Você está na página 1de 17

!

-
\

':/ I
XIX E~CO~TRO AN1!AL DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PÓS-
GRAqUAÇAO EM CIENCIAS SOCIAlS - 1995
I 95GT2235

, Scola, Andréa Carla


\
Brasil: instituições e intelectuais nas décadas de 50 e
60

----- -----

BRASIL: INSTITUIÇÕES E INTELECTUAIS NAS


DÉCADAS DE 50 E 60

Andréa Carla Scola


Orientador: prof. dr. Gildo Marçal Brandão
Mestado/Ciência Política - USP

...,

,
r
<,

:.

BRASIL: instituições e intelectuais nas décadás de 50 e 60


As décadas de 50 e 60 foram marcadas por vários acontecimentos e transformações
que se traduziram em momentos de efervenscência social, política e econômica. O
desenvolvimento industrial, a eclosão de movimentos voltados para reinvidicações populares
no Brasil, além do tenso contexto mundial de Guerra Fria, são alguns dos exemplos que
podem nos ajudar a reconstituir uma época conturbada e ainda tão presente na memória das
pessoas.
Neste redemoinho de acontecimentos a presença dos intelectuais foi uma constante.
Nota-se um debate intenso que tinha como uma de suas questões centrais o tema do
desenvolvimento nacional e as bases sobre as quais este se daria. Muitos foram os agentes
envolvidos, e torna-se dificil a escolha de objetos de estudo que possam evidenciar aspectos
relevantes ocorridos no período.
Ainda assim, temos a pretensão de reconstituir alguns dos aspectos deste debate,
expondo os principais aspectos do pensamento de algumas instituições e de seus principais
representantes. Nossa preocupação não envolve apenas os escritos que resultaram dos
debates, mas pretende englobar também o tipo de ação que foi desenvolvida por cada um
dos agentes escolhidos. Por ora, apenas podemos traçar um painel das tendências
desenvolvidas pelas entidades destacadas, visto que nossa pesquisa se inicia. 1 É importante
ressaltar que na elaboração deste texto não fez parte dos nossos objetivos resgatar as
possíveis influências teóricas de cada entidade ou autor. Pretendemos apresentar algumas
considerações amplas.
Selecionamos agentes que acreditamos terem sido polêmicos e reconhecidos em sua
atuação e em suas idéias. Este seria o caso do do Instituto Superior de Estudos Brasileiros
(ISEB)2 sediado no Rio de Janeiro, dos intelectuais reunidos em torno da Revista Brasiliense
(SP), bem como das figuras que se apresentaram em palestras e conferências no Fórum
Roberto Simonsen, uma entidade vinculada à Federação das Indústrias do Estado de São
Paulo (FIESP/SP).

I _Nosso texto é resultado de reflexões feitas a partir de um primeiro contato com as fontes e históricos das
instituições e de seus colaboradores, sendo parte de uma pesquisa em andamento com o mesmo título.
2 _ No caso do ISEB selecionamos autores que são considerados "isebianos históricos". Foram analisadas
portanto. as obras de Alberto Guerreiro Ramos, Álvaro Vieira Pinto, Hélio Jaguaribe, Nelson Werneck Sodré
e Roland Corbisier.
'i

.
"

o resultados que aqui apresentamos são apenas dados parciais, fruto de leituras e
argumentações iniciais, merecendo um maior cuidado teórico. Sendo parte de pesquisa em
andamento, ainda não nos foi possível completar a parte de estudos na qual se relacionava
os estudos sobre o Departamento de Sociologia da Universidade de São Paulo, de forma a
apresentar um texto condizente com a proposta enviada para a reunião do grupo neste
encontro. Devemos admitir que o nosso "passo foi maior que as pernas". Preferimos excluir
a parte que se referia aos intelectuais da USP à cair em "achisrnos" sedutores e perigosos
para a elaboração de estudos.
A escolha de tais objetos para o estudo não se deu de forma aleatória. Poderíamos
dizer que um dos motivos para a reunião de figuras consideradas tão diversas foi a tentativa
de estabelecer relações entre estes em si e suas ações no processo histórico, não somente
nos anos "dourados" do governo de Juscelino Kubitschek, mas principalmente no período
conturbado que se segue com a presidência e a renúncia de Jânio Quadros, com a posse e o
governo de João Goulart em meio a protestos e pressões de todos os lados até o Golpe
Militar de 1964.
A questão do alinhamento e da radicalização progressiva dos atores, bem como de
seus posicionamentos frente ao Golpe Militar representam algumas de nossas preocupações.
Gostaríamos de ressaltar que nosso trabalho não se pretende um julgamento a respeito dos
sujeitos históricos destacados na análise. Trata-se de uma tentativa de ampliar o
conhecimento da época, verificando a amplitude de ações e de pensamento que presente no
período.
Procuramos Ir mais longe em nossa preocupação, na medida que tentaremos
estabelecer pontos de partida para uma discussão sobre a alternativa democrática no Brasil e
a construção ou extensão da cidadania neste contexto. As alternativas do passado podem
não nos servir no presente, mas sem dúvida abrem possibilidades para a discussão de
concepções e valores que podem ou não ter permanecido em nosso imaginário político.

* * *
Criado através de um iniciativa governamental em 1955, o Instituto Superior de
Estudos Brasileiros (ISEB) era o resultado da articulação anterior de grupos de intelectuais
do eixo Rio-São Paulo, preocupados em formular uma "ideologia do desenvolvimento" que
motivasse a ação da sociedade em torno deste objetivo. A heterogeneidade dos participantes
em todas as iniciativas anteriores, e mesmo no próprio instituto 'seria uma característica
marcante, além de ser um motivo constante para a diluição dos grupos de intelectuais
envolvidos e das críticas contra eles formuladas.
O fato do instituto ter sido vinculado ao Estado, via Ministério da Educação e
Cultura, serviu como ponto fundamental para a formulação de interpretações e polêmicas a
seu respeito. A referência que é amplamente conhecida com relação ao instituto é a de
"fábrica de ideologias". Assim, o ISEB é conhecido como um instrumento de dominação de
classe, um porta-voz das ideologias governamentais, ou mesmo do empresariado''.
Poderíamos dizer que a fundamentação desta interpretação se relaciona com a análise
de um primeiro momento verificado no instituto, entre os anos de 1955 até 1958, quando se
deu uma grande discussão nos seus quadros internos devido à divulgação de um livro de um
de seus membros mais importantes, Hélio Jaguaribe".
Até este momento de crise interna o instituto era caracterizado por um
posicionamento que pretendia englobar os vários setores da sociedade, numa tentativa de
disseminar os ideais propostos na busca do desenvolvimento do Brasil. Apesar das variações
no pensamento dos diferentes autores isebianos, a industrialização se constituíu em um dos
pontos principais da argumentação destes.
Concebida como uma alternativa para o desenvolvimento nacional, a industrialização
se caracterizava nos escritos dos isebianos, como um processo positivo, capaz de operar
modificações quantitativas e qualitativas nas estruturas da sociedade brasileira. Para alguns,
um "processo civilizatório'", para outros a possibilidade de uma menor dependência do
contexto mundial, ou ainda a possibilidade de rompimento do "complexo cultural colonial"
instalado no Brasi16
É importante ressaltar que dentro da visão dualista da sociedade e de seus processos
que foi desenvolvida pelos isebianos em seus escritos, a industrialização é concebida em
associação aos referenciais "moderno" e "urbano", assim como é colocada oposição aos

3 _ Conferir como exemplos deste viés interpretativo os trabalhos de Caio Navarro de TOLEDO, ISEB:
fábrica de ideologias. São Paulo: Ática, 1978; Maria Sylvia C. FRANCO, ° tempo das ilusões, in: CHAUÍ.

4 _°
M. & FRANCO, M.S.C. Ideologia e mobilização popular. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1985.
livro em questão é "O nacionalismo na atualidade brasileira", Rio de Janeiro: MEC, 1958.
5 _ CF. Alberto G. RAMOS, Introdução Critica à Sociologia brasileira. Rio de Janeiro: Ed. Andes. 1957.

p.109.
6 _ Cf Roland CORBISIER Formação e problema da cultura brasileira. Rio de Janeiro: MECIISEB. 1959.
p.84.
valores que representassem o "arcaico" e o "agrário" no país. O 'vínculo possível entre a
industrialização e a agricultura se dava através da possibilidade de modernização desta
última provocada por um avanço técnico provocado pela primeira, além de propiciar um
maior domínio sobre o meio. Devido à sua importância, a industrialização também era
considerada como um setor de Segurança Nacional.
Segundo a visão destes autores este jogo de oposição de valores era capaz de dividir
e mobilizar a sociedade em prol de um projeto nacional de desenvolvimento, outro conceito
que pode ser considerado como sendo outra base do pensamento dos isebianos. O sentido
do desenvolvimento proposto pelos autores mais conhecidos do grupo foi sempre pensado
em termos nacionais, sendo importante enfatizar que a realização deste projeto estaria na
dependência da ação de um Estado soberano, disposto a realizações que deveriam estar
acima de disputas entre classes.
Esta concepção de desenvolvimento tinha como finalidade a melhoria das condições
de vida da população e o rompimento das desigualdades regionais existentes no país,
superando a fase de subdensenvolvimento na qual o Brasil se encontrava. Tudo isto dentro
dos quadros do sistema capitalista, o que também se tomou ponto de ataque contra o
instituto. Muitos autores questionaram, posteriormente, esta solução capitalista oferecida
por alguns dos isebianos, questionando que as colocações feitas por membros do instituto
encobriam ou minimizavam os conflitos de classes existentes no Brasil, fato que favorecia,
novamente, a dominação de certos grupos em detrimento da maioria.
Como já foi colocado, este posicionamento amplo e heterogêneo perduraria na
instituição até 1958, quando se verificou uma crise interna com o lançamento da obra de
Hélio Jaguaribe sobre a questão do nacionalismo no país. Com a crise, alguns de seus
membros importantes se desligaram ou foram afastados, como seria o caso de Alberto
Guerreiro Ramos e do próprio Hélio Jaguaribe. O instituto passaria, então, por um processo
de rearranjo de opiniões e de alinhamento com outros grupos da sociedade, assumindo
posições e reinvidicações notadamente à esquerda.
Isto pode ser verificado com respeito ao posicionamento frente à questão da
liderança do processo de desenvolvimento nacional. À princípio prevalecia uma concepção
que afirmava a liderança deste processo como sendo função da burguesia nacional,
particularmente do empresariado industrial, haja visto a importância da industrialização para
tais autores. Em linhas gerais, os autores propunham que a burguesía nacional se constituíria
em um setor dinâmico, capaz de mobilizar a classes média e operária em favor das
mudanças. Com a reordenação interna do ISEB, passou a prevalecer uma posição que
favorecia a liderança do processo ao povo, à massa, ou a um líder por ela escolhido. Nesta
segunda fase do instituto, verifica-se a ligação entre este e entidade como a União Nacional
dos Estudantes (UNE), ou mesmo a Revista Brasiliense.
O rumo que seria imprimido ao instituto faria com que "aliados" anteriores, como o
empresariado paulista e carioca, organizassem uma campanha para o fechamento do
instituto, considerado como um centro de divulgação das doutrinas comunistas. Se
pensarmos no contexto de conflito eminente vivenciado pelo agentes, principalmente com a
concretízação da Revolução Cubana em 1959 e com o aumento das demandas sociais no
Brasil, torna-se compreensível a preocupação por parte dos órgãos empresariais.
Com o Golpe em 1964, uma nova iniciativa governamental agia com relação ao
ISEB, porém desta vez, concretizava-se o fechamento e a instauração de um Inquérito
Policial Militar para a averiguação de suas atividades, bem como a de seus participantes.
Assim como o ISEB, a Revista Brasiliense também foi criada em 1955, em meio às
consequências políticas do suicídio de Getúlio Vargas 7 e teve suas atividades interrompidas
em 1964. Apesar de ter entre seus colaboradores figuras relacionadas ao Partido Comunista
do Brasil, a revista não pode ser considerada como um órgão informativo a serviço deste.
Caracterizada pela variedade de temas abordados, esta tinha também em comum com o
instituto, bem como outras entidades e publicações no periodo, o intuito de discutir os
problemas nacionais.
Diferentemente do ISEB, cujos autores possuíam matrizes teóricas diversas e
tentavam articular uma "sociologia nacional", específica para a interpretação dos problemas
brasileiros, os artigos da Revista eram marcados por uma linha de interpretação marxista,
mas que também utilizava o "nacionalismo" como parâmetro.
A preocupação maior dos autores era com o sentido do desenvolvimento que estaria
se implantando no Brasil. Este processo, de acordo com a opinião da maioria dos autores
deveria se concretizar em projeto econômico-social, no qual a melhoria das condições de

7 _Cf. Fernando P. LIMONGI, Marxismo. nacionalismo e cultura: Caio Prado e a Revista Brasiliense.
Revista Brasileira de Ciências Sociais, 2(5). out. 1987. p.27.
vida da população e a autonomia nacional eram pontos constantemente ressaltados. A
implementação deste projeto se faria no sentido de completar a democracia política já
alcançada. Dada a filiação de alguns de seus colaboradores ao PCB, acreditamos que, para
tais autores, a concretização destes pontos significaria um avanço em direção ao socialismo.
No que se refere à importância da industrialização dentro deste processo, podemos
notar diversos posicionamentos entre os colaboradores da Revista. Não existe entre os
artigos tanta exaltação quanto à função modificadora da industrialização, mas sim a
discussão de tópicos que se relacionavam com o desenrolar deste processo, tais como a
entrada dos capitais estrangeiros, 00 mesmo o próprio desenvolvimento do país (em que
medida esta se configuraria em alternativa).
Na maior parte dos artigos percebe-se a preocupação por parte dos autores com o
aumento da influência externa no Brasil, ou de uma maior dependência do exterior. Há que
se ressaltar que havia divergência de opiniões entre os autores, sendo alguns mais otimistas
quanto ao papel da indústria e do empresariado no processo de desenvolvimento, enquanto
que outros mantinham-se mais cautelosos.
Um ponto que evidencia uma diferença essencial entre os trabalhos publicados pelos
agentes destacados nesta análise, é o fato da Revista manter entre as suas preocupações uma
perspectiva ampla de questões para debate, não se restringindo ao tema do desenvolvimento
e da industrialização. Assuntos como reforma agrária, fome, literatura brasileira se
encontravam nos índices das revistas. Pode-se concluir que, em certos aspectos, o projeto de
desenvolvimento proposto nos artigos da Revista Brasiliense evidenciava pontos, como a
necessidade da distribuição de terras e de renda no Brasil, raramente mencionados pelos
autores do ISEB, ou pelos conferencistas do Fórum Roberto Simonsen.
Ainda dentro desta questão do desenvolvimento nacional, deve-se mencionar que
também era discutido o papel do Estado entre os intelectuais na Revista. Assim como outras
entidades e vozes do momento, os colaboradores da revista também propunham a função de
promotor do desenvolvimento ao Estado. Segundo as opiniões, este deveria estar sempre a
favor dos interesses da população, defendendo seu bem estar.
Nota-se que esta mesma premissa era defendida nas conferências do Fórum Roberto
Simonsen, porém com um conteúdo diferente do que era proposto pela Revista. Apesar de
·
v ,

ter sido criado em 1948, o Fórum , vinculado ao CIESPIFIESP parece ter tido mais
relevância durante a década de 50.
A questão da importância das atividades desenvolvidas por esta entidade se relaciona
com o contexto de crescente industrialização verificado no período apontado, além dos
intensos debates que se colocavam frentre ao desenvolvimento do país, em termos de
modelos e expectativas.
A figura de Roberto Simonsen é marcante dentro da instituição e não se limita à
presença de seu nome na entidade. Por ser conhecido como uma das principais figuras nos
meios industriais, além de ter desenvolvido trabalhos na área da história econômica do
Brasil, Roberto Simonsen tornou-se um símbolo dos industriais paulista frente a luta da
industrialização no Brasil nas décadas de 30 e 40. Homenagens e citações de seus trabalhos
são uma constante dentro do Fórum.
Além de prestigiar figuras do mero industrial e de oferecer a oportunidade de
discussão de experiências, o Fórum foi criado com o objetivo de se tornar um centro de
debates sobre os problemas nacionais e da indústria, seja ela nacional ou paulista.
Sendo assim, a entidade estendia convites de palestras a diversas figuras do meio
industrial, intelectual, da vida pública e militar brasileira. Dentre as atividades da instituição
podemos ressaltar a organização de cursos, favorecimento de prêmios para aqueles que se
destacassem no estudo da problemática industrial - principalmente no que se refere ao
campo teórico e tecnológico.
Ao selecionarmos o material para análise, verificamos que em torno do Fórum
existiram várias publicações. Existe especificamente uma coleção que leva seu nome, mas há
ainda outras coleções cujos textos se referem ao pensamento industrial (Pensamento da
Indústria), à divulgação dos estudos premiados pela entidade, bem como aos resultados e
reinvidicações dos encontros dos industriais, ou mesmo à situação de um determinado tipo
de indústria e análise de parte da legislação brasileira.
No decorrer de suas atividades o Fórum mobilizou intelecutais de instituições
diferenciadas em seus propósitos e pressupostos. Membros do Instituto Superior de Estudos
Brasileiros (ISEB), do Instituto Brasileiro de Filosofia (IBF), da Academia Brasileira de
Letras, ou ainda intelectuais de renome no período, como Gilberto Freyre, se encontram nas
publicações.
A variedade de temas percebida se relaciona claramente com os tipos de convidados
escolhidos para as conferências. Os títulos não se remetem à problemas estritamente
industriais, mas também revelam uma preocupação com a formulação de uma política para o
desenvolvimento do país, com a assistência social ao trabalhador, com a legislação, assim
como estão presentes reflexões mais filosóficas sobre o processo produtivo. Não faltam nas
conferências a discussão de tópicos tais como industrialização, humanização do processo
produtivo, desenvolvimento, Segurança Nacional, subversão, Guerra. Fria, democracia.,
entre outros. Todos estes na "ordem do dia", no que se refere ao debate sobre a situação
brasileira.
Sendo o nosso objetivo uma tentativa de traçar um painel de opiniões em diversos
agentes históricos no período citado, a escolha do Fórum não se limita à sua caracterização
como um "centro de debates", ou à sua relação com a FIESP. Outro motivo que influenciou
nossa escolha se relaciona com as interpretações correntes sobre o Golpe de 1964, ou seja,
com a questão da ligação do empresariado paulista aos setores do exército brasileiro e às
multinacionais na articulação do golpe e na organização de um regime autoritário.
As idéias propostas na publicações foram aclamadas ou emitidas por figuras
importantes dentro da entidade, o que nos leva a acreditar que esta refletiam as opiniões da
entidade a respeito do momento vivido e das experiências enfrentadas, mesmo que não haja
uma menção explícita. São poucos os casos nos quais percebemos o uso de uma disposição
dos Estatutos do Fórum que ressaltava que as opiniões emitidas pelo autor da publicação
não representam a posição da instituição.
Ao analisarmos o material selecionado, pudemos notar dois momentos distintos na
publicação e no envolvimento de determinados palestrantes no Fórum. Não podemos
estabelecer um marco definidor de opiniões a não ser o próprio contexto do período, que se
revelaria em um momento de radicalização de opiniões sobre os rumos dos processos
político e econômico no Brasil.
Sendo assim, existiu num primeiro momento dentro da instituição - entre os anos de
1955-56 até 1958 - o prevalecimento da discussão sobre o processo de industrialização e
sobre as possibilidades de desenvolvimento que este traria ao país. A preocupação que
sistematiza as opiniões colocadas nas palestras se refere ao papel do Estado na condução do
/

desenvolvimento, à regulação da entrada de capitais estrangeiros no' país, além de opiniões e


idéias a respeito de planos de infra estrutura necessária para os parques industriais.
Também é comum perceber outras preocupações que se relacionam com projetos de
integração nacional, com a finalidade de diminuir as diferenças que se estabeleciam entre as
regiões brasileiras. Outros temas explorados se ligariam à questão da humanização do
processo produtivo como forma de manter não somente a produtividade, mas também o
envolvimento e a satisfação dos trabalhadores, colocando um fim às agitações e disparidades
do sistema.
Dentro da questão do desenvolvimento nacional, percebe-se nas conferências a
legitimação e o apelo ao empresariado como sendo o grupo ou classe capaz de liderar este
processo. Neste ponto percebe-se a presença do isebiano Hélio Jaguaribe que propõe em sua
conferência esta mesma discussão.
As idéias que circularam no Fórum durante esta primeira fase destacada, geralmente
concebem a industrialização como sendo a alternativa para o desenvolvimento brasileiro.
Assim como outros grupos no mesmo período, a opiniões proferidas nas conferências
ressaltavam o caráter inovador do processo de industrialização, capaz de operar mudanças
nos vários setores da sociedade brasileira.
O papel do Estado dentro do processo de desenvolvimento ficou evidenciado em
várias palestras e mais fortemente na "Carta de Princípios", publicada em 1955. Segundo as
opiniões expostas no documento haveria lugar para o Estado no sentido de formular uma
política econômica que levasse em consideração os assuntos do interesse privado. Além
disto, a ele caberia o desenvolvimento de áreas não atingidas pelo setor privado ou
consideradas como sendo de Segurança Nacional. No que se referia à entrada de capitais
estrangeiros no país, nota-se a marcante opinião, que se configuraria em pressão e em
modelo de ação. O capital internacional teria sua entrada condicionada aos interesses
nacionais, e mais ainda, entraria como reforço junto à iniciativa nacional, não como um
competidor.
a objetivo maior de todo este esforço seria o desenvolvimento econômico brasieiro,
resultado da parceria do Estado com a ação da iniciativa privada visando a melhoria das
condições de vida do povo, tendo como sua base a industrialização.
/

Num segundo momento as posições e os temas que seriam discutidos no Fórum


perderiam esta caracterização ampla, que consequentemente englobava vários setores da
intelectualidade brasileira com propósitos "progressistas". A partir do ano de 1959
prevalecem os temas da Segurança Nacional e notadamente a preocupação com a
possibilidade de um conflito internacional ou nacional devido ao quadro das relações tensas
entre países do mundo com a Guerra Fria.

A indústria continua a ser o centro das preocupações, mas torna-se um ponto


decisivo em termos de segurança e na possibilidade de um conflito, em tornar-se uma
indústria bélica. Aumentam significativamente o número de conferências proferidas por
membros das Forças Armadas, notadamente da Escola Superior de Guerra. Dado que
evidencia uma nítida aproximação entre os empresários e os militares, na articulação de um
árbitro favorável aos seus interesses

Esta mudança de enfoque nos temas escolhidos para divulgação no Fórum nos
permite visualizar a aproximação cada vez maior que se daria entre o empresariado paulista
e os setores militares. É interessante notar que a argumentação desenvolvida pelos
expositores se dava em torno do desenvolvimento tecnológico da indústria bélica no mundo
e das possibilidades de um conflito.

Aos poucos percebe-se os traços em ligariam estas duas entidades, ou estes dois
agentes. A questão da subversão comunista como um perigo interno iminente se dava em
oposição a valores muito estimados para ambas entidades: a pátria, a liberdade, a
religiosidade cristã, a propriedade.

'" '" '"

A elaboração de um texto que levasse em consideração a amplitude de opiniões e


ações em diversos agentes históricos se deu, em nosso caso, a partir do entendimento de que
a compreensão destes sujeitos se dá em seus contextos. As reinvidicações por melhoria de
condições de vida, desenvolvimento, infra-estrutura, além de tantas outras, se deram em
uma conjuntura marcada pela intensificação do processo de industrialização no Brasil,
notadamente entre os anos de governo de JK. A radicalização de posicionamentos verificada
deve ser relacionada ao contexto de relações internacionais marcado pela Guerra Fria.
Seguindo a proposiçao de nosso objetivo, tentamos resgatar as principais idéias
defendidas pelas instituições e intelectuais destacadas. Nos resta portanto, tentar relacioná-
Ias, estabelecendo pontos de convergência e divergência, combinando-os com as ações
destes agentes no processo histórico concreto.
A concepção do Estado como um ente mediador de conflitos, regulador da economia
e promotor de desenvolvimento aparece também com intensidades diferentes nas análises do
ISEB, do Fórum, ou ainda, da Revista. O peso do governo de Vargas e de toda a
articulação de um Estado centralizado proposta a partir de 30, atuando tanto como
produtor, quanto como regulador da economia, sem dúvida influenciaram o
desenvolvimento destas concepções.
A ampla divulgação do pensamento originário da CEP AL (Comissão Econômica
para América Latina), também pautava a concepção de idéias em qualquer meio intelectual
naquele momento no país. Pode -se destacar a influência desta instituição no que se refere à
interpretação do atraso brasileiro. A concepção de Estado (também considerado um
demiurgo do desenvolvimento), a noção do subdesenvolvimento como sendo uma fase
anterior ao desenvolvimento, e ainda a visão dualista da sociedade e da economia, dividida
em setores modernos e arcaicos, foram alguns dos referenciais utilizados por intelectuais
brasileiros em suas análises e proposições para a superação das contradições que impediam
o desenvolvimento brasileiro.
Em uma perspectiva ampla, pode-se notar que, todos os sujeitos selecionados e
analisados defendem as mesmas premissas - o desenvolvimento nacional, o nacionalismo, ou
mesmo a industrialização. Note -se que não se trata de afirmar que todos defendem os
mesmos ideais, mas sim de que existiu uma certa consonância de valores e interesses neste
período. Quanto aos elementos mais particulares, estes sim, iriam imprimir diferenças em
determinados momentos entre as proposições e ações tomadas.
Isto nos ajuda a verificar que institutos como o ISEB não agiam simplesmente para a
concretização de um projeto de dominação burguesa. Quando observamos de uma forma
panorâmica, podemos traçar envolvimentos diferenciados entre os agentes destacados.
Membros do ISEB e colaboradores da Revista tiveram seus trabalhos publicados pelo
Fórum Roberto Simonsen em um momento em que se debatia e se reinvidicava mudanças na
situação do país. Com a radicalização e reordenamento de posições, percebe-se que a partir
./

'.

de 60 a linha interpretativa e as propostas defendidas pela Revista Brasiliense se uniriam aos


ideais e às ações divulgadas pelo ISEB. No caso do Fórum, percebe-se o alinhamento de
proposições entre os empresários e o setor militar.
Um destes pontos em comum a todo o período e tido como referencial em todas as
discussões era o "nacionalismo". Este tomou-se um parâmetro para análise, sem que se
possa no entanto assumir com clareza uma definição. Dentro desta multiplicidade de sujeitos
e de idéias, cada um destes utilizava-se do conceito agregado a outros valores e voltado
para determinados fins. A diversidade de significados levou alguns estudiosos do período a
afirmar a existência de "nacionalismos'".
Aqui se faz necessária uma pausa para algumas indagações iniciais a respeito da
discussão da democracia - questão que nos interessa não somente pela preocupação com as
ações tomadas pelos agentes enfocados mas também pelo fato de desfecho aplicado à crise
verificada no período ter sido a saída autoritária com o golpe militar.

No caso das figuras reunidas em tomo do Fórum, percebemos que em todos os


momentos, sempre que mencionada a questão da democracia esta se reveste de um
conteúdo particularmente econômico, e não propriamente político. A democracia se
relacionaria com o valor da liberdade - que por sua vez refere-se ao tema da produção. Nas
poucas menções aos direitos da pessoa, estas se relacionam muito mais com a salvaguarda
de liberdades para produzir, do que propriamente com a questão da cidadania. O que não
pode ser afirmado com relação ao ISEB ou à Revista Brasiliense.

É importante ressaltar que a definição de democracia nos meios empresariais se deu


geralmente em oposição aos valores que se queria extinguir, ou seja, a "irresponsabilidade",
a "desordem", a "ditadura soviética". A questão da defesa nacional e das instituições
democráticas repousaria não só nas mãos dos industriais, mas também nas mãos de cada
indivíduo e o ataque ao regime comunista soviético e aos seus possíveis agentes no país era
tão constante, quanto aterrador em suas imagens. Estes dados facilitam a compreensão da
criação e financiamento de organismos anticomunistas como a OBAN, o ffiAD e o IPES.

8 _Cf. Daniel PÉCAUT. OS intelectuais e a política no Brasil. Entre o povo e a nação. São Paulo: Ática,
1985
/

A burguesia ou o empresariado paulista realmente tomou para si a tarefa da


construção de desenvolvimento nacional, sendo auxiliado pelo Estado. Na democracia
sustentada nas conferências, não havia lugar para preocupação com o trabalhador, a não ser
àquela que se refere ao assistencialismo praticado pelo empresariado em instituições como o
SESI e o SENAI, além daquele já estimulado pelo próprio Estado. Neste sentido, a
satisfação dos trabalhadores se traduziria em reprodução do sistema produtivo, e por
consequência da ordem de dominação estabelecida. Com a realização do Golpe Militar em
1964, ficava estabelecida a posição vencedora, invalidando definitivamente a confiança numa
"aliança de classes".

BIBLIOGRAFIA E FONTES
LISTA DE FONTES UTILIZADAS:
A) Revista Brasiliense
CARDOSO,Fernando Henrique. Desenvolvimento econômico e nacionalismo. Revista
Brasiliense, São Paulo, 12, 1957, pp.88-98.
Fernando Henrique CARDOSO, Condições sociais da industrialização de São Paulo. RB,
SP, 28,1960, pp.31-46.
Zacarias CARVALHO, Capitais estrangeiros no Brasil. RB, SP, 3, 1956, pp.6-32.
Elias CRAVES NETO, Introdução crítica à Sociologia Brasileira, RB, SP, 10, 1957,
pp.199-200.
Elias CRAVES NETO, O caso American Cano RB, SP, 16, 1958, pp.22-24.
Doriam 1. FREIRE, Campanha contra o ISEB. 28, 1960, pp.120-121.
Octávio IANNI, Aspectos do nacionalismo brasileiro, 14, 1957, pp .121-13 3.
Octávio IANNI, Fatores humanos da industrializaçãono Brasil. 30, 1960, pp.50-66.
Heitor Ferreira LIMA,Capitais nacionais e investimentos estrangeiros. 1, 1955, pp.129-149.
Heitor Ferreira LIMA, Balanço da industrialização brasileira. 3, 1956, pp.115-131.
Heitor Ferreira LIMA, Capitais europeus no Brasil. 4, 1956, pp.45-64.
Heitor Ferreira LIMA, Instrução 113 e royalties. 16, 1958, pp. 8-21.
Heitor Ferreira LIMA, Amparo à pequena e média indústria. 32, 1960, pp.19-33.
Editorial- NACIONALISMO e seus problemas brasileiros. 21, 1959, pp.35-50.
Caio PRADO JUNIOR, Nacionalismo brasileiro e capitais estrangeiros. 2, 1955, pp.80-93.
Caio PRADO JUNIOR, Capitais estrangeiros. 11, 1957, pp.14-24.
Caio PRADO JUNIOR, Os empreendimentos estrangeiros e o desenvolvimento nacional.
23,1959, pp.1-10.
Alberto G. RAMOS, Estrutura atual e perspectivas da sociedade brasileira, 18, 1958, pp.
Teotônio dos SANTOS, A redução sociológica. 19, 1958, pp.189-195.

B) Fórum Roberto Simonsen


l)CARTA de Princípios da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo. SP,
FIESP/CIESP, 1955.
2)Antônio DEVISATE, (org.) Desenvolvimento industrial e tarefas do pensamento. 1959.
3)ESTATUTOS do Fórum Roberto Simonsen. 1959

\J;,
/

.-
4)Hélio JAGUARIBE, Problema do desenvolvimento econômico' e a burguesia nacional,
FIESP, 1958.
5)Eduardo G. ROSSI, Capítulos da história da indústria brasileira. 1959.
6)João Baptista VIANNA et alli. Segurança nacional e industrialização. 1960.

C) ISEB
l)Roland CORBISIER, Brasília e o desenvolvimento nacional. 1960.
2)Roland CORBISIER, Formação e problema da cultura brasileira, 1957.
3)Hélio JAGUARIBE, Condições institucionais do desenvolvimento, 1958.
4)Hélio JAGUARIBE, Filosofia no Brasil, 1957.
5)Hélio JAGUARIBE, O nacionalismo na atualidade brasileira, 1958.
6)Álvaro Vieira PINTO, Consciência e realidade nacional. 1959.
7)Alberto G. RAMOS et alli, Introdução aos problemas do Brasil, 1956.
8)Alberto G. RAMOS, Introdução crítica à Sociologia brasileira, 1957.
9)Alberto G. RAMOS, O problema nacional do Brasil, 1959.
10)Alberto G. RAMOS, A redução sociológica. 1958.
ll)Nelson Wemeck SODRÉ, A ideologia do colonialismo. 1961.
12)Nelson Wemeck SODRÉ, Raízes históricas do nacionalismo brasileiro. 1959.

D) Segundo levantamento - Fórum


Publicações: CoL Forum Roberto Simonsen - FRS
Pensamento da Indústria - PI
Avulsos - A
1) Manoel da Costa Santos, Os investimentos estrangeiros no Brasil, FRS v.3, 1958.
2) Humberto Reis Costa, Antônio Devisate, Octávio Marcondes Ferraz, Waldemar José de
Carvalho, Energia elétrica, estatismo ou iniciativa privada, 1960. Não é publicação
direta do Forum mas do Sindicato da Indústria da Energia Hidroelétrica no estado de
SP.
3) A. Devisate, O trabalho e a situação social, PI, 1956. Conferência da Suiça, avanços no
assistencialismo social bras.
4) Roberto de Oliveira Campos
ABREU, Alzira Alves de. Nationalisme e action politique au Brésil: une étude sur
l'ISEB. Paris: Universidade René Descartes, 1975. Tese de Doutoramento. (mimeo)

BENEVIDES, Maria Victória. O governo Kubitschek: desenvolvimento econômico e


estabilidade política (1956-1961). 3.ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979.

BOSCHI, Renato Raul. Elites industriais e democracia. Rio de janeiro: Graal, 1979.

BRANDÃO, Gildo Marçal B. Partido Comunista, capitalismo e democracia (Um estudo


sobre a gênese e o papel político da esquerda brasileira: 1920-1964). São Paulo:
Tese de Doutoramento apresentado ao Depto de Ciências Políticas- FFLCHlUSP,
1992. (mimeo)

BRUNI, José carlos. Ideologia e cultura. Campinas: IFCH,s.d. (mimeo)


,/

DRAIBE, Sonia. Rumos e metamorfoses: um estudo sobre a cónstituição do Estado e


as alternativas da industrialização no Brasil (1930-1960). Rio de Janeiro: paz e
Terra, 1985.

FRANCO, Maria Silvia Carvalho. O tempo das ilusões. In: CHAUÍ, Marilena (org.).
Ideologia e mobilização popular. Rio de Janeiro: paz e Terra, 1978. p. 61-209.

GOMES, Angela de Castro (org.). O Brasil de JK. Rio de Janeiro: FGV/CPDOC, 1991.

LIMONGI, Femando Papaterra. Educadores e empresários culturais na coonstrução da


USP. IFCH, Unicamp. Tese de Mestrado, 1988 (mimeo).

MANTEGA, Guido. A economia política brasileira. 3.ed. Petrópolis: Vozes, 1985.

MARINHO, Luis Carlos de Oliveira. O ISEB em seu momento histórico. Rio de janeiro,
Dissertação de Mestrado, 1986. (mime o)

MOTA, Carlos Guilherme. Ideologia da cultura brasileira (1933-1974): pontos de


partida para uma revisão histórica. 4.ed. São Paulo: Ática, 1980.

ORTIZ, Renato. Alienação e cultura: o ISEB. In: Cultura brasileira e identidade


nacional. São Paulo: brasiliense, 1985.

PÉCAUT, Daniel. Os intelectuais e a política no Brasil: entre o povo e a nação. São


Paulo, Ática, 1990.

PRADO, Maria Lígia Coelho. A Universidade de São Paulo: do projeto liberal às reformas
dos anos 60. In: Actas do IV Congresso de História da Universidade, Lisboa, s.d.
(mimeo)

PRADO JR. Caio. A revolução brasileira. São Paulo: Brasiliense, 1966.

REVISTA ESTUDOS AVANÇADOS, 22. São Paulo, Instituto de Estudos Avançados,


8(22), set/dez 1994.

RODRIGUES, Leôncio Martins. O PCB: os dirigentes e a organização. In: Boris Fausto


(org.). História Geral da Civilização Brasileira. v.lO. Rio de janeiro: Bertrand do
Brasil, 1986.

SCHW ARTZMAN, Simon (sel.introd.). O pensamento nacionalista e os "Cadernos do


Nosso Tempo". Brasília: UnB, Câmara do deputados, s.d.

SKIDMORE, Thomas. Brasil: de Getúlio Vargas a Castelo Branco (1930-1964).8.ed.


Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983.

SODRÉ, Nelson Wemeck. História do ISEB. Temas de Ciências Humanas. v.l (pp.69-
91), 1978~ v.2(pp.119-143), 1977~ v.3(69-91), 1978.
·
-,.

TOLEDO, Caio Navarro de. ISEB: fábrica de ideologias. São Paulo: Ática, 1978.

TREVISAN, Maria José. Anos50: os empresários e a produção cultural. Revista Brasileira


de História. São Paulo, 8(15): l39-156, set87/fev88.

WEFFORT, Francisco. O populismo na política brasileira. 4.ed. Rio de Janeiro: Paz e


Terra, 1980.

\\,

Você também pode gostar