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UNIVERSIDADE AGOSTINHO NETO

FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS


DEPARTAMENTO CIÊNCIA POLÍTICA

Trabalho de Metódos e Práticas de Investigação em Ciências Sociais e Humanas

O Processo de Descolonização em Angola de 1961 à 1975

Por: Salvador Lourenço Francisco

1∘ Ano, Sala 107

Luanda, 2024
UIVERSIDADE AGOSTINHO NETO
FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA POLÍTICA

Trabalho de Metódos e Práticas de Investigação em Ciências Sociais e Humanas

O Processo de Descolonização em angola de 1961 à 1975

Por: Salvador Lourenço Francisco


1 Ano, Sala 107

Trabalho apresentado à Faculdade de Ciências


Sociais da Universidade Agostinho Neto
para avaliação na disciplina de Metódos e
Práticasde Investigação em Ciências Sociais
e Humanasdo Curso de Ciência Política,
mistrada pelo Me. Fernando Muquepe

Luanda,2024
Limitação e Delimitação do Estudo

Este tema limita-se nos acontecimentos decorrentes em Angla, e da República de


Portugal, no período compreendido de 1961 à 1975, foi o período em que as
contestações nacionais tomaram contornos críticos externos (conflito armado), que
originou em três movimentos de libertação nacional com diferenças ideológicas, que
combatiam contra o opressor.

Delimitei está pesquisa em Angola porque é logicamente a base do meu interesse de


estudo, fez-se uma incursão aos meandros dos vários relacionamentos sociais e
político entre os intervenientes, de forma a dar-nos a dimensão necessária para o
mesmo, e Portugal por ser um dos intervenientes neste processo, que podem nos
fornecer importantes subsídios para essa pesquisa. Acredito que com esta delimitação
posso desenvolver de forma exitosa a minha pesquisa, porque os principais
acontecimentos e atos decorrentes da descolonização e, que influenciaram o seu
curso, fizeram eco e foram desenvolvidos dentro dos mesmos.

Formulação do problema

É imperioso ter em conta que Portugal na altura tinha em vigência um regime político
ditatorial, e para melhor elucidadação recorremos a teoria de Nicolau Marquiavel,
caracterizava a política absolutista de um Estado que procura a não realização dos fins
do Estado, mas a obediência dos seus membros. Segundo o mesmo, preocupa-se
apenas com a obediência dos seus súbditos do que a realização do bem comum. Para
o alcance dos resultados desejados, todos os meios são considerados legítimos. A
vontade do chefe supermo representa a razão de ser e a manifestação do Estado.
Potencializada pela aprovação de 26 de Junho de 1945 a carta das Nações Unidas
(ONU), cujo artigo 73⠁obrigava as potências coloniais a desenvolver nas colónias
sistemas de autogoverno de acordo com as aspirações políticas das populações.

Em Angola, todos os grupos na sua fase embrionária procuravam consolidar suas


convicções agregando no seu seio indivíduos com aspirações políticas homogêneas,
que posteriolmente deram origem a três movimentos de libertação nacional
distintos,com convicções políticas diferntes. A diferença entre os movimentos de
libertação, remonta desde as suas gêneses, e teriam tido como base a evolução
histórica, cultural,social e política diferentes, sendo que inicialmente os mesmos
desnvolviam as suas atividades ignorando a existência um do outro (Rocha, 2012:
129).
Durante a luta contra opressão, os movimentos de libertação nacional relacionaram-se
com vários e distintos países, conforme se posicionamento ideológico e o quanto de
apoio podessem receber, quer bélico, quer financeiro. Estes relacionamentos tiveram
grandes infruência nas formulações dos projetos políticos de cada movimento de
libertação, no âmbito do processo de descolonizeção de Angola. Paradoxalmente aos
interesses da luta contra a opressão, constactou-se que o relacionamento entre os
movimentos de libertação era de total hostelidade, de tal modo que os seus confrontos
resultavam em lutas com armas de fogo bélicas. As posições de extrema rivalidade que
os mesmos adoptaram entre si, muitas vezes incompreensivelmente, tornaram
impossível qulquer tipo de consenso (Cardoso, 2005: 385). Partindo desses
pressupostos, o presente trabalho pretende analisar a imersão desta corrente
comportamental da trajetória política dos movimentos de libertação, que o inclusive, se
reflete na sua efetivação e afirmação na arena política internacional. Quais factores
motivaram, a luta entre os nacionalistas no processo de descolonização de Angola.

Formulação de Hipótese

Para responder o questionamento feito na pergunta de partida, julgo oportuno


considerar as seguintes hipóteses:

Hipótese 1) Os fatores ideológicos e políticos que influenciaram a luta entre os


movimentos.

Hipótese 2) O comportamento dos movimentos de libertação com os países que


recebiam os apoios políticos e económicos.

Justificativa do Estudo

Qualquer que seja a forma de contestação e contexto político. Sabe-se que uma luta
para a conquista da soberania, exige a mobilização duma maioria significativa da
população, a unidade política amoral das diversas categorias sociais, a liquidação da
mentalidade de subservência e conformismo, a recusa das regras e dos tabus sociais e
religiosos incomparáveis com o carácter contestador. A luta que os movimentos de
libertação desenvolviam em Angola, era contra a subjugação de uma Nação soberana.

Todavia, assistia-se no processo de descolonização em Angola, o alastramento


incompreesível da violência, confrontos armados em grande escala entre os
movimentos de libertação principalmente, era um verdadeiro terror. É importante
também ter em conta, as considerações tecidas sobre o tema em apreço, de forma a
acautelar o o futuro, para que novos acordos, novas negociações e novas
maquinações políticas não venham nunca mais sacrificar os interesses mais legítimos
e mais sagrados de um povo, vítima de séculos de exploração e dominação colonial.

Objetivos

Objetivo Geral

Pretende-se com esta pesquisa, alcançar os seguintes objetivos:

1) Mostrar de que forma se deu o processo de descolonização de Angola.

2) Identificar os factores que motivaram os nacionalistas no processo de


descolonização de Angola.

Objetivo Específico

Esta pesquisa visa os seguintes objetivos específicos:

Analisar a concessão e emancipação das elites angolanas na luta contra a opressão


em Angola.

Compreender o envolvimento da comunidade internacinal no processo de


descolonização de Angola.

Visualizar a interação dos diferentes movimentos de libertação (MPLA, FNLA, e


UNITA) no processo de descolonização de Angola.

1) Estudar as causas que motivaram o surgimento das crises no seio dos


movimentos de libertação.

Fundamentação Teórica

Na base de qualquer análise de trabalho científico, afigura-me pertinentemente definir


os conceitos, anteriolmente citados, para melhor entendermos o tema em apreço. Para
o presente trabalho foram definidos conceitos de: Política, Movimento de Libertação,
Soberania, Elites,Descolonização, Ditadura e Subversão.
● Política
A Política aplica-se estritamente as ações dos homens que têm por marco de
referência a polis, o Estado e que estão orientados de alguma maneira. Para
Max Weber política significa esforço de participar no poder ou esforço para influir
sobre a distribuição do poder seja entre os Estados ou entre os grupos dentro do
mesmo Estado. A luta pela conquista passa pela manuntenção e defesa do
poder, é o que caracteriza a actividade política. A política é a ciência da
constituição e da conduda da sociedade.

● Soberania
Em política, é o exercício da autoridade que reside num povo e que se exerce
por intermédio dos seus órgãos constituicionais representativos. No dicionário de
Língua Portuguesa da Porto Editora (2011: 1108) também define o conceito de
soberania como sendo a autoridade suprema do poder público e como a alteza
ou excelência não superada em qualquer ordem imaterial. Segundo, Jacques
Rousseau, citado (Ricardo, 2002: 274), soberano é o povo. Porém cada cidadão
é soberano e súbdito em simultâneo, uma vez que contribui para a criaçãoda
autoridade (como tal, faz parte da mesma) embora, por sua vez, esteja
submetido a esta mesma autoridade e seja obrigado a obedecer a esta.

● Elite
A teoria das elites surgiu no final do século XIX, tendo como fundador o filósofo
e pensador político Gaetano Mosca, (Rawls, 1997: 64) ele estabeleceu os
pressupostos do elitismo ao salietar que em toda sociedade, seja ela arcaica,
antiga ou moderna, existe sempre uma minoria que é detentora do poder em
detrimento da de uma maioria que dele esta privado.
Mosca considera a força das elites, como das mais atuantes no contexto das
mudanças sociais. De acordo com esta teoria as sociedades estão divididas
entre dois grupos: os governantes e os governados. Os governantes são menos
numerosos, monopolizam o podere impõem sua vontade valendo-se de métodos
legítimos ou arbitrários e violentos ao restante da sociedade. Para Vilfredo
Pareto, (Rawls, 1999: 350) elite significa uma alternativa teórica ao conceito de
classe dominante de Karl Marx. os homens são desiguais em todos os campos
da sua actividade, dispõe-se em vários níveis que vão do superior ao inferior, e
chamou de elite política aqueles que fazem parte do gru mais elevado (superior),
ocupou-se dos indivíduos que estavam nos elevados graus de riqueza e de
poder e que, por constituir a elite política ou aristrocacia, muito se preocupa em
conservar o poder a mobilidade social reinante. Segundo Robert Dahl, (Rawls,
1999: 351) elite pode ser o grupo minoritário que exerça uma dominação política
sobre a maioria dentro de sistema de poder democrático.
Para este trabalho, defeniu-se o conceito de elite com base nas teorias acima
anunciadas. Elite pode ser uma referência genérica a grupos posicionados em
locais hierárquicos de diferentes instituições públicas, partidos ou orgabizações
de classe, ou seja, pode ser entendido como aquelas que têm a capacidade de
de tomar decisões políticas ou económicas e, pode ainda designar aquelas
pessoas ou grupos capazes de formar e difundir opiniões que servem como
referência para os demais membros da sociedade.

● Ditadura
Segundo Aristóteles e Platão, (Bobbio, 1981: 83-101) a marca da ditadura é a
ilegalidade, ou seja, a violação das leis e regras pré-estipuladas pela quebra da
legetimidade do poder; uma vez no comando, o ditador revoga a legislação em
vigor, sobrpondo-a com regras estabelecidas de acordo com as convivências
para a perpetuação deste poder. A sucessão nesse estado de legalidade é
sempre difícil. Aristóteles atribuiu a vida relativamente curta das tiranias à
fraqueza inerente dos sistemas que usam a força sem o apoio do direito.
Marquiavel, (Bobbio, 1981: 84) também chegou à mesma conclusão sobre as
ditaduras e seu colapso, quando das sucessões dos ditadores, pois este (a
ditadura) é o regime que tem menor duração, e de todos, é o que tem o pior
final, e, segundo as palavras deste, a queda ditadura deve às desventurais
imprevisíveis da sorte. Consequentemente, considerou-se mais viável para o
presente trabalho a definição de proposta por Aristóteles e Platão.

● Subversão
No dicionário Universal da Língua Portuguesa, (Jaime, 2008: 1126) encontramos
definida como, ação ou efeito de subverter; práticas de atos subversivos; revolta,
insubordinação contra a autoridade, as leis e os princípios estabelecidos.
Segundo Jorge de Miranda, (Miranda, 2000: 51) é todo ataque por forma
insidiosa ou violenta, à ordem política e social estabelecida, tendo em vista
substituí-la, a médio ou longo prazo. Amaro Monteiro, (Garcia, 2009: 22)
definiu-a como o exercício de meios psicológicos assentes sobre valores
sociomorais perfilados pelas maiorias, visando, em geral por forma
predominante e prolongadamente não ostensiva, a queda ou controlo global ou
parcial do poder por minorias, num território ou em um outro objetivo a atingir,
acompanhando sindromatologias pré-revolucinárias
Todas elas referem uma alteração da ordem e do poder ou a sua conquista, por
uma minoria, sendo que adoptei esta última definição por me parecer a mais
adquada para o meu trabalho.
● Descoloniação
Nate Roy, socialista indiano, citado (Fanon, 2008: 11) o conceito de
descolonização, referido no ano de 1927, representa o conjunto de concessões
feitas pelo colonialismo inglês a buguersia Indiana. Ele considerava a
descolonização tal como se pronunciava em seu país naquela época,
caracterizada como uma manobra de recuperação pelas potências coloniais das
lutas conduzidas pelos povos colonizados, visando a sua independência.
A descolonização pode ser descrita como um processo histórico,
primoldialmente política, ocorrida em especial após a segunda guerra mundial, e
que se traduziu na obtenção gradativa da independência das colónias europeias
situadas na Ásia e na África. Teve o seu ritmo regulado quer pelas formas de
luta dos povos colonizados na conquista da sua independência, quer pela
política de concessões de autonomia diferente, segundo a potência colonizadora
e, sobretudo, a especificidade de cada território.

Metodologia

Como metodologia investigativa do ao trabalho recorreu-se a perspectiva sistémica,


optei por uma pesquisa bibliográfica, tendo em conta o tema em apreço, que marcou
um período muito importate para nossa Nação, para o caso concreto desta pesquisa,
optei também pelo uso do método quantitativo e qualitativo quanto a forma de
abordagens. Para tal utilizou-se o método de comparação e sistematização, como
técnica de investigação e análise.

Índice Provisório do Futoro Trabalho

ÍNDICE…….………………………………………………………………………………………I
SIGLAS E
ABREVIATURAS……………………………………………………………………II
RESUMO………………………………………………………………………………………..III
ABSTRACT…………….……………………………………………………………………….IV
INTRDUÇÂO……………………………………….……………………………………………1

CAPÌTULO I - AS NEGOCIAÇÕES ENTRE O GOVERNO PORTUGUÊS E OS


MOVIMENTOS DE LIBERTAÇÃO DE ANGOLA

1.1. O processo de
descolonização….………………………………………………………..8
1.2. Contexto político e económico de
Angola………..……………………………….……10
1.3. A formação dos grupos políticos e de representação………………………………...11
1.4. Origem das discórdias entre os Movimentos de Libertação
Nacional………………14
1.5. Influência da comunidade internacional no processo de
descolonização………….15
1.6. Pontos de convergência entre os
atores……………………………….………………17
1.7. As negociações no início do processo de descolonização…………………………..17

CONCLUSÂO………………………………………………………………………………….19
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS…………………………………………………………20
APÊNDICE………………………………………………………………..……………………22
ANEXO…………………………………………………………………………..……………..24

CRONOGRAMA

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CARDOSO, A. S.(2000). Angola Anatomia de uma tragédia. Lisboa: Oficina do Livro.


CORREA, P. (1985). O processo de descolonização em Angola: do 25 de Abril ao
Alvor, 25 de Abril 10 anos depois. Lisboa: Dom Quixote.
FERNANDO, E. (2012). Jonas Savimbi - No lado errado da história. Lisboa: Dom
Quixote.
HEIMER, F. (1980). O processo de descolonização em Angola, 1974-1976. Ensaio de
sociologia política. Lisboa: Dom Quixote.
CARVALHO, N. (2004). Era tempo de morrer em África: Angola guerra e
descolonização 1961-1975. Lisboa: Prefácio.
MATEUS, D.C. (2011). Guerra colonial: causas e consequências. Lisboa: Textos
Editores
MATROSSE, D. (2008). Memórias e reflexões. Luanda: Editorial Nzila.
MASPERO, L. F. (1969). O imperialismo em 1970. Paris: Sá da Costa editora.
MEDINA, M. C. (2005). Angola, processo político para a independência. Lisboa:
Edições Almeida.
http://pissarros.home.sapo.pt
www.duplipensar.net
www.enciclopedia.tiosam.com

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