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“A ideia do justo é o cumprimento por parte de cada qual e de todos, dos afazeres
que ligam cada um ao todo da pólis. A justa adequação à sociedade será, pois, a
chave da essência do justo para Platão em A República” (Mascaro, 2018: 57)
Filosofia do Direito Grega: Platão
A equidade
– Acima da justiça da lei há a justiça do caso, do caso concreto, onde há a necessidade
de adaptação do geral para o específico. A isso se dá o nome de equidade
– A lei em si é boa, e seguir a lei é concretizar o interesse da pólis. Pois a lei era
deliberada coletivamente, “manifestação da unificação da vontade dos cidadãos”
(Mascaro, 2018)
– Desrespeitar a lei é fazer o interesse particular desestruturar a organização política
– Se a lei é justa, a manifestação da equidade seria a objetivação de uma justiça ainda
mais alta: “Não pode ser o homem justo um mero cumpridor cego das normas, sem
atentar para as especificidades de cada caso concreto” (Mascaro, 2018: 79)
Filosofia do Direito Grega: Aristóteles
A equidade
– Direito natural: auscultar a natureza das coisas em cada contexto. Pois auscultar a
natureza revela o justo:
“A teoria do direito natural pode ser definida como um método experimental. Antecipa-
se ao direito comparado e à sociologia. Sujeito às coordenadas de tempo e espaço,
adapta-se às circunstâncias de cada grupo social politicamente organizado. Mas, com a
ajuda do direito natural, nunca se descobrirá nem se há de jamais elaborar um código de
leis imutáveis e definitivas” (Pereira, 1980: 81)
Filosofia do Direito Grega: Aristóteles
Política
– O justo é, em última instância, político. Pois é a ação dos homens em sociedade que
dá base ao mérito, igualdade, etc.: “É a vontade política que reduz ou aumenta
desigualdades, é a ação política que mantém níveis variados de distribuição de riquezas
em uma determinada sociedade” (Mascaro, 2018: 84)
– Não há oposição entre Estado e a vida social, muito menos uma relação de oposição
→ Cidade = Estado
– Sociedade antes do indivíduo; Aristóteles: todo → parte; Modernos: parte → todo
“O todo existe necessariamente antes da parte. As sociedades domésticas e os indivíduos não
são senão as partes integrantes da Cidade, todos subordinados ao corpo interior, todas distintas
por seus poderes e suas funções, e todas inúteis quando desarticuladas, semelhantes às mãos e
aos pés que, uma vez separados do corpo, só conservam o nome e a aparência, sem a realidade,
como uma mão de pedra” (Aristóteles, 2018: 85)
Filosofia do Direito Grega: Aristóteles
Amizade e justiça
– “Quando as pessoas são amigas não têm necessidade de justiça, enquanto mesmo
quando são justas elas necessitam da amizade; considera-se que a mais autêntica forma
de justiça é uma disposição amistosa” (Aristóteles, 1999: 5)
– Amizade mesmo entre senhor e escravo, considerando que essa relação seria em
âmbito privado e não no espaço público, onde se consolida a política e o justo
Filosofia do Direito Grega: Aristóteles
Governo
– Bom governo: aquele que alcança como resultado a felicidade de todos
Exercício do poder Um só Alguns A maioria
No interesse de todos Monarquia Aristocracia República
No interesse próprio Tirania Oligarquia Democracia Degenerados
– Forma e finalidade: em Aristóteles, primazia da finalidade em detrimento da forma.
Como seria no contemporâneo?
“[P]ara os modernos, a democracia passa a ser boa porque todos votam, ainda que ela
seja em proveito da minoria detentora do poder econômico. Na modernidade, a
preocupação sobre a extensão do poder governante chama mais a atenção do jurista, do
político e do cidadão do que a sua finalidade e os objetivos que persegue” (Mascaro,
2018: 90)