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ORGANIZAR-SE CONTRA O POVO: A CRIAÇÃO DO INSTITUTO MILLENIUM


(2005-2007).

Lucas Patschiki*

Neste artigo iremos analisar a fundação do Instituto Millenium (daqui para diante IMIL)
por Patrícia Carlos de Andrade e Denis Rosenfield em 2005, quando ainda era chamado de
Instituto da Realidade Nacional (troca de nome no ano seguinte). Assim, primeiro
avaliaremos os atores envolvidos, seus vínculos políticos e sociais, suas experiências e
interesses que convergiram para a participação ativa no IMIL. Segundo, iremos verificar a
organização inicial, como estes atores constituírem uma hierarquia organizativa para o IMIL e
como estes relacionam-se na sociedade civil e política. Por fim, iremos avaliar a identidade
ideológica conformada pelo IMIL neste primeiro momento, ou seja, os pontos mais básicos na
conformação de um discurso e de uma agenda política. O IMIL hoje é avaliado como o 33º
maior “think tank” da América Latina (MCGANN, 2015: 72), constando como número
10.890 entre todos os sites brasileiros, e número 354.306 em comparação global (ALEXA,
13.09.12: s./p.). Atua como um aparelho privado de hegemonia por excelência (GRAMSCI,
1999: 321), dado que não está diretamente ligado às relações de produção, distribuição e
venda (não cumpre as responsabilidades de sindicato patronal, federação de industriais,
associação comercial, etc.), agindo como um partido não formal, uma “nomenclatura de
classe” para a expansão do grupo social do qual se origina (GRAMSCI, 2002: 313).
Logo no início de 2005 foi criado um novo instituto, um novo aparelho de classe, parido
por diversos atores com esta exata intenção. Ao Instituto da Realidade Nacional foi dado
propósito, servir de ponto de suporte intelectual, ideológico e, especialmente, organizativo
para a classe dominante brasileira. Ele foi fundado pela iniciativa de Patrícia Carlos de
Andrade – o único nome ao seu lado, como coordenador, era o de Denis Rosenfeld
(SILVEIRA, 2013: 57).
Segundo sua fundadora:

Formadores de opinião, de um lado, apoiados por empresários que querem defender


o avanço de certas ideias. E estas ideias, elas só vão avançar se elas se
transformarem de alguma forma em política. Que elas tiverem algum tipo de atração
para os políticos que queiram representar certas bandeiras. Então o processo do
think tank, que já vem da segunda metade do século XX, é exatamente esse. Você tem
alguns intelectuais, que entendem a sociedade de alguma forma, eles se aproximam

*
Bacharel em História. Mestre em História/UNIOESTE. Doutorando em História/UFG. Bolsista Capes.
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de empresários que querem financiar esse tipo de mudança na sociedade, na base de


mudar a opinião, educar o povo para certas ideias e isso se transforma quando há
então movimento popular de desejo dessas mudanças vai haver o político ou o
funcionário público ou algum representante público da sociedade que vai transformar
isso em políticas (IMIL, 06.10.13: s./p.).

Patrícia é economista, tendo feito sua graduação e mestrado na Pontifícia Universidade


Católica do Rio de Janeiro. Sua dissertação, defendida em 1987, foi intitulada “O
comportamento do investimento agregado no Brasil - 1960/1985” (RACE TESES, acessado
em 18.04.16: s./p.). No mesmo ano foi aceita no Doutorado em economia da Universidade da
Pensilvânia, o qual não cursou. Em 2011, recebeu o título de Mestre em Psicologia Positiva
Aplicada (“Master of Applied Positive Psychology”) por esta mesma Universidade
(UNIVERSITY OF PENNSYLVANIA, 14.05.12: s./p.). Ela indica ter trabalhado como
analista de economia e política nos bancos Icatu e JPMorgan, além da autoria do livro “Guia
de profissões e mercado de trabalho” (Rio de Janeiro: Oriente-se, 2000). Não parece mais
exercer a profissão de economista, tendo cancelado seu registro no Conselho Regional de
Economia do Rio de Janeiro em junho de 2006 (CORECON-RJ, 29.06.06: s./p.).
Ela é filha do experiente jornalista Evandro Carlos de Andrade, que dirigiu o jornal “O
Globo” por mais de 24 anos e cujo último vínculo empregatício foi, entre 1995 e 2001,
quando faleceu, como Diretor responsável da Central Globo de Jornalismo. É ex-mulher de
Beny Parnes, economista (formado pela PUC-RJ, estudou na mesma turma que Armínio
Fraga) e ex-diretor de assuntos internacionais do Banco Central (empossado em janeiro de
2002 e permaneceu no cargo até setembro de 2003). Trabalhou por duas vezes para o banco
BBM do Rio de Janeiro, é sócio e economista-chefe da SPX desde 2013 e professor associado
do Departamento de Economia da PUC-RJ (SPX, acessado em 16.04.16: s./p.).
Patrícia foi aluna de Olavo de Carvalho em seu Seminário de filosofia, sendo
inclusive, alegadamente, citada como uma das responsáveis pela ida do pseudo-filósofo para a
grande imprensa. De fato, pudemos constatar que ela realmente assinou o “Manifesto contra a
ditadura esquerdista na mídia” escrito por Olavo de Carvalho em 2002, ao lado de nomes
como Heitor de Paola e Graça Salgueiro (ANDRADE, 06.10.09: s./p.), um dos documentos
preparatórios para o lançamento do Observatório da imprensa “Mídia Sem Máscara” (daqui
para diante MSM) no mesmo ano (PATSCHIKI, 2012). E que seu nome consta como revisora
de uma palestra de Olavo (a transcrição teria sido de Fernando Antônio de Araújo Carneiro),
“Educação liberal”, proferida em 18.10.01 Rio de Janeiro. Essa “tarefa” de transformar as
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aulas de Olavo em texto era procedimento comum de seus alunos (CARVALHO, 18.10.01:
s./p.). Outros pontos que ligam estes atores serão discutidos adiante.
O segundo nome citado, é o de Denis Lerrer Rosenfield, professor de filosofia na
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) desde 1982. Doutor em filosofia pela
Universidade de Paris, é editor da revista acadêmica “Filosofia política” e autor de uma série
de obras, dentre estas “Hegel” (Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2002), “A Democracia
Ameaçada” (Rio De Janeiro: Topbooks, 2006), “Justiça, democracia e capitalismo” (Elsevier,
2010) e, sintomaticamente, com João Pereira Coutinho e Luiz Felipe Pondé, “Por que virei à
direita” (Três Estrelas, 2012). Rosenfield além de participar do IMIL, irá ser também um dos
participantes-fundadores do já citado MSM. Neste irá publicar poucos artigos, sendo o peso
de sua contribuição garantida não só pelo seu capital intelectual, mas pela gravidade de suas
contribuições - além de Olavo de Carvalho é o único articulista do MSM que comete uma
interpretação para a suposta estratégia do movimento comunista após a queda da URSS.
Enquanto o primeiro enxerga a revolução passiva e o transformismo como estratégias
positivas para o movimento revolucionário (que remete a Gramsci e chama de “marxismo
cultural”), o segundo irá encontrar no bonapartismo a ação comum da esquerda na
contemporaneidade (o que remete ao bolivarianismo e chama de “democracia totalitária”).
Nesse sentido, ele enxerga no “18 Brumário de Luís Bonaparte” de Karl Marx um documento
chave para a ação revolucionária (PATSCHIKI, 2012: 373-376).
Segundo Andrade a ideia do instituto nasceu da preocupação com inexistência “de
uma representação política e cultural de centro-direita moderna”. Diz centro-direita,
explicando que se intitular como “direita” no Brasil seria considerado uma nominação
ofensiva. A partir de 2000 começou a intermediar sua proposta com “empresários e
formadores de opinião”. Estes diálogos tomam forma mais concreta com a organização de um
seminário sobre liberalismo no Brasil na Univercidade no Rio de Janeiro, “nessa época, 2000,
2001” (IMIL, 10.09.13: s./p.).
A tensão na implementação do projeto neoliberal seria objeto de preocupação em um
documento de 2002, portanto preparatório ao Instituto da Realidade Nacional, assinado por
Rubem de Freitas Novaes. Neste documento identifica a ameaça contra a democracia e o
livre-mercado no estatismo, e identifica o agente histórico representante deste projeto: o PT,
não o de sua origem de luta, mas o transformado, onde não existiria mais espaço para o
socialismo ou as bandeiras sociais, mas a “defesa de benefícios corporativos”, pauta política
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que teria garantido forte penetração na burocracia estatal:

O PT, tendo suas origens nos sindicatos de trabalhadores da Indústria do ABC,


incorporou, ao longo do tempo, além de outras categorias laborais, a grande massa
de funcionários do governo e das empresas estatais (enquanto perdia parte de seus
simpatizantes originais para o sindicalismo de resultados). Embora desfraldando
bandeiras sociais, foi na defesa de benefícios corporativos que encontrou coesão e
força para crescer, já que está no interesse particular, e não no ideal socialista, a
motivação de grande parte de seus associados (ressalvados os intelectuais do
Partido) para a luta política (NOVAES, 15.11.02: s./p.).

Esta opção política teria ampliado a capacidade de arregimentação do partido, que se


por um lado, não ofereceria mais perigo ao status quo como um todo, poderia tornar-se forte
entrave ao aprofundamento do projeto neoliberal – especialmente por servir como força
organizadora do funcionalismo público:

Tendo, no entanto, recebido a rotulação de partido da burocracia, o PT encontrava


grande dificuldade em se credenciar para o comando da administração pública
federal. Os empresários eram quase unânimes em rejeitá-lo, por temerem uma
brusca socialização da economia, e a classe média, avessa a incertezas, mantinha
dele certa distância, por desconfiar de possíveis “rupturas” e, também, por rejeitar
favorecimentos indevidos. O projeto político da “nova classe” de servidores estatais
parecia, assim, ter atingido seus limites em termos de alcance da Presidência da
República, muito embora, em nenhum momento, burocratas e políticos tenham
deixado de ampliar a sua fatia de comando sobre os recursos nacionais. (O projeto
“neoliberal” de FHC permitiu que os gastos públicos federais, em termos reais,
crescessem a taxa média anual de 6%, ao longo dos últimos oito anos, e que a carga
tributária bruta evoluísse de 27% do PIB, em 1994, para 35% do PIB, em 2002)
(NOVAES, 15.11.02: s./p.).

Temos de sublinhar 3 pontos nessa citação: primeiro, que o PT agora passa a ser
rejeitado pela burguesia por outros motivos, indicando uma mudança no teor do
anticomunismo “crônico” da classe dominante, forma ideológica de um traço estrutural na
formação desta classe, a “contrarrevolução preventiva” (FERNANDES, 1976: 207-208).
Segundo, que a burocracia, como “classe” (eles assim o entendem, referenciando o ex-
comunista Milovan Djilas, afirmando que existiria um sentido político comum nas
burocracias da antiga URSS e brasileira) sairia como vitoriosa dos embates realizados em
torno da implementação do neoliberalismo no Brasil dos anos 90. As aspas com quais
referem-se ao neoliberalismo dos governos FHC indicam sua desilusão com a condução deste,
pois afinal, o Estado não só teria sido ampliado como os tributos aumentaram (destacando
aqui o proposital desaparecimento dos custos das dívidas internas e externa). Terceiro, que era
necessário encobrir a questão da ampliação do Estado relativa a implementação do
neoliberalismo (especialmente porque irá assumir papel de normatizador e regulador dos
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setores privatizados). Os culpados seriam então os agentes políticos e a burocracia,


movimento crucial, pois caso contrário, colocaria em plena contradição as promessas dos
ideólogos neoliberais, dilacerando seu poder de convencimento. Esta leitura ideologizada já
era contradita na época por pesquisas que davam conta da necessária ampliação do Estado sob
os auspícios neoliberais (não só quantitativa, mas também qualitativa) (Ver SANTOS, 2002).
É neste “entremeio” que o PT transformado irá buscar junto ao empresariado credenciar-se
como força viável para a gestão do estado capitalista:

Era preciso dilatar o campo de influência do Partido, o que fez surgir a brilhante
idéia, recusada pelos petistas mais radicais, de cooptar o empresariado,
enfraquecido que estava, em suas convicções, por anos seguidos de magro
desenvolvimento econômico e de crescentes tensões sociais (NOVAES, 15.11.02:
s./p.).

Esta leitura foi endossada por diversos intelectuais petistas (como a de OLIVEIRA In.
ESTANQUE et all, 2005: 97). que visualizaram uma brecha entre o empresariado industrial
nacional e as frações da classe dominante mais ligada ao sistema financeiro – na qual
enquadra-se também o agronegócio. O transformismo petista assim pode ser interpretado
como uma ação estratégica para explorar as “fissuras” na classe dominante criadas pela
implementação do neoliberalismo. Esta falsificação histórica das relações de força permitiu
justificativa para o transformismo petista, garantido pela possibilidade de ascender como
gestor autorizado do Estado capitalista. Ao afirmar uma suposta “contradição” entre os
interesses das frações da classe dominante como elemento definitivo para a ascensão do PT ao
poder apagaram a necessidade política de sequestrar a autonomia do partido e das
organizações de luta da classe trabalhadora exatamente para a consolidação da hegemonia
neoliberal. Esta leitura ideológica formou um paradoxo: a possibilidade do PT ascender ao
poder resultaria das tensões classistas do processo de implementação das políticas neoliberais,
mas esta ascensão só seria garantida desde que o PT reproduzisse as mesmas premissas
neoliberais – seja qual a “gradação” deste projeto assumida.
A visualização destes embates no nível da aparência baseou a leitura ideológica que
existiram nestas manifestações de interesses imediatos possíveis “distinções” entre as frações
da classe dominante brasileira, que seriam evidenciadas pela sua diferente origem: industrial,
agrário, financeiro (e mesmo uma reativação da velha teoria que opunha a burguesia nacional
e o imperialismo). Tais leituras não faziam, propositadamente ou não, a devida verificação
histórica ao nível das condições sociais de produção e reprodução do capital, cuja
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financeirização mundial desde o final da década de 70 alterou qualitativamente as relações


entre os exploradores. Como enfatiza Virginia Fontes, nessa forma de acumulação “não ocorre
uma oposição entre capital financeiro ou bancário e capital industrial ou de serviços, ou ainda
meramente especulativo: ela decorre de e impulsiona o crescimento de todas as formas de
capital, pornograficamente entrelaçadas”(FONTES, 2010: 198-199).
O pulo do gato do PT teria sido a promessa de um Estado tutelar, que salvaguardasse
esse empresariado nacional, que teria sido posto em uma situação de inferioridade diante da
concorrência com o mercado mundial. Burocracia, classe política e este empresariado
dependente formariam o quadro de alianças arregimentado pelo PT:

Com este novo quadro de alianças, amplia-se a fatia da população diretamente


interessada na expansão do Estado e aproxima-se o ponto limítrofe a partir do qual
uma maioria estatizante, faminta de poder e de recursos, cada vez mais imporá sua
vontade sobre os demais membros da sociedade. Como conter este ímpeto? Como
restringir, enquanto é tempo, o paternalismo estatal e o seu comando sobre os
recursos econômicos? Esta é a tarefa a que deverão se dedicar todos aqueles que
acreditam no primado da iniciativa privada e no ideal de uma sociedade realmente
livre (NOVAES, 15.11.02: s./p ).

O IMIL não poderia defender essa leitura monolítica sobre o PT, visto que ao contrário
de seus pares fascistizados, o instituto comporta grupos da burguesia apoiadores ativos da
gestão presidencial de Lula, e que é inevitavelmente capitalista. Uma leitura mais complexa
desta situação é oferecida pelo artigo de Carlos Pio e Eduardo Viola, divulgado no “Valor” de
28.09.04. Neste documento os autores buscaram enfatizar as cisões do PT, ou seja, através da
constatação destas divergências internas, passariam a propor uma qualificação mais apurada
do partido e das necessidades do combate a este:

As principais análises sobre o governo Lula apontam para a sua divisão em duas
alas, cujos projetos seriam, a princípio, incompatíveis. De um lado, teríamos uma
corrente liberal, encabeçada por Palocci; de outro, uma corrente estatista,
comandada por Dirceu. A primeira estaria interessada “apenas” no bom
gerenciamento da economia. A segunda estaria voltada para viabilizar um projeto
de partido hegemônico, com vistas a permanecer no poder por décadas. Mais
recentemente, passou se a temer que a primeira ala estivesse apenas servindo para
viabilizar a estratégia de hegemonia comandada por Dirceu (PIO; VIOLA,
28.09.04: s./p.).

Essa conclusão é fundamental para buscar afirmar o complô, um dos motes principais
do anticomunismo – aqui travestido de anti-estatismo, mas que como veremos, são
consideradas “etapas” para o mesmo fim histórico pelos teóricos ultraliberais, o comunista.
Assim, “não resta dúvida de que algumas iniciativas do governo do PT estão contribuindo
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para consolidar o capitalismo no Brasil, ao mesmo tempo, e “a despeito disso, a administração


do PT também tem-se caracterizado por uma série de decisões que criam e/ou reforçam
obstáculos à consolidação da economia de mercado”. Esse “paroxismo” até primário
funciona, porque o PT tem suas origens na classe trabalhadora, o que implica que mesmo
transformado, abandonando seu programa original de classe, suas referências simbólicas
continuam, até porque irão formatar uma identidade política-eleitoral diferenciada dos demais
partidos, especialmente o PSDB, que compartilha as mesmas premissas econômicas.
Estas supostas intenções “hegemônicas” do PT (na verdade o correto seria
“hegemonismo”, pois hegemonia, é o domínio e direção de uma classe), hipótese que não
comprovam factualmente, intentaria “permanecer no poder por duas décadas ou mais”, o que
teria obrigado ao grupo central petista “a necessidade de bem gerenciar a economia”, o que
por si não corrobora papel positivo pois esta “boa gestão”, seria mero cenário para “criação e
expansão de regulações visando reduzir o pluralismo político, aumentar o papel dirigista do
estado na economia e criar uma rede de clientelas eleitorais” (PIO; VIOLA, 28.09.04: s./p.).
E o documento situa as relações de força no Brasil, listando primeiro “os principais
fatores, em ordem de importância”, que garantem sustentação para um partido hegemônico:

(1) grande proporção pobres na população (34%), que demanda assistência social e
que pode ser mais facilmente manipulada nas eleições; (2) máquina política do PT
muito sofisticada organizacional e financeiramente e com baixo compromisso
histórico com o pluralismo político e o capitalismo; (3) presença de uma liderança
com forte apelo personalista e carismático; (4) existência de uma organização
comunista revolucionária e pára-legal, o MST, com vínculos estreitos com o PT; (5)
forte penetração do ideal de democracia participativa, ameaçando erodir os
mecanismos formais de representação (partidos, parlamento); (6) mentalidade
nacional coletivista e estatista, que se expressa na demanda por um “projeto
nacional” (PIO; VIOLA, 28.09.04: s./p.).

A partir dessa apresentação dos pontos, elaboram melhor as razões do primeiro,


buscando oferecer uma “explicação razoável” para a culpa atribuída aos pobres:

Num regime democrático, o fundamento eleitoral do partido hegemônico está em


sua capacidade para atender às demandas da população mais pobre,
transformando-a em base de suporte eleitoral. Para que possa fazê-lo, é
fundamental que o país logre taxas elevadas de crescimento sustentado. No entanto,
a existência de um partido com essa pretensão representa em si uma ameaça aos
interesses dos principais agentes econômicos, cujos direitos de propriedade se
fragilizam diante da concentração excessiva do poder político. E uma taxa mais alta
de risco político desestimula investimentos produtivos fundamentais ao crescimento
sustentado (PIO; VIOLA, 28.09.04: s./p.).

Em seguida lista os fatos que oferecem resistência ao “projeto hegemônico”:


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(1) a institucionalização de direitos civis e políticos, especialmente as liberdades de


organização e de imprensa; (2) um Judiciário politicamente independente; (3) a
existência de alguns partidos já consolidados com forte orientação antihegemônica
(PSDB, PFL); (4) o prestígio e a liderança internacionais do ex-presidente
Fernando H. Cardoso; (5) o federalismo, que torna mais diversificado os sistema de
representação e de competição eleitoral; (6) vasta classe média composta por
agentes econômicos privados e setores econômicos fortemente internacionalizados
(PIO; VIOLA, 28.09.04: s./p.).

Note-se que nessas considerações as apreciações ao desenvolvimento da democracia


brasileira resumem-se a um comentário genérico sobre o “federalismo” e ao “Judiciário
politicamente independente”, o que é simplesmente mentiroso. Ao fim das gestões de FHC
haviam cerca de 4 mil processos parados no gabinete do procurador-geral da República,
Geraldo Brindeiro, primo do então Vice-Presidente Marco Maciel. Durante a gestão
presidencial do PSDB arquivaram-se 217 investigações e engavetaram-se outras 242, sendo
que estas envolviam 194 deputados, 33 senadores, 11 Ministros e 4 contra o próprio
Presidente da República. Essas protelações duravam até os delitos serem prescritos
(GUIMARÃES, 20.10.14: s./p.). E em 1999 foi criada no Senado uma Comissão Parlamentar
de Inquérito do Judiciário, onde foi descoberta o desvio de 169,5 milhões de reais da
construção do Fórum do Tribunal do Trabalho em São Paulo, que levou a condenação do juiz
Nicolau dos Santos Neves e do senador Luiz Estevão (PMDB-DF) (O GLOBO, 14.07.11:
s./p.). A outra consideração é a constatação da “institucionalização de direitos civis e
políticos”, da qual sublinha-se a “liberdade de imprensa”, que entende erroneamente como
“liberdade de expressão”, a qual ainda é associada a “liberdade de organização”. Liberdade de
expressão é um direito individual à fala, enquanto liberdade de imprensa (de imprimir em seu
sentido original), toma um caráter social, pois os falantes são conglomerados corporativos
midiáticos de alcance nacional (e até mesmo internacional). A comparação entre esses dois
direitos, “só faria sentido na medida em que a liberdade de imprensa contemplasse o direito à
comunicação que é direto de cada um, individualmente, de se expressar através de qualquer
meio, inclusive destas instituições” (IHU ONLINE, 16.06.10: s./p.). Assim é uma liberdade a
ser garantida pela pluralização e pelo acesso a esses meios de comunicação, o que não
corresponde ao caso do oligopólio midiático brasileiro, dominado por pouquíssimas famílias
(Marinho da “Globo”, Abravanel do “SBT”, o Edir Macedo da “Record”, a família Saad da
“Bandeirantes”, a Frias da “Folha de S. Paulo”, a Mesquita do “Estadão” e a Civita da Editora
Abril).
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As demais proposições dão conta de atores políticos ativos no processo de


implementação do neoliberalismo no Brasil (PFL, PSDB, do qual sublinham o ex-presidente
FHC) e os estratos sociais aos quais seu discurso ressoa (embora falar em “vasta classe
média” no caso brasileiro seja evidentemente um exagero, dada a concentração brutal da
renda nacional): os “agentes econômicos privados” além dos “setores econômicos fortemente
internacionalizados” (PIO; VIOLA, 28.09.04: s./p.). Ainda vale a pena relembrar que o
Partido da Frente Liberal (PFL), atual Democratas (DEM) é a reedição da Aliança
Renovadora Nacional (ARENA), o partido de sustentação da Ditadura – certamente a coisa
mais parecida com essa interpretação de partido “hegemônico” que existiu. Ainda assinalam
que a conjuntura que ofereceu base material para este suposto “hegemonismo” petista poderia
fazer com que sua função como gestor do Estado entrasse em colapso, unificando seus
opositores: “para viabilizar-se como partido hegemônico o PT teria que empreender o
caminho de destruição da economia de mercado e da democracia. É fácil imaginar o grau de
resistência que enfrentaria, especialmente se a economia entrasse em recessão” (PIO; VIOLA,
28.09.04: s./p.).
E por fim, fazem a defesa das prerrogativas defendidas pelo IMIL para a sociedade
brasileira, para “reforço da autonomia da sociedade frente ao estado e não o oposto”. Como
mesmo escreveram, “a agenda é clara”:

(1) garantia plena à propriedade privada, em suas múltiplas dimensões – terras,


contratos, propriedade intelectual; (2) eliminação das restrições às importações
para elevar a corrente de comércio; (3) forte redução da carga tributária e aumento
da qualidade dos tributos; (4) eliminação das vinculações constitucionais do
orçamento; (5) redução significativa da informalidade; (6) simplificação e
flexibilização das legislações trabalhista e sindical; (7) redução consistente da
criminalidade; (8) redução significativa da incerteza jurídica; (9) aumento da
qualidade da educação; (10) independência jurídica do Banco Central; (11)
retomada da agenda de reforma e modernização do estado por meio de
privatizações e parcerias com empresas privadas; e, (12) estabelecimento de um
sistema previdenciário de capitalização (PIO; VIOLA, 28.09.04: s./p.).

Note que sua agenda não faz nenhuma proposição em torno do aprimoramento
democrático das instituições ou sobre a ampliação dos direitos universais. O único sujeito
considerado nessas proposições é o “mercado”, que assume nessa dimensão fetichizada
prerrogativas, necessidades postas para além dos seres humanos. A partir daí qualquer direito
universal torna-se questão secundária, genérica, como visto no ponto sobre a “qualidade da
educação”. Por sinal, todos os outros pontos dão conta das políticas econômicas e
reestruturações para o aprofundamento da implementação do projeto histórico neoliberal. As
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demais, “redução consistente da criminalidade” e “redução significativa da incerteza jurídica”


constam como necessidades do primeiro, e mais importante, ponto da agenda, “garantia plena
à propriedade privada” diante da massa de despossuídos brasileiros, da “grande proporção
pobres na população (34%)”. Estas medidas visam dotar o Estado de instrumento de coerção
adequados para a implementação de políticas de forte concentração de renda, de incremento
na superexploração do trabalho e na expropriação de direitos conquistados pelas classes
subalternas através de décadas de luta. O incremento da violência estatal é uma necessidade
tão fundamental para a manutenção da hegemonia neoliberal quanto os programas de
transferência direta de renda, tal qual preconizados por Milton Friedman (FRANK, 06.07.15:
s./p.) Não por sinal, é nesse contexto que se conhece um forte crescimento dos projetos
fascistas. Não há possibilidade nenhuma de se conceber paz social em torno de um programa
em que se acentua a distância econômica e social entre atores estruturalmente e
historicamente desiguais.
Temáticas derivadas dessas preocupações irão permear o primeiro evento organizado
pelo Instituto da Realidade Nacional, logo em março de 2005. Intitulado “Rumos do Brasil
Contemporâneo” ocorreu entre os dias 15 e 17 daquele mês no Teatro da Cidade, Rio de
Janeiro. Aqui a Univercidade ainda aparece como apoiadora principal da iniciativa, sob
responsabilidade de Andrade e Rosenfield. Os participantes indicam alto grau de capacidade
de arregimentação dos organizadores, o que vai além do capital financeiro, exigindo capitais
social e cultural consideráveis. O evento foi dividido em mesas temáticas, as seguintes:
No dia 15, a mesa 1, com tema “Liberdade sob diferentes ângulos”, contou com
Eduardo Gianetti (Economista, INSPER), Sergio Ribeiro da Costa Werlang (Economista,
FGV) e Maria José de Queiroz (Doutora em Letras NeoLatinas, docente da UFMG e
escritora). Na mesa 2, “Os meios de comunicação e a liberdade”, participaram Antônio Carlos
Pereira (Editor de “O Estado de São Paulo”) e Ali Kamel (Editor do jornal “O Globo”) -
Carlos Alberto Teixeira, em nota em seu blog no “O Globo” indicou que este encontro teria
seu conteúdo transmitido em vídeo pelo “Canal Universitário” da Net e que teria registro
posterior em livro. Não encontramos nenhum destes materiais (TEIXEIRA, 15.03.05: s./p.).
No dia 16, a mesa 3, “O Estado e a segurança (propriedade privada e MST)”, contou
com Paulo Brossard (Advogado e ruralista, ex-Ministro da Justiça de Sarney e juiz
aposentado do Superior Tribunal Federal), Xico Graziano (Agrônomo e político do PSDB, ex-
Chefe de Gabinete de FHC, escreve para “O Estado de S. Paulo, “O Globo” e “O Tempo”),
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Carlos Alberto Sardenberg (Jornalista das Organizações Globo) e Yeda Crusius (Economista e
Deputada Federal do PSDB, ex-Ministra do Planejamento, Orçamento e Gestão de Itamar
Franco). A mesa 4 “Política e Liberdade”, contou com Octávio Amorim Neto (Cientista
político, FGV e IUPERJ), Rodrigo Maia (Deputado Federal pelo PFL), Eliseu Padilha
(Advogado, Deputado Federal pelo PMDB, ex-Ministro dos Transportes de FHC), Pedro
Parente (Engenheiro, ex-Chefe da Casa Civil e Ministro do Planejamento, Orçamento e
Gestão de FHC, executivo do Grupo RBS) e Yeda Crusius (ver mesa 3). A mesa 5 “Política
Externa”, com Pedro Malan (Economista, ex-presidente do Banco Central na gestão de Itamar
Franco, ex–Ministro da Fazenda da gestão FHC, presidente do conselho de administração do
Unibanco, sócio da Gávea Investimentos), Celso Lafer (Advogado, foi por 2 vezes Ministro
das Relações Exteriores do Brasil – gestões Collor e FHC e ex-Ministro do Desenvolvimento,
Indústria e Comércio, gestão FHC, membro do conselho administrativo da Klabin), Eduardo
Viola (Cientista político, UnB) e Marcílio Marques Moreira (Diplomata, ex-Ministro da
Economia, Fazenda e Planejamento de Collor e presidente da Associação Comercial do Rio
de Janeiro).
No último dia, a mesa 6, “Liberdade Econômica e Propriedade privada”, contou com
Armínio Fraga (Economista, ex-presidente do Banco Central, gestão FHC, sócio-fundador da
Gávea Investimentos), Marcos de Barros Lisboa (Economista, secretário de política
econômica do Ministério da Fazenda, gestão Lula e presidente do Instituto de Resseguros do
Brasil), Gustavo Franco (Economista, 2 vezes presidente do Banco Central nas gestões de
FHC, presidente da Rio Bravo Investimentos) e Roberto Fendt (Economista, vice-presidente
do Instituto Liberal). A última mesa teve o tema de “Impasses do Brasil Atual” e contou com
Henrique de Campos Meirelles (ex-presidente do Bank Boston, presidente do Banco Central),
Jorge Gerdau Johannpeter (na época presidente do conselho de administração do Grupo
Gerdau), Denis Rosenfield e Paulo Roberto Nunes Guedes (Sócio fundador do Banco Pactual
e das faculdades Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais, fundador e presidente da BR
Investimentos, fundador e sócio do Banco BTG Pactual S.A., é membro do Conselho de
Administração da Bozano Investimentos) (SILVEIRA, 2013: 57-58).
Entre os participantes, notamos a seguinte distribuição (o número final ultrapassa o
número total de convidados porque um único convidado pode enquadrar-se em mais de um
recorte): 8 representantes setor financeiro; 2 representantes setor industrial; 1 representante do
agronegócio; 8 acadêmicos; 5 jornalistas/executivos mídia; 3 advogados; 12 burocratas ou ex-
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burocratas partidários; 10 burocratas de carreira (destes 8 são acadêmicos); 4 políticos. Deste


evento inicial pode-se afirmar que o IMIL sai já nasce com parte de sua espinha dorsal
organizada: dos participantes convidados, 15 irão integrarão o instituto em diversas funções,
sendo que alguns nomes serão cruciais para sua consolidação, como Jorge Gerdau
Johannpeter, Antônio Carlos Pereira, Paulo Guedes, Gustavo Franco, Armínio Fraga, etc.
Patrícia Carlos de Andrade e Denis Rosenfield, através da Univercidade, inserem-se
no epicentro das novas organizações de direita, articulando com diversos atores que irão
tornar-se referências no campo político. Além disso podemos sublinhar que existe um recurso
formidável para eles, que são os contatos possíveis através de suas próprias conexões, com
agentes que integram a sua rede pessoal de sociabilidades. Se em 2001 ainda não havia espaço
para uma organização como o Instituto da Realidade Social, seus primeiros organizadores
confirmam que existia um público interessado. Essa circulação pelos meios de direita, os
permitirá agrupar intelectuais (que tornarão orgânicos do IMIL) e constituir uma primeira
rede de circulação de ideias e de solidariedade – será esta rede que os permitirá depois buscar
financiamento, compartilhar uma agenda e formar frentes com outros agentes, empresas,
institutos, etc. Com o passar dos anos, e com o sucesso da mudança do lulismo, comprovada
após os inquéritos do Mensalão em 2004, cria-se uma conjuntura propícia para o lançamento
do Instituto da Realidade Nacional. Este é criado dentro de uma estratégia positivada pela
experiência de seus pares e integrando redes de influência e mobilidade, fundamentais para a
ascensão do IMIL como uma “nomenklatura de classe”.

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06.10.13. Disponível em http://exame.abril.com.br/rede-de-blogs/instituto-
millenium/2013/06/10/videocast-com-patricia-carlos-de-andrade-fundadora-do-instituto-
millenium/, acessado em 16.04.16.
NOVAES, Rubem de Freitas. Disputa de classes ou quem paga o pacto? 15.11.02.
Disponível em http://www.institutomillenium.org.br/artigos/disputa-de-classes-ou-quem-
paga-o-pacto/, acessado em 27.04.16.
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Valor, 28.09.04. Disponível em http://www.institutomillenium.org.br/artigos/o-brasil-ptista-
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