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DIREITOS HUMANOS
Resumo
Este estudo visa analisar as influências filosóficas no surgimento dos direitos humanos,
explorando o contexto e a fundamentação filosófica subjacente. Utilizando abordagens
dedutivas e dialéticas, além de pesquisa descritiva e explicativa, a metodologia inclui revisão
bibliográfica e documentação direta. Examina-se o surgimento da sociologia e dos direitos
humanos, destacando pensadores como Comte, Durkheim, Locke, Rousseau, Bentham e Mill.
A relação entre sociologia e direitos humanos é explorada, abordando desigualdades,
movimentos sociais, condições de trabalho e poder. Conclui-se ressaltando desafios
persistentes nos direitos humanos em Angola, enfatizando a necessidade de abordagens
integradas, incluindo reformas institucionais, engajamento cívico e programas educacionais
para promover uma sociedade mais justa e equitativa. A interação entre visões filosóficas
diversificadas destaca a complexidade na compreensão dos direitos humanos, sendo imperativo
traduzir essas reflexões em ações concretas para enfrentar as raízes das disparidades sociais e
contribuir para um futuro mais inclusivo e respeitoso.
Abstract
This study aims to analyze the philosophical influences on the emergence of human rights,
exploring the context and underlying philosophical foundation. Using deductive and dialectical
approaches, in addition to descriptive and explanatory research, the methodology includes
bibliographic review and direct documentation. The emergence of sociology and human rights
is examined, highlighting thinkers such as Comte, Durkheim, Locke, Rousseau, Bentham and
Mill. The relationship between sociology and human rights is explored, addressing inequalities,
social movements, working conditions and power. It concludes by highlighting persistent
human rights challenges in Angola, emphasizing the need for integrated approaches, including
institutional reforms, civic engagement and educational programs to promote a more just and
equitable society. The interaction between diverse philosophical views highlights the
complexity in understanding human rights, and it is imperative to translate these reflections
into concrete actions to address the roots of social disparities and contribute to a more inclusive
and respectful future.
1
Estudante do segundo ano do curso de contabilidade do Instituto Superior Politécnico de tecnologias
e ciências; Turma: T1; 20220103@isptec.co.ao
2
Estudante do segundo ano do curso de Contabilidade do Instituto superior politécnico de tecnologias
e ciências; Turma: T1; 20221707@isptec.co.ao
INTRODUÇÃO
METODOLOGIA CIENTÍFICA
Ambos métodos podem ser identificados pelo facto de que foram utilizados conteúdos
já existentes que sendo analisados para elaboração teórica do trabalho foram seguidos com uma
revisão bibliográfica, tendo em consideração a matéria dada em sala de aula transmitida pelo
professor Anselmo Liatunga e as pesquisas já elaboradas.
Com a ruptura ocasionada pelas revoluções, Comte vem dizer que apesar da estagnação
no crescimento social francês, a revolução francesa era necessária para o desenvolvimento de
um novo pensamento político. Durante este empecilho Comte vem então apresentar a lei dos
três estados e inaugurando o positivismo.
Apesar de Comte ter dado o primeiro passo para a criação da sociologia, Émile
Durkheim, levando o positivismo ao extremo julgou que as estruturas sociais controlavam as
ações dos indivíduos e podiam ser estudadas objectivamente, formulou então o método
comparativo de análise social baseado em factos sociais (conjunto de pensamentos, ações e
sentimentos exteriores do indivíduo, impostos ao indivíduo pela sociedade), tendo assim como
objectivo identificar esses factos e comparar os dados obtidos das diferentes sociedades, onde
assim por fim, este veio a autonomizar a sociologia como ciência.
2. SURGIMENTO DOS DIREITOS HUMANOS
Falar sobre direitos humanos, requer entender sobre a ONU e os seus objetivos. Esta
então (Organização das nações unidas) é uma organização internacional, fundada em 24 de
Outubro de 1945, tendo a sua carta assinada em São Francisco a 26 de Junho de 1945 e sendo
ratificada pela China, União Soviética, Reino Unido e os Estados Unidos que procura unir todas
as nações do mundo em prol da paz e do desenvolvimento com base nos princípios da justiça,
dignidade humana e no bem-estar de todos. Esta tem como objectivo possibilitar o diálogo
entre as nações de modo a que possa encontrar soluções para questões relacionadas com a
humanidade, paz, segurança, direitos humanos, governação e entre muitos outros.
Quanto aos direitos humanos, sendo estes elementos abordados pela ONU, foram
proclamados pela assembleia geral das nações unidas em 10 de Dezembro de 1948, como
resposta às atrocidades cometidas nas duas guerras mundiais. Filosoficamente a ideia de um
direito universal, natural e igualitário, surge na filosofia política e moral, contudo, embora o
termo “direitos humanos” seja uma invenção moderna, alguns princípios fundamentais
relacionados a dignidade humana e a justiça, podem ser encontrados em filósofos da
antiguidade, ou seja, no pensamento ético de filósofos gregos como Aristóteles, Sócrates e
Platão há considerações sobre a moralidade e a natureza intrínseca do ser humano.
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É uma teoria política e filosófica baseada na ideia de que existe um contrato social que retira o ser
humano do seu estado de natureza e coloca-o em estado de convivência com outros seres humanos,
estabelecendo leis para que a convivência seja harmônica.
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Uma teoria filosófica que defende que uma ação só pode ser considerada moralmente correta se as suas
consequências promoverem o bem-estar coletivo.
liberdade no seguinte trecho: “O direito à liberdade é o direito de cada um agir em
princípio sem restrições e sem coações…”.
● Jean Jacques Rousseau (1712- 1778) em seu contrato social batizado popularmente
como “teoria do bom selvagem” considerava que o ser humano em seu estado de
natureza é livre e bom desde o seu nascimento, mas é corrompido pela sociedade em
que vive, seu contributo foi visto principalmente durante a revolução francesa onde foi
responsável pela apelação dos direitos humanos do povo;
Para Jean Jacques Rousseau com seu pensamento político, cuja ideia central é a garantia
da igualdade e da liberdade, “renunciar a liberdade é renunciar a qualidade de homem, aos
direitos da humanidade e até aos próprios deveres”, (ROUSSEAU, 1973, pág. 33), anuncia
como sua tarefa: “encontrar uma forma de associação que defenda e proteja a pessoa e os
bens de cada associado com toda a forma comum, e pela qual cada um, unindo-se a todos, só
obedece, contudo, a si mesmo, permanecendo assim tão livre quanto antes” (ROUSSEAU,
1973, pág. 38). É denominado assim, que “a vontade geral, para ser verdadeiramente geral
(…) deve partir de todos para aplicar-se a todos” (ROUSSEAU, 1973, pág. 55), de modo a
que entende-se que a lei deve ser expressa em termos gerais para que não haja possibilidade de
privilégios, bem como discriminação de qualquer tipo.
● John Stuart Mill (1806-1873): é conhecido por sua defesa da liberdade individual e sua
obra “Sobre a Liberdade”, tendo argumentado que a sociedade deveria permitir a
máxima liberdade possível para os indivíduos, desde que não prejudicasse o bem-estar
dos outros.
Analisando-se, observa-se então que os direitos humanos são uma lente pela qual a
sociologia examina e analisa as estruturas sociais, relações e dinâmicas que moldam a vida das
pessoas em sociedade. A sociologia fornece ferramentas teóricas e metodológicas para
compreender melhor como as questões relacionadas aos direitos humanos estão integradas na
trama social.
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1. CONTEXTUALIZAÇÃO SÓCIO-POLÍTICA EM ANGOLA
Com o relatório sobre os direitos humanos em Angola no ano de 2023, notou-se que há
desafios persistentes em relação aos direitos humanos, evidenciados por inconsistências na
democracia, limitações à liberdade de imprensa, persistências nas desigualdades de gênero, etc.
Assim, realça-se as disparidades sociais, acentuando a distância entre os estratos sociais. As
desigualdades não se restringem apenas aos aspectos econômicos, mas se manifestam entre
regiões, grupos étnicos e classes sociais. Esta realidade cria um terreno fértil para o
desenvolvimento de uma cultura profundamente enraizada que normaliza e trivializa tais
disparidades. Este cenário possui implicações significativas, promovendo a corrupção e
diversas formas de violência entre outros elementos. A observação de Elie Wiesel5 de que "a
5
sobrevivente do Holocausto, autor renomado e defensor dos direitos humanos. (1928-2016)
violência é a linguagem da intolerância" torna-se particularmente relevante, explicando os
frequentes sinais de ameaça dessas questões morais em Angola.
Torna-se então crucial ressaltar que, ao analisar a situação dos direitos humanos em
Angola, observamos não apenas a necessidade de reformas políticas e sociais, mas também de
uma revisão profunda das instituições que moldam a vida cotidiana dos cidadãos. O sistema
jurídico, por exemplo, desempenha um papel fundamental na proteção dos direitos humanos, e
é imperativo avaliar sua eficácia e imparcialidade e tendo ainda como aspecto relevante o papel
da sociedade civil na promoção dos direitos humanos. Organizações não governamentais,
ativistas e a população em geral desempenham um papel crucial na conscientização e na
pressão por mudanças. O engajamento cívico é uma ferramenta poderosa para criar uma cultura
de respeito aos direitos humanos, desafiando as normas que perpetuam as desigualdades e a
injustiça.
Neste contexto, a educação desempenha um papel vital, não apenas na formação moral
dos indivíduos, como proposto por Rousseau, mas também na disseminação de conhecimento
sobre os direitos humanos e na promoção de uma cultura de tolerância e respeito mútuo.
Programas educacionais que incluam esses temas desde cedo podem contribuir
significativamente para a construção de uma sociedade mais justa e inclusiva.
Em síntese, a abordagem de Rousseau oferece um quadro valioso para entender e
abordar as questões de direitos humanos em Angola. No entanto, sua aplicação prática exige
um compromisso abrangente com reformas institucionais, engajamento cívico, fortalecimento
do sistema jurídico e programas educacionais que promovam valores fundamentais. Somente
através de uma abordagem integrada e multifacetada podemos esperar transformações
significativas na promoção e proteção dos direitos humanos em Angola.
CONCLUSÃO
BIBLIOGRAFIA
PERES P. M. C. Rousseau: a política como exercício pedagógico. São Paulo: Moderna, 2003.