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Resumo

Unidade 2

A segunda unidade aborda o significado das Ciências Sociais e suas três áreas: Sociologia,
Antropologia e Ciência Política. Inicialmente, são apresentadas noções introdutórias, destacando
os pressupostos do conhecimento nas ciências sociais. A Sociologia, como ciência do século
XIX, tem raízes históricas e sociais, sendo influenciada por eventos como a Revolução Francesa,
a Revolução Industrial e a Revolução Científica.

O Renascimento é identificado como um marco importante na transição da sociedade medieval


para a moderna, destacando mudanças na Europa, como a abertura comercial e a emergência do
individualismo. A ênfase no pensamento racional e na busca pelo conhecimento marca o período,
com a ciência voltando-se para a realidade concreta do mundo.

A Revolução Francesa de 1789 é destacada como um evento crucial, não apenas para alterar a
estrutura do Estado, mas para abolir a antiga sociedade, promovendo inovações na economia,
política e cultura. O fortalecimento do mercado internacional e o surgimento da Revolução
Industrial são discutidos como impulsionadores da intelectualidade burguesa na elaboração de
um pensamento próprio.

Augusto Comte, em 1830, propõe a ideia de uma "Física Social" aplicando o método científico
ao estudo da sociedade. O positivismo, derivado do cientificismo, busca substituir explicações
teológicas e filosóficas por leis universais. Comte define o objeto da sociologia, estabelecendo
conceitos e metodologia de investigação.

O positivismo é caracterizado por uma visão da sociedade como um organismo coeso,


funcionando harmonicamente. O movimento republicano pós-Revolução Francesa promove a
igualdade jurídica, democracia restrita e liberdade política. As ideias iluministas de progresso,
racionalismo e cientificismo prepararam o terreno para o progresso científico no final do século
XIX.

O positivismo é identificado como o pensamento que exalta a sociedade europeia do século XIX,
buscando resolver conflitos por meio da coesão social e promover o bem-estar geral. O resumo
conclui com uma orientação para o aluno explorar o material de apoio disponível no ambiente
virtual.

Unidade 3:

1. As Três Áreas das Ciências Sociais:

 Sociologia
 Antropologia
 Ciência Política
1.1. Pressupostos do Conhecimento nas Ciências Sociais:

A sociologia é uma forma de conhecimento científico originada no século XIX, com causas
históricas e sociais. Três acontecimentos fundamentais para o surgimento da sociologia:
Revolução Francesa de 1789, Revolução Industrial de 1950 e Revolução Científica marcada pelo
Iluminismo e Renascimento.

O Renascimento representou uma transição da sociedade medieval para o capitalismo moderno,


marcado pelo individualismo e pela laicidade. Augusto Comte propôs o positivismo como uma
abordagem científica para estudar a sociedade.

2. O Renascimento:

Momento crucial na história do Ocidente, marcando a transição entre a sociedade medieval e a


moderna. Mudanças significativas, como abertura e expansão comercial, surgimento da
mentalidade laica, distanciamento do sagrado, e foco na individualidade.

O Renascimento estimulou o pensamento científico e a busca pelo conhecimento da vida social.

3. O Positivismo de Augusto Comte:

Comte propôs a ideia de uma "Física Social" baseada na pesquisa empírica, formulação de leis
universalmente válidas e expressão matemática dos fenômenos.

O positivismo buscava substituir explicações teológicas e filosóficas por meio do método


científico.
A sociedade foi concebida como um organismo coeso, e o positivismo foi chamado de
"organicismo".

4. As Três Áreas do Conhecimento nas Ciências Sociais: Objeto de Estudo e Preocupações


Teóricas:

Sociologia, Antropologia e Ciência Política são as três grandes áreas das Ciências Sociais.

A sociologia busca criar instrumentos teóricos para refletir sobre problemas da sociedade
contemporânea.

A antropologia estuda a diversidade cultural, a identidade e a alteridade.

A ciência política se preocupa com a organização das instituições sociais no âmbito do Estado,
Governo e partidos.

5. Objetivos das Áreas do Conhecimento:

 Sociologia: Criar instrumentos teóricos para reflexão sobre problemas sociais.


 Antropologia: Estudar a diversidade cultural, identidade e alteridade.
 Ciência Política: Analisar a organização das instituições sociais no âmbito do Estado,
Governo e partidos.

6. Conceitos Fundamentais nas Ciências Sociais:

Cultura: Fundamental na Antropologia, refere-se aos padrões de comportamento, crenças,


valores e símbolos compartilhados por um grupo.

Identidade: Construção social e cultural que reflete os mecanismos pelos quais as pessoas se
percebem e são percebidas em relação à sociedade.

Alteridade: O estudo do "outro" em relação ao "eu", explorando as diferenças culturais e


sociais.

7. Ciência Política: Princípios Fundamentais:

Origem na palavra grega "pólis", relacionada ao exercício do poder na cidade.

Ciência Política preocupa-se com a organização de instituições sociais, como Estado, Governo e
partidos.
Nicolau Maquiavel desvinculou o dever ser do agir na política, enfatizando uma abordagem
realista.

8. Principais Abordagens em Ciência Política:

 Descrição e análise das estruturas do Estado.


 Compreensão dos mecanismos de controle e participação social.
 Estudos do legislativo, executivo e judiciário.
 Estudo dos diferentes sistemas políticos.

Unidade:3
por quem realiza a ação. Por outro lado, o sentido é também um fenômeno intersubjetivo, pois é
compartilhado pelos membros de uma sociedade, criando assim uma compreensão mútua.

Weber destaca quatro tipos puros de ação social, cada um caracterizado por um tipo específico de
sentido:

 Ação Social com Sentido Racional com Relação a Fins (Zweckrational Handeln): Neste
tipo de ação, o indivíduo age de maneira racional, calculando meios e fins. Ele escolhe
meios eficientes para atingir objetivos específicos.

 Ação Social com Sentido Valorativo (Wertrational Handeln): Aqui, a ação é orientada por
valores intrínsecos, crenças, princípios éticos ou estéticos. O indivíduo age de acordo
com o que considera moralmente certo, independentemente dos resultados práticos.

 Ação Social com Sentido Emocional (Gefühlsrational Handeln): Neste tipo de ação, as
emoções e sentimentos desempenham um papel central. A ação é orientada por reações
afetivas, como amor, raiva ou medo.

 Ação Social Tradicional (Traditionales Handeln): Este tipo de ação é orientado por
hábitos arraigados, costumes e tradições. O indivíduo age de acordo com as práticas
estabelecidas ao longo do tempo, sem necessariamente refletir sobre os motivos ou
objetivos.
Além disso, Weber introduziu o conceito de "ação comunitária" (communal action), que ocorre
quando os membros de uma comunidade agem em uníssono, muitas vezes seguindo tradições
coletivas.

Tipos de Dominação Weber também explorou o conceito de dominação, ou seja, a probabilidade


de encontrar obediência a ordens específicas em uma sociedade. Ele identificou três tipos puros
de dominação:

 Dominação Legal-Racional: Baseia-se em regras e leis formais. A autoridade é investida


em posições específicas e não em pessoas. Exemplos incluem líderes políticos eleitos e
funcionários públicos.

 Dominação Tradicional: Fundamenta-se em tradições e costumes. A autoridade é


legitimada pela continuidade com o passado. Monarquias hereditárias são exemplos de
dominação tradicional.

 Dominação Carismática: Baseia-se nas qualidades pessoais extraordinárias de um líder. A


autoridade é legitimada pela devoção e admiração dos seguidores. Líderes carismáticos,
como Mahatma Gandhi ou Martin Luther King Jr., exemplificam esse tipo de dominação.

Weber reconheceu que, na realidade, as formas puras de ação social e dominação coexistem e se
entrelaçam de maneiras complexas. Ele enfatizou a importância de compreender o significado
subjetivo das ações individuais para obter uma visão mais completa das dinâmicas sociais.

Contribuições e Críticas

Cada um dos teóricos clássicos das ciências sociais - Émile Durkheim, Karl Marx e Max Weber
- trouxe perspectivas únicas para o entendimento da sociedade. Enquanto Durkheim enfatizou a
coesão social e a importância dos fatos sociais, Marx focou nas relações de classe e nas
estruturas econômicas. Weber, por sua vez, concentrou-se na ação social, nos significados
subjetivos e nos tipos de dominação.

As teorias desses pensadores continuam a ser influentes e são frequentemente utilizadas de


maneira complementar na análise sociológica. Cada abordagem oferece insights valiosos para
compreender diferentes aspectos da sociedade, como coesão social, conflito de classes,
significados culturais e dinâmicas de poder.
No entanto, é importante notar que essas teorias não são isentas de críticas. Algumas críticas
comuns incluem a simplificação excessiva de processos sociais complexos, a ênfase em
determinantes econômicos em detrimento de outros fatores e as limitações na consideração da
diversidade e da mudança social ao longo do tempo.

Conclusão O estudo dos clássicos das ciências sociais, incluindo Durkheim, Marx e Weber,
fornece uma base sólida para a compreensão das teorias sociológicas.

Émile Durkheim:

 Considerado o fundador da sociologia.


 Contribuiu para a compreensão da sociedade industrial.
 Desenvolveu o conceito de "fato social", destacando sua exterioridade, coerção e
generalidade.
 Investiu no estudo da solidariedade social, diferenciando entre solidariedade mecânica e
orgânica.
 Analisou o suicídio como um fenômeno social, identificando tipos como altruísta, egoísta
e anômico.
 Abordou a relação entre religião e sociedade, destacando a sociedade como uma
realidade sagrada.
Karl Marx:

 Filósofo, historiador, economista e jornalista.


 Desenvolveu a concepção materialista da história.
 Introduziu o conceito de luta de classes como motor da história.
 Analisou o capitalismo, destacando a exploração da classe trabalhadora.
 Propôs a teoria da mais-valia como fonte de lucro.
 Previu a inevitabilidade da revolução proletária e a transição para o comunismo.
Max Weber:

 Contribuiu para a compreensão do capitalismo ocidental.


 Centrou sua análise na "ação social", destacando o significado subjetivo atribuído pelos
agentes sociais.
 Desenvolveu a ideia de "ação com sentido" como objeto de estudo da sociologia.
 Explorou a influência da ética protestante no desenvolvimento do capitalismo.
 Enfatizou a importância da compreensão interpretativa na pesquisa sociológica.

Esses pensadores ofereceram perspectivas distintas, contribuindo para a formação e


desenvolvimento da sociologia e das ciências sociais como um todo. Suas teorias abordaram
temas como coesão social, luta de classes, estrutura econômica e significado na ação social,
proporcionando uma compreensão abrangente da complexidade das sociedades humanas.

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