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Apresentação Filosofia do Direito- Inês Ornelas

Neste trabalho vou começar por fazer uma breve introdução sobre Aristóteles e algumas das
áreas para as quais ele contribui de forma significativa. Em seguida, irei desenvolver as
questões associadas ao meu tema, sendo estas: quais os múltiplos sentidos de justiça para
aristoteles? qual o sentido essencial de justiça e injustiça? e considera que já sofreu alguma
injustiça? porque? Depois deste desenvolvimento vou passar, então para a conclusão.
Para começar, aristoteles foi um filosofo grego antigo, considerado um dos pensadores mais
influentes na historia da filosofia ocidental. Foi discípulo de platao e, mais tarde, tornou-se
mestre de Alexandre, Magnum. Contribuiu significativamente para diversas áreas do
conhecimento como ética, política, metafísica, biologia, lógica e poesia.
Podemos dizer que na biologia, fez longas observações sobre a natureza e os seres vivos e como
exemplo dos seus estudos temos as suas obras “historia dos animais” e “partes dos animais”.
Na metafisica, discute a natureza da realidade e da existência na sua obra “Metafisica”. Propõe
uma teoria da substancia e investiga o conceito de ser enquanto ser. Nesta área aborda também a
causa como um principio fundamental na explicação da mudança e do movimento.
No que diz respeito à logica, sabemos que aristoteles é frequentemente chamado de “o pai da
logica”. Nesta área, desenvolveu um sistema logico abrangente na sua obra “Organon”, onde
introduziu os conceitos de silogismo e as suas categorias. Os seus trabalhos lógicos foram
altamente influentes na tradição filosófica subsequente.
No que toca a politica, aristoteles examina a natureza do estado e as diferentes formas de
governo (tirania, oligarquia, demagogia, monarquia, aristocracia e cidade-estado) na sua obra
“politica”
Por fim, temos a sua obra Ética a Nicómaco, onde aristoteles explora a ética e a moral,
procurando compreender o que constitui uma vida virtuosa. Aqui, desenvolve a ideia de ética
das virtudes, argumentando que a felicidade é alcançada através da prática das virtudes morais
como a coragem, a generosidade e a justiça. Aristoteles abordou o conceito de “justiça” tanto
nesta obra como na obra “politica”, referida anteriormente. Identificou diferentes formas de
justiça, classificando-as em duas categorias principais: justiça distributiva e justiça corretiva.
Falando da justiça distributiva, temos que esta se refere à distribuição equitativa de recursos,
honras, cargos e outros benefícios na sociedade. Aristoteles argumenta que a justiça distributiva
envolve a atribuição proporcional desses benefícios com base no mérito, necessidade ou
contribuição para a comunidade. Nesta forma de justiça, o principal critério é a
proporcionalidade, onde as pessoas recebem a sua parcela justa de acordo com a sua virtude ou
contribuição à sociedade.
Passando, então, para a justiça corretiva, esta diz respeito à correção de desigualdades que
podem surgir nas interações entre indivíduos. Aristoteles identifica 3 formas de justiça corretiva:
retificação, punição e compensação. A retificação é o tipo de justiça corretiva que procura
estabelecer o equilíbrio após uma transgressão, devolvendo o que foi tomado indevidamente. A
punição tem como objetivo corrigir o infrator e dissuadir futuros atos injustos. Por fim, a
compensação procura compensar a vítima pelos danos sofridos.
Para este filosofo, a justiça é um conceito central na sua ética e filosofia política. Posto isto,
temos então a resposta à primeira questão: justiça corretiva e justiça distributiva.
Passando agora para a segunda questão, podemos afirmar que para aristoteles a justiça é uma
virtude moral fundamental. A sua ética baseia-se na ideia de que a felicidade é alcançada através
da prática de virtudes. A justiça, como virtude, é um aspeto crucial para o alcance da felicidade.
O sentido essencial de justiça está intrinsecamente ligado à busca da excelência moral e da
felicidade na vida em comunidade. A justiça não é apenas uma convenção social, mas sim uma
expressão de virtude moral que contribui para a harmonia e o bem comum na polis.
Falando da injustiça, aristoteles aborda-a como um conceito oposto à justiça. Assim como
identifica diferentes formas de justiça, também considera diversas manifestações de injustiça.
considera a injustiça como uma violação das virtudes morais. Enfatiza a importância de virtudes
como coragem e generosidade na procura da felicidade completa. Para este filosofo, a injustiça
ocorre quando as ações de uma pessoa vão contra essas virtudes, provocando um desequilíbrio
na harmonia da vida em comunidade.
Analisando a injustiça nos diferentes tipos de justiça, temos que na justiça distributiva, a
injustiça ocorre quando há uma distribuição desigual de bens, honras ou cargos que não está em
conformidade com os critérios de mérito, contribuição ou necessidade. Aristóteles argumenta
que uma distribuição desigual pode levar a tensões e conflitos.
Na justiça corretiva, a injustiça encontra-se relacionada a transgressões e lesões causadas por
ações injustas. Se alguém prejudica outro individuo, a injustiça ocorre e a justiça corretiva
procura corrigir essa desigualdade, seja por meio de punição, retificação ou compensação.
Aristoteles critica ainda a injustiça que resulta da falta de equidade na aplicação das leis. Se uma
lei é aplicada de maneira injusta, sem considerar as circunstancias particulares de cada caso,
isso é visto como uma forma de injustiça. além disso, a injustiça também pode surgir quando as
punições não são proporcionais às transgressões.
Resumidamente, para aristoteles, a injustiça está associada à violação das virtudes morais, à
distribuição desigual de recursos, à transgressão de normas e à falta de equidade na aplicação
das leis. A justiça, por outro lado, é vista como um meio de equilibrae essas desigualdades e
promover a harmonia na vida em comunidade. Na visão aristotélica, a justiça é entendida como
algo universal, ou seja, exige o cumprimento da lei justa, pois está a ser realizada a vontade da
pólis, do todo e isso levará a um sentido de felicidade universal. Aristóteles afirma, como base
geral, que a justiça é a disposição de caráter que torna as pessoas propensas a fazer o que é justo
e, por esta lógica, entende por injustiça a disposição que as leva a agir injustamente e a desejar o
que é injusto.
Respondendo, por fim, à ultima pergunta “Considera que já sofreu alguma injustiça? Porquê?”
Sim, penso que já tenha sofrido uma injustiça. talvez não uma injustiça que aos olhos de alguma
outra pessoa seja considerada injustiça, mas pequenas coisas do dia-a-dia que não são, de facto,
justas.
Penso que todos já sofremos injustiças, e por mais pequenas que elas sejam, não deixam de ser
injustiças. Injustiça não precisa de ser necessariamente algo gigante, mas sim algo que não
merecemos sofrer. Posto isto, sim, acho que já fui alvo de injustiça, muitas vezes sem motivo
aparente.
Concluindo, aristoteles influenciou profundamente o pensamento ocidental e as suas foram
desenvolvidas por diversos filósofos ao longo dos séculos. O seu método sistemático de
investigação e análise continua a ser uma parte importante da tradição filosófica. Aborda
diversos temas de várias áreas nas suas obras, permitindo-nos perceber um pouco da sua visão
de cada área.

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