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UNIVERSIDADE DE CABO VERDE

ESCOLA DE NEGÓCIOS E GOVERNAMENTAÇÃO

1º ANO DO CURSO DE LICENCIATURA EM DIREITO - 2022/2023

UNIDADE CURRICULAR O ESTADO DE DIREITO DEMOCRATICO NA LEI FUNDAMENTAL CABO


VERDIANA.

Aline Gonçalves
Cláudia Pontes

Emerson de Pina

Evandro Pina

Joyce Flor

Keila Gomes

Meliniza Balla

Meury Baptista
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Praia, junho de 2023

UNIVERSIDADE DE CABO VERDE

ESCOLA DE NEGÓCIOS E GOVERNAMENTAÇÃO

1º ANO DO CURSO DE LICENCIATURA EM DIREITO - 2022/2023

UNIDADE CURRICULAR O ESTADO DE DIREITO DEMOCRATICO NA LEI FUNDAMENTAL CABO


VERDIANA.

O Estado de direito Democrático na


lei fundamental de cabo verde
3

Trabalho de grupo realizado no


âmbito da Unidade Curricular
Metodologia Jurídica como parte da
avaliação contínua da mesma.

Docente: Marco Paulo.

Índice
Introdução.......................................................................... 4

Estado de direito Democrático.................................................................................................... 5

Características do Estado de Direito...................................................................................... 5

Estado de Direito Democrático................................................................................................... 7

Características do Estado Democrático de Direito................................................................ 7

Diferenças entre Estado de Direito e Estado de Direito Democrático......................................8

Fundamento e implicações do Estado Democrático de Direito Perspetivas de alguns


autores:......................................................................................................................................... 8

O Estado de direito Democrático na lei fundamental de Cabo Verde..................................... 9

O Estado de Direito Democrático em Cabo Verde.................................................................. 11

Elementos que caracterizam o Estado de direito democrático na Constituição de Cabo


Verde........................................................................................................................................... 12

Importância do Estado de Direito Democrático na lei fundamental Cabo-verdiano...........13

Fundamento do Estado de Direito Democrático na lei fundamental cabo-verdiana............15

Princípio da base do Estado de Direito Democrático em cabo verde..................................... 15

Conclusão................................................................................................................................... 17
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Introdução

O presente trabalho tem como tema “O Estado de direito Democrático na lei fundamental
de cabo verde”, na qual é de suma importância realçar que o Estado de Direito Democrático é
aquele em que o poder do Estado é limitado pelos direitos dos cidadãos.

O Estado de Direito Democrático é um dos princípios fundamentais consagrados na Lei


Fundamental de Cabo Verde. Como um país que busca a consolidação de sua democracia, Cabo
Verde reconhece a importância desse princípio para garantir a governança justa, a proteção dos
direitos individuais e coletivos, bem como o desenvolvimento e a estabilidade institucional.

A Lei Fundamental de Cabo Verde, também conhecida como Constituição da República,


foi promulgada em 1992 e estabeleceu as bases para a organização política, social e jurídica do
país. Nesse documento, o Estado de Direito Democrático é consagrado como um dos princípios
norteadores do sistema jurídico cabo-verdiano, esse implica a subordinação de todos, incluindo
governantes e governados, às leis do país. Significa que nenhum indivíduo ou instituição está
acima da lei e que todos devem ser tratados de acordo com os preceitos legais estabelecidos.
Esse princípio é fundamental para a garantia da igualdade, da justiça e da proteção dos direitos e
liberdades individuais dos cidadãos cabo-verdianos.

Nele também, encontramos diversos dispositivos que asseguram o Estado de Direito


Democrático. Destacam-se, por exemplo, os direitos e garantias fundamentais, como a liberdade
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de expressão, de associação, de reunião e de manifestação pacífica. Além disso, a Constituição


estabelece a independência do poder judiciário, garantindo sua imparcialidade e sua competência
para julgar os casos conforme a lei.

Estado de direito Democrático

Estado é a organização político-administrativa que lida com as relações sociais e


produtivas sobre um território, detendo o monopólio do uso da força e o monopólio fiscal, isto é,
de arrecadação de recursos para prover serviços comuns aos habitantes desse território. Hoje é
comum que vejamos Estados organizados na forma de democracias representativas e liberais,
mas nem sempre foi assim. O Estado moderno tem raízes históricas na Revolução Francesa.

A frase emblemática de Luís XIV, "O Estado sou eu", ilustra de maneira concisa esse
período, no qual os soberanos não se submetiam a um código de leis, estando acima delas.
Detinham o poder de criar leis, executá-las e julgar aqueles que as desrespeitavam, exercendo
controle absoluto sobre os assuntos importantes e até mesmo sobre a vida e a morte dos súditos

Na filosofia política, a teorização do Estado tem como pilares os contratualistas Hobbes,


Locke e Rousseau, que, por diferentes linhas de pensamento, apontavam que o Estado é
necessário para manter a ordem social e mediar os conflitos entre indivíduos.

Estado de direito é relacionado ao poder do Estado. É quando esse poder, em relação às


decisões que podem ser tomadas pelos governantes, é limitado pelo conjunto das leis, pelo
direito, portanto nesse Estado de direito nenhuma ação ou decisão deve ir contra as leis que
existem em um território.
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No Estado de direito obrigatoriamente todos os direitos fundamentais do homem devem


ser protegidos pelo Estado: tanto os direitos políticos, como os sociais e os econômicos. É
relacionado a um dos princípios básicos do direito: o Princípio da Legalidade, na deliberação
com esse princípio ninguém pode ser obrigado a fazer algo ou a deixar de fazer algo, a menos
que exista uma previsão da lei sobre o assunto.

Características do Estado de Direito

Supremacia da lei: No Estado de Direito, a lei é considerada suprema e se aplica a todos,


incluindo governantes e cidadãos. Ninguém está acima da lei, e todas as ações do governo devem
ser realizadas de acordo com as leis existentes. Igualdade perante a lei: Todas as pessoas são
consideradas iguais perante a lei, independentemente de sua posição social, riqueza, raça, gênero,
religião ou qualquer outra característica pessoal. A justiça deve ser aplicada de forma imparcial e
sem discriminação.

Proteção dos direitos individuais: O Estado de Direito busca proteger os direitos e


liberdades individuais dos cidadãos. Isso inclui direitos fundamentais, como a liberdade de
expressão, religião, associação, privacidade, entre outros. Os indivíduos têm o direito de recorrer
aos tribunais para defender seus direitos, e o sistema jurídico deve garantir o devido processo
legal.

Separação de poderes: O Estado de Direito geralmente é baseado no princípio da


separação de poderes, que divide o poder do governo em três poderes independentes e
equilibrados: o poder legislativo, o poder executivo e o poder judiciário. Essa separação evita a
concentração excessiva de poder em um único órgão e serve como um mecanismo de controle e
equilíbrio.

Acesso à justiça e ao devido processo legal: O Estado de Direito garante que todos
tenham acesso igual à justiça. Os indivíduos têm o direito de buscar reparação legal, apresentar
queixas e receber um julgamento justo e imparcial. O devido processo legal inclui o direito a um
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julgamento justo, a presunção de inocência, o direito a um advogado, o direito a apresentar


provas e o direito a uma decisão fundamentada.

Transparência e prestação de contas: O Estado de Direito requer transparência no


governo e nas instituições públicas. Os governantes são responsáveis perante a lei e devem
prestar contas por suas ações. Os processos de tomada de decisão devem ser abertos e acessíveis
ao público, e as instituições governamentais devem agir de forma responsável e ética. Essas
características são essenciais para garantir uma sociedade justa, livre e democrática, onde os
direitos individuais são respeitados e o poder do governo é limitado e controlado pela lei.

Estado de Direito Democrático

O Estado de Direito Democrático é caracterizado pela limitação do poder do Estado pelos


direitos dos cidadãos, com o objetivo de prevenir abusos por parte do aparato estatal em relação
aos indivíduos. Os direitos fundamentais conferem autonomia e liberdade aos indivíduos em suas
atividades cotidianas, estabelecendo restrições ao poder estatal sobre elas.

Nesse modelo de Estado, a soberania popular é a base da legitimidade dos legisladores


para criar o corpo de leis, incluindo a Constituição, que orienta as ações tanto dos cidadãos
comuns quanto dos agentes estatais.

No entanto, no Estado de Direito Democrático, as leis são criadas por representantes


eleitos da população, refletindo assim a vontade geral. O princípio fundamental desse modelo é
resumido na famosa frase de Abraham Lincoln: "governo do povo, pelo povo e para o povo".

Dessa forma, o Estado de Direito Democrático vai além da simples democracia


representativa, que se limita à escolha periódica dos governantes, e exige a participação ativa e
contínua do povo nas decisões políticas, visando promover a justiça social. Nesse regime, os
valores da liberdade política e da igualdade política devem se unir em harmonia.

A separação dos poderes em Executivo, legislativo e Judiciário, juntamente com a


democracia política, são outros fatores que restringem o poder do Estado.
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Características do Estado Democrático de Direito

 Divisão do Estado em três poderes independentes: Executivo, Legislativo e Judiciário.

 As Leis promulgadas pelo legislativo devem ser obedecidas pelos três poderes e pelos
cidadãos.

 O Estado Democrático de Direito é criado e regulado por uma Constituição.

 A Constituição é a lei maior de qualquer país e deve orientar as ações tanto do Estado
quanto dos cidadãos.

 Os órgãos estatais devem ser harmônicos e controlar uns aos outros.

 A lei impõe limites ao poder de decisão dos governantes.

 As decisões governamentais devem sempre

 obedecer a Constituição.

 As ações e decisões devem garantir todos os direitos constitucionais dos cidadãos.

 O Estado tem o dever de garantir a justiça social do país.

 Soberania Popular: o povo exerce controle sobre o poder político e também é o


destinatário de todas as decisões.

 Os governantes não podem impor suas vontades e decisões, nem tomar nenhuma atitude
não prevista na Constituição.

Diferenças entre Estado de Direito e Estado de Direito Democrático.


A diferença entre o Estado de Direito e o Estado de Direito Democrático, é que no
primeiro há um Estado que não se preocupa com Direitos Fundamentais, tão pouco com a
participação popular. Já o Estado de Direito Democrático, tem como pilar a democracia, não
somente como a participação do povo, mas, também, como fonte de garantias sociais e
políticas para seus cidadãos.
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Fundamento e implicações do Estado Democrático de Direito Perspetivas de alguns


autores:
Na filosofia política, a teorização do Estado tem como pilares os contratualistas
Hobbes, Locke e Rousseau, que, por diferentes linhas de pensamento, apontavam que o Estado
é necessário para manter a ordem social e mediar os conflitos entre indivíduos.

Thomas Hobbes, em seu livro O Leviatã, buscou as razões para as monarquias


absolutistas. Para esse autor, o homem, antes de viver em comunidade, vivia no seu estado de
natureza, livre de qualquer tipo de lei, organização social ou cerceamento. Essa liberdade,
somada à escassez de recursos, levaria à guerra de todos contra todos, portanto, a convivência
exigiria um pacto, um contrato entre os homens de que não lançariam mão da violência.

Para isso, seria necessário transferir o poder de uso da violência a um terceiro elemento, o
Estado, que, com o monopólio da força, sobrepõe-se aos indivíduos como um grande dragão do
mar domina os demais seres marítimos, este faz referência ao monstro marinho descrito no livro
bíblico de “Jó”, comparando-o em força e ferocidade ao Estado absolutista.

John Locke, em seu livro Segundo tratado sobre o governo, admite a hipótese de que os
seres humanos, no estado de natureza, orientem-se por uma lei natural de proteção à vida, à
liberdade e à propriedade. No entanto, em momentos de irracionalidade, deixariam de seguir essa
lei e usariam a força para alcançar seus interesses, o que geraria um estado de guerra passível de
ser equalizado somente por meio de um contrato, em que cada um abrisse mão do seu direito de
fazer justiça com as próprias mãos, conferindo essa prerrogativa ao Estado. A teoria de Locke
lançou as bases do Estado de Direito, de cunho liberal, em que o poder estatal é limitado e os
direitos fundamentais do indivíduo são respeitados.

Jean-Jacques Rousseau, filósofo contratualista, no livro Do contrato social, aponta que


o pacto entre indivíduos, para além de conferir a mediação dos conflitos a um ente moderador,
deveria alcançar um consenso que permitisse chegar-se a um bem comum. Assim, não seria o
Estado soberano sobre os indivíduos, mas sim a vontade geral sobre o Estado. O contratualismo
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de Rousseau traz a base de pensamento que fundamenta o Estado Democrático de Direito, no


qual a primazia do poder está na soberania popular.

O Estado de direito Democrático na lei fundamental de Cabo Verde

Contexto histórico: A história do Direito Democrático de Cabo Verde está intimamente


ligada à trajetória política e jurídica do país. Cabo Verde, localizado na costa oeste da África, foi
uma colônia portuguesa por mais de 500 anos. Durante o período colonial, o sistema legal e
político era caracterizado por uma administração autoritária e centralizada, que não permitia a
participação ativa da população cabo-verdiana na tomada de decisões.

No entanto, com o crescente movimento de descolonização que ocorreu em várias partes


do continente africano nas décadas de 1950 e 1960, Cabo Verde também buscou sua
independência política. Em 1975, o país finalmente conquistou sua independência de Portugal e
iniciou um processo de transição para um sistema democrático.

Logo após a independência, foi elaborada e adotada a primeira Constituição da República


de Cabo Verde em 1980. Essa constituição estabelecia os princípios fundamentais da
democracia, garantindo direitos e liberdades fundamentais para os cidadãos cabo-verdianos. No
entanto, durante os primeiros anos de independência, o país enfrentou desafios significativos em
sua consolidação democrática, incluindo a escassez de recursos e a necessidade de construir
instituições políticas estáveis.

Ao longo dos anos, Cabo Verde tem realizado eleições regulares e multipartidárias, com
partidos políticos competindo pelo poder. O país adotou uma abordagem democrática baseada na
alternância pacífica de poder, onde diferentes partidos políticos têm tido a oportunidade de
governar.

O Direito Democrático de Cabo Verde também evoluiu ao longo do tempo com a adoção
de novas leis e reformas constitucionais. Em 1992, uma revisão constitucional trouxe mudanças
significativas ao sistema político, estabelecendo um sistema parlamentarista e criando uma nova
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arquitetura institucional. Essa reforma aumentou a autonomia do poder legislativo e estabeleceu


um sistema de governo mais equilibrado e democrático.

Além disso, Cabo Verde é membro da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa
(CPLP) e tem se engajado ativamente na promoção da democracia e do Estado de Direito na
região. O país tem sido reconhecido internacionalmente como um exemplo de democracia
estável e progressista na África.

Em resumo, a história do Direito Democrático de Cabo Verde é marcada pela transição


de uma colônia portuguesa para um país independente e democrático. Ao longo das últimas
décadas, o país tem trabalhado para fortalecer suas instituições democráticas, garantir direitos e
liberdades fundamentais e promover a participação dos cidadãos na vida política do país.

A lei fundamental de Cabo Verde é a Constituição da República de Cabo Verde, que


estabelece os princípios, direitos, deveres e organização do Estado cabo-verdiano. A
Constituição foi adotada em 1980, sendo revisada em 1992 e em 2010. A versão atualmente em
vigor é a Constituição de 2010.

A Constituição de Cabo Verde define Cabo Verde como um Estado democrático de


direito, baseado nos princípios da soberania popular, da separação de poderes, do respeito pelos
direitos fundamentais e da legalidade. Ela estabelece os poderes e órgãos do Estado, incluindo o
Presidente da República, o Governo, a Assembleia Nacional e os tribunais.

A Constituição de Cabo Verde reconhece e protege uma série de direitos fundamentais,


tais como a igualdade perante a lei, a liberdade de expressão, a liberdade de imprensa, a
liberdade de religião, a liberdade de associação, o direito à privacidade, o direito à propriedade, o
direito à educação, o direito à saúde, entre outros. Ela também estabelece os princípios do Estado
de bem-estar social, com o objetivo de garantir o desenvolvimento económico, social e cultural
de todos os cidadãos.

Além disso, a Constituição de Cabo Verde define a estrutura do sistema judiciário,


garantindo a independência do poder judicial e estabelecendo a proteção dos direitos
fundamentais dos cidadãos perante os tribunais. Também estabelece os mecanismos de
participação popular, como o referendo e a iniciativa legislativa popular.
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O Estado de Direito Democrático em Cabo Verde

É consagrado nos princípios fundamentais da Constituição da República de Cabo Verde


(CRCV) nomeadamente o artigo 2º (Estado de Direito Democrático), conjugado com os
artigos 3º (Soberania e Constitucionalidade) que subordina o Estado à Constituição e às leis e
o artigo 4º (Exercício do poder político) que estipula as formas de exercício do poder político
pelo povo e submete ao sufrágio deste, a designação dos titulares dos órgãos do poder político.

Estado de Direito Democrático:

1. A República de Cabo Verde organiza-se em Estado de direito democrático assente nos


princípios da soberania popular, no pluralismo de expressão e de organização política
democrática e no respeito pelos direitos e liberdades fundamentais.

2. A República de Cabo Verde reconhece e respeita, na organização do poder político, a


natureza unitária do Estado, a forma republicana de governo, a democracia pluralista, a
separação e a interdependência dos poderes, a separação entre as Igrejas e o Estado, a
independência dos Tribunais, a existência e a autonomia do poder local e a
descentralização democrática da Administração Pública.

Soberania e Constitucionalidade:

1. A soberania pertence ao povo, que a exerce pelas formas e nos termos previstos na
Constituição.

2. O Estado subordina-se à Constituição e funda-se na legalidade democrática, devendo


respeitar e fazer respeitar as leis.

3. As leis e os demais actos do Estado, do poder local e dos entes públicos em geral só serão
válidos se forem conformes com a Constituição.

Exercício do Poder Político:

1. O poder político é exercido pelo povo através do referendo, do sufrágio e pelas demais
formas constitucionalmente estabelecidas.
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2. Para além da designação por sufrágio dos titulares dos órgãos do poder político, estes
poderão ser também designados pelos representantes do povo ou pela forma
constitucional ou legalmente estabelecida.

Elementos que caracterizam o Estado de direito democrático na Constituição de Cabo


Verde

Separação de poderes: A Constituição estabelece a separação dos poderes executivo,


legislativo e judiciário, com a atribuição de funções específicas a cada um deles. Essa separação
visa evitar concentração excessiva de poder e garantir o equilíbrio entre os diferentes órgãos do
Estado.

Direitos fundamentais: A Constituição garante uma série de direitos e liberdades


fundamentais aos cidadãos cabo-verdianos, incluindo a igualdade perante a lei, liberdade de
expressão, liberdade de associação, liberdade religiosa, direito à vida, à propriedade, à
privacidade, entre outros. Esses direitos são considerados invioláveis e protegidos pelo sistema
jurídico do país.

Estado de direito: A Constituição estabelece que Cabo Verde é um Estado de direito, o


que significa que o poder estatal está sujeito à lei. Todos os atos do Estado devem estar em
conformidade com a Constituição e com as leis vigentes, e nenhuma autoridade pode agir além
dos limites estabelecidos pela legislação.

Democracia representativa: A Constituição de Cabo Verde estabelece um sistema


democrático representativo, no qual os cidadãos elegem seus representantes para os órgãos
legislativos e executivos por meio de eleições regulares, livres e justas. Essa forma de governo
assegura a participação popular na tomada de decisões e na escolha dos governantes.

Garantias judiciais: A Constituição estabelece uma série de garantias judiciais para


proteger os direitos dos cidadãos e assegurar a imparcialidade do sistema judicial. Isso inclui o
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direito a um julgamento justo, a presunção de inocência, o acesso à justiça, o direito à defesa e a


proibição de tortura e tratamento cruel ou degradante.

Esses são apenas alguns dos elementos que caracterizam o Estado de direito democrático
na Constituição de Cabo Verde. É importante ressaltar que a interpretação e aplicação desses
princípios podem evoluir ao longo do tempo por meio de mudanças constitucionais e
desenvolvimento da jurisprudência pelos órgãos judiciais do país.

Importância do Estado de Direito Democrático na lei fundamental Cabo-verdiano

O Estado de direito democrático é de extrema importância na lei fundamental de Cabo


Verde por várias razões:

Proteção dos direitos fundamentais: O Estado de direito democrático assegura a


proteção dos direitos e liberdades fundamentais dos cidadãos cabo-verdianos. Isso garante que
todos sejam tratados com igualdade perante a lei, independentemente de sua raça, etnia, religião,
gênero ou qualquer outra característica pessoal. Essa proteção é essencial para promover a
dignidade humana, a justiça social e a inclusão.

Limitação do poder estatal: O Estado de direito democrático estabelece limites claros


para o exercício do poder estatal. Ele impede que as autoridades governamentais ajam
arbitrariamente e assegura que todas as ações do Estado estejam fundamentadas na lei. Isso
protege os cidadãos contra abusos de poder e contribui para a estabilidade institucional e a
confiança na governança.

Previsibilidade e segurança jurídica: O Estado de direito democrático garante que as


leis sejam claras, estáveis e aplicadas de forma consistente. Isso cria um ambiente jurídico
previsível e seguro para os indivíduos, empresas e investidores, estimulando o desenvolvimento
econômico e social. Além disso, a segurança jurídica promove a confiança dos cidadãos no
sistema legal e no Estado, fortalecendo a coesão social.
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Participação democrática: O Estado de direito democrático está intimamente ligado à


participação política dos cidadãos. Ele estabelece a base para eleições livres e justas, permitindo
que os cidadãos escolham seus representantes e influenciem as decisões políticas. Além disso,
promove a transparência, a prestação de contas e a responsabilidade dos governantes, garantindo
que o poder seja exercido em nome do povo e para o benefício coletivo.

Resolução pacífica de conflitos: O Estado de direito democrático fornece os


mecanismos e procedimentos necessários para a resolução pacífica de conflitos. Por meio de um
sistema judiciário independente e imparcial, os cidadãos têm acesso a um tribunal justo e podem
buscar a proteção de seus direitos. Isso contribui para a estabilidade social, evitando a escalada
de tensões e a violência.

Sabemos que, o Estado de direito democrático na lei fundamental de Cabo Verde


desempenha um papel fundamental na proteção dos direitos individuais, na limitação do poder
estatal, na promoção da estabilidade, na participação democrática e na resolução pacífica de
conflitos. Ele fortalece os alicerces da democracia e contribui para um país mais justo, igualitário
e seguro.

Fundamento do Estado de Direito Democrático na lei fundamental cabo-verdiana

O fundamento do Estado de Direito Democrático na lei fundamental cabo-verdiana está


estabelecido na Constituição da República de Cabo Verde. A Constituição serve como a base
legal e institucional que estabelece os princípios e diretrizes para a organização do Estado e a
proteção dos direitos e liberdades dos cidadãos.

A Constituição cabo-verdiana garante uma série de direitos fundamentais, como a


igualdade perante a lei, a liberdade de expressão, a liberdade de associação, a liberdade de
religião, entre outros. Esses direitos são protegidos pelo sistema jurídico do país e estabelecem as
bases para uma sociedade justa, livre e democrática.

Além disso, a Constituição de Cabo Verde estabelece a separação dos poderes, com a
existência dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, assegurando assim a limitação do
poder estatal e o equilíbrio entre os órgãos governamentais.
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Portanto, o fundamento do Estado de Direito Democrático na lei fundamental cabo-


verdiana reside na própria Constituição, que estabelece os princípios, direitos e mecanismos
institucionais que garantem a proteção dos direitos dos cidadãos e o funcionamento democrático
do país.

Princípio da base do Estado de Direito Democrático em cabo verde

O princípio fundamental que serve como base do Estado de Direito Democrático em


Cabo Verde é estabelecido na Constituição da República de Cabo Verde.

A Constituição, promulgada em 1992, estabelece como princípio basilar o respeito aos


direitos e liberdades fundamentais dos cidadãos.

Esse princípio garante que todas as ações e decisões do Estado devem ser pautadas pela
proteção e promoção dos direitos humanos, da igualdade perante a lei e da justiça social.

Além disso, o Estado de Direito Democrático em Cabo Verde também se baseia na


separação dos poderes, no respeito à legalidade e na participação popular nas decisões políticas.

Em suma, o princípio central do Estado de Direito Democrático em Cabo Verde é o


respeito aos direitos fundamentais dos cidadãos, conforme estabelecido na Constituição, e a
garantia de um sistema jurídico e institucional que promova a justiça, a igualdade e a
participação democrática.
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Conclusão
Conclui-mos com esse trabalho que a consolidação do Estado de Direito Democrático em
Cabo Verde é uma tarefa contínua, que exige a participação ativa da sociedade civil,
aprimoramento constante das instituições e a observância rigorosa das normas e princípios
estabelecidos na Constituição.

É por meio do respeito ao Estado de Direito que se fortalece a democracia, promovendo a


estabilidade política e social e a proteção dos direitos humanos.

Diante desse contexto, é fundamental que os cidadãos cabo-verdianos conheçam seus


direitos e deveres, participem ativamente da vida política e cobrem dos seus representantes a
observância dos princípios do Estado de Direito Democrático.
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Somente com uma sociedade engajada e consciente é possível construir uma nação
baseada na justiça, na igualdade e na liberdade, pilares essenciais para a consolidação do Estado
de Direito Democrático em Cabo Verde.

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