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SUMÁRIO
MÓDULO 03
Abertura do módulo..................................................90
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FATIPI EAD
MÓDULO
CIÊNCIA POLÍTICA, DEMOCRACIA E RELIGIÃO
Abertura do módulo
Minha oração é para que o Espírito Santo ilumine sua mente e seu coração durante o
estudo deste módulo e lhe dê uma compreensão renovada do papel da igreja de Cristo na
sociedade brasileira.
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INTERDISCIPLINAR - CIÊNCIAS SOCIAIS
MÓDULO
UNIDADE DE APRENDIZAGEM 1
OBJETIVOS
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1 Apresentar as origens da Ciência Política
Bons estudos!
As origens da ciência política estão na filosofia política, área da filosofia que se ocupa
das questões éticas, normativas e práticas relacionadas à política. A filosofia política surgiu
na Grécia Antiga, com pensadores como Platão e Aristóteles, que se perguntaram sobre a
natureza, a finalidade e a forma ideal do Estado, da sociedade e do governo. Aristóteles, ao
responder sobre o direito das cidades-Estado ao exercício do poder de governar seus cida-
dãos, formulou o que veio a ser conhecido como naturalismo político:
A cidade-Estado é a comunidade completa, oriunda de muitas vilas, a
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FATIPI EAD
A resposta de Aristóteles aponta para a natureza social dos seres humanos que os leva
da família, para a vila e desta para a cidade. A escala da cidade exige o exercício do poder
por meio do governo, assim como a família e as vilas, em escala menor, também exigiam
algum tipo de poder para o seu desenvolvimento natural.
Ao longo da história, outros filósofos, como Maquiavel, Hobbes, Locke, Rousseau, Mon-
tesquieu, Kant, Hegel, Marx, entre outros, também contribuíram para o desenvolvimento do
pensamento político, abordando temas como a soberania, o contrato social, a separação
de poderes, a democracia, a liberdade, a igualdade, a justiça, etc. Entretanto, Nicolau Ma-
quiavel (1469-1527) marcou o ponto de virada na filosofia política moderna em relação ao
pensamento de Aristóteles. Sairá de cena o naturalismo e entrará o realismo político que
justifica a existência do Estado no exercício do poder para mediar os conflitos de interesses
entre grupos sociais. Assim escreve Maquiavel:
A história é mestra de nossos atos e máximas dos príncipes; e o mun-
do sempre foi, de certa forma, habitado por homens que sempre têm
paixões iguais; e sempre houve quem serve e quem ordena, e quem
serve de má vontade, e quem se rebela e se rende (Maquiavel, 2000,
p. 165)
Thomas Hobbes (1588-1679) acreditava que o contrato social foi feito porque o ho-
mem é o lobo do próprio homem. Há no homem um desejo de destruição e de manter o
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domínio sobre o seu semelhante (competição constante, estado de guerra). Por isso, torna-
-se necessário existir um poder que esteja acima das pessoas individualmente para que o
estado de guerra seja controlado, isto é, para que o instinto destrutivo do homem seja do-
minado. Neste sentido, o Estado surge como forma de controlar os “instintos de lobo” que
existem no ser humano e, assim, garantir a preservação da vida das pessoas.
John Locke (1632-1704) defendeu que o Estado deve preservar o direito à liberdade e
à propriedade privada. As leis devem ser expressão da vontade da assembleia e não fruto
da vontade de um soberano. Locke é um opositor ferrenho da tirania e do absolutismo, colo-
cando-se contra toda tese que defendia a ideia de um poder inato dos governantes, ou seja,
de pessoas que já nascem com o poder (por exemplo, a monarquia). Para resolver os litígios
gerados por interesses rivais, deve haver um poder mediador ao qual todos devam estar sub-
metidos. O contrato social representa a aceitação e validação do poder mediador do Estado
em sua capacidade de garantir a liberdade e o direito à propriedade baseada nas leis.
É importante frisar que com os autores mencionados acima ainda não temos ciência
política e sim a filosofia política. Embora a última parta da observação da realidade, opera
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Algumas das principais teorias que a ciência política usa para explicar o poder são:
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INTERDISCIPLINAR - CIÊNCIAS SOCIAIS
De acordo com Anthony Giddens (2005) a Ciência Política trabalha com distinções mui-
to claras entre os termos governo, política, poder e autoridade. O governo refere-se à repre-
sentação regular de políticas, decisões e assuntos de Estado por parte dos funcionários que
compõem a administração pública. A política trata dos meios pelos quais o poder é utiliza-
do para influenciar o alcance e o conteúdo das atividades governamentais. Frequentemente
o campo da política vai muito além dos limites das instituições que representam o Estado.
O poder consiste na habilidade de indivíduos e grupos em fazerem valer suas preocupações
e interesses, mesmo quando há resistência por parte de outros grupos ou pessoas. A auto-
ridade entra em cena com o exercício legítimo do poder, a saber, que é quando aqueles que
se submetem à autoridade de um governo reconhecem o direito que ele tem ao exercício
do poder. Embora distintos esses termos andarão sempre juntos quando a Ciência Política
estiver analisando o modo como as pessoas e grupos se organizam na sociedade.
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todavia, trata-se de um tipo ideal pois no exercício do poder no âmbito das instituições as
três formas de dominação muitas vezes se misturam umas às outras.
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