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INSTITUTOS DE DIREITO PRIVADO E EMPRESARIAL

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Sumário

NOSSA HISTÓRIA .................................................................................. 3

1-DIREITO PRIVADO .............................................................................. 4

2. DIFERENÇAS ENTRE O DIREITO PRIVADO E O DIREITO PÚBLICO


........................................................................................................................... 4

3. CRÍTICAS DA DIVISÃO ENTRE DIREITO PRIVADO E DIREITO


PÚBLICO............................................................................................................ 5

4. PRINCÍPIOS ORDENADORES DO DIREITO PRIVADO .................... 6

4.1Ramos de atuação do direito privado .......................................... 7

5. DIREITO EMPRESARIAL .................................................................... 8

5.1Introdução ao estudo do Direito Empresarial ............................... 8

5.2 Evolução Histórica ...................................................................... 9

5.3 Fases do Direito Comercial ........................................................ 9

5.4 Teoria da empresa no Brasil ..................................................... 10

5.5 Princípios norteadores do Direito Empresarial ......................... 11

6. SOCIEDADE EMPRESARIAL ........................................................... 13

6.1 Tipos de Sociedades Empresariais .......................................... 13

1. Sociedade Simples......................................................................... 13
2. Sociedade Limitada ........................................................................ 14
3. Sociedade em Nome Coletivo ........................................................ 14
4. Sociedade em Comandita Simples ................................................ 14
5. Sociedade Comandita por Ações ................................................... 15
6. Sociedade Anônima ....................................................................... 15
7. Sociedade Cooperativa .................................................................. 15
8. Sociedade em Conta de Participação ............................................ 16
9. Sociedade de Advogados .............................................................. 16
7. TÍTULOS DE CRÉDITO..................................................................... 18

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8. DA FALÊENCIA E RECUPERAÇÃO DE EMPRESAS ...................... 23

9. DO DIREITO BANCÁRIO. ................................................................. 24

10. REFERÊNCIAS ............................................................................... 25

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NOSSA HISTÓRIA

A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de


empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de
Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como
entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior.

A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de


conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a
participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua
formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais,
científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o
saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação.

A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma


confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica,
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido.

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1-DIREITO PRIVADO

Direito privado se refere ao conjunto de normas jurídicas que disciplinam


as relações privadas, entre os particulares. Ambas as partes envolvidas estão
em condições de igualdade, uma não é superior à outra. Essas partes podem
ser indivíduos ou até mesmo de um lado pode estar uma pessoa e do outro o
Estado. Porém, mesmo se o Estado estiver envolvido, não está em uma posição
de superioridade.

No direito privado existe certa liberdade para personalizar a aplicação do


direito porque se tratam de normas dispositivas (e não obrigatórias). Por
exemplo, em assuntos de compras e vendas, doações, contratos de mútuo,
permutas, as pessoas envolvidas possuem certa autonomia para tomar decisões
sobre como querem realizar o acordo.

2. DIFERENÇAS ENTRE O DIREITO PRIVADO E O


DIREITO PÚBLICO

Para Natália de Aquino Cesário, a diferença entre direito privado e direito


público são: o direito público rege as relações e funções do Estado, regulando e
controlando as atividades estatais, com um interesse público. Já o direito privado
organiza a interação entre indivíduos e/ou organizações na qual um interesse
particular é preponderante.

No primeiro direito público, o interesse público sempre prevalece e existe


uma soberania do Estado, e no direito privado os interesses individuais
de pessoas físicas ou jurídicas possuem o mesmo peso, de maneira
horizontal. “Enquanto no direito público o Estado só pode fazer o que está
previsto em lei, no direito privado as pessoas só não podem fazer o que
está proibido pela lei”.

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3. CRÍTICAS DA DIVISÃO ENTRE DIREITO
PRIVADO E DIREITO PÚBLICO

A dicotomia entre Direito Público e Direito Privado tornou-se um lugar comum ao


estudo do Direito, não conferindo bases sólidas e rigorosas para uma orientação.
As principais críticas à divisão são:

 A divisão entre Direito Público e Direito Privado como um conceito


abrangente: essa crítica indica a falta de precisão ao distinguir o Direito em
dois grandes ramos e, ao mesmo tempo, sustenta a necessidade de uma
melhor classificação dos ramos dogmáticos capazes de se ajustar às suas
finalidades próprias.
 A inexistência da divisão entre Direito Público e Direito Privado: essa crítica
se baseia na ideia dos direitos metaindividuais, sobretudo tendo em vista a
necessidade de especificar os direitos de uma dada coletividade. A
compreensão é que a distinção entre interesses públicos de privados, que
em certa época era o suficiente para expressar toda a gama de interesses
da coletividade, acabou por se tornar insuficiente para abranger o espectro
de interesses que a sociedade moderna manifestava.
 A divisão do Direito Público e Direito Privado como simplificação do Direito
como fenômeno jurídico complexo: essa crítica se fundamenta na
simplificação da divisão a partir dos manuais de Direito (ou apostilas de
cursos preparatórios para ingresso em carreiras públicas). O fato é que,
nesses materiais de estudo, são apresentadas aos estudiosos simplificações
de um de um fenômeno complexo como o Direito, eliminando as importantes
porosidades e a real dinâmica e prática do Direito.

A grande maioria das críticas apresentadas se fundamenta a partir da


insuficiência de critérios claros para justificar a divisão entre Direito Público e
Direito Privado. Destacam-se as seguintes críticas aos critérios apresentados:

 Crítica do critério quanto ao conteúdo da relação jurídica: distinguir a relação


a partir do interesse predominante é insatisfatório já que existem inúmeros

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interesses particulares albergados pela Constituição Federal e integrantes no
domínio do Direito Público (p. ex., proteção dos direitos fundamentais).
 Crítica do critério quanto ao tipo da relação jurídica: a dificuldade desse
critério resulta na análise da sujeição das partes, isto porque em muitos
casos no Direito Privado há imposição unilateral de obrigações à uma parte
pela vontade da outra parte (p. ex, contrato de adesão).
 Crítica do critério quanto à forma da relação jurídica: Muitas normas de
Direito Privado possuem o caráter imperativo, cogente, enquanto outras
normas de Direito Público se revestem de respeito e atenção pela
Administração Pública à manifestação da Autonomia da Vontade emitida
pelo particular.

4. PRINCÍPIOS ORDENADORES DO DIREITO


PRIVADO

 Princípio da personalidade: todo o ser humano é sujeito de direitos e


obrigações, pelo simples fato de ser humano.
 Autonomia da vontade: o reconhecimento de que a geral capacidade jurídica
da pessoa humana lhe confere o poder de praticar certos atos ou abster-se
deles, segundo ditames de sua vontade.
 Liberdade de estipulação negocial: a admissão de que esse poder implica a
faculdade de outorgar direitos e aceitar deveres e inaugurando os negócios
jurídicos.
 Propriedade individual: o reconhecimento de que o homem, por seu trabalho
ou por formas outras que a lei contempla, pode exteriorizar a sua
personalidade em bens imóveis ou móveis que passam a ser objeto exclusivo
de seu querer, e de seu patrimônio.
 Intangibilidade familiar: a noção de que entre as situações jurídicas
constituídas pelo livre querer dos indivíduos uma há que é a expressão
imediata de seu ser pessoal, a família a cobro de indébitas ingerências em
sua vida íntima.

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 Legitimidade da herança e do direito de testar: a aceitação de que, entre os
poderes que o homem exerce sobre os seus bens, inclui-se o de poder
transmiti-los, no todo ou em parte, a seus herdeiros, a começar dos
descendentes.

4.1Ramos de atuação do direito privado

 Direito Civil: princípios que regem as relações entre particulares que


possuem condições iguais. Estabelece direitos e impõe obrigações em temas
como os direitos da família e sucessões, o estado das pessoas, obrigações
e contratos, propriedade e patrimônio, entre outros.
 Direito Empresarial: é o conjunto de regras que organiza as atividades
comerciais, desde a criação e administração de empresas até sua extinção,
passando também pelas relações desenvolvidas na atividade do comércio
(relação entre comprador e vendedor, formas de pagamento, etc).
 Direito do Trabalho: conjunto de normas que rege as relações de
trabalho, organizando a atuação tanto de trabalhadores como empregadores.
 Direito do Consumidor: está relacionado com o consumo e a defesa dos
direitos de uma pessoa em relação a determinado produto, bem ou serviço.

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5. DIREITO EMPRESARIAL

5.1Introdução ao estudo do Direito Empresarial

O surgimento do Direito Comercial, se deu com a prática dos


comerciantes no exercício do comércio local. Foi um direito construído pelos
próprios comerciantes para definir e criar regras de como o comércio deveria
funcionar. Essas regras eram focadas em quais atividade poderiam se
desenvolver e em determinada localidade, ou seja, regular atividade e agente
produtivo.

Pela Teoria dos Atos do Comércio existia lista de atividade consideradas


comerciais, os quais não focava na figura do empresário ou comerciante. Apenas
no que poderia ser desempenhado como atividade comercial. Para essa teoria
é a atividade que dá origem às relações reguladas pelo direito comercial. Isso
resulta que determinados atos se encontram sujeitos a aplicação do direito
comercial enquanto que outros atos não.

A teoria dos atos de comércio fora adotada pelo Código Comercial brasileiro de
1850 e teve como proposta alterar o modo de classificar o comerciante de forma
subjetivista (aquele que estava matriculado), para um critério objetivista (a
atividade comercial).

Posteriormente, surgiu para substituir os atos de comércio, a Teoria da Empresa


– que foi consolidada em meados do século XX e regulamentava a forma de
como a atividade comercial seria desenvolvida. Com a teoria da empresa, o
direito comercial deixou de ser tradicionalmente o direito do comerciante
(período subjetivo) ou o direito dos atos de comércio (período objetivo) para ser
o direito da empresa o que o fez abranger maior espectro de relações jurídicas.

O Código Civil brasileiro embasa o direito empresarial. Embora o Código


Civil brasileiro tenha adotado a teoria empresarial o Código o não definiu
empresa. Mas, conforme artigo 966 do Código Civil estabeleceu o que seja

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empresário: Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade
econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços.

Então, hoje o direito comercial cuida de relações empresariais.

5.2 Evolução Histórica

O direito comercial surgiu como um regime jurídico-especial destinado a


regular as atividades mercantis. Vindo a doutrina francesa a criar a teoria dos
atos de comércio que tinha como uma das principais funções a de atribuir, a
quem praticasse os denominados atos de comércio (ou mercancia), a qualidade
de comerciante o que era pressuposto para a aplicação das normas do Código
Comercial. O direito comercial regularia, portanto, as relações jurídicas que
envolvessem a prática de alguns atos definidos em lei como atos de comércio.

5.3 Fases do Direito Comercial

Na primeira fase do direito comercial compreendem-se os usos e


costumes mercantis observados nas relações jurídico-comerciais. Não havia
ainda nenhuma participação estatal. O direito comercial era um direito feito pelos
comerciantes e para os comerciantes.

Na segunda fase do direito comercial há relevante mudança, pois a


mercantilidade antes definida apenas pela qualidade do sujeito ( pois o direito
comercial era o direito aplicável aos membros das corporações de ofício), passa
a ser definido pelo objeto ( pelos atos de comércio).

A terceira fase da evolução do direito comercial é chamada de fase moderna, é


a fase que se desvincula do sistema francês enquanto o conceito de empresa
estava ligado ao critério dos atos de comércio, passando a adotar o conceito de
empresa como organização de fatores de produção, para a criação ou oferta de
bens ou serviços em massa.

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5.4 Teoria da empresa no Brasil

A definição de Alberto Asquini analisou com perspicácia que a empresa é


fenômeno econômico poliédrico que transferido para o Direito, apresentavam
não apenas um, mas variados perfis: perfil subjetivo (figura do empresário), perfil
funcional (a empresa como estabelecimento), perfil objetivo (empresa como
atividade) e perfil corporativo (como instituição).

Como bem destacou Tullio Ascarelli, a afirmação de que direito


empresarial como um conjunto sistematizado de regras especiais contribui para
o próprio desenvolvimento do direito civil, já que os institutos específicos que
nascem no direito empresarial que com passar do tempo e, por força de evolução
foram sendo encorpados ao direito comum.

Portanto, qualquer atividade econômica, desde que seja exercida


empresarialmente está submetida à disciplina das normas do direito empresarial.

O Código civil de 2002 previu no seu Livro II, Título I, o “Direito da Empresa”, que
vem desaparecer a figura do comerciante e surge então a figura do empresário
(não se cogitando mais em sociedade comercial e sim, de sociedade
empresária).

Tendo afinal o Código Civil de 2002 efetivamente adotado a teoria da empresa


restou então completamente superada o deficiente critério traçado pelos atos de
comércio.

Empresa é a atividade, algo abstrato. Empresário, por sua vez, é quem exerce a
empresa. Assim, a empresa não é sujeito de direito. O sujeito de direito é o titular
da empresa, ou seja, o empresário, que pode ser uma pessoa física ou natural
(empresário individual) ou pessoa jurídica (sociedade empresária).

A empresa é a atividade econômica organizada, sendo que, para Silvio


Aparecido Crepaldi (2008), possui as seguintes características:

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 Objetiva: o estabelecimento, um conjunto de bens corpóreos e
incorpóreos reunidos pelo empresário, para o desenvolvimento de uma
atividade econômica;
 Subjetiva: o empresário, sujeito de direitos que organiza o
estabelecimento para o desenvolvimento de uma atividade econômica;
 Funcional: atividade econômica desenvolvida por vontade do empresário
por meio do estabelecimento;
 Corporativo: empresário acrescido dos empregados e colaboradores
(recursos humanos utilizados na execução da atividade econômica a que
a empresa se propõe).
 Abrange as atividades de comércio, indústria e serviço. É facultativo para
a atividade rural. São excluídos: profissionais liberais regulados por lei
especial e profissionais intelectuais de natureza científica, literária ou
artística.
 O direito empresarial é um ramo jurídico especial de direito privado
destinado à regulação das atividades econômicas e dos seus agentes
produtivos. E se aplica aos agentes econômicos chamados de
comerciantes e, doravante denominados de empresários individuais e as
sociedades empresárias.

5.5 Princípios norteadores do Direito Empresarial

O direito da empresa traz regras especiais para disciplinar o mercado econômico


e assentado em principiologia própria principalmente em função da
imprescindibilidade da empresa vista como instrumento para o desenvolvimento
econômico e social da sociedade contemporânea, na qual a base no capitalismo
assenta-se na livre iniciativa, a propriedade privada, autonomia da vontade e
valorização do trabalho humano que são valores já enraizados e solidificados
como inegáveis para a construção e manutenção da sociedade livre.

Livre iniciativa é um princípio fundamental do direito empresarial. Trata-se de


princípio constitucional da ordem econômica conforme prevê o art. 170 da
Constituição Federal de 1988.

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Tal princípio ultimamente vem sendo relativizado principalmente em função do
princípio da preservação da dignidade humana. O avanço dirigista do Estado
sobre o mercado gerando restrições para plena aplicação da livre iniciativa é
palpável e visível diante da grande gama de jurisprudência brasileira que
propugnam pelos princípios sociais.

A livre iniciativa é a expressão da liberdade titulada não apenas da empresa,


mas também do trabalho. Por essa razão, a Constituição brasileira ao contemplá-
la, cogita também da “iniciativa do Estado” e, não privilegia, portanto, como bem
pertinente à empresa.

A ideia de que a livre iniciativa é antagônica aos demais princípios ditos sociais
é meramente ilusória posto que se requer a ponderação, com fim de diminuir as
desigualdades sociais e econômicas e ainda melhorar a qualidade de vida.

Liberdade de concorrência é igualmente princípio constitucional da ordem


econômica e, o Estado o defende criando órgãos como o CADE ( Conselho
Administrativo de Defesa Econômica) e, ainda as agências reguladoras.

É reconhecido que as recentes privatizações ocorridas recentemente no cenário


econômico brasileiro melhoraram o fluxo concorrencial nos setores privatizados.

Pois o Estado deixou de exercer diretamente uma série de atividades


econômicas, nos poupando das usuais ineficiências, desserviços e corrupção,
porém, passou a exercer o papel de regulador.

As mais variadas agências reguladoras bem como os órgãos antitruste (CADE)


são necessários embora criem um emaranhado complexo de regulamentos que
se tornam barreiras insuperáveis à participação de novos empreendedores.

Quanto maior a regulação estatal, maior será o risco estatal, maior será o risco
da chamada “captura regulatória”, portanto, os empresários já estabelecidos, se
adaptam às regulações e passam depois de usá-las como forma de impedir a
entrada de concorrentes.

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Portanto, é dessa forma que o Estado contribui a formação de monopólios,
duopólios e oligopólios. Conclui-se que a regulação estatal não se coaduna com
a liberdade de competição.

Garantia e defesa da propriedade privada é também princípio constitucional


da ordem econômica formando junto com a livre iniciativa e a livre concorrência,
a tríade que dá sustentação ao direito empresarial.

Também vem sendo relativizado progressivamente em nosso ordenamento


jurídico a partir do conceito de função social.

Princípio da preservação da empresa é inspirador da Lei 11.101/2005 ( a Lei


de Falências atual) e tem fundamentado diversas decisões judiciais recentes. É
importante sua atuação, mas deve limitar-se às situações em que o próprio
mercado espontaneamente, encontra soluções para a crise econômica de um
agente econômico, em bases consensuais.

6. SOCIEDADE EMPRESARIAL

Sociedade Empresarial é um grupo de pessoas com um objetivo em comum de


exercer uma atividade econômica de forma profissional e organizada para
produzir, comercializar ou oferecer bens e serviços de forma a obter lucro.

6.1 Tipos de Sociedades Empresariais

1. Sociedade Simples

As chamadas “sociedades simples” são aquelas feitas por profissionais


prestadores de serviços, ou seja, aqueles que têm a própria profissão como
atividade principal. Em geral, esse tipo de sociedade requer um registro em um
órgão de classe.

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Diferentemente do que ocorre em outras sociedades empresariais, não há
necessidade de registro na Junta Comercial, sendo válido um registro no Cartório
de Registro Civil de Pessoas Jurídicas.

2. Sociedade Limitada

É aquela que conta com o investimento de capital de cada um dos sócios. A


inclusão da sigla LTDA na razão social é obrigatória. A quantidade de membros
é indiferente, sendo permitido até mesmo a uma pessoa jurídica ser uma das
sócias.

A um dos sócios deve ser atribuída a responsabilidade legal sobre a


administração, com especificação por escrito no contrato social. A sociedade
limitada deve ser obrigatoriamente registrada na Junta Comercial.

3. Sociedade em Nome Coletivo

Esse é um formato de sociedade no qual os seus membros se tornam solidários


e respondem pelas dívidas da empresa. Dessa forma, em caso de dívida, o
patrimônio dos sócios pode ser requerido como meio de pagamento.

Uma das exigências do Código Civil (artigo 1039) é a de que as sociedades em


nome coletivo sejam constituídas exclusivamente por pessoas físicas. No
entanto, as responsabilidades podem ser delimitadas na constituição do
contrato.

4. Sociedade em Comandita Simples

Com utilização limitada, as sociedades em comandita simples divide os


societários em duas categorias: comanditários e comanditados. Os primeiros
compõem o capital social da empresa, mas não fazem parte de sua
administração.

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Já os segundos tanto têm capital quanto assumem funções administrativas. A
razão social só pode conter os sócios comanditados e essas especificidades
devem estar descritas no capítulo administrativo do contrato social.

5. Sociedade Comandita por Ações

Nesse modelo de sociedade o capital da empresa é dividido por cotas, de


maneira similar ao que ocorre nas sociedades anônimas. Porém, somente os
sócios administradores, que devem ser denominados diretores, têm
responsabilidades ilimitadas.

Essa modalidade não protege os bens dos sócios em caso de falecimento (eles
podem ser requeridos se o capital da empresa se esgotar). A destituição de
diretores precisa também de deliberação dos sócios e só pode ocorrer se houver
aprovação da maioria.

6. Sociedade Anônima

É a forma mais comum de sociedade existente entre as empresas brasileiras. A


constituição se dá com dois ou mais sócios, com capital social distribuído por
cotas. O objeto principal dessa forma de sociedade é o acúmulo de capital.

Há duas formas de sociedades anônimas: as abertas (cujas ações podem ser


negociadas em Bolsa de Valores) e as fechadas (cujas ações não podem ser
negociadas em Bolsa de Valores). Se a busca for por um modelo de negócios
menos complexo e com um nível menor de exigências, opte pela sociedade
limitada.

7. Sociedade Cooperativa

Até 2003 era exigido um mínimo de 20 pessoas com objetivo em comum para a
formação de uma sociedade cooperativa. Porém, essa obrigatoriedade foi

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revogada pela Lei 10.406/2002. Tem como principais características a prestação
de serviços e o fato de não ter fins lucrativos.

Elas podem ser classificadas de três formas: singulares (somente pessoas


físicas ou com abertura de exceção para pessoas jurídicas); federações de
cooperativas (constituídas por um mínimo de três sociedades cooperativas
singulares, podendo admitir associados individuais); e confederações de
cooperativas (constituídas por um mínimo de três federações de cooperativas).

8. Sociedade em Conta de Participação

Essa forma de sociedade é composta por duas ou mais pessoas, sendo que uma
delas obrigatoriamente precisa ser comerciante. Não há registro de firma social
e o objetivo dos sócios é obter lucro em operações específicas de comércio.

Uma das suas principais vantagens é a dispensa de uma série de formalidades


presentes em outras sociedades. Outra característica importante é o fato de que
em geral as sociedades em conta de participação têm um prazo de validade,
sendo desfeita quando o objetivo principal é concluído.

9. Sociedade de Advogados

Por fim, há ainda a sociedade de advogados, a qual não se aplicam as mesmas


regras das demais sociedades. Esses profissionais podem ser reunir em
sociedades simples ou em sociedade unipessoal de advocacia (SUA).

Em todos os casos é preciso que haja um registro dos atos constitutivos junto ao
Conselho Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). É vedado a um
advogado fazer parte de mais de uma sociedade. Por fim, a legislação prevê que
o nome da sociedade seja, obrigatoriamente, o de um dos advogados
associados.

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Quadro Resumo das Sociedades

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7. TÍTULOS DE CRÉDITO

O título de crédito é um documento que corporifica uma obrigação. Esta é a


definição dada pelo artigo 887 do CC.

Endosso

O endosso é a forma pela qual o beneficiário do crédito transfere a terceiros o


direito de receber o crédito do emitente. A grande maioria dos títulos tem a
cláusula “à ordem”, ou seja, o credor tem o poder de transferir o direito de
receber. Mas, existem ocasiões em que o emitente exige que o próprio credor
compareça para receber o crédito, estabelecendo, portanto, a cláusula “não à
ordem”.

O endosso é feito, normalmente, no verso do título, com a aposição da frase:


“pague-se a (alguém), ou à sua ordem”, seguida da data do endosso e da
assinatura do endossante. Desde a edição do Plano Collor, os títulos acima de
determinado valor não podem mais se revestirem da cláusula “ao portador”.

Assim, não há mais falar em endosso “em branco”, pelo qual, apenas a
assinatura do endossante concedia “ao portador” o direito de cobrança do título.
A partir de então, os endossos devem ser do tipo “em preto”, o que significa
indicar o favorecido.

O endosso transforma o título em verdadeiro “papel moeda”, através da


circulabilidade. Por isto, não pode ser feito em separado, devendo, sempre, ser
aposto no verso do título, ainda que, não havendo mais espaço, seja necessária
uma extensão do título para tal fim

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Aval

Como vimos, o crédito é uma espécie de confiança depositada pelo credor no


devedor. Porém, algumas circunstâncias sugerem a necessidade de uma
garantia de que o credor é merecedor dessa confiança. Essa garantia pode ser,
como comumente acontece, o “aval”.

Essa garantia é, na verdade, uma espécie de teste pelo qual passa o devedor,
pois, ao ser-lhe solicitada uma garantia por aval, significa impor-lhe que uma
outra pessoa, alheia ao negócio praticado pelas partes, demonstre que também
tem nele uma confiança, pois ao conceder o aval, garante o pagamento, caso o
devedor não cumpra o compromisso. Significa que o avalista pagará a quantia
expressa no título.

A doutrina francesa conceitua o aval como fiança, concebendo ao avalista um


vínculo acessório. Assim, nula a obrigação principal, nula a garantia.

As consequências do aval são:

1. – o avalista equipara-se ao avalizado na obrigação;

2. – o avalista é solidariamente responsável pela obrigação;

3. – não há óbice ao protesto direto, em caso de inadimplência;

4. – o avalista que quitar a cambial tem direito de regresso contra o avalizado;


5– o aval cancelado considera-se não escrito;

6. – Falindo ou insolvente o avalista, o credor não pode exigir substituto.

Cheque

Sem dúvida, o título de crédito mais conhecido e utilizado no país é o cheque. O


cheque tem natureza jurídica de ordem de pagamento à vista. É um documento
emitido contra um banco ou uma instituição financeira equiparada, sendo
proibida a emissão de cheque contra outra instituição (Lei do Cheque, art. 3.º).

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A semelhança é muito grande com a Letra de Câmbio, com a diferença de que
a LC normalmente é a prazo, enquanto que o cheque é a vista. Há uma figura
jurídica de grande relevância que é o “cheque pré-datado” ou “pós-datado”, que
surgiu da prática (do costume), isto é, o cheque, que legalmente é uma “ordem
de pagamento à vista”, passou, na prática, a ser expedido como uma “ordem de
pagamento a prazo”, o que o assemelha por demais à Letra de Câmbio.

A Lei do Cheque diz nada a respeito do “cheque pré-datado”. A doutrina em


geral afirma que ele não existe, porém, com o advento do Código de Defesa do
Consumidor, a emissão de um cheque, com a promessa de apresentação do
mesmo em data futura, se aceita pelo Fornecedor, tem valor de contrato e deve
ser respeitada pelo recebedor, sob pena de sofrer ações reparatórias de perdas
e danos e até de danos morais, em casos de negativação indevida do nome do
emitente nos órgãos de proteção ao crédito.

Letra de Câmbio

A doutrina nos ensina que a Letra de Câmbio “é uma ordem de pagamento,


sacada por um credor contra o seu devedor, em favor de alguém, que pode ser
um terceiro ou o próprio sacador”. É com base nesta definição que o cheque
“pré-datado” se assemelha com a letra de câmbio, cujo regramento fica a cargo
do Decreto 2.044, de 31 de dezembro de 1908. A letra de câmbio, entretanto, é
um título formal e deve trazer escrito a expressão “letra de câmbio”, inserido no
texto e não apenas como título do documento (cabeçalho). Além disso, deve
trazer a quantia a ser paga, expressa em moeda, deve trazer o nome de quem
vai pagar, o nome de quem vai receber, a data e o lugar onde será paga a letra
e a assinatura de quem emite a mesma. Sem qualquer desses requisitos, a letra
não cumpre suas formalidades.

Como características principais comparativas do cheque com a letra de câmbio,


podemos elencar:

1. – o cheque é uma ordem de pagamento só a vista, enquanto a letra de câmbio


pode ser a prazo e à vista;

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2. – o sacado de um cheque só pode ser uma instituição financeira, geralmente
um banco, mas o da letra de câmbio pode ser pessoa de várias categorias;

3. – o sacador do cheque deverá ter dinheiro suficiente ao valor do cheque,


depositado em poder do sacado (fundos);

4. – o cheque não tem aceite; porém a letra de câmbio só se completa pelo


aceite;

5. – cada título é regulamentado por legislação própria, inclusive por convenções


internacionais distintas;

6. – o cheque tem como pressuposto a existência de um contrato de depósito


entre o sacador e o sacado, o que não acontece com a letra de câmbio;

Nota Promissória

O art. 586, do Código de Processo Civil, determina que “a execução para


cobrança de crédito fundar-se-á sempre em título líquido, certo e exigível”. A
ideia de que é preciso observar os requisitos essenciais de formação de cada
título, a princípio parece singela, mas torna-se das mais sérias quando
enfrentando na realidade processual oposição com base na ausência desses
requisitos em títulos de crédito, como é o caso da nota promissória.

Os requisitos do título de crédito do tipo nota promissória, notadamente aqueles


que referem à sua essencialidade, é questão de relevante interesse, seja na
esfera prática ou teórica, pois, segundo o Código de Processo Civil, "é nula a
execução se o título executivo não for líquido, certo e exigível".

Sendo a questão de importância, que pode resultar na própria extinção do


processo executório, ante a eventual ineficácia dos títulos que não tragam os
ditos requisitos essenciais, é evidente que deve ser considerada.

O tema tem levado inúmeros profissionais da advocacia a se depararem com


uma situação inusitada e inesperada quando, ao proporem execuções deste tipo
de título de crédito, são surpreendidos por uma sentença, geralmente em sede
de embargos, dando a execução como nula e o exequente como carecedor da

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execução aforada, em face da ausência de requisitos essenciais ao título de
crédito.

A questão torna-se crucial ao patrono da causa, pois terá que informar ao seu
cliente que ele fora condenado ao pagamento, além das custas processuais,
numa verba honorária de, no mínimo, 10% sobre o valor da execução, quando o
que ele mais queria naquele momento era receber o seu crédito que julgava
líquido, certo e exigível.

Ademais, difícil explicar, a despeito da extinção da execução, que o cliente se


encontra impossibilitado de intentar nova ação para satisfação de seu crédito
sem que antes comprove o pagamento ou depósito das custas e dos honorários
advocatícios a que, certamente, fora condenado na execução extinta.

Diante disso, a divergência da essencialidade dos requisitos surge quando se


analisa dois deles – a indicação da data e do lugar onde a nota promissória é
emitida – que, à mingua de maiores luzes esclarecedoras, ora se mostram
essenciais, ora se mostram secundários.

Consideremos, primeiramente que a nota promissória é uma promessa de


pagamento e não uma ordem de pagamento, como é o caso da letra de câmbio
e do cheque. Neste caso, o devedor é o próprio emitente, enquanto que naqueles
o sacado passa a ser o devedor da “ordem” de pagamento.

Por isto, importante verificar os requisitos essenciais da nota promissória, a


saber:

1- denominação “nota promissória”, inserida no próprio texto;


2- promessa de pagar quantia determinada;
3- a data do pagamento;
4- o lugar do pagamento;
5- o nome da pessoa a quem se deve pagar, ou à sua ordem;
6- data e local de emissão da nota promissória;
7- assinatura do emitente.

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Duplicata Mercantil

A duplicata mercantil é um título de crédito que tem origem nas transações


comerciais. Atualmente, as duplicatas já são escriturais e os livros de registros
de duplicatas não mais utilizados. O Direito caminha a passos largos, na tentativa
de alcançar a prática.

8. DA FALÊENCIA E RECUPERAÇÃO DE
EMPRESAS

A natureza jurídica da sentença falimentar é declaratória e constitutiva. Primeira


porque reconhece a justeza do pedido quanto ao direito do credor; segunda
porque constitui o novo estado para a pessoa jurídica.

Os requisitos substanciais da sentença de falência encontram-se no art. 14:

Art. 14. Praticadas as diligências ordenadas pela presente lei, o juiz, no prazo
de vinte e quatro horas, proferirá a sentença, declarando ou não a falência.

Parágrafo único. A sentença que declarar a falência:

I - Conterá o nome do devedor, o lugar do seu principal estabelecimento e o


gênero de comércio; os nomes dos sócios solidários e os seus domicílios; os
nomes dos que forem, a esse tempo, diretores, gerentes ou liquidantes das
sociedades por ações ou por cotas de responsabilidade limitada;

II - Indicará a hora da declaração da falência, entendendo-se, em caso de


omissão, que se deu ao meio dia;

III - Fixará, se possível, o termo legal da falência, designando a data em que se


tenha caracterizado esse estado, sem poder retrotraí-lo por mais de sessenta
dias, contados do primeiro protesto por falta de pagamento, ou do despacho ao

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requerimento inicial da falência (arts. 8° e 12), ou da distribuição do pedido de
concordata preventiva;

IV - Nomeará o síndico, conforme o disposto no art. 60 e seus parágrafos;

V - Marcará o prazo (art. 80) para os credores apresentarem as declarações e


documentos justificativos dos seus créditos;

VI - Providenciará as diligências convenientes ao interesse da massa, podendo


ordenar a prisão preventiva do falido ou dos representantes da sociedade falida,
quando requerida com fundamento em provas que demonstrem a prática de
crime definido nesta lei.

9. DO DIREITO BANCÁRIO.

Cédula de Crédito Bancário "é título de crédito emitido por pessoa física ou
jurídica, em favor de instituição financeira ou de entidade a esta equiparada,
representando promessa de pagamento em dinheiro, decorrente de operação de
crédito, de qualquer modalidade." Infere-se dessa definição dois aspectos
práticos relevantes.

O primeiro, refere-se aos termos "entidade a esta equiparada", que devido ao


seu sentido aberto, pode trazer confusão quanto a pessoa beneficiada, pois não
existe a preceituação legal dos critérios para a identificação de uma entidade
equiparada a instituição financeira. Vale dizer que a MP deixa margem para que
entidades legalmente não equiparadas a instituições financeiras, aproveitando-
se da abertura da norma, possam se prestar como beneficiárias de uma Cédula
de Crédito Bancário, em decorrência da natureza de seus serviços, como é o
caso das administradoras de cartões de crédito e das empresas de factoring.

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10. REFERÊNCIAS

1-MAMEDE, Gladston. Manual de direito empresarial. 6ed.


São Paulo. Atlas. 2012

2-REQUIAO, R ubens. Curso de direito comercial. 31 ed. São


Paulo. Saraiva. 2012

3-REQUIÃO, Rubens. Curso de direito comercial. 1º volume.


25ª ed. São Paulo: Saraiva, 2003, p.11.

4-COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de direito comercial. 1º


volume. 7ª ed. São Paulo: Saraiva, 2003,

5-ROCCO, Alfredo. Princípios de direito comercial. Tradução


de Ricardo Rodrigues Gama Campinas: LZN, 2003

6-BRASIL, Código Civil de 2002

7-COELHO, Fabio Ulhoa. Curso de Direito Comercial. V.1. 17.


Ed. São Paulo: Saraiva, 2013

8- DINIZ, Maria Helena. Direito de empresa. Curso de direito


civil brasileiro. São Paulo: Saraiva, 2008, n.8.

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