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1.INTRODUÇÃO
2.RESUMO
GRUPOS DE PRESSÃO
Um grupo de pressão é um grupo de interesse que exerce uma pressão, que passa
do mero estágio da articulação e da agregação de interesses e trata de influenciar e
pressionar o decisor político, saindo do âmbito do mero sistema social e passando a
atuar no interior do sistema político. A pressão pode ser aberta ou oculta, pode atuar
diretamente sobre o decisor ou, indiretamente, atuando sobre a opinião pública.
Entre as pressões abertas, destaca-se a ação de informação, a de consulta, bem
como a própria ameaça. As duas principais formas de pressão oculta, isto é, não
publicitada, são as relações privadas e a corrupção. As relações privadas passam
pelo clientelismo e pelo nepotismo. A corrupção, como processo de compra de
poder, tanto pode ser individual como coletiva, nomeadamente pelo financiamento
dos partidos. Entre as ações dos grupos de pressão sobre a opinião pública, temos
tanto o constrangimento como a persuasão. Na primeira, temos a greve, as
manifestações, os boicotes ou os cortes de vias de comunicação. A persuasão tem
sobretudo a ver com a propaganda e a informação.
Um interesse é o que faz o homem atuar, o fim que o movimenta, a relação de um
homem com uma coisa ou com outro homem que lhe permite satisfazer uma
necessidade.
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3.CONCEITOS
Hoje a importância dos grupos tomou tal dimensão que não viu
nenhum exagero em afirmar que são parte da Constituição viva ou da
Constituição material tanto quanto os partidos políticos e independente
de toda institucionalização ou reconhecimento formal nos textos
jurídicos. (BONAVIDES, 2005 p. 559).
1. Vejam-se esses conceitos em Wilhelm Bernsdorf, “Pressure Groups”, in: Staat und
Politik, pp. 270-283.
2. Luís Sanchez Agesta, Princípios de Teoria Política, p. 204.
3. M. André Mathiot, “Les pressure groups aux États-Unis”, Revue Française de
Science Politique, setembro, 1952.
4. Georges Burdeau, Droit Constitutionnel et Institutions Politiques, 7ª ed. pp. 141-147.
4.1 LOBBY
Não é fácil estabelecer uma tipologia para os grupos de pressão, uma vez que eles
não se enquadram em uma classificação rígida. Alguns autores dão preferência à
identificação segundo a ordem dos interesses que esposam.
Esses primeiros são as organizações patronais e obreiras, as entidades rurais, bem
como as associações profissionais das chamadas classes liberais (associações
médicas, ordem dos advogados, etc.);
Já outros autores não aceitam essa classificação, valendo-se de outros critérios
como o da técnica de ação, dos métodos empregados pelos grupos para alcançar os
resultados a que se propõem.
Outra tipificação de grupos de pressão contempla os grupos nacionais públicos e
privados, e os estrangeiros. a doutrina qualifica os grupos de pressão públicos em
duas categorias: os pertinentes aos serviços público e os alusivos aos interesses do
corpo de funcionários. Os grupos de pressão estrangeiros buscam interferir, de
maneira simbólica, através de manifestações e protesto, na vida política de certos
Estados.
No Congresso Nacional Brasileiro atuam vários grupos de pressão, os quais podem
ser divididos nos seguintes subgrupos:O primeiro subgrupo, aquele interno ao
Governo e ao Parlamento, possui como alguns de seus principais grupos de
pressão, os seguintes: 1.1) a Bancada Feminina, 1.2) a Frente Parlamentar da
Pequena e Micro Empresa, 1.3) a Bancada da Amazônia Legal, 1.4) a Frente
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Os grupos querem uma decisão favorável a suas causas e utilizam de vários meios
para alcançar esse fim. Aperfeiçoaram uma técnica de ação que compreende desde
a simples persuasão até a corrupção e, se necessário, a intimação. O trabalho dos
grupos tanto se faz de maneira direta e ostensiva como indireta e oculta. A pressão
deles recai principalmente sobre o opinião pública, os partidos, os órgãos
legislativos, o governo e a imprensa.
Dentro os grupos de pressão, destacam-se as organizações exclusivas ou lobistas,
que atuam, no domínio político, interferindo sobre determinado projeto de lei ou
medida governamental juntos aos poderes públicos, especialmente o parlamento.
Freqüentemente, dispõem de somas econômicas consideráveis, obtidas por meio de
contribuições voluntárias ou cotas obrigatórias para seus membros.
A opinião pública acaba sendo manipulada, através da utilização dos veículos de
comunicação de massa, para dar apoio ou legitimidade à pretensão do grupo de
pressão. O grupo mobiliza rádio, imprensa, televisão, exterioriza a propaganda de
seus objetivos pela publicidade remunerada, ou através da simpatia dos que
dominam os meios de comunicação, produzindo assim, o clima de apoio para efeitos
favoráveis a seus interesses.No entanto, se esses recursos falharem, utilizam meios
mais extremos que vão do suborno à intimação.
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7.ASPECTOS NEGATIVOS
Ao redor dos grupos de pressão, existe uma desconfiança e suspeita que vê nesses
organismos intermediários, permanente ameaça ao Estado, ao governo, à
democracia, à ordem representativa.
A crítica se fundamenta no argumento de que eles sacrificam o interesse geral, o
chamado bem comum, patrocinando privilégios, empregando a intimação, o suborno
e a corrupção em todas as possíveis variantes. Eles não fazem, na maioria das
vezes pela razão e o bom senso, porém os interesses do mais forte, apoiados no
poder do dinheiro.
Para alguns autores a forte atuação dos grupos de pressão “constituirá já forte
sintoma de crise ou insuficiência do sufrágio, dos partidos e dos mecanismos
constitucionais, com sobejas provas de que a democracia estaria às vésperas do
colapso e da morte.”(BONAVIDES, 2005 p. 438)
Enfim, se existe grupos de pressão que comandam um governo que deveria ser
democrático, do que adianta haver eleições, políticos corruptos e congresso
nacional,se quem realmente move a política está no anonimato, devido ao poder do
dinheiro e influência.
8. ASPECTOS POSITIVOS
9.CONCLUSÃO
Conforme BONAVIDES: “o destino das instituições democráticas parece estar de
modo indissolúvel vinculado às organizações de interesse que formam o grande
mosaico do pluralismo político e social dos Estados ocidentais. O tratamento
científico e racional dos grupos, sua institucionalização inevitável poderá ocasionar
novas formas de equilíbrio, que preservem todavia os fundamentos democráticos do
sistema e retirem todo o peso de pessimismo que recai teoricamente sobre a ação
desses grupos.”(BONAVIDES, 2003 p. 436)
Os próprios abaixo assinados que freqüentemente chegam aos gabinetes, os
telefonemas, são técnicas de lobby bastante comuns e legítimas, muito diferentes de
tráfico de influência ou de corrupção.
A solução mais razoável para lidar com o fenômeno no regime democrático é
reconhecê-lo como legítimo e colocá-lo dentro das rotinas do trabalhado
parlamentar.Melhor reconhecer que a sociedade é viva e encontra seus caminhos
no choque de opiniões, reconhecendo a existência dos grupos de pressão e
colocando-os formalmente dentro do parlamento, reduzindo assim, a taxa de
corrupção, contribuindo ainda para a maior transparência do governo.
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REFERÊNCIA
BONAVIDES, Paulo. Ciência Política. 10ª ed., São Paulo: Malheiros, 2003