornal impresso, por exemplo).

No julgamento do recurso especial nº 2.204, que ocorreu em 01/04/2014, o Tribunal Superior


Eleitoral decidiu que “a ocorrência de fraude na convenção de um ou mais partidos integrantes de
coligação não acarreta, necessariamente, o indeferimento do registro da coligação, mas a exclusão
dos partidos cujas convenções tenham sido consideradas inválidas”.

Suponhamos que, na eleição para o cargo de Governador do


Estado de Minas Gerais, os partidos A, B, C e D tenham
formalizado a coligação “Agora chegou a nossa vez!”, para a
disputa do pleito em conjunto. Todavia, imaginemos que,
alguns dias depois da apresentação do DRAP – Demonstrativo
de Regularidade dos Atos Partidários perante o Tribunal
Regional Eleitoral, o PARTIDO C tenha ajuizado uma
representação comprovando que a maioria de seus filiados foi
contra a formação da coligação, mas, desrespeitando as regras
estatutárias, os seus dirigentes a confirmaram.

Nessa situação, caso a convenção do PARTIDO C seja


considerada inválida (comprovando-se que a ata não retratava
o resultado da votação realizada pelos filiados, por exemplo),
não há necessidade de indeferimento do registro da coligação
“Agora chegou a nossa vez!”, sendo suficiente a exclusão do
PARTIDO C.

Para a realização das convenções de escolha de candidatos, os


partidos políticos poderão usar gratuitamente prédios
públicos, responsabilizando-se por eventuais danos causados
com a realização do evento. É muito comum, por exemplo, os
partidos utilizarem o plenário das Câmaras de Vereadores para
realizarem as reuniões, assim como auditórios de escolas
públicas municipais e/ou estaduais.

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4.2 Candidatura nata

A Lei 9.504/1997, em seu art. 8º, § 1º, dispõe que “aos detentores de mandato de Deputado
Federal, Estadual ou Distrital, ou de Vereador, e aos que tenham exercido esses cargos em qualquer
período da legislatura que estiver em curso, é assegurado o registro de candidatura para o mesmo
cargo pelo partido a que estejam filiados”.

Analisando-se o inteiro teor do dispositivo legal, conclui-se que os detentores do mandato de


Deputado ou Vereador, assim como aqueles que tenham exercido o mandato em qualquer período
da legislatura, não precisariam participar das convenções partidárias, pois a legislação lhes
asseguraria o direito líquido e certo de se lançarem candidatos pela agremiação a que estejam
filiados. É o que se convencionou chamar de candidatura nata.

Em outras palavras, mesmo sabendo-se que a quantidade de candidatos que cada partido
político pode lançar é limitada, os titulares de mandato eletivo estariam dispensados de disputar as
vagas de candidato com os demais filiados à agremiação, o que demonstra uma clara quebra do
princípio da isonomia.

No julgamento da medida cautelar (liminar) requerida na Ação Direta de


Inconstitucionalidade nº 2.530-9, que ocorreu em 24/04/2002, o Supremo Tribunal Federal decidiu
que a candidatura nata viola os princípios da isonomia e da autonomia partidária. Diante disso, foi
deferida a medida liminar pleiteada pelo Procurador-Geral da República e suspensos os efeitos do
art. 8º, § 1º, da Lei 9.504/1997.

Ao responder às questões de prova, lembre-se de que a


candidatura nata foi declarada inconstitucional pelo Supremo
Tribunal Federal, em caráter liminar. Apesar de a medida
cautelar ter sido deferida no ano de 2002, até o presente
momento o STF não julgou a questão em caráter definitivo.

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4.3 Prazo mínimo de filiação partidária e


domicílio eleitoral

A Lei 9.504/1997, em seu art. 9º, dispõe que “para concorrer às eleições, o candidato deverá
possuir domicílio eleitoral na respectiva circunscrição pelo prazo de seis meses e estar com a filiação
deferida pelo partido no mesmo prazo”.

As últimas reformas eleitorais equipararam o prazo mínimo de filiação partidária e domicílio


eleitoral em seis meses, em que pese a legislação eleitoral permitir que os partidos políticos
estabeleçam, em seus respectivos estatutos, prazos superiores de filiação partidária.

Em várias oportunidades o Tribunal Superior Eleitoral decidiu que o prazo mínimo do


domicílio eleitoral é contado da data de seu cadastro ou transferência, a exemplo do que ocorreu
no julgamento do agravo regimental em recurso especial nº 12.145, que ocorreu em 08/11/2016.
Por sua vez, decidiu também o TSE que não está atendida essa condição de elegibilidade se a
transferência de domicílio tiver sido concluída no cartório eleitoral após o prazo limite, ainda que o
pré-atendimento se tenha iniciado em momento anterior.

Apenas para reforçar, pois estudamos o tópico com mais profundidade em outra
oportunidade, lembre-se de que o conceito de domicílio eleitoral pode ser demonstrado não só pela
residência no local com ânimo definitivo, mas também pela constituição de vínculos políticos,
econômicos, sociais ou familiares. Se Coxinha atualmente reside na cidade de Florianópolis/SC, por
exemplo, mas os pais residem na cidade de Manaus/AM, é possível que se inscreva como eleitor em
qualquer uma dessas cidades.

Havendo fusão ou incorporação de partidos, ainda que após o


prazo limite de seis meses antes da eleição, será considerada,
para efeito de filiação partidária, a data de filiação do
candidato ao partido de origem.

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5. Do Registro de candidatos

Os partidos e coligações não são livres para lançar, nas eleições proporcionais, o número de
candidatos que entenderem conveniente. A legislação eleitoral estabelece limites bem definidos,
levando-se em consideração, inclusive, a quantidade de eleitores nos respectivos municípios.
Em que pese a realização de coligações nas eleições proporcionais ser proibida a partir do
ano de 2020, o fato é que a legislação eleitoral ainda faz referência a essa possibilidade, portanto,
temos que ficar atentos a eventuais pegadinhas no momento da prova.
O art. 10 da Lei 9.504/1997, com a nova redação dada pela Lei nº 14.211/2021, dispõe que
cada partido poderá registrar candidatos para a Câmara dos Deputados, a Câmara Legislativa, as
Assembleias Legislativas e as Câmaras Municipais no total de até 100% (cem por cento) do número
de lugares a preencher mais 1 (um).

No Estado de São Paulo atualmente existem 70 (setenta) cargos eletivos de Deputado Federal. Sendo assim,
cada partido poderá registrar até 71 candidatos ao respectivo cargo, o que equivale a 100% (cem por cento)
mais um.

Com a edição da Lei nº 14.211/2021, os incisos I e II do art. 10 foram revogados. Constavam exceções à
regra do caput nesses incisos.

No caso de as convenções para a escolha de candidatos não


indicarem o número máximo de candidatos, os órgãos de
direção dos partidos respectivos poderão preencher as vagas
remanescentes até trinta dias antes do pleito.

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5.1 Das vagas reservadas para


candidaturas de cada sexo

A Lei 9.504/1997, em seu art. 10, § 3º, dispõe que do número de vagas resultante das regras
que determinam a quantidade máxima de registro de candidatos, cada partido ou coligação
preencherá o mínimo de 30% (trinta por cento) e o máximo de 70% (setenta por cento) para
candidaturas de cada sexo.

Deve ficar claro que o citado dispositivo não afirma que devem ser reservadas vagas para
mulheres, mas sim para candidaturas de cada sexo. Se um partido político possui a prerrogativa de
pedir o registro de 100 (cem) candidatos, por exemplo, a agremiação poderia apresentar o registro
de 70 (setenta) mulheres e 30 (trinta) homens, por exemplo.

Não restam dúvidas de que as mulheres são minoria na política, porém, as regras de cotas se
aplicam a ambos os sexos e devem ser obrigatoriamente observadas. A propósito, ao responder à
Consulta nº 060405458, em 01/303/2018, o Tribunal Superior Eleitoral afirmou que a expressão
“cada sexo” refere-se ao gênero, e não ao sexo biológico.

No julgamento do agravo regimental em recurso especial nº 160,892, que ocorreu em


11/11/2014, o Tribunal Superior Eleitoral decidiu que “os percentuais de gênero devem ser
observados no momento do registro de candidatura, em eventual preenchimento de vagas
remanescentes ou na substituição de candidatos”.

Suponhamos que o partido político tenha apresentado o


registro de 10 (dez) pré-candidatos ao cargo de vereador,
sendo 7 (sete) homens e 3 (três) mulheres. Todavia, alguns
dias depois o requerimento de registro de candidatura de uma
das pré-candidatas foi indeferido. Nessa situação, o partido
político não pode substituir a pré-candidata indeferida por um
pré-candidato, pois o percentual de gênero deve ser
observado durante todo o processo eleitoral, evitando-se,
assim, possíveis fraudes.

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Na impossibilidade de registro de candidaturas femininas no


percentual mínimo de 30%, o partido ou a coligação deve
reduzir o número de candidatos do sexo masculino para
adequar-se os respectivos percentuais, sob pena de
indeferimento do DRAP. A propósito, em todos os cálculos,
será sempre desprezada a fração, se inferior a meio, e igualada
a um, se igual ou superior.

5.2 Da documentação necessária para


registro de candidatura

A Lei 9.504/1997, em seu art. 11, dispõe que “os partidos e coligações solicitarão à Justiça
Eleitoral o registro de seus candidatos até as dezenove horas do dia 15 de agosto do ano em que se
realizarem as eleições”.

Não há obrigação de que o registro de candidatura seja solicitado exatamente no dia 15 de


agosto do ano eleitoral, mas sim até essa data limite. Sendo assim, nada impede que as agremiações
apresentem os registros no dia 10 de agosto, por exemplo, desde que tenham sido observadas as
condições legais, a exemplo da escolha formal em convenção partidária, devidamente registrada em
ata.

Apesar do dia 15 de agosto ser a data limite legalmente fixada


para o registro de candidatura, lembre-se de que existem
exceções, isto é, hipóteses nas quais é possível apresentar
requerimentos de registro de candidatura mesmo após esse
prazo. A título de exemplo, podemos citar a substituição de
candidato, que, em regra, pode ocorrer até 20 (vinte) dias
antes da eleição.

O art. 11 da Lei 9.504/1997, em seu § 1º, apresenta um rol de documentos que deve ser
obrigatoriamente apresentado perante a Justiça Eleitoral instruindo o pedido de registro de
candidatura, sob pena de indeferimento:

I - cópia da ata a que se refere o art. 8º;

A ata da convenção partidária é essencial porque irá comprovar que o cidadão realmente foi
escolhido, pelos demais filiados ao partido político, como pré-candidato pela legenda. Isso evita que
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as decisões sejam tomadas arbitrariamente pelos dirigentes da agremiação, contrariando regras


estatutárias.

II – autorização do candidato, por escrito;

A princípio, o requerimento de registro de candidatura é apresentado perante a Justiça


Eleitoral pelo partido político ou coligação, por meio de seus representantes. É por isso que a
legislação exige a autorização escrita do candidato, pois, assim, evita-se que alguém seja lançado
candidato sem o próprio consentimento.

Isso é possível, professor? Por mais absurdo que possa parecer, sim!

Os partidos políticos têm uma dificuldade muito grande – principalmente nas cidades do
interior – de preencherem a cota de gênero de 30% (trinta por cento) com mulheres. Diante disso,
não raramente os dirigentes partidários se valem de “candidaturas laranjas”, isto é, convencem
mulheres que possuem pouca escolaridade e discernimento para se lançarem candidatas a cargos
eletivos, sem esclarecer as consequências de tal decisão.

Em situações mais extremas, quando não conseguem cumprir a cota de gênero, alguns
apelam para condutas criminosas, como a falsificação de assinatura na autorização escrita exigida
pela lei. É claro que não podemos afirmar que se trata de prática rotineira, mas, de vez em quando,
um ou outro caso é noticiado pela imprensa.

É por isso que se exige a autorização escrita do candidato ou candidata, para diminuir as
possibilidades de fraude e garantir que apenas disputarão cargos eletivos aqueles que estejam
cientes de todas as obrigações legais, a exemplo da prestação de contas de campanha.

III – prova de filiação partidária;

A Lei 9.504/1997, em seu art. 11, § 14, afirma que é vedado o registro de candidatura avulsa,
ainda que o requerente tenha filiação partidária.
Podemos entender como candidatura avulsa a possibilidade de alguém disputar um cargo
eletivo sem possuir filiação partidária. No Brasil, não existe essa possibilidade, pois a legislação exige
a filiação partidária mínima de 6 (seis) meses para a disputa de cargos eletivos.
Apesar de a prova de filiação partidária ser um dos requisitos para o deferimento do
requerimento de registro de candidatura, destaca-se que atualmente a própria Justiça Eleitoral pode
confirmar essa informação, disponível no sistema FILIA (módulo interno) do Tribunal Superior
Eleitoral. Sendo assim, mesmo que o pré-candidato deixe de apresentar certidão comprovando a
filiação partidária, ainda sim o requerimento de registro pode ser deferido, desde que o referido
sistema da Justiça Eleitoral demonstre o cumprimento do prazo mínimo de filiação partidária exigido
em lei ou no estatuto partidário.

IV - declaração de bens, assinada pelo candidato;

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A declaração de bens, que deve ser apresentada no momento do pedido de registro de


candidatura, é pública e será amplamente divulgada no site do Tribunal Superior Eleitoral. Dentre
outras finalidades, a declaração de bens permitirá aos eleitores conhecer um pouco mais sobre as
atividades desenvolvidas pelo pré-candidato, bem como acompanhar a sua evolução patrimonial
entre as eleições.

Trata-se de excelente ferramenta para o exercício do controle social, apesar de não ser levada
em consideração pela maioria dos eleitores, pois, na prática, percebe-se que raramente corresponde
à realidade patrimonial do candidato, principalmente dos mais ricos.

ATENÇÃO: no julgamento do recurso especial nº 181, que


ocorreu em 17/03/2015, o Tribunal Superior Eleitoral decidiu
que “a declaração de bens apresentada à Justiça Eleitoral não
precisa corresponder fielmente à declaração apresentada à
Receita Federal”.

V - cópia do título eleitoral ou certidão, fornecida pelo cartório eleitoral, de que o candidato
é eleitor na circunscrição ou requereu sua inscrição ou transferência de domicílio no prazo
previsto no art. 9º;

Apesar de constar expressamente no texto legal, a falta de apresentação do título de eleitor


ou certidão que o substitua, bem como a comprovação do prazo mínimo de domicílio eleitoral, não
ensejará o indeferimento do requerimento de registro de candidatura, pois a Justiça Eleitoral tem
condições de verificar todas essas informações, de forma automática, em seus próprios sistemas
internos.

VI - certidão de quitação eleitoral;

Se o eleitor não está quite com as obrigações eleitorais, isto é, possui alguma pendência
perante a Justiça Eleitoral (deixou de votar e não justificou a ausência, foi nomeado para trabalhar
como mesário e não compareceu, entre outras), não poderá disputar cargos eletivos. Em várias
oportunidades o Tribunal Superior Eleitoral decidiu que “a quitação eleitoral é condição de
elegibilidade”4.

Atualmente, a certidão de quitação eleitoral pode ser obtida diretamente no site do Tribunal
Superior Eleitoral ou qualquer Tribunal Regional Eleitoral, dispensando-se o comparecimento ao
Cartório Eleitoral. Todavia, deve ficar claro que “a Justiça Eleitoral não emite certidão positiva com

4
Ac.-TSE, de 15.9.2010, no REspe nº 190323: quitação eleitoral também é condição de elegibilidade.

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efeitos negativos para fins de comprovação de quitação eleitoral”, conforme dispõe a Resolução TSE
nº 22.783/2008.

Se acontecer de o registro de candidatura ser apresentado sem a respectiva certidão de


quitação eleitoral, não se trata de motivo para indeferimento, pois os agentes públicos responsáveis
pela análise conseguem obter as informações diretamente no sistema ELO do TSE.

VII - certidões criminais fornecidas pelos órgãos de distribuição da Justiça Eleitoral, Federal
e Estadual;

Após a publicação da Lei Complementar 135/2010 (Lei da Ficha Limpa), que promoveu
diversas alterações na Lei Complementar 64/1990 (Lei das Inelegibilidades), passou a ser
considerado inelegível o candidato que tenha sido condenado por órgão colegiado do Poder
Judiciário, nas hipóteses previstas legalmente, ainda que sem o trânsito em julgado da respectiva
decisão.

É por isso que são exigidas as certidões criminais no momento da apresentação do


requerimento de registro de candidatura, pois os agentes públicos responsáveis pela análise irão
identificar os eventuais crimes cometidos e verificar se ensejam a inelegibilidade (ou não).

VIII - fotografia do candidato, nas dimensões estabelecidas em instrução da Justiça Eleitoral,


para efeito do disposto no § 1º do art. 59.

A Lei 9.504/1997, em seu art. 59, § 1º, afirma que “a votação eletrônica será feita no número
do candidato ou da legenda partidária, devendo o nome e fotografia do candidato e o nome do
partido ou a legenda partidária aparecer no painel da urna eletrônica, com a expressão designadora
do cargo disputado no masculino ou feminino, conforme o caso”. É por isso que, no momento da
apresentação do requerimento de registro de candidatura, deve ser juntada fotografia do candidato.

Na Resolução TSE nº 23.609/2019, por exemplo, constam as seguintes orientações sobre a


fotografia:

a) dimensões: 161 x 225 pixels (L x A), sem moldura


b) profundidade de cor: 24bpp;
c) preferencialmente colorida, com cor de fundo uniforme;
d) características: frontal (busto), com trajes adequados para fotografia oficial, assegurada a
utilização de indumentária e pintura corporal étnicas ou religiosas, bem como de acessórios
necessários à pessoa com deficiência; vedada a utilização de elementos cênicos e de outros
adornos, especialmente os que tenham conotação de propaganda eleitoral ou que induzam ou
dificultem o reconhecimento do candidato pelo eleitor;

IX - propostas defendidas pelo candidato a Prefeito, a Governador de Estado e a Presidente


da República.

Ao apresentar o requerimento de registro de candidatura, os candidatos a cargos na chefia


do Poder Executivo devem juntar as propostas defendidas, isto é, o que pretendem implementar
caso sejam efetivamente eleitos. Trata-se de um compromisso “informal” assumido perante os

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eleitores, pois, ainda que as propostas estejam no papel, não há qualquer obrigatoriedade legal em
relação ao seu cumprimento.

É importante atentar-se para as questões de prova, pois as bancas costumam elaborar


pegadinhas afirmando que os candidatos a cargos no Poder Legislativo também precisariam
apresentar as respectivas propostas, o que não é verdade!

(FCC – Técnico Judiciário – TRE AP) NÃO se inclui dentre os


documentos que devem instruir o pedido de registro de
candidatos:

A) certidão de quitação eleitoral.

B) autorização do candidato, por escrito.

C) declaração de bens, assinada pelo candidato.

D) propostas defendidas pelo candidato a Deputado Federal.

E) certidões criminais fornecidas pelos órgãos de distribuição


da Justiça Eleitoral, Federal e Estadual.

COMENTÁRIOS: Todas as alternativas realmente apresentam


documentos que devem instruir o pedido de registro de
candidatura, com exceção das “propostas defendidas pelo
candidato a Deputado Federal”, pois a imposição legal incide
apenas sobre aqueles que desejam disputar cargos na chefia
do Poder Executivo.

Gabarito: “d”.

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5.3 Abertura de prazo para regularização


de pendências

A Lei 9.504/1997, em seu art. 11, § 3º, dispõe que “caso entenda necessário, o Juiz abrirá
prazo de setenta e duas horas para diligências”.

Analisando-se o mencionado dispositivo, conclui-se que, se o juiz entender necessário, pode


ser aberto o prazo de setenta e duas horas para que o partido político e/ou candidato se manifeste
sobre alguma informação obscura ou junte ao processo de registro de candidatura algum
documento faltante, por exemplo.

Apesar de se tratar de uma faculdade (possibilidade) atribuída ao juiz, o fato é que se não for
aberto o prazo de setenta e duas horas para o esclarecimento de dúvidas e/ou juntada de
documentos faltantes, dispõe a Súmula 3 do Tribunal Superior Eleitoral que “não tendo o juiz aberto
prazo para o suprimento de defeito da instrução do pedido, pode o documento, cuja falta houver
motivado o indeferimento, ser juntado com o recurso ordinário”, a fim de que seja analisado pela
instância superior.

Em suma, o mais prudente é que o juiz efetivamente assegure o prazo de setenta e duas
horas para que o partido e/ou candidato possam sanar as pendências relativas ao processo de
registro de candidatura, destacando-se que o prazo pode ser convertido em dias5 (três dias, por
exemplo).

5
Ac.-TSE, de 27.3.2014, no REspe nº 9592: possibilidade de conversão do prazo deste parágrafo em
dias.

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5.4 Apresentação de requerimento pelo


próprio candidato

A Lei 9.504/1997, em seu art. 11, § 4º, afirma que “na hipótese de o partido ou coligação não
requerer o registro de seus candidatos, estes poderão fazê-lo perante a Justiça Eleitoral, observado
o prazo máximo de quarenta e oito horas seguintes à publicação da lista dos candidatos pela Justiça
Eleitoral”.

Em regra, os requerimentos de registro de candidatura são apresentados na Justiça Eleitoral


pelos partidos políticos ou coligações, por meio de seus representantes. E, justamente por isso, a
pessoa que foi escolhida em convenção precisa ficar bastante atenta e acompanhar cada etapa do
processo, pois, não raramente, acontece de os partidos e coligações deixarem de protocolar na
Justiça Eleitoral o registro de candidatos.

Em alguns casos, a omissão ocorre por desídia (falta de organização e profissionalismo), mas,
em outros, existe a má-fé de algum dirigente do partido, que não concorda com o fato de
determinada pessoa ter sido escolhida em convenção e deseja prejudicá-la.

O dia 15 (quinze) de agosto é o prazo limite para a apresentação de registro de candidaturas.


Sendo assim, logo após essa data e depois de realizadas as análises preliminares dos processos, a
Justiça Eleitoral providenciará a publicação do edital contendo a relação de todos os pedidos de
registro protocolados no Diário da Justiça Eletrônico - DJE. Essa publicação geralmente acontece
entre os dias 17 e 18 de agosto, não existindo uma definição exata de data para que ocorra.

Logo após a publicação do edital contendo a relação de todos os requerimentos de registro


de candidaturas protocolados, começa a ser computado o prazo de quarenta e oito horas para que
os eventuais prejudicados possam requerer, individualmente, os respectivos registros. Apesar de se
tratar de requerimento individual, todos os requisitos previstos na Lei 9.504/1997 e demais leis
eleitorais precisam ser fielmente observados.

Até o dia 15 de agosto do ano eleitoral, os Tribunais e


Conselhos de Contas deverão tornar disponíveis à Justiça
Eleitoral relação dos que tiveram suas contas relativas ao
exercício de cargos ou funções públicas rejeitadas por
irregularidade insanável e por decisão irrecorrível do órgão
competente, ressalvados os casos em que a questão estiver
sendo submetida à apreciação do Poder Judiciário, ou que haja
sentença judicial favorável ao interessado.

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5.5 Da certidão de quitação eleitoral

A Lei 9.504/1997, em seu art. 11, § 7º, dispõe que “a certidão de quitação eleitoral abrangerá
exclusivamente a plenitude do gozo dos direitos políticos, o regular exercício do voto, o atendimento
a convocações da Justiça Eleitoral para auxiliar os trabalhos relativos ao pleito, a inexistência de
multas aplicadas, em caráter definitivo, pela Justiça Eleitoral e não remitidas, e a apresentação de
contas de campanha eleitoral”.

Se o interessado em disputar o cargo de Deputado Federal nas eleições de 2022, por exemplo,
não tiver prestado contas de campanha nas eleições de vereador do ano de 2020, não terá a certidão
de quitação eleitoral, o que o impedirá de se candidatar ao cargo eletivo desejado.

O entendimento do Tribunal Superior Eleitoral é no sentido de


que “a quitação eleitoral abrange tanto as multas decorrentes
das condenações por ilícitos eleitorais quanto as penalidades
pecuniárias por ausência às urnas”.

O § 8º, art. 11, da Lei 9.504/1997, afirma que para fins de expedição da certidão de quitação
eleitoral, considerar-se-ão quites aqueles que:

I - condenados ao pagamento de multa, tenham, até a data da formalização do seu pedido


de registro de candidatura, comprovado o pagamento ou o parcelamento da dívida regularmente
cumprido;

É importante esclarecer que caso o candidato possua algum débito de multa referente a
eleições anteriores e solicite o parcelamento, na hipótese de deferimento, o simples pagamento da
primeira parcela já lhe garante a quitação eleitoral.

II - pagarem a multa que lhes couber individualmente, excluindo-se qualquer modalidade


de responsabilidade solidária, mesmo quando imposta concomitantemente com outros
candidatos e em razão do mesmo fato.

Se o candidato foi multado em uma representação por propaganda eleitoral irregular


proposta em eleição anterior, juntamente com vários outros candidatos, o pagamento individual da
multa que lhe couber garante a quitação eleitoral, ainda que os demais candidatos não tenham
efetuado o pagamento das suas respectivas obrigações.

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III - o parcelamento das multas eleitorais é direito dos cidadãos e das pessoas jurídicas e
pode ser feito em até sessenta meses, salvo quando o valor da parcela ultrapassar 5% (cinco
por cento) da renda mensal, no caso de cidadão, ou 2% (dois por cento) do faturamento, no
caso de pessoa jurídica, hipótese em que poderá estender-se por prazo superior, de modo
que as parcelas não ultrapassem os referidos limites.

O entendimento do Tribunal Superior Eleitoral é no sentido de que se a multa ainda não foi
inscrita em dívida ativa, sob a responsabilidade da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional, compete
à Justiça Eleitoral analisar eventual pedido de parcelamento, deferindo-o conforme o caso em
concreto. Ademais, a Justiça Eleitoral observará, na decisão sobre o eventual pedido de
parcelamento, as regras previstas na legislação tributária federal.

IV - o parcelamento de multas eleitorais e de outras multas e débitos de natureza não


eleitoral imputados pelo poder público é garantido também aos partidos políticos em até
sessenta meses, salvo se o valor da parcela ultrapassar o limite de 2% (dois por cento) do
repasse mensal do Fundo Partidário, hipótese em que poderá estender-se por prazo
superior, de modo que as parcelas não ultrapassem o referido limite.

No julgamento dos embargos de declaração na prestação de contas nº 130.071, que ocorreu


em 15/03/2018, o Tribunal Superior Eleitoral decidiu que “a prerrogativa de parcelamento de
valores devidos a título de multas ou débitos, concedidos aos partidos políticos, não significa direito
automático às mais brandas condições, cabendo aos tribunais defini-las com base na
proporcionalidade”.

A Justiça Eleitoral enviará aos partidos políticos, na respectiva


circunscrição, até o dia 5 de junho do ano da eleição, a relação
de todos os devedores de multa eleitoral, a qual embasará a
expedição das certidões de quitação eleitoral. Todavia, no
julgamento do agravo regimental em recurso especial nº
20.817, o Tribunal Superior Eleitoral decidiu que “a ausência
de quitação das multas eleitorais não pode ser justificada pelo
fato de a Justiça Eleitoral não ter encaminhado a lista de
devedores aos partidos políticos”.

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5.6 Variações nominais para registro de


candidatura

A Lei 9.504/1997, em seu art. 12, dispõe que “o candidato às eleições proporcionais indicará,
no pedido de registro, além de seu nome completo, as variações nominais com que deseja ser
registrado, até o máximo de três opções, que poderão ser o prenome, sobrenome, cognome, nome
abreviado, apelido ou nome pelo qual é mais conhecido, desde que não se estabeleça dúvida quanto
à sua identidade, não atente contra o pudor e não seja ridículo ou irreverente, mencionando em que
ordem de preferência deseja registrar-se”.

No momento de apresentação do pedido de registro de candidatura, o candidato deverá


preencher o requerimento com o seu nome civil completo, pois este será utilizado para o exame e
análise das certidões negativas exigidas pela legislação eleitoral. Todavia, para a realização da
propaganda eleitoral poderá ser utilizado o nome social ou nome pelo qual é conhecido perante os
eleitores.

Esse também é o entendimento do Tribunal Superior Eleitoral:

“Consulta. Requisitos. Legitimidade. Senadora. Exame. Expressão ‘cada sexo’. Referência.


Transgêneros. Omissão legislativa. Nome social. Cadastro eleitoral. Princípios da dignidade da
pessoa humana. Igualdade. Não discriminação. Intimidade. Direito à felicidade. Bem-estar
objetivo. Valores de justiça. Fins sociais. Exigências do bem comum. Cotas feminina e masculina.
Contabilização. Percentuais. Art. 10, § 3º, da Lei nº 9.504/97. Pedido de registro de candidatura.
Nome completo. Art. 12, caput, da Lei das Eleições. Nome civil. Determinação. Nome social. Urnas
eletrônicas. Possibilidade. Expressão ‘não estabeleça dúvida quanto a sua identidade’.
Candidaturas proporcionais e majoritárias. Idênticos requisitos. Art. 11 da lei das eleições. [...] 2.
A expressão contida no art. 12, caput, da Lei nº 9.504/97, de que o candidato deve ‘indicar seu
nome completo’ no pedido de registro candidatura, refere-se ao nome civil, constante do cadastro
eleitoral, por ser imprescindível ao exame das certidões negativas exigidas no pedido de registro
de candidatura, o qual deverá ser restrito ao âmbito interno da Justiça Eleitoral, enquanto o nome
social deverá ser utilizado nas divulgações públicas. [...] 4. A expressão ‘não estabeleça dúvida
quanto à sua identidade’, prevista no caput do art. 12 da Lei nº 9.504/97, refere-se à identificação
do(a) candidato(a) conforme seja conhecido(a), inclusive quanto à identidade de gênero. [...]” (Ac.
de 1.3.2018 na CTA 60405458, rel. Min. Tarcisio Vieira de Carvalho Neto.)

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Suponhamos que um cidadão chamado Francisco Everardo Oliveira Silva tenha o interesse em
disputar o cargo eletivo de Deputado Federal no Estado de São Paulo. No momento de preencher
o requerimento de registro de candidatura, deverá utilizar obrigatoriamente o seu nome civil:
Francisco Everardo Oliveira Silva.

Todavia, poderá indicar até três variações nominais com as quais deseja ser registrado,
apresentando a ordem de preferência de cada uma delas, pois são nomes artísticos pelos quais é
conhecido perante o eleitorado. Nesse caso, poderia apresentar as seguintes ordens de
preferência, por exemplo: 1ª – TIRIRICA; 2ª – PALHAÇO TIRIRICA; 3ª – TIRIRICA DO NORDESTE.

De qualquer forma, deve ficar claro que as variações nominais escolhidas não podem estabelecer
dúvida quanto à sua identidade, não podem atentar contra o pudor e não ser ridícula ou
irreverente.

Se por acaso ficar caracterizada a ocorrência de homonímia (dois ou mais candidatos


apresentando as mesmas variações nominais), a Justiça Eleitoral procederá atendendo ao
seguinte (Lei 9.504/1997, art. 12, § 1º):

I - havendo dúvida, poderá exigir do candidato prova de que é conhecido por dada opção de nome,
indicada no pedido de registro;

II - ao candidato que, na data máxima prevista para o registro, esteja exercendo mandato eletivo
ou o tenha exercido nos últimos quatro anos, ou que nesse mesmo prazo se tenha candidatado
com um dos nomes que indicou, será deferido o seu uso no registro, ficando outros candidatos
impedidos de fazer propaganda com esse mesmo nome;

III - ao candidato que, pela sua vida política, social ou profissional, seja identificado por um dado
nome que tenha indicado, será deferido o registro com esse nome, observado o disposto na parte
final do inciso anterior;

IV - tratando-se de candidatos cuja homonímia não se resolva pelas regras dos dois incisos
anteriores, a Justiça Eleitoral deverá notificá-los para que, em dois dias, cheguem a acordo sobre
os respectivos nomes a serem usados;

V - não havendo acordo no caso do inciso anterior, a Justiça Eleitoral registrará cada candidato
com o nome e sobrenome constantes do pedido de registro, observada a ordem de preferência
ali definida.

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A Súmula 4 do Tribunal Superior Eleitoral dispõe que “não


havendo preferência entre candidatos que pretendam o
registro da mesma variação nominal, defere-se o do que
primeiro o tenha requerido”. Ademais, deve ficar claro que a
Justiça Eleitoral poderá exigir do candidato prova de que é
conhecido por determinada opção de nome por ele indicado,
quando seu uso puder confundir o eleitor.

5.6.1 Variações de nome coincidente com


nome de candidato à eleição majoritária

A Lei 9.504/1997, em seu art. 12, § 3º, afirma que “a Justiça Eleitoral indeferirá todo pedido
de variação de nome coincidente com nome de candidato a eleição majoritária, salvo para candidato
que esteja exercendo mandato eletivo ou o tenha exercido nos últimos quatro anos, ou que, nesse
mesmo prazo, tenha concorrido em eleição com o nome coincidente”.

Suponhamos que TIRIRICA decida disputar o cargo de Governador do Estado de São Paulo em 2022. Nesse
caso, serão indeferidos todos os pedidos de candidatos ao cargo de Deputado Federal ou Estadual e que
indiquem como variação nominal a denominação TIRIRICA. E não poderia ser diferente, pois a utilização
da denominação TIRIRICA por vários candidatos, ainda que para cargos eletivos distintos, pode confundir
o eleitor e induzi-lo ao erro no momento da votação.

Com a finalidade de facilitar o processo de votação e garantir que os eleitores possam votar efetivamente
nos candidatos de preferência, sem equívocos quanto ao respectivo número, a Justiça Eleitoral organizará
e publicará, até trinta dias antes da eleição, as seguintes relações, para uso na votação e apuração:

I - a primeira, ordenada por partidos, com a lista dos respectivos candidatos em ordem numérica, com as
três variações de nome correspondentes a cada um, na ordem escolhida pelo candidato;

II - a segunda, com o índice onomástico e organizada em ordem alfabética, nela constando o nome
completo de cada candidato e cada variação de nome, também em ordem alfabética, seguidos da
respectiva legenda e número.

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6. Da Substituição dos candidatos

Em que pese o dia 15 (quinze) de agosto ser o prazo final para o registro de candidaturas
perante a Justiça Eleitoral – exceto nas hipóteses que estudamos até o momento, a exemplo do
requerimento individual que pode ser apresentado por candidato prejudicado por omissão do partido
ou coligação – é facultado ao partido ou coligação substituir candidato que for considerado
inelegível, renunciar ou falecer após o termo final do prazo do registro ou, ainda, tiver seu registro
indeferido ou cancelado.

A propósito, destaca-se que o termo “candidato” a que se refere esse artigo diz respeito
àquele que postula a candidatura, e não ao candidato com o registro deferido. Em regra, a legislação
não costuma fazer diferenciação entre as expressões “pré-candidato” e “candidato”. Na prática,
entenda que a expressão “candidato” apenas deve ser utilizada quando se referir ao cidadão que
teve o seu requerimento de registro de candidatura deferido pela Justiça Eleitoral.

Em suma, podemos enumerar quatro situações que facultam a substituição de candidatos


pelos partidos políticos ou coligações:

1ª – quando o candidato for considerado inelegível;

2ª – quando o candidato renunciar;

3ª – quando o candidato falecer;

4ª – quando o candidato tiver o registro indeferido ou cancelado.

Ocorrendo qualquer dessas hipóteses e decidindo o partido ou coligação pela substituição, a


escolha do substituto far-se-á na forma estabelecida no estatuto do partido a que pertencer o
substituído, e o registro deverá ser requerido até 10 (dez) dias contados do fato ou da notificação
do partido da decisão judicial que deu origem à substituição.

Nas eleições majoritárias, se o candidato for de coligação, a substituição deverá fazer-se por
decisão da maioria absoluta dos órgãos executivos de direção dos partidos coligados, podendo o
substituto ser filiado a qualquer partido dela integrante, desde que o partido ao qual pertencia o
substituído renuncie ao direito de preferência.

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Suponhamos que, para a disputa do cargo de Governador do


Estado de Fabianolândia, os partidos A, B, C, D e X decidiram
formar a coligação “Por um mundo melhor”, convencionando
que Doquinha (atualmente filiado ao PX) seria o candidato da
coligação. Todavia, imaginemos que trinta dias antes da
eleição, Doquinha renuncie à disputa do cargo de Governador,
alegando motivos particulares.

Nesse caso, Doquinha poderá ser substituído após decisão da


maioria absoluta dos órgãos executivos de direção dos
partidos coligados. A princípio, o substituto escolhido deve ser,
preferencialmente, filiado ao PX (agremiação a qual Doquinha
era filiado). Entretanto, o PX pode renunciar ao direito de
preferência e permitir que o substituto seja escolhido entre
filiados de quaisquer dos partidos políticos integrantes da
coligação.

No julgamento do recurso especial nº 61.245, que ocorreu em


11.12.2014, o Tribunal Superior Eleitoral ratificou o
entendimento de que a renúncia à candidatura é ato unilateral
e não depende de homologação para produzir efeitos. Diante
disso, ainda que exista recurso proposto pelo renunciante e
que esteja pendente de julgamento, o início da contagem do
prazo de substituição deve ser o dia da renúncia em si.

6.1 Prazo para substituição de candidatos

A Lei 9.504/1997, em seu art. 13, § 3º, dispõe que “tanto nas eleições majoritárias como nas
proporcionais, a substituição só se efetivará se o novo pedido for apresentado até 20 (vinte) dias
antes do pleito, exceto em caso de falecimento de candidato, quando a substituição poderá ser
efetivada após esse prazo.

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No ano de 2020, as eleições foram realizadas no dia 15 de novembro (excepcionalmente nesta


data em função da pandemia do novo Coronavírus). Sendo assim, o último dia para os partidos e
coligações realizarem a substituição de candidatos foi 26 de outubro, isto é, vinte dias antes da
data do pleito. Essa é a regra que deve ser observada quando o candidato é considerado inelegível,
renuncia ou tem o registro indeferido ou cancelado. Entretanto, caso se trate de falecimento, em
tese a substituição pode ser realizada até a véspera da eleição (sábado). Nessa hipótese
excepcional, sequer seria possível alterar os dados contidos na urna eletrônica.

Imaginemos que Coxinha, candidato a Prefeito com o número 99, tenha falecido no dia 13 de
novembro de 2020, isto é, dois dias antes da eleição. Nessa situação, a legislação permite que
Coxinha seja substituído até o dia 14 de novembro, véspera da eleição. Imaginemos, agora, que
Coxinha tenha sido substituído por Aristóteles, também integrante do partido 99, que
providenciou ampla divulgação da substituição no município.

No dia da eleição, ao digitar o número 99 na urna, o eleitor ainda iria se deparar com o nome e a
imagem do falecido Coxinha, pois a Justiça Eleitoral não haveria tido tempo hábil para promover
a alteração de dados nas urnas eletrônicas. Todavia, no resultado final os votos obtidos por
Coxinha seriam atribuídos à Aristóteles, que poderia se sagrar eleito para o cargo de Prefeito
mesmo tendo disputado a eleição por apenas um dia.

6.2 Cancelamento de registro de


candidato

O art. 14 da Lei 9.504/1997 afirma que “estão sujeitos ao cancelamento do registro os


candidatos que, até a data da eleição, forem expulsos do partido, em processo no qual seja
assegurada ampla defesa e sejam observadas as normas estatutárias”.

Na hipótese apresentada pelo dispositivo legal, pode ser que o candidato atenda a todos os
requisitos legais para disputar o cargo eletivo pleiteado. Todavia, em virtude de infração grave
cometida no âmbito interno e que ensejou a expulsão dos quadros do partido político - após regular
processo no qual foram assegurados a ampla defesa e as normas estatutárias -, o cancelamento do
registro é solicitado pelo partido político e decretado pela Justiça Eleitoral.

Se ocorreu o cancelamento do registro de candidatura, significa que o processo eleitoral está


em curso, tendo expirado, inclusive, o prazo limite para apresentação de registros de candidaturas
(15 de agosto do ano eleitoral). Diante disso, o candidato que teve o registro cancelado não

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conseguirá se filiar e cumprir o prazo mínimo de seis meses para disputar a eleição por outra
agremiação.

6.3 Identificação numérica dos candidatos

A Lei 9.504/1997, em seu art. 15, dispõe que a identificação numérica dos candidatos se dará
mediante a observação dos seguintes critérios:

I - os candidatos aos cargos majoritários concorrerão com o número identificador do partido


ao qual estiverem filiados;

Se Doquinha é filiado ao Partido dos Trabalhadores - PT, por exemplo, disputará a eleição
para o cargo de Prefeito com o número 13. Se Coxinha é filiado ao Partido Social Liberal – PSL,
disputará a eleição para os cargos de Governador de Estado ou Presidente da República com o
número 17.

II - os candidatos à Câmara dos Deputados concorrerão com o número do partido ao qual


estiverem filiados, acrescido de dois algarismos à direita;

Se Tiririca é filiado ao Partido da República (PR – 22), disputará o cargo de Deputado Federal
com a numeração do partido, que é 22, acrescida de mais dois algarismos à direita. Exemplo: 2222,
2299, 2202, entre outras possibilidades à escolha do candidato.

III - os candidatos às Assembleias Legislativas e à Câmara Distrital concorrerão com o


número do partido ao qual estiverem filiados acrescido de três algarismos à direita;

Se Janaina Paschoal é filiada ao Partido Social Liberal (PSL – 17), disputará o cargo de
Deputada Estadual com a numeração do partido, que é 17, acrescida de mais três algarismos à direta.
Exemplo: 17123, 17999, 17777, entre outras possibilidades à escolha da candidata.

IV - o Tribunal Superior Eleitoral baixará resolução sobre a numeração dos candidatos


concorrentes às eleições municipais.

Em regra, nas eleições para o cargo de vereador são utilizadas as mesmas regras das eleições
para o cargo Deputado Estadual, sendo que os pleitos ocorrem em anos diferentes.

Aos partidos fica assegurado o direito de manter os números


atribuídos à sua legenda na eleição anterior, e aos candidatos,
nesta hipótese, o direito de manter os números que lhes foram
atribuídos na eleição anterior para o mesmo cargo. Se nas
eleições de 2018 Tiririca disputou e foi eleito com o número
2222, por exemplo, nas eleições de 2022 terá o direito de
utilizar a mesma numeração.
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6.4 Prazos legais para transmissão de


dados e julgamentos

A Lei 9.504/1997, em seu art. 16, dispõe que “até vinte dias antes da data das eleições, os
Tribunais Regionais Eleitorais enviarão ao Tribunal Superior Eleitoral, para fins de centralização e
divulgação de dados, a relação dos candidatos às eleições majoritárias e proporcionais, da qual
constará obrigatoriamente a referência ao sexo e ao cargo a que concorrem”.

No mesmo sentido, até vinte dias antes da data das eleições todos os pedidos de registro de
candidatos, inclusive os impugnados e os respectivos recursos, devem estar julgados pelas instâncias
ordinárias, e publicadas as decisões a eles relativas. A propósito, ao mencionar “instâncias
ordinárias” o dispositivo legal está se referindo à primeira (Juiz Eleitoral) e segunda (Tribunais
Regionais Eleitorais) instâncias.

Os processos de registro de candidaturas terão prioridade


sobre quaisquer outros, devendo a Justiça Eleitoral adotar as
providências necessárias para o cumprimento dos prazos
legais, inclusive com a realização de sessões extraordinárias e
a convocação dos juízes suplentes pelos Tribunais, sem
prejuízo da eventual aplicação do disposto no art. 97 e de
representação ao Conselho Nacional de Justiça.

6.5 Candidaturas sub judice

O art. 16-A da Lei 9.504/1997 afirma que o candidato cujo registro esteja sub judice
(aguardando o julgamento de um recurso, por exemplo) poderá efetuar todos os atos relativos à
campanha eleitoral, inclusive utilizar o horário eleitoral gratuito no rádio e na televisão e ter seu
nome mantido na urna eletrônica enquanto estiver sob essa condição, ficando a validade dos votos
a ele atribuídos condicionada ao deferimento de seu registro por instância superior.

Pode acontecer, por exemplo, de um candidato ao cargo de vereador ter o seu requerimento
de registro indeferido pelo Juiz Eleitoral (1ª instância) e, inconformado com a decisão, apresentar
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recurso para a 2ª instância (Tribunal Regional Eleitoral). Nesse caso, enquanto o recurso não for
julgado, dizemos que o candidato está com o registro sub judice, podendo praticar todos os atos
relativos à campanha eleitoral.

O cômputo, para o respectivo partido ou coligação, dos votos


atribuídos ao candidato cujo registro esteja sub judice no dia
da eleição fica condicionado ao deferimento do registro do
candidato.

Por sua vez, o art. 16-B da Lei 9.504/1997 afirma que o disposto no art. 16-A quanto ao direito
de participar da campanha eleitoral, inclusive utilizar o horário eleitoral gratuito, aplica-se
igualmente ao candidato cujo pedido de registro tenha sido protocolado no prazo legal e ainda não
tenha sido apreciado pela Justiça Eleitoral.

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7. Questões de concursos
anteriores

1. (FUNRIO - AL-RR - Procurador - 2018)

Os partidos e coligações solicitarão à Justiça Eleitoral o registro de seus candidatos até às


dezenove horas do dia 15 de agosto do ano em que se realizarem as eleições.

Assim, o pedido de registro deverá conter, obrigatoriamente, um dos seguintes documentos:

A) certificado de reservista.

B) certidão de quitação eleitoral.

C) passaporte.

D) certificado de conclusão do Ensino Médio.

2. (FCC - Câmara Legislativa do Distrito Federal - Procurador Legislativo - 2018)

A respeito do processo de registro de candidatura, é correto afirmar que

A) a Carteira Nacional de Habilitação não gera presunção da escolaridade necessária ao


deferimento do registro de candidatura.

B) pode ser examinado o acerto ou desacerto da decisão que examinou, em processo


específico, a filiação partidária do eleitor.

C) a comprovação do cumprimento regular do parcelamento do pagamento de multa eleitoral


pelo candidato após o pedido de registro, mas antes do respectivo julgamento, afasta a
ausência de quitação eleitoral.

D) o partido que não impugnou o registro de candidato tem legitimidade para recorrer da
sentença que o deferiu, mesmo se não se cuidar de matéria constitucional.

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E) é obrigatória a formação de litisconsorte passivo necessário entre o candidato cujo registro


foi impugnado e o partido a que pertence.

3. (FCC - Câmara Legislativa do Distrito Federal - Procurador Legislativo - 2018)

José tem 17 anos e o seu partido pretende registrar a sua candidatura para o cargo de
Vereador. Neste caso, a idade mínima constitucionalmente estabelecida como condição de
elegibilidade será aferida na data

A) do pleito eleitoral.

B) da protocolização do pedido de registro da candidatura na Justiça Eleitoral.

C) da posse.

D) da convenção que o escolheu como candidato.

E) limite para o pedido de registro da candidatura.

4. (FCC - MPE/PB - Promotor de Justiça Substituto - 2018)

A candidatura de Tício a Prefeito Municipal foi impugnada e essa impugnação foi acolhida pelo
Juiz Eleitoral. Tício interpôs recurso para o Tribunal Regional Eleitoral. Nesse caso, Tício

A) poderá participar da eleição e, se eleito, ser diplomado e empossado.

B) não poderá participar da eleição, pois os recursos eleitorais não têm efeito suspensivo.

C) poderá fazer campanha, mas não poderá figurar como candidato na urna eletrônica.

D) poderá participar da eleição, mas, se eleito, não poderá ser diplomado.

E) poderá participar da eleição e, se eleito, ser diplomado, mas não poderá tomar posse.

5. (FGV - AL/RO - Consultor Legislativo - Assessoramento Legislativo - 2018)

O Partido Político Alfa impugnou o registro de candidatura de João ao cargo eletivo de senador,
sob o argumento de que ele estava filiado ao respectivo partido político há apenas 10 (dez)
meses antes da eleição.
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O Tribunal Regional Eleitoral julgou improcedente o pedido de impugnação, o que levou o


Partido Político Gama a interpor recurso direcionado ao Tribunal Superior Eleitoral.

Sobre o caso narrado, à luz da sistemática vigente, assinale a afirmativa correta.

A) A filiação atende à condição de elegibilidade prevista na legislação vigente; o Partido Político


Gama teria legitimidade para interpor o recurso.

B) A filiação não atende à condição de elegibilidade prevista na legislação vigente; o Partido


Político Gama não teria legitimidade para interpor o recurso.

C) A filiação atende à condição de elegibilidade prevista na legislação vigente; o Partido Político


Gama não teria legitimidade para interpor o recurso.

D) A filiação não atende à condição de elegibilidade prevista na legislação vigente; o Partido


Político Gama teria legitimidade para interpor o recurso.

E) A filiação não atende à condição de elegibilidade prevista na legislação vigente; não é cabível
recurso contra a decisão proferida pelo Tribunal Regional Eleitoral.

6. (FGV - AL/RO - Advogado - 2018)

Os partidos políticos Alfa, Beta e Gama formaram a coligação XYZ exclusivamente para as
candidaturas no âmbito estadual, não se estendendo, portanto, à eleição de âmbito nacional.

No curso da campanha eleitoral, o candidato João, filiado ao partido político Alfa, praticou uma
ilegalidade na propaganda eleitoral e foi multado pela Justiça Eleitoral.

À luz da sistemática estabelecida pela ordem jurídica, é correto afirmar que a coligação XYZ

A) não precisaria ser reproduzida no âmbito nacional e somente os partidos políticos que a
integram são solidariamente responsáveis pelo pagamento da multa.

B) deveria ser reproduzida no âmbito nacional e somente os partidos políticos que a integram
são solidariamente responsáveis pelo pagamento da multa.

C) não precisaria ser reproduzida no âmbito nacional e somente o partido político Alfa é
solidariamente responsável pelo pagamento da multa.

D) deveria ser reproduzida no âmbito nacional e somente o partido político Alfa é


solidariamente responsável pelo pagamento da multa.

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E) não precisaria ser reproduzida no âmbito nacional e é solidariamente responsável pelo


pagamento da multa.

7. (FUNDEP - Prefeitura de Barra Longa – 2023)

Prazo para convenções partidárias vai de 20 de julho a 5 de agosto

O prazo para que os partidos políticos e federações façam convenções para [...] o pleito de outubro
deste ano começa nesta quarta (20) e irá até o próximo dia 5 de agosto. Os cargos para as eleições
deste ano são: presidente e vice-presidente da República; governador e vice-governador; senador;
deputado federal; deputado estadual e deputado distrital.

Disponível em: https://www12.senado.leg.br/radio/1/ noticia/2022/07/19/prazo-para-convencoes-


partidarias-vai-de20-de-julho-a-5-de-agosto. Acesso em: 14 nov. 2022.

As convenções partidárias são

A) assembleias em que as direções partidárias definem as suas orientações político-ideológicas para


a disputa eleitoral.

B) comissões que têm a responsabilidade de coordenar a propaganda dos candidatos, garantindo a


sua lisura.

C) instituições governamentais que cuidam da organização dos processos eleitorais em todos os


níveis da federação.

D) reuniões nas quais os filiados a partidos políticos escolhem os candidatos da legenda que irão
disputar as eleições.

8. (VUNESP - TJ/RS - Juiz de Direito Substituto - 2018)

Com o advento da Emenda Constitucional no 97/2017, a partir das eleições de 2020, a


celebração de coligações será

A) vedada nas eleições proporcionais, atingindo, assim, a proibição, os cargos de Vereador,


Deputado Estadual, Deputado Federal e Deputado Distrital.

B) permitida para as eleições majoritárias, ou seja, em relação aos cargos de Vereador,


Deputado Estadual, Deputado Federal e Deputado Distrital.
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C) permitida para as eleições proporcionais, ou seja, em relação aos cargos de Prefeito,


Governador, Senador e Presidente da República.

D) vedada em qualquer hipótese, atingindo tanto as eleições majoritárias quanto as


proporcionais.

E) vedada nas eleições majoritárias, atingindo, assim, a proibição, os cargos de Prefeito,


Governador, Senador e Presidente da República.

9. (FGV - Câmara de Salvador/BA - Especialista - Advogado Legislativo - 2018)

Maria há anos estava filiada ao Partido Político Delta. Com a alteração de suas concepções
ideológicas, decidiu filiar-se ao partido Alfa, sem que tivesse sido previamente providenciada
a desfiliação do Partido Delta.

Na segunda quinzena de outubro do ano da nova filiação, ambos os Partidos Políticos


encaminharam, à Justiça Eleitoral, a relação com o nome de todos os seus filiados.

À luz da legislação eleitoral vigente, a Justiça Eleitoral deve:

A) determinar o cancelamento de ambas as filiações;

B) intimar Maria para que opte por uma das filiações;

C) determinar o cancelamento da filiação mais recente;

D) cancelar, pela infidelidade, o alistamento eleitoral de Maria;

E) determinar o cancelamento da filiação mais antiga.

10. (FGV - Câmara de Salvador/BA - Especialista - Advogado Legislativo - 2018

Em razão da negativa do seu partido político em cumprir o deliberado em convenção partidária


e registrá-lo como candidato a vereador nas eleições municipais, João requereu o seu registro
24 horas após a publicação da lista de candidatos pela Justiça Eleitoral. Na ocasião, comprovou
ter domicílio eleitoral na circunscrição e estar filiado ao partido há nove meses. A direção do
partido, por sua vez, informou à Justiça Eleitoral que o registro não foi realizado pelo fato de
João não ter domicílio eleitoral na circunscrição há pelo menos um ano e não estar filiado ao
partido pelo mesmo lapso.

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À luz da legislação eleitoral vigente, preenchidos os demais requisitos exigidos, o registro de


João deve ser:

A) indeferido, pois João não tem legitimidade para requerer o registro de sua candidatura
diretamente à Justiça Eleitoral;

B) deferido, pois João preencheu os requisitos exigidos e poderia requerer o registro nas
circunstâncias indicadas;

C) indeferido, pois João não tem domicílio eleitoral na circunscrição há, no mínimo, um ano;

D) deferido, desde que o partido político venha a ratificar o requerimento de João;

E) indeferido, pois João não está filiado ao partido político há, no mínimo, um ano.

11. (CONSULPLAN - TRE/RJ - Técnico Judiciário - Área Administrativa - 2017)

“No Município ‘X’, cuja Câmara Municipal seja composta de dezesseis vereadores, o Partido ‘Y’
deseja lançar 17 candidatos para as eleições municipais. Destes, deverão ser do sexo
minoritário, no mínimo, _____ candidatos.” Assinale a alternativa que completa corretamente
a afirmativa anterior.

A) 2

B) 3

C) 4

D) 5

12. (FCC - TRE/PR - Analista Judiciário - Análise de Sistemas - 2017)

Considere:

I. Fúlvio deseja candidatar-se a Prefeito.

II. Flávio deseja candidatar-se a Senador.

III. Amaury deseja candidatar-se a Vice-Presidente da República.

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Supondo-se presentes os pressupostos para tanto, de acordo com o Código Eleitoral, o registro
de Fúlvio deverá ser processado e julgado, originariamente, pelo

A) Juiz Eleitoral, assim como o de Flávio; e o de Amaury perante o Tribunal Regional Eleitoral
competente.

B) Tribunal Regional Eleitoral competente; o de Flávio perante o Tribunal Regional Eleitoral


competente; e o de Amaury perante o Tribunal Superior Eleitoral.

C) Juiz Eleitoral; o de Flávio e o de Amaury perante o Tribunal Superior Eleitoral.

D) Juiz Eleitoral; o de Flávio e o de Amaury perante o Tribunal Regional Eleitoral.

E) Juiz Eleitoral; o de Flávio perante o Tribunal Regional Eleitoral competente; e o de Amaury


perante o Tribunal Superior Eleitoral.

13. (FCC - TRE/PR - Técnico Judiciário - Área Administrativa - 2017)

Na aula de Direito Eleitoral, Janete sustenta, com razão, que é entendimento sumulado do
Tribunal Superior Eleitoral que, nos processos de registro de candidatura, o juiz eleitoral

A) pode conhecer de ofício apenas da ausência de condição de elegibilidade, desde que


resguardados o contraditório e a ampla defesa.

B) pode conhecer de ofício apenas da existência de causas de inelegibilidade, desde que


resguardados o contraditório e a ampla defesa.

C) pode conhecer de ofício da existência de causas de inelegibilidade ou da ausência de


condição de elegibilidade, desde que resguardados o contraditório e a ampla defesa.

D) não pode conhecer de ofício da existência de causas de inelegibilidade ou da ausência de


condição de elegibilidade.

E) pode conhecer de ofício e indeferir de imediato o registro requerido apenas quando houver
ausência de condição de elegibilidade, sem necessidade de assegurar o contraditório e a ampla
defesa.

14. (FCC - TRE/PR - Técnico Judiciário - Área Administrativa - 2017)

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Claudionor candidata-se à Presidência da República, Heriberto à Câmara dos Deputados e


Lucimara à Assembleia Legislativa do seu Estado, por partidos políticos distintos, mas unidos
em regular coligação. Nessa situação, Claudionor concorrerá

A) com o número de qualquer um dos partidos que compõem a coligação pela qual ele se
candidata; Heriberto com o número de qualquer dos partidos componentes da coligação pela
qual se candidata acrescido de três algarismos à direita; e Lucimara, com o número do partido
de qualquer dos partidos componentes da coligação pela qual se candidata acrescido de quatro
algarismos à direita.

B) com o número de qualquer um dos partidos que compõem a coligação pela qual ele se
candidata; Heriberto com o número do partido ao qual está filiado, acrescido de dois
algarismos à direita; e Lucimara, com o número do partido a que está filiada acrescido de três
algarismos à direita.

C) com o número de qualquer um dos partidos que compõem a coligação pela qual ele se
candidata; Heriberto com o número do partido ao qual está filiado, acrescido de um algarismo
à direita; e Lucimara, com o número do partido a que está filiada acrescido de dois algarismos
à direita.

D) com o número identificador do partido ao qual está filiado; Heriberto com o número do
partido ao qual está filiado, acrescido de dois algarismos à direita; e Lucimara, com o número
do partido a que está filiada acrescido de três algarismos à direita.

E) com o número identificador do partido ao qual estiver filiado; Heriberto com o mesmo
número com o qual concorre Claudionor, acrescido de dois algarismos à direita; e Lucimara
com o mesmo número do partido de Claudionor, acrescido de três algarismos à direita.

15. (CESPE - TRE/BA - Técnico Judiciário – Área Administrativa - 2017)

Os partidos deverão escolher os candidatos e deliberar sobre as coligações no período de

A) vinte de julho a cinco de agosto do ano em que se realizarem as eleições.

B) dezesseis de julho a cinco de agosto do ano em que se realizarem as eleições.

C) cinco de julho a cinco de agosto, um ano antes de se realizarem as eleições.

D) dezesseis de julho a quinze de agosto do ano em que se realizarem as eleições.

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E) vinte de julho a quinze de agosto, dois anos antes de se realizarem as eleições.

16. (CESPE - TRE/BA - Analista Judiciário – Área Judiciária - 2017)

Considerando que tenha sido ajuizada ação de impugnação do registro de candidatura de


senador, assinale a opção correta.

A) O julgamento deverá ocorrer até a diplomação do candidato, se eleito.

B) A competência para o julgamento da ação é do tribunal regional eleitoral (TRE).

C) O autor da referida ação pode ser o Ministério Público eleitoral, partido político ou coligação,
qualquer candidato ou cidadão.

D) O partido político do candidato figurará como litisconsorte passivo na ação.

E) Os suplentes figurarão como litisconsortes passivos na ação.

17. (FMP Concursos - MPE/RO - Promotor de Justiça Substituto - 2017)

Assinale a alternativa CORRETA.

A) Somente candidato, partido político ou coligação, no prazo de 5 (cinco) dias, contados da


publicação do pedido de registro do candidato, poderão impugná-lo em petição
fundamentada.

B) A impugnação do registro de candidatura, por parte do candidato, partido político ou


coligação, impede a ação do Ministério Público no mesmo sentido.

C) Somente com autorização do Conselho Superior do Ministério Público, poderá impugnar o


registro de candidato o representante do Ministério Público que, nos 4 (quatro) anos
anteriores, tenha disputado cargo eletivo, integrado diretório de partido ou exercido atividade
político-partidária.

D) Qualquer cidadão no gozo de seus direitos políticos poderá, no prazo de 5 dias contados da
publicação do edital relativo ao pedido de registro, dar notícia de inelegibilidade ao Juízo
Eleitoral competente, mediante petição fundamentada, apresentada em duas vias.

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E) Após o registro de candidatura, o impugnante especificará, desde logo, os meios de prova


com que pretende demonstrar a veracidade do alegado, arrolando até sete testemunhas, se
for o caso.

18. (FMP Concursos - MPE/RO - Promotor de Justiça Substituto - 2017)

Assinale a alternativa CORRETA. Conforme jurisprudência do Tribunal Superior Eleitoral:

A) as circunstâncias fáticas e jurídicas supervenientes ao registro de candidatura que afastem


a inelegibilidade, somente podem ser conhecidas nas instâncias ordinárias, até a data da
diplomação, última fase do processo eleitoral, já que em algum momento as relações jurídicas
devem se estabilizar, sob pena de eterna litigância ao longo do mandato.

B) as circunstâncias fáticas e jurídicas supervenientes ao registro de candidatura que afastem


a inelegibilidade, podem ser conhecidas em qualquer grau de jurisdição, inclusive nas
instâncias extraordinárias, até a data da diplomação, última fase do processo eleitoral, já que
em algum momento as relações jurídicas devem se estabilizar, sob pena de eterna litigância ao
longo do mandato.

C) as circunstâncias fáticas e jurídicas supervenientes ao registro de candidatura que afastem


a inelegibilidade, podem ser conhecidas em qualquer grau de jurisdição, inclusive nas
instâncias extraordinárias, até a data da eleição, já que em algum momento as relações
jurídicas devem se estabilizar, sob pena de eterna litigância ao longo do mandato.

D) as circunstâncias fáticas e jurídicas supervenientes ao registro de candidatura que afastem


a inelegibilidade, podem ser conhecidas em qualquer grau de jurisdição, inclusive nas
instâncias extraordinárias, até a data final para prestação de contas, última fase do processo
eleitoral, já que em algum momento as relações jurídicas devem se estabilizar, sob pena de
eterna litigância ao longo do mandato.

E) todas alternativas anteriores estão incorretas.

19. (FUNDEP (Gestão de Concursos) - MPE/MG - Promotor de Justiça Substituto - 2017)

No âmbito do direito eleitoral, seguem-se as seguintes alternativas:

I. O ordenamento jurídico brasileiro não admite a candidatura de pessoa que não tenha sido
aprovada em convenção partidária.
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II. A pena do preceito secundário dos tipos penais do Código Eleitoral fica estabelecida em 10
(dez) dias para a pena de detenção e em 1 (um) ano para a de reclusão, quando a lei não indicar
o grau mínimo.

III. O percentual de gênero, dentro da temática do registro de candidaturas, pode deixar de ser
observado na hipótese de substituição de candidatos.

IV. O eleitor terá sua inscrição cancelada na Justiça Eleitoral se deixar de votar em três eleições
consecutivas e não justificar no prazo legal ou não pagar a multa fixada.

É INCORRETO somente o que se afirma em:

A) I e II.

B) I, II, III e IV.

C) II e III.

D) V.

20. (CESPE - TRE/PE - Técnico Judiciário – Área Administrativa - 2017)

Quanto a registros de candidatos, assinale a opção correta.

A) As causas de inelegibilidade são aferidas no momento do pedido de registro da candidatura,


sendo vedada a alteração da decisão por alterações fáticas ou jurídicas supervenientes.

B) É vedado ao partido substituir candidato que for considerado inelegível após o termo final
do prazo do registro.

C) Para solicitar à justiça eleitoral o registro de seus candidatos, os partidos políticos terão até
as dezenove horas do dia trinta de agosto do ano em que se realizarem as eleições.

D) Entre outros documentos, o pedido de registro de candidato à justiça eleitoral deve ser
instruído com declaração de bens assinada pelo candidato.

E) Apenas partidos políticos podem solicitar registro de candidatos.

21. (FCC - TRE/SP - Analista Judiciário - Área Judiciária - 2017) - Adaptada

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A coligação “X” deseja requerer o registro dos seus candidatos à Câmara de Vereadores de
determinado Município que possui cem mil eleitores. Para isso, foi verificar o total de
candidatos que poderia registrar, ficando ciente de que deve preencher as vagas com, no
mínimo, 30% e, no máximo, 70% para candidaturas de cada sexo. Dentre os seus candidatos
estão Níveo, que fará 18 anos na data da posse e Jade, que fará 18 anos na data-limite para o
registro. A coligação “X” poderá registrar candidatos no total de até

A) 100% dos lugares a preencher mais um, sendo que Níveo não poderá se candidatar.

B) 150% dos lugares a preencher, sendo que tanto Níveo quanto Jade não poderão se
candidatar.

C) 200% dos lugares a preencher, sendo que Jade não poderá se candidatar.

D) 150% dos lugares a preencher, sendo que Jade não poderá se candidatar.

E) 200% dos lugares a preencher, sendo que tanto Níveo quanto Jade poderão se candidatar.

22. (CC - AL/MS - Consultor de Processo Legislativo - 2016)

Jair pretende candidatar-se ao cargo de vereador e completará 18 anos um dia após a data-
limite para o pedido de registro da candidatura. Neste caso, Jair

A) poderá candidatar-se, pois completa dezoito anos antes do dia do pleito que ocorrerá no
primeiro domingo de outubro do ano eleitoral.

B) poderá candidatar-se, pois a idade mínima constitucionalmente estabelecida como condição


de elegibilidade é verificada tendo por referência a data da posse.

C) apenas poderá candidatar-se se for emancipado, pois os menores de dezoito anos são
inelegíveis.

D) não poderá se candidatar, pois a idade mínima constitucionalmente estabelecida como


condição de elegibilidade será aferida na data-limite para o pedido de registro.

E) não poderá se candidatar pois a idade mínima constitucionalmente prevista para uma
pessoa eleger-se ao cargo de vereador é vinte e um anos de idade.

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23. (CESPE - PC/PE - Delegado de Polícia - 2016)

Cada uma das próximas opções apresenta uma situação hipotética, seguida de uma assertiva
a ser julgada, de acordo com as normas de filiação partidária e à luz da Lei dos Partidos Políticos
— Lei n.º 9.096/1995. Assinale a opção que apresenta a assertiva correta.

A) Um vereador eleito por determinado partido político ao qual estava filiado requereu a sua
desfiliação, no período de trinta dias que antecede o prazo de filiação exigido pela legislação,
para concorrer à reeleição por outro partido político. O partido original indeferiu o seu pedido
de desfiliação e o ameaçou com a perda do mandato. Nessa situação, a atitude do partido foi
indevida, já que o vereador agiu em conformidade com as hipóteses de justa causa previstas
na legislação.

B) Determinado partido político pretende estabelecer, no ano eleitoral, prazo de filiação


partidária superior ao prazo previsto na legislação, com o propósito de orientar as inscrições
de seus futuros candidatos a cargos eletivos. Nessa situação, para executar a referida ação, é
suficiente que o partido altere seu estatuto, na forma da lei.

C) José, que jamais exerceu cargo eletivo, pretende, após ter sido filiado muitos anos a
determinado partido político, desfiliar-se do partido em questão. Nessa situação, é suficiente
que José requeira sua desfiliação junto ao órgão de direção municipal do partido.

D) O estatuto de determinado partido político elencou várias possibilidades de cancelamento


da filiação partidária, além das previstas na legislação. Nessa situação, há erro insanável no
estatuto do partido, que deveria ter previsto apenas as situações elencadas na legislação.

E) Um cidadão, filiado ao partido político X há mais de vinte anos, resolveu se filiar ao partido
político Y, sem, contudo, se desfiliar do partido X. Nessa situação, como ficou caracterizada a
dupla filiação partidária, ambas as filiações serão consideradas nulas, para todos os efeitos
legais.

24. (CESPE - PC/PE - Delegado de Polícia - 2016)

De acordo com a Lei das Eleições — Lei n.º 9.504/1997 —, assinale a opção correta.

A) As coligações terão denominações próprias, que não poderão coincidir com nome de
candidatos, e, na propaganda para o pleito proporcional, cada partido usará apenas a sua
legenda sob o nome da coligação.

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B) Nas eleições para cargos do legislativo, somente serão computados ao partido os votos
dados a candidato que não participe de legenda partidária.

C) Em razão da sua responsabilidade subsidiária, o partido político somente será acionado para
o pagamento de multas em face de propaganda eleitoral extemporânea de seus candidatos,
caso esses candidatos não realizem o pagamento devido no tempo legal.

D) Nas eleições majoritárias para os pleitos estadual e federal, serão considerados eleitos os
candidatos que obtiverem a maioria simples dos votos, excluindo-se os votos brancos e nulos.

E) Em município com mais de duzentos mil habitantes, deve ocorrer segundo turno nas eleições
para prefeito.

25. (CESPE - PC/PE - Delegado de Polícia - 2016)

Por meio de convenção estadual, um partido político escolheu os seus candidatos aos cargos
majoritário e proporcional e, no prazo legal, solicitou seus pedidos de registros junto ao
tribunal regional eleitoral competente. Ao analisar a solicitação, o procurador regional eleitoral
impugnou o pedido de registro de candidatura de um candidato ao cargo de deputado federal.

Considerando essa situação hipotética, assinale a opção correta.

A) Caso a impugnação tenha se fundamentado em não quitação de multa eleitoral do


candidato, o partido poderá efetuar o pagamento ou requerer o parcelamento devido, para
fins de regularizar a situação do candidato.

B) Como a legislação eleitoral não estipula prazo legal para o julgamento dos pedidos de
impugnação, o candidato impugnado poderá participar do pleito eleitoral até o julgamento
final do processo.

C) Caso o candidato impugnado concorra sub judice, os votos obtidos em sua candidatura
somente serão computados ao partido após o deferimento do seu registro.

D) O candidato impugnado somente poderá utilizar o horário de rádio e televisão após o


deferimento do seu registro.

E) O partido político poderá requerer a substituição do candidato impugnado até a véspera da


eleição, ocasião em que o tribunal regional eleitoral deverá expedir comunicados aos cartórios
eleitorais, para que os eleitores sejam informados, no dia da votação, sobre a substituição
ocorrida.

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26. (MPE/SC - MPE/SC - Promotor de Justiça - Matutina - 2016)

No período entre o registro das candidaturas até cinco dias após a realização do segundo turno
das eleições, os feitos eleitorais terão prioridade para a participação do Ministério Público e
dos Juízes de todas as Justiças e instâncias, excetuando-se os processos judiciais com o prazo
legal vencido e que tenham por objeto assunto de extrema relevância, a ser reconhecida por
decisão judicial devidamente fundamentada.

27. (CESPE - TJ/AM - Juiz Substituto - 2016) - Adaptada

Considerando que, em um estado da Federação com direito a eleger vinte deputados federais,
um partido político regularmente inscrito participará das eleições, assinale a opção que
apresenta uma quantidade correta de candidatos que poderão concorrer ao cargo de
deputado(a) federal pelo referido partido.

A) vinte homens – vinte mulheres

B) sete homens – quatorze mulheres

C) vinte homens – duas mulheres

D) vinte e dois homens – oito mulheres

E) trinta homens – dez mulheres

28. (CESPE - TRE/PI - Analista Judiciário - Judiciária - 2016)

À luz do disposto no CE, assinale a opção correta a respeito do registro de candidatos.

A) Qualquer candidato pode solicitar o cancelamento do registro de seu nome, bastando


comunicar verbalmente sua decisão na junta eleitoral.

B) A escolha de candidatos deve ser concluída um ano antes das eleições e aprovada nas
convenções partidárias a serem realizadas no mesmo período.

C) É permitido o registro de um mesmo candidato para mais de um cargo na mesma


circunscrição.

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D) O registro de candidatos a governador, vice-governador, prefeito, vice-prefeito, vereadores


e juiz de paz é feito no tribunal regional eleitoral.

E) Para se candidatar a cargo eletivo, o militar que tiver menos de cinco anos de serviço deverá
ser excluído do serviço ativo.

29. (CESPE - TRE/PI - Técnico Judiciário - Administrativa - 2016)

No que se refere ao registro de candidatos, assinale a opção correta.

A) A apresentação da declaração de bens assinada pelo requerente é facultativa para o


candidato servidor público militar.

B) Para fins de registro de candidato a cargo do Poder Legislativo municipal, é indispensável a


apresentação, no momento do requerimento de registro, de proposta e plano de
aperfeiçoamento da legislação pelo candidato.

C) A não concessão de registro de candidatura por inércia do candidato possibilita que o partido
ou a coligação faça a sua devida inscrição em até trinta dias antes do pleito.

D) Os partidos e as coligações devem obedecer a data e hora limites, determinadas pela


legislação, para requerer o registro de seus candidatos.

E) Não há limitação quantitativa para o registro de candidatos, por partido político, para a
disputa de pleito eleitoral a cargos do Poder Legislativo.

30. (CESPE - TRE/MT - Analista Judiciário - Administrativa - 2015)

Nos termos do CE, os pedidos de registro de candidatura para o cargo de senador devem ser
formulados no

A) juízo eleitoral.

B) Senado Federal.

C) Supremo Tribunal Federal.

D) Tribunal Superior Eleitoral.

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E) Tribunal Regional Eleitoral.

31. (FCC - TJ/SE - Juiz Substituto - 2015)

A impugnação de pedido de registro de candidatura NÃO pode ser feita,

A) por qualquer eleitor.

B) por partido político.

C) por coligação.

D) pelo Ministério Público.

E) por candidato.

32. (FCC - TJ/SE - Juiz Substituto - 2015)

Para fins de expedição da certidão de quitação eleitoral destinada a instruir o pedido de


registro de candidaturas, analise:

I. Considerar-se-ão quites os candidatos que, condenados ao pagamento de multa, tenham,


até a data de formalização do pedido de registro de sua candidatura, comprovado o pagamento
ou o parcelamento da dívida regularmente cumprido.

II. A existência de responsabilidade solidária por parte de candidato impede a expedição da


certidão de quitação eleitoral, se não houver pagamento até a data do pedido de registro da
candidatura.

III. As multas eleitorais poderão ser parceladas até 48 meses, desde que não ultrapassarem o
limite de 20% da renda do candidato.

Está correto o que se afirma APENAS em:

A) I e III.

B) II e III.

C) I e II.

D) I.
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E) II.

33. (FCC - TRE/AP - Analista Judiciário - Engenharia - 2015)

Serão registrados nos Tribunais Regionais Eleitorais APENAS os candidatos a

A) senador, governador e vice-governador, prefeito e vice-prefeito.

B) presidente e vice-presidente da República, senador, deputado federal, governador e vice-


governador e deputado estadual.

C) presidente e vice-presidente da República, senador, governador e vice-governador.

D) senador, deputado federal, governador e vice-governador e deputado estadual, vereador,


prefeito e vice-prefeito.

E) senador, deputado federal, governador e vice-governador e deputado estadual.

34. (FCC - TRE/AP - Técnico Judiciário - Administrativa - 2015)

Os partidos A, B e C coligaram-se para disputar as eleições municipais, tendo José como


candidato a Prefeito. De acordo com a Lei n° 9.504/97, a coligação só poderá, dentre as cinco
alternativas sugeridas abaixo, denominar-se Coligação

A) O município do Futuro.

B) José Prefeito.

C) ABC, com José e você.

D) Três partidos por um homem só: José.

E) Vote em José e nos partidos ABC, agora coligados.

35. (FCC - TRE/AP - Técnico Judiciário - Administrativa - 2015)

As convenções partidárias

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A) somente poderão deliberar a respeito da escolha dos candidatos às eleições majoritárias ou


proporcionais.

B) poderão deliberar a respeito da escolha dos candidatos às eleições majoritárias ou


proporcionais e a respeito de coligações.

C) somente poderão deliberar a respeito de coligações.

D) deverão ser realizadas em qualquer data do mês de agosto do ano das eleições.

E) deverão constar de termo interno do partido, dispensada a rubrica da Justiça Eleitoral e a


respectiva publicação em qualquer meio de comunicação.

36. (FCC - TRE/AP - Técnico Judiciário - Administrativa - 2015)

João e José foram escolhidos, em convenção, candidatos a Deputado Estadual pelo partido
Delta. Todavia, o partido Delta não requereu o registro de suas candidaturas no prazo legal.
Nesse caso, João e José

A) poderão requerer o registro de suas candidaturas no prazo de 48 horas seguintes à


publicação da lista dos candidatos pela Justiça Eleitoral.

B) deverão requerer ao Tribunal Regional Eleitoral que obrigue o partido Delta a formular o
requerimento de registro de suas candidaturas.

C) deverão requerer ao Tribunal Superior Eleitoral que obrigue o partido Delta a formular o
requerimento de registro de suas candidaturas.

D) não poderão concorrer ao pleito, mas poderão pleitear indenização ao partido Delta.

E) poderão concorrer ao pleito independentemente do registro de suas candidaturas.

37. (FCC - TRE/AP - Técnico Judiciário - Administrativa - 2015)

Após o termo final do prazo de registro de candidaturas, Tício, candidato a Deputado Estadual
pelo Partido Gama, teve seu registro cancelado pela Justiça Eleitoral. Nesse caso, é facultado
ao Partido Gama substituir o candidato e requerer o registro do candidato indicado em
substituição

A) no prazo de 30 dias, contados da data da decisão que deu origem à substituição.


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B) em até 5 dias, contados da notificação do partido da decisão que deu origem à substituição.

C) no prazo de 30 dias, contados da notificação do partido da decisão que deu origem à


substituição.

D) no prazo de 10 dias, contados da notificação do partido da decisão que deu origem à


substituição.

E) em até 10 dias antes do pleito.

38. (FCC - TRE/AP - Analista Judiciário - Administrativa - 2015)

A impugnação de registro de candidatura

A) deve ser formulada no prazo máximo de 48 horas, contado da publicação do pedido de


registro.

B) não pode ser feita pelo Ministério Público Eleitoral, que tem atribuições somente para
opinar.

C) pode ser feita por candidato, jamais por partido político ou coligação.

D) pode ser feita com base em prova testemunhal.

E) pode ser feita por partido político ou coligação, jamais por candidato.

39. (FCC - TRE/SE - Analista Judiciário - Área Judiciária - 2015) Considere:

I. Autorização do candidato, por escrito.

II. Certidão de quitação eleitoral.

III. Prova de filiação partidária.

IV. Declaração de bens, assinada pelo candidato.

V. Atestado de antecedentes expedido pela Delegacia de Polícia do local da residência do


candidato.

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Incluem-se dentre os documentos que devem instruir o pedido de registro de candidaturas à


Câmara dos Deputados os indicados APENAS em

A) I, II, III e IV.

B) II, III e V.

C) I, III e IV.

D) I, II, IV e V.

E) II, III, IV e V.

40. (FCC - TRE/SE - Analista Judiciário - Área Administrativa - 2015)

Os partidos políticos Alpha, Beta e Delta formaram a Coligação ABD. O partido Delta entendeu,
posteriormente, ter ocorrido irregularidade na formação da Coligação que afetou a sua
validade. Nesse caso, esse partido poderá, isoladamente, questionar tal validade no processo
eleitoral somente

A) durante o período compreendido entre a data da convenção e o termo final do prazo para
a impugnação do registro de candidaturas.

B) até a data da convenção.

C) após o termo final do prazo para impugnação do registro de candidaturas.

D) durante o período compreendido entre a data da convenção e o termo final do prazo para
registro de candidaturas.

E) durante o período compreendido entre o termo final para registro de candidaturas e a data
da eleição.

41. (IESES - TRE/MA - Analista Judiciário - Judiciária - 2015)

Em relação as convenções para escolha de candidatos assinale a alternativa correta:

A) Para a realização das convenções de escolha de candidatos, os partidos políticos só poderão


usar prédios públicos se for realizado o pagamento antecipado do valor correspondente a
utilização do prédio.
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B) As normas para a escolha e substituição dos candidatos e para a formação de coligações


serão estabelecidas na lei eleitoral, sendo vedado ao estatuto dos partidos políticos tratar
desse tema.

C) Se a convenção partidária de nível inferior se opuser, na deliberação sobre coligações, às


diretrizes legitimamente estabelecidas pelo órgão de direção nacional, nos termos do
respectivo estatuto, poderá esse órgão anular a deliberação e os atos dela decorrentes.

D) A escolha dos candidatos pelos partidos e a deliberação sobre coligações deverão ser feitas
no período de 12 de Junho a 05 de julho do ano em que se realizarem as eleições, devendo ser
lavrada ata com assinatura do presidente do partido e todos os candidatos escolhidos.

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8. Gabarito

1. B 16. B 31. A
2. C 17. D 32. D
3. E 18. B 33. E
4. A 19. B 34. A
5. A 20. D 35. B
6. C 21. A 36. A
7. D 22. D 37. D
8. A 23. A 38. D
9. E 24. A 39. A
10. B 25. C 40. A
11. D 26. E 41. C
12. E 27. B
13. C 28. E
14. D 29. D
15. A 30. E

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9. Questões resolvidas e
comentadas

1. (FUNRIO - AL-RR - Procurador - 2018)

Os partidos e coligações solicitarão à Justiça Eleitoral o registro de seus candidatos até às


dezenove horas do dia 15 de agosto do ano em que se realizarem as eleições.

Assim, o pedido de registro deverá conter, obrigatoriamente, um dos seguintes documentos:

A) certificado de reservista.

B) certidão de quitação eleitoral.

C) passaporte.

D) certificado de conclusão do Ensino Médio.

COMENTÁRIOS:

Os documentos necessários para instrução do pedido de registro dos candidatos estão estabelecidos
no art. 11, §1º, da Lei 9.504/1997, a saber:

I - cópia da ata registrada com a escolha dos candidatos pelo partido ou coligação;
II - autorização do candidato, por escrito;
III - prova de filiação partidária;
IV - declaração de bens, assinada pelo candidato;
V - cópia do título eleitoral ou certidão, fornecida pelo cartório eleitoral, de que o candidato é eleitor
na circunscrição ou requereu sua inscrição ou transferência de domicílio no prazo previsto no art.
9º;
VI - certidão de quitação eleitoral;
VII - certidões criminais fornecidas pelos órgãos de distribuição da Justiça Eleitoral, Federal e
Estadual;
VIII - fotografia do candidato, nas dimensões estabelecidas em instrução da Justiça Eleitoral, para
efeito do disposto no § 1º do art. 59.
IX - propostas defendidas pelo candidato a Prefeito, a Governador de Estado e a Presidente da
República.

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Dentre todos os documentos apresentados nas alternativas, não restam dúvidas de que apenas a
certidão de quitação eleitoral apresenta-se como obrigatória.

Gabarito: “b”.

2. (FCC - Câmara Legislativa do Distrito Federal - Procurador Legislativo - 2018)

A respeito do processo de registro de candidatura, é correto afirmar que

A) a Carteira Nacional de Habilitação não gera presunção da escolaridade necessária ao


deferimento do registro de candidatura.

B) pode ser examinado o acerto ou desacerto da decisão que examinou, em processo


específico, a filiação partidária do eleitor.

C) a comprovação do cumprimento regular do parcelamento do pagamento de multa eleitoral


pelo candidato após o pedido de registro, mas antes do respectivo julgamento, afasta a
ausência de quitação eleitoral.

D) o partido que não impugnou o registro de candidato tem legitimidade para recorrer da
sentença que o deferiu, mesmo se não se cuidar de matéria constitucional.

E) é obrigatória a formação de litisconsorte passivo necessário entre o candidato cujo registro


foi impugnado e o partido a que pertence.

COMENTÁRIOS:

a) Nos termos da Súmula TSE nº 55, “a Carteira Nacional de Habilitação GERA a presunção da
escolaridade necessária ao deferimento do registro de candidatura”. Assim, se o candidato não
possui comprovante de escolaridade para a comprovação de que é alfabetizado, a CNH supre essa
necessidade. Assertiva incorreta.

b) A Súmula TSE nº 52 afirma claramente que em se tratando de registro de candidatura, NÃO cabe
examinar o acerto ou desacerto da decisão que examinou, em processo específico, a filiação
partidária do eleitor. Assertiva incorreta.

c) A Súmula TSE nº 50 afirma que “o pagamento da multa eleitoral pelo candidato ou a comprovação
do cumprimento regular de seu parcelamento após o pedido de registro, mas antes do julgamento
respectivo, afasta a ausência de quitação eleitoral”. Assertiva correta.

d) No processo de registro de candidatos, o partido que NÃO o impugnou NÃO tem legitimidade
para recorrer da sentença que o deferiu, salvo se cuidar de matéria constitucional, conforme dispõe
a Súmula TSE nº 11. Assertiva incorreta.

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e) A Súmula TSE nº 39 determina que não haverá formação de litisconsórcio necessário em processos
de registro de candidatura. Assertiva incorreta.

Gabarito: “c”.

3. (FCC - Câmara Legislativa do Distrito Federal - Procurador Legislativo - 2018)

José tem 17 anos e o seu partido pretende registrar a sua candidatura para o cargo de
Vereador. Neste caso, a idade mínima constitucionalmente estabelecida como condição de
elegibilidade será aferida na data

A) do pleito eleitoral.

B) da protocolização do pedido de registro da candidatura na Justiça Eleitoral.

C) da posse.

D) da convenção que o escolheu como candidato.

E) limite para o pedido de registro da candidatura.

COMENTÁRIOS:

Em regra, a idade mínima constitucionalmente estabelecida como condição de elegibilidade será


verificada na data da posse, exceto para o cargo de Vereador.

O art. 11, § 2º, da Lei 9.504/1997, dispõe que a idade mínima dos eventuais interessados em disputar
o cargo de vereador deve ser comprovada na data-limite para o pedido de registro do candidato,
isto é, 15 (quinze) de agosto do ano eleitoral.

Gabarito: “e”.

4. (FCC - MPE/PB - Promotor de Justiça Substituto - 2018)

A candidatura de Tício a Prefeito Municipal foi impugnada e essa impugnação foi acolhida pelo
Juiz Eleitoral. Tício interpôs recurso para o Tribunal Regional Eleitoral. Nesse caso, Tício

A) poderá participar da eleição e, se eleito, ser diplomado e empossado.

B) não poderá participar da eleição, pois os recursos eleitorais não têm efeito suspensivo.

C) poderá fazer campanha, mas não poderá figurar como candidato na urna eletrônica.

D) poderá participar da eleição, mas, se eleito, não poderá ser diplomado.

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E) poderá participar da eleição e, se eleito, ser diplomado, mas não poderá tomar posse.

COMENTÁRIOS:

Nos termos do art. 16-A, da Lei 9.504/1997, “o candidato cujo registro esteja sub judice poderá
efetuar todos os atos relativos à campanha eleitoral, inclusive utilizar o horário eleitoral gratuito no
rádio e na televisão e ter seu nome mantido na urna eletrônica enquanto estiver sob essa condição,
ficando a validade dos votos a ele atribuídos condicionada ao deferimento de seu registro por
instância superior”.

Dessa forma, deve ficar claro que o candidato não sofrerá qualquer tipo de restrição até que se
tenha a decisão judicial transitada em julgado que, caso lhe seja desfavorável, invalidará todos os
votos recebidos e, consequentemente, a respectiva eleição, se for o caso.

Gabarito: “a”.

5. (FGV - AL/RO - Consultor Legislativo - Assessoramento Legislativo - 2018)

O Partido Político Alfa impugnou o registro de candidatura de João ao cargo eletivo de senador,
sob o argumento de que ele estava filiado ao respectivo partido político há apenas 10 (dez)
meses antes da eleição.

O Tribunal Regional Eleitoral julgou improcedente o pedido de impugnação, o que levou o


Partido Político Gama a interpor recurso direcionado ao Tribunal Superior Eleitoral.

Sobre o caso narrado, à luz da sistemática vigente, assinale a afirmativa correta.

A) A filiação atende à condição de elegibilidade prevista na legislação vigente; o Partido Político


Gama teria legitimidade para interpor o recurso.

B) A filiação não atende à condição de elegibilidade prevista na legislação vigente; o Partido


Político Gama não teria legitimidade para interpor o recurso.

C) A filiação atende à condição de elegibilidade prevista na legislação vigente; o Partido Político


Gama não teria legitimidade para interpor o recurso.

D) A filiação não atende à condição de elegibilidade prevista na legislação vigente; o Partido


Político Gama teria legitimidade para interpor o recurso.

E) A filiação não atende à condição de elegibilidade prevista na legislação vigente; não é cabível
recurso contra a decisão proferida pelo Tribunal Regional Eleitoral.
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COMENTÁRIOS:

A respeito das condições de elegibilidade, o art. 9º da Lei 9.504/1997 estabelece que o candidato
deverá possuir domicílio eleitoral na respectiva circunscrição e estar com a filiação deferida pelo
respectivo partido pelo prazo de 6 (seis) meses.

Dessa forma, como o candidato em questão já se encontrava filiado à agremiação pelo prazo de 10
(dez) meses, não há que se falar em irregularidade.

Quanto à legitimidade do partido Gama, dispõe a Súmula TSE nº 11 que, no processo de registro de
candidatos, o partido que não o impugnou não tem legitimidade para recorrer da sentença que o
deferiu, salvo se se cuidar de matéria constitucional.

Como a filiação partidária é uma das condições de elegibilidade estabelecidas pelo art. 14, §3º, V,
da Constituição Federal, o partido Gama, mesmo não tendo apresentando impugnação à
candidatura de João, pode ser considerado legitimado para propor recurso perante o Tribunal
Superior Eleitoral.

Gabarito: “a”.

6. (FGV - AL/RO - Advogado - 2018)

Os partidos políticos Alfa, Beta e Gama formaram a coligação XYZ exclusivamente para as
candidaturas no âmbito estadual, não se estendendo, portanto, à eleição de âmbito nacional.

No curso da campanha eleitoral, o candidato João, filiado ao partido político Alfa, praticou uma
ilegalidade na propaganda eleitoral e foi multado pela Justiça Eleitoral.

À luz da sistemática estabelecida pela ordem jurídica, é correto afirmar que a coligação XYZ

A) não precisaria ser reproduzida no âmbito nacional e somente os partidos políticos que a
integram são solidariamente responsáveis pelo pagamento da multa.

B) deveria ser reproduzida no âmbito nacional e somente os partidos políticos que a integram
são solidariamente responsáveis pelo pagamento da multa.

C) não precisaria ser reproduzida no âmbito nacional e somente o partido político Alfa é
solidariamente responsável pelo pagamento da multa.

D) deveria ser reproduzida no âmbito nacional e somente o partido político Alfa é


solidariamente responsável pelo pagamento da multa.

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E) não precisaria ser reproduzida no âmbito nacional e é solidariamente responsável pelo


pagamento da multa.

COMENTÁRIOS:

A Constituição Federal de 1988 prevê a possibilidade de criação de coligações sem obrigatoriedade


de qualquer vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal.
Em outras palavras, pode-se afirmar que no Brasil não se aplica mais a obrigatoriedade de
verticalização, extinta pela emenda constitucional nº 52/2006. Sendo assim, a coligação XYZ não
precisará ser reproduzida em âmbito nacional.

Não obstante, o art. 6º, §5º, da Lei 9.504/1997, estabelece que “a responsabilidade pelo pagamento
de multas decorrentes de propaganda eleitoral é solidária entre os candidatos e os respectivos
partidos, NÃO alcançando outros partidos mesmo quando integrantes de uma mesma coligação”.

Gabarito: “c”.

7. (FUNDEP - Prefeitura de Barra Longa – 2023)

Prazo para convenções partidárias vai de 20 de julho a 5 de agosto

O prazo para que os partidos políticos e federações façam convenções para [...] o pleito de outubro
deste ano começa nesta quarta (20) e irá até o próximo dia 5 de agosto. Os cargos para as eleições
deste ano são: presidente e vice-presidente da República; governador e vice-governador; senador;
deputado federal; deputado estadual e deputado distrital.

Disponível em: https://www12.senado.leg.br/radio/1/ noticia/2022/07/19/prazo-para-convencoes-


partidarias-vai-de20-de-julho-a-5-de-agosto. Acesso em: 14 nov. 2022.

As convenções partidárias são

A) assembleias em que as direções partidárias definem as suas orientações político-ideológicas para


a disputa eleitoral.

B) comissões que têm a responsabilidade de coordenar a propaganda dos candidatos, garantindo a


sua lisura.

C) instituições governamentais que cuidam da organização dos processos eleitorais em todos os


níveis da federação.

D) reuniões nas quais os filiados a partidos políticos escolhem os candidatos da legenda que irão
disputar as eleições.
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COMENTÁRIOS:

Segundo o art. 87 do Código Eleitoral, só podem concorrer às eleições os candidatos que estiverem
filiados a um partido político. Uma vez que cada partido político possui inúmeros filiados, é
necessário escolher entre eles, em convenção partidária, os que serão candidatos a cargos eletivos.

Convenções partidárias são reuniões de filiados a um partido político para julgamento de assuntos
de interesse do grupo ou para escolha de candidatos e formação de coligações (união de dois ou
mais partidos a fim de disputarem eleições). Conforme estabelece a Lei n° 9.504/97, alterada pela
Lei da Reforma Política, as convenções devem ocorrer no período de 20 de julho a 5 de agosto do
ano eleitoral:

“Art. 8º, Lei 9.504/97: A escolha dos candidatos pelos partidos e a deliberação sobre coligações
deverão ser feitas no período de 20 de julho a 5 de agosto do ano em que se realizarem as eleições,
lavrando-se a respectiva ata em livro aberto, rubricado pela Justiça Eleitoral, publicada em vinte e
quatro horas em qualquer meio de comunicação.”

Gabarito: d

8. (VUNESP - TJ/RS - Juiz de Direito Substituto - 2018)

Com o advento da Emenda Constitucional no 97/2017, a partir das eleições de 2020, a


celebração de coligações será

A) vedada nas eleições proporcionais, atingindo, assim, a proibição, os cargos de Vereador,


Deputado Estadual, Deputado Federal e Deputado Distrital.

B) permitida para as eleições majoritárias, ou seja, em relação aos cargos de Vereador,


Deputado Estadual, Deputado Federal e Deputado Distrital.

C) permitida para as eleições proporcionais, ou seja, em relação aos cargos de Prefeito,


Governador, Senador e Presidente da República.

D) vedada em qualquer hipótese, atingindo tanto as eleições majoritárias quanto as


proporcionais.

E) vedada nas eleições majoritárias, atingindo, assim, a proibição, os cargos de Prefeito,


Governador, Senador e Presidente da República.

COMENTÁRIOS:

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A Emenda Constitucional nº 97/2017, em seu art. 3º, dispõe que “a vedação à celebração de
coligações nas eleições proporcionais, prevista no § 1º do art. 17 da Constituição Federal, aplicar-
se-á a partir das eleições de 2020”.

Ao responder às questões de prova, lembre-se que as coligações para as eleições majoritárias


continuam permitidas.

Gabarito: “a”.

9. (FGV - Câmara de Salvador/BA - Especialista - Advogado Legislativo - 2018)

Maria há anos estava filiada ao Partido Político Delta. Com a alteração de suas concepções
ideológicas, decidiu filiar-se ao partido Alfa, sem que tivesse sido previamente providenciada
a desfiliação do Partido Delta.

Na segunda quinzena de outubro do ano da nova filiação, ambos os Partidos Políticos


encaminharam, à Justiça Eleitoral, a relação com o nome de todos os seus filiados.

À luz da legislação eleitoral vigente, a Justiça Eleitoral deve:

A) determinar o cancelamento de ambas as filiações;

B) intimar Maria para que opte por uma das filiações;

C) determinar o cancelamento da filiação mais recente;

D) cancelar, pela infidelidade, o alistamento eleitoral de Maria;

E) determinar o cancelamento da filiação mais antiga.

COMENTÁRIOS:

Em casos de coexistência de filiações partidária, deverá prevalecer a mais recente, cabendo a justiça
eleitoral determinar o cancelamento das filiações anteriores, conforme o disposto pelo art. 22,
parágrafo único, da Lei 9.096/1995.

Gabarito: “e”.

10. (FGV - Câmara de Salvador/BA - Especialista - Advogado Legislativo - 2018

Em razão da negativa do seu partido político em cumprir o deliberado em convenção partidária


e registrá-lo como candidato a vereador nas eleições municipais, João requereu o seu registro
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24 horas após a publicação da lista de candidatos pela Justiça Eleitoral. Na ocasião, comprovou
ter domicílio eleitoral na circunscrição e estar filiado ao partido há nove meses. A direção do
partido, por sua vez, informou à Justiça Eleitoral que o registro não foi realizado pelo fato de
João não ter domicílio eleitoral na circunscrição há pelo menos um ano e não estar filiado ao
partido pelo mesmo lapso.

À luz da legislação eleitoral vigente, preenchidos os demais requisitos exigidos, o registro de


João deve ser:

A) indeferido, pois João não tem legitimidade para requerer o registro de sua candidatura
diretamente à Justiça Eleitoral;

B) deferido, pois João preencheu os requisitos exigidos e poderia requerer o registro nas
circunstâncias indicadas;

C) indeferido, pois João não tem domicílio eleitoral na circunscrição há, no mínimo, um ano;

D) deferido, desde que o partido político venha a ratificar o requerimento de João;

E) indeferido, pois João não está filiado ao partido político há, no mínimo, um ano.

COMENTÁRIOS:

O art. 9º da Lei 9.504/1997 estabelece que o candidato deve possuir domicílio eleitoral na respectiva
circunscrição e filiação deferida pelo partido pelo prazo mínimo de 6 (seis) meses.

Como João comprovou ter domicílio eleitoral na circunscrição e estar filiado ao partido há 9 (nove)
meses, o seu registro deverá ser deferido, pois João preencheu os requisitos exigidos e poderia
requerer o registro nas circunstâncias indicadas.

Gabarito: “b”.

11. (CONSULPLAN - TRE/RJ - Técnico Judiciário - Área Administrativa - 2017) - Adaptada

“No Município ‘X’, cuja Câmara Municipal seja composta de dezesseis vereadores, o Partido ‘Y’
deseja lançar 17 candidatos para as eleições municipais. Destes, deverão ser do sexo
minoritário, no mínimo, _____ candidatos.” Assinale a alternativa que completa corretamente
a afirmativa anterior.

A) 2

B) 3

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C) 4

D) 6

COMENTÁRIOS:

De acordo com a regra estabelecida no art. 20, § 2º, da Resolução TSE nº 23.548/2017, cada partido
ou coligação preencherá o mínimo de 30% (trinta por cento) e o máximo de 70% (setenta por cento)
para candidaturas de cada sexo.

Levando-se em consideração que o Partido Y deseja lançar 17 (quatorze) candidatos, o que equivale
a 100% do total de vagas a preencher mais um, o mínimo de candidatos do sexo minoritário deve
ser de 5,1 candidatos.

Todavia, o § 2º, art. 20, da Resolução TSE nº 23.548/2017, estabelece que qualquer fração
resultante será igualada a 1 (um) no cálculo do percentual mínimo estabelecido para um dos sexos
e desprezada no cálculo das vagas restantes para o outro sexo.

Diante disso, não há dúvidas de que o número mínimo de candidatos do sexo minoritário será igual
a 6 (seis).

Gabarito: “d”.

12. (FCC - TRE/PR - Analista Judiciário - Análise de Sistemas - 2017)

Considere:

I. Fúlvio deseja candidatar-se a Prefeito.

II. Flávio deseja candidatar-se a Senador.

III. Amaury deseja candidatar-se a Vice-Presidente da República.

Supondo-se presentes os pressupostos para tanto, de acordo com o Código Eleitoral, o registro
de Fúlvio deverá ser processado e julgado, originariamente, pelo

A) Juiz Eleitoral, assim como o de Flávio; e o de Amaury perante o Tribunal Regional Eleitoral
competente.

B) Tribunal Regional Eleitoral competente; o de Flávio perante o Tribunal Regional Eleitoral


competente; e o de Amaury perante o Tribunal Superior Eleitoral.

C) Juiz Eleitoral; o de Flávio e o de Amaury perante o Tribunal Superior Eleitoral.


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D) Juiz Eleitoral; o de Flávio e o de Amaury perante o Tribunal Regional Eleitoral.

E) Juiz Eleitoral; o de Flávio perante o Tribunal Regional Eleitoral competente; e o de Amaury


perante o Tribunal Superior Eleitoral.

COMENTÁRIOS:

A competência para processar e julgar, originariamente, os pedidos de registros de candidatos aos


cargos de Prefeito, Senador e Vice-Presidente da República será, respectivamente, dos Juízes
Eleitorais (art. 35 do CE); dos Tribunais Eleitorais (art. 29 do CE) e do Tribunal Superior Eleitoral (art.
22, I, a, do CE).

Gabarito: “e”.

13. (FCC - TRE/PR - Técnico Judiciário - Área Administrativa - 2017)

Na aula de Direito Eleitoral, Janete sustenta, com razão, que é entendimento sumulado do
Tribunal Superior Eleitoral que, nos processos de registro de candidatura, o juiz eleitoral

A) pode conhecer de ofício apenas da ausência de condição de elegibilidade, desde que


resguardados o contraditório e a ampla defesa.

B) pode conhecer de ofício apenas da existência de causas de inelegibilidade, desde que


resguardados o contraditório e a ampla defesa.

C) pode conhecer de ofício da existência de causas de inelegibilidade ou da ausência de


condição de elegibilidade, desde que resguardados o contraditório e a ampla defesa.

D) não pode conhecer de ofício da existência de causas de inelegibilidade ou da ausência de


condição de elegibilidade.

E) pode conhecer de ofício e indeferir de imediato o registro requerido apenas quando houver
ausência de condição de elegibilidade, sem necessidade de assegurar o contraditório e a ampla
defesa.

COMENTÁRIOS:

A Súmula nº 45 do Tribunal Superior Eleitoral dispõe expressamente que “nos processos de registro
de candidatura, o Juiz Eleitoral pode conhecer de ofício da existência de causas de inelegibilidade

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ou da ausência de condição de elegibilidade, desde que resguardados o contraditório e a ampla


defesa”.

Gabarito: “c”.

14. (FCC - TRE/PR - Técnico Judiciário - Área Administrativa - 2017)

Claudionor candidata-se à Presidência da República, Heriberto à Câmara dos Deputados e


Lucimara à Assembleia Legislativa do seu Estado, por partidos políticos distintos, mas unidos
em regular coligação. Nessa situação, Claudionor concorrerá

A) com o número de qualquer um dos partidos que compõem a coligação pela qual ele se
candidata; Heriberto com o número de qualquer dos partidos componentes da coligação pela
qual se candidata acrescido de três algarismos à direita; e Lucimara, com o número do partido
de qualquer dos partidos componentes da coligação pela qual se candidata acrescido de quatro
algarismos à direita.

B) com o número de qualquer um dos partidos que compõem a coligação pela qual ele se
candidata; Heriberto com o número do partido ao qual está filiado, acrescido de dois
algarismos à direita; e Lucimara, com o número do partido a que está filiada acrescido de três
algarismos à direita.

C) com o número de qualquer um dos partidos que compõem a coligação pela qual ele se
candidata; Heriberto com o número do partido ao qual está filiado, acrescido de um algarismo
à direita; e Lucimara, com o número do partido a que está filiada acrescido de dois algarismos
à direita.

D) com o número identificador do partido ao qual está filiado; Heriberto com o número do
partido ao qual está filiado, acrescido de dois algarismos à direita; e Lucimara, com o número
do partido a que está filiada acrescido de três algarismos à direita.

E) com o número identificador do partido ao qual estiver filiado; Heriberto com o mesmo
número com o qual concorre Claudionor, acrescido de dois algarismos à direita; e Lucimara
com o mesmo número do partido de Claudionor, acrescido de três algarismos à direita.

COMENTÁRIOS:

Segundo as regras contidas no art. 15 da Lei 9.504/1997, a identificação numérica dos candidatos se
dará da seguinte maneira:
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I - os candidatos aos cargos majoritários concorrerão com o número identificador do partido ao qual
estiverem filiados;

II - os candidatos à Câmara dos Deputados concorrerão com o número do partido ao qual estiverem
filiados, acrescido de dois algarismos à direita;

III - os candidatos às Assembleias Legislativas e à Câmara Distrital concorrerão com o número do


partido ao qual estiverem filiados acrescido de três algarismos à direita.

Gabarito: “d”.

15. (CESPE - TRE/BA - Técnico Judiciário – Área Administrativa - 2017)

Os partidos deverão escolher os candidatos e deliberar sobre as coligações no período de

A) vinte de julho a cinco de agosto do ano em que se realizarem as eleições.

B) dezesseis de julho a cinco de agosto do ano em que se realizarem as eleições.

C) cinco de julho a cinco de agosto, um ano antes de se realizarem as eleições.

D) dezesseis de julho a quinze de agosto do ano em que se realizarem as eleições.

E) vinte de julho a quinze de agosto, dois anos antes de se realizarem as eleições.

COMENTÁRIOS:

A escolha dos candidatos pelos partidos e a deliberação sobre as coligações deverão ser feitas no
período de 20 de julho a 5 de agosto do ano em que se realizarem as eleições, nos termos do art.
8º da Lei 9.504/1997.

Gabarito: “a”.

16. (CESPE - TRE/BA - Analista Judiciário – Área Judiciária - 2017)

Considerando que tenha sido ajuizada ação de impugnação do registro de candidatura de


senador, assinale a opção correta.

A) O julgamento deverá ocorrer até a diplomação do candidato, se eleito.

B) A competência para o julgamento da ação é do tribunal regional eleitoral (TRE).

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C) O autor da referida ação pode ser o Ministério Público eleitoral, partido político ou coligação,
qualquer candidato ou cidadão.

D) O partido político do candidato figurará como litisconsorte passivo na ação.

E) Os suplentes figurarão como litisconsortes passivos na ação.

COMENTÁRIOS:

a) Nos termos do art. 16, § 1º, da Lei 9.504/1997, até vinte dias antes da data das eleições, todos
os pedidos de registro de candidatos, inclusive os impugnados e os respectivos recursos, devem
estar julgados pelas instâncias ordinárias, e publicadas as decisões a eles relativas. Assertiva
incorreta.

b) Segundo o art. 29, I, a, do Código Eleitoral, compete aos Tribunais Regionais processar e julgar os
registros dos membros do Congresso Nacional. Assertiva correta.

c) Apenas os candidatos, partidos políticos, coligações ou Ministério Público possuem legitimidade


para apresentar impugnação ao registro de candidaturas, nos termos do art. 3º, da Lei
Complementar nº 64/1990. Ao cidadão não é assegurada essa prerrogativa. Assertiva incorreta.

d) A Súmula TSE nº 39 dispõe que “não há formação de litisconsórcio necessário em processos de


registro de candidatura”. Assertiva incorreta.

e) Os suplentes não precisam figurar como litisconsortes passivos na respectiva ação, nos termos do
que dispõe a Súmula nº 39 do Tribunal Superior Eleitoral. Assertiva incorreta.

Gabarito: “b”.

17. (FMP Concursos - MPE/RO - Promotor de Justiça Substituto - 2017)

Assinale a alternativa CORRETA.

A) Somente candidato, partido político ou coligação, no prazo de 5 (cinco) dias, contados da


publicação do pedido de registro do candidato, poderão impugná-lo em petição
fundamentada.

B) A impugnação do registro de candidatura, por parte do candidato, partido político ou


coligação, impede a ação do Ministério Público no mesmo sentido.

C) Somente com autorização do Conselho Superior do Ministério Público, poderá impugnar o


registro de candidato o representante do Ministério Público que, nos 4 (quatro) anos

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anteriores, tenha disputado cargo eletivo, integrado diretório de partido ou exercido atividade
político-partidária.

D) Qualquer cidadão no gozo de seus direitos políticos poderá, no prazo de 5 dias contados da
publicação do edital relativo ao pedido de registro, dar notícia de inelegibilidade ao Juízo
Eleitoral competente, mediante petição fundamentada, apresentada em duas vias.

E) Após o registro de candidatura, o impugnante especificará, desde logo, os meios de prova


com que pretende demonstrar a veracidade do alegado, arrolando até sete testemunhas, se
for o caso.

COMENTÁRIOS:

a) Além dos candidatos, partidos políticos e coligações, o art. 3º da Lei Complementar nº 64/1990
também considera que o Ministério Público possui legitimidade para propor ação de impugnação
de registro de candidato. Assertiva incorreta.

b) Nos termos dos art. 3º, § 1º, da Lei Complementar nº 64/1990, “a impugnação, por parte do
candidato, partido político ou coligação, não impede a ação do Ministério Público no mesmo
sentido”. Assertiva incorreta.

c) O representante do Ministério Público que, nos 4 (quatro) anos anteriores, tenha disputado cargo
eletivo, integrado diretório de partido ou exercido atividade político-partidária NÃO poderá
impugnar o registro de candidato, conforme estabelece o art. 3º, § 2º, da Lei Complementar nº
64/1990. Assertiva incorreta.

d) Eis a exata reprodução do inteiro teor do art. 44 da Resolução TSE nº 23.373/2011. Todavia,
observe que o enunciado não se refere à ação de impugnação ao registro de candidatura, mas sim
à notícia de inelegibilidade, que pode ser entendida como uma “simples informação” levada ao
conhecimento da Justiça Eleitoral. Assertiva correta.

e) Aquele que impugna a candidatura especificará os meios de prova com que pretende demonstrar
a veracidade do alegado, arrolando no máximo 6 (seis) testemunhas, nos termos do art. 3º, § 3º, da
Lei Complementar nº 64/1990. Assertiva incorreta.

Gabarito: “d”.

18. (FMP Concursos - MPE/RO - Promotor de Justiça Substituto - 2017)

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Assinale a alternativa CORRETA. Conforme jurisprudência do Tribunal Superior Eleitoral:

A) as circunstâncias fáticas e jurídicas supervenientes ao registro de candidatura que afastem


a inelegibilidade, somente podem ser conhecidas nas instâncias ordinárias, até a data da
diplomação, última fase do processo eleitoral, já que em algum momento as relações jurídicas
devem se estabilizar, sob pena de eterna litigância ao longo do mandato.

B) as circunstâncias fáticas e jurídicas supervenientes ao registro de candidatura que afastem


a inelegibilidade, podem ser conhecidas em qualquer grau de jurisdição, inclusive nas
instâncias extraordinárias, até a data da diplomação, última fase do processo eleitoral, já que
em algum momento as relações jurídicas devem se estabilizar, sob pena de eterna litigância ao
longo do mandato.

C) as circunstâncias fáticas e jurídicas supervenientes ao registro de candidatura que afastem


a inelegibilidade, podem ser conhecidas em qualquer grau de jurisdição, inclusive nas
instâncias extraordinárias, até a data da eleição, já que em algum momento as relações
jurídicas devem se estabilizar, sob pena de eterna litigância ao longo do mandato.

D) as circunstâncias fáticas e jurídicas supervenientes ao registro de candidatura que afastem


a inelegibilidade, podem ser conhecidas em qualquer grau de jurisdição, inclusive nas
instâncias extraordinárias, até a data final para prestação de contas, última fase do processo
eleitoral, já que em algum momento as relações jurídicas devem se estabilizar, sob pena de
eterna litigância ao longo do mandato.

E) todas alternativas anteriores estão incorretas.

COMENTÁRIOS:

O Tribunal Superior Eleitoral, em diversos julgados reiterou seu consolidado entendimento firmado
a partir do RO 96-71, de relatoria da Ministra Luciana Lóssio, no sentido de que "as circunstâncias
fáticas e jurídicas supervenientes ao registro de candidatura que afastem a inelegibilidade, com
fundamento no que preceitua o art. 11, § 10, da Lei nº 9.504/97, podem ser conhecidas em qualquer
grau de jurisdição, inclusive nas instâncias extraordinárias, até a data da diplomação, última fase do
processo eleitoral, já que em algum momento as relações jurídicas devem se estabilizar, sob pena
de eterna litigância ao longo do mandato".

Gabarito: “b”.

19. (FUNDEP (Gestão de Concursos) - MPE/MG - Promotor de Justiça Substituto - 2017)

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No âmbito do direito eleitoral, seguem-se as seguintes alternativas:

I. O ordenamento jurídico brasileiro não admite a candidatura de pessoa que não tenha sido
aprovada em convenção partidária.

II. A pena do preceito secundário dos tipos penais do Código Eleitoral fica estabelecida em 10
(dez) dias para a pena de detenção e em 1 (um) ano para a de reclusão, quando a lei não indicar
o grau mínimo.

III. O percentual de gênero, dentro da temática do registro de candidaturas, pode deixar de ser
observado na hipótese de substituição de candidatos.

IV. O eleitor terá sua inscrição cancelada na Justiça Eleitoral se deixar de votar em três eleições
consecutivas e não justificar no prazo legal ou não pagar a multa fixada.

É INCORRETO somente o que se afirma em:


A) I e II.
B) I, II, III e IV.
C) II e III.
D) V.

COMENTÁRIOS:

Item I – A Lei 9.504/1997, em seu art. 13, dispõe que é facultado ao partido ou coligação substituir
candidato até vinte dias antes do pleito. Nesse caso, o substituto não será escolhido em convenção,
pois a data para a realização (20 de julho a 5 de agosto) terá expirado. Assertiva incorreta.

Item II - Nos termos do art. 284 do Código Eleitoral, sempre que o Código Eleitoral deixar de indicar
o grau mínimo, entende-se que será ele de quinze dias para a pena de detenção e de um ano para
a de reclusão. Assertiva incorreta.

Item III - Os percentuais de gênero previstos no art. 10, § 3º, da Lei 9.504/97, devem ser observados
inclusive na substituição de candidatos, conforme previsto no § 6º, art. 20, da Resolução TSE nº
23.373/2011. Assertiva incorreta.

Item IV – Nos termos do art. 71, V, do Código Eleitoral, o eleitor terá o título cancelado se deixar de
votar em três eleições consecutivas e não justificar no prazo legal E não pagar a multa fixada.
Assertiva incorreta.

Gabarito: “b”

20. (CESPE - TRE/PE - Técnico Judiciário – Área Administrativa - 2017)


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Quanto a registros de candidatos, assinale a opção correta.

A) As causas de inelegibilidade são aferidas no momento do pedido de registro da candidatura,


sendo vedada a alteração da decisão por alterações fáticas ou jurídicas supervenientes.

B) É vedado ao partido substituir candidato que for considerado inelegível após o termo final
do prazo do registro.

C) Para solicitar à justiça eleitoral o registro de seus candidatos, os partidos políticos terão até
as dezenove horas do dia trinta de agosto do ano em que se realizarem as eleições.

D) Entre outros documentos, o pedido de registro de candidato à justiça eleitoral deve ser
instruído com declaração de bens assinada pelo candidato.

E) Apenas partidos políticos podem solicitar registro de candidatos.

COMENTÁRIOS:

a) Nos termos do art. 11, § 10, da lei 9.504/1997, “as condições de elegibilidade e as causas de
inelegibilidade devem ser aferidas no momento da formalização do pedido de registro da
candidatura, ressalvadas as alterações, fáticas ou jurídicas, supervenientes ao registro que afastem
a inelegibilidade”. Assertiva incorreta.

b) O art. 13 da Lei 9.504/1997 faculta ao partido ou coligação a substituição do candidato que for
considerado inelegível, renunciar ou falecer após o termo final do prazo do registro ou, ainda, tiver
seu registro indeferido ou cancelado. Assertiva incorreta.

c) Segundo determina o art. 11 da lei 9.504/1997, o prazo para os partidos e coligações solicitarem
o registro de seus candidatos será até as dezenove horas do dia 15 de agosto do ano em que se
realizarem as eleições. Assertiva incorreta.

d) A obrigatoriedade de apresentação da declaração de bens consta expressamente no art. 11, IV,


da Lei 9.504/1997. Assertiva correta.

e) Além dos partidos, as coligações também poderão solicitar o registro do candidato. Não obstante,
quando não o fizerem, o próprio candidato poderá fazê-lo, conforme prevê o art. 11, § 4º, da Lei
9.504/1997. Assertiva incorreta.

Gabarito: “d”.

21. (FCC - TRE/SP - Analista Judiciário - Área Judiciária - 2017)


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A coligação “X” deseja requerer o registro dos seus candidatos à Câmara de Vereadores de
determinado Município que possui cem mil eleitores. Para isso, foi verificar o total de
candidatos que poderia registrar, ficando ciente de que deve preencher as vagas com, no
mínimo, 30% e, no máximo, 70% para candidaturas de cada sexo. Dentre os seus candidatos
estão Níveo, que fará 18 anos na data da posse e Jade, que fará 18 anos na data-limite para o
registro. A coligação “X” poderá registrar candidatos no total de até

A) 100% dos lugares a preencher mais um, sendo que Níveo não poderá se candidatar.

B) 150% dos lugares a preencher, sendo que tanto Níveo quanto Jade não poderão se
candidatar.

C) 200% dos lugares a preencher, sendo que Jade não poderá se candidatar.

D) 150% dos lugares a preencher, sendo que Jade não poderá se candidatar.

E) 200% dos lugares a preencher, sendo que tanto Níveo quanto Jade poderão se candidatar.

COMENTÁRIOS:

O art. 10 da Lei 9.504/1997, com a nova redação dada pela Lei nº 14.211/2021, dispõe que cada
partido poderá registrar candidatos para a Câmara dos Deputados, a Câmara Legislativa, as
Assembleias Legislativas e as Câmaras Municipais no total de até 100% (cem por cento) do número
de lugares a preencher mais 1 (um).

Por sua vez, o art. 11, § 2º, afirma que a idade mínima constitucionalmente estabelecida para o cargo
de Vereador (18 anos) será verificada na data-limite para o pedido de registro, isto é, 15 (quinze) de
agosto do ano eleitoral.

Dessa forma, a coligação “X” poderá registrar candidatos no total de até 100% dos lugares a
preencher mais um, sendo que Níveo não poderá se candidatar, pois só completa 18 anos na data
da posse.

Gabarito: “a”.

22. (FCC - AL/MS - Consultor de Processo Legislativo - 2016)

Jair pretende candidatar-se ao cargo de vereador e completará 18 anos um dia após a data-
limite para o pedido de registro da candidatura. Neste caso, Jair

A) poderá candidatar-se, pois completa dezoito anos antes do dia do pleito que ocorrerá no
primeiro domingo de outubro do ano eleitoral.

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B) poderá candidatar-se, pois a idade mínima constitucionalmente estabelecida como condição


de elegibilidade é verificada tendo por referência a data da posse.

C) apenas poderá candidatar-se se for emancipado, pois os menores de dezoito anos são
inelegíveis.

D) não poderá se candidatar, pois a idade mínima constitucionalmente estabelecida como


condição de elegibilidade será aferida na data-limite para o pedido de registro.

E) não poderá se candidatar pois a idade mínima constitucionalmente prevista para uma
pessoa eleger-se ao cargo de vereador é vinte e um anos de idade.

COMENTÁRIOS:

O art. 10, § 2º, da lei 9.504/1997, determina expressamente que a idade mínima
constitucionalmente estabelecida para o cargo de Vereador (18 anos) será verificada na data-limite
para o pedido de registro (15 de agosto do ano eleitoral)

Dessa forma, Jair não poderá se candidatar, pois não atenderá a uma das condições de elegibilidade
estabelecidas em lei.

Gabarito: “d”.

23. (CESPE - PC/PE - Delegado de Polícia - 2016)

Cada uma das próximas opções apresenta uma situação hipotética, seguida de uma assertiva
a ser julgada, de acordo com as normas de filiação partidária e à luz da Lei dos Partidos Políticos
— Lei n.º 9.096/1995. Assinale a opção que apresenta a assertiva correta.

A) Um vereador eleito por determinado partido político ao qual estava filiado requereu a sua
desfiliação, no período de trinta dias que antecede o prazo de filiação exigido pela legislação,
para concorrer à reeleição por outro partido político. O partido original indeferiu o seu pedido
de desfiliação e o ameaçou com a perda do mandato. Nessa situação, a atitude do partido foi
indevida, já que o vereador agiu em conformidade com as hipóteses de justa causa previstas
na legislação.

B) Determinado partido político pretende estabelecer, no ano eleitoral, prazo de filiação


partidária superior ao prazo previsto na legislação, com o propósito de orientar as inscrições
de seus futuros candidatos a cargos eletivos. Nessa situação, para executar a referida ação, é
suficiente que o partido altere seu estatuto, na forma da lei.

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C) José, que jamais exerceu cargo eletivo, pretende, após ter sido filiado muitos anos a
determinado partido político, desfiliar-se do partido em questão. Nessa situação, é suficiente
que José requeira sua desfiliação junto ao órgão de direção municipal do partido.

D) O estatuto de determinado partido político elencou várias possibilidades de cancelamento


da filiação partidária, além das previstas na legislação. Nessa situação, há erro insanável no
estatuto do partido, que deveria ter previsto apenas as situações elencadas na legislação.

E) Um cidadão, filiado ao partido político X há mais de vinte anos, resolveu se filiar ao partido
político Y, sem, contudo, se desfiliar do partido X. Nessa situação, como ficou caracterizada a
dupla filiação partidária, ambas as filiações serão consideradas nulas, para todos os efeitos
legais.

COMENTÁRIOS:

a) A mudança de partido, efetuada durante o período de trinta dias que antecede o prazo de filiação
exigido em lei para concorrer à eleição, majoritária ou proporcional, é considerada justa causa para
a desfiliação partidária, nos termos do art. 22-A, parágrafo único, da Lei 9.096/1995. Todavia, é
importante esclarecer que, em ano de eleições municipais, a exceção aplica-se apenas aos titulares
do cargo de vereador. No mesmo sentido, em ano de eleições gerais a exceção aplica-se apenas aos
titulares dos cargos de deputado.

Dessa forma, pode-se concluir que o partido agiu indevidamente, pois a conduta adotada pelo
candidato possui total amparo da lei, conforme demonstrado. Assertiva correta.

b) Segundo dispõe o art. 20, § único, da Lei 9.096/1995, os prazos de filiação partidária, fixados no
estatuto do partido com vistas a candidatura a cargos eletivos, não podem ser alterados no ano da
eleição. Assertiva incorreta.

c) Para desligar-se de partido político, o filiado faz comunicação escrita ao órgão de direção
municipal e ao Juiz Eleitoral da Zona em que for inscrito, nos termos do art. 21 da Lei 9.096/1995.
Assertiva incorreta.

d) O art. 22, IV, da Lei 9.096/1995 confere margem para que os partidos criem outras hipóteses de
cancelamento da filiação partidária, além daquelas já prevista pela lei. Assertiva incorreta.

e) Havendo coexistência de filiações partidárias, prevalecerá a mais recente, devendo a Justiça


Eleitoral determinar o cancelamento das demais.

Gabarito: “a”.

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24. (CESPE - PC/PE - Delegado de Polícia - 2016)

De acordo com a Lei das Eleições — Lei n.º 9.504/1997 —, assinale a opção correta.

A) As coligações terão denominações próprias, que não poderão coincidir com nome de
candidatos, e, na propaganda para o pleito proporcional, cada partido usará apenas a sua
legenda sob o nome da coligação.

B) Nas eleições para cargos do legislativo, somente serão computados ao partido os votos
dados a candidato que não participe de legenda partidária.

C) Em razão da sua responsabilidade subsidiária, o partido político somente será acionado para
o pagamento de multas em face de propaganda eleitoral extemporânea de seus candidatos,
caso esses candidatos não realizem o pagamento devido no tempo legal.

D) Nas eleições majoritárias para os pleitos estadual e federal, serão considerados eleitos os
candidatos que obtiverem a maioria simples dos votos, excluindo-se os votos brancos e nulos.

E) Em município com mais de duzentos mil habitantes, deve ocorrer segundo turno nas eleições
para prefeito.

COMENTÁRIOS:

a) A denominação da coligação não poderá coincidir, incluir ou fazer referência a nome ou número
de candidato. Ademais, na propaganda para eleição proporcional cada partido usará apenas sua
legenda sob o nome da coligação, nos termos do art. 6º, §§ 1º-A e 2º, da Lei 9.504/1997. Assertiva
correta.

b) Segundo dispõe o art. 5º da Lei 9.504/1997, “nas eleições proporcionais, contam-se como válidos
apenas os votos dados a candidatos regularmente inscritos e às legendas partidárias”. Assertiva
incorreta.

c) A responsabilidade pelo pagamento de multas decorrentes de propaganda eleitoral é solidária


entre os candidatos e os respectivos partidos, não alcançando outros partidos mesmo quando
integrantes de uma mesma coligação, nos termos do art. 6, § 5º, da Lei 9.504/1997. Assertiva
incorreta.

d) Nas eleições majoritárias para os cargos de Presidente e Vice-Presidente da República,


Governador e Vice-Governador de Estado, considerar-se-á eleito o candidato que obtiver a maioria
absoluta de votos, não computados os em branco e os nulos. Assertiva incorreta.

e) Só ocorrerá segundo turno, nas cidades com mais de 200 (duzentos) mil eleitores, no caso de o
candidato mais votado não alcançar a maioria absoluta dos votos na primeira votação. Assertiva
incorreta.
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Gabarito: “a”.

25. (CESPE - PC/PE - Delegado de Polícia - 2016)

Por meio de convenção estadual, um partido político escolheu os seus candidatos aos cargos
majoritário e proporcional e, no prazo legal, solicitou seus pedidos de registros junto ao
tribunal regional eleitoral competente. Ao analisar a solicitação, o procurador regional eleitoral
impugnou o pedido de registro de candidatura de um candidato ao cargo de deputado federal.

Considerando essa situação hipotética, assinale a opção correta.

A) Caso a impugnação tenha se fundamentado em não quitação de multa eleitoral do


candidato, o partido poderá efetuar o pagamento ou requerer o parcelamento devido, para
fins de regularizar a situação do candidato.

B) Como a legislação eleitoral não estipula prazo legal para o julgamento dos pedidos de
impugnação, o candidato impugnado poderá participar do pleito eleitoral até o julgamento
final do processo.

C) Caso o candidato impugnado concorra sub judice, os votos obtidos em sua candidatura
somente serão computados ao partido após o deferimento do seu registro.

D) O candidato impugnado somente poderá utilizar o horário de rádio e televisão após o


deferimento do seu registro.

E) O partido político poderá requerer a substituição do candidato impugnado até a véspera da


eleição, ocasião em que o tribunal regional eleitoral deverá expedir comunicados aos cartórios
eleitorais, para que os eleitores sejam informados, no dia da votação, sobre a substituição
ocorrida.

COMENTÁRIOS:

a) O parcelamento da multa eleitoral após o pedido de registro não tem o condão de afastar a
ausência de quitação eleitoral. Ou seja, para que o candidato seja considerado regular, o
parcelamento de eventual multa deverá ser feito antes do pedido de registro. Assertiva incorreta.

b) O art. 16, § 1º, da Lei 9.504/1997, estabelece que até vinte dias antes da data das eleições, todos
os pedidos de registro de candidatos, inclusive os impugnados e os respectivos recursos, devem
estar julgados pelas instâncias ordinárias, e publicadas as decisões a eles relativas. Assertiva
incorreta.

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c) A validade dos votos atribuídos ao candidato cujo registro esteja sub judice, ficará condicionada
ao deferimento do seu registro, conforme determina o art. 16-A da lei 9.504/1997. Assertiva correta.

d) De acordo com o art. 16-A, da Lei 9.504/1997, enquanto o candidato estiver com pedido de
registro sub judice, poderá efetuar todos os atos relativos à campanha eleitoral, inclusive utilizar o
horário eleitoral gratuito no rádio e na televisão e ter seu nome mantido na urna eletrônica.
Assertiva incorreta.

e) Nos termos do art. 13, § 3º, da Lei 9.504/1997, “a substituição só se efetivará se o pedido for
apresentado até 20 (vinte) dias antes do pleito, salvo no caso de falecimento, cuja substituição
poderia ocorrer até a véspera da eleição. Todavia, como o enunciado apresentou a informação sob
a perspectiva geral, deve ser considerado incorreto.

Gabarito: “c”.

26. (MPE/SC - MPE/SC - Promotor de Justiça - Matutina - 2016)

No período entre o registro das candidaturas até cinco dias após a realização do segundo turno
das eleições, os feitos eleitorais terão prioridade para a participação do Ministério Público e
dos Juízes de todas as Justiças e instâncias, excetuando-se os processos judiciais com o prazo
legal vencido e que tenham por objeto assunto de extrema relevância, a ser reconhecida por
decisão judicial devidamente fundamentada.

COMENTÁRIOS:

O art. 94 da Lei 9.504/1997 determina que “os feitos eleitorais, no período entre o registro das
candidaturas até cinco dias após a realização do segundo turno das eleições, terão prioridade para
a participação do Ministério Público e dos Juízes de todas as Justiças e instâncias, ressalvados os
processos de habeas corpus e mandado de segurança”. Assertiva incorreta.

Gabarito: “Errado”.

27. (CESPE - TJ/AM - Juiz Substituto - 2016) - Adaptada

Considerando que, em um estado da Federação com direito a eleger vinte deputados federais,
um partido político regularmente inscrito participará das eleições, assinale a opção que
apresenta uma quantidade correta de candidatos que poderão concorrer ao cargo de
deputado(a) federal pelo referido partido.

A) vinte homens – vinte mulheres

B) sete homens – quatorze mulheres


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C) vinte homens – duas mulheres

D) vinte e dois homens – oito mulheres

E) trinta homens – dez mulheres

COMENTÁRIOS:

A Lei 9.504/1997, em seu art. 10, permite que cada partido registre um número de candidatos
equivalente a até 100% do número de lugares a preencher mais um nas eleições proporcionais
(deputados e vereadores). Levando-se em consideração que o Estado em questão possui 20 (vinte)
vagas a serem preenchidas, cada partido poderá lançar 21 candidatos.

Por sua vez, o seu parágrafo terceiro afirma que cada partido ou coligação preencherá o mínimo de
30% (trinta por cento) e o máximo de 70% (setenta por cento) para candidaturas de cada sexo.

Diante disso, como o número de candidatos possíveis pelo partido será igual a 21, pode-se afirmar
que 14 serão do sexo majoritário e 7 do sexo minoritário, considerando-se a regra de
arredondamento específica do §4º do art. 10.

Gabarito: “b”.

28. (CESPE - TRE/PI - Analista Judiciário - Judiciária - 2016)

À luz do disposto no CE, assinale a opção correta a respeito do registro de candidatos.

A) Qualquer candidato pode solicitar o cancelamento do registro de seu nome, bastando


comunicar verbalmente sua decisão na junta eleitoral.

B) A escolha de candidatos deve ser concluída um ano antes das eleições e aprovada nas
convenções partidárias a serem realizadas no mesmo período.

C) É permitido o registro de um mesmo candidato para mais de um cargo na mesma


circunscrição.

D) O registro de candidatos a governador, vice-governador, prefeito, vice-prefeito, vereadores


e juiz de paz é feito no tribunal regional eleitoral.

E) Para se candidatar a cargo eletivo, o militar que tiver menos de cinco anos de serviço deverá
ser excluído do serviço ativo.

COMENTÁRIOS:
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a) Qualquer candidato poderá requerer o cancelamento do registro do seu nome, desde que o faça
mediante petição com firma reconhecida, nos termos do art. 101 do Código Eleitoral. Assertiva
incorreta.

b) Nos termos do art. 93, §2 º, do Código Eleitoral, as convenções partidárias para a escolha dos
candidatos serão realizadas, no máximo, até 5 de agosto do ano em que se realizarem as eleições.
Assertiva incorreta.

c) Não é permitido o registro de um mesmo candidato, ainda que para cargos diferentes, em mais
de uma circunscrição ou para mais de um cargo, nos termos do art. 88 do Código Eleitoral. Assertiva
incorreta.

d) Conforme estabelece o art. 89 do Código Eleitoral, serão registrados no Tribunal Superior


Eleitoral os candidatos a presidente e vice-presidente da República; nos Tribunais Regionais
Eleitorais os candidatos a senador, deputado federal, governador e vice-governador e deputado
estadual; nos Juízos Eleitorais os candidatos a vereador, prefeito e vice-prefeito e juiz de paz.
Assertiva incorreta.

e) De acordo com o disposto pelo art. 98, I, do Código Eleitoral, o militar que tiver menos de 5 (cinco)
anos de serviço, será, ao se candidatar a cargo eletivo, excluído do serviço ativo. Perceba que o
enunciado fez referência expressa ao Código Eleitoral, abordando conteúdo que sequer foi
recepcionado pelo art. 14, § 8º, da CF/1988. É um absurdo, mas a banca não anulou a questão.
Assertiva correta.

Gabarito: “e”.

29. (CESPE - TRE/PI - Técnico Judiciário - Administrativa - 2016)

No que se refere ao registro de candidatos, assinale a opção correta.

A) A apresentação da declaração de bens assinada pelo requerente é facultativa para o


candidato servidor público militar.

B) Para fins de registro de candidato a cargo do Poder Legislativo municipal, é indispensável a


apresentação, no momento do requerimento de registro, de proposta e plano de
aperfeiçoamento da legislação pelo candidato.

C) A não concessão de registro de candidatura por inércia do candidato possibilita que o partido
ou a coligação faça a sua devida inscrição em até trinta dias antes do pleito.

D) Os partidos e as coligações devem obedecer a data e hora limites, determinadas pela


legislação, para requerer o registro de seus candidatos.

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E) Não há limitação quantitativa para o registro de candidatos, por partido político, para a
disputa de pleito eleitoral a cargos do Poder Legislativo.

COMENTÁRIOS:

a) Nos termos do art. 11, § 1º, IV, da Lei 9.504/1997, a apresentação de declaração de bens assinada
pelo requerente é obrigatória a todos os candidatos, sem qualquer ressalva. Assertiva incorreta.

b) Somente será obrigatória a apresentação das propostas defendidas pelo candidato a Prefeito, a
Governador de Estado e a Presidente da República, nos termos do art. 11, IX, da Lei 9.504/1997.
Assertiva incorreta.

c) De acordo com o art. 11, §4º, da Lei 9.504/1997, “na hipótese de o partido ou coligação não
requerer o registro de seus candidatos, estes poderão fazê-lo perante a Justiça Eleitoral, observado
o prazo MÁXIMO de quarenta e oito horas seguintes à publicação da lista dos candidatos pela
Justiça Eleitoral”. Assertiva incorreta.

d) O art. 11 da lei 9.504/1997 determina que os partidos e coligações solicitarão à Justiça Eleitoral o
registro de seus candidatos até as dezenove horas do dia 15 de agosto do ano em que se realizarem
as eleições. Assertiva correta.

e) Nas eleições realizadas pelo sistema proporcional, cada partido ou coligação poderá registrar
número de candidatos equivalente a, no máximo, 100% do número de lugares a serem ocupados
mais um. Essa é a regra do art. 10 da Lei das Eleições.

Gabarito: “d”.

30. (CESPE - TRE/MT - Analista Judiciário - Administrativa - 2015)

Nos termos do CE, os pedidos de registro de candidatura para o cargo de senador devem ser
formulados no

A) juízo eleitoral.

B) Senado Federal.

C) Supremo Tribunal Federal.

D) Tribunal Superior Eleitoral.

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E) Tribunal Regional Eleitoral.

COMENTÁRIOS:

Nos termos do art. 89, II, do Código Eleitoral, os pedidos de registro de candidatura para o cargo de
senador serão formulados junto aos Tribunais Regionais Eleitorais.

Gabarito: “e”.

31. (FCC - TJ/SE - Juiz Substituto - 2015)

A impugnação de pedido de registro de candidatura NÃO pode ser feita,

A) por qualquer eleitor.

B) por partido político.

C) por coligação.

D) pelo Ministério Público.

E) por candidato.

COMENTÁRIOS:

Nos termos do art. 3º, da Lei Complementar nº 64/1990, são legitimados para apresentar
impugnação ao registro de candidatura, qualquer candidato, partido político, coligação ou
Ministério Público.

Diante disso, conclui-se que a impugnação não pode ser realizada por “qualquer eleitor”, mas apenas
pelos legitimados legalmente.

Gabarito: “a”.

32. (FCC - TJ/SE - Juiz Substituto - 2015)

Para fins de expedição da certidão de quitação eleitoral destinada a instruir o pedido de


registro de candidaturas, analise:
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I. Considerar-se-ão quites os candidatos que, condenados ao pagamento de multa, tenham,


até a data de formalização do pedido de registro de sua candidatura, comprovado o pagamento
ou o parcelamento da dívida regularmente cumprido.

II. A existência de responsabilidade solidária por parte de candidato impede a expedição da


certidão de quitação eleitoral, se não houver pagamento até a data do pedido de registro da
candidatura.

III. As multas eleitorais poderão ser parceladas até 48 meses, desde que não ultrapassarem o
limite de 20% da renda do candidato.

Está correto o que se afirma APENAS em:

A) I e III.

B) II e III.

C) I e II.

D) I.

E) II.

COMENTÁRIOS:

Item I - Nos termos do art. 11, § 8º, I, da Lei 9.504/1997, considerar-se-ão quites aqueles que,
condenados ao pagamento de multa, tenham, até a data da formalização do seu pedido de registro
de candidatura, comprovado o pagamento ou o parcelamento da dívida regularmente cumprido.
Assertiva correta.

Item II - Considerar-se-ão quites aqueles que pagarem a multa que lhes couber individualmente,
excluindo-se qualquer modalidade de responsabilidade solidária, mesmo quando imposta
concomitantemente com outros candidatos e em razão do mesmo fato, nos termos do art. 11, § 8º,
da Lei 9.504/1997. Assertiva incorreta.

Item III - O parcelamento das multas eleitorais é direito dos cidadãos e das pessoas jurídicas e pode
ser feito em até sessenta meses, salvo quando o valor da parcela ultrapassar 5% (cinco por cento)
da renda mensal, no caso de cidadão. Assertiva incorreta.

Gabarito: “d”.

33. (FCC - TRE/AP - Analista Judiciário - Engenharia - 2015)

Serão registrados nos Tribunais Regionais Eleitorais APENAS os candidatos a


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A) senador, governador e vice-governador, prefeito e vice-prefeito.

B) presidente e vice-presidente da República, senador, deputado federal, governador e vice-


governador e deputado estadual.

C) presidente e vice-presidente da República, senador, governador e vice-governador.

D) senador, deputado federal, governador e vice-governador e deputado estadual, vereador,


prefeito e vice-prefeito.

E) senador, deputado federal, governador e vice-governador e deputado estadual.

COMENTÁRIOS:

Nos termos do art. 89, II, do Código Eleitoral, serão registrados nos Tribunais Regionais Eleitorais os
candidatos a senador, deputado federal, governador e vice-governador e deputado estadual.

Gabarito: “e”.

34. (FCC - TRE/AP - Técnico Judiciário - Administrativa - 2015)

Os partidos A, B e C coligaram-se para disputar as eleições municipais, tendo José como


candidato a Prefeito. De acordo com a Lei n° 9.504/97, a coligação só poderá, dentre as cinco
alternativas sugeridas abaixo, denominar-se Coligação

A) O município do Futuro.

B) José Prefeito.

C) ABC, com José e você.

D) Três partidos por um homem só: José.

E) Vote em José e nos partidos ABC, agora coligados.

COMENTÁRIOS:

Nos termos do art. 6º, § 1º, da Lei 9.504/1997, “a denominação da coligação não poderá coincidir,
incluir ou fazer referência a nome ou número de candidato, nem conter pedido de voto para partido
político”.

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Assim, dentre as cinco alternativas sugeridas pela questão, a única denominação que estaria dentro
dos parâmetros legais seria “O município do Futuro”, pois não faz referência ao nome do candidato
ou à sigla do partido/coligação.

Gabarito: “a”.

35. (FCC - TRE/AP - Técnico Judiciário - Administrativa - 2015)

As convenções partidárias

A) somente poderão deliberar a respeito da escolha dos candidatos às eleições majoritárias ou


proporcionais.

B) poderão deliberar a respeito da escolha dos candidatos às eleições majoritárias ou


proporcionais e a respeito de coligações.

C) somente poderão deliberar a respeito de coligações.

D) deverão ser realizadas em qualquer data do mês de agosto do ano das eleições.

E) deverão constar de termo interno do partido, dispensada a rubrica da Justiça Eleitoral e a


respectiva publicação em qualquer meio de comunicação.

COMENTÁRIOS:

Segundo o disposto pelo art. 8º, da Lei 9.504/1997, a escolha dos candidatos pelos partidos e a
deliberação sobre coligações deverão ser feitas no período de 20 de julho a 5 de agosto do ano em
que se realizarem as eleições, lavrando-se a respectiva ata em livro aberto, rubricado pela Justiça
Eleitoral, publicada em vinte e quatro horas em qualquer meio de comunicação.

Gabarito: “b”.

36. (FCC - TRE/AP - Técnico Judiciário - Administrativa - 2015)

João e José foram escolhidos, em convenção, candidatos a Deputado Estadual pelo partido
Delta. Todavia, o partido Delta não requereu o registro de suas candidaturas no prazo legal.
Nesse caso, João e José
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A) poderão requerer o registro de suas candidaturas no prazo de 48 horas seguintes à


publicação da lista dos candidatos pela Justiça Eleitoral.

B) deverão requerer ao Tribunal Regional Eleitoral que obrigue o partido Delta a formular o
requerimento de registro de suas candidaturas.

C) deverão requerer ao Tribunal Superior Eleitoral que obrigue o partido Delta a formular o
requerimento de registro de suas candidaturas.

D) não poderão concorrer ao pleito, mas poderão pleitear indenização ao partido Delta.

E) poderão concorrer ao pleito independentemente do registro de suas candidaturas.

COMENTÁRIOS:

Caso o partido ou coligação não realize o requerimento do registro de seus candidatos, estes
poderão fazê-lo perante a Justiça Eleitoral, observado o prazo máximo de quarenta e oito horas
seguintes à publicação da lista dos candidatos pela Justiça Eleitoral, nos termos do art. 11, § 4º, da
Lei 9.504/1997.

Gabarito: “a”.

37. (FCC - TRE/AP - Técnico Judiciário - Administrativa - 2015)

Após o termo final do prazo de registro de candidaturas, Tício, candidato a Deputado Estadual
pelo Partido Gama, teve seu registro cancelado pela Justiça Eleitoral. Nesse caso, é facultado
ao Partido Gama substituir o candidato e requerer o registro do candidato indicado em
substituição

A) no prazo de 30 dias, contados da data da decisão que deu origem à substituição.

B) em até 5 dias, contados da notificação do partido da decisão que deu origem à substituição.

C) no prazo de 30 dias, contados da notificação do partido da decisão que deu origem à


substituição.

D) no prazo de 10 dias, contados da notificação do partido da decisão que deu origem à


substituição.

E) em até 10 dias antes do pleito.

COMENTÁRIOS:
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O registro do candidato substituto deverá ser requerido em até 10 (dez) dias contados do fato ou
da notificação do partido da decisão judicial que deu origem à substituição, respeitando-se, assim,
o prazo limite de 20 (vinte) dias antes do pleito, salvo no caso de falecimento.

Gabarito: “d”.

38. (FCC - TRE/AP - Analista Judiciário - Administrativa - 2015)

A impugnação de registro de candidatura

A) deve ser formulada no prazo máximo de 48 horas, contado da publicação do pedido de


registro.

B) não pode ser feita pelo Ministério Público Eleitoral, que tem atribuições somente para
opinar.

C) pode ser feita por candidato, jamais por partido político ou coligação.

D) pode ser feita com base em prova testemunhal.

E) pode ser feita por partido político ou coligação, jamais por candidato.

COMENTÁRIOS:

a) O prazo fixado para apresentação da ação de impugnação ao registro de candidatura é de 5 (cinco)


dias, nos termos do art. 3º da Lei Complementar nº 64/1990. Assertiva incorreta.

b) O art. 3º da lei Complementar nº 64/1990 prevê, dentre os legitimados para a propositura da ação
de impugnação à candidatura, o representante do Ministério Público Eleitoral. Assertiva incorreta.

c) Segundo o disposto pelo art. 3º da Lei Complementar nº 64/1990, são legitimados a propor ação
de impugnação à candidatura, qualquer candidato, partido político, coligação ou o Ministério
Público. Assertiva incorreta.

d) A peça inicial da ação de impugnação à candidatura deverá, desde logo, especificar os meios de
prova com que se pretende demonstrar a veracidade do alegado, arrolando no máximo 6 (seis)
testemunhas, de acordo com o que prevê o art. 38, § 4º, da Resolução-TSE nº 23.548/2017. Assertiva
correta.

e) Pode-se afirmar que são legitimados a propor ação de impugnação à candidatura, qualquer
candidato, partido político, coligação ou ao Ministério Público. Assertiva incorreta.

Gabarito: “d”.
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39. (FCC - TRE/SE - Analista Judiciário - Área Judiciária - 2015)

Considere:

I. Autorização do candidato, por escrito.

II. Certidão de quitação eleitoral.

III. Prova de filiação partidária.

IV. Declaração de bens, assinada pelo candidato.

V. Atestado de antecedentes expedido pela Delegacia de Polícia do local da residência do


candidato.

Incluem-se dentre os documentos que devem instruir o pedido de registro de candidaturas à


Câmara dos Deputados os indicados APENAS em

A) I, II, III e IV.

B) II, III e V.

C) I, III e IV.

D) I, II, IV e V.

E) II, III, IV e V.

COMENTÁRIOS:

Nos termos do art. 11, § 1º, da Lei 9.504/1997, “o pedido de registro deve ser instruído com os
seguintes documentos:

I - cópia da ata a que se refere o art. 8º;


II - autorização do candidato, por escrito;
III - prova de filiação partidária;
IV - declaração de bens, assinada pelo candidato;
V - cópia do título eleitoral ou certidão, fornecida pelo cartório eleitoral, de que o candidato é eleitor
na circunscrição ou requereu sua inscrição ou transferência de domicílio no prazo previsto no art.
9º;
VI - certidão de quitação eleitoral;
VII - certidões criminais fornecidas pelos órgãos de distribuição da Justiça Eleitoral, Federal e
Estadual;

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VIII - fotografia do candidato, nas dimensões estabelecidas em instrução da Justiça Eleitoral, para
efeito do disposto no § 1º do art. 59.
IX - propostas defendidas pelo candidato a Prefeito, a Governador de Estado e a Presidente da
República.

Dentre os documentos listados pelo referido dispositivo, não consta apenas “atestado de
antecedentes expedido pela Delegacia de Polícia do local da residência do candidato”.

Gabarito: “a”.

40. (FCC - TRE/SE - Analista Judiciário - Área Administrativa - 2015)

Os partidos políticos Alpha, Beta e Delta formaram a Coligação ABD. O partido Delta entendeu,
posteriormente, ter ocorrido irregularidade na formação da Coligação que afetou a sua
validade. Nesse caso, esse partido poderá, isoladamente, questionar tal validade no processo
eleitoral somente

A) durante o período compreendido entre a data da convenção e o termo final do prazo para
a impugnação do registro de candidaturas.

B) até a data da convenção.

C) após o termo final do prazo para impugnação do registro de candidaturas.

D) durante o período compreendido entre a data da convenção e o termo final do prazo para
registro de candidaturas.

E) durante o período compreendido entre o termo final para registro de candidaturas e a data
da eleição.

COMENTÁRIOS:

O art. 6º da Lei 9.504/1997 estabelece que “o partido político coligado somente possui legitimidade
para atuar de forma isolada no processo eleitoral quando questionar a validade da própria coligação,
durante o período compreendido entre a data da convenção e o termo final do prazo para a
impugnação do registro de candidatos”.

Gabarito: “a”.

41. (IESES - TRE/MA - Analista Judiciário - Judiciária - 2015)

Em relação as convenções para escolha de candidatos assinale a alternativa correta:


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A) Para a realização das convenções de escolha de candidatos, os partidos políticos só poderão


usar prédios públicos se for realizado o pagamento antecipado do valor correspondente a
utilização do prédio.

B) As normas para a escolha e substituição dos candidatos e para a formação de coligações


serão estabelecidas na lei eleitoral, sendo vedado ao estatuto dos partidos políticos tratar
desse tema.

C) Se a convenção partidária de nível inferior se opuser, na deliberação sobre coligações, às


diretrizes legitimamente estabelecidas pelo órgão de direção nacional, nos termos do
respectivo estatuto, poderá esse órgão anular a deliberação e os atos dela decorrentes.

D) A escolha dos candidatos pelos partidos e a deliberação sobre coligações deverão ser feitas
no período de 12 de Junho a 05 de julho do ano em que se realizarem as eleições, devendo ser
lavrada ata com assinatura do presidente do partido e todos os candidatos escolhidos.

COMENTÁRIOS:

a) Para a realização das convenções de escolha de candidatos, os partidos políticos poderão usar
gratuitamente prédios públicos, responsabilizando-se por danos causados com a realização do
evento, nos termos do art. 8º, §2º, da Lei 9.504/1997. Assertiva incorreta.

b) O art. 7º da Lei 9.504/1997 dispõe que “as normas para a escolha e substituição dos candidatos e
para a formação de coligações serão estabelecidas no estatuto do partido, observadas as
disposições desta Lei”. Assertiva incorreta.

c) Eis a exata reprodução do texto do art. 7º, §2º, da Lei 9.504/1997. Portanto, assertiva correta.

d) Segundo o disposto pelo caput, art. 8º, da Lei 9.504/1997, a escolha dos candidatos pelos partidos
e a deliberação sobre coligações deverão ser feitas no período de 20 de julho a 5 de agosto do ano
em que se realizarem as eleições. Assertiva incorreta

Gabarito: “c”.

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10. Resumo de véspera de prova

1. A Lei 9.504/1997, em seu art. 1º, dispõe que as eleições para Presidente e Vice-Presidente da
República, Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal, Prefeito e Vice-Prefeito,
Senador, Deputado Federal, Deputado Estadual, Deputado Distrital e Vereador dar-se-ão, em todo
o País, no primeiro domingo de outubro do ano respectivo. Por sua vez, surgindo a necessidade de
realização de segundo turno - quando o candidato mais votado para o cargo de Presidente da
República, por exemplo, não conseguir a maioria absoluta de votos – a sua realização ocorrerá no
último domingo de outubro.

2. O art. 2º da Lei 9.504/1997 dispõe que “será considerado eleito o candidato a Presidente ou a
Governador que obtiver a maioria absoluta de votos, não computados os em branco e os nulos”.
Em outras palavras, significa que se o candidato mais votado não conseguir obter mais da metade
dos votos válidos, ocorrerá segundo turno no último domingo de outubro, concorrendo os dois
candidatos mais votados e considerando-se eleito o que obtiver a maioria simples dos votos válidos.

3. A Lei 9.504/1997, em seu art. 4º, afirma que “poderá participar das eleições o partido que, até
seis meses antes do pleito, tenha registrado seu estatuto no Tribunal Superior Eleitoral, conforme
o disposto em lei, e tenha, até a data da convenção, órgão de direção constituído na circunscrição,
de acordo com o respectivo estatuto”.

4. O art. 5º da Lei 9.504/1997 dispõe que nas eleições proporcionais contam-se como válidos apenas
os votos dados a candidatos regularmente inscritos e às legendas partidárias.

5. Depois de constituída a coligação, o art. 6º, § 4º, da Lei 9.504/1997, dispõe que o partido político
coligado somente possui legitimidade para atuar de forma isolada no processo eleitoral quando
questionar a validade da própria coligação, durante o período compreendido entre a data da
convenção e o termo final do prazo para a impugnação do registro de candidatos.

6. Apesar de constar no art. 6º da Lei 9.504/1997 a possibilidade de realização de coligações nas


eleições proporcionais, perceba que a emenda constitucional nº 97 passou a vedá-la. Todavia, deve
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ficar claro que o art. 2º da emenda constitucional 97 dispõe que “a vedação à celebração de
coligações nas eleições proporcionais, prevista no § 1º do art. 17 da Constituição Federal, aplicar-
se-á a partir das eleições de 2020”. Diante disso, pode-se concluir que nas eleições de 2018 ainda
foi possível realizar coligações nas eleições para os cargos de Deputado Federa, Deputado Estadual
ou Deputado Distrital. Contudo, em 2020 não existiu mais a possibilidade de celebração de
coligações para as eleições ao cargo de vereador, apenas para os cargos de Prefeito (sistema
majoritário).

7. O art. 6º, § 1º, da Lei 9.504/1997, afirma que “a coligação terá denominação própria, que poderá
ser a junção de todas as siglas dos partidos que a integram, sendo a ela atribuídas as prerrogativas
e obrigações de partido político no que se refere ao processo eleitoral, e devendo funcionar como um
só partido no relacionamento com a Justiça Eleitoral e no trato dos interesses interpartidários”. Por
sua vez, dispõe o § 1º-A que “a denominação da coligação não poderá coincidir, incluir ou fazer
referência a nome ou número de candidato, nem conter pedido de voto para partido político”.

8. A Lei 9.504/1997, em seu art. 6º, § 5º, dispõe que a responsabilidade pelo pagamento de multas
decorrentes de propaganda eleitoral é solidária entre os candidatos e os respectivos partidos, não
alcançando outros partidos mesmo quando integrantes de uma mesma coligação. Em outras
palavras, significa afirmar que se o candidato é filiado ao PARTIDO X, por exemplo, eventual
responsabilidade pelo pagamento da multa recai sobre o próprio candidato e o PARTIDO X, não
alcançando os demais partidos integrantes da coligação.

9. O art. 7º da Lei 9.504/1997 é claro ao afirmar que as normas para a escolha e substituição dos
candidatos e para a formação de coligações serão estabelecidas no estatuto do partido, observados
limites impostos pela legislação eleitoral. Em caso de omissão do estatuto, caberá ao órgão de
direção nacional do partido estabelecer as respectivas normas, publicando-as no Diário Oficial da
União até cento e oitenta dias antes das eleições.

10. As anulações de deliberações dos atos decorrentes de convenção partidária realizada em


desconformidade com as diretrizes nacionais deverão ser comunicadas à Justiça Eleitoral no prazo
de 30 (trinta) dias após a data limite para o registro de candidatos. Além disso, se da anulação
decorrer a necessidade de escolha de novos candidatos, o pedido de registro deverá ser
apresentado à Justiça Eleitoral nos 10 (dez) dias seguintes à deliberação, observados os prazos
contidos no art. 13 da Lei 9.504/1997.

11. A Lei 9.504/1997, em seu art. 8º, dispõe que “a escolha dos candidatos pelos partidos e a
deliberação sobre coligações deverão ser feitas no período de 20 de julho a 5 de agosto do ano em
que se realizarem as eleições, lavrando-se a respectiva ata em livro aberto, rubricado pela Justiça
Eleitoral, publicada em vinte e quatro horas em qualquer meio de comunicação”.

12. Para a realização das convenções de escolha de candidatos, os partidos políticos poderão usar
gratuitamente prédios públicos, responsabilizando-se por eventuais danos causados com a
realização do evento. É muito comum, por exemplo, os partidos utilizarem o plenário das Câmaras
de Vereadores para realizarem as reuniões, assim como auditórios de escolas públicas municipais
e/ou estaduais.
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13. Ao responder às questões de prova, lembre-se de que a candidatura nata foi declarada
inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, em caráter liminar. Apesar de a medida cautelar ter
sido deferida no ano de 2002, até o presente momento o STF não julgou a questão em caráter
definitivo.

14. A Lei 9.504/1997, em seu art. 9º, dispõe que “para concorrer às eleições, o candidato deverá
possuir domicílio eleitoral na respectiva circunscrição pelo prazo de seis meses e estar com a filiação
deferida pelo partido no mesmo prazo”. As últimas reformas eleitorais equipararam o prazo mínimo
de filiação partidária e domicílio eleitoral em seis meses, em que pese a legislação eleitoral permitir
que os partidos políticos estabeleçam, em seus respectivos estatutos, prazos superiores de filiação
partidária.

15. O art. 10 da Lei 9.504/1997 dispõe que cada partido poderá registrar candidatos para a Câmara
dos Deputados, a Câmara Legislativa, as Assembleias Legislativas e as Câmaras Municipais no total
de até 100% (cem) do número de lugares a preencher mais um.

16. A Lei 9.504/1997, em seu art. 10, § 3º, dispõe que do número de vagas resultante das regras
que determinam a quantidade máxima de registro de candidatos, cada partido preencherá o mínimo
de 30% (trinta por cento) e o máximo de 70% (setenta por cento) para candidaturas de cada sexo.

17. No julgamento do agravo regimental em recurso especial nº 160,892, que ocorreu em


11/11/2014, o Tribunal Superior Eleitoral decidiu que “os percentuais de gênero devem ser
observados no momento do registro de candidatura, em eventual preenchimento de vagas
remanescentes ou na substituição de candidatos”.

18. A Lei 9.504/1997, em seu art. 11, dispõe que “os partidos e coligações solicitarão à Justiça
Eleitoral o registro de seus candidatos até as dezenove horas do dia 15 de agosto do ano em que se
realizarem as eleições”.

19. Ao apresentar o requerimento de registro de candidatura, os candidatos a cargos na chefia


do Poder Executivo devem juntar as propostas defendidas, isto é, o que pretendem implementar
caso sejam efetivamente eleitos. Trata-se de um compromisso “informal” assumido perante os
eleitores, pois, ainda que as propostas estejam no papel, não há qualquer obrigatoriedade legal em
relação ao seu cumprimento.

20. A Lei 9.504/1997, em seu art. 11, § 4º, afirma que “na hipótese de o partido ou coligação não
requerer o registro de seus candidatos, estes poderão fazê-lo perante a Justiça Eleitoral, observado
o prazo máximo de quarenta e oito horas seguintes à publicação da lista dos candidatos pela Justiça
Eleitoral”.

21. A Lei 9.504/1997, em seu art. 12, dispõe que “o candidato às eleições proporcionais indicará,
no pedido de registro, além de seu nome completo, as variações nominais com que deseja ser
registrado, até o máximo de três opções, que poderão ser o prenome, sobrenome, cognome, nome
abreviado, apelido ou nome pelo qual é mais conhecido, desde que não se estabeleça dúvida quanto

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à sua identidade, não atente contra o pudor e não seja ridículo ou irreverente, mencionando em que
ordem de preferência deseja registrar-se”.

22. A Lei 9.504/1997, em seu art. 12, § 3º, afirma que “a Justiça Eleitoral indeferirá todo pedido
de variação de nome coincidente com nome de candidato a eleição majoritária, salvo para candidato
que esteja exercendo mandato eletivo ou o tenha exercido nos últimos quatro anos, ou que, nesse
mesmo prazo, tenha concorrido em eleição com o nome coincidente”.

23. A Lei 9.504/1997, em seu art. 13, § 3º, dispõe que “tanto nas eleições majoritárias como nas
proporcionais, a substituição só se efetivará se o novo pedido for apresentado até 20 (vinte) dias
antes do pleito, exceto em caso de falecimento de candidato, quando a substituição poderá ser
efetivada após esse prazo.

24. O art. 14 da Lei 9.504/1997 afirma que “estão sujeitos ao cancelamento do registro os
candidatos que, até a data da eleição, forem expulsos do partido, em processo no qual seja
assegurada ampla defesa e sejam observadas as normas estatutárias”.

25. Até vinte dias antes da data das eleições todos os pedidos de registro de candidatos, inclusive
os impugnados e os respectivos recursos, devem estar julgados pelas instâncias ordinárias, e
publicadas as decisões a eles relativas. A propósito, ao mencionar “instâncias ordinárias” o
dispositivo legal está se referindo à primeira (Juiz Eleitoral) e segunda (Tribunais Regionais Eleitorais)
instâncias.

26. O art. 16-A da Lei 9.504/1997 afirma que o candidato cujo registro esteja sub judice (aguardando
o julgamento de um recurso, por exemplo) poderá efetuar todos os atos relativos à campanha
eleitoral, inclusive utilizar o horário eleitoral gratuito no rádio e na televisão e ter seu nome mantido
na urna eletrônica enquanto estiver sob essa condição, ficando a validade dos votos a ele atribuídos
condicionada ao deferimento de seu registro por instância superior.

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