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FACULDADE DE DIREITO
CURSO DE DIREITO
Grupo nº 1
DOCENTE
___________________________
Luanda, 2023
UNIVERSIDADE DE BELAS
FACULDADE DE DIREITO
CURSO DE DIREITO
Grupo nº 1
INTEGRANTES DO GRUPO
___________________________
Luanda, 2023
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AGRADECIMENTOS
3
Resumo
Este trabalho tem como objectivo analisar o processo de construção dos Estados
Angolanos e as ideias políticas defendidas durante a guerra de libertação e a formação
dos Estados nacionais à luz da trajectória política dos Movimentos de Libertação de
Angola (MPLA, UPA/ FNLA, e apartirde1966, a UNITA) Tendo em vista que o MPLA
é o partido no poder desde a independência do país, em 1975, verifica-se importante
associação entre o mesmo e o Estado Angolano em si. Através de uma análise histórica
das relações internacionais, procurou-se demonstrar isso ao longo deste trabalho.
Uma ilustração histórica da política colonial portuguesa e das origens dos Movimentos
de Libertação Nacional., por sua vez, buscou-se compreender de forma sucinta as disputas
políticas entre esses Movimentos e, como eles impactaram o processo de construção do
Estado Angolano, e como o fim da Guerra Civil consagrou a hegemonia política do
MPLA no país., por fim, é feito um balanço da evolução política do MPLA no poder ao
longo da Guerra Civil. A partir da investigação do objecto de pesquisa.
1
SUMÁRIO
AGRADECIMENTO ....................................................................................................... ii
Resumo ............................................................................................................................ iii
Introdução ......................................................................................................................... 9
Delimitação ....................................................................................................................... 6
Problematica ..................................................................................................................... 6
Justificativa ....................................................................................................................... 6
Objectivos ......................................................................................................................... 1
Metódologia ...................................................................................................................... 7
Fundamentação teorica ..................................................................................................... 7
Invansão e colonnização de angola pelo os Portugueses ................................................ 11
Da invansão a conferencia de berlim (1884) .................................................................. 12
Da conferencia de Berlim ao inicio da guerra colonial (1961)....................................... 12
inicio dos conflitos greve da baixa do cassanje (1961) .................................................. 12
4 de Janeiro a revolta dos trabalhadores dos campos de algudão ................................... 15
4 De Fevereiro .................................................................................................................. 7
movimento indepedentistas formação dos movimentos de libertação nacional ............ 16
União dos povos de angola (UPA) FRENTE NACIONAL DA LIBERTAÇÃO DE
ANGOLA FNLA ............................................................................................................ 17
UNIÃO NACIONAL PARA INDEPENDECIA TOTAL DE ANGOLA (UNITA) ..... 20
Abertura da frente lesta 1966.......................................................................................... 21
Criação da UNITA.......................................................................................................... 21
Raizes politico-ideologicas da república e Angola a região .......................................... 23
Miguel Maria Nzau
Lúcio Lara
Nito Alves
CONCLUSÃO
Bibliografia
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INTRODUÇÃO
1
Mais adiante, abordaremos sobre as ideologias defendidas por alguns
nacionalistas angolanos durante o processo de libertação colonial. Nomeadamente: Jonas
Malheiro S. Savimbi; Alcides Sakala; Lúcio Lara; Migeuel Nzau Puna e Nito Alves.
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DELIMITAÇÃO DO TERRITÓRIO ANGOLANO
1
Alcides Sakala e sua ideologia
Ele nasceu no Bailundo em 23 de Dezembro de 1953, é um político angolano da
UNITA e membro da Assembleia Nacional de Angola. Ele nasceu na Missão Evangélica
do Chilume. Fez os estudos primários no Bailundo e os estudos liceais na outrora cidade
de Nova Lisboa, hoje Huambo. Nesta cidade ingressou em Dezembro de 1974, tendo dois
anos mais tarde integrado a coluna do falecido Jonas Savimbi.
➢ Unidade
➢ Integridade
➢ Acção para Victoria
➢ Ele foi formado em Ciências Politicas e relações internacionais.
1,Ele defendia a ideologia baseada na unidade nacional, pois para ele um dos
fundamentos mais importantes era e sempre será a unidade nacional, pois unidos somos
mais fortes.
3 – Acção para vitória: O caminho para a vitória é longo e árduo, mais é necessário
continuar tentando novas estratégias para assegurar a paz e garantir que a vitória esteja
sempre do lado de todos aqueles que optarem por escolher a justiça.
1
INVASÃO E COLONIZAÇÃO DE ANGOLA PELOS
PORTUGUESES
No entanto, uma das principais ameaças dos guerrilheiros vinha do seu interior:
disputas tribais, diferenças étnicas e culturais. Ao longo do conflito, a UPA/FNLA, o
MPLA e a UNITA, que actuavam em diferentes regiões de Angola, por vezes
defrontavam-se entre eles. Estas divergências iriam agudizar-se após a Independência de
Angola, com a Guerra Civil Angolana.
3
Em Portugal, a guerra colonial era há muito tempo contestada: a população via os seus
familiares a morrer ou a ficarem deficientes; o país via os seus recursos financeiros a
esgotarem-se, a produção a decair e a inflação a subir; e surgiam vozes discordantes do
regime, desde a esquerda à direita, passando pela igreja católica, pelos movimentos
estudantis e pelas associações sindicais. Aliada a esta contestação social, e a uma pressão
internacional sobre a condução da Guerra Colonial Portuguesa, vai crescendo a influência
comunista sobre os militares portugueses.
1
Da invasão à conferência de berlim (1884)
Em 1575, Paulo Dias de Novais funda Luanda com a designação de São Paulo da
Assunção de Loanda. Dispondo de cerca de 100 famílias e 400 soldados, Novais
estabelece uma "praça-forte" essencialmente destinada ao tráfico de escravos. Em 1605,
a coroa portuguesa atribui o estatuto de cidade a Luanda. Várias infra-estruturais
como fortes e portos foram construídas e mantidas pelos portugueses que, no entanto, não
procederam à ocupação de um território maior, fixando-se apenas em certos pontos do
interior imediato. Benguela, um forte desde 1587, passando a cidade em 1617, foi outro
ponto estratégico fundado e administrado por Portugal. A presença portuguesa nestes
pontos do litoral foi marcada por uma série de conflitos, tratados e disputas com as
unidades políticas próximas, nomeadamente o Reino do Congo, Reino do Dongo e
do Reino da Matamba.
Disponível em:
https://www.portaldiplomatico.mne.gov.pt/relacoesbilaterais/paisesgeral/confer
encia-de-berlim Os movimentos de libertação em Angola e a criação das
Forças Armadas Angolanas: contributos da ideologia política Luís Manuel
Brás Bernardino Tempo & Argumento, Florianópolis, v. 13, n. 34, e010 6,
set./dez. 2021 p.13 designa por “Colonialismo Moderno”.
1
1961 INICIO DOS CONFLITOS GREVE DA BAIXA DO
CASSANGE
4 De Janeiro: revolta dos trabalhadores dos campos de algodão
Revolta puramente laboral sem qualquer tipo de motivações políticas que nada
teve a ver com o início da guerra. A data de início do conflito não é consensual, embora,
para o Governo angolano, o 4 de Fevereiro de 1961 seja o dia oficial do início da Luta
Armada de Libertação Nacional. No entanto, um mês antes, a 4 de Janeiro, tem lugar a
Revolta da Baixa do Cassange (Malange), onde se dá um levantamento popular dos
milhares de trabalhadores dos campos de algodão da companhia Luso-Belga Cotonang.
As duras condições de trabalho e de vida, a constante repressão aliada à influência da
independência do Congo em Junho de 1960 (na região do Cassange viviam os congos que
tinham origens comuns com povos do Congo), foram os principais factores que deram
origem à sublevação destes angolanos. Os trabalhadores decidiram fazer greve e
armaram-se de catanas e canhangulos (espingardas artesanais). Designada por "Guerra de
Maria", por ter sido inspirada por António Marianoligado à UPA, os revoltosos destroem
plantações, pontes e casas.
4 De Fevereiro
7
oposicionistas ao regime português, e que, supostamente, iria atracar em Luanda. Deste
modo, ao contrário da revolta de 4 de Janeiro, os incidentes do 4 de Fevereiro foram do
conhecimento público.
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CONCLUSÃO
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Resumo
Este trabalho tem como objectivo analisar o processo de construção dos Estados
Angolanos e as ideias políticas defendidas durante a guerra de libertação e a formação
dos Estados nacionais à luz da trajectória política dos Movimentos de Libertação de
Angola (MPLA, UPA/ FNLA, e apartirde1966, a UNITA) Tendo em vista que o MPLA
é o partido no poder desde a independência do país, em 1975, verifica-se importante
associação entre o mesmo e o Estado Angolano em si. Através de uma análise histórica
das relações internacionais, procurou-se demonstrar isso ao longo deste trabalho.
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MOVIMENTOS INDEPENDENTISTAS FORMAÇÃO DOS
MOVIMENTOS DE LIBERTAÇÃO NACIONAL
Viriato da Cruz e apoiado, exteriormente, pela União Soviética e por Cuba; ainda
tentou apoio junto dos EUA mas sem sucesso visto este já estarem a ajudar a UPA/FNLA.
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União dos Povos de Angola (UPA)/Frente Nacional de Libertação de Angola
(FNLA)
Criação da UNITA
Em 1966, Jonas Savimbi cria a UNITA, depois de ter saído em conflito com
Holden Roberto da FNLA/GRAE. Praticamente limitado ao apoio dos ovimbundos,
Savimbi estabelece a sua base na Zâmbia, e em alguns pontos de Angola. A primeira
operação da UNITA data de Dezembro de 1966, com um ataque a Cassamba, no Leste,
seguido de outro a Teixeira de Sousa. De acordo com os militares portugueses, porém, o
MPLA reivindica para si a autoria deste ataque em Março desse ano. No entanto, um ano
depois, a organização de Savimbi é expulsa da Zâmbia após ter atacado o caminho-de-
ferro de Benguelae um comboio que transportava cobre. Embora frágil em relação ao
armamento, a força da UNITA baseava-se essencialmente na personalidade forte de
Savimbi que conseguia o apoio em massa das populações. Neste ano, a UNITA de
Savimbi, aumenta a sua actividade na zona Leste, rumo ao Bié. Em 1968, com o apoio da
1
população, a UNITA consegue infligir sérios danos ao caminho-de-ferro de Benguela,
destruindo vários metros de carris e fazendo descarrilar várias composições. De acordo
com Savimbi, a UNITA passa a ter a sua sede no interior de Angola.
Durante o ano de 1955, Mário Pinto de Andrade e o seu irmão Joaquim, criaram
o Partido Comunista Angolano (PCA). Em Dezembro de 1956 o PLUAA juntou-se ao
PCA, que funcionava na clandestinidade influenciado pelo Partido Comunista
Português (PCP),] para fundar o Movimento Popular de Libertação de
Angola (MPLA). Este, liderado por Viriato da Cruz, Mário Andrade, Ilidio
Machado e Lúcio Lara, obteve o apoio dos ambundos de Luanda. Em 1959, tem lugar a
Conferências dos Povos de África, em Acra. As forças nacionalistas aproveitam o evento
para, com o apoio das populações dos musseques de Luanda, se manifestarem nas ruas
contra a escravatura e exigindo a independência. As autoridades responderam à
manifestação com força e, nos dias seguintes, a polícia fez detenções nos
musseques. Em junho de 1960, no seguimento de reivindicações para uma solução
pacifica do problema colonial, vários membros do MPLA, entre eles Agostinho Neto e
Joaquim Pinto de Andrade, são presos em Lisboa; dois anos depois, Agostinho Neto
consegue evadir-se da sua residência, em Maio de 1962.
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que mais tarde seriam líderes nas guerrilhas de libertação, escritores e políticos como
Agostinho Neto, Amílcar Cabral, Eduardo Mondlane, Luandino Vieira, Marcelino dos
Santos, Pepetela ou Mário Pinto de Andrade. Em 1961, cerca de 100 estudantes africanos
fogem de Lisboa para França, onde uns foram estudar e outros se juntar aos movimentos
independentistas. As casas dos Estudantes do Império de Coimbra e do Porto seriam
encerradas em 1961, e a de Lisboa em 1965.
Dos três movimentos nacionalistas, o MPLA era o de natureza mais elitista dado
ter nas suas fileiras membros que tinham estudado em Portugal e que faziam parte de
famílias afro-portuguesas de elite; o seu apoio não tinha origem étnica.[88] O fim deste
Estatuto data de 1961, ano em que Adriano Moreira, ministro do Ultramar, o
revoga. Com o fim do Estatuto, passa a ser possível aos angolanos "indígenas" terem
cidadania portuguesa, sem qualquer tipo de discriminação; e a puderem ser integrados no
sistema educacional nacional.
1
JONAS MALHEIRO S. SAVIMBI 1934 2002
OBS: Para o Dr. Jonas Savimbi o mais importante era resolver e organizar o povo
angolano e que nunca mais e sob nenhuma condição retroceder para escravatura ou
opressão. Africanidade: os negros possuem os mesmos valores que os brancos. Todos
eram detentores da liberdade e livre expressão as culturas e tradições deveriam ser
respeitadas valorizadas e ensinadas as gerações futuras valorizadas como um legado
deixado para todas gerações.Para Dr. Jonas Savimbi a oprssao e a escrevatura bem como
todas formas de descriminação deriam ser erradicadas do meio dos angolanos pois são
todos negros.Frase em 1 angolano em 2 angolano em 3 angolano e em último angolano
não sei aonde poderiam ficar os estrangeiros! Deveriam voltar em suas terras.
•
m Angola, o MPLA enfrentou duramente a União Nacional para a
Independência Total de Angola (UNITA), fundada em 1964 por Jonas
Savimbi e de ideologia antimarxista. Em Moçambique, a luta armada
contra os portugueses deu-se a Em Moçambique, a luta armada contra
os portugueses deu-se a partir de 1964, com a Frente de Libertação de
Moçambique (FRELIMO), coordenando as ações, sob a liderança de
Eduardo Chivambo Mondlane, um soba que fora educado na África do
Sul e nos Estados Unidos. Em São Tomé e Príncipe, bem como
na Guiné-Bissau, os movimentos pela libertação foram tomando corpo
e exigindo a presença de tropas cada vez mais numerosas para conter
os revolucionários.
- Como citado in: História Da Literatura Portuguesa - Página 61,
José Édil de Lima Alves - Editora da ULBRA,
2001, ISBN 8575280074, 9788575280072 -
134páginas
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AS RAÍZES POLÍTICO-IDEOLÓGICAS DA REPÚBLICA DE
ANGOLA A REGIÃO
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Bibliografia
Delimitação do tema
Problema científico
Justificativa
Para os académicos a presente pesquisa vai contribuir para uma maior e melhor
compreender como e quais foram as principais ideias politicas durante a guerra de
libertação colonial em Angola e na satisfação do pesquisador com base ao assunto.
Para os pesquisadores científicos vai contribuir para o aumento dos seus interesses
e conhecimento a respeito do assunto em causa.
Para sociedade a pesquisa vai contribuir para a melhor relação e interesse nas
histórias de Angola e não só.
Objectivos gerais
Objectivo específico
1
Abordar o tema a luz da revisão da literatura.
Métodos utilizados
Metodologia
Para a efectivação dos objectivos preconizados a pesquisa serviu-se de métodos
bibliográfico, documental e histórico.
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Miguel Maria N'Zau
Puna (Cabinda, 23 de fevereiro de 1933 — Luanda, 17 de julho de 2022) foi
um militar, diplomata e político angolano. Serviu como Secretário-Geral da UNITA de
1966 até 1992, ocupando vários cargos no governo angolano já como filiado
ao MPLA.N'Zau Puna nasceu em 23 de março de 1933, em Cabinda.[2] Seu pai era José
Cabinda e sua mãe era Margarida Swaly.
Após a sua deserção, ingressou no MPLA, com o qual foi nomeado vice-ministro
da administração territorial de 1997 a 1999. De 28 de Setembro de 2000 a 2008, foi
embaixador de Angola no Canadá[1] e deputado pelo MPLA na Assembleia
Nacional Angolana, eleito nas eleições legislativas angolanas de 2008. Faleceu em
Luanda em 17 de Julho de 2022.
1
Lúcio Lara
Foi presidente interino de Angola por dez dias, em setembro de 1979, entre a
morte de Agostinho Neto e a posse de José Eduardo dos Santos. Foi membro do
parlamento angolano desde a independência até 1992.
Fez seus estudos primários na cidade do Huambo, com sua família deslocando-se
para o Lubango para que pudesse completar o ensino secundário no Liceu Diogo Cão
(atual Escola Rei Mandume ya Ndemufayo).
Neste ínterim, em 1951 alista-se para prestar serviço militar em Portugal, não
concluindo o período por ficar muito doente.
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debates acerca do problema colonial, elemento importante para burlar a vigilância dos
serviços secretos portugueses e evitar a interceptação de correspondências.
No seio do MAC e do PCP conhece em Lisboa a Ruth Pflüger, filha de pai alemão
e de mãe judia-alemã (que haviam fugido do nazismo), com quem casa-se naquela
capital em 1955. Na data da morte de Agostinho Neto, Lara era o mais alto membro do
bureau político e vice-presidente do MPLA. Com isto, assumiu interinamente as funções
de presidente do partido, e, por extensão, de presidente da República Popular de Angola.
1
Nito Alves
Nito Alves lutava nas fileiras do MPLA desde 1961. Quando em 1974 se dá o 25
de Abril em Portugal, era o comandante militar das Forças Armadas Populares de
Libertação de Angola (FAPLA) na I Região Político-Militar, responsável pelos combates
nos Dembos, Luanda e Norte de Angola.
Neto tinha dado a Alves a tarefa de reprimir as dissidências dos Comitês Amílcar
Cabral (CAC) e Henda, e depois a Organização Comunista de Angola (OCA). Enquanto
tinha sucesso na empreitada repressiva, expandia sua própria influência dentro do MPLA
por meio do controle dos jornais e da televisão estatais do país.
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à volta de Agostinho Neto, Lúcio Lara, Iko Carreira, Saíde Mingas e Lopo do
Nascimento,[2] e uma facção radical, com Nito Alves e José Jacinto Van-Dúnem à
cabeça, que opunha-se a uma suposta predominância de mestiços e brancos no governo e
contra as políticas socioeconômicas, a que atribuíam a pobreza em massa do pós-guerra
de independência e guerra civil recém-iniciada.
Nito Alves era considerado por alguns o segundo homem do poder, logo a seguir
a Agostinho Neto, e fora nomeado Ministro da Administração Interna quando o MPLA
formou o primeiro governo de Angola. Porém, o seu descontentamento com a alegada
orientação de Agostinho Neto a favor dos intelectuais urbanos mestiços como Lúcio Lara,
Presidente do Conselho da Revolução, influente histórico e um dos principais ideólogos
do partido; o então ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Teixeira Jorge, e; o
Ministro da Defesa, Iko Carreira, fomentou um foco de divisão no seio do Governo.
O discurso nitista de uma luta de classes com roupagem racial radicalizou quando
retornou da missão diplomática partidária que realizou com seu mais próximo aliado, José
Jacinto Van-Dúnem, ao XXV Congresso do Partido Comunista da União
Soviética (PCUS), entre o final de fevereiro e o início de Março de 1976. No retorno em
Março de 1976, discursou defendendo que deveria ocorrer a "transformação do MPLA
em partido político armado com a teoria científica-revolucionária", indicando uma visão
de implantação da linha marxista-leninista e do modelo soviético no programa do partido
e nas políticas de Estado. Utilizando-se de forte propaganda midiática entre os setores
1
populares, a temática racial ganhava destaque nos debates nitistas, havendo uma clara
separação ao final de 1976 entre a ala de Nito e o grupo dirigente de Neto.
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tomasse uma posição contra uma suposta conspiração ou "santa aliança" entre a social-
democracia e o maoísmo que estavam a definir os rumos do MPLA, defendendo que se
alterasse essa tendência com o retorno à linha marxista-leninista pura.
Logo nessa mesma noite, a DISA, sob comando de Ludy Kissassunda e Henrique
Onambwé, começou as buscas às casas à procura dos líderes Nitistas. No rescaldo do
golpe, muitas pessoas foram submetidas a prisões arbitrárias, torturas, condenações sem
julgamento ou execuções sumárias, levadas a cabo pelo Tribunal Militar Especial ou
Comissão Revolucionária.
Não se sabe a data exata em que Nito Alves foi preso, mas sabe-se que foi
fuzilado e que se fez desaparecer o seu corpo. Sita Valles e José Jacinto Van-
Dúnem foram aprisionados a 16 de junho de 1977. Em 1978, o jornalista e
escritor australiano Wilfred Burchett afirmou, com base em sua investigação
particular, que Nito Alves fora executado bem como Sita Valles, José Jacinto
Van-Dúnem, o Ministro do Comércio Interno David Minerva Machado, além
dos comandantes superiores do exército do MPLA “Jacob Monstro”
Imortal e “Eduardo Ernesto Bakalof.”
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