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Categorizando “novas direitas” | Itamar Freitas e Karl


Schurster
07 outubro 2022

Por I t a m a r F r e i t a s (UFS) | ID Orcid: https://orcid.org/0000-0002-0605-7214 e K a r l


S c h u r s t e r (Universidade de Vigo/UPE) | ID Orcid: https://orcid.org
/0000-0002-1363-119X.

Novos e velhos elementos das direitas em dossiê de artigos, a partir dos contextos do Brasil,
Uruguai, Argentina, Peru e El Salvador| Foto: Evaristo Sá/AFP

Empregamos, inicialmente, a expressão “novas direitas” para designar atores políticos (individuais
e coletivos), suas ações, pensamentos, valores e símbolos constituintes, pressupondo que
determinados valores, ideias e símbolos orientam, fundamentam e estimulam as nossas
sensibilidades, posições políticas e estratégias de ação e as próprias ações.

Aceita a premissa, se quisermos conhecer o que leva determinado ator político e planejar e a agir
politicamente para traçarmos estratégias de relacionamento com esse “outro” do nosso convívio –
fazer a defesa de princípios da convivência democrática, por exemplo –, é sensato que nos

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afastemos dos signi�cados essencialistas, deterministas ou nominalistas[1] de “novas direitas”,


questionando: “Em que medida essa direita é “nova”? “Essa direita é “nova” em relação a que ou a
quem? Quem está declarando que essa direta é “nova”?

Dar respostas a essas questões é trabalho insano, quando desejamos cobrir integralmente a
bibliogra�a produzida nos últimos oito anos, tempo demarcado pela euforia, crescimento ou
“maré” de direita que emergiu no curso das eleições para presidente da República (2013/2014), do
golpe contra Dilma Rousse�, dos protestos contra Michel Temer e da eleição de Jair Bolsonaro.
Tomando por base o Banco de Teses e dissertações da CAPES, entre janeiro de 2014 e julho de 2022,
mais de 550 teses e dissertações foram defendidas, atribuindo centralidade às categorias: “direita”
(67%), “populismo” (nem sempre associado à direita) (16%), “fascismo” (8%), “extrema direita”
(6%) e, de modo residual, “neofascismo”, “neopopulismo”, “ultradireita” e “nova direita” (entre
2% e 3%, no conjunto).

Foi sobre esses 3% que nos ocupamos, complementados com levantamento de artigos acadêmicos e
livros que tratam de “ultra direita”, “extrema direita”, “neofascismo” e “novas direitas”,
publicados nos últimos cinco anos. Os textos aqui citados são uma amostra do acervo consultado.
Com eles, além das já referidas questões, queremos apresentar uma possibilidade de dar respostas
imediatas, principalmente, aos leigos na matéria, sobre como identi�car um pensamento, um valor
ou uma ação designável pela expressão “nova direita”.

Sinonímias e contextualização

Em geral, a expressão “nova direita” é realizada (produzida) por (1) acadêmicos – sociólogos,
politólogos, comunicólogos, economistas, �lósofos e historiadores –, (2) eleitores, (3) membros e
líderes partidários, (4) membros e líderes de movimentos sociais, (5) líderes governamentais e (6) e
agentes midiáticos formadores de opinião. Consequentemente, “novas direitas” é expressão
produzida e comunicada em trabalhos acadêmicos, entrevistas sistemáticas e pesquisas de opinião,
programas partidários, manifestos, moções, abaixo-assinados e artigos opinativos, discursos de
posse e apresentação de políticas públicas, editoriais e reportagens, posts e lives em redes sociais,
ou seja, “novas direitas” é expressão colhida em conjunto amplo e disperso de fontes.

Por isso, quando os especialistas querem obter um grau maior de certeza sobre a substância da
expressão “novas direitas”, agora tomada como categoria, no que diz respeito às distâncias entre
determinadas estratégias e posições manifestadas pelos agentes políticos, eles cruzam os
signi�cados produzidos por esses seis tipos. Eles comparam, por exemplo, o signi�cado de “novas
direitas” em programas de partido com o signi�cado de “novas direitas” em programas de
governo[2]. Eles fazem triangulações entre as ideias de “novas direitas” comunicadas por
acadêmicos, eleitores e programas partidários.[3] Eles cruzam, por �m, as declarações dos
programas partidários com a avaliação da oportunidade de defesa de determinadas questões
(sociais, políticas, econômicas etc.) em determinados contextos, com a votação dos membros desse
mesmo partido no parlamento.[4]

Independentemente da proveniência da designação, é sensato partir da ideia de que a novidade e a


qualidade da “direita” são coisas relacionais, polissêmicas e contextuais (da mesma forma que
ocorre com as designações “ultradireitas”, “extrema direita” e “direita radical”, por exemplo).
Comecemos pelo predicado “novas”. A novidade das direitas, obviamente, se constitui em relação a

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um “outro”, no tempo, no espaço e nas circunstâncias: (1) é nova (tem pouca idade) a direita
encarnada em uma instituição de criação recente, diante de instituições (partidos, movimentos etc.)
instalados há mais tempo: o Movimento Brasil Livre (MBL) é novo em relação ao Democratas (DEM)
que, por sua vez, é mais novo em relação ao Partido da Frente Liberal (PFL); (2) é nova (é original) a
direita encarnada em uma ideia conservadora radical, diante de uma ideia conservadora moderada,
compartilhada no mesmo ambiente – as ideias de Escola Sem Partido (ESP) e de Homeschooling são
novas em relação à ideia de obrigatoriedade do ensino religioso, quando pensamos nos mecanismos
prescritivos para a escola pública, discutidos na Câmara dos Deputados.

É também (3) nova (diferente) a tática dos think thanks, movimentos e partidos brasileiros de
defender explicitamente o ultraliberalismo na segunda década do século XXI,[5] diante da atitude
envergonhada das direitas dos anos 80 do século XX; (4) é nova (é diferente) a combinação de ideias
como a defesa dos princípios neoliberais econômicos (livre mercado e estado mínimo), conjugada a
uma pauta conservadora nos costumes (defesa da família nuclear burguesa e criminalização do
aborto); (5) é nova (tem pouco assentimento) a ideia disseminada nos últimos cinco anos, em
segmentos urbanos da classe média-alta, de que a Monarquia seria uma forma de governo
qualitativamente superior à forma republicana no Brasil; e (6) é nova (é inédita) a defesa aberta de
que a sociedade brasileira está dividida entre a direita e a esquerda, acompanhada de uma explícita
reivindicação identitária “de direita” entre intelectuais, a exemplo de Reinaldo Azevedo, Marco
Antônio Vila e Diogo Mainardi.[6]

Com a palavra “direitas” as di�culdades são, sobretudo, de sinonímia, mas também de


contextualização. Direita designa sujeitos políticos (e/ou seus constituintes) que encarnam
comportamentos convertidos em identidade política (algumas, desde o século XIX), sob o nome de
“conservadorismo”, “populismo” e “fascismo” de tipo vario. Na segunda metade do século XX e no
século XXI, acadêmicos que empregam conservadorismo, não raro, se veem na obrigação de
discriminar o seu caráter “reacionário”, “radical”, “moderado”, de “nova direita” ou de “pós-
moderno”, por exemplo. Quem usa “populismo”, é compelido a categorizá-lo ao modo latino-
americano e ao modo europeu. Quem usa fascismo, é também obrigado a mencionar o seu caráter
“histórico italiano”, “histórico alemão (ou nazismo)” ou de “neofascismo” etc. Devemos lembrar
também que essas categorias e subcategorias podem ser mescladas entre si, gerando novos tipos e
subtipos.[7]

As marcas históricas do lugar (espaço, tempo e circunstâncias) também são outro obstáculo à
rotulação fácil de “direita”, “velha direita” e “nova direita”. Em lugares, como a Palestina e o
Brasil, as ideias, valores e ações que fundamentam a política econômica de determinado ator
político não pesam tanto na de�nição, por exemplo, como a luta contra Israel e a repulsa à ditadura
militar, respectivamente. As pautas liberais, como a privatização e desregulamentação, somente
foram transformadas em traços diacríticos da direita nos anos 90 do século passado. Até mesmo os
partidos que as apoiaram no Brasil, o Partido da Frente Liberal, depois, Democratas (PFL/DEM),
preferiram a expressão “de centro” para tomarem distância da memória dos tempos
autoritários.[8]

Como desdobramento desse caráter relacional, torna-se muitas vezes difícil generalizar sobre as
novas direitas em escala transnacional e, até nacional, em duração conjuntural. Não há como fazer
transposição automática de uma categoria sem re�etir sobre os seus elementos constituintes e o
espaço de atuação, pois o que que hoje (2022) é designado pelos acadêmicos por “Nouvelle Droite”,

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por exemplo, na França, não coincide em ideias, formas de organização, níveis de


radicalidade/moderação etc. com a “Nuovo Destra” na Itália, a “Neue Recht”, na Alemanha, a “New
Right” nos Estados Unidos, a “Nueva Derecha”, na Argentina e a “Nova Direita” no Brasil.

Mesmo no interior de um país, a signi�cação pode variar entre os acadêmicos como fruto da
mudança de critérios de escolha ou modelo de representação. Pode variar, ainda, entre os agentes
políticos como fruto das mudanças discursivas demandas pela sobrevivência dentro ou fora do
sistema político. O que um pesquisador da segunda metade dos anos 80 classi�ca como posição
típica das “novas direitas” brasileiras identi�cadas na expressão “malu�smo” não se assemelha
(não pode ser transposto automaticamente) ao que um pesquisador de 2015 admite como posição
típica das “novas direitas” identi�cadas no Movimento Vem Pra Rua (VPR). O que um pesquisador
dos protestos de 2013 em Maceió (AL) classi�ca como questão típica das “novas direitas” pode não
ser a mesma questão típica das “novas direitas” em episódio homônimo em São Paulo, apesar de o
agente investigado ser o mesmo: Movimento Brasil Livre (MBL). Por �m, o que o MBL expressava
programaticamente como mecanismo das “novas direitas” em 2020 pode não coincidir como o que
ele expressou programaticamente em 2015.

Categorizando novas direitas

Depois desse arrazoado sobre as variações de signi�cado, há quem possa questionar se ainda
podemos categorizar, comparar e generalizar, empregando a expressão “novas direitas”: Como
devemos interpretar, por exemplo, a declaração sistemática da grande mídia de que Donald Trump,
Jair Bolsonaro e Victor Urban são sujeitos da família das “novas direitas”? A resposta à questão
principal é sim.

Podemos estabelecer tendências, fazer agrupamentos, efetuar comparações e


identi�car singularidades acerca das estratégias e posições de agentes
políticos, sejam líderes de movimentos e partidos, sejam pessoas em idade
escolar, desde que anunciemos claramente as categorias e as fontes das quais
extraímos os elementos que realizam as nossas categorias.

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As pautas das ‘novas’ direitas, comentadas à esquerda e à direita | Arte:


Andreia Freire/Revista Cult

O construto intelectual[9] do qual tratamos tem uma designação, já escolhida desde o início deste
texto: “novas direitas”. Essa é a expressão dominante tornada categoria. Não obstante
encontrarmos variáveis resultantes de adjetivações umas mais realistas – “nova direita liberal”[10]
– e outras bem metafóricas – como “a direita que saiu do armário”,[11] o nosso construto é
expresso, dominantemente, como “nova direita”, no singular.[12] Então, se queremos de�nir algo
nesse sentido, não necessariamente cometeremos equívoco se empregar a expressão “nova direita”
para designar agentes e/ou seus respectivos pensamentos, ações, valores e símbolos, cujo
protagonismo dominante[13] seja concedido aos partidos políticos ou, de modo minoritário, aos
ativistas voluntários[14], pessoas, movimentos[15] ou gerações.[16]

Podemos, então, continuar identi�cando esses sujeitos, assim como os seus respectivos
pensamentos, sentimentos e ações a partir dos ideais que eles professam acerca das mais diferentes
dimensões da vida humana priorizados pelos historiadores: (1) econômica – acumulação de riqueza
de livre de controle ou parcialmente controlada pelo Estado; (2) sociocultural – sociedade religiosa,
moral, artística, radicalmente livre (libertarianismo moral) ou fortemente controlada pelo Estado;
sociedade/cultura cimentada pelo patriotismo e/ou nacionalismo xenófobo; (3) política –
clientelismo, libertarianismo individual ou, ainda, governo isento de preocupações ou
minimamente preocupado com a soberania popular, a redução das desigualdades socioeconômicas e
concórdia entre nações soberanas.[17]

Também podemos especi�car um desses ideais, sem necessariamente circunscrever e explicitar a


sua escolha em uma dessas macro dimensões da experiência humana (embora seja fácil vinculá-los
a posteriori ao nível econômico, social, político ou cultural). Assim, seriam sujeitos (ou
comportamentos) da nova direita: (1) os que elogiam a ditadura militar; (2) os que requisitam a
criminalização dos movimentos sociais, (3) o aumento de penas a militarização das polícias; (4) os
que combatem direitos humanos de primeira, segunda e terceira geração (liberdade de pensamento
e locomoção, direito ao voto e à representação, direito à habitação, direito à terra, direito à
seguridade social, direito de greve, direito à identidade social etc.); (5) os que defendem o livre
mercado e/ou Estado mínimo; (6) os que defendem a família nuclear burguesa como padrão; (7) os
que defendem a escola pública doutrinária em termos religiosos, por exemplo.

Outro modo de identi�car a (e designar como) nova direita é combinar esses ideais, dentro de uma
ou de mais de uma das dimensões tratadas acima. Nesse sentido, seriam sujeitos (ou
comportamentos) da nova direita, por exemplo, os que defendem de modo associado os ideais de:
(1) livre mercado (dimensão econômica) + soberania popular (dimensão política); (2) livre mercado
(dimensão econômica) + família nuclear burguesa (dimensão social/moral); (3) livre mercado
(dimensão econômica) + libertarianismo moral (dimensão cultural) + libertarianismo individual
(dimensão política/cultural); (4) livre mercado (dimensão econômica) + reforço da lei e da ordem
(dimensão social) + legitimação das desigualdades sociais (dimensão sociopolítica); (5) livre
mercado (dimensão econômica) + elogio à ditadura militar (dimensão política); (6) clientelismo

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(dimensão política) + crenças neopentencostalistas como cimento da organização social (dimensão


sociocultural).

Podemos, por �m, identi�car como nova direita apenas aqueles sujeitos (ou comportamentos) que
manifestam um ou mais de um dos ideais listados acima quando �agrados de modo simultâneo no
plano de diferentes capacidades humanas, por exemplo: a defesa dos combinados ideais de estado
mínimo + livre mercado nos planos das ideias, das estratégias e das ações. Podemos, por outro lado,
privilegiar apenas uma dessas capacidades, designando como de nova direita a atitude retórica
(perversidade + futilidade + ameaça),[18] a atitude de explicitar (de pôr em evidência) o seu
ideal[19] ou a prática de explicitar o ideal do “nós” contra “eles”[20]

Considerações �nais

Neste texto de revisão, tentamos responder de modo mais didático e pragmático possível “em que
medida essa direita é “nova”, em relação a que ou a quem essa direita é “nova” e quem está
declarando, nos últimos oito anos, que essa direta é “nova”. Espero que tenham percebido que,
entre os intelectuais, sobretudo os aqui citados, não há convergências signi�cativas sobre a
natureza do fenômeno e a emergência da expressão “novas direitas”. Isso nos obrigou a descrever
as os modos como o fenômeno e a expressão foram recentemente relacionadas e a esquematizar as
possibilidades de uso e, para o que nos interessa, de categorização dessa nova expressão.

Se as práticas dos cientistas sociais e das humanidades podem legitimar nossos procedimentos de
estudo ou de tomada de posição, como professores ou cidadãos comuns, é possível, aconselhável e
oportuno que, no ato de categorizar coisas e pessoas como “nova direita”, esclareçamos as questões
as fontes e, sobretudo, as bases sobre as quais erigimos os nossos construtos intelectuais. Essa
atitude pode viabilizar o diálogo entre sujeitos divergentes, em termos categoriais, mas
convergentes na identi�cação e na crítica às posições que ameaçam a nossa democracia
representativa.

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VELASCO e CRUZ, Sebastião; KAYSEL, André; CODAS, Gustavo (Orgs). Direita volver! O retorno da
direita e o ciclo político brasileiro. São Paulo: Editora Fundação Perseu Abramo, 2015.

Notas

[1] Referimo-nos à de�nição de “direita” a partir de perspectivas isoladas como a “pulsão” da


Psicanálise, as “relações de produção” da Economia, determinados valores morais da Ética,
excludentes visões de mundo da Política, citadas em parte e contestadas por Steven Lucke (2003,
p.608-609).

[2] Laver; Budge, 1992, p.17-19.

[3] Guedes, 2016, p.100.

[4] Madeira; Tarouco, 2011, p.181-183.

[5] Galvão, 2019, p.73-74.

[6] Chaloub; Perlatto, 2015, p.5.

[7] Direita também designa (essas mesmas) posições assumidas por sujeitos políticos
representáveis em um plano cartesiano, seja de modo horizontal – em relação a um outro sujeito
político mais moderado (posto à esquerda) ou mais radical (posto à direita dessa direta) –, seja de
modo vertical – em relação a um outro sujeito político mais autoritário (posto acima) ou mais
libertário (posto abaixo).

[8] Madeira; Tarouco, 2011, p.175-176.

[9] O procedimento, por incrível que pareça, é bastante simples e, inconscientemente, posto em
prática por muitos intelectuais não (ou anti) weberianos: 1. observar ideias e/ou valores e ou planos
e ou realizações de um agente político (um partido, um movimento, um parlamentar, um eleitor,
entre outros); 2. Comparar essas ideias e/ou valores e ou planos e ou realizações; 2. construir um
modelo de agente político a partir das ideias e/ou valores e ou planos e ou realizações dominantes,
designando-o na forma de uma categoria (declarando ao �nal, por exemplo: “vou analisar o
comportamento político do típico Movimento de Direita “X” ou do típico Eleitor da Direita “X”
etc.); 3. fazer aproximações entre ideias e/ou valores e ou planos e ou realizações de um agente
político real e o modelo (Direita “X”); e 4. extrair conclusões sobre todos os fenômenos empíricos
ou sobre apenas um dos fenômenos empíricos, partindo da comparação da maioria dos elementos
da categoria (ou variáveis do modelo) ou de apenas um desses elementos.

[10] Roeder, 2016, p.4.

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[11] Messemberg, 2017, p.633.

[12] Entre os raros que grafam a expressão no plural (“novas direitas”) estão: Cepêda, 2018, p.48,
p.56; Galvão, 2019, p.73-74.

[13] Ao menos entre os acadêmicos aqui citados.

[14] Pierucci, 1987, p.27, p.34.

[15] Galvão, 2019, p.73-74.

[16] Messemberg, 2017, p.633.

[17] Para o conhecimento de amplo espectro de categorias, que incorporam elementos das
tipi�cações sociedade/cultura/política/economia, com as quais os historiadores costumam
trabalhar, ver as combinações de dezenas de categorias empregadas por cientistas sociais, a
exemplo de M. J. Laver e I. Budge 1992, p.20-21, 24.

[18] Cepêda, 2018, p.48, p.56.

[19] Galvão, 2019, p.73-74.

[20] Rosa, 2019, posições 94 e 146.

Autores

Itamar Freitas – Doutor em História (UFRGS) e em Educação (PUC-SP),


Professor do Departamento de Educação e do Mestrado Pro�ssional em
História, da Universidade Federal de Sergipe, e editor do blog R e s e n h a
C r í t i c a . Publicou, entre outros trabalhos, U m a i n t r o d u ç ã o a o m é t o d o
h i s t ó r i c o (2021) e “O
Ob j e t i v i d a d e h i s t ó r i c a n o M a n u a l d e T e o r i a d a
História de Roberto Piragibe da
F o n s e c a (1903-1986)”. ID: https://orcid.org
/0000-0002-0605-7214; Email: itamarfreitas@gmail.com.

Karl Schurster é Doutor em História Comparada (Universidade Federal do


Rio de Janeiro) e Pós-Doutor em História (Universidade Livre de Berlim). É
professor da Universidade de Vigo pela beca Maria Zambrano de Talento
Internacional e livre-docente pela Universidade de Pernambuco e publicou,
entre outros trabalhos, Por que a Guerra? Das batalhas gregas a cyber
guerra (Civilização Brasileira), “Dilemmas and transmission of the
memory of the Holocaust: a comparative study between the teaching

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material of the International School for Holocaust Studies and the


Holocaust Memorial Museum / USA”, Trajetórias Americanas Vol. 1 e 2
(EDUPE) e Passageiros da Tempestade: fascistas e negacionistas no tempo
presente (CEPE). ID: https://orcid.org/0000-0002-1363-119X; Currículo
Lattes: http://lattes.cnpq.br/9572701361201130; E-mail: karl.schursterverissimo@uvigo.es.

Para citar este artigo

FREITAS, Itamar; SCHURSTER, Karl. Categorizando as “novas direitas”. Crítica Historiográ�ca.


Natal, v.2, n.8, nov./dez., 2022. Disponível em <https://www.criticahistoriogra�ca.com.br/a-
categoria-novas-direitas-itamar-freitas-e-karl-schurster/>

© – Os autores que publicam em Crítica Historiográ�ca concordam com


a distribuição, remixagem, adaptação e criação a partir dos seus textos,
mesmo para �ns comerciais, desde que lhe sejam garantidos os devidos
créditos pelas criações originais. (CC BY-SA).

Crítica Historiográ�ca. Natal, v.2, n. 7, set./out, 2022 | ISSN


2764-2666

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