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2.5 ARISTÓTELES
Observação: A Lógica não é propriamente uma ciência, mas uma superciência que
serve de instrumento para as outras ciências.
No seu escrito “De anima”, Aristóteles diz que todos os seres vivos tem alma.
Cada espécie traz em si uma potência que anima o corpo para atingir sua finalidade.
1 Alma vegetativa: são os seres com função orgânica de respirar, secretar, sintetizar;
são os vegetais que cumprem sua finalidade no mundo.
2 Alma sensitiva: são os seres com função sensorial como audição, visão, tato,
olfato, paladar; são os animais que cumprem sua finalidade.
3 Alma intelectiva: são os seres dotados de razão, emoção e ética; são os humanos.
Vale lembrar que as espécies vão acumulando funções, ou seja, os animais tem
função vegetativa e sensorial e os humanos possuem as três funções, sendo que o
que os diferencia das outras espécies é o seu intelecto que o capacita ao saber.
No seu escrito sobre “Metafísica”, Aristóteles diz que o homem possui a potência
não só ao saber, mas também à virtude.
Na sua obra Ética à Nicômaco, Aristóteles diz que todas as coisas tendem ao bem
de modo que tudo aquilo se faz está inclinado a um bem universal ou particular.
O bem ético diz respeito a coisas boas, assim não é uma ideia geral como um
elemento genérico ou comum, mas deve ser apreciado dentro do contexto em que
está inserido.
Por exemplo, o médico busca a cura do paciente, portanto, sua conduta deve estar
direcionada à saúde e deve dar o melhor de si para alcançar esse bem.
Sendo assim, a virtude é tudo aquilo que alguém faz de melhor, isto é, uma
qualidade que se conforma com o que é correto e desejável.
Tal é a finalidade do ser humano que é desenvolver seu potencial de virtude a fim de
atingir sua perfeição intelectual e moral de modo a encontrar a sua felicidade.
2.5.4 POLÍTICA
No livro “A Política”, Aristóteles afirma que o homem é um animal político porque sua
inclinação é a vida em sociedade.
Ensina que aquele que quer viver só, ou é um deus ou é um bruto. Com esse
preceito o ser humano pode seguir três caminhos. A vida social, a vida espiritual e a
vida selvagem.
A vida espiritual, embora não tenha sido explicada pelo filósofo, é a vida devotada a
Deus em silêncio e na solidão, sem apegos; é uma vida muito difícil porque encara o
vazio existencial, mas é plena de essencialidade.
No livro “Ética a Nicômaco”, Aristóteles fala da ética da justiça como principal virtude.
De modo geral, a justiça se expressa com meio-termo e como excelência moral.
Como meio-termo, a justiça sempre vai ser o equilíbrio entre duas possibilidades de
ação na justa medida entre a falta e o excesso. A coragem, por exemplo, é uma
ação moderada porque se situa entre o medo e a temeridade.
Como excelência moral, a justiça é a disposição da alma para desejar o que é justo
e fazer o que é justo. O desejo e a vontade de fazer o que é justo é o elemento
subjetivo da ação e a sua prática a realização da justiça. A justiça atinge a plenitude
quando se deseja e se age justamente.
A justiça é universal quando está presente em todas as virtudes. Sem ela as outras
virtudes são existem. Por exemplo, a caridade só é virtude se eivada de justiça. Dar
ao necessitado por sentimento de superioridade não é caridade por faltar o
sentimento de justiça; no caso há simplesmente um ato amoral de dar.
2.5.7 EQUIDADE
A equidade é possível porque existe em toda lei um espírito que soluciona o fato.
iAlém da theoria e da práxis, Aristóteles concebeu a poiésis, mas não a reputava importante por
considerá-la uma mera atividade.
ii SILVA, Ivan de Oliveira. Curso moderno de Filosofia do Direito. São Paulo: Atlas, 2012.
iii MASCARO, Alysson Leandro. Filosofia do Direito. São Paulo: Atlas, 2010.
iv apud SILVA, op. cit., p. 51.
v apud MASCARO, op. cit., p. 66.