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UNIVERSIDADE RUVUMA

INSTITUTO SUPERIOR DE TRANSPORTE TURISMO E COMUNICAÇÃO

RELAÇÃO JURÍDICA

(Licenciatura em Gestão de Transporte e Logística)

Nacala⁃Porto
Março
2024
Anabela Francisco Muidine

RELAÇÃO JURÍDICA

(Licenciatura em Gestão de Transporte e Logística)

Trabalho realizado no âmbito da cadeira de


Introdução a Direito, a ser submetido no
Departamento de Transporte e Comunicação,
para fins avaliativo, leccionado pela dr.ª Berta
Augusto Cabral

Nacala⁃Porto
Março
2024
Índice
1. Introdução ............................................................................................................................... 3

1.1. Objectivos ........................................................................................................................ 3

1.1.1. Geral .......................................................................................................................... 3

1.1.2. Específicos ................................................................................................................ 3

1.2 Metodologia ...................................................................................................................... 3

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................................... 4

2.1. Noção ............................................................................................................................... 4

2.2. Relação jurídica ............................................................................................................... 4

2.3. Elementos de relações jurídicas ....................................................................................... 4

2.3.1. Sujeitos da Relação Jurídica ...................................................................................... 4

2.3.2. Objecto da relação jurídica ........................................................................................ 5

2.3.3. O facto jurídico .......................................................................................................... 6

2.3.4. A garantia .................................................................................................................. 7

2.3. Incapacidade jurídica ....................................................................................................... 7

2.4. O abuso de Direito e a Relação Jurídica .......................................................................... 8

3. Conclusão ............................................................................................................................... 9

4. Referências Bibliográficas .................................................................................................... 10


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1. Introdução

O presente trabalho de pesquisa tem como tema Relação Jurídica. Na verdade, dá-se o
nome de relação jurídica ao vínculo, estabelecido e regulado de maneira legal, entre dois ou
mais sujeitos relativamente a determinados interesses. Trata- se de uma relação que, devido à
sua regulação jurídica, gera efeitos legais.

Dito de outra maneira: uma relação jurídica é aquelas que forjam sujeitos jurídicos quando uma
norma atribui certas consequências ao vínculo. Destas derivam direitos e obrigações que
ligam as partes intervenientes, ou seja, a relação jurídica é o resultado do vínculo entre duas
ou mais pessoas, sendo que essas pessoas têm como tutela o Direito, já que é o Direito quem
cria as obrigações e os direitos dos envolvidos.
1.1. Objectivos

1.1.1. Geral

 Compreender a Relação Jurídica

1.1.2. Específicos

 Apresentar o conceito e noções gerais sobre a Relação Jurídica;


 Descrever o conteúdo da relação jurídica;
 Diferenciar o objecto mediato do imediato.

1.2 Metodologia

Para o efeito do presente trabalho recorreu⁃se ao método de pesquisa bibliográfica como o


método crucial para a concretização do mesmo.
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2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1. Noção

O convívio humano é marcado por relações interpessoais que são reguladas pelo
Direito, que as ordena, proíbe ou permite. Assim, os actos humanos são classificados como
actos devidos (ordenados ou proibidos) ou actos permitidos. Os actos são ordenados,
proibidos ou permitidos no sentido de proteger e beneficiar a comunidade, os grupos, ou
indivíduos determinados ou indeterminados. Nessa perspectiva, pode-se afirmar que relações
interpessoais regulada pelo Direito são conhecidas como relações jurídicas que, segundo
Amaral (1998), são definidas como relações sociais disciplinada pelo direito e,
concretamente, é uma relação entre sujeitos, um titular de um poder, outro, de dever.

2.2. Relação jurídica

A relação jurídica é um vínculo entre duas ou mais pessoas que surge a partir de um
fato jurídico, normalmente disciplinado por normas jurídicas, que apresentam vários efeitos
jurídicos nos mais variados ramos do direito. Assim, as relações jurídicas são relações entre
dois ou mais indivíduos, das quais decorrem consequências importantes, devendo, pois, existir
uma normatização (Bem, 2004).

Ex: Um contrato de compra e venda, ou no casamento.

Pode-se dizer, então, que a relação jurídica seria uma relação entre dois ou mais
indivíduos, e, por meio desse vínculo, as normas jurídicas incidem, por serem as
consequências relevantes para o Direito. É importante dizer que uma relação jurídica pode
conter direitos e deveres para as partes, sendo que, normalmente, uma parte tem um direito
relacionado à prestação que a outra é obrigada.

2.3. Elementos de relações jurídicas

De acordo com Venosa (2013), são quatro os elementos da relação jurídica, que
passamos a abordar: Sujeito; Objecto; Facto e Garantia.

2.3.1. Sujeitos da Relação Jurídica

Os sujeitos das relações jurídicas são pessoas. As pessoas podem ser individuais o
colectivas.
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A personalidade é um conceito próprio do ser humano individualmente considerado,


dotado de inteligência e de vontade, conceitos em que se fundam todas as normas jurídicas,
que têm sempre o ser humano como destinatário directo ou mediato.É nos conceitos de
inteligência e de vontade que se baseiam a ideia de responsabilidade e da capacidade de
assumir compromissos.

Mesmo nos casos em que a inteligência e a vontade não se encontram presentes num
determinado ser humano, ou só dificilmente existem, por razões de menoridade ou
anomalia psíquica, a capacidade de ser titular de direitos e obrigações mantém-se,
exigindo embora formas de suprimento que a lei prevê.

 Pessoas colectivas

A personalidade colectiva é uma ficção jurídica, se assim pode dizer-se, construída para
regular certos centros de interesses, patrimoniais ou de outra natureza, que a lei considera
titulares de direitos e obrigações, com autonomia relativamente aos indivíduos que
eventualmente as componham.

As pessoas colectivas podem ser de Direito público, como é o caso do Estado, Regiões
Autónomas, Autarquias e Institutos Públicos, ou de Direito privado: Associações,
Fundações e Sociedades.

Embora a personalidade colectiva seja concebida sobre o modelo da personalidade


individual, distinguem-se desta por aquilo que se designa como princípio da
especialidade, segundo o qual essas entidades apenas podem ser titulares de direitos e
obrigações necessárias à normal prossecução dos seus fins estatutários e que não
repugnem a sua natureza (artigo 160.o).

Ex: O casamento é um contrato apenas possível entre pessoas individuais.

2.3.2. Objecto da relação jurídica

O objecto imediato da relação jurídica é o binómio direito/dever. Diz-se sujeito activo o


titular do direito e passivo o titular do dever. Isto, nas relações jurídicas simples. Há
também relações jurídicas, ditas sinalagmática, em que existe um complexo de direitos e
deveres recíprocos. Isto é, cada um dos sujeitos da relação é simultaneamente credor e
devedor. Por exemplo: A encomenda a B a construção de uma casa (contrato de
empreitada). A tem direito a que B construa a casa, B tem direito a que A pague o preço nas
condições estipuladas. A falta de cumprimento por parte de um dos devedores
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fundamentara a recusa de cumprimento por parte do outro. É o que se designa como


“exceptio non adimpleti contractus”, característica dos contratos sinalagmáticos.

 Objecto Imediato

Para Diniz (2002), objecto imediato (prestação devida pelo sujeito passivo): é a conduta ou
comportamento (acção ou omissão) impostas ao sujeito passivo e que devem ser adoptados
para que o mesmo respeite o direito do sujeito activo. As prestações podem ser de: dar, fazer
ou não fazer.

 Objecto Mediato

Segundo Gomes (2001) objecto mediato (bem jurídico protegido): é a coisa sobre a qual recai
a conduta ou comportamento do sujeito passivo (objecto imediato).

2.3.3. O facto jurídico

São os fatos que dão origem à constituição duma relação jurídica (fatos constitutivos), à
modificação duma relação jurídica (fatos modificativos) ou à extinção de uma relação jurídica
(fatos extintivos).

Os factos jurídicos podem consistir em acontecimentos naturais ou actos praticados por


vontade humana. Temos assim factos jurídicos “stricto sensu” e os actos jurídicos. Quanto a
estes últimos, importa esclarecer que certos acontecimentos resultantes de um acto
voluntário podem ser tratados como factos e não como actos, sempre que o efeito jurídico
produzido não seja, ele mesmo, o objecto do acto voluntário.

Ex: Se uma pessoa pratica um homicídio, a morte da vítima não deixa de ser um facto
jurídico.

O acto do homicida é tratado como acto no âmbito do Direito penal e produz


efeitos independentemente da vontade do seu autor, como é próprio dos actos ilícitos.

Entre os actos jurídicos lícitos podemos distinguir os actos simples e os negócios


jurídicos. O artigo 395.o do Código Civil manda aplicar analógica e subsidiariamente aos
actos jurídicos que não sejam negócios jurídicos as disposições aplicáveis a estes últimos.

Não define a lei o que sejam estes actos jurídicos simples, dos quais se poderá dar como
exemplo a ocupação de uma coisa abandonada, a entrega de uma declaração de
rendimentos para efeitos fiscais, a solicitação de um bilhete de identidade.
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2.3.4. A garantia

Consiste a garantia no conjunto de meios que a lei oferece ao titular de um direito para
a sua efectivação e conservação. Numa sociedade civilizada, organizada em estado, a este
cabe disponibilizar os meios acima referidos só por excepção cabendo aos interessados a auto-
tutela dos seus direitos.

Dispõe o artigo 1.o do Código do Processo Civil: “A ninguém é lícito o recurso á força com o
fim de realizar ou assegurar o seu próprio direito, salvo nos casos e dentro dos limites
declarados na lei”. Por seu lado o artigo 2.o n.o 2 do mesmo código dispõe: “A todo o direito
corresponde uma acção adequada a fazê-lo reconhecer em juízo, a prevenir ou reparar a
violação dele e a realiza-lo coactivamente, bem como os procedimentos necessários para
acautelar o efeito útil da acção.

 Garantia real é a faculdade que o credor goza, aquando do incumprimento de uma


obrigação, poder recorrer aos tribunais, de modo a executar o património do devedor,
e obter assim a satisfação do seu crédito.

 Garantia pessoal é aquela em que, para além do devedor, outras pessoas podem ficar
responsáveis, com os seus patrimónios, pelo cumprimento da obrigação. Como por
exemplo a fiança.

2.3. Incapacidade jurídica

Falar da incapacidade é falar da apuração da idoneidade psicofísica de alguém para a


prática de actos jurídicos. O reconhecimento da capacidade opera a partir do (i) exame da
autonomia e discernimento de uma pessoa, o que fara incidir, se for o caso, (ii) uma espécie
de presunção de incapacidade, e assim chegar a consequência jurídica da possibilidade de (iii)
impugnação dos actos ou contractos da pessoa. Estes três passos podem ser bem
exemplificados no tratamento jurídico da incapacidade por idade: a partir da constatação de
que alguém com menos de 16 anos de idade não, tem autonomia e discernimento para gerir
sua vida, a ordem jurídica presume que todos os menores daquela idade são incapazes e
podem ter seus actos invalidados (Santos, 2003)

Por envolverem a autonomia e discernimento, as incapacidades civis acabam decorrendo de


escolhas político-jurídicas que respeitam valores culturais e momentos históricos cambiáveis.

Ex: A incapacidade por idade encontra variantes quantitativas (as idades da incapacidade) em
diverso ordenamento jurídico.
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2.4. O abuso de Direito e a Relação Jurídica

As relações jurídicas realizadas em vários ramos do direito ocorrem em virtude dos


fatos jurídicos, isto é, situações que criam, modificam, conservam ou extinguem determinado
direito.O abuso do direito ocorre quando o sujeito ultrapassa ou excede suas prerrogativas.
Normalmente, em decorrência do abuso de direito o outro sujeito da relação jurídica suporta
danos. Assim sendo, em decorrência do abuso de direito é possível a solicitação de reparação
de danos na respectiva relação jurídica (Gonçalves, 2001)
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3. Conclusão

Tendo em vista as abordagens desenvolvidas no presente trabalho de pesquisa, chega-se


ao consenso que a Relação jurídica é o vínculo entre duas ou mais pessoas, ao qual as normas
jurídicas atribuem efeitos obrigatórios. Assim, o objecto da relação jurídica é aquilo sobre que
incindem ou recaem os poderes do titular do direito, isto é, do sujeito activo. Em poucas
palavras o objecto da relação jurídica é aquilo que é discutido na relação jurídica
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4. Referências Bibliográficas

1. AMARAL, F. (1998). Direito Civil: introdução. 2. Ed. Rio de Janeiro: Renovar


2. BEM, L. S. (2004). Teoria da relação jurídica: análise da parte geral do novo Código
Civil. Curitiba: JM
3. DINIZ, M. H. (2002). Curso de Direito Civil Brasileiro. 18. Ed. São Paulo: Saraiva
4. GOMES, O. (2001). Introdução ao Direito Civil. 18. Ed. Rio de Janeiro: Forense
5. GONÇALVES, C. R. (2001). Responsabilidade Civil. São Paulo: Saraiva
6. MELLO, M. B. (2002). Teoria do Fato Jurídico - Plano da Existência. 11. Ed. São
Paulo: Saraiva
7. SANTOS, J. C. (2003). Repertório Enciclopédico do Direito. São Paulo: Freitas
Bastos
8. VENOSA, S. S. (2003). Direito Civil: Parte geral. 3. Ed. São Paulo: Atlas

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