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REPÚBLICA DE ANGOLA

GOVERNO PROVINCIAL DE LUNADA


COLÉCIO DO ENSINO PRIMÁRIO E DO I E II CICLO DO ENSINO SECUNDÁRIO
MONTINHO

CURSO DE CIÊNCIAS ECONÓMICAS E JURÍDICAS

TRABALHO DE HISTÓRIA
TEMA

E AS ELEIÇÕES DE 1992

Grupo N.º
Turma: Única
Classe: 12ª
Sala: 19
Turno: Tarde

O Docente
________________________

Luanda - 2019
REPÚBLICA DE ANGOLA
GOVERNO PROVINCIAL DE LUNADA

COLÉCIO DO ENSINO PRIMÁRIO E DO I E II CICLO DO ENSINO SECUNDÁRIO

MONTINHO

CURSO DE CIÊNCIAS ECONÓMICAS E JURÍDICAS

TRABALHO DE HISTÓRIA
TEMA

E AS ELEIÇÕES DE 1992

Luanda – 2019

II
INTEGRANTES DO GRUPO

N.º Nome Classificação


António Mugila
Constância Francisco
Rute Gonga

III
RESUMO

Este trabalho tem como tema a República de Angola e as Eleições de 1992, os objectivos desse
trabalho é entender e analisar as eleições ocorridas em Angola em 1992, Saber como e quando
ocorreu, conhecer os partidos políticos que participaram e as diferentes fases do processo
eleitoral, compreender os resultados deste processo electivo e as consequências políticas para
o povo angolano. A Hipotese que se levanta neste estudo é na democracia o poder se alcança
através das eleições? o sulfrágio universal? No que concerne a estrutura do trabalho, temos a
introdução, seguida do referencial teórico, ou desenvolvimento, onde é espelhado e os
meandros da abordagem da pesquisa na sua totalidade, depois vem as conclusões, seguida das
referências bibliográficas.

Palavra-chave: Eleições. República de Angola. 1992

SUMMARY

This work has as its theme the Republic of Angola and the 1992 Elections, the
objectives of debate and reflection as elections in Angola in 1992, to understand
the elected processes and political issues for the Angolan people. A hypothesis
that appropriates the study is a democracy? the universal sibling? With regard to
the structure of the work, one has the introduction, the following theoretical
reference, the development, the words and the objectives of the introduction in
the research, then comes the conclusions, next the bibliographical references.

Keyword: Elections. Republic of Angola. 1992

IV
ÍNDICE

INTEGRANTES DO GRUPO ................................................................................................. III

RESUMO .................................................................................................................................IV

SUMMARY ..........................................................................................................................IV

INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 6

Objectivo Geral: ...................................................................................................................... 6

Objectivo específico: .............................................................................................................. 6

Metodologia: ........................................................................................................................... 7

1. REFERENCIAL TEÓRICO: A REPÚBLICA DE ANGOLA E AS ELEIÇÕES DE 1992


8

1.1 Conceitos e Termos: .................................................................................................... 8

1.1.1 Eleições: ................................................................................................................... 8

2. CONTEXTO HISTÓRICO-POLÍTICO E SOCIAL DAS ELEIÇÕES DE 1992 .............. 9

2.1 Partidos Participante: ........................................................................................................ 9

2.1.1 O Registo Eleitoral: .................................................................................................... 9

2.2 RESUSLTADO DAS ELEIÇÕES DE 1992 .................................................................. 11

2.3 FIM DAS ELEIÇÕES E O REACENDER DA GUERRA CIVIL .................................... 13

CONCLUSÃO .......................................................................................................................... 15

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................... 16

V
INTRODUÇÃO

O trabalho que se apresenta, tem como tema a A República de Angola e as Eleições de


1992, desenvolvido sob orientação do professor da disciplina de História, procura-se ao longo
deste trabalho desenvolver todos os aspectos e situações inerentes ao tema em abordagem.
Eleição é todo processo pelo qual um grupo designa um ou mais de um de seus
integrantes para ocupar um cargo por meio de votação. Na democracia representativa, é o
processo que consiste na escolha de determinados indivíduos para exercerem o poder soberano,
concedido pelo povo através do voto, devendo estes, assim, exercerem o papel de representantes
da nação. A eleição pode se processar com o voto de toda a comunidade (sufrágio universal)
ou de apenas uma parcela da comunidade, isto é, grupos restritos de pessoas que preencham
certos requisitos económicos, sociais e culturais (sufrágio restrito). As pessoas com direito de
voto (ou sufrágio) são os eleitores.

Objectivos:
Entende-se que qualquer trabalho científico, para se chegar a um conhecimento
universalmente válido, deve ter objectivos, é assim que traçou-se os seguintes objectivos:

Objectivo Geral:
 Entender e analisar as eleições ocorridas em Angola em 1992

Objectivo específico:

 Saber como e quando ocorreu;


 Conhecer os partidos políticos que participaram e as diferentes fases do processo
eleitoral;
 Compreender os resultados deste processo electivo e as consequência políticas para o
povo angolano.

Problemática:
As eleições em Angola de 1992, como factor determinantes na implementação do
Estado Democratico de Direito.

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Hipoteses:
Na democracia o poder se alcança através das eleições, o sulfrágio universal.

Metodologia:
Quanto a metodologia aplicada, entende-se que segundo Marcone e Lakatos (2008), o
método é o conjunto de actos e procedimento racionais e sistemático, que o perquisador ou o
cientista utiliza para se chegar a um fim. Assim, optou por uma abordagem qualitativa, baseada
em técnicas de revisão bibliográfica.

No que concerne a estrututa do trabalho, temos a introdução, seguida do referencial


teórico, ou desenvolvimento, onde é espelhado e os meandros da abordagem da pesquisa na sua
totalidade, depois vem as conclusões, seguida das referencias bibliográficas.

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1. REFERENCIAL TEÓRICO: A REPÚBLICA DE ANGOLA E AS
ELEIÇÕES DE 1992

1.1 Conceitos e Termos:

1.1.1 Eleições:

Eleição é todo processo pelo qual um grupo designa um ou mais de um de seus


integrantes para ocupar um cargo por meio de votação. Na democracia representativa, é o
processo que consiste na escolha de determinados indivíduos para exercerem o poder soberano,
concedido pelo povo através do voto, devendo estes, assim, exercerem o papel de representantes
da nação. A eleição pode se processar com o voto de toda a comunidade (sufrágio universal)
ou de apenas uma parcela da comunidade, isto é, grupos restritos de pessoas que preencham
certos requisitos económicos, sociais e culturais (sufrágio restrito). As pessoas com direito de
voto (ou sufrágio) são os eleitores.

1.1.2 A República de Angola, à Lua da Constituição da República de 2010


Angola, oficialmente República de Angola, é um país da costa ocidental da África,
cujo território principal é limitado a norte e a nordeste pela República Democrática do Congo,
a leste pela Zâmbia, a sul pela Namíbia e a oeste pelo Oceano Atlântico. Inclui também
o enclave de Cabinda, através do qual faz fronteira com a República do Congo, a norte.

A independência do domínio português foi alcançada em 1975, depois de uma longa


guerra de libertação. Após a independência, Angola foi palco de uma intensa guerra civil de
1975 a 2002, maioritariamente entre o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA)
e a União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA). Apesar do conflito interno,
áreas como a Baixa de Cassanje mantiveram activos seus sistemas monárquicos regionais.

À Luz da Constituição de 2010, nos termos do art. 1, 2 e 3 Angola é uma República Soberana
e independente, um estado democrático e de Direito, que tem como fundamento a soberania
popular, por sua vez, o artigo 4.º da CRA, dispõe que o poder político é exercido por quem
obtenha legitimidade mediante processo eleitoral livre e democraticamente exercido, nos
termos da Constituição e da lei.

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2. CONTEXTO HISTÓRICO-POLÍTICO E SOCIAL DAS ELEIÇÕES
DE 1992

2.1 Partidos Participante:

Ao abordar as eleições em Angola de 1992, é imperioso descrever quais foram os principais


actores deste processo democrático, assim apresentam-se abaixo, a lista dos partidos políticos,
representantes do povo angola nestas eleições. É assim que se seguem os seguintes partidos e
movimentos:

 Movimento Popular para a Libertação de Angola - Partido dos Trabalhadores (MPLA-


PT)
 União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA)
 Partido Social Renovado (PRS)
 Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA)
 Partido Liberal Democrático (PLD)
 Partido de Renovação Democrática (PRD)
 Aliança da Aliança Democrática (AD)
 Partido Social Democrata (PSD)
 Angola Juventude, Trabalhador, Aliança Camponesa (PAJOCA)
 Fórum Democrático Angolano (FDA)
 Partido Democrático para o Progresso - Aliança Nacional Angolana (PDP-ANA)
 Partido Nacional Democrata Angolano (PNDA)
 Outras

2.1.1 O Registo Eleitoral:

O registo eleitoral foi efectuado entre 20 de Maio e 31 de Julho e o Conselho Nacional


Eleitoral inscreveu um total de 4.828.468 eleitores elegíveis. A campanha foi intensa de dois
dos principais partidos; A UNITA fez campanha contra a influência colonial de Portugal e
propôs uma configuração nativa. As eleições foram monitoradas por 800 representantes da
Missão de Verificação da ONU em Angola (UNAVEM).

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2.1.2 A Campanha Eleitoral:

A campanha nos meios de comunicação começou oficialmente no dia 29 de agosto de


1992, tendo sido estabelecidos 10 minutos de tempo de antena na televisão e 20 na rádio para
cada uma das 18 partidos concorrentes às eleições legislativas, em dias alternados com os 12
candidatos que disputariam às eleições presidenciais. No entanto, as campanhas tinham
começado de fato no ano anterior, no primeiro semestre de 1991, quando as eleições passaram
a ser discutidas e as datas para sua realização passaram a ser ventiladas, antes mesmo de se
obter o acordo formal de paz entre o governo e a guerrilha.

Como não poderia deixar de ser, num cenário desigual como o que foi apresentado, as
campanhas seriam extremamente desiguais. As campanhas daqueles que se posicionavam no
campo da terceira via, ou seja, os pequenos partidos, desde o início demonstraram grande
dificuldade em abrir espaço na mídia. Não eram escutados nem se faziam escutar sobre aquela
situação terrivelmente quente da política angolana.

O embate de acusações entre os dois principais rivais, MPLA e UNITA, e a necessidade


de pôr de pé e executar uma série de etapas que consolidassem a paz e assegurassem as eleições,
tomavam conta por completo do noticiário da TV,11 da Rádio Nacional, do Jornal de Angola e
mesmo dos periódicos privados. Com o avançar do ano de 1992, restava ainda alguma
expectativa a respeito do rendimento dessas legendas menores no horário eleitoral a ser
transmitido pelos órgãos de imprensa de maior repercussão. No entanto, as expectativas seriam
duramente frustradas.
Suas aparições na rádio e na TV eram pobres de recursos técnicos, mas também de
ideias.
Demonstravam não conseguir escapar à polarização entre os dois maiores partidos. Ou
atacavam ambos ou a um deles, mas tinham dificuldade em explicitar o que poderiam ou
pretendiam fazer. Por diversas vezes os programas televisivos dessas siglas menores não foram
apresentados e suas repetições também foram recorrentes.

Alguns desses partidos usariam em demasia as mensagens de ordem religiosa,


apresentado ao eleitor um diversificado repertório de cânticos das igrejas protestantes, mas não
elucidando muito sobre o que pretendiam realizar na política.

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2.2 RESUSLTADO DAS ELEIÇÕES DE 1992

Os resultados finais das eleições presidenciais de 1992 consagrariam a José Eduardo


dos Santos 49,57% dos votos, a Jonas Savimbi 40,07% e a Alberto Neto, do Partido
Democrático Angolano (PDA), o terceiro colocado, 2,16% dos votos nacionais. Os dados
demonstravam a distância entre os dois primeiros e o terceiro, reforçando a polarização
observada na campanha eleitoral, mas indicavam também a necessidade de um 2º turno entre
os dois principais candidatos. O que não iria acontecer, em função da contestação dos resultados
pela UNITA e o retorno à guerra.

Quanto às eleições para o parlamento nacional, que foram divididas nos ciclos nacional
e provincial, o MPLA faria 70 deputados no ciclo nacional e 59 no provincial. A UNITA faria,
respectivamente, 44 e 26 deputados, o Partido Renovador Social 3 e 3, e a FNLA 3 e 2. Os
demais partidos fariam deputados apenas no ciclo nacional, sendo que o Partido Liberal
Democrático faria 3 deputados, enquanto o Partido Renovador Democrático (PRD), o Partido
da Aliança Juventude Operários e Camponeses de Angola (PAJOCA), o Partido Democrático
para o Progresso / Aliança Nacional Angolana (PDP-ANA), o Partido Nacional Democrático
de Angola (PNDA), o Fórum Democrático Angolano (FDA), o Partido Social Democrata (PSD)
e a Coligação Angola Democrática (AD) elegeriam 1 deputado cada. O Partido Angolano
Independente (PAI), o Partido Democrático Liberal Angolano (PDLA), o Partido Social
Democrático Angolano (PSDA), o Partido Reformador Angolano (PRA), a Convenção
Nacional Democrática de Angola (CNDA) e o Partido Democrático Angolano (PDA) não
elegeram deputados.

Os números informavam também que o MPLA fez mais votos que o seu candidato a
Presidente. Enquanto o partido recebeu 2.124.126 votos, José Eduardo dos Santos somou
1.953.335. Na principal legenda rival aconteceu o contrário. Enquanto a UNITA recebeu
nacionalmente 1.347.636 votos, Jonas Savimbi foi votado por 1.579.298 eleitores.

Em função das votações obtidas, as análises dos resultados eleitorais de 1992 tendem a destacar,
nem sempre de forma conjunta, três aspectos como os principais responsáveis pelas vitórias de
José Eduardo dos Santos nas presidenciais e do MPLA nas legislativas: o fator étnico, o uso
privilegiado da máquina administrativa e de propaganda do Estado por parte do MPLA e os

11
inúmeros erros de Jonas Savimbi e seu partido, que teriam se transformado em “cabos
eleitorais” do MPLA.

Os equívocos de Savimbi e seu partido já foram comentados ao longo do texto. Quanto à


utilização da máquina do Estado, valeria reforçar o proveito tirado pelo MPLA da sobreposição
existente entre ele e o Estado angolano. Os recursos financeiros, ainda que escassos, acrescidos
pela capacidade de endividamento e os meios administrativos, mesmo que fragilizados pela
longa guerra civil, seriam de extrema importância para fazer chegar a voz de José Eduardo dos
Santos e do seu partido aos locais mais isolados do país. E chegariam chancelados pela marca
do poder, ao mesmo tempo em que se apresentavam como os fiadores da paz.

No tocante à presença do fator étnico, a sua influência ou seu peso variou conforme a
região e o partido. É evidente a votação expressiva da UNITA no Bié, com 76,9% dos votos, e
do seu presidente, com 83,9%. Da mesma forma, a UNITA obteve 73,4% dos votos no Huambo,
enquanto Savimbi alcançou 81,4%. Ambas províncias do centro-sul do país, com concentração
da população ovimbundo. Por outro lado, também podemos analisar a relação entre voto e grupo
étnico através de outra perspectiva, pois quando olhamos para Benguela, uma outra província
da mesma região, é possível verificar que Jonas Savimbi angariou 59,7% dos votos válidos,
reduzindo bastante a casa dos 80% que alcançara nas províncias anteriormente citadas,
enquanto seu partido alcançaria 53,5%. Esses números indicam que o chamado voto étnico na
UNITA e no seu presidente perdeu fôlego numa área mais urbanizada, litorânea, com maior
contato com a capital e com maior experiência de convívio entre diferentes grupos étnicos e
também entre negros e não negros.

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2.3 FIM DAS ELEIÇÕES E O REACENDER DA GUERRA CIVIL

Após o início da divulgação dos resultados parciais oficiais pelo Conselho Nacional
Eleitoral no dia 3 de outubro de 1992, apontando a vitória do candidato José Eduardo dos Santos
e do MPLA, o líder da UNITA, Jonas Savimbi, afirmou em “mensagem ao país”, entre outras
advertências e acusações, que não acreditava nos resultados divulgados até então e reforçou que
“o MPLA não está a ganhar, o MPLA não pode ganhar” (PACHECO, 1992). Seu discurso foi
interpretado dentro e fora de Angola como uma ameaça de retorno à guerra. A sequência dos
acontecimentos não deixou dúvidas quanto à disposição da UNITA em forçar uma outra
negociação, desconsiderando as eleições. No dia 5 de outubro, 11 generais procedentes da
UNITA abandonaram o exército unificado, as Forças Armadas Angolanas (FAA), criado uma
semana antes, no dia 28 de setembro, um dia antes do início da votação. As FAA abrigavam
militares provenientes do exército governamental, as Forças Armadas Populares de Libertação
de Angola (FAPLA), e do exército da UNITA, as Forças Armadas de Libertação de Angola
(FALA). No dia seguinte, 6 de outubro, Jonas Savimbi abandonou a capital e seguiu em direção
à cidade do Huambo, no planalto central, considerada um dos berços da UNITA e onde tinha
recebido a votação mais expressiva.

Os movimentos em direção ao confronto aberto se sucederam. As visitas do secretário


de estado adjunto para assuntos africanos dos EUA, Herman Cohen, e da Representante
Especial do Secretário-Geral da ONU em Angola, Margaret Anstee, a Jonas Savimbi, com o
intuito de convencê-lo a aceitar os resultados eleitorais naufragaram.42 Três dias após o
encontro entre Anstee e Savimbi, o chefe da delegação da UNITA na Comissão Conjunta
Político Militar, o órgão que implementou os acordos de Bicesse e supervisionou os passos
políticos e militares do país até as eleições, Salupeto Pena, sobrinho de Jonas Savimbi, declarou
a uma emissora de rádio portuguesa que a guerra seria retomada se os resultados eleitorais
fossem publicados.43 No dia 13 de outubro teve início uma série de ocupações de posições por
parte das FALA em vários municípios espalhados pelo país, mesmo assim os resultados finais
das eleições foram divulgados oficialmente em 17 de outubro. José Eduardo dos Santos, como
afirmado anteriormente, venceu no primeiro turno, sem obter, no entanto, maioria absoluta,
abrindo espaço para um segundo turno das eleições presidenciais. À época especulou-se que
José Eduardo dos Santos teria ganho as eleições ainda no primeiro turno e que a contagem
resultando num segundo turno teria sido parte de uma tentativa de negociação com o objetivo

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de evitar a retomada dos conflitos. Nas legislativas o MPLA obteve 53,7% dos votos, enquanto
a UNITA alcançou 34,1% do eleitorado. No mesmo dia Margaret Anstee emitiu declaração
oficial reconhecendo as eleições como tendo sido “livres e justas” (CORREIA, 1996).

A guerra retornou de vez com todas as cores e muitas mortes no último dia do mês de
outubro, com o início dos confrontos abertos na cidade de Luanda.44 De fato, essa nova guerra
não teve declaração oficial de início dos confrontos por qualquer uma das partes. Os ataques e
contra-ataques se sucederam entre desmentidos e reuniões para contorná-los. A UNITA
continuaria desfiando suas acusações quanto à ocorrência de inúmeras fraudes nas eleições,
chegando ao limite de afirmar que iria “somalizar Angola”. 45 Enquanto isso, as chancelarias
internacionais e a ONU investiram numa sequência infindável de reuniões dentro e fora do
território angolano, na tentativa de fazer o líder da UNITA retomar o processo e participar do
segundo turno. Não deram resultado. Foram mais 10 longos anos de guerra para que a paz
voltasse a Angola, ainda que preenchidos com novas tentativas de negociação entre os
beligerantes. Um novo acordo de paz entre o governo e a UNITA seria assinado em abril de
2002, após a morte em combate de Jonas Savimbi, ocorrida em fevereiro do mesmo ano.

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CONCLUSÃO

Com o estudo feito, chega-se a conclusão que a eleição é todo processo pelo qual um
grupo designa um ou mais de um de seus integrantes para ocupar um cargo por meio de votação.

Na democracia representativa, é o processo que consiste na escolha de determinados


indivíduos para exercerem o poder soberano, concedido pelo povo através do voto, devendo
estes, assim, exercerem o papel de representantes da nação.

Na República de Angola, as primeiras eleições gerais ocorreram em 1992, onde


participaram vários partidos e movimentos, com maior destaque o MPLA, a UNITA e a FNLA.

Quanto aos resultados das referidas eleições, se pode dizer que o MPLA, obteve a
maioria dos votos, seguida da UNITA e outros, mas não eram os resultados definitivos por que,
esperava-se uma segunda volta que, com o reacender das ostilidade não se realizou.

Após as eleições de 1992, Angola, voltou a mergulhar em mais uma guerra civil entre o
MPLA, partido que ganhou a primeira volta das eleições e a UNITA.

Passado este período, foram rubricados vários acordo de paz, com maior destaque aos
Protocolo de Lusaka, aos 20 de Novembro de 1994, e um novo acordo de paz entre o governo
e a UNITA seria assinado em abril de 2002, após a morte em combate de Jonas Savimbi,
ocorrida em fevereiro do mesmo ano.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALBUQUERQUE, Carlos. Angola. A cultura do medo. Lisboa: Editora Livros do Brasil, 2002.
AMUCHÁSTEGUI, Domingo.

CORREIA, Pedro Pezarat. Angola. Do Alvor a Lusaka. Lisboa: Hugin, 1996. FERREIRA,
Manuel Ennes. A indústria em tempo de guerra (Angola, 1975-91). Lisboa: Edições
Cosmos/Instituto da Defesa Nacional, 1999.

Estudos Afro-Asiáticos. V. 25, 1994, p. 225-250.

REZOLA, Maria I. 25 de Abril – Mitos de uma Revolução. Lisboa: Esfera dos Livros, 2007.

SECCO, Lincoln. A Revolução dos Cravos. São Paulo: Editora Alameda, 2004.

TALI, Jean-Michel Mabeko. O MPLA perante si mesmo (1962-1977). Luanda: Nzila, 2001, 2
volumes.

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