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SUMÁRIO
MÓDULO 04
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INTERDISCIPLINAR - CIÊNCIAS SOCIAIS
MÓDULO
04
UNIDADE DE APRENDIZAGEM 4
OBJETIVOS
Essas formas de ação política são tradicionais nas democracias. Importante frisar que
governos autoritários impedem ou impõem restrições severas para manifestações dessa
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natureza. A complexidade da vida nas sociedades modernas foi impondo novas formas
de ação política. A seguir examinaremos essas formas de ação política começando pelas
mais antigas e avançando em direção àquelas mais recentes.
O Terceiro Setor é formado por associações e entidades sem fins lucrativos, que atuam
na prestação de serviços públicos e no desenvolvimento social. Essas organizações sur-
gem para suprir as falhas deixadas pelo Estado, atuando em áreas onde o poder público
não conseguiu chegar ou não quis chegar. Elas são mantidas por iniciativas privadas e até
mesmo por incentivos do governo, com repasse de verbas públicas. Os formatos jurídicos
que as iniciativas assumem são variados - desde associações até fundações. Normalmente
essas entidades são classificadas como Organizações Não-Governamentais (ONGs). Esse
modo de classificar as instituições aponta para duas características delas: seus dirigentes
não são nomeados pelo poder político e nas suas atividades tais entidades não almejam o
lucro, como no caso das empresas privadas.
Filantropia
A história das instituições filantrópicas no Brasil tem suas raízes na época do Brasil
Colônia e Império, quando a Igreja Católica desempenhava um papel central na assistência
aos mais necessitados. As Santas Casas de Misericórdia, criadas no século XVI, foram as
primeiras instituições a prestar assistência, oferecendo atendimento médico e apoio social.
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Movimentos sociais
Uma mudança que se observa nos movimentos sociais mais recente é a reunião de
pessoas em grupos de afinidade e não mais em classes sociais. Exemplo: um movimento
social que se mobilize em torno do tema da expansão das ciclovias reunirá pessoas de di-
ferentes classes sociais em torno da ampliação dessa forma de mobilidade urbana.
Por fim, movimentos sociais são construtores de identidade para as pessoas que mili-
tam neles. No lugar do lobby político tradicional, eles preferem a realização de protestos e
campanhas formadoras de opinião. Fundamental para a preservação e o sucesso do grupo
é o estabelecimento de alvo claro. Quando obtêm êxito, os movimentos sociais podem se
transformar em organizações sociais.
Advocacy
Advocacy é uma prática política que visa influenciar a formulação, aprovação e exe-
cução de políticas públicas em favor de uma causa ou grupo. Embora instituições filantró-
picas e movimentos sociais possam fazer advocacy em favor de suas causas, algumas
instituições no Terceiro Setor têm sido criadas com a missão específica de atuar fazendo
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advocacy. A razão parece ser a seguinte: o Estado é detentor de recursos para fazer polí-
ticas públicas, porém, muitas vezes esses recursos são mal utilizados porque não há boa
qualidade de informação para orientar as ações e, muitas vezes, nem há sensibilidade para
investimento em determinadas causas. Instituições especializadas em advocacy tornar-se
produtoras de pesquisas sobre as causas defendidas, em seguida divulgam essas informa-
ções para os meios de comunicação e mobilizam a opinião pública em favor das causas
defendidas. Numa outra ponta, fazem contato com os tomadores de decisões no mundo
político e na burocracia estatal a fim de informá-los e persuadi-los a fazerem leis e/ou in-
vestimentos nas causas defendidas. A diferença entre instituições de advocacy e organi-
zações filantrópicas e movimentos sociais é que geralmente elas não são executoras de
ações diretas. O esforço recai sobre a produção, disseminação e influência sobre os atores
políticos. A advocacy é um tipo de lobby, porém, sem as conotações de interesse privado e
corrupção que normalmente aparecem associados a ele.
A ChildFund Brasil é uma organização de desenvolvimento social que atua no país des-
de 1966, beneficiando milhares de pessoas, entre crianças, adolescentes, jovens e suas
famílias. A organização faz parte de uma rede presente em mais de 60 países, beneficiando
20 milhões de pessoas.
A história da ChildFund Brasil começou na China com o americano Calvitt Clarke e sua
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esposa Helen, um casal presbiteriano. Em 1938, eles criaram o China Children’s Fund (CCF)
para amparar crianças órfãs, vítimas da guerra entre o Japão e a China. A iniciativa foi bem-
-sucedida e eles decidiram expandir a organização para vários outros países. Em 1966, foi
inaugurado o primeiro escritório regional do CCF no Brasil, com sede localizada em Belo
Horizonte (MG). Alguns anos depois, a estratégia de atuação na América do Sul mudou para
que fosse criado um escritório nacional, priorizando o atendimento às crianças brasileiras.
A história da Visão Mundial começou em 1947, quando Robert Pierce, um ministro ba-
tista, partiu para uma viagem missionária à Ásia. Durante uma visita à China, ele conheceu
Tena Hoelkedoer, uma professora que o apresentou a uma criança maltratada e abandona-
da. Como Hoelkedoer não tinha os meios para cuidar da criança, ela perguntou a Pierce: “O
que você pode fazer por ela?”. Ele deu sua última nota de 5 dólares e concordou em enviar
a mesma quantia a cada mês para ajudá-la a cuidar da criança1. Assim, em 1950, Pierce
fundou a World Vision International.
A missão da Visão Mundial é seguir a Jesus Cristo, trabalhando com os pobres e opri-
midos para promover a transformação humana, buscar a justiça e testificar as boas novas
do Reino de Deus3. A organização serve a todas as pessoas, independentemente de religião,
raça, etnia ou gênero. A Visão Mundial tem como visão para todas as crianças: vida em
abundância. E a oração para todos os corações é a vontade para tornar isso uma realidade.
A Coordenadoria Ecumênica de Serviço (CESE) é uma entidade ecumênica sem fins lu-
crativos, composta por Igrejas Cristãs que se unem no compromisso de afirmar a vida com
base na promoção, garantia e defesa dos Direitos, da Justiça e da Paz. A CESE foi fundada
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em 1973, durante o ano mais violento da Ditadura Militar no Brasil, quando se institucionali-
zou a tortura, se intensificaram as prisões arbitrárias, os assassinatos e os desaparecimen-
tos de presos políticos.
A CESE tem como missão apoiar projetos de organizações populares para a constru-
ção de um país justo e igualitário. Ela atua em colaboração com agências de cooperação
internacional, movimentos populares e promove uma diaconia transformadora4. A CESE
visa fortalecer a capacidade de intervenção de redes nos processos de formulação, execu-
ção e controle das políticas públicas; contribuir com processos de ação em rede das orga-
nizações sociais; e estimular a produção e a difusão de conhecimentos socialmente úteis a
partir da sistematização das experiências.
A CESE é composta pelas seguintes igrejas: Igreja Católica Romana, Igreja Episcopal
Anglicana (Comunhão Anglicana), Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IE-
CLB), Igreja Presbiteriana Independente (IPI), e Igreja Presbiteriana Unida (IPU). Ela apoia
projetos em todo o território nacional, concentrados em oito áreas: Desenvolvimento Ins-
titucional, Direitos Humanos, Desenvolvimento Econômico, Comunicação e Cultura, Meio
Ambiente, Diaconia Ecumênica (ação social das Igrejas), Saúde Popular e Educação.
Criola (https://criola.org.br/)
A Criola é uma organização da sociedade civil fundada em 1992 e conduzida por mu-
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lheres negras. Ela atua na defesa e promoção dos direitos das mulheres, jovens e meninas
negras em uma perspectiva integrada e transversal.
A história da Criola começou seguindo os passos das ancestrais das fundadoras, du-
rante um período de intensa mobilização das mulheres negras no Brasil1. A organização
surgiu como um desdobramento da participação de suas fundadoras nesse contexto, sen-
do uma das primeiras organizações a promover a prevenção de infecções sexualmente
transmissíveis (ISTs) e do HIV/AIDS entre mulheres, tornando-se pioneira na construção e
difusão de uma pauta robusta em torno da saúde da população negra, especialmente das
mulheres.
Os cidadãos precisam das virtudes cívicas para que a vida na pólis possa a florescer.
As virtudes cívicas são características e comportamentos que promovem o bem-estar da
comunidade e são essenciais para o funcionamento saudável de uma democracia. Elas in-
cluem o respeito pelos direitos e liberdades dos outros, a participação ativa na vida pública,
a responsabilidade social, a tolerância, a cooperação e a honestidade. O cultivo de virtudes
cívicas é possível através da educação, do engajamento cívico e da participação em organi-
zações da sociedade civil. A educação desempenha um papel crucial na formação de cida-
dãos conscientes e responsáveis, ensinando valores cívicos e incentivando a participação
ativa na sociedade. O engajamento cívico, como o voto, o voluntariado e a participação em
movimentos sociais, também ajuda a cultivar virtudes cívicas, pois permite que os indiví-
duos contribuam para o bem comum e compreendam a importância da cooperação e do
respeito mútuo.
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