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Nema Hélio Mateus

Resumo

Virus e Algas

( Licenciatura em agro-pecuária)

Universidade Rovuma

Extensão de Niassa

2021
Vírus
Os Vírus tem a sua origem do latim que significa "veneno" ou "toxina", são pequenos
agentes infecciosos, que na sua maioria só são visíveis a microscópio electrónico e
apresentam o genoma constituído por uma ou várias moléculas de ácido nucleico, o ácido
desoxirribonucleico (DNA) ou ácido ribonucleico (RNA), as quais podem ser formadas por
cadeias simples ou duplas. (PEREIRA,2013)

Os vírus têm a capacidade de infectar células e assim replicar-se, para isso é necessário
que a célula possua receptores aos quais o vírus se liga, e maquinaria celular necessária e
activa, a qual permite a síntese e montagem dos seus componentes. (WAGNER &
HEWLETT, 2004).

Estrutura
 Os virus podem variar consideravelmente de tamanho, normalmenteentre os 15 e os
300nm;

 Os virus são constituídos por dois componentes essenciais: a parte central (cerne), onde
se encontra o genoma, que pode ser DNA ou RNA, associado a uma capa proteica
denominada cápside, formando ambos a nucleocápside, (Genoma com ADN ou ARN);

 Capsídeo capa de proteina composta por pequenas unidades protéicas – os capsómeros 2;

 Envelope, alguns vírus possuem um envelope externo composto de lípidos e


polissacarídeo (exemplo: vírus do HIV, vírus da gripe);

 Cauda, bainha e fibras caudais – encontrado nos bacteriófagos;

 Os virus não possuem actividade metabólica fora da célula hospedeira, pois não possuem
ribossomas nem qualquer aparato para a síntese proteica, não possuem cadeias
transportadoras de electrões e portanto, são incapazes de "fosforilar" ou de "desfosforilar"
o que quer que seja como fonte de obtenção de energia.
Os vários tipos de vírus conhecidos apresentam diferentes formas e tamanhos, e também
não têm um padrão único de estrutura. De maneira geral, podem-se definir quatro
estruturas morfológicas virais:
 Helicoidal: Os capsómeros se organizam ao redor de um eixo central, formando uma
estrutura tubular helicoidal. O ácido nucleico situa-se no interior de esta estrutura;
 Icosaédrica: Os capsómeros se dispõem em forma de icosaedro regular ou de quase
esfera, com o ácido nucleico no seu interior. A maior parte dos vírus animais tem esta
estrutura;

 Envelope: Alguns vírus podem se rodear de um envelope lipídico derivado da membrana


da célula hospedeira, diminuindo assim a capacidade dos organismos infectados para
reconhece-los. O vírus da gripe e o HIV utilizam esta estratégia;

 Complexa: Alguns vírus possuem estruturas específicas, como caudas proteicas ou


paredes externas especiais. Os bacteriófagos, que são vírus que infectam bactérias,
pertencem a esta categoria.

Características dos vírus


 São acelulares;

 Genoma com ADN ou ARN;

 Incapazes de replicar por si só, necessitando da célula hospedeira para o efeito;

 Não possuem ribossomas;

 Não se dividem por divisão binária, mitose ou meiose.

Replicação dos vírus

De acordo com WAGNER (2004) aborda que, Para que a replicação do vírus seja
eficaz estão subjacentes diferentes etapas. Numa primeira fase ocorre o reconhecimento da
célula alvo e a ligação do vírus à célula por adsorção. De seguida há a penetração do vírus,
perda da cápside do vírus, síntese de macromoléculas, montagem do vírus e por fim a
libertação do vírus.

Patogénese dos vírus

A patogénese viral refere-se interação de factores virais e do hospedeiro, que levam


produção de doença. Um vírus patogénico tem que ser capaz de infectar e causar sinais da
doença em um hospedeiro susceptivel. No processo da patogénese viral podemos observar
doenças mais severas ou mais brandas. Isso ocorre devido existência de cepas virais mais ou
menos virulentas, ou s diferentes respostas imunológicas do hospedeiro.
Diversidade do vírus
Os vírus são comumente representados e conhecidos por suas partículas (ou vírions),
essas microscópicas estruturas constituídas de ácido nucleico (RNA ou DNA) envolvido por
uma Cápsula proteica, que chamamos de capsídeo. Mas os vírus não são apenas isso! As suas
partículas virais entram em células de animais, vegetais, fungos ou microrganismos, onde
realizam o mais importante para o seu ciclo: utilizam a maquinaria celular para se multiplicar
(o que fazem de forma muito eficiente).

Algas

As algas são organismos que realizam fotossíntese, produzindo desta forma a energia
para o seu metabolismo (seres autotróficos).

Alga é um termo genérico, desprovido de significado taxionómico, que inclui


organismos que possuem clorofila a e um talo não diferenciado em raiz, caule ou folhas, com
hábito predominantemente aquático.

Morfologia e fisiologia das algas

As algas são organismos pertences aio reino protista que apresentam talfitos sem
cobertura celular estéril sobre as estruturas reprodutivas. As algas possuem organismos muito
distintos com relação a morfologia (formas), tipo de reprodução ( ciclo de vida), fisiologia e
ecologia. Assim como as plantas são organismos fotossintetizantes capazes de produzir o seu
próprio alimento (glicose) a partir de substâncias químicas simples, como CO2 (dióxido de
carbono) e H2O (água) em presença de luminosidade.

A morfologia das algas e muito diversificada e compreende desde organismos


unicelulares até multicelulares, cuja menção se faz por talo. Há algas que formam colónias,
cujas células podem ou não apresentar flagelos, outras formam filamentos simples ou
ramificados, com camada única ou dupla de células, há aquelas que formam massas
multicelulares, referidas por macroalgas, as quais apresentam um sistema de organização
celular com funções de condução (vasos condutores) e divisão de trabalho e portanto formam
tecidos.

A fotossíntese em algas e um fenómeno fisiológico que ocorre basicamente em


organelas celulares específicas denominadas por cloroplastas ou plastideos e pigmentos que
também conferem a cor para estes organismos a clorofila (a, b, etc.) e um dos principais
pigmentos responsáveis por este fenómeno.

Quanto as características das algas elas são:

 Eucarióticos, fotossintetizantes, uni ou multicelulares.


 Vivem no mar, em água doce e em terra firme, sobre superfícies húmidas.
 As algas microscópicas são abundantes nas camadas mais superficiais dos mares e de
grandes lagos que constituem o plâncton.
 Algas multicelulares formam filamentos, lâminas ou estruturas compactas, chamadas
de talo.
 São dotadas de cloroplastos de forma e tamanho variáveis, dependendo da espécie.
 Todo cloroplasto apresenta clorofila a essencial ao processo de fotossíntese, e um ou
mais tipos de clorofila acessória, dependendo do grupo.
 A maioria das algas possui células dotadas de parede celular.

Classificação das algas

As algas são classificadas, de acordo com diferentes autores, em nove a doze divisões
ou filos, distribuídos em 2 Reinos - Eubacteria e Protista - ou 3 reinos - Eubacteria, Protista e
plantae - e em 2 Domínios – Bactéria e Eucarya (WOESE et al, 1990). As algas azuis, verdes,
vermelhas e pardas são autotróficas obrigatórias, isto é, se as condições ambientais não forem
adequadas para a realização da fotossíntese, elas não sobrevivem. O produto da fotossíntese é
o oxigénio, e não o enxofre como em certas bactérias. Seu corpo vegetativo é denominado de
talo e possui uma estrutura simples: mesmo as formas maiores não apresentam o corpo
vegetativo organizado em sistemas de tecidos como nas plantas vasculares. Diferenciam-se
das briófitas, que também são organismos foto autotróficos avasculares, pela ausência de
células estéreis nos órgãos de reprodução sexuada e assexuada.

2.3 Tipos de algas

Quanto aos tipos de algas existem:

 Algas verdes, extremamente abundantes nos ambientes aquáticos, onde é um dos mais
importantes componentes do fitoplâncton; as algas verdes são responsáveis pela maior
parte da produção de oxigénio molecular disponível no planeta a partir da fotossíntese.
Habitando águas doces ou salgadas, solos húmidos ou troncos, estes organismos podem
também estabelecer relações de mutualismo com outros seres vivos, como os fungos,
formando os líquenes.
 Algas vermelhas, quase que exclusivamente pluricelulares e marinhas (mais comuns em
mares quentes), que vivem fixadas em um substrato; a principal característica é a presença
do pigmento ficoeritrina em suas células, responsável pela coloração avermelhada destes
organismos. As algas vermelhas possuem clorofilas a e d e carotenóides, e armazenam
amido como material de reserva.
 Algas pardas, organismos pluricelulares predominantemente marinhos (mais comuns em
mares frios), vivendo fixados em um substrato ou flutuando, formando imensas floresta
submersas. As algas pardas são as maiores existentes, podendo atingir mais de 25 m.
Nestes organismos são encontrados os pigmentos fucoxantina, clorofilas a e c e
carotenóides e, como substâncias de reserva, óleos e polissacarídeo (laminaria).

Reprodução das algas

As algas, tanto as unicelulares como as multicelulares, apresentam reprodução


assexuada e sexuada. Nas algas unicelulares a reprodução assexuada ocorre por divisão
binária, com um indivíduo dando origem a dois outros. No caso das algas multicelulares, esse
tipo de reprodução pode ocorrer por fragmentação do talo, como é comum nas algas
filamentosas, ou por zoosporia. Neste processo, um indivíduo forma células flageladas
chamadas de zoósporos que se soltam e, ao fixar-se em algum substrato, originam novos
indivíduos.
A reprodução sexuada envolve, como em outros organismos, a fusão de gametas
haplóides. Em algas unicelulares, como as Chlamydomonas, cada indivíduo funciona como
um gameta e, em certa fase de seu desenvolvimento, dois indivíduos unem-se formando um
zigoto que sofre meiose formando quatro células-filhas. Em algas multicelulares filamentosas
algumas células transformam-se em gametas masculinos e outras em gametas femininos. Uma
gameta masculina pode atingir o gameta feminino através de pontes que se estabelecem entre
filamentos diferentes. O zigoto que se forma liberta-se do filamento materno e dá origem a
novo talo.
Também é comum em várias espécies de algas multicelulares, a ocorrência de um
fenómeno chamado alternância de gerações. Durante o ciclo de vida dessas algas alternam-se
gerações de indivíduos haplóides que produzem gametas e indivíduos diplóides que produzem
esporos.
Importância das algas

 Económica: A grande importância económica das algas azuis está relacionada às formas
fixadoras de nitrogénio, que quando presentes ou adicionadas ao solo, podem em muitos
casos, substituir ou reduzir a utilização de fertilizantes. Além disto, algumas
cianobactérias são utilizadas como fonte de proteínas (ex. Spirulina).Muitas algas têm
importância económica com as mais variadas aplicações. Mais de 70 espécies de algas
marinhas, principalmente pardas e vermelhas são utilizadas na alimentação humana,
principalmente pelos povos orientais. Uma das algas marinhas mais importantes é a
Porphyra conhecida no Japão como "nori". Essa alga, muito utilizada na culinária oriental
no preparo de “sushi” e “temaki”, é largamente cultivada nas partes rasas das baías no
Oriente, principalmente Japão, onde há verdadeiras fazendas marinha.
 Ecológica: As algas são os principais produtores de matéria orgânica (produtores
primários) em ambientes aquáticos, servindo de alimento aos consumidores primários
(herbívoros). Além disso, durante as horas iluminadas, as algas liberam o oxigénio. Como
exemplos de dependência primária dos animais aquáticos às algas, podemos citar a
associação das algas com corais, esponjas, certos protozoários, e vermes marinhos.
 Medicinal: As microalgas estão sendo cada vez mais cultivadas e utilizadas como fonte
de proteínas, vitaminas, sais minerais e outros produtos. Dentre essas, destacam-se a
cianobactéria Spirulina e as clorófitas Dunaliella e Chlorella. A Spirullina é utilizada
como fonte de proteínas de óptima qualidade, com todos os aminoácidos essenciais; ácido
gamalinolênico, um ácido graxo usado para tratar e prevenir a osteoporose; ficocianina,
corante natural utilizado em indústrias alimentícias e vitamina B12. A Chlorella é outra
microalga rica em proteínas, sais minerais e vitaminas B, C, A e E; é utilizada também no
tratamento de úlceras e como antioxidante para combater radicais livres. A Dunaliella é
rica em β-caroteno, precursor da vitamina A.
Referências Bibliográficas

WAGNER, E. e Hewlett, M. (2004). Basic Virology. 2ª edição. USA, Blackwell Publishing.

WOESE, C. R. (1987).Bacterial Evolution. Microbiological Reviews: 221-171. 1987.

PEREIRA, F. e Amorim, A. (2013). Brenner's Encyclopedia of Genetics. 2ª edição.

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