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1 O QUE É SOCIOLOGIA?
A História da Sociologia
A Filosofia Social na Antiguidade
Sócrates, ao questionas os filósofos sofistas, lançou as bases para uma
especulação racional sobre a sociedade. Embora não tenha deixado nada escrito,
sabemos, graças a seus discípulos Platão e Xenofonte, que Sócrates procurava
um fundamento para as interrogações humanas: O que é o bem? O que é a
virtude? O que é a justiça? Também sabemos que Sócrates se opunha à
democracia que era praticada em Atenas à sua época e que considerava o filósofo
o mais perfeito governante para um Estado.
Platão insatisfeito com as formas políticas e sociais de seu tempo, escreveu
A República. Nesta obra, traçou o perfil da sociedade ideal, buscou assentar a
divisão de classes e discutiu as relações entre cidade e Estado. Para Platão, a
sociedade só seria perfeita com a supressão da desigualdade entre os cidadãos,
cabendo, portanto, ao Estado confiscar toda a riqueza privada e constituir um
fundo comum que seria utilizado para a proteção coletiva.
Aristóteles, em suas obras, procurou definir os elementos simples que
compõem a sociedade e as transições qualitativas que distinguem os diversos
grupos e instituições – da família à vizinhança, à comunidade ou cidade e ao
Estado. Definiu o cidadão como aquele que se caracteriza pelo fato de participar
da justiça e do poder. Descreveu três tipos de Estado – a realeza, a aristocracia e
a república – e seus desvios – a tirania, a oligarquia e a democracia.
Os Primeiros Pensadores
Karl Marx
O pensador alemão Karl Marx (1818-1883) contribuiu significativamente
para o desenvolvimento da Sociologia, apesar de não ter utilizado este termo em
nenhuma parte de sua obra. Seu objetivo maior foi o de estudar a sociedade de
seu tempo – a sociedade capitalista – e propor uma ampla transformação
econômica e social. No entanto, para entender o capitalismo e a natureza da
organização econômica, Marx desenvolveu uma teoria abrangente com o
propósito de explicar todas as formas produtivas criadas pelo ser humano: o
materialismo histórico.
De acordo com o materialismo histórico, a estrutura de uma sociedade
reflete a forma como os seres humanos organizam a produção social de bens.
Para Marx, o estudo do modo de produção é fundamental para compreender
como se organiza e funciona uma sociedade. Assim, as relações de produção
devem ser entendidas como as mais importantes relações sociais. A organização
familiar, a religião, as leis, as ideias políticas e os valores sociais, por sua vez,
devem ser encarados como fenômenos cuja explicação depende do estudo do
desenvolvimento e do colapso dos diferentes modos de produção.
Émile Durkheim
Émile Durkheim é reconhecido como o autor que mais se esforçou para
emancipar a Sociologia das demais ciências sociais e para constituí-la como
disciplina rigorosamente científica. Bastante influenciado pelo Positivismo,
Durkheim publicou, em 1895, As regras do método sociológico, onde, a partir do
estudo dos fatos sociais como “coisas”, definiu o objeto da Sociologia e as bases
de sua metodologia.
Durkheim se distinguiu dos demais positivistas porque suas ideias
transcenderam o nível de reflexão filosófica e passaram a constituir um conjunto
sistemático de pressupostos teóricos e metodológicos sobre toda a sociedade. Foi
ele quem realmente abandonou a especulação dos positivistas e apresentou a
Sociologia como uma ciência rigorosa, centrada na verificação de fatos que
poderiam ser observados, mensurados e relacionados mediante dados coletados
diretamente pelos cientistas. Sua obra O suicídio, de 1897, é considerada uma
das pioneiras da investigação social empírica. Nela, Durkheim, com base na
análise de dados obtidos em registros documentais, demonstra como a ocorrência
do suicídio varia inversamente ao grau de integração do grupo social do qual o
indivíduo faz parte.
Max Weber
Max Weber é o consolidador da Sociologia na Alemanha. Suas ideias, que
abarcam assuntos variados nos domínios da Economia, Sociologia, Direito,
Ciência Política, dentre outros, continuam a influenciar muitos sociólogos
contemporâneos. Dentre suas principais obras, estão: A ética protestante e o
espírito do capitalismo e Economia e sociedade.
Diferentemente do modelo proposto pelo Positivismo, Weber não analisa as
regras e normas sociais como “coisas” exteriores aos indivíduos. Pelo contrário,
segundo seu método, as normas e regras sociais devem ser entendidas como o
resultado do conjunto de ações individuais. Weber enfatiza o papel ativo do
pesquisador em face da sociedade.
2 CULTURA E SOCIALIZAÇÃO
Componentes da Cultura
▪ Símbolo: qualquer coisa utilizada para representar outra. Bandeiras,
cruzes, insígnias, hinos, palavras, números e beijos são, portanto,
símbolos. A existência da cultura depende desses símbolos. São eles que
habilitam as pessoas a criar, comunicar e transmitir às gerações
subsequentes os outros componentes da cultura. Sem eles os outros
componentes da cultura não existiriam;
▪ Linguagem: constitui um elemento essencial de uma cultura porque
distinguem os humanos das demais espécies. Os membros de uma
sociedade geralmente compartilham uma linguagem comum, o que facilita
as trocas diárias;
▪ Crenças e Valores: são afirmações que as pessoas fazem acerca do que
admitem ser verdadeiro. São ainda concepções a respeito do que é
importante ou do que vale a pena. Suas origens podem ser encontradas no
senso comum, nas tradições, nas autoridades, na ciência etc.;
▪ Normas: Normas. São regras de conduta ou expectativas sociais para o
comportamento. Elas especificam como as pessoas devem ou não agir nas
várias situações sociais. Elas podem ser normas informais ou normas
formais, sendo ambas passíveis de sanções quando não cumpridas;
▪ Cultura Material: é constituída pelo conjunto de objetos – tecidos,
utensílios, ferramental, adornos, meios de transporte, moradias, armas etc.
– que formam o ambiente concreto de determinada sociedade.
Diversidade Cultural
A evolução da cultura não é uniforme, pois ela tem de se adaptar a
múltiplas circunstâncias, tais como as características geográficas do território, o
tipo de população e o nível de tecnologia. Essa adaptação a diferentes condições
provoca diferenças em relação a todos os elementos da cultura, incluindo
normas, sanções, valores e a própria linguagem. Logo, a despeito da presença
dos universais da cultura, verifica-se notável diversidade entre as culturas.
É muito raro encontrar uma sociedade com padrões culturais
compartilhados por todos os seus membros. Isso pode ocorrer apenas em
sociedades isoladas com características pré-industriais. A maioria das
sociedades modernas é constituída por grupos que compartilham muitos dos
padrões da sociedade mais ampla, mas que apresentam suas próprias normas,
valores e estilos de vida. Esses segmentos da sociedade são conhecidos como
subculturas.
As subculturas podem refletir diferenças raciais ou étnicas, como as
encontradas, por exemplo, nos grupos de chineses, coreanos e judeus. Outras
subculturas se desenvolvem em torno de uma ocupação profissional, como a dos
militares, pescadores e atletas. Grupos religiosos, como os mórmons e as
testemunhas de Jeová, também formam subculturas. Existem, ainda,
subculturas que se formam em função de fatores geográficos, como a dos
gaúchos e dos nordestinos. Podem também ser identificadas subculturas
baseadas na faixa etária, como a dos jovens; na preferência sexual, como a dos
homossexuais; nas preferências musicais, como a dos roqueiros etc.
Dentre as subculturas é possível identificar algumas cujos integrantes
aderem a crenças e valores que conflitam com as normas e valores da sociedade
dominante, e que são denominadas contraculturas.
Por serem não conformistas e por prescreverem mudanças radicais, em
algumas sociedades os integrantes desses grupos têm sido objeto de repressão
por parte das autoridades, mas seus comportamentos de modo geral não são
considerados criminosos, nem mesmo ilegais. Seus membros, no entanto,
tendem a se afastar da sociedade, se não fisicamente, pelo menos do ponto de
vista ideológico ou comportamental, visto que rejeitam os valores dominantes e
lutam para mudá-los.
Mudança Cultural
▪ Inovação – o é o processo de introdução de uma nova ideia ou objeto numa
cultura. Existem duas formas de inovação
- Invenção: é o processo de criação de novos elementos culturais que
produziram grande impacto na vida em sociedade;
- Descoberta: trata do reconhecimento ou do melhor conhecimento de
alguma coisa existente.
▪ Difusão – consiste na expansão de traços culturais de uma sociedade para
outra. A difusão pode ocorrer em virtude de uma ampla variedade de
fatores, tais como: colonização, conquistas militares, trabalho missionário,
turismo, influência dos meios de comunicação de massa e Internet.
Socialização
Socialização é o processo pelo qual as pessoas aprendem as atitudes,
valores e condutas apropriadas para seu ajustamento a determinada cultura. A
sociedade de muitas formas socializa os cidadãos. Assim, uma pessoa socializada
é aquela que, com sucesso, tornou-se membro de seu grupo ou da sociedade em
que vive. Todos nós nascemos com potencial para a ação humana. Porém, a
socialização é que, a rigor, cria as qualidades que nos tornam plenamente
humanos, já que a linguagem, as habilidades de relacionamento e a própria
consciência do que somos são adquiridas à medida que nos socializamos. Graças
a ela é que incorporamos os elementos socioculturais essenciais para nossa
adaptação ao ambiente social em que devemos viver.
Agentes da Socialização
▪ Família: a família é o primeiro intermediário na transmissão cultural da
sociedade aos indivíduos, então o que se chama de socialização primária
ocorre na família. Por meio de interações que ocorrem dentro da família, os
indivíduos aprendem sobre padrões de comportamento, atitudes, crenças e
valores que se aplicam à comunidade;
▪ Escola: a escola possibilita ao individuo entrar em contato com muitas
outras pessoas e com contextos diferentes do seu próprio. É no contexto
escolar que a criança passa a reconhecer a importância atribuída pela
sociedade a questões como raça e gênero. Além disso, a forma com que são
desenvolvidas as atividades escolares, assim como a cobrança acerca do
desempenho das crianças, reforça o aprendizado dos valores sociais;
▪ Grupos de pares: Ao longo do tempo, as crianças entram em contato com
grupos cujos membros têm idade, posição social e interesses em comum.
Por meio deles é que as crianças aprendem a estabelecer relacionamentos
por conta própria. Esses grupos também oferecem a chance de discutir
assuntos que os adultos não compartilham, como roupas e música, ou não
toleram, como drogas e sexo;
▪ Meios de comunicação de massa: nas sociedades modernas, os meios de
comunicação tornaram-se importantes agentes de socialização tanto de
jovens como de adultos. Parte da função socializadora desses meios é
explicitamente procurada, como notícias e filmes de caráter didático. Mas
na maioria das vezes esses meios exercem sua função sem serem
diretamente procurados, por meio, por exemplo, de programas voltados à
distração e à diversão;
▪ Ambiente de trabalho: O aprendizado de uma ocupação é um aspecto
fundamental da socialização, pois nas sociedades modernas o ingresso no
mercado de trabalho é que confirma o status de adulto.
3 INTERAÇÃO, ESTRUTURA, GRUPOS E ORGANIZAÇÕES
SOCIAIS
Estrutura Social
A Estrutura Social se refere à colocação e à posição de indivíduos e grupos
dentro desse sistema de obrigações e relações. Dessa forma, o agrupamento de
indivíduos, de acordo com posições, que resulta dos padrões essenciais de
relações de obrigação, constitui a estrutura social de uma sociedade.
Pode-se, portanto, de uma maneira bastante simplificada, definir estrutura
social como o conjunto inter-relacionado de posições dentro da organização
social. Essas posições formam uma rede, pois são todas posições em relação a
outras posições, não podendo, portanto, ser identificadas como unidades
isoladas. A estrutura social coordena as atividades individuais, garante a
continuidade da organização e possibilita as manifestações individuais
espontâneas, mas dentro de determinados limites.
Grupos Sociais
Os Grupos Sociais correspondem às relações estabelecidas entre duas ou
mais pessoas que: (1) se definem como seus membros, (2) interagem
frequentemente de acordo com determinados padrões, (3) esperam certos
comportamentos dos outros membros, que não esperam de outras pessoas, e (4)
são definidas tanto pelos membros do grupo como por não membros como
pertencentes a um grupo com base em características comuns. Esta definição,
no entanto, exclui outros conjuntos de pessoas:
▪ Categorias Sociais são conjuntos de pessoas que compartilham
características comuns. As pessoas que formam uma categoria social não
precisam estar próximas fisicamente nem manifestar algum tipo de
interação. Essas categorias, no entanto, assumem relevância nos estudos
sociológicos, pois muitas categorias podem dar origem a grupos sociais.
▪ Agregados Sociais constituem uma reunião de pessoas aglomeradas que,
apesar da proximidade física, tem um mínimo de comunicação e de relações
sociais. Pessoas que se reúnem para assistir a um filme ou a uma peça de
teatro, embora tenham um objetivo comum e observem determinadas
normas, não mantêm praticamente nenhuma interação. Pessoas que
residem num condomínio, ou que trabalham numa organização, embora
próximas fisicamente, mantêm-se relativamente estranhas.
Tipos de Grupos Sociais
Os grupos podem ser classificados de várias maneiras, segundo suas
características. Charles Cooley (1902) fala em primários e secundários:
▪ Os Grupos Primários são assim denominados porque são fundamentais
para a existência das pessoas e da sociedade. São pequenos, duradouros,
íntimos e não especializados. As pessoas se apegam fortemente a eles, pois
atendem a muitas de suas necessidades. Seus membros interessam-se uns
pelos outros enquanto pessoas, realizam atividades em comum, conversam
afetuosamente e satisfazem à necessidade de companhia humana íntima.
É desses grupos que as pessoas recebem as primeiras socializações,
tornando-se, consequentemente, os responsáveis pela transmissão das
qualidades que tornam os indivíduos verdadeiramente seres humanos, tais
como a linguagem e a consciência.
▪ Os Grupos Secundários caracterizam-se por contatos impessoais,
passageiros, segmentários e especializados. Seus membros não se
interessam uns pelos outros enquanto pessoas, mas sim como indivíduos
capazes de satisfazer necessidades específicas. As qualidades pessoais não
são reconhecidas como importantes nesses grupos; interessam apenas
aquelas requeridas para o desempenho do papel.
Existem grupos dos quais não participamos, mas que nos são importantes
como modelos. Por exemplo, as preferências da alta sociedade em relação à moda
são importantes para quem pretende ascender socialmente. O modo de vida dos
artistas de novela interessa às pessoas que almejam a carreira de ator. Todos
esses grupos a que nos referimos quando expressamos julgamentos são
designados Grupos de Referência. Eles funcionam como pontos de apoio para
aspirações e para a tomada de consciência e formação de opiniões.
Organizações Sociais
Organização Formal
À medida que o número de membros dos grupos vai se tornando maior,
estes passam a ter mais dificuldade para solucionar seus problemas
informalmente. A interação face a face vai se tornando cada vez menos frequente
e menos previsível, fazendo com que esses grupos se tornem mais impessoais e
formais. Para que os padrões desses grupos permaneçam, requer-se sua
explicitação para que os membros entendam com clareza o que se pretende deles.
Como consequência, os padrões tendem a ser explicitados preferencialmente por
escrito. Assim, esses grupos tendem a se tornar organizações formais.
Entende-se por organizações formais grupos relativamente duradouros e
que foram deliberadamente organizados em torno de um conjunto de regras com
o propósito explícito de alcançar determinados objetivos. Essas organizações
caracterizam a sociedade moderna, onde tudo é registrado e depende de regras
escritas. De modo geral, as organizações originaram-se de grupos secundários,
que se constituem com a finalidade de alcançar objetivos específicos.
As organizações formais podem ser classificadas segundo critérios diversos:
Organizações burocráticas
Um dos mais importantes componentes das organizações formais é a
burocracia. Para Max Weber (2000), a burocracia constitui um requisito
necessário para conferir racionalidade às organizações. Assim, a burocracia pode
ser entendida como um modelo organizacional racionalmente elaborado, com
vistas a garantir a máxima eficiência possível no alcance dos objetivos
pretendidos.
Assim, Weber identifica seis elementos que caracterizam a organização
burocrática ideal:
▪ Especialização do trabalho: Nas burocracias, verifica-se uma tendência
para a divisão do trabalho muito mais acentuada que nas outras formas de
organização. Nas burocracias, os trabalhadores especializam-se numa
única tarefa, que tende a se tornar cada vez mais específica;
▪ Hierarquia da autoridade: Nas burocracias, existe uma hierarquia fixa de
posições, cada uma delas sob a supervisão de um superior. Esta hierarquia
tem a forma de uma pirâmide. A autoridade decorre da natureza do cargo
e não das características de seus ocupantes;
▪ Regras e regulamentos: As organizações burocráticas se fundamentam em
normas e regulamentos escritos, que definem as atribuições de cada cargo,
a forma de fixação de salários, os critérios para promoção, bem como os
procedimentos a serem adotados para lidar com seus públicos;
▪ Competência técnica: Os ocupantes dos cargos de comando e de
assessoria das organizações burocráticas, em virtude do rigor em sua
seleção, detêm competência para o desempenho de suas atribuições.
▪ Impessoalidade: A definição das atribuições nas burocracias é feita de
forma impessoal, ou seja, decorre da descrição dos cargos e funções e
procura não levar em consideração as pessoas envolvidas. Esta
característica é importante para garantir que os clientes da organização,
assim como os seus empregados, sejam tratados de maneira uniforme.
▪ Comunicação escrita: As burocracias requerem muitos registros escritos
para poderem funcionar. As ordens precisam ser dadas aos subordinados
de maneira clara e precisa. Os padrões de desempenho de seu pessoal, por
sua vez, precisam ser claramente fixados. Daí a necessidade constante de
memorandos, comunicados, relatórios e outros materiais escritos.
Mudança Organizacional
As organizações, assim como os indivíduos e os grupos, mudam ao longo
do tempo. As mudanças mais evidentes são as que se referem às pessoas que as
constituem. Presidentes, governadores e prefeitos mudam em virtude de eleições,
executivos de empresas são substituídos, jogadores de futebol são afastados. As
mais importantes mudanças, no entanto, referem-se à estrutura e ao
funcionamento das próprias organizações.
Muitas destas mudanças devem-se à ação dos governos. A edição de
normas para seu funcionamento, a criação de restrições à sua atuação, a
cobrança de impostos e taxas, assim como exigências quanto à contratação de
pessoal e aquisição de equipamentos, são fatores que influenciam a vida das
organizações. Nestes casos, as mudanças ocorrem com a finalidade de ajustar as
organizações ao novo contexto, já que seus objetivos continuam os mesmos.
4 CONTROLE, ESTRATIFICAÇÃO E MOBILIDADE SOCIAL
A Ordem Social
As pessoas vivem em organizações sociais, ocupam posições em sua
estrutura, internalizam crenças e valores e, consequentemente, compartilham
crenças acerca da maneira como as pessoas devem agir. É dessa recorrência e
padronização dos comportamentos que deriva a ordem social.
O conceito de ordem social é utilizado com frequência, mas nem sempre
numa definição sociológica. O dicionário Aurélio define ordem social como a
sociedade estruturada econômica e politicamente, como objeto da tutela policial
e penal. A ordem social, no entanto, não se refere necessariamente a
autoritarismo e repressão. Do ponto de vista sociológico, indica simplesmente
que as ações sociais são padronizadas e, por consequência, previsíveis.
A ordem social é necessária para a continuidade da organização social, mas
não significa que seja necessariamente boa. Por exemplo, a organização da
sociedade sul-africana durante muitos anos fundamentou-se no apartheid, ou
seja, na ordem social garantida pela discriminação racial. Mas isto não significa
que se deveria concordar com aquele regime.
controle social
A ordem social é mantida pelo controle social, ou seja, por todos os meios
e processos mediante os quais uma sociedade garante a conformidade de seus
membros às suas normas. Essa conformidade é obtida de várias formas, mas
principalmente mediante três processos de controle:
▪ A Socialização constitui a principal forma de controle social. Ela molda os
costumes, hábitos e desejos. À medida que são socializadas, as pessoas
dispõem-se mais facilmente a desempenhar seus papéis da maneira
esperada. Passam também a ter o desejo de fazer o que é necessário que
façam e, por consequência, submetem-se mais espontaneamente às
normas sociais. Graças à socialização, os membros tendem a apresentar os
mesmos costumes e a desenvolver o mesmo conjunto de hábitos;
▪ O controle social também é obtido pela Pressão Grupal continuamente
exercida sobre os seus membros do grupo para se ajustarem às suas
expectativas. Os indivíduos que ocupam posições num grupo, por sua vez,
sentem necessidade de aceitação dentro desse grupo;
▪ Em sociedades maiores e mais complexas existe a possibilidade de se
formarem subculturas que colidem com a cultura da maioria. Por essa
razão, as sociedades tendem a usar a força – sob a forma de leis e punições
formais – para compelir seus membros à conformidade exigida. Nem
sempre o uso da força leva ao êxito, mas é um fenômeno que tende a ocorrer
nas sociedades complexas.
Desvio Social
Pode-se definir desvio como uma ação que viola uma norma social. Assim,
qualquer comportamento considerado ilegal, imoral ou excêntrico pode ser
considerado desvio. É importante considerar, no entanto, que o comportamento
desviante não é necessariamente bom nem mau. Utiliza-se o conceito de desvio
para qualquer comportamento ilegal, imoral ou excêntrico. Comportamentos
desviantes são, portanto, todos aqueles que não são convencionais.
Não se pode, no entanto, considerar desvio como simples questão de ponto
de vista. O desvio constitui uma reconhecida violação de normas culturais. É o
comportamento que viola padrões de conduta ou expectativas de um grupo ou
sociedade. O significado de desvio e o que as pessoas decidem fazer em relação a
ele são questões que têm a ver com a forma como a sociedade está organizada.
Relacionam-se com as normas culturais, com as percepções de grupos e com o
poder de grupos tanto na construção quanto na supressão das normas relativas
à conformidade e desvio.
Crime
Crime é a violação da lei criminal que enseja a aplicação de penalidades
formais por autoridades governamentais. Representa, portanto, um desvio das
normas sociais formais administradas pelo Estado. As leis classificam os crimes
em diversas categorias, de acordo com a gravidade da ofensa, a idade do
criminoso, a extensão da pena e a instância de julgamento.
Os sociólogos, no entanto, classificam os crimes de acordo com as razões
que determinaram sua ocorrência e com a maneira como a sociedade os avalia.
Assim, são consideradas a seguir cinco modalidades de crime relevantes do ponto
de vista sociológico:
▪ Crime Profissional – um criminoso profissional é uma pessoa que pratica
crimes como sua ocupação diária, desenvolvendo técnicas aperfeiçoadas e
gozando de um determinado status entre outros criminosos;
▪ Crime Organizado – crime organizado é o trabalho realizado por
organizações que têm por finalidade obter poder e lucro transgredindo as
leis das sociedades;
▪ Crime de Colarinho Branco – este crime é cometido por pessoas que
ocupam altas posições no âmbito de suas ocupações profissionais;
▪ Crime Corporativo – trata-se de ação ilegal cometida por uma corporação
ou por pessoas agindo em seu nome;
▪ Crime Sem Vítima – é aquele em que não se identifica uma pessoa que
tenha sofrido danos em virtude de sua ocorrência. É a troca consciente,
entre adultos, de mercadorias e serviços desejados, porém, ilegais.
Estratificação Social
Num sentido genérico, o termo estratificação serve para designar qualquer
disposição em camadas superpostas. Assim, em Sociologia, o termo é utilizado
para designar a ordenação e classificação de indivíduos e grupos em camadas
hierárquicas, ou seja, é um sistema pelo qual a sociedade ordena categorias de
pessoas numa hierarquia, onde quanto mais elevada é a posição de uma pessoa
na hierarquia social, mais poder, prestígio e privilégios essa pessoa tem.
Para Marx, as desigualdades sociais são determinadas pelas relações de
produção, pela posição que as pessoas ocupam no processo produtivo, e pelos
arranjos que determinam como o produto do trabalho é distribuído.
Ainda de acordo com Marx, essa divisão econômica do trabalho influencia
nas outras esferas da vida, já que os capitalistas não dominam apenas o sistema
de produção material, mas a própria produção de ideias. Tanto é que a crença de
que a desigualdade decorre das capacidades e talentos das pessoas, que é aceita
por muitos trabalhadores, constitui, na realidade, a crença da burguesia
mediante a qual se justificaria a exploração da classe trabalhadora.
Max Weber concorda com Karl Marx quando este afirma que as forças
econômicas são os mais importantes fatores na determinação das desigualdades
sociais. Mas sugere que se considerem três fatores: riqueza, poder e prestígio,
que correspondem às recompensas de natureza econômica, política e social,
respectivamente. Essas recompensas frequentemente aparecem juntas, pois as
pessoas ricas de modo geral dispõem de maior poder e prestígio.
Mobilidade Social
A Mobilidade Social é uma das características mais importantes das
sociedades contemporâneas e pode ser entendida como o movimento de
indivíduos e grupos de uma posição social para outra. Esse movimento implica
alteração nas condições em que o indivíduo se relaciona com os outros e com a
sociedade como um todo, já que envolve, na maioria dos casos, alterações em
relação à renda, ao poder ou ao prestígio.
5 MOVIMENTOS
TECNOLOGIAS
SOCIAIS, MUDANÇA SOCIAL E
Movimento Socais
Embora fatores como meio ambiente físico, população, tecnologia e
desigualdade social sirvam como fontes de mudança, é o esforço coletivo das
pessoas, organizado em movimentos sociais, que leva definitivamente a
transformações. Os sociólogos utilizam a expressão Movimento Social para se
referir as atividades coletivas organizadas para efetuar ou enfrentar as mudanças
básicas em um grupo ou uma sociedade existente.
Em muitos países, os movimentos sociais tiveram um impacto crucial sobre
o curso da história e a evolução da estrutura social. Os sociólogos se baseiam em
duas explicações do motivo pelo qual as pessoas se mobilizam:
▪ Abordagem da privação relativa – ocorre quando os membros de uma
sociedade que se sentem frustrados e descontentes com as condições
sociais e econômicas não estão necessariamente em uma situação ruim. Se
tornam um movimento social quando:
- As pessoas se sentem portadoras de direitos;
- Avaliam que as ações por meios convencionais estão esgotadas (sendo
correta ou não);
- Necessária ação coletiva.
▪ Mobilização de recursos – consiste nas maneiras como um movimento
social utiliza esses recursos. O êxito dos movimentos sociais depende de
quais recursos estão disponíveis (dinheiro, influência política, espaço nos
meios de comunicação, capacidade de conscientização e recrutamento etc.)
e de quão eficazmente são utilizados.
▪ Novos Movimentos Sociais – os movimentos sociais surgidos no final da
década de 1960, quando as pessoas estão motivadas por questões de valor
e identidade social. As atividades coletivas têm foco nos valores, nas
múltiplas identidades sociais e nas melhorias de qualidade de vida.
Mudanças Sociais
Teoria Evolucionista
Na busca de uma analogia com esse modelo biológico de Darwin, os teóricos
sociais deram origem à teoria evolucionista, na qual a sociedade é vista
caminhando em uma direção definida. Os primeiros teóricos evolucionistas
concordavam que a sociedade estava progredindo inevitavelmente para um
estado mais elevado. Como era de se esperar, concluíram, à moda etnocêntrica,
que seus próprios comportamentos e culturas eram mais avançados do que das
civilizações anteriores. Existe duas abordagens a essa teoria:
▪ Teoria Evolucionista Unilinear: esta abordagem afirma que todas as
sociedades passam pelas mesmas fases sucessivas de evolução e
inevitavelmente atingem o mesmo fim.
▪ Teoria Evolucionista Multilinear: defende que as mudanças podem
ocorrer de várias maneiras e não levam inevitavelmente à mesma direção.
Os adeptos da teoria multilinear reconhecem que a cultura humana evoluiu
ao longo de várias linhas.
Teoria Funcionalista
Os sociólogos funcionalistas enfatizam o que mantém um sistema, não o
que o modifica. Isto pode sugerir que o funcionalismo pode oferecer muito pouco
para a compreensão do processo de mudança. Mas o sociólogo Talcott Parsons
demonstra como os funcionalistas são capazes de fornecer importante
contribuição para esta área do conhecimento sociológico.
Para Parsons), toda sociedade tende naturalmente a um estado de
equilíbrio. Mesmo greves prolongadas ou distúrbios na ordem pública seriam
vistos mais como rompimentos temporários no status quo do que alterações
significativas na estrutura social.
Assim, de acordo com este modelo de equilíbrio, se ocorrem mudanças
numa parte da sociedade, deverá haver ajustamentos em outra parte. Se isto não
ocorrer, o equilíbrio social ficará ameaçado ou tensões poderão se manifestar.
Parsons define quatro processos de mudança social:
▪ Diferenciação – consiste na divisão de uma unidade sistêmica em duas ou
mais unidades distintas entre si quanto às características e significado
funcional exercido no âmbito do sistema social. Por exemplo, no campo da
saúde verifica-se uma progressiva diversificação de atividades
profissionais. Dentre as novas profissões estão as de fonoaudiólogo,
fisioterapeuta e nutricionista;
▪ Aperfeiçoamento Adaptativo – corresponde à capacidade de adaptação
das novas unidades, que teriam funções mais complexas, o que implicaria
o aumento da eficiência do sistema. A divisão de trabalho no setor da saúde,
por exemplo, implica sua especialização e aperfeiçoamento, com a criação
de clínicas especializadas em áreas como fonoaudiologia e fisioterapia;
▪ Inclusão – Incumbe da integração à sociedade das novas unidades,
salvaguardando sua operação harmoniosa num novo contexto. A integração
de novos profissionais no campo da saúde, por exemplo, indica a inclusão
de integrantes de grupos sociais que tradicionalmente eram excluídos em
virtude de fatores como gênero, etnia e classe social;
▪ Generalização de Valores – que procura especificar a função de cada
unidade mediante a formulação de padrões normativos a um nível
suficientemente geral com vistas à sua legitimação. O reconhecimento da
importância dos novos profissionais de saúde e a confiança no seu
desempenho é um exemplo desta generalização de valores.
Teoria do Conflito
Diferentemente da perspectiva funcionalista, que vê a mudança como uma
forma de manter o equilíbrio da sociedade, a perspectiva do conflito advoga que
as instituições e práticas sociais se mantêm em virtude da habilidade dos grupos
poderosos para manter o status quo. A mudança, por sua vez, é reconhecida como
imprescindível para corrigir as injustiças e a desigualdade.
Marx aceitava o argumento evolucionário de que as sociedades se
desenvolvem segundo determinada trajetória. Mas, diferentemente de Comte e
Spencer, ele não via cada estágio sucessivo como uma melhoria em relação aos
anteriores. Segundo Marx, o conflito um aspecto desejável na mudança social. A
História, segundo Marx, avança através de uma série de estágios em que cada
um corresponde a um tipo de dominação. As sociedades mais antigas exploravam
os escravos, o sistema feudal explorava os servos e as sociedades capitalistas
modernas exploram a classe trabalhadora. Por isso, a mudança deve ser
encorajada como um meio para a eliminação da desigualdade social.
6 DESIGUALDADE RACIAL, QUESTÕES DE GÊNERO E
SEXUALIDADE
Significado Social de Raça e Etnia
Os termos raça e etnia são utilizados frequentemente como sinônimos. Mas
têm significados diferentes. Convém, no entanto, estabelecer essas diferenças
para que se possa discutir o assunto sob a ótica sociológica.
Pode-se definir Raça como uma categoria socialmente construída,
composta de pessoas que compartilham traços biológicos considerados
importantes pelos membros de uma sociedade. Dentre os traços que podem ser
considerados, estão: cor da pele, formato dos olhos, características faciais,
formato do corpo etc.
Já o conceito de Etnia é utilizado para designar grupos formados com base
no patrimônio cultural herdado. A etnia é baseada em traços culturais que
refletem a origem nacional, a religião ou a língua dos antepassados. Esses traços
culturais são constituídos pela maneira de vestir, gesticulação, formas
de expressão oral, hábitos alimentares, valores éticos, crenças religiosas,
literatura etc.
O Conceito de Minorias
O conceito de minoria se refere a um grupo cujos membros têm bem menos
controle ou poder sobre suas próprias vidas que os membros do grupo majoritário
ou dominante têm sobre as suas. Os grupos que constituem essas minorias, em
virtude de suas características físicas ou culturais, distinguem-se dos outros
grupos da sociedade e por isso recebem tratamento diferenciado, o que implica
menos riqueza, prestígio e poder.
O que caracteriza uma minoria são as propriedades:
• Tratamento desigual em comparação com o grupo dominante;
• Características físicas de seus membros que os distinguem dos membros
dos grupos dominantes;
• Status adquirido em virtude do nascimento;
• Forte sentimento de solidariedade grupal;
• Casamentos realizados predominantemente com membros do mesmo
grupo.
Preconceito
Preconceito é um julgamento preconcebido em relação aos membros de
determinado grupo. É uma atitude que predispõe uma pessoa a pensar, perceber,
sentir e agir de maneira favorável ou desfavorável em relação a integrantes de
determinado grupo. Como qualquer atitude, o preconceito inclui crenças que
descrevem diferentes categorias de pessoas, bem como valores que permitem
mensurar seu mérito. O preconceito pode ser demonstrado de várias formas:
▪ Estereótipos – O preconceito assume frequentemente a forma de
estereótipo, que é constituído por descrições exageradas aplicadas a cada
pessoa que integra determinada categoria. Os estereótipos são utilizados
para justificar a discriminação contra membros de vários grupos;
▪ Racismo – Uma forma muito mais poderosa e destrutiva de preconceito é
o racismo, que pode ser definido como a crença na superioridade natural
de uma categoria racial em relação a outra. O racismo se apresenta,
portanto, como uma ideologia que justifica a subordinação e a exploração
de um grupo por outro;
▪ Discriminação – Intimamente relacionada ao preconceito está a
discriminação, que consiste na negação de oportunidades e direitos iguais
a determinada categoria de pessoas. Mas, enquanto o preconceito consiste
na manifestação de uma atitude, a discriminação corresponde a uma ação.
As atitudes em relação a grupos raciais e étnicos podem diferir da ação. É
possível, por exemplo, que alguns membros dos grupos dominantes sejam
preconceituosos, mas não discriminem as minorias, enquanto outros
podem não ser preconceituosos, mas eventualmente discriminar minorias
quando lhes for conveniente ou proveitoso.
Socialização de Gênero
As sociedades definem papéis sociais que passam de geração para geração.
Esses papéis incorporam-se à personalidade das pessoas pelo processo de
socialização. Graças a ela as pessoas aprendem a se tornar homens e mulheres.
Os mais importantes agentes da socialização são:
▪ A Família – Os recém-nascidos nada sabem acerca de seu gênero e nem
como se comportar como homens ou mulheres. No entanto, influenciadas
pelos pais, as crianças rapidamente desenvolvem sua identidade sexual e
aprendem a desempenhar seus papéis de gênero;
▪ Os Grupos de Pares – A socialização de meninos e meninas é fortemente
influenciada pelos seus pares, ou seja, pelos companheiros ou
companheiras da mesma idade, e podem ser detectadas muitas diferenças
em seu relacionamento. Assim, a construção da experiência de gênero das
crianças e adolescentes deve-se em boa parte aos contatos com seus pares
nos mais diversos ambientes;
▪ A Escola – As crianças entram na escola com uma clara noção de seu sexo,
mas conhecem relativamente pouco acerca do comportamento esperado
dos adultos em relação ao gênero. A escola torna-se, portanto, um local
privilegiado para o aprendizado acerca das diferenças de gênero.
▪ Meios de Comunicação de Massa – As mensagens veiculadas pelos meios
de comunicação de massa, por serem atrativas e de ampla veiculação,
contribuem para manter a desigualdade de gênero.
7 ECONOMIA, GLOBALIZAÇÃO E CRISE ECOLÓGICA
Sistemas Econômicos
Nas sociedades contemporâneas, distinguem-se dois tipos básicos de
sistemas econômicos: capitalismo e socialismo. A rigor, são dois tipos ideais, pois
nenhuma nação adota rigorosamente um ou outro modelo. Capitalismo e
socialismo são os extremos de um contínuo ao longo do qual se situam as
economias contemporâneas. A economia de cada nação constitui uma mistura
de capitalismo e socialismo, embora um ou outro tipo mostre-se prevalente.
Capitalismo Socialismo
O capitalismo é um sistema Como tipo ideal, um sistema
econômico no qual os meios de econômico socialista tenta eliminar
produção são privados e o principal essa exploração econômica. No
incentivo para a atividade econômica socialismo, os meios de produção e
é o acúmulo de lucro. Na prática, os distribuição de uma sociedade são de
sistemas capitalistas variam no grau propriedade coletiva e não privada. O
em que o governo regulamenta a objetivo básico do sistema econômico
propriedade privada e a atividade é atender as necessidades e não
econômica. Atualmente a propriedade maximizar os lucros. O socialismo
privada e a maximização do lucro rejeita a filosofia do laissez-faire de
continuam sendo as características que a livre concorrência beneficia o
mais significativas dos sistemas público em geral. Os adeptos dessa
econômicos capitalistas. Porém, ao teoria entendem que o governo
contrário da era do laissez-faire, o central, atuando como representante
capitalismo atualmente apresenta do povo, deveria tomar as decisões
uma regulamentação extrema das básicas. Consequentemente, a
relações econômicas por parte do propriedade do governo de todas as
governo. Sem restrições, as empresas principais indústrias – incluindo a
podem enganar consumidores, produção de aço, a fabricação de
colocar em risco a segurança dos seus automóveis e a agricultura – é uma
trabalhadores e até de fraudar os característica básica do tipo ideal de
investidores da empresa – tudo na socialismo.
busca de lucros mais elevados.
Economia Informal
Na economia informal, transferências de dinheiro, bens ou serviços
ocorrem, mas não são relatadas ao governo. Aqueles que participam desse tipo
de economia evitam impostos e normas governamentais. Nos países em
desenvolvimento, a economia informal representa uma parte significativa e
frequentemente não medida da atividade economia total.
No entanto, como esse setor depende em grande parte da força de trabalho
das mulheres, o trabalho na economia informal é subvalorizado ou mesmo não
reconhecido no mundo todo. No Brasil, o mercado informal de trabalho é
consequência do aumento das taxas de desemprego e inclui empregados sem
carteira assinada e trabalhadores autônomos.
Apesar da sua aparente eficiência, esse tipo de economia informal é
problemático para o bem-estar político e econômico geral de um país. Como as
empresas informais costumam atuar em localidades remotas para evitar serem
detectadas, elas não podem expandir-se com facilidade quando se tornam
lucrativas. E dada a restrita proteção da sua propriedade e de seus direitos
contratuais, os membros da economia informal tem menos probabilidade do que
os outros de poupar e investir a sua renda.
8 REVISÃO