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Resumo
O presente artigo versa sobre os paradigmas da investigação científica que devem guiar
a escolha de estratégias de pesquisa em vários campos do saber, trazendo uma definição
geral dos principais paradigmas, e com incidência no paradigma sociocrítico
(fortemente orientado para mudanças) com objectivo de explicar a contribuição que o
mesmo trás na pesquisa, através da discussão de ideias de vários actores. Na sua
elaboração tem como base a revisão bibliográfica. A compreensão deste paradigma é
fundamental para a escolha de uma estratégia adequada de pesquisa; o artigo pretende
contribuir para esse entendimento por meio de uma discussão objectiva e didáctica.
Paradigmas da Investigação
É inevitável referir este conceito sem mencionar a definição dada por Kuhn, consoante
este autor (1982), o Paradigma pode ser definido como a maneira que uma comunidade
científica aborda os problemas, num determinado momento. O paradigma é então um
conjunto de pressupostos e/ou formulados interrelacionados sobre o mundo histórico ou
social e fornece um quadro filosófico e conceptual para o estudo organizado do mundo
histórico e social (apud Lukas & Santiago, 2004; Coutinho, 2011).
Este termo, devido ao seu carácter polissémico, gera alguma discussão, dado que nem
todos os investigadores concordam com a utilização que é fornecida sobre este conceito
nos casos de investigação em Ciências Sociais e Humanas.
Deste modo pode se afirmar que é possível abordar o estudo dos diversos campos do
saber, tanto Ciências Sociais assim como Humanas, através de diversos paradigmas.
Nirenberg, Brawerman e Ruiz (2000, cit. em Lukas & Santiago, 2004) referem que um
paradigma inclui crenças: ontológicas (diz respeito à natureza dos fenómenos sociais e
a seu grau de estruturação levantando a controvérsia se a realidade social é externa ao
sujeito ou se é algo criado do ponto de vista particular), epistemológicas (refere-se à
forma como o conhecimento é adquirido, podendo assumir uma posição externa,
assumindo objectividade ou uma posição de experiência compartilhada com os sujeitos
envolvidos, assumindo que o conhecimento é subjectivo) e metodológicas (como
apreendemos o mundo e avançámos no seu conhecimento, através de métodos que irão
resolver esses problemas).
No entanto para o presente trabalho importa ressaltar o paradigma sócio crítico sobre o
qual iremos abordar com mais profundidade.
Paradigma positivista
Paradigma sociocrítico
Segundo Arnal (1992) o paradigma sociocrítico adopta a ideia de que a teoria crítica é
uma ciência social não puramente empírica nem somente interpretativa; os seus
contributos advêm “dos estudos comunitários e da investigação dos participantes” (apud
Alvarado & Garcia, 2008, p. 190). Pretende-se então, fomentar modificações sociais,
dando resposta a problemas específicos presentes no seio das comunidades, com a
participação dos seus membros (Alvarado & Garcia, 2008).
Este paradigma alicerça-se nos seguintes princípios (Popkewitz, 1998, mencionado por
Alvarado & Garcia, 2008).
Conclusão
Este artigo buscou tratar dos paradigmas de pesquisa que devem guiar a escolha das
estratégias e técnicas de pesquisa em diferentes campos do saber. Optamos por focar o
positivismo, o interpretativíssimo e o sociocrítico. Os demais paradigmas, tais como
Pós-Positivismo e o Pós-modernismo, guardam peculiaridades e contribuições
relevantes para os diversos campos, contudo, demandariam um amplo espaço para
discussão e análise. Os três paradigmas aqui tratados cobrem boa parte dos estudos
contemporâneos em vários campos. No entanto, deve-se considerar que nenhum
paradigma é melhor do que o outro. Os métodos e técnicas empregadas em coerência
com ambos os paradigmas geram conhecimentos válidos, iluminando, muitas vezes,
pontos de vista distintos em relação a um mesmo objecto ou foco de pesquisa. Nossa
intenção é a de contribuir para que se reconheça a importância de entender os
pressupostos básicos que deverão guiar a escolha de estratégias adequadas de
investigação. Por fim, o que importa é a geração de uma pesquisa de qualidade, de
acordo com os critérios que norteiam cada um dos paradigmas. Buscando uma síntese
do que foi tratado.
Referências bibliográficas