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Índice
Introdução

O presente trabalho ira destacar assuntos inerentes a etílica politica e determinar a natureza,
especificidade e necessidade da categoria da politicidade no pensamento aristotélico, A ética é
entendida como ciência da moral para aqueles que estudam a ética como ciência, cujo objecto é o
estudo da moral. Assim, o objecto da ética seria o comportamento moral dos homens, tendo seu
valor como teoria naquilo que explica e não no fato que recomenda ou prescreve.

Objectivos

Geral

 Falar da Politica e a Ética no pensamento aristocrático

Específicos

 Descrever a visão aristocrática sobre a política;


 Identificar a relação da política e ética segundo Aristóteles.

Metodologias

Na compilação deste trabalho será usado somente o método de pesquisa bibliográficao; pois será
constituído de materiais já publicados e disponibilizados na internet como livros e artigos, cujos
nomes dos respectivos autores constarão na referência bibliográfica.
ÉTICA E POLÍTICA EM ARISTÓTELES

A palavra ética origina-se do grego ethos, que, em um segundo plano, significa costumes, isto é,
o caráter social e cultural de um grupo ou sociedade. Seria a teoria dos costumes. É uma espécie
de síntese dos costumes de um povo. Segundo Vazquéz, citado por Nalini (2001, p.12), “a ética é
a ciência do comportamento moral dos homens em sociedade”. Trata-se de ciência por ter
objecto, leis e métodos próprios, sendo objecto da ética, a própria moral. Com maior exactidão, o
objecto da ética é a moralidade positiva, ou seja, “o conjunto de regras de comportamento e
formas de vida através das quais tende o homem a realizar o valor do bem.” (MAYNÉZ, apud
NALINI, 2001, p.12). Ela exige a prática de boas acções. No dizer de Eduardo Bittar (2002,
p.12): “O objecto próprio da filosofia é o estudo sistemático da

s noções confusas. Com efeito, quanto mais uma noção simboliza um valor, quanto mais
numerosos são os sentidos conceituais que tentam defini-la, mais confusa ela parece”.

Assim, a ética, estabelece um dever, uma obrigação, um compromisso, que tem por fundamento o
próprio comportamento humano. É algo que brota do ser humano, dos elementos que
caracterizam o homem na sua essência, diferenciando-o dos outros seres.

A política para Aristóteles é essencialmente associada à moral. Isto porque a finalidade última do
estado é a virtude, ou seja, a formação moral das pessoas e o conjunto de meios necessários para
que isso ocorra. Segundo Aristóteles (apud SILVEIRA, 2001, p.46), “o estado é um organismo
moral, condição e complemento da actividade moral individual, e fundamento primeiro da
suprema actividade contemplativa”. A política, no entanto, é diferente da moral, porquanto a
moral possui como objectivo o indivíduo, e a política, a colectividade. Assim, ética é uma
doutrina moral individual, e a política é uma doutrina moral social.

O estado, é superior ao indivíduo e a colectividade está acima do indivíduo, o bem comum é


superior aos bens particulares. No estado satisfaz-se todas as necessidades, haja vista que o
homem, sendo naturalmente um animal social e político, não pode realizar sua perfeição sem o
auxílio do estado (SILVEIRA, 2001).

Segundo Dworkin (1999) são possíveis três exemplos de associação política, de acordo com o
modo pelo qual seus integrantes justificam a existência da comunidade:
 Os membros têm a associação como um simples acidente fático-geográfico, sem detectar
nenhum laço que não seja o interesse de fazer uso dos demais;
 Os indivíduos se vêem como integrantes de um grupo, porém cumprem as obrigações
somente porque lhes é cobrada a obediência;
 Direito como integridade, onde os integrantes aceitam que são dirigidos por princípios;
mesmo que na arena política haja debates a respeito dos princípios concorrentes, há um
sentimento de pertencimento a um grupo que é regido por princípios.

A Justiça aristotélica como uma virtude

A compreensão da Justiça para Aristóteles requer que seja analisado qual o real significado das
virtudes ou das excelências já que aquela seria uma espécie destas últimas.

Aristóteles inicia sua obra “Ética a Nicômaco” afirmando que tudo tem um fim, um bem que se
objetiva atingir a partir de uma escolha. Alguns destes fins visam outros fins. Para ele, o fim
último para as ciências, a que todas convergiriam, seria a ciência política, pois ela determina
quais ciências precisam ser estudadas. No entanto, a Ciência Política também possui seus
objetivos que precisam ser buscados.

Sobre isso, bem afirma Bittar (2005, p.106) que “o pensamento de Aristóteles não faz distinção
entre a ética social e a ética individual, pois ambas se fundem num único objetivo: a atividade do
Estado e a existência do indivíduo”.

Para a busca desses objetivos, Aristóteles (2001, p.287) afirma que “existem bens que são fins
em si mesmos e bens que são fins em razão de outros. Por isso, deve haver um bem que seja
universal e incondicional, que represente um fim absoluto”. Segundo ele, “este bem supremo é a
Felicidade, que, ao contrário da honra, riqueza ou fama, é buscada por si mesma e é auto-
suficiente”.

exteriores a ela não é verdadeira, e sim acessória . Para Aristóteles, a felicidade é a atividade da
alma conforme à virtude perfeita. Logo, é necessário examinar a natureza dessa virtude, dessa
excelência. Na obra “A Política”, Aristóteles (1997, p. 249-250), deixa claro que:

[...] o objectivo de todos é alcançar uma vida melhor e a felicidade. Para ele, a
felicidade é o resultado e uso perfeito das qualidades morais, não por ser
necessário, mas sim por ser um bem em si mesmo. A pessoa virtuosa é aquela para
quem as coisas são boas pelo fato de ela ter qualidades morais. Essas qualidades
morais decorrem de três factores: a natureza, o hábito e a razão .

Segundo ele,

[...] a alma possui uma parte racional e outra irracional, esta, por sua vez,
subdivide-se em uma parte vegetativa, como a dos animais, e outra apetitiva,
formada pelos impulsos incontinentes. A vegetativa não tem interferência na
razão, a apetitiva, porém, influencia, em pouca medida, a parte racional Assim, as
excelências podem ser morais ou intelectuais. As intelectuais compreendem
sabedoria, a inteligência e o discernimento. As morais abrangem a moderação e a
liberalidade. As excelências intelectuais dependem do nascimento e da forma e da
instrução. As morais, porém, são adquiridas pelo o hábito, que aperfeiçoa a
potencialidade dada pela natureza (ARISTÓTELES, 1997, p.250).

Ao analisar as virtudes morais, Aristóteles afirma que a excelência moral é destruída por excessos
ou por escassez. Porém, não basta apenas praticar a virtude para possuí-la, mas é preciso que se
faça a conduta virtuosa sabendo e querendo fazê-la (1997, p.39-40).

Para Aristóteles, a Justiça é a forma ideal de excelência moral, isto porque simboliza a
efetividade da prática da excelência moral perfeita. É perfeita porque aqueles que têm o
sentimento de Justiça podem praticá-la não apenas em relação a si próprios como também com
relação ao próximo. Desta forma, para o estagirita, apenas a Justiça pode ser entendida como uma
virtude, ou seja, como o “bem dos outros”.

Relação ética e politica segundo Aristóteles

A relação entre ética e política adquiriu formas e valores bem distintos ao longo da
história da humanidade, desde uma forte relação entre ética e política na Antiguidade, uma
ruptura entre ambas no Renascimento e início da modernidade, uma crise de valores
característica da contemporaneidade até uma proposta atual de reaproximação entre ambas.

Como é manifesto, na história da cultura ocidental encontram-se diferentes teorias acerca da


relação entre ética e política, algumas das quais afirmam a compatibilidade, ou também a
convergência, ou diretamente a substancial identidade dos dois termos; outras afirmam a
divergência, a incompatibilidade ou diretamente o antagonismo (BOVERO, 1992, p. 141).
É sobre esta intricada relação que iremos discorrer ao longo deste texto. Antes de
prosseguir, talvez seja interessante para o leitor uma compreensão mais exata do conceito de ética
e, por isso, remetemos, caso queira antes de continuar, para a leitura do texto: O que é ética. Caso
contrário, é só seguir com a leitura.

Ética e Política ao longo da História

Uma marca característica da ética na Antiguidade é sua indissociabilidade com a política.


Desde Platão e seu discípulo Aristóteles, que a ideia de constituição da polis é perpassada pelo
princípio de que a cidade deve ser dirigida por governantes sábios, justos e virtuosos. É
de Aristóteles, por exemplo, a afirmação de que o homem é um animal político – zoon politikon.
“Trata-se de um homem ‘essencialmente destinado à vida em comum na polis e somente aí se
realiza como ser racional. Ele é um zoon politikón por ser exatamente um zoon logikón, sendo a
vida ética e a vida política artes de viver segundo a razão’” (LIMA VAZ, 2004, p. 38-
39 apud PANSARELLI, 2009, p. 13). E Hélcio Corrêa afirma que na polis grega o cidadão só é
reconhecido como tal a partir de sua inserção na comunidade política e a razão prática que norteia
a ação do cidadão grego está intimamente ligada ao ethos “[...] entendido este como um conjunto
de tradições, costumes e valores próprios da vida na polis” (2011, p. 77) e, no caso de Aristóteles,
“[...] as noções de ética e política se completam reciprocamente na teoria da justiça” (2011, p.
77).

Com efeito, na polis grega, tanto o estudo da ética quanto da constituição da polis (da
política) lançam as bases para o comportamento justo do indivíduo e do cidadão. Platão (1993),
inclusive, compara a ideia de justiça, tanto no indivíduo quanto na sociedade, como sendo a
harmonia entre suas partes. Essa dupla perspectiva aparece já no início da obra A
República de Platão, a partir do Livro II quando este afirma que o homem justo em nada diferirá
da cidade justa e será semelhante a ela (435b). Para Del Vecchio (1925, p. 14) aparecem aí
fundidas a norma moral e jurídica, a política e a ética, inclusive a psicologia, ou seja, a vida
interior do indivíduo e as relações sociais.

Isso de laços entre o indivíduo e a polis, se já existe certa simetria em Platão, radicaliza-se em
Aristóteles, o qual tratou predominantemente da justiça no livro V da Ética a Nicômaco. John
Morrall afiança-nos: [...] como Platão na República, Aristóteles vê uma analogia entre a vida da
polis e a vida da família, e traça semelhanças entre os modos pelos quais se podem governar
famílias e estados[...] (1981, p.45 apud CORRÊA, 2011, p. 78).
Considerações finais

Chegado a este ponto termino com o trabalho acima supracitado que esteve a abordar assuntos
relacionados com a política e a ética segundo Aristóteles, Para alguns há uma incompatibilidade
inelutável entre ética e política e ambas devem ser consideradas em domínios opostos. Para
outros “há uma forte expectativa, particularmente nos regimes democráticos, de que os
governantes se conduzam de acordo com critérios de probidade e justiça na administração dos
negócios públicos” Referencias bibliográficas.

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