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Doutoranda em Sociologia pelo Programa de Pós-graduação em Sociologia, Faculdade de Ciências e Letras,
Universidade Estadual Paulista (UNESP), campus de Araraquara-SP. E-mail: mbarbosa74@itelefonica.com.br
1
No Brasil, o pacto social foi firmado na Constituição de 1988, anunciando um Estado de Bem-Estar Social, e
abortado nos governos Collor e FHC. (MONTAÑO, 2003, p.34-5).
2
WILLIAMSON, John. What Washington means by policy reform. In: ___. Latin American Adjustment. how
much has happened? Documento apresentado na Conferência do Institute for International Economics (IIE) em
novembro de 1989, Washington D.C., e publicado em abril de 1990. Disponível em: www.iconebrasil.org.br.
Acesso em: 13 jun. 2005.
3
“São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a
proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição”. (CF, art. 6o. ).
Veja também: Dos direitos sociais (CF, arts. 6o. a 11); Da ordem social (CF, arts.193 a 232).
BRASIL. Constituição da Constituição Federativa do Brasil, 1988. Documento disponível no site do Senado
Federal: www.senado.gov.br Acesso em: jan. 2005.
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Já que nos propusemos falar do Programa Comunidade Solidária, trata-se do governo do presidente Fernando
Henrique Cardoso.
5
Entendemos o real como uma totalidade concreta, impregnada de determinações e particularidades
interconectadas, totalidade inserida no processo histórico, na luta de classes, nas contradições entre capital e
trabalho, processo que tanto reproduz o sistema quanto apresenta as possibilidades de sua superação.
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Montaño desmistifica o chamado “terceiro setor”, aparentemente percebido como um “setor” independente,
público não-estatal, não-governamental, autogovernado e não-lucrativo. Para esse autor, esse recorte do social
em esferas é “[...]claramente neopositivista, estruturalista, funcionalista ou liberal, que isola e autonomiza a
dinâmica de cada um deles, que, portanto, desistoriciza a realidade social. Como se o “político” pertencesse à
esfera estatal, o “econômico” ao âmbito do mercado e o “social” remetesse apenas à sociedade civil, num
conceito reducionista.”( MONTAÑO, Carlos. Terceiro setor e questão social. Crítica ao padrão emergente de
intervenção social. São Paulo: Ed. Cortez, 2003, p.53). Além da falta de rigor teórico e histórico, por parte dos
próprios ideólogos do Terceiro Setor, quanto à conceituação do que se considera o “terceiro setor”, Montaño
adverte que muitas ONGs são financiadas pelo Estado (através das “parcerias”) ou contratadas por este (nos
níveis federal, estadual ou municipal), colocando em cheque o caráter de ONG autogovernada (uma vez que o
Governo “seleciona” quais ONGs irá financiar/contratar). Dessa forma, a sobrevivência dessas ONGs está
2
condicionada à política governamental. Além disso, algumas fundações (fundação Bradesco, Roberto Marinho
etc), consideradas OSFL (organizações sem fins lucrativos), possuem isenção de impostos, fazem propaganda
para as empresas às quais estão vinculadas, melhorando a imagem do produto e da empresa no mercado; por
isso, possuem caráter lucrativo indireto. Montaño também afirma que boa parte dos recursos repassados a essas
ONGs, OSCIPs, OSFL, por meio das “parcerias”, vai para a manutenção adminstrativa (custos com salários e
outras operações) demonstrando claro interesse lucrativo. (Ibid., p. 54-59).
7
.Ibid., p.39-40.
8
Ibid., p.41-2.
9
PETRAS, James. Intelectuais: uma crítica marxista aos pós-marxistas. Revista Lutas Sociais, n.1, p.1-27,
Editora Xamã, 1996, p.22-3.
3
10
Ibid., p.25.
11
É muito comum encontrarmos em textos acadêmicos “a fome e a miséria” como integrantes dos “problemas
sociais”, das “questões sociais” ou ainda dos “desafios sociais”. Concordamos com Montaño (op. cit.) quando,
com muita lucidez, trata a fome e a miséria como seqüelas do capitalismo, como “efeitos” e não como causas.
Ainda segundo Montaño (op. cit.), é ilusório falar em “questões sociais” e principalmente em “novas” questões
sociais. Para este autor, a única e histórica “questão social” é a contradição capital/trabalho, origem dos males
sociais, pois a produção das riquezas é social, mas a apropriação é privada, gerando desigualdades, fome,
miséria. Até mesmo as contradições supraclassistas (de gênero, raça, idade, credo, xenofobia etc) são
perpassadas pela contradição capital/trabalho, mesmo que não esgotadas por estas.
12
http://www.mre.gov.br/cdbrasil/itamaraty/web/port/polsoc/csolid/apresent/ Acesso em: 09 jan. 2005.
BRASIL. Medida Provisória nº 813, de 1º de janeiro de 1995. Documento disponível no site do Senado Federal:
www.senado.gov.br
COMUNIDADE SOLIDÁRIA . Todos pos todos. Documento disponível em:
http://www.mre.gov.br/cdbrasil/itamaraty/web/port/polsoc/csolid/apresent/ Acesso em: 09 jan. 2005.
13
Perverter: v.t. Tornar perverso; tornar mau; corromper; depravar; alterar; desvirtuar; p. tornar-se perverso;
corromper-se; desmoralizar-se. (BUENO, Francisco da Silveira. Dicionário Escolar da Língua Portuguesa.
Rio de Janeiro: FAE, 1985, p.859).
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dificultadas ou até mesmo impedidas de serem implementadas. 14 Ou o que é pior: teme-se que
os efeitos provoquem uma fragmentação social que ameace o processo de acumulação do
capital nessa fase do capitalismo.
A estrutura organizacional do PCS era composta pelos seguintes atores principais: o
Conselho Nacional de Solidariedade, a Secretaria Executiva, alguns ministérios setoriais, 15 os
interlocutores estaduais e governos municipais. O Conselho Nacional de Solidariedade era
composto por ministros ligados aos objetivos do Programa e por representantes da sociedade
civil indicados pelo Presidente da República. A Secretaria Executiva também era vinculada à
Casa Civil e tinha como tarefa a interlocução entre os diversos segmentos do Programa.
Segundo os estudos desenvolvidos por Scherer e outros autores na Amazônia, 16 os
principais problemas do PCS foram: a ausência de visibilidade de suas ações; a distribuição
de cestas básicas não era calculada de acordo com as reais necessidades das famílias (ou seja,
nem as necessidades imediatas para a sobrevivência eram atendidas, e, muito menos, essa
rede de segurança proposta pelo Banco Mundial e implementada pelo governo brasileiro
através do PCS, foi capaz de reduzir realmente a miséria no Brasil, porque seu programa de
combate à miséria não era sistemático, contínuo e articulado, muito ao contrário, era
insuficiente, descontínuo e desarticulado; quer dizer, foi um programa emergencial e
assistencialista); o PCS conferia aos prefeitos municipais a decisão de quem deveria distribuir
as cestas básicas, abrindo espaço, dessa forma, para a reprodução do clientelismo; a maioria
das famílias não sabia propriamente de onde vinham as cestas básicas, como também os
prefeitos não estavam inteirados do que significava o PCS; a descentralização defendida pelo
PCS não se concretizou; o PCS foi um programa desarticulado com as outras políticas
públicas, revelando seu caráter meramente emergencial, assistencial, fragmentador da
pobreza, precário, descontínuo e insuficiente; além disso, havia atrasos no envio e distribuição
das cestas básicas, redução do número de cestas e má qualidade dos alimentos que faziam
parte dessas cestas.
Verificamos na estrutura organizacional do PCS a centralização das discussões no
segmento executivo federal, contradizendo o caráter descentralizador defendido pelo
Programa. No segmento municipal, verificamos a centralidade nos prefeitos municipais, ao
invés de valorizar a participação democrática das lideranças sociais locais. O PCS não abriu
espaços públicos para discussão democrática das “questões sociais”(efeitos do capitalismo),
contrariando os princípios da democratização e da descentralização presentes na Constituição
de 1988. Aliás, o que existiam eram espaços para a cooptação das lideranças locais, para estas
cumprirem estratégias políticas de efeito ideológico. 17 O discurso de tal solidariedade não foi
gerador de participação democrática voluntária, mas de adesão voluntarista. A partir desse
discurso, a relação que se estabeleceu foi entre um Estado carismático e uma sociedade
benemerente. 18 Assim, a responsabilização da solução das “questões sociais”(efeitos do
capitalismo) ficou a cargo da caridade pública e de uma eventual e insuficiente ação do
Estado, um Estado restrito para com os compromissos sociais, mas amplo para com os
compromissos com o capital financeiro.
Para Demo 19 o programa Comunidade Solidária foi a manifestação de efeito de
poder. O PCS não fez qualquer referência a direitos sociais e a cidadania, 20 mas apelou à
14
SCHERER, E. F. et al. Ação Solidária nos cantos e recantos da Amazônia. In.: Silva, M. O . S. (org.) O
comunidade solidária: o não-enfrentamento da pobreza no Brasil. São Paulo: Cortez, 2001, p.111-131.
15
Ministérios da agricultura, da educação, dos esportes, da fazenda, da justiça, do planejamento, da previdência e
assistência social, da saúde.
16
SCHERER, op. cit.
17
SILVA, M. O . S. (Org.) O comunidade solidária: o não-enfrentamento da pobreza no Brasil. São Paulo:
Cortez, 2001.
18
Ibid., p.78.
19
DEMO, Pedro. Solidariedade como efeito de poder. São Paulo: Cortez; Instituto Paulo Freire, 2002.
5
solidariedade enquanto compromisso moral de todos. Tal programa significou, sob o signo da
solidariedade, da descentralização, da organização e da “parceria”, uma transferência das
responsabilidades do Estado para a sociedade. A proposta do PCS foi a de enfrentar a miséria
e a fome com o apoio e reconhecimento da sociedade civil, com base no espírito de
solidariedade entre todos. Entendemos, porém, que isso não fortaleceu a sociedade civil, mas
a enfraqueceu, despolitizou-a, tornou-a submissa, dependente, uma vez que procurou evitar o
controle democrático, dentro do contexto da hierarquia reversa. 21
A história concreta também nos apresenta a solidariedade com um conteúdo político.
A Ação da Cidadania contra a Miséria e pela Vida (ACMV) foi encabeçada pelo sociólogo
Herbert de Souza, o Betinho, no início de 1993, após o Movimento pela Ética na Política e o
impeachment do presidente Fernando Collor de Mello. 22 O primeiro comitê da Ação da
Cidadania contra a Miséria e pela Vida foi estruturado no Rio de Janeiro, e conclamava a
união de toda a sociedade, “[...] empresários, estudantes em suas entidades representativas,
conselhos normativos, bem como as universidades, escolas, hospitais, igrejas, sociedades
beneficentes, associações de moradores, clubes, ONGs, partidos políticos e,
fundamentalmente o poder público [...]” a somarem iniciativas, soluções imediatas, para
aplacar a miséria e a fome em todo o país. E quanto ao fato de serem soluções imediatas,
Betinho justifica: “[...] a fome tem pressa [...]”, “[...] a fome não pode esperar [...]”. 23 Apesar
disso, Betinho se mostrava consciente de que acabar com a fome e com a miséria exigia muito
mais que soluções paliativas: “o Brasil precisa de soluções estruturais que resultem em uma
distribuição de renda mais justa, na criação de empregos e na melhoria da qualidade de
vida”. 24 Para Betinho, a ACMV
[...] demonstrou que é possível distinguir assistencialismo de solidariedade
humana. Que para pescar é preciso estar vivo. Que a solidariedade humana é
fundamental na emergência dos que morrem de fome enquanto aguardam a
materialização das propostas de mudanças de estruturas. E essas reformas
estruturais só acontecem quando as mudanças do dia-a-dia ocorrem pela
ação das pessoas, de todas as pessoas. Mais do que isso, a campanha ganhou
a alma e a mão da população brasileira, abrindo as duas para a
solidariedade. 25
E complementa:
Agora estamos diante de um desafio maior. Não somente distribuir comida,
mas dar trabalho. Inventar emprego, integrar todas as pessoas em atividades
remuneradas. Com salário, cada um pode começar a exercer minimamente
sua cidadania. E vamos reproduzir o sucesso da primeira fase da campanha.
A maioria aprovou e participou da campanha. A maioria agora vai mudar o
rumo do Brasil pela via do trabalho. Vamos questionar tudo e principalmente
o rumo que nos levou à miséria, a esse apartheid social que se chama
“Brasil”. 26
Verificamos, nos depoimentos de Betinho, que a luta da ACMV vai muito além da
distribuição de alimentos. Contudo, as lutas de classes não fazem parte de seu horizonte de
análise, pois em seus depoimentos, os conflitos sociais não aparecem, uma vez que ele opta
por falar em “ação das pessoas”, “ação do povo brasileiro”, “solidariedade humana” etc. Aqui,
nossa crítica se dirige, sobretudo, à saída proposta pela ACMV e por seu representante
20
SILVA, op. cit..
21
DEMO, op. cit..
22
IBASE. Disponível em www.ibase.org.br Acesso em: 09 jan. 2005.
23
RODRIGUES, C. Ética (Herbert de Souza – Betinho) São Paulo: Moderna, 1994. (Coleção Polêmica), p.57 e
p. 59.
24
Ibid., p.59.
25
Ibid., p.41.
26
Ibid., p.41.
6
Para a ACMV, as respostas à miséria devem vir dos governos (federal, estadual e
municipal), dos empresários urbanos e rurais, da Fiesp, da CNI, do Sebrae etc., como também
da sociedade civil, por meio de suas iniciativas nos comitês da ACMV. A primeira etapa da
ACMV foi distribuir alimentos, “dar o peixe”, a segunda etapa consiste em “ensinar a pescar”,
gerar trabalho e renda a todos. E Betinho completa, dizendo que o sucesso dessa segunda
etapa também virá da sociedade civil.
Gente é que gera empego para gente. Gente é que gera trabalho para as
pessoas. A sociedade é que muda o rumo das políticas do Estado e inventa
novos modos de sua própria existência. A economia na verdade é a soma ou
a divisão de todos nós. Nessa campanha aprendemos a somar e a integrar,
contra uma economia que se especializou em dividir e excluir. 28
Ao longo dos anos, as razões para lutar contra o capitalismo foram
aumentando, a ética foi cedendo espaço para a ideologia. Lutar contra a
miséria passou a ser um subproduto da luta pelo socialismo. No futuro, o
socialismo acabaria com a miséria, ao fim de um período de convivência
inevitável. Restava, como forma de ação, denunciar a responsabilidade do
capitalismo na produção da miséria. Mas a convivência acabou por gerar um
inconformismo verbal e um conformismo prático. 29
Não dá: aquilo que produz miséria simplesmente não pode ser aceito. A
condenação ética da miséria é um ponto de partida. Para mim, o que era a
luta contra o capitalismo para atacar a miséria passou a ser a luta contra a
miséria para conquistar a democracia. 30
27
Ibid., p.40.
28
Ibid., p.42.
29
Ibid., p.30-1.
30
Ibid., p.33.
7
Concordamos com Montaño (2003), quando ele nos mostra que a democracia, que
inclui a prática cidadã, no capitalismo,
[...] é aceita e promovida (formal e limitadamente) desde que permita a
reprodução das relações sociais, a acumulação ampliada de capital, a
manutenção da hegemonia e da propriedade privada; ela é combatida
ferozmente quando seu desenvolvimento ameaça a ordem. A democracia,
para o capital, não tem um valor em si, mas um valor instrumental. [...]
Assim, a democracia como instrumento para a manutenção da hegemonia e a
propriedade privada e as lutas de classes subalternas como
(contra)tendência para a sua ampliação – estas são as categorias centrais para
a análise do processo de construção democrática. 31
Uma democracia dentro da ordem, sem questionar/alterar a propriedade
privada e a hegemonia da fração de classe no poder – que permite tanto a
exploração e as formas de submissão e dominação sociais quanto a direção
político-ideológica da população, que não questiona/altera nenhuma variável
econômica ou política sistêmica, que mantém/reforça as fontes de poder da
(fração de) classe hegemônica, e busca, no lugar das (suprimindo as) lutas de
classes, a “parceria”entre estas, como o caminho para a democratização - , é
um projeto condenado a ser mais um processo instrumentalizado pelo capital
e, portanto, funcional a ele. 32
31
MONTAÑO, op.cit., p.161.
32
MONTAÑO, op. cit., p.162.
33
KALECKI, Michal. Os aspectos políticos do pleno emprego. In: ___. Crescimento e ciclo das economias
capitalistas. São Paulo: Hucitec, 1983.
34
KALECKI, op. cit., p.57.
35
MARX, K. Produção progressiva de uma superpopulação relativa ou de um exército industrial de reserva. In:
___. O Capital. Crítica da economia política. Livro 1: o processo de produção do capital. V.2. São Paulo: Difel,
1982, p.730-743. (Capítulo XXIII: a lei geral da acumulação capitalista).
36
MARX, op. cit., p.731.
8
37
MARX, op. cit., p.733-4.
38
Segundo a interpretação de Francisco José Soares Teixeira, Marx se referiu à funcionalidade da
superpopulação relativa em regular os movimentos dos salários somente “a grosso modo”. Teixeira explica que
“[...] só a grosso modo os movimentos gerais de salários são exclusivamente regulados pelo movimento do
exército industrial de reserva. A expressão “grosso modo” implica dizer que esses movimentos são regulados por
outros fatores: a luta de classes, por exemplo. Isso Marx tinha presente mesmo na exposição de O Capital, onde
não se põe ainda a luta de classes, o que significa dizer que não se encontra em O Capital uma teoria da
pauperização absoluta da classe trabalhadora. E mais, Marx é bastante claro quando diz que a cada ciclo de
acumulação, o nível de salário real pode ser menor, igual ou maior do que aquele que prevaleceu no ciclo
anterior. Como encontrar aí, então, uma teoria de pauperização absoluta da classe trabalhadora?”. (TEIXEIRA,
F.J.S. Pensando com Marx: uma leitura crítico-comentada de O Capital. São Paulo: Editora Ensaio, 1995,
p.199). Por isso, não podemos esquecer que a luta de classes assume aqui um papel central.
39
DEMO, op. cit., p.12-3.