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DIREITO TGDC I
TURMA: 2L3LDR1T
Sujeitos de Direito
Discentes:
Lisefa Guambe
Neusa Tamele
Neusa Zaulo
Reginalda Munguambe
Valquíria Mate
UNIVERSIDADE SÃO TOMÁS DE MOÇAMBIQUE
Sujeitos de Direito
Conceito
Sujeitos de Direito
No âmbito jurídico, a expressão “sujeito de direito” é utilizada para definir esse cidadão e
engloba não apenas pessoas físicas, mas entidades coletivas, empresas, associações civis e
organizações não-governamentais.
Os Sujeitos de Direito são os entes susceptíveis de serem titulares de direito e obrigações, de
serem titulares de relações jurídicas. São sujeitos de direito as pessoas, singulares e colectivas.
É importante referir que os sujeitos de direito podem ser de dois tipos:
Sujeitos de direito individuais, que são os cidadãos individuais que são capazes de
adquirir direitos e obrigações. Também são conhecidos como pessoas naturais ou físicas.
Sujeitos de direitos colectivos, que são aqueles que se constituem como pessoas jurídicas.
Personalidade Juridica
A personalidade jurídica consiste na susceptibilidade de uma pessoa individual ou colectiva ser
sujeito de direitos ou obrigações jurídicas. Art. 66º/1 CC.
Fala-se pois, de personalidade para exprimir a qualidade ou condição jurídica do ente em causa –
ente que pode ter ou não ter personalidade.
Segundo Maria Helena Diniz
A pessoa jurídica é a unidade de pessoas naturais ou de patrimônios, que visa à consecução de
certos fins, reconhecida pela ordem jurídica como sujeito de direitos e obrigações.”.
Segundo Fábio Ulhoa Coelho
Pessoa jurídica é o sujeito de direito personificado não humano. É também chamada de pessoa
moral. Como sujeito de direito, tem aptidão para titularizar direitos e obrigações. Por ser
personificada, está autorizada a praticar os atos em geral da vida civil — comprar, vender, tomar
emprestado, dar em locação etc. —, independentemente de específicas autorizações da lei.
Finalmente, como entidade não humana, está excluída da prática dos atos para os quais o atributo
da humanidade é pressuposto, como casar, adotar, doar órgãos e outros.
Segundo Clóvis Bevilácqua (1929, p.58)
Todos os agrupamentos de homens que, reunidos para um fim, cuja realização procuram,
mostram ter vida própria, distinta da dos indivíduos que os compõem, e necessitando, para a
segurança dessa vida, de uma proteção particular do direito.
Capacidade
É a medida de direitos e obrigações de que uma pessoa é susceptível.
Capacidade Juridica
É a medida de direitos e vinculações de que uma pessoa é susceptível, art. 67º CC, traduzindo
esta inerência, estabelece que “as pessoas podem ser sujeitos de quaisquer relações jurídicas,
salvo disposição legal em contrário: nisto consiste na sua Capacidade Jurídica”.
Podemos identificar duas perspectivas diferentes da capacidade jurídica: a da simples imputação
de direitos e vinculações (capacidade de gozo) e a actuação jurídica que estes envolvem para
terem sentido, falando-se aqui de capacidade de exercício. A capacidade de exercício consiste
assim na medida dos direitos e das obrigações que uma pessoa pode exercer e cumprir por si,
pessoal e livremente. Tal como a capacidade de gozo, a capacidade de exercício é igualmente
aplicável a pessoas singulares e a pessoas colectivas, ainda que, quanto a estas últimas, surjam
algumas especialidades.
Capacidade de Exercícios
É a idoneidade para actuar juridicamente, exercendo direitos ou cumprindo deveres, adquirindo
direitos ou assumindo obrigações, por acto próprio e exclusivo ou mediante um representante
voluntário ou procurador, isto é, um representante escolhido pelo próprio representado. A pessoa,
dotada da Capacidade de Exercício de direitos, age pessoalmente, isto é, não carece de ser
substituída, na prática dos actos que movimentam a sua esfera jurídica, por um representante
legal, e age autonomamente, isto é, não carece de consentimento, anterior ou posterior ao acto,
de outra.
Quando esta capacidade de actuar pessoalmente e autonomamente falta, estamos perante a
Incapacidade de Exercício de direitos. Esta pode ser específica ou genérica. A Capacidade para o
exercício de direitos ou Capacidade de agir consiste na aptidão para pôr em movimento a
Capacidade Jurídica por actividade própria sem necessidade de se ser representado ou assistido
por outrem.
Para Sílvio Rodrigues, “afirmar que o homem tem personalidade é o mesmo que dizer que ele
tem capacidade para ser titular de direitos”. O direito civil pátrio encaixou o conceito de
capacidade ao de personalidade, assim pode-se dizer que a capacidade é a medida da
personalidade, ou seja, para alguns a capacidade é plena e para outros é limitada.
Incapacidade Juridica
São as pessoas que não estão aptas ao exercício ou gozo de seus direitos. A incapacidade pode
ser genérica ou específica:
A Incapacidade de Exercício genérica- é quando uma pessoa não pode praticar todos os
actos.
A Incapacidade de Exercício específica, é quando uma pessoa não pode praticar alguns
actos.
São incapazes os menores, interditos, os inabilitados, as pessoas a que se refere o art 131 do CC,
os falidos e insolvente. Os menores e interditos a que de refere o art 131 do CC sofrem de uma
incapacidade genérica, os inabilitados a que se refere o art 131 do CC, os falidos e insolventes
são incapazes em princípio apenas no plano patrimonial. (Prof. Manuel de Andrade)
Menoridade art 123 do CC
A incapacidade dos menores começa com o seu nascimento e cessa aos dezoito anos (sistema
genérico).
O sistema genérico divide-se em: sistema genérico rígido, em que a idade funciona como uma
fronteira inelutável entre a capacidade e a incapacidade. E o sistema genérico gradativo, em que
há uma ideia de evolução progressiva. Diminuição da incapacidade com a progressão do tempo.
A pessoa vai-se tornando mais capaz.
Capacidade negocial
Que é a exigência da capacidade de direito, acrescida de um plus, necessária ao exercício de um
ato (por exemplo para vender uma casa, por procuração, além da pessoa ser maior, deve ser
alfabetizado para conseguir outorgar a procuração). Esta noção reporta-se à referência das
noções mais genéricas, de Capacidade Jurídica e de capacidade para o exercício dos direitos no
domínio dos negócios jurídicos. É no domínio dos negócios jurídicos que assumem particular
importância as noções de capacidade e incapacidade.
O negócio jurídico tem de ser entendido como um acto de vontade pelo qual os particulares
ordenaram os seus interesses. No entanto à necessidade de uma exteriorização dessa vontade
resultando do acto negocial. Esta exteriorização, representa uma auto-ordenação de interesses,
porque vai-se tentar projectar na esfera jurídica de outrem a vontade, isto de modo a que se
apreenda a vontade.
Capacidade Delitual
Capacidade delitual situa-se no campo da responsabilidade civil por factos ilícitos e a falta do
livre exercício da vontade e a falta de discernimento apenas funciona, e presuntivamente, para os
menores de sete anos e interditos por anomalia psíquica. Pode haver uma capacidade, mas faltar
a outra.
Daquela responsabilidade emergente da violação culposa de um direito ou de um interesse
legalmente protegido, a designada capacidade delitual. E os menores (quem não tenha
completado dezoito anos -art. 122º C.Civil) carecem efectivamente de capacidade para o
exercício de direitos, como se dispõe no art. 123º C.Civil. A imputabilidade é um dos
pressupostos da responsabilidade civil – art. 488° C.Cïvil.
Há casos em que a própria lei presume a falta de imputabilidade de determinadas pessoas: os
menores de sete anos e os interditos por anomalia psíquica – n° 2 do citado art. 488º.
Mas não decorre automaticamente desta presunção legal que os menores com mais de sete anos e
os simples inabilitados sejam sempre responsáveis.
Incapacidade Negocial
A incapacidade negocial de gozo- provoca a nulidade dos negócios jurídicos respectivos
e é insuprível, isto é, os negócios a que se refere não podem ser concluídos por outra
pessoa em nome do incapaz, nem por este com autorização de outra entidade.
A incapacidade negocial de exercício- provoca a anulabilidade dos negócios jurídicos
respectivos e é suprível, não podendo os negócios a que se refere ser realizados pelo
incapaz ou por seu procurador, mas podendo sê-lo através dos meios destinados
justamente ao suprimento da incapacidade. Estes meios destinados justamente ao
suprimento da Incapacidade de Exercício são: o instituto da representação legal (ex. art.
124º, 125º/2, 139º CC) e o instituto da assistência (ex. art. 153º CC).