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INTERDISCIPLINAR - CIÊNCIAS SOCIAIS

SUMÁRIO
MÓDULO 04

UNIDADE DE APRENDIZAGEM 4....................................157

4. Formas de pensar a relação entre política e fé:


instituições filantrópicas, movimentos sociais,
advocacy e cultivo de virtudes cívicas.....................157

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INTERDISCIPLINAR - CIÊNCIAS SOCIAIS

MÓDULO
04
UNIDADE DE APRENDIZAGEM 4

4. Formas de pensar a relação entre política e fé:


instituições filantrópicas, movimentos sociais,
advocacy e cultivo de virtudes cívicas

OBJETIVOS

1 Mostras formas de ação política que não são partidárias

2 Apresentar organizações com atuação política relevante em áreas diferentes

PARA INÍCIO DE CONVERSA

Na unidade de aprendizagem anterior foi a examinada a relação entre fé e política sob


a ótica político-partidária, sobretudo no exame da constituição da bancada evangélica e no
seu modo de operação no Congresso Nacional. Sem dúvida essa é uma dimensão muito
importante da relação entre fé e política. Entretanto, a política é muito maior que sua ex-
pressão partidária. Na sua origem o termo política nasce de “pólis”, que é a forma grega
para designar os ajuntamentos humanos que formam as cidades. Nesse sentido amplo
política diz respeito à vida na cidade e tudo àquilo que é necessário para que as pessoas
possam viver juntas num espaço. Nessa unidade vamos pensar a política no sentido amplo
e as muitas possibilidades de organização e ação na busca por justiça e paz para todos os
cidadãos.

Antigos e novos modelos de ação política

As modalidades não partidárias mais conhecidas de ação política são os sindicatos


e os protestos de rua. Reconhecidamente essas formas de ação incidem sobre os atores
políticos do legislativo e do executivo. Por exemplo, uma greve convocada por um sindicato
pode resultar em melhores condições de trabalho e em ganhos financeiros para a categoria
representada, um protesto da população de um bairro pode ser feito reivindicando a
instalação de serviços de saúde na região. No primeiro exemplo os agentes e beneficiado
pela greve são uma categoria específica e no segundo, trata-se um grupo de pessoas mais
diversificado e o resultado do pleito, se atendido, se dirige a um grupo maior de pessoas.

Essas formas de ação política são tradicionais nas democracias. Importante frisar que
governos autoritários impedem ou impõem restrições severas para manifestações dessa

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natureza. A complexidade da vida nas sociedades modernas foi impondo novas formas
de ação política. A seguir examinaremos essas formas de ação política começando pelas
mais antigas e avançando em direção àquelas mais recentes.

O terceiro setor - nem público, nem privado

O Terceiro Setor é formado por associações e entidades sem fins lucrativos, que atuam
na prestação de serviços públicos e no desenvolvimento social. Essas organizações sur-
gem para suprir as falhas deixadas pelo Estado, atuando em áreas onde o poder público
não conseguiu chegar ou não quis chegar. Elas são mantidas por iniciativas privadas e até
mesmo por incentivos do governo, com repasse de verbas públicas. Os formatos jurídicos
que as iniciativas assumem são variados - desde associações até fundações. Normalmente
essas entidades são classificadas como Organizações Não-Governamentais (ONGs). Esse
modo de classificar as instituições aponta para duas características delas: seus dirigentes
não são nomeados pelo poder político e nas suas atividades tais entidades não almejam o
lucro, como no caso das empresas privadas.

Dentro dessa designação de terceiro setor cabem instituições confessionais, aquelas


criadas e mantidas por igrejas e aquelas que nasceram de iniciativas não confessionais.
Dada a complexidade dos problemas sociais, as instituições do terceiro setor foram se es-
pecializando com o propósito de obter melhores resultados na aplicação de seus recursos
para atendimento do público alvo. Assim surgiram ONGs voltadas para as mulheres, para
crianças, idosos, pessoas portadoras de alguma deficiência, animais, meio ambiente en-
tre outros. Antes dessas iniciativas temáticas especializadas, especialmente as entidades
confessionais de atuação filantrópica desenvolveram ações para públicos mais amplos.

Filantropia

A história das instituições filantrópicas no Brasil tem suas raízes na época do Brasil
Colônia e Império, quando a Igreja Católica desempenhava um papel central na assistência
aos mais necessitados. As Santas Casas de Misericórdia, criadas no século XVI, foram as
primeiras instituições a prestar assistência, oferecendo atendimento médico e apoio social.

No século XVIII, as práticas de filantropia e assistência social estavam diretamente


associadas à caridade e às iniciativas decorrentes de ações isoladas e de caráter voluntá-
rio, em grande parte, originadas nas instituições religiosas. A filantropia, nesse período, era
entendida como a prática de ajudar ao próximo, sem esperar retribuição por seu ato.

Outro campo forte da atuação da filantropia confessional é o da educação. Somente


com a chegada da República o Estado tomou para si a obrigação do oferecimento universal
da educação. No Brasil Colônia e no Império a Igreja Católica manteve escolas para edu-

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cação da população. A entrada do Estado no campo tanto da educação quanto da saúde


não encerrou as iniciativas filantrópicas, porém, tanto as iniciativas católicas quanto pro-
testantes nos campos da educação e da saúde se tornaram mais elitizadas. São institui-
ções que não atendem mais a população carente, porém, mantém o mínimo necessário de
atendimentos preconizados pelas leis nacionais do setor a fim de usufruir de benefícios de
isenção destinados às entidades filantrópicas.

Movimentos sociais

Movimento social é um processo por meio do qual um grupo de pessoas, grande ou


pequeno numericamente, atua no sentido de concretizar ou impedir o andamento de mu-
dança na sociedade. Os alvos de um movimento social podem ser grandes, como a queda
de um governo, ou mais específicos, como a redução da velocidade dos veículos em de-
terminadas ruas da cidade. Os modos de organização dos movimentos sociais também
são diversificados, sendo que alguns são hierárquicos e outros, descentralizados. Entretan-
to, uma característica importante dos movimentos sociais é sua distinção em relação aos
partidos políticos: enquanto estes almejam a conquista do poder, os movimentos sociais
centralizam seus esforços em mudanças específicas, independentemente de que grupo
político esteja no comando do governo. Na sociedade brasileira contemporânea, diversos
movimentos sociais desenvolvem suas atividades e podem ser divididos nas seguintes ca-
tegorias: a) movimentos sociais de reivindicações políticas abrangentes: reforma agrária,
moradia, saúde, educação, mobilidade, meio ambiente; b) movimentos sociais de reivindi-
cações políticas de direitos específicos: mulheres, crianças, negros, homossexuais.

Uma mudança que se observa nos movimentos sociais mais recente é a reunião de
pessoas em grupos de afinidade e não mais em classes sociais. Exemplo: um movimento
social que se mobilize em torno do tema da expansão das ciclovias reunirá pessoas de di-
ferentes classes sociais em torno da ampliação dessa forma de mobilidade urbana.

Por fim, movimentos sociais são construtores de identidade para as pessoas que mili-
tam neles. No lugar do lobby político tradicional, eles preferem a realização de protestos e
campanhas formadoras de opinião. Fundamental para a preservação e o sucesso do grupo
é o estabelecimento de alvo claro. Quando obtêm êxito, os movimentos sociais podem se
transformar em organizações sociais.

Advocacy

Advocacy é uma prática política que visa influenciar a formulação, aprovação e exe-
cução de políticas públicas em favor de uma causa ou grupo. Embora instituições filantró-
picas e movimentos sociais possam fazer advocacy em favor de suas causas, algumas
instituições no Terceiro Setor têm sido criadas com a missão específica de atuar fazendo

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advocacy. A razão parece ser a seguinte: o Estado é detentor de recursos para fazer polí-
ticas públicas, porém, muitas vezes esses recursos são mal utilizados porque não há boa
qualidade de informação para orientar as ações e, muitas vezes, nem há sensibilidade para
investimento em determinadas causas. Instituições especializadas em advocacy tornar-se
produtoras de pesquisas sobre as causas defendidas, em seguida divulgam essas informa-
ções para os meios de comunicação e mobilizam a opinião pública em favor das causas
defendidas. Numa outra ponta, fazem contato com os tomadores de decisões no mundo
político e na burocracia estatal a fim de informá-los e persuadi-los a fazerem leis e/ou in-
vestimentos nas causas defendidas. A diferença entre instituições de advocacy e organi-
zações filantrópicas e movimentos sociais é que geralmente elas não são executoras de
ações diretas. O esforço recai sobre a produção, disseminação e influência sobre os atores
políticos. A advocacy é um tipo de lobby, porém, sem as conotações de interesse privado e
corrupção que normalmente aparecem associados a ele.

O PAPEL DA IGREJA NA BUSCA POR JUSTIÇA


PARA PENSAR

…embora missão da Igreja reunida (institucional) seja procla-


mar o evangelho da salvação individual, conquistar pessoas
para Jesus e formar discípulos, a vontade de Deus para a igreja
dispersa - cristãos que vivem no mundo - é que ela ministre
por palavras e ações, que evangelize e faça justiça. Se a igreja
dispersa não ministrar em palavras e ações, ninguém ouvirá o evangelho anunciado
pela igreja reunida. Assim, no final das contas, a igreja missional envia seu povo como
agente de justiça no mundo. No entanto, precisamos ser mais cuidadosos do que as
pessoas que veem reforma social como tarefa da igreja - visão que geralmente resulta
na politização da igreja e na qual ela acaba sendo identificada com partidos políticos
e causas políticas. (KELLER, p. 324)

Exemplos de organizações do terceiro setor que atuam no Brasil

ChildFund Brasil (https://www.childfundbrasil.org.br)

A ChildFund Brasil é uma organização de desenvolvimento social que atua no país des-
de 1966, beneficiando milhares de pessoas, entre crianças, adolescentes, jovens e suas
famílias. A organização faz parte de uma rede presente em mais de 60 países, beneficiando
20 milhões de pessoas.

A história da ChildFund Brasil começou na China com o americano Calvitt Clarke e sua

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esposa Helen, um casal presbiteriano. Em 1938, eles criaram o China Children’s Fund (CCF)
para amparar crianças órfãs, vítimas da guerra entre o Japão e a China. A iniciativa foi bem-
-sucedida e eles decidiram expandir a organização para vários outros países. Em 1966, foi
inaugurado o primeiro escritório regional do CCF no Brasil, com sede localizada em Belo
Horizonte (MG). Alguns anos depois, a estratégia de atuação na América do Sul mudou para
que fosse criado um escritório nacional, priorizando o atendimento às crianças brasileiras.

A missão da ChildFund Brasil é apoiar o desenvolvimento de crianças, adolescentes e


jovens em situações de privação, exclusão e vulnerabilidade social, capacitando-os a me-
lhorar suas vidas e oferecendo oportunidades para se tornarem adultos, pais e líderes capa-
zes de promover mudanças sustentáveis e positivas em suas comunidades. Além disso, a
organização mobiliza pessoas e instituições para valorizar, proteger e promover os direitos
das crianças na sociedade.

Visão Mundial (https://visaomundial.org.br/)

A Visão Mundial, conhecida internacionalmente como World Vision International, é


uma organização não governamental (ONG) internacional de ajuda humanitária, baseada
em princípios do cristianismo. Ela atua no Brasil desde 1975 e já está em 10 estados bra-
sileiros, atendendo milhões de pessoas que vivem em comunidades empobrecidas e em
situação de vulnerabilidade.

A história da Visão Mundial começou em 1947, quando Robert Pierce, um ministro ba-
tista, partiu para uma viagem missionária à Ásia. Durante uma visita à China, ele conheceu
Tena Hoelkedoer, uma professora que o apresentou a uma criança maltratada e abandona-
da. Como Hoelkedoer não tinha os meios para cuidar da criança, ela perguntou a Pierce: “O
que você pode fazer por ela?”. Ele deu sua última nota de 5 dólares e concordou em enviar
a mesma quantia a cada mês para ajudá-la a cuidar da criança1. Assim, em 1950, Pierce
fundou a World Vision International.

A missão da Visão Mundial é seguir a Jesus Cristo, trabalhando com os pobres e opri-
midos para promover a transformação humana, buscar a justiça e testificar as boas novas
do Reino de Deus3. A organização serve a todas as pessoas, independentemente de religião,
raça, etnia ou gênero. A Visão Mundial tem como visão para todas as crianças: vida em
abundância. E a oração para todos os corações é a vontade para tornar isso uma realidade.

CESE - Coordenadoria Ecumênica de Serviço (https://www.cese.org.br/)

A Coordenadoria Ecumênica de Serviço (CESE) é uma entidade ecumênica sem fins lu-
crativos, composta por Igrejas Cristãs que se unem no compromisso de afirmar a vida com
base na promoção, garantia e defesa dos Direitos, da Justiça e da Paz. A CESE foi fundada

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em 1973, durante o ano mais violento da Ditadura Militar no Brasil, quando se institucionali-
zou a tortura, se intensificaram as prisões arbitrárias, os assassinatos e os desaparecimen-
tos de presos políticos.

A CESE tem como missão apoiar projetos de organizações populares para a constru-
ção de um país justo e igualitário. Ela atua em colaboração com agências de cooperação
internacional, movimentos populares e promove uma diaconia transformadora4. A CESE
visa fortalecer a capacidade de intervenção de redes nos processos de formulação, execu-
ção e controle das políticas públicas; contribuir com processos de ação em rede das orga-
nizações sociais; e estimular a produção e a difusão de conhecimentos socialmente úteis a
partir da sistematização das experiências.

A CESE é composta pelas seguintes igrejas: Igreja Católica Romana, Igreja Episcopal
Anglicana (Comunhão Anglicana), Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IE-
CLB), Igreja Presbiteriana Independente (IPI), e Igreja Presbiteriana Unida (IPU). Ela apoia
projetos em todo o território nacional, concentrados em oito áreas: Desenvolvimento Ins-
titucional, Direitos Humanos, Desenvolvimento Econômico, Comunicação e Cultura, Meio
Ambiente, Diaconia Ecumênica (ação social das Igrejas), Saúde Popular e Educação.

Instituto Cactus (https://institutocactus.org.br/)


O Instituto Cactus é uma entidade filantrópica e de direitos humanos, sem fins lucrati-
vos, que atua de forma independente para ampliar o debate e os cuidados em prevenção de
doenças e promoção de saúde mental no Brasil. Ele apoia iniciativas e projetos que propor-
cionem melhora na qualidade de vida de todas as pessoas, olhando prioritariamente para a
saúde mental.

A história do Instituto Cactus começou em São Paulo, no dia 3 de agosto de 2020,


durante a pandemia de COVID-19. A investidora social Maria Fernanda Resende Quartiero
fundou o Instituto Cactus após um longo período gestando uma proposta inovadora3. A
organização nasceu com o propósito de transformar o futuro da sociedade brasileira por
meio da saúde mental.

A missão do Instituto Cactus é melhorar a qualidade de vida de todas as pessoas por


meio do apoio a projetos em prevenção de doenças e promoção da saúde mental. Eles
buscam ampliar as iniciativas que valorizem cada pessoa como protagonista da própria
jornada e que contribuam para democratizar o acesso a ferramentas de cuidados com a
saúde mental.

Criola (https://criola.org.br/)

A Criola é uma organização da sociedade civil fundada em 1992 e conduzida por mu-

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lheres negras. Ela atua na defesa e promoção dos direitos das mulheres, jovens e meninas
negras em uma perspectiva integrada e transversal.

A história da Criola começou seguindo os passos das ancestrais das fundadoras, du-
rante um período de intensa mobilização das mulheres negras no Brasil1. A organização
surgiu como um desdobramento da participação de suas fundadoras nesse contexto, sen-
do uma das primeiras organizações a promover a prevenção de infecções sexualmente
transmissíveis (ISTs) e do HIV/AIDS entre mulheres, tornando-se pioneira na construção e
difusão de uma pauta robusta em torno da saúde da população negra, especialmente das
mulheres.

A missão da Criola é instrumentalizar as mulheres negras – jovens e adultas, cis e


trans – para o enfrentamento ao racismo, sexismo, lesbofobia e transfobia. Além disso,
a organização busca atuar nos espaços públicos, na defesa e ampliação dos direitos das
mulheres negras, da democracia, da justiça e pelo Bem Viver. A Criola vislumbra mulheres
negras como agentes de transformação, vivendo em uma sociedade fundada em valores de
justiça, equidade e solidariedade, em que a presença e contribuição da mulher negra sejam
acolhidas como um bem da humanidade.

Cultivo de virtudes cívicas

Os cidadãos precisam das virtudes cívicas para que a vida na pólis possa a florescer.
As virtudes cívicas são características e comportamentos que promovem o bem-estar da
comunidade e são essenciais para o funcionamento saudável de uma democracia. Elas in-
cluem o respeito pelos direitos e liberdades dos outros, a participação ativa na vida pública,
a responsabilidade social, a tolerância, a cooperação e a honestidade. O cultivo de virtudes
cívicas é possível através da educação, do engajamento cívico e da participação em organi-
zações da sociedade civil. A educação desempenha um papel crucial na formação de cida-
dãos conscientes e responsáveis, ensinando valores cívicos e incentivando a participação
ativa na sociedade. O engajamento cívico, como o voto, o voluntariado e a participação em
movimentos sociais, também ajuda a cultivar virtudes cívicas, pois permite que os indiví-
duos contribuam para o bem comum e compreendam a importância da cooperação e do
respeito mútuo.

As virtudes cívicas são fundamentais para a democracia porque promovem a coopera-


ção, a tolerância e o respeito, que são essenciais para a convivência pacífica em uma socie-
dade diversificada. Além disso, elas incentivam a participação ativa dos cidadãos na vida
pública, o que é crucial para a responsabilidade e a transparência do governo. Sem virtudes
cívicas, a democracia pode se tornar instável e suscetível a conflitos e divisões.

Portanto, o cultivo de virtudes cívicas é de suma importância para a manutenção e

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fortalecimento da democracia. Ele permite que os cidadãos participem ativamente da vida


pública, contribuam para o bem comum e respeitem os direitos e liberdades dos outros.
Essa é uma forma efetiva de participação política não partidária.

ANTES DE VIRAR A PÁGINA

Cristãos não estão impedidos de participar da política partidária e eleitoral. Devemos


orar para que Deus levante mulheres e homens vocacionados para a vida pública.
Entretanto, o objetivo dessa unidade foi apresentar outras formas de atuação política
para a igreja e para os cristãos. Uma coisa não exclui a outra. Na verdade, a política
partidária só funciona bem na democracia quando há concorrência e pressão. As orga-
nizações do Terceiro Setor nasceram realizando atividades que o Estado não realizava
e continuam atuando de modo complementar aos governos em muitas áreas. Porém,
verifica-se uma tendência de especialização das organizações do Terceiro Setor na
direção da advocacy e a razão para isso é percepção que muitas vezes a filantropia
age sobre as consequências e não sobre as causas. As políticas públicas possuem o
poder de agir sobre as causas. Pense nisso.

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