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INTRODUÇÃO AO DIREITO CIVIL E INTRODUÇÃO

AO PROCESSO CIVIL

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Sumário

NOSSA HISTÓRIA .................................................................................. 2

1. INTRODUÇÃO AO DIREITO CIVIL ..................................................... 3

1.1 Maioridade e capacidade............................................................ 3

1.2 Proteção ao corpo. ..................................................................... 3

1.3 Estado de perigo......................................................................... 3

1.4 Fiança. ........................................................................................ 3

2. DIREITO. ............................................................................................. 4

2.1. Noções propedêuticas. .............................................................. 4

2.2. Direito Público e Direito Privado. ............................................... 9

2.3. Direito Comparado................................................................... 12

3. DIREITO CIVIL. ................................................................................. 14

3.1. Interpretação das normas jurídicas.......................................... 14

3.2. A eficácia da lei no tempo e no espaço. .................................. 15

3.3. Domicílio e residência. ............................................................. 15

3.4. Negócio jurídico. ...................................................................... 15

3.5. Teoria da imprevisão. .............................................................. 16

3.6. Prescrição e decadência. ........................................................ 16

4. PROCESSO CIVIL............................................................................. 17

5. EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO DIREITO PROCESSUAL CIVIL:


ASPECTOS RELEVANTES ............................................................................. 19

5.1 Evolução do Código de Processo Civil ..................................... 20

6. DOS PRINCÍPIOS DO DIREITO PROCESSUAL CIVIL .................... 22

6.1 Garantia Constitucional à Efetividade Processual .................... 25

7. CONCLUSÃO .................................................................................... 28

8. REFERÊNCIA .................................................................................... 31

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NOSSA HISTÓRIA

A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de


empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de
Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como
entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior.

A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de


conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a
participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua
formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais,
científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o
saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação.

A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma


confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica,
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido.

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1. INTRODUÇÃO AO DIREITO CIVIL
O estudioso do direito civil deve ter em mente a sua importância da vida em
sociedade. Isto porque é ele mesmo, importante ramo da ciência do direito e do
direito positivo, que regulará a vida dos cidadãos comuns nas suas relações
jurídicas recíprocas.

Recentemente foi aprovado, finalmente, o novo Código Civil Brasileiro, em


substituição do anterior vigente desde 1917. O novo Código Civil trouxe
importantes modificações. Muitas delas, entretanto, já foram tratadas em leis
esparsas anteriores. São 2045 artigos (2046 originalmente) que tratam dos mais
diferentes temas a respeito do dia a dia das pessoas.

1.1 Maioridade e capacidade.


A personalidade civil da pessoa natural surge e desaparece, respectivamente,
com o nascimento e a morte.O primeiro tema foi a maioridade e capacidade. A
partir de agora, aos 18 anos de idade completos, o jovem já pode exercer todos
os atos da vida civil. O antigo pátrio poder, agora chamado poder familiar,
desaparecerá com as suas obrigações decorrentes.Cessa a incapacidade para
os menores pelo casamento.

1.2 Proteção ao corpo.


Atualmente é proibido o ato de dispor do próprio corpo se atingir a integridade
física ou contrariar os bons costumes, salvo quando se tratar de exigência
médica ou de transplante. Resta proibida a comercialização de órgãos do corpo
humano.Os direitos da personalidade são aqueles essenciais à proteção da
personalidade, enquanto conjunto de caracteres próprios da pessoa, e são
propostos para a defesa eficaz da pessoa humana em todos seus atributos, de
forma a proteger e assegurar sua dignidade. Dessa forma, no tocante à
integridade física e ao direito ao próprio corpo, o Código Civil estabelece que
ninguém será constrangido a submeter-se, com risco de vida, a tratamento
médico.

1.3 Estado de perigo.


É anulável o negócio jurídico celebrado em resultado de estado de perigo, ou
seja, quando alguém assumir obrigação excessivamente onerosa pressionado
pela necessidade de salvar a si próprio ou a outra pessoa de algum grave dano
que seja conhecido pela outra parte.

1.4 Fiança.
O fiador poderá desobrigar-se da fiança que prestar sem limitação do tempo,
depois de decorrido o prazo de 60 (sessenta) dias contados da mera notificação
do credor. Antes tal possibilidade não existia sem a concordância da outra parte.

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2. DIREITO.

2.1. Noções propedêuticas.


A vida em grupo requer regras. Viver isoladamente de outros indivíduos da
mesma espécie seria tarefa quase impossível, além de efêmera, haja vista a
necessidade quase absoluta de dois elementos de sexos distintos para a
reprodução.

Os mais remotos estudiosos do direito já na Roma Antiga eram assentes em


defender as máximas segundo as quais onde houver sociedade, aí haverá o
direito e, ao mesmo tempo, onde se encontrar o direito, aí estará a sociedade.

Direito.

Por direito podemos entender vários e diferentes significados. Seria difícil,


mesmo, dizer em poucas palavras um só ou seu significado verdadeiro. No
entanto, diferentes abordagens a respeito do significado do vocábulo "direito"
podem ser trazidas ao presente texto.

Adjetivo

A primeira análise semântica do termo traz o clássico significado de algo que é


reto ou que segue em linha reta o que é estabelecido segundo dada forma de
ordenação. A sua utilização na vida cotidiana é muito comum. Qualquer pessoa
entende o significado de alguém que diz que algo é o seu direito, e, portanto, é
obrigada a respeitá-lo.Também podemos falar que alguém não está com o direito
quando suas ações não estão em conformidade com as leis em vigor naquela
sociedade.

Os dicionários da língua portuguesa expressam que o adjetivo "direito" passou


a fazer parte da mesma no ano de 1277 d.C. Em seu primeiro significado
encontramos que direito é aquilo que segue a lei e os bons costumes, é a pessoa
justa, correta, honesta. Também é direito aquilo que está de acordo com o senso
comum, com as normas morais e éticas aceitas pelas pessoas. É aquilo que é
certo, correto e justo.

Direita é a pessoa dotada de um comportamento impecável, de uma conduta


irrepreensível, impecável. Aquilo que não contém erros também é direito, é certo,
é correto. Ou ainda, com aparência, arrumação, aquilo que é adequado e
acertado.

Uma pessoa direita é uma pessoa leal, sincera e honesta.

Aquilo que é vertical, aprumado, empertigado, também é direito. Podemos


lembrar as ocasiões em que aconselhamos alguém a não se curvar, a ficar
direito. O lado do corpo humano oposto ao coração também é o lado direito.
Direito, por metonímia, é a pessoa destra, ou seja, mais hábil com a mão direita
ao escrever, comer, etc…

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Direito é aquilo que é justo, correto e bom.Também podemos entender como
direito aquilo que é facultado a uma pessoa individualmente ou a um grupo de
pessoas por força de leis ou costumes.Uma prerrogativa legal também é um
direito. Isto sem nos esquecermos de que prerrogativa legal significa justamente
um direito. Um direito é um privilégio, uma regalia, uma autorização legal para
determinada atividade.

O direito também é um conjunto de normas de vida em sociedade que visam a


expressar e concretizar um ideal de justiça, traçando as fronteiras daquilo que
está ou não em conformidade com as leis.Direito também é a ciência que tem
por objeto o estudo das regras que disciplinam a convivência social. É a
jurisprudência.Direito é o conjunto de normas vigentes em um país. O direito
brasileiro e o direito argentino são dois bons exemplos.Direito é o conjunto de
cursos e disciplinas que constituem o curso superior que prepara profissionais
da lei.

Advérbio

Já o advérbio direito significa aquilo feito da maneira esperada, devidamente,


bem. Ou ainda, honestamente, honradamente, segundo os princípios da
moral.Também será direito aquilo realizado educadamente, atenciosamente,
sem desvios, reto, direto ou com boa postura física.O direito a alimentos é a
prerrogativa de alguém a receber uma soma de dinheiro mensalmente para
assegurar a sua subsistência.

Direito adjetivo é aquele conjunto de normas legais que disciplinam o processo


que rege os atos judiciários. É o direito a postular na justiça o cumprimento de
uma regra substantiva, de um direito pessoal.Direito adquirido é o que está
incorporado ao patrimônio de um individuo por foca de lei, irreversivelmente.

Direito administrativo é o conjunto de princípios e normas jurídicas que regulam


o funcionamento das atividades do Estado, determinam a organização dos
serviços públicos e o relacionamento da administração com os cidadãos.

Direito aéreo é o conjunto de princípios que regulam o uso do espaço aéreo


sobre o território de um Estado, preservando a sua soberania, e o uso do espaço
aéreo comum em alto-mar ou em território fora de qualquer jurisdição.Já o direito
aeronáutico pode ser concebido como a parte do direito aéreo que regula o
transporte em aeronaves e o seu tráfego.Direito agrário, por sua vez, é o ramo
do direito que disciplina os direitos sobre a terra e seu uso fora dos domínios das
cidades.

Direito assistencial seria o sinônimo de direito previdenciário, ou seja, o conjunto


de princípios e normas que estabeleceriam as condições de sobrevivência
daquelas pessoas que não possuem mais condições físicas de trabalharem em
virtude da idade ou de doenças incapacitantes. É a legislação específica que
rege a saúde, a assistência e a previdência social.

Já o direito autoral é aquele direito exclusivo do autor, compositor ou editor de


imprimir, reproduzir ou vender obra literária, científica ou artística. Ou ainda, é o

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direito que tem o autor da obra literária, científica ou artística, de ter o seu nome
nas suas produções.

Direito cambial ou direito cambiário é o conjunto de normas que disciplinarão as


operações cambiais.

Direito canônico é o conjunto de preceitos que regem a estrutura da igreja


católica apostólica romana, bem como as relações entre os seus fiéis.

Por direito civil entendemos as leis e os princípios que regerão as relações de


ordem privada ou particular entre os indivíduos, os aspectos que têm relação
com as pessoas, bens, direitos e obrigações decorrentes.

Direito comercial é o ramo do direito privado que estabelece limites legais às


relações e transações mercantis, além de determinar quais são os direitos e as
obrigações daqueles que exercem o comércio, indústria ou transportes.

Importante ramo do direito, o direito constitucional é o conjunto de preceitos e


leis que definem a organização do Estado e os limites dos direitos dos
governantes.

Por direito consuetudinário entende-se conjunto de normas não escritas,


nascidas dos costumes tradicionais de um povo e nele arraigadas; é o direito
costumeiro. O direito costumeiro será, assim, o direito consuetudinário.

Direito de arena é o direito que garantirá a remuneração pelo uso da imagem,


para objetivos lícitos, em atividades públicas inerentes a certas profissões. É o
caso dos artistas da televisão e dos atletas.Direito de greve será o dispositivo da
constituição que assegurará a certas categorias de trabalhadores o direito de
fazer greve objetivando o respeito aos seus direitos ou a conquistas entendidas
como justas.

O direito de habitação será a concessão a alguém do direito de habitar ou residir


gratuitamente em imóvel alheio.O direito de imagem será aquele que protegerá
o cidadão contra o uso indevido de sua imagem. Por meio do direito de imagem,
o indivíduo pode selecionar o modo e a ocasião em que sua imagem será
divulgada nos meios de comunicação.

O direito de resposta é aquele que assegura ao ofendido a prerrogativa de dar


resposta à ofensa recebida, usando o mesmo veículo de comunicação em
massa.Direito de sangue é o direito adquirido em virtude do nascimento.Direito
divino é o direito que se acredita ser proveniente de Deus.

Já o direito do trabalho será o conjunto de normas jurídicas reguladoras das


relações de trabalho nas ordens pública e privada entre empregadores e
empregados.

Direito imobiliário é o direito predial. Já o direito predial é o conjunto de normas


a respeito das relações jurídicas relativas à propriedade imobiliária.

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Por sua vez, o direito natural é o conjunto de princípios regras e prescrições
formuladas por uma Razão que ambiciona estar além da circunstancialidade
histórica na determinação de uma ordem jurídica condizente com a natureza
humana fundamental. É o jusnaturalismo que separou os princípios jurídicos
estabelecidos da tradição religiosa.

O direito normativo é sinônimo de direito objetivo. Objetivo é o direito formado


por conjunto de leis em vigor numa ordem jurídica determinada e que estabelece
e rege as relações entre os indivíduos daquela sociedade.O direito penal é a
parte do direito que define os crimes e estabelece as penalidades cabíveis. É,
conforme o professor da UFMG, Jair Leonardo Lopes, o ramo do direito que
estabelece normas para a defesa dos valores mais fundamentais da vida
humana. Tais valores seriam a própria vida, a integridade física, o patrimônio,
honra, o sentimento religioso, dentre outros.

O direito personalíssimo é aquele inalienável e intransferível da pessoa


humana.O direito positivo é o conjunto de leis e normas objetivas obrigatórias,
cujo cumprimento é garantido pelo Estado, por meio de seus órgãos
coercitivos.Direito público subjetivo é o direito que os cidadãos possuem por
força constitucional contra a ação do estado. É o que dicionário Houaiss entende
como sendo a faculdade, assegurada a qualquer pessoa de visar a realizar algo
e a reagir até onde o seu direito não atinja o de outrem.

Direito romano é o conjunto de normas jurídicas criadas pelos romanos, desde


o nascimento de Roma até sua queda no Século VI.Direito sagrado é o direito
intocável, legítimo, incontestável.Por direitos civis pode-se entender o conjunto
dedireitos comuns a todos os indivíduos juridicamente capazes, no âmbito do
direito privado.

Direitos conexos são os direitos que asseguram aos artistas, intérpretes,


executantes, órgãos de radiodifusão e produtores fonográficos os mesmos
poderes estabelecidos pelo direito autoral, sobre a execução em público de suas
interpretações e produções.Direitos de estola são as contribuições pagas pelos
paroquianos aos vigários de cada igreja.

A expressão "direitos do homem" engloba aqueles direitos inerentes ao ser


humano como ser social, independentes de sua raça, sexo, idade e religião. São
os direitos humanos. São as reivindicações de liberdade e igualdade já presentes
na Declaração de Independência dos EUA, de 1776.

A expressão Direitos do Homem e do Cidadão quer dizer o conjunto de


prerrogativas universais aprovadas pela Assembléia Geral da Organização das
Nações Unidas (ONU) em 1948. Nela são estabelecidos os direitos mais
importantes da pessoa humana.Os direitos humanos podem ser compreendidos
como os direitos do homem, expressão que englobaria mulheres e crianças,
obviamente.Pela expressão direitos e deveres compreende-se as normas
aceitas para assegurar a convivências de grupos sociais que estabelecem os
direitos e as obrigações dos indivíduos.

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Direitos políticos são o conjunto dos direitos próprios do cidadão, como o de
eleger e ser eleito.Direito subjetivo é a prerrogativa de alguém invocar o direito
positivo a seu favor.O direito substantivo é o que define e rege as relações entre
os indivíduos dentro de um grupo social.

Por direito tributário podemos entender o conjunto de normas e princípios que


regulam as relações de tributação entre o fisco e os indivíduos, pessoas físicas
ou jurídicas.

Direito urbanístico significa o conjunto de normas jurídicas reguladoras da


utilização dos espaços urbanos.A expressão a quem de direito quer dizer aquele
a quem cabe alguma coisa por lei.

Justiça.

A palavra justiça foi aceita na língua portuguesa a partir do século XIII. O seu
significado é de caráter, ou de algo que está em conformidade com o que é
direito, com o que é justo.Justiça também expressa uma maneira pessoal de
perceber e avaliar aquilo que é direito, que é justo.

Por justiça também podemos entender um princípio moral pelo qual o respeito
ao direito é observado.Também é justiça o reconhecimento o reconhecimento do
mérito de alguém ou de algo.A justiça também expressa a conformidade dos
fatos com o direito.Justiça é o poder de fazer valer o direito de alguém ou de
cada um.

Justiça também é o conjunto de órgãos que compõem o Poder Judiciário de um


país. Dentro deste Poder são encontradas cada uma das jurisdições
encarregadas de distribuir a justiça.Pela expressão fazer justiça tem-se o
significado de aplicar uma pena cominada ou reconhecer uma virtude ou uma
qualidade em alguém ou em algo.A palavra justiça vem do latim justitia,ae e
expressa o significado de justiça, equidade, leis, exatidão, bondade,
benignidade.

Do direito romano nos é trazida a fórmula de justiça que se resume no dever de


dar a cada um o que é seu, sem qualquer esforço ou sacrifício.

Direito e Justiça.

A. B. Alves da SILVA aborda a questão inicialmente apontando a equivalência


na linguagem comum de Direito e Justiça. Os conceitos se prenderiam e
completariam um ao outro.(8)

A partir das idéias de EdouardCuq e Del Vecchio, o autor lembra o conceito de


justiça elaborado por Ulpiano onde:

"Justitia est constans et perpetua voluntas jus suum cuique tribuendi".

O significado do clássico conceito significaria que a justiça é a virtude ou a


vontade firme e perpetua de dar a cada um o que é seu.

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A justiça não seria uma virtude pessoal apenas, que comece e termine no
indivíduo, mas, ao contrário, ela se dirige às relações humanas em geral. A
justiça entre dois indivíduos seria chamada de comutativa, a justiça entre o
indivíduo e a sociedade seria a justiça legal; a justiça entre o Estado e o indivíduo
é a justiça distributiva. Também devem dirigir essas relações outros valores
como a compaixão, a caridade, o amor filial, a urbanidade e etc.

São as palavras de SILVA:

"O Direito é o que compete a cada um, é, pois, objeto da virtude da justiça sob
algum desses três aspectos: da justiça comutativa, o que um indivíduo deve ao
outro; da distributiva, o que o Estado deve ao indivíduo; da legal, o que o
indivíduo deve à Sociedade".

Direito e justiça são palavras que trazem complexos e distintos significados. No


entanto, é muito fácil entende-las e assimilar o seu significado, pois, desde a
mais tenra idade, as pessoas sabem o que lhe pertence e sabem defende-lo com
unhas e dentes da ação das outras crianças ou adultos que se aventuram a
tomar para si o referido bem.À medida que crescemos e aprendemos o
significado de direito como um conjunto de normas da vida social, também
desenvolvemos a noção de que justiça, dentre outros significados, tem o sentido
de uma norma cumprida, observada e respeitada.

Fazer justiça é, enfim, respeitar o direito e abster-se de qualquer ação que


perturbe o equilíbrio social advindo do respeito das leis por cada um de nós.

2.2. Direito Público e Direito Privado.


A partir da definição do direito como um conjunto de normas que disciplinará as
relações sociais em um determinado grupo, parte-se para a divisão do próprio
direito em uma árvore que se dividiria em inúmeros e distintos galhos ou ramos.

Celso Ribeiro Bastos parte da noção de que o direito é: "… o conjunto de normas
e princípios que regem a atividade do Estado, a relação deste com os
particulares, assim como o atuar recíproco dos cidadãos, e de que o direito
administrativo é um dos ramos do direito público interno…" para perceber que o
mesmo possui fatores que o diferenciam dentro do contexto a que pertence. A
partir deste momento o próprio autor inicia análise sobre a divisão do direito nos
ramos público e privado.

Os estudiosos da teoria geral do direito, após longas exposições acerca da


divisão do direito em dois ramos, público e privado, costumam concluir que a
divisão público-privado serviria mesmo como um instrumento didático para o
ensino da ciência do direito e uma melhor compreensão por parte dos seus
estudiosos.

Edgar de Godoy da Mata Machado assim o faz ao apresentar diferentes autores


cada qual sem alcançar uma idéia ou conclusão precisa dos limites porventura
existentes na divisão entre o direito positivo público e privado.

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Ao estudar a divisão entre direito público e privado, Edimur Ferreira de Faria
esclarece que a ordem jurídica é uma, inexistindo, assim, diferentes direitos. O
que acontece, porém, é que desde os romanos, o direito é dividido em público e
privado.A divisão se justifica por existirem diferentes níveis de relação jurídica
entre os cidadãos entre si e entre esses e o Estado, a Administração Pública.As
relações jurídicas entre os cidadãos particulares ocorreriam dentro do direito
privado. Já as relações nas quais estaria presente o Poder Público, ou mesmo o
interesse público, seriam pautadas pelo direito público.

O direito privado se dividiria, fundamentalmente, em dois ramos, ou seja, o civil


e o comercial.

Já o direito público é composto de vários sub-ramos, quais sejam, o direito


constitucional, o administrativo, o penal, o previdenciário, o eleitoral,
internacional público e privado, processual civil e penal, do trabalho, tributário e
financeiro.De Plácido e Silva define o direito público como o conjunto de leis,
criadas para regularem os interesses de ordem coletiva, ou, em outros termos,
principalmente, organizar e disciplinar a organização das instituições políticas de
um país, as relações dos poderes públicos entre si, e destes com os particulares
como membros de uma coletividade, e na defesa do interesse público.

São suas as palavras:

"A norma de Direito Público, pois, tende sempre a regular um interesse,


direto ou indireto, do próprio Estado, em que tem vigência, seja para impor
um princípio de caráter político e soberano, seja para administrar os
negócios públicos, seja para defender a sociedade, que se indica o próprio
alicerce do poder público".

Diógenes Gasparini inicialmente aborda a questão dos dois ramos do direito


tratando o mesmo como uma unidade indivisível, maciça, monolítica. Lembra, no
entanto, a sua divisão, desde Roma, em dois ramos, quais sejam, o privado e o
público. O Direito Público regularia as relações jurídicas em que predomina o
interesse do Estado, ao ponto que o Direito Privado disciplinaria as relações
jurídicas em que predomina o interesse dos particulares. O critério do interesse
é que dividiria, assim, o direito em dois ramos.

José Cretella Jr informa que o direito constitui-se em uma unidade desdobrável


em dois campos que se comunicam entre si, apesar de informados por princípios
distintos.Os dois campos são estabelecidos por motivos didáticos. Os campos
do Direito Público e do Direito privado são comunicáveis entre si, embora
formados por princípios distintos – os princípios de direito público e os princípios
de direito privado.

O problema de se dividir o direito em dois ramos esbarra na impossibilidade de


se estabelecer, de modo absoluto, fronteiras nítidas entre eles.(19) Desde
ULPIANO, no Império Romano, o direito é dividido entre os dois campos público
e privado.

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Após a utilização de diferentes fórmulas do direito romano, em termos atuais, o
direito público pode ser considerado como o responsável pela disciplina das
relações jurídicas em que preponderam imediatamente interesses públicos. Já o
direito privado é o ramo do direito que disciplina relações jurídicas em que
predominam imediatamente interesses particulares. Mediatamente, o direito
público pode produzir efeitos sobre os interesses do particular e, da mesma
forma, o direito privado pode agir sobre o próprio Estado.O direito administrativo,
por sua vez, estuda e trata das relações verticais, entre Administração e os
cidadãos, mais comumente denominados administrados. Assuntos como
servidores públicos, autarquias, atos administrativos, desapropriações, bens
públicos, processos administrativos, poder de polícia e responsabilidade civil do
Estado, dentre outros, são abordados no direito administrativo.

Hely Lopes Meirelles aponta a divisão do Direito em dois grandes ramos, o


Público e o Privado. O Direito Público, ainda, pode ser dividido em Interno e
Externo.

O Direito Público Interno tem como objeto a regulação dos interesses estatais e
sociais. Os interesses individuais só são aqui tratados reflexamente.O Direito
Público Externo tem como objetivo reger as relações entre os Estados soberanos
e as atividades individuais internacionalmente.O Direito Privado, por sua vez,
cuida com predominância dos interesses individuais, de modo a assegurar a
coexistência social e a fruição de seus bens.As relações de direito privado
aconteceriam no sentido horizontal. Já no direito público temos a verticalidade
que impõe ao Poder Público uma posição de superioridade frente aos
particulares em função da manutenção do interesse público.

A própria expressão direito administrativo designa tanto uma disciplina científica,


ou seja, a Ciência do Direito Administrativo, quanto um corpo de normas jurídicas
a que se submete a Administração. É, por exemplo, o Direito Administrativo
positivo brasileiro.

Aqui, no âmbito do direito administrativo, podem ser destacados tanto os critérios


do interesse predominantes, quanto o critério do sujeito participante da relação
jurídica para se posicionar o direito administrativo como ramo do direito público
interno brasileiro.Carlos Ari Sundfeld destaca o sentido e a utilidade das idéias
"direito público" e "direito privado", que permeiam todo conhecimento jurídico.
Posto se tratarem de idéias e não de normas, aponta o autor a possibilidade do
ordenamento existir indiferente a elas.

Para o autor de São Paulo, embora a distinção entre direito público e direito
privado existisse já no Direito Romano, somente no Estado de Direito é que veio
despertar grande interesse.A partir de então, teriam sido apontados pela doutrina
os critérios muitos critérios, dentre os quais se destacou o do sujeito e o do
interesse. Direito público, segundo o critério inicial, seria aquele que tem por
sujeito o Estado, ao mesmo tempo que o privado é o que regeria a vida dos
particulares.

De acordo com o critério do interesse, por sua vez, as normas que cuidassem
de interesses públicos seriam públicas, enquanto que as normas que regessem

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interesses privados seriam privadas. A grande dificuldade representaria a
descoberta de quais seriam os critérios diferenciadores entre interesse público e
privado.Apontando a insuficiência do critério anterior, o autor encerra o seu texto
apresentando uma distinção entre direito público e direito privado com base no
regime jurídico.

A distinção entre público e privado tem uso assistemático dentro da cultura


jurídica. Desta forma, seria inócua a busca de uma solução única, baseada em
um só critério para, dentro da ciência jurídica, esclarecer o significado de público
e de privado.A adoção de um critério formal para a distinção entre público e
privado seria a única forma de construir uma distinção entre os mesmos.

Voltando-se os olhares para as normas jurídicas e para como elas regulam as


situações de que cuidam, ou seja, para o regime jurídico por elas criado. Assim,
os institutos de direito público se distinguirão dos de direito privado pela sua
submissão a um ou a outro regime jurídico.

Distinguir o público do privado significaria conhecer o regime de direito público e


o de direito privado.Por sua vez, para conhecer-se o direito público faz-se
necessário o conhecimento dos princípios de direito Público.

2.3. Direito Comparado.


Agustín Gordillo faz importantes anotações a respeito da divisão do Direito em
Público e Privado. Assume o autor que as diferenças entre os mesmos são que
no primeiro as relações jurídicas se dão entre o Estado e os particulares, ou entre
os seus diferentes órgãos. Exemplifica que na Argentina não há atividade estatal
submetida unicamente ao direito comum ou privado. Quando as normas de
direito privado são aplicadas nas relações de algum ente estatal, elas serão
sempre modificadas ou aproveitadas com as normas de direito público, de modo
a fazerem parte deste de alguma forma.

Nas relações de Direito Público sobressalta uma relação de subordinação


porque a lei confere ao poder público uma certa superioridade jurídica sobre os
particulares, um número de atribuições superiores em relação aos direitos
individuais. Na relação de Direito Privado prepondera uma relação de
coordenação entre os sujeitos que são iguais.

A raiz desta divisão seria sociológica, visto que tais relações afetariam o
"interesse público" (bem comum) ou o "interesse privado" individual,
respectivamente. A nota característica das normas de direito público são que as
leis que regem as relações dos particulares com o Estado vão acumulando
prerrogativas e privilégios para o Estado. Além do mais, alguns dos princípios
concernentes a tais leis irão disciplinar relações interiores ao próprio Estado
como, por exemplo, a organização, funcionamento e atividade dos poderes
públicos e o controle dos serviços públicos monopolizados, os quais se utilizarão
de princípios diferentes dos do direito comum.

Definir significa estabelecer fins, delimitar algo. Ao se descrever uma realidade,


fazemos a sua definição. Concluir, no entanto, exige trabalho de consideração

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acerca do assunto tratado, exige compreensão a respeito do objeto que está
sendo abordado.

Para se concluir acerca da natureza dos dois principais ramos do direito ou para
se alcançar uma exata noção da realidade das mesmas devemos ter em mente
a preponderância dos interesses em questão. Predominando-se os interesses
particulares, tem-se o direito privado. Ao contrário, na predominância dos
interesses que afetariam todo o grupo social, teríamos o direito público.

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3. DIREITO CIVIL
Ana Paula Cantão define o Direito Civil por meio da conclusão de Hernandez Gil:

"Direito Civil – o direito privado gera um outro, cujo objeto consiste na


regulamentação da pessoa em sua estrutura orgânica, nos direitos que lhe são
correspondentes como tal e nas relações decorrentes de sua integração na
família e de ser titular de um patrimônio dentro da comunidade."

E explica que este é um ramo do direito privado destinado a impor normas às


relações de família e patrimoniais dos indivíduos de uma sociedade.

3.1. Interpretação das normas jurídicas.


Aqui são estudadas a função da norma jurídica e a classificação das diferentes
espécies de normas e de fontes. Os meios de interpretação podem ser
encontrados nas leis, mediante utilização da lógica, gramática, história, dentre
outras maneiras.

As normas podem ser classificadas em genéricas ou gerais, respectivamente à


conduta humana diária dos indivíduos com fim certo e objetivo determinado.

Podendo ser divididas em normas técnicas ou éticas, as normas jurídicas fazem


parte das normas éticas.

Cantão cita Serpa Lopes que conceitua a norma jurídica como sendo um:
"mandato jurídico com eficácia social organizada".

As normas jurídicas preceptivas ordenam alguma coisa; as proibitivas vedam a


prática de determinado ato e as permissivas facultam determinada ação.

As leis são conjuntos de normas jurídicas.

Os costumes advêm de formação de regras jurídicas processadas fora da lei


escrita. Deriva de práticas uniformes, gerais, repetitivas, etc. Obedece às
condições a seguir: a) continuidade; b) uniformidade; c) moralidade; d)
obrigatoriedade. O costume deve ser usado constantemente e por muito tempo
para ser considerado norma jurídica.

Devem ser feitas, ainda, considerações a respeito da doutrina, jurisprudência,


equidade e as lacunas da lei.

Doutrina é o estudo a respeito do direito. É de grande utilizado para formar as


opiniões acerca do direito. Entretanto, só é fonte para a inspiração dos
legisladores e para os operadores do direito.

A jurisprudência também pode ser usada pelos estudiosos do direito, pelos


legisladores e, principalmente, pelos operadores do direito. Há que se ressaltar,
todavia, que podem ser encontradas decisões judiciais em sentidos opostos,
dificultando assim, a sua utilização como fonte de direito.

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A eqüidade pode influenciar na formação das leis, na aplicação mesma do direito
e na sua interpretação.

Como o Juiz não pode deixar de sentenciar, quando não houver lei própria, ele
poderá utilizar a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito.

Clóvis Beviláqua entendia serem os princípios jurídicos elementos fundamentais


da cultura jurídica humana em nossos dias.

3.2. A eficácia da lei no tempo e no espaço.


Aqui teremos os conflitos interespacial e intertemporal de leis. O conflito
interespacial de leis ocorre quando duas leis vigentes ao mesmo tempo. O que
ocorre é a necessidade de se descobrir qual das leis produzirá efeito sobre um
mesmo fato. É o que ocorre quando há conflitos de leis de diferentes países
regendo um só fato. É o objeto do direito internacional privado.

O conflito intertemporal de leis tem a ver com as leis vigentes e as anteriores, já


revogadas.

3.3. Domicílio e residência.


Domicílio civil da pessoa natural é o local onde ela estabelece a sua residência
com ânimo definitivo.

O domicílio expressa relação jurídica, a residência relação de fato, habitação


uma relação de fato com caráter transeunte, sem a fixidez da residência.

3.4. Negócio jurídico.


Para a doutrina clássica: "ato jurídico é uma declaração de vontade dirigida no
sentido da obtenção de um resultado". A doutrina moderna já considera este
conceito um negócio jurídico. "O negócio jurídico é a declaração de vontade em
que o agente persegue o efeito jurídico".

Nos artigos 104 ao 114 do Novo Código Civil brasileiro estão previstas as
disposições gerais a respeito dos negócios jurídicos.Inicialmente, para ser válido
o negócio jurídico requer agente capaz, objeto lícito, possível, determinado ou
determinável e forma prescrita ou não proibida em lei.

Quando se fala em capacidade, quer-se dizer aptidão para a manifestação da


vontade própria.A incapacidade relativa de uma das partes não pode ser
invocada pela outra em benefício próprio; São relativamente incapazes,
relativamente a certos atos, ou à maneira de os exercer, os maiores de dezesseis
e menores de anos; os hébrios habituais, os viciados em tóxicos e os que, por
deficiência mental, tenham o discernimento reduzido; os excepcionais, sem
desenvolvimento completo e os pródigos.A validade da declaração de vontade
só dependerá de forma especial quando a lei o exigir expressamente.

Salvo previsão legal, a escritura pública é exigida para a validade dos negócios
jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de
direitos reais sobre imóveis que valham mais de trinta vezes o salário mínimo

15
vigente no país.Nas declarações de vontade têm maior importância do que o
sentido literal da linguagem.Os negócios jurídicos devem ser interpretados
conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração.Finalmente, os negócios
jurídicos benéficos e a renúncia interpretam-se estritamente.ação enganosa de
vontade que vise à produção, no negócio jurídico, de efeito diverso do apontado
como pretendido consiste em defeito denominado simulação.

3.5. Teoria da imprevisão.


Ao contratarmos uma obrigação, necessário é que se cumpra a mesma, sob
pena de execução patrimonial. Entretanto, com a teoria da imprevisão, é
permitido aos juízes poderes de revisão nos contratos, sendo superada a secular
teoria de que os pactos devem ser cumpridos.

3.6. Prescrição e decadência.


Prescrição, segundo Clóvis Beviláqua, é a perda da ação atribuída a um direito,
e de toda a sua capacidade defensiva, em conseqüência do não uso dela,
durante determinado tempo.

A prescrição significa a perda do direito de ação.

Segundo o art. 189 do novo Código Civil brasileiro, violado o direito, nasce para
o titular a pretensão, a qual se extingue, pela prescrição, nos prazos de um a dez
anos, segundo o disposto nos artigos 205 e 206.

A decadência traz a perda do próprio direito.

A decadência está prevista nos artigos 207 a 211 do Código Civil.

16
4. PROCESSO CIVIL
O Estado detentor do poder jurisdicional rejeita à ideia de tutela seletiva,
assegurando o resultado efetivo do processo. O compromisso está relacionado
com o tempo razoável e à efetiva entrega do bem jurídico, uma tramitação célere
do processo, garantia de instrumentos que entreguem em tempo a prestação
jurisdicional solicitada.

Entretanto, o Estado deve respeitar a segurança jurídica, ou seja, preservar o


contraditório, a ampla defesa e a imutabilidade de suas decisões como regra.O
ideal seria uma prestação jurisdicional que obtivesse um resultado útil do
processo, promovendo a paz social com igualdade e uniformidade, sem ferir
direitos fundamentais como a ampla defesa e o contraditório.

Conciliar uma duração razoável do processo com a preservação da segurança


jurídica é um grande desafio do Sistema Judiciário Brasileiro. Pode-se observar
que historicamente os processos morosos geraram grandes prejuízos para toda
a sociedade no Brasil.

O Estado durante a história da humanidade evoluiu assumindo o monopólio da


justiça, tornando-se responsável pela construção de uma sociedade pacífica
utilizando-se de vários instrumentos, dentre eles a jurisdição, o Estado aplica o
direito ao caso concreto dando resposta ao jurisdicionado, mantendo desta
forma uma ordem estabelecida pela Lei.

Quando se entrega o bem pleiteado ao final do processo espera-se que a


resposta seja em tempo e capaz de produzir os efeitos de correção e justiça. Se
por algum razão a resposta do Estado não atende a um prazo razoável,
verificamos uma falha nesse mecanismo processual, a satisfação do cidadão fica
prejudicada em virtude da decisão tardia sem efeito útil.

Assim, o acesso à justiça sofre uma ruptura, afastando o cidadão da obtenção


por meio do processo de uma resposta útil, gerando um sentimento de que
poderia utilizar-se de outro meio para solucionar seu litígio.

Diante dessa situação de falta efetividade do processo em função do tempo, o


legislador brasileiro inseriu na constituição a garantia de uma “duração razoável
do processo”, posteriormente o ordenamento jurídico sofreu várias alterações na
tentativa de cumprir essa nova garantia.

A relevância do problema se faz em virtude da insatisfação da sociedade com a


prestação da tutela jurisdicional. A efetividade e a tempestividade deveriam ser
objetivos prioritários do Estado na prestação jurisdicional.

Verifica-se muitas vezes o contrário, vários obstáculos na utilização dos meios e


instrumentos para uma decisão justa, que atenda eficazmente à duração
razoável do processo e aos demais princípios norteadores do processo.

Percebe-se que a população brasileira não tem acesso aos tribunais, entretanto
nota-se a existência de uma atitude pouco ética na utilização do judiciário por

17
parte de alguns jurisdicionados, que no uso dos instrumentos protelatórios a
efetividade não é preservada no cumprimento das decisões.

Disso resulta um favorecimento aos detentores de um maior poder econômico,


que aproveitam da morosidade da justiça na longa duração dos processos,
ficando imunes de uma ação mais efetiva do Estado. Isso provoca um grande
desequilíbrio na relação processual, beneficiando-se aqueles que possuem
maiores condições de manterem um processo indefinidamente.

18
5. EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO DIREITO
PROCESSUAL CIVIL: ASPECTOS RELEVANTES
Até o Século XVIII, o processo não gozava de qualquer espécie de autonomia.
A própria ação não era vista como direito distinto daquele que a parte propunha
em juízo para reclamar a tutela estatal. A ação era simplesmente o direito
subjetivo material do litigante que reagia contra a violação sofrida. E o processo
não passava de um amontoado de formas e práticas do foro para cuidar do
conflito submetido ao juiz.

Já em meados do Século XIX, descobriu-se que, após a eclosão da lide, surgia


entre a parte e o Estado uma nova relação jurídica nascida justamente da
violação do direito subjetivo material e do direito de obter um provimento do
órgão judicial contra a tal violação. Assim, a relação material era travada entre
as partes diretamente e pertencia ao direito privado; e a relação processual era
travada entre a parte e o Estado e, portanto, estava ligado ao direito público,
sendo assim, a partir deste momento histórico o direito processual adquire
autonomia.

Segundo Boaventura de Souza SANTOS “superada a enorme crise político-


social da Segunda Guerra Mundial, as atenções dos estudiosos do direito
voltaram-se para problemas da prestação jurisdicional até então não
discutidos”. E assim prossegue o autor narrando:

“Depois de um século de extensos estudos sobre os conceitos e as categorias


fundamentais do Direito Processual Civil, os juristas atentaram para um fato
muito singelo e muito significativo: a sociedade como um todo continuava
ansiosa por uma prestação jurisdicional mais efetiva. Aspirava-se, cada vez
mais, a uma tutela que fosse pronta e adequada com uma justa e célere
realização ou preservação dos direitos subjetivos violados ou ameaçados; por
uma Justiça que fosse amoldável a todos os tipos de conflito jurídico e que
estivesse ao alcance de todas as camadas sociais e de todos os titulares de
interesses legítimos e relevantes; por uma Justiça, enfim, que assumisse, de
maneira concreta e satisfatória, a função de realmente implementar a vontade
da lei material, com o menor custo e a maior brevidade possíveis, tudo através
de órgãos adequadamente preparados, do ponto de vista técnico, e amplamente
confiáveis, do ponto de vista ético.”

Assim, alguns assuntos passam a ocupar a atenção da ciência processual, com


preferência sobre as grandes categorias que haviam servido de alicerce à
implantação do Direito Processual como ramo independente do direito material,
integrado solidamente ao direito público, tais como: a garantia de acesso à
Justiça e a instrumentalidade e efetividade da tutela jurisdicional.

19
5.1 Evolução do Código de Processo Civil
A evolução do Direito Processual Civil Brasileiro, segundo Jéferson Isidoro
MAFRA,

“é configurado por algumas fases: a autonomista e a instrumentalista, sendo a


fase da propagação da consciência entre aqueles que lidam com o processo,
estes entendem que o processo é um simples instrumento do direito material,
servindo à jurisdição para o alcance de suas metas sociais, jurídicas, políticas
ou econômicas; e a evolutiva ou reformista, que está se iniciando agora, através
do movimento de Reforma do Código de Processo Civil e é voltada para a
racionalização e simplificação do sistema processual como um todo, eles
enfocam o acesso à justiça”.

O processo civil brasileiro possui uma estrutura tripartida, ou seja, três espécies
de tutela: cognição (conhecimento), execução e cautela. Estas formas
procedimentais não apresentam o mesmo desenvolvimento histórico e
dogmático, há notavelmente uma maior predominância do processo de
conhecimento, seguido pelo processo de execução, sendo o processo cautelar
o menos desenvolvido.

Para Cândido Rangel DINAMARCO:

“A teoria geral do processo, vista pelo estudioso de processo civil, só é


metodologicamente válida na medida em que sirva de apoio a soluções seguras
em processo civil. A mais adequada perspectiva para medir essa desejada
utilidade é seguramente o confronto entre as diversas espécies de processos,
com atenção ao descompasso existente entre elas, no tempo, no ritmo e no
estágio atual de seu desenvolvimento científico, sabendo-se que, de todos os
modelos processuais considerados, o que teve mais intenso progresso é
o processo civil de conhecimento. Progrediu mais cedo e melhor que a execução
civil, até mesmo porque lhe teve precedência cronológica como atividade
processual.”

Este desenvolvimento desigual causou algumas distorções nos efeitos práticos


do processo, dois exemplos que podem ser citados são: a antecipação da tutela
e a distorção na utilização do processo cautelar satisfativo.

O sistema processual civil brasileiro é representado, sobretudo, pelo Código de


Processo Civil – Lei nº 5.869, de 11-01-1973 – que sempre foi moroso, caro e
mais preocupado com as tutelas patrimoniais do que com as tutelas protetivas
dos direitos de personalidade.

É sabido pelo senso comum que esta situação gerou pessoas descontentes com
a resposta judicial, com o Poder Judiciário, que lentamente passaram a abdicar
de seu direito à prestação jurisdicional, resignando-se ao desrespeito dos seus
direitos.

20
Essa insatisfação da sociedade deve-se em grande parte ao fato das sentenças
prolatadas no âmbito do processo civil não terem qualquer eficácia prática, ou
seja, para o senso comum proferida a sentença o vencedor "ganha, mas não
leva", já que o direito lhe é garantido no processo de conhecimento, através da
sentença, contudo não lhe é garantido àquilo que lhe foi usurpado, tendo a parte
ganhadora que promover (antigamente) uma nova lide processual, denominada
processo de execução.O processo começa por iniciativa da parte e se
desenvolve por impulso oficial, salvo as exceções previstas em lei

21
6. DOS PRINCÍPIOS DO DIREITO PROCESSUAL
CIVIL
Analisaremos brevemente os princípios que regem os recursos no Direito
Processual Civil, apenas com o intuito de enumerá-los e trazer suas principais
características, antes de adentrar ao tema proposto no trabalho dissertativo.

a) Princípio da Correspondência

No direito brasileiro atual, existe uma correspondência bastante expressiva os


tipos de recurso e os tipos de decisão. Existem, fundamentalmente, quatro
espécies de pronunciamentos judiciais: os despachos, as decisões
interlocutórias, as sentenças e os acórdãos.

Os despachos são os pronunciamentos do juiz desprovidos de conteúdo


significativamente decisório, como, por exemplo, aquele através de que o juiz
determina que os autos vão ao contador ou manda que se junte aos autos um
rol de testemunhas.

As decisões interlocutórias são todos os pronunciamentos decisórios do juiz que


não se encartam nos arts. 267 ou 269 do código de processo civil, e que, ipso
facto, não põe fim ao processo.

As sentenças têm um conteúdo definido em lei, pondo fim ao processo.

Os acórdãos, que se distinguem dos demais pronunciamentos do judiciário por


um critério formal: Emanam de um órgão coletivo. Podem consubstanciar-se no
julgamento de apelação, de agravo, de exceção, de embargos de declaração, de
embargos infringentes etc. Dos acórdãos também cabe o recurso especial, para
o Superior Tribunal de Justiça.

De regra, as decisões interlocutórias são agraváveis, sob o regime do


instrumento ou da retenção. Trata-se, na verdade de um só recurso, podendo ter
dois regimes, e à parte cabe, com liberdade quase que plena, optar por um dos
dois caminhos.

A lei dá a impressão de que seja plena a fungibilidade de ambos os regimes, isto


é, de que a parte possa optar arbitrariamente. Entretanto, essa fungibilidade não
é plena na medida em que, em certos casos, da opção por um ou outro regime
pode resultar a falta de interesse processual da parte, o que deverá ser
examinado pelo tribunal, ao realizar juízo de admissibilidade de agravo.

Ao recurso extraordinário ficou reservada a tarefa de zelar pelo cumprimento da


Constituição Federal.

Já, os embargos de declaração são recursos de características peculiares.

22
b) Princípio da Taxatividade

Segundo esse princípio, só há os recursos que a lei federal prevê ou vier a


prever. A taxatividade dos recursos significa a necessidade de que sejam criados
por lei federal nada impedindo, portanto, que haja recursos, previstos por outras
leis federais, fora do sistema do Código de Processo Civil.

c) Princípios da Unicidade (da singularidade ou da unirrecorribilidade)

Dos princípios habitualmente mencionados como inspiradores da sistemática


recursal merecem lembrança o da unicidade, que consiste na regra de que
contra uma decisão só deve caber um recurso ou, pelo menos, um por vez.

d) Princípio da Fungibilidade

Segundo este princípio, um recurso pode ser recebido por outro, sob certas
condições.

A noção de Fungibilidade é extraída do direito material, ao referir-se acerca dos


bens fungíveis como aqueles que podem por outros seres substituídos, do
mesmo gênero ou qualidade.

Segundo expõe Jean Carlos DIAS, a Fungibilidade, “baseando-se nas idéias de


inespecificidade preponderante e de utilidade, traduz a noção fundamental de
substitutividade sem prejuízo jurídico”.

Referida noção, advinda do direito privado, foi recepcionada pelo direito


processual com a finalidade de justificar a possibilidade de cambiariedade de
formas e procedimentos, desde que ausente prejuízo substancial à finalidade
com que foi estabelecida.

A partir de então, o sistema processual passou a fazer uso da Fungibilidade em


alguns dos seus institutos. De regra, considerado o princípio da adstrição do
pedido, uma vez deduzida determinada pretensão ou providência em juízo,
estaria o juiz impedido de conceder outra, sob pena de caracterizar uma
decisão extra petita.

Referido impedimento vem expressamente, delineado, nos termos do artigo 460,


do Código de Processo Civil, ao estabelecer que:

“É vedado ao juiz proferir sentença, a favor do autor, de natureza diversa da


pedida, bem como condenar o réu em quantidade superior ou em objeto diverso
do que lhe foi demandado”.

Entretanto, conforme sustenta Marcos Vinícius Rios GONÇALVES, “quando elas


são fungíveis entre si, a lei permite que, postulada uma, o juiz conceda outra,
sem risco de nulidade ou vício da decisão”.

A Fungibilidade, de qualquer forma, é justificada pela dificuldade na distinção


das hipóteses de utilização dos institutos.

23
A possibilidade de sua aplicação, no âmbito não urgente, pode ser verificada
com maior incidência entre as ações possessórias, entre os recursos e entre os
procedimentos sumário e ordinário.

Concernente às ações possessórias, estabelece o artigo 926, do Código de


Processo Civil, que: “O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de
turbação e reintegrado no de esbulho”.

O artigo 932, do Código de Processo Civil, ao tratar sobre o interdito proibitório,


estabelece que: “O possuidor direto ou indireto, que tenha justo receio de ser
molestado na posse, poderá impetrar ao juiz que o segure da turbação ou
esbulho iminente, mediante mandado proibitório, em que se comine ao réu
determinada pena pecuniária, caso transgrida o preceito”.

As agressões referidas à posse nos dispositivos legais supram transcritas


resumem-se em esbulho, turbação e ameaça, sendo que para cada qual,
encontra-se previsto a via instrumental adequada à sua proteção, quais sejam,
a ação de reintegração e manutenção de posse ou o interdito proibitório,
respectivamente.

A previsão de Fungibilidade vem expressamente disposta no artigo 920, do


Código de Processo Civil, ao estabelecer que: “A propositura de uma ação
possessória em vez de outra não obstará a que o juiz conheça do pedido e
outorgue a proteção legal correspondente àquela, cujos requisitos estejam
provados”.

A primeira nota característica das ações possessórias é, portanto, a


Fungibilidade, eis que, embora distintas as situações de fato que justificam o
cabimento de cada qual, a finalidade precípua das demandas é proteger a posse.

Luiz Rodrigues WAMBIER afirma que, ainda que o pleito seja específico, uma
vez demonstrados os requisitos de outra demanda possessória, “(…) não
ocorrerá a extinção prematura da ação proposta, mas caberá ao juiz outorgar a
proteção legal correspondente à ação, cujos requisitos estejam provados”.

Conforme assevera Jean Carlos DIAS, levando em conta o objeto das ações
possessórias, em determinadas situações, “pode-se tornar duvidoso o pedido
que efetivamente deveria ser formulado pela parte, considerando-se,
objetivamente, o cenário fático no momento da propositura da ação”.

Para o autor, o que realmente justifica a incidência da Fungibilidade é a própria


modificação da situação de fato, da qual a posse é uma manifestação.

Segundo adverte Marcelo Abelha RODRIGUES, a alteração fática deve ter


ocorrido em momento posterior ao ingresso da ação, “não sendo lícito obter a
reintegração ou a manutenção de posse em ação de interdito proibitório, se à
época da propositura da demanda já existia turbação ou esbulho, e não uma
simples ameaça”.

24
Marcos Vinícius Rios GONÇALVES defende a aplicabilidade mais abrangente
do instituto em comento, eis que para o autor, a dúvida pode residir justamente
no tipo de agressão sofrida pela posse, se esbulho, turbação ou mera ameaça,
tornando duvidosa também a escolha da ação apropriada. Registra o autor que
“como o direito material não fornece critérios precisos para distinguir, com
segurança, entre as diversas formas de violação à posse, o legislador processual
valeu-se do princípio da Fungibilidade das ações possessórias”.

6.1 Garantia Constitucional à Efetividade Processual


Atento ao entendimento doutrinário mais moderno, que estatui que o acesso à
justiça não se restringe à garantia de levar ao conhecimento do Judiciário as
alegações de ameaça ou de lesão a direito, mas de ver os conflitos resolvidos,
através de uma prestação jurisdicional qualificada pela especificidade da tutela
e pela duração razoável do processo.

Destarte, mais uma vez atento a isso, o legislador emendou a Constituição de


1988, acrescendo ao seu art. 5º o inciso LXXVIII.

“Art. 5º (…). LXXVIII – a todos, no âmbito judicial e administrativo, são


assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a
celeridade de sua tramitação”.

O dispositivo, portanto, explicita o direito fundamental a um processo com


duração razoável, nos âmbitos judicial e administrativo, bem como os meios que
garantam esta sua qualidade.

Não é irrelevante o acréscimo feito pela Emenda Constitucional n. 45, publicada


no Diário Oficial da União em 31 de dezembro de 2004, mas também não
podemos concordar que se cuide de um direito novo, surgido só aí. Aliás, este
trabalhou já apontou a origem da brevidade no direito brasileiro.

Neste contexto, Luiz Guilherme Marinoni já advogava a ideia de que o direito à


tutela jurisdicional efetiva e tempestiva consistia em um direito fundamental,
então previsto pelo art. 5º, XXXV, da Constituição de 1988:

“A sua importância [do art. 5º, XXXV, da CF/88], dentro da estrutura do Estado
Democrático de Direito, é de fácil assimilação. É sabido que o Estado, após
proibir a autotutela, assumiu o monopólio da jurisdição. Como contrapartida
dessa proibição, conferiu aos particulares o direito de ação, até bem pouco
tempo compreendido como direito à solução do mérito. A concepção de direito
de ação como direito a sentença de mérito não poderia ter vida muito longa, uma
vez que o julgamento do mérito somente tem importância – como deveria ser
óbvio – se o direito material envolvido no litígio for realizado – além de
reconhecido pelo Estado-Juiz. Nesse sentido, o direito à sentença deve ser visto
como direito ao provimento e aos meios executivos capazes de dar efetividade
ao direito substancial, o que significa direito à efetividade em sentido estrito. Mas,
não há como esquecer, quando se pensa no direito à efetividade em sentido lato,
de que a tutela jurisdicional deve ser tempestiva e, em alguns casos, ter a
possibilidade de ser preventiva. Antigamente, questionava-se sobre a existência
de direito constitucional à tutela preventiva. Dizia-se, simplesmente, que o direito

25
de ir ao Poder Judiciário não incluía o direito à "liminar", desde que o
jurisdicionado pudesse afirmar lesão ao direito e vê-la apreciada pelo juiz.
Atualmente, diante da inclusão da locução "ameaça a direito" na verbalização do
denominado princípio da inafastabilidade, não há mais qualquer dúvida sobre o
direito à tutela jurisdicional capaz de impedir a violação do direito. Na verdade,
essa conclusão é pouco mais do que óbvia, especialmente em face dos direitos
ditos invioláveis, alguns erigidos a direitos fundamentais pela própria
Constituição. Em outros termos, o direito à tutela inibitória está contido na própria
estrutura da norma que institui algumas espécies de direitos, pois não há como
conceber a existência de norma que outorgue direito inviolável sem conferir
direito à inibição do ilícito. Como se vê, o direito à inibição do ilícito está no plano
do direito material, pois decorre da sanção que compõe a própria norma que
outorga o direito, e não na esfera do direito processual. O processo é somente
técnica para a prestação da tutela inibitória, pois essa última já é garantida pelo
direito material. Porém, se o processo, diante da natureza de algumas situações
de direito substancial, não estiver disposto de modo a viabilizar a outorga da
tutela inibitória àquele que a ela tem direito, certamente estará negando o direito
fundamental à tutela jurisdicional preventiva. Importa, ainda, o direito à
tempestividade da tutela jurisdicional. O direito à tempestividade não só tem a
ver com a tutela antecipatória, como também com a compreensão da duração
do processo de acordo com o uso racional do tempo processual por parte do réu
e do juiz”.

Não é demais relembrar que o direito a um processo com duração razoável é


conseqüência direta do devido processo legal, que já estava expressamente
previsto no art. 5º, LIV, da Carta Constitucional de 1988, como explica José
Rogério Cruz e Tucci, em texto anterior à EC n.º 45/2004:

“Desdobram-se estas [as garantias do devido processo legal] nas garantias: a)


de acesso à justiça; b) do juiz natural ou pré-constituído; c) de tratamento
paritário dos sujeitos parciais do processo; d) da plenitude da defesa, com todos
os meios e recursos a ela inerentes; e) da publicidade dos atos processuais e da
motivação das decisões jurisdicionais; e f) da tutela jurisdicional dentro de um
lapso temporal razoável. Conclui-se, portanto, que, também em nosso país, o
direito ao processo sem dilações indevidas, como corolário do devido processo
legal, vem expressamente assegurado ao membro da comunhão social por
norma de aplicação imediata (art. 5º, § 1º, CF)”.

Neste mesmo sentido, leciona Luiz Guilherme Marinoni:

“É claro que este princípio [do acesso à justiça] não mais apenas significa que
todos podem ir ao Poder Judiciário em caso de lesão ou ameaça a direito, mas
sim que todos têm o direito a uma tutela jurisdicional adequada, tempestiva e
efetiva. A garantia constitucional de uma tutela tempestiva e efetiva obviamente
incide sobre a estruturação técnica do processo, seja “de iurecondendo” seja “de
iure condito”. O legislador infraconstitucional tem o dever de estruturar o
processo de modo a atender a esse princípio, estabelecendo regras que
conduzam à tempestividade da tutela jurisdicional”.

26
Além de consectário do devido processo legal, o direito sob comento já era
norma de observância obrigatória no ordenamento jurídico brasileiro por força do
que dispunha o art. 8º, 1, da Convenção Americana de Direitos Humanos (Pacto
de São José da Costa Rica), do qual o Brasil é signatário, tendo vigência em
nosso ordenamento desde 1992, com a promulgação do Decreto 678, de
06/11/1992.

“Artigo 8º – Garantias Judiciais.

1. Toda pessoa tem o direito a ser ouvida com as devidas garantias e dentro de
um prazo razoável, por um juiz ou tribunal competente, independente e imparcial,
estabelecido com antecedência pela lei, na apuração de qualquer acusação
penal formulada contra ela, ou na determinação de seus direitos e obrigações de
ordem civil, trabalhista, fiscal ou de qualquer outro caráter”.

Trata-se de norma de aplicação imediata, por força do que dispõe o art. 5º, §§
1º e 2º, da Constituição Federal.

É uma consequência direta do princípio da eficiência administrativa, que já


estava previsto no art. 37, caput, da Constituição Federal de 1988.

Nos termos deste princípio, deve a Administração Pública atuar de forma


eficiente, alcançando o fim a que se propõe (o bem comum) com as maiores
qualidade e celeridade possíveis.

Para a aferição deste conceito (eficiência), necessária se faz uma avaliação de


custo-benefício acerca da atuação administrativa, vale dizer: o Poder Público
deve atuar de forma a atingir seus objetivos, visando, de um lado, a qualidade e
a celeridade e, de outro, tentando minimizar os custos (ônus) para o alcance de
tais fins.

A violação ao princípio da eficiência implica mora/omissão administrativa,


ofendendo também o princípio da razoabilidade, corolário do devido processo
legal, desrespeitando um direito fundamental. Contudo, a emenda revela-se de
suma importância já que vem explicitar o conteúdo da garantia, constituindo um
direito fundamental, que agora reside em comando próprio e autônomo.

27
7. CONCLUSÃO
São desnecessárias conclusões acerca da importância do direito civil na vida em
sociedade. Isto porque é ele mesmo que regula toda a nossa visa cotidiana.
Nunca é demais lembrar o grande número de atos jurídicos que se pratica todos
os dias na vida de cada indivíduo.

Desde a nossa concepção e nascimento, ao longo de nossa infância,


adolescência, maturidade até a morte, diariamente, vivemos relações pautadas
pelo Direito, e, mais especificamente, pelo Direito Civil.

São desnecessárias conclusões acerca da importância do direito civil na vida em


sociedade. Isto porque é ele mesmo que regula toda a nossa visa cotidiana.
Nunca é demais lembrar o grande número de atos jurídicos que se pratica todos
os dias na vida de cada indivíduo.

Desde a nossa concepção e nascimento, ao longo de nossa infância,


adolescência, maturidade até a morte, diariamente, vivemos relações pautadas
pelo Direito, e, mais especificamente, pelo Direito Civil.

A reforma do Judiciário faz alusão, ainda que indiretamente, a dois princípios


constitucionais que vigoram e são aplicados ao referido Poder, o princípio do
acesso à jurisdição e o princípio do devido processo legal.

O princípio do devido processo legal, assim como outros tantos princípios


elencados na Lei Maior que se estampam em instrumentos democráticos, como
a liberdade, a igualdade e o direito ao contraditório, compreende um conjunto de
direitos e garantias a favor daqueles que integram o processo, se caracterizando
assim como uma exaltação do Estado Democrático de Direito nas relações
processuais.

Quanto ao direito de acesso à justiça, pode-se afirmar que este se constitui em


um direito subjetivo do cidadão, constitucionalmente assegurado, que lhe
garante a presteza da atividade jurisdicional quando este a ela recorre. E este
direito à jurisdição compreende a sua prestação eficiente, justa e célere, por meio
da efetiva aplicação do direito.

Com efeito, não só o acesso à Justiça está constitucionalmente garantido, mas


os meios que tornem esse acesso seguramente eficaz.

No que tange à rapidez, à celeridade, esta passou a integrar, com a Emenda nº


45/04, o rol de garantias constitucionalmente asseguradas ao cidadão, no que
tange à prestação jurisdicional. Foi acrescentado o inciso LXXVIII ao art. 5º da
Constituição Federal, como direito fundamental à duração razoável do processo.

Como se viu, não consiste inovação jurídica, mas apenas legislativa. Inobstante
tal circunstância, o acréscimo do dispositivo ao texto constitucional é de grande
relevância, porquanto deixe claro que o legislador quis evidenciar o direito ali
descrito.

28
Numa concepção moderna acerca do direito de ação, entendido como direito à
ordem jurídica justa, não se pode mais conceber que o acesso à justiça
corresponda somente ao ingresso em juízo.

O problema que se põe atualmente é o de obter uma prestação jurisdicional


qualificada, seja quanto ao tempo, seja no que toca à sua
diferenciação/especificidade. Removidos os obstáculos que outrora obstavam o
ingresso em juízo (agora amplo e irrestrito), a preocupação passou a residir na
saída do conflito do Judiciário.

Ocorre que a efetivação do direito à ordem jurídica justa extrapola os limites


científicos do direito processual (ou o estudo do direito processual somente
enquanto sistema), envolvendo uma análise do processo enquanto fato social.

As reformas legislativas e o progresso da ciência processual, portanto, mostram-


se insuficientes para remover os entraves à prestação jurisdicional em tempo
razoável, sendo necessário repensar o modelo judiciário, projetando-o,
institucional e culturalmente, a curto, médio e longo prazo. Cuida-se aí de um
pensar político. Aliado a ele, é indispensável que se desenvolvam atividades
administrativas e estatísticas profissionais, diagnosticando a situação atual dos
órgãos judiciários e acompanhando a implementação de um modelo satisfatório
para o atendimento das demandas, solucionando, com efetividade, os conflitos
surgidos na sociedade.

A previsão constitucional da celeridade processual formaliza apenas um antigo


anseio há muito buscado pela sociedade, que é uma prestação jurisdicional
digna, ainda longe de ser alcançado. Isso ocorre devido as próprias leis fornecem
instrumentos legais que são aplicados para retardar o andamento das lides, aos
quais vêm sendo utilizados de maneira aleatória e voltados à satisfação de
interesses pessoais daqueles que se beneficiam com a lentidão judicial.

Pressupõe-se, com este novo ordenamento constitucional, a efetiva


reconstituição da tutela jurisdicional, a qual deverá se focar numa gestão humana
e tecnicamente reestruturada com a criação de meios indispensáveis à rápida,
mas não menos eficaz, prestação da tutela jurisdicional.

A este propósito, pode-se afirmar que muitas são as formalidades que se


inserem no trâmite da prestação jurisdicional, as quais, em sua grande maioria,
não trazem nenhuma contribuição efetiva ao processo, imprimindo-se como
meros contratempos processuais, e que há muito já deveriam ter sido
descartados da prática jurisdicional.

Quanto às reformas é importante postular que incumbi, assim, aos operadores


do Direito a adoção de um posicionamento aberto a seu respeito, bem como ao
tráfico das possibilidades hermenêuticas que porventura cooperem para
abrandar o potencial pernicioso, em todos os sentidos, do referido preceito legal
– o que deveria do mesmo modo abranger vasta discussão acerca de sua efetiva
constitucionalidade, a respeito da qual já tivemos, conforme exposto, o ensejo
de lançar nosso ceticismo.

29
De vez em quando, o processualista deve deixar de lado a lupa com que
perscruta os refolhos de seus pergaminhos e lançar à sua volta um olhar
desanuviado. O que se passa cá fora, na vida da comunidade, importa
incomparavelmente mais do que aquilo que lhe pode proporcionar a visão de
especialista. E, afinal de contas, todo o labor realizado no gabinete, por profundo
que seja, pouco valerá se nenhuma repercussão externa vier a ter.

O processo existe para a sociedade, e não a sociedade para o processo.

É por isso que, acima de tudo, da extrema necessidade de empenhar-se a Nação


na reforma dos serviços judiciários e no aperfeiçoamento de seus operadores
em todos os níveis, quer para solucionar contenciosamente os conflitos, quer
para estimular a busca de soluções consensuais alternativas.

Sem aprimorar os homens que irão manejar os instrumentos jurídicos, toda


reforma da lei processual será impotente para superar os verdadeiros problemas
da insatisfação social com o deficiente acesso à Justiça que, entre nós, o Poder
Judiciário hoje proporciona.

Todavia, o que se extrai de mais importante é a certeza de que não é apenas


pela lei processual que se logrará atingir o processo justo. Muitos problemas de
ordem política, social e administrativa haverão de ser enfrentados e superados,
para que se torne efetiva a garantia de acesso à justiça.

Desta forma, os princípios da celeridade e a duração do processo devem ser


aplicadas de um modo que o trâmite do processo não se estenda além do
razoável, nem tampouco se agilize a ponto de comprometer a plena defesa e o
contraditório, trazendo prejuízos a uma das partes.

30
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