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EXTENSÃO DO NIASSA

AVICULTURA E CUNICULTURA

Principais Doenças das Aves

Sónia Nido
Doença de Marek
Importancia Economica

É uma enfermidade com características


neoplásicas/linfoproliferativa (infiltração de células
mononucleares) de origem viral que afecta aves jovens,
caracterizando-se pela presença de tumores que podem ser
encontrados nas vísceras das aves (Marek visceral), no
sistema nervoso central e periférico (Marek neural), na pele
(Marek cutânea) e no globo ocular (Marek ocular).

Etiologia

Herpesvírus (oncogênico)

Transmissão
Horizontal: directo (descamação epitelial ou fezes) ou
indireto (cascudinho e aerossóis).
É transmitida facilmente pelo contacto directo ou indirecto
entre galinhas por via aérea. Os vírus estão presentes na polpa
das penas, sendo a principal fonte de contaminação do
ambiente e infecção dos frangos.

O local contaminado permanece com potencial infeccioso por


vários meses a 20°-25 °C e durante anos a 4° C. A doença de
Marek ocorre principalmente em aves jovens (1-16 semanas).

A transmissão por (Alphitobius diaperinus) tem sido relatada,


mas em aves de vida livre.
O diagnóstico é feito através da análise criteriosa da
necropsia associada ao diagnóstico histopatológico, porém
como as lesões não são patognomônicas deve-se fazer a
confirmação através de PCR e/ou Imunohistoquímica. Os
principais diagnósticos diferenciais são Leucose aviária e
Reticoloendoteliose (CALNECK, 2013).
Sinais Clínicos

-Nervosa: dificuldade de locomoção, torcicolo (lesão de


nervos cervicais), claudicação, paralisia (lesão de nervo
ciático) e sinais respiratório e papo penduloso (lesão de nervo
vago).
.

-Ocular: pupila irregular, cegueira uni ou bilateral.


-Cutânea: tumores localizados na inserção das penas
observados depois da depenagem.

-Visceral: depressão, caquexia, diarreia esverdeada e


mortalidade
A doença foi descrita pela primeira vez em 1907 pelo
Dr Joszef Marek como uma paralisia parcial em galos,
na Hungria. Posteriormente a doença recebeu o nome
do pesquisador como uma homenagem ao seu trabalho.
Diagnóstico
Principal: histopatológico
Outros: isolamento viral (massa tumoral e sangue) e PCR.
Tratamento
Não existe.
Controle e Prevenção
Vacinação: Vacina contra Marek (cepa HVT e Rispens) é a
mais utilizada. A concentração mínima deve ser de 1.000 PFUs,
mas utiliza-se cerca de 1.500 a 2.500 PFUs. A vacina é feita
em dose única em pintos de um dia ou em embriões de 18 dias.
A vacinação é feita através de injecção subcutânea na pele do pescoço em dose
única.
Doença Newcastle

A doença de Newcastle é uma patologia altamente contagiosa que afecta aves,


domésticas e selvagens. Os seus efeitos são mais notavelmente sentidos em aviários
pelo seu grande potencial epidémico e por levar a grandes perdas económicas.

A doença é endémica em vários países.

Agente patológico:
O vírus, agente da doença, pertence à família Paramyxoviridae, gênero Avulavirus.

Impacto Económico:
O impacto económico global da doença de Newcastle é enorme.
Sensibilidade e Resistência:
É bastante sensível a luz solar, detergentes. Entretanto pode
sobreviver por muito tempo em carcaças congeladas.

Período de Incubação do vírus:


De 2 a 7 dias.

Curso da doença:
Até 7 dias.

Quando ocorre o acometimento do olho, a infiltração de


linfoblastos e outras células provoca uma descoloração da
Iris que se torna cinzenta (a iris das galinhas geralmente é
amarela ou alaranjada) e uma irregularidade no contorno da
pupila, que perde sua forma circular, podendo progredir ate a
cegueira.
Sinais Clínicos

Conjuntivite: É um sinal bastante importante e sempre se


apresentará.

Respiratório: Apresenta secreção, dificuldade de respirar


(bico aberto).

Digestivos: Fezes esverdeadas do início ao fim da doença.

Nervosos: Paralisia, torcicolo, dificuldade de ficar em pé.


O pinto irá perder a noção de local, espaço (Ex.:olhar para o
teto)
Podem ocorrer também tumores na pele na região dos
folículos das penas, o que provoca no caso de frangos de
corte, a condenação das carcaças devido ao aspecto
repugnante que se estabelece.

Nos órgãos viscerais podem aparecer infiltrados e aumento


no volume que em alguns caso como no baço pode levar a
ruptura com hemorragia, as vezes fatal.

Os tumores podem também ser vistos no fígado, ovários,


intestinos, etc.

O estado de infecção permanece e o vírus continua a se


multiplicar e se disseminar no ambiente.
Prevenção e Controle:

Vigilância activa para doença de Newcastle, realizada em aves


migratórias, avícolas comerciais e de subsistência.
Através de medidas sanitárias pode-se evitar a introdução do
vírus no aviario.

O controle é realizado pela imposição da restrição de pessoas,


aves e seus produtos, que também estabelece por acto oficial,
Zona de Protecção com raio mínimo de 3Km e Zona de Vigilância
com raio mínimo de 10 Km do foco de incidência.

Em caso de confirmação deverá ser realizado o sacrifício de aves


e a indemnização dos proprietários, quando for o caso.

Vacinação:
Pode ser através de vacina viva ou inactivada e deve seguir
Diagnóstico Diferencial:

Por ter diversas sintomatologias poderá ser confundida com


diversas enfermidades, porém deve-se lembrar que a Doença
de Newcastle gera alta mortalidade e sendo assim poderemos
eliminar diversas das doenças do .

As Enfermidades que poderão ser suspeitas são: Bronquite


Infecciosa, Pneumovirose, Laringotraqueíte, Influenza Aviária,
Encefalomielite, Doença de Marek (apenas pela paralisia),
DCR, Coriza Aviária, Cólera.

Tratamento:
Não há tratamento.
Gumboro ou bursa de Fabricio
Bursa de Fabricius (órgão linfóide, onde são
formados os linfócitos B, responsáveis pela produção
de anticorpos) é um divertículo oval em forma de saco
na zona dorsal da parede do proctodeu, uma parte
da cloaca das aves.
Gumboro ou bursa de Fabricio
importancia Economica
O vírus causador da doença é eliminado nas fezes do animal e
transportado de galpão para galpão através dos bebedouros,
comedouros, campânulas e através dos trabalhadores que
maneiam os galpões.

Enfermidade altamente contagiosa que afeta geralmente


animais jovens-galinhas entre 3 e 6 semanas de vida; e é
caracterizada por um quadro de imunossupressão

Aproximadamente 11 horas após a infecção, o vírus chega,


através da circulação sanguínea na Bursa de Fabrícius, baço,
timo e rim, causando alterações nestes tecidos e,
principalmente, imunossupressão relacionada com depleção de
linfócitos B. Os efeitos imunodepressivos causados pela doença
clínica induzem a morbidade e mortalidade das aves.
Etiologia
Birnavirus

Transmissão

Horizontal: por contacto directo (água, ração ou inalação) ou


indireto (cascudinho – Alphitobius diaperinus, aves silvestres e
ratos.

Patogenia
Transmissão e penetração do vírus o qual alcança o fígado e
intestinos, posteriormente caindo na corrente sanguínea e
atingindo a Bursa e outros órgãos linfoides. Há então
multiplicação e assim destruição dos linfócitos B (não afeta
linfócitos T).
A doença de Gumboro leva a falta de apetite, diarreia acentuada, depressão,
desidratação e desuniformidade no lote, e se não for tratada levará a altas taxas
de mortalidade.
Sinais Clínicos

Subclínica: em aves com idade inferior a 3 semanas. Verifica-


se apenas hiporexia, diminuição do crescimento, sonolência,
palidez de barbela e crista e pode-se ter aparecimento de
outras enfermidades devido a imunossupressão.

Aguda (Clássica): afecta aves entre 3 e 6 semanas e verifica-


se penas eriçadas, prostração, tremores, anorexia,
desidratação, diarreia esbranquiçada, cloaca suja e morte
súbita. Após esta fase o lote pode se recuperar.
Lesões
Verifica-se petéquias pernas (coxas) e proventrículo, rins
pálidos com depósito de urato, esplenomegalia, hepatomegalia
com áreas periféricas de infarto, atrofia de timo e
inicialmente Bursa se mostra edemaciada e hemorrágica e após
4 dias verifica-se atrofia de Bursa com diminuição do edema.
Diagnóstico
Principal: necropsia associada a histopatologia de Bursa;

Outros: sorologia (precipitação em ágar gel e ELISA), PCR e


isolamento viral (inoculação em ovos de 8 a 11 dias e verifica-se
morte embrionária com hemorragia hepática).

Diagnóstico Diferencial
Deve-se diferenciar de Marek, coccidiose e anemia infecciosa.

prevenção

A prevenção se dá com a desinfecção dos aviários,


bebedouros, comedouros e campânulas com amónio
quarternário, usos de pedilúvio na entrada dos galpões, além
da vacinação de todo o lote sob orientação veterinária.
FIM

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